31 DE JANEIRO DE 2022
FORTALEZA - CEARÁ
Adriana Lima, empresária e proprietária da Vó Chiquinha Food, que vende carne de sol e frango desfiados, abriu a empresa há três anos na cozinha de casa. Hoje, o negócio emprega 20 funcionários
FOTO JOÃO FILHO
PLANEJAMENTO
COMO ORGANIZAR AS
FINANÇAS CONCEITOS BÁSICOS DE GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENOS NEGÓCIOS
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ONLINE E GRATUITO!
CUIDAR PARA CRESCER
FORTALEZA - CE, 31 DE JANEIRO DE 2022
Curso “Cuidar para crescer: Gestão financeira de pequenos negócios”
COM O CAIXA E O NEGÓCIO EM ORDEM
Material disponível para todos no site do projeto a partir de 3/2. CONTEÚDO DOS MÓDULOS MÓDULO 1 – “Como formalizar seu negócio” AUTOR: Randal Mesquita MÓDULO 2 – “Microcrédito e as pequenas empresas” AUTOR: Wandemberg Almeida
Na nova fase do projeto Cuidar para crescer serão publicados três cadernos com temáticas sobre como organizar as finanças: conceitos básicos de gestão financeira para os pequenos negócios, como acessar crédito: canais de crédito disponíveis e os cuidados necessários na hora da contratação e como organizar melhor a operação: conceitos básicos de gestão de processos e demanda. “Com a missão de caminhar lado a lado com o nosso povo, acompanhando de perto os desafios enfrentados em meio à pandemia, iniciamos uma nova fase do Projeto Cuidar para Crescer. O empreendedorismo tem se mostrado uma marca do povo cearense e ajudou muitas famílias a superar as dificuldades desse momento. E nesse sentindo seguimos cumprindo com o nosso papel como poder público, incentivando ações que fortalecem a atividade empreendedora na cidade”, analisa Antônio Henrique, presidente Câmara Municipal de Fortaleza. Nas páginas a seguir o assunto é a organização financeira, primordial para o sucesso dos negócios. Desde o básico a dicas úteis e simples de aplicar como o diagnóstico financeiro. Você já fechou o caixa do seu negócio hoje?
MÓDULO 3 – “Como administrar as finanças em pequenos e médios negócios” AUTOR: Randal Mesquita MÓDULO 4 – “Como gerenciar custos e preços em pequenos e médios negócios” AUTOR: Danielle Porto MÓDULO 5 – “Como elaborar rotinas produtivas para gerenciar seu negócio” AUTOR: Fauber Diogo MÓDULO 6 – “Como trabalhar com bancos sociais” AUTOR: Luís Carlos Queiroz de Alencar MAIS INFORMAÇÕES: fdr.org.br/cuidarparacrescer2
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EDUCAÇÃO FINANCEIRA O QUE VOCÊ PRECISA SABER?
