Monumento Grande Guerra - Restauro

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A presença portuguesa na Grande Guerra materializou-se, entre outros, na edificação de memoriais aos que nela pereceram, como é o caso do Monumento aos Mortos da Grande Guerra. A ideia surgiu a 9 de abril de 1920, na comemoração do 2º aniversário da Batalha de La Lys (1918) e oficializou-se numa cerimónia no Jardim das Albertas, às Janelas Verdes. Em 1923, António José de Almeida lançou a primeira pedra do atual Monumento, na Avenida da Liberdade. O conjunto escultórico inaugurou-se em novembro de 1931. MONUMENT As a result of Portuguese involvement in the First World War, memorials were built to those who perished, including the Monument to the Fallen of the Great War. The idea came about during the commemoration of the 2nd anniversary of the Battle of La Lys (1918) on 9 April, 1920 and was formalised at a ceremony in the Jardim das Albertas gardens on Rua das Janelas Verdes in Lisbon. In 1923, António José de Almeida laid the foundation stone of the Monument which now stands on the Avenida da Liberdade. The memorial was unveiled in November 1931.

Entre 1923 e 1931, assinalou-se o local do futuro Monumento com uma placa sinalizadora rodeada de flores (PT/AMLSB/POR/059874) Between 1923 and 1931, the site was marked with a sign surrounded by flowers

(ao lado) António José de Almeida, Presidente da República, lançando a primeira pedra do Monumento, 9/4/1923 (PT/AMLSB/EFC/000367) António José de Almeida, President of the Republic, laying the first stone of the Monument on the Avenida da Liberdade

O concurso público para o Monumento foi ganho, em 1925, pelo escultor Maximiano Alves e pelo arquiteto Guilherme Rebelo de Andrade. Atelier do escultor, 1928 (PT/AMLSB/EFC/001578) A public tender for the Monument was awarded to sculptor Maximiano Alves and architect Guilherme Rebelo de Andrade in 1925. The sculptor’s studio

Inauguração do Monumento com a presença dos generais Óscar Carmona e Vicente de Freitas, respetivamente presidentes da República e da CML, 22/11/1931 (PT/AMLSB/POR/075036) Unveiling of the Monument, in the presence of Generals Óscar Carmona and Vicente de Freitas, President of the Republic and Mayor of Lisbon respectively

No conjunto escultórico, que assenta numa cruz de guerra, dois colossos sustentam a figura da Pátria que coroa de louros o Soldado Português. Numa das legendas lê-se “Ao serviço da Pátria, O Esforço da Grei” (GEO, MNL 6-G) The memorial comprises a war cross on which there are two figures of Colossus supporting a statue of the Fatherland who is crowning the Portuguese Soldier with a laurel wreath. The inscription reads: “In the service of the Fatherland, the Efforts of the Nation”

As cerimónias evocativas do esforço de Guerra, os desfiles de antigos combatentes e a deposição de flores mantêm-se até ao presente. Desfile da Marinha de Guerra Inglesa, c. 1939 (PT/AMLSB/EFC/001937) The evocative ceremonies of War effort, the veterans’ parades and the laying of flowers continue to the present day. British Naval parade

Viúvas e orfãos da Grande Guerra em desfile de homenagem, junto ao Monumento (Not. Ilust., 17/11/1929) Widows and orphans of the Great War at a memorial parade next to the Monument



MEMORIAL O esforço de guerra de Portugal manifestou-se na presença de milhares de portugueses em África e França; muitos deles foram presos, mutilados e mortos. Foram mobilizados aproximadamente 2.565 naturais de Lisboa, dos quais cerca de 157 faleceram. Portugal’s war effort was reflected in the presence of thousands of Portuguese in Africa and France; many of them were taken prisoner, wounded or killed. Approximately 2,565 of those mobilised were from Lisbon, of which around 157 lost their lives.

