Brochura invasoras final

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Espécie herbácea perene de grande porte (1-3 m), ramificada, por vezes lenhificada na base. Caules quadrangulares, verdes e vermelhos vinosos. As folhas são verdes, alternas, simples, de margem inteira, de até 25 cm, lanceoladas. Inflorescências em cachos, de até 30 cm, com flores brancas. O fruto é uma baga púrpura muito escura. Na Mata Nacional do Buçaco pode-se observar pontualmente nas margens das vias de comunicação secundárias e em locais com alguma perturbação. A sua floração ocorre de maio a dezembro.

Arbusto ou pequena árvore de até 8 m, com ritidoma liso e escuro. Possui folhas perenes, coriáceas, de vários tamanhos e forma, geralmente oblongas, glabras, com a página superior lustrosa e página inferior mais pálida. As flores são hermafroditas, aromática, brancas, reunidas em inflorescências axilares. O fruto é uma drupa globosa, inicialmente verde, passando por vermelho até negro quando maduro. Embora não sendo considerada pelo Decreto-Lei n.º. 565/99 de 21 de dezembro uma espécie de carácter invasor, tem vindo a demonstrar nos últimos anos um comportamento similar, encontrando-se em nítida proliferação por toda a Mata Nacional do Buçaco. A floração ocorre de abril a junho.

Tintureira Phytolacca americana

Louro-cerejo Prunus laurocerasus

Planta terrestre ou epífita, de até 60 cm, quase sem caule. Folhas estreitas, lineares, coriáceas, dispostas em roseta e margem com espinhos. As folhas superiores tornam-se avermelhadas na altura da floração, desenvolvendo-se na sua base as flores azuis ou violáceas, algo carnudas, formando no centro uma inflorescência globosa. Possui bagas com sépalas persistentes. Originária no Chile foi introduzida na Mata Nacional do Buçaco como espécie ornamental, colonizando com êxito algumas zonas rochosas, nomeadamente na envolvência do Palace Hotel do Buçaco, Porta das Lapas e junto à capela de Sto. Antão.

Fasciculária Fascicularia bicolor

Herbácea perene, com caules rastejantes que enraízam nos nós. Folhas com 2-8 cm, ovadas, ligeiramente suculentas e flores com 7-12 mm, brancas, com pedicelos delgados. Prefere locais sombrios e húmidos, propagando-se rapidamente por crescimento vegetativo através de pequenos fragmentos de caules radicantes, formando tapetes contínuos e impedindo a regeneração das plantas nativas do mesmo estrato. Espécie originária do sul da América, foi introduzida em Portugal como planta ornamental. Pode-se observar esta herbácea um pouco por toda a Mata Nacional do Buçaco. A floração ocorre entre maio e julho.

Herbácea vivaz de até 40 cm, sem caules aéreos, com bolbos enterrados emite um caule anual ascendente. As folhas são em forma de trevo, com 3 folíolos. Possuem pecíolos longos, de até 17 cm, de sabor azedo. As flores estão reunidas em inflorescências de cor amarelo vivo. Esta espécie produz muitos bolbilhos que se fragmentam e funcionam como o principal meio de dispersão. Pode-se observar esta herbácea um pouco por toda a Mata Nacional do Buçaco, nomeadamente nas margens das vias de comunicação. A floração ocorre entre janeiro e abril.

Erva-da-fortuna Tradescantia fluminensis

Azeda Oxalis pes-caprae

Arbustivas

Herbáceas

Trilho Invasoras

Arbóreas

Acácia-de-espigas Acacia longifolia Pequena árvore de até 8 m, com folhas perenes, reduzidas a filódios laminares, com 2-4 nervuras longitudinais. As flores estão reunidas em espigas axilares com 2 a 4 cm de comprimento, e os frutos são vagens cilíndricas, contorcidas na maturação, possuindo sementes com um funículo esbranquiçado. Esta espécie foi introduzida em Portugal nos finais séc. XIX para estabilização de dunas. Além de produzir muitas sementes de longa viabilidade no solo, rebenta vigorosamente de toiça após o corte. Na Mata Nacional do Buçaco pode-se observar esta espécie no Pinhal do Marquês e na Encosta do Sol. A floração ocorre de dezembro a abril.

Árvore-do-incenso Pittosporum undulatum Pequena árvore de até 15 m, de ritidoma cinzento cheio de pequenos pontos salientes da mesma cor. Possui folhas persistentes, lanceoladas, com a margem ligeiramente ondulada. As flores são brancas e aromáticas e os frutos são capsulas obovoides, cor-de-laranja quando maduras. Originária do sudoeste da Austrália, foi utilizada para ornamentar jardins, arborizações e sebes. Tal como as acácias, além de produzir muitas sementes é uma espécie que rebenta vigorosamente de touça e raiz após o corte. Pode-se observar esta espécie um pouco por toda a Mata Nacional do Buçaco. A floração ocorre de março a junho.

