RELATÓRIO DE ARRANQUE BRIGHT – BUSSACO´S RECOVERY OF INVASIONS GENERATING HABITAT THREATS (LIFE10/NAT/PT/075) Abarcando as atividades realizadas no período entre 01.03.2012 e 31.08.2012
Data da Conclusão da Redacção do Relatório 31.08.2012
Dados do Projecto Localização
Mata Nacional do Bussaco, Mealhada, Portugal
Data de Início
01/09/2011
Data de Fim
31/08/2016
Orçamento Total
€ 3.081.876
Contribuição CE
€ 1.540.938
(%) de Custos Elegíveis
50
Dados do Beneficiário Associado Nome do Beneficiário
Universidade de Aveiro
Pessoa de Contacto
Prof. Dr. Carlos Fonseca
Morada
Departamento de Biologia
Telephone
+ 351 234 370 350
Fax:
+ 351 234 372 587
cfonseca@ua.pt
Sítio Web
http://www.ua.pt/bio/
Redação e Revisão por Carlos Fonseca, Paulo Silveira, Rosa Pinho, Lísia Lopes, Milene Matos, André Aguiar e Sónia Guerra
ÍNDICE 1. SUMÁRIO EXECUTIVO ..................................................................................................... 1 1.1. Progresso Geral ................................................................................................................................. 1 1.2. Viabilidade dos Objectivos e Programa de Trabalhos....................................................................... 1 1.3. Problemas Encontrados .................................................................................................................... 1
2. ASPECTOS ADMINISTRATIVOS ......................................................................................... 3 2.1. Estrutura e Equipa de Gestão do Projeto .......................................................................................... 3 2.2. Equipa de Projeto .............................................................................................................................. 3 2.3. Acordos de Parceria .......................................................................................................................... 3 2.4. Aspectos Complementares ................................................................................................................ 3
3. ASPETOS TÉCNICOS ....................................................................................................... 4 3.1. Ações do Projeto................................................................................................................................ 4 3.2. SubAcções do Projecto...................................................................................................................... 4 3.2.1. SubAção 1. Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto – FAUNA .............................................. 4 3.2.1.1. Situação de referência (pré-intervenção).................................................................................................. 4 3.2.1.2. Objetivos e linhas orientadoras ................................................................................................................ 5 3.2.1.3. Seleção dos pontos de amostragens........................................................................................................ 6 3.2.1.4. Metodologias para a monitorização de Fauna (em curso e futuras) e respetiva calendarização ............. 8 3.2.1.5. Resultados preliminares ......................................................................................................................... 12 3.2.1.6. Considerações finais .............................................................................................................................. 17 3.2.2. SubAção 2. Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto – FLORA e HABITATS ....................... 18 3.2.2.1. Objetivos e linhas orientadoras .............................................................................................................. 18 3.2.2.2. Ações realizadas .................................................................................................................................... 19 3.2.2.3. Situação de referência ............................................................................................................................ 19 3.2.2.3.1. Níveis de prioridade de intervenção .................................................................................................... 20 3.2.2.4. Ações para projetos complementares .................................................................................................... 20 3.2.2.5. Seleção de áreas de amostragem .......................................................................................................... 20 3.2.2.6. Metodologias de monitorização .............................................................................................................. 23 3.2.2.6.1. Metodologia cartográfica digital ........................................................................................................... 23 3.2.2.6.2. Metodologia para monitorização da vegetação ................................................................................... 23 3.2.2.7. Resultados .............................................................................................................................................. 26 3.2.2.8. Considerações finais .............................................................................................................................. 28
3.3. Progresso Esperado ........................................................................................................................ 31 3.4. Impacto do Projeto ........................................................................................................................... 32 3.5. Para além do LIFE+ ......................................................................................................................... 32
4. ASPECTOS FINANCEIROS .............................................................................................. 35 4.1. Sistema Contabilístico. .................................................................................................................... 35 4.2. Disponibilidade do Cofinanciamento ............................................................................................... 35 4.3. Execução Financeira ....................................................................................................................... 35
ANEXOS .......................................................................................................................... 36 Acordos de Parceria ............................................................................................................................... 36 Deliverables e Marcos ............................................................................................................................ 36 Fotografias .............................................................................................................................................. 38 Mapas, Shapefiles e outros .................................................................................................................... 38
ÍNDICE DE FIGURAS Fig. 1. Marcação de local para colocação de um ‘poleiro’ para recolha de dejetos de aves frugívoras..... 8 Fig. 2. Equipa de entomofauna da Universidade de Aveiro na definição de locais de amostragem. ......... 8 Fig. 3. Amostragem de anfíbios em linhas de água. ................................................................................... 9 Fig. 4. Lagarto-de-água (Lacerta schreiberi) fotografado durante o trabalho de campo na MNB. ............. 9 Fig. 5. Fotografia de um pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula), fotografado na MNB. ....................... 10 Fig. 6. Armadilha Sherman para captura micromamíferos. ...................................................................... 10 Fig. 7. Aspeto da interface do software Bat Sound Pro, Oscilograma e Sonograma para análise de emissões ultrassónicas de morcegos. ....................................................................................................... 11 Fig. 8. Estruturas denominadas “poleiros” colocados em nove locais de amostragem............................ 12
ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 - Elementos da Equipa de Projecto ............................................................................................... 3 Tabela 2. Espécies de Peixes registadas e monitorizadas ........................................................................ 12 Tabela 3. Espécies de Anfíbios registadas e monitorizadas ...................................................................... 13 Tabela 4. Espécies de Répteis registadas e monitorizadas ...................................................................... 13 Tabela 5. Espécies de Aves registadas e monitorizadas ........................................................................... 13 Tabela 6. Espécies de Mamíferos registadas e monitorizadas.................................................................. 15 Tabela 7. Espécies de Aves registadas e monitorizadas ........................................................................... 16 Tabela 8. Lista de espécies invasoras identificadas na Mata Climácica da Mata Nacional do Bussaco. . 26 Tabela 9. Área ocupada pelas espécies invasoras (não isoladas) no interior da Mata Climácica da Mata Nacional do Bussaco (em Agosto de 2012). .............................................................................................. 27 Tabela 10. Síntese dos desenvolvimentos das acções do projecto, incluindo identificação do progresso previsto em candidatura (P) e execução verificada (E), desvios temporais associados, respectiva relevância, correcção e efeitos no projecto. ............................................................................................... 31 Tabela 11. Síntese da Execução Financeira do projecto até 31/08/2012 ................................................. 35
LISTA DE ABREVIATURAS CMM – Câmara Municipal da Mealhada DGEP – Direcção Geral dos Estabelecimentos Prisionais EPC - Estabelecimento Prisional de Coimbra FMB – Fundação Mata do Bussaco MNB – Mata Nacional do Bussaco UA – Universidade de Aveiro MC – Mata Climácica
CITAÇÃO RECOMENDADA:
Guerra S., Aguiar A., Matos M., Lopes L., Pinho R., Silveira P. e Fonseca C. (2012). BRIGHT – BUSSACO´S RECOVERY OF INVASIONS GENERATING HABITAT THREATS (LIFE10/NAT/PT/075). Ação E.2 - Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto. Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro. Relatório de progresso. 43 pp.
1. SUMÁRIO EXECUTIVO 1.1. Progresso Geral Apesar de ter se ter verificado um pequeno atraso no início dos trabalhos por parte da UA, responsável pela execução da ação E.2 - Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto, devido a aspetos administrativos e de logística, o projeto decorreu normalmente, tendo-se cumprido os objetivos gerais para este período.
1.2. Viabilidade dos Objectivos e Programa de Trabalhos Os objetivos propostos são viáveis e concordantes com o programa de trabalhos previamente definido.
1.3. Problemas Encontrados Verificou-se que, ao longo deste período, foi necessário adaptar o orçamento de equipamento à “nova” realidade. Assim, diversos itens inicialmente orçamentados tiveram de ser substituídos por outros, nomeadamente: - Telescópio para Observação de Fauna (3500,00€), substituído por 4 binóculos para observação de fauna (2000,00 euros), por melhor adequação às condições de campo e pela recente aquisição de um telescópio por parte da UA, no âmbito de outro projecto. - Arca Frigorífica para Armazenamento de Amostras (500,00 €), substituída por um Sistema de Aclimatação do Herbário (2000,00 €), uma vez que recentemente ficou disponível, no Departamento de Biologia da UA, uma arca frigorífica que serve as necessidades do projecto. O sistema de aclimatação do Herbário, que permite manter estáveis as condições de temperatura e humidade relativa será imprescindível para o sucesso na conservação a longo prazo das amostras recolhidas no habitat prioritário existente na “Floresta Relíquia” da Mata Nacional do Bussaco. - Aparelho portátil de Pesca Elétrica (6000,00 €), substituído por 500 armadilhas tipo Sherman para captura de micromamíferos (3000,00 €) e um PDA com SIG/ligação a GPS (1500 €), uma vez que a equipa da UA ficou munida de um Aparelho Portátil de Pesca Elétrica através da aquisição do mesmo num projeto que, entretanto, foi aprovado. Como tal, foi solicitada a sua substituição por 500 armadilhas tipo Sherman, para captura de Micromamíferos, pois inicialmente pensou-se recorrer à metodologia de armadilhas de queda, das quais a equipa da UA já dispunha. No entanto, ensaios de campo demonstraram que na Mata do Bussaco, devido às particularidades edafo-florísticas do local, algumas espécies-alvo (Sorex granarius e Microtus lusitancus) não serão eficientemente monitorizadas com essa metodologia, mas serão otimizadas através do uso das armadilhas tipo Sherman. Para registar imediatamente no campo todas as variáveis ecológicas inerentes à monitorização eficaz, assim como a localização exata de todos os pontos de amostragem, será também necessário um PDA com SIG e ligação a GPS, uma vez que o que a equipa possuía se danificou. - Máquina Fotográfica Digital (500,00 €) , substituída por material fotográfico (1500,00€) devido à necessidade de adquirir, além de uma câmara digital compacta (Canon Powershot), acessórios para a realização de macrofotografia (lente, flash anelar e tripé), uma vez que a máquina da UA possui um corpo digital reflex. - Aquisição de uma impressora para impressão de etiquetas (herbário) (ca. 500,00 €) uma vez que a que estava disponível no Herbário se danificou e é fundamental para a impressão de etiquetas de identificação, fichas de campo, etc. BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório de Arranque p. 1
No que respeita à monitorização de fauna, surgiu a necessidade de inserir novos objetivos, de forma a completar o melhor possível a avaliação científica das ações decorrentes do BRIGHT. Assim, passou-se a incluir o levantamento e monitorização da fauna invertebrada da Mata e também a análise da dispersão de sementes (de plantas autóctones e exóticas invasoras) por parte de alguns vertebrados frugívoros. Para estes objetivos, serão adquiridos muitos consumíveis de campo que não estavam inicialmente contemplados no projeto, tais como: eppendorfs, frascos diversos e álcool para conservar os exemplares, material de alfinetagem de exemplares, redes entomológicas, pitfalls, etc.
Após a definição da situação de referência para a mata climácica, procedeu-se à investigação de metodologias para a realização dos trabalhos contínuos de monitorização da flora e habitats naturais. Neste sentido, e de acordo com as diversas metodologias a aplicar consoante o tipo de espécie invasora, serão necessários: - Dois quadrados desmontáveis em PVC para o levantamento da cobertura de espécies herbáceas e arbustivas - Uma suta de precisão manual (140 €) para medição dos DAP´s das espécies arbóreas - Cerca de 500 estacas em madeira (300 €) para marcação das parcelas a monitorizar.
Com estas alterações espera-se um melhor cumprimento dos objetivos propostos, nos prazos anteriormente definidos.
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2. ASPECTOS ADMINISTRATIVOS 2.1. Estrutura e Equipa de Gestão do Projeto A equipa da UA levou a cabo as tarefas que estavam previstas para o período em análise, tendo reunido frequentemente com o beneficiário e a CMM, de modo a discutir e adaptar as tarefas previamente planeadas. Esta equipa, multidisciplinar, é identificada abaixo e é coordenada pelo Prof. Carlos Fonseca.
