Editorial
Estratégias em um Novo Paradigma Globalizado Fulano Sicrano Gostaria de enfatizar que a execução dos pontos do programa apresenta tendências no sentido de aprovar a manutenção do sistema de participação geral. Caros amigos, o surgimento do comércio virtual prepara-nos para enfrentar situações atípicas decorrentes dos paradigmas corporativos. Todas estas questões, devidamente ponderadas, levantam dúvidas sobre se o fenômeno da Internet auxilia a preparação e a composição das regras de conduta normativas. Gostaria de enfatizar que a execução dos pontos do programa apresenta tendências no sentido de aprovar a manutenção do sistema de participação geral. Caros amigos, o surgimento do comércio virtual prepara-nos para enfrentar situações atípicas decorrentes dos paradigmas corporativos. Todas estas questões, devidamente ponderadas, levantam dúvidas sobre se o fenômeno da Internet auxilia a preparação e a composição das regras de conduta normativas. No entanto, não podemos esquecer que o consenso sobre a necessidade de qualificação exige a precisão e a definição dos relacionamentos verticais entre as hierarquias.
virtual prepara-nos para enfrentar situações atípicas decorrentes dos paradigmas corporativos. Todas estas questões, devidamente ponderadas, levantam dúvidas sobre se o fenômeno da Internet auxilia a preparação e a composição das regras de conduta normativas. No entanto, não podemos esquecer que o consenso sobre a necessidade de qualificação exige a precisão e a definição dos relacionamentos verticais entre as hierarquias. Gostaria de enfatizar que a execução dos pontos do programa apresenta tendências no sentido de aprovar a manutenção do sistema de participação geral. Caros amigos, o surgimento do comércio virtual prepara-nos para enfrentar situações atípicas decorrentes dos paradigmas corporativos. Todas estas questões, devidamente ponderadas, levantam dúvidas sobre se o fenômeno da Internet auxilia a preparação e a composição das regras de conduta normativas. No entanto, não podemos esquecer que o consenso sobre a necessidade de qualificação exige a precisão e a definição dos relacionamentos verticais entre as hierarquias.
Gostaria de enfatizar que a execução dos pontos do programa apresenta tendências no sentido de aprovar a manutenção do sistema de participação geral. Caros amigos, o surgimento do comércio
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Sumário 6 13
Cuide. Cultive. Respire!
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Depois daquele beijo Conscientize Falam as paredes Pedofilia
28 30
BLYC Despetaladas
33 35
Pelas ruas de Curitiba Sexo frágil? Tem certeza?
38 40 42 44
Por que não João? Apenas Palavras Frame Studium e Punctum
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Respeitável público!
Ao Infinito e Além Simplesmente Amor Lar de Idosas
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Omen Jeans
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Operação Animal Os Dragões não conhecem o Paraíso
59 63
Arte no Peito O Esquisito Maconha
64 66 69
Vida de Cão Entre o Burlesco e o Lírico
71 74
O Movimento Punk A Amoreira
76 79
Zeus Do Pó Viemos, ao Pó Voltaremos
80 84
O Tempo Não Para, Mas Pode Voltar É Cedo ou Tarde
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REPORTAGEM
Respeitável público! Seja bem vindo ao mundo mágico do circo Vostok Autores: Alan Oliveira, Daniele Souza Oliveira, Sabrina Bomfim e Tatiana Petranski
Com vocês: magia, risos, luz, cores e formas, e todos os ingredientes de um espetáculo circense. O circo Vostok, desde 1873, sabe bem realizar tudo isso e encantar a todos. Com artistas de diversos países e os tradicionais espetáculos, faz seu melhor para conquistar o público e não deixar a tradição do circo de lona acabar. Afinal, quem não gosta de rir
e se divertir com um bom palhaço? Se perguntar qual é o truque por trás daquele show de mágica? Prender a respiração ao ver os trapezistas voando de um trapézio para o outro? Sentir a leveza e ao mesmo tempo a força durante a apresentação de dança nos tecidos, com movimentos hipnotizantes? Ou aquela adrenalina ao ver o globo da morte?
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Cuide. Cultive. Respire 11
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REPORTAGEM
Conscientize Autores: Isabelle Louise, Maria Sylvia e Vinícius Oliveira Curitiba é conhecida nacionalmente como cidade modelo, ecológica, por sua organização e limpeza. Mas, a capital paranaense tem liderado outro ranking, o da capital brasileira com maior número de carros por pessoas, em um a proporção alarmante: um carro para duas pessoas. Contudo, desde o início de 2016, a cidade deixou de ter três mil carros circulando, passando de 979 mil automóveis, em janeiro, para 976 mil em junho, segundo dados do Detran. Mas há vida no transporte, além do carro. Por isso, separamos para você algumas vantagens e limitações dos meios mais utilizados:
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A bicicleta é um meio econômico, quanto à dinheiro e ao tempo, aliviando o stress do trajeto e fazendo aumentar a produtividade no trabalho. O carro traz mais segurança, conforto, além do que, cabe a família, que não se molha naqueles dias de chuva.
