Projeto Acadêmico. Revista Tipos e Textos

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Nº 01 Julho 2015 Distribuição Gratuita

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editora

A capa é sua, customize-a!


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APRESENTAÇÃO

caro leitor SEJA BEM-VINDO!

E

ssa é a revista Tipos&textos, ela foi criada a partir de um trabalho acadêmico, desenvolvido por nós, Carolina, Gabriela e Jéssyka, para o curso de Design da Universidade Federal de Santa Catarina.

A revista tem como missão falar de tipografia, informar sobre tipografia e divulgar o blog, de tipografia, tiposetexto.com (então, acessa aí!), mas, muito além disso, essa revista que está em suas mãos quer te inspirar para que tudo que com ela for aprendido seja não apenas teoria, mas que você possa ver, sentir e criar a partir daquilo que lhe é ensinado nessas páginas. Por isso, propomos aqui alternativas de interação que fujam do mundo virtual para que você possa aprender, se inspirar e criar tornando o contato com esse novo universo tipográfico mais divertido e interessante. A ideia é que você possa trazer a tipografia para o seu mundo, aprendendo sempre sobre as possibilidades e os significados das fontes. Esperamos realmente que você goste dessa experiência e que ela o motive a entender a cada dia um pouco do enorme poder que a tipografia tem. BOA LEITURA! Carolina Gabriela Jéssyka

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SUMÁRIO

SUMÁRIO

18 CAPA

EDIÇÃO 01 | JULHO 2015

TIPOGRAFIA EM TUDO

Grande interesse por parte do mercado na Tipografia e suas aplicações.

10 NA PRÁTICA

6 DICAS COM OU SEM SERIFA?

DIGITAL 10 FERRAMENTAS DA WEB

Que critérios devem ser usados para selecionar as fontes mais adequadas?

Existem muitas ferramentas e sites que podem ajudar a entender mais e usar melhor a tipografia.

14 COMPORTAMENTO

SOCIAL TIPOGRAFIA SOCIAL

Projetos que desmonstram a importância de inserir o processo do design em ações do dia a dia.

24 INSPIRAÇÃO MÚSICAS PARA VER

ENTREVISTA HISTÓRIA 30 ENTREVISTA CORRUPIOLA 34 IMPRENSSA UFSC

CULTURA

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Confecção de caderninhos exclusivos utilizando a tipografia, com o máximo de qualidade e dedicação.

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Diagramação de uma letra de música, buscando na tipografia uma forma de expressar a melodia e a canção.

A história de dois amigos e sua paixão por tipografia.

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NA PRÁTICA | digital

digital | NA PRÁTICA

A

escolha das fontes tipográficas para compor um projeto é uma das discussões mais frequentes na área de Design Gráfico. Preferências pessoais, popularidade da fonte, legibilidade, conteúdo que será apresentado… que critérios devem ser usados para selecionar as fontes mais adequadas?

COM

O primeiro passo é entender o briefing do projeto. Os autores Fontoura e Fukushima sugerem os seguintes questionamentos:

OU

SEM

serifa ? 6 | Tipos&textos

O que vai ser lido?

São informações breves em um cartaz ou o texto de um jornal?

Por que vai ser lido?

Para se informar, para se divertir, apenas por curiosidade ou para executar uma tarefa?

Quem vai ler?

Quantos anos, qual a escolaridade, os hábitos de leitura, o repertório deste leitor? O que ele está acostumado a ler?

Onde e em que será lido?

No meio impresso? Digital? Que tipo de publicação é?

Quando será lido?

Qual o ambiente? As circunstâncias? Boa iluminação? Em movimento?

Entendendo bem o contexto do projeto será muito mais fácil tomar as decisões durante o processo de escolha da fonte.

A segunda etapa consiste em selecionar as fontes de acordo com alguns critérios como legibilidade, qualidade da fonte, família, expressão e direito de uso.

Legibilidade

A legibilidade está relacionada com o design de tipos, com a clareza dos caracteres e a velocidade com que podem ser reconhecidos. É claro que existe uma relação com o uso da fonte, ou seja, onde será aplicada, a diagramação da página, a organização do texto, que implica em sua leiturabilidade. É importante considerar também o público e o volume de informação. É possível usar uma fonte de pouca legibilidade em um parágrafo de revista voltada ao público jovem, mas a mesma fonte seria complemente ilegível se aplicada a uma página toda de uma publicação voltada a um público conservador.

