Festas, Procissões, Feiras e Romarias

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FFEIRAS ESTAS, EPROCISSÕES ROMARIAS NO CONCELHO DA GOLEGÃ


Nós somos muito do que fo-

legado às gerações vindouras, que nos deixa a serenidade e

mos! Por isso, aqui respeitamos

a tranquilidade próprias de programações e de estratégias

a tradição, que não é sinónimo

cumpridas!

de passado, como o não é de

Dando prioridade às infra-estruturas e equipamentos pró-

an go. Muitos ainda a associam

prios do século XXI, que nos colocam, em algumas situa-

a costume, o que não corres-

ções, acima da média da União Europeia e que concorre-

ponde à realidade, já que este

ram para que o Concelho da Golegã seja um dos lideres da

é fluído e irregular, dependendo

“Excelente Qualidade de Vida” em Portugal, assim como do

da dinâmica e da flexibidade do

“Melhor Desempenho Ambiental”, nunca descurámos, an-

dia-a-dia de um período, de uma época. Pelo contrário, a

tes pelo contrário, foi sempre nossa preocupação que este

tradição é fruto de prá cas e de comportamentos, que se

Concelho, de tradições genuínas, se tornasse um museu

perpetuam pela repe ção regular. É a temporalidade, na

vivo e dinâmico, cujos “actores” e espólio desfilassem aos

qual se desenvolvem, que separa a tradição do costume.

olhos de quem nele vive e de quem o visita! Foi uma ca-

Aqui na Golegã, Concelho, a tradição não é uma veleidade

minhada iniciada em 1998 e que até hoje se percorre. Um

passadista, mas sim uma experiência acumulada através

percurso que incluiu o es mulo e a mo vação daqueles ar-

das gerações que nos precederam !!

tesãos, ar$fices e ar stas, desde o ferrador ao embolador,

A Golegã é na actualidade uma das Vilas de Portugal onde

passando pelo correeiro ao alfaiate até ao escultor, bem

esse legado inspirador - a tradição, tem um dos cenários e

como daqueles cujas lides tradicionais se desenrolam nos

sede mais marcantes. Ao invés do que vem acontecendo

nossos campos e borda d’água, tal o campino e o avieiro.

em muitos locais do País, onde a “inventam”, na Golegã e

Porque é a sua imaginação, cria vidade, habilidade e arte,

na Azinhaga é reinterpretada e reelaborada, complemen-

porque são as suas formas e os seus dignos gestos, que re-

tando-a com a modernidade, sem conflitos. E isso conse-

petem no dia-a-dia, divulgando os modos, os es los e as

gue-se através de acções de persuasão e de perseveran-

épocas, através do produto das suas mãos, que iden ficam

ça no sen do de se respeitarem heranças vivas. De igual

a nossa cultura e preservam a nossa iden dade. Outro tra-

modo, como respeitamos o património histórico edificado.

jecto e des no desse “caminho” foi o de dignificar aconteci-

À semelhança da forma como também protegemos as nos-

mentos, que exaltam a tradição, como o que acontece com

sas urbes, aquando das suas reabilitações e requalificações,

a Feira de São Mar nho e Feira Nacional do Cavalo, às quais

de hábitos e de modismos passageiros, que na maioria das

introduzimos, em 1999, a Feira Internacional do Cavalo Lu-

vezes, em nome de um falso progresso, determinam prá -

sitano, testemunhada no ano seguinte, por Sua Excelência

cas aberrantes e desenquadradas, que podem violar a har-

o Presidente da República. Um ano antes havíamos criado a

monia da nossa ruralidade. Por isso, através de uma árdua

ExpoÉgua e a Mostra de Gastronomia Ribatejana. Também

tarefa diária, indicamos e promovemos a digna união da

testemunhada, mas por Sua Excelência o Presidente da As-

arquitectura popular genuína, com a arquitectura erudita!

sembleia da República, foi a realização de Festa do Bodo, a

Porque um território como o nosso, onde a tradição é exal-

úl ma do milénio, depois de duas décadas e meia de au-

tada e integra um mundo rural digno, quer pela qualidade

sência. Nesse ano de 1999, a Câmara Municipal da Golegã,

ambiental, quer por uma agricultura próspera, tem assim,

que muito nos honra presidir, desde esse período até hoje,

condições ideais para um desenvolvimento sustentável.

associou-se então com a autarquia azinhaguense e com a

Porque ainda, uma paisagem tradicional, ecologicamente

Comissão das Festas, decorrendo assim o evento com a dig-

equilibrada e com marcos culturais que definem uma iden-

nidade merecida e pedida pelos Azinhaguenses.

dade muito própria, tem menor risco de ser despovoada.