CONHECIMENTO SOBRE GESTÃO FINANCEIRA PODE SER DECISIVO PARA O SUCESSO DE MICRO E PEQUENOS NEGÓCIOS. ENTENDA POR QUÊ ANA BEATRIZ CALDAS beatriz.caldas@opovo.com.br
EXPEDIENTE FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR)
Presidente: LUCIANA DUMMAR | Diretor Administrativo-Financeiro: ANDRÉ AVELINO DE AZEVEDO | Gerente Geral: MARCOS TARDIN | Gerente Editorial e de Projetos: RAYMUNDO NETTO | Gerente Pedagógica: VIVIANE PEREIRA | Gerente de Audiovisual (Canal FDR): CHICO MARINHO | Gerente de Marketing & Design: ANDREA ARAUJO | Analistas de Projetos: AURELINO FREITAS e FABRÍCIA GOIS
CUIDAR PARA CRESCER II: GESTÃO FINANCEIRA DE PEQUENOS NEGÓCIOS
Concepção e Coordenadora Geral: VALÉRIA XAVIER | Coordenador Editorial: GIL DICELLI | Editora-executiva: PAULA LIMA | Editora-adjunta: ANA BEATRIZ CALDAS | Designer: NATASHA ELLEN e MARINA MOTA | Repórter: LETÍCIA DO VALE | Ilustrador: RAFAEL LIMAVERDE | Analista de Projetos: TACI MORAIS
REALIZAÇÃO
Saber o básico sobre organização financeira é essencial para ter uma vida tranquila, mantendo as contas em dia, se preparando para emergências e tirando sonhos do papel. E se na vida pessoal o conhecimento sobre finanças faz diferença, para quem decide empreender o assunto é ainda mais urgente, pois saber lidar com o dinheiro costuma ser o principal fator para que a empresa tenha sucesso, cresça e se torne sustentável, especialmente em momentos de crise. No Brasil, porém, a ausência de políticas públicas voltadas para a educação financeira atrapalha a trajetória de muitos empreendedores - e o discurso reproduzido por alguns especialistas faz parecer que o conhecimento sobre finanças pode estar muito distante da realidade dos micro e pequeno empresários, que muitas vezes se veem com dificuldades de fazer um controle financeiro eficaz sozinhos.
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Randal Mesquita, professor e especialista em educação financeira, ressalta que o assunto “deve ser inserido na matriz curricular da educação básica, pois precisamos formar cidadãos mais conscientes”. Para ele, a organização das finanças como política pública também impactaria positivamente na economia, com uma geração de empreendedores mais preparados para lidar com atividades essenciais ao trabalho diário, como contas a pagar, contas a receber, gestão do capital de giro e controle do fluxo de caixa. Mas a utilidade da educação financeira se mostra mesmo antes de o negócio criar vida, lembra Randal, e por isso o controle de gastos e despesas deve ser feito de maneira diária e constante. Isso porque, ainda na fase de planejamento do negócio, a gestão financeira será fundamental para elaborar fluxos de caixa projetados e precificação, avaliar o capital de giro e a estimativa de captação dos recursos iniciais que serão utilizados no negócio. “Nesse momento o empreendedor realiza importantes avaliações como, por exemplo, se vai iniciar o negócio com recursos próprios ou se haverá necessidade de captação de recursos de terceiros, como bancos”.
“A GESTÃO FINANCEIRA SERÁ FUNDAMENTAL PARA ELABORAR FLUXOS DE CAIXA PROJETADOS E PRECIFICAÇÃO, AVALIAR O CAPITAL DE GIRO E A ESTIMATIVA DE CAPTAÇÃO DOS RECURSOS INICIAIS QUE SERÃO UTILIZADOS NO NEGÓCIO”
SAIBA MAIS Muitas instituições oferecem formações de curta duração - geralmente gratuitas ou a baixo custo e em formato remoto ou híbrido - com dicas essenciais para micro e pequenos empreendedores. Confira algumas opções: Banco Central do Brasil: bcb.gov.br/cidadaniafinanceira Faculdade CDL: faculdadecdl.edu.br Fundação Demócrito Rocha: fdr.org.br/cuidarparacrescer2 Sebrae Ceará: sebrae.com.br
APRENDA A FAZER RELATÓRIOS FINANCEIROS FLUXO DE CAIXA
A principal ferramenta para manter um negócio é, em termos simples, uma grande conta em pé de tudo que está sendo gasto, em ordem cronológica. Para manter o fluxo funcionando, é preciso disciplina para anotar todas as despesas e ir preenchendo essa conta diariamente, especialmente quando há pagamentos informais, como fornecedores que não emitem nota fiscal, por exemplo. Alimentado com frequência, o fluxo poderá conceder informações essenciais para o funcionamento do negócio, tais como: o melhor e o pior período de vendas; quando é necessário pensar em empréstimos; se é necessário reavaliar ou negociar métodos de pagamento (por exemplo, pensar em um prazo de recebimento mais curto e pagamento mais longo); qual o melhor dia para pagar contas e recolher seu próprio salário e qual a sazonalidade do seu negócio, entre outros pontos importantes. FECHAMENTO DE CAIXA