Qualidade da Fonte

Atualmente é possível ter acesso a grande número de fontes digitais, pagas ou gratuitas, desenvolvidas por profissionais ou amadores. Portanto é cada vez mais importante testar a fonte antes de optar por ela. Verificar se a fonte possui todos os acentos e caracteres especiais, se o kerning (ajuste entre pares de letras) é adequado e se as curvas são bem desenhadas é fundamental principalmente se você pretende usar esta fonte em textos mais extensos.

Expressão

O conceito de Cálice de Cristal, definido por Beatrice Warde na década de 1930 nor teou a Tipografia por muito tempo. Acreditava-se que as fontes deveriam ser neutras, transpa-

rentes, não interferindo na interpretação do texto. Porém esta não é mais uma verdade absoluta. Para alguns projetos é muito importante que a tipografia tenha expressão, ou seja, que expresse a mensagem por meio do seu desenho, da sua textura e do contexto histórico. É preciso saber equilibrar o uso de fontes mais ou menos expressivas, buscando tornar o projeto interessante para despertar a atenção do leitor e oportunizar uma leitura agradável.

Família

Uma família tipográfica é composta por várias fontes que seguem o mesmo estilo porém com variações de peso, espessura e inclinação. Por exemplo a família Arial, composta pela Arial Black, Arial Narrow, entre outras. Se você estiver selecionando fontes para um projeto editorial, por exemplo, é fundamental que estas fontes pertençam a famílias completas que ofereçam as variações necessárias para garantir uma hierarquia harmônica no projeto.

Direito de Uso

A licença de uma fonte digital para um computador não representa um custo elevado, porém se for preciso adquirir várias fontes para serem instaladas em muitos computadores o valor total pode interferir no orçamento de um projeto. Ao selecionar as fontes para um projeto é importante definir junto ao cliente se haverá verba para a compra de fontes ou se você deve usar apenas fontes de sistema ou outras fontes gratuitas. A importância destes critérios varia de acordo com cada projeto, a legibilidade, a família e o direito de uso podem ser

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NA PRÁTICA | digital

digital | NA PRÁTICA O termo “serifa” vem do holandês schreef (linha fina) e nomeia pequenas linhas que dão acabamento ao final da letra.

fundamentais quando se escolhe as fontes para uma grande editora e pouco relevantes quando o projeto consiste em um cartaz sobre uma exposição de artes plásticas.

E aí, com ou sem serifa?

Voltando ao título deste artigo: com ou sem serifa? Depende, não só da serifa mas de muitos outros fatores. Bringhurst (se você ainda não leu Elementos do Estilo Tipográfico está perdendo uma grande oportunidade de entender a essência da tipografia) define muito bem a dificuldade de escolher as fontes para um projeto.

Em um mundo repleto de mensagens que ninguém pediu para receber, a tipografia precisa freqüentemente chamar atenção para si própria para ser lida. Para que ela seja lida, precisa contudo abdicar da mesma atenção que despertou.

Pense nisso sempre que for fazer suas escolhas! O site Fonts In Use traz ótimos exemplos de tipografia aplicada a projetos gráficos reais. Você pode fazer a busca pelo tipo de projeto ou pela fonte tipográfica. Explore o site, analise as fontes no contexto dos projetos e descubra novas possibilidades. Prepare-se para ser bem mais criterioso na hora de definir as fontes para os seus projetos.

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FONTS IN USE Exemplos de tipografia aplicada a projetos reais no site Fonts In Use. fontsinuse.com

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NA PRÁTICA | digital

digital | NA PRÁTICA

E

m 2006 Oliver Reichenstein, designer e fundador da iA (Information Architects) disse que “web design é 95% tipografia”. De 2006 até hoje muita coisa mudou; o uso de imagens em web design se tornou mais forte, bem como o uso de efeitos baseados em programação, ao contrário do Adobe Flash, que perdeu força. Mesmo com tantas mudanças, a tipografia ainda tem um grande valor (quem sabe até maior) em web design.

