Escola Montessori

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GERMANA TINÔCO

ESCOLA MONTESSORI ARQUITETURA E APRENDIZADO CENTRADOS NA CRIANÇA


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO CCT- CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

GERMANA TINÔCO CARNEIRO DE OLIVEIRA

ESCOLA MONTESSORI

Arquitetura e aprendizado centrados na criança

Recife 2021


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO CCT- CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

GERMANA TINÔCO CARNEIRO DE OLIVEIRA

ESCOLA MONTESSORI

Arquitetura e aprendizado centrados na criança

Recife 2021


APRESENTAÇÃO Trabalho de Graduação II, orientado pela Professora Andréa Storch e elaborado pela aluna Germana Tinoco Carneiro de Oliveira, em atendimento às normas estabelecidas pelo curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pernambuco, como requisito para obtenção do grau de Arquiteta e Urbanista. A proposta da Escola Montessoriana visa proporcionar um ambiente ideal para o ensino e desenvolvimento das crianças, onde tudo se torne um estímulo e tudo seja visto como forma de aprendizado.


“Para ajudar uma criança, devemos fornecer-lhes um ambiente que lhes permita desenvolver-se livremente” Maria Montessori


AGRADECIMENTOS Desde o começo do curso de Arquitetura e Urbanismo, em agosto de 2016, imaginava como seria esse momento de agradecimento a todos que participaram desse percurso junto comigo. Difícil colocar em palavras um sentimento de gratidão tão grande por esses 5 anos de curso e, principalmente, de uma eterna resiliência. Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus, qυе fez com que meus objetivos fossem alcançados, permitido que eu tivesse saúde е determinação para ultrapassar todos os obstáculos encontrados ao longo do curso. À minha mãe Paola Carneiro, meu pai Eraldo Carneiro (in memoriam) e minha avó Waldith Carneiro que nunca mediram esforços para que minha educação fosse completa e nunca me faltasse estímulo para alcançar meus objetivos; além de todo apoio, compreensão e paciência quando tive que me ausentar por muitas vezes para me dedicar à minha graduação. Especialmente a minha mãe, Paola, pelo incentivo e amor incondicional. Ao meu namorado Guilherme Funari, por ser meu companheiro e meu melhor amigo, que nos momentos de minha ausência dedicados ao estudo, sempre fezse entender que o futuro é feito a partir da constante dedicação no presente. Aos meus tios Wellington e Roseana Carneiro, e ao meu primo Matheus Carneiro pelo constante incentivo ao meu futuro profissional.

Meus agradecimentos aos amigos João Vitor Macêdo, Bárbara Fernandes, João Paulo Gomes, Anna Sofia Cavalcanti, Beatriz Maranhão e Mirella Costa, companheiros de trabalhos e irmãos na amizade, que fizeram parte da minha formação e que vão continuar presentes em minha vida com certeza. À instituição de ensino Universidade Católica de Pernambuco, essencial no meu processo de formação profissional e por tudo o que aprendi ao longo dos anos do curso. À professora Dra. Andrea Storch, por ter sido minha orientadora e ter desempenhado tal função com maestria e amizade. Agradeço a todos os professores por me proporcionarem o conhecimento não apenas racional, mas a manifestação do caráter e afetividade da educação no processo de formação profissional, por tanto que se dedicaram a mim, não somente por terem me ensinado, mas por terem me feito aprender. Meus eternos agradecimentos. Ao escritório Studio M2 Arquitetas, grande escola de aprendizado e crescimento profissional. A todos que direta ou indiretamente fizeram parte de minha formação, o meu muito obrigado.


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4.

TERRITÓRIO

introdução

1.1 INTRODUÇÃO 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 OBJETIVO GERAL 1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1.3 JUSTIFICATIVA 1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

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29 31 34 37 38 40 40

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PRECEDENTES PROJETUAIS

3.1 AMSTERDAM ORPHANAGE 3.2 ESCOLA MONTESSORIANA WAALSDORP 3.3 ESCOLA MONTESSORI DE FAYETTEVILLE 3.4 ESCOLA INFANTIL MONTESSORI 3.5 ESCOLA INFANTIL MUNICIPAL DE BERRIOZAR 3.6 ANÁLISE DOS PRECEDENTES PROJETUAIS

4.1 ÁREA DE ESTUDO 4.2 CARACTERIZAÇÃO GERAL DO BAIRRO 4.3 ASPECTOS URBANOS 4.4 O TERRENO

85 86 88 102

5.

DIRETRIZES PROJETUAIS

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

2.1 PEDAGOGIA MONTESSORIANA 2.1.1 MARIA MONTESSORI 2.1.2 FUNDAMENTOS MONTESSORIANOS 2.1.3 MONTESSORI NO BRASIL 2.1.4 O ESPAÇO MONTESSORIANO 2.2 ARQUITETURA ESTRUTURALISTA 2.2.1 HERMAN HERTZBERGER

SUMÁRIO

50 58 64 69 78 83

5.1 DIRETRIZES PROJETUAIS 5.2 PROGRAMA E PRÉ-DIMENSIONAMENTO 5.3 CONDICIONANTES AMBIENTAIS 5.4 CONDICIONANTES FÍSICOS 5.5 DIAGRAMAS DE IMPLANTAÇÃO E PROJETO 5.6 ZONEAMENTO 5.7 MEMORIAL DESCRITIVO

6. 7.

105 106 107 108 109 109 110

PRANCHAS 114 PERSPECTIVAS 138 CONSIDERAÇÕES FINAIS LISTA DE FIGURAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1.1 INTRODUÇÃO

O primeiro local de socialização de uma criança se dá em casa, no seu ambiente familiar. É através das pessoas com quem ela convive, que começa a desenvolver algumas de suas habilidades. Muitas das vezes, os pais ou responsáveis não utilizam de métodos pedagógicos nessa fase, criando então, um possível déficit no aprendizado visto a longo prazo. O segundo local de socialização é na escola. Através do ambiente coletivo, o professor é capaz de mediar as relações e os convívios, além de ensinar, estimulando o desenvolvimento das capacidades motoras e intelectuais do aluno. É na Educação Infantil que a criança aprende habilidades como tolerância, paciência, respeito, responsabilidade, convívio harmonioso, entre outras características. Com isso, amplia seu universo de habilidades sociais, aju-

1.

INTRODUÇÃO

Figura 01 a 04: Conjunto de fotos de crianças em seus ambientes familiates e escolares. Fonte: Elaborado pela autora Disponível em: https://br.pinterest. com/. Acesso em 12/10/2020

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dando no futuro a tornar-se uma pessoa de fácil comunicação, que sabe trabalhar em equipe e tomar decisões, e principalmente, uma pessoa que sabe encarar suas dificuldades com determinação. Segundo Azevedo (2002), a experiência espacial que uma criança tem na escola, é de suma importância para o desenvolvimento de sua inteligência, através da percepção, organização e apropriação do espaço, sabendo definir limites e territórios. No entanto, percebe-se que o cenário atual das escolas não corresponde a essa realidade, pois em sua maioria não conseguem fazer uso de artifícios que explorem os principais sentidos da criança, ficando limitados a espaços fechados e sem interação com o mundo real.


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De acordo com Kowaltowski (2018), a arquitetura é o terceiro professor dentro de uma escola. Ou seja, o espaço físico influencia a forma como as pessoas convivem nele e também estimula e facilita o aprendizado. No entanto, estudos apontam que apenas 0,6% das escolas do Brasil possuem infraestrutura adequada para atender as necessidades de estímulo para os alunos; faltando muitas vezes bibliotecas, quadras de esportes, laboratórios e áreas abertas. Outro grande destaque quando se fala de educação, é a diversificação de pedagogias de ensino, onde se vê a falta da humanização e estruturas precárias das escolas, não oferecendo condições mínimas de conforto, segurança e acessibilidade. Tendo como base esses princípios, a médica e educadora italiana Maria Montessori, diz que é importante que a criança se relacione com o espaço em que convive, pois é através do estímulo motor que ela descobre e se conecta com o mundo. A sala de ensino tradicional, no entanto, não proporciona essa experiência, visto que o professor perde a possibilidade de alterar o ambiente dentro da escola e da sala de aula, situação que não ocorre dentro da pedagogia montessori. Outra queixa muito grande, é da padronização de mobiliários para todas as faixas etárias de uma escola, sendo assim, crianças menores acabam tendo que se adaptar a escalas maiores que as suas, não tendo um material nem um cenário adequado para o seu tamanho.

O ensino tradicional baseia-se na apresentação oral dos assuntos, sem a possibilidade de interação entre professor e aluno, onde os alunos ficam sentados enfileirados e o professor fica sozinho na frente da sala transmitindo conhecimentos que por muitas vezes não são absorvidos da forma correta pelas crianças, já que elas são tratadas como meros ouvintes. Dentro desse contexto, entende-se que a relação espaço-usuário representa um critério primordial para a adequação do edifício escolar ao método pedagógico a ser utilizado, posto que é nesse ambiente que a criança irá se desenvolver, estabelecer uma relação com o mundo e com as pessoas, segundo Azevedo (2002). No entanto, toda essa dinâmica construtiva é pouco conhecida pelos arquitetos, fazendo com que todas as escolas ofereçam solu-

Figura 05: Maria Montessori com alunos Fonte: Elaborado pela autora Disponível em: https://br.pinterest.com/. Acesso em 12/10/2020

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ções não específicas para suas metodologias e propostas pedagógicas. Visto isso, faz-se necessário um estudo específico e aprofundado dos tipos pedagógicos e o entendimento do porquê o Montessori dispara como promissor para o futuro, conseguindo então adequar o ambiente escolar a um tipo de ensino, fazendo com que o ambiente se valorize e ponha sempre a criança em primeiro plano. O trabalho se desenvolve através de dois capítulos, onde o segundo subcapítulo trata dos “Objetivos”, que guiarão as análises e estudos para elaboração de uma Escola Montessori de Ensino Infantil para a cidade do Recife, cuja finalidade é suprir uma carência de ambientes projetados para as crianças e que estimulem o desenvolvimento e aprendizado.

No terceiro subcapítulo, “Justificativa”, terá análises que fundamentam a real necessidade de um novo equipamento escolar na cidade do Recife. No quarto subcapítulo, “Procedimentos Metodológicos”, é abordado os métodos utilizados para sustentar o desenvolvimento do estudo, utilizando de pesquisas bibliográficas e digitais, sendo estas de extrema necessidade para a evolução do trabalho. Já no segundo capítulo, “Conceituação temática”, validará através de referenciais como poderá ser realizado o projeto de uma Escola Montessori e o porquê dela ser importante para a cidade, utilizando como principal fonte o arquiteto Herman Hertzberger.

Figura 06: Conjunto de crianças em uma escola Montessori Fonte: Elaborado pela autora Disponível em: https://br.pinterest.com/. Acesso em 12/10/2020


1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral: Desenvolver um projeto de uma Escola Montessori de ensino infantil, na cidade do Recife, fundamentada pela Arquitetura Estruturalista (Herman Hertzberger), visando criar espaços que encorajem as crianças a aprenderem através dos sentidos e das experiências, baseados nos princípios pedagógicos Montessori. 1.2.2 Objetivos Específicos:

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Aprofundar o conhecimento na pedagogia Montessoriana a fim de identificar os principais aspectos para desenvolver um projeto arquitetônico adequado a essa prática pedagógica; Compreender os principais aspectos da arquitetura estruturalista, como o protagonismo do módulo da composição espacial; Pesquisar referências arquitetônicas que possibilitem a definição de estratégias projetuais, programáticas, espaciais e estruturais, voltadas para adequação do método Montessori ao equipamento arquitetônico a ser proposto; Analisar o território como condicionante para a escolha de uma tipologia adequada à arquitetura estruturalista.

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1.3 JUSTIFICATIVA

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O desenvolvimento cognitivo infantil acontece desde o momento em que a criança nasce. Encarar um mundo com cores, cheiros, sons e sabores é uma grande novidade. A visão e a audição absorvem tudo o que as pessoas ao redor fazem e falam. O toque se torna praticamente irresistível, assim como explorar o ambiente e cada mínimo detalhe presente nele.

adas no formato de ensinar, estacionadas no século XIX. É comum deparar-se com salas de aulas com as mesmas lousas de décadas passadas e os mesmos alunos enfileirados e desestimulados. A escola tornou-se um centro intocável às revoluções do dia a dia, às tecnologias e às novas ciências; preparando as crianças para um contexto que não mais existe.

Essas são algumas das inúmeras sensações que uma criança tem até os 6 anos de idade - a chamada primeira infância – fase de aprendizados e descobertas. Nesta fase, o cérebro infantil se torna até duas vezes mais ativo que o cérebro de um adulto, onde 75% da energia do corpo é destinada para o desenvolvimento neurológico, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).

A partir do século XX, trazido por Rui Barbosa, chega ao Brasil o movimento Escola Nova, juntamente com a Revolução Industrial, sendo então um questionamento ao modelo tradicional de ensino. O movimento propõe a centralização do processo de aprendizagem diretamente ligado às necessidades das crianças, atentando para a individualidade de cada aluno e trazendo então, um espaço ideal e pensado para o ensino.

Contudo, para desenvolver essa profunda rede, é preciso que haja um enorme estímulo através de palavras, ações e atividades. Segundo a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), cerca de 30% das crianças de todo o mundo não alcançam a plena atividade cerebral devido à falta de estímulo e incentivo educacional. Dessa forma, entende-se que o processo de aprendizagem se dá em qualquer ambiente, seja ele familiar, escolar ou até de descontração (parques, viagens, brincadeiras). Apesar disso, a necessidade de um espaço projetado para o ensino não é descartada. São eles que vão propiciar experiências substanciais para as crianças durante sua maior fase de aprendizado. No entanto, as escolas atuais brasileiras encontram-se extremamente sucate-

Precisa-se de escolas que preparam crianças para viver, para serem independentes e saberem se relacionar e conviver em um mundo heterogêneo. E foi fundamentado nisso, que Maria Montessori (1909), através da sua visão pedagógica, acreditava que a educação é uma conquista da criança, através de práticas que se inspiram na natureza e espaços projetados a partir da ótica infantil; invertendo o foco da sala de aula tradicional, que é centrada nos professores. Com isso, ela buscou explorar a educação por meio de dois ideais: a educação pelos sentidos e a educação pelo movimento. Tendo essa visão, Herman Hertzberger (1969), arquiteto holandês e autor da arquitetura estruturalista, tem como princípio deixar o espaço adaptável para o usu-


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ário intervir da sua maneira, interpretando então o local e levando em consideração as teorias de Maria Montessori. Começa-se então, a pensar o ambiente escolar como um todo, no quesito espacial e social. De acordo com o Anuário Brasileiro de Educação Básica de 2019, cerca de 8,7 milhões de crianças estavam matriculadas em creches e ensino infantil (0 a 5 anos), onde encontra-se uma menor porcentagem de matrículas nas creches, devido a uma grande falta de estrutura física, contratação e formação contínua de profissionais especializados. No Recife, o número de matrículas de crianças, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2019, é de 184.266 alunos, distribuídos em 753 escolas de Ensino Fundamental. A maioria dessas escolas são de pedagogia tradicional, ou seja, ênfase apenas no conteúdo. É possível encontrar apenas uma escola no Recife que trabalhe com a pedagogia Montessori, a Escola Bem Me Quer, localizada no bairro de Boa Viagem. A escola trabalha baseada em 9 princípios montessorianos, como: 1. Ambiente: preparado com mobiliário adequado e material pedagógico montessoriano; 2. Ordem: organizado de forma a estabelecer lugares específicos para cada material; 3. Respeito: compreensão da criança de que para ser respeitada, precisa se respeitar, respeitar os outros e acima de tudo, respeitar o meio ambiente;

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4. Materiais pedagógicos: oportunidade da criança entrar em contato com o real para depois aprender o abstrato; 5. Rotina de classe: a criança é livre mas tem a responsabilidade de executar a atividade dentro do seu próprio ritmo; 6. Espaço: a criança escolhe onde, com o que e como realizará sua atividade; 7. Tempo: cada criança tem seu ritmo e ele é respeitado; 8. Liberdade: é proporcionado o máximo de oportunidades possíveis para serem realizadas através de suas potencialidades, fazendo com que tomem decisões conscientes; 9. Orientador de classe: preocupado com a integração da criança diante da classe, e prontos para interceder quando os princípios montessorianos forem ultrapassados. A sala de aula da escola também conta com um tratamento especial, visto que o ambiente é cientificamente preparado com materiais facilitadores da aprendizagem, espaços que respeitem as eventuais individualidades do aluno, espaços para desenvolvimento social das crianças, estímulo ao criativo, ao senso crítico, à iniciativa, à independência, à responsabilidade, à disciplina interna e confiança em si mesmo.

