Sementes de Esperança | Janeiro 2012

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Sementes de Esperança

Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

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Intenção de Oração do Santo Padre Intenção Geral Vítimas de desastres naturais Para que as vítimas dos desastres naturais recebam o conforto espritual e material necessário para reconstruir a sua vida.

Intenção Missionária COMPROMISSO DOS CRISTÃOS PELA PAZ Para que o compromisso dos cristãos em favor da paz seja ocasião para testemunhar o nome de Cristo a todos os homens de boa vontade.

Intenção Nacional Por todos os cristãos e todos os homens de boa vontade para que não desanimem perante as dificuldades da vida, porque o homem vale muito mais do que aquilo que possa possuir.

SEMENTES DE ESPERANÇA Folha Mensal de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre PROPRIEDADE Fundação AIS, Rua Prof. Orlando Ribeiro, 5 D, 1600-796 Lisboa CONTACTOS Tel.: 217 544 000, fundacao-ais@fundacao-ais.pt, www.fundacao-ais.pt REDACÇÃO P. José Jacinto Ferreira de Farias, scj, Maria de Fátima Silva, Alexandra Ferreira, Ana Vieira e Félix Lungu FOTOS © Fundação AIS; Mapas © GEOnext FONTES Vaticano. Relatório 2010 - Liberdade Religiosa no Mundo DISTRIBUIÇÃO Gratuita, mediante simples pedido PERIODICIDADE 11 Edições Anuais IMPRESSÃO Gráfica Artipol PAGINAÇÃO JSDesign

Por favor não deite fora esta Folha de Oração. Depois de a ler, partilhe-a com alguém ou coloque-a na sua paróquia.

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Reflectir

O espírito do Natal A propósito da ausência de iluminação na cidade de Lisboa, nesta época natalícia que ainda estamos a viver, escutei com atenção o desabafo de uma turista britânica, que se lamentava que na cidade se tivesse perdido o espírito do Natal, precisamente pela ausência da luz que é o símbolo desta quadra festiva. Já nas tradições pagãs da antiguidade, esta altura do ano, em que a noite parece que vence o dia, se proclamava, com grandes celebrações, a esperança da vitória da luz sobre as trevas, com a festa do Sol Invictus no solstício do Inverno. No momento em que as trevas parece que vencem a luz, começa aí a sua derrota, pois a partir desse momento o sol recomeça o movimento que o levará ao pleno esplendor do triunfo da luz no solstício de verão. No fundo é o combate entre a luz e as trevas que assinala o movimento do universo. No séc. IV, quando se dá o triunfo do cristianismo sobre o paganismo em decadência que conduziu à ruína do império romano, os Padres da Igreja organizaram o calendário litúrgico, que

combina o ritmo do tempo, centrado na celebração pascal, com o ritmo cósmico do movimento de translação da terra em torno do sol. E foi assim que o Natal do Senhor foi colocado no solstício do Inverno, pois Cristo é a luz que ilumina todo o homem que vem a este mundo, o Sol Invictus, presente na simplicidade do presépio, na gruta de Belém. Mais tarde, com S. Francisco de Assis, o presépio transformou-se no símbolo desta época natalícia, que é então a verdadeira festa das luzes, da estrela de Belém e do bruxulear hesitante das velas que iluminam e aquecem o Menino nos nossos presépios. O nosso espírito do Natal é este: em Belém os anjos anunciaram aos Pastores que no Menino que acabava de nascer brilhava a esperança para o mundo, anunciada aos pobres e aos simples de coração: glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade! Os responsáveis pela cidade deixaram-na às escuras nesta quadra, alegadamente por causa da crise, o

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Reflectir

O espírito do Natal

que significa que nada tinham para lhe oferecer como sinal de esperança. Estiveram muito preocupados com a poupança, que neste contexto lembra mais o rico avarento do que o pobre que é capaz de partilhar do pouco ou do nada que tem. Esta crise foi provocada pelos ricos e são os mais pobres que a têm de sentir na própria pele!... Mas mesmo sem luzes o espírito do Natal manteve-se bem vivo na cidade, na solidariedade que por toda a parte tem surgido a partir da Igreja, das organizações de solidariedade social, que poupam para partilhar; esse espírito de Natal esteve presente nos presépios da cidade e no movimento de oração que espontaneamente nas ruas se organizou; na enorme estrela de velas na Praça do Comércio, velas de partilha e de esperança. Estas estrelas iluminaram bem a cidade! Ela não esteve às escuras nesta quadra!