2.2. Equipa de Projeto A equipa da UA diretamente afeta a este projeto inclui as seguintes 15 pessoas: Tabela 1 - Elementos da Equipa de Projecto Nome
Funções Gerais
Carlos Fonseca
Coordenação Geral
Tipo de Contrato / Despesa
Afectação
Pessoal, Quadro
Parcial
UA
Rosa Pinho
Coordenação Operacional Flora
Pessoal, Quadro
Parcial
Paulo Silveira
Consultor trabalhos Flora, vegetação e habitats
Pessoal, Quadro
Parcial
Lísia Lopes
Coordenação Operacional Habitats
Pessoal, Quadro
Parcial
Milene Matos
Coordenação Operacional Fauna
Bolseira FCT
Parcial
Sónia Guerra
Bolseira, execução trabalhos flora
Contratada BRIGHT
Total (100%)
André Aguiar
Bolseiro, execução trabalhos fauna
Contratado BRIGHT
Total (100%)
Daniela Ferreira
Técnica superior gab. de gestão financeira de programas e projectos
Pessoal, Quadro
Parcial
Lúcia Pereira
Mestranda, dispersão de sementes por vertebrados
Aluna
Total (100%)
Ana Vasques
Colaboradora, trabalhos com sementes
Colaboradora
Parcial
Paula Maia
Colaboradora, trabalhos com sementes
Colaboradora
Parcial
Tatiana Pinhal
Colaboradora, trabalhos com invertebrados
Aluna
Parcial
Ricardo Santos
Colaborador, trabalhos com invertebrados
Aluno
Parcial
Cátia Paredes
Colaboradora, trabalhos com invertebrados
Aluna
Parcial
Sofia Jervis
Colaboradora, trabalhos com invertebrados
Aluna
Parcial
2.3. Acordos de Parceria A UA não estabeleceu, durante o período em causa, nenhum acordo de parceria com outras entidades, para além das que participam neste projeto, tendo em vista a realização dos objetivos propostos.
2.4. Aspectos Complementares A UA formalizou, durante este período, o pedido de ajustamento do orçamento, detalhado e justificado no ponto 1.3., aguardando a sua aprovação.
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3. ASPETOS TÉCNICOS 3.1. Ações do Projeto A UA ficou responsável pela ação E.2 - Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto. Assim, a apresentação dos aspetos técnicos seguirá a estrutura de subações, sendo a subação 1 a Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto – Fauna e a subação 2 a Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto – Flora e Habitats, apresentados no ponto seguinte.
3.2. SubAcções do Projecto
3.2.1. SubAção 1. Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto – FAUNA
No que respeita à componente Life+ BRIGHT_fauna do presente Projeto, considerou-se essencial monitorizar continuamente a fauna vertebrada e desenvolver trabalhos de sobre a fauna invertebrado com o principal objetivo de se avaliar as consequências das intervenções florestais decorrentes do Projeto. Estas ações de monitorização constante da fauna permitirão obter resultados comparáveis com os dados obtidos em trabalhos anteriores da UA, em particular nos vertebrados, permitindo uma avaliação crítica do efeito das ações dos Projeto na biodiversidade, possibilitando assim, verificar se as medidas aplicadas no terreno para a monitorização, controlo e erradicação de espécies de flora invasora, beneficiam, prejudicam ou não tem qualquer impacto sobre a biodiversidade presente na área. Esta avaliação é extremamente importante quer para a execução deste Projeto quer para outros projetos similares. Assume-se assim como objetivo primordial, assegurar a execução exemplar de todas as intervenções do projeto, assente em boas práticas compatíveis com a manutenção da biodiversidade existente, e em simultâneo servir de projeto-modelo no que respeita à beneficiação de fauna e flora através da gestão do habitat. De salientar que a MNB alberga fauna vertebrada com particular interesse para a conservação, e potencialmente fauna invertebrada com interesse científico e conservacionista. Assim, as ações de monitorização de fauna revelam-se de especial interesse no acompanhamento das populações de fauna com interesse conservacionista e científico, procurando assegurar, que não se verifica perda de biodiversidade na MNB, em resultado da execução do Projeto.
3.2.1.1. Situação de referência (pré-intervenção) Para efeitos do presente projeto, assume-se como situação de referência para a fauna vertebrada os dados obtidos pela equipa da Universidade de Aveiro (UA) no âmbito do Doutoramento da Doutora Milene Matos, “Diversidade de Vertebrados na Serra do Bussaco e áreas envolventes”. Os dados obtidos representam um levantamento exaustivo das espécies de fauna vertebrada dentro da Mata Nacional do Bussaco (MNB) (e também exterior à mesma), tendo permitido um conhecimento muito completo da diversidade, distribuição e da importância dos valores faunísticos existente na MNB, antes de qualquer tipo de intervenção florestal. No que diz respeito à fauna invertebrada e considerando todas as limitações e lacunas atuais no conhecimento da diversidade de espécies na generalidade do território nacional, assim como na MNB, a situação de referência não se encontra adequadamente estabelecida. No entanto, dados históricos e trabalhos de inventário recentes levados a cabo pela equipa da UA, permitiram a confirmação de várias centenas de espécies de invertebrados que ocorrem na MNB. Estes BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório de Arranque p. 4
dados preliminares devem constituir a base da situação de referência para a fauna invertebrada, embora a monitorização da mesma não esteja prevista inicialmente no âmbito deste projeto, a UA decidiu realizar trabalhos de monitorização destes grupos taxonómicos (invertebrados), para que a perspetiva e a avaliação do efeito das intervenções sobre a biodiversidade seja a mais completa quanto possível, considerando que, tendo em conta a escala a que se realizarão as acções (área da MNB) os vertebrados poderão não ser indicadores suficientes para esse efeito. As amostragens sistematizadas que agora se iniciam constituirão as primeiras do género a ser desenvolvidas na MNB.
3.2.1.2. Objetivos e linhas orientadoras Os objetivos centram-se na monitorização e avaliação dos resultados das acções concretas de conservação, designadamente ao nível do controlo/erradicação de espécies invasoras e da conservação/beneficiação de espécies e habitats autóctones. Assim, pretende-se averiguar, o mais detalhadamente quanto possível, o efeito das ações florestais decorrentes do projeto BRIGHT sobre a fauna, através de um conjunto de trabalhos contínuos de acompanhamento e monitorização dos vários grupos taxonómicos. Com base nestes objetivos, pretende-se que as ações de intervenção florestais contribuam para a conservação da natureza e da biodiversidade existente na MNB, com especial atenção para os valores naturais e espécies mais ameaçadas e cuja preservação é essencial ao cumprimento dos mesmos objetivos. A fauna assume um papel importante como elemento de avaliação do sucesso das ações previstas no terreno, pois os diversos grupos faunísticos constituem importantes bio-indicadores dos habitats em que se encontram. Deste modo, e tendo em conta a informação recolhida pela equipa da UA antes do projeto, a monitorização da fauna permitirá uma completa e rigorosa avaliação das intervenções. Desta forma, é possível avaliar regularmente os resultados das intervenções florestais e, quando aplicável, possibilitar a adoção de medidas que potenciem os objetivos previstos, no sentido de assegurar os resultados propostos com as mesmas, ou seja, a valorização e conservação da biodiversidade e a minimização/controlo dos impactes sobre a fauna silvestre, permitindo a adoção de medidas que a beneficiem.
Os objetivos específicos do plano de ação para a componente Life+ BRIGHT_fauna, são: 1. Definição de pontos e/ou áreas de estudo/monitorização em concordância com a situação de referência. 2. Investigação e aplicação das metodologias de monitorização de fauna. 3. Definição de metodologias para a monitorização da fauna invertebrada 4. Monitorização regular das populações de fauna vertebrada e invertebrada 5. Colocação e monitorização das caixas-ninho como medida de beneficiação para a expansão da flora autóctone. 6. Recolha sistemática de excrementos de fauna e sementes para análise de germinação em viveiro. 7. Análise contínua do efeito da evolução das ações do projeto e avaliação de resultados 8. Levantamento de novos registos faunísticos para a MNB, em particular invertebrados 9. Acompanhamento das ações de intervenção na MNB e identificação de problemas, contratempos, imprevistos e outras situações dignas de referência. 10. Tratamento e análise de dados e comparação com a situação de referência 11. Elaboração de relatórios técnicos 12. Publicação dos resultados em encontros científicos, revistas de divulgação e científicas, etc.
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3.2.1.3. Seleção dos pontos de amostragens A seleção dos pontos, estações e transetos de amostragem foi efetuada com base no compromisso entre os trabalhos de amostragem anteriores ao projeto BRIGHT (com o objetivo de se poderem estabelecer comparações com a os dados que constituem a situação de referência pré-intervenções no âmbito do projeto) e a cobertura das várias unidades de paisagem existentes na Mata, com especial atenção às áreas onde ocorreram e ocorrerão intervenções florestais decorrentes do projeto. Assim sendo, as áreas de amostragens (pontos/estações/transetos) coincidem com as realizadas antes do projeto, no decorrer dos trabalhos efetuados pela UA para a caracterização da fauna vertebrada da MNB. No entanto, de modo a satisfazer os objetivos do projeto, estão previstos e são aceitáveis ligeiros ajustes na localização/número das amostragens, desde que não comprometam a comparação com a situação de referência, uma vez que esta é essencial para os objetivos da monitorização de fauna. No que diz respeito aos invertebrados, entendeu-se ser necessário estabelecer áreas de amostragens com base nas intervenções florestais efetuadas e a efetuar e com a situação de referência estabelecida para a flora, nomeadamente na “Floresta Relíquia”, considerando os diferentes habitats e possibilitando a comparação entre áreas bem conservadas de floresta autóctone com áreas da mesma mas com presença considerável de espécies invasoras. Adicionalmente serão realizadas amostragens para analisar a dispersão de sementes pela fauna, em particular as aves e os mamíferos.
Invertebrados
Com base nos pressupostos descritos acima, foram definidas as áreas para aplicar as metodologias para o estudo e monitorização da fauna invertebrada na MNB, que se basearão na amostragem por transetos de busca activa, por estações de amostragem através de pitfalls, estações de amostragens com métodos de luz e por pontos de amostragens para recolha de invertebrados aquáticos. Cada habitat/mancha florestal com características distintas e linhas de água, serão alvo de duas réplicas de amostragem por pitfalls e por transetos. Nas estações de amostragens com métodos de luz, devido às implicações metodológicas, apenas se realizará uma réplica por cada área. Os pontos de recolha de invertebrados aquáticos serão realizados em linhas de água principais, lagos e tanques [Ver Anexo I].
Peixes
Definiram-se como áreas de amostragens as linhas de água principais (ao longo do Vale do Fetos até à Porta das Lapas) e os lagos existentes na MNB (Lago Grande, Lago dos Cisnes e Lago do jardim do Palace Hotel), em concordância com as áreas de amostragem da situação de referência antes do projeto [Ver Anexo II].
Anfíbios
As áreas de amostragem para este grupo taxonómico coincidem com as que foram selecionadas aquando dos trabalhos de campo que constituem a base da situação de referência antes do projeto. Assim, foram definidas como áreas de amostragens os pontos de água e as linhas de água principais (ao longo do Vale do Fetos até à Porta das Lapas e Vale dos Abetos e linha de água a sul do Palace Hotel e na Fonte Fria), transetos nas margens dessas mesmas linhas de água [Ver Anexo II] e transetos (noturnos) coincidentes com os transetos de amostragem de morcegos [Ver Anexo V].
Répteis
As áreas de amostragem para este grupo taxonómico coincidem com as que foram selecionadas aquando dos trabalhos de campo que constituem a base da situação de referência antes do projeto. Assim, foram definidas como áreas de amostragem os transetos nas margens das linhas de água, de forma coincidente com os transetos de amostragem de anfíbios [Ver Anexo II].
Aves
As áreas de amostragem para este grupo taxonómico coincidem em parte, com as que foram selecionadas aquando dos trabalhos de campo que constituem a base da situação de referência antes BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório de Arranque p. 6
do projeto. Assim, foram definidos como áreas de amostragem, alguns dos pontos de censo de aves definidos pelos trabalhos anteriores ao projeto (para permitir a comparação com a situação de referênica) ao qual se adicionaram novos pontos com o objetivo de assegurar uma melhor cobertura das áreas alvo da intervenção das ações no terreno (Pinhal do Marquês e Floresta Relíquia). Desta forma é possível ter uma melhor representatividade das diferentes unidades de paisagem não comprometendo a essencial comparação com os dados obtidos anteriormente. Assim sendo, estabeleceram-se 35 pontos de amostragem (5 no Pinhal do Marquês, 10 na Floresta Relíquia e 20 no Arboreto) [Ver Anexos III e IV].
Mamíferos
As áreas de amostragem para este grupo taxonómico coincidem, em parte, com as que foram selecionadas aquando dos trabalhos de campo que constituem a base da situação de referência antes do projeto. Deste modo, foram definidos transetos para amostragem de morcegos [Ver Anexo V], transetos para amostragem de micromamíferos e transetos para amostragem de carnívoros (vestígios e excrementos), sendo que revelou-se necessário adaptar os transeptos antigos e acrescentar um pequeno troço (na área do Pinhal do Marquês), com o objetivo de assegurar uma melhor cobertura, permitindo uma melhor representatividade das diferentes unidades de paisagem existentes na MNB, tendo em conta os objectivos propostos [Ver Anexo VI]. No caso dos transetos de amostragem de micromamíferos foram selecionados 4 transetos coincidentes com os trabalhos anteriores aos quais se adicionaram 2 novos transetos (na zona do Pinhal do Marquês), de forma a se obter uma melhor representatividade das diferentes unidades de paisagem, não comprometendo a essencial comparação com os dados obtidos anteriormente, tendo em consideração as áreas alvo de intervenções no terreno [Ver Anexos VII e VIII]. Serão, ainda, definidos pontos para colocação de câmaras para armadilhagem fotográfica.
Caixas-ninho
No que se refere à questão das caixas-ninho serão colocadas no terreno 250, sendo que as mesmas localizações corresponderão aos requisitos do projeto, considerando os objetivos propostos e a imperativo de que esses dados possam resultar numa análise o mais adequada quanto possível do papel das aves florestais na colonização das áreas intervencionadas. Algumas localizações ainda se encontram por definir, tendo em conta, a dependência das mesmas localizações em relação aos trabalhos de intervenção florestal a decorrer. As localizações já selecionadas e onde se encontram já colocadas 192 caixas-ninho, estão representadas no mapa do anexo IX [Ver Anexo IX].
Análise da dispersão de sementes pela fauna
Foram selecionados pontos de amostragem para a análise e monitorização da dispersão de sementes pelas aves com recurso a poleiros, com 3 réplicas por cada unidade de paisagem existente na MNB (floresta autóctone, arboreto e Pinhal do Marquês) [Ver Anexo X]. Esta análise trata-se de um estudo piloto. Para a análise da dispersão de sementes pelos mamíferos, nomeadamente, carnívoros, selecionaram-se como áreas de amostragem, os mesmos transetos da monitorização dos carnívoros [Ver Anexo VI].
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Fig. 1. Marcação de local para colocação de um ‘poleiro’ para recolha de dejetos de aves frugívoras.
3.2.1.4. Metodologias para a monitorização de Fauna (em curso e futuras) e respetiva calendarização As metodologias selecionadas para amostragem de Fauna (nomeadamente a fauna vertebrada), coincidem com as que foram aplicadas nos trabalhos anteriores ao projeto que constituem a situação de referência, de acordo com os objetivos propostos. Desta forma, pretende-se que a avaliação do efeito das intervenções resultantes do projeto, seja mais completa e rigorosa quanto possível. As capturas e manuseamento da fauna selvagem seguem metodologias autorizadas pela legislação portuguesa e os trabalhos na MNB estão devidamente autorizados pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, através das licenças nº 94/2012/CAPT (Invertebrados) e nº 136/2011/CAPT (Vertebrados) e nº 86/2012/CAPT atribuídas aos investigadores responsáveis.
Invertebrados
As metodologias selecionadas, e que serão aplicadas para a amostragem deste grupo, incluem estações de amostragem com armadilhas pitfalls (5 por cada estação), num total de 20 estações, 10 pontos de amostragem com armadilhas de luz, 20 transetos para amostragem de invertebrados com recurso a redes de captura e amostragem em pontos de água e linhas de água para invertebrados aquáticos. As amostragens de invertebrados deverão iniciar-se em Setembro e terão uma periodicidade mensal.
Fig. 2. Equipa de entomofauna da Universidade de Aveiro na definição de locais de amostragem.
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Peixes
As metodologias a aplicar centram-se na amostragem exaustiva nas linhas de água principais da MNB e dos lagos através da contagem de indivíduos por cada espécie. Esta amostragem tem periodicidade mensal tendo sido iniciada em Julho.
Anfíbios
As metodologias de amostragem de anfíbios incluem amostragem de girinos nos pontos e linhas de água, com limite de tempo/distância (30 minutos em troços pré-determinados), busca ativa (diurna) em transetos nas margens dos troços das linhas de água com limite de tempo (30 minutos) e busca passiva noturna em transetos (correspondem aos transetos para amostragem de morcegos) em condições de chuva. Estas amostragens são realizadas com periodicidade mensal, tendo sido iniciadas em Julho (exceto os transetos noturnos, que ainda não se realizaram devido à ausência de chuva).
Fig. 3. Amostragem de anfíbios em linhas de água.
Répteis
As metodologias de amostragem de répteis são realizadas através de busca ativa (diurna) em transetos nas margens dos troços das linhas de água com limite de tempo (30 minutos). Estas amostragens são realizadas com periodicidade mensal, tendo sido iniciadas em Julho.
Fig. 4. Lagarto-de-água (Lacerta schreiberi) fotografado durante o trabalho de campo na MNB.
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Aves
A metodologia de amostragem de aves é realizada com recurso a censos em ponto fixo, com a duração de 10 minutos (após 2 minutos para as aves se habituarem à presença do observador), registando-se todas as aves observadas (visual e auditivo) num raio de 50 metros. Os censos realizamse apenas nas primeiras 4 horas após o nascer do sol e são efetuadas duas réplicas por cada época crucial da fenologia das aves, tendo-se iniciado a amostragem em Julho.
Fig. 5. Fotografia de um pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula), fotografado na MNB.
Mamíferos
As metodologias de amostragem de mamíferos serão direcionadas para a amostragem das espécies de micromamíferos, de morcegos e de carnívoros. No que diz respeito aos micromamíferos, a metodologia envolve a colocação e monitorização de linhas de 30 armadilhas Sherman iscadas (sementes, água e sardinha enlatada), em 4 noites consecutivas. Os micromamíferos capturados serão marcados distintamente em cada dia (marcação por corte de pelagem). A periodicidade será de uma fase de amostragem por cada estação do ano (realizando-se no fim da estação), sendo que os trabalhos iniciarão em Setembro.
Fig. 6. Armadilha Sherman para captura micromamíferos. BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório de Arranque p. 10
Quanto aos morcegos, a metodologia de amostragem consiste na gravação de ultrassons em 6 transetos (de 500 metros cada), durante cerca de 15 minutos por transeto, apenas nas 3 horas após o pôr-do-sol. Os ultrassons são gravados em formato WAv e posteriormente analisados em laboratório, com o software específico para análise dos ultrassons e identificação das espécies, quando possível, através de sonogramas, oscoligramas e espetrogramas. A periodicidade da amostragem será mensal, embora sejam realizadas duas réplicas na época de acasalamento. Os trabalhos de monitorização de morcegos iniciaram-se em Julho. A amostragem de carnívoros é realizada através de 2 transetos de 2 km cada e um transeto mais curto no Pinhal do Marquês, onde são identificados todos os indícios de presença, sendo os mesmos registados em GPS. Esta amostragem terá uma periodicidade mensal tendo sido iniciada em Julho. Serão ainda colocadas câmaras para armadilhagem fotográfica em locais a definir e cuja metodologia de amostragem por este meio ainda se encontra em discussão. Espera-se iniciar a amostragem em Setembro/Outubro.
Fig. 7. Aspeto da interface do software Bat Sound Pro, Oscilograma e Sonograma para análise de emissões ultrassónicas de morcegos.
Caixas-ninho
Serão colocadas 250 caixas-ninho na MNB, numa malha de 40 metros entre as mesmas, com o objetivo de beneficiar as aves florestais e potenciar o papel disseminador das mesmas das áreas florestais, possibilitando assim a avaliação do papel das aves na colonização das áreas intervencionadas, de forma a permitir o cumprimento dos objetivos propostos. Já se encontram 192 caixas-ninho no terreno, e espera-se que até Dezembro estejam colocadas 250 caixas-ninho previstas pelo projeto, sendo que a monitorização das mesmas apenas se realizará na Primavera seguinte.
Análise da dispersão de sementes pela fauna
A metodologia consiste num dispositivo que funciona como um poleiro para aves, com tabuleiros que recolhem os respetivos excrementos. Estes serão analisados e as sementes neles contidas serão colocadas a germinar. Os resultados obtidos contribuirão para a avaliação do papel das aves na regeneração florestal, nomeadamente na dispersão de espécies autóctones e invasoras. Nos pontos onde se encontram os poleiros serão realizadas amostragem das espécies de flora e da avifauna existente nas proximidades. A avifauna será amostrada com recurso à mesma metodologia acima descrita. As amostragens iniciaram-se em Julho e tem periodicidade mensal. No que diz respeito á análise da dispersão de sementes pelos mamíferos (carnívoros), a metodologia consiste no registo e recolha dos excrementos, encontrados ao longo dos transetos de carnívoros, para identificação das sementes existentes nos mesmos, através da germinação destas em viveiro. As amostragens terão a periodicidade mensal iniciando-se em Setembro.
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Fig. 8. Estruturas denominadas “poleiros” colocados em nove locais de amostragem.
3.2.1.5. Resultados preliminares Este documento apresenta essencialmente as espécies identificadas, para cada grupo taxonómico. Sendo os dados obtidos ainda preliminares e pouco relevantes para tratamento de dados, a riqueza específica, número de indivíduos contabilizado, índices de diversidade e demais tratamentos estatísticos relevantes serão oportunamente apresentados.
Peixes
As amostragens sistemáticas realizadas para este grupo taxonómico permitiram o registo e a monitorização das espécies que seguem na tabela seguinte. De realçar, que durante os trabalhos foram ainda registados indivíduos de Bordalo (Squalius alburnoides), espécie que não havia sido ainda registada na MNB, endémica da Península Ibérica e que está classificada a nível nacional e internacional como sendo Vulnerável (VU), pelo que será alvo dos objetivos e da monitorização do projeto BRIGHT.
Tabela 2. Espécies de Peixes registadas e monitorizadas Nome comum
Nome científico
Pimpão
Carassius auratus
Ruivaco
Achondrostoma oligolepis
Carpa
Cyprinus carpio
Escalo do Norte
Squalius carolitertii
Bordalo
Squalius alburnoides
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Anfíbios
As amostragens sistemáticas realizadas para este grupo taxonómico permitiram o registo e a monitorização das espécies listadas na tabela que se segue: Tabela 3. Espécies de Anfíbios registadas e monitorizadas Nome comum
Nome científico
Salamandra-lusitânica
Chioglossa lusitanica
Salamandra-de-pintas-amarelas
Salamandra salamandra
Tritão-de-ventre-laranja
Lissotriton boscai
Tritão-marmorado
Triturus marmoratus
Sapo-comum
Bufo bufo
Rã-ibérica
Rana iberica
Répteis
As amostragens sistemáticas realizadas para este grupo taxonómico permitiram o registo e a monitorização das espécies listadas na tabela que se segue: Tabela 4. Espécies de Répteis registadas e monitorizadas Nome comum
Nome científico
Cobra-de-vidro
Anguis fragilis
Lagarto-de-água
Lacerta schreiberi
Lagartixa-ibérica
Podarcis hispanica
Lagartixa-do-mato
Psammodromus algirus
Cobra-de-água-de-colar
Natrix natrix
Aves
As amostragens sistemáticas realizadas para este grupo taxonómico permitiram o registo e a monitorização das espécies listadas na tabela que se segue em baixo. De realçar, que foi ainda confirmada a presença na MNB de Andorinha-dáurica (Cecropis daurica) e de Águia-cobreira (Circaetus gallicus), espécies cuja ocorrência não era conhecida na área da MNB. No caso da Águia-cobreira, esta está classificada a nível nacional como Quase Ameaçada (NT) e internacional como Least Concern (LC), pelo que será alvo dos objetivos e da monitorização do projeto BRIGHT. Tabela 5. Espécies de Aves registadas e monitorizadas
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Nome comum
Nome científico
Açor
Accipiter gentilis
Gavião
Accipiter nisus
Águia-de-asa-redonda
Buteo buteo
Águia-calçada
Aquila pennata
Águia-cobreira
Circaetus gallicus
Pombo-torcaz
Columba palumbus
Rola-turca
Streptopelia decaocto
Rola-brava
Streptopelia turtur
Coruja-do-mato
Strix aluco
Noitibó-cinzento
Caprimulgus europaeus
Andorinhão-preto
Apus apus
Andorinhão-pálido
Apus pallidus
Peto-real
Picus viridis
Pica-pau-malhado
Dendrocopos major
Picapau-galego
Dendrocopos minor
Andorinha-das rochas
Ptyonoprogne rupestris
Andorinha-das-chaminés
Hirundo rustica
Andorinha-dos-beirais
Delichon urbicum
Andorinha-dáurica
Cecropis daurica
Alvéola-cinzenta
Motacilla cinerea
Alvéola-branca
Motacilla alba
Carriça
Troglodytes troglodytes
Pisco-de-peito-ruivo
Erithacus rubecula
Rabirruivo
Phoenicurus ochruros
Melro
Turdus merula
Tordo-pinto
Turdus philomelos
Felosa-poliglota
Hippolais polyglotta
Toutinegra-de-barrete
Sylvia atricapilla
Toutinegra-dos-valados
Sylvia melanocephala
Felosinha-ibérica
Phylloscopus ibericus
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Estrelinha-real
Regulus ignicapilla
Chapim-rabilongo
Aegithalos caudatus
Chapim-de-poupa
Lophophanes cristatus
Chapim-carvoeiro
Periparus ater
Chapim-azul
Cyanistes caeruleus
Chapim-real
Parus major
Trepadeira-azul
Sitta europaea
Trepadeira
Certhia brachydactyla
Gaio
Garrulus glandarius
Pardal
Passer domesticus
Tentilhão
Fringilla coelebs
Chamariz
Serinus serinus
Verdilhão
Chloris chloris
Pintassilgo
Carduelis carduelis
Pintarroxo
Carduelis cannabina
Escrevedeira
Emberiza cirlus
Mamíferos
As amostragens sistemáticas realizadas para este grupo taxonómico permitiram o registo e a monitorização das espécies listadas na tabela que se segue: Tabela 6. Espécies de Mamíferos registadas e monitorizadas Nome comum
Nome científico
Morcego-rato-grande
Myotis myotis
Morcego-anão
Pipistrellus pipistrellus
Morcego-pigmeu
Pipistrellus pygmaeus
Morcego de Kuhl
Pipistrellus kuhlii
Morcego-arborícola-pequeno
Nyctalus leisleri
Morcego-hortelão-escuro / Morcego-hortelão-claro
Eptesicus serotinus / E. isabellinus
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Morcego-orelhudo-castanho / Morcego-orelhudo-cinzento
Plecotus auritus / P. austriacus
Morcego-rabudo
Tadarida teniotis
Esquilo-vermelho
Sciurus vulgaris
Rato-cego
Microtus lusitanicus
Ratinho-do-campo
Apodemus sylvaticus
Raposa
Vulpes vulpes
Doninha
Mustela nivalis
Fuinha
Martes foina
Texugo
Meles meles
Gineta
Genetta genetta
Javali
Sus scrofa
No que diz respeito aos indícios de presença de mamíferos carnívoros, foram registados até ao momento 59 em Julho e 55 em Agosto de 2012 [Ver Anexos XI e XII].
Análise da dispersão de sementes pela fauna
As amostragens realizadas no âmbito desta monitorização permitiram registar e monitorizar nos locais onde os poleiros foram colocados as seguintes espécies de aves: Tabela 7. Espécies de Aves registadas e monitorizadas Nome comum
Nome científico
Águia-de-asa-redonda
Buteo buteo
Pombo-torcaz
Columba palumbus
Rola-turca
Streptopelia decaocto
Andorinhão-preto
Apus apus
Peto-real
Picus viridis
Pica-pau-malhado
Dendrocopos major
Andorinha-das-chaminés
Hirundo rustica
Andorinha-dos-beirais
Delichon urbicum
Alvéola-branca
Motacilla alba
Carriça
Troglodytes troglodytes
Pisco-de-peito-ruivo
Erithacus rubecula
Rabirruivo
Phoenicurus ochruros
BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório de Arranque p. 16
Melro
Turdus merula
Toutinegra-de-barrete
Sylvia atricapilla
Estrelinha-real
Regulus ignicapilla
Chapim-rabilongo
Aegithalos caudatus
Chapim-de-poupa
Lophophanes cristatus
Chapim-carvoeiro
Periparus ater
Chapim-azul
Cyanistes caeruleus
Chapim-real
Parus major
Trepadeira
Certhia brachydactyla
Gaio
Garrulus glandarius
Gralha-preta
Corvus corone
Pardal
Passer domesticus
Tentilhão
Fringilla coelebs
Verdilhão
Chloris chloris
Pintarroxo
Carduelis cannabina
3.2.1.6. Considerações finais
A definição das áreas de amostragem e das metodologias adotadas foram facilitadas pelos trabalhos prévios que constituem a situação de referência. Apenas alguns ajustes foram necessários, pelo que foi possível iniciar a maioria das amostragens dentro do previsto. Os atrasos verificados em algumas amostragens não afetam a monitorização da fauna, nem influenciam os resultados, nem o decorrer das restantes ações e como tal é possível com ligeiros ajustamentos atingir os objetivos propostos. Importa salientar que as amostragens efetuadas foram realizadas dentro das condições previstas, não se tendo verificado qualquer desvio em relação à calendarização, locais de amostragem e métodos aplicados. Não são previsíveis de futuro, atrasos, alterações significativas e ou ajustamentos metodológicos pelo que se espera que a monitorização decorra em concordância com as condições em que foi efetuada até ao momento. As amostragens que ainda não se iniciaram, previsivelmente não sofrerão atrasos nem desvios do que inicialmente programado. Assim sendo, espera-se obter os resultados que se pretendem e sem qualquer reserva proceder à sua análise e à avaliação do efeito das ações decorrentes do projeto na fauna vertebrada. Pretende-se também contribuir para um melhor conhecimento da biodiversidade de invertebrados presentes na MNB, e garantir o acompanhamento deste grupo faunístico em complementaridade com a fauna vertebrada. Assim, espera-se que seja possível, caso necessário, adotar medidas e práticas que sejam compatíveis com os objetivos de manter e potenciar a biodiversidade faunística autóctone existente na MNB.
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3.2.2. SubAção 2. Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto – FLORA e HABITATS
No âmbito da Acão E2 - monitorização e avaliação de resultados no âmbito do Projeto LIfe+ BRIGHT, a componente Life+ BRIGHT_flora tem como objetivo a monitorização das ações de controlo de invasoras ao nível da flora e vegetação, tendo como prioridade a Mata Climácica (floresta relíquia) da Mata Nacional do Bussaco (MNB). Neste sentido, pretende-se desenvolver um conjunto de trabalhos contínuos de monitorização da flora e habitats que caracterizam a Mata Climácica (MC) da MNB, sendo que, está prevista a monitorização de determinadas áreas antes, durante e após intervenção e/ou beneficiação com espécies autóctones.
Em suma, as tarefas previstas pretendem contribuir para a demonstração de resultados conducentes com o objetivo global do projeto LIFE+ BRIGHT , que é travar a perda de biodiversidade da MNB devida a invasão de espécies exóticas com caráter invasor.
O Decreto-Lei n.º 565/99 de 21 de Dezembro, regula a introdução de espécies não indígenas em Portugal continental. Como espécie invasora, este diploma define toda a “espécie suscetível de, por si própria, ocupar o território de uma forma excessiva, em área ou em número de indivíduos, provocando uma modificação significativa nos ecossistemas”. Listadas em dois Anexos deste Decreto- Lei as espécies introduzidas em Portugal continental assinaladas com (I) incluem as espécies consideradas invasoras até à data (Anexo I) e as espécies não indígenas com risco ecológico conhecido (Anexo III).
Para as espécies identificadas de invasoras (I) no Anexo I do DL 565/99, é proibido o cultivo e a utilização como planta ornamental, bem como a cedência, compra, venda, oferta de venda e transporte de indivíduos vivos com propágulos de disseminação. No seguimento do Decreto-Lei acima mencionado, refira-se a antiguidade da sua data de publicação (de 1999) e a desatualização a que está sujeito por ordem de diversas espécies que na última década têm vindo a demonstrar um comportamento invasor em Portugal Continental e que carecem de uma atualização do presente diploma legal.
3.2.2.1. Objetivos e linhas orientadoras
Os objetivos específicos do plano de ação para a componente Life+ BRIGHT_flora e habitats, são: 1. Definição da situação de referência - Identificação e georreferenciação de indivíduos isolados e de manchas de invasoras - Definição de pontos e/ou áreas de intervenção prioritárias 2. Investigação/ensaio de técnicas de controlo de espécies invasoras 3. Investigação e aplicação de metodologias de monitorização 4. Monitorização das intervenções florestais de controlo de invasoras 5. Monitorização após beneficiação/introdução de espécies autóctones - Medições de progresso das espécies autóctones 6. Medições de progresso após as ações de intervenção/controlo 7. Análise de melhoria contínua e avaliação de resultados 6. Passagem de técnicas e metodologias para as restantes zonas da MNB (zona tampão, arboreto, etc.) 7. Atualização do elenco florístico e fitossociológico 9. Tratamento e análise de dados
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10. Elaboração de relatórios regulares 11. Publicação dos resultados em encontros científicos, revistas de divulgação e científicas, etc.
3.2.2.2. Ações realizadas Durante o período transato, foram realizados diversos levantamentos de campo com o objetivo de proceder à identificação e georreferenciação das manchas de espécies invasoras presentes na Mata Climácica. Com o objetivo de definir a situação de referência para esta zona prioritária de intervenção, e após diversos dias de trabalho de campo com a devida inventariação/descrição e georreferenciação com recurso a GPS, foi posteriormente elaborada carta digital correspondente, através do software ArcGis 10 (©ESRI). Com base na situação de referência foram ainda definidas as áreas de amostragem e as metodologias de monitorização a adotar.
3.2.2.3. Situação de referência No seguimento dos levantamentos de campo realizados nos três habitats naturais presentes na MC (5230pt1 – Louriçal; 9230pt1 – Carvalhal; e semelhante ao subtipo 5330pt1 - Adernal), observou-se a existência de diversas manchas de espécies invasoras e de indivíduos isolados (Anexo XIII) que no seu conjunto perfazem uma área invadida global muito significativa de aproximadamente 6,49 ha (Tabela 9). Das 10 espécies identificadas (Tabela 8), 7 espécies estão incluídas no Decreto-Lei 565/99 com o estatuto de espécies invasoras em Portugal (Acacia dealbata, Acacia longifolia, Acacia melanoxylon, Ailanthus altissima, Pittosporum undulatum, Robinia pseudoacacia e Tradescantia fluminensis) e 3 espécies são consideradas potencialmente invasoras, casuais e naturalizadas com potencial invasor (Phytolacca americana, Fascicularia bicolor e Prunus laurocerasus) por aparecerem em alguns locais de Portugal Continental com comportamento invasor, embora não estejam ainda incluídas na legislação.
Em suma, cerca de 1/3 da MC está atualmente sujeita a uma elevada pressão por espécies invasoras que não só representam uma ameaça à conservação dos habitats naturais, como colocam em risco ecológico a manutenção da biodiversidade que lhes está associada.
Fig. 9. Adernal da Mata Climácica em bom estado de conservação.
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a)
b) Fig. 10 a) Adernal da MC invadido por Tradescantia fluminensis. b) Adernal da MC invadido por Acacia melanoxylon.
3.2.2.3.1. Níveis de prioridade de intervenção Após a definição da situação de referência em cartografia digital, procedeu-se à atribuição de níveis prioritários de intervenção (Alto 1, Médio 2, Baixo 3) que servirão de base para as intervenções florestais futuras. Estes níveis de prioridade foram atribuídos com base nas características de progressão das espécies, vulnerabilidade dos habitas, área ocupada e estratégia de controlo/tentativa de erradicação a adotar, sendo que, estão referidos na tabela de dados de campo apresentada no Anexo XVI.
