Jornal da Mulher

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Mulher LIMEIRA, DOMINGO, 1.º DE MAIO DE 2011 - ANO XII - nº 586

Dá pra envelhecer sem ficar velho? FABIANA LUCATO

Nas prateleiras das farmácias e supermercados, perfumarias, nos anúncios de revistas, nos catálogos de revendoras de produtos de beleza. Percebeu a quantidade de ofertas de produtos “antiaging”, “antienvelhecimento”, “anti-idade” que encontramos? Pelo prefixo “anti” a impressão que se tem é de ser contra o envelhecer. O médico Amaury Simoni, pós-graduado em Ciências da longevidade, medicina regenerativa e antienvelhecimento diz que dentro da medicina já se adota o termo “Fisiologia do Envelhecimento” ou então “Medicina Regenerativa”, uma vez que ninguém é “contra” o envelhecimento como o prefixo “anti” costuma sugerir. “Envelhecer é fisiológico, natural e saudável. Mas eu costumo dizer que “envelhecer sim; ficar velho não!”, diz. O médico explica que até o início do século passado, a longevidade humana não passava dos 50 anos, aumentando progressivamente. “Para se ter uma ideia, na Roma Antiga, a média de idade era de cerca de 25 anos. Na Idade Média (Séc. XV) chegou a 33, no final do Século XIX eram 47 anos e chegou-se aos 50 anos somente na terceira década do Século XX. Observe que foi somente a partir daí, que a mulher conheceu o que se chamou de “menopausa” e suas consequências. Nos dias atuais, no primeiro mundo, já chegamos aos 84 anos de expectativa de vida e a tendência é só crescer”.

Mais qualidade de vida Simoni diz que a medicina e o conhecimento global tem elevado a idade média de vida do ser humano, mas está se esquecendo de elevar proporcionalmente a qualidade de vida neste tempo a mais que estamos vivendo. “Envelhecer sim, mas com QUALIDADE. Ninguém quer chegar aos 80, 90 anos usando fralda geriátrica, precisando de cadeira de rodas ou com a família preocupada se vai se lembrar de voltar pra casa por ter esquecido onde mora”, diz. “Antigamente, achava-se que a genética exercia um grande papel na longevidade humana, ou seja, se você tivesse ascendentes longevos, teria grande chance de também o ser”, diz o médico que complementa: “Achava-se que a genética correspondia a 60% do “poder” de longevidade, o meio ambiente 20%, a medicina 5% e 15% seriam de responsabilidade do estilo de vida. Estudos recentes deram uma “guinada” nestes números: 15% para a genética e 60% para o estilo de vida”. Neste quesito incluem-se: alimentação adequada para a idade, sexo e biotipo, atividade física, hábitos saudáveis (não a bebidas e cigarros), redução do estresse, quantidade e qualidade de sono ideais.

Por que envelhecemos? O médico aponta que as causas básicas do envelhecimento são: excesso de peso/obesidade, estresse não compensado, sedentarismo, inflamação crônica, dieta hormonalmente incorreta, má qualidade do sono e quedas de níveis hormonais. Hoje em dia postula-se que “os hormônios não caem porque envelhecemos, MAS ENVELHECEMOS PORQUE OS HORMÔNIOS CAEM!!!” Por isso é importante, o máximo possível, manter níveis hormonais adequados, e é onde entram a dieta, exercícios, qualidade de vida e reposição hormonal bioidêntica”.

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Pesquisas mostram que estilo de vida influencia mais que a genética na longevidade

Mais: Quais seriam os pequenos hábitos que poderíamos adotar pra envelhecer com mais qualidade de vida? Pequenos” ou “grandes” para nossa saúde? Acho que AMAR seria um deles! Deixar o espírito livre, curtir pequenos momentos. Rir bastante, principalmente de si mesmo! Deixar hábitos ruins como cigarro e bebidas (tá bom, um vinho pra relaxar pode...). Alimentação mais saudável, reduzindo muito a quantidade de

gorduras e açúcares. Estresse. Ah o estresse! Sem comentários... Dormir bem. E finalmente, atividade física regular. Quais seriam os principais cuidados na velhice? É preciso se cuidar ANTES da velhice. O processo de envelhecimento se inicia por volta dos 25 anos de idade e não para mais. O que podemos fazer é REDUZIR A VELOCIDADE de como este processo se instala, deixar seu corpo com uma Idade Crono-

lógica bem diferente da idade real, a Biológica. Volto no básico: atividade física, redução de estresse, sono, alimentação compatível com a idade/atividade, exames médicos frequentes e se necessário reposição de substâncias que seu corpo não está mais produzindo adequadamente, como por exemplo, hormônios e nutracêuticos. Tem como manter os hormônios controlados? Existem várias coisas que podem ser feitas para aumentar a produção de hormônios e/ou aproveitar melhor o que ainda existe. Atividade física é uma delas, tomar sol!, não se alimentar de carbohidratos à noite (seu G.H. - Hormônio de Crescimento agradece...), dormir antes da meia-noite, ter ótima qualidade de sono, dieta em “Zona do Equilíbrio Hormonal” (Livro “Enter The Zone” Dr. Barry Sears - ainda sem tradução para o Brasil). Muito do que comemos pode ajudar ou atrapalhar a “fabri-

cação” ou o aproveitamento de nossos hormônios. Terapia ortomolecular funciona? O conceito básico na ortomolecular é o de restabelecer a química do organismo. Trabalha basicamente com vitaminas, minerais, enzimas. Muitas destas substâncias, que deveriam ser encontradas nos alimentos, estão aquém da quantidade mínima necessária no nosso dia a dia. Quando realizada com ética, e detectada alguma carência, funciona. É um conceito parecido com o que trabalha, de uma maneira muito mais abrangente, a Medicina Regenerativa (ou antienvelhecimento) com estas mesmas substâncias além de hormônios bioidênticos, aminoácidos, precursores hormonais, orientações de hábitos de vida, alimentação, etc. FONTE: Amaury Simoni - médico - Pós-graduação em Ciências da Longevidade, Medicina Regenerativa e antienvelhecimento.


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