Actos, factos e momentos, como aqueles que irá descobrir

Estes são os factores que elegemos e que determinaram

neste Festas, Procissões, Feiras e Romarias, o qual corro-

também o nosso crescimento económico, pois dis ngui-

bora que “a tradição é a experiência dos povos consagrada

ram-nos e afirmaram-nos. Mas trata-se, sobretudo, de um

pelo tempo”.

Presidente da Câmara Municipal da Golegã, da Feira Nacional do Cavalo, e Romeiro-Mor da Confraria dos Romeiros de São Mar nho



Feira de S達o Martinho

National Horse Fair (November)


O Sol começa a deitar-se mais cedo, tornando os dias mais curtos e as noites mais longas. As tardes ainda quentes são amenizadas pelo vento fresco, que começa a soprar ou pelos chuviscos trazidos por nuvens tão passageiras como a nossa existência. Veste-se o céu de tom acinzentado, perdendo o azul, como as árvores se haviam já despido das suas folhas, que agora esvoaçam pela brisa que desfaz tapetes amarelos, laranjas e encarnados, que a sua queda havia criado. É o Outono em todo o seu esplendor! À calma do campo da Golegã, que vem pelo rabisco do milho, depois da azáfama da sua colheita, junta-se-lhe agora ao seu restolho, a melancolia. No espargal, agitam-se as oliveiras, às quais lhes resgatam as azeitonas, assim como se agitam as ruas da


Vila, pelo vaivém dos Goleganenses, que caiam e pintam frontarias, que limpam pá os e arrumos, sobre o olhar daqueles que calcorreando ruas e travessas procuram ali albergue para si e para os seus, mais além um espaço para a pernoita dos animais e ainda acolá um lugar de negócio. E este movimento, sob uma cor ngida pelos fumos de um ou outro borralho, que imprimem um cheiro próprio, outrora bem mais marcado pelo dos lagares, anuncia que a serenidade da Golegã se re ra, dando lugar à algazarra. Eis a Feira da Golegã, também de São Mar nho, ao qual pela sua boa acção lhe devemos por vezes um Verão antes do Inverno. É tempo de debute do poldro recolhido do campo, que foi apoiado e desbastado. É espaço para com garbo e orgulho, e porque não com algum espavento, mostrar a montada que está bem na mão e entre as pernas, ensaiando aqui e ali uma pirueta, para após um arranque, seguido de um estancar, ela entre em piaffé, transitando depois para passage e sair em passo descontraído, num tom triunfal como tudo vesse sido fácil, ou mesmo nada vesse acontecido. Ins tuída por el-Rei D. Sebas ão, no ano de 1571, a Feira depressa se celebrizou, firmando a importância da Golegã na economia e cultura nacionais. No século XVIII, em plena época do Marquês de Pombal, era apresentada na Aula do Comércio como uma das maiores feiras do País. Na verdade, teve sempre um papel angular no desenvolvimento da Golegã e por decreto régio do Rei D. Luís, no ano de 1865, viu-lhe ser ins tuído um Concurso Oficial Nacional de Equinos. No primeiro conflito mundial (1914-1918), a Feira conhece então maior procura pela necessidade de cavalos para a guerra, vindo a tornar-se ainda de relevante importância aquando da II Guerra Mundial (1939-1954), nomeadamente pelo racionamento de combus veis e limitação da circulação motorizada, factores que promoveram a demanda de cavalos de sela, mas sobretudo dos de ro. A evolução, o crescimento e a singularidade do evento, que se vinha afirmando dentro e fora das nossas fronteiras, mo varam o reconhecimento oficial, em 1972, ano no qual o Governo Português a decretou Feira Nacional do Cavalo, passando em 1999, a incluir também a Feira Internacional do Cavalo Lusitano, período durante o qual a Golegã, pelo reconhecimento nacional e estrangeiro, do papel histórico do Cavalo na sua dis nção, é proclamada então como Capital do Cavalo, vindo a integrar, em 2005, a Rede

