b i l h e t e s j á à v e n da / w w w. cc b . pt
Dias da Música em belém´16
Uma viagem pelo mundo da música e pelas músicas do mundo.
A viagem de Phileas Fogg, tal como descrita e imaginada em 1873 por Júlio Verne no épico A Volta Ao Mundo em 80 Dias, teve o seu ponto de partida em Londres. Daí segue para o porto de Suez, no Egito, partindo depois para a Índia, viajando entre Bombaim e Calcutá. Passados 36 dias desde que partiu da capital inglesa, Fogg chega ao Extremo Oriente e assenta arraiais em Hong Kong, para de seguida partir para Yokohama, no Japão, e daí viajar para o “Novo Mundo” que era a América, onde conhece as cidades de São Francisco e Nova Iorque, até regressar uma vez mais a Inglaterra, chegando primeiro a Liverpool e, depois, a Londres, que o viu partir 80 dias antes. Foi uma aposta no jogo que levou Phileas Fogg a embarcar nessa volta ao mundo em 80 dias, ao lado do seu fiel ajudante Passepartout, mas o que acabou por resultar daí foi uma viagem épica, de descobertas que vão muito além de culturas e mundos até então desconhecidos, e esse é também o mote da edição deste ano dos Dias da Música em Belém, que propõe uma viagem à volta do mundo em 80 concertos. Mas nos próximos dias 22, 23 e 24 de abril prepare-se para seguir por caminhos ainda mais estimulantes e desafiantes pelas várias salas do Centro Cultural de Belém. Se Phileas Fogg iniciou a sua aventura em Londres, nos Dias da Música em Belém, a viagem começa em França, mas com os olhos (ou os ouvidos) postos em Espanha. No Concerto de Abertura (A1) a Orquestra Sinfónica Metropolitana e o pianista Josep Colom, dirigidos pelo maestro Pedro Amaral, iniciam esta volta ao mundo em 80 concertos com Iberia, peça que integra a obra orquestral Images, de Claude Debussy, e na qual o compositor francês idealiza um certo exotismo espanhol após uma curta viagem por San Sebastián. Este é o início proposto para a viagem deste ano dos Dias da Música em Belém, mas os percursos que a partir daqui se podem traçar são infindáveis. A partir desta Espanha idealizada podemos viajar até ao norte da Europa, acompanhados pela Jovem Orquestra Portuguesa, dirigida pelo maestro Pedro Carneiro (B2), mais concretamente até à Islândia, país de onde só ocasionalmente descobrimos nova música. Aí podemos experienciar, musicalmente, a imprevisível explosão geotérmica de um géiser (nascente eruptiva no vale de Haukadalur), através de Geysir, obra composta pelo pianista e maestro islandês Jón Leifs.
A Volta Ao Mundo em 80 Concertos Foi uma aposta no jogo que levou Phileas Fogg a embarcar nessa volta ao mundo em 80 dias, ao lado do seu fiel ajudante Passepartout, mas o que acabou por resultar daí foi uma viagem épica, de descobertas que vão muito além de culturas e mundos até então desconhecidos, e esse é também o mote da edição deste ano dos Dias da Música em Belém, que propõe uma viagem à volta do mundo em 80 concertos.
informa ç õ es gerais preço dos bilhetes • Grande Auditório (Concerto de abertura e de encerramento) 11€ / Galerias 6€ • Grande Auditório 9,50€ / Galerias 6€ • Pequeno Auditório / Sala Sophia de Mello Breyner / Sala Almada Negreiros / Sala Fernando Pessoa e Sala Luís de Freitas Branco 7,50€ • Sala Amália Rodrigues 6€ • filme/concerto pré-inaugural (indielisboa) 5€ • Concerto E1 (sexta-feira) 4€ • Sala Júlio Verne 4€ • Bilhete de Recinto 4€ Não há descontos. Não se aceitam reservas de bilhetes. Compre os seus bilhetes nos locais habituais ou em www.ccb.pt (bilheteira ticketline)
Horários CCB / Recinto Dias da Música Nos dias 23 e 24 abril só será permitida a entrada no recinto Dias da Música em Belém ao público portador de bilhete para um dos concertos ou bilhete de recinto do respetivo dia. Sexta-feira abertura das portas do Grande Auditório > 1h antes do Concerto (A1) / Sábado e Domingo > abertura do recinto às 12h
Numeração dos concertos
E porque o mundo, e a música, são feitos de diferenças, porque não partir da Islândia para o Médio Oriente, acompanhados pelo Duo Amal (B18; C19), dupla de pianistas que propõe no CCB uma parceria israelo-palestiniana e que é também uma descoberta individual e pela comunhão dos povos. Neste dia, sábado, podemos terminar a viagem com essa figura central da mais profunda música norte-americana que é o guitarrista James “Blood” Ulmer (B30; C25), que se encontra a celebrar 75 anos de vida abarcando todos os idiomas musicais da diáspora afro-americana. Porque um concerto de James “Blood” Ulmer vai muito além do jazz ou dos blues, é como uma peregrinação pelo que de mais essencial existe na condição humana. Depois da América pode-se iniciar uma nova viagem em Goa, com o trio PortuGoesas (C18). Em Goa a descoberta também é a da história portuguesa, ou não tivessem os portugueses ocupado este território durante mais de 400 anos, o que deixou marcas que ainda continuam visíveis, nas pessoas, nos costumes e na própria paisagem. A diáspora portuguesa também chega ao Brasil, país no qual nos podemos aventurar no concerto Caminhando na Saudade (C11), com Ana Paula Russo, José Staneck, Jed Barahal e Christina Margotto, que juntos vão recuperar as músicas tradicionais brasileiras assinadas por Heitor Villa-Lobos, Radamés Gnattali, Ronaldo Miranda ou César Guerra-Peixe.
Daqui sugere-se, por exemplo, uma ponte com Portugal, com o Novíssimo Cancioneiro de Nuno Côrte-Real (C8), que com o Ensemble Darcos e o Coro Ricercare segue em busca das melodias tradicionais portuguesas, num trajeto que é também feito de fugas e ruturas, afirmando a sua linguagem musical livre. No final podemos voltar a França, onde todo este trajeto começou, na companhia da Orquestra Gulbenkian, dirigida pelo maestro Frédéric Chaslin (C4), e com duas obras de Ravel que não só nos fazem olhar para a história e para as consequências da Primeira Guerra Mundial (o Concerto para a mão esquerda), mas também para as memórias do jazz (com o seu Concerto em Sol maior). Tal como no início Debussy olhava para Espanha, aqui é Ravel a olhar para os Estados Unidos. Este é só um dos muitos percursos que se podem traçar de 22 a 24 de abril nos Dias da Música em Belém e que mostra como é abrangente a ideia de viagem, tanto pode ser uma descoberta, como uma fuga, um regresso às origens ou um caminho espiritual. Descubra no CCB qual é a sua viagem.