Figura 07 a 09: Conjunto de fotos de crianças na Escola Bem-Me-Quer. Fonte: Elaborado pela autora Disponível em: https://www.escolabemmequer.com/. Acesso em 14/10/2020


No mapa (Figura 10), tem-se um cenário com o levantamento do equipamento escolar que tem como pedagogia o método montessoriano na cidade do Recife. Ao todo, foi encontrada apenas 1 escola que faz uso dessa metodologia de ensino, mostrando então, a real necessidade de um novo objeto arquitetônico que contemple esse nicho. Podemos concluir então, que é importante o desenvolvimento de um projeto que busque integrar o método de ensino a uma arquitetura adequada do local, oferecendo uma estrutura segura e confortável para a prática das atividades escolares. Desse modo, a Escola Montessori do Recife servirá como meio de ligar a educação e a arquitetura, assim como a criança ao aprendizado lúdico e a natureza.

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Figura 10: Mapa da cidade do Recife com levantamento das Escolas Montessorianas Fonte: Elaborado pela autora, outubro/2020

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Escola Bem-Me-Quer Tipo: Particular Endereço: Rua Faustino Porto, nº 151, Boa Viagem


1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Dados relativos ao tema em estudo, de caráter exploratório, recolhidos através de meios bibliográficos e meios digitais. É relevante pontuar que a fundamentação teórica deste estudo utilizou referências a partir de trabalhos de conclusão de curso, teses de mestrado, artigos científicos e outras ferramentas que foram importantes para a concepção e progresso do trabalho.

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Entendimento do método de ensino montessoriano e de como ele é importante para o desenvolvimento cognitivo e motor das crianças na primeira infância, principalmente. Para isso, foi preciso uma pesquisa sobre sua origem, como surgiu, primeiras aplicações e como foi colocado em prática ao longo dos anos nas escolas e no dia a dia das crianças.

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Exploração da Arquitetura Estruturalista através dos fundamentos de Herman Hertzberger (1969), que serviu como referencial teórico para o desenvolvimento do projeto proposto. Foi levado em consideração a referência que o autor usa em transformar o ambiente escolar em uma paisagem de aprendizado, onde não se apresenta soluções prontas e sim um espaço livre para o usuário intervir à sua maneira.

Estudo de referências projetuais sobre escolas montessorianas e edifícios que fazem uso da Arquitetura Estruturalista, a fim de entender questões relativas a demandas que servirão como base para desenvolvimento do projeto.


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Estudo do território no qual a edificação proposta será inserida, na cidade do Recife. Devem ser verificados quesitos como aspectos legislativos da área, tipos de usos e ocupação do solo, gabarito, vegetação presente no local e demais aspectos pertinentes.

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Compilação dos dados afim de gerar diretrizes projetuais que serão propostas ao longo do projeto, assim como o programa de necessidades e do pré-dimensionamento.

REFERÊNCIAS

PESQUISA

PEDAGOGIA MONTESSORI

ARQUITETURA ESTRUTURALISTA

TERRITÓRIO

PROJETO

Como surgiu; Como aplicar; Educação X Arquitetura

Estudos sobre escolas Pesquisa de projetos referenciais

Pesquisa de refe- Compilação de rências projetuais dados da área Estudos de casos Análise dos daarquitetônicos dos Busca do terreno ideal

Diretrizes projetuais Programa de necessidades Pré-dimensionamento

Trabalhos de conclusão de curso,teses de mestrado, artigos científicos

Teses de mestrado, artigos acadêmicos e científicos

Arquiteto Herman Site da PrefeiHertzberger tura do Recife, Site ArchDaily Plano Diretor da Cidade e Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS)

Elaborado pela autora

Tabela 01. Fonte: Elaborada pela autora (2020)

Figura 11 a 16: Conjunto de imagens para ilustrar o procedimento metodológico Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.escolabemmequer.com/. Acesso em 20/10/2020

REFERÊNCIAS PROJETUAIS


2.1 PEDAGODIA MONTESSORIANA

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Ao longo dos anos, a forma de entender a educação vem se transformando, e isso interfere diretamente no dia a dia das escolas. Cada vez mais um modelo de ensino vem substituindo outro. O ensino focado exclusivamente nos conteúdos vem sendo deixado de lado, abrindo espaço para métodos que dedicam tempo à formação de qualidade e ao preparo para a vida, além de ser personalizado, respeitando a evolução de cada aluno. Hoje, praticamente, quase não existem mais escolas ditas como tradicionais, isso porque muitas delas utilizam mais de um método de ensino para formar suas grades curriculares, buscando equilíbrio e aproveitando o melhor de cada método. Apresenta-se abaixo, alguns dos mais conhecidos métodos pedagógicos: •

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CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

Tradicional: Ênfase no conteúdo, professor como transmissor do conhecimento, e sala de aula dividida em dois ambientes, o do professor e o dos alunos enfileirados, segregando os alunos por turmas. Seguem um modelo de ensino e de avaliação padronizados. Instituições de ensino tradicional podem causar estresse e doenças emocionais em seus alunos, por conta da pressão, exigência e excesso de conteúdo. Famílias, educadores e profissionais da área começaram a questionar esse método tão prejudicial já na educação infantil; Construtivista: Método de ensino alternativo mais difundido no Bra-

sil. Organiza a aprendizagem de acordo com as etapas de desenvolvimento neurológico das crianças. As atividades propostas dão ênfase no aprendizado e levam em consideração conhecimentos anteriores que o aluno traz, devendo apresentar ambientes variados e específicos para abrigarem as atividades. A escola não tem um currículo rígido; •

Sócio construtivista: Modelo similar ao construtivista, adicionando o aspecto sociocultural dos alunos. Leva em consideração o contexto em que se aprende e foca em atividades conjuntas e nos relacionamentos interpessoais;

Waldorf: Busca o desenvolvimento físico, individual, social e emocional dos alunos. São divididos por idades e não necessariamente por séries, não havendo repetência, por acreditar que o nível biológico do aluno não deve ser mudado. É ensinado outros tipos de conceitos além dos acadêmicos, como música e artes. O principal objetivo é formar um aluno equilibrado e seguro através de atividades diárias e habilidades sociais, onde o aprendizado anda junto com as atividades corporais e artesanais;

Freireano: Formulado por Paulo Freire, é baseado no aprendizado através de um instrumento de conscientização política, estimulando a valorização do saber e do diálogo entre os alunos;


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Montessoriano: Busca desenvolver o senso de responsabilidade das crianças através do próprio aprendizado. O ensino é ativo, enfatizando a concentração individual e a manipulação do espaço. Um dos primeiros métodos a inserir questões afetivas na educação, onde o ambiente precisa ser rico em estímulos que despertem o interesse para a atividade e convidem a criança a conduzir suas próprias experiências.

Tendo em vista todos esses métodos, será aprofundado então o porquê de escolher o método pedagógico montessoriano como ideal. O Sistema Montessori de educação agrega diferentes aspectos, que juntos, formam uma prática pedagógica que se baseia em ambientes estruturados com o objetivo de estimular a ação da criança e proporcionar um processo de autoeducação, através de atividades de livre escolha, respeitando a manifestação dos inúmeros tipos de inteligência, classes de idades diferentes com chances de experiências sistemáticas capazes de moldar a segurança, a autonomia, a cooperação e o verdadeiro espírito de comunidade. Ao longo do século XX, juntamente com o movimento moderno, o modo de ver o espaço escolar foi transformado. Novas vertentes de ensino foram surgindo, e então, foi questionado não só a maneira de educar, mas também o espaço em que se educa. O espaço deve ajudar o crescimento, o desenvolvimento e o aprendizado da criança. A fim de que isso aconteça,

é necessário que haja um ambiente com um maior contato com a área externa, entrando em contato com o ar e com o sol, havendo então uma maior interação entre os ambientes e a natureza, transformando a maneira de pensar a arquitetura escolar em matéria social e espacial. A criança deve ter seu desenvolvimento respeitado e entendido pelos profissionais que a acompanham, com o intuito de que a educação acompanhe o processo natural da vida, desenvolvendo-se com base no crescimento da criança. Maria Montessori diz que a criança está apta ao aprendizado a partir do momento que nasce, pois possuem uma característica absorvente, e uma capacidade e vontade de aprender enormes, significando então períodos de maior receptividade de aprendizado através da interação com o meio. “Sua inteligência labora em função do externo e das relações superficiais que existentes entre os objetos e suas qualidades, sendo esse período essencialmente sensorial” (MONTESSORI, MARIA, 1929, s/p)

O método de ensino Montessori vêm sendo encontrado em escolas por todo o mundo, desde o berçário até o Ensino Médio. O método também é aplicado em escolas especiais, clínicas de psicopedagogia e também nas residências familiares.

31 2.1.1 MARIA MONTESSORI

“Uma educação capaz de salvar a humanidade não é tarefa pequena. Envolve o desenvolvimento espiritual do ser humano, o aprimoramento de seu valor individual, e a preparação dos jovens para compreenderem o tempo em que vivem” (MONTESSORI, Maria, 1937, s/p)

Maria Tecla Artemísia Montessori nasceu em 31 de agosto de 1870, em uma província de Ancona, há mais de 300 quilômetros de Roma. Nessa época, mais de 50% da população italiana era formada de adultos analfabetos, porém Maria veio de uma família instruída de classe média alta e com valores liberais. Teve uma criação bastante rígida, mas com pais que sempre acreditaram na sua capacidade e na sua força de vontade. Quanto tinha 5 anos sua família se mudou para Roma, onde ela cursou a educaçaão básica e superior. Era uma simples aluna, não sendo nem de longe considerada brilhante. Só quando, adolescente, apresentou-se em um espetáculo de dança e foi aplaudida de forma muito expressiva, que Maria decidiu dedicar-se intensamente aos estudos. Em 1893, ingressou para o curso de Medicina, estando entre as cinco primeiras mulheres a serem admitidas no curso na Itália. Enfrentou uma grande onda de machismo durante todo o curso, tendo que frequentar os laboratórios de anatomia sozinha por muitos anos para não sofrer com os comentários maldosos dos universitários. “As mulheres elas mesmas devem entrar nos ramos da ciência positiva [exatas e biológicas], devem argumentar

com seus cérebros, e não seus corações. Mulheres… devem confrontar os homens, debater com eles, trabalhar ao seu lado, se juntar a eles na descoberta da verdade” (MONTESSORI, Maria, 1889, s/p)

Em 1897, se tornou a primeira mulher a se formar em Medicina na Itália, indo trabalhar então na Clínica Psiquiátrica de Roma, onde ficou encarregada de estudar o comportamento de jovens e crianças com distúrbios mentais. Logo nas primeiras visitas às crianças, Maria notou os maus tratos que elas sofriam. As crianças eram sujas e insaciáveis, não possuiam brinquedos. Com isso, Montessori percebeu a necesidade que elas tinham de praticar ações instantâneas, pois brincavam com restos de comida por conta da ausência de brinquedos. A partir dái, de 1900 até 1902, Montessori permaneceu na Universidade de Roma, sem medir esforços para ajudar essas crianças. Foi lá que ela percebeu que as atividades propostas eram capazes de conduzir as crianças a uma independência gradativa, além dos exercícios sensoriais que despertavam a capacidade da criança em estabelecer relações e pensar de forma lógica. O enorme esforço trouxe resultados. As crianças da Clínica passaram nos testes nacionais de educação da Itália, com médias iguais ou até superiores ao da média nacional, alcançando o patamar de alfabetização em dois anos. “Esses resultados pareciam quase um milagre para quem os via. Para mim, no entanto, os meninos do hospício só foram capazes de competir com as crianças normais porque foram ensinados de um jeito diferente. Eles foram


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ajudados em seu desenvolvimento, enquanto as crianças normais tinham sido sufocadas, impedidas. […] Enquanto todos admiravam o progresso dos meus… eu procurava pelas razões que podiam manter as crianças saudáveis e felizes das escolas comuns em um plano tão inferior, que pudessem ser igualadas em testes de inteligência com meus pobres alunos” (MONTESSORI, Maria, 1902, s/p)

Para atender crianças de uma comunidade pobre de Roma, Montessori funda a Casa dei Bambini (Casa das Crianças - figura 17), criando um espaço onde as crianças pudessem aprender e conhecer o mundo. O ambiente era muito mais bonito do que o que as crianças estavam acostumadas a conviver. A única professora do local, Candida Nuccitelli, tinha como orientação não interfetir na liberdade das crianças.

As atividades em sala incluiam exercícios de auto cuidado, com o ambiente e com os outros, além das atividades sensoriais que iam sendo refinadas com base no que Montessori avaliava as crianças. Elas demonstravam gratidão, gentileza, cuidado com a natureza e com o ambiente doméstico.

Pouco tempo depois, aconteceu o primeiro curso de formação para profissionais montessorianos. Em 1912 seu livro foi traduzido para o inglês e outras vinte línguas, ficando então mundialmente conhecida pelo Método Montessori. Chamavam Montessori de “operadora de milagres” e diziam que seu método era “revolucionário”.

O mobiliário era feito sob medida. As crianças possuiam mesas dos seus tamanhos, lousas em giz para desenharem e armários baixos onde eram guardados os materiais que seriam utilizados durante as aulas, para que elas tivessem livre acesso. As portas das salas de aula também acabaram sendo descartadas, deixando o ambiente livre e aberto.

Em 1929, Montessori funda, junto com seu filho Mário Montessori, a Associação Montessori Internacional, com objetivo de guardar a integridade do método, por medo que ele se perdesse ou diluísse ao longo do tempo.

Pouco a pouco as transformações nas crianças foram sendo notadas. A concentração havia aumentado, tornaram-se sociáveis e comunicativas, apresentando uma autoconfiança e vivacidade extraordinárias. Figura 18: Estante na Casa dei Bambini Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www. pinterest.com/. Acesso em 20/10/2020

Figura 17: Crianças na Casa dei Bambini Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www. pinterest.com/. Acesso em 20/10/2020

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Pela segunda vez que Maria Montessori provava que era possível “educar os ineducáveis”. Vários jornais da Itália comentaram sobre suas descobertas e conquistas. Algumas outras Casa das Crianças fora aberta na Itália, e anos depois Montessori lançou um livro chamado “O Método da Pedagogia Científica Aplicado à Educação Infantil na Casa das Crianças”

“…a criança passa por uma transformação. As impressões não só entram em sua mente, elas a formam. Elas se incarnam na criança. A criança constrói seus próprios “músculos mentais” usando para isso o que encontra em seu ambiente. Nós chamamos esse tipo de funcionamento mental de A Mente Absorvente” (MONTESSORI, MARIA, 1939, s/p)

Entre 1949 e 1952, Montessori foi indicada ao prêmio Nobel da Paz por três vezes, recebido apoio de muitos países, e recebeu a Legião de Honra da França, e a Ordem de Orange-Nassau na Holanda. Em 06 de maio de 1952, Maria Montessori faleceu, por meio de uma hemorragia cerebral. Apesar disso, suas ideias e a exaltação da criança perante a sociedade continuaram vivas e ativas até os dias de hoje. Figura 19 e 20: Maria Montessori e Crianças na Casa dei Bambini fazendo atividades Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www. pinterest.com/. Acesso em 20/10/2020


2.1.2 FUNDAMENTOS MONTESSORIANOS

O método Montessoriano pode e deve ser aplicado a todos, nas escolas, assim como em casa. De acordo com Montessori, o centro da aprendizagem é a própria criança, que com toda sua curiosidade, explora e dá ainda mais importância à sua necessidade de aprender algo novo, tendo a sua disposição um ambiente criativo, estimulante e preparado. Elas devem ser livres para escolher seus materiais durante as atividades, assim como seus brinquedos e ferramentas durante sua fase de crescimento, pois cada experiência acaba se tornando uma fonte inesgotável de aprendizado. O método possui dez preceitos para educar as crianças: 1. Ambiente e ordem: Montessori acreditava que as crianças aprendiam melhor se estivessem em ambientes organizados. O principal conselho é de que os livros, brinquedos, quebra-cabeças e jogos sejam guardados em prateleiras separadamente, criando então zonas. Estes objetos devem ser colocados em caixas ou cestas em alturas onde as crianças consigam acessar facilmente, estimulando o aprendizado de guardar tudo depois de usar. Os brinquedos devem ser liberados apenas quando chegar a idade certa para cada um, não deixando a mostra outros que venham a ser de idades mais avançadas, deixando a criança livre para escolher o que quiser, mas sempre com o estímulo de só brincar com uma coisa por vez;

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a coisa certa a se fazer. E para a criança, isso quer dizer escolher o que melhor for atender as suas necessidades, dando um novo salto no seu crescimento;

Figura 21: Ambiente e ordem Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.pinterest. com/. Acesso em 20/10/2020

2. Movimento e aprendizagem: As crianças devem brincar e fazer uso de objetos que estimulem o uso e movimento das mãos, estimulando então a importância da concentração e da coordenação motora;

Figura 22: Movimento e aprendizagem Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www. pinterest.com/. Acesso em 20/10/2020

3. Livre escolha: As crianças aprendem e absorvem muito mais quando são deixadas livres para fazerem suas próprias escolhas. Apesar do que muitos pensam, não se trata de deixar a criança sem regras, e sim uma liberdade que leva a criança a escolher

Figura 24: Estimular o interesse Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.pinterest. com/. Acesso em 20/10/2020

Figura 23: Livre escolha Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.pinterest.com/. Acesso em 20/10/2020

4. Estimular o interesse: A criança aprende muito mais se estiver em um local interessante e gerador de estímulos que atraiam a sua atenção. Isso não quer dizer encher uma sala com brinquedos, mas sim colocar os certos e necessários para gerar esse interesse. Sempre ficar atento para não utilizar objetos muito pequenos, pois podem ser perigosos para as crianças menores. Se possível, oferecer livros diferentes, materiais artesanais, ferramentas para desenhar e colorir, além de tudo que possa vir a estimular a criatividade;

5. Recompensas: Maria Montessori não era adepta a sistemas de prêmios e punições, pois a maior recompensa para a criança era ela saber que aprendeu a fazer sozinha uma atividade nova. Deixar a criança errar e acertar sozinha é o ideal;

Figura 25: Recompensas Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.pinterest.com/. Acesso em 20/10/2020

6. Atividades práticas: A aprendizagem através do método montessori se dá por meio de atividades práticas, estimulando os sentidos de tato, visão e audição, que são essenciais para se apren-


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der sobre ordem, concentração e independência. É aconselhável que as crianças possam participar de atividades do dia a dia, como lavar a louça, limpar a casa e cuidar da horta;

O Método Montessori surgiu no Brasil em 1910, trazido por Joana Falce Scalco e introduzido na Escola Emília Erichsen, no Paraná. Durante alguns anos, foi tentado introduzir o método tanto na rede particular, quanto na rede pública de ensino, principalmente em São Paulo.

Figura 27: Grupo com crianças de diferentes idades Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.pinterest.com/. Acesso em 20/10/2020

8. Importância do contexto: Os temas e os conceitos a serem aprendidos devem ser inseridos em um conceito coerente. Exemplos concretos se tornam mais fáceis de entender do que os conceitos abstratos. Esse conceito mostra a importância das crianças aprenderem fazendo na prática e não só ouvindo uma lição;

Figura 29: O papel do professor Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.pinterest. com/. Acesso em 20/10/2020

10. Independência e autodisciplina: As crianças são estimuladas desde cedo a adquirirem sua independência e a ter autodisciplina, descobrindo ao longo do tempo qual estilo de aprendizagem elas preferem;

Figura 26: Atividades práticas Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.pinterest. com/. Acesso em 20/10/2020

7. Grupos com crianças de diferentes idades: Montessori acreditava na formação de grupos mistos, ou seja, com crianças de diversas idades, sendo um estímulo para a aprendizagem. Crianças mais novas ficam curiosas com as atividades que as mais velhas realizam e pedem para aprender, gerando conhecimento, e por sua vez, gera o sentimento de importância nas mais velhas por poder compartilhar conhecimento;

37 2.1.3 MONTESSORI NO BRASIL

Figura 28: Importância do contexto Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www. pinterest.com/. Acesso em 20/10/2020

9. O papel do professor: Tem o papel de gerir e facilitar as atividades das crianças, não sendo então, uma pessoa que fica palestrando para meros ouvintes, é um auxiliar no processo de aprendizagem da criança, mostrando que ela pode alcançar sozinha;

Figura 30: O papel do professor Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.pinterest. com/. Acesso em 20/10/2020

Em 1950 surgiu a Associação Montessori do Brasil. Em 1956 foi criado o primeiro programa de formação de professores na didática Montessori. O Colégio de Sion, em São Paulo, foi o primeiro a adotar uma turma experimental para aplicar o método. Na década de 70 surgiram muitas escolas montessori espalhadas pelo Brasil, onde nesses anos foram realizados congressos montessorianos promovidos pelas organizações da pedagogia. Em 20 de setembro de 1996, oficializou-se como organização representativa do Movimento Montessoriano no Brasil a OMB (Organização Montessori do Brasil), tornando-se um marco para as instituições que adotam o sistema montessori no país. No Brasil, hoje, o movimento montessori vem tomando força e ganhando cada vez mais a confiança dos professores, educadores e pais, somando então 67 unidades associadas a OMB ao redor do Brasil.

Figura 31: Logo OMB Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.http://omb.org.br/. Acesso em 28/10/2020


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2.1.4 O ESPAÇO MONTESSORIANO

Em 1898, Maria Montessori defendeu uma tese de que um dos principais fatores do atraso da aprendizagem das crianças se dava ao fato de não possuir um ambiente preparado para isso. Os pontos abordados por ela como fundamentais são: •

Simplicidade: a criança não precisa de muito, cores claras e luz natural é o ideal;

Minimalismo: muitas opções em um mesmo ambiente pode gerar confusão para a criança, recomenda-se escolher poucas opções para deixar a mostra e favorecer a capacidade de tomada de decisões da mesma;

Organização: ambiente externo organizado significa uma mente organizada (raciocínio);

Acessibilidade: tudo deve ser projetado para que a criança tenha acesso, possa se movimentar e interagir no ambiente sem a ajuda de um adulto;

Segurança: o que mais se deve ter em um ambiente preparado de forma montessori é a possibilidade de explorar. Para que a criança fique livre para isso, é importante assegurar que o ambiente não vai ter fios no caminho, tomadas e objetos soltos no chão; Silêncio: o ambiente deve estimular a concentração, e para isso é preciso que haja silêncio, ausência de aparelhos eletrônicos, criando

assim uma atmosfera tranquila; •

Espelho: é interessante que haja um espelho nos ambientes projetados de forma montessori, pois através dele a criança se reconhece, identifica expressões e consequentemente seus sentimentos e expressões, além de entender seus movimentos;

Mobiliário: é de extrema importância incluir no cotidiano das crianças mobiliários adaptados e acessíveis às suas alturas, gerando a sensação de que são capazes de fazer tudo por si sós, protagonistas de todas as ações que envolvem suas vidas;

Decoração: devem ser posicionadas em alturas onde a criança enxergue. No caso de quadros, de preferência sempre escolher ilustrações que condizem com a realidade, ou seja, animais, frutas e pessoas;

Ganchos e prateleiras: ideias para que a criança realize atividades sozinha, como guardar livros ou pendurar seu casaco e bolsa. Devem ser posicionadas também em uma altura acessível para elas.

Maria Montessori não definiu parâmetros acerca das dimensões dos espaços de sala de aula. Porém, como condicionante principal, estabeleceu que as salas devem ter entradas de luz natural e serem arejadas. Do lado de fora, deve haver um lindo jardim ou paisagem interessante, tornando

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o ambiente interno mais inspirador. O espaço deve ser projetado como uma grande sala de estudo, e não como uma sala de aula comum com cadeiras enfileiradas, não existindo frente nem fundo. As formas utilizadas devem ser simples, fáceis de limpar e sem elementos que atrapalhem o fluxo de passagem do local, permitindo que várias atividades sejam feitas ao mesmo tempo. Ambientes internos fechados, grandes corredores sem janelas vai de encontro a tudo que o método prega, ou seja, as escolas montessorianas devem proporcionar ambientes abertos e com acesso à natureza, propiciando a relação criança-meio ambiente.

e que fossem uma reprodução em miniatura, das cadeiras dos adultos [...] Também faz parte dessa mobília uma pia bem baixa, acessível às crianças de três ou quatro anos, guarnecida de tabuinhas laterais laváveis, para os sabonetes, as escovas e a toalha [...] Pequenos armários fechados por cortina ou por pequenas portas, cada um com sua chave própria, a fechadura, ao alcance das mãos das crianças que poderão abrir e fechar esses móveis e acomodar dentro deles seus pertences” (MONTESSORI, MARIA, 1965, p.24)

As cores utilizadas devem ser claras, e fazer uso de objetos como plantas, quadros e aquários propicia o prazer visual e estimulam a criatividade das crianças, além de gerar um ambiente acolhedor. A mesa dos professores deve ser idêntica a dos alunos, não tendo uma posição de destaque dentro da sala, sendo apenas um integrante do espaço com sua autoridade garantida através de sua postura e não da sua localização espacial.

Figura 32: Exemplo de sala de aula montessori Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.pinterest.com/. Acesso em 20/10/2020

Todas as crianças são responsáveis por arrumar e manter o cotidiano das salas organizado, sendo este um dos principais lemas da sala agrupada. “Mandei construir mesinhas de formas variadas, que não balançassem, e tão leves que duas crianças de quatro anos pudessem facilmente transportá-las, cadeirinhas de palha ou de madeira, igualmente bem leves e bonitas,

Figura 33: Exemplo de saça de aula montessori Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.pinterest.com/. Acesso em 20/10/2020


2.2 ARQUITETURA ESTRUTURALISTA 2.2.1 HERMAN HERTZBERGER

Herman Hertzberger, nascido em 06 de julho de 1932, é um famoso arquiteto holandês, professor e um dos mais antigos arquitetos holandeses ativos até hoje. Pode ser considerado, juntamente com Aldo van Eyck, como a grande influência por trás da Arquitetura Estruturalista. Hertzberger acreditava que o papel do arquiteto não era fornecer uma solução completa, mas sim fornecer uma estrutura espacial que fosse preenchida pelos usuários. Essa ideia vem do Movimento Estruturalista. O Estruturalismo é um movimento da arquitetura e planejamento urbano, que surgiu por volta do século XX, em uma reação ao CIAM (Congresso Internacional de Arquitetura Moderna), em um cenário pós Segunda Guerra mundial. Era contra a expressão sem vida do Racionalismo sobre os planejamentos urbanos que ignoravam a identidade dos habitantes e das formas urbanas. O estruturalismo foi inspirado nas investigações do antropólogo Levi Strauss, levando em consideração as relações entre as estruturas que regem os processos culturais, examinando então a função das mínimas partes envolvidas. A contribuição de Herman Hertzberger ao estruturalismo é vista como uma das mais importantes e interessantes. Ele define que a forma (edificação) deve ter uma relação mutável com o espectador, capaz de ser um veículo de potencial significância. A significância pode ser atribuída ou privada da forma, dependendo apenas do uso que lhe é destinado. Tudo isso depende de como o usuário e a forma conversam entre si. O que mais importa na arquitetura

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estruturalista é como a forma e o usuário interagem entre si, para isso, é importante que o objeto final seja capaz de atribuir novas funções além das suas originais, isto é, seja adequado para mais propósitos, sendo capaz de desempenhar um maior número possível de atividades à serviço dos usuários.

Figura 34: Companhia de Seguros Centraal Beheher Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: http://www.hertzbergertca.blogspot.com/. Acesso em 26/10/2020

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Figura 36: Teatro Chassé Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: http://www.hertzbergertca. blogspot.com/. Acesso em 26/10/2020

Figura 37: Herman Hertzberger Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: http://www.hertzbergertca.blogspot.com/. Acesso em 26/10/2020

À vista disso, o estruturalismo se preocupa com a forma em todas as suas escalas urbanas possíveis, classificando um edifício como pronto quando ele está em uso e sendo apropriado pelos seus usuários, através do contato, interpretação ou preenchimento da sua estrutura. Figura 35: Centro Musical Vredenburg Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: http:// www.hertzbergertca.blogspot.com/. Acesso em 26/10/2020

“Os elementos podem mudar, mas de tal forma que eles continuem dependentes do todo” (HERTZBERGER, HERMAN, 1973, p/16)

Hertzberger (1999) defende que todos possam intervir em seus espaços de maneiras diversas, pois a arquitetura não é feita para uma só pessoa ou para expressar uma só personalidade. A forma nunca deve ser definitiva, podendo ser constantemente alterada, deixando clara a necessidade de projetar espaços aptos para essas transformações, sem fazer com que eles

percam suas características primordiais, ou seja, que não fiquem descaracterizados. Ele justifica que não deve existir oposição entre os espaços públicos e privados, mas sim uma acessibilidade gradativa, que pode ser definida através de formas, luzes e cores. Essa oposição acaba sendo responsável por uma desintegração e desinteresse entre as relações humanas básicas. Segundo Hertzberger (1999), dá-se excessiva ênfase aos polos privados e públicos, tratados de formas isoladas, porém trata-se de um pensamento utópico, já que qualquer edificação possui suas partes privadas e públicas, não podendo caracterizá-la exclusivamente como um ou outro. Como exemplo, pode-se usar o de uma escola, onde as salas de aulas são ditas como privadas para seus usuários, porém o pátio é público para todos. No entanto, a escola em comparação com a rua, se torna um espaço privado diante de um público. Em todo o mundo encontrasse-se demarcações geográficas para o público e para o privado, no entanto, em sua maioria, trata-se apenas de uma convenção que é respeitada e seguida por todos. Para definir então esses espaços, o arquiteto diz que é favorável fazer uso de artifícios que expressem essas diferenças através da articulação da forma, material, luz e cor. O edifício, então, fica formado por ambientes diferentes no que diz respeito aos acessos, tornando o entendimento do usuário quanto aos ambientes públicos e privados muito mais fácil. Hertzberger (1999) acredita que a arquitetura é capaz de proporcionar as condições ideais para uma vida social, onde


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as pessoas se encontram e convivem. Ele estabelece essa relação principalmente em espaços comuns. As áreas de circulação, como corredores, nunca são só corredores, mas sim espaços dimensionados e pensados para promover o encontro social. Assim como prega Maria Montessori, é importante que pessoas de diferentes idades e diferentes níveis sociais e intelectuais convivam entre si, gerando novos conhecimentos e interações. A coexistência de pessoas diferentes em um mesmo local pode dar-se através de duas formas: a física (onde as pessoas estão no mesmo local e podem interagir) e a visual (sem contato físico, mas onde podem se olhar e interagir através de acenos). Herman Hertzberger é o arquiteto por trás de diversas obras que o tornaram famoso, como a Sede da Companhia de Seguros Centraal Beheer em Apeldoorn (1968-1972), o Centro Musical Vredenburg em Utrecht (1973-1978) e o Teatro Chassé em Breda (1992-1995). Uma parte expressiva do seu trabalho como arquiteto é a construção de diversos edifícios escolares. Para Hertzberger, tanto o ensino quanto a edificação representam papéis importantes em sua obra. Cada projeto significa uma contribuição diferente que o espaço pode influenciar no ensino e no desenvolvimento das crianças, trazendo como resultado, uma vasta variação tipológica dos edifícios, pois cada um atende a uma demanda diferente, e todos devem ser adaptáveis. Algo em comum entre todos, é que devem prezar pelas áreas sociais e pela a igualdade entre os usuários (escadas e desníveis).

Falando sobre escadas e desníveis, Hertzberger (1999) aponta que eles são de extrema importância quando tratados tendo em vista os encontros sociais, chamados de “Potencial de acomodação”. São elementos que são projetados, em sua maioria, com uma única função (no caso das escadas é de ligar locais que estão em diferentes níveis), mas que através da ocupação dos usuários, pode ser atribuída novas utilidades, tornando-se então um local de encontro, descanso e interação entre colegas. Herman Hertzberger (1999) acredita que um bom arquiteto é capaz de colocar esses elementos pensando não somente na sua função primordial, mas também em como eles se mostram desenvoltos no seu potencial de acomodação; tornando, então, os ambientes mais confortáveis e mais interessantes para quem usa. Ele defende que os arquitetos não detêm influência propriamente dita no ensino, mas podem propor ambientes em que ele ocorra de forma mais convidativa possível, gerando interações e vários usos. Algumas das escolas projetadas por Hertzberger são adeptas ao método de ensino Montessori. Com o visto anteriormente, é possível relacionar os dois, já que ambos são a favor de um espaço moldável. Ele destaca a importância de adaptar o ambiente de aprendizado da criança ao seu nível de desenvolvimento. Propõe ambientes que sejam capazes de tornar as crianças senhoras da sua própria educação, através de ambientes confortáveis e inspiradores de independência. Todos os ambientes são propostos tendo em vista a possibilidade de serem alterados por meio da ocupação. A influência dos usuários no

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ambiente pode ser estimulada através das demarcações territoriais, do grau de acesso, da organização da manutenção, da divisão das responsabilidades. Em um local com características primordialmente públicas, aumenta muito o desinteresse pessoal em se tornar parte influente sobre ele.

crianças tinham que ter com o ambiente, fortalecendo então seus vínculos emocionais e afetivos com o mesmo. Também era permitido que cada criança trouxesse uma planta de casa, tornando como responsabilidade que cuidassem dela, e aumentando a consciência de natureza.

O trabalho de Hertzberger em escolas, pode ser entendido através dos três principais projetos dele sobre isso:

Nas salas de aula as crianças trabalhavam em cima de tapetes especiais que delimitavam pequenas áreas de trabalho a serem respeitadas pelos outros, além de estimular o hábito de arrumação depois que as atividades fossem finalizadas. Em cada sala de aula havia uma espécie de vitrine para que os alunos expusessem seus trabalhos para que todos pudessem ver. E um avanço tecnológico muito a frente do tempo da escola, era que cada sala possuía ajuste térmico, aumentando a consciência das crianças quanto aos fenômenos de calor e frio, além de estimular o entendimento sobre o uso de energia.

- Escola Montessori em Delft (1960); - Escolas Apollo: Amsterdam Montessori School (1980); - Montessori Oost (1999) Escola Montessori em Delft (1960) A Escola Montessori em Deflt foi a primeira realizada por Hertzberger, entre 1960 e 1966. Foi pioneira na forma como é tratada a edificação em relação à pedagogia, visto que as salas de aula se relacionavam com espaços de convivência. “As salas de aula desta escola são concebidas como unidades autônomas, pequenos lares, por assim dizer, já que todas estão situadas ao longo do hall da escola, como uma rua comunitária. A professora, a ‘tia’, de cada casa decide, junto com as crianças, que aparência terá o lugar e, portanto, qual será o seu tipo de atmosfera” (HERTZBERGER, HERMAN, 1999, p. 28)

Através de sua arquitetura, Hertzberger estimula o senso de responsabilidade das crianças, já que os deveres domésticos fazem parte do cotidiano da escola. Dá-se muita atenção ao cuidado que as

As salas eram dividas por níveis, assim como Hertzberger pregava importante. Crianças poderiam pintar na parte de baixo enquanto outras apresentavam trabalhos na parte de cima, concentradas e sem perturbação. Dessa forma, o professor conseguia analisar e supervisionar toda a turma. O hall da escola funciona como uma grande área de convivência entre as crianças, uma sala de estar comunitária. Todas as salas de aula são ligadas ao hall, e todas possuem marcações bem fortes quando vistas de cima. (Figura 38) O projeto apresenta uma grande riqueza de detalhes e cuidados na resolução espacial, sempre permitindo que o usuário


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utilize do espaço de acordo com a sua imaginação, sem deixar espaços ociosos.

Figura 38: Escola Montessori em Delft Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: http:// www.hertzbergertca.blogspot.com/. Acesso em 26/10/2020

Figura 39: Planta esquemática da Escola Montessori em Delft Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://marinalipiani.wordpress. com/2011/10/30/obras-analogas-escola-montessori-em-delft/. Acesso em 26/11/2020

Figura 40: Desnível das salas de aula da Escola Montessori em Delft Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://marinalipiani.wordpress. com/2011/10/30/obras-analogas-escola-montessori-em-delft/. Acesso em 26/11/2020

Escolas Apollo (1980) No início da década de 1980, Hertzberger projetou as Escolas Apollo. Escolas, pois, eram duas, Willemspark e Montessori, com métodos de ensinos diferentes entre si. Os prédios são muito semelhantes, estando fixados no terreno em 90º com base no mesmo lote. Existem diferenças quanto à posição das janelas, devido a diferente orientação da implantação. Além das áreas internas terem suas peculiaridades de acordo com os métodos pedagógicos e suas necessidades. No entanto, as duas escolas nasceram de um mesmo programa de pré-requisitos. Os meios arquitetônicos usados para solucionar problemas foram usados em ambos os edifícios. Segundo o próprio arquiteto, os edifícios possuem o mesmo vocabulário e a mesma gramática arquitetônica. Assim como na Escola de Delft, as Escolas Apollo também valorizam as áreas sociais. Ela consegue acolher duas escolas com sistemas diferentes, oferecendo uma oportunidade de desenvolver um sentimento de comunidade entre elas, trazendo à tona o conceito de “Público e privado” de Herman Hertzberger (1999), como visto anteriormente. Há uma praça que une as duas escolas, onde existe a possibilidade das crianças se encontrarem no dia a dia ou em eventos especiais, tornando-se, então, um local de grande importância para convivência e interação de alunos, pais e participantes da comunidade como um todo. (Figura 41) As salas de aula são organizadas ao redor de um centro comunitário, onde as crianças de todas as idades convergem,

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gerando muito mais oportunidades de contatos e aprendizados entre alunos de idades e turmas diferentes. De acordo com Herman (1980) e com os dogmas Montessorianos, isso estimula que as crianças de idades diferentes façam atividades juntas e se ajudem. O espaço central das Escolas Apollo tem forma de anfiteatro, com seções que se elevam a cada meio andar, aumentando, então, o campo visual de quem está ali. Esse projeto estimula a prática de apresentações, onde há o espaço de um público e de um ator; além de funcionar como um ponto de ligação entre as salas de aula, ou seja, mais um local de encontro e convivência fazendo uso dos desníveis. (Figura 42) No limiar entre a sala de aula e o hall de convivência, Herman separa um espaço para estudo individual ou de pequenos grupos, tratando-se então de um meio termo: não se está dentro da sala de aula, nem isolado dela, mas também não está no hall. Tornou-se um espaço de concentração e estudo. Falando então dos espaços públicos e privados e como eles podem ser divididos, Herman utilizou de artifícios de iluminação para separar a hierarquia espacial dos ambientes. No hall há claraboias de vidro que facilitam a entrada de luz natural, as escadas são o mais transparente possíveis para não obstruir a permeabilidade visual e não impedir a circulação da iluminação natural. Nas salas de aula, apesar de fazer uso de iluminação artificial, elas também possuem grandes janelas para entrada de luz natural, outra prerrogativa dita como importante por Maria Montessori.

E assim como o Estruturalismo prega, Herman adotou diversas técnicas construtivas que se moldam ao funcionamento do ambiente e dos seus usuários. Nas Escolas Apollo, pode-se encontrar parapeitos de janelas alargados, que servem como apoio para estudo, bancada, e além disso, local para exposição dos trabalhos das crianças. De acordo com ele, são esses elementos que fazem com que a criança se aproprie do local, sinta-se estimulada e à vontade nele.

Figura 41: Escolas Apollo Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: http://www.hertzbergertca. blogspot.com/. Acesso em 26/10/2020

Figura 42: Escolas Apollo Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: http://www.hertzbergertca. blogspot.com/. Acesso em 26/10/2020


Montessori Oost (1999) O conceito montessoriano foi trazido mais uma vez por Herman Hertzberger a esse edifício. O colégio abriga cerca de 1600 alunos, que variam suas idades entre 12 e 18 anos, vindos de 56 nacionalidades diferentes. Segundo o arquiteto, esse fator já é suficiente para que a disposição do colégio não fosse com sensação de labirinto. A necessidade vista por ele de criar ambientes que integrassem os alunos, fez com que as áreas sociais se distanciassem mais ainda do estigma de detenção, cada vez mais longe da dita “escola tradicional”. A escola se torna, então, uma cidade em miniatura, onde as circulações são pequenas ruas da área central. O edifício é constituído por dois retângulos com desenvolvimento longitudinal, que se cruzam formando um grande salão central. A área central não é dividida e sem corredores internos, ou seja, criou-se um espaço aberto onde a convivência social é de fácil acesso e estimulante para os alunos. Por esse motivo, não foram colocadas portas na sala de aula, criando uma permeabilidade por todo edifício. (Figura 45) As salas se localizam nas periferias do edifício, contempladas por galerias laterais que se conectam às escadas externas e servem como saída de emergência, além de contribuir para o controle de radiação solar. A escola também faz uso de desníveis, quebrando a extensão e fazendo com que os percursos a serem percorridos sejam menores, além de aumentar a possibilidade de caminhos, não se reduzindo apenas à uma escada em um átrio central,

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como é de costume em escolas. As circulações e a permeabilidade visual são constantes durante todo o projeto. (Figura 43) As escadas também servem como assentos informais, como já de costume nos projetos de Hertzberger. Além de serem classificados como ponto de encontro, também servem como locais de atividades ou até mesmo para abrigar aulas.

Ainda sobre o livro Lições de Arquitetura de Herman Hertzberger, o arquiteto destaca mais uma vez a importância da delimitação territorial, citando como exemplo as soleiras usadas em casas que dividem ambientes e dividem a casa da rua. As crianças sentadas nas soleiras se sentem suficientemente independentes, pois estão em encontro com a rua, mas também se sentem seguras por saber que a mãe está por perto. Essa dualidade existe por conta da soleira, que demarca um lugar onde os dois mundos (casa e rua) se superpõem ao invés de estarem devidamente demarcados. É a chamada chave de transição e conexão entre as áreas.

“Eu acredito que este edifício representa a minha maior conquista social, com a exceção talvez de De Drie Hoven e Vrendenbug em Utrecht. Mais uma vez fomos capazes de demonstrar que os problemas sociais podem ser abordados – embora não necessariamente resolvidos – com a utilização de recursos espaciais e conhecimentos arquitetônicos.” (HERTZBERGER, HERMAN, 2008, s/p)

Figura 44: Montessori Oost Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: http://www.hertzbergertca. blogspot.com/. Acesso em 26/10/2020

Figura 45: Montessori Oost Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: http://www.hertzbergertca. blogspot.com/. Acesso em 26/11/2020

Herman traduziu esse conceito arquitetônico na Escola Montessori de Delft, através de uma entrada convidativa da escola, onde os pais pudessem esperar seus filhos, descansar nos muros baixos, conviver com outros adultos e ficar abrigados da chuva. Tornou-se um espaço público de extrema importância para quem ali frequentava, cumprindo uma respeitável função social. Ou seja, o conceito de intervalo é o ponto chave para eliminar a bipolaridade existente entre espaço público e privado entre áreas com diferentes demarcações territoriais. O importante é criar espaços intermediários que possam servir tanto para o uso público como para o uso privado, sendo igualmente acessível para ambos os lados.

Figura 43: Montessori Oost Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: http://www.hertzbergertca. blogspot.com/. Acesso em 26/11/2020

Figura 46: Montessori Oost Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: http://www.hertzbergertca. blogspot.com/. Acesso em 26/11/2020


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O estruturalismo holandês divide-se em dois aspectos primordiais: a repetição de uma unidade no projeto e a diversidade do projeto, acreditando que uma estrutura deve ser convidativa para ser habitada, adaptada e modificada ao longo do tempo pelos usuários. O estruturalismo apresenta, então, uma nova proposta de forma, considerando a malha de uma cidade como aspecto formal, com repetição de materiais e criação de módulos na planta. Além disso, leva em consideração que os espaços devem se inter-relacionar. Anteriormente foi vista a aplicabilidade formal do estruturalismo nos projetos escolares de Herman Hertzberger, inclusive em escolas montessorianas. Dito isso, serão apresentadas quatro referências projetuais de equipamentos urbanos como escolas e orfanato que façam uso da arquitetura estruturalista, como também outras tipologias, para um maior entendimento das reais necessidades que o projeto de uma escola requer.

3.

PRECEDENTES PROJETUAIS

A análise das edificações escolares tem como principal objetivo suprir as necessidades dos aspectos funcionais, formais e estéticos que esse tipo de edificação necessita. Além disso, analisar a implantação, os acessos, o programa utilizado, os tipos de circulação, o contato com a natureza e as conexões internas e externas permite uma melhor noção do real cotidiano que uma escola exige, além de como todos esses elementos se relacionam entre si e com o método de ensino da instituição (montessori).


3.1 AMSTERDAM ORPHANAGE

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O arquiteto holandês Aldo van Eyck construiu o Orfanato de Amsterdã em 1960, procurando estabelecer uma união entre lar e uma pequena cidade no subúrbio de Amsterdã. Foi através do Orfanato de Amsterdã que van Eyck conseguiu colocar suas opiniões sobre a arquitetura estruturalista em prática, através do seu primeiro projeto construído de grande escala. No edifício ele tentou retratar um caráter moderno, mas com uma visão urbana diferente dos seus antecessores do CIAM (Congresso Internacional de Arquitetura Moderna).

Figura 47: Amsterdam Orphanage: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily.com. br/br/01-108938/classicos-da-arquitetura-amsterdam-orphanage-slash-aldo-van-eyck/50380ed428ba0d599b000bcb-ad-classics-amsterdam-orphanage-aldo-van-eyck-photo. Acesso em 26/11/2020


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Figura 48, 49 e 50: Amsterdam Orphanage: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www. archdaily.com.br/br/01-108938/classicos-da-arquitetura-amsterdam-orphanage-slash-aldo-van-eyck/50380ed428ba0d599b000bcb-ad-classics-amsterdam-orphanage-aldo-van-eyck-photo. Acesso em 26/11/2020


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O programa consiste em um orfanato para 125 crianças de diversas idades, onde contempla quartos, uma cozinha, lavanderia, ginásio, biblioteca e um espaço administrativo. Ele consiste em inúmeros espaços internos e externos, interligados por uma complexa ordem e que se fundem de forma quase que imperceptível. O privado e o público estavam intimamente ligados e o limite entre a cidade e o edifício foi desmontado. Aldo van Eyck conseguiu articular em um só projeto uma síntese revolucionária levando em consideração o indivíduo e o grupo, o interior e o exterior e as pequenas e grandes áreas. ” … O edifício foi concebido como um conjunto de locais intermediários claramente definidos, o que não implica em uma transição contínua ou um adiamento interminável sobre o lugar e a ocasião. Por outro lado, implica uma ruptura com o conceito contemporâneo de continuidade espacial e a tendência para apagar todas conjunta entre espaços, ou seja, entre exterior e interior, incluindo um espaço e outro. Em contraste, tentou articular a transição através de pontos intermédios definidos que induzem a consciência simultânea do que se entende em cada lado … “ (EYCK, VAN ALDO, 1960, s/p)

Figura 51: Amsterdam Orphanage: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily.com. br/br/01-108938/classicos-da-arquitetura-amsterdam-orphanage-slash-aldo-van-eyck/50380ed428ba0d599b000bcb-ad-classics-amsterdam-orphanage-aldo-van-eyck-photo. Acesso em 26/11/2020


Figura 52: Amsterdam Orphanage: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily.com. br/br/01-108938/classicos-da-arquitetura-amsterdam-orphanage-slash-aldo-van-eyck/50380ed428ba0d599b000bcb-ad-classics-amsterdam-orphanage-aldo-van-eyck-photo. Acesso em 26/11/2020

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Todos os espaços são relacionados ao centro do edifício, centro esse estabelecido através de grandes formas de cúpula e linhas axiais geradas através da grade modular de cúpulas. A partir dele, o edifício se espalha centrifugamente em todas as direções, tornando-se então um ponto fixo de onde partem todas as descentralizações. No entanto, a ordenação axial dos módulos não se estende as áreas de circulação interna, ou seja, ela limita-se a dar o impulso inicial para que as ruas do interior se ramifiquem e cortem toda a edificação, dando acesso aos pátios internos e externos e as outras unidades. Van Eyck evita criar um ponto central dentro do edifício, permitindo que várias conexões fluidas sejam geradas entre todos os espaços. Os módulos são dispostos através de uma grade ortogonal, se projetando em dois caminhos diagonais para que cada módulo possua várias fachadas externas. Quando ele projeta fora de uma diagonal de dentro da grade, cria então uma quantidade igual de espaços vazios a partir dos cheios que formou. Ou seja, cada módulo é vizinho de um espaço ao ar livre, estimulando o contato com a natureza e a permeabilidade visual entre os módulos. Os módulos possuem dois tamanhos. Um menor para as residências e um maior para os espaços de convivência. Eles consistem em quatro colunas nos vértices e um teto abobadado de concreto pré-moldado no topo. O chão também é de concreto. As inúmeras fachadas de vidro são constituídas de uma pele de vidro ou de uma parede sólida feita de tijolos escuros.


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3.2 ESCOLA MONTESSORIANA WAALSDORP

Projetado por De Zwarte Hond, em 2014, nos Países Baixos (Holanda do Sul), a Escola Montessoriana Waalsdorp dialoga com o entorno enquanto mantém sua forma única. Seu interior é espaçoso e flexível, formando uma acomodação dinâmica, assim como a educação montessoriana indica. A construção contempla uma área de 2.480m² e está implantada na extremidade de um terreno triangular. Sua posição foi definida levando em consideração duas árvores existentes e históricas que estavam no vértice da entrada, oferecendo então ao edifício dois pátios: um na parte frontal e outro na área dos fundos. A rua onde a escola está localizada é predominantemente residencial (Figura 55), com edificações de até 3 pavimentos e bastante arborizada. As ruas são estreitas e possuem baixo fluxo de veículos.

Figura 53: Fachada da Escola Montessoriana Waalsdorp: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/759921/escola-montessoriana-waalsdorp-de-zwarte-hond. Acesso em 26/11/2020


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A escola funciona apenas para turmas da Educação Infantil, recebendo crianças até 11 anos. O método Montessori pode ser visto em todos os ambientes, já que todos foram projetados de forma ampla, com fácil acesso aos materiais didáticos e salas adequadas a escala das crianças. A escola conta com um total de 12 salas de aula, separadas em setores diferentes da edificação, divididos por faixa etária. Figura 55: Implantação da Escola Montessoriana Waalsdorp: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/759921/escola-montessoriana-waalsdorp-de-zwarte-hond. Acesso em 26/11/2020

Figura 56: Planta baixa térreo da Escola Montessoriana Waalsdorp: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/759921/ escola-montessoriana-waalsdorp-de-zwarte-hond. Acesso em 26/11/2020

Figura 57: Planta baixa 1º andar da Escola Montessoriana Waalsdorp: Elaborado pela autora. Figura 54: Fachada da Escola Montessoriana Waalsdorp: Elaborado pela autora. Disponí- Disponível em: https://www.archdaily.com.br/ vel em: https://www.archdaily.com.br/br/759921/escola-montessoriana-waalsdorp-de-zwar- br/759921/escola-montessoriana-waalsdorp-de-zwarte-hond. Acesso em 26/11/2020 te-hond. Acesso em 26/11/2020

Cada conjunto de salas possuí sua própria entrada e seus próprios espaços multifuncionais. No pavimento superior (Figura 57) as salas de aula ficam na periferia da edificação, enquanto o centro é ocupado por uma quadra de esportes. O acesso principal também conecta à um pátio, que pode funcionar como auditório, e um conjunto de ambientes de apoio às salas de aula, como salas de brincar, salas técnicas e refeitório. Como base dos princípios montessorianos, a escola se integra como um todo através de uma rua multifuncional (assim como pregado no estruturalismo), onde funciona como um espaço de encontro e integração das crianças, assim como local de estudo (como em Delft). Nesse grande corredor que ficam expostos os trabalhos, os materiais didáticos, os jogos e livros à disposição dos alunos. (Figura 58) Os dois pavimentos são conectados de forma visual através de três vazios. Os espaços coletivos são os responsáveis por unificarem os setores da escola, além de promoverem a flexibilidade e os diferentes tipos de arranjos espaciais. (Figura 59)

Figura 58 e 59: Escola Montessoriana Waalsdorp: Elaborado pela autora. Disponível em: https:// www.archdaily.com.br/br/759921/escola-montessoriana-waalsdorp-de-zwarte-hond. Acesso em 26/11/2020


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A edificação faz uso do tijolo aparente como material da fachada, tornando-se consonante com as outras construções do entorno, visto que é um material característico da região. No entanto, torna-se dissonante por conta do destaque dado a sua forma e ao seu tamanho. (Figura 53) Os muros são baixos, com menos de um metro de altura, promovendo uma conexão da instituição de ensino com a rua (público X privado). Fora da edificação da escola, há uma grande área de recreação para as crianças, rodeada de árvores e sombras. Para integrar o ambiente entre si e com o exterior, faz-se o uso de vidro. Já a madeira é usada para passar a sensação de aconchego para o usuário.

Figura 60: Escola Montessoriana Waalsdorp: Elaborado pela autora. Disponível em: https:// www.archdaily.com.br/br/759921/escola-montessoriana-waalsdorp-de-zwarte-hond. Acesso em 26/11/2020


3.3 ESCOLA MONTESSORI DE FAYETTEVILLE

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A Escola Montessori de Fayetteville nos Estados Unidos foi construída em 2012, projetada pelo arquiteto Marlon Blackwell e tem cerca de 700m² de área. Ela está implantada em um terreno pequeno e triangular, em um lote que é muito propenso a ter inundações. As condições restritas do terreno serviram como partido arquitetônico para definição da obra. Por conta de algumas complicações durante o projeto, o edifício se reduziu a uma pequena área construída na esquina sudoeste do lote.

Figura 61: Fachada da Escola Montessori de Fayetteville: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/790225/escola-montessori-marlon-blackwell-architects?ad_medium=widget&ad_name=recommendation Acesso em 26/11/2020


Figura 62: Fachada da Escola Montessori de Fayetteville: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/790225/escola-montessori-marlon-blackwell-architects?ad_medium=widget&ad_name=recommendation Acesso em 26/11/2020

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O programa abriga salas de aula, salas de conferências e uma cozinha comercial. O primeiro nível da escola se abre para um jardim de chuva, que retém e filtra a água da chuva, diminuindo, então, as inundações. Além disso, conta com um telhado verde sobre o volume leste que ajuda a reduzir o deslizamento e serve também como isolamento térmico para o edifício. (Figura 63) Figura 63: Planta baixa Escola Montessoriana: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www. archdaily.com.br/br/790225/escola-montessori-marlon-blackwell-architects?ad_medium=widget&ad_ name=recommendation Acesso em 26/11/2020

Figura 64: Planta baixa Escola Montessoriana: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www. archdaily.com.br/br/790225/escola-montessori-marlon-blackwell-architects?ad_medium=widget&ad_ name=recommendation Acesso em 26/11/2020

No segundo nível, ao longo da ala oeste, é onde ficam as salas adicionais. (Figura 64) A escolha de materiais da escola é muito simples, de forma que seja duradoura e econômica. O uso do cipreste traz uma textura acolhedora e atrativa à fachada sul, assim como na entrada da escola. Ele também reaparece na área coberta de jogos. Ambos os volumes são revestidos com painéis metálicos pré-fabricados. A junção do programa, com o orçamento e com as demandas ambientais do terreno resultou em uma escola com alto desempenho energético, luz natural abundante e convidativa para os alunos, pais e professores, que se sentem à vontade para explorar a relação entre o entorno construído e o mundo natural. Além disso, a escola conquistou uma certificação LEED Silver (Liderança em energia e design ambiental), demonstrando, então, um compromisso com a economia e com a responsabilidade ambiental, e que essas devem ser compartilhadas com todos que fazem uso da edificação.

Figura 65 e 66: Escola Montessoriana: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily. com.br/br/790225/escola-montessori-marlon-blackwell-architects?ad_medium=widget&ad_name=recommendation Acesso em 26/11/2020


3.4 ESCOLA INFANTIL MONTESSORI

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A Escola Infantil Montessori de Belo Horizonte é um projeto da Meius Arquitetura juntamente com Raquel Cheib. É datado no ano de 2018 e possui uma área de cerca de 700m². A principal premissa do projeto é uma frase de Maria Montessori: “Para ajudar uma criança, devemos fornecer-lhes um ambiente que lhes permita desenvolver-se livremente”. Dito isso, precisou-se então entender o cliente de uma forma mais específica, pensando como crianças.

Figura 67: Fachada da Escola Infantil Montessori: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www. archdaily.com.br/br/900876/escola-infantil-montessori-meius-arquitetura-plus-raquel-cheib-arquitetur. Acesso em 26/11/2020


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Figura 69 e 70: Plantas Escola Infantil Montessori: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www. Figura 68: Escola Infantil Montessori: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www. archdaily.com.br/br/900876/escola-infantil-montesarchdaily.com.br/br/900876/escola-infantil-montessori-meius-arquitetura-plus-raquel-cheibsori-meius-arquitetura-plus-raquel-cheib-arquitetur. -arquitetur. Acesso em 26/11/2020 Acesso em 26/11/2020

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Foram escolhidas cores que pudessem atender às crianças, levando em consideração as cores primárias. No entanto, os arquitetos não queriam se prender as cores saturadas nos ambientes internos, adaptando, então, o mobiliário, a marcenaria e os revestimentos com uma paleta de cores mais neutra. Foram criadas aberturas zenitais, aberturas para comunicação visual e novos fluxos mais dinâmicos. O resultado do projeto foi um espaço com cores leves, onde os brinquedos e as ferramentas de uso cotidiano pudessem ter seu destaque visual, criando uma maior concentração das crianças para com as atividades, e que além disso, pudessem interagir com a natureza através do verde dos jardins frontais, laterais, da horta e do jardim interno, contando ainda com uma iluminação natural que toca todos os espaços. Todo o mobiliário foi pensado de forma com que se adapta-se a escala infantil, ou seja, mesas e cadeiras baixas, móveis de fácil acesso, além de contar com a permeabilidade visual, conectando os ambientes internos.

