Reintegracionismo lingüístico

Page 1

Reintegracionismo lingüístico: üí üístico: identidade e futuro para o galego

Há quanto que o movimento em def defesa dos direitos colectivos galegos reivindica um único espaço lingüístico galegoportuguês, de maneira semelhante a como funciona toda a diversidade das falas hispánicas, francófonas ou anglófonas? É o caso da Galiza e o seu conflito normativo único ou será que há mais casos na Europa e no mundo em que se confrontem visons isolacionistas face às reintegracionistas? É compatível a defesa da unidade da língua com a construçom de umha Naçom Galega soberana ou implica simplesmente adoptarmos a maneira como falam em Lisboa? Como poderiam as ideias reintegracionistas influir numha reorientaçom das políticas lingüísticas efectiva para a normalizaçom plena do nosso idioma? Qual é e qual deveria ser o papel da intelectualidade galega no conflito lingüístico? As páginas que se seguem querem contribuir para a formaçom dos leitores e leitoras da Voz Própria num aspecto de importáncia estratégica na consolidaçom de um sistema cultural e lingüístico que consolide a identidade e garanta o futuro da Galiza.

Nelas, dá-se resposta às perguntas anteriores e a outras muitas, combatese a desinformaçom e contestam-se os mitos difundidos polo oficialismo em relaçom à velha reivindicaçom galega de recuperarmos o idioma com o olhar posto no seu ámbito próprio: o dos países que em quatro continentes dérom ao galego carácter verdadeiramente oficial, convertendo-o num dos mais falados da Europa e do mundo. Começamos por oferecer umha visom histórica da presença das ideias reintegracionistas na história, que remonta, nas primeiras expressons conservadas, ao século XVIII, e acompanha o madurecimento das ideias da emancipaçom nacional galega até os nossos dias. A seguir, Valentim Rodrigues Fagim, autor do diferentes ensaios sociolingüísticos, explica diferentes contextos de conflito lingüístico no mundo, em que se tem verificado um debate como o que representa o do reintegracionismo e o isolacionismo na Galiza actual. Um artigo muito esclarecedor para percebermos que o conflito normativo nom é a nossa patologia exclusiva e tem soluçom. Além da definiçom das suas razons e

objectivos, o projecto normalizador precisa de fazer frente aos ataques feitos a partir de concepçons institucionais reducionistas quanto às aspiraçons da nossa naçom no ámbito cultural e lingüístico. É isso que se fai no texto que explica ‘o que nom é o reintegracionismo’. O artigo assinado por Maurício Castro apresenta algumhas propostas que, rompendo “a curta visom dos políticos e os normalizadores oficiais”, serviriam para reorientar de maneira significativa a política lingüística numha perspectiva ampla que abrisse novas perspectivas em lugar de continuarmos a teimar nas mesmas estratégias que já mostrárom o seu fracasso nas últimas décadas. Umha ampla entrevista com o escritor e director da revista Agália, Carlos Quiroga, completa este dossier, analisando aspectos de fundo referentes ao papel da intelectualidade na Galiza actual, a funçom do ensino em relaçom à normalizaçom lingüística e as alternativas para um campo literário galego que deve olhar para o espaço lusófono e contribuir para madurecer um sistema cultural independente do hoje promovido e subsidiado polas instituiçons espanholas e autonómicas.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.