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3.2. Imperialismo e Neocolonialismo
3.2. Imperialismo & Neocolonialismo
Com a 2ª Revolução Industrial iniciou-se uma nova fase da economia capitalista, marcada pela concentração da produção e do capital em torno de grandes empresas ou associações de empresas, que foram vencendo as empresas mais fracas. Surgiram, então, os monopólios industriais, que eliminavam a concorrência e podiam fixar preços em busca de maiores lucros. Para expandir a produção industrial, o capitalismo precisava conquistar novos mercados. O alvo desta expansão foram as nações pobres que não haviam desenvolvido a sua indústria. Adotando uma política imperialista, as grandes potências foram responsáveis pelo Neocolonialismo. Vale salientar que havia o casamento dos Estados burgueses europeus com as grandes corporações do capitalismo financeiromonopolista para o projeto de expansão do capital.
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Caricatura do século XIX mostrando a divisão da China pelas potências imperialistas
2012/03/charge sobre o imperialismo na.html FONTE: http://estudosavancadosinterdisciplinares.blogspot.com/
“A economia capitalista mudou de quatro formas significativas. Em primeiro lugar, entramos numa nova era tecnológica, uma era de novas fontes de poder (eletricidade, petróleo, turbinas e motor a explosão), de nova maquinaria baseada em novos materiais (ferros, ligas, metais não-ferrosos), de indústrias baseadas em novas ciências, tais como a indústria em expansão da química orgânica. Em segundo lugar, entramos cada vez mais na economia de mercado de consumo doméstico [a produção é consumida pelo mercado interno do país], iniciada nos Estados Unidos, desenvolvida (na Europa ainda modestamente) pela crescente renda das massas [valor do salário dos trabalhadores], mas sobretudo pelo enorme aumento da população dos países desenvolvidos. De 1870 a 1910, a população da Europa cresceu de 290 para 435 milhões, a dos Estados Unidos, de 38,5 para 92 milhões. Em terceiro lugar, havia uma competição internacional entre economias industriais nacionais rivais – a inglesa, a alemã e a norte americana. Essa competição levava a concentração econômica, ao controle de mercado e à manipulação. Por fim, o mundo entrou no período do imperialismo. As potências passaram a dividir o globo para realizar seus próprios negócios. As novas indústrias precisavam de matérias-primas que não existiam nos países desenvolvidos: petróleo, borracha, metais não-ferrosos. A nova economia precisava de quantidades crescentes de matérias-primas produzidas nos países subdesenvolvidos. Essa divisão global entre áreas desenvolvidas e subdesenvolvidas, embora não fosse nova, começou a tomar uma forma moderna e durou até a década de 1930.”
Eric Hobsbawn. A Era do Capital (1848 – 1875). Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1982.
A livre concorrência, marca dos primeiros momentos do capitalismo industrial, tinha acabado. Vivia-se na segunda metade do século XIX o capitalismo monopolista, onde grandes bancos e empresas se fundiam ou “engoliam” as menores. Era hora dos monopólios industriais, representados pelos cartéis [grupo de grandes empresas que fazem acordos para dominar o mercado], holdings [empresa central que detém controle acionários sobre outras empresas em diversos ramos] e trustes [fusão de diversas empresas do mesmo ramo]. Era esse novo formato do capitalismo que exigia cada vez mais e mais mercados e que acabou gerando uma série de políticas agressivas que chamamos imperialismo.