de Cidades Europeias do Cavalo (EUROEQUUS). Em cada Novembro que passa, a Golegã “veste-se a rigor” e engalana-se o Arneiro para receber a sua Feira, a de São Mar nho,



a Feira Nacional do Cavalo e a Feira Internacional do Cavalo Lusitano, enfim, a Feira da Golegã! Uma mul dão de nacionais e de estrangeiros ruma à Capital do Cavalo, para nela ver desfilar os valores tradicionais e culturais, que concorrem para a nossa iden dade, chegados até nós, transmi dos

de

geração

em geração e que naqueles dias, que se sucedem, proporcionam uma contemplação con nua e em crescendo, de cor e movimento, onde a beleza do Cavalo e a arte de quem o doma, se conjugam num espectáculo único e verdadeiro . Nesta Feira cruzam-se o passado e o presente. O São Mar nho na Golegã é fruto de um somatório de vivências, de actos e de factos seculares, que ditaram a sua personalidade ímpar, na qual o Cavalo é rei e senhor, sendo certamente a decana das Feiras de Portugal. De alma popular, senhora de foros indestru veis, é des no de peregrinação devotada e apaixonada. Ribatejana e cas ça, revigorada de ano para ano, sempre sob o fumo dos assadores de castanhas e o aroma da água-pé, no século XXI a Feira é feita de modernidade, mas também, como sempre de tradição!



Festa do Bodo

Divine Holy Spirit Ceremony



Na Azinhaga passaram já quatro anos sobre a úl ma Festa do Bodo e alguns séculos desde a primeira, que ali se realizou, segundo rezam os escritos e os ditos, que passam de geração em geração. Cinco dezenas de dias após a Páscoa e eis Pentecostes, com as Festas do Divino Espírito Santo ou do Bodo. Nomeado o Juiz da Festa, na úl ma, e depois de anunciadas pela Comissão que as organiza, inscreveram-se já mordomos que fazem contas às dádivas que os obrigam a ves r as jovens raparigas solteiras, de azul, rosa e branco conforme os dias da procissão. Também incluídas estão as rodilhas de onde caiem fitas de seda estreitas e coloridas, sobre as quais assenta o tabuleiro que leva o pão ao Espírito Santo. A Guia, apesar de usar as mesmas três cores, enverga-as em dias diferentes de todas as outras. Já escolhido o parceiro, este ajudá-las-á no rar e pôr do tabuleiro à cabeça. Aos meios-mordomos assis r-lhes-á metade da verba, bem como do pão. Os Azinhaguenses com fervor e bairrismo limpam e caiam os alçados principais das suas casas, que ornamentam, e engalanam as ruas, cujo chão cobrem de “tapetes” de flores coloridas, por onde passará o cortejo. E fazem-no para que as suas sejam as melhores, já que no final da Festa certamente serão as premiadas. A azáfama, a que se junta alguma euforia própria de quem gosta de brilhar, sublima a ansiedade de quem semeou o milho, que agora se “sacha” ou plantou o tomate, que anda a ser “curado”. Às gentes da an ga

Azzancha quando se lhe entranha no seu espírito uma crença ou devoção, não há ideia que as dissuada. Nos campos e no espargal da Azinhaga, onde o calor e as trovoadas fazem florescer pastagens, as éguas e os poldros arredondam-se e compõem-se pela “comida”, ao mesmo tempo que mudam o pêlo. Noites quentes e abafadas, dias grandes e luminosos, que fazem da lezíria mo vo ideal de poemas, de can gas e de pintura - a tela polícroma do Ribatejo. E os trabalhos con nuam mesmo para além do Sol se esconder para lá da Charneca de Miranda, parecendo