Figura 71 e 72: Escola Infantil Montessori: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www. archdaily.com.br/br/900876/escola-infantil-montessori-meius-arquitetura-plus-raquel-cheib-arquitetur. Acesso em 26/11/2020Acesso em 26/11/2020


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Figura 73, 74, 75 e 76: Escola Infantil Montessori: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/900876/escola-infantil-montessori-meius-arquitetura-plus-raquel-cheib-arquitetur. Acesso em 26/11/2020Acesso em 26/11/2020


Figura 77: Escola Infantil Montessori: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily. com.br/br/900876/escola-infantil-montessori-meius-arquitetura-plus-raquel-cheib-arquitetur. Acesso em 26/11/2020Acesso em 26/11/2020


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Figura 78: Escola Infantil Montessori: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www. archdaily.com.br/br/900876/escola-infantil-montessori-meius-arquitetura-plus-raquel-cheib-arquitetur. Acesso em 26/11/2020Acesso em 26/11/2020


3.5 ESCOLA INFANTIL MUNICIPAL DE BERRIOZAR

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Escola Infantil Municipal De Berriozar é um projeto dos arquitetos Iñaki Bergera, Iñigo Beguiristain e Javier Larraz, do ano de 2012 na Espanha. O objetivo dos arquitetos era que a Escola proporcionasse em sua capacidade real para gerar espaços que ajudem de às crianças a desenvolver de maneira sugestiva, atrativa e segura esta etapa de suas vidas.

Figura 79: Escola Infantil Municipal De Berriozar: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/01-96342/escola-infantil-municipal-de-berriozar-slash-javier-larraz-plus-inigo-beguiristain-plus-inaki-bergera. Acesso em 20/14/2021


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A escola infantil de Berriozar se desenvolve segundo um modelo herdado das escolas municipais italianas de Reggio Emilia, onde as estruturas que recebem as crianças se articulam principalmente em torno a uma "plaza" central que serve como lugar de encontro e interação e como espaço para o desenvolvimento das atividades comuns da escola. O projeto utiliza de brises verticais para proteção da fachada e como elemento estético na composição da edificação.

Figura 80: Escola Infantil Municipal De Berriozar: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/01-96342/escola-infantil-municipal-de-berriozar-slash-javier-larraz-plus-inigo-beguiristain-plus-inaki-bergera. Acesso em 20/14/2021


83 3.6 ANÁLISE DOS PRECEDENTES PROJETUAIS

Após a análise dos critérios estabelecidos referentes a cada edificação, torna-se claro que todas as escolas fazem uso da metodologia de ensino Montessori. Percebe-se que a Escola Montessori de Fayetteville e a Waalsdorp são as que melhor se encaixam nos parâmetros admitidos neste trabalho, além de cumprir todos os requisitos que um projeto montessoriano requer. As escolas consideraram a pedagogia montessori como partido arquitetônico para o projeto desde sua concepção. Existiu então, toda a preocupação para que os ambientes projetados fornecessem os elementos necessários para realização das atividades curriculares.

do módulo como composição espacial. É sabido que a realidade econômica dessas escolas não condiz com o investimento proposto na educação brasileira. Os recursos destinados à arquitetura escolar são muito baixos e a manutenção para tal é quase inexistente. Porém, o projeto em questão da Escola Montessoriana do Recife, tem como objetivo inserir essa educação no meio público da cidade, sendo então a primeira escola pública com ensino alternativo e com uma estrutura adequada para o crescimento e desenvolvimento da criança.

O exemplo dado a partir do Orfanato serve para entender como funciona a arquitetura estruturalista e o protagonismo Critérios de análises dos precedentes projetuais

Amsterdam Orphanage

Relação Interior X Exterior Adaptação Montessori ao projeto Integração com a natureza Circulações convidativas e permeabilidade visual Entrada de luz natural Implantação na esquina Programa escolar Tabela 02. Fonte: Elaborada pela autora (2020)

Infantil Escola Montesso- Escola Montes- Escola Montessori riana Waalsdorp sori Fayetteville


Figura 81: Mapa da Zona Norte do Recife. Fonte: Elaborado pela autora, março/2021

TERRENO ESCOLHIDO

85 4.1 ÁREA DE ESTUDO

Com o propósito de elaborar mapas e suas análises, foi escolhido o bairro do Poço da Panela, Recife/PE, onde encontra-se o terreno escolhido para abrigar o projeto da Escola Montessoriana de Recife. De acordo com o Censo demográfico realizado em 2010 na cidade do Recife, o bairro do Poço da Panela tem uma população residente de 4.615 habitantes.

PRAÇA DE CASA FORTE

Para a definição do potencial de ocupação do lote que ocupará a Escola Montessoriana de Recife, foram feitos e analisados diversos mapas, como: usos, tipologias, eixos viários, cheios e vazios, gabarito, cobertura vegetal e legislação. Figura 82 e 83: Igreja Nossa Senhora da Saúde: Elaborado pela autora. Disponível em: https:// poraqui.com/casa-forte/um-roteiro-turistico-pra-curtir-casa-forte-e-poco-da-panela-a-pe/Acesso em 26/11/2020

4.

TERRITÓRIO N 0 10

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Figura 824 Foto aérea do terreno escolhido: Elaborado pela autora. Disponível em: hhttps:// www.diariodepernambuco.com.br/noticia/vidaurbana/2019/08/moradores-do-poco-da-pane l a - c o n t r a h t t p s : / / s a t e l l i t e - m a p . g o s u r. c o m / p t / g o o g l e - e a r t h / ? g c l i d = C j 0 K C Q j w r s G C B h D 1 A R I s A L I L B Yo c s r 0 a M E f u v U X e Y d 5 T 8 T Q V U D s 3 X r 4 r 8 o - 8 7 2 Y H x X J k E L Z 6 m 2 y x _ s g a A u O l E A L w _ wcB&ll=-8.030127899086878,-34.925476806777&z=16.697635430606248&t=satellite. Acesso em 12/03/2021


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do em lotes comprados pela classe média, onde começaram a construção de casas e moradias.

A escolha do bairro deve-se a não haver nenhuma escola montessoriana na Zona Norte da cidade do Recife, como visto anteriormente, além de ser um bairro central e de fácil acesso para a população como um todo.

4.2 CARACTERIZAÇÃO GERAL DO BAIRRO

O Poço da Panela é um bairro localizado na Zona Norte da cidade do Recife/ PE, na RPA 3, Microrregião 3.1 e a exatos 6,56Km do Marco Zero. Possui uma área territorial de 8,1 hectares e uma taxa média geométrica de crescimento anual da população de 1,43%. Sua população por sexo é bastante equilibrada, tendo 45,44% de homens e 54,56% de mulheres. A faixa etária de maior número é entre 25 e 59 anos, totalizando 53,67% da população. A taxa de alfabetização do bairro é de 97,6%. A densidade demográfica (habitante/hectare) é de 56,74, contando com 1.463 domicílios. A média de moradores por domicílio é de 3 pessoas, e o valor de rendimento médio mensal dos domicílios é de R$9.346,35. O Poço da Panela faz fronteira com os bairros de Casa Forte, Santana, Casa Amarela, Iputinga, Cordeiro e Monteiro, além de ser banhado pelo Rio Capibaribe. O bairro surgiu por volta do século XVIII, pertencente às terras do Engenho Casa Forte. No início era um simples povoado no meio de grandes plantações de cana de açúcar. A partir de 1746 a história do bairro começou a mudar. O Recife sofreu com uma grande epidemia de cólera, e alguns médicos da época divulgaram que os banhos, durante o verão, no trecho do Rio Capibaribe que banhava o bairro, funcionava como um remédio milagroso para combater a doença. A notícia se espalhou muito rápido e fez com que a região atraísse cada vez mais pessoas nobres, que acabaram construindo casarões de veraneio. Até 1970 era um bairro predominantemente rural na cidade, até que foi dividi-

Foi um dos bairros mais afetados na cheia de 1975 do Rio Capibaribe, fazendo com que muitos moradores, principalmente os de baixa renda, tivessem que se mudar dali. Alguns de seus moradores famosos foi o escritor e dramaturgo Ariano Suassuna e o ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes. O bairro é charmoso e conhecido pelos seus quintais repletos de árvores frutíferas, como mangueiras, sapotizeiros, cajueiros e jaqueiras. O carnaval do bairro é famoso e acolhe milhares de foliões todos os anos. Algumas ruas foram calçadas e pavimentadas, com a intenção de desafogar o imenso trânsito da Avenida 17 de Agosto. Ao redor do bairro quase não há comércio nem linhas de transporte público. A via principal é Estrada Real do Poço e como marco histórico tem a Igreja Nossa Senhora da Saúde (tombados pelo Patrimônio Histórico). O bairro possui também a Biblioteca Comunitária do Poço da Panela, com 120 crianças cadastradas. É também no Poço da Panela que se encontra o centro de triagem do IBAMA e também a preservação de um Baobá. Hoje em dia o bairro remete à um Recife do século XX, com ruas de grandes pedras irregulares e grandes casarões tombados, declarado pela Lei de Uso e Ocupação do Solo como Zona de Preservação Histórica.

Figura 85 e 86: Poço da Panela: Elaborado pela autora. Disponível em: https://vozesdazonanorte.blogspot. com/2016/01/divisao-territorial-da-freguesia-do.html. Acesso em 26/11/2020


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89 4.3 ASPECTOS URBANOS

HABITAÇÃO USO MISTO SERVIÇO COMÉRCIO CULTURA TERRENO ESCOLHIDO VAZIO/SEM USO

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Figura 87: Mapa de Usos. Fonte: Elaborado pela autora, março/2021

4.3.1 OCUPAÇÃO 4.3.1.1 Usos: A área em estudo possui uma grande diversidade de usos nos seus lotes. A predominância encontrada foi de habitações, tanto formais quanto informais. Em segundo lugar, encontra-se lotes com uso comercial e em uma proporcionalidade entre lotes de serviço, cultura e de uso misto Nos quarteirões vizinhos ao em estudo, nota-se esses três usos de forma bastante marcante, levando em consideração inclusive a não presença de nenhum lote destinado a educação dentro da área em estudo.


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EDF. PÓDIO CASA SEM RECUO LATERAL CASA SOLTA NO LOTE EDIFÍCIO SINGULAR OUTROS TERRENO ESCOLHIDO

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Figura 88: Mapa de Tipologias. Fonte: Elaborado pela autora, março/2021

4.3.1.2 Tipologias: Após uma análise das tipologias que existem no entorno do terreno escolhido, chegou-se a conclusão que há uma enorme variedade de tipos, porém com a predominância de casas soltas no lote e casas sem recuos laterais. Na Avenida Dezessete de Agosto as casas foram completamente modificadas para servirem ao uso misto (serviço/comércio).


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EIXO LOCAL

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EIXO URBANO EIXO MICRO LOCAL

P P

4.3.1.3 Eixos viários: Mobilidade Urbana é definida como a condição que permite o deslocamento das pessoas em uma cidade, com o objetivo de desenvolver relações sociais e econômicas. Ônibus, metrô, outros transportes coletivos e carros fazem parte das soluções de mobilidade.

PARADA DE ÔNIBUS

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TERRENO ESCOLHIDO

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No dicionário, mobilidade significa “facilidade para se mover”. A ideia, então, é tornar esse movimento fluido e prático.

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O Rio Capibaribe é de grande importância para a cidade do Recife, possuindo um grande potencial de navegabilidade, mas que, no entanto, é pouquíssimo explorado.

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Figura 89: Mapa de Eixos viários. Fonte: Elaborado pela autora, março/2021 N

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Existem quatro tipos de corredores viários: vias metropolitanas, vias de eixo urbano, vias locais e vias micro-locais. Na área em estudo, pode-se encontrar três desses principais corredores viários (vias de eixo urbano, vias locais e vias micro-locais). A Avenida Dezessete de Agosto é uma Via de Eixo Urbano, visto que é a principal via dos bairros de Casa Forte, Poço da Panela, Santana, Parnamirim e Monteiro na Zona Norte da cidade do Recife. As vias locais são: Estrada Real do Poço, Rua do Chacon e Rua Olegarinha da Cunha. E para completar, encontra-se inúmeras vias micro-locais que preenchem toda essa malha viária. O terreno proposto para a Escola Montessoriana de Recife possui dois acessos. Ambos são por vias de Eixo Local: - Rua Jornalista Guerra de Holanda; - Rua Piauí.

Por serem vias perpendiculares e paralelas a Avenida 17 de Agosto, as duas ruas de acesso possuem facilidade de mobilidade e chegada/saída, sem estar necessariamente no meio do grande fluxo de carros e pedestres da via de Eixo Urbano.


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4.3.1.4 Cheios e vazios: Através da análise do mapa de cheios e vazios da área, observa-se que o campo em estudo é bastante adensado, ou seja, com terrenos preenchidos. No entanto, acabam existindo espaços abertos e alguns vazios urbanos dentro do bairro. O terreno escolhido é um polígono completamente vazio, enquanto os lotes vizinhos são adensados, não deixando de seguir as exigências legislativas vigentes de recuos laterais e frontais. Alguns lotes por sua vez, encontram-se em desuso, com função de estacionamento. A maioria dos espaços abertos são de áreas vegetativas, principalmente nas margens do Rio Capibaribe, o que torna o bairro bastante arborizado.

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Figura 90: Mapa de Cheios e vazios. Fonte: Elaborado pela autora, março/2021


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TÉRREO 2 PAVIMENTOS 4.3.1.5 Gabarito:

3A4 PAVIMENTOS 10 A 20 PAVIMENTOS ACIMA DE 20 PAVIMENTOS TERRENO ESCOLHIDO

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Figura 91: Mapa de Gabarito. Fonte: Elaborado pela autora, março/2021

Através da análise da área em estudo, percebe-se uma predominância de edifícios de até 1 pavimento, seguidos por edifícios de até 2 pavimentos. Conclui-se então, que apesar de ser um bairro histórico, quanto mais próximo da Avenida Dezessete de Agosto, maior a variedade de gabaritos. Essas edificações foram legalizadas e construídas antes da regulamentação da Lei nº 16.719/01, popularmente conhecida como a Lei dos 12 bairros. Após essa lei e no terreno em questão, fica definido um gabarito máximo de até 24 metros de altura, de acordo com a lei.


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4.3.1.6 Cobertura Vegetal: Analisando o terreno em si, percebe-se que é uma área bastante arborizada. O bairro do Poço da Panela tem como principal peça verde as margens do Rio Capibaribe, além de um fator muito importante, que é ser em sua maioria de uso residencial, onde possuem grandes quintais arborizados com árvores de grande porte, contribuindo então para uma melhor sensação de conforto térmico ambiental no bairro, impedindo que ilhas de calor se formem. Vale ressaltar que a pedagogia montessoriana prega que a criança tenha contato com a natureza e que seja um local com grandes possibilidades de iluminação natural, e esse terreno prova mais uma vez ser o ideal para essa edificação.