ferramentas DA

web

Por um tempo, os web designers passaram a exigir mais opções, mais fontes para usarem em seus projetos, e chegaram a criar meios para burlar os procedimentos e usar fontes TTF (True Type Font) e OTF (Open Type Font) online, mas isso tornava os arquivos das fontes vulneráveis, fáceis de serem baixados como uma imagem qualquer. Por muito tempo soluções foram pensadas, mas a maioria não era aceita pelos criadores de fontes, principalmente por não serem seguras o suficiente. As webfonts vieram como uma solução viável e inovadora, o novo formato garantia segurança por conter a fonte e seus dados de uso e permissão comprimidos e codificados em um mesmo arquivo. Atualmente existem centenas de opções de fontes para usar online, mas a boa tipografia na web vai muito além de escolher uma boa fonte, ou usar muitas fontes no site. Com conhecimento de tipografia e web design aliados é possível criar uma hierarquia de informação equilibrada, harmoniosa e dinâmica, e a partir disso, fazer o design ganhar vida através da tipografia. Existem muitas ferramentas e sites que podem ajudar a entender mais e usar melhor a tipografia, dentro e fora da web. Experimente!

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Typewolf O Typewolf faz um apanhado de uso de tipografia na web, ao mesmo tempo identificando quais as fontes usadas em cada site e servindo de recomendação e inspiração. Mais informações : http://www.typewolf.com/

Tiff Um site que te permite comparar duas fontes, sobrepondo as duas e evidenciando as diferenças de traço. O site te deixa escolher quais caracteres você deseja usar para compará-las. Mais informações : http://tiff.herokuapp.com/

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digital | NA PRÁTICA

NA PRÁTICA | digital

The Web Font Combinator

Typewonder O typewonder te ajuda a testar fontes usando sites que já existem. Como? Criando uma cópia do layout do site que você escolher, você pode editar a fonte principal, escolhendo uma nova da lista que ele te oferece.

Uma ferramenta que te permite testar o uso de diferentes fontes, para título, corpo, subtítulo.. e visualizar como elas ficariam combinadas em um site. Te permite alterar a cor, tamanho, entrelinha e o fundo da página.

Mais informações: http://typewonder.com/

Mais informações: http://font-combinator.com/

WhatFont Tool Uma extensão para o navegador Google Chrome que mostra, com um clique no texto de um site, qual é a sua fonte, a família, o tamanho, e o fornecedor. Esqueça aquela coisa de olhar o código fonte, esse é com certeza o jeito mais fácil de descobrir tudo o que você precisa. Mais informações: https://chrome.google.com/ webstore/detail/whatfont/ jabopobgcpjmedlipbcaablpmlmfcogm?hl=en.

Colour Contrast Check Tool

FFFFall back

Esse site permite que você teste a legibilidade da cor da fonte junto da cor de fundo, escolhendo duas cores e comparando o contraste. Ele ainda te dá informações técnicas, como diferença de brilho e matiz, em números.

Nem todos os browsers ou pessoas têm instaladas as fontes que você escolheu para o seu layout, por isso é bom sempre escolher uma boa fonte para substituir a original. Essa extensão é muito útil, de fácil instalação, e garante bons resultados para tornar seu design à prova de balas.

Mais informações : http://snook.ca/technical/colour_contrast/colour. html#fg=33FF33,bg=333333

Mais informações: http://ffffallback.com/

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COMPORTAMENTO | social

social | COMPORTAMENTO

H

oje, mais do que nunca, fala-se em Design Social, a importância de inserir o processo do design em ações do dia a dia de modo a mudar hábitos, situações e comunidades. Nas palavras de Bonsiepe (2011),

TIPO GRAFIA

social ?

O designer que trabalha profissionalmente, aplicando as ferramentas disponíveis, acha-se frente ao desafio de traduzir sua postura contra o status quo em uma proposta projetual viável. Em outras palavras, cabe ao designer intervir na realidade com atos projetuais, superando as dificuldades e não se contentando apenas com uma postura crítica frente à realidade e persistindo nessa posição. Afinal, projetar, introduzindo as mudanças necessárias, significa ter a predisposição para mudar a realidade sem se distanciar dela.