adormecer no Bairro, para depois acordar para lá do Tejo, dando início a uma nova jornada de preparação da Festa, para a qual todo o tempo é pouco, pois não tarda em chegar. São dias de gargalhadas e até certamente de desavença para que tudo fique como a Azinhaga merece e brilhe aos olhos de quem a visita. E também surge o silêncio, próprio da bonança que se segue à “tempestade” do trabalho, próprio de quem mira e observa mudo e quedo a obra que está no fim e à qual se emprestou tanto sen mento e emoção. Os foguetes anunciam o começo da Festa, ouvindo-se a Banda da Sociedade Recreio Musical Azinhaguense 1º de Dezembro que se dirige à Capela do Espírito Santo, que ali se ergue desde os tempos quinhen stas. De linhas simples e puras, de uma graciosidade ímpar, própria da rus cidade dignificada está também ela engalanada, para a pompa do cortejo e para a circunstância do dia. Todos e tudo para aquele local sagrado e de culto, confluem! Depois do primeiro acto, com solenidade, o da recepção ao Juíz, inicia-se então o desfile, tão esperado e desejado, pelas ruas dos mordomos, em cujas casas se vai recolhendo o pão. A Azinhaga abre assim as suas portas, para que os seus espaços pitorescos, carregados de história e de tradição, sejam invadidos por uma plêiade de visitantes, que irão desfrutar dos seus hábitos e costumes, vivendo uma panóplia de acontecimentos que incluem entre outros, as tradicionais largadas de touros e as picas animações musicais.


Achega-se Maio, mês de Maria, com os seus dias mais

Eis a ExpoÉgua, o Salão do Vinho, do Vinagre e do Azei-

longos, expressivos da Primavera em toda a sua ple-

te, a Mostra de Gastronomia Ribatejana e a Romaria

nitude, também pelas novas cores e pelos novos aro-

a São Mar nho, que a Golegã vem habituando quem

mas, que a natureza faz ressurgir. Na Golegã é tempo

nela vive e quem a visita.

de ExpoÉgua, de Romaria e de enaltecer os produtos

A ExpoÉgua, criada em 1998, surgiu pela necessidade

mais genuínos da terra, o Vinho, o Vinagre e o Azeite,

de corroborar o entendimento sobre a Égua, que con-

que por aqui acompanham e condimentam, sopas de

trapunha a rela va subes ma a que foi votada a algu-

cagarrinhas, de saramagos, açordas de sável, ou ainda

mas décadas atrás. A maioria das Éguas eram e foram

migas de peixe, ícones da gastronomia local.

instrumentos de trabalho de lavoura, gradando a ter-

A Golegã é de novo ponto de encontro daqueles cuja

ra quase todo o ano, sendo em regra pequenas, mas

paixão é o Cavalo, daqueles que o criam, que o des-

resistentes, sub-alimentadas e mal resguardadas do

bastam e o montam. De muitos que experimentam o

tempo. O trabalho era a prova natural de funcionali-

Verão de São Mar nho, em Novembro, e que querem

dade, e se exaus vo o era, mais grave ainda o serem

que este período seja como que um São Mar nho de

“empregues” no seu período de crescimento. Com o

Verão, aproveitando para exaltar, premiar e elevar as

aparecimento e a evolução da mecânica agrícola, al-

mães e filhas do efec vo equino de todas as raças cria-

gumas éguadas, cujo produto era des nado somente

das em Portugal.

à lavoura ex nguiram-se ou viram diminuídos os seus efec vos, apostando os criadores noutros objec vos. Só um muito reduzido número não “explorou” a Égua como instrumento de agricultura, limitando-a ao seu papel de mãe. Se aqueles que as u lizavam na agricul-


ExpoÉgua Saint Martin’s Pilgrimage (May)

tura nham a funcionalidade provada, outros limita-

de agradecimento ou para obtenção de uma graça. As

vam-se à prova morfológica, salvo raras excepções. Se

Romarias são caras ao povo português, crente e reina-

sempre assis u aos criadores de gado bravo, a tradição

dio, que lhes imprime uma dupla função: religiosa e

de “tentarem” as futuras mães, já a maioria dos Criado-

social. Nelas par cipam os filhos da terra pela sua fé

res de Cavalos não montava, nem sen a as suas Éguas.

e ligação à Igreja, nas quais corroboram as raízes que

Felizmente melhorou-se o nível de nutrição, a selecção

os unem ao local onde nasceram, donde vêm, criando

tem orientação cien fica e além da nobre missão de

novas amizades e fortalecendo as an gas.

mãe, hoje vêem-se éguas toureias, saltadoras de obs-

Em Maio, desde 2001, a Confraria dos Romeiros de São

táculos, “raidistas”, entre outras, atribuindo-se-lhes o

Mar nho com a sua indumentária, parte do Arneiro,

mérito devido. Os criadores conscientes do património

seguindo o Romeiro-Mor e o Romeiro-Mestre, ruman-

gené co que herdaram, que possuem, têm hoje uma

do a um local sagrado, como a Matriz ou as Ermidas

deferência pela Égua, considerando-a e es mando-a,

de São Caetano, da Piedade, da Brôa e do Paúl, e na

implicando-se com a Golegã, por esta nobre Vila ter

presença da figura de São Mar nho, cumpre os seus

feito nascer a ExpoÉgua, a qual já se afirmou como o

votos e as suas devoções, após os quais, surge um sa-

seu espaço de eleição e dis nção.