A. DUARTE ROSA, 1º Cabo

ANTÓNIO RIBEIRO MONTEIRO, Tenente

FRANCISCO ALVES MACÁRIO, 1º Grumete

JOAQUIM MAURÍCIO JÚLIO ALEXANDRE, Soldado

MANUEL SIMÕES NUNES, 1º Grumete

ABEL TAVARES SILVA, 1º Cabo

ANTÓNIO RODRIGUES, 1º Cabo

FRANCISCO AUGUSTO DE SOUSA SANCHES, Tenente Médico

JORGE DA CUNHA CARVALHO, Capitão

MÁRIO BERNARDO DA SILVA, Capitão

AGOSTINHO BERINGEL, Soldado

ANTÓNIO SIMÕES, Guarda-Marinha Auxiliar

FRANCISCO DOS SANTOS, Soldado

JORGE DE OLIVEIRA, 1º Cabo

MÁRIO DA SILVA FERNANDES, Corneteiro

ALBERTO AUGUSTO DE MELO, 2º Artilheiro

ARMANDO DA COSTA, 1º Cabo

FRANCISCO FERNANDES, Soldado

JORGE DE SOUSA GORGULHO, Alferes Piloto Aviador

MÁRIO JOSÉ DE FREITAS, Soldado

ALBERTO DA CONCEIÇÃO MARQUES, Soldado

ARMANDO DOS SANTOS, Soldado

FRANCISCO JOSÉ PEREIRA BORGES, 2º Sargento

JORGE ROMERO, 2º Sargento

MAXIMILIANO CORDES CABEDO, Capitão

ALBERTO DE LARA SANTELICE DE LIMA, 2º Sargento

ARTUR MARIA LOPES DOS SANTOS, Soldado

FRANCISCO PAULO, 2º Sargento

JOSÉ AMARO RODRIGUES, 2º Fogueiro

MIGUEL PINA, Soldado

ALBERTO JOSÉ PINHEIRO DE SOUSA, Soldado Ferrador

ARTUR PEREIRA, Chauffeur

GONÇALO ANTÓNIO DA SILVA PAIVA, Soldado

JOSÉ ANTÓNIO, 1º Grumete

NARCISO BENTO ANTÓNIO, Guarda-Marinha Auxiliar

ALBERTO JOSÉ TAVARES, 1º Grumete

AUGUSTO ANTÓNIO DA CRUZ, Soldado

GUILHERME JOSÉ MARTINS, 1º Grumete

JOSÉ CARVALHO, Soldado

ÓSCAR RODOLFO ALMEIDA GRAÇA, Capitão

ALBINO GONÇALVES, 2º Sargento Máquinas

AUGUSTO GIL DAS NEVES, 2º Sargento Miliciano

HENRIQUE FELICIANO DA SILVA, 2º Sargento

JOSÉ DA SILVA, 2º Sargento

PAULO COELHO, 1º Cabo

ALFREDO MARTINS DE CARVALHO, Alferes

BANDIM DE ALMEIDA FRADE, 2º Corneteiro

HENRIQUE PIMENTA DIOGO DA SILVA, Alferes Miliciano

JOSÉ DA SILVA BARATA, 1º Cabo

PAULO PATRÍCIO, Soldado

ÁLVARO DAMIÃO DIAS, Alferes

CÂNDIDO CÉSAR DA CUNHA, 2º Grumete

HUMBERTO ATAÍDE RAMOS OLIVEIRA, Capitão

JOSÉ DE PAIVA, 1º Grumete

PEDRO GASPAR, 1º Cabo

ÁLVARO JORGE DOS SANTOS, Corneteiro

CARLOS ANTÓNIO DE MOURA, Alferes Miliciano

HUMBERTO MARQUES DOS SANTOS, Soldado

JOSÉ DE SOUSA, 1º Cabo

PEDRO MANUEL PEREIRA, 1º Cabo

AMADEU DA SILVA PINTO, 2º Sargento

CARLOS DOS SANTOS, Soldado

JAIME ALVES DOS REIS, Soldado

JOSÉ DOS SANTOS, Soldado

RAFAEL JOÃO CARLOS SEQUEIRA, Grumete Artilheiro

AMÉRICO ANTÓNIO PEREIRA, 1º Cabo

CARLOS LUÍS GOMES, 2º Sargento

JAIME AUGUSTO FERREIRA, 2º Sargento Enfermeiro

JOSÉ DOS SANTOS, 2º Artilheiro