Dentro da tipografia já se falava há muito tempo em mudar a realidade. “Me dê 26 soldados de chumbo e eu conquistarei o mundo” disse Gutenberg sobre sua invenção, e desde então ninguém pôde negar que ele estava certo. As tentativas e casos de censura de imprensa e o seu uso na defesa da liberdade são provas de que as palavras tem realmente o poder de mudar o mundo.

Se temos duas ferramentas capazes de mudar o mundo em nossas mãos, o que pode surgir da combinação das duas? Neste artigo trazemos uma coleção de projetos que respondem justamente a essa pergunta.

FONTYOU.

a técnica para transformá-las em fontes, e aqueles que tem o conhecimento, a técnica e o interesse para ajudar. O grupo já conta com mais de 50 famílias tipográficas feitas e 70 países envolvidos no processo.

Ecofont Além de cara, a produção de tintas para impressora causa grande um impacto ambiental. O ecofont é um software que oferece uma solução simples para esse problema ecológico e econômico: Durante a impressão, o software faz pequenos buracos na letra; esses microfuros não são perceptíveis e não comprometem a legibilidade, mas podem levar a uma economia de até 50% de tinta em uma impressão. O software é pago, mas promete se pagar em economia de tinta.

Com a chamada “Vamos imaginar tipografia social” e “Espírios criativos criam coisas boas” o FONTYOU convida você a criar e co-criar fontes. O site é a primeira ferramenta de criação colaborativa de typefaces, e surge na tentativa de unir aqueles que têm interesse e habilidade para desenhar tipos, mas não têm

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COMPORTAMENTO | social

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social | COMPORTAMENTO

Homeless Fonts

Dyslexie

Anna

O projeto Homeless Fonts (Fontes sem teto) foi criado pela fundação Arrels, cujo lema se traduz como “Ninguém dormindo nas ruas” e que busca auxiliar moradores de rua. A ideia do projeto foi de juntar designers e tipógrafos para transformar a caligrafia dos moradores de rua em fontes que pudessem ser comercializadas. O projeto conta com cinco fontes já feitas, que são vendidas com licenças pessoais e comerciais. O valor da venda das fontes volta para a fundação Arrels.

A fonte Dyslexie surgiu com o intuito de facilitar a vida das pessoas que sofrem de dilexia, potencializando o poder de leitura dessas pessoas por meio da tipografia. A fonte se baseia em uma grotesque comum, com pequenas alterações que impediriam os leitores de confundir as letras e juntar frases. O projeto também acabou atingindo um objetivo maior, e serve para conscientizar e evitar a disseminação de preconceitos sobre a dislexia.

Anna é uma tipografia desenhada por Anna Vives, uma estudante de 27 anos com Síndrome de Down, junto de um grupo de colaboradores. A ideia da fonte inicialmente era replicar a maneira de escrever da Anna, que mistura letras maiúsculas e minúsculas, mas acabou se tornando o símbolo de um trabalho em equipe que pôde superar barreiras do capacitismoA fonte está disponível para download gratuito no site http:// www.annavives.com/tipografia/.

Incrível, não? Parte do trabalho de qualquer designer é se reconhecer como alguém participante desse processo de melhoria social constante, e não alheio a ele; mas às vezes nos esquecemos que pensar um design responsável, com funcionamento voltado para a sociedade, possa estar em ideias tão simples.

Parte do trabalho de qualquer designer é se reconhecer como alguém participante desse processo de melhoria social constante, e não alheio a ele.

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Solore por aut pe dolorio nseriam eribus et endem res dem re consequides del maximet eosam, illam qu dolorit, invenih ilitibus et pere nobisquam et ut in repedig natemquasi dustia con preictis eum dolorit, et volecto esecaborum non num nate pro modit repro minvero in reriaep editincipsa dolo qui consed quatquaes doluptiam, qui adi accum ium as dundaep daep tationet latia dis volorro quam vo loria sequam sus auta eic totatum ďż˝ eatiate conse reperovidit et aut quam que non neceptatiora digenem ďż˝ adigend igenditatus eum sercili busdam hitatat aspedig eniscii ssiminc imenihilles nis ellabo. Nequis eost volor ariaectatur sitianis aut a

