2013-2015
UM NOVO OLHAR
SOBRE UM VELHO TEMA
ÍNDICE
ADILSON PIRES
1
RODRIGO ABEL
2
RUBEM CÉSAR
3
TIÃO SANTOS
4
APRESENTAÇÃO
5
NOSSO PÚBLICO
7
IDADE E SEXO
8
ESCOLARIDADE
9
PERFIL DE SAÚDE
10
RENDA DA FAMÍLIA
11
MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
11
ORIGEM GEOGRÁFICA
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REDUÇÃO DE DANOS
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NOSSO DESAFIO
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METODOLOGIA
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O QUE É FEITO NAS CASAS?
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FICHA TÉCNICA
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Prestes a completar dois anos de funcionamento, os resultados são muito positivos.
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ADILSON PIRES
VICE-PREFEITO DO RIO DE JANEIRO
Ao chegarmos à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, em 2013, a cidade vivia uma situação limite junto à abordagem e o acolhimento da população em situação de rua usuária de drogas psicoativas, em especial o crack. Diante desse quadro, iniciamos a construção de novos modelos de políticas públicas voltadas para essas pessoas. Do trabalho em conjunto e da certeza de que a porta de saída está na garantia de diretos e promoção de uma agenda social Inter setorial, nascia, naquele mesmo ano, a nova Casa Viva. Ampliada, agora com cinco unidades para a reinserção social de adolescentes envolvidos com o uso de drogas, as Casas Vivas rapidamente tornaram-se referência nacional de acolhimento especializado. Reformulada, ganhou marcas diferenciadas como o projeto de desenvolvimento individual para cada menino e menina acolhido. Também promovemos a parceria fundamental
com a sociedade civil, por meio do Viva Rio, a articulação plena com a educação e, principalmente, com a saúde mental do município do Rio de Janeiro. Prestes a completar dois anos de funcionamento, os resultados são muito positivos. Os dados que serão apresentados neste estudo são uma mostra de que estamos no caminho certo. O que os números não mostram são os sorrisos dos adolescentes que viviam nas ruas. Hoje, se recuperam em segurança, retomam os estudos, o contato com suas famílias, reencontramse com as vidas antes roubadas pela droga. Assim como o trabalho diário da equipe da Subsecretaria de Proteção Social Especial, dos profissionais da ponta, que mantêm acesa a esperança de avanços, um dia de cada vez, nas nossas Casas Vivas.
CASA VIVA BALANÇO 2013-15
RODRIGO ABEL
SUBSECRETÁRIO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Em 2013 quando assumimos a tarefa de ordenar uma política pública que pudesse dar conta dos desafios do uso abusivo de drogas em adolescentes, em especial aqueles que se encontravam nas ruas da nossa cidade, sabíamos o quanto seria difícil, mas não tínhamos a mínima dimensão do quanto enorme seriam as barreiras a serem transpostas, dos preconceitos a serem enfrentados, dos rótulos a serem apagados e, sobretudo, das ciladas impostas por uma agenda contaminada por inverdades verdadeiras. Particularmente sempre tive uma certeza, qual seja: que o binômio e a polêmica colocado no debate das drogas – saúde e segurança pública-, precisava ser reparado com urgência, dando ênfase a outro elemento, neste caso a agenda de oportunidades sociais, já que em grande medida o tema social em nosso público sempre esteve presente na raiz ou nas estratégias para a sua superação. Saúde e segurança pública não podiam
mais dominar esta agenda sozinha, era chegada a hora da agenda social encarar o tema das drogas com a mesma intensidade com que o Brasil enfrentou o tema da fome a da pobreza na última década. Desenhamos o Casa Viva! Enfim um lugar, uma morada, uma acolhida, lugar digno de ser chamado de casa. Essa Casa é libertadora, é aberta, é emancipadora!! Sonhamos muito este novo lugar e criamos juntos com a saúde, com a educação, com ativistas sociais, culturais e com todos aqueles que romperam a lógica dos rótulos e dos manuais esta nova política! O Casa Viva não está escrito em nenhum lugar, somente AQUI! Este relatório, que é uma forma de prestação de contas, é único num universo de palavras não comprovadas e mostra a nossa coragem em abordar este tema sabendo que, enfim, caminhamos na trilha certa.
Enfim um lugar, uma morada, uma acolhida, lugar digno de ser chamado de casa.
