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ARTEDAATRACÇÃOATRAI PORTUGUESES E ESTRANGEIROS A QUERENÇA
Exposição seguida de tertúlia chamou ingleses, franceses e até finlandeses que vivem em Querença ou que têm particular atracção por este lugar. Para além de contemplar a arte e as manobras que os seres vivos utilizam para assegurar a vida e a reprodução, elencaram-se propostas para melhorar a vida no território de Querença.
A aldeia à beira-serra plantada, no concelho de Loulé, é conhecida pela atracção que exerce em quem a visita.
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A presença de dezenas de residentes e visitantes, grande parte estrangeiros, no dia 28 de Janeiro, confirmou mais uma vez o facto. Responderam assim à chamada para a inauguração da exposição ArtedaAtracção
A mostra de fotografia criativa, da autoria de Vítor Martins, patente na Fundação Manuel Viegas Guerreiro (FMVG) até ao final do mês de Março, reflecte sobre os meios e mecanismos de atracção na Natureza, entre animais e plantas. Humanos incluídos, naturalmente.
«O objetivo é estimular a curiosidade sobre a arte da atracção, convidando a audiência a observar e a discutir a diversidade das suas manifestações no quotidiano.»explica o fotógrafo. Vítor Martins é português e viveu 35 anos em Los Angeles, nos Estados Unidos. Reside há dois em Querença. Membro da ALFA – Associação Livre Fotógrafos do Algarve, que patrocina a exposição, ocorrem para garantir a nossa sobrevivência, obter alimentação ou para segurança e conforto. Não escapamos à necessidade de atrair. As estratégias são infinitas e os resultados determinantes do sucesso de um indivíduo»
A colecção exposta é constituída por dez dípticos, dez composições duais que colocam - lado a lado - pessoas e elementos naturais, num diálogo permanente entre vários elementos do planeta.
A Arte da Atracção de Querença
A exposição, que esteve anteriormente em Faro, chega a Querença a convite da Fundação mas, desta feita, aplicando o conceito da “lei da atracção” a Querença, aldeia-escolha de muitos portugueses e estrangeiros, pela eloquência da paisagem, quietude, valores patrimoniais, segurança, qualidade dos produtos alimentares e genuinidade das gentes. Todavia, Querença também evidencia algumas lacunas estruturais, ligadas ao acesso fragmenta: «No nosso quotidiano usamos vários tipos de mensagem: som, cor, forma para elevar a nossa posição negocial, algo tão simples como sermos simpáticos para obter amizade ou união sexual. Esses mecanismos a água potável de qualidade, à dinamização comercial de produtos da terra, ao acesso à habitação e à requalificação dos prédios rústicos. Todos estes factores foram ponto de partida para uma conversa alargada que juntou várias nacionalidades e em que se falou em português e em inglês, para entendimento de todos/as. A Fundação considera que numa altura em que Querença inicia o retomar da sua autonomia administrativa é imperativo promover o diálogo em torno de quem cá vive o ano inteiro, coligindo os seus contributos para o desenvolvimento de Querença, no interior do concelho de Loulé.
Biblioteca Museu Manuel Viegas Guerreiro Como anfitriã do evento, a FMVG aproveitou a oportunidade para dar a conhecer a sua actividade e o homem que lhe dá nome, visto que este foi o primeiro contacto de parte do público com a instituição. Desde logo, este foi recebido no Centrode EstudosAlgarviosLuísGuerreirocom música recolhida por Viegas Guerreiro junto de comunidades angolanas e moçambicanas (Köisan e Maconde), dando a conhecer parte do património fonográfico guardado em Querença. O grupo foi então convidado a visitar um dos núcleos mais exclusivos e intimistas da Fundação: a biblioteca particular do Patrono, que se transformou em mini-sala de projecção, acolhendo a exibição do documentário bilingue MVG:MestredoMundo . Foi complementar à sessão, a apresentação de várias fotografias da colecção particular de Manuel Viegas Guerreiro, com incidência nos Köisan, datada da década de 50 do século XX. Ainda, a leitura de uma descrição de Querença, retirada de Uma ExcursãoàSerradoAlgarve(1959) Um excerto da obra ganhou destaque num marcador de livros, em português e inglês, oferecido neste evento.
A BibliotecaMuseuManuelViegasGuerreiroconstitui uma réplica do escritório da sua casa em Paço de Arcos, Lisboa. Grande parte das estantes, todos os livros, mobiliário e objectos expostos pertenceram ao etnólogo e antropólogo.
Recorde-se que Manuel Viegas Guerreiro (1912-1997), filho de Querença, nunca perdeu a oportunidade de evidenciar o seu encantamento por este lugar, ao longo de mais de oito décadas de vida. A Fundação continua a dar-lhe voz, honrando o seu legado humanista.