6 minute read

3.1. Revolução Industrial II

UNIDADE 3 INDÚSTRIA, IMPERIALISMO E GUERRA

Na segunda metade do século XIX o Antigo Regime na Europa já era passado, a burguesia, através de uma onda revolucionária liberal iluminista, havia derrubado os governos de clérigos e nobres e se estabelecia no poder. Junto a ascensão burguesa assistia-se a expansão da Indústria. Em pouco tempo ocorreu a disputa de mercados, uma luta de grandes tubarões, e, por consequência disso, três problemas: (i) a grande exploração da classe trabalhadora na sociedade industrial, que fez surgir movimentos de contestação como o socialismo; (ii) o desenvolvimento dos nacionalismos, rivalidades e acordos entre nações que levaram à subjugação de África e Ásia e, (iii) os conflitos entre europeus que desencadearam a Grande Guerra de 1914.

Advertisement

3.1. Revolução Industrial II

Após o pioneirismo inglês, a indústria se espalhou pela Europa ao longo do século XIX, atingindo boa parte da Europa ocidental e chegando também ao Japão e EUA na década de 1860.

A EXPANSÃO DA INDÚSTRIA

 França – A Revolução de 1789 destruiu os remanescentes da velha ordem feudal e criou condições para o capitalismo moderno. O processo de industrialização foi, entretanto, afetado pela ausência de jazidas de carvão, no país e prejudicado pela derrota na guerra França-Prussiana, em que a França foi obrigada a ceder à Alemanha a região da Alsacia Lorena, rica em jazida de ferro.  Alemanha – Como o resultado da Guerra Franco-prussiana em 1870, houve unificação alemã, que liderada por Bismarck, impulsionou a Revolução Industrial no país. Ao final do século XIX a Alemanha era um país de um vigoroso crescimento industrial.  Itália – A unificação política realizada em 1870, à semelhança do que ocorreu na Alemanha, impulsionou, embora tardiamente, a industrialização do país. Assim a industrialização ficou limitada ao norte da

Itália, enquanto o sul continuou essencialmente agrário.  Rússia – Nesse país a Revolução Industrial só se iniciou realmente na última década do séc. XIX. Razões dessa industrialização: grande disponibilidade de mão-de-obra, intervenção governamental na economia e investimentos estrangeiros.  EUA – Final da guerra da secessão, em 1865. O término do conflito, abolição da escravatura, a riqueza de recursos naturais.  Japão – A modernização do Japão data do início da "era Meiji", em 1867, quando a superação do feudalismo unificou o país, centralizou a autoridade política, liberou mão-de-obra, possibilitou intervenção governamental na economia, assimilação da Tecnologia acidental.

FONTE: https://ignsl.es/erp-de-fabricacion-comparativa/

A “ERA DE OURO” DA BURGUESIA

A indústria se expandia, mas não apenas geograficamente, mas também teconlogicamente. O uso do ferro foi logo substituído pelo aço, os trens e barcos eram cada vez mais velozes. A burguesia europeia vivia sua fase áurea. Mas nesse mesmo contexto vivia uma classe operária miserável, proletarizada, que se pôs em luta física e política contra o sistema. Os avanços europeus da época das luzes pareciam ter se dado apenas para um grupo pequeno de grandes proprietários e os trabalhadores criaram diversos movimentos pedindo direitos políticos, mudanças e até mesmo a quebra do sistema.

MOVIMENTOS SOCIAIS

Com o advento da Indústria e a má situação do trabalhador fabril, ao longo do século XVIII e XIX, foram surgindo movimentos sociais que contestavam a estruturação da sociedade capitalista, denunciando a exploração do proletariado por parte da burguesia. Tais movimentos atingiram várias formas, indo da reivindicação por maiores direitos políticos aos trabalhadores à proposta de revolução para por fim ao capitalismo e as desigualdades. Acompanhe as principais manifestações contra essa situação:  Ludismo: No inicio do século XIX, grupos de trabalhadores ingleses invadiam as fábricas e destruíam as máquinas, vistas por eles como culpadas pela sua miséria. O nome Ludismo vem do suposto líder do movimento,