Compare: Colonialismo (séc. XVI) e Neocolonialismo (séc. XIX)
Colonialismo Europeu Do século XVI Neocolonialismo do século XIX
Área principal de dominação
América África e Ásia
Fase do capitalismo
Capitalismo mercantilista (comercial) Capitalismo financeiro e monopolista (industrial)
patrocinadores
Objetivos econômicos
Justificativa ideológica
Burguesia comercial e Estados metropolitanos europeus Burguesia financeiro-industrial e Estados da Europa, também EUA e Japão
Garantia de mercado consumidor para a produção econômica europeia Garantia de fornecimento de produtos coloniais, como artigos tropicais e metais preciosos. Reserva de mercado para a produção industrial Garantia de fornecimento de matérias-primas, como carvão, ferro, petróleo e metais preciosos Controle de mercados externos para investimento de capitais excedentes
Expansão da fé cristã O homem branco tem a missão civilizadora de espalhar o progresso técnico-científico pelo mundo
FONTE: https://brainly.com.br/tarefa/13030430 PARTILHA DA ÁFRICA
Mais de 90% das terras africanas foram dominadas por nações europeias – França e Inglaterra foram as principais, chegando a colonizar quase 50% do continente. Belgas, franceses, espanhóis, portugueses, italianos e outros países também tinham posses no continente africano. O marco para a divisão da África foi a Conferência de Berlim (1885), que objetivava delimitar os territórios coloniais e estabelecer normas para a partilha do continente. A conferência de Berlim foi iniciativa alemã, país que se unificou tardiamente (apenas em 1871) e havia saído atrasado para a “corrida imperialista”. Veja no mapa as principais possessões sobre a África.
A Charge apresenta Cecil Rhodes, capitalista e político inglês apologista do imperialismo que idealizou construir uma ferrovia britânica do Cairo (Egito) até a cidade do Cabo (África do Sul).
PARTILHA DA ÁSIA
a expansão europeia enfrentou forte resistência em países como China e Japão. Entretanto, o poderio militar dos europeus, aliado ao dos EUA, foi vencendo, gradativamente, a resistência dos diversos povos asiáticos. A) Índia: Desde 1763 este país era um protetorado inglês, sendo que a Inglaterra ocupava a maior parte dos cargos administrativos do país GUERRA DOS SIPAIOS – o nacionalismo indiano era alimentado pela crescente presença inglesa. Em 1857 ocorreu a Guerra dos Sipaios, que lutou contra a dominação. Os sipaios eram membros da milícia nativa organizada pela Inglaterra para servir à Coroa. A rebelião iniciou entre os militares, contra os oficiais ingleses. Os revoltosos foram sufocados em 1859. Em 1876, a rainha Vitória foi coroada como imperatriz da Índia. B) Japão : No século XIX, o Japão era dominado por uma aristocracia apoiada numa classe de guerreiros profissionais, os Samurais. A estrutura era ainda Feudal. Os EUA Chegam ao Japão – Em 1854 uma esquadra norte-americana chegou ao Japão e forçou a abertura dos portos japoneses ao comércio mundial. Tinha inicio a europeização do país. Devido a passividade do Xogunato quanto à entrada dos americanos, os grupos nacionalistas uniram-se em torno do imperador Mutsuhito, que promoveu a centralização política e inaugurou uma nova fase da história japonesa. Era Meiji – a partir de 1868 o Japão começava a desenvolver sua indústria e se modernizava. O Japão deixava de ser um país feudal para se tornar um dos países Capitalistas imperialistas. C) China: Em meados do século XIX a China representava um grande mercado consumidor. Isto atraiu as várias potências imperialistas para este país. Através de diversas guerras e conflitos a China acabou sendo subjugada. Guerra do Ópio (1839-41) – O ópio era utilizado pelos chineses, até o século XVIII, como medicamento. Como os ingleses produziam grandes quantidades dessas drogas em seus domínios indianos, estes forçaram o mercado para exportar o ópio para a China, disseminando o vício entre os seus habitantes. Em 1839 as autoridades chinesas obrigaram o representante britânico a jogar no mar mais de 20 mil caixas de ópio, quando teve início a Guerra do Ópio. Em 1842 foi feito o Tratado de Nanquim, pelo qual abria cinco de seus portos ao livre comércio, abolia o sistema fiscal e entregava Hong Kong à Inglaterra (até 1997). Guerra dos Boxers (1900) – Os chineses nacionalistas do grupo dos Boxers, ou os “Punhos Fechados” objetivavam libertar o país do jugo imperialista dos ingleses. Em 1900 organizaram uma grande rebelião onde morreram mais de 200 estrangeiros. A represália foi feita por uma força expedicionária internacional composta por ingleses, franceses, alemães, russos, japoneses e norte-americanos.