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RUBEM CÉSAR
DIRETOR EXECUTIVO DO VIVA RIO
As Casas Vivas oferecem condições dignas de moradia - suas características físicas e estéticas transmitem um sentido de prioridade. As portas abertas, ou melhor, a possibilidade de sair e de voltar, sob pedido, completam o desenho. Demonstram que são de fato “casas”, que não são prisões disfarçadas. De novo, a possibilidade de entrar, sair e voltar, por vontade própria, internaliza o processo de integração. Isto faz toda a diferença. A aproximação entre Assistência e Saúde é um ganho extraordinário, ainda que nos pareça óbvio. Fácil de falar, difícil de fazer, e quando acontece, mostra que é a coisa certa. Ganha a Saúde com a aproximação entre a “Saúde da Família”, a Saúde Mental e os cuidados com os excessos do álcool e de outras drogas. Ganha a Assistência, com a abordagem sem medo da liberdade que chega na adolescência. Ganham Assistência e Saúde com a utilização dos princípios da ética do cuidado, que aposta, justamente, na capacidade de decisão do indivíduo e do grupo. Falta integrar, de modo detalhado, outras dimensões fundamentais, como a educação,
a geração de renda, a segurança e a justiça. Ai de nós, sociedade brasileira, que assiste complacente aos sofrimentos do povo da rua e dele reclama indignada, com propostas genéricas que nada resolvem. Ao contrário, a gestão cuidadosa das Casas Vivas, com Planos de Desenvolvimento Individual (PDI) para cada menino e menina, melhora a qualidade dos gestores e dos trabalhadores que aprendem a pensar sobre que fazem. Ninguém se engane. A convivência é traiçoeira. O cuidado cria vínculos que viram e mexem, instáveis. As ameaças e o medo são recorrentes. Bons e maus momentos alternam-se insensatamente. O riso e o stress são parceiros. Precisamos cuidar de quem cuida, pois o dia a dia da profissão não é para qualquer um. Por isto mesmo, as Casas Vivas devem ser percebidas como uma experiência em curso, em busca de metodologias mais consistentes, que não dependem apenas delas, pois não se pode separar as Casas das Ruas que temos. As Secretarias de Desenvolvimento Social e da Saúde, da Prefeitura do Rio de Janeiro, merecem o nosso reconhecimento pela ousadia desta experimentação. Na qualidade de diretor do Viva Rio, organização parceira na gestão das Casas Vivas, declaro meu orgulho e o dos meus e minhas colegas, pela oportunidade de acompanharmos de perto o crescimento das Casas Vivas.
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As Casas Vivas oferecem condições dignas de moradia suas características físicas e estéticas transmitem um sentido de prioridade.
CASA VIVA BALANÇO 2013-15
Difícil falar dessa experiência que nos é muito cara e apaixonante.
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TIÃO SANTOS COORDENADOR DO VIVA RIO
Difícil falar dessa experiência que nos é muito cara e apaixonante. Para além dos temas e de suas complexidades, especialmente nos dias de hoje, move- nos, necessariamente, a ousadia, recheada de esperança de mudar paradigmas e encontrar caminhos, que transforme as Casas Vivas em modelo para o país. Talvez nosso maior desafio esteja na compreensão de cada um dos meninos e meninas e seus desejos, nem sempre revelados, muitas vezes forçadamente ocultados pelos traumas causados pela falta de direitos. Na verdade, os caminhos que estamos trilhando e devemos continuar perseguindo não podem ser outros senão os de devolver a cada menino e menina os direitos que lhes foram sequestrados. Para isso, precisamos todos nós, poder público, gestores e sociedade, contribuir para alargar as margens que dificultam os avanços necessários ao desenvolvimento de uma política pública que transforme a realidade social de crianças, adolescentes e jovens que vivem as vulnerabilidades que a dura realidade social lhes impõe.
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PROGRAMA CASAS VIVAS DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO O programa Casa Viva é uma iniciativa de atenção e cuidado integral aos jovens que fazem uso abusivo e prejudicial de drogas. O programa prevê residência temporária e acompanhamento 24 horas por dia. Nas residências, os jovens vivenciam um processo de construção de um projeto de vida na sua plenitude, por meio de ações de fortalecimento do protagonismo e acesso a novas experiências, conhecimentos e serviços que possam de fato desenvolver suas potências. O Plano de Desenvolvimento Individual – PDI, construído democraticamente pelo o jovem quando acessa à Casa Viva, trata-se do principal instrumento de trabalho do programa. É através deste rico Plano – não é estático, que nossas equipes técnicas da assistência social e da saúde mental, que mais a frente também desenvolve o Plano Terapêutico Singular através dos CAPS ou CAPSI – próprio da saúde mental, que dão potência máxima a este programa, garantido desta forma uma visão mais harmoniosa entre as ações das políticas públicas destinadas a este jovem. Importante destacar que o PDI é uma metodologia de intervenção personalizada, baseada na construção de um mapa único para cada jovem, que inclua seus interesses, obstáculos e, sobretudo, suas estratégias para superação de seus dilemas e desafios propostos. Contudo, a prospecção de oportunidades disponíveis não abrange apenas o serviço público, mas a rede não governamental, a sociedade civil e o setor privado, por meio da formalização de parcerias. ADOLESCENTES DO SEXO FEMININO Cada Casa Viva possui sua singularidade em relação DE 12 A 18 ANOS INCOMPLETOS ao território, público atendido, serviços disponíveis, Casa Viva Penha configurando assim, uma dinâmica própria.
