.Voluntariando Jornal-Laboratório de Mídia Impressa – Universidade de Caxias do Sul – 2011
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INTERACT CLUB
Repensar a sociedade
Interact Club promove ações visando à melhoria da qualidade de vida O
“
100 vidas eu tivesse, 100 vidas eu daria”. Esse é o lema do Interact Club, um programa estruturado do Rotary que reúne jovens de 12 a 18 anos. A iniciativa, juntamente com o Rotaract – que reúne pessoas de 18 a 30 anos - presta auxílio aos carentes através de doações, promoção de eventos, palestras e outras atividades. Denise Jaskulski, 18 anos, é diretora do Protocolo e Imagem Pública do Interact Caxias, e desde seus 4 anos participa do Rotary. Ela destaca o projeto Interact pela troca consciente: transforme o lixo em leitura, realizado no mês de maio de 2009 na Praça Dante Alighieri em Caxias do Sul, que consiste na doação de lixo em troca de livros, com o intuito de incentivar a leitura e, ao mesmo tempo, despertar as pessoas para a reciclagem de materiais. O lixo arrecadado foi doado a famílias que trabalham em usinas de reciclagem. A criatividade e inovação do projeto lhe rendeu o Prêmio Nacional de Destaque. Para Denise, a maior alegria em ser voluntária é a percepção de que se está fazendo a diferença, ajudando pessoas que necessitam de um auxílio e, além disso, todo o aprendizado que se pode obter com as ações solidárias. Algo que merece destaque nas ações do Rotary é a preocupação em não apenas fazer uma doação e resolver o problema momentaneamente, mas pesquisar as causas e propor formas de solucioná-lo. Tentar literalmente mudar a vida das pessoas para sempre, reestruturar a sociedade. O objetivo do Interact Club Caxias é inovar, encontrando por meio de pesquisas, pessoas e entidades necessitadas ou bairros específicos, que não são beneficiados por outros projetos. As ações ligadas ao Rotary têm uma grande organização, com presidentes, governadores e toda uma hierarquia que garante, ao mesmo tempo, um trabalho
localizado, mas com visibilidade global. Todos os integrantes de iniciativas do Rotary são voluntários, e qualquer pessoa pode se engajar se for convidada por algum integrante. O Interact está presente em Caxias desde 2009. E, em pequenas e grandes ações durante esse tempo já mudou a vida de muitas pessoas, seja porque receberam os alimentos de que necessitavam, seja porque foram resolvidos problemas com seu saneamento básico, ou, simplesmente, porque tiveram um incentivo à leitura, um despertar para questões sociais e ambientais, pela conscientização. Esse é o Interact: um lugar onde os jovens podem expressar toda sua vontade e criatividade para mudar a realidade. Rotary pelo mundo: Rotarianos (acima de 30 anos): 1.217.098 pessoas em 212 países; Rotaractianos (de 18 a 30 anos): 189.336 pessoas em 170 países Interactianos (de 12 a 18 anos): 291.732 pessoas em 133 países Contato: denise_jaskulski@hotmail.com Divulgação
EXPEDIENTE REITOR: Isidoro Zorzi DIRETORA DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO: Marliva Vanti Gonçalves DOCENTE: Alessandra Rech PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Aline Pretto Marchioro, Charles Cavalli Segat, Evelyn Scapin, Fernanda Monte Mezzo Forest IMPRESSÃO: Gráfica da UCS PRODUÇÃO: Alunos de Mídia Impressa Segundo semestre de 2010 Alunos Coordenação/revisão/distribuição: Camila Ruzzarin, Gisele Viviane Moro, Luiz Henrique da Silva Batista. FOTOS: Daniela Luciane Gardini, Gerson Felippi Junior, Marceli Dutra da Silva. Diagramação: Aline Pretto Marchioro, Charles Cavalli Segat, Evelyn Scapin, Fernanda Monte Mezzo Forest. Capa: Milena Leal. TEXTOS: Ana Carolina Mosele Vivan, Carlos Geovane Lopes De Lima, Chaiane Valtrick Silveira, Diélen Fontana, Jocemar de Carvalho Zulian, Marcos Camargo, Marjory de Vargas, Mirna Messinger, Monique Frizzo Dallarosa, Robber Luis Gaiotto.