RAUL ALEXANDRE CASCAIS, 1º Tenente

ANÍBAL DOS SANTOS, Soldado

CARLOS SANTOS, 1º Grumete

JAIME CONSTANTINO, Guarda-Marinha

JOSÉ FARIA TRINDADE, 2º Cabo

RAUL GONÇALVES, 1º Cabo

ANÍBAL FERNANDES BANDEIRA, 1º Cabo

CARLOS VICENTE DIAS, Soldado

JOÃO ANTÓNIO GUERREIRO, 2º Sargento

JOSÉ MARIA AFONSO, 2º Marinheiro

RAUL JOSÉ DE ANDRADE, Tenente

ANSELMO DUARTE DE CARVALHO, Cabo Marinheiro

CLEMENTE JOSÉ, 1º Grumete

JOÃO CARDOSO, Soldado

JOSÉ PINO, Soldado

RAUL MARIA DE OLIVEIRA, Soldado

ANTÓNIO COSTA, 1º Grumete

CUSTÓDIO DE OLIVEIRA FOLHA, 1º Tenente

JOÃO DA ROCHA, Soldado

JÚLIO PEREIRA, 2º Artilheiro

RAUL PEDRO, Corneteiro

ANTÓNIO DA COSTA, Soldado

EGÍDIO MELQUÍADES NEPOMUCENO DOS SANTOS, Capitão

JOÃO DIAS ESCALEIRA, 2º Sargento

JÚLIO PIRES, 1º Cabo

ANTÓNIO DA CUNHA ELIAS, 2º Sargento

EMÍDIO DIAS, Soldado

JOÃO DOS SANTOS ALMEIDA, Soldado

JÚLIO SOARES SERRÃO DA SILVA MACHADO, Capitão

ANTÓNIO DA SILVA, 2º Sargento Carpinteiro

EMÍDIO MELO CALADO NUNES, Alferes Miliciano

JOÃO LUÍS, Soldado

LEONEL PEDRO, 2º Sargento

ANTÓNIO DE OLIVEIRA, Soldado

EMÍLIO RODRIGUES CAMILO, Soldado

JOÃO MARQUES DOS SANTOS, Cabo Marinheiro

LEOPOLDO RODOLFO PEREIRA FUTSCHER, 1º Sarg. Equi.

ANTÓNIO DIAS, 1º Marinheiro

ERNESTO LUÍS DE LEMONDE DE MACEDO, Alferes

JOÃO PINTO FEIJÓ TEIXEIRA, Major

LÚCIO MACHADO, Soldado

ANTÓNIO DURICO DE ALMEIDA, Soldado

ESTÊVÃO JORGE, 2º Cabo

JOÃO RIBEIRO SANTOS, Alferes do Quadro da Reserva

LUÍS BAPTISTA RAMOS, Alferes

ANTÓNIO JOSÉ DUARTE, 1º Sargento Máquinas

EURICO ALDIM IVO DE CARVALHO, Tenente

JOÃO SOARES, Soldado

LUÍS DA COSTA, Corneteiro

ANTÓNIO LOPES CABRAL, 2º Sargento Miliciano

FAUSTO TITO DE OLIVEIRA DE SOUSA ROMANO, Alferes

JOÃO TAVARES, Guarda-Marinha

MANUEL AMÂNCIO DOS SANTOS, Soldado

ANTÓNIO MANUEL DAMASO, 2º Sargento Miliciano

FERNANDO AUGUSTO, 1º Cabo

JOÃO TEODORO SERRANO, 1º Sargento Máquinas

MANUEL AUGUSTO FARINHA DA SILVA, Tenente

ANTÓNIO MARTINS DE SOUSA, 1º Cabo

FERNANDO AUGUSTO VALE MONTEIRO, Alferes

JOAQUIM ANTÓNIO ESTEVES, Capitão

MANUEL ESTEVES DE CASTRO, 1º Grumete

ANTÓNIO OLIVEIRA COSTA, 1º Grumete

FERNANDO COURTILS CIFKA, 1º Cabo

JOAQUIM BENTO, 2º Fogueiro A.D.M.

MANUEL FERNANDES LEITÃO, 2º Sargento

ANTÓNIO PEDRO NASCIMENTO JÚNIOR, Sargento-Ajudante

FERNANDO RODRIGUES MIGUÉIS, 1º Cabo

JOAQUIM FERREIRA, 2º Sargento Máquinas

MANUEL JOAQUIM DE OLIVEIRA, 2º Fogueiro A.D.M.