Cada concerto apresenta uma referência: letra + número. As letras representam o dia do concerto: A > Sexta, B > Sábado e C > Domingo. Os lugares são ocupados por ordem de chegada. Só há lugares marcados no Grande Auditório. Para facilitar a compra, indique na bilheteira os concertos pela sua numeração. Não é permitida a entrada a menores de 3 anos nas salas de concerto.
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Inscreva os mais pequenos com antecedência em fabricadasartes@ccb.pt ou através do telefone 213 612 899
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Uma equipa profissional que recebe crianças dos zero aos seis anos. Aqui brinca-se, contam-se histórias, dorme-se, muda-se a fralda, dá-se a papa, e até se ouve música. Assista aos concertos tranquilo e deixe as crianças bem entregues à Cócegas nos Pés. Dia 23 (das 12h às 23h) e no dia 24 (das 12h às 20h). As inscrições poderão ser feitas antecipadamente por email ou sms e, excecionalmente, por telefone das 19H às 20H, ou no próprio dia com os técnicos da Cócegas nos Pés. O espaço tem lotação limitada e um custo, por criança, de 2€ por hora. Tel.: 934 257 356 / geral@cocegasnospes.com / www.cocegasnospes.com
A Diáspora concertos B15 B23 B24 b29 C11 C18 C20
Dos Sete Lágrimas aos duos Gileno Santana & Tuniko Goulart ou João Alvez & Tiago Inuit, são muitos os concertos nos Dias da Música em Belém que refletem a diáspora portuguesa. Filipe Faria, voz do grupo Sete Lágrimas, escreveu que “para lá de caravelas e de Boa-Esperança a relação de Portugal com o mundo nasce de uma vontade de mudança”. Durante séculos Portugal levou a sua cultura, a sua língua, os seus costumes e, claro, a sua música, aos quatro cantos do globo, tendo como grande ambição essa “vontade de mudança” e deixou-se miscigenar e influenciar pela riqueza cultural de tantos outros povos, de Ásia a África até à América do Sul. Além da dispersão física dos povos, a expressão diáspora também “reflete uma dupla localização emocional e sentimental e uma descentralização afetiva da pessoa que se encontra dividida perante o seu estar físico, por exemplo no país de imigração, e o seu estado psicológico, que está simultaneamente ligada ao país que a recebeu e ao seu país de origem”. (in Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico. Porto: Porto Editora, 2003-2016). A diáspora implica, portanto, uma noção abrangente de viagem, representada numa série de concertos que terão lugar nos Dias da Música em Belém 2016. O caso mais claro é o concerto dos Sete Lágrimas (B15), no dia 23 de abril, na Sala Luís de Freitas Branco, às 22h. O grupo tem-se dedicado, ao longo dos anos, aos repertórios populares e eruditos do século XVI ao século XX, mas arriscando sempre novas fórmulas interpretativas. Assim, a bordo dos Sete Lágrimas, será possível embarcar numa verdadeira viagem pela história de Portugal, atravessando o fado, as mornas africanas, as canções tradicionais de Timor, Macau, Índia, Brasil. A música do Brasil estará bem representada, ora pela dupla Gileno Santana & Tuniko Goulart (B29), que nas suas canções traduzem o som profundo do Brasil, ora pelo inesperado quarteto formado por Ana Paula Russo, José Staneck, Jed Barahal e Christina Margotto (C11), que juntos vão recuperar várias canções tradicionais brasileiras.
A ideia de diáspora está também muito vincada no concerto das PortuGoesas (C18). As duas cantoras do trio, Verónica Milagres da Silva e Carolina Figueiredo, trabalham juntas há 15 anos e os seus pais chegaram a tocar juntos em Goa. Ao lado do pianista Carlos Garcia as duas intérpretes levam-nos por uma viagem até Goa e pelas memórias que Portugal aí deixou. Também a vida de José Galissá (B23), mestre da kora, é feita de viagens. Na Guiné-Bissau aprendeu a tocar a kora, logo a partir dos cinco anos, no seio de uma família mandinga, uma das etnias do seu país. Desde 1998 que o músico vive em Portugal, defendendo a sua cultura, refletindo todo um povo e maneiras de ser, mas não se coibindo de se deixar influenciar pela miscigenação cultural. Podemos ainda encontrar este caráter multicultural no alaúde de Eduardo Ramos (C20) que, ao lado de Carlos Mendonça e Baltazar Molina, traçará um percurso histórico pelas culturas cristã, árabe e judia-sefardita, mostrando como a história de Portugal está intimamente ligada à miscigenação dos povos. Atitude semelhante tem a dupla João Alvarez & Tiago Inuit (B24), que têm como base a herança de um repertório dedicado à guitarra portuguesa, partindo daí para o flamenco e até para a música árabe.
A Fuga concertos B16 C1 C9
“Ali, como em Hong Kong ou Calcutá, formigava uma mistura de gente de todas as raças, americanos, ingleses, chineses, holandeses, mercadores prontos a tudo vender e a tudo comprar, no meio dos quais o francês se achava tão estrangeiro como se tivesse sido lançado na terra dos Hoteontotes”, descreve Júlio Verne a reação de Passepartout assim que chega ao porto de Yokohama, no Japão, 42 dias depois de ter partido de Londres. Podemos dizer que o cenário que o fiel empregado de Phileas Fogg encontrou em Yokohama foi um mar de gente em fuga, em fuga da sua terra natal, ambicionando a mudança, a ascensão social, a riqueza. Mas sempre em fuga. Foi também esse ímpeto que levou os portugueses a partir no início do século XVI, chegando então ao Japão, estreitando-se laços entre pontos do globo tão distantes. É também isso que acontece no concerto que o duo de pianistas MusicOrba (constituído pelo português Ricardo Vieira e o japonês Tomohiro Hatta; B16) propõe para esta edição dos Dias da Música em Belém. Tal como os viajantes portugueses desse século distante, também os dois pianistas partem de Portugal, com a Balada op. 126, de António Victorino de Almeida, para atracarem no Japão, onde descobrem como aí se vivem as estações do ano, com duas peças do compositor Yoshinao Nakada (A primavera chegou e flores floresceram e Do início do outono até meados do outono). No entanto, também os dois pianistas “fugiram” dos países que os viram nascer, encontrando-se em França, onde esta parceria se concretizou, finalizando por isso esta viagem com duas obras de compositores franceses: Ma Mère l’Oye, de Ravel, e Danse Macabre, de Camille Saint-Saëns. A vontade de fugir ao quotidiano e descobrir novos mundos é permanente na história da humanidade. A descoberta desse “novo mundo”, que veio a tornar-se nos Estados Unidos da América, é um dos casos mais paradigmáticos, sendo que ainda nos nossos dias existe toda uma mitologia em torno desta potência mundial como uma terra de oportunidades, que abraçaria todos aqueles que estão em fuga.