3.2.2.4. Ações para projetos complementares
Dispersão de sementes por animais frugívoros – inventário florístico
No âmbito da ação piloto para análise da dispersão de sementes através dos excrementos de avifauna, foram colocados no início do mês de Agosto 9 poleiros dispersos por toda a área da MNB. No seguimento desta ação teve início a inventariação de espécies de flora presentes num raio de 30 metros a partir de cada poleiro. Tendo em conta os objetivos do estudo, a inventariação florística deverá ser realizada sazonalmente de modo a complementar os diversos parâmetros a analisar. Para além dos levantamentos florísticos, pretende-se ainda realizar a sistematização dos períodos de frutificação observados nas diferentes espécies presentes.
Invertebrados – inventário florístico
Com o objetivo de inventariar e caracterizar a entomofauna da MNB, foram selecionados por uma equipa da Universidade de Aveiro, 10 pontos principais de amostragem (com pitfalls) por toda a área da MNB. Neste sentido, e de modo a sistematizar um conjunto de parâmetros edáficos, será realizada a inventariação florística num raio de 30 metros a partir de cada ponto de amostragem com uma periodicidade sazonal.
3.2.2.5. Seleção de áreas de amostragem Após a definição da situação de referência, foram selecionadas áreas de amostragem a monitorizar na Mata Climácica de acordo com o tipo de espécie invasora e natureza das zonas invadidas. Neste BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório de Arranque p. 20
sentido, e por forma a considerar áreas de amostragem de controlo, foram selecionadas três áreas não invadidas (em bom estado de conservação) por cada tipo de habitat (Louriçal, Carvalhal e Adernal) (Anexo XIV). Estas áreas possibilitarão realizar uma abordagem de referência para com as zonas invadidas e ainda estabelecer análises comparativas com os dados florísticos e fitossociológicos préexistentes (levantados pela UA no âmbito da caracterização da flora e habitats da Mata Climácica do Bussaco).
Com o objetivo de monitorizar as áreas invadidas da Mata Climácica no seguimento do projecto, a seleção das áreas de amostragem foi realizada em função da tipologia das espécies (herbáceas, arbustivas e arbóreas) e ainda tendo em conta as respetivas características (carácter invasivo, área ocupada e riscos ecológicos).
Do conjunto de espécies invasoras identificadas e cartografadas no Anexo XIII, foram selecionadas áreas de amostragem para todas as espécies (não isoladas), à exceção de Fascicularia bicolor por se tratar de uma espécie introduzida na MNB que não possui um carácter invasivo significativo. Por outro lado, as intervenções florestais até agora realizadas na MC e que consistiram no corte de Fascicularia bicolor, não evidenciam alterações ao nível do subcoberto.
Relativamente às três áreas intervencionadas atá à data (Anexo XIII), foram selecionadas áreas de amostragem para a Tradescantia fluminensis (junto às portas de Coimbra) onde não havendo situação de referência como ponto de partida, se pretende assumir como referência as áreas não intervencionadas que lhe estão adjacentes e que apresentam características fitossociológicas e de cobertura semelhantes (Anexo XV).
Tendo em conta as intervenções florestais a efetuar na Mata Climácica e de acordo com a situação de referência estabelecida no Anexo XIII, foram selecionadas para cada espécie, áreas de amostragem a monitorizar antes e após as intervenções florestais de forma a avaliar a eficácia das ações previstas em projecto (Anexo XV). É de referir que durante a aplicação das metodologias de monitorização e de acordo com a evolução das comunidades vegetais, poderão vir a ser efetuados ajustes de localização.
Acacia dealbata
Para monitorizar Acacia dealbata foram selecionadas 2 áreas de amostragem, tendo em conta a sua localização na MC, tipo de habitat onde ocorrem as duas manchas georreferenciadas e ainda a distância a que se encontram, não evidenciando relação de proximidade invasiva. As áreas de amostragem indicadas no Anexo XV, consistem num quadrado tripartido de 100m2, 16m2 e 1m2, onde serão levantadas coberturas das espécies presentes tendo em conta os estratos arbóreos, arbustivos e herbáceos respetivamente. Dentro de cada quadrado de 100m2 serão efetuadas três réplicas dos quadrados de 16m2 e de 1m2, sendo que, para a medição da cobertura basal das árvores será aplicada a metodologia de medição do DAP (Diâmetro à Altura do Peito).
Acacia melanoxylon
Tendo em conta as manchas georreferenciadas na situação de referência, os locais de amostragem para monitorizar a Acacia melanoxylon, foram selecionados de acordo com a dimensão das manchas, dominância da espécie invasora, localização por tipo de habitat e risco ecológico de disseminação invasiva. Neste sentido, foram selecionadas 8 áreas de amostragem que abrangem toda a MC e que estão localizadas em zonas com algumas características que as distinguem entre si (Anexo XV). As áreas de amostragem a monitorizar, consistem num quadrado tripartido de 100m2, 16m2 e 1m2, onde serão levantadas coberturas das espécies presentes tendo em conta os estratos arbóreos, arbustivos e herbáceos. Dentro de cada quadrado de 100m2 serão efetuadas três réplicas dos quadrados de 16m2 e de 1m2, sendo que, para a medição de cobertura das árvores, será aplicado o método do DAP.
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Ailanthus altissima
Com base na única mancha de Ailanthus altissima georreferenciada na situação de referência da MC, será realizada monitorização num local de amostragem (localizado junto à Cruz Alta). A zona de amostragem a monitorizar (Anexo XV), corresponde a quadrados de 16m2 e 1m2 onde serão realizados os levantamentos de cobertura para as diversas espécies presentes. Para esta zona de amostragem, serão efetuadas 3 réplicas de cada quadrado.
Pittosporum undulatum
As áreas de amostragem para monitorizar o Pittosporum undulatum, constam de 3 locais situados nas manchas representativas de maior risco ecológico para a MC e que apresentam dominância relativamente à espécie invasora a monitorizar. Nas três áreas de amostragem selecionadas (Anexo XV) de acordo com a situação de referência, serão amostrados quadrados tripartidos de 100m2, 16m2 e 1m2, onde serão levantadas coberturas das espécies arbóreas, arbustivas e herbáceas. Dentro de cada quadrado de 100m2 serão efetuadas três réplicas dos quadrados de 16m2 e de 1m2, sendo que, para a medição de cobertura das árvores, será aplicado o método do DAP.
Prunus laurocerasus
Na monitorização de Prunus laurocerasus, estão previstas 5 áreas de amostragem tendo em conta a localização das manchas identificadas e georreferenciadas na situação de referência. A dimensão das manchas de Prunus laurocerasus e o risco ecológico de invasão progressiva dentro da MC, foram os fatores principais que conduziram à seleção dos 5 locais de amostragem. Consoante o porte arbóreo ou arbustivo dos indivíduos dominantes da espécie invasora, serão amostrados quadrados de 100m2 ou 16m2 respetivamente de acordo com os mesmos pressupostos acima descritos.
Robinia pseudoacacia
A área de amostragem para monitorizar a Robinia pseudoacacia no interior da MC corresponde a quadrados de 16m2 e 1m2 localizada junto à mancha georreferenciada na situação de referência (localizada na envolvente do Calvário). Para a monitorização desta espécie, será aplicado o método de medição de cobertura por diversas espécies, sendo que, serão efetuadas 3 réplicas de cada quadrado.
Tradescantia fluminensis
De acordo com as manchas de Tradescantia fluminensis georreferenciadas na situação de referência, foram selecionados 10 áreas de amostragem com 3 réplicas para cada área. As áreas a amostrar foram selecionadas de acordo com a localização, tipo de habitat, tipologia do terreno, dominância da espécie invasora e tipo de mancha: contínua, descontínua e descontínua esparsa. As áreas de amostragem a monitorizar, consistem num quadrado de 1m2, onde serão levantadas coberturas das espécies presentes. Para cada mancha a monitorizar, serão realizadas 3 réplicas dos quadrados de 1m2.
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Fig. 11. Zona totalmente coberta por Tradescantia fluminensis
3.2.2.6. Metodologias de monitorização
3.2.2.6.1. Metodologia cartográfica digital A metodologia utilizada para a definição da situação de referência (da Mata Climácica) teve como base as seguintes fases: 1. Georreferenciação de manchas e pontos isolados de espécies invasoras, com recurso a GPS (GPSmap 62 © Garmin) 2. Identificação e inventariação das espécies de flora 3. Elaboração de tabelas com dados de campo 4. Conceção e edição de cartografia digital em ArcGis 10 (©ESRI) 5. Cálculo de áreas
O mapeamento gráfico com recurso ao ArcGis 10 é uma metodologia que se pretende utilizar para a atualização contínua das manchas de vegetação, inserção de dados georreferenciados e cálculo de áreas.
3.2.2.6.2. Metodologia para monitorização da vegetação
Tendo em conta as diferentes características das espécies invasoras georreferenciadas (arbóreas, arbustivas e herbáceas) e os objetivos demonstrativos do projecto, foram selecionadas 5 metodologias de monitorização a aplicar consoante as espécies, dimensão das áreas invadida e eficácia na medição/análise. As técnicas de monitorização selecionadas permitirão medir a vegetação característica por área, a saber: - Método do quadrado (para medição de cobertura em espécies herbáceas e arbustivas) - Método do quadrado tripartido (para medição de cobertura em comunidades florestais)
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- Método do DAP (Diâmetro à Altura do Peito, para medição da cobertura basal das árvores) - Método de Braun-Blanquet (para medição indireta da cobertura/abundância) - Método da linha de interceção (para medição de cobertura em comunidades arbustivas)
Para a monitorização das ações de intervenção florestal (antes e após as ações de controlo), serão aplicadas os métodos acima mencionados de acordo com as diferentes espécies invasoras. De forma a monitorizar a flora e vegetação antes e após as intervenções florestais, todas as áreas de amostragem serão monitorizadas sazonalmente. Nos diversos locais de amostragem para além das ocorrências sazonais, pretende-se também detetar a presença de possíveis “novos” focos de espécies de invasoras e/ou potencialmente invasoras. Áreas de controlo
Com o objetivo de efetuar uma análise comparativa entre a diversidade/abundância florística das áreas invadidas e a diversidade das áreas naturais (em bom estado de conservação e desprovidas até à data de espécies invasoras), pretende-se aplicar o método do quadrado tripartido para análise de coberturas, o método do DAP (Diâmetro a Altura do Peito) para análise da cobertura basal das árvores e o método de Braun-blanquet, para medição indireta de cobertura/abundância. As metodologias incluem medições de percentagens de cobertura das espécies com recurso a quadrados nos 3 habitats da MC, sendo que, estão previstas 3 réplicas dos quadrados de 16m2 e 1m2, perfazendo um total de 21 quadrados. Na aplicação da técnica do quadrado tripartido, pretende-se efetuar marcações no terreno com estacas de madeira permanentes (que formarão um L) de modo a fixar as áreas a amostrar. Relativamente aos quadrados a utilizar nas medições de 16m2 e de 1m2, será utilizada a técnica dos tubos em pvc desmontáveis de modo a serem facilmente manuseados nos trabalhos de monitorização. O método de Braun-Blanquet será aplicado nos 3 quadrados de 100m2 representativos de cada habitat e permitirá realizar uma análise comparativa com os dados levantados pela UA no âmbito da caracterização da flora e vegetação da MC. Para a medição da cobertura basal das árvores incluídas dentro de cada quadrado com 100m2, será efetuada medição do DAP com recurso a uma suta de precisão graduada.
Acacia dealbata
Para monitorizar a Acacia dealbata, selecionaram-se dois métodos de medição: quadrado tripartido e o DAP, que serão aplicados nas duas estações de amostragem definidas. Com o objetivo de complementar as medições de cobertura de arbustivas (quadrado de 16m2) e de herbáceas (quadrado de 1m2), será aplicado o método do DAP para medição da cobertura basal das árvores com recurso a uma suta de precisão (nos quadrados de 100m2). Para além da medição do DAP nas árvores, será ainda utilizado o método de contagem do número de indivíduos mortos, após as intervenções florestais. Assim, nas duas áreas de amostragem estabelecidas, estão previstas 3 réplicas dos quadrados de 16m2 e de 1m2, perfazendo um total de 14 quadrados a monitorizar.