TIPOG RAFIA

em T UDO


CAPA

CAPA

N

os últimos anos houve um grande interesse por parte do mercado na Tipografia e suas aplicações, o que resultou numa exploração maior da área e suas possibilidades na cultura popular. O causador dessa febre por tipografia é desconhecido; alguns responsabilizam a produção de mídias sobre o assunto, como o filme Helvetica de 2007, ou até as publicações online anti Comic Sans; mas o fato é que tanto entre os profissionais de design quanto leigos, a tipografia ganhou espaço, basta observar a presença constante de trabalhos em plataformas como Tumblr, Pinterest e Facebook. Mas esse espaço não se limita a redes sociais, ilustrações e trabalhos pessoais... No começo de 2014 O site The Dieline, especialista em design de embalagens, havia elegido três tendências para o design de embalagens e a primeira delas era o uso de fontes feitas à mão livre (a segunda, “hipsterismo”, também incentivava o uso de múltiplas fontes para criar um efeito vintage e sofisticado). No fim do ano, o site elegeu os 100 melhores artigos sobre a área do ano e, em conformação com o que haviam previsto, mostrou diversas embalagens com uso forte de tipografia e até mesmo alltype (peças constituídas apenas por texto, sem ilustrações). Também se tornou comum ver a tipografia marcando espaço nas campanhas publicitárias, principalmente na forma de letterings. Exemplos bons disso são as novas campanhas do canal GNT e da marca Hering, que usaram textos feitos à mão em toda a comunicação do verão de 2015. A Batavo chamou atenção ao produzir uma campanha que contava com um lindo lettering em que a tinta era feita da própria fruta dos sabores do

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stop-motion; já Katy Perry usou doces e coberturas de bolos para animar a letra da música Birthday. Mesmo quando são muito complexos, os vídeos acabam saindo bem mais baratos do que os clipes convencionais, uma das razões de sua crescente popularidade.

iogurte. O estúdio Maquinário, de São Paulo, é famoso por seus trabalhos com letterings para clientes famosos, como a emissora Globo.

A tipografia também entrou com força na área de branding. É muito comum ver identidades visuais inteiras focadas nos elementos textuais. Com novas tecnologias de edição, transmissão e impressão o texto escrito pode ser trabalhado, colorido, texturizado e até deformado para ganhar novo sentido e gerar uma marca forte sem a necessidade de um símbolo. Nesses casos as fontes são for tes e comunicativas, e os grafismos e efeitos contribuem para o sentido sem interferir na legibilidade.

Identidades assim se tornaram comuns agora principalmente em canais de televisão e mídias com forte atuação no meio digital, pela possibilidade desses meios de trabalhar com animações e marcas cambiantes, quando comparados com meios impressos. Em empresas do campo da moda, porém, a presença da tipografia não é nem sequer recente; é só observar como a maior parte das marcas de grifes e maisons são all-type. Isso está relacionado à necessidade de imprimir a marca em diversas texturas de tecidos e etiquetas, mantendo-as simples e minimalistas, e ao mesmo tempo com estilo sofisticado. Com a valorização dessas empresas e o reconhecimento dessas marcas gráficas veio também a oportunidade de imprimí-las nas próprias peças como ponto chave da estampa, uma prática que permanece comum até hoje.

Outro recurso que caiu no gosto popular foi o chamado Lyric Video, um tipo de vídeo produzido pelo artista que quer divulgar a música e a letra antes de lançar um clipe oficial. Se no começo esses vídeos eram simples, hoje chegam a ser mais elaborados que os clipes em si; tanto que a premiação da MTV americana, o VMA, agora conta com um prêmio para melhor Lyric Video. O mais interessante dos Lyric Videos é que a plataforma não é tão pé-no-chão ou séria quanto os clipes, a única exigência é tenha relação com a música, dando mais liberdade ao artista gráfico de criar algo interessante; como é o caso do vídeo de Want it Back, da cantora Amanda Palmer, em que a letra da música foi escrita em seu corpo, em lençóis, móveis pisos e paredes e animada por meio de

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CAPA

CAPA

AGORA divirta-se

O que é um pouco mais recente é o emprego de textos complexos nas estampas de camiseta. O uso de frases em camisetas tem origem no início do século XX, em que se tornou comum o uso de peças e adereços políticos fosse para defender candidatos ou causas, como o sufrágio feminino. Hoje é muito comum encontrar peças com frases estampadas, do fast-fashion ao high-fashion, com humor sutil ou irônico, letras de músicas e, assim como foi lá no começo, máximas políticas. É importante notar que apesar de alguns já serem muito comuns, vários desses cenários são novos e às vezes até raros. No Brasil a situação é ainda mais recente, e tanto a tipografia quanto