Para muitos a descoberta de novos mundos também significava uma fuga do quotidiano, das origens. Com os MusicOrba “fugimos” entre o Japão, Portugal e França. Com a Orquestra Académica Metropolitana partimos da União Soviética para os EUA e com a Orquestra de Câmara Portuguesa viajamos entre o passado de Mozart e o presente de Miguel Azguime. Chegamos, assim, aos Destinos Cruzados (C1) propostos pela Orquestra Académica Metropolitana, dirigida pelo maestro Jean-Marc Burfin. Em 1918, Sergei Prokofiev foi autorizado a viajar para fora das fronteiras da União Soviética, tendo o compositor russo escolhido os EUA como destino já que, “era sua motivação contornar as dificuldades que se colocavam à liberdade de criação artística que se fazia sentir nos tempos pós-revolucionários”, lembra Rui Campos Leitão. Nessa fuga acabou por ser desafiado por um grupo de músicos russos judeus a compor uma peça baseada em melodias hebraicas, nascendo assim a Abertura sobre Temas Hebraicos, que integra o programa deste concerto da Orquestra Académica Metropolitana. Recuando bastante no tempo, encontramos o incontornável Wolfgang Amadeus Mozart, também ele um compositor de muitas viagens, tendo-se fixado permanentemente em Viena, em 1781, com a ambição de chegar a um público mais vasto. Fruto dessa “fuga”, dessa nova mudança na sua vida e no seu percurso, nasce a ópera O Rapto do Serralho, cuja Abertura integra o programa proposto pela Orquestra de Câmara Portuguesa (OCP) para o dia 24 de abril, no Pequeno Auditório, às 19h (C9), com a violinista Tatiana Samouil, dirigidos pelo maestro Pedro Carneiro. Abraçando uma ideia abrangente de fuga, que não a musical, podemos ver como a OCP, neste concerto, “foge” de Mozart para a contemporaneidade, estando a seu cargo a estreia absoluta da peça Illuminations do compositor Miguel Azguime, importante figura da música contemporânea portuguesa, e, por isso, um dos grandes momentos dos Dias da Música em Belém de 2016.
Viagem espiritual concertos B2 B14 B18 C15 C19 Nestes dias da Música também propomos uma série de concertos que são verdadeiras viagens espirituais, a bordo da Jovem Orquestra Portuguesa, da parceria israelo-palestiniana do Duo Amal, com o mantra do The Orlando Consort ou ainda com o recital de Eldar Nebolsin. Uma viagem não tem de implicar necessariamente uma mudança física, uma partida de um ponto A com destino de chegada ao ponto B. Essa trajetória pode ser, simplesmente, espiritual, individual. Uma viagem pelos afetos, pela descoberta pessoal. Também nos Dias da Música em Belém deste ano podemos encetar aventuras desta natureza e seguir por caminhos que nos influenciem profundamente, mesmo não saindo da sala de espetáculos. Sugerimos, por exemplo, essa obra incontornável que é Variações Enigma, do compositor britânico Edward Elgar. A peça será interpretada pela Jovem Orquestra Portuguesa, dirigida pelo maestro Pedro Carneiro (B2), no dia 23 de abril às 16h, no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém. Reza “a lenda” de que tudo começou num dia em que o compositor regressava a casa, depois das suas aulas de violino, começando então a improvisar ao piano como forma de descomprimir. A sua esposa, Alice, elogiou o trecho de música que Elgar tinha então improvisado e o compositor comentou que alguns dos seus amigos até poderiam interpretar essa obra que nesse momento estava a nascer. Desta troca de ideias, Edward Elgar decide compor estas Variações Enigma, obra composta por 14 variações musicais, cada uma delas traçando um retrato emotivo de algumas das suas relações sociais mais próximas. Daí que Elgar tenha dedicado esta peça aos “seus amigos”. É também a amizade que une os pianistas Bishara Haroni e Yaron Kholberg, que juntos formam o Duo Amal (B18; C19), que no Centro Cultural de Belém vão apresentar, por duas vezes, a sua parceria israelo-palestiniana. Foi precisamente um concerto pela paz que uniu estes dois pianistas, há cinco anos, na Opera House de Oslo. E nestes dois concertos nos Dias da Música em Belém será essa viagem pela comunhão dos povos que o Duo Amal vai promover, cruzando obras de compositores iraelitas (Paul Ben Haim) com palestinianos (o jovem Wissam Joubran), com canções tradicionais árabes e judaicas (como é o caso de Hava Nagila, que significa “vamos ser felizes”).
Este diálogo espiritual também será vivido no concerto do The Orland Consort (B14), Mantra: Uma Conversação Musical pelo Oceano Índico, explorando os sons miscigenados entre a Europa histórica e a Ásia, voltando ao encontro entre os missionários portugueses e o povo indiano de Goa, no início do século XVI. Este encontro é também um capítulo entusiasmante da história da fusão musical. No contacto com o outro, conhecemo-nos melhor individualmente. O segredo indizível da música tem também servido a muitos compositores para exorcizar as suas turbulências emocionais. O recital do pianista Eldar Nebolsin (C15; 24 de abril, às 15h00, na Sala Sophia de Mello Breyner) reflete isso. Do programa faz parte An die ferne Geliebte, composto por Beethoven em 1816. A transcrição para piano de Franz Liszt, feita em 1849, espelha de forma cabal a saudade e a resignação que o pianista então vivia. Dedicada a Liszt foi a Fantasia, op. 17, de Robert Schumman, que tem a sua origem numa peça intitulada Ruines, expressando o compositor através dela a sua angústia por se ter visto forçosamente separado da sua amada Clara Wieck. Uma viagem espiritual e tão pessoal como esta pode também ganhar uma dimensão com um grande peso emocional, mas não por isso menos fascinante.