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A bicicleta te traz a experiência de ter uma percepção diferente da cidade e das ruas. Embora os ciclistas ainda reclamem da falta de lugar para estacionar a bike, corrente e um bom cadeado são uma opção boa e barata. E você só paga uma vez.
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Com a moto, as filas de trânsito são evitadas, é mais fácil de estacionar e economizar com combustível. Além de serem mais baratas que o carro, são fáceis de conduzir. A desvantagem é a falta de segurança, pois para os dias de chuva existem capas próprias para proteção. Carros são excelentes para o conforto, mas quando se trata de estacionar, normalmente aí vem problemas: os estacionamentos são caros, e deixar nas ruas pode se tornar dor de cabeça.
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Qual a opinião de quem já escolheu a bike? “Eu escolho a bike porque eu acho mais saudável, é uma alternativa que não prejudica o meio ambiente e também não preciso gastar dinheiro com ônibus. Além do que, otimiza meu tempo por que se eu for a pé ao trabalho levo em torno de 20 minutos, e indo de bike em torno de 10 minutos”.
Jhuli Ekleim,
Estudante de Ciências Sociais - UFPR
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ENSAIO
Falam as paredes Autor: André Rodrigues
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As ruas estão repletas de opiniões. Desde tempos remotos, o muro é uma folha branca para desconhecidos pensadores. Muros estão marcados com aforismos baratos, rabiscos, desenhos inelegíveis, devaneios. Entretanto, dentre essas expressões urbanas, algumas paredes têm marcas que vão além da pichação. E com frases que expressam sentimento, ideais e utopias. O jornalista Eduardo Galeano escreveu no artigo “Falam as paredes” – publicado no Livro Teatro do Bem e do Mal – que as paredes não se sentem violadas, aliás, muitas vezes ficam agradecidas, pois elas respiram outras falas que não são os anúncios publicitários e comerciais. Elas, as paredes, trazem mensagens e sentimentos coletivos que transcendem seus autores, pois as paredes são o que ele chamou de a “mais democrática de todas as imprensas”. Dependendo do ponto de vista no qual são analisadas, essas manifestações textuais que navegam entre definições estéticas do aceito e do inaceitável, carregam certo heroísmo marginal, uma dose de resistência. São aflições verbais, sociais e atemporais impregnadas com ideais, utopias e certa indignação. A coletânea de imagens de Falam as Paredes não vislumbra a ação – o picho – porém, atem-se aos vestígios dessas manifestações intelectualmente politizadas. Por trás dos traços – e até mesmo de cartazes ou stencil – há algo nevrálgico com matizes de intervenção social e política. Uma sugestão para refletir sobre o invisível por trás das vozes ocultas e de suas significações.
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André Rodrigues Fotógrafo há pouco mais de 10 anos, com especial afinidade pelo Fotojornalismo. Realizou trabalhos de forma independente (jornais locais, sites e agências de notícias). Atuou como diretor da Arfoc-PR e fez parte da equipe de fotógrafos do jornal Gazeta do Povo (2012-2014). Atualmente dedica-se a trabalhos independentes e ao projeto de longo prazo “Voto em Imagens”, no qual conta a história de um momento importante em qualquer nação: as eleições. Correlacionado ao projeto fotográfico participou de exposições e idealizou três publicações, sendo dois livros: “Biometria e Eleição”, “Indeleble”; e “F(V)OTO”, uma publicação formato jornal.
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Denuncie! Disque 100. Autores: AndrĂŠ Fernandes, Jabes Venancio e LetĂcia Filipak
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CAMPANHA
BLYC
Autores: Bruna Santana, Cristiano Marques, Luiz Cesar Gonรงalves e Yasmin Vieira
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Sabe aquele cara que você sempre quis conhecer? Hoje ele sentou ao teu lado no banco da praça e você nem viu. O que temos a ver com isso? A gente te dá aquela forcinha no momento mais importante, onde o amor será celebrado: a cerimônia de casamento! Queremos que as pessoas se encontrem, desejamos que elas casem. E sabemos que um clique deve se transformar em algo inestimável. Nosso objetivo é surpreender o casal e trazer para o álbum emoções e não apenas recordações.