CASAS FEMININAS
Casa Viva Jacarepaguá*
CASAS MASCULINAS
ADOLESCENTES DO SEXO MASCULINO DE 12 A 18 ANOS INCOMPLETOS
Casa Viva Bonsucesso Casa Viva Del Castilho Casa Viva Bangu *A Casa Viva Jacarepaguá está passando por uma mudança do perfil de atendimento com meta de consolidação em junho de 2015.
A seguir serão apresentados os avanços obtidos e documentados no período de julho/2013 a abril/2015. A análise é baseada nas ações, avanços e procedimentos referentes a cada período do traçado metodológico do programa. Para tal, consideramos o tempo de permanência dos acolhidos e o ciclo de estímulos ofertados na trajetória dos adolescentes nas Casas. Ponderamos a importância do entendimento de suas demandas e o reconhecimento de novos repertórios, sem menosprezar as dificuldades de mudança e o tempo de cada um para promover a gestão de seus sentimentos e necessidades.
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JULHO/2013 A ABRIL/2015 A principal premissa da Casa Viva consiste em levar em consideração o interesse daqueles que estão sendo cuidados. Para isso é preciso favorecer e dispor de um ambiente de trocas que permita o desenvolvimento de um processo de vinculação. Neste sentido, busca-se o fortalecimento do espaço de convivência através de relações humanizadas entre profissionais e jovens que estimule o protagonismo de cada um. Muitos desses jovens apresentam uma ruptura profunda de seus laços familiares, sendo difícil reestabelecer a relação. O programa os auxilia a transpor os obstáculos advindos de uma trajetória de exposição ao risco e busca reconstruir por meio da ética da proteção e cuidado a sua emancipação e autonomia.
O acolhimento é um serviço altamente As Casas Vivas se colocam para os jovens como um local seguro e aberto à especializado no jovem, discussão franca sobre o uso e o lugar das drogas em suas vidas. De acordo nas suas demandas e com essa proposta, funcionamos sob a lógica da Política de Atenção expectativas, com uma Integral para os Usuários de Álcool e Outras Drogas do Ministério da linguagem própria, pois não Saúde. Significa que diante da impossibilidade de parar com o uso da tem como fim o cerceamento ao droga, trabalhamos no sentido do menor dano ao usuário. direito de ir e vir, ao contrário, prima pelo desenvolvimento de um conjunto A metodologia da Casa Viva é dividida em quatro fases, de ações que possam produzir o sentido pelas quais o PDI é desenvolvido, revisado e aplicado. do cuidado, autonomia e protagonismo. Os princípios básicos desta construção são: respeito à singularidade; cuidado; mapa de desejo; ampliação de repertório, ofertas e possibilidades; potencialidade; fruição; autonomia e emancipação. Todo o trabalho prima pela busca de respostas de cada jovem por uma vida plena.
POR MEIO DESSA PROPOSTA FORAM OBTIDOS OS SEGUINTES 3 Ao longo do programa 20 RESULTADOS:
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Em média, a cada 14 acolhidos que entram no programa, 9 permanecem, 2 se mantém em processo de idas e vindas e 3 evadem sem retornar. Segundo pesquisa se percepção realizada com os acolhidos, 77% relatam ter uma relação mais positiva com o consumo da droga, a partir do ingresso nas Casas Vivas. 82% declaram estar satisfeitos com o programa e 53% mencionam forte vinculação com a Casa. No total, 66% dizem ter uma relação positiva de mudança de trajetória por meio do PDI.
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adolescentes atingiram todas as metas de sucesso do programa, se inserin-do no mercado de trabalho, continuando em suas rotinas de ensino, se reinserindo na vida familiar ou conquistando a própria autonomia. 316 adolescentes foram acolhidos nas Casas Vivas.
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86% dos acolhidos retornam a uma rotina regular de ensino, situação que se mantém mesmo após o desligamento do programa, nos casos de sucesso acompanhados.
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65 acolhidos estão sustentando uma relação mais saudável com a droga, o que permite a permanência nas casas. 100% dos acolhidos possuem acesso aos serviços de atenção básica e súde mental, além de serem acompanhados diariamente nas casas por nutricionista, psicólogo, enfermeiro, assistente social e educadores, que formam uma equipe multiprofissional.
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ESCOLARIDADE
garantiu o acesso imediato escolas para minorar o processo
FIGURA
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acolhidos no programa.
