Impresso Especial
jornal do
saesc
N° 68001041/01-DR/SC
SAESC CORREIOS
Informativo do Sindicato dos Administradores de SC - Ano XII - nº 81 - Out./Nov./Dez. 2008
ENCHENTES: ASSUNTO PARA ADMINISTRADOR? Prêmio Saesc Universitário já tem os vencedores 2008 PÁGINA 7
Contribuições sindicais financiam a luta coletiva PÁGINA 3
Conheça as prioridades do Saesc para 2009 PÁGINA 3
Informativo do Sindicato Expediente dos Administradores de SC
Solidariedade e reflexão
Jornalista Responsável Gastão Cassel (DRT/RS 6166) Claudio Lucio (DRT/SC 2475) Projeto Gráfico Marina Righetto Reportagem Andressa Taffarel Galeno Lima Diretor Responsável Leandro Melim Passoni Contatos: e-mail: saesc@floripa.com.br fone: 48 3222-8080 site: www.saesc.org.br Endereço: Rua dos Ilhéus, 38 salas 602 e 603 - Centro CEP 88010-560 Florianópolis - SC
Ao término de mais um ano, seria época de pararmos um momento para somar as coisas boas que aconteceram em nossas vidas. Hora de apresentar nossas realizações: as vitoriosas negociações salariais nas diversas empresas, as metas alcançadas em consonância com o planejamento estratégico do Sindicato, as convenções coletivas celebradas, as conquistas obtidas para todos os associados. Mas a situação em que se encontra Santa Catarina é mais importante. À frente de qualquer palavra que expresse o desejo de um Feliz Natal, o momento é de solidariedade! Solidariedade àqueles que foram atingidos pela tragédia. Nosso esforço para que possam sobrepujar o momento de desesperança e de descrédito. Para que tenham força para enfrentar as dificuldades que estão às suas portas, e que os sentimentos de coragem e superação possam estar presentes em seus novos dias. Vamos festejar sim, pelo bem que cada um de nós é capaz de fazer para levar um pouco de amor e paz ao lares de todos. É o que a Diretoria e funcionários do Saesc desejam a todos os administradores.
Feliz Natal e Próspero Ano Novo. 2
Manter trabalho forte com as intersindicais é a meta para 2009 Manter forte o trabalho junto às Intersindicais e estreitar ainda mais o vínculo com o meio acadêmico. Estas são as principais metas do Saesc para 2009 conforme a Assembléia Geral dos Administradores realizada no dia 27 de novembro, na sede do sindicato. O Sindicato também vai ampliar a Convenção Coletiva para abranger categorias pertencentes à indústria. A avaliação da Assembléia é de que 2008 foi um ano positivo para o Saesc, com resultados favoráveis na maioria das negociações e excelente participação da entidade junto às intersindicais. A assembléia discutiu também os valores das contribuições para o Saesc, conforme matéria abaixo.
Contribuições sindicais fortalecem a entidade e financiam a luta coletiva A filiação ao SAESC não é uma obrigação, mas uma questão de opção, que depende da consciência individual do administrador e da vontade de fortalecer a sua categoria profissional. São as contribuições do administrador que mantêm o funcionamento do SAESC. Elas são classificadas como voluntárias ou compulsórias. VOLUNTÁRIA é a mensalidade/ anuidade, também chamada contribuição estatutária, cobrada dos filiados, cujo valor é anualmente definido pela Assembléia Geral Ordinária dos Administradores. A mensalidade é descontada em folha de pagamento do Administrador que trabalha nas empresas com as quais os Saesc mantém Acordo Coletivo. Já a anuidade é cobrada mediante boleto bancário enviado por correio. COMPULSÓRIA é o chamado IMPOSTO SINDICAL, ou contribuição sindical. É uma cobrança compulsória, definida por lei desde a Constituição de 1937. Esse imposto tem caráter tributário e é devido por todos os trabalhadores – empregados, autônomos e profissionais liberais
– e também pelos empregadores. Para o trabalhador empregado, o valor do imposto sindical corresponde a um dia de trabalho no mês de março. Os profissionais liberais (administradores, economistas, engenheiros e outros) têm a opção de pagar este imposto através de guia remetida em fevereiro pelo correio. Os administradores sindicalizados têm a sua guia quitada pelo Saesc, que entende que, neste caso, o trabalhador já contribuiu voluntariamente. CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA é uma contribuição prevista no inciso IV do artigo 8º da Constituição Federal, cujo valor é definido pela Assembléia Geral do Sindicato e destina-se exclusivamente para os órgãos representativos de cada categoria, repartida entre sindicato, federação e quando houver, confederação. Seu valor, assim como a contribuição voluntária, também é fixado por Assembléia Geral, devendo ser pago apenas pelos associados da entidade. Neste caso o desconto independente de autorização individual.
