Um Caminhão nas Estrelas

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VENDA PROIBIDA

Estrelas


UM CAMINHÃO NAS ESTRELAS Autor Sandra Aymone Coordenação editorial Silnia N. Martins Prado Juliana Furlanetti Ilustração Pierre Trabbold Colaboração nas atividades Juliana Furlanetti Revisão de texto Katia Rossini Diagramação Linea Creativa Realização Fundação Educar DPaschoal www.educardpaschoal.org.br Fone: (19) 3728-8085 Esta coleção é uma homenagem ao nosso querido colega Mateus, idealizador do projeto. Esta obra foi impressa na Citygráfica Artes Gráficas e Editora Ltda. em papel cartão (capa) e papel offset (miolo). Esta é a 7ª edição, datada de 2013, com tiragem de 3.000 exemplares. Agradecemos aos nossos parceiros a colaboração na distribuição destes livros: Transportadora Capivari Ltda., Trans-Iguaçu Transportes, Hiperion Logística e Jamef Transportes. A prestação de contas referente a esta publicação, que é parte integrante de um projeto cultural, será conferida por PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes quando da conclusão final do referido Projeto.

Sobre a Fundação Educar Dpaschoal Criada em 1989 para a promoção da educação cidadã como estratégia de transformação social, desenvolveu inicialmente a “Academia Educar”, que promove a formação de núcleos de lideranças juvenis em escolas públicas, criando oportunidades para que o jovem descubra seu potencial, tornandose capaz de transformar sua realidade, a de sua escola e da comunidade. Em 1999, criou o “Prêmio Trote da Cidadania”, que estimula o empreendedorismo universitário como forma de propagar práticas sustentáveis e a participação cidadã no ambiente acadêmico. Em 2000, iniciou o projeto "Leia Comigo!", que produz e distribui gratuitamente livros infanto-juvenis que incentivam o gosto pela leitura, facilitam o aprendizado na escola e o pleno desenvolvimento da criança e do jovem. São histórias que contribuem para a construção de cidadãos e uma visão mais humanista. A DPaschoal acredita que incentivar a leitura e o debate crítico é o melhor caminho em direção ao verdadeiro desenvolvimento do país e da sociedade.



— Olha só o que eu trouxe pra você! Mateus pulou de alegria quando o pai lhe mostrou o caminhão de brinquedo mais bonito que ele já tinha visto! Era todo vermelho e tinha uns boizinhos de plástico na carroceria. — O nome dele vai ser Valente! — disse o menino. O pai de Mateus se chamava Fernando e era caminhoneiro. Quando ele chegava em casa era superlegal, pois tinha sempre um montão de histórias para contar sobre os lugares por onde passava!

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— Pra onde você foi dessa vez, pai? — perguntou Mateus, arrumando os boizinhos no Valente. — Ah, filhão, eu andei por um lugar fantástico, o Pantanal! Peguei a BR 070 em Barra do Garças e fui até uma cidade chamada Cáceres, que fica a uns duzentos quilômetros de Cuiabá. Cuiabá é a capital do Mato Grosso. Dizem que Cáceres é a porta de entrada do Pantanal... Neste momento, Cida, mãe de Mateus, entrou na sala e abraçou o marido.

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— Que saudades! — disseram os dois ao mesmo tempo. — Como você demorou! — reclamou Cida. — Tive um problema com o caminhão e atrasei um pouco. — desculpou-se Fernando. — Problema? — estranhou ela. — Mas você não tinha feito a revisão antes da viagem? — Claro que fiz! — respondeu o marido. — Você sabe que não saio sem antes checar tudo! Mas ninguém está livre de um pneu furado... Ainda bem que eu estava dentro do limite de velocidade e não perdi o controle...

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Mateus esperou os dois terminarem a conversa e perguntou, curioso: — Pai, você viu alguma onça? Fernando respondeu: — Não vi, não. Sabe, filho, o Pantanal tem todo tipo de bicho, mas lá também se cria muito gado. E as fazendas, às vezes, não deixam espaço para os outros animais. É por isso que agora tem pouca onça. Isso mostra como é importante cuidar do ambiente e dos animais, para que eles possam continuar existindo sempre. — Que ambiente é esse, pai?

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— São as matas, o ar, os rios e todos os lugares onde os animais vivem. Lá tem muitos bichos: ariranha, arara, tucano, paca, tatu, jabuti. Tem também capivara, tamanduá, anta, tuiuiu, sucuri... — Sucuri?! Aquela que engole um boi? — espantou-se de novo Mateus, abraçando o caminhão como se a cobra estivesse ali e fosse comer todos os seus boizinhos.