aquela esperança que brota da confiança, como a sentinela que aguarda pela aurora (Sl 130,6). O Papa centra a sua mensagem na educação para a justiça e para a paz, como tarefa que todos os cidadãos devem assumir, não só em relação aos jovens, mas a todos, porque todos, seja qual for a sua condição, são chamados a colaborar para que, mesmo em tempos de crise e de desolação, possa acreditar-se na vitória da luz que brilha sobre as trevas. O espírito do Natal cristão é a firme esperança desta vitória, que o mundo é de todo incapaz de entender. P. José Jacinto Ferreira de Farias, scj Assistente Eclesiástico da Fundação AIS

Bento XVI, na sua mensagem para a jornada mundial da Paz, apela a que olhemos para este novo ano, o ano da graça de 2012, com esperança, com 4 FO Jan12 30dez11.indd 4

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A Igreja na primavera árabe Síria 2 milhões de cristãos da população Siríacos, greco-melequitas, maronitas,caldeus, arménios.

Jordânia

Líbano

Irão

10 %

350 mil cristãos da população Dos quais 120 mil católicos maronitas, greco-melequitas, caldeus e latinos.

6%

135 mil cristãos da população Dos quais 20 mil católicos, essencialmente caldeus.

1,5 milhões de cristãos da população Dos quais 1 milhão de católicos principalmente maronitas, greco-melequitas, siríacos, arménios.

0,3 %

37 %

Iraque

Israel / Palestina 150 mil cristãos da população Principalmente latinos e greco-melequitas.

2%

600 mil cristãos da população Dos quais 400 mil católicos caldeus e siríacos.

3% Líbia

Egipto

250 mil cristãos da população Sobretudo devido a emigração cristã, dos quais 100 mil católicos.

8 a 10 milhões de cristãos da população Dos quais 225 mil católicos coptas.

1,75 %

10 %

O TEMPO DAS INCERTEZAS Seis meses depois da vaga de revoltas que submergiu o mundo arábicomuçulmano e fez cair três regimes autoritários (Egipto, Tunísia e Líbia) a euforia das primeiras semanas dissipou-se. É a hora da mudança. Como vivem os cristãos do Oriente a “primavera árabe”? Em que estado de espírito esperam eles, hoje, as reformas que devem garantir a sua segurança? A “primavera árabe” terminou? A promessa da longa noite e dos amanhãs que cantam deram, pouco a pouco, lugar à nebulosa das pequenas manhãs de incerteza, de desencorajamento e,

até mesmo, de desinteresse. Por toda a parte, as mudanças anunciam-se lentas e dolorosas, como já se pode constatar no Egipto e na Tunísia, onde a euforia das primeiras semanas de liberdade absoluta se dissipou rapidamente e as imagens de fraternidade na praça Tahrir se desvaneceram. No Iémen, o presidente Ali Abdallah Saleh, em convalescença na Arábia Saudita há três meses, espera. Tal como o sírio Bachar Al-Assad, alvo duma contestação que resistiu, desde 15 de Março, a uma repressão bem mais feroz do que a que se tinha manifestado um mês antes na Líbia.

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A Igreja na primavera árabe Depois dos entusiasmos do princípio do ano, serão de esperar, sem dúvida, os fracassos eleitorais tunisinos (em Outubro), seguidos dos egípcios (que ainda não foram afixados) e depois, talvez, na Líbia ou no Iémen, se o presidente Saleh tomar as rédeas para poder acautelar o surgimento de sociedades civis capazes de preencher os espaços políticos deixados vazios pelos regimes destituídos. E, com elas, as reformas que os cristãos esperam com uma esperança mesclada de inquietação.

havia uma comunhão de intenções, parece que os partidos mais integristas prevalecem em detrimento da minoria cristã”, analisa o sacerdote franciscano. Faz-se a mesma constatação no Egipto: “Nas primeiras semanas que se seguiram à revolução, muitas coisas mudaram”, explica o Cardeal Antonios Naguib, Patriarca de Alexandria dos coptas católicos. “Depois, os ataques e os actos de violência contra os cristãos e contra as igrejas recomeçaram”.

