Apresentação

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HYGGE

A neuroarquitetura como auxĂ­lio a

moradia compartilhada


GRACE KIM “COHOUSING PODE SALVAR SUA VIDA” Grace Kim - Fonte: Artigo site Coho2019 da National Cohousing Conference 2019

De acordo com Grace Kim na palestra dada para a plataforma TED Talk , solidão está diretamente relacionado a maneira como nos relacionamos com quem está à nossa volta e que o cohousing serve como um "antídoto" para o isolamento social. O cirurgião geral dos EUA atestou o isolamento como epidemia geral do país devido a alta mortalidade prematura de pessoas com pessoas nessa situação. Se nos atentarmos nesta questão, percebemos que essa epidemia poderia ser considerada como pandemia, uma vez que é amplamente disseminada em todo o mundo de maneira nunca vista antes. Nos dias atuais, a população e principalmente os jovens se sentem cada vez mais sozinhos no mundo graças às redes sociais e a falta de interação com a realidade e isso causa cada vez mais aumento nos índices de depressão, como podemos observar no gráfico abaixo.

Fonte: OMS 2015

Como Grace Kim afirmou, existe um “antídoto” para essa doença que é a vivência em um local com muita “communitas”. Este é um termo que ela se apropriou quando realizou um estudo feito pela arquiteta antes da elaboração do projeto de sua cohousing que significa noção de comunidade. Sua conclusão foi que haviam altos níveis de “communitas” em grupos onde a frequência das refeições coletivas eram mais altas, devido a interatividade social ligada às conversas, ao suporte e apoio.

Fonte: Site Schemata Workshop

Outro ambiente importante para a “communitas” é o pátio ou qualquer tipo de estrutura semelhante, que é o local onde outros eventos são realizados, como as brincadeiras das crianças e as festividades de feriados. A moradia compartilhada quando bem explorada pode gerar diversos benefícios aos seus moradores, como a economia de dinheiro, o crescimento pessoal e o aprendizado. A moradia compartilhada facilita momentos diários de contato que seriam mais difíceis de se atingir com a moradia tradicional de forma com que os moradores socializem de forma mais intensa e genuína, por exemplo no pátio no dia a dia e durante festividades. Desse modo, há suporte emocional e social e motivações diversas desde a resolução de conflitos e diferenças internas bem como a de se tornar alguém melhor.


Fonte: Site Architect Magazine Pensando dessa forma, nem todos estão preparados para essa forma de morar uma vez que é necessário que os moradores tenham a intenção em comum de viver em comunidade para maior fluidez interpessoal. A neuroarquitetura auxilia as pessoas que não tem facilidade genuína de interagir de forma com que crie ambientes confortáveis, mas ao mesmo tempo estimulantes, afim de promover a interatividade, encontros e também momentos mais casuais. Porém, apesar das tentativas da arquitetura e psicologia, existem perfis mais adequados para cada morar coletivo. No entanto, quando se trata de valores e desejos as diferentes formas de moradia compartilhada possuem algumas singularidades. No caso do coliving e do cohousing, o perfil de morador para o coliving valoriza a qualidade de tempo, a liberdade de escolha e espacial, a flexibilidade espacial e para o cohousing, valoriza as relações mais próximas, a estabilização e a forte conexão entre os moradores como uma grande família. Esses fatores, impactam diretamente no público alvo de mercado dessas moradias, como no caso do coliving que há uma forte atração de jovens devido a valorização da liberdade e da experiência. Apesar das diferenças apontadas nos relacionamentos, uma certeza é apresentada para todos os casos, moradias compartilhadas estimulam o desenvolvimento de novos e melhores relacionamentos. Existem relatos de algumas pessoas introspectivas e muito tímidas que melhoraram sua comunicação com outras pessoas, tornaram-se mais confiantes e abertas para estabelecer conexões com outras pessoas de forma mais leve, agradável e amigável. Fonte: Site Architect Magazine


A NEUROARQUITETURA A Neuroarquitetura é um campo interdisciplinar que consiste na aplicação da neurociência aos espaços construídos, visando maior compreensão dos impactos da arquitetura sobre o cérebro e os comportamentos humanos. De modo geral, impactar positivamente no bem estar físico e emocional das pessoas a partir da arquitetura, pode ajudar a combater a solidão. Como um bom exemplo disso temos o empreendimento KASA 99.