CONHECIMENTO EM FINANÇAS PODE AUMENTAR GANHOS EM ATÉ 40% Foi justamente com o intuito de tornar possível uma gestão financeira saudável em tempos de crise que Eric Sagesser e Cecília Brasil fundaram, em abril do ano passado, a Descomplica SBA. Com valores acessíveis para empreendedores iniciantes e planejamento personalizado, a consultoria busca não só aplicar, mas também ensinar os principais aspectos sobre finanças, marketing e vendas aos micro e pequenos empresários. “A gente quer empoderar esses pequenos empreendedores para que eles possam operar o sonho deles da melhor maneira possível, com uma visão inovadora e retribuindo para a sociedade”, explica Eric, que acredita que estamos em um momento de transformação que levará negócios e clientes a uma economia com mais propósito. Porém, a mudança de comportamento não deve ser apenas na postura das empresas, mas também no modo
como elas lidam com o dinheiro. “Mudando um pouco o comportamento financeiro, é possível melhorar a performance e aumentar os ganhos em até 30 ou 40% sem aumentar produção ou vendas, só porque o empreendedor se organizou melhor”, sugere. O investimento em estratégias de marketing e vendas também é um grande parceiro do empresário na hora de fazer um controle financeiro que dá resultados, mas deve ser feito pensando em quem mais importa: o público-alvo. “Obviamente, as pessoas querem ganhar dinheiro, vender para quem quer comprar. Mas é preciso definir bem um perfil para entender bem quem é a pessoa que tem afinidade e está disposta a pagar mais pelo seu produto ou serviço. Aí vem a parte da comunicação: ter um posicionamento e uma proposta que sejam realmente únicos, para continuar chegando a ela”.
Atenção para não confundir com o fluxo de caixa! O fechamento de caixa nada mais é do que um caderno ou planilha - também alimentado diariamente - em que você vê, diariamente, quanto dinheiro tem para troco e reserva de emergência. Ele deve ser feito junto a uma análise de quanto foi vendido no crédito, débito e em dinheiro, inclusive para ver de quanto (em moedas e cédulas) você precisará dispor no dia seguinte para manter um bom funcionamento do negócio e um atendimento ao cliente eficaz. Depois do fechamento, se abastece o fluxo. DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO (DRE)
Um pouco mais técnico que os dois primeiros, o DRE geralmente é feito com o auxílio de uma consultoria ou de um empreendedor mais experiente que possa dar dicas e ensinar como organizá-lo. Para empreendedores que acabaram de começar um negócio, o documento pode não ser tão útil, mas após alguns meses ele ajudará a entender indicadores importantes como margem, lucro bruto, lucro líquido, faturamento e receita, com a possibilidade de comparação entre meses/anos. Ele também pode ser importante para entender a lucratividade da operação em diferentes plataformas, a exemplo de marcas que vendem presencialmente, online e em feiras, por exemplo, e querem entender onde devem investir mais. Fonte: Descomplica SBA Consultoria para Pequenos Negócios
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CRESCIMENTO TAMBÉM EXIGE ANÁLISE CUIDADOSA DAS FINANÇAS O sogro do empresário cearense Raul Matos, 27, foi um dos responsáveis por despertar sua veia empreendedora. Até três anos atrás, os dois eram sócios em uma distribuidora de rações que virou pet shop e chegou a ter quatro lojas operando em Fortaleza e Maracanaú. Com o tempo, Raul viu no setor uma possibilidade de colocar suas ideias em prática: migrou do Direito para a Administração, se dedicou a aprender sobre finanças e gestão e participar de eventos da área. A sociedade, eventualmente, chegou ao fim - mas o sonho do empresário só estava no começo. Após um rebranding e um replanejamento estratégico da operação, nascia a Bispet, pet shop que hoje conta com três lojas em Fortaleza, duas no Centro e uma no bairro Cidade dos Funcionários, e mais de 30 funcionários. Mas o sucesso da empreitada e a chegada do e-commerce da marca deram um sinal de alerta: era preciso profissionalizar a maneira como a empresa lidava com as finanças, ainda