Porque, para os cristãos do Oriente, esta Primavera não pode transformarse num Inverno. Longe de partilhar o entusiasmo unânime dos ocidentais face a uma perspectiva de democratização dos países da região, os cristãos seguem, com angústia, os acontecimentos e não conseguem esconder as suas inquietações. “Os cristãos viveram estas revoluções com uma grande esperança, nomeadamente no Egipto, explica o P. Pierbattista Pizzaballa, custódio da Terra Santa. Mas, hoje, há uma grande incerteza e um grande medo. Depois de uma fase de euforia, em que

Para que este tempo de mudança e incerteza nos países árabes seja orientado para a paz, a prosperidade e a esperança, nós Te pedimos Senhor!

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Oração:

POVOS EM MOVIMENTO Todavia, tudo tinha começado muito bem. Os cristãos tomaram, de corpo e alma, parte activa neste movimento popular pedindo mais democracia, liberdade, dignidade e o fim da corrupção. “Estes movimentos nasceram, mais ou menos, de maneira espontânea. Foi uma reacção em massa do povo com

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uma maioria de jovens e sem partidos políticos ou grupos organizados” analisa o P. Samir Khalil Samir, jesuíta originário do Egipto, professor de teologia e de islamologia na Universidade Pontifícia Oriental. Movimentos estes dirigidos, unanimemente, contra regimes instalados há décadas: na Tunísia e no Iémen (21 anos), no Egipto (30 anos), na Líbia (42 anos), etc. “Povos inteiros puseram-se em marcha e não há um movimento cristão propriamente dito”, insiste, então, Joseph Yacoub, professor no Instituto dos direitos do Homem na Universidade Católica de Lyon.

partida do presidente Ben Ali. O mesmo se passou na Líbia, no Bahrein ou no Iémen, onde os cristãos, em pequeno número e essencialmente trabalhadores emigrados, não desempenharam um papel de relevo nas manifestações. Mas para D. Maroun Lahham, Arcebispo de Tunis, “há uma leitura teológica destes acontecimentos. Quero ver nisso um sinal dos tempos”, prosseguiu. “Os gritos dos tunisinos estão em ressonância directa com os valores cristãos e evangélicos: a fraternidade, a liberdade e a dignidade da pessoa humana, etc.”.

Podemos, no entanto, interrogar-nos sobre o modo como os cristãos se comprometeram, enquanto tal, nesta “primavera árabe” na Tunísia, no Egipto, na Síria, na Líbia, no Iémen ou no Bahrein. As situações variam, com toda a evidência, de um país para o outro.

Senhor, nós Te confiamos o povo da Tunísia. Envia sobre eles o Teu Espírito Santo, para que os ventos de transformação e mudança soprem pela força do Espírito!

TUNÍSIA Na Tunísia, a pequena comunidade cristã (0,5 % da população), principalmente composta por estrangeiros, assistiu, sem participar, às manifestações populares que acabaram com a

Oração:

EGIPTO Para o Egipto, o cenário é outro. Com 8 milhões de cristãos, o país é o peso pesado da região e de todo o Médio Oriente. Prioritariamente ortodoxa-copta, a minoria cristã representa 10% da população. Participou no emergir dum novo discurso político com base no

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A Igreja na primavera árabe povo soberano, manifestando-se durante semanas na praça Tahrir com o mesmo ardor que os muçulmanos. Apesar da oposição do Papa ortodoxo-copta, Chenouda III, que apoiou oficialmente Hosni Moubarak até à sua destituição, eram numerosos os fiéis que desejavam uma mudança de regime. “É verdade que o antigo chefe de Estado tinha uma política ambígua relativamente aos Irmãos muçulmanos” (movimento nascido no Egipto em 1928 antes de se espalhar para outros países árabes), explica Annie Laurent, jornalista, especialista em assuntos do Médio Oriente. “Eram ilegais mas tolerados, e, por isso, os actos de violência anti-coptas, muito frequentes nestes últimos anos, ficavam sempre impunes.” O mesmo constata o P. Henri Boulad, director do Centro Cultural Jesuíta de Alexandria que vê neste movimento uma aspiração à “modernidade” e não se cansa de encorajar os cristãos a comprometerem-se: “Devem apoiar estas revoluções que caminham no sentido dum Estado laico e que abrem as portas a uma escolha livre. Ponhamos 8 FO Jan12 30dez11.indd 8