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PERFIL DE SAÚDE No grupo acolhido, percebemos uma incidência de 6% de tendo em vista a delicadeza inerente ao processo de diagnóstico no campo da Saúde Mental, sendo necessário um período de tempo grande nesse processo. Como as propostas terapêuticas e medicamentosas são voltadas aos sintomas, o diagnóstico não é uma prioridade para o atendimento e, muitas vezes, na infância e adolescência, leva a rótulos indesejáveis. Por outro lado, na dinâmica de convivência da Casa e na construção de oportunidades, as comorbidades psiquiátricas são bastante relevantes e exigem a construção e execução de processos equipes. Para isso, a parceria com os serviços de saúde metal é fundamental. A existência de tuberculose e outras doenças pulmonares básica - que implicam em imediato atendimento no ato de acolhimento - tem sido fundamental para a recuperação individual e diminuição nas de saúde diagnosticadas no programa.
FIGURA no programa.
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RENDA DA FAMÍLIA Destaca-se que 43% declaram não lembrar e/ou não possuir renda e 34% declaram renda de até 1 salário mínimo. Somando as situações citadas, temos 77% das famílias vivendo abaixo
da linha de pobreza indicando que o fator (ausência de) renda é extremamente relevante no público atendido.
FIGURA
MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS Ao longo do Programa tivemos 28 casos de cumprimento de medidas socioeducativas em liberdade assistida nas Casas Vivas (22 meninos e 6 meninas). A totalidade desses acolhimentos implicou em evasão sem retorno. Creditamos esse fracasso à ausência de estudo de caso anterior ao acolhimento com possibilidade de sensibilização do jovem para a proposta da Casa Viva.
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ORIGEM GEOGRÁFICA
FIGURA
Do total de acolhidos nas Casas Vivas, 64% possuem famílias moradoras na cidade do Rio de Janeiro o que viabiliza o trabalho fundamental da rede sócio assistencial. O restante, com familiares em outras cidades do pais à fora e implicam em maior complexidade na constituição do acompanhamento familiar.
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EXPERIMENTAÇÃO, FRUIÇÃO, ACESSO E RESSIGNIFICAÇÃO SÃO PALAVRAS DE ORDEM. Para o programa, a cidade fora dos limites da casa e da escola é um lócus principal no qual o jovem exercita sua autonomia. Conquistar a cidade é a grande vivência de cidadania, viver é uma iniciação de trocas, aprendizagem e expressões. Acreditamos que o espaço urbano deve ser estimulado pelo poder público como lugar de encontros e sociabilidades, é na rua e na urbes que múltiplas identidades, desejos e autonomias são forjadas. (DE CERTEAU, 1996). O encontro entre “os diferentes” possibilita a cidade ser vivida como um ativo social. Aumentar a circulação dos jovens pela cidade é ampliar as possibilidades de diálogo, é pensar a cidade como fruição, como sua, nossa, de todos. É aumentar o leque de possibilidades e aproximações, criando novas sensibilidades e ampliando, de certa forma, o mundo. A rua é de todos nós, igualmente, e é nosso dever tornála um espaço mais seguro e acolhedor, potencializador de crescimento e construção, beleza e interesse. Portanto, o programa Casa Viva utiliza cinemas, teatros, bibliotecas e demais espaços de entretenimento,
A TENSÃO REPRESENTADA ACIMA FEZ O PROGRAMA CASA VIVA RECONHECER, PRODUZIR E EMULAR UMA DINÂMICA PRÓPRIA DE INTERAÇÃO SOCIAL E GERAÇÃO DE RECONHECIMENTO E CONFIANÇA.
conhecimento e lazer que existem na cidade do Rio de Janeiro como estratégia de fruição e experimentação. Deste modo, não se trata apenas de garantir o consumo dos bens culturais. É preciso gerar condições para esses jovens produzam e repercutam suas próprias expressões artísticas dentro e fora das Casas Vivas. Sendo assim, equilibrar as pressões sociais internas, marcadas pela convivência contraditória dos elementos representados acima é uma constante diária no programa.
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ÉTICA DA PROTEÇÃO E DO CUIDADO Enquanto a lógica da abstinência está articulada com uma proposta de remissão do sintoma e a cura do doente, a proposta adotada pelo programa Casas Viva, tem como direção a produção de vida, considerada como o incentivo de regras autônomas de autocuidado. A abstinência pode ser um desafio a ser alcançado, porém, mesmo nesses casos, trata-se de uma meta pactuada, e não de uma regra imposta por alguém ou por uma instituição. Assim, a Ética da proteção e do cuidado é uma estratégia alternativa à lógica da abstinência, que inclui uma diversidade de técnicas, ampliando as ofertas em saúde, em desenvolvimento do convívio social e comunitário, em lazer e entretenimento e na cultura de fruir na cidade como um direito. Por este motivo o trabalho traçou iniciativas de visibilização dos resultados e aproximação comunitária no entorno das casas, além de estimular a elaboração, a responsabilização e o protagonismo dos jovens. Em síntese, a proposta é que cada indivíduo tenha ferramentas e recursos para cuidar de si. A construção de autonomia pressupõe o estímulo a um pensar e querer
A PROPOSTA É QUE AS CASAS ESTIMULEM OS JOVENS À ATIVIDADE COLETIVA, REFLEXIVA E DELIBERATIVA, POTENCIALIZANDO SUA CAPACIDADE DE RESPOSTA AOS DESAFIOS DA VIDA ADULTA. próprio e a criação de mecanismos que superem a falta de oportunidades a que os jovens estão sujeitos. Dar espaço aos jovens para que eles encontrem suas próprias respostas e saídas, ao invés de tentar adaptá-los ao inadaptável. A proposta é que as casas estimulem os jovens à atividade coletiva, reflexiva e deliberativa, potencializando sua capacidade de resposta aos desafios da vida adulta.