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EDITORIAL
Ajudar faz bem O Jornal Voluntariando, idealizado pelos alunos da disciplina de Mídia Impressa, tem como principal objetivo unir a prática jornalística ao estímulo ao trabalho social. As reportagens reunidas nesta publicação do Centro de Ciências Comunicação da UCS abordam diversas formas de felicidade alcançadas por quem faz da doação do tempo uma forma de esperança. Nesta edição, a Liga Feminina de Combate ao Câncer, o Lar da Velhice São Francisco de Assis, a Soama, a Fazenda Esperança e a Associação Gota D’água são alguns dos exemplos de entidades que contam com o voluntariado ou com doações para a promoção de suas atividades. Informações sobre como funciona o trabalho voluntário e sobre as diversas formas de ajudar fazem parte deste jornal, que pretende fazer da comunicação uma ferramenta para a construção do bem-estar social.
Jornal Voluntariando
LIGA FEMININA DE COMBATE AO CÂNCER
Coragem afetuosa Liga Feminina de Combate ao Câncer mescla glamour com muita disposição
A
Liga Feminina de Combate ao Câncer é mais conhecida pela sofisticação de seus eventos beneficentes, entre eles a escolha anual da Glamour Girl. Mas, o que poucas pessoas percebem é que por trás de todo esse luxo estão mulheres corajosas, que dedicam parte do seu tempo a ajudar adultos e crianças com câncer. Embora a Liga Feminina tenha apoio de grandes meios de comunicação, como rádio e televisão, nenhum valor arrecadado é gasto com divulgação de imagem. Todo o valor doado é destinado somente para atendimento e ajuda, sendo que qualquer pessoa pode contribuir, seja com valores em dinheiro, afeto, cestas básicas, etc. Além de enfrentar a doença auxiliando com remédios e apoio psicológico, as voluntárias preocupam-se em ajudar em outras necessidades desses pacientes, uma vez que muitos deles têm dificuldades financeiras mesmo para a alimentação e o vestuário. A presidente da Liga Feminina, Neira Maria de Lima Mello, que trabalha como psicóloga, comove-se todo dia com histórias, como a de um paciente que, desde os três anos de idade, foi acompanhado pela Liga em todo o processo de tratamento da leucemia. Recebeu desde remédios, cestas básicas e total
É só querer
assistência na cirurgia. Hoje, com 16 anos e curado, mantém um vínculo de carinho com as voluntárias, que não deixaram de acompanhar a sua trajetória. No âmbito assistencial, a Liga presta apoio à comunidade mediante visitas domiciliares e dois plantões de atendimento semanais, os quais são realizados no Hospital Geral, nas segundas e quartas-feiras, das 13h30min às 16h30min. Em cada um desses plantões são atendidos, em média, 15 pacientes portadores de câncer, os quais são encaminhados por médicos da Rede Pública de Saúde. Atualmente, são atendidos mais de 400 pacientes cadastrados, entre estes crianças e adolescentes, que recebem acompanhamento regularmente. O auxílio com medicamentos, exames, transporte e alimentação vem totalizando um valor aproximado de R$15 mil mensais. Dentro da Liga Feminina de Combate ao Câncer, há um departamento chamado Liga Jovem, composto atualmente por 30 voluntárias. Essas jovens reúnem-se aos sábados pela manhã e fazem visitas domiciliares às crianças portadoras de câncer. A Liga Jovem também realiza encontros festivos com as crianças e seus familiares, em datas especiais como Páscoa, Dia da Criança e Natal. Como ajudar: Site: www.ligafeminina-rs.com.br
Divulgação
LAR DA VELHICE SÃO FRANCISCO DE ASSIS
O Lar da Velhice conta com voluntários para distribuir alegria aos 70 internos