Acacia melanoxylon
As metodologias de amostragem a aplicar para a monitorização da Acacia melanoxylon, consistem igualmente nos métodos do quadrado tripartido (100m2, 16m2, 1m2) e DAP. De acordo com a metodologia acima descrita, será também medido o DAP nos 8 quadrados de 100m2 e contabilizado o número de árvores mortas após as intervenções florestais. Tendo em conta as 8 estações de amostragem previstas e as 3 réplicas para os quadrados de 16m2 e de 1m2, serão monitorizados no total 56 quadrados. Ailanthus altissima
Atendendo à dimensão da mancha de Ailanthus altissima (indicada na situação de referência), e ao porte arbustivo dos indivíduos, a metodologia de amostragem a aplicar consiste na aplicação do método do
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quadrado de 16m2 e de 1m2 para espécies com porte arbustivo e herbáceo respetivamente. Neste sentido, o método de marcação no terreno é o mesmo para todos os métodos dos quadrados que estão previstos implementar, e que consiste na instalação de estacas em madeira. Estão previstas ainda realizar 3 réplicas de cada quadrado, perfazendo um total de 6 quadrados a amostrar.
Pittosporum undulatum
Na monitorização de Pittosporum undulatum, pretende-se aplicar os métodos acima descritos para medição de coberturas em comunidades florestais. Neste sentido, os métodos do quadrado tripartido (100m2, 16m2 e 1m2) e do DAP, serão aplicados para monitorizar todas as espécies invasoras com porte arbóreo e aplicados nas estações de amostragem correspondentes. Nos 3 quadrados de 100m2, será aplicado o método do DAP para medição da cobertura basal das árvores, e contabilizado o número de indivíduos mortos após as intervenções florestais. Assim, para o Pittosporum undulatum serão efetuadas amostragens em três áreas pré-definidas com 3 réplicas para os quadrados de 16m2 e de 1m2, perfazendo um total de 21 quadrados.
Prunus laurocerasus
Para as manchas de Prunus laurocerasus onde a espécie apresenta porte arbóreo, as metodologias de amostragem consistem na aplicação das técnicas acima descritas, nomeadamente nos métodos do quadrad0o tripartido (100m2, 16m2 e 1m2) e do DAP. De acordo com a técnica de medição basal das árvores, será também medido o DAP nos quadrados de 100m2 e contabilizado o número de árvores mortas/cortadas após as intervenções florestais. Nas 5 áreas de amostragem previstas, onde se verifique a dominância de Prunus laurocerasus arbustivo, será apenas aplicado o método do quadrado de 16m2 e de 1m2. Neste sentido, estão previstas amostragens em 5 áreas da MC, o que perfaz um total de 35 quadrados.
Robinia pseudoacacia
Na monitorização de Robinia pseudoacacia pretende-se aplicar o método do quadrado tripartido com 1m2, 16m2 e 100m2. Tendo em conta a localização da mancha e a reduzida área para amostrar, o método do quadrado tripartido para levantamento de coberturas será complementado com o método do DAP para medição da área basal das árvores. Tendo em conta a uniformidade com as metodologias a aplicar para as restantes espécies, pretende-se ainda contabilizar o número de indivíduos mortos após as intervenções florestais. De acordo com as 3 réplicas previstas para os quadrados de 1m2 e 16m2, serão amostrados no total 7 quadrados.
Tradescantia fluminensis
Para monitorizar Tradescantia fluminensis, selecionou-se o método do quadrado de 1m2. Esta técnica é frequentemente utilizada para medição de coberturas em espécies herbáceas e consiste no levantamento das percentagens de cobertura das diversas espécies que se encontram no interior dos quadrados de 1m2. Paralelamente ao que está previsto para a aplicação do quadrado tripartido, pretende-se efetuar marcações no terreno com estacas de madeira permanentes (que formarão um L) de modo a fixar as áreas a amostrar. Relativamente aos quadrados a utilizar nas medições, será utilizada a técnica dos tubos em pvc desmontáveis com 4 peças de encaixe com 50cm, facilmente manuseadas nos trabalhos de monitorização. De acordo com os 9 locais de amostragem selecionados (em situação de pré-intervenção florestal), está prevista a realização de 3 réplicas por mancha, o que totaliza 27 quadrados a monitorizar. Para a zona intervencionada (junto às portas de Coimbra) está prevista também a aplicação do método do quadrado de 1m2 para avaliar duas manchas distintas após intervenção florestal (com plantação de indivíduos de Ruscus aculeatus): mancha intervencionada com cobertura posterior de resíduos orgânicos da MNB, e mancha intervencionada sem cobertura posterior. Tendo em conta a aplicação de 3 réplicas para cada caso, serão monitorizados nas manchas intervencionadas, 6 quadrados no total.
Método adicional para comunidades arbustivas
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Com o objetivo de testar um segundo método para levantamento de cobertura das espécies arbustivas (em opção ao método do quadrado de 16m2), pretende-se ainda aplicar o método da linha de interceção dentro dos quadrados de 100m2 com intervalos de réplicas de 2 em 2m. Esta técnica de medição da vegetação tem como objetivo a leitura de percentagens de cobertura das espécies intercetadas ao longo de uma linha previamente marcada no terreno (com recurso a fita métrica). A aplicar no interior dos quadrados tripartidos de 100m2, serão colocadas fitas paralelas com 10m de comprimento e um espaçamento de 2m entre si, o que perfaz 6 réplicas de linha de interceção por cada quadrado de 100m2. Neste caso, as linhas de interceção não requerem marcação no terreno, uma vez que é utilizado o referencial do quadrado previamente marcado com estacas de madeira. Inicialmente pretende-se aplicar e testar os dois métodos (quadrado de 16m2 e linha de interceção) a fim de comparar resultados e testar a eficácia dos mesmos.
3.2.2.7. Resultados
De acordo com os levantamentos/georreferenciação que antecederam a edição da situação de referência para a MC, foi elaborada a tabela de campo com níveis de prioridade (em Anexo IV) e inventariadas as espécies invasoras (Tabela 8). Através do software ArcGis 10 ©ESRI, foram ainda calculadas as áreas correspondentes a cada espécie (Fig. 12), bem como a sua relação com os 17 ha de área total (Fig. 13). Tabela 8. Lista de espécies invasoras identificadas na Mata Climácica da Mata Nacional do Bussaco.
Espécie Invasora
Origem
Estatuto
Zona dominante
Acacia dealbata
Austrália e Tasmânia
invasora*** 565/99
-
DL
Cruz Alta e S. Antão
Acacia longifolia
Austrália
invasora*** 565/99
-
DL
Santo Antão
Acacia melanoxylon
Austrália e Tasmânia
invasora*** 565/99
-
DL
Cruz Alta e S. Antão
Ailanthus altissima
China
invasora*** 565/99
-
DL
Cruz Alta
Fascicularia bicolor
Chile
casual!
Santo Antão
Phytolacca americana
América do Norte
invasora**
No limite c/ arboreto
Pittosporum undulatum
Austrália
invasora** - DL 565/99
Caifás
Prunus laurocerasus
Península Balcânica e Sudoeste Asiático
…
S. João de Deserto
Robinia pseudoacacia
América do Norte
invasora** - DL 565/99
Calvário
Tradescantia fluminensis
América do Sul
invasora*** 565/99
Cruz Alta Coimbra
-
DL
e
Portas
de
- O número de "!" e "*" é maior consoante o risco para espécies casuais e naturalizadas, ou maior gravidade para espécies invasoras (in http://www.ci.uc.pt/invasoras/index).
BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório de Arranque p. 26
- Fotografias das espécies no Anexo XVII. Tabela 9. Área ocupada pelas espécies invasoras (não isoladas) no interior da Mata Climácica da Mata Nacional do Bussaco (em Agosto de 2012).
Espécie Invasora
Área ocupada (hectares)
Acacia dealbata
0,117
Acacia melanoxylon
2,051
Ailanthus altissima
0,035
Fascicularia bicolor
0,052
Pittosporum undulatum
1,688
Prunus laurocerasus
1,329
Robinia pseudoacacia
0,004
Tradescantia fluminensis
1,214
Total
6,49
Fig. 12. Representação gráfica da área ocupada pelas diferentes espécies invasoras presentes na MC (em Agosto de 2012). Cálculos efetuados em ArcGis 10 ©ESRI.
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Fig. 13. Representação gráfica dos 17 hectares da MC em Agosto de 2012. Cálculos efetuados em ArcGis 10 ©ESRI.
3.2.2.8. Considerações finais A Acacia dealbata foi georreferenciada em manchas de média/pequena dimensão tanto no Carvalhal como no Adernal. Não apresentando até à data uma área de distribuição muito significativa, a Acacia dealbata difere na MC relativamente a outras invasoras, uma vez que não ocorre em zonas de progressão proximal relacionadas entre si. Esta espécie encontra-se em manchas ou em indivíduos isolados (de grande dimensão) identificados em locais relativamente distantes que não parecem ter qualquer relação entre si (Anexo XIII). Ao longo dos levantamentos de campo (Anexo XVI), verificou-se a ocorrência de clareiras resultantes de cortes relativamente recentes de algumas árvores, nomeadamente de Acacia melanoxylon na zona da Cruz Alta. Esta ação recente terá conduzido a um aumento significativo da área germinativa da Acacia melanoxylon, que agora urge controlar.
Fig. 14. Clareiras resultantes de cortes relativamente recentes, com germinação de Acacia melanoxylon.
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Por outro lado, e ainda relativamente à Acacia melanoxylon, foram identificadas manchas em franca expansão e que estão a descaracterizar fortemente o Adernal, numa progressão que parece estar relacionada com a presença de muitos exemplares de grandes dimensões que estão situados na região extra muros da MNB a disseminar sementes para o interior da MC. Também na zona do Arboreto limítrofe com a MC estão presentes muitos exemplares de Acacia melanoxylon de grandes dimensões, a dispersar semente para o interior do Adernal.
A Acacia longifolia foi identificada apenas na zona de Santo Antão, não demonstrando até à data uma progressão significativa na área da floresta relíquia. Relativamente à Fascicularia bicolor, e embora não seja considerada uma espécie invasora pelo DL 565/99, está fortemente representada em Santo Antão formando manchas contínuas monoespecíficas. Esta espécie já foi intervencionada numa parcela significativa (Anexo XIII), no entanto persiste ainda nesta zona formando tapetes densos de cobertura do solo que impedem a fixação de espécies autóctones.
Na transição da Mata Climácica com o Arboreto, estão georreferenciados alguns exemplares de Phytolacca americana de média dimensão que embora não se encontrem noutras zonas do interior da MC, deverão ser controlados de modo a evitar a sua propagação para os habitats de Carvalhal e Adernal.
No Adernal da MC, encontra-se em forte expansão o Pittosporum undulatum (com uma área total de 1,688 ha), principalmente na região de Caifás onde é a invasora dominante para além da presença de Acacia melanoxylon, Prunus laurocerasus e Tradescantia fluminensis. Na vertente de Caifás (que define o limite da MC) localizam-se alguns exemplares de Phillyrea latifolia, Arbutus unedo e Pinus pinea centenários que urge preservar, bem como uma diversidade de vegetação rupícola com elevado interesse conservacionista. Também na região de transição com o arboreto, ocorre uma área de Pittosporum undulatum com Acacia melanoxylon que poderá ter tendência de progressão para o interior do Adernal (na zona central da MC que constitui até à data, uma das zonas mais bem conservadas deste habitat).
O Prunus laurocerasus é uma espécie que ocorre dispersa um pouco por toda a floresta relíquia, apresentando os focos mais preocupantes na região de São João de Deserto e em praticamente toda a linha de transição entre a MC com o Arboreto. Esta espécie embora não esteja listada no DL 565/99, apresenta um comportamento nitidamente invasor na MNB, sendo que, embora plantada outrora para fins ornamentais e construção de sebes, apresenta uma progressão muito significativa de área de ocorrência, colocando em risco ecológico espécies arbustivas autóctones.
Na zona do Calvário foi georreferenciado o único foco de Robinia pseudoacacia observado na MC, mais concretamente um conjunto de exemplares de grandes dimensões situados em redor de uma ermida. Esta espécie embora não apresente um grau de disseminação tão grave como outras espécies da mesma família botânica, deverá ser erradicada rapidamente de modo a evitar a sua propagação.
