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Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo/UCS edição 01 - 2018/12
Festival de Rua atrai 20 mil pessoas
O evento ocorreu no estacionamento da UCS, em frente ao Bloco T – Cetel. Crédito: Juli Hoff
Um jornalismo que funciona Página 2 Reduzem assaltos em Caxias do Sul nos primeiros meses de 2018 Página 2 Cidade pulsa com a arte nas ruas
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Esperança no futuro Após quatro anos de crise marcante para os caxienses, um incremento no comércios impulsiona Caxias do Sul de volta à ativa. A possibilidade de receber a rede Havan divide opiniões entre os caxienses, mas promete gerar novos empregos e movimentar o comércio da cidade. Na indústria, a Randon Veículos, anunciou que, em maio, fornece 177 retroescavadeiras a municípios gaúchos. Um dos maiores contratos de máquinas costurados pelo Estado e que soma R$ 28 milhões.
Um jornalismo que funciona Caroline Santi Pegoraro
Data nos leva a pensar acerca do fazer jornalístico contemporâneo, que se mostra em transformação
Enquanto isso, a Marcopolo anunciou a entrega de 18 ônibus rodoviários para a cooperativa de transporte Reina del Camino, do Equador. O volume confirma o potencial daquele país, para onde a Marcopolo exportou 70 ônibus em 2017. Certamente, os primeiros meses de Caxias do Sul em 2018 somaramconquistas, mas também perdas irreparáveis. A cidade sentiu a morte do empresário caxiense Raul Randon, que estava internado em São Paulo quando sofreu uma parada cardíaca. O falecimento do fundador do Grupo Randon, querido pela região, surpreendeu a população. Assim foi com a perda de Naiara Gomes, sete anos, desaparecida por mais de dez dias e encontrada sem vida pela polícia. A cidade ficou de luto, a comoção foi geral e levou a pedidos de mais segurança e paz. Agora, há a expectativa de que o caxiense retome sua esperança nos meses seguintes.
Textando Evaldo Antônio Kuyava Reitor Maria Carolina da Rosa Gulo Diretora Área de Conhecimento
Marcell bochese Coordenador do Curso de Jornalismo Marlene Branca Sólio Professora Caroline Santi Pegoraro Juli Hoff Maurício Carvalho Milton Gonçalves Alunos Universidade de Caxias do Sul - UCS Campus-Sede: Rua Francisco Getúlio Vargas, 1130 CEP 95070-560 - Caxias do Sul Fone: +55 54 3218-2100CEP 95xxx950 www.ucs.br Maurício, Caroline, Juli, e Milton
Se o dia 1º de abril é o Dia da Mentira, o dia sete (7) é daquele profissional que trabalha para que haja o conhecimento da verdade. A data foi uma decisão da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), como homenagem ao médico e jornalista Giovanni Battista Líbero Badaró, morto por inimigos políticos em 1830. Badaró era um oposicionista ao imperador D. Pedro I e foi o criador do Observatório Constitucional, jornal independente com foco em temas políticos até então censurados ou encobertos pelo imperador. O jornalista era defensor da liberdade de imprensa e morreu em virtude de suas denúncias e de sua ideologia, que contrariava os homens do poder. Essa data e figuras como Libero Badaró atentam para a continuação da luta
por direitos da profissão e pelo papel do jornalista no exercício de uma democracia plena. Para o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, Milton Simas, os jornalistas não são somente fundamentais para uma democracia plena: são essenciais. “Nós que defendemos a liberdade de expressão, de imprensa, somos integrantes da democracia. Mas de uma democracia plena, não de uma como a que estamos vivendo, em que há golpes e jornalistas sem diploma, sem formação”, completa. A obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão está, hoje, atrelada a todas as lutas mencionadas. A formação do profissional é fundamental para o jornalismo a serviço da verdade e para o exercício pleno da democracia.