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ma simples conversa pode ser um serviço voluntário valioso para quem dá e para quem recebe. O Lar da Velhice São Francisco de Assis é uma entidade que atende um total de 70 idosos, a partir de 60 anos. Eles contam com o trabalho de diversas pessoas: nutricionistas, médicos, assistentes sociais – além daqueles que se dispõem ao voluntariado. Rejane Polidoro, assistente social da casa, destaca a necessidade de o voluntário ter iniciativa própria em suas atividades, que variam desde a organização de bingos e oficinas até visitas para conversar. A estudante Gislaine Magno, 16, faz parte desse grupo. Após um tempo de voluntariado em uma creche, procurou uma atividade diferente. Foi para o Lar apenas para conversar com os idosos, atividade da qual tira um belo aprendizado para sua vida: aproveitá-la da melhor maneira possível. “Sentar do lado deles para conversar, enfim, doar-se”, pensa a jovem. Com uma história um pouco diferente, a decoradora e acadêmica de Moda e Estilo e de Serviço Social Neusa Maria Teles, 50, começou com o trabalho voluntário ainda criança, por influência de sua mãe. Hoje, Neusa, com o apoio de amigas, criou um grupo de confecção de bonecas na instituição. “Se cada dez famílias na cidade aceitassem um idoso para cuidar, dando sua contribuição, quanto amor e carinho eles teriam?”, questiona. A voluntária conta que seu maior prazer é poder dar uma palavra amiga às pessoas. Sobre os idosos, o maior destaque é a sabedoria. Mesmo em situações debilitadas, eles conseguem distinguir acontecimentos e datas, como, por exemplo, o Dia das Mães, no qual foram distribuídos arranjos de flores às mães da casa. “O povo de Caxias é muito capitalista. Preocupa-se muito com o ter a melhor casa, o melhor carro e esquece às vezes de como será o futuro do próximo”, finaliza a voluntária.
Jornal Voluntariando
Como ajudar: O Lar aceita qualquer tipo de doação e apoio dos voluntários. Endereço: Rua Antônio Pieruccini, 85, B. Marechal Floriano Caxias do Sul - RS Fone: (54) 3225.1677 E-mail: contato@larsaofrancisco.com.br
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PATNA
Ajuda para se libertar do vício Patna conta com voluntários para atender 2 mil pessoas por mês
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om o lema “Nós o amamos, mas não aceitamos o que está fazendo de errado”, trabalhando a disciplina e a oração, a Patna é uma instituição filantrópica, que atende usuários de drogas e álcool e oferece apoio necessário aos
familiares. A instituição atende, atualmente, 2 mil pessoas por mês, entre dependentes e familiares. A maioria dos casos (mais de 95%) é de dependentes de crack.
Em sua sede no centro, a Patna desenvolve um forte
trabalho para a prevenção, com palestras estendidas a escolas e empresas. Também possui uma fazenda, onde funciona o programa de internato, apoiado no tripé espiritualidade, trabalho e disciplina. Os dependentes permanecem por cerca de nove meses, período em que têm a oportunidade de trabalhar com a terra, além de desenvolver atividades esportivas. Na fazenda, ex-dependentes ajudam os internos a se livrarem do vício que pode destruir suas vidas.
A Patna conta com um grupo de 60 voluntários, a
maioria ex-dependentes ou familiares, como Maria Ione Finardi,
ASSOCIAÇÃO GOTA D’ÁGUA
60 anos, voluntária na Patna há 17 anos. Ela chegou à instituição
acompanhando um conhecido que precisava de apoio. Gostou do trabalho e resolveu ajudar. Maria diz que o trabalho é muito gratificante, pois a fez sair da vida de dona de casa para ajudar pessoas que precisavam.