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— Isso é lenda! — riu de novo o pai. — As sucuris são mesmo enormes, e as maiores chegam a medir mais de oito metros. Apesar disso, até um homem é grande demais para ela engolir. A sucuri come veado, capivara, filhote de anta... E depois leva três meses dormindo, fazendo a digestão! Nesse ponto, Cida entrou na conversa: — E aposto que você também vai passar três meses digerindo, de tanto que vai comer o almoço que eu fiz! Fernando fez cara de quem estava recebendo a melhor notícia do mundo. Antes de ir, tomar um bom banho e trocar de roupa, combinou com o filho: — Mais tarde a gente continua a nossa conversa! Enquanto o pai tirava uma soneca, depois de saborear um frango assado, que veio acompanhado de arroz, feijão, farofa e legumes, Mateus aproveitou para fazer a lição da escola.

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Quando Fernando acordou, Mateus brincava com o caminhão. Tinha deixado os boizinhos num “curral” e colocado um monte de pedrinhas na carroceria. — Estou ficando cansado. Vou parar para tirar uma soneca! — dizia o menino, fingindo que era o motorista. — Cuidado — respondia o Valente a seu dono —, aqui pode ser perigoso! Vamos parar num posto de gasolina, que é mais seguro! Fernando achou graça na brincadeira e perguntou: — Para onde vão essas pedras? — Não são pedras, pai, é ouro que o Valente está levando! — Ah, bom!... E você sabia que Cuiabá começou por causa do garimpo?

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— Aquela região — contou o pai — tinha muitas jazidas de ouro. Os índios faziam vários enfeites com ele. Quem iniciou o povoado foram os bandeirantes paulistas, que procuravam ouro e pedras preciosas. — E ainda tem índio por lá? — perguntou o menino. — Muito pouco... E já perderam bastante da sua cultura. Muitos usam até roupas iguais às nossas, o que é uma pena. É preciso valorizar a cultura indígena, para que ela continue existindo. Você precisa ver o trabalho que os índios Cadiuéu fazem em cerâmica. São coisas lindas!

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— Conte mais dos bichos! — pediu Mateus. — Tá bom, filho — concordou Fernando. — Uma coisa que me impressionou muito foram os ninhais. É uma porção de ninhos, um pertinho do outro, uma coisa incrível! Tem garças, colhereiros, tuiuius e mais um monte de aves vivendo em comunidade. — Já imaginou a algazarra quando nascem os filhotes e todos piam ao mesmo tempo? — lembrou dona Cida, rindo.

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Durante o resto da tarde, Cida e Mateus ficaram ouvindo o que Fernando tinha para contar. — Um dia nós vamos lá, todos juntos! — disse o pai. Na hora de dormir, Mateus pediu uma história. Fernando lembrou-se de uma lenda que tinha ouvido numa das paradas, de uma senhora muito idosa, descendente de índios. — Então vou contar como apareceram as estrelas. “Uma vez, um curumim, que é um indiozinho, fez uma coisa feia. Ele estava na colheita com as mulheres da tribo e escondeu um montão de milho num bambu.”

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“Voltou sozinho para a aldeia e pediu à avó que fizesse pão de milho para ele e seus amigos. Ela fez, e eles comeram. Depois disso, ficaram com medo do castigo que iam receber por não terem dividido o alimento com a tribo. Aí, resolveram fugir para o céu. Chamaram um beija-flor, deram-lhe um cipó bem comprido e pediram que ele prendesse a ponta no céu. Todos os meninos subiram pelo cipó. Quando as mães voltaram e viram os meninos subindo, ficaram desesperadas e resolveram ir atrás.”

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“Os curumins, então, cortaram a corda e as mães caíram. Cada uma que caía se transformava num animal selvagem. Então Tupã condenou os indiozinhos a ficarem para sempre no céu, olhando o que tinham feito. Seus olhos são as estrelas.” Mateus dormiu com o Valente do lado, pensando que os indiozinhos deviam estar muito arrependidos do que tinham feito.

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Aí, sonhou que dirigia o Valente pelo Pantanal. De repente, numa curva, encontrou um grande grupo de onças. Ficou com medo, mas elas chegaram bem de mansinho e pediram: — Faça seu caminhão voar e leve a gente até o céu! O pai de Mateus sempre dizia que era perigoso dar carona para estranhos. Mas nunca tinha dito nada sobre onças que sabiam falar... Mateus deixou que elas subissem na carroceria. Mas Valente ficou muito pesado para voar.