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REPORTAGEM
Despetaladas Autoras: Jacqueline Dal Comune e Suellen Mainardes Muitas mulheres ainda são vítimas de violências físicas, verbais e psicológicas. A desigualdade entre gêneros ainda é um fator preocupante. É frequente a desvalorização da mulher em benefício do homem, tanto em relações familiares como em relações trabalhistas. Não é difícil encontrar alguém que conheça uma mulher ou que seja uma mulher que já tenha sofrido algum tipo de abuso apenas pelo fato de ser mulher. No Brasil, a implantação de leis, como a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio, termo recente para classificar um homicídio realizado em função do gênero feminino, visa diminuir a distinção social entre masculino e feminino, porém, ainda há muito que ser feito. Fomos às ruas perguntar às mulheres se estas já sofreram algum tipo de abuso em função de seu gênero e todas as abordadas tiveram histórias para contar. Essas histórias estão retratadas nesta série fotográfica, na qual as próprias mulheres retrataram em uma frase o constrangimento a que foram submetidas. Estas vítimas, após o ocorrido, perderam parte de sua essência, honra e integridade, sentiram-se violadas e, como uma flor qualquer, foram despetaladas. Um exemplo que podemos citar foi o da “Luana” (nome fictício), garota de programa. Ela relatou que em um dos encontros, o cliente tentou enforca-la, após a prestação de serviço, por não querer pagar o programa. Continuou dizendo que a maioria das meninas que vendem doces nas ruas “disfarça” que vendem doces no centro de Curitiba para enganar suas famílias que não sabem do seu trabalho. Porém há outro lado, meninas comuns religiosas que também vendem doces nas ruas, que são confundidas com garotas de programa. Sem saberem do contexto por trás da pergunta “Vocês só vendem bala, ou fazem programa também?”. Devido a isso se percebe uma desvalorização a mulher, sem quer conhece-las.
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REPORTAGEM
Pelas ruas de Curitiba Autora: Thaise de Oliveira Apesar da importância que as árvores têm, infelizmente não são em todos os lugares que as vemos. Nas cidades, por exemplo, muitas perderam seu espaço para as casas, empresas, ruas, grandes construções comerciais. Mais que ornamentos, precisamos delas, pois além de produzir oxigênio, vida, as árvores também fornecem sombras nos dias quentes e filtram toda poluição prejudicial à saúde, sem contar que deixam os lugares muito mais suaves. Sendo assim, por que não preservá-las? Uma cidade com árvores é uma cidade mais saudável e muito mais bonita.
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REPORTAGEM
Sexo frágil? Tem certeza? Autores: Letícia Cartenzen, Beatriz Brasileiro, Gabriele Caviquioli, Tatiane e Jacélia Alves Paloma Alves, 23 anos, trabalha há dois anos como técnica em eletrônica. Ela adentrou na profissão por meio de um curso técnico em eletrônica. Magali, 50 anos, trabalha há 15 anos como taxista. Começou na profissão “tirando folga” (sic) de um motorista. Margarida dos Santos, 43 anos, trabalha há menos de um ano, também como taxista. Começou a trabalhar com seu marido após ter trabalhado muitos anos como vendedora. Jéssica Gomes Coutinho, 28 anos, trabalha há 2 anos como policial. Graduou-se em Educação Física e resolveu entrar para o batalhão para poder trabalhar com o treinamento físico. O que todas essas mulheres têm em comum?
Em primeiro lugar, vValem ressaltar os riscos da profissão, mas também a força de vontade e a coragem em um trabalho predominantemente masculino. A final, em algumas profissões, as mulheres ainda não são tão bem-vindas, sendo discriminadas e hostilizadas, muitas vezes. Nossas personagens, por sua vez, mostram que a mulher não é tão frágil quanto aparenta ou a sociedade impõe. E mostram que está enganado quem pensa que não possuem habilidades em conhecimento técnico ou força suficiente para uma briga.
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ENSAIO
Apenas palavras Autora: Thais Choma Ando pela cidade e encontro muitas palavras, em placas, outdoors, palavras reluzentes. Mas as que me intrigam e me trazem curiosidades são aquelas que poucas pessoas reparam: as cravadas nas calçadas da cidade. Algumas mostram nomes de comércio que estiveram ali, outras são palavras dentro das palavras, algumas sem forma, outras em forma de QR Code, que dão forma a mais palavras. As palavras podem inspirar uma pessoa a escrever compassivamente, como Charles Bukowski, e que com apenas duas palavras escritas em sua lápide definiu seus pensamentos de uma vida toda: don’t try. Parafraseando Sérgio Brito e Marcelo Fromer: palavras não são más Palavras, não são quentes. Palavras são iguais Sendo diferentes.