A voluntária afirma
que não conhecia muito do trabalho
voluntário, e não sabia que era capaz de ajudar tanto. Ela conta que não é um trabalho fácil, pois as drogas acabam com a vida das pessoas, e nem todos estão preparados para ajudar (a entrada deve ser feita pela Parceiros Voluntários – contato nessa edição, página 8). Ela ressalta também que é importante o trabalho com a família, pois seu apoio é fundamental na recuperação. Por ser uma entidade filantrópica, as vagas na fazenda são limitadas, e o trabalho voluntário tem grande importância. Mesmo tendo um bom número de voluntários, ainda são necessários mais, para ajuda nos grupos de família, na acolhida e nos grupos de oração. Como ajudar: Endereço: Rua Pinheiro Machado, 1000. Centro Fones: (54) 3222.0876
Gota D’água
Associação Gota D’Água promove a melhoria na qualidade de vida dos autistas
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e ter um filho com necessidades especiais já é complicado, imagine quando não se encontra lugar nenhum para o seu atendimento. Foi de uma situação como essa que surgiu a Gota D’Água. A associação beneficente é um centro de apoio ao autista, em função da característica peculiar dessa síndrome, que torna difícil a inclusão escolar e social. “Na época da fundação, há cerca de oito anos, um grupo de pais sentiu que era a ‘gota d’água’ quando nem escolas nem a Apae podiam abrir as portas”, afirma Eliziane de Barros, secretária da associação. Atuando, no papel há oito anos, a entidade possui 30 associados e quatro funcionários (não voluntários), que acreditam que, com tratamento adequado, o autista pode levar uma vida quase normal. “Com um professor por aluno, trabalhamos desde as habilidades de se vestir, comer e andar, até atividades do dia a dia, como limpeza”, conta Elisabeth Giordani, funcionária da entidade. A partir da autonomia estimulada, algumas das crianças atendidas vão para a Escola Municipal de Ensino Fundamental Especial Caminhos do Aprender, localizada no Vale dos Vinhedos, próxima à subprefeitura. A Gota D’Água enfrenta, entre outras dificuldades, a precariedade da sede provisória onde funciona atualmente. A nova sede da associação, doada pela Fiema, no Bairro São Bento, em Bento Gonçalves, está em ampliação. Em decorrência de atrasos na obra e falta de material, não há previsão de conclusão. O que é o autismo? O autismo é um distúrbio do desenvolvimento, que surge nos três primeiros anos de vida e atinge a comunicação, a interação social, a imaginação e o comportamento. É uma sindrome crônica, que não tem cura, mas possui tratamento. Os principais sintomas são: ausência de contato visual, resistência às mudanças, aparente surdez, uso inapropriado de objetos e dificuldade de compreensão e expressão.
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Como ajudar: Endereço: Rua São Paulo, 60 - Centro. Bento Gonçalves - RS Fone: (54) 3453.2581 E-mail: associacaogotadagua@yahoo.com.br
Jornal Voluntariando
FAZENDA ESPERANÇA
Tem saída Fazenda Esperança aposta na soma de esforços pela recuperação de dependentes
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stamos acostumados a relacionar drogas com juventude. Mas, crianças e mesmo idosos estão sujeitos a esse mal. Foi com base em dados alarmantes como esse que, há três anos, Farroupilha passou a contar com a Comunidade Terapêutica Fazenda Esperança, cuja finalidade é atender dependentes químicos. Com pouco recurso financeiro advindo da prefeitura e auxílios isolados da população, a necessidade de ajuda é sempre grande. Por lá já passaram em média 500 pessoas, sendo que, destas, aproximadamente 40% tiveram sucesso no tratamento e foram efetivamente curadas. Hoje, a clínica abriga 32 dependentes, sendo 80% usuários de crack. Mesmo com a capacidade de acolher 60 pessoas, a prioridade é a qualidade dos tratamentos, motivo pelo qual a equipe é bem treinada. A Fazenda, que se