ANTÓNIO PESSOA, Soldado

FERNANDO SIMÕES DE FIGUEIREDO, 1º Cabo

JOAQUIM GOMES, Soldado

MANUEL PEDRO PINTO, 2º Sargento

ANTÓNIO PINHEIRO, 1º Artilheiro

FLORINDO DIAS PIRES, Soldado

JOAQUIM MARIA DOS SANTOS GUERRA, Capitão

MANUEL PIRES COELHO, Soldado

RAUL RAMOS, 1º Cabo RAUL RIBEIRO, Corneteiro RICARDO JOSÉ ANÍBAL, Soldado RUI MARTINS, Soldado SABINO PEREIRA DE MORAIS, 2º Sargento SESINANDO RIBEIRO ARTUR, Alferes Miliciano VALENTIM ALVES GAMBÔA, Soldado VASCO RUI DE ANDRADE COSTA, 1º Cabo VERÍSSIMO DAS NEVES FRAZÃO, 1º Grumete VIRGÍLIO DA SILVA FÉLIX, Soldado VIRGÍLIO DE ALMEIDA, Tenente Esta relação dos mortos naturais do concelho de Lisboa não está encerrada. A disseminação de fontes documentais por vários arquivos, algumas desconexões, por vezes, encontradas entre a documentação e a ausência de elementos identificativos sobre alguns dos combatentes portugueses complicam esta missão. Fontes: Arquivo Geral do Exército/Arquivo Histórico da Força Aérea/Arquivo Histórico Militar/Arquivo Histórico Ultramarino/Biblioteca Central da Marinha-Arquivo Histórico Fotos cedidas por Arquivo Histórico Militar/Biblioteca Central da Marinha-Arquivo Histórico

BIBLIOTECA CENTRAL DE MARINHA



GUERRA EM ÁFRICA No início da Guerra, em agosto de 1914, a política externa portuguesa, fiel à antiga aliança com a Inglaterra, posicionou-se entre a neutralidade e a beligerância. Esta situação manteve-se até à declaração de Guerra da Alemanha a Portugal, em 1916. Porém, desde o princípio da Conflagração foi decisiva a defesa das colónias de Angola e Moçambique, ameaçadas pelo confinamento das suas fronteiras com possessões alemãs. Foram mobilizados para África cerca de 49.000 militares portugueses; as principais causas de óbito destes combatentes foram as doenças. WAR IN AFRICA In August 1914, Portuguese foreign policy, loyal to the old alliance with Britain, wavered between neutrality and support for the war. This situation continued until the declaration of war by Germany on Portugal in 1916. From the outbreak of war, however, defence of the Portuguese colonies of Angola and Mozambique was of key importance, threatened as they were by neighbouring German possessions. Around 49,000 Portuguese soldiers were deployed to Africa; the main cause of death among these combatants was disease.

Embarque de géneros e munições para a expedição de Moçambique (Ilust. Port., 21/9/1914) Loading of foodstuffs and ammunition for shipment to Mozambique

Passagem de expedicionários, no cais da Areia, para embarcarem para Angola, 1/10/1914 (Ilust. Port., 12/10/1914) March past by expeditionary forces, at the Areia quay in Lisbon, for embarkation to Angola

As primeiras forças expedicionárias desfilando na Praça do Município, no dia da partida para Angola e Moçambique, 11/9/1914 (Ilust. Port., 21/9/1914) The first expeditionary forces parading in the Town Hall Square on the day of departure for Angola and Mozambique

(ao lado) Mapa que destaca a ameaça às colónias portuguesas perante a proximidade com os domínios alemães (Ilust. Port., 14/9/1914) Map showing the threat to Portuguese colonies due to the proximity of German-held territory

Partida do Batalhão de Marinha para Angola, 5/11/1914 (Ilust. Port., 23/11/1914) Departure of Naval Battalion for Angola

Marinheiros portugueses acampados no Lubango, em Angola (Ilust. Port., 15/2/1915) Portuguese sailors encamped at Lubango, Angola

Partida da Cavalaria Portuguesa do Lubango para o Cuamato, onde se deu a invasão alemã (Ilust. Port., 25/1/1915) Departure of the Portuguese Cavalry from Lubango to Cuamato, where the German invasion took place

Infantaria Portuguesa atravessando uma ponte sobre o rio Rovuma, em Moçambique (Ilust. Port., 3/9/1917)​ Portuguese Infantry crossing a bridge over the Rovuma River in Mozambique