um ponto final à influência do religioso na sociedade”. Oração: Senhor, nós Te pedimos pelo grande povo do Egipto, para que as pessoas encontrem o caminho da tolerância, da convivência e do respeito mútuo pelas diferenças dos outros! SÍRIA Na Síria, as questões que se põem aos dois milhões de cristãos (10 % da população) são ainda mais cruciais. Como nos outros lugares, no início a revolta não era confessional, mas para lá caminha, num contexto de luta entre a minoria alauíta no poder e a maioria sunita. Aí, os cristãos beneficiam duma liberdade de culto total e são relativamente protegidos pelo regime que se apoiou sobre as minorias para estabelecer o seu poder. “Neste contexto, os cristãos estão completamente em pânico”, analisa Annie Laurent. “Se o regime de Bachar Al-Assad caísse, os cristãos tornar-se-iam alvos aos olhos dos sunitas, acusados de terem sido cúmplices do regime de Bachar.”

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Alguns muçulmanos fanatizados já não receiam manifestar abertamente a sua antipatia visceral pelos cristãos: “Preparem-se, o fim está próximo”, ouve-se nas manifestações, segundo testemunhas locais ou ainda estes slogans ouvidos em Homs: “Alauítas ao túmulo e cristãos a Beirute”. Os riscos para os cristãos da Síria seriam grandes se a queda do regime descambasse num caos idêntico ao do Iraque ou num regime fundado sobre a sharia, tal como os dos países do Golfo. Oração: Senhor, protege os cristãos da Síria e todas as pessoas de boa vontade que lutam pela liberdade e anseiam por um futuro melhor!

Alguns meses apenas depois do começo destas revoluções por todo o lado, a História hesita… E, desde já, impõe-se um primeiro balanço: para os cristãos a situação não mudou. Entre contenção e discriminação, as promessas da “primavera árabe” ainda não chegaram.

Será que os cristãos têm motivo para estarem inquietos? Sem dúvida. A situação está longe de estar estabilizada. Desde o dia 8 de Março, no Cairo, na sequência do incêndio de uma igreja, tiveram lugar confrontos violentos entre coptas e muçulmanos que redundaram em 10 mortos e centenas de feridos, na maioria cristãos. E o primeiro motivo de inquietação é, certamente, o perigo islâmico encarnado, em particular, pelos Irmãos muçulmanos. Para o P. Henri Boulad, o perigo de ver chegar os islamitas ao poder no Egipto é “muito sério”, tão profundo é o seu enraizamento na sociedade e poderosa a sua organização. Para o sacerdote egípcio, “a passagem pelo Islamismo é incontornável no mundo árabe”. Segundo ele, uma transição inevitável para a democratização, porque os jovens revolucionários não aspiram a este modelo de sociedade fundada sobre a religião. No entanto, a semente de intolerância religiosa alimentada no antigo regime é bem real. Mas, enquanto se espera, a inquietação cresce, atenuada pelas declarações dos patriarcas cristãos que exortam

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A Igreja na primavera árabe os dirigentes do mundo à prudência. Deste modo, Gregorios III, Patriarca de Antioquia dos católicos greco-melquitas, dá o alarme e sublinha a fragilização extrema da situação dos cristãos do Oriente face às crises e às revoluções sangrentas no mundo árabe. Na carta dirigida aos principais chefes de Estado da Europa e da América, a 4 de Maio de 2011, o Patriarca de Antioquia pede aos ocidentais para “não encorajarem as revoluções se ainda quiserem cristãos na Terra Santa, no Líbano, na Síria, na Jordânia, no Iraque, no Egipto e nos países do Golfo”. O Cardeal Antonios Naguib, Patriarca de Alexandria dos coptas católicos, exprimiu, também ele, as suas inquietações ao ver a revolução ser apropriada pelos islamitas: “A sua presença será forte no próximo Parlamento”, diz. “Mas, se chegarem

Esta vaga de mudanças no mundo árabe levou a que se falasse de “primavera árabe”. Na realidade, trata-se de países bem diferentes e os jogos de mudança em curso não são os mesmos. Estaremos a assistir ao emergir doloroso, mas real, de sociedades mais democráticas em que os direitos dos cidadãos serão mais respeitados que no passado? É possível, mas não é um dado adquirido. “Penso que estas revoluções vão durar vários anos”, analisa Annie Laurent. “É preciso ser paciente e prudente”. E, sobretudo, ter esperança. Oração: Para que a “primavera árabe” faça desabrochar a flor da tolerância para com os cristãos e estes possam colher o fruto da liberdade religiosa, Senhor nós Te pedimos!