localiza na Linha São Miguel, foi criada por João Vanir Bonifácio, com sua esposa Janine. A iniciativa veio, segundo ele, ao perceber o grande número de dependentes químicos que havia na cidade e a ausência de uma clínica que pudesse atendê-los. Para isso, utilizou suas próprias terras tendo o objetivo, desde o princípio, de poder ajudar a todos, independentemente das condições financeiras ou da classe social. A ajuda da prefeitura é de R$ 25 mil por ano e se destina apenas para o pagamento dos profissionais, como: psicóloga, assistente social, enfermeira, consultor de dependência química e Agentes Comunitários em Substâncias Psicoativas (SPA). Consequentemente, os demais gastos são pagos apenas com contribuições em dinheiro e comida que a própria população e familiares dos internados fornecem. Dessa forma, qualquer tipo de ajuda é sempre bem-vinda, seja ela financeira ou braçal. No momento, não há voluntários externos fixos, pois a grande maioria começa, mas não dá continuidade devido ao despreparo psicológico para lidar com determinadas situações. Há apenas cinco voluntários, os quais são ex-dependentes. Destes, dois moram na própria comunidade. O tratamento realizado vai além de remédios e internato, passa por atividades com animais, trabalhos manuais, participação em cultos todas às sextas-feiras, etc. Isso contribui e acelera o processo de recuperação. Um tratamento com duração de nove meses já pode ser considerado bom. Porém, infelizmente, o índice de recaída ainda é muito alto. Por isso, Bonifácio destaca a importância da família nesse caso. Para ele, os problemas relacionados à dependência química estão intimamente ligados a algum tipo de desestrutura familiar. Segundo o proprietário, existem casos que a população nem imagina. Já foram recebidos no local uma criança de apenas oito anos e um senhor de 63, ambos dependentes químicos. A partir disso, é possível conhecer melhor a realidade e se conscientizar da importância de participar desse tipo de trabalho. A situação não é muito boa por lá, mas pode ficar se cada um fizer sua parte. Afinal, como diz a psicóloga da comunidade, Kellen Bottin, “é fundamental ter consciência de que mesmo não tendo um caso de adictos no ambiente familiar ou social, podemos sofrer consequências pelos demais casos”. Como ajudar: Localização: Rua São Miguel - s/nº Linha São Miguel Farroupilha - RS Fones: (54) 9946.2131 / 3259.1270
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HEMOCENTRO
Solidariedade com responsabilidade Mais de 8,3 mil pessoas doaram sangue no Hemocentro no ano passado
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voluntariado é uma ação social fundamental para a saúde pública. Entre as ajudas essenciais está a doação de sangue, que, em Caxias, é realizada no Hemocentro e no Banco de Sangue. Ana Paula Rombaldi, 47 anos, assistente social do Hemocentro Regional de Caxias do Sul, destaca a importância do voluntariado. “Após dar início ao trabalho no Hemocs e conhecer a importância da doação de sangue, entendi como as pessoas se disponibilizam sem esperar algo em troca, pelo simples fato de salvar vidas”. Só neste ano, o Hemocs recebeu 8.362 doadores voluntários, vindos não só de Caxias do Sul, mas também de outros municípios próximos. Maria da Glória Bauler, 46 anos, também assistente social do Hemocs, assim como Ana Paula vê a recuperação dos pacientes que utilizaram o sangue como “um recomeço de vida”. O Hemocentro Regional de Caxias do Sul (Hemocs) é um órgão público, gerenciado pela Secretaria Municipal da Saúde, em parceria com o Estado e a União. Foi implantado em 13 de dezembro de 1997, com a finalidade de descentralizar e desenvolver a política pública de sangue na região Nordeste do Estado do Rio Grande do Sul. O Hemocs atende a uma demanda de aproximadamente 1 milhão de habitantes de 48 municípios pertencentes à 5ª Região Sanitária, correspondendo a uma