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FRAME
Autores: Bruna Borasca, Bruna Santana, Emely Lopes, Maria de Fátima, Michele Roberta, Willian Kaiko, Yasmin Vieira Na vida precisamos sempre usar máscaras, pois ninguém nos reconheceria se nos apresentássemos de rosto nu. Lêdo Ivo
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Studium
De um lado, a razão, os elementos, o óbvio, a identificação, aquilo que se vê e se detecta com os olhos. Revista F OK.indd 42
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Punctum
Do outro, a emoção, os significados, o obtuso, a memória, aquilo que se olha e se sente com o coração. Revista F OK.indd 43
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ENSAIO
Ao infinito e além Autores: Artur Neves, Priscila Michele, Helen Carolina e Emília Cussama Não enxergar parece uma possibilidade de vida cheia de limites e obstáculos. Ledo engano. Não enxergar não extingue a plena vontade de exercer atividades no âmbito social. É assim que os internos do Instituto Paranaense de Cegos (IPC) de Curitiba se definem, e agem. Atuando desde 1939, o IPC, uma organização da sociedade civil, desenvolve ações com o objetivo de contribuir com a formação social das pessoas com deficiência visual e de baixa visão. Prepara-las de modo a viverem e conviverem incluídas na sociedade, como cidadãs plenas, exercendo seus direitos, desenvolvendo suas capacidades e realizando seus desejos. São através dos trabalhos de artesanatos, de dança, futebol aos sábados, apresentações teatrais, alongamento físico do corpo, que são dados passos nessa caminhada de autoconfiança. Afinal, nada
é impossível para aquele que tem força de vontade, independentemente do tamanho da barreira, se constrói a força para continuar, pois há sempre luz na escuridão, e a eles (deficientes visuais), a conquista de cada dia nas atividades do IPC. Mais que exemplos de superação, os deficientes visuais mostram que temos muito a aprender com eles. Alguns vindos da Angola, com a aluna de jornalismo do Uninter Emília Cussama, dizem que sorrir nunca foi tão fácil, para eles que, em meio às dificuldades, deixaram seu país natal em busca de viver a vida plenamente. Esta reportagem mostra, enfim, o quanto os deficientes visuais podem ser e, muito mais do que se imagina, ver pelos outros quatro sentidos do corpo que se sobressaem, sentidos mais apurados que mostram a força e a resistência da vida.
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ENSAIO
Simplesmente amor Autores: Emely Lopes, Michele Roberta e Maria de Fรกtima
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REPORTAGEM
Lar de idosas
Autoras: Karina Zanyck, Letícia de Oliveira, Maria Laura e Thays Polhmann O lar de idosas Iracy Dantas é um acolhedor de histórias. Foi fundado em 06 de novembro de 1982 – mas inaugurado apenas em 21 de março de 1985 – por Iracy Dantas de Andrade, que via a necessidade de um lugar que acolhesse mulheres de idade que estavam viúvas, e não tinham onde morar. O lar hoje abriga 27 senhoras, além de duas senhoras que passam o dia e vão embora à noite. Para se manter financeiramente, a instituição conta com a ajuda do Santuário Santa Rita de Cássia e doações. Ao visitar o lar nossa equipe se deparou com uma realidade diferente do que imaginava. Tínhamos a ideia de que iríamos encontrar mulheres tristes e deprimidas por estarem em um asilo (até a imagem de “asilo” foi revista por nós), como se não tivessem outra opção senão estarem ali. Entretanto, conversando, ouvindo e conhecendo suas histórias, percebemos o quanto elas são felizes no lar, pois além de um abrigo para protegê-las, elas têm com quem conversar e se distrair no dia a dia. Mulheres viventes de delicadas histórias, mas portadoras de sorrisos amáveis e ouvidos atentos às nossas perguntas, curiosas. Com essa poesia de histórias ouvidas, e na troca do olhar, esse ensaio mostra os anos da experiência, as rugas após casamentos longos e duradouros, relatos de vidas simples, mas felizes. Algumas entrevistadas sofrem do Mal de Alzheimer e não puderam compartilhar sua vida conosco. Mesmo assim, fizemos seu registro, pois seu olhar nos entregava justamente aquilo que estávamos procurando: que nenhuma história merece ser esquecida.
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Isabel, 76. Tímida, não quis falar conosco. É vaidosa e alegre.
Anaíde, 92 anos, nasceu em 31 de julho. É a quinta filha de 10 irmãos, teve três filhos, nove netos e dois bisnetos.
Bugoslávia Gewuski Kaminski, 90 anos. Descendente de poloneses, Bugoslávia cresceu falando a língua polonesa, mas na época da guerra foi obrigada a aprender o português. Nasceu em 8 de agosto em Cruz Machado, mora em Curitiba há 10 anos e há dois anos no Lar. Ensinou a filha e os cinco netos a ler e a escrever.
Maria Aparecida, 87 anos. Teve quatro filhos e 13 netos. Não se sentia confortável na casa dos familiares, então escolheu morar no abrigo. A família a visita com frequência. Gosta de viver no Lar.
Maria Luiza, 71 anos, solteira. Adora viver no abrigo, só tem uma irmã viva, que é viúva, os demais familiares são falecidos. Sua irmã a visita, ou a liga uma vez por semana. Desde pequena sempre foi muito doente. Trabalhou como enfermeira por 33 anos.
Maria José Tavares da Silva, o caso mais grave que a clinica abriga. Maria José sofre de Mal de Alzheimer e por isso quase não há comunicação. É uma mulher de olhar muito doce, apesar de ser deixada de lado pelas pessoas que a visitam na clinica.
