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ABERTURA DA SESSÃO DE HOMENAGEM POR GABRIEL GUERREIRO GONÇALVES
Senhor General Ramalho Eanes e Excelentíssima Esposa, Dr.ª Manuela Eanes; Professor Doutor Jorge Paiva.
É uma honra, contar com a vossa presença nesta cerimónia. Sabemos que o fazem do fundo do coração, mas com algum sacrifício das vossas vidas. A nossa gratidão.
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Dr.ª Margarida Correia, presidente da União de Freguesias de Querença, Tôr e Benafim;
Dr. Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé; Senhor Coronel Sousa Gomes, presidente da Assembleia Municipal de Loulé;
Dr. José Apolinário, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve; Professor Doutor Paulo Águas, reitor da Universidade do Algarve;
Juiz Conselheiro João da Silva Miguel, presidente do Conselho Geral da FMVG;
Director Regional de Agricultura, Eng.º Pedro Monteiro; Doutor Frederico Regala em representação da Direcção Regional da Cultura do Algarve;
Professor Doutor João Guerreiro, que Preside ao Conselho Fiscal da Fundação, e engenheira Margarida Pinto Gomes Guerreiro, filhos do Homenageado;
Amigos integrantes dos diversos órgãos da Fundação; Personalidades civis e de forças militarizadas convidadas e responsáveis de organismos que por lapso não referi; Minhas senhoras e meus senhores. Conterrâneos!
Bem-vindos a este acto, onde estamos a homenagear uma figura que ultrapassa as fronteiras nacionais, nascido em Querença, terra que nunca esqueceu, o Professor Manuel Gomes Guerreiro.
O Percurso Eco-Botânico Manuel Gomes Guerreiro resulta de uma candidatura ao abrigo do CRESC ALGARVE 2020 no montante de 206.480,00 euros, desenvolvida em parceria com a Câmara Municipal de Loulé e teve uma taxa de execução de 99,9 por cento.
A sua inauguração esteve prevista para 2020, mas por motivos de ordem sanitária conhecidos e a necessidade de articulação de agendamentos, só agora tornaram possível a sua realização.
Valeu a pena, pois estamos compensados e gratos com a presença e participação de tão ilustres personalidades aqui presentes.
A todos os que sem excepção estiveram envolvidos nesta obra, os nossos sinceros agradecimentos.
Simbolicamente permitam-me uma referência especial para o amigo arquitecto Fernando Santos Pessoa que, além de autor do projecto, acompanhou a sua execução dia-a-dia.
O nosso reconhecimento especial também para a Doutora Patrícia de Jesus Palma que preparou a candidatura; O engenheiro André Guerreiro que graciosamente assumiu a responsabilidade técnica da obra;
O Dr. Pedro Gonçalves que conduziu a gestão financeira; O engenheiro António Cruz da Câmara Municipal de Loulé que, na área de contratação pública, sempre se disponibilizou para prestar os esclarecimentos que lhes foram solicitados;
Ao Professor Doutor Mauro Figueiredo da Universidade do Algarve que se responsabilizou pela execução da aplicação para dispositivos móveis do Percurso;
À firma Leonel Guerreiro Martins que executou a obra;
E uma citação muito especial para a Maria José Mackaaij, para a Marinela Malveiro e para a Miriam Soares. Sempre dedicadas, sempre disponíveis.
Antes de terminar lembro que no início do Percurso Eco-
-Botânico, ao lado de uma oliveira com 1.575 anos, devidamente certificada pela Universidade de Trás-os-
-Montes e Alto Douro, a Senhora Dr.ª Manuela Eanes plantou uma nova oliveira, árvore que simboliza a Paz. Neste Mundo agitado em que vivemos é a mensagem que deixamos. Haja paz e compreensão. Obrigado!
Sess O De Homenagem A Manuel Gomes Guerreiro
Transcrição
Por Jo O Guerreiro
mediterrânica, evocando abundantemente o exemplo do Algarve. Nessas abordagens caracteriza o enorme potencial desta região baseada na conjugação da elevada radiação solar, da disponibilidade de água e de moderadas temperaturas médias anuais, a que acrescentaria sempre a sabedoria e o conhecimento que o homem introduz na equação.
A vegetação mediterrânica é evocada como resultado dessa adaptação, enriquecida com um enorme fluxo de plantas que tiveram origem nos mais variados pontos do globo terrestre.
O contacto que realizou ao longo da sua vida profissional, com outras paragens, em especial na zona tropical, levaram-no não só a valorizar a realidade ecológica do Mediterrâneo, mas também a distanciar-se de ideias feitas, importadas de outras realidades, muitas vezes apresentadas com algum deslumbramento.
A solução passará sempre, na persistente posição de Gomes Guerreiro, pelo desenvolvimento do conhecimento e da tecnologia adaptadas às realidades regionais.
Em nome da família de Manuel Gomes Guerreiro, gostaria de agradecer à Fundação Manuel Viegas Guerreiro e à Câmara Municipal de Loulé a iniciativa que tiveram destinada a criar e instalar, em Querença, o Percurso Eco-Botânico a que deram o nome de Manuel Gomes Guerreiro. É, para nós, uma enorme satisfação poder assistir à inauguração deste jardim mediterrânico.
O prazer que temos em estarmos presentes nesta cerimónia resulta, para além de vários outros aspetos, da convergência que esta iniciativa tem com duas linhas de pensamento de Manuel Gomes Guerreiro, permanentemente explicitadas ao longo de toda a sua vida.
A primeira refere-se às características biogeográficas e humanistas da região do Mediterrâneo. Desde o início dos anos 50 do século passado, em comunicações, em conferências e em textos publicados autonomamente, que Gomes Guerreiro não se cansou de descrever os traços principais que definem a região
Durante a sua permanência em África, primeiro em Moçambique e depois em Angola, esse desígnio foi sempre assumido com enorme protagonismo. Em Lourenço Marques (atual Maputo), estimulou a Sociedade de Estudos de Moçambique, de que foi Presidente. Foi uma sociedade que assegurou a reflexão participada em torno das problemáticas locais. No final dos anos 60, também do século passado, mas em Angola, dinamizou um projeto de extensão rural, integrando um escol de engenheiros agrónomos e silvicultores, que se responsabilizaram pela difusão de técnicas agrícolas junto dos produtores locais, com o objetivo de fomentarem a multiplicação dos rendimentos e de preservarem os recursos naturais que associavam aos seus modelos produtivos.
A organização da difusão do conhecimento manteve-se como um propósito permanente e conduziu ao seu empenho na instalação das Universidades de Évora (como membro da sua Comissão Instaladora) e do Algarve (como Reitor).
Nesta área merece ser evocada uma iniciativa com grande
A valorização do sistema biogeográfico e humano do Mediterrâneo e a disseminação do conhecimento pela comunidade constituíram marcas sempre presentes no percurso académico e profissional de Manuel Gomes Guerreiro.
Estas duas linhas de força estão igualmente presentes no Percurso Eco-Botânico que hoje inauguramos. Inclui uma extensa mostra da vegetação mediterrânica, sempre acompanhada por informações técnicas que facilitam a perceção e o eventual uso das diversas variedades. E proporcionará um laboratório natural que muito beneficiará não só os jovens que visitarem este jardim, mas também os viajantes que forem sensíveis a interesses culturais ancorados nas realidades locais.
O Percurso Eco-Botânico Manuel Gomes Guerreiro, instalado na sua terra natal, é um elemento de interesse indiscutível para se perceber melhor os valores naturais e as dinâmicas locais que contribuem para a sua valorização. Muito obrigado.