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FIGURA
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TEMPO DE USO DE DROGAS
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NOSSO PÚBLICO As Casas Vivas são especializadas no acolhimento de jovens de ambos os sexos, com idades entre 12 e 18 anos incompletos. O grupo acolhido soma ao uso abusivo de drogas histórias de vida com sucessivas violações de direitos e apresenta dados objetivos e subjetivos de extrema vulnerabilidade. A droga na faixa etária infanto-juvenil possui enorme capacidade de gerar dependência e de segregar socialmente, além de ocasionar danos físicos à saúde e danos sociais irreparáveis na trajetória dos jovens, famílias e familiares. Seus efeitos nocivos se manifestam de múltiplas formas, seja através da exploração sexual, trabalho infantil, dos rompimentos dos vínculos familiares e comunitários, do isolamento, na situação de rua, na exposição a condutas de O percurso de vida de cada jovem acolhido se traduz em situações tão singulares e graves que foi empreendido um (índice de criticidade) em cada Casa Viva. Essa percepção é necessária para que possamos constantemente adaptar nossas metas à realidade do público, evitando almejar resultados
incompatíveis com a capacidade momentânea dos jovens devido as suas características gerais. O instrumento de mensuração de criticidade estabelece um índice por caso e uma média para cada Casa. Todo o período de acolhimento e suas estratégias são pensados nas dimensões individuais e coletivas. O que inclui desde a formulação do PDI até a oferta de atividades, o planejamento de cada Casa e seus cotidianos. Evita-se incorrer na chamada “má-fé institucional”, aonde a instituição e/ou serviço oferta ”oportunidades” não adequadas ao público que dela necessita. O jovem deve necessariamente ser visto e ouvido como protagonista do processo e peça fundamental na constituição do coletivo Casa Viva, organizado a partir do conhecimento dos oferecer uma rota de fuga segura do uso abusivo das drogas por meio do fortalecimento do espaço de convívio, da construção de habilidades pessoais e interpessoais e da retomada educacional, para a construção de um novo projeto de vida.
Amarelo 1% Indígena 1%
FIGURA
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89% DOS JOVENS DAS CASAS VIVAS SE AUTODECLARAM NEGROS. ESTA INFORMAÇÃO APENAS REAFIRMA A QUESTÃO DE ÉTNICA JÁ PRESENTE NAS ESTATÍSTICAS BRASILEIRA
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IDADE E SEXO
FIGURA
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HISTORICAMENTE CAMENTE O C PROGRAMA A ATENDEU UM PERCENTUAL L MAIOR DE MENINOS, O QUE JUSTIFICA C A EXISTÊNCIA CA DE MAIS CASAS C PARA PAR ARA ESSE PÚBLICO.
FIGURA
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A faixa etária apresenta maior concentração no público feminino entre 15 e 19 anos, e no público masculino entre 14 e 19 anos. A predominância são adolescentes masculinos de 18 anos e femininos de 17 anos.
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NOSSO DESAFIO continuidade dos processos engendrados para auxiliar na de envolvimento nas tarefas escolares ou nas atividades
FIGURA 10
diuturnamente em conseguir navegar no imaginário desse adolescente/jovem através da estratégia de co-criação na elaboração de novas propostas, repertórios, ações criativas e inventivas para o enfrentamento desta situação. Contudo, a perseverança dos envolvidos no programa acaba por romper a barreira e de criar vínculos positivos com os adolescentes atendidos. Por isso, mesmo com episódios regulares de evasão, há o retorno de muitos dos adolescentes.
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com posterior retorno e as evasões (quando não há retorno posterior). O fato de não haver retorno nem sempre é negativo, podendo representar a volta do adolescente à família ou sua emancipação após os 18 anos.
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1. Dos 316 acolhidos que entraram no programa, 6% alcançaram todos os indicadores de sucesso do programa. 2. 39% ainda estão em um processo de idas e vindas – criaram vínculos na Casa, mas não sustentam a permanência regular no acolhimento -, 3. 21% permanecem de forma mais regular no programa. 4. 34% se desligaram sem retornar e encontram-se no processo de busca ativa com as famílias, nas cenas de uso, com parceiros, etc.
FIGURA
PERCEBE-SE QUE OS ENCAMINHAMEN C CAMINHAMEN TOS INVOLUNTÁRIOS TÁRIOS – SEM ADESÃO T VOLUNTÁRI T TÁRI A – APRESENTAM T TAM MAIOR ÍNDICE DE EVAS V ÃO SEM VAS RETORNO E MENOR TEMPO DE PERMANÊNCIA A NAS CASAS C .
FIGURA
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sobre o processo de vinculação dos adolescentes dentro do programa.
demonstra que o trabalho é sistematicamente construído, mas que o vinculo estabelecido consegue gerar os retornos necessários para a efetividade do acolhimento.
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NOSSO DESAFIO A evolução dos estágios - entrada, permanência, saída, retorno, saída sem retorno - é acompanhado por meio do Índice de 3
AS CASAS COM MAIOR QUANTIDADE DE INDIVÍDUOS ACOLHIDOS APRESENTAM O MENOR ÍNDICE DE PERMANÊNCIA.
ESSAS CASAS – DEL CASTILHO E PENHA – TAMBÉM SÃO AS MAIS RECENTES NO PROJETO E SOFREM O DÉFICIT DA CURVA DE APRENDIZADO JÁ SUPERADO PELAS DEMAIS.
Esses eventos acontecem mensalmente e vão se anulando toda vez que ocorre uma saída. Exemplo: uma saída com retorno anula o efeito positivo de uma entrada (+1-1=0) ou uma saída sem retorno anula o efeito positivo de uma permanência (+2tempo de permanência do adolescente no projeto. Aplicando uma média simples obtemos o índice permanência dos adolescentes torno de 2,5 - quanto mais alto o índice menor a rotatividade. A média geral serve de parâmetro para comparar o desempenho individual de cada casa.
FIGURA
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O índice é alcançado através da ponderação dos estágios supracitados da seguinte forma:
ENTRADAS
PESO 1
PERMANÊNCIA
PESO 2
SAÍDA COM POSTERIOR RETORNO
PESO -1
SAÍDA SEM RETORNO
PESO -2
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FIGURA
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Fluxo de serviço do programa Casas Vivas
4 Vivas desde o início do programa dos processos de permanência. Essa informação não é ponderada e é baseada apenas na quantidade de ocorrências por mês. Nota-se que a evolução das permanências é superior a todas as demais ações – entradas de novos indivíduos, saídas com e sem situação de estabilidade no projeto como um todo.
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METODOLOGIA
- INSERÇÃO: 0 A 3 MESES - TRAJETÓRIA: 3 A 6 MESES
FIGURA 15
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- DESLIGAMENTO: 6 A 9 MESES - PÓS-DESLIGAMENTO: 6 MESES
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FIGURAS 6
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FASES - ACUMULADO 65%
INSERÇÃO 0 a 3 meses
17%
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TRAJETÓRIA 3 a 6 meses
DESLIGAMENTO 6 a 9 meses
Para acompanhar o processo de trabalho, respeitando o tempo de vinculação caso a caso, o PDI que é permanentemente O acompanhamento, portanto, é realizado de forma contínua e processual. Essa forma de trabalho está intrinsecamente relacionada à problemática do uso abusivo de drogas, que inclui a descontinuidade ou ruptura dos processos sociais. As Casas Vivas se colocam para os jovens como um local de segurança e de acolhimento para onde o uso da droga pode ser enfrentado com franqueza.
O programa executa e acompanha sistematicamente 15 procedimentos mensais distintos que visam o cuidado, a proteção e o desenvolvimento do jovem em sua integralidade. Além de mensurar 30 resultados diferentes ao longo de suas 3 primeiras fases (inserção: 0 a 3 meses, trajetória: 3 a 6 meses, desligamento: 6 a 9 meses). Após o desligamento, o adolescente e sua família são acompanhados por 6 meses pelo programa por meio da dos CREAS, CRAS, da saúde através das clínicas da família e consultórios de rua, além de encontros presenciais com a equipe técnica da Casa.
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METODOLOGIA
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FIGURA Mensalmente sĂŁo executados em mĂŠdia 100 procedimentos, compreendendo que cada procedimento equivale a uma
7 executados ao longo do prog r rama rog r (Acumulado entre rre fev/2014 e abr/2015 r ).
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FIGURA
Os resultados são marcos atingidos ao longo do convívio com os adolescentes. Para cada jovem, 30 resultados são acompanhados. Abaixo está a representação das principais dimensões contempladas pela obtenção dos mais de 500 resultados acumulados desde o início do programa.
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O QUE É FEITO NAS CASAS?
O trabalho começa logo na entrada dos jovens que acontece de forma descentralizada e singularizada. Trata-se de uma abordagem através de uma conversa com roteiro para garantir mudanças inicias, um processo de escuta ampla e intervenção seletiva quando necessário, afinal busca-se no primeiro contato entender preliminarmente o jovem. Para que a oferta de acolhimento esteja de fato coadunada com a proposta de inclusão social, no primeiro contato esforça-se para desconstrução do tédio e da violência, pois se dedica a descortinar sentimentos do tipo “sou estrangeiro”, favorecendo assim, uma dinâmica própria de interação social e geração de reconhecimento e confiança com o jovem acolhido.
PARA AS CASAS VIVAS, AS EXPRESSÕES AO LADO COMPÕE A IDENTIDADE DO PROGRAMA, MUITO EMBORA PRECISE SER PERMANENTE REFORÇADAS E RENOVADAS, TAIS COMO:
- SER CONFIÁVEL - SER AMIGÁVEL - SER COERENTE - SER EXCELENTE - SER COMUNICATIVO - SER PARTICIPATIVO - SER INCLUSIVO - SER CRIATIVO/INVENTIVO
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PROCURA-SE NÃO APENAS DISPONIBILIZAR AS OPORTUNIDADES, MAS TRAVAR UM DIÁLOGO PARA QUE ESSAS OPORTUNIDADES SEJAM, DE FATO, INCLUSIVAS.
Operacionalmente a cada semana é realizada uma reunião de estudo de casos, quando são previamente indicados pela rede de serviços da SMDS os jovens potenciais para atendimento e acolhimento nas Casas Vivas. Nessas reuniões, as equipes das Casas se reúnem com o corpo técnico das unidades de recepção de jovens e adolescentes e discutem os casos que ao longo da semana foram observados. Além do estudo das histórias de vida, é feito um bate papo com os jovens para observar e construir, a partir deste momento, o processo de adesão. Após a pactuação de entrada entre a equipe e o jovem, é agendado de forma imediata uma avaliação dos serviços de saúde mental vinculados a cada Casa. Nessa avaliação é levado em conta o perfil de atendimentos da Casa , sendo o inicio de um processo terapêutico adequado a cada caso. Os encaminhamentos também são feitos pelos CAPS, CAPSAD e CAPSIs. Também nesses casos são precedidos de encontros entre as equipes para o prévio conhecimento dos casos e conversa com os jovens para ritualizar sua adesão e participação no processo de mudança de vida. Nas Casas, o acolhimento inicial busca singularizar ao máximo o acolhimento. As estratégias para isso vão desde a entrega de “kits de produtos de higiene e de consumo diário“, tais como toalhas e lençóis, à apresentação dos espaços da Casa com a participação dos outros jovens já residentes. A rotina da Casa é avaliada e planejada em reuniões semanais com os grupos residentes. Nessas “assembleias” se discutem passeios, planejamento do cardápio da semana, avaliação das
idas e vindas e possíveis dificuldades com o manejo das drogas, dificuldades interpessoais e temas que sejam elencados como de interesse do grupo. Cada Casa possui uma “caixinha, como se fosse um orçamento participativo para o custeio de miudezas e necessidades diárias das residências a partir dos interesses coletivos dos jovens”. As decisões variam entre cortes de cabelo, passeios especiais ou aquisições que demande uma “poupança” tal como comprar um jogo eletrônico. Essa técnica trás consigo o conteúdo e o incentivo para que os jovens acolhidos conseguirem identificar o “problema a ser resolvido”, direcionar energias no trabalho necessário para resolvêlo, sistematizar uma narrativa criativa e inovadora para defesa de sua demanda, desenvolver uma visão sistêmica dos processos produtivos do programa e, acima de tudo gerar – entregar - capturar valor de suas invenções. A Casa tem sua porta simbolicamente aberta, mas, por segurança ela é mantida fechada. No entanto, os jovens podem solicitar sua saída a qualquer momento. As saídas e os retornos demandam um grande manejo das equipes, pois são nessas saídas que o uso da droga pode acontecer.