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REPORTAGEM
Operação animal
Fotos: Willian Preces e Bruna Borasca Texto: Willian Gomes Preces
Na Operação Animal começamos a falar da utilização do cavalo para o serviço militar. O foco principal sobre o animal é a colocação do homem em um plano mais elevado em relação aos seus “oponentes”. O porte físico do Cavalo coloca sempre o policial em evidência, aumentando significativamente sua presença, tornando-se quase impossível que o policial montado passe despercebido durante seu turno de serviço. Os cavalos recebem um nome e número, são tratados com muito amor e carinho, sentem prazer em obedecer a seus adestradores. Ziliotto, subcomandante do esquadrão de choque montado diz que” é gratificante ver o cavalo depois de adestramento fazendo o que lhe foi passado. Tenho uma amizade e converso bastante com eles, eu confio nele e ele confia em mim, isso fica mais fácil para o trabalho”, afirma. O subcomandante também afirma que “O sentimento que os cavalos transmitem é a coisa mais pura que existe”. Diferentemente do cão, o cavalo se mostra mais independente, mas ambos demonstram carinho pelo ser humano. Com o diferencial de que o cavalo precisa confiar em seu parceiro, enquanto o cachorro se apega ao seu adestrador desde o primeiro instante. O melhor amigo do homem também mostra que
pode ser bastante útil. Os cães policiais são treinados para intimidar e subjugar os suspeitos, ao invés de ferir gravemente ou matá-los, também treinados para detectar explosivos, narcóticos, incêndios criminosos, bem como para o acompanhamento, busca e salvamento, e de patrulha. Os cães geralmente vivem com as famílias de seus manipuladores. Isso também garante que os cães permaneçam amigáveis e sociais As unidades de cães da polícia são chamadas de unidades “K-9”, que significa “canino”. Os cães e seus tratadores devem seguir cursos, a fim de ser devidamente treinados para trabalhar em conjunto. Steve o pitbull que ficou conhecido por morder um cinegrafista da Rede bandeirantes mostrou que é um cão comum, ao acompanhar o treinamento de Steve junto ao seu adestrador Soldado Aurélio percebemos que Steve é obediente e sente prazer em obedece lo. Percebe se que Steve é carinhoso e dócil como podemos ver nas fotos. Perguntamos ao Soldado Aurélio qual sua relação com Steve, ele disse: “ “Meu companheiro meu melhor amigo, quero passar o resto da vida ao lado dele” também disse: “Cão não mente ou ele gosta ou não gosta, pode confiar nele, você pode chegar triste, mas ele te recebe sorrindo.”
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Os dragões não conhecem o paraíso Caio Fernando Abreu
Fotos: Mirtes Alves, Thiago Subtil, Lucy Evellyn, Monique Estefani Texto: Caio Fernando Abreu
“Eles são solitários, os dragões. Quase tão solitários quanto eu me encontrei, sozinho neste apartamento, depois da sua partida. Ele cheirava a hortelã e alecrim. Eu acreditava na sua existência por esse cheiro verde de ervas esmagadas dentro das duas palmas das mãos. Sentava na sala toda arrumada, tapete escovado, cortinas lavadas, cestas de frutas, vasos de flores - acendia um cigarro e ficava mastigando com os olhos a beleza das coisas limpas...
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A medida que a casa ficava mais bonita, eu me tornava cada vez mais feio, mais magro, olheiras fundas, faces encovadas. Tudo apodrecia mais e mais, sem que eu percebesse, doído do impossível que era tê-lo. Atento somente à minha dor, que apodrecia também, cheirava mal. Então olhava para cima, para os caos, à procura de Deus ou qualquer coisa assim hamadríades, arcanjos, nuvens radioativas, demônios que fossem. Nunca os via nada além das paredes de repente tão vazias sem ele. Quando volto apensar nele, nestas noites em que dei para debruçar à janela procurando luzes móveis pelo céu, gosto de imaginá-lo voando com suas grandes asas douradas, solto no espaço em direção a todos os lugares que é lugar nenhum. Para manter-me vivo, saio a procura de ilusões como o cheiro das ervas ou reflexos esverdeados de escamas pelo apartamento e, ao encontrá-los, mesmo apenas na mente, torna-se então outra vez capaz de afirmar, como num vício inofensivo: tenho um dragão que mora comigo.
Dói um pouco. Não mais uma ferida recente, apenas um pequeno espinho de rosa... Mas se você não consegue extirpálo, o pequeno espinho pode deixar de ser uma pequena dor para se transformar numa grande chaga. Queria tanto saber dizer Era Uma Vez. Ainda não consigo”.
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Um na
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Uma nova experiĂŞncia na pele e no peito! Autores: Aline Vitvasz yn, Ewerton Andrade, Jean Garrett, Karina Cristina e Pedro Tosei
Entre os dias 21 e 27 de dezembro, cinco dos melhores tatuadores de Curitiba oferecem tatuagens gratuitas para mulheres que tiveram câncer de mama. Confira mais em: www.artenopeito.com.br Revista F OK.indd 61
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ENSAIO
O esquisito
Autor: Daniel Yonamine
O esquisito chama a atenção de quem passa, o esquisito sofre com olhares hostis, o esqusito gera curiosidade num olhar mais ingênuo. Quem está ao redor não conhece e não permite conhecer a virtude escondida sob a carcaça do esquisito. Pra que uma cisma se todos nós somos esquisitos vestidos com uma fantasia banal?
