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POSTAIS DO ALGARVE
O Algarve de Sotavento,
Urbano
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Tarde de leite e rosas. Cada aresta, Tinha um rubi tremente: Fomos ouvir o canto da floresta, O seu canto de amor, ao sol poente.
Tu querias sorver os poderosos Lamentos de saudade e commoção Que, as raízes, dos fundos tenebrosos, Mandavam, pelo ramo, p’ra o clarão.
Opalescera já, o ar. O vento, Correndo atraz da sombra, murmurou
Sentiu-se um fechar de azas. N’um momento, A floresta, cantou. JOÃO
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A Paisagem dá-me emoções musicais. Tudo canta, suspira e chora, e tudo é ritmo. A Luz e a Cor são expressões musicais. (…) Por sua vez a Música sugere-me aspectos panorâmicos, extra-terrenos, muitas vezes etéreos, de além-mundo, como sucede sempre que ouço Beethoven, que me dá a sensação divina do Infinito, - como se essa música maravilhosa acordasse em mim a saudade misteriosa duma Pátria distante, primitiva, de antes da vida, de cujo eterno Amor e eterna Beleza andássemos exilados... A mesma saudade, afinal, que sempre me deu o amor, e que já no Adeus, meu primeiro livro de versos, se acha expressa na poesia Celeste.
Bernardo De Passos
Depois de São Lourenço de Almansil, esta Igreja de Alte não é um Letes que faça esquecer o resto.
JOSÉ SARAMAGO
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É este o rio e estes são os bosques Corpo de que a alma é a brisa dos jardins.
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Terra de Santa Maria que tanta beleza encerra, olhando, vaidosa, a Ria, acenando ao longe, à serra!
FRANKLIN MARQUES
A salsugem fermenta nos sapais
Num fervilhar de combustão activa...
E o sol pisca nas águas mil cristais
A irisar, ferindo a conjuntiva.
ANTÓNIO TEIXEIRA MARQUES
Pequeno almoço na ilha. Dois FIGOS e uma talhada de MELANCIA.
Ode a Faro
Ao Ex.mo Sr. Dr. Joaquim Magalhães, com apreço
Cidade morena, de morena cor, tão dada à janela do sonho vivido. Se trazes no sangue horizontes de amor também tens nas veias a treva e o gemido...
Se tens o Futuro no ventre confiante, possuis o Presente no sol de te dar... E dás-te a teus filhos, como doce amante que nada reclama - como a praia e o mar!...
Não quero perder a beleza do todo que dá mais aprumo a teu nome elevado. Mas sei, minha Faro, que tens oiro e lodo... E, embora haja lodo, eu quero-o doirado!
Dizem que não tens a energia bastante pra dar luzimento ao viver, algo velho... Confio em teu génio, como bom amante, pois sei que és capaz de ficares num espelho!
Se és a capital da província sulista, da terra morena de Lúcio e de Passos, preciso é que agrades ao sentir e à vista - e te abras em cor, em canções e abraços!
Vicente Campinas
Os meus sonhos situam-se sempre a Sul
Faro Cacela ou Alcoutim
TERESA RITA LOPES
Morenas em bandos sobre açoteias
Janelas abertas sobre um palmar
Já vejo de longe as altas ameias
Já vejo Santa Maria a Sem-Par
JOSÉ AFONSO
E depois, olhar: umas vezes para os restos do MAR, outras vezes para TI.
CASIMIRO DE BRITO
Lembrança da ria de Faro Dunas atrás da casa gafanhotos cor de madeira cardos cor de areia ao fim da tarde, barcos na água rósea onde a cidade, em frente à casa, cai De madeira caiada a casa está sobre a areia, que escurece quando a maré devagar desce na praia
GASTÃO CRUZ
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As flores das amendoeiras sarapintavam as veredas de branco e rosa, com as pétalas que adejavam pelos ares caindo suavemente sobre o manto verde que bordejava os trilhos. A lenda da bela princesa do Norte, saudosa das paisagens nevadas do seu país, veio à memória de Joana...
LUÍS BARRIGA
NATÉRCIA FREIRE