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O QUE É FEITO NAS CASAS? A transparência com que esse diálogo é feito com cada jovem, individualmente, é um enorme diferencial das Casas e procura durante todo o tempo criar as possibilidades de percepção e protagonismo desses jovens em seu processo de reestruturação de suas próprias vidas. Cada Casa procura mapear no território e na cidade as oportunidades e as ofertas numa busca de tornar os ativos da cidade disponíveis e acessíveis. Procura-se não apenas disponibilizar as oportunidades, mas travar um diálogo para que essas oportunidades sejam, de fato, inclusivas. Nas escolas, além da garantia da matrícula para o jovem, a Secretaria Municipal de Educação - SME, por meio do Núcleo Interdisciplinar de Apoio as Unidades Escolares/ NIAP, realiza oficinas para seus profissionais de educação. Essa oficinas são realizadas nas próprias escolas onde os jovens são matriculados, buscando agregar valores e conhecimentos que aumentem a capacidade dessas unidades escolares atenderem as questões trazidas pelos jovens. Nos CAPS/CAPS-AD, CAPSIS e Clínicas de Família procuramos através de reuniões quinzenais construir um ambiente e conhecimentos necessários para a qualidade e a assiduidade dos tratamentos. Quando há resistência inicial a ida aos atendimentos de saúde, os profissionais dos serviços vinculados às Casas vão ao encontro dos jovens e participam da sensibilização necessária. Portanto, as Casas Vivas estão além de uma moradia provisória ou “segura”, ela é um lugar de troca que emula cotidianamente a aproximação e a criação dos jovens com a cidade e seus ativos, diminuindo as distâncias, as resistências e as pressões sociais internas entre instituições e serviços. A figura abaixo demonstra a concepção
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metodológica adotada para estimular reconstruções de trajetórias de vida por meio da ampliação de repertórios individuais, estimulada no programa Casas Vivas. O protagonismo dos jovens é incentivado na construção de sua autonomia e seu direito de expressão e escolhas é respaldado pela ética do cuidado. conjunto de narrativas marginais, boas, ruins e exitosas, um material vivo e não pasteurizado pelas exigências clássicas de uma vitrine.
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FIGURA
Metodologia para expressão das trajetórias singulares
Para essa presença na vida dos jovens seja de forma ininterrupta, de domingo a domingo, precisamos tamsistir e atender” para uma agenda contemporânea que se expressa em valorizar a juventude como potência. E assim, fomos progressivamente construindo os conteúdos e formas a serem trabalhados nos processos de
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processos de formação continuada com vistas à gestão do conhecimento. Para não reproduzir a “má fé da tutela” no lugar da mentoria para o desenvolvimento integral dos jovens acolhidos, limitamos a hierarquização e transformamos o modelo de gestão de cada Casa Viva numa combinação horizontalizasocial, psicólogo, auxiliar de serviços gerais, nutricionista, cozinheiros e até agente de portaria, apostamos e contamos com a sua potência de se reinventar. Portanto, procuramos criar um processo de formação humana a partir metodologias que incluam sua expressão e prévio conhecimento.
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DESAFIOS APROFUNDAR A INTERLOCUÇÃO COM O SISTEMA DE GARANTIA DE DIREITOS ATRAVÉS DOS JUIZADOS, MINISTÉRIOS PÚBLICOS E DEFENSORIA PÚBLICA, BUSCANDO UM ENTENDIMENTO SOBRE A METODOLOGIA E OS CONCEITOS ENVOLVIDOS NO PROGRAMA.
CRIAR SERVIÇOS DE EXTENSÃO DO PROGRAMA CASAS VIVAS PARA A FAIXA ETÁRIA DE 18 A 24 ANOS.
REESTRUTURAR E AMPLIAR AS AÇÕES VOLTADAS À GERAÇÃO DE RENDA CUIDANDO PARA QUE SE IDENTIFIQUEM COM O IDEÁRIOS E REALIDADE DOS JOVENS, POSSIBILITANDO A AUTONOMIA DOS MESMOS.
VALORIZAR O TRABALHO DO EDUCADOR COM O ESTABELECIMENTO DE UMA EMENTA MÍNIMA COMO PADRÃO DE PRÉVIO CONHECIMENTO E ELEVAR O PADRÃO SALARIAL DA CATEGORIA TORNANDO O CARGO ALVO DE INTERESSE E PROCURA.
APROFUNDAR OS PROCESSOS DIÁRIOS DE FORTALECIMENTO DO PROTAGONISMO DOS JOVENS CRIANDO NOVAS FORMAS DE INCLUSÃO DESTES NOS PROCESSOS DECISÓRIOS E DE AVALIAÇÃO.
CASA VIVA BALANÇO 2013-15
FICHA TÉCNICA
PREFEITURA Prefeito Eduardo Paes Secretário de Desenvolvimento Social Adilson Pires Subsecretário de Proteção Social Especial Rodrigo Abel Coordenador de Integração e Projetos Especiais Allan Borges Coordenadora de Serviços Especializados Maria Domingas Assessora Técnica do Programa CASA VIVA Alice Peçanha Coordenador do Serviço Especializado em Abordagem Social Ademir Cansian Supervisora Técnica Ana Lúcia Barbosa
VIVA RIO Diretor Executivo Rubem César Fernandes Coordenador Executivo Sebastião Correia dos Santos Coordenadora Técnica do Programa Casa Viva Marília Andrade da Rocha Assessora Técnica de Monitoramento e Avaliação Irene Ciccarino Supervisores Técnicos Genilson Teixeira do Carmo Pereira e Jacilea da Silva Santos
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