O apresamento dos navios alemães ancorados em águas nacionais, iniciado no Tejo a 23 de fevereiro de 1916, teve como consequência a declaração de Guerra da Alemanha a Portugal, no dia 9 de março. Aos habitantes de Lisboa faltou a eletricidade e o gás, e escassearam ainda mais os géneros alimentícios essenciais. Milhares de famílias recorreram às sopas dos pobres para sobreviver. Foi permanente a agitação político-social na capital, entre 1914 e 1918, com greves, tumultos, pronunciamentos militares e revoluções. PORTUGAL AT WAR The seizure of German ships anchored in national waters, starting in the River Tagus on 23 February, 1916, resulted in Germany’s declaration of war on Portugal on 9 March. The inhabitants of Lisbon lacked electricity and gas, and essential foodstuffs became scarce. Thousands of families turned to soup kitchens to survive. Political and social unrest was constant in the capital between 1914 and 1918, with strikes, riots, military pronouncements and revolutions.

O barão Rosen, ministro plenipotenciário alemão em Lisboa, entregou a declaração de guerra da Alemanha a Portugal (Ilust. Port., 20/3/1916) Baron Rosen, German minister plenipotentiary in Lisbon, handed over Germany’s declaration of war on Portugal

(ao lado) Marinheiro da Armada portuguesa arriando o pavilhão alemão do navio Enérgie, 23/2/1916 (Ilust. Port., 6/3/1916) Sailor from the Portuguese Navy lowering the German ensign on the vessel Enérgie

O açambarcamento de géneros, aliado à subida de preços, produziu grandes fortunas (Os Ridículos, 2/12/1916) The hoarding of food, coupled with rising prices, produced great fortunes

Lendo os editais afixados, convocando para a mobilização do Exército (Ilust. Port., 15/5/1916)​ Reading notices calling for the mobilisation of the army

Inauguração da primeira “Sopa para os pobres”, no edifício da Penitenciária de Lisboa, 2/4/1917 (Ilust. Port., 9/4/1917) Start of the first ‘Soup kitchens for the poor’, in Lisbon Penitentiary

Em dezembro de 1916, um decreto visou a redução do consumo de carvão na iluminação pública e particular (O Séc. Cómico, 22/1/1917) In December 1916, a decree was aimed at reducing coal consumption for public and private lighting

“Revolta da batata”, 19 a 21/4/1917 (Ilust. Port., 4/6/1917)​ ‘The potato revolt’

Foram assaltados centenas de estabelecimentos comerciais, resultando em mortos, feridos e presos (Ilust. Port., 4/6/1917)​ Hundreds of stores were attacked, resulting in dead, injured and prisoners

À porta da morgue (Ilust. Port., 4/6/1917)​ At the door of the mortuary

Os merceeiros, assustados com a falta de proteção da autoridade, armamse até aos dentes! (Os Ridículos, 2/2/1916) Grocers, scared by the lack of protection from the authorities, arm themselves to the teeth.



A declaração de guerra a Portugal, em março de 1916, obrigou à mobilização nacional. Sob orientação do General e Ministro de Guerra Norton de Matos, aprontou-se em poucos meses o Corpo Expedicionário Português, facto designado como “Milagre de Tancos”. Em 1917, o primeiro batalhão desembarcou em França, com destino à Flandres. O CEP permaneceu nas trincheiras durante dois anos, sem rotatividade do contingente; participou em vários combates, sendo o mais conhecido a Batalha de La Lys, a 9 de abril de 1918. CEP (PORTUGUESE EXPEDITIONARY CORPS) The declaration of war on Portugal, in March 1916, brought about national mobilisation. Under the leadership of the Minister of War, General Norton de Matos, the Portuguese Expeditionary Corps was assembled within a few months, something which soon came to be known as the ‘Miracle of Tancos’. In 1917, the 1st Battalion landed in France, bound for Flanders. The CEP remained in the trenches for two years, without relief; it took part in several engagements, the most well-known being the Battle of La Lys, on 9 April 1918.

