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p. 48Entrevista Daniel Ferro
from BUMBO nº1
Depois de uma jornada com cerca de 70 entrevistas realizadas ao longo de três anos, nasce o documentário Tudo Pela Música (Os 20 anos da Deck), filme dirigido por Daniel Ferro, que narra a história da gravadora Deck (ex-Deckdisc). O longa, que está no festival In-Edit, faz um recorte não só sobre a trajetória da companhia, mas como o clima de negócio familiar também se infiltrou nos artistas de seu catálogo. “Embora fale sobre um mercado de discos e música, é um lindo filme sobre família”, disse Daniel Ferro, ao UOL, por e-mail. Partindo da trinca fundamental da Deck, formada pelo casal fundador João Augusto e Monica Ramos com o filho e produtor Rafael Ramos, o documentário conta a história da gravadora através do depoimento de seus artistas - Pitty, Alceu Valença, Dead Fish, João Donato, Falamansa, Elza Soares e outros - e também outros profissionais do ramo, como os produtores Miranda, Arnaldo Sacomani e André Midami. De acordo com o cineasta, a “pilha” surgiu de uma conversa informal com o próprio Rafael Ramos, há três anos, enquanto relembravam algumas histórias antigas da Deck. “Ver artistas assinando, estourando, já outros não, alguns não acontecendo de imediato mas vingando a longo prazo com discografias sólidas? Enfim, esse assunto sempre foi muito instigante para mim”, afirmou. Tudo Pela Música vai num resgate além da própria Deck. Antes da Deck efetivamente existir, o filme mostra como a história de João Augusto impactou - e foi impactada - no surgimento de fenômenos musicais, como a deliciosa história de Rafael Ramos descobrindo a fita demo dos Mamonas Assassinas. Aquele gesto, narrado em detalhes pelo produtor, foi o pontapé de uma história reconhecida nacionalmente. A possibilidade de revisitar momentos como este foi um dos pontos altos para Daniel Ferro. “Findada a etapa de gravação, entramos no levantamento de imagens de arquivos da Deck (capas, fonogramas, vídeos, fotos promocionais e planilhas de todos os artistas já lançados lá), além de literalmente revirar baús e caixas de fotos com arquivos pessoais do João Augusto e Rafael Ramos. Essa parte foi a minha preferida, tenho que admitir”, disse. A aposta de trazer a emoção passando pelo relacionamento familiar - tanto da família Deck em si quanto na relação com seus artistas - se provou consistente no filme. “Eu apostei nesse fio condutor paralelo da emoção, das relações familiares, do amor que une uma família em torno da música e fui premiado durante a entrevista com o Rafa, pois tudo se encaixou. Foi mágico. O Rafa é um cara de coração enorme e captar isso em vídeo foi sublime.
Como Antes
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