PRIMEIRO CO-LIVING DO BRASIL Seguindo a nova tendência das moradias compartilhadas, o projeto tem o objetivo de trazer um formato inovador, respeitando sua liberdade de ir e vir. Com cinco opções de apartamentos é o exemplo ideal de uma moradia compartilhada e confortável. Localizado na Vila Olímpia, em São Paulo, e projetado por Itamar Berezin, o empreendimento traz vantagens como academia, café, co-working, solário, lavanderia e espaços multifuncionais além do fácil acesso ao Parque Ibirapuera e aos principais corredores da região.

Fonte: Site do emprendimento KASA Os apartamentos são modernos com excelente distribuição e prontos para morar. São mobiliados, equipados com geladeira, cooktop, forno microondas e ar condicionado 12.000 btus. Isso permite que seja uma habitação flexível para viver uma experiência ou para uma moradia de longo prazo.

Fonte: Site do emprendimento KASA

Fonte: Site do emprendimento KASA


Os espaços compartilhados mostram a preocupação com o conforto e bem estar dos moradores com o uso pertinente das cores e de uma boa iluminação. São ambientes que estimulam o senso de comunidade e dificultam o isolamento social, trazendo inúmeros benefícios, inclusive para a saúde. Apesar disso, o morador não perde privacidade fornecida pela sua unidade habitacional. Fonte: Site do emprendimento KASA Para o ambiente ao lado que caracteriza uma sala de estar e tv , foram utilizadas algumas ferramentas com base na neuroarquitetura como por exemplo a utilização de cores neutras e impaciais, texturas que causam a sensação de aconchego e hygge e iluminação focada nas paredes causando uma sensação de luz indireta reforçando ainda o conforto. O que poderia ser melhorado são as cores das almofadas e a cor da parede que por serem frias, causam a sensação de aspereza.

Fonte: Site do emprendimento KASA Para o ambiente ao lado esquerdo que se trata do coworking do edifício, foram utilizadas cores alegres em pontos específicos. A cor laranja, por exemplo, expressa, de acordo com a psicologia das cores vitalidade, inovação e criatividade, logo, é apropriada para o ambiente o tornando mais eficaz. Em relação a iluminação artificial, foram utilizadas lâmpadas brancas , que são adequadas à estações de trabalho.

Fonte: Site do emprendimento KASA Ao lado direito há uma área multifuncional com foco na função de refeitório. A cor em destaque amarela, significa, de acordo com a psicologia das cores, alimentação, jovialidade, alegria e recreação. Portando, adequada ao ambiente, assim como a iluminação em cada espaço, como na cozinha, mais branca e focada e no balcão de refeições, amarelada e discontraída. Além disso, a madeira é um elemento que traz uma sensação muito forte de aconchego e hygge.

Fonte: Site do emprendimento KASA


COLIVING COMO SUPORTE EMOCIONAL NA PANDEMIA Segundo estudo da Universidade do Rio de Janeiro (Uerj), o número de casos de depressão aumentou 90% entre março e abril. O crescimento coincide com o início da ordem de distanciamento social preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o combate à nova pandemia do coronavírus. A psicóloga Caroline Yu, para entrevista do portal Terra, ressalta que passar por um momento de isolamento social completamente sozinho pode resultar em um grande impacto na saúde mental, por isso, estar em quarentena com outras pessoas que compartilham das mesmas batalhas, pode diminuir as chances de episódios de transtornos emocionais. "Precisamos estar isolados, mas, quando vivemos em residências compartilhadas, temos o contato diário com outras pessoas também em quarentena, desta forma, é mais fácil dividir angústias", acrescenta.