A Tradescantia fluminensis é em conjunto com a Acacia melanoxylon, Pittosporum undulatum e Prunus laurocerasus, a espécie invasora com maior área de ocupação e propagação na MC. Com maior expressão na região da Cruz Alta e Portas de Coimbra, a Tradescantia fluminensis forma em alguns locais tapetes com 100% de cobertura monoespecífica que compromete os estratos herbáceos, escandentes e arbustivos autóctones. Por outro lado, a velocidade de propagação desta espécie tornase preocupante tendo em conta outras áreas deslocalizadas onde ela já ocorre em franca expansão (região da Gruta de São Pedro limítrofe com a via sacra).
Relativamente às intervenções de controlo realizadas até à data pelas equipas do LIFE+ BRIGHT na MC, foram igualmente georreferenciadas três zonas de intervenção e assinaladas as espécies invasoras específicas. É de referir no entanto, que nas zonas de intervenção mista e intervenção de Tradescantia fluminensis verifica-se a existência de indivíduos de Tradescantia fluminensis novamente a germinar. As técnicas e metodologias para controlo e erradicação desta espécie, embora ainda pouco desenvolvidas,
BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório de Arranque p. 29
poderão passar pelo ensaio de várias metodologias diferentes, a fim de procurar encontrar uma técnica de controlo mais eficaz. Ao longo dos levantamentos de campo realizados (Anexo XVI) foram atribuídos três níveis de caracterização distintos para a Tradescantia fluminensis: mancha contínua, mancha descontínua mista e mancha descontínua esparsa.
Fig. 15. Parcela de Tradescantia fluminensis intervencionada no âmbito do projecto (localizada nas Portas de Coimbra). A técnica utilizada foi o arranque (sem posterior cobertura) com plantação de exemplares de Ruscus aculeatus.
Em geral, após os levantamentos de campo e análise da cartografia do Anexo XIII, considera-se que as espécies invasoras e potencialmente invasoras mais preocupantes até à data são Acacia melanoxylon (2,051 ha) Pittosporum undulatum (1,688 ha), Prunus laurocerasus (1,329 ha) e Tradescantia fluminensis (1,214 ha). Não apenas pelo carácter invasivo que as espécies apresentam, mas também pela área total que atualmente ocupam, Acacia melanoxylon e Tradescantia fluminensis deverão ser alvos prioritários de controlo e tentativa de erradicação na MC. Zonas como Cruz Alta, Santo Antão, Portas de Coimbra e Gruta de São Pedro, são zonas altamente afetadas que contrastam com a região central da MC onde se observou a área de Adernal mais bem conservada.
Para dar início às ações de intervenção florestal no interior da MC, sugere-se começar pelo controlo dos indivíduos isolados cartografados na situação de referência, de modo a evitar a formação de machas de maiores proporções que venham a representar maior risco ecológico.
Para a seleção de áreas prioritárias de intervenção, sugere-se a adoção de uma estratégia de controlo do tipo “de dentro para fora” ou seja, começar por intervir nas zonas de fronteira entre zona não invadida e zona invadida, progredindo depois as intervenções florestais para o interior das manchas invadidas. A aplicação desta metodologia poderá à partida evitar maiores taxas de propagação nas zonas de transição, evitando assim progressões das espécies invasoras enquanto se intervém em determinado local.
Toda a área do Arboreto limítrofe com a MC, detém diversas espécies invasoras com elevadas taxas de cobertura (principalmente Tradescantia fluminensis, Prunus laurocerasus, Pittosporum undulatum e Acacia melanoxylon) que estão a progredir para o interior da MC. Assim, será muito importante conceber num segundo nível de prioridade, uma zona tampão nesta área que seja igualmente sujeita a ações florestais de controlo e tentativa de erradicação de espécie invasoras. Paralelamente a esta ação e para evitar a dispersão de sementes de Acacia melanoxylon, Acacia dealbata e Acacia longifolia da região extra muros da MNB para o interior da MC, deveria ser criada uma segunda zona tampão (neste caso em terrenos fora da MNB) para igualmente controlar invasoras. A criação destas duas zonas tampão, será indispensável para garantir o sucesso da aplicação do programa de controlo de invasoras no interior da MC. BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório de Arranque p. 30
Tabela 10. Síntese dos desenvolvimentos das acções do projecto, incluindo identificação do progresso previsto em candidatura (P) e execução verificada (E), desvios temporais associados, respectiva relevância, correcção e efeitos no projecto. 2011 Acção
S O
2012 N
D
J
E.2Fauna P
F
Desvio M
A
M
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Relevância / Solução
Efeitos no Projecto
Sem desvios
Não aplicável
Não Aplicável
Sem desvios
Não aplicável
Não Aplicável
E E.2Flora
P
E
3.3. Progresso Esperado No próximo período proceder-se-á à: 1) Monitorização de fauna: - Invertebrados, periodicidade mensal, várias metodologias; - Peixes, periodicidade mensal, contagem exaustiva; - Anfíbios, periodicidade mensal, várias metodologias; - Répteis, periodicidade mensal, busca activa; - Aves, periodicidade fenológica, censos em ponto fixo; - Mamíferos carnívoros, fotoarmadilhagem e busca mensal de indícios de presença; - Micromamíferos, periodicidade fenológica, amostragem com armadilhas tipo Sherman; - Morcegos, periodicidade mensal, amostragem de ultrassons. - Colocação de 250 caixas-ninho na Mata, com estratificação por unidades de paisagem e monitorização da ocupação das mesmas durante a época de reprodução (Março a Julho). - Dispersão de sementes por vertebrados, recolha mensal de sementes digeridas por vertebrados frugívoros e sementes não digeridas, disponíveis na Mata, plantação em viveiro e monitorização da germinação. Após a obtenção de um ciclo anual de dados, serão calculados índices de biodiversidade para avaliação da situação faunística nos vários habitats da Mata do Bussaco, quando aplicável. Nos grupos taxonómicos em que seja possível, será efetuada uma comparação com dados ae situação de referência pré-intervenção BRIGHT para avaliação dos efeitos do projeto sobre as diversas comunidades faunísticas.
2) Monitorização da flora e habitats: As amostragens de monitorização serão realizadas em modo contínuo de forma a obter dados antes e após as intervenções florestais, e para obter levantamentos comparáveis nas diferentes estações do ano. Com o objetivo de avaliar os efeitos das ações previstas pelo BRIGHT na flora e nos habitats, serão efetuadas ainda análises comparativas da evolução das comunidades florísticas tendo em conta a situação de referência pré-definida e as áreas de controlo representativas de cada habitat. Assim, serão aplicadas diversas metodologias de monitorização consoante a espécie invasora: BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório de Arranque p. 31
- Acacia dealbata, periodicidade contínua de comparação sazonal, com diversas metodologias de monitorização. - Acacia longifolia, periodicidade contínua de comparação sazonal, com diversas metodologias de monitorização. - Acacia melanoxylon, periodicidade contínua de comparação sazonal, com diversas metodologias de monitorização. - Ailanthus altíssima, periodicidade contínua de comparação sazonal, com diversas metodologias de monitorização. - Fascicularia bicolor, periodicidade contínua com monitorização cartográfica. - Phytolacca americana, periodicidade contínua com monitorização cartográfica. - Pittosporum undulatum, periodicidade contínua de comparação sazonal, com diversas metodologias de monitorização. - Prunus laurocerasus, periodicidade contínua de comparação sazonal, com diversas metodologias de monitorização. - Robinia pseudoacacia, periodicidade contínua de comparação sazonal, com diversas metodologias de monitorização. - Tradescantia fluminensis, periodicidade contínua de comparação sazonal, com aplicação do método do quadrado. Para além das diversas técnicas de monitorização a aplicar consoante a espécie invasora, será realizada em paralelo a monitorização cartográfica com recurso a ArqGis para análise da evolução das áreas ocupadas por espécies invasoras e progressão dos habitats naturais. - Edição de cartografia em ArcGis com a evolução/progresso a partir da situação de referência. - Colocação de aproximadamente 500 estacas na mata climácica para marcação de quadrados de monitorização. - Inventariação das espécies disseminadoras de sementes por época/estação de ano. - Análise das técnicas de intervenção aplicadas e investigação/ensaio de novas técnicas – melhoria continua. Serão elaborados cálculos e análises estatísticas para efeitos de avaliação das intervenções previstas em projeto, a partir de um ciclo bienal de dados sazonais. A comparação de dados dos períodos antes e após intervenção para cada espécie invasora a monitorizar, bem como a análise da evolução dos habitats intervencionados ou com introdução de espécies autóctones, será realizada em paralelo com as ações no terreno tendo em conta a evolução florística temporal das parcelas a amostrar.
3.4. Impacto do Projeto Atendendo a que o trabalho de campo mais intensivo e sistemático decorre há apenas 2 meses, ao nível da fauna ainda não se fazem sentir impactos do projeto sobre a mesma. Verifica-se que a população local procura orientação não formal para combater o problema das espécies invasoras nas suas propriedades, fruto da visibilidade e projeção que o projeto BRIGHT está a alcançar. Verifica-se ainda a ‘cópia’ de algumas das técnicas de controlo de invasoras, aplicadas nas propriedades privadas afetadas com o mesmo problema. Durante os dois meses transatos, os trabalhos na componente da flora incidiram na definição da situação de referência para a mata climácica, pelo que até à data ainda não são mensuráveis os efeitos das ações do projeto sobre as espécies florísticas e habitats naturais.
3.5. Para além do LIFE+ No âmbito do pós-doutoramento em comunicação e Ciência de Milene Matos, têm sido desenvolvidas muitas ações e atividades na Mata do Bussaco que, embora não sejam financiadas pelo LIFE, acabam por ser complementares à missão de envolvimento da sociedade nas ações de conservação e BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório de Arranque p. 32
transmissão de conhecimento técnico à população em geral. É quase inevitável nestas atividades mencionar o projeto BRIGHT, referir a sua importância em termos de conservação, o enquadramento e objetivos do mesmo, sensibilizando os participantes e gerando consciencialização ambiental. Algumas destas ações incluem: oficinas pedagógicas, workshops, cursos de formação, atividades de sensibilização ambiental inter-geracionais, entre outras. (Todos os anexos referidos neste ponto estão na Pasta ‘ANEXO - Deliverables e Marcos’.) Alguns exemplos são: - Atividade para escolas “Biodiversidade das Montanhas”, decorrida na Mata Nacional do Buçaco a 13 de Dezembro de 2011, no âmbito do Dia Internacional das Montanhas. - Curso de Iniciação à Identificação de Aves Florestais, 14 e 15 de Abril 2012, Mata Nacional do Buçaco. Fundação Mata do Buçaco e Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro. (CARTAZ EM ANEXO) - Minicurso de Botânica. 27 e 28 de Abril 2012, Mata Nacional do Buçaco. Fundação Mata do Buçaco e Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro. (CARTAZ EM ANEXO) - Workshop “Os morcegos da Mata Nacional do Buçaco”, Julho e Agosto 2011 e Julho 2012, Mata Nacional do Buçaco. Fundação Mata do Buçaco e Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro. (CARTAZ EM ANEXO – Buçaco ao Luar) - Workshop “Os anfíbios da Mata”, 25 Maio 2012, Mata Nacional do Buçaco. Fundação Mata do Buçaco e Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro. (CARTAZ EM ANEXO – Buçaco ao Luar) - Workshop “Pirilampos e outros insetos”, 22 Junho 2012, Mata Nacional do Buçaco. Fundação Mata do Buçaco e Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro. (CARTAZ EM ANEXO – Buçaco ao Luar) - Encontro Intergeracional “Avós e Netos”, no âmbito do Dia Nacional dos Avós, 26 de Julho 2012. Fundação Mata do Buçaco e Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro.