produção média de 1,2 mil unidades de hemocomponentes mensais, graças a doações como a de Sheila Marchetto Santos Teixeira, 43 anos. Doadora voluntária há 15 anos, Sheila afirma que está exercendo o que considera a maior lição “a missão de servir”. Nos 12 anos de funcionamento, o Hemocs atua na captação, coleta, no processamento e na distribuição do sangue aos leitos do SUS da região. São desenvolvidos vários projetos em parceria com os diversos municípios, entidades e segmentos sociais, como os projetos de Captação de Doadores Voluntários, Captação Hospitalar e Coletas Externas. Nesse processo de captação de hemocomponentes, é de imensa importância o comparecimento de doadores voluntários. Franscielle Girotto, 19 anos, estudante do curso de Serviço Social da UCS, diz: “Sei que posso ter contribuído para salvar uma vida, e a sensação de bem-estar é enorme para quem ajuda de uma forma tão simples.” Como ajudar: Hemocentro Regional de Caxias do Sul Rua Ernesto Alves, 2260 - Centro Fones: (54) 3290.4536 / 3290.4538
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Jornal Voluntariando
SOAMA
Amizade que vence barreiras Voluntária da Soama fala sobre dedicação e conquistas
Jornal Voluntariando
Fotos: Denise Bampi, Gisela Demoliner e Vinícius Rocha
Como ajudar: Soama - Central de Rações - Rua Marcílio Dias esquina com a Av. Independência, Bairro Exposição, atrás da Prefeitura. Fone 30255935. E-mail para adquirir o carnê de doações da entidade (R$15,00 mensais): soamasite@yahoo.com.br E-mail: soamasite@yahoo.com.br Twitter: www.twitter.com/soamacaxias
Foto: Denise Bampi
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necessidade de ajudar o próximo e a paixão por animais e pela natureza levou a diretora de marketing Natasha Oselami Valenti, 34 anos, a dedicar sua vida ao voluntariado. Atuando desde 2004 frente à Sociedade Amigos dos Animais (Soama), sua história se confunde com a da instituição. “Meu envolvimento vem desde quando minha mãe ajudou a fundar à Sociedade”, conta ela. Hoje, trabalha com a divulgação da marca e realiza palestras em várias escolas do município e região, apresentando-se como Protetora dos Animais. Desse tempo de dedicação e esforço, Natasha guarda muitas lembranças e traz em sua bagagem algumas conquistas. A principal delas diz respeito ao Centro de Controle de Zoonoses, que seria implantado na cidade. Os CCZ, como são conhecidos, são unidades de saúde pública que têm como atribuição prevenir e controlar as zoonoses, mediante sistemas de vigilância e praticam a eutanásia em animais, desde que realizada com métodos humanitários. “Lutei muito contra a vinda de um Centro de Zoonoses para Caxias. Essa foi uma luta da Soama e pessoal minha, que culminou no dia mais feliz da minha vida. Ajudei a criar uma lei estadual que proibia a morte de animais no meu estado!”. O Centro foi cancelado e, em seu lugar, a prefeitura criou um laboratório de controle das doenças. A Soama realiza hoje diversos eventos para arrecadar fundos, como o Brechó Chic-Cão e Adote um Focinho, além de vender os produtos oficiais em lojas. Segundo Natasha, a Soama precisa também de voluntários para esses eventos, bem como na chácara onde estão abrigados os animais. Pode-se também fazer doações de ração e remédios veterinários. “Mas as pessoas podem ajudar, principalmente, cuidando muito bem do seu animalzinho!” O trabalho voluntário nada mais é do que se dedicar ao próximo, sem esperar nada em troca. Há muitas maneiras de ajudar, basta escolher uma causa. E o que é preciso? Apenas um pouco de tempo livre e uma habilidade que possa ser desenvolvida. Mais do que ajudar, você estará mudando e salvando vidas. “Eu sou uma pessoa extremamente feliz porque eu sinto que faço minha parte e isso não tem preço. Quantos animais eu salvei, quantas pessoas eduquei ou inspirei... Para mim, fazer trabalho voluntário faz bem ao coração!”, conclui Natasha.