Quem paga anuidade antes, tem desconto O Saesc está encaminhando os boletos bancários para o pagamento da anuidade de 2009. Veja abaixo as vantagens de pagar o quanto antes: Pagamento até 30/12/2008 – R$ 144,00 Pagamento até 31/01/2009 – R$ 150,00 Pagamento até 28/02/2009 – R$ 168,00 Pagamento até 31/03/2009 – R$ 180,00 Pagamento após 31/03/2009 – R$ 180,00 + 1% ao mês
Caso não receba o boleto, entre em contato com o sindicato pelo telefone (48) 3222-8080. 3
ESPECIAL
Responsabilidade é de qu Novembro de 2008 ficará marcado na história catarinense. É a data de mais uma tragédia natural que causou incontáveis prejuízos financeiros e mortes inesperadas, principalmente no Vale do Itajaí e Litoral Norte. Entre lembranças trágicas, há quem questione a suposta culpa dos governos, que na sua incapacidade de estabelecer planos diretores eficientes e executar leis ambientais, deixaram de salvar vidas, talvez aquelas soterradas pelas quedas de barreiras. A única responsabilidade certa para o momento é a de fiscalizar o dinheiro e as doações revertidas aos flagelados da enxurrada, reconstruindo essas vidas em um local mais seguro.
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As chuvas que caíram durante a primavera, em Santa Catarina, foram muito superiores a média registrada nos últimos anos. Em novembro, o acumulado chegou a quase 400% acima do esperado, atingindo mais de 1000 mm na cidade de Blumenau, segundo o Ciram/Epagri (Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometereologia de Santa Catarina). Nem mesmo as enchentes de 83 e 84, que ocupavam até então destaque entre as tragédias naturais no estado, foram alimentadas por tanta chuva em tão pouco tempo. Não há muito o que questionar sobre o volume de água. O professor do Departamento de Geografia da UFSC Luiz Fernando Scheibe lembra que a natureza não é estável e que a ocorrência de anos mais secos ou mais chuvosos faz parte do clima. "Deslizamentos também são fenômenos naturais, mas tornam-se tragédias porque há pessoas vivendo nesses locais, que não deveriam ser habitados justamente por ser uma área imprópria", explica. Alertas de deslizamentos foram emitidos pelo Ciram desde o dia 17 de novembro, quase uma semana antes das primeiras quedas de barreiras, que aconteceram nos dias 22 e 23. Parte dessa
tragédia é conseqüência da falta de prevenção e fiscalização, aliado ao desrespeito das leis ambientais por parte da população, segundo o diretor administrativo e financeiro do Saesc, Benhour de Castro Romariz Filho. "Um bom administrador público deveria visar o bem estar da população como um todo e não atender pedidos particulares." Em sua tese de doutorado, realizada em 2004, a geógrafa Rafaela Vieira pesquisou a suscetibilidade de quedas de morros e encostas na região sul de Blumenau. Ela aponta o bairro Garcia como um dos mais críticos. Mais de 80% da área foi identificada como região de "suscetibilidade instalada ou potencial" de deslizamentos. Na enxurrada que atingiu a cidade no mês passado, o bairro foi o mais atingido por deslizamentos, estatística ainda não contabilizada pela Defesa Civil da cidade. Cidades do Vale e Litoral Norte tiveram ruas e casas alagadas. Brusque, no entanto, foi um dos municípios que menos sofreu com a enchente, mesmo sendo cortada pelo rio Itajaí-Mirim. Boa parte da água foi escoada por um canal extravasor, construído na década de 80, após as enchentes de 83 e 84. O profes-
uem administra as cidades sor Scheibe vê a mudança no leito dos rios com extrema cautela. "Esse canal ajudou a escoar mais rapidamente a água que passou pela cidade, mas pode ter contribuído com a enchente em Itajaí, por exemplo. A partir de Blumenau, o rio torna-se plano, sem quedas, e isso faz com que a água escoe mais lentamente. Se a água passou rápido por Brusque, pode ter demorado muito para sair depois, por causa dessa lentidão, acumulando-se na foz", questiona. Projetos administrativos e de engenharia modificaram rios na Europa, que hoje busca a renaturalização dos cursos d'água. Em 1992, com o apoio do Japão, o governo elaborou um projeto, integrante do Plano Global de Defesa Contra Enchentes, que previa o alargamento das margens do rio Itajaí, desde Blumenau até a desembocadura, além de diques nos rios secundários e um canal em Navegantes, que desviaria parte da água que chega a Itajaí. "Felizmente esse plano não saiu do papel. Fizemos uma grande pressão nos deputados, enquanto o projeto estava na Assembléia Legislativa. Não havia estudos de impacto ambiental, sem contar que o Porto de Itajaí poderia ser comprometido, pois nas enchentes normais, quando
há uma cheia razoável, a água chega em Itajaí com bastante força e velocidade, limpando os detritos que se acumulam e diminuem o calado do porto", avalia o professor. Para 2009, está marcada a votação de um novo Código Estadual de Meio Ambiente, que enfrenta críticas de ambientalistas e representantes de universidade catarinenses, que vêem o projeto como resultado da pressão de fazendeiros, fábricas de celulose, empreiteiros e outros interessados. Entre as mudanças, está prevista a drástica redução das áreas de preservação permamente ao longo dos rios e em áreas com declive. Os manifestantes contrários afirmam que tais medidas "aumentam a chance de ocorrências e agravam o efeito de catástrofes como a que estamos vivendo". Enquanto buscam-se soluções para a tragédia que atingiu Santa Catarina, o administrador tem um papel importante para executar neste momento: fiscalizar a reconstrução. "A tarefa agora é administrar os valores recebidos e direcioná-los para as obras que interessam a população, além de permitir a reconstrução em áreas que sejam seguras e fazer licitações limpas para essas obras", afirma Benhour.
A TRAGÉDIA EM NÚMEROS - Desabrigados: 5.567 - Desalojados: 27.236 - Abrigos: 100 - Desaparecidos: 26 - Vítimas fatais: 128 - Município com maior número de vítimas fatais: Ilhota (41 mortos e 20 desaparecidos) - Municípios em estado de calamidade pública: 14 - Municípios em situação de emergência: 63 - Doações para o Fundo Estadual da Defesa Civil: mais de R$ 23 milhões - Doações em suprimentos: mais de 3,2 milhões de quilos de alimentos; mais de 2 milhões de litros de água; mais de 200 toneladas de roupas; mais brinquedos, materiais de higiene pessoal e outros. (Dados de 16 de dezembro de 2008)
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O SAESC em 2008 Tradicionalmente o SAESC tem participado dos Acordos Coletivos de Trabalho (ACT) nas empresas em que seus associados trabalham. Como uma filosofia ou norma de trabalho, o SAESC sempre atua de forma coletiva, isto é, juntamente com outros sindicatos, formando as Intersindicais, forma de atuação nas negociações praticamente criada por este Sindicato dos Administradores. Isto tem sido uma constante e não foi diferente no ano de 2008, onde os acordos foram celebrados nas mais diversas empresas sempre com bom êxito, se não com um ótimo resultado, pelo menos nunca permitindo perdas para os trabalhadores, quer em cláusulas econômicas ou sociais. Sempre foi nossa preocupação o pouco atendimento que pudemos dar aos associados que não são de empresas estatais e concessionárias, que formam a maioria dos associados. Neste ano de 2008 pudemos dar um bom passo na direção deste
atendimento quando atuando com o SINDASPI fizemos a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com o SESCON – Florianópolis e com o SESCON – Joinville. Com a intenção de atuarmos junto aos principais sindicatos patronais, esperamos ampliar o atendimento à categoria em todo o Estado de Santa Catarina.
NOTAS Vandresi Marcos Vandresi, presidente do Conselho-Fiscal do Saesc, foi escolhido no dia 31 de outubro de 2008, em Brasília, como membro do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso Representando a Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas. Vandresi também integra a comissão
II Conferência Pessoa Idosa, que acontece entre os dias 18 e 20 de março de 2009.
organizadora da
OBSERVAÇÃO:
Nacional
Convenção Coletiva de Trabalho – é um instrumento normativo pactuado entre sindicatos representantes dos empregadores (categoria econômica) e sindicatos dos empregados (categoria profissional). Acordo Coletivo de Trabalho – é um ato jurídico celebrado entre uma entidade sindical laboral e uma empresa correspondente, no qual se estabelecem regras na relação trabalhista existente entre ambas as partes.
da
Credelesc A diretoria do Saesc decidiu, em virtude dos bons contatos com a instituição financeira, que o pagamento da anuidade dos associados será via
Credelesc. De acordo
com a lei essa cobrança deve ser mediada através de um instituição financeira.
A Credelesc preenche
os requisitos pois é uma instituição atrelada ao
Banco do Brasil.
PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA 2009 DESPESAS
valor
valor
PESSOAL
30.300,00
RENDA TRIBUTÁRIA
98.000,00
TERCEIROS
16.800,00
RENDA SOCIAL
78.000,00
ADMINISTRATIVAS
27.600,00
RENDA PATRIMONIAL
39.000,00
INTERSINDICAIS
12.500,00
RENDA EXTRAORDINÀRIA
COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO
45.400,00
DIVERSAS
11.400,00
VEÍCULO
7.500,00
DIRETORIA/CONSELHO FINANCEIRAS TOTAL DAS DESPESAS
5.000,00 170.000,00
DESPESAS DE CAPITAL/INVESTIMENTOS
10.000,00
TOTAL DESPESAS E DE INVESTIMENTOS
180.000,00
SUPERÁVIT EXERCÍCIO 2009
5.000,00
13.500,00
INVESTIMENTOS
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RECEITAS
40.000,00
TOTAL DAS RECEITAS
220.000,00
Sindicalizar-se é uma atitude positiva. Venha para o Saesc Quem é sindicalizado nunca está sozinho Filar-se ao Saesc é uma atitude afirmativa. O administrador sindicalizado, seja ele empregado de empresa pública ou privada, terá sempre um representante legal, alguém para defender seus interesses, coletiva ou individualmente. Ter um órgão para representar o associado juridicamente ante as empresas em seus interesses profissionais é uma arma do trabalhador. O Saesc planeja ações de longo prazo com suas Intersindicais, lutando por melhores remunerações e condições de trabalho, convenções coletivas e dissídios para a categoria. O Saesc também representa os administradores em congressos, conferências e encontros, além de zelar pelo cumprimento da legislação, dos acordos e das convenções de trabalho. Atualmente o Saesc está em con-
tato direto com trabalhadores de 15 empresas, entre elas: Eletrosul, Cidasc, Celesc, Casan, Codesc, Sebrae, Celos, Santur, Epagri, Tractebel, Ocesc, Fecomércio e Fiesc. No momento existem 400 associados diretos, mas a base da categoria, com a qual o Saesc mantém contato, ultrapassa os três mil.
Eis algumas razões para você se filiar: yy O Sindicato luta pela conquista de maiores salários, valorização profissional e melhores condições de trabalho; yy Participa de campanhas e negociações de reivindicações dos administradores nas empresas estaduais, federais e privadas seja na data base da categoria, ou na atuação com intersindi-
cais, e nos planos de participação em lucros ou resultados; yy Filiando-se, o administrador terá direito aos benefícios/serviços do Sindicato; yy Através de assessoria jurídica, esclarece dúvidas e oferece assistência nas questões trabalhistas, individuais e coletivas. yy Quitação da GRCS (Contribuição Sindical).