que Raul tivesse conhecimento no assunto, além do auxílio da esposa, Ana Carolina Aragão, no departamento financeiro. A ideia é manter o bom número de vendas, que tem dobrado a cada ano desde 2019, e saber bem onde investir para manter o capital da empresa saudável. “Contratei uma consultoria que só teve início, não sai mais, porque precisamos desse direcionamento nos mostrando o que os olhos da operação nem sempre conseguem enxergar”, comenta Raul. Atualmente, a Bispet se prepara para entrar nas gigantes Amazon e Shopee, depois do sucesso obtido em plataformas como iFood e Mercado Livre, além do delivery próprio, implementado no primeiro lockdown. “Queremos ir para outro patamar de organização, porque com a empresa pequena é possível ter mais controle, mas quando ela cresce pode ser difícil centralizar tudo - é preciso delegar, ou a empresa não cresce”, completa.
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GESTÃO
COMO FAZER O DIAGNÓSTICO FINANCEIRO DA
ACOMPANHAR OS PRINCIPAIS INDICADORES DO NEGÓCIO É ESSENCIAL PARA MANTÊ-LO LUCRATIVO
PROCESSO BUSCA COMPREENDER ESTÁGIO DA EMPRESA E IDENTIFICA CUSTOS, IMPOSTOS E MÃO DE OBRA
LETÍCIA DO VALE leticiadovale@opovodigital.com
O sucesso financeiro de uma empresa depende da análise frequente de diversos fatores, como lucratividade, rentabilidade, prazo de retorno sobre o investimento e ponto de equilíbrio. Para analisar esses dados, é necessário que o empreendedor realize um diagnóstico financeiro, instrumento essencial para manter a sustentabilidade do negócio, especialmente em tempos de crise. “Costumo comparar o diagnóstico financeiro com um diagnóstico de saúde. Quando a gente está sentindo alguma coisa, procuramos um generalista. O diagnóstico da empresa funciona da mesma forma”, explica Sílvio Moreira, analista técnico do Sebrae Ceará. O processo procura compreender o estágio atual da empresa, identificando como estão os custos, impostos diretos e mão de obra, entre outros aspectos do empreendimento. “Se eu não tiver esse diagnóstico, eu não vou ter informação, e se eu não tenho informação, vou tomar decisões erradas que ocasionam prejuízos e a quebra do negócio. Seja com um consultor especializado ou a partir do próprio empresário, levantar esses detalhes e traçar um plano para melhorar o que não estiver dentro dos conformes é fundamental”, ressalta Sílvio.
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Adriana Lima é empresária e proprietária da Vó Chiquinha Food, que vende carne de sol e frango desfiados
FOTOS JOÃO FILHO
EM PRE SA?
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GESTÃO FINANCEIRA: O SEGREDO DO SUCESSO Jamais abrir mão das rotinas financeiras que garantem o controle do negócio. Esse é o principal conselho de Adriana Lima, empresária e proprietária do Vó Chiquinha Food. A empresa começou, há três anos, a produção de carne de sol e frango desfiado na cozinha de casa. Atualmente, o negócio emprega 20 colaboradores e produz mais de 30 toneladas de carne e frango por mês, tendo no diagnóstico financeiro um importante aliado para seguir crescendo. “É através da gestão financeira que o empreendedor encontrará métricas para avaliar se o recurso investido está sendo valorizado”, indica Adriana. Por isso, a empresa tem critérios bem definidos para resolver determinadas questões. Para contratar ou demitir empregados, por exemplo, Adriana sempre observa o ritmo atual de produção e elabora um plano para avaliar o crescimento e a necessidade de novos colaboradores. Já para a seleção de fornecedores, são analisados dois critérios principais: eficiência e precificação. Outro fator fundamental é o estoque da empresa, considerado um dos principais pilares pela empresária e, por isso, sempre bem acompanhado pelos profissionais responsáveis. “Acreditamos que a manutenção da qualidade e a redução do desperdício são consequência de rotinas de controle bem elaboradas”, destaca.