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o design gráfico (e o design de modo geral), ainda precisa de uma visibilidade maior e melhor; ainda assim está claro que a tipografia vem se inserindo e mostrando sua importância em espaços mais diversos e, por que não, inusitados. Ainda há um bom caminho a ser trilhado, mas parece que o grande mercado e o grande público estão começando a entender a mensagem de Bringhurst, escrita a mais de uma década, ao dizer que “palavras bem escolhidas merecem letras bem escolhidas”.

criando

SUA

capa

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COMPORTAMENTO | inspiração

inspiração | COMPORTAMENTO

C

ompor uma música requer criatividade, harmonia, ritmo… E para compor uma página, um cartaz ou outro material gráfico? Da mesma forma é preciso buscar a harmonia entre os elementos, dar ritmo a composição.

Música Para

Partindo desta combinação foi proposto aos alunos diagramar uma letra de música, buscando na tipografia uma forma de expressar a melodia e os significados da canção. Veja alguns dos resultados e experimente fazer este exercício com as suas músicas preferidas.

ver

The sound of silence Bobaflex Criação Cristiane Wartha

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COMPORTAMENTO | inspiração

inspiração | COMPORTAMENTO

Dead in the water

Her mornig elegance

Ellie Gouding Criação Thiago Janning

Oren Lavie Criação Rafaela de Conto

Home

Edward sharpe & the magnetic zeros Criação Thais Sprada

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How to be a heartbreaker Marina and the Diamonds

Criação Mariana Popper

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COMPORTAMENTO | inspiração

inspiração | COMPORTAMENTO

Inspire-se e componha um cartaz com as músicas favoritas da sua playlist.

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CULTURA | entrevista

entrevista | CULTURA

C

experiências manuais:

tipografia na

c�r���i�l� 30 | Tipos&textos

orrupio, em português, significa brincadeira. “Corrupiola” é uma palavra inventada por Aleph Ozuas, que pode significar divertimento, fazer brincadeiras ou o que for relacionado. A partir dessa ideia foi criada a Corrupiola, empresa que trabalha confeccionando caderninhos exclusivos – chamados Corrupios – feitos sob encomenda, à mão, com o máximo de qualidade e personalização. Criada por dois alunos da UFSC, eles utilizam a tipografia em seus Corrupios, possuindo até máquina própria para a impressão. Pra quê comprar uma Conversamos com os donos embalagem que acondiciona o nosso produto da empresa sobre o craft, timais barato e proveniente da China se uma pografia, design e a própria empresa. embalagem pode vir aqui de São José?

Custa mais caro pra nós? Sim, mas e para o meio ambiente, quanto custa?

Criada em 2008 por Leila Lampe, mestranda em Literatura na UFSC e designer gráfica, e Aleph Ozuas, doutorando em Literatura e webdesigner, ambos com a vontade de ter uma empresa própria, com produtos legais e que os fizesse felizes, a Corrupiola surgiu na mesma época em que o craft veio com tudo dos EUA, divulgado em lojas online como a Etsy.com. Os sócios aproveitaram-se desse movimento de forma sustentável e handmade. “ O Craft é também uma escolha de vida, pensamos o orgânico e a reciclagem na nossa maneira de viver, desde o que comemos, procurando sempre o produto feito em casa, até os fornecedores do nosso trabalho, que estão perto de nós. Pra quê comprar uma embalagem que acondiciona o nosso produto mais barato e proveniente da China se uma embalagem pode vir aqui de São José? Custa mais caro pra nós? Sim, mas e para o meio ambiente, quanto custa? ” eles questionam.

OS CORRUPIOS Na imagem, corrupios com impressão em tipografia.

Apesar dessa cultura sustentável e manual, em alta nos dias atuais, os produtos da Corrupiola ainda são mais bem aceitos no exterior do que no Brasil, mas aos poucos o brasileiro está modificando sua forma de comprar conscientemente. A empresa está sempre em contato com os clientes, que, pelo processo diferente, estão sempre interessados em aprender sobre as técnicas dos dois, autodidatas. Assim, a empresa já ofereceu algumas oficinas para os interessados.

