É possível que nenhum outro escritor tenha escrito tanto e com tanta profundidade quanto Dostoiévski. O mais popular e amado autor russo escrevia romances policiais e de aventuras, mas com tal complexidade psicológica que seus livros – publicados em folhetins nos jornais, como as telenovelas de hoje – alcançaram o mais alto posto na literatura universal. Em suas obras circula a alma de personagens atormentados, perseguidos no íntimo deles mesmos, marcados pelo niilismo, que o escritor deplorava, vivendo entre o bem e o mal e torturados por questões morais.
“Se todos os romances do russo parecem romances policiais, são de um investigador das almas que nos revela, além dos crimes perpetrados, os crimes virtuais que dormem em nós outros como possibilidades. E enquanto se trata de romances de aventuras, são as aventuras espirituais, das quais a última seria a própria redenção do gênero humano”. OTTO MARIA CARPEAUX, crítico brasileiro
FIÓDOR DOSTOIÉVSKI
O enredo é simples: um jovem ex-estudante que vive “na mais calamitosa pobreza” decide matar uma velha viúva “que empresta dinheiro a juros”. Por quê? A busca da resposta perpassa um romance narrado na terceira pessoa, com impressionante suspense, mas também com um monólogo interior angustiante e avassalador, para descrever “o que se passa na cabeça” do assassino. Crime e castigo marcou definitivamente a literatura mundial, sendo impossível pensar o que seria a literatura do século sem ele, dada a forma como influenciou e segue influenciando seus seguidores.
CRIME E CASTIGO
RETRATO DO MUNDO E DA MENTE
FIÓDOR DOSTOIÉVSKI
CRIME E CASTIGO Tradução de Rosário Fusco
LITERATURA ESTRANGEIRA
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