Patrocínio
Realização
IV Mostra 3M de arte digital: Ficções Radicais./ curadoria de Gisela Domschke; Tradução de Petrizzi Soluções em Idiomas. São Paulo: Elo3 Integração Empresarial, 2013. 128 p. : il.; 12cm x 18 cm ISBN: 978-85-65933-03-2 Edição bilíngue Arte Digital 2. Arte contemporânea 3.Catálogo de Exposição I. Domschke, Gisela, cur. II Petrizzi, Cristina trad.
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Sumário/ contents
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Ficha Técnica/ Credits
11/ 71
Apresentação 3M/
18/ 78
Arnaldo Antunes
3M Presentation
20/ 80
Charles Csuri
22/ 82
Fernando Velázquez
Apresentação
24/ 84
Gabriela Greeb & Mario Ramiro
Instituto Tomie Ohtake/
26/ 86
Golan Levin And Shawn Sims
Tomie Ohtake Presentation
28/ 88
Hojun Song
30/ 90
Inka & Niclas
Apresentação da Curadora/
32/ 92
James Bridle
Curatorial Presentation
34/ 94
Justin Bennett
36/ 96
Marcelo Krasilcic
38/ 98
Marcelo Zocchio
13/ 73
14/ 74
66/ 126 Mostra Tudo
Artistas/ Artists
40/ 100 Matthijs Munnik 128
Agradecimentos/
42/ 102 Moniker
Acknowledgements
44/ 104 Como o conditional design mudou o mundo / How Conditional Design Changed the World 50/ 110 Moon Kyungwon & Jeon Joonho 52/ 112 Paulo Bruscky 54/ 114 Persijn Broersen & Margit Lukács 56/ 116 Ricardo De Castro 58/ 118 Sascha Pohflepp 60/ 120 Semiconductor 62/ 122 Thomas Thwaites 64/ 124 Tuur Van Balen, Steven, Ounanian, Cathrine Kramer
9
ficha técnica/ Credits IV Mostra 3M de Arte Digital / IV 3M Digital Art Show
:
Curadoria / Curator: Gisela Domschke
Artistas / Artistis:
Catálogo / Catalog
Patrocínio: 3M do Brasil Ltda.
Direção Geral / Direction:
Arnaldo Antunes, Charles Csuri,
Diretora de Edição / Publishing Direction:
Gerenciamento de Patrocínio /
Soraya Galgane e Fernanda Del Guerra
Fernando Velázquez, Gabriela Greeb
Gisela Domschke
sponsorship management: Luiz
Direção de Produção / Production
& Mario Ramiro, Golan Levin & Shawn
Edição e textos / Editing and texts:
Eduardo Serafim, Paula Franceschini,
Director: Fabiana Maugé
Sims, Hojun Song, Inka & Niclas,
Gisela Domschke e Fernanda Lopes
Marcos Sgarbi
Assistente de Produção / Production
James Bridle, Justin Bennett, Marcelo
Projeto Gráfico / Graphic Design: Campo
Realização: Ministério da Cultura,
Assistant: Naiah Mendonça
Krasilcic, Marcelo Zocchio, Matthijs
Fotos / Photografy: Acervos dos artistas
Instituto Tomie Ohtake e
Identidade visual / Visual Identity: Campo
Munnik, Moniker, Moon Kyungwon
Revisão / Review: Maria Rita Martini
Elo3 Integração Empresarial Ltda.
Audiovisual: Images Projetores e 3M
& Jeon Joonho, Paulo Bruscky,
Tradução / English Version:
Cenografia / Scenografy: Arquiprom
Persijn Broersen & Margit Lukács,
Cristina Petrizzi
Iluminação / Lighting: Marcos Franja
Ricardo De Castro, Sascha Pohflepp,
Website : Flavio Marques
Semiconductor, Thomas Thwaites
Entrevistas e vídeos / Interviews
Tuur Van Balen, Steven Ounanian &
and videos: Ana Elisa Carramaschi
Cathrine Kramer.
e Gaia Creative
Mostra Tudo:
Assessoria de Imprensa / Press:
Idealização: Gisela Domschke
Pool de Comunicação
11
apresentação 3m
A Mostra 3M de Arte Digital se trans-
A Mostra faz um convite para repensar
formou em realidade a partir de 2010,
nosso futuro em uma sociedade que
movida pelo desejo de refletir nas Artes o
sofre de exaustão. Artistas nacionais e
pulso criativo da sociedade contemporâ-
internacionais apresentarão suas versões
nea, destacando a influência da evolução
ficcionais que, na concepção da cura-
tecnológica na vida humana e, conse-
dora, oferecem “perspectivas críticas,
quentemente, nas criações culturais deste
experimentais ou simplesmente imagi-
início de século.
nárias, que sugerem a possibilidade de caminhos alternativos”.
A cada ano, a Mostra se rejuvenesce, integrando uma nova curadoria para ima-
Como grande patrocinadora e parceira na
ginar uma exposição original que avance
realização da Mostra, a 3M colabora para
por rumos inexplorados e desperte ques-
que possamos dar um mergulho inovador
tões diferentes.
no universo das Artes, praticando o que adoramos fazer: conexões com novas
Na Mostra, praticamos nosso discurso e
pessoas e linguagens, andar por trilhas
crença a respeito da essência da Inovação
ainda pouco exploradas, revisar conceitos
que a 3M tanto valoriza e cultiva, em que
e exercitar novas formas de pensar e ver
novos olhares, experimentações e mudan-
o mundo, re-imaginando o amanhã com
ça constante são regras de ouro.
paixão e criatividade.
Em 2013, chegamos à IV edição da Mos-
Esperamos que todos gostem da IV Mos-
tra 3M de Arte Digital com a proposta ins-
tra 3M de Arte Digital e que nos ajudem
piradora baseada em “Ficções Radicais”
a construir e transformar, a cada ano,
com a artista Gisela Domschke no respei-
nosso projeto.
tado espaço cultural do Instituto Tomie Ohtake, nossa única concessão de repetir alguma variável em todo o processo.
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apresentação Instituto Tomie Ohtake
Pelo segundo ano consecutivo, o Instituto
internacionais cujos trabalhos sugerem
Tomie Ohtake recebe a Mostra 3M de Arte
narrativas que ajudam a pensar possíveis
Digital, contribuindo para o debate atual
desdobramentos dessa onipresença do
sobre os dinâmicos diálogos e interações
tecnológico. Alguns trabalhos refletem
que se estabelecem entre arte e tecnolo-
sobre as implicações dos progressos na
gia. A assimilação gradual de novas mídias
área de biotecnologia, outros abordam a
no campo da arte amplia o seu campo
influência da internet no entendimento do
de possibilidades e proporciona desafios
mundo, e há também os que evidenciam
para público, artistas e críticos.
modos que a tecnologia usa para conquistar territórios invisíveis e intangíveis
Para esta edição, a curadora Gisela
que vão além da nossa percepção e com-
Domschke propõe o tema Ficções
preensão. A reunião dessas diferentes
Radicais, que trará obras que são fruto de
posições permite que a exposição estabe-
reflexão crítica acerca da ubiquidade do
leça uma plataforma propícia para abordar
eletrônico na história recente e no presente
essa questão latente em todos os setores
da humanidade, em uma dinâmica que
da sociedade contemporânea.
abrange desde a relação dos indivíduos com o ambiente e seu entorno até sua própria
Agradecemos à 3M pela viabilização des-
constituição fisiológica e psíquica. As
se projeto, junto à Elo3, que o concebeu e
obras selecionadas situam-se na fronteira
o produz, e ao Ministério da Cultura, que
tênue entre as virtualidades da tecnologia
possibilita que todos os setores se unam
e a materialidade da realidade concreta,
em favor da arte.
apontando as potencialidades, mas também as consequências, dos projetos mais ousados do engenho humano. Ficções Radicais apresenta um panorama diversificado de artistas brasileiros e
14 1
15
Ficções Radicais
No final de seu ensaio “A conquista do
No final do século 20, o mundo pode ser
processos com consequências revolucio-
A ficção é uma forma de narrativa que
espaço e a dimensão da estatura do ho-
subdividido em diferentes fronteiras per-
nárias para a indústria. Neste cenário, a
lida com eventos (ainda) não factuais, que
mem”, Hannah Arendt nos mostra que
meáveis à informação. Donna Haraway
maior ameaça é a falha no sistema. Stress
nos permite explorar as possibilidades de
nossa capacidade de “conquistar o espaço”
nota em seu “Manifesto Ciborgue” que as
passa a ser a patologia privilegiada, que
nossos desejos, a fim de entender o que
se deu pela nossa aptidão de renunciar
tecnologias de comunicação e a biologia
afeta todos os tipos de componentes
são hoje as limitações. Isso ajuda a dar
radicalmente ao nosso senso comum
moderna são construídas por um movi-
deste universo.
um passo para além da estrutura rígida de
terrestre. “E no entanto, uma mudança real
mento comum – “a tradução do mundo
do mundo humano, a conquista do espa-
em um problema de código”. Ainda antes
Chegamos agora a um ponto de exaus-
ço, só seria atingida quando as máquinas
da passagem do milênio, Negroponte
tão - social, ambiental e econômica. No
espaciais transportando seres humanos
anuncia: “Como o ar ou a água potável,
contexto de uma duradoura crise “finan-
Os trabalhos aqui reunidos apresentam
seriam lançadas no universo, a fins de que
ser digital só será notado pela sua ausên-
ceira”, que coloca em questão muitos
vários tipos de ficção. Atuando como
o homem pudesse chegar onde, até então,
cia, não pela sua presença” . Os dispositi-
outros aspectos de nossa sociedade,
agentes, são sistemas de ações destinadas
apenas a imaginação humana e seu poder
vos microeletrônicos estão por toda parte.
torna-se vital a discussão de futuros e
a provocar e questionar o modo como
de abstração, ou a engenhosidade humana
Estratégias de controle concentram-se
caminhos alternativos.
vivemos e de reimaginar o nosso futuro de
e seu poder de fabricação, podiam ir”. Ao
nas interfaces e nas taxas de fluxos entre
observador em equilíbrio no espaço livre
fronteiras. As coorporações multinacio-
Esta exposição não é uma chamada a re-
imaginado por Einstein junta-se agora um
nais, o poder militar, os sistemas de saté-
volução. É um convite para um momento
de carne e osso. Deste ponto no espaço,
lite, os processos políticos, a fabricação
de pausa, de olhar para trás e pensar no
a tecnologia deixa de “aparecer como um
de nossas imaginações dependem da
futuro. Um espaço para proposição de
resultado de um esforço consciente do
eletrônica. A biotecnologia passa a rece-
ficções radicais, sejam de perspectivas
homem para estender o seu poder mate-
ber mais atenção que a reprodução hu-
críticas, experimentais ou simplesmente
rial”, e passa a ser vista como “um processo
mana. A biologia surge como uma ciência
imaginárias.
biológico em grande escala”.
potencial para se redesenhar materiais e
1. Arendt , Hannah. “The Conquest of Space and the Stature of
2. Haraway, Donna. “A Cyborg Manifesto: Science, Technology,
3. Nicholas Negroponte, “Beyond Digital”, WIRED, 6.12,
Man”, Between Past and Future, 1963.
and Socialist-Feminism in the Late Twentieth Century”. Simi-
December 1998.
ans, Cyborgs and Women: The Reinvention of Nature, 1991.
nossa forma de vida, e olhar para as suas complexidades de uma certa distância.
todos os dias.
Gisela Domschke
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artistas E obras
18
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Arnaldo Antunes
brasil
Músico, Arnaldo Antunes integrou o grupo
Oráculo, 2009
Titãs de 1982 a 1992, e em carreira solo
Áudio, 30 min
desde 1992 lançou 12 discos. Foi também nos anos 1990 que começou a participar como artista de exposições coletivas e
Nesta obra sonora, Arnaldo Antunes re-
individuais, no Brasil e no exterior. Assim
mete à leitura de um oráculo - uma grande
como em sua produção como músico, é a
colagem, de textos de filosofia, fotonovela,
palavra o ponto de partida de se trabalho
convites, documentos, textos de reporta-
plástico. Misturando letras e cores, as
gem e fragmentos de poemas. Com uma
palavras são trabalhadas em sua caligrafia,
entonação uníssona, todas essas referên-
em seus significados (individuais e em
cias parecem fazer parte de uma única e
relação com outras palavras), a partir da
mesma narrativa, uma releitura poética da
sua sonoridade, da entonação da leitura e
prática milenar de consultar divindades
das cores que são empregadas.
sobre o futuro.