COMO FILIAR-SE Para filiar-se ao Saesc preencha a ficha no site do sindicato na internet (www.saesc.org.br). A direção vai procurá-lo para efetivar a filiação.
Todos os anos o sindicato entrega o Prêmio SAESC Universitário, criado em 2003, que busca, através da competição, estimular a reflexão e o aperfeiçoamento dos estudantes de administração, condecorando os melhores alunos das universidades públicas, a cada semestre. A partir deste ano o prêmio é extensivo além dos alunos dos cursos de Administração de Empresas (UFSC, ESAG), aos de Administração Pública (Balneário Camboriu) Na solenidade de formatura eles recebem de representante da entidade um certificado de premiação e um cheque de R$ 600,00. A avaliação é feita com base nos históricos escolares. Os melhores de 2008 • Rubia Sedemaka Silva - Administração de Empresas - UFSC -26/09/2008 • Clarissa Garcia Correa - Administração de Empresas - UFSC -26/09/2008 • Rafael V. dos Reis - Administração Pública - UDESC/ESAG - Florianópolis -19/09/2008 • Monique C. Willrich - Administração Pública - UGESC/ESAG - Baln. Camboriú -06/09/2008 • Mariana Punchirolli Torressani - Administração de Empresas - UDESC/ESAG -22/08/2008 • Ana Alice Martins - UFSC - 12/04/2008
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ENTREVISTA
“O Sindicato está presente para os estudantes”
O mais jovem diretor de centro da Universidade Federal de Santa Catarina está encerrando seu mandato. Aos 36 anos o administrador e doutor Maurício Fernandes Pereira se prepara para deixar o cargo de Diretor do Centro Sócio-Econômico ainda este ano e se concentrar na atividade docente, da qual nunca se afastou por completo, e nos últimos retoques no livro Planejamento Estratégico Pessoal, que lançará em breve. Professor da UFSC há 11 anos, Maurício lembra de um tempo em que o Saesc “simplesmente não existia para os estudantes”. Ele era chefe do departamento de Ciências da Administração quando um diretor do Saesc o procurou para implantar o Prêmio Saesc Universitário. “Foi uma grande idéia, uma aproximação estratégica. Hoje o 8
sindicato é pessoa presente entre os alunos. Eles sabem que podem receber um prêmio no dia da formatura desde o primeiro dia de aula”, relata com entusiasmo o professor. Para ele, a convivência entre a Universidade, o Conselho Regional de Administração e o Sindicato dos administradores aponta para a valorização e o crescimento da prática profissional. A presença do Sindicato na Universidade, segundo Maurício, estimula a qualidade de ensino. O convívio, neste caso, viabiliza um aprendizado por proximidade, e o Sindicato tem estado sempre presente por meio de seus diretores que estão sempre prontos a ajudar e participar de eventos. Maurício não compartilha da opinião corrente de que existem muitos
cursos de administração. “Mesmo que os cursos sejam muitos, especialmente os privados, há poucos administradores, o mercado precisa de mais administradores”. A avaliação é de que a maioria das empresas ainda não têm um administrador, que há espaço para mais profissionais. O professor defende sua tese com números domésticos: na UFSC estudam administração 935 alunos presenciais e 1.500 a distância. “Se tivéssemos mais vagas, teríamos mais alunos”. Sem fechar os olhos para o problema da qualidade de muitos cursos, Maurício argumenta que a qualidade de ensino é outro debate, submetido a outras variáveis sócio-econômicas. O professor fica inquieto quando fala do reconhecimento da profissão. Acredita que é vital disseminar a importância do ensino de administração pela prática. “Precisamos perceber que é importante desenvolver o conhecimento respeitando a prática. Eu não poderia contratar o Bill Gates para ser professor aqui porque ele não é formado em administração, mas não posso deixar de considerar que a experiência dele é rica e a gente precisa aprender com ela”, explica contando que “nem o Petter Druker era formado”. O caminho do reconhecimento da profissão, para o professor, passa pelas ações combinadas da Universidade com o Conselho e o Sindicato. Há como mostrar que a importância da ciência da administração para a sociedade. A presença de um administrador é sempre melhor para todos.