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Figura 92: Mapa de Vegetação. Fonte: Elaborado pela autora, março/2021


ZDS CAPIBARIBE

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IEP ZAN CAPIBARIBE ZEPH SPA ZEPH SPR ZEIS

4.3.2 LEGISLAÇÃO O bairro do Poço da Panela encontra-se divido em quatro zonas básicas: 1. ZEIS: Zona Especial de Interesse Social 2. ZEPH: Zona Especial de Preservação Histórica 2.1. SPR: Setor de Preservação Rigorosa 2.2. SPA: Setor de Preservação Ambiental 3. ZDS: Zona de Desenvolvimento sustentável - Capibaribe 4. ZAN: Zona de Ambiente Natural 4.1. Zan Capibaribe O terreno escolhido se encontra em uma Zona de Desenvolvimento Sustentável - Capibaribe (ZDS). ZDS, de acordo com a Lei de Uso e Ocupação do Solo da cidade do Recife Art. 96, são áreas caracterizadas pela influência da rede hídrica principal e secundária que penetra no espaço urbano do Recife, associada as áreas com presença de patrimônio cultural e das Unidades que integram o Sistema Municipal de Unidades Protegidas. A área de estudo é considerada como ZDS Capibaribe, caracterizada pela concentração de média e alta densidade populacional e construtiva nas margens esquerda e direita do Rio Capibaribe, além de ser um recorte no território que revela significativa relação entre o sítio natural e os valores materiais e imateriais.

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Figura 93: Mapa de Legislação. Fonte: Elaborado pela autora, março/2021 0 10

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100

200 m

Além disso, o terreno escolhido também está localizado no Setor de Restauração Urbana 2 – SRU , ou seja, área

que apresenta um acelerado processo de transformação no que se refere ao uso e à ocupação do solo, requerendo parâmetros urbanísticos capazes de evitar um desequilíbrio entre área construída e oferta de infra-estrutura e conservar elementos singulares ainda existentes em termos de sua tipologia existente. Para o mercado imobiliário, a Lei dos 12 Bairros não surgiu como algo positivo, pois engessa e impõe muitas normas em cima dos parâmetros construtivos, que ficaram mais rígidos e restritivos. No bairro do Poço da Panela, a Lei dos 12 Bairros proíbe a construção de edifícios com um gabarito elevado, assim como é proibido a descaracterização dos casarões históricos ali presentes, fazendo com que essa área continue com um enorme valor histórico e patrimonial.


102

4.4 TERRENO

Após a escolha e análise do bairro, realizou-se uma pesquisa a respeito dos terrenos disponíveis na região para abrigar a Escola Montessoriana de Recife, que atendesse todos os critérios para tal. A partir daí, foi-se escolhido um terreno de 2.088 metros quadrados, localizado na esquina da Rua Jornalista Guerra de Holanda com a Rua Piauí, número 79. O lote se encontra no limite entre os bairros de Poço da Panela e Monteiro

103

Requisitos especiais para a área em estudo: •

No SRU 2, independente da categoria, só serão permitidos a construção de edifícios com até 36 metros de gabarito máximo.

4.4.1 Condicionantes legais O terreno escolhido encontra-se em uma Zona de Desenvolvimento Sustentável - Capibaribe (ZDS Capibaribe), e também faz parte de um Setor de Reestruturação Urbana, componente da Área de Reestruturação Urbana (ARU), de acordo com a Lei dos 12 Bairros.

Figura 94: Fachada terreno: Elaborado pela autora. Fonte: Google Maps (2021). Acesso em 12/03/2021

A área em destaque deve seguir os parâmetros urbanísticos da SRU 2, de acordo com o Anexo 6 da Lei nº 16.719/2001: •

Taxa de solo natural do terreno: 50%

Coeficiente de utilização do terreno: 2,50

Afastamento inicial Frontal (Afi): 7,00m

Afastamento inicial mínimo (Afi) Lateral e Fundo (Edifício com 1 ou 2 pavimentos): Nulo/1,50m

Afastamento inicial mínimo (Afi) Lateral e Fundo (Edifício com mais de 2 pavimentos): 3,00m

mínimo

Figura 95: Foto aérea do terreno escolhido: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.google.com/ maps/@-8.0299455,-34.9245224,3a,75y,306.73h,89.84t/data=!3m6!1e1!3m4!1so4Ex5nAwoPq70T0oY3Kp1Q!2e0!7i13312!8i6656. Acesso em 12/03/2021


105 5.1 DIRETRIZES PROJETUAIS

1. 3.

5.

5. DIRETRIZES PROJETUAIS

Aplicar a linha pedagógica montessoriana, baseado no desenvolvimento individual de cada criança

Criar estratégias para desenvolver o projeto através da escala da criança

Desenvolver uma edificação baseada nos princípios estruturalistas de Herman Hertzberger, assim como o protagonismo do módulo Propor conexões físicas e visuais na edificação, que façam com que haja permeabilidade da forma com as vias Criar espaços de convívio que consigam integrar a criança com a natureza

2. 4. 6.

Projetar ambientes que façam uso da iluminação e ventilação natural, através de aberturas


106

5.2 PROGRAMA

PROGRAMA ESCOLAR

• 1. 2. 3.

Educação Infantil Infantil 1 (1 sala) - 12 alunos 30m² Infantil 2 (1 sala) - 12 alunos 30m² Infantil 3 (1 sala) - 12 alunos 30m²

• •

• 1. 2. 3. 4. 5.

Ensino Fundamental I 1º ano (1 sala) - 16 alunos 30m² 2º ano (1 sala) - 16 alunos 30m² 3º ano (1 sala) - 16 alunos 30m² 4º ano (1 sala) - 16 alunos 30m² 5º ano (1 sala) - 16 alunos 30m²

TOTAL = 8 SALAS - 116 alunos AMBIENTES ADMINISTRATIVOS • • • • •

Recepção (01 unidade) 36m² Psicologia (01 unidade) 15m² Coordenação (01 unidade) 15m² Sala dos professores (01 unidade) 30m² Diretoria (01 unidade) 22,55m² AMBIENTES DE APRENDIZAGEM

• • • • • • • •

Salas de aula (08 unidades) 240m² Brinquedoteca (01 unidade) 46,60m² Área de exposição (01 unidade) 31,25m² Sala de tecnologia (01 unidade) 30,00m² Sala de dança (01 unidade) 46,60m² Sala de música (01 unidade) 30,00m² Sala de estudos (01 unidade) 23,00m² Sala de artes (01 unidade) 30,00m²

107 5.3 CONDICIONANTES AMBIENTAIS

Laboratório de ciências (01 unidade) 30,00m² Auditório (01 unidade) 46,60m² Brinquedoteca (01 unidade) 46,60m² AMBIENTES DE REPOUSO Sala de 31,20m²

descanso

(01

unidade)

AMBIENTES DE HIGIÊNE • • • •

Sanitários infantis (03 unidades) 60m² Sanitários de adultos (01 unidade) 11,20m² Vestiário (01 unidade) 23,40m² Sanitário PCD (02 unidades) 6,00m² AMBIENTES DE ALIMENTAÇÃO

Refeitório (01 unidade) 71m²

N

AMBIENTES DE SERVIÇOS • • • • • •

Cozinha (01 unidade) 24m² Almoxarifado (02 unidades) 15,00m² DML (01 unidade) 15m² Lixo e gás (01 unidade) 13,10m² Gerador e medidor (01 unidade) 12,10m² Estacionamento (14 carros)

Total para a proposta: 1.626,54m² Total área verde: 1.472,2m²

Figura 96: Esquema de incidência solar e dos ventos. Fonte: Elaborado pela autora, março/2021

A partir do esquema apresentado, percebe-se que a fachada da Rua Jornalista Guerra de Holanda fica localizada no lado leste, sendo então, nascente e recebendo a maior ventilação, tornando-se prioridade para receber as áreas mais sociais da Escola Montessoriana. Já a fachada entre lotes, fica no lado oeste, sendo então poente, ou seja, pôr do sol.


108

5.4 CONDICIONANTES FÍSICOS

ÁREA ÚTIL

7

AFASTAMANTO E RECUO

109 5.5 DIAGRAMAS DE IMPLANTAÇÃO

1,5

1,5

1,5

7

ÁREA TOTAL = 2.088m² ÁREA ÚTIL = 1.342m²

N

Para implantação do projeto no terreno, foram usadas as condicionantes físicas e legislativas como principal partido arquitetônico, levando em consideração o formato do terreno e o que ele passa como potencialidade para a edificação.

5.6 ZONEAMENTO

BLOCO 3 Figura 97: Esquema de recuos e afastamentos. Fonte: Elaborado pela autora, março/2021

BLOCO 1: • • • •

Salas de aula Banheiro visitantes Administrativo Sala de descanso

BLOCO 2: • • • • • • • • •

Salas de aula Banheiros infantis Vestuário Brinquedoteca Área de exposição Sala de tecnologia Sala de dança Auditório Laboratório de ciências

• •

Salas de artes BLOCO 3: Sala de estudo • Cozinha • Refeitório • Biblioteca • Sala de música

Figura 96 a 105: Esquema de volumetrias. Fonte: Elaborado pela autora, março/2021

BLOCO 2

BLOCO 1

Figura 98 e 99: Esquema de recuos e afastamentos. Fonte: Elaborado pela autora, maio/2021


110

5.7 MEMORIAL DESCRITIVO

O contexto físico do local, assim como sua disponibilidade após aplicação das normas de legislação, criaram o contexto de partida para desenvoltura dos volumes propostos. Assim como foi levado em consideração a incidência solar e dos ventos, além do estudo de viabilidade viária, determinando então o melhor local para acesso de chegada e saída. A ideia principal parte do estruturalismo holandês de Herman Hertzberger, através do uso dos módulos padronizados em estrutura metálica. As formas foram se montanado a partir de uma malha ortogonal onde cria-se um padrão que facilita o agrupamento dos módulos. A disposição dos módulos teve como parâmetro principal o perímetro do terreno, funcionando como partido arquitetônico para definição da forma. A materilalidade do edifício se baseia basicamente em dois materiais: brises coloridos, madeira e vidro. A integração com a natureza é fundamental, e a partir desses materiais é criada uma conexão ainda maior entre o volume e o entorno. Para proteção solar e privacidade das salas de aula, além de grandes beirais, foi utilizado brises de madeira coloridos, compondo a fachada e servindo como elemento de proteção. As salas de aula são pensadas em cada idade dos que ali vão estudar: móveis adequados na altura e tamanho, salas lúdicas e com possibilidades de movimentação do mobiliário, entrada de luz solar, conexão com o verde do pátio e lugar para imaginação ir longe.

Além das salas de aula, a Escola conta com diversas salas de atividades, tais quais artes, música, dança, auditório, laboratório de ciências, sala de tecnologia, sala de estudos e uma grande área para exposição e eventos, podendo ser usadas de diversas formas. O Projeto, tem capacidade de atendimento de até 116 crianças, em cada turnos (matutino e vespertino). A escola de educação infantil e fundamenral é destinada a crianças na faixa etária de 03 a 11 anos, distribuídos da seguinte forma: • Ensino infantil: 03 a 05 anos • Ensino Fundamental: 06 a 11 anos O partido arquitetônico adotado foi baseado nas necessidades de desenvolvimento da criança, tanto no aspecto físico, psicológico, como no intelectual e social. Com a finalidade de atender ao usuário principal, no caso as crianças na faixa etáriadefinida, o projeto adotou os seguintes critérios: • •

Facilidade de acesso entre os blocos; Piso contínuo, sem degraus, desníveis ou juntas, com garantia de acessibilidade em consonância com a ABNT NBR 9050; Setorização por faixa etária para a promoção de atividades especificas de acordo com asnecessidades pedagógicas, com a adoção de salas de atividades para cada faixa etária; Ambientes de integração e convívio entre crianças de diferentes faixas etárias como pátios exter-

111

nos, interação visual por meio de elementos de transparência como instalação de vidros em todas as salas, equipamentos destinados ao uso e escala infantil, respeitando as dimensões de instalações adequadas, como vasos sanitários, pias, bancadas e acessórios em geral. Tais critérios destinam-se a assegurar o conforto, saúde e segurança dos usuários na edificação, e independem das técnicas construtivas e materiais aplicados. Logo ao chegar na Escola, o visitante se depara com uma grande fachada composta de vidro de brises, trazendo uma concepção moderna mas ao mesmo tempo acolhedora. No lado direito da chegada, fica o bloco administrativo da Escola, com acesso exclusivo para os funcionários e professores. É ali que os pais se reunem com os responsáveis da escola, onde deixam seus filhos e também um local de apoio e relaxamento para quem ali trabalha. Nessa entrada, já encontra-se uma grande área verde, parte do TSN (taxa de solo natural), responsável por conectar ainda mais as crianças com a natureza. Entrando na escola, a criança se depara com um grande pátio de brincadeiras e texturas diferentes, evidenciados a partir do uso de 3 elementos no piso: madeira, grama e areia. A direita, encontram-se as três salas do Ensino Infantil, cada uma com seu banheiro próprio para as necessidades dos alunos. As salas tem capacidade para 12 anos e foi pensada para que ele tivesse

capacidade de se apropriar do local, através de mesas na escala da criança, móveis baixos para fácil acesso. Outro grande diferencial do projeto está no pátio interno gerado entre as salas de aula e o muro limítrofe do terreno, trazendo a natureza então o mais próximo possível das crianças. Nessa mesma área, há uma grande caixa de areia para exploração dos sentidos e das texturas, importante aliado no desenvolvimento infantil. Ainda no térreo, encontra-se os banheiros, com vasos sanitários em alturas adequadas para as crianças menores e maiores, vestiário com chuveiros, banheiros para pessoas com deficiência (PCD). A sala de aula do 1º ano também se localiza no térreo, tendo vista para o jardim externo e o jardim interno da escola, mas protegida com os brises para ajudar na entrada de luz solar dentro das salas. As mesas e cadeiras dos alunos são em conjunto, ou seja, os alunos assistem as aulas em grupos de 4, estimulando o trabalho em grupo e a sociabilidade. Por fim, têm-se a brinquedoteca, espaço destinado as crianças menores, que conta com uma casinha na árvore e uma grande piscina de bolinhas, além do refeitório e da cozinha, que torna-se um ambiente acolhedor e agradável para momentos de encontro e refeições. No primeiro pavimento, há a continuidade das salas de aula, do 2º ao 5º ano, todas seguindo o mesmo padrão. Há também uma sala de descanso para as crianças que precisarem de uma pausa durante o dia letivo.


112

A sala dos professores conta com uma estrutura própria de copa e lavabo, trazendo um maior conforto para eles. A área de exposição é em um local aberto, para que todos que passem por ali sejam capazes de ver os trabalhos das crianças, importante forma de estímulo da metodologia montessori. A sala de tecnologia é destinada para o aprofundamento e ensinamento correto do uso da tecnologia para as crianças, já que vive-se em uma era digital, e quanto mais se sabe lidar com uma ferramenta importante e perigosa como o meio digital, melhor. A sala de dança e de música são destinadas para atividades extra curriculares, afim de estimular ainda mais a inserção da cultura na vida e no dia a dia das crianças, fazendo com que elas aprendam ainda mais a se expressarem e serem verdadeiras consigo mesma. A biblioteca é um espaço também de aprendizado, podendo ser utilizada como área de leitura, descontração ou ensino. No segundo pavimento, o local de maior impacto é de fato o teto jardim, possibilitado uma maior exploração e adaptação do espaço, proposta importante trazida por Herman Hertzberger no estruturalismo holandês. Nesse piso, toda a área é circulável e a segurança é prevista através de guarda-corpo em todo o perímetro da lâmina. A sala de estudos é destinada para atividades extra curriculates também, local

apropriado para os alunos se concentrarem e estudarem o que for preciso. A sala de artes é mais uma para estimular a criatividade e aumentar o contato da criança com o lado prático da educação. O laboratório de ciências é destinado para o ensino prático, colocando em cena todo o aprendizado feito em sala de aula. E por fim o auditório, que serve como apoio para apresentações, reunião de pais e quaisquer eventos que venham a surgir na escola. A Escola Montessori, como massa proposta em um terreno, respeita as edificações vizinhas e aborda a contemporaneidade através da apropriação dos seus espaços. Busca mostrar que a arquitetura escolar não precisa ser engessada e comum, trazendo elementos diferentes e atmosferas convidativas para quem realmente importa: a criança.