Chegada a Alcântara do Batalhão de Infantaria 28 da Figueira da Foz (Ilust. Port., 12/3/1917) Arrival at Alcântara, Lisbon of 28th Infantry Battalion from Figueira da Foz

Entre 1914-1918 mobilizaram-se para França mais de 11.000 solípedes (animais de um casco), a maior parte dos quais equídeos (O Séc. Cómico, 6/11/1916) Between 1914-1918 more than 11,000 hoofed animals, mostly horses, mobilised for France

(ao lado) Exercícios da Infantaria nas trincheiras da Barquinha, Tancos (Ilust. Port., 7/8/1916) Exercises by Infantry in the trenches at Barquinha, Tancos (Portugal)

Despedida de familiares na partida para França (Ilust. Port., 16/4/1917) Farewell to relatives on departure for France

Treino de preparação para os gases asfixiantes (Ilust. Port., 3/9/1917) Training in preparation for poison gases

O General Gomes da Costa condecorando praças com a Cruz de Guerra, na Flandres (Ilust. Port., 22/7/1918) General Gomes da Costa decorating soldiers with the Cruz de Guerra, in Flanders

Dos mais de 55.000 homens enviados para a Frente Ocidental contabilizaram-se cerca de 22.000 vítimas, entre mortos, feridos e prisioneiros (“O Glorioso Somno…” Des. Cap. Meneses Ferreira, 1918) Of over 55,000 men sent to the Western Front, approximately 22,000 were killed, wounded or taken prisoner

Chegada ao Posto de Desinfeção de Alcântara de militares do CEP, regressados de Brest (Ilust. Port., 2/12/1918) Arrival at the Disinfection Station, Alcântara, of the CEP’s soldiers returned from Brest



A 11 de novembro de 1918 foi assinado o Armistício. No dia seguinte, um cortejo de júbilo pela vitória dos aliados percorreu as ruas de Lisboa. O esforço de guerra português redundou em mais de 7.000 mortos, mais de 13.000 feridos, e mais de 12.000 prisioneiros de guerra e desaparecidos, não esquecendo os mutilados e os que ficaram com sequelas psicológicas para sempre. Todos, seguramente, relembrados pelos seus companheiros de armas e suas famílias na Festa da Paz, em Julho de 1919. THE PEACE On 11 November 1918 the armistice was signed. The following day, a parade celebrating the Allied victory toured the streets of Lisbon. The Portuguese war effort resulted in more than 7,000 dead, 13,000 wounded and 12,000 prisoners of war or missing in action, not to mention those with permanent physical and psychological disabilities. All of these were naturally remembered by their companions and families at the Peace Festival, in July 1919.

Automóveis de O Século prontos para a distribuição do seu suplemento, com a notícia do Armistício, 11/11/1918 (PT/AMLSB/LIM/000547) Cars owned by O Século newspaper ready to distribute the supplement carrying news of the Armistice

O cortejo que foi saudar o Chefe de Estado, Sidónio Pais, e as legações estrangeiras, na Praça do Comércio, 12/11/1918 (PT/AMLSB/JBN/001446) The procession to welcome the Head of State, Sidónio Pais, and the foreign legations in Praça do Comércio square

Cortejo de regozijo pelo Armistício, junto à legação da França, 12/11/1918 (PT/AMLSB/EFC/001193) Procession to celebrate the Armistice, near the French legation (ao lado) Lendo o suplemento de O Século anunciando o Armistício , 11/11/1918 (Ilust. Port., 18/11/1918)​ Reading the supplement of O Século newspaper announcing the Armistice

Passagem dos marinheiros portugueses na Festa da Paz, precedidos por uma multidão que continuadamente, 14/7/1919 (Ilust. Port., 28/7/1919) March past of Portuguese sailors at the Peace Festival, preceded by a cheering crowd

Grupo de condecorados com a Cruz de Guerra que se incorporaram na parada militar, na Av. da Liberdade, 14/7/1919 (Ilust. Port., 21/7/1919) Group decorated with the Cruz de Guerra that joined in the parade on Avenida da Liberdade

Os marinheiros americanos passando em continência, na Festa da Paz, 14/7/1919 (Ilust. Port., 21/7/1919) American sailors marching in salute, at the Peace Festival



No pós-guerra, o 9 de abril (Batalha de La Lys) foi consagrado como data simbólica da evocação da participação portuguesa no conflito mundial. A sua perpetuidade teve lugar no espaço público com a atribuição desta denominação, em 1924, ao antigo Jardim das Albertas, a par de outros topónimos e monumentos memorialistas da guerra na capital. A trasladação dos Soldados Portugueses Desconhecidos para o Mosteiro da Batalha, em 1921, marcou o apogeu da glorificação dos combatentes portugueses na Grande Guerra. IN MEMORIAM In the postwar period, the 9 April (the Battle of La Lys) was consecrated as a symbolic date to commemorate Portugal’s participation in the world war. This date was publicly set aside in perpetuity in 1924 in the old Jardim das Albertas gardens, along with other place names and memorials to the war in the capital. The repatriation of Unknown Portuguese Soldiers to the Monastery of Batalha, in 1921, marked the apogee of honouring Portuguese combatants in the Great War.