Austrália Acacia melanoxylon Árvore perenifólia de até 30 m, de ritidoma castanho-escuro profundamente fendido. As folhas jovens são bipinuladas (recompostas) e as folhas adultas estão reduzidas a filódios laminares, ligeiramente falciformes, com 3-5 nervuras longitudinais. As flores estão reunidas em capítulos de cor amarelo-pálido. Os frutos são vagens castanho-avermelhadas, compridas e contorcidas. Produz muitas sementes de longa viabilidade no solo, as quais podem ser dispersas por aves, vento, água e por roedores, aumentando as áreas invadidas. A germinação das sementes é estimulada após abertura de espaço e/ou ocorrência de incêndios. Pode-se observar esta espécie por toda a Mata Nacional do Buçaco. A floração ocorre de fevereiro a abril.

Espanta-lobos Ailanthus altissima Árvore dioica, caducifólia, de até 20 m. Possui um ritidoma cinzento, liso ou longitudinalmente fendilhado. As folhas são compostas, avermelhadas na extremidade em jovem, com folíolos ovados e lobados na base e de cheiro fétido quando cortada. Flores esverdeadas, pequenas e reunidas em panículas. Originária da China, foi introduzida em como ornamental, especialmente nos passeios e jardins, para evitar a erosão dos solos. Rebenta vigorosamente de touça e raiz após o corte. Na Mata nacional do Buçaco pode-se observar, pontualmente, na Porta das Lapas, na envolvente do Palace Hotel, entre outros. A floração ocorre de abril a julho.

Robínia Robinia pseudoacacia Árvore que pode atingir 25 m, de folhas compostas, caducas e ritidoma fendido com espinhos robustos. Possui flores vistosas, reunidas em cachos pendentes. Os frutos são vagens planas, ligeiramente contraídas entre as sementes. Originária da América do Norte, foi introduzida em Portugal para fins ornamentais e, em menor escala, como espécie florestal e para estabilização de solos. Rebenta vigorosamente de touça e raiz após o corte. Na Mata Nacional do Buçaco pode-se observar, pontualmente, na Encosta do Sol e no Sepulcro. A floração ocorre de abril a julho.

Mimosa Acacia dealbata Pequena árvore perenifólia de até 15 m, com ritidoma liso e acinzentado. Possui folhas verde-cinzentadas, recompostas e flores reunidas em capítulos (“bolinhas”) amarelo-vivo. Os frutos são vagens castanho-avermelhadas e compridas. Originária do sudeste da Austrália, a mimosa foi introduzida em Portugal nos meados do séc. XIX para fins ornamentais e fixação dos solos. Além de produzir muitas sementes de longa viabilidade no solo (germinação é estimulada pelo fogo), rebenta vigorosamente de toiça após o corte. Forma povoamentos muito densos que impedem a instalação e desenvolvimento da vegetação autóctone. Pode-se observar esta espécie por toda a Mata Nacional do Buçaco. A floração ocorre de fevereiro a março.


mata do buçaco

As invasões biológicas são consideradas uma das principais ameaças à conservação da biodiversidade. Considera-se que uma espécie é invasora quando - uma vez introduzida num território distinto do da sua origem e sem intervenção humana - apresenta elevada capacidade de aumentar as suas populações, ameaçando as espécies nativas e podendo mesmo eliminá-las. As espécies exóticas introduzidas no nosso país ascendem a mais de 550, cerca de 7% das quais estão classificadas como invasoras perigosas. A gravidade do problema tem reflexo em termos legislativos desde 1999, encontrando-se identificadas as espécies exóticas com caracter invasor (Decreto-Lei n 565/99). Espécies como a mimosa, a acácia-de-espigas, a austrália e o espanta-lobos são muito agressivas e têm vindo a expandir as suas populações, ocupando vastas áreas de arboreto na Mata Nacional do Buçaco e, até, da floresta relíquia. Paralelamente, invasoras introduzidas pelo seu valor ornamental como o louro-cerejo, a árvore-do-incenso ou a erva-da-fortuna apresentam densidades excessivas e estão a originar problemas de conservação, por expansão para o adernal e outros habitats da floresta relíquia. Por último, espécies com presença menos expressiva como a robínia, a tintureira e a fasciculária constituem também uma ameaça, dado ser evidente o seu carácter invasor. Com o objetivo de conservar a biodiversidade da Mata Nacional do Buçaco, está em curso um projeto apoiado pelo instrumento financeiro LIFE +, da União Europeia, que visa controlar a propagação das espécies com caráter invasor e que recorre a trabalhos de arranque regular, descasque de troncos e outras técnicas que poderá observar ao passear na mata.