Reduzem assaltos em Caxias do Sul nos primeiros meses de 2018 Maurício Carvalho
Em comparação com janeiro e fevereiro de 2017, os dois primeiros meses de 2018 tiveram menos homicídios, mas roubo a pedestres manteve-se estável. A redução percentual de roubo a veículos ficou 49,3%. No comércio o mesmo percentual ficou em 30,7% e o roubo a residência teve a maior queda, registrada em 71%. Já o arrombamento a casas e comércio registrou redução em 40%. Em janeiro e fevereiro de 2017, cerca de 26 pessoas morreram em consequência de homicídios, latrocínios e feminicídios. Já nos dois primeiros meses de 2018, apenas 18 casos foram registrados até o momento. O motivo da grande redução seria o ingresso de novos 40 policiais na
corporação de Caxias. A população também faz a sua parte, denunciando e cuidando dos bairros. Com a criação de grupos de vigilância em redes sociais, todos ficam alerta a qualquer movimentação suspeita. O roubo a pedestres se manteve estável em comparação a 2017. A redução foi de apenas 0,6%, 301 casos registrados contra 303 no período analisado. O único percentual que aumentou foi o de assalto em transporte coletivo, 8,6%. Isso se explica pelo fato de os veículos estarem em movimento e dispersos, o que dificulta a abordagem policial. TEXTANDO 2
Cidade pulsa com a arte nas ruas Juli Hoff
Cerca de 20 mil pessoas participaram de atividades artísticas entre os dias 17 e 25 de março
O FEST RUA aproximou artistas de diferentes regiões e transmitiu ao público a união latino-américa por meio da música. Crédito: Juli Hoff
A sétima edição do Festival Brasileiro de Música de Rua ofereceu shows, palestras e documentários à cidade. Nesta edição, em nove dias, Caxias do Sul recebeu 24 artistas das regiões Norte, Nordeste e Sul do Brasil, integrados a artistas chilenos, mexicanos e uruguaios. Com gêneros musicais variados, o Festival tem o propósito de formar público e ocupar o espaço comum, gerando acesso democratizado à arte. Ruas, comunidades, escolas públicas, entidades, instituições, praças e parques, protagonizaram contato direto com a cultura. Cristian Beltrán, artista chileno que apresentou “Taca-lhe Clown” – intervenção desenvolvida especialmente para o Festival de Música de Rua – afirma que o evento é crucial, pois faz parte da humanização do povo. “Além de importante, é necessário. O Festival gera retorno positivo do público. As pessoas se tranquilizam, param para assistir, conversam com os artistas depois da intervenção e mostram que gostaram”, ressalta Cristian. O Fest Rua percorreu a região central, inclusive paradas de ônibus movimentadas da cidade, como as estações Ópera e Dante. “Se sempre houvesse música para todos, nossa sociedade seria muito mais feliz e contente. Aqui tem pessoas de todas as classes e níveis, que estão ouvindo e prestando atenção”, afirma Simone Dutra, analista de
crédito que saia do trabalho e decidiu prestigiar a apresentação da Banda Avuô (PB), na estação Dante. Outra atividade do Festival foi a chamada “Incubadora da Música”, onde produtores, artistas, músicos, gestores culturais e interessados na área se reu niram para debater sobre a profissão. O workshop contou com a presença de Pena Schmidt, produtor musical, ex-executivo e diretor de gravadoras, que discutiu a cena musical com os presentes. Pela primeira vez, o Festival Brasileiro de Música de Rua firmou parceria com a Universidade de Caxias do Sul. Assim, intervenções musicais também foram realizadas em alguns blocos da institui ção, no “Volta às aulas UCS”. As apresentações foram bem recebidas pelos estudantes que participaram da descontração antes da aula. “É uma quebra total na rotina. A melhor coisa é parar, ouvir a música e prestar atenção em todos os detalhes à volta’’, afirma a estudante de Relações Públicas, Bárbara da Silva. A maior concentração de shows do evento foi realizada no fim de semana dos dias 24 e 25, no palco Fonema, também localizado na Universidade de Caxias do Sul. Foram 16 apresentações, reunidas em dois dias de muita música e revitalização da união latino-américa. O músico, compositor e humorista Hique Gomez, foi uma das atrações
da tarde de domingo (25). “O trabalho musical só é estabelecido a partir do contato com o público. No Festival, a cidade toda pulsa arte. A música é o valor da alma do povo e esse valor ninguém tira, é a forma que expressamos nossa coletividade”, destaca o músico. No evento do palco Fonema, o público também teve acesso a lojas, artesanatos e brechós locais. Imersos no compartilhamento da paixão pela música, os espectadores elogiaram a iniciativa
e diversidade do Festival. “Eu estou aproveitando muito. Sempre vejo os shows, acho ótima esta atitude de reunir tantos artistas diferentes no mesmo lugar”, apoiou Camila Dengo, cantora e professora de música. Por nove dias, Caxias do Sul foi ponto certeiro na comunhão da arte, que percorreu o espaço público e derrubou barreiras culturais, unindo diferentes países e pessoas por meio da música.
