Anteprojeto Rua da Alegria, Recife/PE by Germana Tinoco

PAISAGISMO II 2020.1

ANTEPROJETO RUA, BECO E PRAÇA DA ALEGRIA

BÁRBARA FERNANDES, GERMANA TINÔCO E JOÃO VITOR MACÊDO

Estudo de Caso

CINETECA NACIONAL S. XXI

CINETECA NACIONAL S. XXI ARQUITETOS: ROJKIND ARQUITECTOS ÁREA: 49000 M² ANO: 2014

Localizado no quadrante sul da Cidade do México, o Arquivo Nacional do Cinema e o Instituto de Cinema do México são o lar da maior herança cinematográfica da América Latina. Seu campus ocupa um terreno subutilizado de dimensões consideráveis na cidade de Xoco. Enfrentando uma renovação completa, o projeto original da Cineteca incluída a expansão e renovação do complexo existente, incorporando outras quatro salas de projeções. Em resposta à condição urbana imediata, foram necessários trabalhos de restauração que reivindicaram parte do terreno como espaço público, criando um respiro em meio à densa malha urbana. Externamente, no cinema a céu aberto, há um cuidadoso tratamento

Cineteca Nacional S. XXI / Rojkind Arquitectos. Fonte: https://www.archdaily.com.br/

paisagismo e espaços comerciais foram incorporados ao programa original, expandindo as possibilidades de in-

teração e trocas culturais e sociais, proporcionando ao complexo uma atmosfera de campus universitário.

Esse cinema tem capacidade para 750 pessoas, a sua ocupação é dada por meio de tapetes e esteiras, onde os espectadores sentam e desfrutam do campus. As milhares de pessoas que usam a passam pelo terreno todos os dias agora encontram um espaço público livre e acolhedor.

Cineteca Nacional S. XXI / Rojkind Arquitectos. Fonte: https://www.archdaily.com.br/

Memorial Descritivo do Projeto Paisagístico RUA, BECO E PRAÇA DA ALEGRIA

Este trabalho tem como objetivo apresentar o projeto paisagístico para a Rua da Alegria e seu entorno, localizada no bairro da Boa Vista, Recife/PE, visando os aspectos de legislação e atendendo os dez passos da caminhabilidade de Jeff Speck (2016). Para a realização, foi utilizado como base a NBR 9050 e a NBR 16.537, levando em conta a acessibilidade, vegetação, paginação de piso e mobiliário urbano. A concepção do partido adotado se deu através da escolha de uso da rua, sendo o de Rua Compartilhada o escolhido, ou seja, ruas sem

ao sol, e não precisa de maiores cuidados quanto a água, podendo ser cui-

dada pelos próprios moradores da rua. A rua já é bem arborizada, tendo 6

1 coqueiro, responsáveis pela beleza e arborização da rua. Para proteger essas árvores, foram criados alegretes em sua volta. árvores e

Nas áreas de permanência, foram colocados bancos do MMCITE, assim como lixeiras, para estimular o uso das mesmas. Na frente da padaria foi colocado um bicicletário para auxiliar os funcionários do estabelecimento, que fazem entregas e precisam das bicicletas para isso.

faróis e sem separações nítidas entre os espaços dos diferentes veículos e dos pedestres.

Cria-se, no entanto, espaços e marcações que delimitam o local do automóvel perante os pedestres, gerando uma maior sensação de segurança para quem transita ali. No projeto em questão, criamos a delimitação através do uso de diferentes cores no piso, intertravado drenante retangular, em três tons de cinza, onde encontra-se claramente o lugar do carro e o lugar dos pedestres. O cinza mais claro delimita o lugar do carro na rua compartilhada. Foram criados recuos no percurso da rua que servem tanto para um espaço de permanência e contemplação para as pessoas, como para gerar um espaço reservado para estacionar os carros dos donos das casas, visto que a rua é essencialmente residencial. Para

proteger ainda mais o pedestre, preferência máxima

da rua, foram colocados balizadores em todo perímetro, juntamente com

postes de pedestre para iluminação, deixando a rua mais segura para quem caminhar por ali de noite.

Como vegetação, foram utilizados vasos com Buxinho (Buxus sempervirens), visto que é uma planta que se adequa bem

Na área da antiga pracinha, renovou-se com um novo piso delimitando o espaço, o emborrachado adequado para parquinhos infantis bordô, separando do piso dos carros. Foram colocados brinquedos acessíveis para todas as crianças poderem brincar, espaços de permanência para os pais e responsáveis e iluminação pública, além de um espaço reservado para o cinema de rua que ali existe, onde os moradores poderão utilizar os mobiliários, tapetes e esteiras para assistir os filmes. No beco da Rua da Alegria, foram colocados apenas iluminação pública com postes de pedestre e lixeira, por conta da rua ser bem estreita e não comportar mobiliário urbano. Com isso, criou-se uma nova atmosfera para a Rua da Alegria e seu entorno, tornando a rua agradável e adaptada para receber pessoas e veículos, com espaços para brincadeiras, encontros ou apenas contemplação do ambiente.

Caminhada Proveitosa A . POR

O AUTOMÓVEL EM SEU LUGAR

B . MESCLAR

OS USOS

C . ADEQUAR

Problemas 1. A mudança na cultura atual de pôr o carro como prioridade ao invés do pedestre; 2. A falta de calçadas adequadas para passeio, não é segura, nem confortável, nem interessante; 3. Déficit no transporte público, que podem estimular o uso do carro; 4. A facilidade de estacionar sem custo, até mesmo em vias onde o fluxo é de moderado a intenso. O item mesclar usos não possui desafios, apesar do local de intervenção, a Rua da Alegria, ser predominantemente residencial, o Bairro da Boa Vista em geral é bastante dinâmico quanto aos usos, sendo possível identificar na Rua Velha, que cruza com o beco da alegria, a predominância dos usos de serviço e comércio.