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entrevista | CULTURA

CULTURA | entrevista A Corrupiola possui máquinas próprias para a impressão, utilizando em seus produtos principalmente as técnicas de Tipografia e a Serigrafia. Perguntamos sobre a impressão em Letterpress e o que os levou a escolher esse processo e adquirir máquinas próprias “Foi bem difícil conseguir, desde a máquina e os tipos. Demoramos 5 anos para montar o que temos hoje. E ainda precisamos desempastelar muitos tipos! A motivação foi o Cleber, sem dúvida, e também a vontade de não terceirizar, de ter à mão todas as etapas do processo. Seria muito fácil mandar imprimir os trabalhos em gráfica, mas e qual seria a diversão? O processo é a parte legal do negócio. A mão na tinta, o cheiro, os acertos e os erros, os trabalhos ganhando forma na impressão.” contaram.

Inspirado pelo trababalho tão particular da Corrupiola, use essa página para desenhar/escrever/ rabiscar uma frase, associada a uma tipografia, que represente você e o que lhe é singular.

Seria muito fácil mandar imprimir os trabalhos em gráfica, mas e qual seria a diversão? O processo é a parte legal do negócio. A mão na tinta, o cheiro, os acertos e os erros, os trabalhos ganhando forma na impressão.

L�����-��!

publicou seu primeiro livro autoral por uma editora norte-americana Definindo-se como uma empresa adepta aos trabalhos manuais, ao craft, contam que não pretendem virar uma grande empresa – gostam de como são hoje. Vôos precisos e dentro de suas possibildades.

Com os Currupios como carro chefe, a Corrupiola busca trabalhar com ideias em papel. Assim, vendem também outros produtos e ferramentas autorais para a produção dos caderninhos em casa, buscando fazer as pessoas felizes com os seus próprios cadernos, inspirando e incentivando a criatividade de cada um, vendendo não apenas produtos, mas experiências, como o nome já diz. Como inspiração, Leila e Aleph citaram o estúdio Zoopress, do Rio de Janeiro, cuja relação é de admiração e afeto. Outra referência é o trabalho da ilustradora e designer brasileira/inglesa Thereza Rowe, que desenhou uma coleção exclusiva para a Corrupiola e trabalha com colagens. Ela também ilustrou o primeiro livro infantil da Fernanda Takai e recentemente COLABORAÇÃO COM THEREZA ROWE Nas imagens corrupios em colaboraçao com a designer e ilustradora Thereza Row, impressos em serigrafia

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CULTURA | história

história | CULTURA

A

A IMPRESSãO

TIPOGRÁFICA

tipografia está presente na UFSC desde o início, pois após 03 anos de fundação da universidade foi criada a Imprensa Universitária com o objetivo de “executar todos os serviços de tipografia, impressão e encadernação, bem como editar livros didáticos, técnicos e científicos, teses, trabalhos de pesquisa, além de boletins informativos e publicações de divulgação da Universidade.” Quase 50 anos depois as máquinas de impressão tipográfica continuam fazendo parte da imprensa, que agora conta também com impressoras offset e digitais. E o que essas “senhoras”, com bem mais de 50 anos (a Linotype mais velha já está com 100) fazem no meio dessas novas tecnologias?

LINOTYPE Máquina de impressão tipográfica que está completando 100 anos .

na ufsc

HEILDELBERG Impressora Tipográfica da década de 50.

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CULTURA | história

história | CULTURA Claro que o número de fontes disponível é infinitamente menor do que se tem em qualquer computador hoje em dia. Algumas variações da Arial, Times New Roman, Bodoni, Impact, Universit e uma Script, em corpos que vão do 06 ao 72; além é claro de vários fios e alguns clichês. Mas o Mauro não reclama não e consegue fazer muita coisa com essas “poucas” opções. Só sente falta da @, um caractere pouco presente nas fontes de antigamente.

O Mauro César de Souza e o Carlos (Carlinhos) Antônio de Lima contam um pouco dessa história e de sua paixão pela tipografia. Os dois amigos começaram juntos a carreira de tipógrafo, fazendo um curso profissionalizante no antigo Educandário de Menores no início dos anos 80. Depois disso trabalharam alguns anos em diversas gráficas até ingressarem na UFSC.