6.

PRANCHAS













7.

perspectivas


Figura 100: Perspectiva. Fonte: Elaborado pela autora, maio/2021


Figura 101: Perspectiva. Fonte: Elaborado pela autora, maio/2021


Figura 102: Perspectiva. Fonte: Elaborado pela autora, maio/2021


Figura 103: Perspectiva. Fonte: Elaborado pela autora, maio/2021


Figura 104: Perspectiva. Fonte: Elaborado pela autora, maio/2021


Figura 105: Perspectiva. Fonte: Elaborado pela autora, maio/2021


Figura 106: Perspectiva. Fonte: Elaborado pela autora, maio/2021


Figura 107: Perspectiva. Fonte: Elaborado pela autora, maio/2021


Figura 108: Perspectiva. Fonte: Elaborado pela autora, maio/2021


Figura 109: Perspectiva. Fonte: Elaborado pela autora, maio/2021


Figura 110: Perspectiva. Fonte: Elaborado pela autora, maio/2021


Figura 111: Perspectiva. Fonte: Elaborado pela autora, maio/2021


Figura 112: Perspectiva. Fonte: Elaborado pela autora, maio/2021


Figura 113: Perspectiva. Fonte: Elaborado pela autora, maio/2021


Figura 114: Perspectiva. Fonte: Elaborado pela autora, maio/2021


Figura 115: Perspectiva. Fonte: Elaborado pela autora, maio/2021


Figura 116: Perspectiva. Fonte: Elaborado pela autora, maio/2021


Figura 117: Perspectiva. Fonte: Elaborado pela autora, maio/2021


Figura 118: Perspectiva. Fonte: Elaborado pela autora, maio/2021


CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Este trabalho teve como objetivo geral desenvolver a base teórica e primeiros estudo de volumetria de um projeto de uma Escola Montessori de ensino infantil, na cidade do Recife, fundamentada pela Arquitetura Estruturalista (Herman Hertzberger), visando criar espaços que encorajem as crianças a aprenderem através dos sentidos e das experiências, baseados nos princípios pedagógicos Montessori. Durante o desenvolvimento do mesmo, buscou-se entender características que fossem agregadoras ao projeto e a qualidade dos espaços arquitetônicos, buscando atingir todos os objetivos específicos destacados no início do trabalho. Os diagnósticos realizados na área e entorno, bem como os estudos de casos, contribuíram para entender as demandas locais, potencialidades e deficiências. Por fim, destaca-se a importância da continuidade deste trabalho, para então personificação da Escola Montessoriana de Recife, buscando e compreendendo as problemáticas existentes.

LISTA DE FIGURAS

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Figura 01 a 04: Conjunto de fotos de crianças em seus ambientes familiates e escolares. Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://br.pinterest.com/. Acesso em 12/10/2020 Figura 05: Maria Montessori com alunos Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://br.pinterest. com/. Acesso em 12/10/2020 Figura 06: Conjunto de crianças em uma escola Montessori Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://br.pinterest.com/. Acesso em 12/10/2020 Figura 07 a 09: Conjunto de fotos de crianças na Escola Bem-Me-Quer. Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.escolabemmequer.com/. Acesso em 14/10/2020 Figura 10: Mapa da cidade do Recife com levantamento das Escolas Montessorianas. Fonte: Elaborado pela autora, outubro/2020 Figura 11 a 16: Conjunto de imagens para ilustrar o procedimento metodológico Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.escolabemmequer.com/. Acesso em 20/10/2020 Figura 17: Crianças na Casa dei Bambini Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.pinterest.com/. Acesso em 20/10/2020 Figura 18: Estante na Casa dei Bambini Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.pinterest. com/. Acesso em 20/10/2020 Figura 19 e 20: Maria Montessori e Crianças na Casa dei Bambini fazendo atividades Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.pinterest.com/. Acesso em 20/10/2020 Figura 21: Ambiente e ordem Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.pinterest.com/. Acesso em 20/10/2020 Figura 22: Movimento e aprendizagem Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.pinterest. com/. Acesso em 20/10/2020 Figura 23: Livre escolha Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.pinterest.com/. Acesso em 20/10/2020 Figura 24: Estimular o interesse Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.pinterest.com/. Acesso em 20/10/2020 Figura 25: Recompensas Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.pinterest.com/. Acesso em 20/10/2020

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Figura 26: Atividades práticas Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.pinterest.com/. Acesso em 20/10/2020 Figura 27: Grupo com crianças de diferentes idades Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https:// www.pinterest.com/. Acesso em 20/10/2020 Figura 28: Importância do contexto Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.pinterest.com/. Acesso em 20/10/2020


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Figura 29: O papel do professor Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.pinterest.com/. Acesso em 20/10/2020

Figura 45: Montessori Oost Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: http://www.hertzbergertca.blogspot.com/. Acesso em 26/11/2020

Figura 30: O papel do professor Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.pinterest.com/. Acesso em 20/10/2020

Figura 46: Montessori Oost Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: http://www.hertzbergertca.blogspot.com/. Acesso em 26/11/2020

Figura 31: Logo OMB Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.http://omb.org.br/. Acesso em 28/10/2020

Figura 47: Amsterdam Orphanage: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily.com. br/br/01-108938/classicos-da-arquitetura-amsterdam-orphanage-slash-aldo-van-eyck/50380ed428ba0d599b000bcb-ad-classics-amsterdam-orphanage-aldo-van-eyck-photo. Acesso em 26/11/2020

Figura 32: Exemplo de sala de aula montessori Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: www.pinterest.com/. Acesso em 20/10/2020 Figura 33: Exemplo de saça de aula montessori Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: www.pinterest.com/. Acesso em 20/10/2020

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Figura 34: Companhia de Seguros Centraal Beheher Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: http:// www.hertzbergertca.blogspot.com/. Acesso em 26/10/2020 Figura 35: Centro Musical Vredenburg Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: http://www.hertzbergertca.blogspot.com/. Acesso em 26/10/2020 Figura 36: Teatro Chassé Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: http://www.hertzbergertca.blogspot. com/. Acesso em 26/10/2020 Figura 37: Herman Hertzberger Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: http://www.hertzbergertca. blogspot.com/. Acesso em 26/10/2020 Figura 38: Escola Montessori em Delft Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: http://www.hertzbergertca.blogspot.com/. Acesso em 26/10/2020 Figura 39: Planta esquemática da Escola Montessori em Delft Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://marinalipiani.wordpress.com/2011/10/30/obras-analogas-escola-montessori-em-delft/. Acesso em 26/11/2020 Figura 40: Desnível das salas de aula da Escola Montessori em Delft Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: https://marinalipiani.wordpress.com/2011/10/30/obras-analogas-escola-montessori-em-delft/. Acesso em 26/11/2020 Figura 41: Escolas Apollo Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: http://www.hertzbergertca.blogspot. com/. Acesso em 26/10/2020 Figura 42: Escolas Apollo Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: http://www.hertzbergertca.blogspot. com/. Acesso em 26/10/2020 Figura 43: Montessori Oost Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: http://www.hertzbergertca.blogspot.com/. Acesso em 26/11/2020 Figura 44: Montessori Oost Fonte: Elaborado pela autora. Disponível em: http://www.hertzbergertca.blogspot.com/. Acesso em 26/10/2020

Figura 48, 49 e 50: Amsterdam Orphanage: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily. com.br/br/01-108938/classicos-da-arquitetura-amsterdam-orphanage-slash-aldo-van-eyck/50380ed428ba0d599b000bcb-ad-classics-amsterdam-orphanage-aldo-van-eyck-photo. Acesso em 26/11/2020 Figura 51: Amsterdam Orphanage: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily.com. br/br/01-108938/classicos-da-arquitetura-amsterdam-orphanage-slash-aldo-van-eyck/50380ed428ba0d599b000bcb-ad-classics-amsterdam-orphanage-aldo-van-eyck-photo. Acesso em 26/11/2020 Figura 52: Amsterdam Orphanage: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily.com. br/br/01-108938/classicos-da-arquitetura-amsterdam-orphanage-slash-aldo-van-eyck/50380ed428ba0d599b000bcb-ad-classics-amsterdam-orphanage-aldo-van-eyck-photo. Acesso em 26/11/2020 Figura 53: Fachada da Escola Montessoriana Waalsdorp: Elaborado pela autora. Disponível em: https:// www.archdaily.com.br/br/759921/escola-montessoriana-waalsdorp-de-zwarte-hond. Acesso em 26/11/2020 Figura 54: Fachada da Escola Montessoriana Waalsdorp: Elaborado pela autora. Disponível em: https:// www.archdaily.com.br/br/759921/escola-montessoriana-waalsdorp-de-zwarte-hond. Acesso em 26/11/2020 Figura 55: Implantação da Escola Montessoriana Waalsdorp: Elaborado pela autora. Disponível em: https:// www.archdaily.com.br/br/759921/escola-montessoriana-waalsdorp-de-zwarte-hond. Acesso em 26/11/2020 Figura 56: Planta baixa térreo da Escola Montessoriana Waalsdorp: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/759921/escola-montessoriana-waalsdorp-de-zwarte-hond. Acesso em 26/11/2020 Figura 57: Planta baixa 1º andar da Escola Montessoriana Waalsdorp: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/759921/escola-montessoriana-waalsdorp-de-zwarte-hond. Acesso em 26/11/2020 Figura 58 e 59: Escola Montessoriana Waalsdorp: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/759921/escola-montessoriana-waalsdorp-de-zwarte-hond. Acesso em 26/11/2020 Figura 60: Escola Montessoriana Waalsdorp: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily. com.br/br/759921/escola-montessoriana-waalsdorp-de-zwarte-hond. Acesso em 26/11/2020 Figura 61: Fachada da Escola Montessori de Fayetteville: Elaborado pela autora. Disponível em: https:// www.archdaily.com.br/br/790225/escola-montessori-marlon-blackwell-architects?ad_medium=widget&ad_ name=recommendation Acesso em 26/11/2020


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Figura 62: Fachada da Escola Montessori de Fayetteville: Elaborado pela autora. Disponível em: https:// www.archdaily.com.br/br/790225/escola-montessori-marlon-blackwell-architects?ad_medium=widget&ad_ name=recommendation Acesso em 26/11/2020 Figura 63: Planta baixa Escola Montessoriana: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily. com.br/br/790225/escola-montessori-marlon-blackwell-architects?ad_medium=widget&ad_name=recommendation Acesso em 26/11/2020 Figura 64: Planta baixa Escola Montessoriana: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily. com.br/br/790225/escola-montessori-marlon-blackwell-architects?ad_medium=widget&ad_name=recommendation Acesso em 26/11/2020 Figura 65 e 66: Escola Montessoriana: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/ br/790225/escola-montessori-marlon-blackwell-architects?ad_medium=widget&ad_name=recommendation Acesso em 26/11/2020 Figura 67: Fachada da Escola Infantil Montessori: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/900876/escola-infantil-montessori-meius-arquitetura-plus-raquel-cheib-arquitetur. Acesso em 26/11/2020 Figura 68: Escola Infantil Montessori: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/ br/900876/escola-infantil-montessori-meius-arquitetura-plus-raquel-cheib-arquitetur. Acesso em 26/11/2020

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Figura 84 e 85: Poço da Panela: Elaborado pela autora. Disponível em: https://vozesdazonanorte.blogspot. com/2016/01/divisao-territorial-da-freguesia-do.html. Acesso em 26/11/2020 Figura 86: Mapa de Usos. Fonte: Elaborado pela autora, novembro/2020 Figura 87: Mapa de Tipologias. Fonte: Elaborado pela autora, novembro/2020 Figura 88: Mapa de Eixos viários. Fonte: Elaborado pela autora, novembro/2020 Figura 89: Mapa de Cheios e vazios. Fonte: Elaborado pela autora, novembro/2020 Figura 90: Mapa de Gabarito. Fonte: Elaborado pela autora, novembro/2020 Figura 91: Mapa de Vegetação. Fonte: Elaborado pela autora, novembro/2020 Figura 92: Mapa de Legislação. Fonte: Elaborado pela autora, novembro/2020 Figura 93: Fachada terrneo: Elaborado pela autora. Fonte: Google Maps (2020). Acesso em 02/12/2020 Figura 94: Foto aérea do terreno escolhido: Elaborado pela autora. Disponível em: hhttps://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/vidaurbana/2019/08/moradores-do-poco-da-panela-contra-construcao-de-atacado-dos-presentes.html. Acesso em 26/11/2020

Figura 69 e 70: Plantas Escola Infantil Montessori: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/900876/escola-infantil-montessori-meius-arquitetura-plus-raquel-cheib-arquitetur. Acesso em 26/11/2020

Figura 96: Esquema de incidência solar e dos ventos. Fonte: Elaborado pela autora, março/2021

Figura 71 e 72: Escola Infantil Montessori: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily. com.br/br/900876/escola-infantil-montessori-meius-arquitetura-plus-raquel-cheib-arquitetur. Acesso em 26/11/2020Acesso em 26/11/2020

Figura 98 e 99: Esquema de recuos e afastamentos. Fonte: Elaborado pela autora, maio/2021

Figura 73, 74, 75 e 76: Escola Infantil Montessori: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/900876/escola-infantil-montessori-meius-arquitetura-plus-raquel-cheib-arquitetur. Acesso em 26/11/2020Acesso em 26/11/2020 Figura 77: Escola Infantil Montessori: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily. com.br/br/900876/escola-infantil-montessori-meius-arquitetura-plus-raquel-cheib-arquitetur. Acesso em 26/11/2020Acesso em 26/11/2020 Figura 78: Escola Infantil Montessori: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www.archdaily. com.br/br/900876/escola-infantil-montessori-meius-arquitetura-plus-raquel-cheib-arquitetur. Acesso em 26/11/2020Acesso em 26/11/2020 Figura 79 e 80: Escola Infantil Municipal De Berriozar: Elaborado pela autora. Disponível em: https://www. archdaily.com.br/br/01-96342/escola-infantil-municipal-de-berriozar-slash-javier-larraz-plus-inigo-beguiristain-plus-inaki-bergera. Acesso em 20/14/2021 Figura 81: Mapa da Zona Norte do Recife. Fonte: Elaborado pela autora, novembro/2020 Figura 82 e 83: Igreja Nossa Senhora da Saúde: Elaborado pela autora. Disponível em: https://poraqui.com/ casa-forte/um-roteiro-turistico-pra-curtir-casa-forte-e-poco-da-panela-a-pe/Acesso em 26/11/2020

Figura 97: Esquema de recuos e afastamentos. Fonte: Elaborado pela autora, março/2021

Figura 100 a 118: Perspectiva. Fonte: Elaborado pela autora, junho/2021


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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