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REPORTAGEM
Maconha: um tabu a ser quebrado Autores: Bruna Sehnem, Jéssica Caroline, Marcos Soares e Raphael Kuerten Há aproximadamente três anos a descriminalização da maconha vem sendo muito discutida no Brasil. O termo “legalização” também é usado, pois a comercialização e distribuição das substâncias além de serem proibidas são criminalizadas. No último dia 31 de junho, segundo dados da Policia Militar aproximadamente 2 mil pessoas se reuniram em Curitiba para pedir a legalização na Marcha da Maconha. Os manifestantes pedem que seja liberado uso recreativo, medicinal, industrial e religioso da substância porque acreditam que a guerra contra o tráfico mata mais do que o uso das drogas. O evento contou com mães de crianças que sofrem de convulsões crônicas, tratadas com o Canabidiol. O objetivo, segundo os participantes, é que não se precise
importar a droga para a realização de tratamentos médicos. O Canabidiol é usado como medicamento para a epilepsia de difícil controle e em alguns casos de Alzheimer infantil. Atualmente só é permitido a importação para o tratamento da epilepsia de difícil controle. Outros também defendiam que a legalização da droga poderia reduzir as mortes na guerra contra o tráfico. Segundo pesquisas feitas pelo senado 57% do total de brasileiros são a favor da legalização da maconha, sendo que dessa porcentagem apenas 9% declaram-se a favor da legalização para qualquer fim e os outros 48% são a favor da legalização somente para o uso medicinal, os 42% que sobram concordam que a droga deve continuar sendo proibida para que evite o uso de outras drogas.
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REPORTAGEM
Vida de cão Autores: Alice Gonçalves, Ana Cristhina Roch, Luiz Eduardo Rocha, Luis Felipe Sansovo e Willian Bruno
Você já viu algum cachorro abandonado na rua? Sem família, sem casa, sem comida, sem ter onde dormir? Como você se sentiu ao ver está cena? Algumas pessoas não entendem que cachorros precisam de carinho, amor, casa, comida, água e tudo o que nós seres humanos precisamos. Eles sentem falta de ter um lar, pessoas para brincar, cuidar e também gostariam de ter família assim como você tem a sua. Não esta tudo bem se tem cachorros nas ruas passando fome, frio, sede. Não esta tudo bem se você passa por um cachorro abandonado e vê nos seus olhos um olhar triste e carente. Não esta tudo bem! Ou pelo menos não deveria estar. O fato é que poucas pessoas se importam ao ver cachorros tristes, abandonados e machucados nas ruas. Para alguns é como se ali estivesse qualquer coisa que não tem sentimentos e necessidades. Mas que bom seria se quando encontrássemos cães nas ruas pudéssemos dar atenção, carinho ou o que mais ele precisasse. Mas será que realmente não podemos tirar uns minutinhos do nosso dia para distribuir um
pouco de carinho? E melhor que isso, que bom seria se cada um fizesse a sua parte e não deixassem nas ruas os “melhores amigos do homem”. Porém, se nos importássemos mais e fizéssemos uma pequena atitude em prol desses bichinhos, poderíamos voltar a ver o olhar de amor infinito que cada um traz. Infelizmente eles passam por momentos ruins todos os dias e a tristeza está refletida em cada olhar, porém, mesmo sentindo a dor do abandono eles continuam sempre curiosos, brincalhões e carinhosos. Mas apesar de ter tantos animais nas ruas com muito amor para nos dar, ainda há comércios que vendem vidas. Porém, para que isso melhore nós podemos auxiliar não aprovando esse tipo de atitude, pois assim como eles não nos escolhem por raça, nós também devemos aprender a escolher por amor, aliás, amigos não se compram. Pois é, pelo jeito temos muito mais a aprender com eles do que eles conosco. Então vamos aproveitar para trocar com eles essa felicidade, porque o melhor amigo do homem, também precisa de um melhor amigo.