Fundação Mata do Buçaco Mata do Buçaco 3050-261 Luso

gabpresidencia@fmb.pt tlf. 231 937 000

As atividades disponibilizadas são adaptadas e calendarizadas em articulação com os interessados, devendo estes, para o efeito, contactar a equipa do projecto, através do email setoreducativo@fmb.pt

Quando?

Quem?

• como forma de assegurar a continuidade e sustentabilidade destes trabalhos, a dinamização de um conjunto de programas de envolvimento de diversos públicos e da sociedade civil (instituições, empresas, grupos organizados, residentes, turistas, entre outros) em trabalhos ativos de conservação/valorização de habitats e de controlo de invasoras.

Invasoras da

No contacto a estabelecer, agradece-se a menção ao projeto BRIGHT, para o devido enquadramento encaminhamento.

• para aquele efeito, a dinamização de um conjunto de trabalhos continuados centrados no ensaio e aplicação de práticas de controlo e erradicação de espécies exóticas invasoras (arbóreas e herbáceas).

A Mata Nacional do Buçaco constitui um património de valor incalculável, único em Portugal e no Mundo. Trata-se de uma herança secular, incomparável, que reúne num mesmo espaço relevância histórica, religiosa, militar, botânica, faunística, paisagística, arquitetónica, cultural e mesmo de identidade nacional. Um espaço tão singular e sensível requer manutenção cuidada e uma gestão consciente e responsável. Depois de um período de décadas em que o património natural e edificado se viu privado de tais cuidados, comprometendo os valores da Mata, a Fundação Mata do Buçaco, F. P. (Decreto-Lei n.º 120/2009, republicado pelo Decreto-Lei n.º 5014, de 15 de abril) assume atualmente as seguintes missões: - gestão integrada do património natural, histórico, cultural e religioso inserto na Mata; - valorização e requalificação dos espaços; - manutenção de todo o património e serviços associados; - educação ambiental e promoção da cultura científica e patrimonial; - promoção e divulgação turística consciente; - melhoria das condições de receção ao visitante; - promover o desenvolvimento regional através da projeção nacional e internacional da Mata Nacional do Buçaco. O sucesso de tais ações depende de um suporte financeiro que em muito ultrapassa a disponibilidade da Fundação. Assim, é solicitada a colaboração de todos os que têm a oportunidade de a admirar e experienciar. Ao visitar a Mata do Buçaco, o visitante está a contribuir para a preservação do seu património natural e edificado e para que cada vez o possamos receber melhor.

www.fmb.pt/bright

Com a sua execução, pretende-se ensaiar, demonstrar e disseminar um conjunto de práticas de conservação da biodiversidade que assentam essencialmente em três eixos: • a conservação de um habitat relíquia – o adernal – Habitat Único no Mundo.

Invasoras

Qualquer um, a título individual, em grupo ou no contexto da entidade em que desenvolve a sua atividade profissional, pode ajudar a conservar o adernal. Em particular, existem atividades pré-definidas para diversos públicos, que podem ser agendadas para as diversas épocas do ano e procuram satisfazer as necessidades de: - empresas e instituições que procuram realizar ações de voluntariado corporativo ou ambiental/social; - escolas, grupos de escuteiros e outros grupos organizados; - visitantes da Mata.

Beneficiando da existência deste património natural único e visando a sua conservação através do combate a uma ameaça que constitui hoje um dos principais problemas globais – as espécies exóticas invasoras -, com envolvimento direto da sociedade civil nesses trabalhos, o projeto BRIGHT (Bussaco´s Recovery from Invasions Generating Habitat Threats) foi candidatado a apoio da componente Natureza e Biodiversidade do Programa LIFE+.

FMB FMB

Com a contribuição do instrumento financeiro LIFE da União Europeia

Projeto BRIGHT

Conservar o adernal é uma atividade contínua que pode ser auxiliada por qualquer um através da participação em atividades dinamizadas pela Fundação Mata do Buçaco, F. P. e disponibilizadas a título gratuito com apoio do projeto BRIGHT. Nessas atividades incluem-se ações de voluntariado relacionadas com o controlo de erva-do-diabo ou plantações, visitas guiadas destinadas a conhecer o adernal e recolha de sementes, e oficinas destinadas a famílias e escolas envolvendo atividades práticas como a propagação de sementes, criação de herbários, e outras atividades.

Como?


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