“No início dos anos 80, eu comecei a
algo sobre aquele momento da pessoa.
produzir uma série de colagens, usando
O livro acabou não sendo editado, as col-
recortes de várias fontes (livros, cadernos,
agens ficaram guardadas e, muitos anos
revistas, jornais, catálogos, bulas, receitas,
depois, fui instigado a fazer uma gravação
manuais de instruções, folhetos de pro-
daqueles fragmentos de diferentes regis-
paganda, cartazes, etc.), rasgados à mão
tros de discurso, numa entonação que
e justapostos em associações inusitadas.
desse a eles a ilusão de continuidade,
Elas eram compostas numa medida fixa,
como se compusessem uma mesma
com o projeto de transformá-las em um
narrativa. O resultado acabou sendo uma
livro, que se chamaria Oráculo e que, ao
colagem sonora que produz, ao mesmo
ser aberto casualmente numa página,
tempo, envolvimento e estranhamento”.
poderia dar respostas a questões, ou dizer
Arnaldo Antunes
20
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Charles Csuri
Estados Unidos
Artista, pioneiro da computação gráfica
Random War, 1967
e professor na Ohio State University. Em
Impressão Digital, 104 x 229 cm
1964, ele começou a fazer experiências
Cortesia CsuriVision, Ltd.
com tecnologia de computação gráfica e, dez anos depois, criou filmes animados com computação. Seu trabalho foi
Nesta obra, Csuri capta o caos do campo
destaque na exposição Cybernetic Se-
de batalha através da geração de números
rendipity no Institute for Contemporary
aleatórios, que determinam a localização
Art de Londres (Inglaterra) em 1968.
e o ângulo do desenho de um pequeno
Um de seus filmes faz parte da coleção
soldado. O artista explora, através de
do MoMA de Nova York.
sistemas matemáticos, uma nova ideia de forma, assim como uma nova ideia de estrutura. “Você pode ter trinta dimensões, no lugar das três usuais que sempre nos vêm em mente”, diz Csuri. “Não se trata de um espaço real, mas sim de um espaço teórico.” Neste espaço convergem o pioneirismo das experiências generativas da computação gráfica e a alusão à convulsão social causada pela guerra do Vietnã na década de 60.
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Fernando Velázquez
Uruguai / Brasil
Nascido em Montevidéu, Fernando
Quando tudo o que aprendi não
Velazquez vive e trabalha em São Paulo.
serviu para nada, a Mateo Velázquez
Suas obras incluem vídeos, instalações e
in memoriam, 2009
objetos interativos, além de performan-
Objeto interativo, madeira balsa, livros,
ces audiovisuais, tendo recebido diversos
sensor, cooler, catavento. 120 x 15 x 10 cm
prêmios, como a Bolsa de Estímulo à Criação Artística em Artes Visuais da Funarte (São Paulo, 2010), 8º Prêmio
A obra é um objeto interativo, que evi-
Sérgio Motta de Arte e Tecnologia (São
dencia os paradoxos e a fragilidade da
Paulo, 2009), Prêmio “Vida Artificial
existência — uma forte metáfora sobre as
11.0” (Madri, 2008) e Prêmio Mídias Lo-
nossas buscas futuras.
cativas Arte.mov do Festival Internacional de Mídias Móveis (Belo Horizonte, 2008), entre outros. É doutorando em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP.
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Gabriela Greeb & Mario Ramiro Brasil
Gabriela Greeb é cineasta e artista visual,
Rede Telefonia, 2009
autora de filmes de ficção, documentários
Áudio, 4min 33seg
autorais e vídeo instalações. Morou 12
Agradecimento Instituto Hilda Hilst
anos na Europa, onde entrou em contato com o universo cinematográfico. Em Paris realizou seu primeiro curta metragem, Le
Obra baseada nas experiências realiza-
Baiser, exibido em mais de mil salas de
das pela escritora brasileira Hilda Hilst
cinema na França.
nos anos 70, quando ela procurava por meio de gravações de sinais de rádio um
Mario Ramiro é artista multimídia e foi
canal de comunicação com amigos já
integrante ao lado de Hudinilson Jr. e
falecidos. A obra documenta uma prática
Rafael França do grupo 3NÓS3, que entre
experimental da escritora, que explora,
1979 e 1982 realizou intervenções públi-
com rigor metodológico, universos pouco
cas em São Paulo.
investigados pela ciência. Peça radiofônica criada para o projeto Radiovisual, da 7ª Bienal do Mercosul: Grito e Escuta, tendo como referência o concerto 4’33” criado por John Cage em 1952.
Foto: J. Toledo (s/data)
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Golan Levin and Shawn Sims Estados Unidos
Artista, pesquisador e professor associa-
The Free Universal Construction Kit,
do de Arte Eletrônica na Carnegie Mellon
2012
University, Golan Levin tem uma produção
Impressão 3D
interessada em novos modos de expressão interativa e comunicação não-verbal. Durante mais de 20 anos, participou de programas
O projeto oferece cerca de 80 adaptadores
de pesquisa de alta tecnologia, incluindo
entre brinquedos como Lego, Duplo, Duplo,
o MIT Media Laboratory, Ars Electronica
Fischertechnik, Gears! Gears! Gears!, K’-
Futurelab, Interval Research Corporation
Nex, Krinkles (Bristle Blocks), Lincoln Logs,
e o Centro Eyebeam de Arte e Tecnologia.
Tinkertoys, Zome, and Zoob. Ao permitir
Seu trabalho ganhou visibilidade na Whitney
que qualquer peça se encaixe com qual-
Biennial e foi premiado por programas como
quer outra, o Kit incentiva novas maneiras
Creative Capital, Rockefeller MAP Fund e
de relações entre os sistemas fechados,
Arts Council England, entre outros. Levin
permitindo a criação de projetos até então
tem realizado exposições e palestras na
impossíveis. Os adaptadores podem ser
Europa, nas Américas e na Ásia. Através de
baixados em sites de compartilhamento
performances, artefatos de resposta e am-
para a reprodução por dispositivos de
bientes virtuais, Levin apresenta reviravoltas
fabricação pessoais, como a Makerbot
criativas para as tecnologias digitais, des-
(uma impressora 3D open-source de baixo
tacando a nossa relação com as máquinas,
custo). Um sistema de “meta-mashup”, o
expandindo o vocabulário da ação humana,
Kit possibilita um processo criativo, onde
e despertando os participantes para o seu
qualquer pessoa pode desenvolver as pe-
próprio potencial como atores criativos.
ças necessárias para modificar ou adaptar produtos comerciais produzidos em massa. Um convite para refletir sobre a nossa
Desenvolvido em colaboração com F.A.T.
relação com a cultura material de massa e
Lab and Sy-Lab.
a evolução das formas nas quais podemos melhor adaptar a nossa imaginação.
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Hojun Song
Coréia do Sul
Formado em engenharia e ciência de
Launch Vehicle Contract, 2011
computação, o sul coreano Hojun Song
Vídeo em HD, 4min 3seg
vem participando de exposições coletivas desde 2005. Seu trabalho versa sobre
How OSSI-1 Satellite Works, 2012
a construção de narrativas e objetos de
Vídeo em HD, 5min 31seg
design fiction. Satellite Launching, 2013 Vídeo em HD, 1min 59seg
Impossible Is Expensive, 2013 Impressão digital
OSSI-1 Satellite Building And Testing
120 x 180cm
HD video, 7min 46seg
In front of the Soyuz Rocket, 2013 Impressão digital
Desde 2008, Hojun vem trabalhando no
120 x 180cm
lançamento de seu satélite. Em Back to Program Ossi, contesta o fato de todos
Radiation Jewelry, 2010
os programas espaciais serem dirigidos
Minério de urânio 238, contas de óxido de
e desenvolvidos por governos ou forças
urânio, ouro 18k, fio de aço inoxidável 1,2
militares. “Ossi” — Open Source Satellite
milímetros
Initiative — é um satélite DIY de uso indi-
20cm x 25cm x 15cm, 1 kg
vidual, que possibilita uma conexão entre o indivíduo e o universo, estimulando
OSSI-1 Satelite, 2013 Plástico ABS 10cm x 10cm x 11,4cm, 200g
Please Buy My T Shirts, 2012, Vídeo em HD, 3min 41seg
nossas fantasias.
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INKA & NIKLAS
Finlândia/ Suécia
Inka Lindergård e Niclas Holmström
Saga VIII, 2011
vivem e trabalham em Estocolmo. A
Impressão com pigmento mineral, 40 x 51 cm
dupla de fotógrafos investiga paisagens
Cortesia Swedish Photography
naturais intocadas. Suas imagens causam estranheza através de interferências
Watching Humans Watching V, 2008
sutis, como a de um spray que colore a
Impressão com pigmento mineral, 40 x 51 cm
paisagem retratada.
Cortesia Swedish Photography
Watching Humans Watching XIV, 2010 Impressão com pigmento mineral, 40 x 51 cm Cortesia Swedish Photography
As duas séries estão ligadas aos conceitos da observação humana e das paisagens naturais. Em Watching Humans Watching, os artistas exploram a presença de visitantes em ambientes desertos. Em Saga, a aplicação de cores estranhas nas rochas sugere irregularidades climáticas em uma paisagem supostamente intocada. A palavra ‘saga’ significa “conto de fadas” ou “mito”, em sueco, e é interessante notar que praticamente tudo ali foi planejado. Em seu conjunto, a obra oferece um questionamento de nossa relação com a paisagem ambiental.
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33
James Bridle
Reino Unido
Escritor e artista baseado em Londres.
Drone Shadows, 2012
Sua obra abrange o cruzamento da lite-
Instalação, fita adesiva específica para solo.
ratura, da cultura e da rede. Ele escreveu para a Wired, ICON, Domus, Armário, o Atlântico entre outras publicações, e hoje
Ao desenhar no chão a sombra fictícia de
escreve regularmente uma coluna sobre
um drone, James Bridle destaca a invisibili-
tecnologia para o jornal Observer. Em
dade dessas máquinas robóticas voadoras,
2011, ele cunhou o termo “Nova Estética”.
que vão desde helicópteros de brinquedo à
Suas obras buscam um questionamento
tecnologia de armamento militar. Embora
crítico do uso da tecnologia pela socieda-
invisíveis, eles estão aqui entre nós, cada vez
de contemporânea.
mais interconectados, permeando nossa sociedade contemporânea. O trabalho de Bridle é uma tentativa de dirigir nossa atenção para esta caixa-preta tecnológica. Como ele explica em seu blog: “O Drone Shadow não é apenas a imagem de um drone. É um diagrama de um sistema político. Toda vez que desenhamos um, nós o usamos para lançar luz sobre os atores que preferem que a realidade de suas intenções e ações permaneçam escondidas. (…) Essa invisibilidade é a intenção de poder, torná-lo visível é a intenção da arte”.
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Justin Bennett
Reino Unido / Holanda
Estudou escultura e performance na She-
Dream Map, 2013
ffield City Polytechnic, som no Institute of
Áudio, 45 min
Sonology em Den Haag e vídeo na Jan van Eyck Academy em Maastricht. Seus projetos se utilizam de diferentes meios de co-
Desde 2001, Justin Bennett vem pro-
municação - desenho, vídeo, gravação de
duzindo passeios sonoros, onde a trilha
áudio, fotografia, múltiplos - e são muitas
sonora, ouvida em fones de ouvido,
vezes apresentados em espaços públicos,
acompanha o espectador em uma viagem
bem como em instituições culturais. Sua
através de um espaço urbano. Os locais e
obra joga com as fronteiras entre imagem
as coisas que podem ser vistos e experi-
e som, música e arquitetura.
mentados ao longo da rota são tão importantes como os sons e textos que podem ser ouvidos. Para esta mostra, o artista foi convidado a criar um sound walk nos entornos do bairro de Pinheiros.