Além é claro de aprender a valorizar pessoas como o Mauro e o Carlinhos, que tratam com muito respeito e dedicação a profissão que escolheram.

A demanda atual da tipografia é a produção de material gráfico para o Hospital Universitário como fichas de cadastro, receituários, cartões de consulta, etc. E também materiais como pastas e crachás usados nos Departamentos de Ensino da UFSC.

O Carlinhos ainda lembra certinho a data da sua nomeação, 10 de março de 1987. Atualmente ele é coordenador da Imprensa Universitária – IU, mas sempre que pode está lá, no meio das caixas de tipos móveis. No dia-a-dia quem tem a honra de operar, e com maestria, as impressoras tipográficas é o Mauro. Com a maior agilidade e precisão ele separa rapidamente os tipos móveis, organiza no componedor, prepara a bandolera (forma) e voilà… mais uma chapa tipográfica pronta.

O contato com essa parte da história da indústria gráfica com certeza é fundamental para que futuros profissionais – designers, impressores ou tipógrafos – entendam melhor a trajetória deste mercado e as tecnologias atuais.

TIPOGRAFIA NA UFSC Mauro e Carlinhos, os responsáveis pela tipografia na Imprensa Universitária

Infelizmente não existe uma produção mais artística ou conceitual, como o trabalho feito, por exemplo, na Oficina Tipográfica em São Paulo ou pelo saudoso Cleber Teixeira da Editora Noa Noa aqui em Floripa. Mas quem sabe um dia… O Carlinhos defende a ideia e pretende futuramente oferecer cursos para os alunos e para a comunidade em geral, principalmente jovens aprendizes. Ele acredita que o conhecimento sobre Tipografia é fundamental para a formação de qualquer profissional ligado as Artes Gráficas. E tem toda razão.

PRONTA Chapa Tipográfica finalizada para impressão.

MÃO NA MASSA Sequência de montagem da chapa tipográfica.

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CRÉDITOS | referências

NA PRÁTICA

COMPORTAMENTO

CAPA

DICAS COM OU SEM SERIFA?

DIGITAL FERRAMENTAS DA WEB

BRINGHURST, Robert. Elementos do Estilo Tipográfico. São Paulo: Cosac Naify, 2005. GRUSZYNSKI, Ana Claudia. Design Gráfico: do invisível ao ilegível. São Paulo: Rosari, 2008. FONTOURA, Antônio M. e FUKUSHIMA, Naotake. Vade-mécum de Tipografia. Editora Insight, 2012. http://fontsinuse.com/

REICHENSTEIN, Oliver. Web Design is 95% Typography. Disponível em http:// ia.net/blog/the-web-is-all-about-typography-period/

SOCIAL TIPOGRAFIA SOCIAL

iNSPIRAÇÃO MÚSICA PRA VER

BONSIEPE, Gui. Design, cultura e sociedade. São Paulo: Blucher, 2011..

Alunos da UFSC.

TIPOGRAFIA EM TUDO

http://speckyboy.com/2011/04/06/ 50-simplistic-minimal-and-inspirational-fashion-labels http://www.slate.com/ar ticles/news_and_politics/ explainer/2011/11/occupy_wall_street_ when_did_we_start_using_t_shirts_to_ send_messages_.html http://www.coca-colacompany.com/coca-cola-music/less-is-more-lyric-videos-gain-popularity http://www.tomscott.com/lyric/

SITES http://blog.typekit.com/2011/10/26/type-is-indispensible-an-inter view-with-christopher-slye-from-the-adobe-type-team/ http://www.commarts.com/columns/how-explain-typography thedieline.com/blog/2014/12/17/the-dielines-top-100-posts-of-2014 www.thedieline.com/blog/2014/1/16/latest-trends-in-packaging-design-aesthetic-trends-effective.html

ENTREVISTA CORRUPIOLA

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LIVROS Elementos do Estilo Tipográfico, Robert Bringhurst

HISTÓRIA IMPRENSA UFSC

Mauro César de Souza e Carlos Antônio de Lima e funcionário Diagramação da seção da Imprensa UFSC. GABRIELA MATTOS

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