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Entre o burlesco e o lírico Fotos: Adriele Matos, Isis Sobrinho e Roberto Oliveira Texto: Roberto Oliveira As cores gritantes e chamativas da fachada, com predominância para o vermelho, denunciam: ali fica um lugar alegre e descontraído, permeado pelo humor que vai desde os recepcionistas, passando pelos garçons, até chegar à principal atração da noite, a peça que será encenada pelo casal de artistas – que também são administradores – da Cia. dos Palhaços, que há 12 anos tem trazido alegrias para os curitibanos. Flagramos os bastidores que antecederam a peça “Altos e Baixos”, na qual os palhaços Sarrafo e Tinoca, ou melhor, Felipe Ternes e Nathalia Luiz, retratam com muita comicidade e também certo lirismo, o cotidiano de um casal e as crises pelas quais passam no decorrer dos anos, até chegarem à terceira idade, comprovando que o amor pode ser muito duradouro (ou
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não...). Casados na vida real, Felipe e Nathalia, que também são os escritores da peça, estão muito felizes com a nova sede da sua companhia teatral, recéminaugurada, na Alameda Princesa Izabel, 465, São Francisco, região central de Curitiba. Realmente o lugar é um primor de conforto, com ambientes aconchegantes e descolados, o que inclui mesas de jantar bem pertinho do palco, tornando a apresentação ainda mais intimista, e incentivando a inevitável interação dos atores com seu público. Ainda que façam eventuais apresentações voltadas para crianças, o texto e o contexto no qual os palhaços se inserem aqui, aproximando o burlesco do lírico e o cômico do erudito, são muito melhor apreciados pelos adultos. Vimos a peça e rimos à beça! E saímos de lá com um montão de cenas na cabeça, das quais iremos nos lembrar por muito tempo, e que nos farão refletir sempre que algo semelhante acontecer em nossas vidas... e relacionamentos.
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O movimento Punk Autora: Nayara Lira
Pouco se conhece sobre o que é o movimento Punk, que é tratado pela mídia como um grupo de baderneiros que saem para arrumar briga ou que não querem trabalhar e ficam em praças e parques da cidades. Esse olhar foi reforçado com uma reportagem exibida pelo fantástico de uma briga entre os punks e a policia. Muitos jovens que eram Punks na época após essa matéria não podiam andar nas ruas pois eram ameaçados e muitos outros perderam seus empregos devido ao preconceito e o impacto que a reportagem causou. Existem alguns casos de violência junto ao movimento, assim como o uso de drogas e as praticas criminosas, mas a distorção causada pela mídia apenas intensificou esse lado , atraindo jovens que não fazem idéia do conceito de filosofias sociais e políticas e da diversidade do movimento, esse tipo
de Punk irá se juntar ao movimento em número crescente e na medida que eles se juntam a imagem da mídia se torna literalmente verdadeira, descrever Punks como violentos atraiu pessoas que eram violentas de verdade para o movimento. Quando decidimos realizar esse trabalho, pensamos em mostrar um lado diferente do que a sociedade tem sobre o movimento Punk, mostrar um lado social que cada um deles, no inicio tivemos um certo receio de nos aproximar, mas ao poder conversar com eles, percebemos que eles tem projetos de vida, um deles é pai e quer mostrar pro seu filho um lado da sociedade que não é considerado bonito por uma maioria, mas existe. Existe personagens na cena, que são professores, outros que moram na rua, mas que no geral procuram a mesma coisa, um lugar em que possam expressar seus pensamentos e ideologias.
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CONTO
A amoreira
Irmãos Grimm
Fotos: Angélica Morais, Camilla Alves, Joedina Bastos, Laci Farias, Marcus Meier e Thais Andressa Conto: Irmãos Grimm “Era uma vez uma mulher, que tinha como maior desejo ter um filho. Um certo dia, ao cuidar de uma amoreira, cortou o dedo e fez o pedido: ‘Quero ter um filho branco como a neve, e vermelho como o sangue’... Alguns meses se passaram e ela enfim engravidou. Pressentindo que iria morrer no nascimento do filho, fez um pedido ao esposo de que a enterrasse na amoreira. E assim aconteceu. Alguns anos se passaram e o esposo solitário casou de novo e construiu uma nova família. A Madrasta não gostava do menino, pois achava que ele iria ficar com toda a herança da família. Então, cega pela maldade, planejou assassinar o menino. Quando este chegou da escola ela lhe ofereceu uma maçã e disse que estava dentro do baú. O menino então se inclinou pra dentro do mesmo e a madrasta fechou a tampa, fazendo a sua cabeça rolar.
Coberta pelo desespero sentou o corpo do menino em uma cadeira e amarrou sua cabeça ao corpo com um lençol. A pequena Maria estranhou o irmão sentado tão imóvel e foi questionar a mãe que disse: ‘Se ele não lhe responder, bata na cabeça dele’, e assim Maria o fez. Chorando desesperada foi até a mãe contar o que tinha feito ao irmão, que disse a ela pra não se preocupar. Logo o pai chegou e questionou onde estava seu filho querido. A madrasta sentada à mesa lhe disse que ele foi visitar alguns parentes. O pai então sentou a mesa e comeu. Uma sopa espessa e escura, e jogava os ossos da carne em baixo da mesa. Maria juntou todos os ossos e saiu correndo de casa, foi até a amoreira e lá os enterrou, de repente surge uma fumaça, e de dentro dessa fumaça aparece um lindo pássaro, que sai pela cidade cantando uma canção. ‘Minha mãe me assassinou
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Minha carne meu pai comeu E Maria, à sua maneira Me enterrou na amoreira Piu, piu, piu digo devagarzinho Sou eu o lindo passarinho’ As pessoas maravilhadas com tão lindo som, dão presentes ao pássaro, que volta para casa e cantando atrai a família que lá vive. Ao saírem de casa o pai e Maria são presenteados com um lindo colar de ouro e um sapato vermelho. E a Madrasta com uma pedra que cai em sua cabeça a esmagando.