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DIAGNÓSTICO FINANCEIRO NA PRÁTICA Saber quais fatores devem ser analisados e de que maneira essa avaliação deve ser feita é essencial para fazer um bom diagnóstico. Entenda quais pontos devem ser levados em consideração para manter o controle financeiro da sua empresa:
LUCRATIVIDADE
A lucratividade indica quanto a empresa lucrou com sua atividade, levando em consideração o faturamento total. Assim, esse conceito permite que o empreendedor veja se as vendas estão cobrindo as despesas. Para calcular a lucratividade, é necessário dividir o lucro líquido pelo total apurado e multiplicar por 100. Um resultado de 20% de lucratividade, por exemplo, significa que cada real faturado gera 20 centavos de lucro líquido.
RENTABILIDADE
Similar à lucratividade, a rentabilidade também é baseada no lucro líquido do negócio, mas, dessa vez, relacionado à quantia investida na empresa. Assim, essa métrica determina o retorno que o investimento pode gerar. O percentual de rentabilidade é calculado por meio da divisão do lucro líquido pelo investimento realizado, logo após multiplicando o valor por 100.
PRAZO DE RETORNO
O prazo de retorno sobre o investimento se refere ao tempo que o empresário vai ver o dinheiro investido por ele retornar para seu bolso.
PONTO DE EQUILÍBRIO
O ponto de equilíbrio é um dos indicadores mais importantes para analisar a situação financeira do negócio. Ele define quanto é necessário que a empresa fature para pagar todos os custos, ou seja, é o valor gerado quando as receitas se igualam às despesas. Delimitar essa quantia é o que permite saber a partir de quanto o negócio apresentará lucro ou prejuízo, sendo possível compreender o mínimo de produtos que precisam ser vendidos e o valor monetário total disso. Para achar o ponto de equilíbrio do negócio, é preciso ter na ponta do lápis quais os custos mensais da empresa, fixos e variáveis, como aluguel, energia, impostos, comissão sobre vendas, produção de embalagem, salário de funcionários, entre outros. A partir desse conhecimento será possível compreender quanto o empreendedor precisa faturar para poder pagar todos os custos do mês.
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TIRA-DÚVIDAS
DESPESAS X CRESCIMENTO COMO SABER QUANDO CONTRATAR UM NOVO FUNCIONÁRIO?
Deve-se contratar um novo funcionário quando a empresa está em fase de crescimento e o empreendedor percebe que já não é mais possível seguir os trabalhos com a mesma equipe. Para isso, é necessário planejar a contratação e saber exatamente quais custos essa decisão traz. Impostos, férias remuneradas e décimo terceiro, por exemplo, são fatores que não podem ser esquecidos.
QUANDO E COMO DEVO CORTAR GASTOS?
Tudo dentro da empresa deve ser muito bem planejado, até mesmo os cortes de gastos. Afinal, cortar custos pode significar, muitas vezes, abrir mão da qualidade do produto e o valor agregado a ele. Por isso, antes de tomar essa decisão, é importante analisar o que é mais favorável à empresa: cortar esse gasto para baratear o produto e talvez perder em qualidade ou manter e até aumentar essa despesa, procurando se diferenciar da concorrência ao agregar serviço e melhorar a qualidade do produto. Quando o cliente consegue perceber essa diferenciação e suas vantagens, é possível colocar o valor do produto acima da concorrência.