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PARCEIROS VOLUNTÁRIOS
Como começar Parceiros Voluntários oferece o caminho para ajudar as entidades
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rabalhar os valores internos faz despertar na pessoa seu verdadeiro valor, o que a torna mais ativa e socialmente transformadora do mundo ao seu redor. A importância do voluntariado desperta o nosso lado mais humano, todavia, muitas vezes, não se sabe por onde começar, talvez por falta de informação. Uma opção é procurar a Parceiros Voluntários, que foi criada em 1997, com o objetivo de mobilizar, articular, formar e estimular o voluntariado organizado. A entidade orienta as pessoas que têm interesse em iniciar um trabalho voluntário, indicando qual instituição é realmente séria e necessita de alguma atenção especial. Facilita, de forma profissional, esse caminho, auxiliando na escolha da instituição e qual será o trabalho a ser desenvolvido, explorando seus conhecimentos e a disponibilidade de tempo. A Parceiros apoia ainda as organizações da sociedade civil e escolas públicas com a mesma responsabilidade e qualificação, trabalhando aspectos de gestão, planejamento e conceitos de redes de colaboração. O primeiro passo é agendar uma Reunião de Conscientização. Nessa reunião, a pessoa recebe informações conceituais sobre o trabalho voluntário organizado e sobre responsabilidade social individual, auxiliando a escolher a área em que pretende atuar como voluntário. Toda pessoa com mais de 14 anos, que tenha vontade de disponibilizar seu tempo, conhecimento e emoção em prol de sua comunidade, pode se candidatar. O voluntário é inteiramente livre para escolher os dias e horários em que poderá estar na instituição e iniciar ou parar de voluntariar no momento em que julgar oportuno. Marieli Klein Diel, 21 anos, é estudante de Direito e voluntária há mais de um ano. Ela divide suas experiências: “Trabalho como voluntária no Centro Educativo Esperança, que está localizado no bairro Montes Claros e atende crianças com vulnerabilidade social.” O trabalho é realizado uma vez por mês, por meio de oficinas repletas de brincadeiras e histórias,
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nas quais a honestidade e a luta pelos sonhos é sempre instigada. “É muito gratificante sentir que a cada nova oficina as crianças sentem mais confiança na pessoa do voluntário e começam a contar suas histórias, muitas vezes tristes.” Segundo ela, o choque de realidade traz a certeza de que somos muito pequenos e que falta muito para o ser humano ser o que pensa que é. Enquanto existir uma criança sendo maltratada e sobrevivendo de forma desumana, não existe significado real para a tal racionalidade de que tantos ‘seres humanos’ se orgulham.” Uma das principais ações da Parceiros Voluntários é Tribos nas Trilhas da Cidadania – os jovens são incentivados a voluntariar, desenvolvendo ações sociais dentro das três trilhas sugeridas: Educação para a Paz, Meio Ambiente e Cultura. A Parceiros Voluntários conta com 333.241 voluntários engajados, em uma rede de 78 cidades no Estado. Cerca de 1,2 milhão de pessoas são beneficiadas diretamente em 2.752 Organizações da Sociedade Civil conveniadas. Em Caxias do Sul, ao todo, são 82 organizações conveniadas que atendem nas áreas de Educação, Saúde e Desenvolvimento Social. São elas que acolhem os mais de 2 mil voluntários que estão dispostos a contribuir com a comunidade. Como participar: CIC – Câmara da Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul Rua Ítalo Victor Bersani, 1134, Jardim América 95050-520 - Caxias do Sul - RS - Fone/Fax: 54 3218 8085 - E-mail: comunicacao@parceiros.org.br UCS – Universidade de Caxias do Sul Bloco F, sala 306 Rua Francisco Getúlio Vargas, 1130, Petrópolis 95070-560 - Caxias do Sul - RS - Fone: 54 3218 2100 - Ramal: 2870 E-mail: voluntarios@parceiros.org.br
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