Em clima de compartilhamento, gaúchos não deixaram chimarrão de lado. Crédito: Juli Hoff
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Caxias vive a “maratona do impeachment” Milton Gonçalves
O prefeito Daniel Guerra (PRB) enfrentou o terceiro pedido de afastamento da prefeitura municipal de Caxias do Sul, protocolado na Câmara de Vereadores em dezembro
Ao que tudo indica, e pelo que vemos após um ano de mandato do Prefeito Daniel Guerra, a oposição não dará trégua. O primeiro pedido, rejeitado por unanimidade na Câmara, foi protocolado em 25 de agosto de 2017, e a razão seria o descumprimento de decisões judiciais referentes ao vice-prefeito, Ricardo Fabris. O segundo pedido, protocolado pelo próprio vice-prefeito, foi feito no dia 19 de setembro, e também foi rejeitado pelos parlamentares. O mais recente, chegou à Câmara de Vereadores em 11 de dezembro, e foi acolhido pelo legislativo, com 18 votos favoráveis e quatro contrários. Alguns pontos foram elencados como principais para acolhimento do pedido: 1. Descumprimento de ordem judicial: No caso das vagas na educação infantil; 2. Descumprimento de lei municipal: Em relação ao Financiarte; 3. Descumprimento de lei do Conselho municipal de saúde: Terceirização do PA 24h; 4. Descumprimento de lei do Conselho municipal de defesa do meio ambiente; 5. Descumprimento de lei do plano
municipal de gestão integrada de resíduos sólidos; 6. Descumprimento de lei no impedimento do funcionamento regular da Câmara; 7. Descumprimento de lei e de ordem judicial: No mandato do vice-prefeito. Na terça-feira, 10 de abril, ao final da tarde, em entrevista coletiva, a Comissão Processante concluiu pela improcedência das denúncias apresentadas contra o Prefeito Daniel Guerra (PRB). A conclusão deu-se em âmbito legislativo, porém, os integrantes da comissão decidiram que três dos sete itens elencados na denuncia, fossem encaminhados ao Ministério Público para avaliação sobre crimes de responsabilidade e (ou) infrações políticoadministrativas. O argumento é o suposto descumprimento de duas ações civis, uma relacionada à falta de disponibilidade de vagas na rede de Educação Infantil do município, e outra relacionada ao Financiarte. O terceiro argumento é o de usurpação de atos privativos do Legislativo, no que se refere ao caso da extinção do cargo de vice-prefeito.
A notificação do parecer final será repassada ao prefeito, bem como a data da sessão que julgará o relatório final. Ao que parece, o prefeito deverá manter a forma, pois esta maratona não deverá encerrar-se tão cedo.
Cidadãos opinam Se não teve o apoio garantido da maioria da Câmara, nas ruas a população parece estar contra o impeachment: “Acho que tanto os vereadores quanto o executivo deveriam entrar em acordo e buscar melhorias para a comunidade, ao invés de brigar. O impeachment vai ajudar em quê a cidade?” Leandro Tavares, 36, teleatendente “Os vereadores devem ficar ao lado da população, independente de partido político, e buscar auxiliar o Prefeito sempre que este estiver tentando fazer melhorias para a cidade.” Vanessa de Souza, 29, auxiliar administrativa “Nao sou morador de Caxias, mas
tenho ouvido falar sobre o caso. É um absurdo. Qualquer ação desse tipo deve ser repudiada. Deixem o prefeito trabalhar. Sem politicagem.” Nicolau Molina, 37, físico “A verdade é que o mandato do prefeito mal começou e já querem que acabe. Muitos ficaram incomodados em perder os cargos que tinham e querem recuperar de qualquer maneira.” Aline Almeida, 26, estudante “Não moro mais em Caxias, e não vi ele (prefeito) fazer nada até agora. Mas isso não é motivo pra que tirem o homem de lá. Se deixaram o Temer ficar, que fez um monte de falcatrua, por que não esse prefeito?” Norbenson Silveira, 43, administrador
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