COMO ESCOLHER OS MELHORES FORNECEDORES?
Hoje existem diversas ferramentas de busca que possibilitam analisar a reputação de um fornecedor. Para além do preço do conteúdo desejado, o empreendedor deve estar atento à qualidade e, principalmente, ao prazo de entrega, fator que impacta diretamente no capital de giro e fluxo de caixa da empresa.
FONTE: Sílvio Moreira, analista técnico do Sebrae Ceará
DICAS DE GESTÃO FINANCEIRA PARA
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PEQUENOS NEGÓCIOS FONTE: Matheus Teixeira Corrêa, contador
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Durante a fase de implantação do negócio, é fundamental saber se a ideia é viável. Para isso, faça um plano analisando os potenciais de venda e os concorrentes, além de fazer uma pesquisa de mercado conversando com possíveis clientes. Levante todos os custos e necessidades de investimento antes de colocar a empresa para frente.
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O empreendedor deve estipular uma retirada mensal (pró-labore), evitando prejudicar a empresa ao utilizar indevidamente o dinheiro do negócio para despesas pessoais.
Tenha o controle financeiro do que entra e do que sai. Mantenha o fluxo de caixa sempre atualizado.
Não misture as finanças da empresa com as finanças pessoais. Tenha uma conta própria do negócio para gerenciar as receitas e despesas da empresa.
A jornada do empreendedor é cheia de tarefas e sempre aparecerão imprevistos. Portanto, recomenda-se que o empresário já comece bem assessorado por uma contabilidade eficiente.
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É fundamental ter na ponta do lápis o valor do capital de giro, ou seja, é necessário saber o valor que a empresa precisa para se manter por mês, pagando despesas como aluguel, funcionários e outras.
Tenha um responsável pelo estoque. Compre e venda tudo com nota fiscal, mantendo o estoque organizado e fazendo a contagem física (inventário) regularmente. Se o estoque for muito grande, faça uma amostragem por mês e uma contagem total anual ou semestral.
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Para evitar desperdício e manter a qualidade, planeje a operação antes de executar e sempre busque o aprimoramento e tecnologia.
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MANUAL
COMO ABRIR UM MEI COM SEGURANÇA
CADASTRO DE MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL É GRATUITO E CONCEDE DIREITOS TRABALHISTAS AO EMPRESÁRIO, ALÉM DE BENEFÍCIOS PARA A EMPRESA. SAIBA COMO REGULARIZAR O SEU
VANTAGENS PARA A EMPRESA E BENEFÍCIOS TRABALHISTAS
O Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), obtido após o cadastro gratuito no Portal do Empreendedor, é responsável por conceder uma identidade empresarial ao trabalhador que empreende. Essa identidade é um diferencial, pois permite que o empresário obtenha benefícios por meio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), como auxílio-maternidade, auxílio-doença e aposentadoria. Esses direitos são obtidos a partir do momento em que o contribuinte começa a pagar o DAS MEI mensalmente. Outro ponto positivo é que, ao prestar serviços ou vender produtos, o empreendedor consegue emitir nota fiscal e negociar com o mercado para comprar mercadorias de forma facilitada, comprando como empresa, e com maior possibilidade de acesso a crédito. “A principal vantagem é poder se apresentar como empresário, pois, com um CNPJ, é possível negociar com agentes financeiros de maneira mais fácil e barata do que uma pessoa física”, explica Alice Mesquita.