lutar e fraterno convívio com os parentes, amigos e co-

Desde há muito que o Homem deu expressão à sua

nhecidos, ao redor da mesa, comendo, bebendo, logo

busca de Deus, através de orações, sacri cios, medi-

depois cantando e dançando no recinto da ermida ou

tações, procissões e romarias. As romarias são indiscu-

em pleno campo, exprimindo a sua alegria, dando lar-

velmente uma manifestação pica da nossa cultura

gas ao entusiasmo da sua presença, num encontro que

secular e popular, com o objec vo de cumprir um voto

lhes parece ser um dom de Deus gratuito e absoluto.



Romeiros bordejando o Tejo, entre a Goleg達 e S達o Caetano The Pilgrims along the Tagus River from Goleg達 to S達o Caetano


Festas de S. Pedro Saint Peter’s Feast


Em Marvila, cedo começa a labuta daqueles que preparam o São Pedro. Na sede da Sociedade Filarmónica Goleganense 1º de Janeiro ensaiam-se as marchas, depois de estudadas as músicas e as letras, sonham-se ves dos, imaginam-se arcos e balões e convidam-se padrinhos. A “peça” está montada, que comece a Festa! Que o desfile saia com a banda do Largo da Câmara, pois os Goleganenses já saíram à rua para o ver passar. Pela Rua D. Margarida Relvas chegará ao pequeno largo, onde ao Santo, em pedra, lhe quebrará o silêncio, naquela noite de 28 para 29 de Junho. A alegria e a reinação tomam conta daquele bairro da Golegã. Os sons da música que convida à bailação ecoam pela Vila, quase se ouvindo na Praça. Como não pode deixar de ser a assar estão as sardinhas, pois o vinho e o resto não faltarão. Em 15 de Agosto, a Golegã venera Nossa Senhora da Guia. Foi um ritual que se esvaneceu, mas que a iden dade fez ressurgir. Os Soldados da Paz da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Golegã seguram o andor encarnado, dourado a folha de ouro, que leva a Guia do Povo de Deus e dos Homens, com a sua túnica branca e manto azul, segurando o Menino Jesus, também ele coroado como sua Mãe. O calor aperta, mas ninguém esmorece até se cumprir a tradição.

Festas de Nossa Senhora da Guia 15th August


Procissão de Ramos Ramos Procession

“Viva o Santo António, Viva o São João, Viva o 10 de Junho e a Restauração!” Nos princípios de Junho ornamenta-se o Largo 5 de Outubro, enfim, o largo da Capela de Santo António, para receber os festejos do Santo Casamenteiro, ao qual os Goleganenses sempre manifestaram grande devoção. Preparam-se a procissão, de fogaças, a quermesse e o arraial popular, que quando chegadas as fes vidades, será entremeado pela tradicional sardinha assada que aguça o vinho, sobretudo o nto, que é “guloso”, bebido sob o olhar do Santo que foi Doutor da Igreja, e que da mansão onde residem os espíritos celestes, dará a Sua bênção à Golegã

No Domingo de Ramos sai a solene procissão,

e a quem a visita de 12 para 13 de Junho.

num público testemunho dos Goleganenses de

Na Baralha, à Capela de São João, os Goleganenses e quem a

amor e gra dão a Cristo-Rei, que “sofreu por nós,

eles sempre se junta, de 23 para 24 de Junho saltam à fogueira,

deixando-nos o exemplo, para que sigamos os

“em número ímpar e pelo menos três vezes para ficarem por

seus passos”.

todo o ano protegidos de todos os males”. Até altas horas da

Depois de abençoados os Ramos inicia-se a cami-

madrugada queimam-se pela animação e pela dança os exces-

nhada com algumas orações, rumo à Igreja Ma-

sos do caldo verde, da batata cozida, da sardinha ou da fêvera

triz, onde será celebrada a Paixão de Cristo.

de porco.