A Peregrinação de Franz Liszt concertos B20 C14 C17 Testemunhos de uma vida sempre em viagem, sempre à descoberta. É disso que se trata a obra Anos de Peregrinação, a grande viagem pianística de Franz Liszt, sendo o ciclo de peças mais célebre do compositor húngaro. Dividido em três cadernos de 26 composições, que começaram a ser compostas em 1837 e só ficaram concluídas em 1877, este ciclo é um autêntico diário gráfico musical, no qual encontramos o Liszt viandante, observador, admirador da paisagem, mas também cristão, como o título indica. Como o próprio referiu, a obra é um espelho de “vários países e locais, alguns consagrados pela História e poesia; sentindo aspetos diversos da Natureza e cenas que se firmaram na minha alma como emoções profundas, estabelecendo-se entre elas e eu uma relação vaga mas imediata, uma relação indefinida, mas real, uma comunicação inexplicável mas certa, tentei traduzir em música algumas das minhas sensações mais fortes, das minhas mais vivas perceções”. A integral destes Anos de Peregrinação chegará aos Dias da Música em Belém de 2016, pelas mãos do pianista Louis Lortie,
músico franco-canadiano que se tem dedicado com afinco à obra de Liszt, viajando também ele de país em país, qual peregrino. No entanto, no Centro Cultural de Belém, a integral estará repartida em três concertos: B20, C14 e C17, primeiro, terceiro e segundo anos, respetivamente. A decisão de interpretar as peças do último caderno, ou seja, do terceiro ano, a meio e não no final não é um acaso. Já assim tinha sido quando o pianista passou pelo CCB há quatro anos. “O primeiro e segundo cadernos datam da época em que o compositor ainda tinha muito sucesso e usava meios harmónicos e melódicos que podiam falar a toda a gente, mas 30 anos depois o seu olhar é tão radical que ainda hoje a linguagem desta música resulta muito intrigante para o público”, explicou Louis Lortie em entrevista ao PÚBLICO em 2011, referindo então que o terceiro ano surge a meio precisamente porque “esse é o momento em que o ouvinte está mais concentrado”. É também nesta terceira parte que surgem referências a Dante e Petrarca. Os dois primeiros cadernos foram escritos numa altura em que
O Regresso concertos B11 B22 C23 C8
“É sobretudo no século XIX, com a afirmação crescente das identidades nacionais, que se desenvolve o interesse pelas culturas populares. Acreditava-se que a cultura popular, bem como a língua, refletia a identidade e a alma dos povos”, escreveu Afonso Miranda. Nestes Dias da Música em Belém podemos, portanto, (re)descobrir as origens e culturas de diversos povos espalhados pelo mundo, como num regresso onde tudo começou. De Portugal a Itália, da Pérsia à Rússia, dos Estados Unidos à Áustria, da Hungria a França, nesta volta ao mundo pretendemos trazer todos estes povos até nós. Com Nuno Côrte-Real, a bordo do Ensemble Darcos e com o Coro Ricercare (C8), voltamos à música popular portuguesa, com a obra Novíssimo Cancioneiro – livro primeiro, op. 12, construída a partir de melodias tradicionais portuguesas. Este regresso às origens da cultura portuguesa também ganhará eco no espetáculo pré-inaugural, no dia 21 de abril, no Cinema São Jorge, em parceria com o IndieLisboa – Festival Internacional de Cinema Independente de Lisboa. Em Rondó da Carpideira os músicos Mário Marques (saxofonista) e Daniel Bernardes (pianista), em parceria com Gonçalo Tanquínio na edição de imagens e conceção visual,
apresentam um espetáculo multidisciplinar que tem na sua base as recolhas etnomusicais que Michel Giacometti apresentou no programa Povo que Canta. Mas os muitos percursos possíveis ao longo destes Dias da Música em Belém de 2016 permitem-nos regressar a outros povos e regiões. Na companhia do cantor Marco Beasley, que traz consigo o percussionista Vito de Lorenzi, o alaudista Fabio Accurso, e ainda Stefano Rocco – no archlute e guitarra barroca – e Leonardo Massa no colascione –, iniciamos uma descoberta pelas origens da música napolitana e da região da Apúlia. Aqui serão contadas lendas antigas com milhares de anos e rituais que ainda hoje sobrevivem entre as gentes do sul de Itália, uma terra rodeada de mares: o mar da Ligúria, o mar Tirreno, o mar Jónico e o mar Adriático, todos reunidos pelo mediterrâneo, que é também ele tão português. Neste trajeto pelo regresso às origens podemos também voltar à Belle Époque no tempo de Phileas Fogg, concerto proposto pela Melleo Harmonia (B11), com direção musical de Joaquim Ribeiro. Este foi um período riquíssimo ao nível de manifestações artísticas, mas também de inovações tecnológicas. Com este concerto regressamos a duas cidades – Praga e Paris – que viveram a Belle Époque de forma particularmente
O ciclo Anos de Peregrinação é uma das obras mais icónicas da obra do pianista Franz Liszt. Nestes Dias da Música em Belém recebemos de novo o pianista Louis Lortie, que interpretará a obra na íntegra, em três concertos. Franz Liszt “viajava pela Suíça e por Itália na companhia da condessa Marie d’Agoult, com quem viveu uma paixão intensa que causou escândalo na época”, escreveu Cristina Fernandes no PÚBLICO. A paixão foi intensa, mas não menos tumultuosa, já que a condessa chegou a referir-se ao pianista como um “Don Juan novo rico”. “É impensável que um génio do piano em ascensão como ele ficasse confinado a uma vida doméstica, como Marie d’Agoult desejava. Um jovem artista quer partir para o mundo e Liszt tinha a Europa a seus pés”, explicou em entrevista à Deutsche Welle Nike Wagner, antiga diretora geral do festival Pèlerinages. Mas Liszt de facto teve a Europa aos seus pés e o ciclo Anos de Peregrinação em muito contribuiu para esse estatuto. Nos Dias da Música em Belém poderemos novamente juntar-nos a Liszt nesta peregrinação única na história da música.
Nestas muitas viagens dos Dias da Música sugerimos também um regresso às origens, ao que de mais essencial existe na condição humana, recuperando as tradições musicais portuguesas, italianas, persas ou húngaras. intensa, recordando dois compositores incontornáveis: Antonín Dvořák e Charles Gounaud. Já com o trio composto por Aida Sigharian Asl, Negar Kharkan e Nasim Saad (B22) é-nos proposta uma viagem pela cultura da região da Pérsia. Regressamos, assim, a temas populares que se partilham ainda hoje entre províncias do Irão, intercalados com a poesia de Hafez, Shamloo, Forough Karokhzad e Nima Youshij. Como as próprias artistas referem, o que aqui acontecerá será uma “partilha cultural e artística de sons de outros tempos e de outras terras”. Da Pérsia propomos um regresso à Hungria, com dois irmãos guitarristas, Peter e Zoltán Katona, que juntos formam os Katona Twins (C23). Nos Dias da Música em Belém este duo recupera dois dos mais célebres compositores húngaros do século XX, Béla Bartók e Zoltán Kodály, que também eles se empenharam no estudo de temas tradicionais, num autêntico exercício de olhar para as suas origens e, a partir daí, criar uma nova música, mas consciente da sua tradição popular. Estas viagens podem, por um lado, funcionar como um regresso ao passado, mas são também formas desafiantes de descobrir a riqueza que povos distantes têm para nos dar com a sua história cultural e musical.