Criado para profissionalizar e beneficiar microempresas, o cadastro MEI (Microempreendedor Individual) é uma forma simplificada de se tornar pessoa jurídica e formalizar o negócio, o que traz diversos benefícios individuais e corporativos para o empreendedor. Só em 2020, o crescimento de empresários cadastrados como MEI cresceu cerca de 8,4%, de acordo com o Governo Federal - mas muitas pessoas ainda enfrentam dificuldades para se cadastrar com segurança e se manter em situação regular. Para auxiliar microempresários que buscam a formalização, a secretária executiva da Diretoria do Sebrae Ceará, Alice Mesquita, explica os principais pontos do credenciamento: como e por que fazê-lo, quais as regras para ser MEI e como evitar cair em golpes. Confira:
MEII VANTAGENS, REGRAS E DICAS DE SEGURANÇA
PRINCIPAIS REGRAS
Para ser MEI, é preciso que a atividade empresarial desenvolvida esteja entre as ocupações permitidas pelo Governo Federal. Essa lista pode ser consultada no Portal do Empreendedor e inclui diversos segmentos da economia, como alimentação fora do lar, comércio e prestação de serviços. No site também é possível consultar as profissões que não podem se cadastrar como MEI, como dentistas, engenheiros e profissionais da área da saúde, que apenas podem se cadastrar como ME (microempresa). Assim como os demais empresários, o microempreendedor individual também tem trâmites financeiros e burocráticos para se manter regularizado e usufruir dos benefícios: além da contribuição mensal (DAS), ele deve emitir nota fiscal sempre que realizar transações comerciais com outras pessoas jurídicas, guardar notas fiscais de compra e venda pelo período de cinco anos e preencher um relatório mensal de atividades, bem como enviar, até o último dia do mês de maio, a Declaração Anual de Faturamento do Simples Nacional (DASN – SIMEI).
PASSO A PASSO 1
Após se cadastrar na plataforma www.gov.br, tenha em mãos os seguintes documentos: RG, Título de eleitor ou Declaração de Imposto de Renda, dados de contato e endereço residencial. Na hora do cadastro, também é necessário saber o tipo de ocupação, a forma de atuação e o local onde sua empresa atua ou irá atuar
2 Acesse www.gov.br/mei
3 Clique em “Quero ser MEI” e depois em “Formalize-se”
Especialmente após o início da pandemia, muitos golpes relacionados a cadastros falsos de MEI surgiram. A maioria deles utiliza plataformas não oficiais para realizar o cadastro, exigindo o pagamento de transferência ou boleto bancário, e muitas vezes a abertura do CNPJ nem é efetuada de fato. Por isso, além de acessar o endereço correto (gov.br/mei) em vez de buscar palavraschave em ferramentas de busca, uma dica de segurança importante é observar se, na hora de efetuar o cadastro, é exigido algum tipo de pagamento. Se houver cobrança, não se deve concluir o procedimento, tampouco fornecer dados pessoais. “Todos os serviços disponíveis no Portal do Empreendedor (localizado no site do Governo) são gratuitos. Não há emissão de boleto nem se paga nada. Quando o empreendedor cai em um site que cobra, ele acessou o site errado”, reforça a executiva Alice Mesquita. Após entrar no site correto, basta criar ou acessar uma conta por meio de senha pessoal e clicar em “Quero ser MEI”, fornecendo os dados pessoais e da empresa quando solicitados. O processo de emissão do CNPJ é realizado em poucos minutos.
MANTENDO AS CONTAS EM DIA
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Atualmente o valor da contribuição mensal do MEI é de 5% do salário mínimo vigente, com o acréscimo de uma taxa no valor de R$ 1 para empresas dos segmentos de Indústria ou Comércio ou de R$ 5 para empresas do segmento de Prestação de Serviços. Neste ano, o cálculo de 5% passa a ser feito tendo como base o novo salário mínimo (R$ 1.212) a partir do dia 20 de fevereiro. Dessa data em diante, o valor mensal será de R$ 60,60. A contribuição deve ser efetuada sempre até o dia 20 de cada mês, e o empreendedor pode optar por pagamento online (acessando o Portal do Empreendedor e gerando o boleto), por débito automático, na rede bancária ou nas casas lotéricas. Já a declaração anual, que pode ser feita até o dia 31 de maio, não tem custo algum. (Ana Beatriz Caldas)