Diretrizes 1. Ordenar o estacionamento nos recuos, de modo a permitir apenas aos necessários, como para os moradores que não possuem garagem, carga e descarga nos comércios e afins; 2. Proporcionar uma via que permita a caminhabilidade de maneira útil, proveitosa, interessante e segura, através da rua compartilhada; 3. Estímulo ao uso de transporte alternativo, como bicicletas. Na área existem diversos usos possíveis de serem acessados pelo pedestre em uma caminhada curta. Como exemplo, uma edificação antiga foi renovada e transformada em uma edificação de uso misto, com serviço de coworking e residencial.

1. A facilidade de pôr o carro gratuitamente em uma rua; 1. Vagas rotativas; 2. A concentração de veículos sob as calçadas, causando um obstáculo fí- 2. Regulamentação de áreas permitidas para estacionar (nos recuos). sico no passeio. D . D E I X A R O S I S T E M A D E T R A N S P O R T E F L U I R A ampla utilização de automóveis, quando se tem uma estrutura de trans- A rua principal adjacente a Rua da alegria é a Rua Velha, que conta com a presença de diversos modais e entre eles está o transporte público, são 9 porte pública para essa área. linhas que passam por lá, incluindo roteiros abrangentes, tanto do centro aminhada egura para a zona norte quanto para a zona sul da cidade. 1. Calçadas em estado de degradação na Rua da Alegria; 1. Propor uma via compartilhada na área, visto que o maior fluxo de carE . PROTEJER O PEDESTRE 2. Calçadas estreitas; ros é dos moradores, sendo possível o atingir um máximo de velocidade de 3. Falta de acessibilidade para PNE e idosos; 30km/h, limite dado pelo DETRAN para vias locais de pouco tráfego; 4. Apenas a pracinha como espaço de permanência no local, sem maiores 2. Revitalização da pracinha para as crianças, mudando todo o mobiliário, atrativos para crianças e adultos e mobiliários; transformando em um lugar de permanência para as crianças e adultos; 5. Nenhum atrativo nas calçadas para fazer com que o pedestre ocupe a rua; 3. Na via compartilhada, utilizar mobiliários de permanência; 6. Falta de sinalização na rua e nas calçadas; 4. Locar sinalização nas ruas, de velocidade, pedestre, pare e postes de ilu7. Locação de poucos postes de iluminação pública. minação pública de pedestres. F .ACOLHER AS BICILETAS 1. Falta de ciclofaixa; 1. Via compartilhada, onde a bicicleta pode circular com mais segurança; 2. Falta de sinalização nas vias; 2. Criação de bicicletários; 3. Ausência de bicicletários. aminhada onfortável 3. Locar postes de sinalização, indicando limites de velocidade. 1. Iluminação inadequada; 1. Inserção de novos postes de iluminação pedestres; G . CRIAR BONS ESPAÇOS 2. Falta de espaços que criam integração social; 2. Melhor aproveitamento dos espaços públicos com mobiliários; 3. Espaço com iluminação precária; 3. Rua compartilhada. 4. Calçadas inadequadas para o pedestre. 1. Ausência de alegretes para proteger as árvores; 1. Colocação de alegretes no entorno das árvores; H . PLANTAR ARVORES 2. Rua estreita sem possibilidade de plantio de novas árvores. 2. Locação de vasos de plantas para decorar e enfeitar a rua 3. Conservação das árvores existentes. aminhada nteressante I . C R I A R F A C E S D E R U A S A G R A D Á V E I S E S I N - 1. Fachadas que sofrem das intempéries do tempo, com presença de pátina. 1. Renovação da pintura das fachadas; 2. Ausência de preservação e conservação em algumas unidades. 2. Ações de restauração de edificações que se encontram obsoletas, assim GULARES como ações de conservação; 1. Falta de entretenimento na rua; 1. Renovação da pracinha para ser um ponto de encontro dos moradores da J . ELEGER SUAS PRIORIDADES 2. Falta de mobiliário urbano para proporcionar encontros entre os tran- rua e local de diversão para crianças; seuntes. 2. Mobiliário na extensão da rua para promover locais de contemplação. O ESTACIONAMENTO

Planta Baixa

RUA, BECO E PRAÇA DA ALEGRIA

100

PLANTA BAIXA

TABELAS DE ESPECIFICAÇÃO

DETALHE PAGINAÇÃO EDF.

DETALHE PAGINAÇÃO PRAÇA

Cortes AA’, BB’ e CC’ RUA, BECO E PRAÇA DA ALEGRIA

CORTE AA’

CORTE BB’

CORTE CC’

Perspectivas

RUA, BECO E PRAÇA DA ALEGRIA

RUA DA ALEGRIA

Perspectivas

RUA, BECO E PRAÇA DA ALEGRIA

BECO DA ALEGRIA

INTERAÇÃO COM EDF. AP8

BECO DA ALEGRIA

INTERAÇÃO COM EDF. AP8

Perspectivas

RUA, BECO E PRAÇA DA ALEGRIA

PRAÇA DA ALEGRIA

CINEMA-PRAÇA DA ALEGRIA