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Fotografia também é espaço para a versatilidade
As fotos de Gabriela Teixeira exploram diversas áreas e editorias do meio fotográfico.
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Por Fernanda Guedes
Atualmente cursando Publicidade e Propaganda, Gabriela Texeira, 25 anos, começou a fotografar por amor e já realizou trabalhos em diferentes áreas da fotografia. Em entrevista especial para a Revista F, a estudante conta como descobriu seu talento e sobre os tipos de foto que realiza. De maneira independente, Texeira possui uma grande variedade de trabalhos. Entre suas produções estão ensaios de gestantes e recém-nascidos, eventos como casamentos, aniversários e shows. Além de outras criações como retrato artístico e street style.
Revista F: Quando surgiu o seu interesse por fotografia?
Gabriela: A fotografia sempre esteve na minha vida desde pequena com aquelas câmeras de filme pretas da Kodak. Minha família não tinha dinheiro para ter uma mas, lembro de brincar com uma preta que não funcionava mais, e ela era o meu brinquedo favorito. Quando as câmeras digitais inshot surgiram, minha mãe conseguiu comprar e me deixava tirar fotos dela se arrumando para sair, da família, e aos poucos eu comecei a me apaixonar por tirar fotos de coisas do dia a dia.
Fui crescendo e esse meu sonho de ter uma câmera e tirar fotos das pessoas nunca mudou. Até que no meu segundo emprego, aos 17 anos, consegui juntar dinheiro o suficiente para comprar uma GE semiprofissional. Eu nunca tinha mexido em uma câmera dessas e foi amor à primeira vista. Depois disso, fui conquistando equipamentos aos pouquinhos, garimpando de usados até conseguir comprar o meu xodó, que é a minha câmera profissional.
Revista F: Quem são suas referências e quais suas inspirações na fotografia?
Gabriela: Para ser bem sincera, por mais que eu seja extremamente apaixonada por tudo na fotografia, eu nunca tive uma inspiração. Digo uma pessoa que me inspire no mundo da fotografia, claro que admiro muitas fotografas, mas a minha maior inspiração são as pessoas do dia a dia. É eu ver o sorriso de uma criança, uma mulher de etnia diferente, um casal de idosos na rua de mãos dada. Minha inspiração é ver cor e amor em todos os cantos e mostrar esse meu olhar para as pessoas. Fazer elas se apaixonarem por pequenos detalhes que se passassem reto não teriam percebido.
Revista F: Qual o seu tipo de trabalho fotográfico favorito de realizar?
Gabriela: Com toda a certeza o meu tipo de trabalho favorito é quando o meu cliente me dá total liberdade para criar em cima da temática que ele escolheu. Onde eu posso usar itens e lugares não convencionais e fazer fotos em que eles se enxerguem de uma maneira totalmente única, acredito que as experiências dessas fotos se tornam gostosas na memória.
Revista F: Para você, quais os pontos mais marcantes e característicos nos seus trabalhos?
Gabriela: Eu acredito que o meu ponto mais marcante dentro da fotografia é uma mistura de criatividade junto com uma edição simples. Gosto que as pessoas se vejam como elas são e gostar do que veem através da minha fotografia. Acredito que alterações drásticas em fotos não mostram quem a pessoa é de verdade e a verdadeira essência de uma pessoa é ela ser quem é, com cicatrizes, marcas e manchas, da vida de cada um nesse mundo, que te torna extremamente único. Então, eu sempre prezo pelo bem-estar dos meus modelos, onde eles se sintam confortáveis comigo e que eles se vejam lindos como são. Acho que é o meu ponto mais marcante.
Revista F: Qual o trabalho ou foto mais marcante que você já realizou?
Gabriela: Até o presente momento o trabalho que mais me marcou foi quando fotografei o meu primeiro show e finalmente fui reconhecida como fotógrafa. Eu entrei na área onde eles ficavam e consegui ficar ao lado do palco tirando fotos dos cantores. Para mim foi surreal ter esse reconhecimento e ver que aos poucos eu estou conquistando o meu espaço.
Revista F: O que você considera ser o maior desafio no meio da fotografia?
Gabriela: Acredito que ter oportunidades, justamente por eu não ter um estúdio e estar tentando conquistar o meu lugar, as pessoas temem que as fotos fiquem “amadoras” por eu não ser conhecida o suficiente para isso. Chega a ser frustrante quando desmarcam ou fazem fotos com alguém que é maior nas mídias mas, não desanimo pois sei que ainda chego lá e irei conquistar meu lugar nesse meio tão concorrido e sem oportunidades no Brasil.
Revista F: Como fotógrafa, o que ainda gostaria de realizar?
Gabriela: Gostaria muito de fazer ensaios que tragam reflexões sobre certos assuntos e alertar sobre. Um exemplo muito claro seria sobre os transtornos psicológicos, sobre desastres naturais, mas representar isso em pessoas. Eu tenho a vívida ideia de como quero fazer mas ainda me faltam recursos para pôr em prática e quem sabe um dia expor esses trabalhos em uma galeria.
Revista F: Uma dica para quem quer iniciar na fotografia:
Gabriela: Comece, nem que seja com a câmera do celular, mas comece. Você nunca vai saber o seu potencial se ficar no “e se”. Coloque em prática hoje, não precisa começar sabendo tudo sobre iluminação, posicionamento de câmera e tudo mais. Precisa só de vontade de querer pôr em prática; os equipamentos e sabedoria, você conquista com o tempo.