Fonte: Ilustração de Steve Scott para Wall Street Journal

ENTREVISTAS Os estudantes Marcela da Paz Coelho e João Pedro Alves possuem rotinas parecidas em relação a faculdade e o trabalho, porém moram em ambientes diferentes. Marcela vive com os pais em uma casa e João vive em uma república com outros estudantes e a partir da pandemia deste ano, tiveram impactos divergentes e através dessa entrevista conseguimos perceber como lidaram com essa situação. Pergunta 1:

te

que

Você já se sentiu sozinho em algum momento da vida? Se sim, você senas redes sociais e as formas de convivência atuais cooperaram para isso?

Marcela: Sim, tive uma fase que me sentia bem sozinha, não tinha amigos na escola. Eu sinto que as redes sociais e as formas de convivência atuais cooperam sim para a questão de uma falsa ideia de não solidão, mas isso, na época, não foi por conta das redes sociais João: Me senti sozinho em poucos momentos da minha vida, justamente por conta do meu vinculo com meus amigos através das redes sociais.


Pergunta 2: Você em algum momento se sentiu muito sozinho durante esse período de pandemia?

Marcela: Sim!! Nesse período tiveram altos e baixos, mas acho que não tive a sensação de solidão mesmo, as vezes queria um espaço para ficar sozinha, outros de saudade mesmo. João: Durante esse período não me senti sozinho, tive a presença da minha familia presencialmente e dos meus amigos virtualmente.

Pergunta 6: Existem elementos na sua casa que dificultam ou facilitam o convívio com os outros moradores da casa?

Marcela: Sim!! João: Acredito que os elementos que facilitam o convivio são os espaços de lazer, tanto individuais como em conjunto.

to fazem refeições juntas? E outras atividades?

Pergunta 7: Você acredita que se tivesse que passar por esse período da pandemia sozinho seria pior ou teria algum impacto na sua saúde mental?

Marcela: tos, eu

juneles.

Marcela: Creio que em alguns momentos seria melhor estar sozinho... mas não sei se o tempo todo.

João: As refeiçoes em casa na maioria das vezes são em conjunto. As vezes também fazemos caminhadas juntos.

João: Acredito que se tivesse que passar sozinho essa quarentena afetaria negativamente pra minha saúde mental.

Pergunta 3: Você e as pessoas que você mora jun-

Sim!! Comemos sempre gosto de fazer atividades com

Pergunta 4: O que é importante para você na sua casa? Você tem a liberdade que precisa?

Marcela:

Não

tenho

a

liberdade

João: Minha privacidade, sinto nho a liberdade que preciso mas

que

preciso.

que tenão 100%.

Pergunta 5: Se você tivesse opção de mudar da sua

casa ou permanecer, para qual tipo de moradia se mudaria se fosse o caso? Exemplo: individual, coliving, cohousing, república, dividir a moradia com amigos... Marcela: Se eu tivesse a opção de mudar, iria para uma moradia para dividir com um amigo

Pergunta 8: Você fez alguma mudança na sua casa

nesse período? Se não, há algo que acredita que poderia ser feito para melhorar essa experiência, como um espaço de home office dentro do seu quarto? Marcela: Não fiz nenhuma mudança, mas gostaria muito! Um espaço para home office seria ótimo durante esse período! João: Fiz, dei uma repaginada no estilo do meu quarto e isso me deixou mais confortavel e feliz com meu dia-a-dia, fazendo um home-office que sempre quis já que passo a maior parte do tempo dentro dele neste periodo de EAD.

João: Já passei pela experiência de sair de casa para morar em uma república mas hoje em dia minha escolha seria em uma moradia individual para ter meu espaço e total liberdade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Ambos estudantes não sentiram solidão neste período de quarentena e isso possivelmente pode ser justificado pelo aparante alto índice de “communitas” devido ao fato de que eles e os moradores de cada residência realizam as refeições e outras atividades juntos, garantindo a interatividade. Por outro lado, é possível notar algumas diferenças nas preferências de moradia de cada um. A marcela por exemplo, gosta de companhia porém precisa de seu espaço, e o João já tem maior liberdade mas anseia por mais liberdade. Nesse período, percebemos também a importância do HomeOffice para cada um uma vez que atualmente é o local de maior permanência, implicando no desejo de mais conforto, personalidade e privacidade.


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