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As onças começaram um choro que não acabava mais... Mateus, então, percebeu que elas eram as índias, mães dos curumins, que estavam querendo ir ver os seus filhos. Disse: — Eu vou até o céu com o Valente e trago eles aqui! Dito e feito. O caminhãozinho voou muito alto, até chegar às estrelas. Mateus disse aos curumins que embarcassem, porque as mães estavam chamando. Mas eles disseram que não podiam ir e deixar o céu sem estrelas. Mateus pensou e teve uma ideia.

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Logo estava de novo na mata, trazendo os meninos. Cada indiozinho que descia era uma onça que se transformava em gente de novo! Depois de muitos abraços e risos, uma mãe olhou para o céu e estranhou: — Mas as estrelas ainda estão lá! Mateus respondeu: — É que eu deixei as lágrimas de vocês brilhando lá em cima...

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CANTINHO DIVERTIDO A criação do material a seguir foi uma construção coletiva, entre autores, ilustradores, educadores e parceiros, que contribuíram com um pouco de si mesmos, suas experiências e emoções. e

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JARRO DE MOSAICO

Ajude o índio Cadiuéu a fazer um mosaico bem bonito no seu jarro. Você sabe o que é um mosaico? É uma colagem superlegal que você pode fazer usando recorte de papel de revista, jornal, guardanapo, barbante, botões e tudo o mais que se possa imaginar (e a mamãe deixar!). Você pode usar esta ideia para fazer um cartão e dar de presente para alguém especial: 1. Dobre uma folha ao meio e, em uma das metades, copie o desenho do vaso ao lado. 2. Decore a parte de dentro do vaso com mosaico. 3. Depois, desenhe algumas flores e escreva uma mensagem bem bonita.

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JOGO: AS ONÇAS E AS COTIAS Preparação -- Em um dos cantos do espaço do jogo, é desenhado um quadrado. Dentro dele, fica um grupo de crianças: as cotias. Outro grupo, com o mesmo número de jogadores, fica espalhado fora do quadrado e escolhe um “líder”: são as onças.

Eu sou o líder!

Como jogar -- As cotias querem deixar a toca (o quadrado) e passear. Uma a uma, vão tomando coragem e saindo com cuidado. As onças fingem que não estão percebendo, até que o líder grita: -- Vamos pegar as cotias! Imediatamente, as onças correm, perseguindo as cotias para prendê-las. Estas devem tentar fugir, de volta para a toca. Estando dentro do quadrado, não poderão ser pegas pelas onças. Todas as cotias que forem presas tornam-se onças e ajudam a pegar as cotias restantes na próxima partida.

Vamos pegar as cotias!

O jogo termina quando todas as cotias tiverem sido pegas.

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ESTRELAS DE GARRAFA PET

A lenda conta que as estrelas são os olhos dos curumins que fugiram para o céu. Que tal fazer estrelas de garrafa PET para enfeitar seu quarto?

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Faça um risco na base da garrafa, seguindo a linha que já existe nela.

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Corte o fundo da garrafa seguindo este risco.

Materiais:

-- Tesoura sem ponta -- Garrafas pet -- Fio de nylon (ou de pesca)

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Agora, faça cinco pequenos cortes nos vãos existentes entre os “pés” do fundo da garrafa.

5 Dobrar

Com cuidado, dobre o plástico para dentro, formando as pontas das estrelas.

Sua estrela está pronta! Você pode fazer um furinho em uma das pontas de cada estrela, passando um fio por ele.

Depois, pendure várias em um galho pequeno de árvore, fazendo um lindo móbile!

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BOLO DE MILHO Ajude o curumim. Ele quer dividir o bolo de milho entre todos da sua tribo. São:

15

homens

13

mulheres

27

crianças Quantos pedaços vão ser ao todo?

Se você ficou com água na boca, peça ajuda a um adulto e prepare também seu bolo! A receita vai aqui:

Bolo de Milho Ingredientes:

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Como fazer: Coloque todos os ingredientes no liquidificador e bata por, aproximadamente, 4 minutos.

• 3 ovos inteiros

2 Coloque a massa

• 1 lata de milho verde (sem a água), ou milho verde cozido e debulhado na mesma quantidade da lata

em uma forma de bolo inglês (18x7x5 cm).

• 1 lata de leite condensado • 100 gramas de coco ralado • 1 colher de sopa de margarina ou manteiga

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3 (180º), por 30 minutos.

Asse em forno preaquecido

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Retire do forno e espere esfriar para desenformar.



Viaje por todo o mundo. Leia!

Agradecemos aos parceiros que investem em nosso projeto.

Apoio:

Realização: ISBN 978-85-7694-252-8


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