Festas de S. João Saint John’s Feast

Festas de S. António Saint Anthony’s Feast


Procissão e Arraial de Nossa Senhora da Piedade Easter’Monday Terminaram os tempos de re ro, de reflexão e de muita

caminhada, ao mesmo tempo que se contemplam as no-

oração. Os templos cristãos deixaram os panos e os man-

vas cores e se cheiram os novos aromas, com que o campo

tos roxos, que eram sinal de luto e de penitência. Acabou

agracia aquela passagem. Os plátanos que assistem uma

a Quaresma, acabaram as suas rezas e os seus jejuns, pre-

vez mais àquela peregrinação, reconfortam com a fres-

liminares do Mistério Pascal.

cura das suas sombras, os devotos caminhantes. Alguns

Estamos em plena Primavera, a estação da esperança! É

pensam na chegada, que lhes é merecida. Nossa Senhora

segunda-feira de Páscoa. Aparecem os músicos da Socie-

da Piedade já voltou à casa que é Sua há mais de meio

dade Recreio Musical 1º de Dezembro, a Banda da Azinha-

milénio. Mais abaixo, entre a Ermida e o Almonda a lezí-

ga, e logo se inicia a procissão. Na frente dois tocheiros

ria verdejante espera por todos aqueles que a elegem em

ladeiam quem leva a Cruz. O andor com Nossa Senhora da

dia de Bateiras para a desfrutar. Uma sombra aqui, outra

Piedade, é olhado em silêncio, com respeito e veneração,

acolá, mais a da maracha do rio. Montaram-se mesas para

pelas gentes que o acompanham e o seguem. O desfile

aqueles que delas não prescindem, as quais rapidamen-

imponente sai da Azinhaga, passando o Cabo das Casas

te se cobrem de farnéis trazidos, com pe scos e manjares

em direcção à Capela da Piedade. Orações, pensamentos

apetecíveis e que o vinho rega como manda a sede e a tra-

e desejos rezam-se e formulam-se ao longo daquela santa

dição. O Sol já se escondeu, mas ainda se mostra a alegria.


Rodopiam as bonitas mulheres e as alegres “cachopas” (raparigas em ribatejano), fazendo rodar as suas saias, num bailado acompanhado pelos seus pares garbosos e viris. A tocata dita-lhes o ritmo e a cantadeira ou o cantador anima-os a con nuar. Batem o pé os campinos fazendo tremer o chão. O mesmo bailaram e cantaram seus pais e seus avós. É que povo sem memória, não existe!! Anualmente surgem na Golegã e na Azinhaga, através dos seus “ranchos”, nomeadamente dos federados, fes vais de folclore. Na Golegã, o seu Rancho Folclórico, tal como antropólogo social, estuda, pesquisa e interpreta hábitos e costumes de antão que depois de muito vividos se sedearam na sua terra. Recriam então a apanha da azeitona, as vindimas ou os tradicionais trabalhos na eira, não descurando as diversas vestes, conforme a faina, não se cingindo aos “bailaricos”, aos “verdes gaios” e à “roda”. De igual forma, os Campinos de Azinhaga mostram trajes que remontam à época român ca, seja a ceifeira endomingada ou o campino de barrete verde (ou azul se for de maioral real) de carapinha encarnada, que faz reluzir os metais das suas esporas ou os botões da jaleca e dos calções, ao longo do “fadinho ba do”, da “moda dos dois passos” e do “vira de seis”. Ao som do acordeão, do reco-reco, da viola portuguesa, do toque no cântaro e dos ferrinhos, todos cantam, dançam e encantam quem assiste às suas exibições. Em comum a arte e a mestria, e porque não o orgulho do brio, para além do “fandango”. Mas no Concelho outras manifestações concorrem para o promover, divulgar, dignificar e exaltar. Seja o Concurso Internacio-

nal de Atrelagem de Tradição, seja o Na Golegã, fora de Época, Carros sem Cavalo, ou ainda o Concurso de Traje Português de Equitação, entre muitos outros, como a Mostra de Gastronomia Ribatejana e o Salão do Vinho, do Vinagre e do Azeite, em Maio.



de Apoio à Presidência | Propriedade- Município de Golegã 2011 | Impressão -A Persistente| Tiragem 4.000 exemplares | Depósito Legal nº 329339/11

, !"#$ % , $! !"& !$ |Textos - Presidente da Câmara Municipal da Golegã | Fotos - Arquivo Municipal | Grafismo, Paginação e Edição - Gabinete


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