ao poder, há o receio de que imponham o modelo dum Estado religioso islâmico”. Por todo o lado a mesma constatação: a esperança de que tudo pode mudar existe, mas é aconselhável a prudência. 10 FO Jan12 30dez11.indd 10

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Orar

Oração de S. Clemente Senhor, creio em Vós, fazei que creia com mais firmeza; espero em Vós, fazei que espere com mais confiança; amo-vos, aumentai o meu amor; arrependo-me, avivai a minha dor. Adoro-Vos como primeiro princípio; desejo-Vos como último fim; exalto-Vos como benfeitor perpétuo; invoco-Vos como defensor propício. Dirigi-me com a vossa sabedoria; atai-me com a vossa justiça; consolai-me com a vossa clemência; protegei-me com o vosso poder. Ofereço-vos os meus pensamentos, para que se dirijam a Vós; as minhas palavras, para que falem de Vós; as minhas obras, para que sejam vossas; as minhas contrariedades, para que as aceite por Vós. Quero o que quereis, quero porque o quereis, quero como o quereis, quero enquanto o quiserdes. Senhor, peço-Vos que ilumineis a minha mente, inflameis a minha vontade, limpeis o meu coração, santifiqueis a minha alma. Que me afaste das faltas passadas; rejeite as tentações futuras; corrija as más inclinações; pratique as virtudes necessárias.

Concedei-me, Deus de bondade, amor por Vós; zelo pelo próximo; desprezo pelo mundano. Que saiba obedecer aos superiores, ajudar os inferiores, acolher os amigos, perdoar os inimigos. Que vença a sensualidade com a mortificação, a avareza com a generosidade, a ira com a bondade, a tibieza com a piedade. Fazei-me prudente nos conselhos, constante nos perigos, paciente nas contrariedades, humilde na prosperidade. Que procure ter inocência interior, modéstia exterior, conversa exemplar, vida ordenada. Que lute para dominar a minha natureza, fomentar a graça, servir a vossa lei e obter a salvação. Que aprenda de Vós como é pouco o terreno, como é grande o divino, como é breve o tempo, como é duradouro o eterno. Fazei-me preparar a morte, temer o juízo, evitar o inferno e alcançar o paraíso. Por Cristo Nosso Senhor. Ámen.

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TUNÍSIA

Projectos Internacionais

Renovação da hospedaria dos Missionários de África em La Marsa

Desde há meses, a comunicação social tem vindo a informar sobre as revoluções designadas por ”primavera árabe” que entraram para a História dos países árabes. Estas revoluções tiveram início com agitações em massa da população maioritariamente jovem no grande centro turístico da Tunísia. Manifestações e protestos contra o Governo autocrático e corrupto no país provocaram a fuga, em 14 de Janeiro de 2011, do presidente Ben Ali e a dissolução do Parlamento. Desde Novembro de 2011, existe um Governo de transição sob a liderança de Hamadi Jebali, Mustapha Ben Jaafar e Moncef Marzouki.

Neste país de maioria muçulmana, os católicos formam uma minoria (99,5 % dos dois milhões de habitantes são muçulmanos). Neste país, vivem 30.000 cristãos (0,2 %), entre eles 25.000 católicos. D. Maroun Lahham, o Arcebispo de Tunis, acredita que a Igreja Católica deve posicionar-se com clareza, exactamente porque representa uma minoria. À nossa Fundação AIS disse o seguinte: ”A geração jovem não aceita governos violentos, nem a Igreja pode viver de costas viradas para os outros. Não pode esconder-se e ficar para trás dos acontecimentos históricos – há que evoluir.”

Os Padres Brancos1 contribuem para o desenvolvimento dos tunisinos desde a sua fundação no século XIX , tendo como regra construir uma Igreja que esteja integrada na cultura nativa. Eles próprios se adequam na língua e no vestuário ao seu país de adopção. Em Tunis, a capital, onde vive a maior parte dos cristãos, 18 padres brancos são responsáveis não apenas por duas bibliotecas e um centro para jovens, mas também por quatro das seis paróquias. 12

1 Os irmãos, também chamados ”Sociedade dos Missionários de África” ou ”Padres Brancos”, actuam em 20 países de África. Além disso, possuem casas na Europa, EUA, Canadá, México, Brasil, Índia e Filipinas.