Inauguração do primeiro Monumento aos Mortos portugueses em Ambleteuse, França, 30/6/1919 (Ilust. Port., 7/4/1921) Unveiling of the first Monument to the Portuguese Fallen in Ambleteuse (France)

Óscar Monteiro Torres (ao centro) foi o único aviador português morto em combate, em França. Em 1926 atribuiu-se o seu nome a uma avenida de Lisboa (Rev. Aeronáutica, abr.-jun. 1916) Óscar Monteiro Torres (centre) was the only Portuguese aviator killed in action in France. In 1926 an avenue in Lisbon was named after him

António José de Almeida lançando a primeira pedra do M. aos Mortos da Grande Guerra, no Jardim das Albertas, 9/4/1920 (Ilust. Port., 19/4/1920) António José de Almeida, laying the first stone of the Monument to the Fallen of the Great War in the Jardim das Albertas

Marinheiros transportando o féretro do Soldado Desconhecido de África para o Arsenal da Marinha, 6/4/1921 (PT/AMLSB/EFC/000395) Sailors carrying the casket of the Unknown Soldier from Africa to the Naval Arsenal in Lisbon

Chegada das urnas dos Soldados Desconhecidos ao Palácio de São Bento, 7/4/1921 (PT/AMLSB/EFC/000396)​ Arrival of the urns of Unknown Soldiers at São Bento Palace, Lisbon

Mães dos Soldados Desconhecidos prestando homenagem aos ataúdes dos Heróis, 9/4/1921 (PT/AMLSB/EFC/000137) Mothers of Unknown Soldiers paying homage to the coffins of heroes

(ao lado) O povo de Lisboa aguardando a chegada do marechal Joffre, comandante do Exército francês, à Est. do Rossio, por ocasião da trasladação dos Soldados Desconhecidos, 7/4/1921 (PT/AMLSB/EFC/000933) The people of Lisbon awaiting the arrival of Marshal Joffre, Commander of the French army, at Rossio station, on the occasion of the repatriation of the Unknown Soldiers

Em 1924 concedeu-se o topónimo Rua das Enfermeiras da Grande Guerra, uma homenagem ao seu esforço e dedicação (Ilust. Port., 10/9/1917) In 1924, a Lisbon street, Rua das Enfermeiras da Grande Guerra, was named in honour of nurses in the Great War, as a tribute to their hard work and dedication



O restauro, executado no âmbito das Evocações Municipais do Centenário da Grande Guerra, é uma homenagem do Município de Lisboa a todos os portugueses mortos neste conflito mundial.

Maqueta do Monumento, em gesso, 1968 (PT/AMLSB/SER/S05982) Plaster model of the Monument, 1968

Panorâmica do Monumento, ant. 1958 (PT/AMLSB/POR/059948) Panoramic view of the Monument

RESTORATION OF THE MONUMENT TO THE FALLEN OF THE GREAT WAR The restoration, carried out as part of the Municipal Centennial Commemorations of the Great War, is a homage from Lisbon City Council to all the Portuguese killed in the conflict.

Gabinete de Estudos Olisiponenses (GEO) Palácio Beau Séjour Estrada de Benfica, 368 1500-100 Lisboa (O escultor Maximiano Alves a trabalhar no Monumento (O Not. Ilust., 15/11/1931) Sculptor Maximiano Alves working on the Monument



Imagens (na folha de rosto) Avenida da Liberdade, anos 30 (GEO-MNL 5-G) (ao lado) Inauguração do Monumento,1931 (GEO-MNL 6-G) Unveiling of the Monument

Produção CML/DMC/DPC/Gabinete de Estudos Olisiponenses Coordenação Anabela Valente Investigação e textos Eunice Relvas e Elisabete Gama Grafismo João Rodrigues Colaboração António Vilhena, Catarina Cadete, Fátima Aragonez, Vanda Souto Imagens Arquivo Municipal de Lisboa, Hemeroteca Municipal de Lisboa, Arquivo Histórico Militar, Biblioteca Central da Marinha-Arquivo Histórico


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