À Descoberta concertos A1 B4 B6 B8 B12 B26 Muitos foram os compositores que nas suas obras partiram à descoberta de novas culturas, deixando-se fascinar pelo Oriente, pela América, e por tantos outros mundos. Propomos, então, um percurso por muitas destas viagens. Em 1887, enquanto trabalhava na conclusão de Príncipe Igor, a ópera inacabada de Alexander Borodin, Nikolai Rimsky-Korsakov decidiu compor uma peça orquestral baseada no livro As Mil e Uma Noites, obra icónica que une várias histórias e contos populares originários do Médio Oriente. Dessa vontade nasceu a peça Scheherazade, que espelha o deslumbramento do compositor pela ideia de Oriente que As Mil e Uma Noites traduzem. Scheherazade é, assim, reflexo de um artista à descoberta de novos mundos, muito diferentes do seu. A obra integra o programa da Orquestra Sinfónica Metropolitana, com o pianista Josep Colom, dirigidos pelo maestro Pedro Amaral (A1), no Concerto de Abertura da edição deste ano dos Dias da Música em Belém. Mas, como Afonso Miranda escreveu, “o Oriente tem fascinado desde sempre o homem ocidental. Lugar de mil maravilhas, de sumptuosas riquezas e irresistíveis seduções, o Oriente representou para o imaginário europeu uma terra prometida, um espaço de evasão, uma região estagnada numa idade dourada, onde os sonhos e os anseios permanecem inatos, onde todas as esperanças se podem cumprir”. É sob este mote que o Ensemble Darcos se junta ao Yogistragong, dirigido por Elizabeth Davis (B6), no CCB, num concerto que reflete o fascínio do mundo ocidental pela música do gamelão javanês, fascínio que começou quando o gamelão foi apresentado na Exposição Internacional de Paris, em 1889. Claude Debussy (de quem será interpretado o Quarteto de cordas em sol menor, op. 10) foi à descoberta das músicas do Extremo Oriente, uma “viagem” musical da qual ainda se sentem efeitos na atualidade. Já a Turquia encontra-se numa fronteira difusa entre o Ocidente e o Oriente. O que não impediu que, principalmente a partir do século XVIII, se passasse a viver, nas cortes europeias ocidentais, um clima de obsessão com uma ideia de fantasia e exotismo ligada à Turquia, que influenciou não só a música, mas também os negócios de tecidos, cerâmicas ou mobiliário. O Ludovice Ensemble vai por isso apresentar nestes Dias da Música em Belém o concerto Turquerie: devaneios barro-
cos de uma fantasia oriental (B12), no qual se pretende criar “uma jornada a uma terra de devaneio e de sonho, em que a elegância e o refinamento da música barroca se combinam com acentos cómicos, ritmos vigorosos, e algumas sugestões étnicas”, descreve Fernando Miguel Jalôto, diretor artístico do ensemble. Não só o Oriente tem exercido fascínio sobre uma série de compositores que, nas suas obras, partiram à descoberta das músicas, terras e culturas desconhecidas. Basta para isso recordar a Sinfonia n.º 9, Do Novo Mundo, de Antonín Dvořák, que será interpretada pela Jovem Orquestra Portuguesa, dirigida por Pedro Carneiro (B4). A obra é um reflexo das descobertas que o compositor fez quando chegou aos Estados Unidos, daí ser uma “música trespassada por melodias autóctones, algumas baseadas em cancões escutadas por Dvořák junto dos seus alunos, outras inspiradas por referências idealizadas das culturas dos negros e dos índios americanos”, como descreve Rui Campos Leitão. Avançando no tempo, encontramos um grupo português também ele fascinado com a América: os Desbundixie (B8). No concerto que vão apresentar, a 23 de abril, no Pequeno Auditório do CCB, seguem à descoberta da música e da cultura de Nova Orleães, capital do estado do Luisiana, cidade de raízes francesas, com toques caribenhos e forte influência negra, sendo um local fundamental na história do jazz e dos blues. Também natural de Portugal, mas a olhar para horizontes longínquos, encontramos Paulo Sousa (B26), citarista que tem ativamente divulgado a música hindustânica em território nacional e que traz até ao palco do CCB, ao lado de Francisco Cabral, nas tablas, os sons da Índia, onde viveu durante um ano, já que Sousa foi aluno do mestre de sitar e rudravina Pandit Hindraj Divekar, na cidade de Puna. Estes Dias da Música em Belém refletem, assim, as inúmeras descobertas que músicos e compositores têm encetado ao longo da história e, com eles, podemos também traçar a nossa volta ao mundo.
Concerto de Encerramento – A Viagem de Phileas Fogg
DSCH na Rússia e na América
Concerto C5
Concertos B25 e C13
Se o mote para estes Dias da Música em Belém foi a viagem que a personagem Phileas Fogg deu na sua Volta ao Mundo em 80 Dias, escrita por Júlio Verne, não poderia haver outra forma de encerrar estes Dias da Música a não ser com uma recriação musical desta rota. Assim sendo, no Grande Auditório do CCB, a Orquestra Sinfónica Portuguesa, dirigida por Domenico Longo, juntamente com o Coro do Teatro Nacional de São Carlos e as solistas Cristiana Oliveira (soprano) e Cátia Moreso (meio-soprano), leva-nos numa viagem que começa na Londres vitoriana de Edward Elgar (Marcha de Pompa e Circunstância n.º 4), seguindo até ao Egipto (com a cena triunfal da ópera Aida, de Giuseppe Verdi). Daí parte para a Índia (com Lakmé, de Léo Delibes), chegando depois à China (com Turandot, de Giacomo Puccini). Também é através de Puccini que a viagem segue para o seu destino seguinte, Japão, como Madama Butterfly. O trajeto aponta então para os Estados Unidos, a bordo do Rodeo, de Aaron Copland, e de Wonderful Town, de Leonard Bernstein. A volta ao mundo fica concluída com o regresso a Edward Elgar e à sua Land of Hope and Glory.
Nesta edição dos Dias da Música em Belém o célebre projeto do pianista Filipe Pinto-Ribeiro, DSCH – Schostakovich Ensemble, estará presente com dois concertos, cada um deles apontando para coordenadas do globo distintas. No dia 23 de abril o ensemble sobe ao palco da Sala Almada Negreiros para aí encetar uma viagem musical à Rússia, país tão natural a este projeto, que foi criado em 2006, homenageando logo no seu nome o compositor Dmitri Schostakovich. Neste concerto, intitulado DSCH Na Rússia (B25), o ensemble passa não só por Schostakovich (com o seu Trio n.º2 para piano, violino e violoncelo, composto em plena Segunda Guerra Mundial) mas por outros grandes compositores russos, nomeadamente Tchaikovsky e Rachmaninov. Um dia depois, já na Sala Luís de Freitas Branco, o DSCH ruma até à América, num concerto que recupera alguns dos “mais importantes e reconhecidos compositores do continente americano”, segundo Pinto-Ribeiro. Neste DSCH Na América (C13) o ensemble vai interpretar obras de George Gershwin, Samuel Barber, Astor Piazzolla e Leonard Bernstein.
ilustrações Paula cardoso e flávio pereira / paginação Marisa lourenço / textos joão Moço
A estreia da Orquestra XXI nos Dias da Música em Belém Concerto B3 Esta 10.ª edição dos Dias da Música em Belém contará pela primeira vez com um concerto da Orquestra XXI, uma orquestra constituída por músicos portugueses que tocam em orquestras estrangeiras, e que no dia 23 de abril, sábado, às 18h, no Grande Auditório, se focará na obra de Felix Mendelssohn-Bartholdy, contando com a direção musical do maestro Dinis Sousa. Desde muito cedo que a ideia de “viagem” fez parte da formação do compositor alemão. Neste concerto a Orquestra XXI foca-se em duas obras que nasceram de uma visita a Mendelssohn à Escócia: As Hébridas, cujo título provém da gruta de Fingal, em Staffa, uma das ilhas Hébridas Interiores, na costa escocesa; e a Sinfonia Escocesa, concluída em 1842, com dedicatória à Rainha Vitória, “consistindo esta obra na experiência mais ambiciosa de Mendelssohn a nível formal”, descreve Diana Ferreira.