Foi criado e organizado o Serviço Educativo da Mata do Bussaco, mais uma vez com coordenação geral e científica do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, que disponibiliza também oficinas didáticas para escolas, grupos e famílias, por marcação e com agenda regular. (BROCHURAS EM ANEXO)
Foram ainda efetuadas as seguintes comunicações em encontros científicos: - Milene Matos e Carlos Fonseca. “Aprender fora de portas: a educação ambiental para a mudança de comportamentos”. XIX Jornadas Pedagógicas de Educação Ambiental. Associação Portuguesa de Educação Ambiental. 8 a 11 Março 2012. Câmara de Lobos, Madeira (Apresentação em painel – PDF EM ANEXO). - Milene Matos, António Jorge Franco, Luís Jordão e Carlos Fonseca. “Mata Nacional do Buçaco: Apresentação do Serviço Educativo”. XIX Jornadas Pedagógicas de Educação Ambiental. Associação Portuguesa de Educação Ambiental. 8 a 11 Março 2012. Câmara de Lobos, Madeira (Apresentação em painel - PDF EM ANEXO). - Matos, M.; Moreira-Pinhal, T. C.; Mocito, R. S.; Jervis, S. ; Paredes, C.; Pires, P. ; Corley, M.; Marabuto, E.; Grosso-Silva, J.M.; Fonseca, C. “O potencial da educação ambiental para o conhecimento científico.” XIX Jornadas Pedagógicas de Educação Ambiental. Associação Portuguesa de Educação Ambiental. 8 a 11 Março 2012. Câmara de Lobos, Madeira (Apresentação em painel - PDF EM ANEXO). - Moreira-Pinhal, T. C.; Mocito, R. S.; Jervis, S.; Paredes, C.; Marabuto, E.; Grosso-Silva, J.M.; Pires, P.; Corley, M. F. V. ; Matos, M.; Fonseca, C. “Entomofauna da Mata Nacional do Buçaco.” XIII Jornadas de Conservação da Natureza e Educação Ambiental. FAPAS – Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens. 22 de Abril de 2012, Leiria (Apresentação em painel - PDF EM ANEXO). - Comunicação “Mata Nacional do Buçaco - Sinergias positivas entre o turismo, a natureza e a educação ambiental”, no 4º Encontro de Educação e Turismo Ambientais, organizado pela Sociedade Portuguesa para o Desenvolvimento da Educação e do Turismo Ambientais. Bucelas, 20 de Abril 2012. - Palestra “A importância do Buçaco no contexto europeu”, nas Jornadas “Nós, a Europa e o Mundo”, Escola Regional Dr. José Dinis da Fonseca, Sabugal,16 Maio 2012. BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório de Arranque p. 33
- Comunicação “Mata Nacional do Buçaco: hotspot de biodiversidade”, no 2º Workshop CESAM “A biodiversidade perante as alterações ambientais”. Universidade de Lisboa, 29 Junho 2012.
Foi efetuada a publicação de um livro infantil, com textos e ilustrações de Milene Matos e prefácio de Carlos Fonseca e edição financiada pelo Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro: - Dias, L. e Matos, M. Livro infantil Os Duendes na Mata do Bussaco. Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro e Edições Afrontamento. Junho 2012 (JPG DA CAPA EM ANEXO). Este livro, não tendo sido suportado pelo LIFE, fez parte de um projeto escolar (projeto ‘Duendes na Mata – SOS Bussaco’ do Agrupamento de Escolas de Mealhada) que ensinou os alunos do ensino préescolar e básico a conhecer a biodiversidade, os conceitos de espécies autóctones, exóticas e invasoras e levou-os a visitar a Mata do Bussaco, colaborando em ações de controlo de espécies invasoras, nomeadamente, de Tradescantia fluminensis. Foi sempre explicado o projeto BRIGHT e contextualizada a sua importância aos alunos, professores e demais staff das escolas.
Foram, ainda, efetuadas as seguintes publicações científicas e de divulgação: - Milena Matos, Nuno Lopes Pinto e Carlos Fonseca. Los murciélagos del Bosque Nacional de Bussaco, Centro de Portugal. Galemys 23: 55 – 60, 2011. (PDF EM ANEXO) - Matos M. Mata Nacional do Buçaco: um oásis de biodiversidade. Pampilhosa – Uma terra e um povo, 30: 23 – 31, 2011. (PDF EM ANEXO) - Pinho R, Lopes L, Matos M. A verde relíquia do Buçaco. Pampilhosa – Uma terra e um povo, 30: 11 – 14, 2011. (PDF EM ANEXO) - Pinho R, Lopes L, Matos M. Brochura “Buçaco – um majestoso arboreto”. Departamento de Biologia, Universidade de Aveiro, 2011.
No âmbito da divulgação e publicitação do projeto BRIGHT, foram realizadas três saídas técnicas, organizadas pelo Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro: - Academia de Verão da UA, 11 de Julho de 2012, com ação de voluntariado junto à Cruz Alta. - Academia de Verão da UA, 18 de Julho de 2012, com ação de voluntariado junto à Cruz Alta. - Ciência Viva - Biologia no Verão, 31 de Agosto de 2012.
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4. ASPECTOS FINANCEIROS 4.1. Sistema Contabilístico. A UA, através do gabinete de Gestão Financeira de Programas e Projetos, procedeu, desde o início do projeto, de acordo com as leis vigentes e as regras deste programa de financiamento. A técnica superior destacada para acompanhar os aspetos financeiros deste projeto, a Dra. Daniela Ferreira, tem experiência na gestão financeira de projetos LIFE+, encontrando-se a coordenar toda a parte financeira de um outro projeto LIFE+ no qual a UA é o beneficiário promotor. O sistema contabilístico utilizado para a gestão deste projeto é o POC E.
4.2. Disponibilidade do Cofinanciamento No período a que reporta o presente relatório não se colocaram constrangimentos à disponibilidade da componente de co-financiamento nacional por parte da UA.
4.3. Execução Financeira Na tabela 11 apresenta-se um sumário das despesas pagas até finais de Agosto de 2012, que dizem respeito ao levantamento mais recente já integrado nos mapas de despesa LIFE+.
Tabela 11. Síntese da Execução Financeira do projecto até 31/08/2012 Orçamento do Projecto (€)
Rubrica de Despesa
Pessoal
Despesas €
Adjudicações %
€
129 297,00
11 890,66
9%
0,00
0,00
0,00
6 240,00
1 212,52
19%
Infraestruturas
0,00
0,00
0,00
Equipamentos
20 750,00
6 414,46
31%
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
21 280,00
2 173,49
10%
0,00
0,00
0,00
12 288,00
1 518,30
12%
189.855,00
23 209,51
12%
Viagem e Estadia Assistência Externa
Protótipos Aquisição de Terrenos/Direitos Consumíveis Outros Custos Despesas Gerais
TOTAIS
%
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ANEXOS Acordos de Parceria Acordo de parceria entre a FMB e UA.
Deliverables e Marcos Como referido no ponto “3.5. Para além do LIFE+”, o Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, através do pós-doutoramento em Comunicação de Ciência, de Milene Matos (em curso), tem organizado inúmeras atividades em parceria com a Fundação Mata do Bussaco. Embora estas atividades não sejam financiadas pelo LIFE, acabam por ser complementares à missão de envolvimento da sociedade nas ações de conservação e transmissão de conhecimento técnico-científico à população em geral. É quase inevitável nestas atividades mencionar o projeto BRIGHT, referir a sua importância em termos de conservação, o enquadramento e objetivos do mesmo, sensibilizando os participantes e gerando consciencialização ambiental. Não sendo financiadas pelo LIFE, não apresentam os logos e as referências imediatas ao projeto, mas são ações, por assim dizer, complementares ao projeto, pois disseminam-no e publicitam a sua importância, objetivos e resultados. Os anexos são apresentados em anexo conforme indicado no ponto “3.5. Para além do LIFE+”.
As atividades mencionadas, bem como outras, forma notícia em alguns media, nacionais e regionais, como por exemplo (seleção abreviada): - Programa Biosfera, RTP. http://tv.rtp.pt/programas-rtp/index.php?p_id=24778&e_id&c_id=8&dif=tv A partir do min. 26. - Programa Biosfera, RTP. http://www.rtp.pt/programa/tv/p24778/c92402 A partir do min. 29. - Programa Sociedade Civil, RTP. http://www.youtube.com/watch?v=zMI0kfx4jWc - Diário de Notícias: http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=2314477&seccao=Biosfera - Portal de Comunicação da Universidade do Minho: http://umonline.uminho.pt/ModuleLeft.aspx?mdl=~/Modules/Clipping/NoticiaView.ascx&ItemID=69457&Mi d=111&lang=pt-PT&pageid=1&tabid=0 - Destakes: http://www.destakes.com/comentarios/73357425ef9235f56869fb562ffc7344 - Portal de Aveiro: http://www.aveiro.co.pt/noticia.aspx?id=133782&notic=Esp%C3%A9cie%20de%20peixe%20em%20vias %20de%20extin%C3%A7%C3%A3o%20descoberta%20na%20Mata%20do%20Bu%C3%A7aco. - UA Online: http://uaonline.ua.pt/detail.asp?c=24605
Os diversos membros da equipa da UA colaboraram/colaboram intensivamente na redação e elaboração de conteúdos dos seguintes produtos BRIGHT: - MiniGuia de Campo “Anfíbios da Mata” (PDF EM ANEXO) - MiniGuia de Campo “Aves da Mata” (PDF EM ANEXO) - MiniGuia de Campo “Mamíferos da Mata” (PDF EM ANEXO) - MiniGuia de Campo “Espécies Invasoras da Mata” (PDF EM ANEXO) - MiniGuia de Campo “Árvores e Arbustos da Mata” (PDF EM ANEXO) - MiniGuia de Campo “Plantas Herbáceas e Trepadoras da Mata” (in prep) - MiniGuia de Campo “Os Cogumelos da Mata” (in prep) - MiniGuia de Campo “Os Invertebrados da Mata” (in prep)
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- Flyer de informação sobre o Adernal (PDF EM ANEXO) - Flyer de informação sobre as Espécies Exóticas Invasoras (PDF EM ANEXO) - Flyer de informação sobre a Fauna da Mata (PDF EM ANEXO) - Placa informativa sobre silvado (PDF EM ANEXO) - Placa informativa sobre javalis (PDF EM ANEXO) - Placa informativa sobre madeira em decomposição (PDF EM ANEXO) - Placa informativa sobre estruturas de recolha de dejetos de aves (PDF EM ANEXO)
Estes anexos encontram-se na pasta “ANEXO - Deliverables e Marcos” do CD anexo.
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Fotografias Estes anexos encontram-se na pasta “ANEXOS – fotos” do CD anexo.
Mapas, Shapefiles e outros Estes anexos encontram-se na pasta “ANEXOS – mapas e outros” do CD anexo.
Anexo I. Localização das áreas de amostragens (pontos e transetos) de invertebrados. Anexo II. Localização das áreas de amostragens (pontos e transetos) de Peixes, Anfíbios (exceto transetos noturnos) e Répteis. Anexo III. Localização das áreas de amostragens (pontos) de Aves – pré-BRIGHT. Anexo IV. Localização das áreas de amostragens (pontos) de Aves – BRIGHT. Anexo V. Localização das áreas de amostragens (transetos) de Morcegos e amostragem noturna de Anfíbios. Anexo VI. Localização das áreas de amostragens (transetos) de Carnívoros, com representação do ajustamento feito do transeto dos trabalhos anteriores ao projeto, para efeitos do BRIGHT. Anexo VII. Localização das áreas de amostragens (transetos) de Micromamíferos – pré-BRIGHT. Anexo VIII. Localização das áreas de amostragens (transetos) de Micromamíferos – BRIGHT. Anexo IX. Localização das caixas-ninho colocadas na MNB. Anexo X. Localização dos pontos de amostragem (poleiros) da monitorização da dispersão de sementes pelas aves. Anexo XI. Localização dos indícios de presença de Mamíferos carnívoros detetados em Julho. Anexo XII. Localização dos indícios de presença Mamíferos carnívoros detetados em Agosto. Anexo XIII. Áreas com Espécies Invasoras na Floresta Relíquia - Mata Nacional do Buçaco. Situação de Referência em Agosto de 2012. Anexo XIV. Localização das Áreas de Amostragem de Controlo. Floresta Relíquia - Mata Nacional d Buçaco. Anexo XV. Localização das Área de Amostragem por Espécie Invasora. Floresta Relíquia - Mata Nacional do Buçaco. Anexo XVI. Identificação das áreas de amostragem na Mata Climácica (áreas com espécies invasoras). Anexo XVII. Fotografias de espécies invasoras da Mata Climácica. Anexo XVIII. Shapefiles.
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