Parceira: Instituto de Arquitetos do Brasil X Bienal de Arquitetura, São Paulo
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Marcelo Krasilcic
Brasil / Estados Unidos
Nascido em São Paulo, Krasilcic trabalha
#PHOFOAM, 2013
em Nova York. Estudou fotografia na New
instalação performática híbrida, espumas
York University. Desde 1990, cria editoriais
de poliuretano em vários formatos, elásticos
de moda para as revistas mais influentes
coloridos, mesa, cadeira, cabideiro e espe-
do mundo. Seu trabalho foi exposto em
lho, Instagram
galerias e museus internacionais, tais como o Institute of Contemporary Art, (Boston), Centre Pompidou (Paris), Centro
Para a mostra, Marcelo Krasilcic realizou
Cultural do Banco do Brasil (São Paulo)
uma obra inédita. #PHOFOAM é uma
e Museu de Arte Moderna de São Paulo
instalação performática, que explora as
(SP). Além da fotografia, Krasilcic faz es-
múltiplas dimensões do discurso social
culturas, videos e performances. Publicou
contemporâneo, onde os participantes
recentemente o livro 1990s, com imagens
fotografam e são fotografados vestindo
que contribuíram para definir uma nova
adereços de espuma e elásticos. As fo-
linguagem fotográfica.
tografias serão publicadas no Instagram com o hashtag #PHOFOAM. A obra evoca referências diversas - do wearable da literatura sci-fi ao Parangolé de Helio Oiticica.
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Marcelo Zocchio
Brasil
Nascido em São Paulo, Marcelo Zocchio
Planeta L.22S.1D, série Planetas, 2009
formou-se em Engenharia Civil pela Es-
Planeta PJ.78L.4D, série Planetas, 2009
cola de Engenharia Mackenzie. Nos anos
Planeta PQ.22N.2D, série Planetas, 2009
90, cursou o General Studies Program no
Planeta S.32S.5D, série Planetas, 2009
International Center of Photography (ICP),
Planeta VL.12N.6D, série Planetas, 2009
em Nova York. Desde 1991, tem partici-
Impressão digital em metacrilato, 26 x 21 x
pado de exposições coletivas e produzido
10 cm, pedra em caixa de acrílico, 60 x 85 cm
exposições individuais. Possui obras em instituições como Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP),
A série é o resultado do interesse de
Museu de Arte Moderna de São Paulo
Zocchio por questões relativas à relação
(MAM-SP) e Museu de Arte Moderna do
do homem com o meio ambiente. “Fiz dois
Rio de Janeiro (MAM-RJ). Publicou em
cursos básicos de astronomia e cosmo-
1999 o livro “Pequeno Dicionário Ilustrado
logia para me aprofundar um pouco no
de Expressões Idiomáticas” e lançou em
assunto, o que me fez perceber ainda mais
2012 o livro “Repaisagem São Paulo”. Ga-
a raridade do planeta Terra e que a espe-
nhou o Prêmio Nacional de Fotografia da
rança do homem em fazer morada fora da-
Funarte em 1996 e o Prêmio Porto Seguro
qui só pode ser uma maneira inútil de fugir
de Fotografia em 2005.
dos problemas que temos criado para nós mesmos”, escreve Zocchio. O trabalho reúne nove viagens interplanetárias realizadas pelo fotógrafo, com a exibição de um autoretrato e de um souvenir do local visitado para comprovar sua visita.
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Matthijs Munnik
Holanda
Vive e trabalha em Haia, onde estudou
Citadels: Lightscape VII, 2013
Artscience na Royal Academy of Art. Sua
Instalação: luz de LED, acrílico, aço, caixas
produção gira em torno da ideia de ex-
de som, monitores de computador
pandir as nossas capacidades sensoriais, utilizando instalações e performances. Seu trabalho tem sido apresentado em
Citadels é uma nova máquina dos sonhos,
vários festivais de novas mídias, como por
uma janela para um mundo virtual, visua-
exemplo SonicActs (NLD), Kontraste (AUT)
lizando um universo abstrato composto
Sight & Sound (CAN). Sua obra Micros-
apenas de luz e som. O objetivo deste
copic Opera recebeu o prêmio Artist &
universo é explorar as fronteiras da nossa
Designer 4 Genomics Award e foi indicada
percepção sensorial. Enquanto o olho tenta
para o prêmio Rotterdam Design Award.
fazer sentido da sobrecarga sensorial dos efeitos de luz, uma exibição deslumbrante de padrões altamente detalhados, fractais e geometria são processados dentro da retina e enviados para o cérebro. A investigação feita sobre o efeito por Bressloff et al sugere que estes padrões visuais surgem por causa da interferência de sinais no córtex visual primário, processados de acordo com o mapa retinotópico do olho. Esta transfor-
Obra comissionada por Sonic Acts,
mação cria as estruturas típicas vistas em
Amsterdã, com o apoio da European
alucinações, que são, portanto, não apenas
Commission.
uma construção da mente, mas percepções de ordem física, originadas na arquitetura
Apoio: Mondriaan fonds, Sonic Acts, Stedelijk Museum
interna do olho.
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MONIKER
Holanda
O estúdio de design Moniker, baseado em
Blue Fungus, 2008 - presente
Amsterdam, é o resultado do encontro dos
Instalação, fita adesiva
designers Luna Maurer, Jonathan Puckey
Coleção Stedelijk Museum Amsterdam
e Roel Wouters, que reflete sobre os efeitos sociais da tecnologia e sua influência em nossas vidas diárias. Seu foco de
Blue Fungus é uma instalação feita a
interesse é o processo de produção cria-
partir da participação do espectador. Os
tiva, conceito expresso em seu manifesto,
visitantes da exposição recebem uma
“Conditional Design”, que hoje se tornou
folha de quatro adesivos e são convidados
um livro: “Sob a influência das mídias e
a fixá-los em algum lugar da exposição,
da tecnologia em nosso mundo, nossas
obedecendo a um conjunto simples de re-
vidas são cada vez mais caracterizadas
gras. Nessa dinâmica, padrões emergem
pela velocidade e mudança constante.
a partir da observação do que já foi criado.
Vivemos em uma sociedade dinâmica,
Blue Fungus estabelece uma comparação
dirigida por dados, que está constante-
entre a “aleatoriedade computacional” e
mente gerando novas formas de interação
ação humana (in)consciente.
humana e contextos sociais. Ao invés de romantizar o passado, queremos adaptar a maneira de trabalhar, de forma a coincidir com estes desenvolvimentos.” (trecho de Conditional Design, A manifesto for artists and designers).
Blue Fungus é um projeto desenvolvido para Deep Screen, Art in Digital Culture, Stedelijk Museum Amsterdam.
44
45
COMO O CONDITIONAL DESIGN MUDOU O MUNDO
Imaginem só: hoje é 12 de janeiro de 2061,
A razão dada para o fracasso da metrópole
sustentar, enormes favelas surgiram ao redor
rígida dirigida centralmente, Ong surgiu com
e uma exposição notável é inaugurada no
totalmente planejada foi a incompatibilidade
da cidade, que superavam as terríveis condi-
uma solução criativa. Alguns anos antes, ele
museu de arte contemporânea em Zhiango,
total entre o plano e a realidade. Calculou-se
ções de vida das favelas africanas e sul-ame-
havia participado de um workshop sobre
na China. É uma retrospectiva do movimento
cuidadosamente que oito milhões de pes-
ricanas. Com a falta de espaço, fornecimento
Conditional Design durante um intercâmbio
Conditional Design. O número de partici-
soas iriam viver em Zhiango, principalmente
inadequado de alimentos e energia, falta de
cultural internacional. Durante essa sessão,
pantes é impressionante. Todos na cidade
os mais ricos da classe média chinesa, que
higiene, caos e violência, todos puderam
liderada pelos artistas-designers Luna Mau-
querem ver a exposição. Isso não é coinci-
estavam cansados da qualidade de vida aper-
perceber que como um projeto totalmente
rer e Edo Paulus, os participantes fizeram
dência, pois o trabalho do Conditional De-
tada em Hong Kong e Xangai, e que queriam
planejado Zhiango foi um desastre. Se você
– ou melhor, geraram - desenhos em grandes
sign está intimamente ligado com a história
apartamentos maiores, com sol e uma vista.
tivesse a chance, você não iria até lá, muito
folhas A0. Os padrões mais fantásticos fo-
da cidade. Pela primeira vez, as pessoas
No entanto, além do fato de que ter uma clas-
menos moraria lá.
ram gerados com base em regras simples,
poderão visitar uma exposição - assim diz o
se média nunca foi o forte da China, o que
anúncio - que oferece um modelo de cidade
acabou acontecendo foi que as pessoas para
Mas chega de falar sobre os primeiros anos
um triângulo existente e adicionem a ele um
que se tornou mundialmente famoso porque
quem os apartamentos de Zhiango foram
difíceis da Zhiango. Agora vem a história de
triângulo.” Ong havia ficado muito inspirado
não tem um projeto.
destinados tornaram-se tão ricas que co-
como o Conditional Design salvou a cidade. A
ao ver como algumas regras simples podiam
meçaram a procurar locais alternativos para
reviravolta começou com um jovem prefeito
levar a estruturas imprevisíveis, em camadas
Zhiango foi originalmente 100% planejada. A
viver, como nos bairros de vilas nos arredores
visionário, Chin Ong, que havia sido enviado
e complexas. Foi dado a todos os participan-
metrópole, como um megaprojeto conduzido
das cidades existentes ou em uma das colô-
de Pequim para dar jeito na cidade. Na ver-
tes um livro no final do workshop, o qual ele
centralmente, foi uma criação do governo chi-
nias residenciais chinesas na África. Como
dade, ele foi enviado para lá como castigo,
ainda folheou algumas vezes. Ele se deparou
nês. Para fazer com que as pessoas se mudas-
consequência, Zhiango foi completamente
porque, embora ele fosse considerado um
com o livro novamente durante sua mudança
sem do campo para a cidade, Pequim sugeriu
tomada por um grupo homogêneo de pobres
grande talento administrativo e um potencial
de Pequim para Zhiango. Lembrou-se da
a ideia, no início do século XXI, de se construir
agricultores chineses vindos do campo. Por
proeminente líder do partido no futuro, al-
estrutura complexa e maravilhosa em forma
uma cidade adicional junto às metrópoles exis-
volta de 2026, havia 22 milhões de pessoas
gumas de suas decisões administrativas em
de bolha que ele e seus companheiros parti-
tentes que estavam superlotadas.
na cidade, a maior parte delas totalmente
Pequim foram consideradas por demasiado
cipantes tinham gerado durante o workshop.
ocupadas com a produção de ouro (jogar
vagarosas e frívolas. O que Zhiango precisava
Ong ficou imaginando se o que eles tinham
Engenheiros do governo foram instruídos
videogames para recolher dinheiro virtual
era de uma linha dura, e Ong foi enviado para
feito em uma folha de papel poderia ser
a fazer projetos de construção, e as aldeias
para jogadores mais ricos). Houve casos de
lá para mostrar que poderia fazer isso.
transferido para sua nova cidade. E ele come-
existentes e paisagens tiveram que abrir
complexos de apartamentos em que 8.000
Assim que Ong chegou a Zhiango, a situação
çou a trabalhar.
caminho para o novo, a primeira estaca foi
pessoas trabalhavam como produtores de
havia se tornado obviamente impossível. A
colocada em 2016, a cidade foi terminada
ouro em tempo integral, 24 horas por dia. E
cidade precisava de regras. Mas, enquanto
Suas condições iniciais, ao contrário daque-
dois anos depois, e depois de seis anos o
como o fluxo do campo era muito maior do
um administrador médio teria limpado as
las do workshop, eram muito pragmáticas
projeto foi considerado um fracasso total.
que os apartamentos superlotados poderiam
favelas e as substituído com uma estrutura
e visavam instalações urbanísticas básicas.
tais como “escolham o lado mais longo de
46
47
Havia regras, como “todas as ruas deveriam
inteligíveis e deveriam advir de uma visão
O processo passou para uma nova fase
a impressora seria trazida até você para
ter água encanada”, “as construções não po-
clara e de uma forma de autoridade.
nos novos bairros de Zhiango que ainda
uma mudança completa – tudo dentro das
seriam construídos. Estabeleceram-se
condições previstas, é claro.
deriam ter mais do que um andar acima do prédio ao lado” e “vinte painéis solares
Uma das primeiras histórias de sucesso foi
apenas condições, ao invés das habituais
deveriam ser colocados próximo de cada
a favela Banguit, que praticamente desapa-
plantas baixas e planos de construção. Os
Uma das principais vantagens do desenvol-
conexão com a internet”. As condições de-
receu. Em vez de simplesmente derrubá-la,
arquitetos e urbanistas foram demitidos ou
vimento urbano com base no Conditional
liberadamente visavam oferecer uma estru-
Ong havia trazido alguns caminhões com
transformados em Conditional Designers
Design era que ele poderia ser mantido em
tura urbana equilibrada, sem a necessidade
componentes de construção especialmente
confrontados com a tarefa desafiadora de
constante mudança. A cidade deveria ser vis-
de um planejamento completo de antemão.
desenhados que eram fáceis de combinar.
implementação de um bairro esteticamente
ta não como um projeto, mas como um pro-
As regras que foram estabelecidas foram
Os códigos de cores indicavam como eles
de bom gosto e com bom funcionamento
cesso no qual o tempo, as relações mútuas e
rigorosamente observadas, sob o lema “Sem
seriam encaixados em formas diferentes,
por meio de um número mínimo de regras
as mudanças eram os principais fatores. Se
regras, Sem Diversão”. As estruturas exis-
como as peças de um quebra-cabeça. Não
habilmente escolhidos. Todos os tipos de
você quisesse modificar a sua casa, não havia
tentes foram demolidas ou transformadas de
foi necessária nenhuma outra explicação.
experiências foram feitas. No bairro de
necessidade de apresentar um pedido formal
acordo com as condições impostas. A nova
Em poucas semanas, os moradores de Ban-
Quinoa, a forma permitida dos apartamen-
de autorização. Tudo o que tinha que
abordagem não foi um sucesso imediato
guit haviam transformado seu bairro em um
tos em mudança contínua foi determinada
ser feito era consultar as condições que se
em todos os lugares. Ong havia dito a sua
conjunto colorido de estruturas existentes
pela sombra que o sol faz ao meio-dia.
aplicavam ao seu bairro. O resultado disso foi
equipe para tentar regras diferentes nos
e melhoradas. O sucesso deste processo
Em Nitsang, um bairro 100% sustentável
uma paisagem urbana extremamente dinâ-
diversos bairros e zonas da cidade. Enquan-
semiautônomo em Banguit foi proclamado
e autossuficiente foi criado com base em
mica e cheia de energia. Se um casal tivesse
to algumas regras foram vistas como sufo-
em todo o mundo. Aparentemente, Ong havia
uma série de critérios simples relacionados
um filho, eles poderiam simplesmente decidir
cantes e burocráticas, outras demonstraram
encontrado um método para administrar a
a hortas sobre o telhado de edifícios de
acrescentar um espaço extra em sua casa.
a possibilidade de se alcançar uma situação
complexidade da megacidade de Zhiango
escritórios. No subúrbio de Tsintao, um
Como as condições foram muito habilmente
dinâmica e próspera. Logo ficou claro que
sem a necessidade ou o desejo de controlá-la
Conditional Designer jovem e ambicioso
formuladas para promover a coesão social,
as condições estabelecidas não só deveriam
completamente. Como problemas urbanísti-
inventou uma impressora de construção
as pessoas ajudavam-se mutuamente para
ser abrangentes, claras e exequíveis, mas
cos semelhantes poderiam ser encontrados
engenhosa 3D. A impressora de 6 x 8
construir suas casas, se compartilhassem ou
de preferência deveriam também deixar o
em vários outros lugares do mundo - Lagos,
metros recebeu material de sucata moída
não do mesmo interesse. “Se o meu vizinho
máximo de espaço para a interpretação indi-
Caracas, as favelas da Europa, e assim por
de estruturas existentes, misturado com
quer um andar extra na sua casa, então eu
vidual. Qualquer arbitrariedade sem sentido
diante - a história chinesa de sucesso chegou
uma argamassa forte com consistência de
posso acrescentar um também, e por isso, eu
estava fora: as condições tinham que ser
às manchetes internacionais.
cola. Se você quisesse modificar sua casa,
vou ajudá-lo”. Um caso extremo disso acon-
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49
teceu no bairro de Jinzohu, onde um morador
inspiradora de Roel Wouters e Jonathan
tos de sua cidade sem projetos. O ex-prefeito
que havia se tornado inesperadamente imen-
Puckey – ambos Conditional Designers des-
Chin Ong, agora presidente do conselho
samente rico ampliou todas as casas ao seu
de o início - a academia cresceu em menos
chinês, realizou a cerimônia de abertura. Ele
redor a fim de poder construir a sua própria
de uma década para se tornar um influente
falou sobre jardinagem e a compreensão da
casa dos sonhos. O resultado foi um con-
instituto, que foi muitas vezes comparado
complexidade. Ele se referiu ao workshop
junto de casas com uma arquitetura angular
ao Bauhaus do século XX, que tinha sido um
que assistira anos antes, e que se tornou uma
atraente que se destacou do resto do bairro.
importante posto avançado de Modernismo
influência tão decisiva. Ele elogiou as mentes
O prefeito Ong viu tudo isso e observou que
em sua época. Como no Bauhaus, o ensino
por trás do movimento do Conditional Design
havia ficado muito bom - embora, ou talvez
na academia baseava-se em uma visão e um
pela sua visão especial e contribuição para a
justamente porque ele nunca teria sido capaz
método, ao invés de basear-se em cursos
cidade. Todos eles - Luna Maurer, Edo Paulus,
de pensar nisso ele mesmo.
específicos sobre instrumentação.
Roel Wouters e Jonathan Puckey - estavam lá
Zhiango teve muito que agradecer ao méto-
As pessoas se graduavam como designers
do Conditional Design. Por volta de 2050, a
gráficos, designers de jogos, músicos, en-
cidade de 84 milhões de habitantes cresceu
genheiros de tecidos, diretores de cinema e
e se tornou a maior aglomeração urbana do
urbanistas. O Conditional Design tornou-se
mundo. Como um coral urbano, ela ultrapas-
o novo modernismo e Zhiango tornou-se a
sou uma área de 38.000 quilômetros quadra-
primeira verdadeira cidade do século XXI.
para receber os aplausos. Eles perceberam que haviam mudado o mundo.
dos no meio da China. O tamanho não era um problema porque a maioria dos bairros
Na verdade, é estranho nunca ter havido uma
eram autossuficientes. A cidade conseguiu
grande retrospectiva sobre os fundamentos
continuar crescendo sem qualquer limite e a
do movimento do Conditional Design antes.
qualidade de vida era boa.
Agora há um. Antes tarde do que nunca. As pessoas da cidade se aglomeraram com
A Academia Conditional Design foi criada por
entusiasmo em torno das centenas de de-
iniciativa do prefeito em 2038 para maximizar
senhos, maquetes, projeções e paisagens
e enfatizar o sucesso do método de Condi-
sonoras no museu de arte contemporânea.
tional Design em Zhiango. Sob a orientação
Foi a primeira oportunidade de ver os proje-
Koert van Mensvoort
50
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Moon Kyungwon & Jeon Joonho Coréia do Sul
Moon recebeu seu M.F.A. em Artes do
News From Nowhere,
Instituto de Artes da Califórnia, EUA, e
Livro, Workroom, 2012
M.F.A / B.F.A da Universidade de Mulheres
http://newsfromnowhere.kr
de Ewha, na Coréia. MOON fez várias exposições individuais. Jeon recebeu seu M.A. da Chelsea College of Art and Design
A obra imagina o futuro através de pro-
e seu B.F.A da Universidade Dongeui.
jetos com a colaboração de artistas, de-
Jeon também realizou várias exposições
signers e arquitetos. O projeto se estende
individuais. Juntos, eles participaram da
online, onde especialistas nas áreas de
Bienal de Gwangju (2012) e dOCUMENTA
educação, economia, política, cultura
13, Kassel (2012). Eles receberam o Gran-
e religião aderem a discussão sobre as
de Prêmio da Bienal de Gwangju e o Prê-
práticas artísticas contemporâneas e
mio Artista da Coréia, co-organizado pelo
sugestões de futuros alternativos.
Museu Nacional de Arte Contemporânea, na Coréia e pela SBS Foundation.
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Paulo Bruscky
Brasil
Artista multimídia, Paulo Bruscky inicia na
Máquina de filmar sonhos, 1977
década de 1960 sua pesquisa no campo
Anúncio Jornal, 58 x 38 cm
da arte conceitual, através da poesia visual,
Cortesia Galeria Nara Roesler
da fotografia, do vídeo, troca de mensagens postais, da performance e da inter-
Máquina de Filmar Sonhos, 1977
venção urbana e a partir de 1970 desen-
Conto, offset, 26,5 x 21,1 cm
volve pesquisas em suportes destinados
Cortesia Galeria Nara Roesler
à reprodução e circulação da imagem ou da informação, como o fax, o xerox, raio-x,
Máquina de filmar sonhos, 1977
a imprensa, os carimbos. Em um con-
Carta, caneta sobre papel, 24,8 x 20,3 cm
texto de burocracia, de falta de ambiente
Cortesia Galeria Nara Roesler
institucional para a arte em sua cidade e de repressão do período de ditadura militar no Brasil, os trabalhos de Bruscky se
Este trabalho é parte de uma série de
apresentam como pequenas provocações,
inserções em classificados de jornal reali-
colocando o cotidiano à prova.
zadas pelo artista. Nesta era anunciada a venda de uma máquina de filmar sonhos com filmes (preto e branco ou colorido) sonorizada, marca Bruscky, que possibilitaria ao comprador assistir a seus sonhos tomando café da manhã.
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Persijn Broersen & Margit Lukács Holanda
Vivem e trabalham em Amsterdã e Paris.
Mastering Bambi, 2011
Em sua produção, a dupla faz uso de uma
Filme em HD, 12min 30seg
variedade de suportes, principalmente
Trilha Sonora Berend Dubbe & Gwendoly Thomas
vídeo e computação gráfica. A partir de-
Cortesia Gallery Akinci, Amsterdam
les, produzem um conjunto de obras que reflete sobre a natureza ornamental da sociedade de hoje, demonstrando como
Usando colagens fotográficas 3D, os
a realidade, a comunicação de massa e
artistas reinterpretam a visão idílica de na-
a ficção estão fortemente interligadas
tureza do clássico da Disney. Ao longo do
na cultura contemporânea. Desde 2000
filme, a câmera se move através de cenas
a dupla vem expondo seus trabalhos em
de florestas vazias e campos de inverno.
festivais, museus e galerias internacionais.
Os personagens são eliminados, restando apenas a paisagem desértica como a principal protagonista.
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Ricardo de Castro Brasil
Desde 2002, Ricardo de Castro desen-
Totem Magia, 2010
volve uma linguagem artística a partir
Impressão digital, 50 x 38 cm
de instalações, vídeos, performances e esculturas. O artista propõe ao espectador experiências que visam o deslocamento
A obra é uma documentação de uma per-
do indivíduo para a abertura de novos
formance que o artista fez no deserto de
espaços mentais, renovação de atitudes
Atacama, Chile, popularmente conhecido
cotidianas, destruição de padrões e o
como o lugar mais seco do mundo. Devido
redesenho de um pensamento livre. As
à sua aparência sobrenatural, a região
obras, que trazem em si ideias de magia,
tem sido usada como locação para filmar
ciclo, morte e renascimento, são de cará-
cenas de Marte. A performance mistura
ter relacional e, em alguns casos, aconte-
o personagem fictício de um super-herói
cem em espaços públicos, visando com-
com manifestações da cultura tropicalista.
partilhar com o maior número de pessoas a energia elaborada no trabalho.
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Sascha Pohflepp
Alemanha
Nascido na Alemanha, Sascha Pohflepp
The Tsiolkovsky Trick, 2011/2013
tem mestrado em Design Interactions
Vídeo em loop
na Royal College of Art de Londres, com graduação em Media Art na University of the Arts de Berlim. Seu trabalho espelha
A obra é uma narrativa visual de um as-
seu interesse pela ciência e tecnologia,
pecto da história da tecnologia a partir
seus mitos e realidades - como refletem
do scrolling de modelos de foguetes
nossos desejos de transcendência e como
espaciais encontrados no Google’s 3D
estão moldando a realidade do nosso
Warehouse. Assim como passado serve
mundo. Já colaborou em vários projetos
de prólogo, o mesmo acontece com o
artísticos e científicos, em áreas que vão
futuro imaginado. O titulo faz referência
desde o microcosmo da biologia sintética
aos estudos pioneiros do cientista russo
até o macrocosmo da exploração espacial.
Konstantin Tsiolkowsky, também autor do
Seu ensaio sobre a noção de máquinas
romance sobre a colonização do espaço
vivas será publicado no livro Synthetic
“Dreams of the Earth and Sky”. Em seu
Aesthetics, pela MIT Press.
ensaio “Langrangian Futures”, Pohflepp comenta: “A tecnologia, embora envolta em noções de lógica, razão e lucro, é acima de tudo um esforço narrativo. Futuros tem que ser pensados antes de poderem ser construídos ou vendidos, e seu pensamento enquanto visões, mitos e mentiras fornece o que Norman M. Klein apropriadamente chama de ‘infra-estrutura fantástica’.”
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Semiconductor
Reino Unido
Desde 1999 os artistas britânicos Ruth
Worlds in the Making, 2011
Jarman e Joe Gerhardt desenvolvem
Instalação de video em HD, 3 canais, 23 min
trabalhos que se tornaram conhecidos
Trilha sonora: Oren Ambarchi
pela forma inovadora com que exploram a natureza material de nosso mundo, como nós a experienciamos e como formamos
A instalação explora a maneira como
um entendimento sobre ela – questionan-
observamos, experimentamos e criamos
do nosso lugar no universo físico.
uma compreensão das origens físicas do mundo a nossa volta. Ao apropriar-se das ferramentas e processos da vulcanologia para re-interpretar as paisagens primordiais de nosso planeta vulcânico, Semicondutor cria um mundo diferente do que pensamos conhecer, interrompendo nossas suposições sobre a realidade e questionando como a ciência afeta a nossa experiência do mundo natural. Os dados sísmicos recolhidos sob vulcões e traduzidos em áudio evocam imagens de rochas em atrito de baixo da terra e são usados como uma ferramenta escultórica para
Comissionado por Jacqui Davies and
gerar elaboradas animações CG de forma-
FACT, Foundation for Art and Creative
ção de cristais minerais. O diálogo de um
Technology. Apoio Arts Council England.
cientista aparece para nos guiar através de
Gulbenkian Galapagos Artists
paisagens extraordinárias. O espectador é
Fellowship. Smithsonian Artists
transportado para um mundo entre ficção
Research Fellowship.
científica e fato científico – uma reinterpretação contemporânea do sublime.
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Thomas Thwaites
Reino Unido
Designer, explora em seu trabalho o
Policing Genes, 2013
grande interesse que tem por tecnologia,
Instalação, colméia modificada, 3 caixas de
ciência e pesquisas futurológicas. Tem
acrílico contendo amostras de plantas, sinal
um MA em Design Interactions do Royal
de rua, diagrama e vídeo
College of Art de Londres e vem desenvolvendo desde 2009 uma série de projetos comissionados abordando diversas áreas,
O artista parte das experiências da in-
como tendências sociais, biotechnologia,
dústria farmacêutica com pharming, ao
história e filosofia da ciência.
inserir genes em plantações de batatas e tomates, por exemplo, para produzir drogas úteis e lucrativas contra doenças como Alzheimer e Hepatite B. Nessa obra de design-fiction, Thwaites especula sobre um cenário onde as técnicas de engenharia genética estão ao alcance do amador, e seu uso ilegal passa as ser alvo de controle policial.
Obra comissionada pelo Engineering & Physical Sciences Research Council como parte do IMPACT Project, com o UCL Centre for Security & Crime Science.
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Tuur Van Balen, Steven Ounanian, Cathrine Kramer Bélgica / Noruéga / Estados Unidos / Reino Unido
O belga Tuur Van Balen desenvolve uma
Do Androids Dream of Electric
produção experimental de objetos ficcio-
Beatles?, 2007
nais, fotografias, performances e videos,
Vídeo, 4min 54seg
em parceria com Revital Cohen, com quem administra um espaço para arte experimental em Londres . Suas obras explo-
A obra tem como referência o Teste Turing,
ram as tensões entre biologia e tecnologia.
que começou a ser desenvolvido em 1950
O norte-americano Steven Ounanian tem
pelo matemático Alan Turing, como uma
formação em Design e recebeu em 2010
proposta para testar a inteligência das má-
o prêmio Arts Admin Bursary em Live Art
quinas, colocando à prova sua capacidade
para continuar suas pesquisas sobre tec-
ou não de se passar por um humano. No
nologias emergentes no contexto social.
vídeo, Angelina canta uma versão de Yes-
A norueguesa Cathrine Kramer é artista,
terday dos Beatles, criada a partir de uma
designer, pesquisadora e curadora com
série de traduções feitas por computador.
atuação internacional. Em seus trabalhos,
O título da obra faz referência ao romance
cria cenários interativos que investigam
de ficção científica Do Androids Dream of
nossas relações uns com os outros e o
Electric Sheep?, escrito por Philip K. Dick
ambiente no qual vivemos.
em 1968, que serviu de base para o filme de Ridley Scott, Blade Runner, 1982.
Performance live da obra com Adriana Capparelli em 8 de outubro.
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SINOPSE
CONCEITO
3 convidados apresentam uma playlist de
Recebemos constantemente um link que
10 minutos de videos da internet.
nos leva a um video da internet, o qual visualizamos enquanto fazemos várias outras atividades, checando nossos emails, falando ao telefone, ou mesmo durante reuniões de trabalho. Em MOSTRA TUDO paramos para apreciar este tipo de conteúdo de uma nova forma, como parte de uma playlist de um convidado especial. A arquitetura da web é desenhada de maneira a fazer com que nos relacionemos com aqueles que nos são semelhantes. Ao convidar pessoas de identidades diversas para apresentar suas playlists em uma mesma sessão, nosso objetivo é criar um cruzamento de perspectivas e um espaço de reflexão sobre essa dimensão da cultura digital.
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IV 3M DIGITAL ART SHOW
Curatorship gisela domschke S達o Paulo 2013
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3M PRESENTATION
3M Digital Art Show has become a reality
tion. National and international artists will
since 2010, driven by the desire to reflect
present their fictional versions that, in view
on the Arts the creative pulse of contem-
of the curator, offer “critical, experimental
porary society, highlighting the influence
or simply imaginary perspectives, which
of technological evolution in human life
suggest the possibility of alternative
and, accordingly, on the cultural creations
paths.”
of this early century. As a major sponsor and partner for the Each year, the Show is renewed, by
accomplishment of the Show, 3M helps us
inviting a new curator to imagine a
take an innovative plunge in the world of
unique exhibition that pursues unexplored
Arts, doing what we love to do: connecting
paths and awakens different issues.
with new people and languages, tracking
At the Show, we practice our speech and
paths yet little explored, reviewing con-
belief about the essence of Innovation that
cepts and exercising NEW ways of think-
3M values and nurtures so much, in which
ing and seeing the world, re-imagining
new visions, trials and constant change
tomorrow with passion and creativity.
are golden rules. We hope you all enjoy the 4th 3M Digital In 2013, we come to the 4th edition of 3M
Art Show and help us build and transform
Digital Art Show with an inspiring proposal
our project, year after year.
based on “Radical Fictions” with artist Gisela Domschke, at the distinguished Instituto Tomie Ohtake cultural space, our only concession when it comes to repeat any variable in the whole process. The Show is an invitation to rethink our future in a society suffering from exhaus-
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Instituto Tomie Ohtake
For the second consecutive year, Instituto
Radical Fictions presents a diverse panor-
Tomie Ohtake host the 3M Digital Art Show,
ama of Brazilian and international artists
contributing to the current debate about
whose works suggest narratives that help
the dynamic dialogues and interactions
to think of the possible outcomes of this
between art and technology.
technological omnipresence.
The gradual assimilation of new media in art
Some works reflect on the implications
expands its field of possibilities and presents
of the advances in biotechnology, others
challenges to the public, artists and critics.
approach the influence of the Internet on the understanding of the world, and there
For this edition, curator Gisela Domschke
are also those who evidence the means
proposes the theme “Radical Fictions�,
used by technology to conquer invisible
which will bring works which result from
and intangible territories which go beyond
critical reflection about the ubiquity of
our perception and understanding.
consumer electronics in recent history
The reunion of these different positions
and the present of humanity, in a dynamic
allows the show to establish a conducive
that ranges from the relationship between
platform to address this latent issue in all
individuals and the environment and its
sectors of contemporary society.
surroundings to our own physiological and psychological constitution.
We thank 3M for making this project feasible, Elo3, who conceived and produced it,
The selected works are in the fine line
and the Ministry of Culture for enabling all
between the virtualities of technology and
sectors to unite in favor of art.
materiality of reality, pointing out the potential, but also the consequences of the most daring projects of human ingenuity.
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Radical Fictions
At the end of her essay “The Conquest
At the end of the twentieth century, the
redraw materials and processes with rev-
Fiction is a form of narrative that deals with
of Space and the Stature of Man,” Han-
world can be divided by different borders,
olutionary consequences for the industry.
(yet) non-factual events, which allows us
nah Arendt shows us that our capacity
which are permeable by information.
In this scenario, the greatest threat is the
to explore the possibilities of our desires
to “conquer the space” was due to our
Donna Haraway writes in “A Cyborg Man-
system failure. Stress becomes the prime
in order to understand what limitations are
ability to radically abandon our terres-
ifesto” that communication technologies
condition to affect all types of components
today. This helps to take a step beyond the
trial common sense. “And yet, an actual
and modern biology are constructed
of this universe.
rigid structure of our way of life, and look at
change of the human world, the conquest
by a common move - “the translation
of space or whatever we may wish to call
of the world into a problem of coding”2.
We have now come to a point of exhaus-
it, is achieved only when manned space
Yet before the passage of the millenium,
tion - social, environmental and economic.
The works gathered here feature various
carriers are shot into the universe, so
Negroponte announces: “Like air and
Today, in the context of a long-lasting
types of fiction. Acting as agents, they are
that man himself can go where up to now
drinking water, being digital will be noticed
“financial” crisis, which calls into question
action systems designed to provoke and
only human imagination and its power of
only by its absence, not its presence.”3
many aspects of our society, the discus-
question the way we live and reimagine our
abstraction, or human ingenuity and its
Microelectronic devices are everywhere.
sion about alternate futures and paths
future every day.
power of fabrication, could reach”1. To
Control strategies focus on interfaces and
becomes imperative.
the observer in balance in the free space
exchange flows between borders. Multi-
imagined by Einstein now joins one of
national corporations, the military power,
This exhibition is not a call to a revolution.
flesh and blood. From this point in space,
satellite systems, political processes, the
It is an invitation to a moment of pause,
technology no longer appears “as the re-
fabrication of our imaginations depend on
to look back and think about the future. A
sult of a conscious human effort to extend
electronics. Biotechnology starts to get
space for proposition of radical fictions,
man’s material powers”, and is then seen
more attention than human reproduction.
whether of critical, experimental or simply
as “a large-scale biological process”.
Biology arises as a potential science to
imaginary perspectives.
its complexities from a distance.
Gisela Domschke 1. Arendt, Hannah (1963). “The Conquest of Space and the
2. Haraway, Donna (1991). “A Cyborg Manifesto: Science, Tech-
3. Negroponte, Nicholas. “Beyond Digital”, in WIRED, Decem-
Stature of Man”, in Between Past and Future.
nology, and Socialist-Feminism in the Late Twentieth Century”.
ber 1998.
In Simians, Cyborgs and Women: The Reinvention of Nature.
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Artists & WORKS
78
79
Arnaldo Antunes
BRAZIL
The musician Arnaldo Antunes was part
Oráculo, 2009
of the band Titãs from 1982 to 1992 and
Audio, 30 min
since 1992 has released 12 albums as a solo artist. It was also in the 1990s that Arnaldo began to participate in collective
In this sound work, Arnaldo Antunes refers
and individual exhibitions in Brazil and
to the reading of an oracle - a large collage
abroad. As in his production as a mu-
of philosophical texts, photo soap opera,
sician, the word is the starting point of
invitations, documents, texts of news and
his work as a visual artist. Mixing letters
fragments of poems. With a unison inton-
and colors, the words are worked in their
ation, all these references seem to be part
handwriting, in their meanings (individual
of one and the same story - a poetic retell-
and in relation to other words), from their
ing of the ancient practice of consulting
sounds, their intonation in reading and
deities about the future.
the colors that are used.
“In the early 80s, I started to produce a
person. The book ended up not being
series of collages, using cut outs from
edited, the collages were kept and, many
various sources (books, books, magazines,
years later, I was urged to make a recording
newspapers, catalogs, package inserts,
of those fragments of different registers of
prescriptions, instruction manuals, leaflets,
discourse, in an intonation that gave them
posters, etc.) torn by hand and juxtaposed
the illusion of continuity, as if they com-
in unusual associations. They were com-
posed a single narrative. The result became
posed in a fixed measure, with the project
a sound collage that produces, at the same
of turning them into a book, to be called
time, engagement and strangeness”.
Oráculo and which, when opened casually
Arnaldo Antunes
on a page, could give answers to questions, or say something about that moment the
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81
Charles Csuri
United States
Artist and computer graphics pioneer and
Random War, 1967
Professor, at The Ohio State University.
Print, 104 x 229 cm
In 1964, he experimented with computer
Cortesia CsuriVision, Ltd.
graphics technology and, ten years later, he created computer animated films. His work was highlighted in the exhibi-
In this work, Csuri captures the chaos of
tion Cybernetic Serendipity held at The
the battlefield through the generation of
Institute for Contemporary Art, London,
random numbers, which determine the
England, 1968. One of his computer films
location and angle of the design of the
is in the collection of New York’s Museum
soldiers. The artist explores, by means
of Modern Art.
of mathematical systems, a new idea of form as well as a new idea of structure. “You can have thirty dimensions, instead of the usual three that always come to mind,” says Csuri. “This is not a real space, but a theoretical space.” In this space, the pioneering generative experiences from computer graphics converge with the reference to the social upheaval caused by the Vietnam War in the 60s.
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Fernando Velázquez
Uruguay / Brazil
Born in Montevideo, Fernando Velázquez
When everything I learned served
lives and works in São Paulo. His works
for nothing, Mateo Velázquez in
include videos, installations and interactive
memoriam, 2009
objects, as well as audiovisual perform-
Interactive object, balsa wood, books, sensor,
ances and has received many awards such
cooler, weathervane.
as the Scholarship to Incentive Artistic
120 x 15 x 10 cm
Creation in Visual Arts Funarte (São Paulo, 2010), the 8th Sergio Motta Art and Technology Award (São Paulo, 2009), the
The work is an interactive object, which
“Artificial Life 11.0” Award (Madrid, 2008)
highlights the paradoxes and the fragility
and the Midias Locativas Arte.mov Award
of life — a strong metaphor about our
of the International Mobile Media Festival
future searches.
(Belo Horizonte, 2008), among others. He is currently doing his PhD in Communication and Semiotics at PUC - SP.
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Gabriela Greeb & Mario Ramiro Brazil
Gabriela Greeb is a filmmaker and visual
Rede Telefonia, 2009
artist, author of fiction films, authorial
Audio, 4min 33sec
documentaries and video installations.
Acknowledgement Instituto Hilda Hilst
She Lived in Europe for 12 years, where she got in contact with the movie universe. In Paris she made her first short
Work based on the experiences made
film, Le Baiser, shown in over a thousand
by Brazilian writer Hilda Hilst in the ‘70s,
theaters in France.
when she was seeking, through the recording of radio signals a channel of
Mario Ramiro is a multimedia artist and
communication with deceased friends.
was a member, alongside Hudinilson Jr.
The work documents an experimental
and Rafael França of 3NÓS3 group, which
practice of the writer, who explores, with
between 1979 and 1982 held public inter-
methodological rigor, universes hardly
ventions in São Paulo.
investigated by science. Radio piece created for the Radiovisual project, of the 7th Mercosul Biennial: Grito e Escuta (Crying and Listen), with reference to the concert 4’33” created by John Cage in 1952.
Photo: J. Toledo (s/data)
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Golan Levin and Shawn Sims United States
Artist, researcher and Associate Professor
The Free Universal Construction Kit,
of Electronic Art at Carnegie Mellon
2012
University, Golan Levin has a production
3D printed objects
interested in new modes of interactive expression and nonverbal communication. For over 20 years, he participated in high
The project offers about 80 adapters
technology research programs, including
among toys such as Lego, Duplo, Duplo,
the MIT Media Laboratory, Ars Electronica
Fischertechnik, Gears! Gears! Gears!,
Futurelab, Interval Research Corporation
K’Nex, Krinkles (Bristle Blocks), Lincoln
and the Eyebeam Art + Technology Center.
Logs, Tinkertoys, Zome, and Zoob. By
His work gained visibility in the Whitney Bi-
allowing any piece to fits any other, the
ennial and was awarded by programs like
Kit encourages new ways of relationships
Creative Capital, Rockefeller MAP Fund
between closed systems, allowing the
and Arts Council England, among others.
creation of previously impossible designs.
Levin has made exhibitions and delivered
Adapters can be downloaded on sharing
lectures in Europe, the Americas and
websites for reproduction by means of
Asia. Through performances, response
personal manufacturing devices, such
artifacts and virtual environments, Levin
as Makerbot (a low cost open-source 3D
presents creative twists to digital techno-
printer). A “meta-mashup” system, the kit
logies, highlighting our relationship with
enables a creative process, where anyone
machines, expanding the vocabulary of
can develop the necessary parts to modify
human action, and awakening participants
or adapt mass produced commercial
to their own potential as creative actors.
products. An invitation to reflect on our relationship with mass material culture and the evolution of the ways in which we can
Developed in collaboration with F.A.T. Lab and Sy -Lab.
better adapt them to our imagination.
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Hojun Song
South Korea
With a degree in engineering and com-
Launch Vehicle Contract, 2011
puter science, South Korean Hojun Song
HD video, 4min 3sec
has participated in group exhibitions since
2005. His work focuses on the construc-
How OSSI-1 Satellite Works, 2012
tion of narrative and fiction design objects.
HD video, 5min 31sec
Satellite Launching, 2013 Impossible Is Expensive, 2013
HD video, 1min 59sec
Digital print 120cm x 180cm
OSSI-1 Satellite Building And Testing
In front of the Soyuz Rocket, 2013 Digital print
Since 2008, Hojun has been working
120 x 180cm
on the launch of his satellite. In Back to
Program In Ossi, he disputes the fact that
Radiation Jewelry, 2010
all space programs are directed and de-
Uranium 238 ore, Uranium oxide bead, 18k
veloped by governments or military forces.
Gold, 1.2mm Stainless steel wire
“Ossi”- Open Source Satellite Initiative - is
20 cm x 25 cm x 150 cm, 1 kg
a DIY satellite for individual use, which al-
lows a connection between individuals and
OSSI-1 Satelite, 2013
the universe, stimulating our fantasies.
ABS plastic 10cm x 10cm x 11,4cm 200g
Please Buy My T Shirts, 2012, HD video, 3min 41sec
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INKA & NIKLAS
FINLAND/ SWEDEN
Inka Lindergård and Niclas Holmström live
Saga VIII, 2011
and work in Stockholm. The duo of pho-
Archival Pigment Print, 40 x 51 cm
tographers investigates unspoiled natural
Courtesy Swedish Photography
landscapes. Their images cause strangeness through subtle interference, such as
Watching Humans Watching XIV, 2010
a spray that colors the depicted landscape.
Archival Pigment Print, 40 x 51 cm Courtesy Swedish Photography
Watching Humans Watching V, 2008 Archival Pigment Print, 40 x 51 cm Courtesy Swedish Photography
The two series are linked to the concepts of human observation and natural landscapes. In Watching Humans Watching, artists explore the presence of visitors in desert environments. In Saga, the application of strange colors on the rocks suggests climatic irregularities in a supposedly pristine landscape. The word ‘saga’ means “fairy tale” or “myth” in Swedish, and it is interesting to note that virtually everything there was planned. As a whole, the work questions our relationship with the environmental landscape.
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James Bridle
United Kingdom
Writer and artist based in London. His
Drone Shadows, 2012
work is in the intersection of literature, cul-
Installation, adhesive tape specific for soil
ture and network. He is the author of the blog “New aesthetics” and has written for magazines and periodicals such as Wired,
By drawing on the floor the fictitious
ICON, Domus, Cupboard, The Atlantic and
shadow of a drone, James Bridle high-
the Observer newspaper. His works seek
lights the invisibility of those robotic flying
critical questioning of the role of techno-
machines, ranging from helicopter toys to
logy in contemporary society.
military weaponry technology. Although invisible, they are here among us, increasingly interconnected, permeating our contemporary society. Bridle’s work is an attempt to bring our attention to this technological black-box. As he explains in his blog: “The Drone Shadow is not just a picture of a drone. It is a diagram of a political system. Every time we draw one, we use it to cast light on the actors who would prefer that the reality of their intentions and actions remain hidden. (…) That invisibility is the intention of power; rendering it visible is the intention of art.”
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Justin Bennett
United Kingdom / Nederlands
He studied sculpture and performance at
Dream map, 2013
Sheffield City Polytechnic, sound at the In-
Audio, 45 min
stitute of Sonology in Den Haag and video in Jan van Eyck Academy in Maastricht. His designs make use of different me-
Since 2001, Justin Bennett has produced
dia - drawing, video, audio recording,
soundwalks where the soundtrack, heard
photography, and multiple ones - and are
in headphones, accompanies the viewer
often shown in public spaces, as well as
on a trip through an urban space. The
in cultural institutions. His work plays with
places and things that can be seen and ex-
the boundaries between image and sound,
perienced along the route are as important
music and architecture.
as the sounds and texts that can be heard. For this exhibition, the artist was invited to create an audio piece in the district of Pinheiros.
Partnership: X Bienal de Arquitetura, S達o Paulo
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Marcelo Krasilcic
Brazil / United States
Born in São Paulo, Krasilcic works in New
#PHOFOAM, 2013
York. He studied photography at New York
Hybrid performative installation, made of
University. Since 1990, Krasilcic creates
polyurethane foams in various formats, co-
fashion editorials for the most influential
lored rubber bands, table, chair, coat rack,
magazines in the world. His work has been
mirror, Instagram
exhibited in international galleries and museums, such as the Institute of Contemporary Art (Boston), Centre Pompidou
For the show, Marcelo Krasilcic made
(Paris), Centro Cultural Banco do Brazil
an unpublished piece. #PHOFOAM is a
(São Paulo) and Museum of Modern Art
performative installation that explores
of São Paulo (SP). Besides photography,
the multiple dimensions of contemporary
Krasilcic makes sculptures, videos and
social discourse where participants pho-
performances. Recently he published
tograph and are photographed wearing
book 1990s with images that helped
foam and elastic adornments. The photos
define a new photographic language.
will be posted on Instagram with the hashtag #PHOFOAM. The work evokes various references – from sci-fi literature wearable to Helio Oiticica Parangolé.
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Marcelo Zocchio
Brazil
Born in São Paulo, Marcelo Zocchio
Planeta L.22S.1D, série Planetas, 2009
graduated in Civil Engineering from Mack-
Planeta PJ.78L.4D, série Planetas, 2009
enzie School of Engineering. In the ‘90s,
Planeta PQ.22N.2D, série Planetas, 2009
he attended the General Studies Program
Planeta S.32S.5D, série Planetas, 2009
at the International Center of Photography
Planeta VL.12N.6D, série Planetas, 2009
(ICP) in New York. Since 1991, he has
Methacrylate digital print 26 x 21 x 10 cm,
participated in group exhibitions and
stone in acrylic box, 60 x 85 cm
produced solo exhibitions. Zocchio has works in institutions such as São Paulo Museum of Art Assis Chateaubriand
The series is the result of Zocchio’s in-
(MASP), the Museum of Modern Art of
terest for matters related to man’s relation-
São Paulo (MAM - SP) and the Museum of
ship with the environment. “I did two basic
Modern Art in Rio de Janeiro (MAM - RJ).
courses in astronomy and cosmology to
Published in 1999 the book “Pequeno
delve a bit in it, which made me realize
Dicionário Ilustrado de Expressões
even more the rarity of planet Earth and
Idiomáticas” (Small Illustrated Dictionary
that man’s hope to create living out of
of Idioms) launched in 2012 and the book
here can only be a useless way to escape
“Repaisagem São Paulo”. He won the
from the problems we have created for
National Photography Award of Funarte
ourselves”, writes Zocchio. The work con-
in 1996 and Porto Seguro Photography
sists of nine interplanetary voyages made
Award in 2005.
by the photographer, with the exhibition of a self-portrait and a souvenir from the place visited to confirm his visit.
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Matthijs Munnik
Nederlands
Matthijs lives and works in The Hague,
Citadels: Lightscape VII, 2013
where he studied ArtScience at the Royal
Installation: LED light, acrylic, steel, active
Academy of Art. His production revolves
monitors, computer. Made possible by Mon-
around the idea of expanding our sensory
driaan fonds, Sonic Acts, Stedelijk Museum
capacities, using installations and performances. His work has been featured in several new media festivals, such as
Citadels is a new dream machine, a window
SonicActs (NLD), Kontraste (AUT) Sight
into a virtual world, visualizing an abstract
& Sound (CAN). His work Microscopic
universe composed of light and sound only.
Opera was awarded the Artist & Designer
The purpose of this universe is to explore the
4 Genomics Award and was nominated for
boundaries of our sensory perception. While
the Rotterdam Design Award.
the eye tries to make sense of the sensory overload of the effects of light, a dazzling display of highly detailed patterns, fractals and geometry are processed and shipped within the retina to the brain. The investigation on the effect by Bressloff et al suggests that these visual patterns arise because of interference of signals in the primary visual cortex, processed according to the retinotpic mapping of the eye. This transformation creates the typical structures seen in hallucinations. These structures are, therefore, not
Work commissioned by Sonic Acts,
only a construction of the mind, but physical
Amsterdam, with support from the European
perceptions originating in the inner eye
Commission.
architecture.
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Moniker
Nederlands
Moniker design studio, in Amsterdam, is
Blue Fungus, 2008
the result of the encounter of designers
Installation, adhesive tape
Luna Maurer, Jonathan Puckey and Roel
Collection Stedelijk Museum Amsterdam
Wouters, which reflect on the social effects of technology and its influence on our daily lives. Its focus is the cre-
Blue Fungus is an installation made with
ative production process, a concept
the participation of viewers. Visitors are
expressed in it manifesto, “Conditional
given a sheet with four stickers and are
Design”, which has now become a book:
invited to stick them somewhere in the
“Under the influence of media and of
exposition, following a simple set of rules.
technology in our world, our lives are
In this dynamic, patterns emerge from
increasingly characterized by speed and
the observation of what has already been
constant change. We live in a dynamic
created. Blue Fungus makes a comparison
and data-driven society, which is con-
between the “computational randomness”
stantly generating new forms of human
and (un) conscious human action.
interaction and social contexts. Instead of romanticizing the past, we want to adapt the way they work, to coincide with these developments.” (Excerpt from Conditional Design, A manifesto for artists and designers).
Blue Fungus is a project developed for Deep Screen, Art in Digital Culture, Stedelijk Museum Amsterdam.
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105
How Conditional Design Changed the World
Just imagine: It is 12 January 2061, and a
was complete two years later, and another
collect virtual money for wealthier players).
his administrative decisions in Beijing were
remarkable exhibit opens in the museum
six years on the project was recognized as
Cases were known of apartment com-
considered too easy-going and frivolous.
of contemporary art in Zhiango, China. It is
a total failure.
plexes in which 8,000 people worked as
What was needed in Zhiango was a hard
gold farmers on a full-time 24-hour shift.
line, and Ong was sent there to show that he could do just that.
a retrospective of the Conditional Design movement. The turnout is staggering.
The reason given for the failure of the fully
And because the influx from the coun-
Everyone in the city wants to see the ex-
planned metropolis was the complete
tryside was much larger than the crammed
hibit. That is no coincidence, for the work
mismatch between plan and reality. It
apartments could sustain, enormous
As soon as Ong arrived in Zhiango it was
of the conditional designers is closely con-
was carefully calculated that eight million
slum neighborhoods arose around the
patently obvious that the situation had
nected with the history of the city. For the
people would go to live in Zhiango, mainly
city, which exceeded the appalling living
become impossible. The city needed rules.
first time people can visit a show – so runs
from the wealthier Chinese middle class,
conditions of African slums and South
But while the average administrator had
the announcement – that offers a blueprint
who were tired of the cramped quality
American favelas. With its shortage of
cleaned up the slums and replaced them
of the city which has become world-fam-
of life in Hong Kong and Shanghai and
space, inadequate food and energy supply,
with a rigid centrally directed structure,
ous for not having a blueprint.
wanted larger apartments with sun and
poor hygiene, chaos and violence, every-
Ong came up with a creative solution. A
a view. However, apart from the fact that
one could see that as a totally planned
few years earlier he had taken part in a
Zhiango was originally 100% planned. The
China has never been strong in having a
project Zhiango was a disaster. If you had
conditional design workshop during an
metropolis as a centrally run mega-project
middle class, it turned out that the people
the chance, you didn’t go there, let alone
international cultural exchange. During
was a brainchild of the Chinese govern-
for whom the apartments in Zhiango were
live there.
that session, led by the artist-designers
ment. To encourage people to move from
intended had become so rich by now that
the countryside to the city, Beijing had
they went looking for alternative places to
So much for the difficult early years of
cipants had made – or rather, generated
come up with the idea at the start of the
live, such as in the villa districts on the out-
Zhiango. Now comes the story of how
– drawings on big A0 sheets. The most
21st century of building an extra city next
skirts of the existing cities or in one of the
conditional design saved the city. The
fantastic patterns were generated on the
to the existing metropolises that were
Chinese residential colonies in Africa. As
U-turn started with a young and visionary
basis of simple rules such as ‘choose the
bursting at the seams.
a consequence, Zhiango was completely
mayor, Chin Ong, who had been sent from
longest side of an existing triangle and add
filled with a homogeneous group of poor
Beijing to sort the city out. Actually, he
a triangle to it’. Ong had been very inspired
State engineers were instructed to make
Chinese farmers from the countryside. By
was sent there as a punishment because,
at the sight of how a few simple rules could
building drawings, existing villages and
about 2026 there were 22 million people
although he was regarded as a great ad-
lead to unpredictable, layered, complex
landscapes had to make way for the new,
in the city, most of them fully occupied
ministrative talent and a potential promin-
structures. All the participants had been
the first pile was driven in 2016, the city
with gold farming (playing videogames to
ent party leader in the future, a number of
given a book at the end of the workshop,
Luna Maurer and Edo Paulus, the parti-
106
107
and he still leafed through it now and then.
success everywhere. Ong had told his staff
improved infrastructure. The success of
cast at noon. In Nitsang a 100% sustain-
He came across the book again during
to experiment with different rules in the
this semi-autonomous process in Ban-
able and self-sufficient district was created
the move from Beijing to Zhiango. He
various neighborhoods and zones of the
guit was trumpeted all over the world.
based on a number of simple criteria
remembered the wonderful, complex
city. Whereas some rules were felt to be
Apparently Ong had found a method to
regarding rooftop vegetable gardens on
bubble structure that he and his fellow
stifling and bureaucratic, others proved to
administer the complexity of the megacity
office blocks. In the Tsintao suburb an
participants had generated during the
lead to a flourishing, dynamic situation. It
of Zhiango without the need or the desire
ambitious young conditional designer had
workshop. Ong wondered whether what
soon became clear that the conditions laid
to control it completely. As similar urban
devised an ingenious 3D building printer.
they had done on a sheet of paper could
down must not only be comprehensible,
planning problems could be encountered
The 8 x 6 meter printer was supplied with
be transferred to his new city. And he got
clear and feasible, but should preferably
in various other places in the world – La-
milled scrap material from existing struc-
down to work.
also leave a maximum of space for indi-
gos, Caracas, the slums of Europe, and
tures, mixed with a tough glue-like mortar.
vidual interpretation. Meaningless arbit-
so on – the Chinese success story hit the
If you wanted to modify your home, you
His initial conditions, unlike those of the
rariness was out: the conditions had to be
international headlines.
had the printer brought in for an extreme
workshop, were very pragmatic and aimed
intelligible and to be the result of a clear
at basic urban planning facilities. There
vision and source of authority.
were rules such as ‘every street should
makeover – all within the conditions laid The process was taken a stage further
down, of course.
in the new districts of Zhiango that were
have piped water’, ‘a building may not be
One of the first success stories was the
to be built. Only conditions were laid
One of the main advantages of the urban
more than one floor higher than the build-
slum neighborhood Banguit, which had
down instead of the usual ground plans
development based on conditional design
ing next to it’, and ‘twenty solar panels
been practically written off. Instead of
and building plans. Architects and urban
was that it could be kept in continuous
must be placed around every internet con-
simply razing it to the ground, Ong had
planners were either sacked or turned
movement. The city should be seen not as
nection’. The conditions were deliberately
brought in a number of trucks with spe-
into conditional designers faced with the
a design but as a process in which time,
aimed at bringing about a balanced urban
cially designed building components that
challenging assignment of implementing
mutual relations and change were the
structure without the need to plan it com-
were easy to combine. The color codes
an aesthetically tasteful and smoothly
primary factors. If you wanted to change
pletely beforehand. The rules that were
indicated how they could be fitted to-
functioning neighborhood by means of a
your home, there was no need to submit
drawn up were strictly observed under the
gether in different ways like the pieces of
minimal number of cleverly chosen rules.
a formal request for a permit. All you had
motto No Rules, No Fun. Existing struc-
a jigsaw puzzle. No other explanation was
All kinds of experiments were made. In the
to do was to consult the conditions that
tures were demolished or transformed
needed. Within a few weeks the residents
Quinoa district, the permitted form of the
applied to your neighborhood. This res-
to comply with the conditions imposed.
of Banguit had turned their neighborhood
continuously changing apartments was
ulted in an extremely dynamic and vital
The new approach was not an immediate
into a colorful ensemble of existing and
determined by the shadow that the sun
urban landscape. If a couple had a baby,
108
109
they could simply decide to add an extra
meters in the middle of China. The scale
been a major retrospective on the founda-
room to their home. Because the con-
was not a problem because most of the
tions of the conditional design movement
ditions were very cleverly formulated to
districts were self-sufficient. The city could
before. Now there is one. Better last than
promote social cohesion, people helped
keep on growing without any limit, the
never. The people from the city thronged
one another to build their homes, whether
quality of life was good.