A fusão de culturas de Rabih Abou-Khalil Concertos B10 e C21 Desde cedo que Rabih Abou-Khalil se revelou um compositor livre de amarras estilísticas, pela sua constante abordagem desafiante à música clássica árabe, cruzando-a com os ensinamentos da música clássica ocidental e até com a liberdade do jazz. Nestes Dias da Música em Belém o alaudista libanês apresenta-se por duas vezes com o seu trio, projeto que só na sua formação revela este gosto pela fusão de culturas que Abou-Khalil há muito alimenta. Assim sendo, ao seu lado o músico terá o acordeonista italiano Luciano Biondini e o percussionista norte-americano (mas estabelecido atualmente em Istambul) Jarrod Cagwin. Líbano, Itália, EUA e Turquia, países díspares mas que se unem neste projeto aventuroso que traz novas cores ao que se entende tanto pela cultura árabe como pela ocidental.
Recital pelo centenário da morte de Enrique Granados Concerto B17 Em 2016 assinala-se o centenário da morte do compositor espanhol Enrique Granados (1867-1916) e é tendo em conta esta data que o pianista Daniel Cunha apresentará no dia 23 de abril, sábado, às 16h, na Sala Sophia de Mello Breyner, um recital dedicado a esta figura do nacionalismo espanhol. Do programa constará não só a obra mais célebre de Granados, a Dança Espanhola n.º 5, Andaluza, escrita originalmente para piano, ainda que tenha ficado popular na sua transcrição para guitarra, mas também uma seleção da suite Goyescas, que tem como subtítulo Los Majos Enamorados. O nome Goyescas revela desde logo que esta é uma obra profundamente inspirada no pintor Francisco Goya, que Granados muito admirava, tendo mesmo afirmado: “Goya é o génio representante de Espanha. As suas maiores obras celebram e exaltam a nossa vida nacional. Eu submeto a minha inspiração àquele homem que tão perfeitamente expressou as características e a história dos espanhóis.”
CONCERTOS
B10 pequeno Auditório 22h
B23
Rabih Abou-Khalil Trio
José Galissá kora
B11 sala luís de freitas branco 14h
B24 sala almada negreiros 20h
Fusão de Culturas
quinta 21 abril
Música da Guiné-Bissau Rota do Sul
Belle Époque no tempo de Phileas Fogg
filme/Concerto pré-inaugural DIAS DA MÚSICA
obras de João Alvarez, Tiago Inuit, Carlos Paredes e Maria Ana Bobone
Charles Gounod Petite Symphonie Antonín Dvorák Serenáda
João Alvarez & Tiago Inuit João Alvarez guitarra portuguesa Tiago Inuit baixo / Otto Pereira violino Ramon Barrera guitarra flamenca Marco Santos percussão
Melleo Harmonia
indielisboa
Joaquim Ribeiro direção musical
cinema são jorge . 21h30
B12 sala luís de freitas branco 16h
Rondó da Carpideira Uma homenagem ao trabalho de Michel Giacometti com Daniel Bernardes, Mário Marques e Gonçalo Tarquínio
Sexta 22 abril
B26
sala fernando pessoa 14h
Orquestra Sinfónica Ensemble Cesário Costa direção musical
Ensemble Mediterrain
[ P a r c e r i a AN Q EP / C C B ]
Bruno Borralhinho violoncelo e direção artística Karolina Gumos meio-soprano
B27
B14
B15
[ C o n c e r t o g r a v a d o p e l a RTP ]
B1 Grande Auditório 14h
Entre Portugal e as Américas Gershwin Abertura Cubana Luís de Freitas Branco Suite Alentejana n.º 1 Arturo Márquez Danzón n.º 2
OJ.Com Pedro Andrade direção musical
B16 sala sophia de mello breyner 14h
Jón Leifs Geysir Edward Elgar Variações Enigma
Yoshinao Nakada A primavera chegou e flores de cerejeira floresceram; Do início do outono até meados do outono / Antonio Victorino d’Almeida Balada, op. 126 / Maurice Ravel Ma Mère L’Oye Camille Saint-Saëns Danse Macabre
Quarteto Arabesco
B29
Jovem Orquestra Portuguesa Pedro Carneiro direção musical
Grande Auditório 18h
Gileno Santana & Tuniko Goulart Pout Pourri; Marchinhas de Carnaval; Espinha de Bacalhau; Ando Preocupado; Carinhoso; Dom Balanço; A Escolha; O Errante, entre outras Gileno Santana trompete Tuniko Goulart guitarra
MusicOrba
Por terras da Escócia
Tomohiro Hatta e Ricardo Vieira piano a quatro mãos
B17 sala sophia de mello breyner 16h
Felix Mendelssohn-bartholdy As Hébridas; Sinfonia Escocesa
B30
Espanha aqui tão perto...
Orquestra XXI
B 4 Grande Auditório 20h Elogio da América
James “Blood” Ulmer voz e guitarra
B18 sala sophia de mello breyner 18h
Antonín DvorÁk Sinfonia n.º 9, Do Novo Mundo
Domingo 24 abril
Uma Parceria Israelo-Palestiniana
Jovem Orquestra Portuguesa Pedro Carneiro direção musical
C1 grande auditório 13h Destinos cruzados
Paul Ben Haim Canzonetta Samir Odeh Tamimi AMAL W. Joubran A piece for piano solo Canção judaica Hava Nagila Avner Dorman Karsilama Canção clássica israelita Jerusalem of gold Canção popular árabe Bint al Shalabiya (arr. de Duo Amal)
B5 Grande Auditório 22h Na Ibéria
Sérgio Azevedo Concerto para piano Manuel de Falla El Amor Brujo
Orquestra Metropolitana de Lisboa Peter Tilling direção musical / António Rosado piano
Duo Amal
B6 pequeno Auditório 14h
B19
Debussy Quarteto de cordas em Sol menor, op. 10 Elizabeth Davis O Deus do Vulcão Música tradicional Ilha de Java Swara Suling Música tradicional Ilha de Bali Hujan Jepun Nuno Côrte-Real Cycles
Músicos Viajantes Scarlatti Sonata em Lá menor, K.54/L.241 Mozart Sonata n.º 9 em Ré maior, Kv311 Beethoven Sonata n.º 23 em Fá menor, op.57, Appassionata Chopin Scherzo n.º 2 em Si bemol menor, op.31 Young-Choon Park piano
Ensemble Darcos Yogistragong Elizabeth Davis direção musical
B20
B7 pequeno Auditório 16h Cançoes napolitanas e da região de Apúlia Marco Beasley canto Vito de Lorenzi percussão Stefano Rocco archlute*, guitarra barroca Fabio Accurso alaúde Leonardo Massa colascione*
B21
Orquestra Sinfónica Portuguesa e Coro do Teatro Nacional de São Carlos Jan Wierzba direção musical Tatiana Samouil violino
C 4 grande auditório 19h
Por terras de França
Piotr Ilich Tchaikovsky Trio com piano, op. 50, À memória de um grande artista Tatiana Samouil violino / Pavel Gomziakov violoncelo Eldar Nebolsin piano
pequeno Auditório 18h
Nova Orleães obras de Paul Barbarin, James P. Johnson, Cecil Mark, Jerry Herman, Louis Armstrong, Nick La Rocca, entre outros
B22
Desbundixie
Uma fusão entre música iraniana, com instrumentos clássicos e tradicionais, e poesia. Uma viagem musical e poética na interpretação e improvisação dos músicos, sobre temas populares que transitam entre províncias do Irão, intercalados com poesia persa. Aida Sigharian Asl piano Negar Kharkan kamancheh Nasim Saad violoncelo
Ravel Concerto para a mão esquerda; Concerto em Sol maior
Orquestra Gulbenkian Frédéric Chaslin piano e direção musical
C6
sala almada negreiros 16h
Uma tarde num jardim persa
B9 pequeno Auditório 20h
Entre Tangos y Boleros obras de A. Piazzolla, C. Gardel, M. Mores, Augustín Lara, Ernesto Lecuona, Consuelo Velásquez, Alberto Domínguez, entre outros
apoio à temporada
parceiro
parceiros media
pequeno Auditório 13h
A Canção da Terra Gustav Mahler A Canção da Terra, versão de câmara de A. Schönberg e R. Riehn
Ensemble Mediterrain Bruno Borralhinho direção musical Karolina Gumos meio-soprano Fernando Guimarães tenor
APOIOS
C9 pequeno Auditório 19h
Europa: o novo e o antigo
Orquestra de Câmara Portuguesa Pedro Carneiro direção musical Tatiana Samouil violino
C10 sala luís de freitas branco 13h À volta do mundo com Phileas Fogg
Beethoven 5 variações sobre Rule, Britannia, WoO 79 G. Verdi / F. Liszt Dança e Dueto Final de Aida I. Leybach Fantasia sobre Aida, op. 158 / Aouda, op. 274 C. Debussy Nocturne; Pagodes, Estampes E. MacDowell Sea Pieces, op. 55 / To the sea / Starlight / Song / Nautilus / In mid-ocean Beethoven 7 variações sobre God Save the King, WoO 78
Luísa Tender piano
C11
sala luís de freitas branco 15h
Caminhando na Saudade Radamés Gnattali Canção e Dança Ronaldo Miranda Soneto da Separação; Cantares Heitor Villa-Lobos Melodia Sentimental; Canção de Amor; Bachianas Brasileiras n.º 5 Astor Piazzolla O Grande Tango César Guerra-Peixe De Viola e Rabeca (Mourão) Ana Paula Russo soprano / José Staneck harmónica Jed Barahal violoncelo / Christina Margotto piano
C12
sala luís de freitas branco 17h
The Rights of Man John Playford The English Dancing Master Purcell Suite de The Fairy Queen Bach Prelúdio à Cantata dos Camponeses Telemann Concerto para traverso e flauta de bizel
Os Músicos do Tejo Marta Araújo cravo e direção artística Marcos Magalhães cravo e direção artística
C13
sala luís de freitas branco 19h
DSCH na América
sala almada negreiros 17h
Concerto das três culturas
C21 sala almada negreiros 19h Fusão de culturas Rabih Abou-Khalil Trio
C22
sala fernando pessoa 13h
Volta ao Mundo em 20 flautas e 1 violoncelo obras de Sören Sieg, Andreia Pinto Correia, Benjamin Thorn, Markus Zahnhausen, J. M. Leclair, M. Colquhoun, entre outros
Syrinx: XXII
C23
sala fernando pessoa 15h
Uma tarde com a música húngara Béla Bartók Romanian Folk Dances; Evening in Transylvania; Allegro Barbaro Péter Katona Meditation and Passacaglia; The Brothers Karamazov Zoltán Kodály Dances of Galánta
Katona Twins
C24
sala fernando pessoa 17h
Estética Romântica Anton Webern Langsamer Satz Bedrich Smetana Quarteto de Cordas em mi menor, Da minha vida
Quarteto de Cordas de Sintra
C25
sala fernando pessoa 19h
Sons da América James “Blood” Ulmer voz e guitarra
Concerto de encerramento
C5
Grande Auditório 21h30
A Viagem de Phileas Fogg Edward Elgar Marcha de Pompa e Circunstância n.º 4 Giuseppe Verdi Cena Triunfal de Aida – Coro, Marcha, Ballet e Coro / Léo Delibes Abertura e Dueto das Flores de Lakmé / Giacomo Puccini Gira la Cote!... Perchè tarda la Luna! e Tu che di gel sei cinta de Turandot Giacomo Puccini Il Cannone del Porto!... Dueto das Flores e Coro à Boca Fechada de Madama Butterfly Aaron Copland Hoe-down de Rodeo Leonard Bernstein Abertura de Wonderful Town Edward Elgar Marcha de Pompa e Circunstância n.º 1, Land of Hope and Glory
Coro do Teatro Nacional de São Carlos Orquestra Sinfónica Portuguesa
George Gershwin Suite de Porgy and Bess (arr. Heiffetz), para violino e piano Samuel Barber Souvenirs, op. 28 (seleção), para piano a 4 mãos A. Piazzolla Grand Tango, para violoncelo e piano L. Bernstein Trio para piano, violino e violoncelo
Domenico Longo direção musical Cristiana Oliveira soprano Cátia Moreso meio-soprano
DSCH – Schostakovich Ensemble
E AINDA
Filipe Pinto-Ribeiro piano e direção artística
Anos de Peregrinação: III Ano
C15 sala sophia de mello breyner 15h
anatol lyadov 8 Canções Populares Russas Alexander Glazunov Concerto para violino Alexander Borodin Danças Polovtsianas
A Rússia Romântica
Nuno Côrte-Real direção musical
Louis Lortie piano
A Rússia Imperial
sala almada negreiros 14h
Pedro Teixeira maestro do coro
C2
C3 grande auditório 17h
sala sophia de mello breyner 22h
Coro Ricercare
Franz Liszt
Frédéric Chaslin direção musical
Franz Liszt Louis Lortie piano
* instrumentos da família do alaúde
Nuno Côrte Real Novíssimo Cancioneiro – livro primeiro, op. 12
Jean-Marc Burfin direção musical
Orquestra Gulbenkian
Anos de Peregrinação: I Ano, Suíça
Anima Di Mare
Novíssimo Cancioneiro
Orquestra Académica Metropolitana
Carl Nielsen Helios Edvard Grieg Peer Gynt, suite n.º 1 Jean Sibelius En saga; Valse triste
sala sophia de mello breyner 20h
C20
Eduardo Ramos e convidados
pequeno Auditório 17h
C14 sala sophia de mello breyner 13h
grande auditório 15h
Bishara Haroni piano / Yaron Kohlberg piano
C8
Prokofiev Abertura sobre Temas Hebraicos Aaron Copland A Primavera dos Apalaches Darius Milhaud La Création du Monde
A Escandinávia
Bishara Haroni piano / Yaron Kohlberg piano
Fusão Oriental
sala fernando pessoa 22h
Sons da América
Enrique Granados Dança Espanhola n.º 5, Andaluza; Seleções da suite Goyescas – Los majos enamorados Daniel Cunha piano
Dinis Sousa direção musical
sala fernando pessoa 20h
Um Trompete brasileiro – O encontro feliz entre o trompete e a guitarra no profundo som do Brasil
O Mundo a 4 Mãos
O Norte da Europa
parceiro institucional
Luigi Boccherini Quinteto para guitarra e quarteto de cordas n.º 4 em Ré maior, Fandango Armandinho Meditando / Maldito Fado / Fado Armandinho / Pedro Jóia Variações sobre Fado Corrido / Tangos Flamencos Paco de Lucia Ziryab
Programa dedicado à diáspora e composto por repertórios populares e eruditos dos séculos XVI e XVII, canções tradicionais de Macau, Timor, África do Sul, Moçambique, passando pelo chorinho brasileiro e pela canção popular portuguesa
B2 Grande Auditório 16h
PRODUÇÃO
A latinidade
Diáspora
Sete Lágrimas
Ana Beatriz Manzanilla direção artística e 1.º violino Carlos Silva tenor
B28 sala fernando pessoa 18h
sala luís de freitas branco 22h
[ P a r c e r i a AN Q EP / C C B ]
Camerata Atlântica
Quarteto Vintage
The Orlando Consort
Pedro Amaral direção musical / Josep Colom piano
B8
obras de Luís de Freitas Branco, Isaac Albéniz, Eric Satie, Giacomo Puccini, Mike Curtis, Eino Kettunnen, George W. Botsford, Beatriz Lockhart, entre outros
obras de Pedro de Escobar, Donald Greig, Francisco Guerrero, Kuljit Bhamra, Jonathan Mayer, Angus Smith, entre outros
Orquestra Sinfónica Metropolitana
sala fernando pessoa 16h
Volta ao mundo em 40 minutos
sala luís de freitas branco 20h
Mantra: Uma Conversação Musical pelo Oceano Índico
Claude Debussy Iberia Manuel de Falla Noches en los Jardines de España Nikolai Rimsky-Korsakov Scheherazade
B3
Os Sons da Índia
Duo Amal
Obras de Eduardo Ramos, Temas tradicionais árabes, galaico-português, sefarditas e Cantigas de Santa Maria do século XIII
W. A. Mozart Abertura do Rapto do Serralho Miguel Azguime Illuminations [estreia absoluta] W. A. Mozart Concerto para violino n.º 5 em Lá maior, K. 219, Turco
Filipe Pinto-Ribeiro piano e direção artística
>>> Canção clássica israelita Jerusalem of gold Canção popular árabe Bint al Shalabiya
Pedro Carneiro direção musical Pavel Gomziakov violoncelo
DSCH – Schostakovich Ensemble
Raga Charukeshi Alap / Jod / Jhala / Vilambit Gat / Madhya Laya Gat / Drut Gat Tema instrumental popular Dhun Paulo Sousa sitar Francisco Cabral tablas
a1 Grande Auditório 21h30
Orquestra de Câmara Portuguesa
Ensemble Darcos
P. Carrer Gero-dimos (A velha cidade) D. Shostakovich Canções gregas para voz e piano M. Theodorakis Sexteto para flauta, quarteto de cordas e piano Maurice Ravel Cinco melodias populares gregas para voz e piano Níkos Skalkóttas Cinco danças gregas para quarteto de cordas
Concerto de Abertura
Luigi Boccherini Concerto para violoncelo em Ré maior, G.479 Toru Takemitsu Requiem para cordas Gioacchino Rossini Une Larme
P. I. Tchaikovsky Souvenir d’un lieu cher, op. 42, para violino e piano / S.Rachmaninov Duas Peças (Romance e Valsa), para piano a 6 mãos / D. Schostakovich Trio n.º 2, op. 67, para piano, violino e violoncelo
Inspiração Grega
Franz von Suppé Abertura Cavalaria Ligeira Joly Braga Santos Sinfonia n.º 1
Este Oeste
obras de Jean-Baptiste Lully, André Campra, Johann-Joseph Fux, Marin Marais, G. F. Händel, Jean-Philippe Rameau
sala almada negreiros 22h
DSCH na Rússia
B13 sala luís de freitas branco 18h
E 1 Grande Auditório 12h
pequeno Auditório 15h
B25
Fernando Miguel Jalôto cravo e direção artística
Concertos de escolas para escolas
C7
Turquerie: devaneios barrocos de uma fantasia oriental
Ludovice Ensemble
Concerto Mini Dias da Música
sala almada negreiros 18h
Alemanha revisitada
L. v. Beethoven / Franz Liszt An die Ferne Geliebte Robert Schumann Fantasia, op. 17
[ C o n c e r t o g r a v a d o p e l a RTP ]
Coretos SALA JÚLIO VERNE Aqui há conversas Oficinas Fábrica das Artes e Garagem Sul Venda de livros e CD
Eldar Nebolsin piano
C16
sala sophia de mello breyner 17h
À volta de Chopin em dois mundos obras de mozart, Chopin e Bach
Josep Colom piano
C17 sala sophia de mello breyner 19h Anos de Peregrinação: II Ano, Itália Franz Liszt
Louis Lortie piano
C18
sala almada negreiros 13h
Portugal e Goa OBRAS Tradicionais de Goa, Manuel Freire, Tradicionais Portuguesas, Maria Virginia Braz Gomes/Jerónimo Silva e Torquato de Figueiredo
passear pelo ccb
espaço fnac espaço imprensa nacional casa da moeda espaço intermúsica restaurante dias da música bar terraço sanduíche bar galeria comercial Mercado Ccb edição especial
Portugoesas Verónica Milagres soprano / Carolina Figueiredo meio-soprano / Carlos Garcia piano
C19
sala almada negreiros 15h
Uma Parceria Israelo-Palestiniana Paul Ben Haim Canzonetta Sameer Odeh Tamimi AMAL Wissam Joubran A piece for piano solo Canção tradicional judaica Hava Nagila Avner Dorman Karsilama >>>
toda a programação atualizada
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