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La Marsa, situada na parte norte da cidade, é uma delas. No extenso terreno da paróquia, além da igreja, salas de catequese e residência paroquial, existe um alojamento para os frequentes visitantes. A paróquia é um verdadeiro local de encontro: além dos Padres Brancos, também outras ordens religiosas e leigos fazem os seus retiros. Próximo da paróquia encontra-se o único convento da diocese. Este convento é centro de contacto para peregrinos de toda a África setentrional. Cada vez mais pessoas e grupos pedem alojamento aos Padres Brancos. A sua hospedaria só consegue disponibilizar alguns quartos.

Entretanto, as ordens religiosas da Argélia realizam as suas assembleias em Tunis, pois é ”cada vez mais complicado para os tunisinos obter um visto de viagem”, informa Frei Simon Gornah, o responsável dos Padres Brancos na Tunísia.

Projectos Internacionais

ARGÉLIA

Renovação da Catedral de Orã As fotografias falam por si. A catedral ergue-se com graciosidade nos seus 400 metros de altura em direcção ao céu. Arcadas de elegância singela rodeiam o amplo adro. Uma imagem de Nossa Senhora coroa a esbelta torre. Do alto, as pequenas e grandes preocupações perdem a sua importância. O olhar estende-se sobre o porto em baixo, seguindo depois para o mar – acima de nós só se encontra o céu: Deus está próximo. Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

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ARGÉLIA

Projectos Internacionais A catedral junto ao Forte de Santa Cruz na cidade costeira de Orã diferencia-se na sua arquitectura das igrejas cristãs europeias. Numerosos arcos redondos, inclusive no interior do edifício, fazem lembrar ao mesmo tempo uma sinagoga e uma mesquita. É uma obra-prima de construção universal, perfeitamente adequada a lugar de oração, aberta a quantos oram de coração sincero, qualquer que seja a sua religião.

Nestes meses, em que o mundo árabe é sacudido por manifestações e quedas de governos, a catedral oferece um ponto de tranquilidade. Na Argélia, foram abafadas revoltas esporádicas logo à nascença, mas também aqui é possível vir a ocorrer um golpe de estado. Pelo contrário, nesta montanha elevada acima da costa reina uma atmosfera de paz. Neste local, ora-se. Muitos peregrinos – muçulmanos e cristãos – reúnem-se na catedral para a oração ou participam nos eventos interculturais. Estes diálogos inter-religiosos são de um valor inestimável. A Argélia é maioritariamente muçulmana (98 %). Os cristãos formam apenas uma pequena minoria de 0,2 %. Os membros das Igrejas cristãs são discriminados pelo Estado. Por isso, os sacerdotes, as religiosas e os religiosos têm

”extrema dificuldade na aquisição de vistos”, o que ”requer muito dinheiro e esforço”, assim afirmou D. Alphonse Georger, Bispo de Orã. Ele próprio vê estes problemas quotidianos como uma forma de dar testemunho. ”Neste tempo difícil na nossa região, este lugar de oração é um sinal de esperança, um local de diálogo inter-religioso e de hospitalidade cultural para coptas ortodoxos, para emigrantes protestantes dos países subsaarianos e muçulmanos”, acrescenta o bispo, que pede à Fundação AIS apoio para as necessárias renovações na catedral. Têm de ser instalados equipamentos eléctricos, têm de ser realizados trabalhos de pintura e substituição de janelas velhas. Além disso, entra água no edifício. A crescente humidade afecta as paredes da basílica.

A Igreja da Argélia é pobre. Faltam-lhe meios para restaurar por conta própria este oásis de paz. Por isso, o Bispo D. Georger está confiante de que os benfeitores da Fundação AIS não vão deixar desamparado o pequeno grupo de cristãos da Argélia.

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As minhas intenções de oração. Diariamente, os colaboradores da Fundação AIS rezam pelos cristãos que sofrem e pelas intenções dos benfeitores e amigos da AIS. Deixe aqui as suas intenções de oração:

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