enthusiastically around the hundreds of
they shared the same common interest or
drawings, scale models, projections and
not. ‘If my neighbor wants an extra floor
The Conditional Design Academy was set
soundscapes in the museum of contem-
in his home, then I can add one too, so I’ll
up on the initiative of the mayor in 2038 to
porary art. It was their first opportunity to
lend him a helping hand.’ An extreme case
maximize and underline the success of the
see the blueprints of their blueprint-less
of this was the Jinzohu district, where a
conditional design method in Zhiango. Un-
city. The former mayor Chin Ong, by now
resident who had unexpectedly become
der the inspiring guidance of Roel Wouters
president of the Chinese council, per-
immensely wealthy had all the homes
and Jonathan Puckey – both conditional
formed the opening ceremony. He talked
around him extended in order to be able to
designers from the very beginning – the
about gardening and embracing complex-
implement his own dream home. The res-
academy grew in less than a decade to
ity. He referred to the workshop that he
ult was a group of homes with an attractive
become an influential institute that was
had attended years before and that had
angular architecture that stood out above
often compared with the 20th-century
been such a decisive influence. He praised
the rest of the district. The mayor Ong saw
Bauhaus, which had been an important
the minds behind the conditional design
it and, behold, it was very good – even
outpost of Modernism in its day. Like the
movement for their special vision and
though, or perhaps precisely because he
Bauhaus, teaching in the academy was
contribution to the city. All of them –Luna
would never have been able to think of it
based on a vision and method rather than
Maurer, Edo Paulus, Roel Wouters and
himself.
on medium-specific courses. Its graduates
Jonathan Puckey – were there to receive
included graphic designers, game de-
the applause. They realized that they had
Zhiango had a lot to thank the conditional
signers, musicians, tissue engineers, film
changed the world.
design method for. By around 2050 the
directors and urban planners. Conditional
city of 84 million residents had grown to
design was the new Modernism. Zhiango
become the largest urban conglomeration
was the first real 21st-century city.
in the world. Like a living urban coral, it spanned an area of 38,000 square kilo-
It’s strange, in fact, that there has never
Koert van Mensvoort
110
111
Moon Kyungwon & Jeon Joonho South Korea
Moon did her M.F.A. in Arts at the Cali-
News From Nowhere,
fornia Institue of the Arts, USA, and his
Book, Workroom, 2012
M.F.A./B.F.A. at the Ewha Women’s Uni-
http://newsfromnowhere.kr
versity in Korea. MOON has done many individual exhibits. Jeon did an M.A. at the Chelsea College of Art and Design and
The work imagines a future through
a B.F.A. at the Dongeui University. Jeon
projects in collaboration with artists,
has also done many individual exhibits.
designers and architects. The project
Togetherm they have participated in the
continues online, where specialists in
Gwangiu Biennial (2012) and dOCU-
Education, Economics, Politics, Culture
MENTA 13, Kassel (2012). They received
and Religion join the discussion on con-
the Gwangiu Biennial Grand Prize and the
temporary artistic practice and alternat-
Korean Grand Prize, co-organized by the
ive future scenarios.
National Contemporary Art Museum in Korea and the SBS Foundation,
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PAULO BRUSCKY
Brazil
Multimedia artist, Paul Bruscky starts
Máquina de Filmar sonhos, 1977
in the 1960s his research in the field of
Newspaper ad, 58 x 38 cm
conceptual art through visual poetry,
Courtesy Galeria Nara Roesler
photography, video, exchange of messaging cards, performance and urban
Máquina de Filmar sonhos, 1977
intervention, and from 1970 he conducts
Story, offset, 26,5 x 21,1 cm
research on media intended to reproduc-
Courtesy Galeria Nara Roesler
tion and of image or information, such as fax, photocopies, x-ray, the press,
Máquina de filmar sonhos, 1977
stamps. In a context of bureaucracy, lack
Letter, pen on paper, 24,8 x 20,3 cm
of institutional environment for art in his
Courtesy Galeria Nara Roesler
city and repression during the period of military dictatorship in Brazil, Bruscky’s works is presented as small provoca-
This work is part of a series of inserts in
tions, putting daily life to test.
newspaper classifieds made by the artist. He announced the sale of a dream filming machine with movies (black and white or color), with sound, Bruscky brand, which would allow purchasers to watch their dreams eating breakfast.
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Persijn Broersen & Margit LukĂĄcs Nederlands
They live and work in Amsterdam and
Mastering Bambi, 2011
Paris. In their production, the duo makes
HDfilm, 12min 30sec
use of a variety of supports, especially
Sound by Berend Dubbe & Gwendoly Thomas,
video and computer graphics. From them,
Courtesy Gallery Akinci, Amsterdam
they produce a number of works that reflect on the ornamental nature of today’s society, demonstrating how reality, mass
Using 3D photographic collages, the
media and fiction are strongly intertwined
artists reinterpret Disney classic’s idyllic
in contemporary culture. Since 2000 the
vision of nature. Over the course of the
duo has been exhibiting their work at inter-
film, the camera pans across empty forest
national festivals, museums and galleries.
scenes and winter fields. The characters are eliminated, and the desert landscape is the only protagonist left.
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Ricardo de Castro Brazil
Since 2002, Ricardo Castro developed an
Magia Totem, 2010
artistic language from installations, videos,
Digital print, 50 x 38 cm
performances and sculptures. The artist offers the viewer experiences aimed at the displacement of the individual to the
The work is a documentation of a perform-
opening of new mental spaces, renovation
ance that the artist did in Atacama Desert,
of everyday attitudes, destruction patterns
Chile, commonly known as the driest
and redesign of a free thinking. The works,
place in the world. Due to its otherworldly
which bring with them ideas of magic,
appearance, the region has been used as
cycle, death and rebirth, are relational in
a location for filming Mars scenes. The
character and, in some cases, take place
performance mixes the fictional charac-
in public spaces, in order to share with a
ter of a superhero with manifestations of
higher number of people the energy de-
tropicalist culture.
veloped at the work.
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Sascha Pohflepp
Germany
Born in Germany, Sascha Pohflepp holds
The Tsiolkovsky Trick, 2011/2013
a Masters in Design Interactions from
Video loop
the Royal College of Art in London, with a degree in Media Art at the University of the Arts Berlin. His work reflects his
The work is a visual narrative of an aspect
interest in science and technology, their
of the history of technology from the
myths and realities – how they reflect
scrolling model space rockets found in
our desires for transcendence and how
Google’s 3D Warehouse. Just like the past
they are shaping the reality of our world.
serves as a prologue, the same happens
Sascha has already collaborated on
with the future imagined. The title refers
several artistic and scientific projects, in
to the pioneering studies of the Russian
areas ranging from the synthetic biology
scientist Konstantin Tsiolkowsky, also the
microcosm to the space exploration
author of the novel on the colonization of
macrocosm. His essay Invisible Animals
space, “Dreams of the Earth and Sky.” In
on the notion of living machines will be
his essay “Langrangian Futures” Pohflepp
published in a forthcoming book by MIT
comments: “Technology, though shrouded
Press.
in notions of logic, reason and profit is above all a narrative effort. Future must be thought before they can be built or sold, and such thought as visions, myths and lies provides what Norman M. Klein appropriately calls “fantastic infrastructure”.
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Semiconductor
United Kingdom
Since 1999, the British artists Ruth Jar-
Worlds in the Making, 2011
man and Joe Gerhardt have developed
3 channel HD video installation, 23 min
works that became known for innovative
Sound track: Oren Ambarchi
way to explore the material nature of our world, as we experience it and how we form an understanding about it - question-
The epic installation explores how we
ing our place in the physical universe.
observe, experience and create an understanding of the physical origins of the world around us. By appropriating the tools and processes of volcanology to re-interpret the primordial landscapes of our volcanic planet, Semiconductor create a world slightly removed from the one we think we know, disrupting our everyday assumptions of reality and questioning how science affects our experience of the natural world. Seismic data collected from beneath volcanoes and translated into audio evokes images of rocks crunching and grinding below the Earth and is used as a sculptural tool
Commissioned by Jacqui Davies and FACT,
to generate elaborate CG animations
Foundation for Art and Creative Technology.
of matter forming as mineral crystals. A
Supported by Arts Council England. Gulben-
scientist’s dialogue appears to guide us
kian Galapagos Artists Fellowship. Smithso-
through extraordinary landscapes. The
nian Artists Research
viewer is transported to a world between science fiction and science fact – a contemporary reinterpretation of the sublime.
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Thomas Thwaites
United Kingdom
The designer explores his great interest
Policing Genes, 2009-2010
about technology, science and futur-
Installation, modified beehive, three clear
ological research in his work. Thomas
boxes containing, samples of plants, a street
has an MA in Design Interactions from
sign, diagram and a video.
the Royal College of Art in London and, since 2009, has been developing a series of commissioned
The starting point of the artist are the pharmaceutical industry experiments with pharming, by inserting genes in potato and tomato crops, for example, to produce profitable and useful drugs against diseases such as Alzheimer’s disease and hepatitis B. In this work of design - fiction, Thwaites speculates a scenario where the genetic engineering techniques are within reach of the amateur, and its illegal use becomes the target of police control.
Work commissioned by Engineering & Physical Sciences Research Council as part of the IMPACT Project, with the UCL Centre for Security & Crime Science.
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Tuur Van Balen, Steven Ounanian, Cathrine Kramer Belgium / Norway / United States / United Kingdon
The Belgian Tuur Van Balen develops
Do Androids Dream of Electric
an experimental production of fictional
Beatles?, 2007
objects, photographs, performances and
Video, 4min 54sec
videos, in partnership with Revital Cohen, who manages a space for experimental art in London. His works explore the tensions
The work makes reference to the Turing
between biology and technology. The
Test, which was first developed in 1950
American Ounanian Steven has back-
by the mathematician Alan Turing, a pro-
ground in Design and in 2010 received the
posal to test the intelligence of machines,
Arts Bursary Admin Award in Live Art to
testing their ability to act as a human or
continue his research on emerging tech-
not. In the video, Angelina sings a version
nologies in the social context. The Norwe-
of Yesterday by the Beatles, created from
gian Cathrine Kramer is an artist, designer,
a series of translations done by computer.
researcher and curator working interna-
The title of the work refers to the science
tionally. In her work, she creates interactive
fiction novel Do Androids Dream of Elec-
scenarios that investigate our relationships
tric Sheep?, written by Philip K. Dick in
with each other and the environment in
1968, which served as the primary basis
which we live.
for Ridley Scott’s film Blade Runner, 1982.
Live performance of the work with Adriana Capparelli on October 8.
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SYNOPSIS
CONCEPT
3 guests present a 10-minute playlist of
We constantly receive links that lead to a
internet videos.
video on the internet, which we view while doing several other activities, such as checking our emails, talking on the phone, or even during meetings. In MOSTRA TUDO we stop to view this kind of content in a new way, as part of a playlist from a special guest. The web architecture is designed so that we relate to those who are similar to us. By inviting people of diverse identities to submit their playlist in the same session, our goal is to create a crossing of perspectives and a space for reflection on this aspect of digital culture.
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AGRADECIMENTOS/ ACKNOWLEDGMENTS
Annette Wolfsberger, Mike Stubbs, Solange Farkas, Felipe Chaimovich, Paula Alzugaray, Giselle Beiguelman, Agnaldo Farias, Christiane Paul, Bruce Sterling, Jasmina Tesanovic, Bronac Ferran, Guilherme Kujawski, Marcelo Bressanin, Juliana Monachesi, Christine Mello, Lucas Bambozzi, Eduardo Brand達o, Rejane Cantoni, Leonardo Crescenti, Claudio Bueno Adriano Casanova, Denise Agassi, Fernando Velazquez, Raquel Kogan, Lea van Steen, Lourival Cuquinha, Erika Verzutti, Marcelo Krasilcic, Renata Bueno, Felipe Moreau Mario Ramiro, Marcus Bastos, Lenora de Barros, Floor van Spaendonck, Nathalie Shin, Gabriel Menotti, Renata Gomes, Paulo Miyada Ricardo Ohtake
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