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O passarinho então pousou, e uma nevoa o cobriu, e de dentro da nevoa surge o menino, que vai correndo abraçar seu pai e Maria. E juntos os três vivem felizes para sempre.”
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Do pรณ viemos, ao pรณ voltaremos Autores: Ana Caroline, Henrique, Joรฃo Pedro e Sabrina Medeiros
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Há um ditado popular que diz que qualquer tipo de vaidade acaba no cemitério, pois o destino de todos os mortos é quase sempre o mesmo: se tornar pó embaixo da terra. Isso se for relativo ao corpo, mas e os aspectos sociais do ente, com eles também é assim? A diferença social, riqueza, poder, fama e conquistas parecem não findar no túmulo do cemitério. Mesmo a sete palmos do chão, a lembrança representada pelos corpos de entes queridos tem seus cuidados e prioridade, e para alguns “privilegiados”, muito conforto em túmulos luxuosos. São enterrados lado a lado, os indigentes, pobres, ricos, negros, brancos, gordos e atléticos. Os mais pobres, ou os pobres desconhecidos, não têm túmulos luxuosos, afinal, como despender tamanho investimento ou lastimar pelo desconhecido, sem história aparente e preocupação quanto ao seu vestígio e a sua memória? É no final do século XIX e no começo do século XX que se torna comum os túmulos das famílias abastadas ornarem elementos como o bronze, o cobre e o granito nobre em suas construções. Mas é provavelmente desde as primeiras mortes que os corpos repousam em alguma espécie de abrigo, para voltar a ser pó e combustível para a natureza. Além de memória, que é um sinal da lembrança, que permanece viva enquanto for lembrada.
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ENSAIO
O tempo não para, mas pode voltar Autores: Lucas Wiliam Silveira Patzsch, Diego Augusto Schuertes Duarte e Adriano Paulo da Silva
Um senhor de idade começa a olhar uma foto, de quando ele tinha vinte anos, e começou a chorar. Lembrou que perdeu o amor de sua vida, devido ao seu ego e ao orgulho, e que por mais que ele sofresse, ele teria que se conformar com suas escolhas. Percebendo o tempo, deixou outros sentimentos virem. Relembrou em outras fotos as madrugadas ilícitas, o sexo sem compromisso, as noites tão longas quanto a ressaca do dia seguinte. Ah, as fotografias. Elas mostram que o tempo não para, mas que ele pode voltar.
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ENSAIO
É cedo ou tarde
Fotos: Jean Monteiro, Lucas Daniel Santiago, Maiza Oliveira, Thays Kochisnk e Yara Gonçalves Poema: Não te amo mais - Clarice Lispector “Não te amo mais. Estarei mentindo dizendo que Ainda te quero como sempre quis. Tenho certeza que Nada foi em vão. Sinto dentro de mim que Você não significa nada. Não poderia dizer jamais que Alimento um grande amor. Sinto cada vez mais que Já te esqueci! E jamais usarei a frase EU TE AMO! Sinto, mas tenho que dizer a verdade É tarde demais...”
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Este texto, de Clarice Lispector, tem um sentido quando lido de cima para baixo, e o contrário quando lido de baixo para cima. É como em nossas mentes... Eu falo de um jeito, você entende de outro.
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Viu ou sofreu algum tipo de violĂŞncia ou preconceito? Denuncie! Disque Direitos Humanos - 100 Central de Atendimento Ă Mulher - 180 Disque Igualdade Racial - 138 90 Revista F OK.indd 88
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A Revista F é uma publicação laboratorial produzida pelos alunos dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda do Centro Universitário Internacional (Uninter). Campus Tiradentes Chanceler: Wilson Picler Reitor: Benhur Gaio Diretor da Escola de Gestão, Comunicação e Negócios: Elton Schneider Coordenador do curso de Jornalismo: Guilherme Carvalho Coordenador do curso de Publicidade e Propaganda: Patrick Diener Professora responsável: Sionelly Leite Textos e imagens: Alunos de Fotografia, Fotojornalismo e Fotografia Publicitária Diagramação e projeto gráfico: Grafita – Daniel Yanonami e Jabes Venancio Endereço: Rua Saldanha Marinho, 131 80410-150 - Centro. Curitiba – Paraná Telefone: (41) 2102-3361 E-mail: nucleopontozero@gmail.com Facebook: facebook.com/frevista/ Site Portal da Comunicação: uninter.com portalcomunicacao/ Site Curso de Jornalismo: uninter.com/graduacao-presencial/ cursos/bacharelados/jornalismo
Site Curso de Publicidade: uninter.com/graduacao-presencial/ cursos/bacharelados/comunicacaosocial-publicidade-propaganda
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