Nedd Ludd. Vários Luditas foram presos e enforcados, o que acabou dissolvendo o movimento.  Cartismo: Movimento que eclodiu na Inglaterra, devido Imagem do século XIX mostrando luditas ataà organização política dos trabalhadores que faziam rei- cando fábrica. vindicações trabalhistas tais como: redução da jornada de trabalho para 10 horas/dia; sufrágio universal masculino, imunidade parlamentar, etc. O movimento tinha apoio de grupos da classe média e de socialistas e liberais. Em 1848 o movimento teve seu apogeu com a

Carta do Povo, documento com as principais reivindicações entregue ao Parlamento Inglês. Este movimento não obteve sucesso imediato, sendo que apenas no final do século XIX algumas de suas reivindicações seriam atendidas.  Pensamento Social da Igreja: Contra os pensamentos Socialistas, e procurando evitar os excessos capitalistas, o papa Leão XIII defendeu, através da encíclica “Rerum Novarum”, a manutenção da propriedade privada, a colaboração das classes sociais e as associações de ajuda mutua entre trabalhadores.  Socialismo Utópico: Alguns intelectuais começaram a criticar os exageros do capitalismo, como as altas jornadas e baixos salários. Porém, no socialismo utópico não havia uma proposta de ruptura com o capitalismo, mas sim a ideia de reformas. Pensadores como Owen, Saint-Just e Fourier são os destaques desse tipo de socialismo.

Owen era administrador de indústrias na Escócia e tentou melhorar as condições de seus operários, diminuindo a jornada de trabalho e criando casas mais adequadas para os trabalhadores; Saint-Simon criou uma fazenda-modelo administrada por intelectuais e cientistas, visando o aprimoramento administrativo; Fourier criou os falanstérios, espécies de comunidade alternativas onde se recebia remuneração conforme a jornada de trabalho, sem a obrigação de uma jornada fixa.  Socialismo Científico: Karl Marx e Friederich Engels elaboraram aquilo que conhecemos como Socialismo

Científico. “Científico” pois demandou de todo um estudo sobre as estruturas sociais históricas que chegou àquilo que Marx chamou de “o motor da história”, a luta de classes. Para ele, a História humana sempre apresentou uma classe que domina e outra que é dominada. Assim, em Roma dominavam os pa-

trícios, enquanto os plebeus eram dominados; na Idade Média os nobres dominavam os camponeses; e na sociedade do século XIX (época de Marx) os burgueses dominavam o proletariado.

Para os marxistas (comunistas), os proletários deveriam ter consciência de classe, ou seja, consciência de que são explorados pela burguesia e, a partir disso, se organizar para acabar com a opressão burguesa.

Para Marx, a base da exploração era a propriedade privada, que deveria ser suprimida.

O proletariado organizado deveria fazer a Revolução do Proletariado, derrubando a burguesia do poder e acabando com a propriedade privada. Aconteceria então a Ditadura do Proletariado (socialismo), que seria a transição entre capitalismo e comunismo. Quando chegássemos ao Comunismo, não haveria mais governo ou propriedade privada e seria “o fim da história” (pois não haveria mais luta de classes).  Anarquismo: Pensadores como Mikhail Bakunin concordavam em parte com as teses de Marx, mas não aceitavam qualquer tipo de governo (nem mesmo o socialista). Desse modo, os anarquistas queriam destruir o capitalismo e imediatamente acabar com a propriedade privada e o governo. São também conhecidos como Comunistas Libertários, pois pregavam uma espécie de comunismo sem a transição socialista.

O Socialismo Real

Muitos historiadores consideram que os regimes socialistas que se ergueram no século XX teriam rompido com a tese marxista original e criaram ditaduras perversas que usavam o pretexto da Revolução Marxista para se estabelecer; a este tipo de socialismo deu-se o nome de Socialismo Real, em oposição ao Socialismo teórico de Marx. Abaixo a caricatura faz referência às interpretações equivocadas (“traição”) feitas por alguns líderes como Stálin, Mao Tsé Tung, Che Guevara, Fidel Castro, etc.

RASCUNHO

FONTE> https://sociusnonsense.wordpress.com/tag/caricatura-marxista/

This article is from: