Revisitando boas práticas em gestão escolar

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EXPEDIENTE RN

Robinson Mesquita de Faria Governador Fábio Berckmans Veras Dantas Vice-Governador Cláudia Sueli Rodrigues Santa Rosa Secretária de Estado da Educação e da Cultura Mônica Maria Guimarães Secretária Adjunta de Estado da Educação e da Cultura Rosângela Maria de Oliveira Coordenadora dos Órgãos Regionais de Educação - CORE Edna Pinheiro de Pontes Diretora da 9ª Diretoria Regional da Educação e da Cultura Lúcia Maria de Medeiros Coordenadora Administrativa e Financeira da 9ª Regional da Educação e da Cultura Elba Alves da Silva Coordenadora Pedagógica da 9ª Regional da Educação e da Cultura

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SUMÁRIO

I PARTE

CARTOGRAFIA DAS AÇÕES PLANEJADAS E EXECUTADAS DE ACORDO COM O PLANO DE AÇÃO DA 9ª DIREC – DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO, CULTURA PARA O TRIÊNIO 2017/2019

1. PLANO DE AÇÃO DA 9ª DIREC: cocriação e design de inovação............................................... 06 1.2 Situando o Plano de Ação da 9ª DIREC no Plano Estadual de Educação.................................. 06 1.3 Planejamento Estratégico – triênio 2017/2019 - 9ª DIREC – Currais Novos/RN, Porte II......... 08 1.4 Cocriação e design de inovação no plano de trabalho da 9ª Regional..................................... 09 1.5 Percurso formativo desenhado pelas evidências das visitas técnicas....................................... 15 1.5.1 Formação 1 - Café com Ideações para a Liderança Pedagógica......................................... 16 1.5.2 Formação 2 - Plano de Integração Curricular – PIC........................................................... 18 1.5.3 Formação 3 - Inovação Curricular.................................................................................... 22 2. PLANO DE AÇÃO DA 9ª DIREC NO QUE CONCERNE ÀS BIBLIOTECAS E SALAS DE LEITURA................................................................................................................................................... 27 3. CULTURA DIGITAL NA ESCOLA: INOVAÇÃO, MUDANÇA E CULTURA DOCENTE ....................... 30 4. FAZER O JOVEM DE FUTURO É PENSAR NO PRESENTE DE TODOS OS JOVENS .........................38 5. O QUE É O GRUPO “SABERES COLABORATIVOS” NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO FÍSICA?.................................................................................................................................................40 6. FORTALECIMENTO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA: UM ATO COLETIVO ....................................... 43 7. COMPROMISSO COM AS METAS PARA A APRENDIZAGEM: CIRCUITO META ESCOLA .............. 47 8. VISITAS DE ACOMPANHAMENTO ÀS ESCOLAS DA 9ª DIREC: EXECUÇÃO DE UMA PRÁTICA COLABORATIVA ............................................................................................................................... 49 9. EDUCAR É SEMPRE UM DESAFIO...PORÉM PERFEITAMENTE POSSÍVEL .................................. 51 2


II PARTE

RELATO DE BOAS PRÁTICAS DAS ESCOLAS ESTADUAIS SOB A CIRCUNSCRIÇÃO DA 9ª DIREC – DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO, CULTURA

Escola Estadual Barão do Rio Branco............................................................................................ 54 Professora Creuza Bezerra -CEJA.................................................................................................. 56 Escola Estadual Dr. Sílvio Bezerra de Melo................................................................................... 61 Escola Estadual Angelita Felix Bezerra.......................................................................................... 67 Escola Estadual Aristófanes Fernandes......................................................................................... 71 Escola Estadual Bernardino de Sena e Silva.................................................................................. 81 Escola Estadual Coronel Silvino Bezerra....................................................................................... 90 Escola Estadual de Tempo Integral Professora Ester Galvão........................................................ 94 Escola Estadual Maria Terceira..................................................................................................... 99 Escola Estadual Professora Iracema Brandão de Araújo............................................................... 112 Escola Estadual Teônia Amaral...................................................................................................... 117 Escola Estadual Manoel Luis de Maria......................................................................................... 119 Escola Estadual de Tempo Integral Tristão de Barros................................................................... 125 Escola Estadual Isabel Ferreira..................................................................................................... 134 Escola Estadual Jesus Menino...................................................................................................... 138 Escola Estadual João Henrique Dantas......................................................................................... 141 Escola Estadual Joaquim José de Medeiros................................................................................... 147 Escola Estadual Manoel Noberto.................................................................................................. 152 Escola Estadual Pe. Sinval Laurentino de Medeiros...................................................................... 155 Instituto Vivaldo Pereira............................................................................................................... 158 Escola Estadual Capitão Mor Galvão............................................................................................ 162 Escola Estadual Lions Clube.......................................................................................................... 165 3


Escola Estadual Manoel Salustino.................................................................................................169 Escola Estadual Albino Avelino...................................................................................................... 172 Escola Estadual Querubina Silveira.............................................................................................. 175 Escola Estadual Dom Manuel Tavares.......................................................................................... 178 Escola Estadual Dr. Mauro Medeiros........................................................................................... 182 Escola Estadual Felipe Bittencourt............................................................................................... 184 Escola Estadual João Vilar............................................................................................................ 189 Escola Estadual Joaquim Adelino de Medeiros ........................................................................... 191 Escola Estadual Monsenhor Amâncio Ramalho........................................................................... 194 Escola Estadual Dr. José Gonçalves de Medeiros ........................................................................ 197 Escola Estadual Otavio Lamartine................................................................................................. 199

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I PARTE CARTOGRAFIA DAS AÇÕES PLANEJADAS E EXECUTADAS DE ACORDO COM O PLANO DE AÇÃO DA 9ª DIREC – DIRETORIA REGIONAL DA EDUCAÇÃO E DA CULTURA PARA O TRIÊNIO 2017/2019

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1 - PLANO DE AÇÃO DA 9ª DIREC: CO-CRIAÇÃO E DESIGN DE INOVAÇÃO Triênio 2017/2019 Edna Pinheiro de Pontes Gestora da 9ª DIREC Lúcia Maria de Medeiros Coordenadora Administrativa Elba Alves da Silva Coordenadora Pedagógica 1.1-

SITUANDO O PLANO DE AÇÃO DA DIREC NO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO

Ser reconhecida como uma diretoria regional de referência, em Escolas da Educação Básica, com alto desempenho em gestão escolar com foco na aprendizagem e elevadas expectativas em relação aos resultados educacionais alcançados pela qualidade, responsabilidade e compromisso com a formação integral dos estudantes, sendo corresponsável e comprometida, junto a SEEC/ RN e entidades pactuadas com a educação do RN é a visão do Plano de trabalho da 9ª Diretoria Regional da Educação e da Cultura. O foco é nas pessoas envolvidas no processo, e refletir sobre o que pode agregar valor à vida delas nos dá a missão diária para garantir o desenvolvimento e a qualidade do ensino, ofertados na 9ª jurisdição da rede pública estadual do Rio Grande do Norte – Currais Novos/RN, por meio de um forte trabalho de acompanhamento por visitas técnicas para a atuação de a Gestão Escolar ser de fato, focadas na aprendizagem dos estudantes e alinhadas ao Plano Nacional de Educação - PNE e Plano Estadual de Educação – PEE. Além disso, orientam as ações efetivadas os documentos oficiais e as Diretrizes da SEEC/RN, as Diretrizes Nacionais de Educação, a Base Nacional Comum Curricular - BNCC, sendo este aporte mobilizador de práticas pedagógicas inovadoras, com o objetivo de promover a formação cidadã e humana integral dos estudantes, nas dimensões individual, afetiva, social e produtiva. De acordo com o Plano Estadual de Educação – PEE o estado do RN priorizou seis (6) programas a serem desenvolvidos com metas estabelecidas, acompanhadas e monitoradas em sistemas de informação: 1-ProFundamental: Programa de Fortalecimento do Ensino Fundamental nas escolas do RN; 2- ProMédio: Programa de Fortalecimento do Ensino Médio nas escolas do RN; 3- RN Alfabetizado: Programa de Alfabetização de crianças, jovens e Adultos do RN; 4- ProGestar: Programa de Fortalecimento da Gestão Escolar para a Aprendizagem; 5- ProfMais: Programa de 6


Valorização dos Profissionais da Educação do RN e 6- RenovEscola: Programa de Manutenção, Reforma, Ampliação e Construção de escolas no RN. Neste desenho dos processos priorizados pela SEEC/RN há macroprocessos e produtos principais de cada um deles a serem entregues pelo trabalho da secretaria, das diretorias regionais e das escolas, planejados em seus Planos de Trabalho, com ações também priorizadas, conforme situaremos alguns exemplos de programas, projetos, atividades, a saber: 1- Implementação do Plano Estadual de Educação - produto: plano de gestão escolar - A DIREC orienta e acompanha os planos da gestão escolar (Segue a Lei de Gestão Democrática 585/2016, PDCA: circuitos de gestão); 2- Implementação das Diretrizes Curriculares - produto: proposta curricular do estado – A DIREC orienta o estudo do currículo, Plano de Integração Curricular – PIC , BNCC ); destes dois Macroprocessos, acima citados, seguem outros processos focais como: a Oorganização do Trabalho Pedagógico – OTP que terá como produto: Projeto Político Pedagógico – PPP das escolas da rede; Avaliação do Processo Ensino Aprendizagem que tem como produto: controle dos resultados de aprendizagem/(circuitos de aprendizagem que são trabalhados na gestão de acompanhamento e monitoramento - estudo dos indicadores bimestrais das escolas – aulas dadas, frequência e notas dos alunos); Formação Continuada dos Profissionais de Educação tendo como produto: Política de Formação SEEC/DIREC. Todo este movimento, nas três instâncias: SEEC/DIREC/ESCOLAS, passam por avaliações sobre a execução e ajustes da implementação. E ainda simultaneamente perpassa em todo o macroprocesso o fluxo de comunicação entre a SEEC/DIREC/ESCOLAS/COMUNIDADE ESCOLAR. A Coordenadoria dos Órgãos Regionais de Ensino – CORE desenvolveu o PROGRAMA PROGESTAR e permitiu um novo movimento das Diretorias Regionais de Educação – DIREC, direcionados para a Gestão Escolar voltar-se para a Gestão da Aprendizagem nas Escolas do RN. Para o desenvolvimento deste programa redimensionou-se o trabalho técnico por assessoria pedagógica, nas DIREC, com visitas técnicas - VTs semanais, quinzenais e mensais, sistematicamente, rodando o PDCA (do inglês: PLAN - DO - CHECK - ACT ou Adjust) - um método iterativo de gestão de quatro passos, utilizado para o controle e melhoria contínua de processos e produtos. É também conhecido como o círculo/ciclo/roda de Deming, ciclo de Shewhart, círculo/ciclo de controle. Houve por parte do Governo do Estado e da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura – SEEC RN, para esta execução, assinaturas de termos e pactuações entre os entes parceiros com o estado, entre eles: O ICE - Escola (foco na implementação do tempo integral nas escolas de Ensino Médio – ao modelo - Escola da Escolha), Fundação Lemann/Circuito Formar (foco nas escolas do ensino Fundamental), Jovem de Futuro - Instituto Unibanco ( foco em um grupo de escolas de Ensino Médio) e ainda PROGESTAR/ Meta Escola( foco em escolas mistas em ofertas de etapas e modalidades de ensino – EJA).

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1.2- PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO – TRIÊNIO 2017/2019 - 9ª DIREC – PORTE II Gestão Democrática/ Gestão Colaborativa/ Gestão Inovadora: os princípios considerados para a elaboração do Plano Estratégico da 9ª Regional são planejamento, acompanhamento, flexibilização, autonomia com delegação, responsabilidade, participação, corresponsabilidade, organização, comunicação e transparência. METAS: 100% das unidades escolares contempladas com assessoria técnica periódica para a Gestão Escolar focar o trabalho e a rotina pedagógica para os resultados de aprendizagem dos estudantes; 100% das escolas com o Plano de Ação Escolar focado na melhoria da qualidade de ensino e da gestão dos processos pedagógicos e interventivos, em tempo hábil de cada bimestre letivo; Em 100% das escolas atendidas deslocar de 60% para 80% a média de aprovação, com a redução da reprovação de 20% da evasão calculada sobre o percentual atual desse território educativo. INDICADOR: Fortalecimento da Gestão Democrática para o desenvolvimento de Resultados de Aprendizagem; Articulação do aprimoramento das rotinas escolares a partir da atribuição por função e delegação planejada das dimensões Pedagógica, Administrativa e Financeira; Todas as escolas com o apoio e participação da SEEC e 9ª DIREC alcançando as metas, rodando o PDCA por unidade escolar, com ações que revertam e recuperem a aprendizagem dos estudantes, inclusive, aqueles em Progressão Parcial (Portaria de Avaliação 1878/2016). DADOS DESCRITIVOS: Número de Alunos matriculados na 9ª DIREC 2017/2018 cerca de : 10.580; Número de Professores: 625; Número de Coordenadores Pedagógicos: 25; Número de Apoios Pedagógicos: 18; Número de Coordenadores Administrativos: 22. 36 escolas e 12 municípios - Currais Novos, Acari, Cruzeta, Florânia, São Vicente, Tenente Laurentino, Cerro Corá, Lagoa Nova, Carnaúba dos Dantas, Parelhas, Santana do Seridó, Equador. Escolas da 9ª DIREC: Contempladas com a proposta Integral em Tempo Integral: (4) - EE Professora Esther Galvão de Ensino Fundamental ( 2017) e as de Ensino Médio: Escola Estadual em Tempo Integral Tristão de Barros, Escola Estadual em Tempo Integral Angelita Félix,( ambas em 2017) Escola Estadual em Tempo Integral Capitão Mor Galvão (2018); Escola Estadual Professora Iracema Brandão de Araújo ( 2019). Contempladas com o Circuito Formar/Lemann: (7 ) - EE Barão Do Rio Branco; EE Jesus Menino; EE Joaquim Adelino De Medeiros; EE Manoel Luís de Maria; EE Maria Terceira; EE Otávio Lamartine; EE Coronel Silvino Bezerra). Contempladas com o Circuito Jovem de Futuro: (8) - EE Teônia Amaral; EE Dr José Gonçalves de Medeiros; EE Mons. Amâncio Ramalho; EE Pe Sinval Laurentino; EE Dr Sílvio Bezerra Melo; EE Iracema Brandão; EE Joaquim José de Medeiros; EE Dr Mauro Medeiros). Escolas de Controle: (4) 8


– estas terão o Circuito Jovem de Futuro após o resultado de impacto das que estão recebendo o tratamento de 2017 a 2019: EE Instituto Vivaldo Pereira; EE João Henrique; EE Aristófanes Fernandes; EE Querubina Silveira, EE Professora Isabel Ferreira. Contempladas com o Circuito Meta Escola: (13) - (EE Caetano Dantas; EE Isolada Teodora Adonis de Lima; EE Albino Avelino; CEJA - Prof Creuza Bezerra; EE Manoel Salustino; EE Lions Clube; EE Isolada Dr Sílvio Bezerra; EE Isolada Barão do Rio Branco; EE Dom Manuel Tavares de Araújo; EE Prof. Felipe Bittencourtt; EE Bernardino de Sena Silva; EE Manoel Noberto; EE Joao Vilar da Cunha). 1.3-

COCRIAÇÃO E DESIGN DE INOVAÇÃO NO PLANO DE TRABALHO DA 9ª REGIONAL O que precisa ser planejado, sistematizado, mediado, executado e ajustado na regional?

Acreditar que podemos fazer a diferença, desenvolvendo um processo intencional para chegar ao novo, a soluções criativas e criar impacto positivo na educação é a base de sustentação que utilizamos para desenvolver os processos. Formular, reformular o fazer, em colaboração com os saberes de vários profissionais. Inovar cocriando a nossa aprendizagem e trajetória formativa nos move abundantemente. Assim sendo, pensamos, refletimos colaborativamente e recriamos as nossas ações e fazeres diários, seguindo uma rotina e percurso direcionado para propor soluções às situações de variadas ordens de uma Diretoria Regional de Ensino. Alinhar a comunicação como EIXO NORTEADOR para a articulação dos fluxos e processos gerais, reorientação dos trabalhos da equipe da 9ª DIREC, todas as segundas feiras, por meio do acolhimento da equipe de trabalho, dando informações do expediente da semana anterior, realizando repasses de reuniões por representação pedagógica/administrativa, formações e comunicação das ações do dia; A falta deste fluxo era uma dos desafios e fragilidades da 9ª DIREC e precisava se refazer. Sem a adoção do alinhamento da comunicação, o que ocasiona conflitos entre os servidores internos e externos, aos que chegam e buscam informações na Diretoria, prejudicava a racionalização das informações, do trabalho, do fluxo dos processos, da delegação planejada e respostas às variadas demandas; Com uma rotina simples e atenciosa, este ponto frágil virou ponto forte: o fluxo da comunicação. Alinhar a comunicação diária /semanal como EIXO NORTEADOR para a reorientação dos trabalhos da equipe pedagógica e da 9ª DIREC (gera conhecimento e encaminhamentos relevantes). Redimensionar o papel de formadores que têm os técnicos/assessores pedagógicos-supervisores da 9ª DIREC, a partir da reflexão e ação contínua do seu papel de acompanhamento interventivo junto às unidades escolares, e do seu autodesenvolvimento e desenvolvimento técnico coletivo a fim de contribuir para a promoção da eficácia nos resultados do processo ensino aprendizagem foi o fio condutor da orientação para o trabalho da Regional. Estabelecer as interrelações orientadoras entre a SEEC/RN/9ª DIREC e às escolas estaduais jurisdicionadas a essa dire9


toria regional foi o desafio posto. Articular as ações pedagógicas e o desenvolvimento de políticas públicas do estado do RN no âmbito das escolas da rede estadual de ensino, jurisdicionadas a 9ª DIREC foi uma tarefa de desconstrução e (re)criação por uma abordagem colaborativa dos processos de atuação técnica. Corresponsabilidade pela qualidade da educação foi o norte de trabalho e pode-se traduzir tal dinâmica pelas ações e eficiência da equipe técnica pedagógica a partir do momento que cada um precisou refletir suas ações para fazer novos ajustes, principalmente, no setor pedagógico da 9ª DIREC, onde cada técnico assumiu o papel de formadores de formadores, porque formam os pedagogos das escolas e os pedagogos são formadores dos professores, numa cadeia de formação que visa o sucesso do estudante. Mobilizar com formação continuada e sistematizada a capacidade da gestão escolar refletir sobre a gestão de aprendizagem com resultados de intervenção positiva, além das fronteiras da visão administrativa da gestão, tendo em vista ser o aluno o centro de todas as decisões que impactam resultados positivos da gestão escolar seria o ponto focal e exercício formativo para a equipe técnica da diretoria regional. Partimos para a reflexão e problematização sobre o trabalho desenvolvido a partir da prestação de serviço da 9ª DIREC, em especial pelo SETOR PEDAGÓGICO, embora todos os técnicos tenham participado da etapa da “Descoberta” da Oportunidade de Inovação, a fim de estabelecer um plano de ação para 9ª DIREC. Seria necessário o redimensionamento técnico das atribuições do Setor Pedagógico a partir de um alinhamento dos critérios para o acompanhamento e monitoramento das escolas em todas as dimensões da gestão escolar, mas com foco pedagógico. Através da ferramenta de inovação Design Thinking - conjunto de métodos e processos para abordar problemas, relacionados a futuras aquisições de informações, análise de conhecimento e propostas de soluções – organizamos o novo Plano de Ação da Regional, em cinco etapas – descoberta, interpretação, ideação, experimentação e evolução – trazendo uma proposta para nós, educadores e equipe gestora da instância regional conseguirmos criar soluções criativas para a elaboração das atividades de acompanhamento, orientação e monitoramento dos processos de formação dos profissionais que são responsáveis, em cada unidade escolar, pelo ensino e pela aprendizagem. Este processo de recriar o Plano de ação da 9ª DIREC envolveu cocriação, ou seja, muita troca de ideias sobre os desafios que nos impediam de atuar de forma mais efetiva junto às escolas para chegar a um objetivo comum. 1. Como estamos construindo o reconhecimento de nosso papel frente à 9ª DIREC? 2. Como andam nossos tempos: para ouvir as escolas, para estudar, para fazer nossos mapas sobre o desempenho das escolas, dos coordenadores e dos professores e dos indicadores de cada unidade escolar? 3. Como estamos contribuindo para a prática dos gestores, dos coordenadores e dos professores? 10


4. O que temos feito sobre nossas lacunas de formação durante o expediente? 5. Estamos sendo sujeitos criadores de nossa rotina e de nossa experiência profissional a favor da construção de melhores condições profissionais para os educadores jurisdicionados a 9ª DIREC? Definimos a partir dos processos de ideação que: cada assessor ou supervisor de ensino deveria compreender, gradativamente, o funcionamento da escola em todas as modalidades ofertadas no RN, seus processos de gestão e pedagógicos. Neste sentido dividimos as 36 escolas por técnico: assessor/supervisor. Estudamos a rotina de trabalho como aliada e estrutura de apoio para o trabalho pedagógico. A rotina busca organizar o tempo no horário de trabalho, aperfeiçoando a formação pessoal e fortalecendo o seu AUTODESENVOLVIMENTO e a sua formação continuada. A regularidade das ações garante a conquista da sua identidade de formadores na rede de ensino do RN. É importante que haja certa flexibilidade para atender as necessidades no contexto de trabalho, mas é fundamental também que a rotina seja cumprida o mais regularmente possível, para dar segurança aos profissionais das escolas onde e com quem atuam. Sendo assim o papel dos TÉCNICOS pedagógicos (assessores pedagógicos por escola) foi pensado a partir de três compromissos fundamentais na educação escolar: o compromisso de ser gestor do currículo escolar com FOCO NA APRENDIZAGEM; o compromisso de ser educador junto aos coordenadores pedagógicos e professores; o compromisso de ser pesquisador como decorrência do seu papel de gestor e de educador. Orientamos que na rotina de todos os técnicos precisariam ser contempladas ações como: 1- Estudar individualmente para domínio dos documentos oficiais: manter-se atualizado e promover a formação pessoal e profissional de acordo com a necessidade da escola que atua e dominar as informações gerais no campo da educação da rede e local; (vê site da DIREC, SEEC/RN, MEC, FNDE, INEP, Plataforma (www.escolasnarede.seec.rn.gov.br); Saber sobre os programas nos sites devidos...); 2- Acompanhamento do planejamento, da execução, avaliação e ajustes do plano de ação escolar, dos planos de trabalho dos coordenadores e gestores escolares: (acompanhamentos e monitoramentos individuais, por meio dos ajustes baseados nas devolutivas presenciais, VISITAS TÉCNICAS que são as observações da prática no cotidiano das escolas); No mínimo, um acompanhamento por mês, para cada escola. Definir pauta de discussão das devolutivas, encaminhamentos, tarefas, roteiros para observação e ajustes; 3- Planejamento das ações nas escolas; Análise do planejamento das escolas; Preparação das devolutivas; Guiar o planejamento do coordenador com devolutivas de atendimento individual; 4-

Demandas internas: prever atividades extras, as horas semanais destinadas às reuniões 11


pedagógicas e administrativas, reuniões de segmentos, o atendimento às escolas e aos pedidos da SEEC/RN e das escolas à distância; 5- Organização de registros, documentação, diários, planilhas, quadros, contabilização de leituras prioritárias; 6- Análise de dados de indicadores, (mensal). Esses dados se referem aos levantados no decorrer do ano letivo, nos planejamentos e execução dos planos de ação, nos Conselhos Escolares, Conselhos de Classe, avaliações externas, a Prova Brasil, ENEM, IDEB, SIMAIS, índices de aulas dadas, frequência escolar, notas dos estudantes, acompanhamento do planejamento individual e coletivo do coordenador pedagógico escolar com o professor com resultados críticos; Registro e documentação da proposta pedagógica/retomada e avaliação do Projeto Político Pedagógico - PPP, do Regimento Escolar e Plano de Integração Curricular - PIC , entre outras demandas do currículo da escola ; 7- Acompanhamento e monitoramento dos programas e políticas previstas – Circuitos de Gestão, Atuação dos Conselhos escolares, Implementação dos Conselhos de Classe à luz da Lei 585/2016, Formações, PIC, Novo Mais Educação, Mais Alfabetização, Programa Saúde na Escola – PSE, Censo, solicitações gerais do PDDE Interativo e outras demandas; 8- Garantir tempo e espaço para conversas de cunho pedagógico das rotinas escolares, da formação continuada da equipe pedagógica da 9ª DIREC e promover a formação de formadores escolares; 9- Planejar e realizar escuta sobre as experiências nas escolas, questões, conflitos, angústias e buscas de soluções demandadas pelos coordenadores pedagógicos, gestores, professores e Intervir, sugerindo, criticando e ajustando; 10- Construir QUADRO da rotina de crescimento intelectual, com todas as atividades da semana incluindo o monitoramento das escolas e as suas demandas internas e externas; 11-

Construir autonomia de compreensão e ajustes de processos pedagógicos escolares;

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Avaliar coletiva e individualmente o processo de formação da equipe técnica pedagógica.

O propósito de trabalho era fazer a superação da visão cartesiana para a visão holística na orientação do trabalho da diretoria regional. Pensar como já citamos de forma orgânica, ligada. O modelo de trabalho da 9ª Regional estava reduzido até 2016 a tarefas limitantes por técnicos, reduzindo seu autodesenvolvimento e o desenvolvimento da equipe em si, distante da compreensão e interpretação, pelos técnicos que faziam o monitoramento das escolas, da visão holística de funcionamento das unidades escolares em todas as suas dimensões, visão que era até então tarefa do 12


técnico, hoje, supervisor de Gestão Escolar. Acompanhar as escolas e os seus ensinos, orientar e monitorar os processos de gestão escolar, como elo orgânico sintonizado dos aspectos, administrativos, financeiros, de gestão de pessoas, da participação e, principalmente, de foco pedagógico para os resultados de aprendizagem, não era de trabalho de todos os técnicos da regional. A CORE redimensionou o rol, incluindo os assessores por Circuitos de Gestão e os supervisores de ensino: Escolar, supervisor de Atendimento Educacional Especializado – AEE, supervisor de Gestão Escolar, supervisor de Tecnologia Digitais da Comunicação e da Informação – TDCI. Esta organização dividiu as atribuições por função e deu novo movimento as Visitas Técnicas – VTs, por meio do gerenciamento técnico pedagógico de acompanhamento, a partir das ações orientadas pelo Ciclo de Melhoria Contínua: Planejamento/ Execução/Avaliação/ Ajustes contínuos que corrijam as rotinas e os processos, no cenário da DIREC e escolar. Realizamos orientações pedagógicas definidas pelo grupo de trabalho, em desenvolvimento do processo criativo, das etapas da abordagem Design Thinking: descoberta, interpretação, ideação, experimentação e evolução, como seguem abaixo: 1- Estudar a identidade da escola: elaborar e ler a síntese da escola (protocolo de identificação escolar), verificar os resultados dos indicadores - 2016 (gestão e conselho escolar) para acompanhá-la em 2017 à luz do que se sabia atualmente, pesquisar pontos fortes e fragilidades para gerenciar e reorientar as práticas pedagógicas atuais por meio de devolutivas às escolas para o foco na aprendizagem dos estudantes, nos melhores resultados e para o seu autodesenvolvimento e avanço em sua rotina e processos de compreensão a partir de um protocolo de acompanhamento da gestão escolar para o foco pedagógico: gestor escolar na atuação de líder pedagógico; 2- Marcar o dia e a hora da conversa com a equipe escolar (Grupo Gestor: com representantes de todos os segmentos da escola) para levantar dados necessários à pesquisa diagnóstica e análise de evidências a fim de posteriormente realizar a orientação das devolutivas pedagógicas, a partir do traço da identidade escolar, a ser acompanhada durante o triênio de 2017/2019; 3- Aplicar Monitoramento de Gestão Escolar e Plano de Ação Pedagógica realizado com base em 2016/2017: roteiro de pauta inicial para a pesquisa sobre a escola - INDICADORES E TAXAS DO FLUXO ESCOLAR EM 2016/ PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E DE AVALIAÇÃO/ CLIMA ORGANIZACIONAL/ GESTÃO INSTITUCIONAL DEMOCRÁTICA, para anotar e estudar (impactos positivos ou negativos recomendações para o ítem - intervenções da 9ª DIREC e da equipe escolar - encaminhamentos / devolutiva - prazo / responsável); 4- Devolutivas e pautas de discussão para as visitas técnicas: Revisar e ajustar as estratégias, metas, planos, ações; Corrigir a “rota” continuamente; todos s processos da escola devem seguir este ciclo (Planejar, Executar, Avaliar, Ajustar); Focar a aprendizagem a partir da leitura das avaliações, agir após o resultado das avaliações; O que é preciso fazer para se atenda o aluno da melhor 13


forma possível? Como melhorar o Clima escolar? O Regimento Escolar está sendo cumprido por todos? A Cultura Escolar está fortalecida (hábitos, valores, atitudes...); Há planejamento de atendimento aos alunos em Progressão Parcial? Há planejamento para recuperação contínua dos alunos com desempenho baixo a fim de promover o seu avanço bimestral? Participação Coletiva nos Colegiados: cronograma de reuniões ordinárias cumprido? As ações são transparentes e as decisões são coletivas? E o ajuste quanto ao Conselho de Classe de acordo com a Lei 585/2016; Conhece a realidade da frequência e pontualidade ou não dos alunos para intervir na prevenção da evasão e reprovação? Os alunos com necessidades especiais estão inclusos e avançam em relação a eles mesmos? Monitora os resultados dos alunos de cada turma em todos os componentes curriculares; Tome atitudes coletivas e de ajustes com base nestes resultados bimestrais; 5- Entregar a DEVOLUTIVA na reunião com os gestores e coordenadores escolares a ser marcada pela 9ª DIREC, oficialmente e por escrito com a presença do grupo gestor. 6- A partir deste Protocolo de Orientação da Ação do Setor Pedagógico da 9ª DIREC para Gerenciamento Escolar e das Visitas Técnicas resultam: Visita Técnica- VT de Orientação Pedagógica; VT de Gestão dos Indicadores; VT de Elaboração de Plano de Intervenção; VT de Apoio Institucional ( Clima Escolar) +Avaliação Institucional com a análise dos resultados em Gráficos); Formação Continuada da Equipe; Acompanhamento se a escola cumpriu ou não os encaminhamentos para a próxima VT. A abordagem utilizada no processo de elaboração da rota de trabalho foi colaborativa por meio de um processo de co-construção entre os agentes envolvidos. Ocorreu, simultaneamente, dois registros, o da produção de conhecimentos sobre a Regional (quadro registro de devolutivas) e as escolas e o do desenvolvimento profissional técnico, o que contribuiu para a aproximação e mediação entre e escola e a 9ª DIREC. Nesta perspectiva, se pode dizer que tratamos da abordagem colaborativa pelo viés do “saber exercer” de cada assessor/supervisor pedagógico, ou, dizendo de maneira mais simples, do desenvolvimento do seu “saber profissional”. A mudança se dá de forma gradativa, em espécie de “estágio” com o técnico mais experiente, que tem o modelo de trabalho anterior mais específico de atendimento a modalidade de ensino ou a tarefa que era a sua atribuição. O assessor/supervisor pedagógico acompanha as escolas delegadas a sua responsabilidade, porém, continuará com as referências de trabalho do seu percurso formativo na diretoria, auxiliando a quem precisar daquele conhecimento. No plano epistemológico, isso significa que para os defensores da pesquisa colaborativa a construção de conhecimentos ligados a uma dada prática profissional deve considerar o contexto real em que ela é atualizada e os seus componentes, em termos de limites e recursos existentes em situações reais, observando em que contribuem para a sua estruturação. 14


Fazer devolutivas às escolas com observações registradas e coletadas a partir do acompanhamento da execução dos seus planos de gestão, programas de ação pedagógica e a análise dos resultados ( aulas dadas, frequência e resultados de aprendizagem) permite um olhar aguçado para ver, um ouvir para agir, um avaliar para ajustar, com foco nas pessoas, em suas competências para criar soluções, processos criativos, de autorregulação e controle técnico por metas e indicadores. Permite o domínio do seu território de atuação, criando uma cultura de comprometimento com a melhoria contínua dos processos de ensino aprendizagem em consonância com o tipo de etapa da educação Básica ou modalidade que é ofertado na unidade escolar e isto chama-se corresponsabilização na educação ofertada em processo colaborativo. Este foi o caminho da nossa COCRIAÇÃO E DESIGN DE INOVAÇÃO, na 9ª Diretoria Regional da Educação e da Cultura, Currais Novos /RN .

1.4-

PERCURSO FORMATIVO DESENHADO PELAS EVIDÊNCIAS DAS VISITAS TÉCNICAS

O percurso formativo ofertado pela 9ª DIREC foi planejado, pensado e realizado atendendo as evidências apresentadas pelas assessoras e supervisoras de ensino, a partir da nossa atuação e nossa intervenção, nas visitas técnicas às escolas. Orientamos as unidades escolares a criarem um cronograma de formação de acordo com as necessidades formativas da equipe escolar, dentro das possibilidades de competências e mobilização da equipe e de parcerias, a ser pauta com finalidade de formação anual nas horas atividades e de planejamento coletivo. De posse destes temas elencados pela escola, a 9ª DIREC, criou o cronograma de pautas formativas para sistematizar os estudos necessários ao alinhamento da proposta de gestão escolar e de gestão pedagógica presentes no Plano de Ação da Regional, orientado pelo PROGESTAR/CORE/SEEC-RN. O Curso de Formação é um espaço de reflexão, de discussão de ideias, de construção de conhecimentos. Ninguém precisa ser “certo na discussão... Todos debatem, trocam ideias, experiências, divergem em muitos casos, mas no campo das ideias... O Percurso Formativo vivenciado seguiu, além das necessidades de evidências levantadas durante as visitas técnicas, inspiração da equipe técnica da regional após participar da imersão durante a Formação dos 08 Módulos da Inova Escola. A Equipe Pedagógica focou como diretoria regional no desenvolvimento dos Roteiros de Ação, como propostas formativas, criadas durante o fomento à inovação e criatividade, estimuladas pelo curso ofertado à equipe, através da parceria da Fundação Telefônica Vivo. Foram desenvolvidas pautas formativas a fim de gerar maior engajamento dos profissionais, sustentando Processos de Mudança nas Práticas Educativas para a Promoção e Gestão da Aprendizagem, a fim de reduzir as desigualdades educacionais, promovendo melhores resultados 15


de aprendizagem dos 10.580 estudantes, atendidos pela rede estadual do RN, nesta 9ª Regional de Ensino. Esta oportunidade fortaleceu o trabalho das visitas técnicas às escolas, dando condições aos técnicos/assessores do Circuito Meta Escola e dos demais movimentos de pauta formativa trabalharem com foco pedagógico e inovação educativa subsidiando as duplas gestoras (CP Coordenador/Gestor). Utilizamos as ideias e material das referidas formações, inspirados também pela leitura do Livro “Viagem às Escolas do Século XXI”, junto às equipes escolares, prioritariamente os 43 coordenadores e apoios pedagógicos das 36 escolas que compõem os 12 municípios desta diretoria. 1.4.1- Formação 1 - CAFÉ COM IDEAÇÕES PARA A LIDERANÇA PEDAGÓGICA: Havia a necessidade da dupla Gestora Escolar (diretor e coordenador pedagógico) atuar com visão pedagógica e alinhar o trabalho focado dos CP -Coordenadores Pedagógicos e AP Apoios Pedagógicos, para incidir sobre o baixo desempenho de aprendizagem dos estudantes, a baixa frequência e controlar o índice de aprovação, reprovação e evasão dos alunos da Rede Estadual do RN, com matrículas circunscritas a 9ª DIREC. A Prática Formativa em Gestão Inovadora foi deliberada como alvo a fim de integrar a gestão administrativa à pedagógica. Precisava-se fomentar o movimento dos EIXOS DA GESTÃO: planejamento, responsabilidade, flexibilidade, autonomia e a participação a fim aumentar a capacidade da liderança pedagógica de gerar perguntas para refletir e projetar intervenções nos resultados de aprendizagem. Desafio posto, o objetivo a seguir foi encontrar solução para implementar a Reunião Semanal da Dupla Gestora para o foco pedagógico, engajando os profissionais pelas metodologias adotadas, no percurso formativo ofertado pela regional, desde a orientação da jornada pedagógica até o desenvolvimento das pautas formativas e formação por visita técnica in loco. Promovemos o Café com Ideações pra trabalharmos a liderança pedagógica. O “World café” é uma metodologia de livre acesso para todas as pessoas, engendrada por Juanita Browne DavidIs aacs. Trata-se de um processo criativo que visa gerar e fomentar diálogos entre os indivíduos, a partir daí criando uma rede viva de diálogo colaborativo que acessa e aproveita a inteligência coletiva para responder questões de grande relevância para organizações e comunidades (The World café, s.d). Promovemos rodas de conversa “World café”- nosso CAFÉ COM IDEAÇÕES PARA A LIDERANÇA PEDAGÓGICA sobre as boas práticas das escolas que já tinham este foco para enfrentar os desafios da gestão da aprendizagem: (gestão para resultados de aprendizagem). A proposta foi de uma reflexão junto aos CP -Coordenadores Pedagógicos e AP - Apoios Pedagógicos, circunscritos a 9ª DIREC, sobre a capacidade da gestão de impactar a aprendizagem dos alunos com ações pedagógicas focadas e assim esses profissionais, na escola, engajarem os gestores escolares na gestão dos resultados bimestrais; Gerar resultados significa que os estudantes estão permanecendo na 16


escola, aprendendo os conhecimentos e desenvolvendo as competências adequadas a cada ano do Ensino. As metodologias geridas pelo coordenador pedagógico oferecem às escolas insumos para a elaboração de propostas de intervenção com o propósito de incidir sobre o baixo desempenho, a baixa frequência e controlar o índice de evasão dos alunos da Rede Estadual do RN, com matrículas na 9ª DIREC. Este café aconteceu em torno do tema: Gestão dos Resultados de Aprendizagem. Os CP - Coordenadores Pedagógicos e AP - Apoios Pedagógicos tiveram a oportunidade de conversar e trocar ideias entre si. Conversaram a partir de questões postas nas mesas não apenas com os participantes da sua mesa, mas durante 5 rodadas o bate papo e a troca de experiências foi a regra. No nosso CAFÉ COM IDEAÇÕES existiam dois tipos de pessoas/funções no grupo: Os anfitriões e os visitantes. Apresentamos a etiqueta para uma boa prosa: Mantenha o foco naquilo que importa; Contribua com o seu pensamento e experiência; Escute para entender; Conecte ideias; Escutem juntos para descobrirem padrões, percepções e questões mais profundas; Brinque, Rabisque, Desenhe... Divirta-se!!! Ótima RBP – reunião de Boas Práticas!!! Os anfitriões ficaram em uma mesma mesa o tempo todo e seu principal papel foi receber as pessoas de outras mesas na segunda rodada, e nas seguintes, compartilhar com ela a produção da mesa e acolher as contribuições dos participantes de outras mesas: “os visitantes”. Mas todos registraram as ideias. O espírito das rodadas foi debater e trocar ideias livremente. Os pincéis, as canetas e as “toalhas da mesa” ajudaram na conversa, guardaram ideias, rabiscos, desenhos, esquemas, escritas... Questão 1: Quais os principais desafios pedagógicos do Ensino Fundamental/Ensino Médio refletidos na Proficiência e no possível Fluxo (Aprovação, Reprovação e Evasão) da sua escola que poderão impactar os resultados de 2017? Questão 2: Qual a sua compreensão de currículo e de currículo integrado? Como a sua escola define o que os alunos precisam aprender? Questão 3: Quais são as estratégias possíveis de mobilização que VOCÊ como Coordenador Pedagógico ou Apoio, da sua escola, poderão assumir como compromisso com a aprendizagem dos estudantes, ainda em 2017? Questão 4: Como você, na gestão pedagógica, controla e mobiliza a intervenção após os resultados de aprendizagem do 1º, 2º e 3º bimestres na sua escola? 17


Questão 5: Clima escolar: não existe ambiente e/ou capacidade de gerar resultados na escola sem uma Cultura Escolar fortalecida (respeito às regras, regimento eficiente, valores, atitudes). Como você contribui e regula, na sua função, a eficiência do clima escolar positivo? Depois das 5 RODADAS de discussão e trocas, a síntese das principais conclusões deste debate, foi apresentada a plenária. Ao final todos visualizaram a síntese em cartelas que foram preenchidas na última rodada. RESULTADOS: Esta oportunidade fortaleceu o trabalho das visitas técnicas às escolas, dando condições aos técnicos/assessores do Circuito Meta Escola e dos demais movimentos de pauta formativa trabalharem com foco pedagógico e inovação educativa subsidiando as duplas gestoras (CP Coordenador/Gestor). Produto: Painel visual - Ações Potentes das Boas Práticas. As metodologias da prática educativa fomentaram os diálogos entre os pares, a partir daí criando uma rede viva de diálogo colaborativo que acessa e aproveita a inteligência coletiva para gerar troca de saberes e modelos de gestão pedagógica; A formação foi inovadora e o seu modelo passou a ser prática possível na escola para os CP e APs mobilizarem os professores, nas pautas formativas das escolas. Vimos à prática multiplicada na ponta, no chão da escola com as questões pertinentes a cada uma delas; A partir dessa experiência entre os profissionais (coordenadores pedagógicos) levou-se para a escola reflexões e propostas de ações, inclusive modelos de planilhas, que os apoiaram e os estimularam a aprimorarem a gestão dos indicadores de resultados da escola conduzindo a Gestão de Aprendizagem de forma mais controlada e com acompanhamento para intervenções pedagógicas em tempo hábil, em cada bimestre letivo; A visão e troca de experiência na roda de conversa de cada mesa de discussão permitiu a leitura do contexto de seus territórios para melhorar os processos de participação e responsabilização de seus resultados de aprendizagem permitindo o controle e, por sua vez, orientar o acompanhamento e alinhamento do plano de ação da gestão escolar e do plano de ação pedagógico focados na aprendizagem dos alunos; Cada coordenador pedagógico escolar, após o Café com Ideações... se apropriou das ações prioritárias a realizar na escola, que é o foco na intervenção para promover e assegurar aprendizagem do aluno; Monitorou e avaliou as ações planejadas e executadas, alterou as ações que não geraram resultados, envolvendo toda a escola na discussão pedagógica; Identificaram ações que geraram resultados, compartilharam nas reuniões pedagógicas com todos, inclusive os pais dos alunos 1.4.2- Formação 2 - Plano de Integração Curricular – PIC Necessidade de abordagem sobre currículo integrado e integrador em tempos de implementação da BNCC, e orientação do Plano de Integração Curricular – PIC (formato do PIC- SEEC 18


RN); Iniciamos esta prática com o seguinte convite: Convite para trilhar os caminhos do currículo: um exercício...Vamos transformar a educação!? Ênfase no currículo! Simples ressignificá-lo? Sabemos que NÃO. Impossível!? Também Não! Vamos construir possibilidades para um Currículo Integrado e Integrador? Abordagem sobre currículo integrado e integrador em tempos de implementação da BNCC, e formato do PIC- SEEC RN é desafio posto. Partimos após o convite-convocação para a leitura do texto: A aprendizagem com base em projetos (Viagem às Escolas do século XXI págs.: 90 e 91). Conectamos o público com tema como o texto sugere: “Comece pela paixão – Conecte sua paixão com o currículo”. Com o texto tivemos acesso ao nosso MÉTODO pág.: 90 e 91: Ponto de Partida – Formação das Equipes – Definição do Produto Final – Intercâmbio de Ideias – Organização e Planejamento – Compilação de Informação – Análise e Síntese – Produção – Apresentação do Projeto – Resposta Coletiva à Pergunta. Avaliação e Autoavaliação – Resultado: Aprendizagem Significativa. O desing thinking nos ajudou na imersão e no entendimento de padrões e fases para criar por essa ferramenta de inovação os caminhos e possibilidades de trajetória solução de problemas: (Elaborar coletivamente, na escola, o Plano de Integração Curricular – PIC – Currículo integrado e integrador) de forma coletiva e colaborativa, em uma perspectiva de empatia máxima com os coordenadores/professores. O processo mapeou e mesclou a experiência cultural, a visão de mundo e os processos inseridos na prática de cada profissional envolvido, obtendo uma proposta de projeto integrado e integrador, solucionando problemas de planejamento e de falta de integração das áreas do conhecimento e, dessa forma, identificou-se e superaram-se algumas barreiras do planejamento coletivo e colaborativo. Geraram-se alternativas viáveis para transpô-las, na escola. Seguimos as etapas da abordagem do desing thinking... Antes de irmos para a prática provocamos o próximo passo com a leitura do 2º texto do livro (Viagem às Escolas do século XXI págs.: 56 a 59).: A linguagem como estratégia cognitiva: Aprender a pensar para pensar melhor aprendendo Conversar para aprender a pensar, conforme inspira e sugere o texto, foi o que fizemos, criando uma cultura e rotina do pensamento, assim informava a leitura para aprendermos a guiar esquemas conceituais e mapas mentais. Partimos para a exposição de ideias acerca das concepções de currículo: O currículo tem que levar em consideração o conhecimento local e cotidiano que os alunos trazem para a escola, mas esse conhecimento nunca poderá ser uma base para o currículo. A estrutura do conhecimento local é planejada para relacionar-se com o particular e não pode fornecer a base para quaisquer princípios generalizáveis. Fornecer acesso a tais princípios é uma das principais razões pelas quais todos os países têm escolas”. (YOUNG, Michael. Para que servem as escolas. 2007, p. 13). O Currículo Integrado deverá ser tratado em torno do eixo trabalho-ciência- tecnologia-cultura a fim de ser capaz de atribuir novos sentidos à escola, dinamizar as experiências oferecidas aos alunos, ressignificar os saberes e experiências. Desse modo, cada disciplina, componente curricular, cada experiência curricular, 19


deverão se perguntar em que medida estão articuladas a esse eixo integrador. Como o currículo é tratado em sua escola? O currículo como conjunto de conhecimentos ordenados por ordem de complexidade; O currículo como conjunto de experiências; O currículo como seleção da cultura; O currículo como práticas de significação. O PONTO DE PARTIDA: currículo como a vivência que têm da cultura, do trabalho, da ciência, da tecnologia. Sabemos que são muitos desafios que enfrentamos no que diz respeito a infraestrutura escolar... Espaços de aprendizagem... Refletimos sobre a aceitação de que a escola pode ser reinventada “Transformação dos espaços escolares em ambientes coerentes com a proposta pedagógica da escola; Ampliação dos espaços para além da sala de aula e mesmo da escola; Nada se faz sem um diálogo aberto com a comunidade escolar; Observe seus espaços escolares e reflita sobre como eles podem propiciar outras atividades, transformando corredores em espaços de exposição; Promovemos o momento PETISCOS DE IDEIAS: (servimos nas mesas de discussão: balas, castanhas, amendoins...petiscos) a fim de inspirar a discussão coletiva e relato das discussões sobre a reflexão da formação do sujeito e o currículo, depois com as ideias expostas em assembleia; Por último a OFICINA: Plano de Integração Curricular – PIC: projetos de interesse, uma das formas de integrar o currículo: ENVELOPE EU POSSO /SEU PODER: Eu posso! Você pode! Nós podemos! OFICINA 1º PASSO PONTO DE PARTIDA: 8-

Apresentamos a vocês o envelope e o SEU PODER: Eu posso! Você pode! Nós podemos!

9- Conheçam os materiais que estão dentro dele: Instrumental padronizado pela SEEC RN de organização do PIC e dos Campos de Desenvolvimento/Conhecimentos; Encarte TRANSFORMAR com temas para pensar a integração em seus campos de possibilidades; Competências para desenvolver a Aprendizagem para o Século XXI; 10 Competências Gerais da Educação Básica; Competências por Área do Conhecimento e Etapa da Educação Básica; 10- Marcos Legais que orientam a construção do currículo: Diretrizes Curriculares Nacionais, BNCC: 10 Competências Gerais da Educação Básica; Competências por Área do Conhecimento e Etapa da Educação Básica; Competências por Componentes Curriculares; 11- Leiam o infográfico: MÉTODO: A aprendizagem com base em projetos (Viagem às Escolas do século XXI págs.: 90 e 91); 2º PASSO: CONHEÇA O OBJETIVO DE USAR O PODER DESTE ENVELOPE: Tarefa: Simular por meio de Oficina Pedagógica a elaboração do PIC da “sua escola”; 20


1- Seu grupo agora é uma escola...A partir do tema (objeto de estudo) proposto, organizem o planejamento do PIC, revisem os campos de integração que podem a partir deles desenvolver o projeto da sua escola, aliem às informações que podem inspirar o tema da pesquisa (no encarte) e criem ideias, troquem experiências, boas práticas, falem e proponham ações criativas para desenvolver as competências para a aprendizagem para o Século XXI, integrando às Áreas do Conhecimento/ Componentes Curriculares; (desenvolvam as ideias seguindo os passos do infográfico: método); 1- Revisem no instrumental – PIC: observem como é a organização estrutural do projeto (suas partes) e busquem organizar as ideias e informações compiladas para exercitar essa produção a fim de orientar e acompanhar, na escola, os professores no projeto real da sua comunidade escolar; 3º PASSO: COLABORAÇÃO E PREPARAÇÃO DAS IDEIAS: 1-

Exploração da leitura e discussão do material; (30 MINUTOS)

2- Exercitem a criatividade, o intercâmbio de ideias entre os atores do grupo e as sua experiências, colaborem entre si; Pensem no território da escola, no seu contexto e as possibilidades dos alunos vivenciarem o currículo por meio de espaços diferenciados de APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA (20 MINUTOS) 3- Dividam as tarefas e atribuam os papeis e responsabilidades de cada um do grupo: Alguém precisa controlar o tempo, quem vai pensar cada área? O grupo todo pensa tudo ou a partir do tema (encarte) dividem-se os componentes para pensar as possibilidades de cada área e depois se reúnem para compor e integrar o “ PIC- projetão”? Ou TODOS pensam e formulam todas as ideias coletivamente a partir da mediação de um coordenador? Pensem como seria ou está acontecendo na sua escola real e discuta com o grupo para tomarem a decisão; 4º PASSO: REVISÃO DO PROJETO: 1- Quem são os “especialistas” que revisarão o PIC ao final da proposta do grupo para a sua socialização em assembleia? 2-

Observem se cumpriram as partes do PIC e se estão contempladas as

Competências para desenvolver a Aprendizagem para o Século XXI que orientam o tratamento metodológico; Alguma ou mais de uma das 10 Competências Gerais da Educação Básica; Competências por Área do Conhecimento e Etapa da Educação Básica; 5º PASSO: APRESENTAÇÃO DO PIC EM ASSEMBLEIA RESULTADOS: Entendimento de padrões e fases para criar através da abordagem do desing thinking (ferramenta de inovação) os caminhos e possibilidades de trajetória para a solução de 21


problema: que era... (Elaborar coletivamente, na escola, o Plano de Integração Curricular - PIC) de forma coletiva e colaborativa; Aprendizagem colaborativa com o grupo de coordenadores - CP e apoios pedagógicos - APs das escolas; Problematização do currículo integrado e integrador superando a fragmentação dos saberes e do planejamento individual do professor para a construção coletiva e transdisciplinar; currículo pensado e planejado a partir da contextualização dos fenômenos naturais e sociais, de sua significação a partir das experiências dos sujeitos, bem como da necessidade de superação das dicotomias entre humanismo e tecnologia. Tal organização curricular pressupõe, ainda, a ausência de hierarquias entre saberes, áreas e disciplinas. Educação por projetos; Formação de coordenadores pedagógicos empoderados do seu papel de mobilizador e formador da equipe escolar. Vimos à atividade ser fielmente replicada nas escolas como inovação educativa. Presença pedagógica focada, pois essas metodologias são decisivas para o desenvolvimento das competências formativas dos CP e Ap, renovando saberes, atitudes e valores para a mobilização da escola, como espaço formativo, de desenvolvimento de equipe e de inspiração a partir da colaboração. Desta formação definimos o tema da próxima que seria sobre a Inovação Educativa pela Cultura Maker, Fluência Digital e Metodologias Ativas. 1.4.3- Formação 3 - Inovação curricular Necessidade de inovar e dinamizar a escola através da inovação de novos processos (metodologias ativas de ensino), produtos (recursos didáticos), pessoas (gestão e comunidade escolar) apontando possíveis caminhos para a interação entre as pessoas de forma colaborativa, a fim de trazer novas perspectivas para o território escolar na construção de significados com participação ativa de cada um, frente aos dos desafios, agindo e gerando (re)significados e soluções, mediante um entendimento compartilhado. Dinamizar a escola através de metodologias ativas apontando possíveis caminhos para a interação entre as pessoas, de forma colaborativa, trazendo novas perspectivas para o território escolar é necessidade urgente pelo viés da inovação. A sociedade está cada vez mais conectada e pluralizada. Provocamos junto às escolas para pensarmos a seguinte reflexão: Estamos atendendo a formação dos estudantes focada no desenvolvimento de competências para lidar com os desafios e oportunidades do mundo contemporâneo? As escolas, através da prática dos professores, têm de alguma forma inovado, seja por meio da sala de aula invertida ou por alguém que desenvolva um projeto diferenciado. Na ocasião da “jornada pedagógica” chegou a 9ª Regional o pedido de algumas unidades escolares para que falássemos de inovação na sala de aula a fim de mobilizar o repertório formativo dos professores alimentando possibilidades de dinamizar as práticas de sala de aula, nas diferentes áreas do conhecimento. Apresentamos as possibilidades educativas e de objetos digitais de aprendizagem disponíveis na plataforma Escolas na rede (www.escolasnarede.seec.rn. 22


gov.br), pois esta é uma excelente forma de maximizar o acesso a conteúdos dinâmicos, embora reconheçamos as limitações de acesso à internet e de equipamentos das unidades escolares na nossa regional, além de apresentar diversos portais nesta perspectiva. Falamos da necessidade de um projeto pedagógico claro com relação às Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação – TDIC. O celular pode ser um grande parceiro do aprendizado em sala de aula, desde que tenha um propósito pedagógico e vençam-se as resistências ao seu uso na escola. Procurar saber o que está acontecendo de inovação em outras escolas, trocar experiências de boas práticas, alimentar a cultura da inovação com indicação de leituras, vídeos, experiências e suas postagens foi alimentação constante da regional para as escolas em grupos de redes sociais, e nos encontros formativos no intuito de provocar a inquietação e atualizar caminhos dessas discussões no interior das escolas, inclusive da tendência do pensamento computacional como “Alfabetização” do domínio de linguagem a ser pauta de tendência proposta a se desenvolver nas situações curriculares da Educação Básica; Replicamos a oficina Programaê! Iniciativa realizada pela Fundação Telefônica Vivo e entregamos aos mobilizadores de bibliotecas, salas de leitura, de multimídia ou informática o guia teórico e prático para auxiliar na inclusão do pensamento computacional em sala de aula. Um guia bem elaborado para os professores. Precisamos desenvolver junto aos profissionais e aos estudantes as competências deste século XXI, inovando formas de pensar, com criatividade, pensamento crítico, soluções de problemas e tomadas de decisão e aprendizagem, de forma colaborativa, de posse do domínio dos múltiplos letramentos tecnológico e informacional. Dessa forma promovemos em várias escolas a formação reflexiva em Metodologias Ativas que podem ser usadas pelos professores em sala de aula. Percebemos que nas escolas há pessoas que têm o mesmo propósito podendo ajudar a construir essa escola inovadora, que acreditam e se propõem a pensar e transformar a escola por atitudes inovadoras de trabalho, e há aquelas resistentes à mudança por “medo”, por falta de autodesenvolvimento e até por falta de fluência digital impedindo a sua atualização profissional. Precisamos ampliar o nosso olhar sobre o currículo, os recursos disponíveis para a inovação, a atuação, expectativa, a necessidade estudante, a sua aprendizagem e a avaliação... Abrimos a discussão do trabalho para o currículo se materializar de forma integrada e interdisciplinar na escola, como projeto coletivo integrador com relação a conteúdos de aprendizagem, de espaços colaborativos entre a sala de aula e salas de apoio pedagógico como bibliotecas, salas de leitura e de multimídia ou informática: Como o professor vai aprender a trabalhar de forma conjunta? Ele vai se autoformar quando começar a escutar os alunos, que são os porta-vozes de nossa época. Se há desinteresse da classe, ele precisa saber o porquê. É dessa postura de diálogo que as novas necessidades de ensino vão surgir. Ao professor cabe atendê-las, nosso caminho primeiro foi fomentar estas inquietações e reflexões na escola. A perspectiva de inovação discu23


tida primeiramente foi a de mudanças na mediação pedagógica através, sobretudo, da inserção de novos materiais, recursos, atividades e, até mesmo, novas técnicas no âmbito da ação/prática pedagógica, visando alcançar novos objetivos e/ou resultados. Estudamos o texto de José Moran: Tecnologias digitais para uma aprendizagem ativa e inovadora e indicamos plataformas e sites que divulgam projetos, experiências, educadores e organizações, que trazem contribuições importantes para melhorar as formas de ensinar e aprender, num mundo mais complexo, conectado e em profundas transformações. Vivemos um tempo em que é muito fácil descobrir como fazer as coisas. Temos acesso mais fácil e rápido a qualquer tipo de informação. Hoje aprendemos assistindo vídeos e tutoriais, compartilhando ideias e construímos coisas com uma facilidade nunca antes vista. A criação de diferentes formas de ensinar e espaços de aprendizagem foi insistentemente pauta formativa e discussões, apoiadas pelas formações dos 8 módulos da Inova Escola. Trocamos experiências sobre metodologias inovadoras como o uso do design thinking, inclusive na formação do PNAIC, para o plano de trabalho do Novo Mais Educação, sala de aula invertida, aprendizagem móvel, PBL (Aprendizagem Baseada em Problemas), cultura maker (Promovemos uma troca de experiências entre os professores de área de Ciências da Natureza e Matemática), realizamos uma oficina em Projeto de Vida a fim de ser acolhida como perspectiva do currículo escolar entre outras, com reflexo nas práticas de ensino de algumas escolas e de alguns professores. Estimular o aluno a fazer um levantamento prévio de um tema a ser abordado por meio de consulta a materiais disponibilizados pelo professor para que em sala exponha o que compreendeu, tire dúvidas e compartilhe com os colegas faz da “aula invertida” uma forma inovadora de desenvolvimento da aprendizagem do aluno, tornando-o protagonista no processo. Tentamos criar a consciência que é importante que o professor seja protagonista de seu desenvolvimento profissional, pois as mudanças continuarão acontecendo e as necessidades também são dinâmicas. Para inovar alguma coisa é preciso inovar-se... Promovemos o Seminário – Pluglados e Desplugados: um caminho ativo e compartilhado para a inovação curricular que surgiu a partir da promoção do encontro formativo junto aos Mobilizadores de Biblioteca/Sala de Leitura e Laboratórios de Informática da 9ª DIREC– Currais Novos RN. Discutimos a proposta para a elaboração do Plano de Trabalho desses espaços de forma mais integrada e engajada ao currículo escolar a fim de articular o uso pedagógico de tecnologia, as tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) ao processo de ensino e aprendizagem. Promovemos o Seminário – Pluglados e Desplugados: um caminho ativo e compartilhado para a inovação curricular que surgiu a partir da promoção do encontro formativo junto aos Mobilizadores de Biblioteca/Sala de Leitura e Laboratórios de Informática da 9ª DIREC– Currais Novos RN. Discutimos a proposta para a elaboração do Plano de Trabalho desses espaços de forma mais integrada e engajada ao currículo escolar a fim de articular o uso pedagógico de tecnologia, as 24


tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) ao processo de ensino e aprendizagem. A discussão passou pelo conceito de inovação educativa, alinhada à provocação da mobilização desses espaços de aprendizagens, inovados pela criatividade de cada agente educativo ao pensar proposições curriculares colaborativas e instigantes à pesquisa e a cultura maker. O convite foi: como transformar nossas práticas? Vamos criar possibilidades de trabalho a partir da necessidade de ressignificar esses espaços colaborativos em nosso território com uma agenda da Inovação? Os espaços podem ser móbiles, transparentes, flexíveis, coloridos, atraentes, diferenciados. Pensar ações protagonizadas por todos nós! Sujeitos engajados, inspirados, comprometidos socialmente para transformar a realidade, historicamente vivida. Pensemos: quais ações da Biblioteca/Sala de Leitura e Laboratórios de Informática poderemos integrar ao currículo escolar de forma mais efetiva? O professor é um gestor de diferentes espaços, tempos e etapas de aprendizagem dos seus alunos. O currículo é cada vez mais transdisciplinar, com uma visão humanista e integradora das metodologias ativas e por projetos. Haverá adesões, resistências que precisaremos balizar na implementação, pois a mudança é na mediação pedagógica através, sobretudo, da inserção de novos caminhos, imersão, materiais, recursos, atividades... Desenvolvemos ainda, além de outras formações, e queremos destacar, o Projeto Elo Orgânico do Programa PROGESTAR. Os encontros seguiram as ações desenvolvidas em três fases de pautas formativas: Gestão Político Pedagógica – Gestão da Escolarização e Gestão do Processo de Eleições (orientação a consulta pública do processo de designação/recondução dos gestores; gestão administrativa e de pessoas; Gestão Financeira. Propomos “atar as duas pontas” teoria e prática, buscando o diálogo para a construção de uma educação formativa voltada à inovação de práticas pedagógicas eficientes na medida em que as mudanças ocorrem e novos interesses e necessidades precisam ser atendidos. Entendemos que as novas hipóteses de trabalho precisam ser (re)elaboradas em substituição àquelas consideradas não mais representativas para o fazer curricular. Pensar na construção dos novos caminhos pela inovação desses espaços de aprendizagem é um dos nossos caminhos de INOVAÇÃO... Refletimos constantemente... Como transformar nossas práticas? Vamos criar possibilidades de trabalho a partir da necessidade de ressignificar esses espaços colaborativos em nosso território com uma agenda da Inovação? Foram desenvolvidas por essa Regional, pautas formativas, a fim de gerar maior engajamento dos profissionais, sustentando Processos de Mudança nas Práticas Educativas, para a Promoção e Gestão da Aprendizagem, a fim de reduzir as desigualdades educacionais, promover melhores resultados de aprendizagem dos 10.580 estudantes, atendidos pela rede estadual do RN, nesta 9ª Regional de Ensino. Esta oportunidade fortaleceu o trabalho dos assessores e supervisores de ensi25


no durante as visitas técnicas às escolas, subsidiando as duplas gestoras (CP Coordenador/Gestor), e consequentemente os professores, das unidades escolares, mobilizando o poder de transformação de cada sujeito envolvido neste processo. Muitos frutos ainda brotarão...

Referências ALARCÃO, Isabel. Formação reflexiva de professores: estratégias de supervisão. Coleção Cidine. Porto editora, 1996. AMADO, Ana e Inove, Cybele. Coordenador pedagógico; função, rotina e prática, 1ed, Palmeiras, BA. Instituto Chapada de educação, 2012. BRASIL. FUNDAÇÃO VICTOR CIVITA. O perfil do Coordenador técnico pedagógico. Estudos e pesquisas educacionais, 2010. Disponível em Acesso em 13 jun. 2015. GARCIA, Alexandre. Revista Gestão Escolar. Disponível em Acesso em 03 de set. 2015. GOUVEIA, Beatriz e PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza. A formação permanente, o papel do coordenador técnico pedagógico e a rede colaborativa. São Paulo: Editora Loyola, 2013. HEIDRICH, Gustavo. Os caminhos da formação. Coordenação pedagógica: as melhores estratégias para fazer a formação dos professores da sua escola. Revista Gestão escolar. Ano 01, nº 2, p.25-31, jun/jul. 2009. LÜCK, Heloísa. Dimensões da gestão escolar e suas competências. Curitiba: Editora Positiva, 2009. MACEDO, Lino. Ensaios pedagógicos. Como construir uma escola para todos? Porto alegre: Artmed, 2005. PADILHA, M. A. S., CORDEIRO, T. de S. C. Inovação pedagógica e uso de recursos didáticos tecnológicos: significados e perspectivas na formação continuada de docentes universitários. In: RAMOS, C. M. da C.; VEIGA, I. A. P. (Orgs.). Desenvolvimento profissional docente: currículo, docência e avaliação na educação superior. Recife: Editora Universitária UFPE, 2013.

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2. PLANO DE AÇÃO DA 9ª DIREC NO QUE CONCERNE ÀS BIBLIOTECAS E SALAS DE LEITURA.

Drª. Maria das Vitórias Nunes da Silva Lourenço Supervisora das Bibliotecas da 9ª DIREC

Planejar é uma atividade que está dentro da educação, visto que esta tem como características básicas: evitar a improvisação, prever o futuro, estabelecer caminhos que possam nortear mais apropriadamente a execução da ação educativa, prever o acompanhamento e a avaliação da própria ação (PADILHA, 2001, p.30) Desse modo, o Plano de Ação da 9ª DIREC concebe a biblioteca e Sala de Leitura como espaços que necessitam ser ressignificados, vivificados e atuantes para a formação e aprendizagem dos alunos. Ademais, diante das mudanças operadas na vida do homem advindas das novas tecnológicas, a “boa informação” é parte crucial para o desenvolvimento saudável, criativo e responsivo do jovem perante a sociedade e as responsabilidades assumidas na vida pública. Nessa perspectiva, a atenção volta-se para a exploração dos espaços da escola vista a partir de um conjunto arquitetônico único com contribuições convergentes numa dinâmica centrada na figura do aluno, motivo do existir da escola e para quem aponta todos os olhares para se buscar eficácia no fazer pedagógico. Assim, torna-se urgente planejar as ações pedagógicos a serem desenvolvidas nesses espaços, com claras noções que fundamentem a prática em bases teóricas sólidas que sirvam de baliza para a atuação do professor mobilizador. Nessa perspectiva, a 9ª DIREC investiu na construção do plano de ação das bibliotecas e sala de leitura das escolas sob sua circunscrição, pois entende que a realização dos planos de ação confere referência, apresenta uma biblioteca aberta às inovações, à excelência dos serviços prestados e, consequentemente, parceira no trabalho colaborativo com o corpo docente e alunos, pois estrategicamente são espaços de convergência e de fluxo constante com possibilidade de impulsionar a prática pedagógica. Ainda, tendo em vista que, segundo Casagrande; Sarmento (2014), a ação pedagógica pressupõe, por um lado, um agir refletido, orientado por fundamentos e justificado em suas escolhas. Por outro, implica um construto teórico adequado às necessidades e alinhado aos desafios quotidianos da prática, é que pensamos a necessidade mudança para construir uma prática pedagógica 27


eficiente e significativa para o aluno. Cientes da transformação constante que passamos e ancorados nos documentos legais como a BNCC incorporamos no nosso plano conceitos advindos das metodologias ativas tais como a sala de aula invertida, ensino híbrido, projeto de vida, personalização, entre outros, de modo a contemplar o hibridismo tecnológico (mistura das tecnologias analógicas e digitais) na prática pedagógica, conforme sugere Noronha (2016), assim, contribuindo para uma pedagogia mais criativa, na qual o educando encontra infinidade de linhas de ação: autoral, contemplando a ação do sujeito de aprendizagem; e contextual, aproximando a sala de aula ao contexto social, atribuindo significado no cotidiano. Pois, com a popularização e o desenvolvimento das tecnologias de informação, as bibliotecas tendem a perder seu caráter de depositárias do conhecimento e, junto a novas tendências construtivistas advindas da área da educação, tomam um caráter muito mais próximo dos indivíduos e começa a enxergar a interação como fator considerável no processo de ensino e aprendizagem. Para tal, necessitamos de uma mudança de cultura de paradigmas que envolvem não só as bibliotecas, sendo imprescindível a adesão dos professores à necessidade de trazer à comunidade discente uma educação informacional mais efetiva. Essas iniciativas devem ser implantadas no sentido de trazer um sentimento de pertencimento da biblioteca, instigar o espírito investigativo, fazer da pesquisa parte substancial do processo de ensino e aprendizagem onde o aluno toma posição ativa e não mais passiva diante do conteúdo apresentado. Assim, o Plano de Ação da 9ª DIREC pensa a importância da biblioteca centrada no aluno, criando um espaço que possibilite entender como os alunos aprendem, com o objetivo de facilitar sua aprendizagem e desenvolver competências como autonomia, confiança, aptidão em resolver problemas, protagonismo, empatia, senso critico, colaboração, aprendizado envolvente, responsabilidade e participação. Para tanto, a 9ª DIREC – Regional de Currais Novos, cumprindo atividades de implementação de seu Plano de Ação para o triênio 2017/2019, objetivando a construção dos planos de ação dos espaços da biblioteca, sala de leitura e laboratórios de informática investiu na formação para os mobilizadores dos referidos espaços. A primeira fase de formação para os mobilizadores de bibliotecas e laboratórios de informática ocorreu em 27/09/2018, na Escola Estadual Creuza Bezerra – CEJA, na cidade de Currais Novos, confirmando o propósito da gestão em fomentar a discussão sobre o uso das bibliotecas e laboratórios de informática enquanto espaços importantes na escola para o desenvolvimento do currículo. 28


A segunda fase de formação ocorreu na data de 14/11/2018, evento em parceria com a Fundação Telefônica Vivo, através de um painel colaborativo que contou com a presença Beto Silva, mediador de leitura, gestão do conhecimento em Articulação com Políticas Públicas na empresa CIEDS e ampla experiência no campo de ação do livro e da leitura, com Luiz Antônio dos Santos coordenador pedagógico da Escola Estadual Sílvio Bezerra de Melo e o Prof. Josias Ivo de Souza da Escola Estadual Tristão de Barros que partilharam exemplo de boas práticas desenvolvidas nas suas unidades de ensino. Ainda, a referida formação promoveu oficinas sobre o uso do google drive como instrumento facilitador de armazenagem e partilha de dados a serviço da educação, igualmente, constituiu oportunidade de disseminação e discussão acerca das metodologias ativas, inovação tecnológica e concepção de biblioteca escolar no século XXI sob a ótica das metodologias ativas. Registramos também, no citado evento, a participação dos gestores, coordenadores pedagógicos e representantes das SEMECs, além dos mobilizadores de bibliotecas e laboratórios de informáticas. Portanto, o ano de 2018 é um marco para a construção de uma nova concepção de biblioteca escolar, fincado em bases teóricas sólidas, tendo como centro o aluno no processo de ensino aprendizagem. Muitos trabalhos de referência estão sendo realizados em nossas bibliotecas que prestigiam autores regionais e locais, valorizando a nossa literatura, o cordel, os romances; exposições de artes plásticas, atividades culturais, rodas de leitura, mediação de leitura, sarau poético, projetos interdisciplinares, fomento ao trabalho com artes cênicas, entre outros. Entretanto, há bibliotecas que merecem atenção especial para começar a executar o planejado, mas crescimento é isso, é ter vontade, ideias, criatividade, é ainda, ir e vir até encontrar o caminho certo.

Referências CASAGRANDE, Cledes A.; SARMENTO, Dirléia F. A Pesquisa-ação colaborativa: contribuições para a reflexão sobre as relações entre teoria e prática no campo educacional. In: RANGEL, Mary; CASAGRANDE, Cledes A.; RAMIREZ, Vera Lúcia (Org.). Fundamentos da formação docente em temas de pesquisa. Niterói: Intertexto, 2014, p. 29-61. NORONHA, Fabrícia P. T. A construção do conhecimento de algoritmos no contexto do hibridismo tecnológico: análise da prática pedagógica aplicada no IFRS. Dissertação (mestrado em Educação) – Centro Universitário La Salle, Canoas, 2016. PADILHA, M. A. S., CORDEIRO, T. de S. C. Inovação pedagógica e uso de recursos didáticos tecnológicos: significados e perspectivas na formação continuada de docentes universitários. In: RAMOS, C. M. da C.; VEIGA, I. A. P. (Orgs.). Desenvolvimento profissional docente: currículo, docência e avaliação na educação superior. Recife: Editora Universitária UFPE, 2013. 29


3. CULTURA DIGITAL NA ESCOLA: INOVAÇÃO, MUDANÇA E CULTURA DOCENTE

Ms. Getson Luís Dantas de Medeiros Supervisor de Tecnologias da 9ª DIREC

A Educação como o restante do mundo sofre por profundas transformações que necessitam de reflexão e discussões por parte dos que a fazem. Estas, passam pelo uso das tecnologias educacionais dentro do ambiente escolar o que já é uma realidade em muitas partes do mundo. Faz-se necessário que os profissionais que atuam na educação, dominem e utilizem estas tecnologias para motivar os alunos a se tornarem protagonistas no desenvolvimento de suas habilidades e conhecimentos. Já existem diversas plataformas de apoio educacional, que podem ser utilizadas para reforçar o ensino e proporcionar aos alunos o acesso a conteúdo de forma ordenada e direcionada para melhoria do aprendizado. Estas, também oferecem cursos gratuitos que visam orientar os professores a aprender a usar as ferramentas tecnológicas, bem como acesso a planos de aula, vídeos, jogos e outras ferramentas educacionais. Um exemplo é a plataforma Escolas Conectadas (www.escolasnarede.seec.rn.gov.br), cujo conteúdo já é acessado por muitos professores da rede estadual de ensino. É importante, porém que o educador tenha consciência do seu papel neste momento de mudanças e evolução das ferramentas educacionais e compreenda que estas não podem e não são muletas para ludibriar o ensino aprendizagem. Durante as oficinas que realizamos com os mobilizadores de laboratórios de informática da 9ª Regional de Ensino, ao serem questionados acerca do que é inovação pedagógica, estes assim relataram:

“Inovar é renovar, se apropriar das novas tecnologias para uso próprio e na instituição”. “É inovar o fazer pedagógico, de forma que as aulas se tornem prazerosas, estimulantes e alcancem o objetivo de aprendizagem proposto”. “Inovação pedagógica é inovar de forma dinâmica afim de proporcionar uma prática pedagógica que resulte numa aprendizagem prazerosa e significativa”.

É possível ver, que os educadores já apresentam uma compreensão acerca da importância do uso das ferramentas tecnológicas como facilitadoras da compreensão do conhecimento. A inovação é algo real e premente em nossas vidas, bem como na dos alunos em suas diversas 30


realidades, uma vez que lidamos com alunos vindos de zonas rurais desprovidas de acesso a água potável de qualidade, mas que as vezes já dispões de acesso à internet, o que parece ser um contrassenso na verdade é a demonstração do quanto a tecnologia já está presente em nosso dia a dia. A realidade das escolas da circunscrição da 9ª Regional de Ensino são muito diferentes, mesmo dentro da mesma cidade existem realidades distintas, problemas e públicos diferentes, limitações técnicas diferentes, o que torna o desafio da difusão tecnológica ainda maior. As tecnologias e comunicações estão presentes em todo o dia a dia das escolas, aonde mesmo estas tendo dificuldades com equipamentos dentro da escola, muitas vezes os laboratórios ainda contam com computadores com mais de 15 anos de uso, os alunos por sua vez, estão equipados com celulares de última geração e acesso a dados 4G a depender da cidade e/ou localidade. Dentre as dificuldades enfrentadas, destaca-se a falta de equipamentos, equipamentos quebrados, obsoletos, desatualizados, até a péssima qualidade da internet, chegando a ter escolas que possuem pacotes de apenas meio mega de dados, o que nos dias atuais não permite nem a navegação num browser por mais leve que o conteúdo seja. Algumas cidades da região porém, já possuem internet via fibra óptica o que oferece pacote de dados superiores a 10 Mps, estando presentes em algumas escolas através de ações dos próprios professores a alunos que pagam por fora através de vaquinhas feitas entre eles, para viabilizar uma internet melhor dentro do ambiente escolar. Apesar das limitações técnicas e tecnológicas impostas, algumas destas escolas, possuem trabalhos de inovação sendo realizados através de inciativas pontuais de alguns abnegados profissionais. Enquanto outras, que possuem equipamentos mais novos e internet melhores as vezes não possuem os profissionais para realização das atividades de tecnologias nas escolas, o que demonstra a importância do engajamento e difusão das TICs com todos os que fazem a educação. É preciso que os profissionais sejam capacitados para promover o uso seguro da internet nas escolas através da orientação e acompanhamento do fluxo e uso de dados na rede. Os encontros e oficinas pedagógicas são fundamentais para proporcionar o compartilhamento de informações e consequente atualização e nivelamento das informações tecnológicas com os demais profissionais. É preciso, porém uma melhor difusão e melhoria da qualidade da internet disponível nas escolas com a implantação de sistemas de fibra óptica o que deve melhorar substancialmente a velocidade da internet e com isso surge a necessidade do controle ao tráfego de dados, com a criação de servidores de conteúdos e acesso para alunos. É comum vermos em todas as escolas equipamentos de data show danificados em decorrência do mau uso por parte dos profissionais que não foram qualificados a fazerem o uso adequado destes equipamentos. Logo, de pouco adianta munir a escola de um monte de equipamentos modernos e não capacitar a equipe a operá-los da forma adequada. Realizamos um diagnóstico de todas as Escolas da 9ª Regional e nos surpreendeu a quantidade de laboratórios sem condições adequadas de uso, seja por falta de equipamentos, por salas sem iluminação, sem ventilação adequada, ou mesmo pela falta de profissionais, como demonstra os gráficos a seguir.

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Foi possível constatar que algumas escolas ainda não possuem laboratórios de informática, sendo que neste levantamento levou em consideração as escolas que já possuíram e por motivos diversos não os possuem mais.

Foi possível identificar que cerca de 41,7% dos laboratórios não possuem um professor responsável pelas atividades destes. O que torna o trabalho do laboratório ineficiente e não condiz com a proposta pedagógica destes espaços.

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Observou-se que muitos dos professores que estão nos laboratórios de informática são oriundos de readaptações médicas e que estes não possuem qualificação para atuarem neste espaço.

É possível se observa que 50% dos laboratórios possuem internet de apenas 1Mb e apenas 8,3% possuem internet de 5Mb e nenhum possui internet de 10Mb ou superior. O que demonstra a baixa qualidade dos serviços de internet oferecidos o que dificulta em muito o trabalho nestes espaços, aonde muitas vezes a única internet existente na escola é a do laboratório que termina sendo desviada para a secretaria das escolas. 33


50% dos laboratรณrios ainda preserva o Linux como sistema operacional enquanto que 25% jรก modificaram para Windows (pirata) e outros 25% instalaram os dois sistemas operacionais o que deixa os computadores ainda mais lentos e ineficientes.

A grande maioria das salas visitadas 92,3% possuem ar condicionados.

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Porém destes apenas 38,5% encontram-se funcionando adequadamente.

A maior parte das redes dos laboratórios são cabeadas o que facilita futura modificação desta estrutura para fibra ou internet de maior velocidade.

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Encontramos algumas escolas que retiraram computadores dos laboratórios para suprir as necessidades dos outros espaços da escola, como bibliotecas e secretarias.

Encontramos muito lixo eletrĂ´nico em mais de 50% das escolas, oriundos de equipamentos quebrados ou obsoletos.

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Mais de 50% possuem mais de uma internet o que decorre na maioria das vezes da iniciativa dos professores que rateiam os custos da instalação de uma outra internet para uso em seus equipamentos pessoais.

Considerações finais

Apesar das muitas dificuldades, observamos que existe em curso uma evolução dos trabalhos no que concerne ao uso das tecnologias nas escolas da jurisdição da 9ª Regional de Ensino o que claro não é suficiente, nem é feito de forma homogenia, mas que já nos mostra um caminho a seguir e nos apresenta rotas a corrigir. Mesmo com todas estas dificuldades a internet já chegou a quase todas as escolas da Regional, mesmo que de forma insatisfatória. Necessitamos de maiores investimentos em infraestrutura de rede (Fibra Óptica), bem como de equipamentos mais modernos, além de qualificação dos profissionais no que concerne ao uso das tecnologias.

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4. FAZER O JOVEM DE FUTURO É PENSAR NO PRESENTE DE TODOS OS JOVENS Simone Hipólito da Mata Genoveva Antão Bezerra Assessoras do Circuito Jovem de Futuro

O Programa Jovem de futuro é uma ação feita em parceria com o Instituto Unibanco e a Secretaria da Educação e da Cultura do Rio Grande do Norte que visa executar um trabalho junto às gestões das escolas no intuito de um fazer pedagógico mais atuante. Sua metodologia consiste no PDCA, onde se planeja, executa , monitora e corrige rotas, através de uma assessoria pedagógica que realiza visitas quinzenais objetivando acompanhar as ações em execução e ser o encaixe entre as instituições de ensino e as demais instâncias que compõem a rede educacional do estado (DIREC/SEEC). Neste percurso são elencadas as causas que mais impactam nas aprendizagens dos alunos e a partir dessa filtragem se constrói um plano de ação. Este é fomentado no chão da escola a partir das discussões e sugestões do grupo gestor, que é um coletivo formado por alunos, pais, professores e a dupla gestora. Além deste grupo local, há um grupo gestor também na DIREC, formado pelas Assessoras, Coordenadora Pedagógica e a Gestora da entidade, responsável por implementar ações para as escolas que estão sendo contempladas pelo Programa, levando em conta as demandas de cada uma via o planejamento feito para o ano corrente. O Jovem de Futuro está presente em oito escolas da 9ª DIREC: EE Iracema Brandão de Araújo, EE Dr José Gonçalves de Medeiros, EE Joaquim José de Medeiros, EE Dr Sílvio Bezerra de Melo, EE Pe. Sinval Laurentino, EE Teônia Amaral, EE Dr Mauro Medeiros e EE Mons Amâncio Ramalho. As ações são voltadas para o Ensino Médio, ponto focal do Programa, mas muitas escolas já as estendem para as outras modalidades de ensino. A cada quinze dias, ou menos dependendo da solicitação, as assessoras vão à escola e junto com o grupo gestor fazem uma reflexão do percurso do circuito de gestão e quando se faz pertinente fazem interferências. Todas as decisões são coletivas e feitas de forma democrática, onde cada ente do grupo tem vez e voz para externar seus pensamentos e sugerirem soluções para os inúmeros desafios que surgem ao longo da caminhada. Durante o processo há o monitoramento do que está sendo executado, avaliando cada tarefa e tendo a liberdade de modificar o planejado, caso não esteja surtindo o efeito desejado. A DIREC, por sua vez, faz um plano que contempla as oito escolas, atra38


vés da reflexão das dificuldades e de solicitações feitas . No ano de 2018 foram feitas pela 9ª DIREC ações visando o fortalecimento da gestão (Encontros Formativos/ visitas institucionais / Reuniões Administrativas e Pedagógicas), disponibilizadas formações para os docentes (Projeto de Vida/BNCC/ Metodologias Inovadoras/Avaliação/ Formações por Área de Conhecimento). Tudo isto com o propósito de possibilitar um melhor resultado na aprendizagem dos discentes, reforçando que este só pode ser solidificado quando a nota reflete o que foi aprendido e não somente a nota pela nota. Durante estes dois anos de implementação muito foi conquistado. Temos gestões mais fortalecidas e envolvidas no ambiente pedagógico de suas escolas. Foi aberto um diálogo saudável com os alunos e professores e a partir daí desafios ficaram mais fáceis de serem vencidos, pois o clima escolar pôde ser transformado num lugar onde todos se sentem a vontade e podem ser vistos como pertencentes a um único núcleo onde não há julgadores nem culpados, mas pessoas que unidas querem o desenvolvimento dos estudantes e o fortalecimento de suas aprendizagens para que empoderados possam exercer sua cidadania, sendo seres humanos melhores e mais participativos. O Jovem de Futuro não vem para impor, mas para sensibilizar. Não dita regras nem fórmulas mágicas, mas permite que os atores da escola possam ser os protagonistas das ações. Não é uma metodologia castradora de novas ideias, mas sistematizadora para que estas sejam amadurecidas e eficazes. Permite uma melhor comunicação entre os setores, abre espaços para escutar e ouvir, não recrimina, mas acolhe. Estreita os laços entre as escolas e a DIREC/SEEC, tornando-se norte neste ciclo que ao repetirem-se a cada três meses fortalece o desejo de acertar nas metodologias, no olhar ao outro, na autorreflexão, no entender que cada um tem o seu papel e sua contribuição. É através da corresponsabilização que este elo se solidifica, é na noção que a escola somos nós e que ela nos pertence que se forma a corrente do querer fazer bem feito e melhor

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O QUE É O GRUPO “SABERES COLABORATIVOS” NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO FÍSICA? Adegilmar Machado da Nóbrega Supervisor de Educação Física da Regional

É um grupo formado por profissionais da Educação Física com atuação na área de abrangência da 9ª DIREC. Com o objetivo de criar um espaço de discussão e socialização das práticas exitosas em Educação Física, os profissionais desta área reunidos, por ocasião da Semana Pedagógica 2018, decidiram resgatar uma prática que tinha ficado adormecida nos últimos tempos, que é o de encontros mensais. Para esses encontros ficou decidido inicialmente que ocorreriam sempre na primeira segunda feira de cada mês, o que facilitaria a divulgação do evento, no entanto, devido a ajustes de agenda, e procurando uma forma de se adequar as escolas e, por conseguinte, aos alunos que são atendidos no dia escolhido, em consonância com o grupo ficou definido que as datas seriam pré definidas sempre no encontro anterior observando a alternância de dias. Nesta oportunidade também escolheríamos o assunto a ser abordado e o profissional que desenvolveria cada oficina. Os encontros mediados pelo coordenador de educação Física da 9ª Direc teve a seguinte formatação, em um primeiro momento foram discutidos assuntos da Educação Física, do desporto escolar e da Educação de forma geral com foco na atuação pedagógica. Logo em seguida, em um segundo momento, foram ofertadas oficinas com assuntos escolhido pelo grupo, e desenvolvida por um dos profissionais membro do grupo. Foram convidados todos os profissionais de Educação Física que atuam nas esferas públicas e privadas da Regional além de acadêmicos.

A oficina ofertada em 07/02/2018, incialmente tratou de um dos assuntos de maior carên-

cia em nossa regional que foi “AS LUTAS”. Desenvolvida pelo professor mestrando Joanilson Kélis do Nascimento o assunto foi abordado de forma didática que favoreceu a compreensão do conteúdo lutas e das diversas formas como este pode ser desenvolvido nas aulas de Educação Física. O encontro seguinte datado de 05/03/2018, foi desenvolvido a temática “JOGOS COOPERATIVOS” onde a professora pós graduada Marineide Silvestre da Nóbrega repassou sua experiência com ênfase na sua atuação em escola pública estadual. 40


Mais uma vez reunido, agora em 02/04/2018, o grupo recebe a contribuição da professora paraibana Joyce Cristina de S. N. Fernandes que realiza a oficina “CONSTRUÇÃO DE BRINQUEDOS”. Na oportunidade foi apresentado como envolver os alunos na confecção de brinquedos usando material de baixo custo e da realidade escolar. Em mais um encontro, no dia 08/05/2018, o grupo é agraciado com a apresentação em dupla dos professore especialista José Ronaldo Jerônimo da Costa e do mestrando Joanilson Kélis do Nascimento que se debruçam sobre o tema “FUTSAL NA ESCOLA: DO EXERCÍCIO AO JOGO”. No dia 08/06/2018 o professor Damião Diogo da Silva comanda o encontro intitulado “Trilha ecológica (Geoparque Seridó – Totoró)” onde em contato com a natureza foi explorado desde de inscrições rupestres até o histórico do berço de nossa cidade. Com a intensificação dos trabalhos voltados para as competições esportivas escolares JUVERN’S, JERN´S Regional, JERN’S Final e JOMEC no segundo semestre houve de comum acordo uma paralisação das atividades grupais, pretendendo-se realizar um último encontro em dezembro. Um dos principais legados desse trabalho foi a criação de um grupo de whatsApp onde os membros desta comunidade compartilha experiências, informações, aprendizados que variam entre, publicação de livros, periódicos, artigos, divulgação de cursos, oficinas e todo e qualquer conteúdo relacionados com a Educação Física e / ou o desporto escolar. GRUPO SABERES COLABORATIVOS OFICINAS MINISTRADAS NOS ENCONTROS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE 2018. Município da DIRED: CURRAIS NOVOS Tipo de Evento: / OFICINAS COORDENAÇÃO: Profº. Adegilmar Machado da Nóbrega Objetivo: Compartilhar práticas pedagógicas exitosas, bem como orientar pedagogicamente os profissionais da área da Educação Física. DESCRIÇÃO: As oficinas tem o formato dividido em dois (2) momentos distintos: 1º Momento: Repasses sob a responsabilidade do coordenador dos encontros, onde são feitas orientações pedagógicas e discussão de temas do interesse dos participantes;

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2º Momento: Oficina propriamente dita. TÍTULO DA OFICINA As lutas Jogos cooperativos

DATA 07/02/2018 05/03/2018

Construção de brinquedos Futsal na escola: Do exercício ao jogo.

02/04/2018 08/05/2018

Trilha ecológica (Geoparque Seridó – To- 08/06/2018 toró)

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C/HORÁRIA MINISTRANTE 04 h/a Joanilson Kélis 04 h/a Marineide silvestre 04 h/a Joyce Cristina 04 h/a Joanilson Kélis / Ronaldo Jerônimo 04 h/a Damião Diogo


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FORTALECIMENTO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA: UM ATO COLETIVO Ângela Maria dos Santos Silva Supervisora de Gestão

Pensar a gestão democrática implica ampliar os horizontes históricos, políticos e culturais em que se encontram as instituições educativas, objetivando alcançar a cada dia, mais autonomia para que a comunidade escolar tenha um grau de independência e liberdade para pensar coletivamente, discutir, planejar, construir e executar o Projeto Político Pedagógico. Nesse sentido, é necessário está refletindo sobre o processo pelo qual se busca alcançar os fins educacionais estabelecidos em todas as dimensões: pedagógicas, financeiras e administrativas, ampliando o leque de conhecimentos acerca da complexidade e vivência prática e democrática, em seu caráter transformador. Todas essas dimensões precisam estar organizadas para transformar a realidade na busca da consecução dos fins previstos nos Planos Nacionais, Estaduais e Municipais, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96 que absorve o contexto da escola e na Lei Complementar de Gestão Democrática, Nº 585, de 30 de Dezembro de 2016. Nessa perspectiva, o principal objetivo é estimular o desenvolvimento da Gestão democrática e a participação social e eficaz da escola, tendo como compromisso a qualidade na oferta de ensino, a garantia da aprendizagem e de resultados nas avaliações internas e externas que superem os atuais. Sendo assim ao serem realizadas visitas no interior das escolas, observou-se que a maioria não conseguia cumprir o registro escrito do Projeto Político Pedagógico e do Regimento Escolar para reunir os critérios de renovação e autorização das unidades escolares. Nesse contexto, como forma de contribuir no processo de evolução dos registros foi elaborado roteiro de orientação para as escolas atualizarem o Projeto Político Pedagógico e o Regimento Escolar com cronograma de monitoramento da escrita in loco e meta para conclusão em julho de 2017, sendo que 97% delas conseguiram excelentes resultados na atualização de seus documentos; 100% atualizaram seus planos de gestão escolar, articulado ao plano de Ação Pedagógica para apoiar o controle dos indicadores da unidade escolar e promover o avanço dos resultados com a intervenção da supervisora de gestão e assessores pedagógicos em suas visitas técnicas. Para garantir a mobilização do espaço de participação social, aprofundamento e fortalecimento do Conselho Escolar, foram realizadas formações para possibilitar a todos os atores envol43


vidos, pais, estudantes, professores, gestores e funcionários na compreensão das vinculações do fazer pedagógico. Assim, acompanhar o Conselho Escolar, tendo em vista sua adequada composição e a formação de seus membros foi de extrema importância entre os anos 2017/2018. O estudo proporcionou uma reflexão acerca da compreensão dos membros do Conselho Escolar sobre a função pedagógica desse colegiado e que ele faz parte da equipe gestora escolar, para acompanhar os resultados dos rendimentos bimestrais dos alunos em tempo hábil. Nesses encontros formativos aconteceram várias reflexões: ● Qual o lugar que o Conselho Escolar ocupa? ● Qual a compreensão dos Membros do Conselho sobre a função pedagógica desse colegiado? ● O Conselho Escolar faz parte da Equipe gestora e também tem função de acompanhar, conhecer e reorientar o Plano de Metas da Escola para o foco pedagógico, baseado nos atuais indicadores ? Em 2017/2018 foram realizado pela 9ª DIREC ações com a finalidade de fortalecer a gestão escolar (Vistas técnicas de acompanhamento e monitoramento, formações, reuniões, aplicações de avaliações institucionais). Recebemos também a visita dos supervisores de gestão das 16 DIRECs do RN para conhecer as experiências exitosas sobre Conselho de Classe das Escolas Capitão Mor Galvão e Tristão de Barros. Outras ações importante foi a participação de 99% das escolas inscritas no Prêmio Gestão Escolar 2017; Formação para o Fortalecimento do Conselho Escolar e Conselho de Classe; Estudo da Lei Complementar de Gestão Democrática, Nº 585, de 30 de Dezembro de 2016; Conselho Escolar : estudo nas Reuniões Ordinárias – resultados bimestrais; Cronograma de Implementação do Conselho de Classe, em cada escola em 2017/2018; Elaboração do Plano de Ação do Conselho Escolar, cronograma de Assembleias, Estudo e aprovação do Regimento Interno; Estudo da Lei 2017/2018 Seção V (completa) Do Conselho de Classe; Formação de líderes. Além do mais, das 34 escolas 13 implantaram o Conselho de Classe, 15 está em processo e 06 ainda não iniciaram o processo. Conselho de Classe e Líderes de Classe O Conselho de Classe na legislação Lei 585/2016, é tido como um órgão consultivo e deliberativo que possibilita a avaliação do educando, do processo ensino-aprendizagem e da prática docente, permitindo a análise dos avanços e dos obstáculos, ao retomar e reorganizar a ação educativa através da INTERVENÇÃO EM TEMPO HÁBIL. O Conselho de Classe é um órgão colegiado integrante da gestão democrática e destina-se a acompanhar e avaliar o processo de educação, de ensino e de aprendizagem, havendo tantos 44


conselhos de classe quantas forem as turmas existentes na unidade escolar. A 9 ª DIREC, através de sua coordenadora pedagógica, supervisor de gestão e assessores pedagógicos realizou durante o primeiro ano formações nas escolas Estadual Dom Manoel Tavares, João Vilar, Isabel Ferreira, Manoel Luiz de Maria e Angelita Félix com o objetivo de orientar a implantação do Conselho de Classe de acordo com a Lei de Gestão Democrática nº 585/2016. Também aconteceu formações para escolha de líderes de classe.

Estudo da Cartilha que Orienta a Implementação foi outro momento de formação para os Conselheiros Escolares, Gestores e Coordenadores Pedagógicos.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse trabalho representou o limiar de um firme propósito: penetrar na vivência do cotidiano de instituições escolares e delas buscar respostas para os desafios que se operam no mundo, onde as experiências de vida convergem para as múltiplas necessidades de uma concepção de gestão educacional. Percebe-se que o papel do gestor é relevante, não para compensar carências, mas para criar, junto com todos os envolvidos, um ambiente acolhedor e cooperativo. Acredita-se que esse trabalho representa uma oportunidade ímpar para o início de um futuro melhor, pois a partir desse novo modelo de gestão, passou-se a ter outra visão sobre a importância da escola, sua dinâmica, a gestão democrática, a articulação do gestor, compreendendo assim, como deve se dar a participação de todos os segmentos na tomada de decisões da escola e como o gestor deve ser um facilitador, criativo e inovador do processo ensino aprendizagem. Dessa forma, a consolidação de uma gestão democrática é um aspecto de grande relevância para a qualidade do processo de ensino e aprendizagem, pois através dela poderá gestar-se os princípios de democratização escolar.

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COMPROMISSO COM AS METAS PARA A APRENDIZAGEM: CIRCUITO META ESCOLA Ângela Maria dos Santos Silva Maria do Socorro de Araújo Lopes Maria de Fátima Medeiros Silva Assessoras Pedagógicas

O Circuito Meta Escola leva assessoria técnica pedagógica aos processos de gestão da aprendizagem por meio do acompanhamento e monitoramento das ações pedagógicas das escola, através de formações junto a equipe gestora como também visitas técnicas realizadas quinzenalmente. Dentre essas ações elencou-se como prioridade a implementação da metodologia da função pedagógica do Conselho Escolar acerca do compromisso com as metas para com a aprendizagem, viabilizando a gestão da aprendizagem na escola, como também focando ações que revertam e recuperem situações de Progressão Parcial, Evasão e Reprovação (Portaria de Avaliação 1878/2016). Temos como objetivo geral para o plano de ação da Regional, implementar método formativo onde a equipe gestora e o Conselho Escolar irão desenvolver percursos e processos para a gestão da aprendizagem, analisando e ajustando por meio de intervenções pedagógicas, em tempo hábil, a correção do fluxo da escola. As escolas assistidas com este circuito estão localizadas nos municípios, Currais Novos: E.E. Lions Clube, E.E. T.I. Prof. Ester Galvão, E.E. Manoel Salustino, CEJA – Prof. Creuza Bezerra, em Cerro Corá: E.E. Albino Avelino; Carnaúba dos Dantas E. E. Caetano Dantas e E. I. Teodora Adonis de Lima em Equador a E.E. Dom . Manoel Tavares em Santana do Seridó a E.E. João Vilar da Cunha e em Parelhas E. E. Felipe Bittencourt, E. E. Bernadino de Sena e E. E. Manoel Noberto. O Percurso formativo como ações do PROGESTAR – CORE/SEEC foi extensivo as escolas citadas, em 6 módulos através de formações continuadas em parceria com o INOVA ESCOLA dando acesso aos gestores, coordenadores pedagógicos, professores e presidente do Conselho Escolar – grupo gestor. Juntamente com o Meta Escola estão as ações do Circuito FORMAR , este, em parceria com a Fundação Lemann, levando formação continuada aos gestores e coordenadores pedagógicos, como dupla que atuarão na Gestão da aprendizagem, envolvendo 7(sete) escolas. E E Otávio Lamartine ,E E Coronel Silvino Bezerra ,E E. Joaquim Adelino, E E Barão do Rio Branco, E E Jesus Menino, E E Maria Terceira e E. E. Manoel Luiz. De Maria. O objetivo da formação é fortalecer a atuação dos gestores com liderança pedagógica nas escolas e promover impactos positivos visando fazer a mediação entre a teoria, desenvolvida na formação, e a prática (realidade) vivenciada 47


nas escolas, A formação se deu através de 4 etapas presencial e semi presencial. A primeira GESTAO ESTRATÉGICA E GESTÃO DE RESULTADOS, a segunda GESTÃO PEDAGÓGICA, FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PLANEJAMENTO, a terceira A CONSTRUÇÃO DO PLANO DE AÇÃO e a quarta A IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO, ambas de muita relevância para o desenvolvimento do trabalho e para o reconhecimento da realidade de cada instituição. Em relação às visitas técnicas realizadas as escola, estas, são planejadas previamente pelas assessoras do CIRCUITO META ESCOLA: as professoras Maria do Socorro de Araújo Lopes e Maria de Fátima de Medeiros Silva e do Circuito FORMAR Ângela Maria dos Santos Silva, juntamente com a coordenadora pedagógica da Regional a professora Elba Alves da Silva, através de uma pauta formativa respaldada nas formações recebidas pela SEEC/ CORE/ SUEF. Dentre as ações dos assessores estão o acompanhamento e orientações dos planos de ação da gestão escolar e coordenação pedagógica, como também nas intervenções e devolutivas necessárias as especificidades de cada escola. As orientações realizadas nas escolas se estende a equipe pedagógica em relação a análise dos indicadores e os rendimentos bimestrais, para que estas evidências de proficiência e fluxo escolar se transformem em ações de intervenção da aprendizagem em tempo hábil, para a implementação de uma metodologia com o compromisso com as metas e com a aprendizagem, junto a Grupo Gestor/ equipe estratégicas e Conselho Escolar. Os impactos negativos estão relacionados à evasão e repetência, reprovação em disciplinas críticas Língua Portuguesa, Matemática, Ciências e Educação Física, distorção idade-série; outro ponto em alguns casos, o gestor com um perfil centralizador e voltado apenas para os aspectos administrativo - financeiro e desarticulado com o pedagógico. Uma fragilidade observada está relacionada aos professores que não estão habilitados em sua prática para realizar ações de letramento. Conselho Escolar fragilizado sem a efetiva atuação na função pedagógica Os impactos positivos apresentados pelas escolas se referem a análise e discussão dos resultados por bimestre com a participação do Conselho Escolar de forma colaborativa e grupo gestor/ equipe estratégica e a elaboração do plano de intervenção, a implantação e implementação do Conselho de Classe/ Conselhinho em 50% das escolas que compõe esta Regional.. Outro ponto relevante é a abertura dos gestores em sua prática, para a gestão da inovação pedagógica, com planejamentos de forma a fomentar a discussão na escola acerca das metas com intencionalidade, para que estas, sejam projetadas e reprojetadas, mensuradas e qualificadas para redução de indicadores de reprovação e abandono. A elaboração do painel de gestão à vista como resultado de análise e discussão dos resultados envolvendo toda a comunidade escolar, de forma, que esta tenha acesso a visualizar o rendimento escolar e assim, planejar devidas intervenções pedagógicas. A assessoria pedagógica nos proporciona o crescimento e o desenvolvimento profissional desenvolvendo a função de intermediação do trabalho administrativo entre SEEC e escola, com o acompanhamento sistematizado, monitoramento das práticas educacionais e orientações - formações de formadores no âmbito escolar. 48


8- VISITAS DE ACOMPANHAMENTO ÀS ESCOLAS DA 9ª DIREC: EXECUÇÃO DE UMA PRÁTICA COLABORATIVA Gelvânia Batista Ferreira de Moura Maria Sélia Barros Maria das Graças de Sousa Maria das Graças dos Santos de Araújo Nunes Rosinelma Idalina Rangel Dantas Supervisoras de Ensino da 9ª DIREC

Priorizar as boas práticas pedagógicas é fundamental para o processo de Ensino Aprendizagem. Nessa perspectiva, a equipe de Ensino da 9ª DIREC – Diretoria Regional de Educação e Cultura realizou a partir de junho /2017, um trabalho de acompanhamento às escolas: E. E. Aristófanes Fernandes (São Vicente), E. E. João Henrique Dantas (Carnaúba dos Dantas), E. E. Instituto Vivaldo Pereira (Currais Novos), E. E. Professora Isabel Ferreira (Equador) e a E. E. Querubina Silveira (Cerro Corá), que não foram contempladas com os novos programas de gestão governamental da SEEC/MEC em parceria com o Instituto Unibanco (Jovem de Futuro), (Fundação Telefônica VIVO) e Fundação Lemann (Educação Integral), em virtude de serem escolas de controle para avaliação de impacto. Assim, torna-se importante a análise dos planos de trabalho das duplas gestoras, onde apresentam uma sistematização de ações que correspondem as nossas pautas de visitas. Através de observações de conversas exploratórias, oportunizamos que a equipe, expressasse livremente sobre o trabalho desenvolvido no cenário escolar, o que fundamenta o nosso planejamento em parceria com as respectivas escolas. As discussões coletivas viabilizaram as intervenções pedagógicas no plano de ação da gestão escolar e o programa de ação pedagógico, a partir de pontos estratégicos, inicialmente, focando as metas, os indicadores e as estratégias de execução desses planos, para posteriormente, avaliar e ajustar, em um ciclo de melhoria contínua. Orientamos o acolhimento dos estudantes e o cuidado nas relações de afetividade no âmbito escolar, alinhamento da rotina, formação continuada e planejamento, organização das modalidades de ensino, análise dos resultados das avaliações internas e externas, implementação do conselho escolar, espaços de aprendizagens, projetos pedagógicos e interdisciplinares, registros do coordenador pedagógico das dificuldades e avanços da aprendizagem em cada turma, entre outras questões voltadas aos processos de gestão escolar focada na aprendizagem dos estudantes. 49


Para tanto, no acompanhamento das ações em cada unidade de ensino referida, proporcionamos momentos de reflexão sobre a atenção máxima que a escola, na sua organização, deve dá a aprendizagem do aluno, haja vista que ele é o centro, a razão da existência da escola, que tem a missão de oportunizar situações favoráveis ao bem estar emocional do educando e o seu desenvolvimento interdimensional: cognitivo, psicomotor, social e afetivo, a fim de que o aluno adquira habilidades, conhecimentos e atitudes que permitam o desenvolvimento integral do sujeito. Ainda, durante esse processo de escuta com a equipe gestora, percebemos que para a promoção dessas condições e situações, um dos fatores mais decisivos é a atuação do professor. Suas atitudes, práticas e desempenhos promovem um impacto significativo na formação integral do estudante. Nesse aspecto, o exercício da equipe da gestão escolar se constitui em garantia da melhoria do processo educativo. Assim, promovendo assistência e apoio ao professor, o que fortalece a troca de experiência e a integração da equipe escolar com a 9ª DIREC, possibilitando o cumprimento das metas definidas no plano de ação dessa regional de educação com melhores resultados no ensino e aprendizagem. Portanto, tivemos a oportunidade de perceber que a partir dos monitoramentos tornou-se possível proporcionar melhor sistematização e valorização do conhecimento construído, explicitando ao grupo: o que lhes faltava era estabelecer o elo entre o saber e o fazer do Projeto Político Pedagógico através do desenvolvimento de uma postura crítico-reflexiva com a finalidade de transformação do sujeito inserido no contexto local, social e político. Por fim, através da realização das visitas técnicas foi possível perceber e refletir que a ação docente se constitui além de conhecimentos teóricos e práticos. Ao se sentirem apoiadas, valorizadas e incentivadas a realizar um trabalho de intervenção na melhoria da aprendizagem dos alunos, as escolas puderam apontar avanços significativos no que tange ao ensino aprendizagem. Através da realização dos encontros, tivemos a oportunidade de refletir que a ação docente vai além de conhecimentos teóricos e práticos e perpassa pelo âmbito reflexivo-crítico para compartilhar esses conhecimentos, reconhecer fragilidades, estabelecer um compromisso com a sociedade, enfrentar suas limitações, saber que não existe saber mais ou saber menos, mas existem sim, saberes diferentes.

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9 - EDUCAR É SEMPRE UM DESAFIO... PORÉM PERFEITAMENTE POSSÍVEL!

Gelvânia Batista Ferreira de Moura Supervisora de Educação Especial

Alguns pressupostos são invariáveis, neles pautamos nossa reflexão e prática. A 9ª DIREC em cuja competência reside o fomento, supervisão e execução das boas ações pedagógicas mantém a mais de uma década, o Grupo de Estudo Aprendendo a Aprender, que em sua trajetória vem agregando os mais diferentes agentes do Ensino Especial, dentre eles, professores das salas de recursos multifuncionais, professores de libras, intérpretes, cuidadores e professores auxiliares. O GEAA (Grupo de Estudo Aprendendo a Aprender) vem paulatinamente assumindo o papel de protagonismo nos avanços galgados, bem como nos desafios ainda postos. Os sustentáculos que geram nossa dinâmica são pensados originalmente e descritos no seguinte entendimento: “É preciso estudar sempre, é preciso aprender sempre e é preciso ensinar sempre...” O processo em que se dá tal fenômeno, precisa ser aperfeiçoado continuamente. Nos últimos anos enumeramos diversas conquistas dignas se serem listadas: 1. Crescente participação dos agentes que compõe a rede do Ensino inclusivo 2. Seleção das temáticas trabalhadas nos encontros baseadas na relevância, urgência e aspiração dos participantes 3. Planejamento e organização dos encontros, oferecendo uma boa estrutura física além de uma programação cativante e interativa 4. Escolha dos palestrantes, considerando a formação técnica associada a vivência, com finalidade de tornar o aprender prazeroso e propositivo. 5. Envolvimento dos agentes da inclusão, que intencionalmente são levados ao partilhar de experiências bem como o aproveitamento de práticas exitosas.

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Abaixo descreveremos o que pode ser considerado o esboço de nossas ações, quando distribuídas em temáticas, conteúdos oferecidos por especialistas nos mais diferentes desafios da educação especial. Destacamos os principais eixos temáticos, alinhados aos desafios encarados no cotidiano de sala de aula, elencamos alguns:

1. Oficina de atividades adaptadas. O que já existe e o que precisamos, podem ser encontradas nas mesmas situações. 2. Deficiências, transtornos e dificuldades. O pior cenário pode ser uma oportunidade 3. Fonoaudiologia e sua importância do AEE. A audição que adiciona 4. Massoterapia. Uma importante ferramenta pedagógica que alivia 5. O especial do ensino é ensinar de forma especial 6. Uma educação de sucesso. Quando a educação muda a vida 7. Oficina de Libras, Libras é nossa língua 8. Braile, Um milagre da inclusão Outros eixos temáticos estavam contemplados nas supracitadas. O mais valioso e animador sempre esteve além dos temas, ficando por conta da interação, relatos do cotidiano. Esse conjunto gerou diretamente um apego maior pela ciência da Inclusão, potencializou não só o conhecimento, mais acima de tudo renovou as esperanças, sedimentou uma boa prática pedagógica e ainda produziu uma semeadura com perspectivas producentes a curto, médio e logo prazo. Na ciência de que muito nos falta, porém com a consciência de que o realizado é suficiente para redundar em gratidão e compromisso com a continuidade.

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II PARTE RELATO DE BOAS PRÁTICAS DAS ESCOLAS ESTADUAIS SOB A CIRCUNSCRIÇÃO DA 9ª DIREC - DIRETORIA REGIONAL DA EDUCAÇÃO E DA CULTURA

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EXPERIÊNCIA EXITOSA: EQUIPE GESTORA E ESTUDANTES FACE A FACE PELA EQUIDADE

Jacqueline Lima de Medeiros Macedo (Diretora) Adeilma Dantas de Macedo Costa (Vice-Diretora) Maria Ecilda Azevedo Feitosa da Silva(Coordenadora Pedagógica) Jacinta de Fátima Lima e Silva (Apoio Pedagógico)

Quando buscamos a epistemologia da função de gestores escolares na trajetória histórica da educação, logo entendemos que, assim como todas as áreas das ciências, este ramo também ganha um novo enfoque a partir dos anos 90, cuja demanda social suscita a formação de cidadãos críticos, atuantes e reflexivos. Em consonância com esse contexto, urge uma reconfiguração das incumbências e aquele gestor de outrora, que na maioria do tempo ficava em diretorias fechadas, preocupado sobremaneira com o administrativo, perde o seu espaço, já que esse olhar é agora obsoleto. Com as mudanças ocorridas, há que se pensar: qual a função social da escola? Qual o papel do gestor escolar do século XXI, considerado como a pessoa que interpreta os objetivos da instituição, e que age com base no planejamento, organização, liderança e controle? Ao clarificá-la, o pedagógico urge como bandeira de frente, devendo ser defendida por todos os partícipes (sobretudo pelos gestores) que vivificam a escola, uma vez que nesse espaço social preserva-se a oferta do ensino-aprendizagem, pelo qual todos os segmentos escolares devem colocar-se a serviço. Assim, imbuídos dessa responsabilidade é que nós que fazemos a Escola Estadual Barão do Rio Branco em Parelhas, investimos em ações peculiares ao acompanhamento da aprendizagem dos nossos estudantes do ensino fundamental, cujo total de matrículas no ano em curso corresponde a 482 deles, distribuídos do 1° ao 9° ano. Discorreremos nessas linhas, alguns flashes relatando uma singela e simples experiência vivenciada face a face entre gestão e estudantes, atentando para a simbiose que existe nesse processo educativo, construído sob a ótica do ensino-aprendizagem equitativo, não obstante a necessidade permanente da ação- reflexão- ação, da qual evocam melhorias e alterações. Com o título do projeto “Gestores e estudantes: duas faces, um só olhar!”, buscamos a criação de vínculos com os estudantes que apresentam necessidades de aprendizagem, considerando essa via como possibilidade de aproximação, humanização e, portanto, de resolução/transposição desse citado entrave à equidade escolar. Focados na otimização da aprendizagem, após cada bimestre fazemos a análise da tabula54


ção dos dados referentes aos resultados de aprendizagem por turma. Em seguida, junto ao Conselho de Classe analisamos tais resultados, além de construirmos com base nessa análise, propostas sugestivas para a resolução dos entraves encontrados e/ou sua atenuação, considerando os estudantes como centro das decisões. Os pontos discutidos são apresentados ao Conselho Escolar, que também caminha pela mesma vereda. De posse desses resultados e após conversações com o corpo docente, identificamos os estudantes com baixo desempenho no tocante à aprendizagem e os chamamos para uma conversa em pequenos grupos, entre as faces: gestoras e estudantes, buscando tecer soluções viáveis a seu sucesso escolar. Os dados demonstram avanços no tocante à aprendizagem, embora com percentuais ainda pequenos, mas isso já é considerado positivo por nós, haja vista os resultados nesse sentido, que são mediatos, bem sabemos! São muitas as dificuldades encontradas, derivadas do “movimento” que vivifica a escola e as tantas situações nas quais as gestoras são solicitadas, por vezes precisando “quebrar” os momentos de elo conversacional estabelecido com os estudantes. Todavia, esse entrave não nos faz desistir, pois o foco é evidente. Associada a essa estratégia, chamamos os pais dos referidos estudantes para que juntos, possamos encontrar os caminhos condutores do sucesso escolar. Quando já sentimos o prenúncio do final de mais um ano letivo no qual vivenciamos essa citada prática em favor da equidade dos nossos estudantes no que concerne às suas aprendizagens, podemos afirmar a inenarrável valia de dar concretude a esta, pois sabemos que os resultados não são cem por cento, mas apontam dados favoráveis à melhoria e isso não se refere apenas a estatísticas, pois o que faz de fato valer a pena, é poder contemplar a face alegre daqueles estudantes que se mostravam apáticos; é poder sentir a sensação de estar realmente à serviço, enxergando em cada estudante que se aloca nessa instituição escolar, uma pessoa dotada de capacidades e limites, de inteligências múltiplas e de uma vida social demarcada por suas diferenças, assim como cada um de nós. Finalizamos o ano logo mais, juntando os pontos estratégicos que deram certo, refutando aquilo que se forjou entrave e redefinindo o sonho de uma prática que venha a melhorar vidas de pessoas estudantes, de forma que possam provar da equidade na matrícula, no processo e, consequentemente, nos avanços!

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O LÍDER DE CLASSE COMO PROTAGONISTA NO ESPAÇO ESCOLAR DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - EJA

Marcelo Márcio Gomes(Diretor) Odon Oliveira de Souza (Vice-diretor) Fábia Pereira de Medeiros Lira (Coordenadora Pedagógica)

É quase unanimidade a existência da evasão entre as escolas que ofertam a modalidade de Ensino de Jovens e Adultos - EJA. Esse é um problema que enfrentamos há bastante tempo e que tem nos levado a pensar acerca da nossa responsabilidade, enquanto escola, dentro dessa conjuntura. Sabemos da importância de adequarmos toda a nossa logística escolar às necessidades específicas dessa clientela afim de promover a permanência dos mesmos no ambiente escolar, mas o que temos constatado é que a evasão se dá muito mais por motivos próprios do estudante do que por falta de condições gerais dentro do ensino ofertado. Somos conhecedores do perfil da nossos alunos. Sabemos com clareza que as causas da evasão se encontram implícitas nas experiências de vida dos nossos estudantes, nas dificuldades de aprendizagem, cansaço físico, conflitos com os familiares e colegas, estrutura precária e dificuldade de conciliar tempo de estudo e trabalho, entraves dos mais diversos que não lhes permitem encontrar significado na rotina escolar. Por isso, resolvemos apostar no trabalho em conjunto com os líderes de classe tendo como perspectiva que o envolvimento entre os alunos de uma mesma turma fortaleça os vínculos com a nossa instituição e consequentemente diminua os riscos da evasão escolar. Nesse sentido, objetivando combater a evasão na nossa escola através do trabalho em conjunto com os líderes de sala, formulamos os seguintes questionamentos:

• Como combater efetivamente a evasão na nossa escola se essa é uma decisão, na maioria das vezes, inerente ao estudante? • Como podemos, enquanto escola, agir para que a evasão seja reduzida? • Como tornar o líder de classe um parceiro no planejamento e na gestão de ações que nos ajudem a minimizar a evasão na nossa escola? Como já foi relatado anteriormente, nossa instituição enfrenta como maior problema pedagógico a evasão escolar. Também já expomos nosso ponto de vista acerca do que consideramos 56


como possíveis causas para a ocorrência desse fenômeno. Os altos índices de abandono dos alunos chamaram a nossa atenção e nos impressionaram, pois, nos últimos semestres o número de alunos evadidos chegou a ser superior ao número de alunos aprovados. Assim sendo, dentre as várias estratégias para combater evasão, nossa última proposta de intervenção para essa problemática consistiu em apontar líderes de classe (a partir de critérios já pré-estabelecidos) para que, através deles, pudéssemos ter acesso em tempo hábil a informações necessárias dos nossos estudantes e principalmente perceber se existia aluno apresentando alguma possível ameaça de abandono à escola. Na terceira semana de início de cada semestre, equipe pedagógica e equipe de professores passaram a se reunir no momento da Hora-atividade para juntos discutirem sobre o perfil dos prováveis líderes. Assim, a equipe optou pela indicação dos líderes através dos professores e não através da escolha democrática entre a turma porque muitas vezes os colegas não conseguiram enxergarem quem, de fato, tinha os critérios para ser líder de sala. Desse modo, o professor que tivesse mais aulas numa determinada turma era quem apontava o líder de sala, mas precisava levar em consideração a avaliação e a aprovação, ou não, dos demais professores. Escolhidos os líderes, os professores questionavam se o (a) aluno (a) escolhido (a) aceitava ser o (a) líder de sala e se a resposta fosse positiva apresentava logo em seguida a escolha feita à turma e questionava se todos estavam de acordo e claro, explicava o porquê da sua indicação e esclarecia as características esperadas para um bom líder que foram observadas naquele estudante. Após a aceitação por parte dos estudantes indicados, assim como também de suas respectivas turmas, a equipe pedagógica marcou um encontro com o objetivo de promover uma formação entre os líderes. Buscamos nesse momento enfatizar os motivos pelos quais eles foram escolhidos e esclarecer de que forma se daria a atuação dos mesmos como os novos líderes de classe. Nessa ocasião, elevávamos a autoestima dos líderes para que se sentissem uteis e importantes diante do então desafio de estarem à frente das suas turmas desenvolvendo com sabedoria a posição de liderança. Dessa forma, eles tornavam-se cientes de que tinham como tarefa instigar também a autoestima de seus colegas e assim ajudá-los a superarem os desafios do dia a dia com coragem, determinação e perseverança. A pauta da formação também incluiu um texto (ver apêndices) que fundamentou a atuação dos estudantes na liderança da sala de aula e abre espaço para possíveis discussões sobre acontecimentos corriqueiros dentro da sala de aula e que demandaria deles sabedoria e a intervenção necessária. Ora, o objetivo que propomos é de que os mesmos fossem justamente um elo entre a escola e os demais colegas para evitar ou reduzir a evasão. Após esse momento de discussões, nós direcionamos as primeiras providências para realização do monitoramento das turmas. Primeiro passo: passamos uma lista com os nomes dos alu57


nos com seus contatos objetivando criar grupos de whatsapp objetivando a interação entre eles. Segundo passo: Orientamos para que observassem atentamente os alunos que faltaram por mais de 2 dias consecutivos sem dar justificativa, caso percebessem esse fato, precisam nos comunicar com urgência para que mantivéssemos o contato o mais rápido possível. A formação do grupo de Whatsapp também nos ajudou a repassar mudanças nos horários, haja vista que muitos dos nossos alunos apresentavam-se “desnivelados” (alunos que faziam provas na Banca de Exames Supletivos e que era aprovados em algumas disciplinas e em outras não, ou ainda, alunos de outras instituições que ficam em APP (aprovação por progressão parcial) e que preferiram se submeter à prova ao invés de ficarem assistindo aulas e fazendo várias provas durante o ano seguinte. Enfim, consideramos que essa ação em parceria com os líderes foi positiva e em nova edição possivelmente poderá sofrer alterações necessárias nos aspectos que puderem ser melhorados. Após a implantação da parceria com os líderes de classe ainda no 2º semestre de 2017, consultamos os gráficos através dos dados da secretaria e percebemos uma queda nos índices de evasão em cerca de 30%. Sabemos que ainda podemos melhorar esses números, mas sabemos também que fazemos o que está ao nosso alcance, enquanto escola, pois a evasão se efetiva, principalmente, por motivos que estão além dos muros escolares. Observamos como outros benefícios o fato das turmas estarem mais unidas e independentes. Assuntos relacionados à aprendizagem também são discutidos nos grupos e ajudam a fixar os conteúdos. Um fato interessante que podemos relatar aqui é que, no turno da noite, como não existe pausa e a merenda é servida antes das 19h, pois os 4 horários de 45 minutos são corridos, os alunos se combinam através desses grupos de whatsapp para trazerem café e às vezes Coca-Cola para se manterem acordados. Ainda, estamos em análise acerca do que pode ser melhorado ou acrescentado nessa proposta de intervenção. A cada início de novo semestre e consequentemente entre a troca de líderes, as reuniões e formações tomam novos rumos, pois cada um deles têm suas características próprias e cada turma também tem suas especificidades. São acrescidas novas informações, novas atribuições como, por exemplo a participação de todos nas reuniões do Conselho Escolar como representação dos estudantes. Consideramos que um ponto que necessita ser levado à reflexão de toda a equipe diz respeito à participação dos professores no combate à evasão que ainda é muito tímida. Alguns poucos não se envolvem ou não demonstram um interesse mais ativo pelo estudante que vai deixando de frequentar. Consideramos que quando o professor pergunta pelo aluno, trata-o pelo nome, sabe de sua história e se interessa por sua presença e participação na sala de aula ele se sente mais estimulado e observado e vai levar isso em consideração quando em pensar em abandonar a escola. Por outro lado, se o professor está na escola sem demonstrar um olhar atento e sensível, o 58


estudante irá supor que se abandonar a escola ninguém sentirá sua falta. APÊNDICES Apêndice 1: Texto para formação com os líderes

QUEM É O REPRESENTANTE DE SALA? O representante de turma poderá ser qualquer um dos alunos indicado pelo professor (que também é o professor responsável pela turma), tendo ainda a aceitação da maioria de seus colegas. O aluno escolhido para representar a turma recebeu do professor e de seus colegas um voto de confiança para exercer a função, o que faz aumentar sua responsabilidade e necessidade de dedicar-se à vida escolar, para que seu desempenho seja de boa qualidade. QUALIDADES DO REPRESENTANTE DE SALA: -Líder democrático (representará a turma com a cooperação de todos); -Compreensivo (entender as dificuldades dos colegas); -Educado e cortês; -Responsável; -Honesto; -Imparcial; -Ter iniciativa; -Justo; -Leal; -Assíduo nas atividades da escola e de representação; -Dinâmico; -Estudioso; -Ser exemplo para os demais alunos

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ATRIBUIÇÕES DO REPRESENTANTE DE SALA: -Informar ao professor-responsável ou a coordenação/direção qualquer anormalidade na sala de aula; -Ser elemento de ligação com a turma com os professores e os serviços da escola; -Participar das reuniões solicitadas pela Direção/Professores; -Informar a turma sobre os assuntos tratados nas reuniões; -Transmitir à turma recados e informações sobre assuntos de interesse coletivo recebidos da Escola; -Acompanhar os colegas nas dificuldades apresentadas (aprendizagem, atitudes, faltas, casos de doença) auxiliando a Supervisão e os Professores; -Colaborar com os colegas novatos para que se adaptem ao ambiente escolar. -Ter, sempre que possível, o número de telefone dos colegas e saber o nome deles (Muito Importante!) Apêndice 2: Registros fotográficos das formações com os líderes/Semestre 2017.2

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LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA EDUCATIVO: ESTRATÉGIA DE LEITURA E PRODUÇÃO DE CONHECIMENTOS

Luzia Neuza de Medeiros Araújo (Diretora) Lujosmar Silva de Macêdo(Vice-diretor) Luiz Antônio da Silva dos Santos (Coordenador Pedagógico)

Uma escola responsiva as novas demandas da contemporaneidade exige novos espaços formativos. É perceptível que o modelo tradicional não atende as necessidades de uma nova metodologia de educação. Desse modo, é preciso refletir de que forma podemos usar essas tecnologias de forma a levar o estudante a ser um sujeito da pesquisa e um produtor de novos conhecimentos. Dialogando com essa necessidade urgente, a Escola Estadual Dr. Sílvio Bezerra de Melo realizou no segundo semestre de 2018, a ação estratégica de reativar o espaço do Laboratório de Informática Educativo, uma iniciativa da equipe pedagógica junto a dupla gestora, inserida no plano de trabalho da agenda de atividades do Programa Jovem de Futuro. A ação estratégica foi mobilizada pela dupla gestora que articulou, por meio das instâncias democráticas da escola, decisões administrativas coletivas para aquisição de novos equipamentos tecnológicos a favor da aprendizagem dos estudantes. A referida ação demonstrou ser uma estratégia eficaz, pois a tecnologia já é parte da realidade dos estudantes e se constitui ferramenta rica para propiciar condições facilitadoras para processos educativos, criar centros de interesses e engajar os estudantes num trabalho colaborativo. A ação do Laboratório de Informática Educativo: estratégia de leitura e produção de conhecimentos é uma proposta que objetivou reativar esse bem cultural, transformá-lo em um novo espaço formativo da escola de forma a promover aprendizagens ativas e significativas. Com esta ação, visualizamos a possibilidade de recriação de um espaço formativo que possibilitasse o aporte pedagógico aos professores, o fomento à pesquisa, a aula online, bem como possibilitasse a realização de workshops de conteúdos relevantes para o público jovem da escola, tudo isso com a finalidade de subsidiar e elevar o desempenho dos nossos estudantes, buscando auxiliar os alunos com dependência de uma ou mais disciplinas e visando reduzir o número de indicadores de baixo desempenho dos alunos. Nossa escola está localizada em contornos de território estigmatizado e contempla estudantes originários de bairros de características sociais desfavoráveis e de contextos familiares problemáticos. Isso reflete diretamente na baixa autoestima de muitos estudantes, causando ausência de pertencimento e desinteresse dos alunos pelas atividades escolares. Frequentam as aulas 61


por obrigação, porém são indiferentes diante das iniciativas dos professores, que demonstram-se frustrados por não conseguirem alcançar totalmente seus objetivos. Diante dessas problemáticas estruturais e da ausência de projeto de vida desse público do ensino médio, buscamos trabalhar projetos pertinentes à comunidade escolar buscando enfrentar o impacto desse conjunto de dificuldades sobre os desfechos escolares individuais. Como enfrentar a realidade de vários estudantes no ensino médio com ausência de projetos de vida, baixa autoestima, contextos sócio familiares debilitados e indiferentes as atividades escolares? Guiado por tal questionamento, desenvolvemos a ação estratégica do Laboratório de Informática Educativo: estratégia de leitura e produção de conhecimentos, tendo como enfoque os estudantes do Ensino Médio. No tocante ao percurso de execução do projeto, inicialmente elegemos os eixos de trabalho para o Laboratório de Informática Educativa. Para que o novo espaço formativo se tornasse funcional, foi necessário redimensionar sua utilização, para isso, definimos quatro eixos norteadores para o plano de trabalho, a saber: o Laboratório de Informática Educativo como suporte pedagógico e extensão de sala de aula para os professores, o laboratório como um espaço de fomento às pesquisas, e, por último, a promoção de workshops para fomentar a produção de novos conhecimentos e as aulas online visando enfrentar dificuldades de aprendizagens, baseado em centro de interesses e necessidades dos próprios estudantes. Destacamos que a participação dos discentes nos horários da pesquisa, nos workshops e nas aulas online, se deu no contraturno escolar. Em passo subsequente, produzimos um momento de sensibilização com professores e estudantes separadamente, o momento permitiu enfrentar eventuais resistências e alcançar um alinhamento básico para que fosse reativado o espaço formativo do Laboratório de Informática Educativa e engajar os docentes para sua utilização pedagógica. O referido espaço de aprendizagem dispõe de acesso à internet e está equipado com 9 computadores (2 Desktops e 7 Notebooks), 10 tablets, e conta com dois facilitadores, que atuam no local auxiliando na parte técnica e pedagógica. Ainda versando sobre as ações, foi elaborado um quadro onde foram feitas as reservas do espaço pelos professores e estudantes, oportunizando assim a ciência dos dias e horários disponíveis para as práticas concernentes a cada eixo de trabalho, isto é, os dias disponíveis para professores, para a pesquisa estudantil, para as aulas online e para a realização dos workshops. Buscando o desenvolvimento de nossos estudantes, realizamos o primeiro workshop cujo a temática foi “Normatizações de Trabalhos Escolares”. A proposta pretendia introduzir os estudos dos conceitos e práticas para a elaboração de trabalhos escolares, nos padrões normativos exigidos, buscando estimular sua utilização como aporte em sala de aula, pois percebemos o nível da produção de trabalhos escolares muito abaixo da expectativa e incompatíveis com o ano/série estudada. Nos encontros os alunos puderam aprender os seguintes conteúdos, a saber: o que é a ABNT e para que serve, como fazer citações diretas e indiretas, formatar um trabalho em conso62


nância com as normas acadêmicas exigidas, fazer referências de sites e livros e etc. Na condição de professores facilitadores, tivemos a participação de três professoras orientadoras, duas que atuam na biblioteca da escola e uma que já atua no Laboratório de Informática Educativa, ambas foram voluntárias no projeto. Avançando na ação estratégica, realizamos o segundo workshop cujo a temática foi “Como apresentar um bom seminário”. O objetivo central dessa proposta formativa foi introduzir conceitos sobre posturas e recursos para a elaboração de um bom seminário. A proposição também visou o aperfeiçoamento da utilização de recursos audiovisuais avançados nas apresentações dos estudantes. Dentre os vários conteúdos aprendidos, destacamos os seguintes: O que é um seminário. Como organizar a pesquisa. Como organizar as fontes. Como sistematizar as falas. Como utilizar os recursos audiovisuais (Power Point) e dicas de como vencer a timidez. Concernente aos facilitadores, tivemos a participação de um ex-aluno especial da escola, portador de deficiência neuromuscular, hoje estudante da UFRN e palestrante. Ressaltamos que essa participação do professor orientador com necessidade especiais foi muita significativa para a escola, pois evidenciou na prática a corporificação de nossos discursos referentes a educação inclusiva. Dando continuidade à ação, desenvolvemos a estratégia da aula online. A ação visou contribuir positivamente para a melhoria de desempenho dos alunos e cooperar com o trabalho realizado pelos docentes em sala de aula. Nessa perspectiva, a aula online pode ser traduzida como uma espécie de reforço educativo para superar dificuldades oriundas das disciplinas clássicas de Língua Portuguesa e Matemática, sendo que esta última, atingiu níveis altíssimos de alunos com dependência em uma ou mais disciplinas. A ação visa trabalhar no estudante a autogestão de suas aprendizagens e autodesenvolvimento. Pensando na melhor forma de otimizar ação, a coordenação realizou o acompanhamento dos alunos quem estão matriculados em APP e daqueles que também estão em dificuldade de aprendizagem no contexto escolar. Em momento realizado pela coordenação pedagógica com o auxílio do professor orientador do Laboratório de informática, os estudantes selecionados realizaram um plano de estudos quinzenal, onde em horários agendados puderam assistir aulas online dos conteúdos mapeados com o auxílio do professor de sala de aula. Essas aulas online foram escolhidas com o auxílio do professor orientador do Laboratório de Informática Educativa da escola, são videoaulas com duração máximo de 8 a 10 minutos e que contemplavam um conteúdo por vez. Assim, o aluno frequenta o Laboratório de Informática Educativa duas vezes por semana, uma hora por dia, sempre no contraturno escolar. Na estratégia adotado houve iniciativa de professores, alunos e funcionários o que contribuiu para a autonomia do grupo e o êxito da proposta. Nesse contexto, verificamos como resultados do projeto que ele produziu impactos sobre a motivação dos estudantes, podendo ser traduzida no aumento significativo de mais 30% dos indicadores de notas dos estudantes regulares, 63


superando os baixos indicadores da média no primeiro bimestre, bem como daqueles que estão com dependência em uma ou mais disciplinas. Dessa maneira, o novo espaço está aí para facilitar novas e ativas metodologias, possibilitando que os estudantes tenham acesso garantido a um direito fundamental e a um bem cultural capaz de impactar seus desempenhos. Nesse sentido, percebemos a necessidade de ainda continuar fomentando novas iniciativas de acompanhamento e que promovam novas aprendizagens, bem como fomentar condições para surgimentos de mais metodologias ativas no espaço formativo da sala de aula, pois não é suficiente produzir novos espaços formativos na escola, se o espaço de sala de aula não acompanhar essas mudanças. Nessa perspectiva, passamos a descrever na sequência outra prática que realizamos e consideramos significativa para relatar neste documento, que nomeamos de Mapas de Aprendizagens: Estratégia para uma Gestão de Aprendizagem na Escola Sabemos que iniciativas nacionais e internacionais confirmam a necessidade de fortalecer nas escolas o foco no monitoramento sistemático dos indicadores de desempenho dos estudantes por meio da construção de uma sólida base de dados. A proposta de monitoramento de desemprenho estudantil, estudante por estudante, em intervalos periódicos de tempo, fornecem dados relevantes para o planejamento e a execução de ações que visam reduzir significativamente fragilidades nos processos de ensino e aprendizagem, podendo se apresentar como uma ferramenta importante na tentativa de superar o insucesso escolar. A necessidade de mensurar o desempenho dos estudantes periodicamente da Escola Estadual Dr. Sílvio Bezerra de Melo se deu em função de três necessidades orgânicas: A primeira diz respeito a busca constante por melhorias nos processos de aprendizagens dos estudantes devido as dificuldades globais que cada vez mais estão presentes no cotidiano da escola pública. A segunda razão está associada ao fato de que grande parte dos estudantes da escola, quando questionados sobre seus desempenhos nos componentes curriculares, não demonstravam ciência alguma de suas próprias notas, evidenciando assim um indiferentismo e uma ausência de autogestão de sua vida estudantil, com implicações por vezes graves. A terceira razão está baseada na necessidade de monitorar os resultados esperados de dois projetos pedagógicos desenvolvidos pela instituição que, dentre alguns objetivos, buscava elevar os indicadores de desempenho de 30% dos estudantes, a saber: o projeto Talk Show profissões: Um dia cada um terá a sua e o projeto da Galeria de alunos destaques por bimestre. O projeto “Talk Show profissões: Um dia cada um terá a sua” tinha como objetivo central despertar as consciências dos estudantes do ensino médio para o mundo do trabalho e as profissões, bem como também a necessidade de sensibilizá-los para a construção de um projeto de vida. A galeria de alunos destaques por bimestre objetivava incentivar e dar visibilidade aos alunos que 64


alcançavam notas iguais ou maiores que seis em todos os componentes curriculares, ou seja, uma estratégia prática para motivar os estudantes a melhorar seus indicadores de desempenho. Nesse contexto, nos indagamos: como fazer a gestão regular desses resultados sem uma boa base de dados e uma ferramenta que permitisse automatizar algumas tarefas desse processo? Diante de tal necessidade, a coordenação pedagógica da escola, ancorada em reflexões teóricas e em investigações empíricas anteriores, teve a iniciativa de criar os mapas de monitoramento das aprendizagens das turmas por meio de planilhas. A proposta visa por meio da criação de planilhas inteligentes monitorar bimestralmente os resultados de aprendizagens refletidos nos indicadores de notas. No tocante a elaboração dessa ferramenta digital, as planilhas/mapas foram pensadas para monitorar os resultados tanto na perspectiva global da turma como também na perspectiva individual, aluno por aluno. Utilizando recursos da própria ferramenta digital, as planilhas foram planejadas para transformar e traduzir um conjunto de indicadores de notas em setas que sinalizam avanços ou alertas nos resultados das aprendizagens, bem como gerar resumo analítico e gráficos que facilmente sinalizam percentuais de alunos com aprendizagem adequada, evidenciando alunos acima e abaixo da média e médias globais das turmas em cada componente curricular. Em passo subsequente que buscava a atualização desses mapas, lançamos mão do recurso de exportação de dados em formato de Excel (xls) presente no SIGEduc - Sistema Integrado de Gestão da Educação do RN. Após baixamos os mapas de notas do SIGEduc, em formato de planilha, efetuamos as copias das notas para os mapas de aprendizagens, que automaticamente atualizavam os alertas e sintetizavam o percentual de alunos abaixo e acima da média, bem como os gráficos que fazem comparativo dos resultados de cada componente curricular. As notas abaixo de seis, nas planilhas inteligentes, são convertidas em setas vermelhas apontando para abaixo, para evidenciar a necessidade de pausa reflexiva por parte do aluno, já as notas iguais ou maiores que seis pontos, são transformadas em setas verdes apontadas para cima, indicando avanço e bom fluxo no desempenho dos estudantes. A ferramenta também dispõe de filtros de seleção que auxiliam na análise dos resultados obtidos. Buscando também avançar na melhoria das leituras reflexivas dos resultados escolares, a escola, além da entrega de boletins, publica num painel de resultados os mapas de aprendizagens de cada turma em tamanho grande, buscando facilitar a reflexão e a leitura dos dados, tanto por parte dos professores, da coordenação pedagógica, dos alunos e dos pais da escola, proporcionando também uma leitura global do desempenho e a construção de uma cultura de resultados. A estratégia dos mapas de aprendizagens possibilitaram efeitos significativos e permitiram o avanço em vários processos da escola, tais como: o monitoramento aluno por aluno da escola, aumentando assim as chances de intervenção individual e global nos percursos das aprendizagens; contribuiu para aferir se a escola vem conseguindo ou não alcançar os resultados esperados nos projetos pedagógicos; colaborou também na construção de uma cultura estudantil ancorada na 65


sensibilização para a autogestão dos resultados de cada estudante; auxiliou na leitura mais acurada por parte dos pais quando visitam a escola, e, sobretudo, contribuiu para o planejamento e a correção de rotas no tocante aos resultados das aprendizagens globais. Nesse contexto, entendemos que o foco no monitoramento, aluno por aluno, se constitui na obtenção de informações objetivas sobre o desempenho da escola nas suas múltiplas dimensões, buscando produzir a melhoria nas condições de aprendizagem e contribuir para despertar o interesse dos estudantes. Por fim, verificamos que a estratégia produziu impactos sobre a motivação dos estudantes, sobre seu interesse pela vida escolar, podendo isso ser traduzido na elevação dos indicadores de notas dos estudantes, isto é, essa prática pode ajudar a conquistar bons resultados.

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PLANILHAS DE ACOMPANHAMENTO DA APRENDIZAGEM José Garcia(Diretor) Sandra ramos (Vice-Diretora) Nilba dos Santos Medeiros (Coordenadora Pedagógica)

A Escola Estadual em Tempo Integral Angelita Félix Bezerra - EETIAFB, localizada na Microrregião da Serra de Santana, mais especificamente no Município de Lagoa Nova/RN, circunscrição da 9ª DIREC, assumiu no ano de 2017 o desafio junto ao Governo do Estado do Rio Grande do Norte, de implantar em seu sistema de ensino o ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL. Somos conscientes e podemos dizer que são vários os dilemas que a sociedade enfrenta, em especial a nossa escola, das dificuldades desse modelo, em uma escola composta de 22 comunidades, todas dependentes de transporte escolar. No entanto, já existe aceitação ao modelo, tanto por parte dos estudantes, famílias, gestores, professores e a comunidade de uma forma geral. Neste ano de 2018 estamos dando continuidade ao Promédio Integral com mais satisfação, entusiasmo e compromisso por parte de toda a equipe. A discussão acerca da educação Integral e a oferta de Educação em Escolas em Tempo Integral, é um conteúdo que vem sendo alvo de debates no Brasil, visto que, é cada vez maior os desafios que se expressam diante dos cidadãos que exigem deles a tomada de decisões que tenham como resultado o êxito. São vários os dilemas que a sociedade enfrenta, em especial a escola, cuja insatisfação com o ensino se evidencia notoriamente, tanto por parte dos estudantes, famílias, gestores, professores e pesquisadores. A realidade do estado do Rio Grande do Norte se alinha a esse contexto, quando vivenciamos resultados preocupantes, com altas taxas de reprovação - 13,90% (2015), de abandono - 14,40% (2015); distorção idade série, de 39,50% (2016) e aprovação de 71,70% (2015), que provoca resultados pífios, como o IDEB 2015 de 2,8%. A média geral do Enem 2015, a rede estadual foi de 467,77 pontos, com baixa participação dos alunos no Exame Nacional do Ensino Médio. Nos resultados apresentados pelo Sistema Integrado de Monitoramento e Avaliação Institucional-SEEC/ RN (SIMAIS 2016), dos alunos avaliados na 3ª série do Ensino Médio das Escolas Estaduais só 5,7% estão com aprendizagem adequada em Leitura; 0,4% em Matemática; 2,3% em Ciências Humanas e 1,6% em Ciências da Natureza. Em 2011, segundo o IBGE/PNAD há um número elevado de jovens na faixa etária de 15 a 17 anos fora da escola, perfazendo um total de 18.434 (10%). Diante desse contexto, torna-se relevante se pensar em uma educação centrada no desenvolvimento do pensamento científico, e consequentemente, uma escola que forme integralmente os estudantes, de modo que eles vivenciem na própria escola situações de seu cotidiano. Portanto, torna-se importante a adesão do Programa de Escola em Tempo Integral no Estado, uma realidade que permite aos estudantes vivenciarem o seu princípio - a escola ser a própria vida e não preparar 67


para a vida, uma vez que se trata de uma proposta inovadora já comprovada, com resultados consolidados em relação a melhoria da qualidade do ensino-aprendizagem Ensino Médio, bem como em outros níveis de ensino. Nas escolas contempladas pelo Pro-Médio Integral já é perceptível uma melhora em alguns índices: dos alunos avaliados na 3ª série das Escolas Estaduais de Ensino Médio em Tempo Integral 28% estão com aprendizagem adequada em Língua Portuguesa e em Matemática. Os nossos VALORES pautam-se no RESPEITO, na ÉTICA, na IGUALDADE, na SUSTENTABILIDADE, na SOLIDARIEDADE, na LEGALIDADE, na TRANSPARÊNCIA e na EFICIÊNCIA. Nossa VISÃO é ser referência nos serviços educacionais prestados à comunidade. Inovando nas práticas pedagógicas e no aprimoramento permanente da qualidade do ensino aprendizagem e na formação humana integral do indivíduo. E nossa MISSÃO é garantir um ensino de qualidade fundamentado em uma proposta inovadora e inclusiva, que contemple e promova a FORMAÇÃO HUMANA E INTEGRAL do sujeito em todas as suas dimensões - intelectual, física, emocional, social e cultural, constituindo e consolidando uma forte base de conhecimentos e de valores. Baseados na prioridade e nos indicadores e metas acima citados, neste ano de 2018, estudamos mais a fundo o Modelo da Gestão da escola em tempo Integral, e juntos, (Equipe Escolar), no indicador contido no Plano de Ação, analisou-se que a meta de aprovação é de 95%. Diante disso, viu-se a necessidade de um instrumental de gestão de notas que fosse analisado todos os bimestres as notas dos alunos de forma individual, por disciplina, por área e no Geral. Nesse sentido, a ideia inicial veio através do Professor Paulo Roberto Gonçalves dos Santos, que junto a Coordenadora pedagógica Nilba dos Santos Medeiros foi estruturada uma planilha em Excel que informa todos os trabalhos quantitativos e qualitativos desenvolvidos pelo aluno durante o bimestre. Essa planilha preenchida pelo professor, é repassada para o professor Paulo Roberto (este responsável pelos resultados da planilha), que logo após é enviado para a coordenação pedagógica da escola para análise dos pontos atenção por disciplina e por área. Feito isso, ocorre a reunião do Conselho de Classe para fechamento das notas, e logo após convoca-se os pais e responsáveis para amostragem dos resultados, que logo em seguida são convocados individualmente pela gestão para pontos críticos dos alunos. Depois de fechada as planilhas de acompanhamento, os coordenadores de Área entram em ação, observando os pontos de atenção do Planejamento e posteriormente, retoma os Guias de Aprendizagem e os programas de ação do Bimestre seguinte. Desse modo, a boa prática consistiu no desenvolvimento de planilhas eletrônicas no Excel em uma folha de cálculo disposta em forma de tabela, de acordo com os planejamentos da escola e evidências estatísticas na qual possibilitaram a síntese de notas com rapidez, praticidade e baixo custo. O objetivo principal consistiu em potencializar o trabalho docente na composição e organização de notas e sínteses bimestrais favorecendo o replanejamento dos próximos bimestres. Para 68


tanto, foi construída uma matricial composta com abas de todas as turmas, e distribuídas a cada professor que passa a alimentá-la de acordo com a especificidade de sua disciplina. Ao final de cada bimestre foi organizado um quadro de rendimentos por área do conhecimento. Os recursos exigidos para a realização do projeto foi basicamente computadores, tablets ou smartphones com o programa do Microsoft Excel instalado. Assim, avaliamos que os resultados do projeto foram positivos, tendo em vista que promoveu a dinamicidade da contabilização de notas, possibilidade de cruzamento de dados, identificação de pontos de atenção e potencialidades, impactando pela apresentação de notas aos pais e alunos em tempo hábil, economia de materiais, e aumento da assertividade em decorrência a automatização dos cálculos.

Reunião de Pais e Representantes 69


Constatou-se nesse instrumental, uma postura nova nas formas de avaliar os estudantes por parte dos professores e da escola, tomando-se como base a Portaria de Avaliação Nº 981/2016, que diz que a mesma é “contínua e cumulativa”, e que se desenvolve a aprendizagem planejando e replanejando em tempo hábil de recuperar o aluno, uma vez que, o instrumental dar oportunidade de realizar recuperação semestral. Nesse aspecto, a Gestão Escolar acompanha e colabora na construção de um planejamento teórico e prático, a fim de garantir que a Educação se faça de qualidade para todos. Portanto, para o ano de 2019, pretende-se dar continuidade a esse instrumental de gestão. Sendo que já existem planos de melhoria nas planilhas, acrescentando novos dados que ainda não podem ser aqui citados, porque estão em estudo pela equipe. Por fim, espera-se com isso, que a escola cumpra melhor sua função social e se papel político institucional.

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RELATO DE BOAS PRÁTICAS EM GESTÃO ESCOLAR

Renata Janaina Costa Duda da Rocha (Diretora)1 Luziane Raniere da Silva (Coordenadora Pedagógica)

A Escola Estadual Aristófanes Fernandes é uma escola pública de referência em qualidade de educação, que busca cada vez mais atender melhor à comunidade num resgate à cidadania, além do conhecimento sistematizado. Está situada geograficamente na micro-região Serra de Santana e localizada a rua João Paulino de Souza Nº.162, bairro: Centro na cidade de São Vicente-RN. Numa área total de 2.130,48m2 e apresentando uma área construída de 1.036,00 m2, tem um área livre a ser construída de 1.094,48m2. Ela é mantida pelo Estado do Rio Grande do Norte e administrada pela Secretaria de Estado da Educação e da Cultura. No início, a Escola era Municipal e atendia apenas de 5ª e 8ª séries, foi criada pela Lei nº. 9 de 08 de março de 1973 pelo ex-prefeito “Osmildo Fernandes da Costa, seu funcionamento foi autorizado pela portaria nº. 353/76 em 16/12/1976 e publicada pelo Diário Oficial do Estado em 28/12/1976”. Passando a ser estadualizada pelo Decreto Nº. 8.610 de 09 de março de 1983, com a expansão do ensino do 2º grau oferecendo o curso de auxiliar de contabilidade, autorizada pela portaria Nº. 919/81 em 01/02/1981. Em 20/07/1998 a escola recebe autorização para funcionamento das habilitações em Formação para o Magistério e Auxiliar de Contabilidade a qual beneficiaram a comunidade estudantil com cursos profissionalizantes, valorizando os nossos alunos no campo do trabalho. No ano de 1999, a escola atendendo a LDB (Lei de Diretrizes e Bases) muda novamente sua nomenclatura, substituindo os cursos de auxiliar de contabilidade e magistério respectivamente, pelo então Ensino Médio e Ensino Médio modalidade normal (antigo magistério) o qual já foi 1

Equipe gestora da Escola Estadual Aristófanes Fernandes na cidade de São Vicente/RN

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extinto. A escola ofereceu ainda no período de 1996 – 2007 o Ensino Fundamental modalidade Educação de Jovens e Adultos nos níveis III e IV. Atualmente trabalhamos com o Ensino Fundamental de 6º ao 9º ano (162 alunos), Ensino médio e ensino médio profissionalizante da 1ª a 3ª serie, (138 alunos) curso este que dá a valorização do aluno na entrada para faculdade e para o trabalho. Em 1998 foi contemplada com o serviço de restauração da escola que tinha como estrutura física: 07 (sete) salas de aulas), 01 (uma) secretaria, 01 (uma) sala de professores, 01 (uma) diretoria, 01 (uma) cozinha, 03 (três) banheiros e (01) quadra de esportes. Posteriormente no ano de 2006 recebeu uma outra reforma e atualmente apresenta as seguintes dimensões: Salas de aulas – 06, Biblioteca- climatizada – 01, Sala informática- climatizada – 01, Sala de Direção- climatizada – 01, Sala de Supervisão – 01, Sala de Professores – 01, Sala para laboratório – 01, Cozinha – 01, Quadra esportiva coberta – 01, Banheiros – 06, Dispensa - 01 O ensino fundamental da Escola Estadual Aristófanes Fernandes, em São Vicente/RN, enfrenta alguns entraves com relação à aprendizagem. Os alunos, oriundos dos anos iniciais do ensino fundamental de outras instituições escolares, chegam ao nosso 6º ano com muitas dificuldades acumuladas, principalmente com relação à leitura, escrita e as operações básicas da matemática. Observamos que essas dificuldades vão se perpetuando pelas séries seguintes e chegam de forma ainda mais acentuada no ensino médio. Sabemos que a leitura, a escrita e o domínio das operações fundamentais da matemática são aprendizagens prévias essenciais, uma espécie de pré-requisito de absoluta necessidade para que os alunos aprendam os conteúdos de maior complexidade nas séries seguintes. No entanto, temos ciência de que precisamos intervir nessas circunstâncias mesmo sabendo que essas dificuldades não advêm diretamente de nossa responsabilidade enquanto escola. Partindo dessa realidade, nosso planejamento para melhoria nos resultados da aprendizagem desses estudantes incluiu como prioridade a parceria com a família no intuito de juntos desenvolvermos ações sinérgicas que fossem verdadeiramente capazes de melhorar o rendimento dos estudantes. Desse modo, entendemos que a parceria entre família e escola traz impactos positivos não só para a vida e formação do aluno, como também aviva a escola. Se família e escola têm essa visão, essa relação deixa de ser de cobrança entre ambas e passa a ser de colaboração, com cada parte trazendo seu olhar na perspectiva que lhe cabe. Assim, estabelecemos como meta melhorar a aprendizagem dos nossos alunos através da parceria entre família e escola. Para tanto, partimos dos seguintes questionamentos: 72


● Como podemos contribuir para a melhoria da aprendizagem dos nossos estudantes se, ao chegarem à nossa escola, já trazem dificuldades adquiridas nas escolas das séries iniciais? ● Como o professor de Ensino Fundamental maior pode auxiliar aos alunos que têm dificuldades de aprendizagem mais acentuadas, haja vista a necessidade de focar nos conteúdos pertinentes a cada série? ● Como a família pode tornar-se parceira da nossa escola e contribuir diretamente para a melhoria da aprendizagem dos alunos?

Assim, ao final do 2º bimestre letivo de 2018, a equipe gestora e pedagógica da Escola Estadual Aristófanes Fernandes percebeu nitidamente a quantidade elevada de notas abaixo da média 6,0 em todas as séries do Ensino Fundamental. Esses números despertaram nossa atenção, uma vez que já vinham acontecendo desde o 1º bimestre. Esse foi o primeiro passo para efetivar a mudança pretendida: analisar os resultados bimestrais de cada turma, aluno por aluno, a fim de buscarmos respostas pertinentes que nos apontassem a origem do problema para que assim pudéssemos planejar as ações futuras objetivando reverter essa realidade negativa. Para isso, realizamos um Conselho de Classe com a presença dos professores, equipe gestora e pedagógica. Juntos, discutimos sobre os problemas de cada turma; apontamos os alunos com aprendizagem mais comprometida; os alunos que faltam em excesso; alunos com problemas de indisciplina e ainda alunos que estão em risco de reprovação. Todas essas informações foram registradas em uma ata previamente elaborada e no fim assinada por todos que ali se encontravam. Ao término do Conselho de Classe, as equipes presentes chegaram à conclusão de que o problema realmente era proveniente do fato de que alguns alunos, entre esses, os que possuem mais dificuldades, chegam à nossa escola com o processo de alfabetização não concluído, ou seja, recebemos alunos que não têm as competências básicas de aprendizagem necessárias para que possam adquirir conhecimentos mais complexos nas séries seguintes. Identificado o problema, nos reunimos novamente para que pudéssemos pensar numa proposta de intervenção que pudesse reverter esse quadro. Várias propostas foram sugeridas, muitas pertinentes à resolução do problema, mas o empecilho se dava pelo fato de encontrarmos a burocracia presente nas escolas estaduais com relação aos recursos humanos dos quais dispomos. Desse modo, optamos por pedir a parceria das famílias no intuito de nos ajudarem a fortalecer a aprendizagem dos estudantes, sobretudo de mostrar interesse pela vida escolar dos mesmos. 73


Nosso próximo passo foi marcar uma reunião de pais, mas num formato em que ficassem separados por turma, assim como seus filhos. A reunião foi marcada em um horário em que a maioria dos pais pudesse estar presente, mais precisamente às 18h. Professores, apoio pedagógico e gestão se dividiram para que pudessem ministrar as reuniões para cada grupo de pais. A pauta foi elaborada cuidadosamente para que o nosso objetivo fosse atendido (ver apêndices). De início, foi feita a leitura de uma reflexão “O nó do afeto” para estimular a interação entre os presentes. Professores puderam conversar primeiramente a respeito da turma no aspecto coletivo e em seguida trataram de alguns pontos corriqueiros que atrapalham o desenvolvimento das aulas, mas sem citar nomes de alunos. Depois os docentes realizaram a entrega formal de boletins. Elaboramos ainda, um certificado para ser entregue aos pais dos alunos-destaques do bimestre no intuito de instigar que outros alunos também se esforcem para estar recebendo o certificado nos bimestres seguintes. Finalmente, quando os pais estavam com os boletins em mãos, os professores falaram a respeito de como realizam a avaliação dos alunos, principalmente acerca de como é composta a média bimestral de cada um; quantas e quais atividades avaliativas são realizadas; critérios para a avaliação qualitativa, atividades de casa entre outras questões relacionadas a essa temática. Muitas dúvidas foram elucidadas, principalmente porque a maioria dos pais não entendia como se dava todo esse processo de avaliação. Alguns, inclusive, não sabiam que as tarefas de casa também eram parte considerada nesse processo avaliativo. Concluída essa parte da pauta, os professores que estavam ministrando a reunião indagaram aos pais acerca da possibilidade de criarem grupos de whatsapp de pais para cada turma para que pudessem estar em interação diária, assim como cientes das atividades que são requisitadas, seus prazos e outras ocorrências importantes que nem sempre os estudantes comunicam aos seus responsáveis. Os pais acharam excelente a ideia e assim preencheram uma folha com seus nomes e respectivos contatos. A presença dos pais na reunião se deu em um número bem satisfatório, cerca de 80% dos responsáveis de cada turma estavam presentes. Ao avaliarem o novo formato da reunião, os pais disseram que estarem reunidos de acordo com as turmas dos filhos era bem mais proveitoso porque tinham, inclusive, menos vergonha de falar e pedir esclarecimento a respeito de possíveis dúvidas. Consideramos que este momento serviu para aproximar mais os pais da escola e os fez sentirem-se parte integrante da instituição escolar. A gestora teve o cuidado de passar de sala em sala falando da importância de os pais demonstrarem mais atenção e cobrança à vida escolar de seus filhos e pediu a colaboração no sentido de estarem mais presentes no dia a dia da instituição, assim como de conversarem constantemente com os filhos mostrando a importância de levar a 74


vida escolar mais a sério. Assim, pudemos perceber rapidamente alguns sinais positivos em relação à efetivação do acompanhamento mais intenso dessas turmas. Na semana posterior da ocorrência da reunião, os alunos pareciam estar mais motivados, interessados. As faltas diminuíram e também diminuiu o número de alunos que chegavam apenas a partir do 2º horário. Um número bem maior de alunos passou a entregar as tarefas de casa dentro do prazo solicitado e demonstraram mais interesse acerca dos critérios que compunham a nota qualitativa como, por exemplo, comportamento, participação nas aulas, responsabilidade com o material... Observamos principalmente que, ao final do 3º bimestre o número de alunos com média inferior a 6,0 diminuiu consideravelmente, pois também receberam esclarecimentos acerca de como acontecia o processo de avaliação. Os professores relatam que houve melhoras significativas no desenvolvimento de suas aulas e que observam os alunos muito mais comprometidos e envolvidos com a sua própria aprendizagem. De fato, pais e responsáveis passaram a vir com mais frequência à escola, não só para deixar seus filhos, mas também dentro do expediente normal para saberem a respeito do comportamento dos mesmos e se estão dando retorno nas questões relacionadas à aprendizagem. Ainda estamos em fase de observação e análise para que possamos reavaliar e replanejar nossas próximas ações. Essa proposta de intervenção é recente e por isso acreditamos que colheremos outros frutos até o término do ano letivo. Em curto prazo, consideramos que precisaríamos de recursos humanos que pudessem nos dar suporte na questão da conclusão do processo de alfabetização dos estudantes que apresentam mais dificuldades. Em longo prazo, precisamos esperar mais um pouco e analisar o que não dará certo e que precisa ser replanejado para que possamos atingir o objetivo inicial: melhorar a aprendizagem dos nossos alunos através da parceria entre família e escola.

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ANEXO 1: Ata do Conselho de Classe

GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E DA CULTURA 9ª DIRETORIA REGIONAL DA EDUCAÇÃO E DA CULTURA – 9ª DIREC ESCOLA ESTADUAL ARISTÓFANES FERNANDES SÃO VICENTE-RN ATA DO CONSELHO DE CLASSE - 2018 ______ ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL – _____ BIMESTRE ASSINATURA DOS PROFESSORES PRESENTES: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ I. Abertura II. Dados da turma: a) Quanto ao aproveitamento da aprendizagem da turma: ( )Excelente ( )Boa ( )Regular ( )Insuficiente b) Quanto à disciplina: ( )Excelente ( )Boa

)Regular

(

)Insuficiente

c) Quanto à participação nas aulas: ( )Excelente ( )Boa ( )Regular

(

)Insuficiente

d) ( e) (

(

Quanto à frequência: )Excelente ( )Boa ( )Regular ( )Insuficiente Quanto à comunicação com o professor, a turma apresenta-se: )Excelente ( )Boa ( )Regular ( )Insuficiente

f) Quanto às relações interpessoais: ( )Excelente ( )Boa ( )Regular

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(

)Insuficiente


III. Alunos com problemas de: a) Aprendizagem: _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ b) Indisciplina: _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ IV. Alunos que se destacaram positivamente no bimestre: _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ V. Alunos com problemas quanto à pontualidade e frequência: _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ VI. Alunos em risco de reprovação por insuficiência na aprendizagem: _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ VII. Sugestões para resolver os problemas detectados: _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ Considerações finais: _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ Data: _____de_________________de________.

Equipe Pedagógica e Gestora 77


ANEXO 2: Pauta da reunião de pais

GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E DA CULTURA 9ª DIRETORIA REGIONAL DA EDUCAÇÃO E DA CULTURA – 9ª DIREC ESCOLA ESTADUAL ARISTÓFANES FERNANDES SÃO VICENTE-RN

REUNIÃO DE PAIS/ENS. FUNDAMENTAL - 3º BIMESTRE DATA: 18/10/2018 HORÁRIO: 17h PAUTA Acolhida; Leitura de um texto reflexivo para abrir as discussões: “O nó do afeto”:

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O NÓ DO AFETO

Eloi Zanetti Era uma reunião numa escola. As professoras incentivavam os pais a apoiarem as crianças, falando da necessidade da presença deles junto aos filhos. Mesmo sabendo que a maioria dos pais e mães trabalhava fora, elas tinham convicção da necessidade de acharem tempo para seus filhos. Foi então que um pai, com seu jeito simples, explicou que saía muito cedo de casa, que seu filho ainda dormia e que, quando voltava, o pequeno, cansado, já adormecera. Explicou que não podia deixar de trabalhar tanto assim, pois estava cada vez mais difícil sustentar a família. E contou como isso o deixava angustiado, por praticamente só conviver com o filho nos fins de semana. O pai, então, falou como tentava redimir-se, indo beijar a criança todas as noites, quando chegava em casa. Contou que a cada beijo, ele dava um pequeno nó no lençol, para que seu filho soubesse que ele estivera ali. Quando acordava, o menino sabia que seu pai o amava e lá estivera. E era o nó o meio de se ligarem um ao outro. Aquela história emocionou as professoras da escola que, surpresas, viram que aquele menino era um dos melhores alunos da classe. Fez elas refletirem sobre as infinitas maneiras que pais e filhos têm de se comunicarem, de se fazerem presentes nas vidas uns dos outros. O pai encontrou sua forma simples, mas eficiente, de se fazer presente e, o mais importante, de que seu filho acreditasse na sua presença. Para que a comunicação se instale, é preciso que os filhos ‘ouçam’ o coração dos pais ou respon sáveis, pois os sentimentos falam mais alto do que as palavras. É por essa razão que um beijo, um abraço, um carinho, revestidos de puro afeto, curam até dor de cabeça, arranhão, ciúme do irmão, medo do escuro, etc. Uma criança pode não entender certas palavras, mas sabe registrar e gravar um gesto de amor, mesmo que este seja um simples nó. E vocês? Têm dado um nó no lençol do seu filho?

Repasse acerca das aulas repostas da greve: apresentar o quadro por turma das que foram pagas e das que ainda restam; Alguns lembretes para os pais: -necessidade de observar se o aluno está vindo com o fardamento completo, inclusive tênis; -observar se os filhos estão levando os materiais didáticos necessários, inclusive os livros (muitos chegam a perdê-los); -certificar-se de que estão fazendo as tarefas de casa e entregando na data combinada... Leitura da ata do Conselho de Classe para os pais: destacar apenas os pontos coletivos da turma inteira e deixar os casos particulares para falar diretamente com cada pai;

Entrega de boletins; 79


Entrega de certificados aos pais dos alunos-destaques do 3º bimestre;

Momento para os pais esclarecerem suas dúvidas;

Considerações finais;

Momento para as conversas particulares.

ANEXO 3: Registros fotográficos do Conselho de Classe

ANEXO 4: Registros fotográficos da reunião de pais por turma

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O USO DE DIFERENTES LINGUAGENS PARA O PLENO DESENVOLVIMENTO DO SENTIMENTO DE PERTENÇA À COMUNIDADE ESCOLAR

Jerri Meira Dantas(Diretor) 2 Adelson Azevedo Dantas (Vice-Diretor) Ana Santana Medeiros da Costa(Coordenadora Pedagógica)

Contemporaneamente vivemos em uma sociedade cujas “barreiras”, sejam elas físicas ou abstratas, estão sendo extintas, isso em decorrência de um pensamento de integração do conhecimento, haja vista que a complexidade da realidade não pode ser posta em questão de forma compartimentalizada, posto que esta é fruto de uma teia de relações de fatos sociais, históricos e psicológicos interdependentes. Tal pensamento “integrador” vem ganhando espaço de discussão no ambiente escolar, tanto no tocante a produção do conhecimento (conteúdos disciplinares) quanto às metodologias que auxiliam no processo de ensino-aprendizagem. Ainda sim, devemos realizar a seguinte reflexão para que ocorra a interdisciplinaridade não se trata de eliminar as disciplinas, trata-se de torná-las comunicativas entre si, concebê-las como processos históricos e culturais, e sim torná-la necessária a atualização quando se refere às práticas que envolvem o ato educativo. Segundo Fazenda (2002), o pensar interdisciplinar parte da premissa de que nenhuma forma de conhecimento é em si mesma racional. Tenta, pois, o dialogo com outras formas de conhecimento, deixando-se interpenetrar por elas. Assim, por exemplo, aceita o conhecimento do senso comum como válido, pois através do cotidiano que damos sentido a nossas vidas. Ampliado através do dialogo com conhecimento cientifico, tende a uma dimensão maior, a uma dimensão ainda que utópica capaz de permitir o enriquecimento da nossa relação com o outro e com o mundo.

De modo geral, a interdisciplinaridade, esforça os professores em integrar os conteúdos da história com os da geografia, os de química com os de biologia, ou mais do que isso, em integrar com certo entusiasmo no início do empreendimento, os programas de todas as disciplinas e atividades que compõem o currículo de determinado nível de ensino, constatando, porém, que, nessa perspectiva não conseguem avançar muito mais (BOCHNIAK, p. 21, 1998). 2

Equipe gestora da Escola Estadual Bernardino de Sena na cidade de Parelhas/RN

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A interdisciplinaridade é uma temática que é compreendida como uma forma de trabalhar em sala de aula, no qual se propõe um tema com abordagens em diferentes disciplinas. Sendo assim, podemos transcrevê-la como o ato de identificação e compreensão dos elementos de ligação existentes entre as diferentes áreas do conhecimento, encontrando mecanismos de romper com a fragmentação do saber. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) orientam para o desenvolvimento de um currículo que contemple a interdisciplinaridade como algo que vá além da justaposição de disciplinas e, ao mesmo tempo, evite a diluição das mesmas de modo a se perder em generalidades. O trabalho interdisciplinar precisa “partir da necessidade sentida pelas escolas, professores e alunos de explicar, compreender, intervir, mudar, prever, algo que desafia uma disciplina isolada e atrai a atenção de mais de um olhar, talvez vários” (BRASIL, 1999, p. 88-89). Dessa forma, a finalidade da interdisciplinaridade é de ampliar uma ligação entre o momento identificador de cada disciplina de conhecimento e o necessário corte diferenciador. É nesta tessitura que emerge a proposta da Secretaria Estadual de Educação do Rio Grande do Norte de propor às suas instituições educativas a criação de Projetos de Integração Curricular – PIC, capazes de impulsionar as Escolas no percurso de busca de seu autoconhecimento, em prol da superação de um desafio comum, sendo este ultrapassado através de uma ação integradora, colaborativa e formativa entre as diferentes áreas/disciplinas do conhecimento. E assim, a “Boa Prática” desenvolvida pela Escola Estadual Bernardino de Sena Silva tem sido a execução de seu projeto de integração curricular. Cujas ações vem transformando e revitalizando a aprendizagem dos educandos e a visibilidade da própria comunidade. E o alcance deste anseio, segundo um caminho que lhe é bem peculiar e próprio, vem sendo desenvolvido pelo trabalho e exploração das diferentes linguagens socialmente estabelecidas, o que, por sua vez, tem possibilitado aos educandos o desenvolvimento de diferentes competências mediante a vivência de distintos mecanismos de comunicação e expressão. Mas, o porquê de se optar por diferentes linguagens e não apenas por uma só? Parar além da pluralidade sociocultural, histórica e psicológica do sujeito, sabemos que o trabalho com as crianças nos anos Iniciais do Ensino Fundamental deve dar continuidade ao que se construiu na Educação Infantil, considerando as culturas infantis tradicionais e contemporâneas, as brincadeiras da tradição oral e as situações lúdicas de aprendizagem. Nesse momento da escolarização, o desenvolvimento das linguagens permite às crianças a vivência de situações e contextos para compreender e reconstruir suas ações e expressá-las, descrevê-las, bem como planejá-las, habilidades necessárias para novas aprendizagens. Nos anos iniciais, as crianças desenvolvem o processo de percepção, de entendimento e de 82


representação, base importante para compreender a natureza do sistema alfabético-ortográfico de escrita e de outros sistemas de registro, como os signos matemáticos, os registros artísticos, cartográficos e científicos, dentre outros. Tendo em vista que a criança já participa de interações que envolvem os usos de escrita, oralidade, espaço, tempo, som, silêncio, expressões e movimentos, nessa etapa, busca-se o desenvolvimento das práticas de ler, escrever, falar, ouvir, movimentar-se e expressar-se artisticamente em situações diferentes das familiares e em espaços formais de interação. Por isso, o trabalho em sala de aula, na quadra ou no pátio e em outros espaços que perfazem o ambiente escolar, se organiza em torno do uso e do contato com elementos próprios para a idade e o contexto de formação, trabalhando aqueles que a criança já conhece, mas também ampliando o repertório com outros elementos que circulam nas esferas literária, artística, de práticas corporais de movimento, científica e midiática, em outras palavras, ampliando a acesso às diferentes manifestações linguísticas. Um objetivo de aprendizagem que assume centralidade, nessa etapa inicial, é a apropriação do sistema de escrita alfabética e da norma ortográfica, que contempla o conhecimento das letras do alfabeto, a compreensão dos princípios de funcionamento do sistema e o domínio das correspondências entre letras ou grupos de letras e seu valor sonoro. Essa aprendizagem se dá de modo simultâneo e articulado à aprendizagem da leitura e da produção de textos. Concomitantemente ao processo de alfabetização, a literatura, as artes, as práticas corporais compõem o conjunto de linguagens imprescindíveis para a formação estética, sensível, ética, afetiva da criança. Assim, almeja-se que, ao término do terceiro ano do Ensino Fundamental, as competências relacionadas à apropriação do sistema de escrita alfabética tenham sido enraizadas, pois o triunfo da trajetória acadêmica do educando repousa sobre o nível de participação em ensejos de leitura e produção de textos. A continuidade com o percurso do conhecimento, no 4º e no 5º ano do Ensino Fundamental, se dá com a consolidação das aprendizagens anteriores, com a ampliação das práticas de linguagem e da experiência estética e intercultural, considerando os interesses e as expectativas dos educandos, mas também o que ainda precisam aprender. Nos anos finais do Ensino Fundamental, os educandos se encontram diante de mudanças significativas decorrentes da passagem da infância para a juventude, de desafios escolares de maior complexidade (pensamento algébrico, categorizações mais sofisticadas que exigem um diálogo maior com o pensamento abstrato) e da participação em novos campos de atuação. Isso requer uma leitura de mundo mais abrangente e o contato com gêneros textuais acadêmicos, que circulam em esferas da vida social nas quais o jovem começa a percorrer. A contribuição da área para essa etapa requer novas mediações e o aprofundamento em novos letramentos. É importante considerar as culturas juvenis, bem como o contato com as expressões literárias, artísticas e 83


corporais mais complexas, ampliando o repertório de obras e autores conhecidos e de vivências significativas com outras línguas e culturas. A progressão resulta também da reflexão crítica sobre os aspectos formais e sobre as convenções da escrita, sobre os elementos canônicos e não canônicos das linguagens artísticas, sobre a variedade de experiências de invenção e criação, assim como sobre a complexidade das experiências corporais. O intuito é favorecer uma maior fluência e compreensão na leitura, produção, criação e fruição desses elementos e o gradativo domínio de atividades de planejamento, revisão e produção, tendo em vista os contextos de circulação dos sujeitos da Educação Básica. Assim, podemos evidenciar que a interrupção deste ciclo contínuo de aprendizagem, ocasiona defasagens no acompanhamento, qualidade, do educando aos novos conhecimentos e ao alcance das competências estabelecidas. Para tal, faz-se necessário ressignificar a prática educativa através de metodologias e mecanismos capazes de reconectar o educando com o conhecimento ainda não solidificado. Mesmo diante da “pluridocência”, que caracteriza a segunda etapa do Ensino Fundamental, coloca o desafio do estabelecimento de diálogos entre os diferente componente curriculares, o que, por sua vez, associada a diminuição do tempo de convivência dos docentes com os educandos, requer maior articulação para a potencialização de ações interdisciplinares, que possam dar o suporte necessário à superação das barreiras anteriormente apresentadas.

A ressignificação do espaço para potencializar as aprendizagens

O desenvolvimento da leitura emergiu da necessidade latente de potencializar o processo de alfabetização e letramento de nossos educandos, aliado a isso era inquestionável o anseio de incentivar e valorizar o pertencimento às comunidades que a Escola atende, no sentido de que muitos educandos deixam transparecer um sentimento de desencanto pelas comunidades rurais e quilombolas. Então nos surgiu a indagação: Como valorizar ambas as comunidades e consequentemente o sentimento de pertença a estas? A resposta veio com um turbilhão de ideias, temos que por em destaque a essência cultural de ambas as comunidades no intuito de que seus membros compreendam a complexidade de suas interações sociais e que estas, podem e devem ser valorizadas por todas as demais comunidades vizinhas. Mais do que uma exposição de seu potencial interno, o estudo das duas comunidades, dá visibilidade, também, entre os educandos, de sua realidade e as belezas que ela possui. Ao nos ancorarmos nesses dois eixos norteadores refletimos sobre as peculiaridades que circundam o Joazeiro e a Comunidade Quilombola da Boa Vista neste momento os relatos perpassavam por oralidade, escrita, história oral, dança, arte, música, costumes e religiosidade. Eis que repousou em nós o desafio de aglutinar/interrelacionar tantos elementos em uma lógica racional de execução, assim, a Linguagem, enquanto sistema através do qual o Homem compartilha suas 84


ideias e sentimentos, seja através da fala, da escrita ou de outros signos convencionais, revelou-se como o caminho a ser percorrido. O trabalho de resgate do sentimento de pertença à uma comunidade quilombola, bem como a busca por práticas inovadoras na área de leitura e escrita seriam desenvolvidas durante o segundo semestre do ano letivo de 2018, tendo por produto uma Feira de Linguagens, a realizar-se no mês de novembro do referido ano. Para tal estabelecemos, inicialmente, os campos de desenvolvimento que seriam contemplados com nossa Feira de Linguagens, sendo estes: Leitura, letramento e produção de texto; Educação cultural e artística; Letramento Matemático e Educação cidadania e sustentabilidade. O organograma detalhado das ações e dos conteúdos a serem desenvolvidos durante o período definido estará expostos no item que se segue. O organograma e a tabela a seguir apresentarão quais subtemas/subprojetos as turmas da Escola ficaram responsáveis para desenvolver, de forma integrada e interdisciplinar, bem como o detalhamento dos conteúdos a serem trabalhados e as ações que estão sendo desenvolvidas durante todo o processo.

Imagem 01 - Organograma de divisão de subprojetos por turmas Garantir o desenvolvimento das competências de leitura e escrita para todos os alunos tornando-os sujeitos de seu processo de ensino-aprendizagem através do trabalho com as diferentes linguagens foi para nós o norte de todas as ações a serem desenvolvidas. Como todos os subprojetos perpassam por dois elementos de coesão, sendo estes: o desenvolvimento e a apropriação da competência leitora e escrita, bem como, alcançar este anseio a partir do desenvolvimento do 85


sentimento de pertença à Comunidade onde a Escola está inserida. Fez-se necessário discutir e por em questão a formação das comunidades quilombolas brasileiras enquanto resultado de toda uma tessitura escravocrata em nosso país. Assim, as primeiras ações a serem desenvolvidas foram a formação da equipe, bem como sua extensão a todos os educandos de nossa Escola. Em dois momentos ímpares a equipe contou com profissionais de diferentes nacionalidades (França, Colômbia, Portugal, Guiné Bissau) para refletirmos, coletivamente, sobre a herança Africana e Quilombola, fomentando teoricamente as ações a serem desenvolvidas a posteriori. Assim, realizamos em uma pequena escola rural do interior do Seridó norte-rio-grandense um evento de cunho internacional que mobilizou toda a Comunidade Escolar, como pode ser visualizado nos registros a seguir.

Foto 01 – Primeira formação com a equipe docente em agosto de 2018

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Foto 02 – Segunda formação com a comunidade escolar em setembro de 2018

Foto 03 – Segunda formação com a comunidade escolar em setembro de 2018 Cada ação vem sendo desenvolvida mediante o cronograma estabelecido e os anseios de aprendizagem estabelecidos pelos Educadores e a Coordenação Pedagógica de nossa instituição. Para melhor possibilitar o acompanhamento de tais atividades as dispusemos na tabela a seguir. CRONOGRAMA DE AÇÕES SUBPROJETO: 1º ao 3º Ano – Resgate das peculiaridades Quilombolas AÇÃO AGO. SET. Formação sobre África e Quilombos x Pesquisa sobre a história da Comunidade x x Visita ao ponto de cultura da Comunidade x Levantamento de dados x x Contação de histórias x Entrevista com membros antigos da Comunidade x Degustação e preparação de comidas típicas Estudo e confecção de brinquedos e brincadeiras Músicas e cantigas próprias da Comunidade x Construção de maquetes de prédios, casas, vegetax ção e hidrografia da comunidade. Estudo e exposição de ervas medicinais Confecção de portfólios de vivências Confecção de livros de pano com as histórias próx prias da comunidade Exposição de fotos. SUBPROJETO: 4º e 5º Ano – História da Fundação do Povoado Joazeiro 87

OUT.

NOV.

x x x x x x

x x x x

x x x

x x

x


AÇÃO AGO. SET. OUT. NOV. Formação sobre África e Quilombos x Pesquisa sobre a história da Comunidade x x Visita ao ponto de cultura da Comunidade x x Levantamento de dados x x Entrevista com membros antigos da Comunidade x x Linha temporal da comunidade x x Construção de maquetes que remetem-se ao surgix x mento da comunidade e à construção da capela Confecção de livros de pano com as histórias próx x prias da comunidade Exposição de fotos. x SUBPROJETO: 6º ao 9º Ano – África, Seridó, Brasil. AÇÃO AGO. SET. OUT. NOV. Formação sobre África e Quilombos para professoX res Formação para os alunos X Pesquisa sobre a história da Comunidade X X Visita ao ponto de cultura da Comunidade X X Levantamento de dados X X Construção de mapas (detalhamento em relevo para X X a apreciação de deficientes visuais) Oficina de cordel (Com o artista local Neco cordelisX ta) Construção de cordel e xilogravura X Construção de gráficos e tabelas X X Vivência da capoeira enquanto dança/esporte próx x prio da comunidade Aula de campo para apreciação da fauna e da flora X X Exposição cinematográfica e fotográfica X Oficina de dança X Construção de histórias em quadrinhos com base X X em figuras e fatos da comunidade. Observações: O cronograma é maleável podendo ser ajustado em virtude das necessidades que surgirem. Legenda:

Concluído

Parcialmente concluído

De modo geral as ações estão chegando ao final de seu ciclo, tendo em vista que a Feira de 88


Linguagens acontecerá no dia 29 de novembro de 2018. Ainda sim, já são perceptíveis os avanços na aprendizagem e no fortalecimento do sentimento de pertença a ambas Comunidades, posto que sem conhecer a sua história local o aluno é impossibilitado de tornar-se sujeito de sua própria história e exercer dignamente a sua cidadania.

REFERÊNCIAS AIRES, J. A.; ERN, E. Integração curricular e interdisciplinaridade: sinônimos? In: VI Colóquio sobre questões curriculares, II Colóquio Luso-brasileiro sobre questões curriculares. Currículo: pensar, inventar, diferir. 2004, Rio de Janeiro. Actas... Rio de Janeiro: UERJ, 2004. BELLUZZO, R. C. B. Construção de Mapas: desenvolvendo competências em informação e comunicação. 2 ed. Bauru: Cá Entre Nós, 2007. BOCHNIAK, R. Questionar o conhecimento-Interdisciplinaridade na escola. São Paulo: Loyola, 1992. BORTOLOTTO, B. M. G.; ARIOSI, C. M. F. Diferentes linguagens, documentação pedagógica e cultura escolar: como recursos para tornar visível o trabalho da escola. 8º Congresso de extensão universitária da UNESP, p. 1-6, 2015. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/142320>. BRASIL. MEC. 1993. Plano decenal de educação para todos. Brasília: MEC. _____. 1995. Parâmetros Curriculares Nacionais – Documento Introdutório. Versão Preliminar. Brasília: MEC/SEF, novembro. _____. 1997a. Parâmetros Curriculares Nacionais (1ª a 4ª séries). Brasília: MEC/SEF, 10 volumes. _____. 1998. Parâmetros Curriculares Nacionais (5ª a 8ª séries). Brasília: MEC/SEF. _____. 2000. Plano Nacional de Educação. Brasília: INEP, 1998. Online, http://www.camara.gov. br, 03/02/2000. BRASIL. MEC. CNE. 1998a. Parecer CEB 04/98. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Brasília: Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, 29/01/1998. _____. 1998b. Resolução CEB 02/98. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Brasília: Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, 07/04/1998. BUSQUETS, Maria Dolores. DELORS, J. (org). A educação para o século XXI: questões e perspectivas. Porto Alegre: Artmed, 2005. FAZENDA, I. A Interdisciplinaridade: um projeto em parceria. São Paulo: Loyola, 1993. PACHECO, J. A. et al. (Org.). Políticas curriculares: caminhos da flexibilização e integração. In: IV Colóquio sobre questões curriculares. 000a. Centro de estudos em Educação e Psicologia, 2002ª, Braga. Actas... Braga: Universidade do Minho, 2000 a. PIAGET, J. Epistemologia Genética. São Paulo: Martins Fontes. 2ª Ed. 2002. SANTOMÉ, J. T. Globalização e Interdisciplinaridade: o currículo integrado. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. SACRISTÁN, J. G. O currículo: Uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre: Artmed, 2000 89


TRANSFORMAR TEORIA EM PRÁTICA

Jacqueline de Araújo Galvão Cruz(Diretora)3 Lucimar Silva de Azevedo(Vice-diretora) Gilzete Maria de Medeiros(Coordenadora Pedagógica) Tereza Alice de Medeiros Silva (Coordenadora Pedagógica)

A Educação brasileira a partir da década de 80 passa a vivenciar rupturas político/sociais. A nova constituição de 1988, em seu artigo 205, cita a educação como um direito de todos, tirando da exclusão a maioria da população brasileira que passa a ter direito por lei de frequentar a escola, é a expansão do acesso à escola (BRASIL, 1988). A escola muitas vezes se prende a um modelo padrão, de práticas pedagógicas reprodutivistas, que não comungam mais com os discentes proativos dos dias atuais, um dos motivos que geram a indisciplina em sala de aula, como também o distanciamento cada vez maior da família na vida estudantil de seus filhos e consequentemente da escola. Desse modo, o cotidiano escolar precisa ser repensado a partir de um novo enfoque, no qual o discente seja visto como sujeito autônomo e crítico, epistemologicamente curioso, que constrói o conhecimento ou participa de sua construção e a família passe a ser mais partícipe no chão da escola. Nesse cenário, cabe à equipe gestora planejar e executar práticas junto à comunidade escolar que redefina e ressignifique o papel da escola buscando uma saída para o melhoramento da educação com vista o cumprimento do seu papel social. A escola precisa ser reorganizada bem como o trabalho pedagógico, pois seu cotidiano não é mais o mesmo. A indisciplina é um dos dissabores vivenciados constantemente pelos docentes no cotidiano escolar. Nessa perspectiva nasceu o desejo de diminuir a indisciplina em sala de aula e paralelo a isso de tornar alunos mais responsáveis na sua vida estudantil, visto que o contexto era de desrespeito aos professores e colegas, falta de compromisso e atenção nas aulas. O problema foi a resistência à mudança. Na esteira desse raciocínio é que buscamos através de um Plano de Ação a solução para 3

Equipe Gestora da Escola Estadual Silvino Bezerra na cidade de Florânia/RN

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uma turma de 7º ano. Esta, ao início do ano letivo de 2018 apresentou um quadro de indisciplina na sala de aula sobre o qual nos debruçamos em busca de soluções e meios de intervenção. Ao reunir o corpo docente mostramos a necessidade de fazer algo para melhorar o desempenho da turma. O primeiro passo foi incentivar os professores a inovarem as aulas, fazendo com que os alunos fossem protagonistas e passassem a participar das aulas não só como mero ouvintes, mas que tivessem liberdade de expressão. Esse novo olhar deveria estar voltado para esse discente de forma que todo o contexto escolar e familiar estivesse envolvido. No início conversou-se com a turma junto ao professor, em seguida pedimos ajuda aos profissionais da assistência social, conselho tutelar e outras pessoas da comunidade. Diante disso, os alunos acalmaram-se mais, o resultado melhorou, a teoria virou prática e as ações geraram mudanças no cotidiano escolar. Convidamos a família para tomar conhecimento dessa atitude da escola, sentamos juntos, dialogamos e colocamos a teoria em prática. Não foi fácil a princípio, pois os estudantes vêm de famílias muitas vezes desestruturadas que não tem mais domínio sobre eles e assim fica difícil desenvolver um trabalho com mais eficácia. Alguns especialistas em educação revelam a necessidade dos professores em desenvolverem aulas mais prazerosas e venham deixar os alunos felizes com aquela vontade que chegue o dia seguinte para estarem na sala de aula novamente e que temos que sair da nossa zona de conforto, ou seja, trazer mudanças para o cotidiano escolar e partir para a prática tendo o aluno como centro. Não podemos isolar o jovem esperando que ele desenvolva o seu protagonismo sozinho. O professor tem que refletir sobre suas práticas, elevar a sua autoestima enquanto profissional, valorizar-se e passar para os seus alunos segurança naquilo que eles estão transmitindo. Será necessário também que a gestão apresente formação para esses docentes para que eles se sintam apoiados nesse contexto. Ao longo do ano, os professores desenvolveram algumas boas práticas com o intuito de aprimorar o ensino e assim garantir melhores resultados de aprendizagem. Descreveremos resumidamente nos próximos parágrafos algumas delas: seus objetivos, o que foi feito e os resultados alcançados. Tendo em vista a importância de atividades lúdicas no processo de ensino-aprendizagem e da exploração de outros espaços da escola fora a sala de aula, o professor de Geografia, Joabio Alekson, desenvolveu um jogo de caça ao tesouro em uma das turmas do sexto ano. O objetivo da atividade era aplicar na prática o conhecimento adquirido em sala de aula sobre orientação espacial e a utilização da rosa-dos-ventos. A turma foi dividida em pequenos grupos e cada um recebeu uma rosa-dos-ventos e um roteiro que deveria ser seguido para encontrar os “tesouros” escon91


didos em vários espaços da escola. A atividade foi bastante proveitosa e os alunos se divertiram, além disso, ela possibilitou ao professor identificar dúvidas que os estudantes ainda apresentavam sobre o assunto trabalhado e que puderam ser trabalhadas em aulas posteriores. Houve intercâmbio entre salas de aula orientado pela professora de Língua portuguesa Maria Imaculada através de sarau poético, que envolveu alunos do sétimo e oitavo ano e oficinas de cordel com alunos do 6º ano. A professora de História organizou também um Júri sobre a ditadura Militar com os alunos do nono ano, colocando esses alunos como autores dessa temática. Teremos a feira de ciências sobre a água que a partir deste tema foram sugeridos sete temáticas que foram divididas entre os professores ficando cada um responsável por uma sala e os alunos tiveram a oportunidade de escolher em que ficaria. O objetivo da feira é de elevar a compreensão do aluno como protagonista de uma realidade construída através dos conhecimentos adquiridos dentro e fora da sala de aula e que serão expostos à comunidade escolar e ao público. Esta feira seguiu um roteiro de execução que foi realizado da seguinte forma: a equipe gestora se reuniu junto aos docentes e decidiu que seria feito um Brainstorm (tempestade de ideias) na sala de aula para que os alunos colocassem suas curiosidades sobre a água e após recolher essas sugestões seria formada as temáticas para a divisão de tarefas e organização das salas. A feira de ciências está prevista para dia 30 de Novembro de 2018. Se queremos mudar o contexto educacional temos que partir da premissa de que não podemos apenas apresentar conteúdos e mais conteúdo, e sim motivar o aluno a pensar e refletir sobre as ideias expostas e incentivá-los a dar sua opinião sobre o que estão aprendendo. O momento é de leitura, temos que ler a mente do jovem de hoje, esse novo modelo do século XXI tem que ser vivido, não podemos esquecer o século passado, muitas coisas aprendemos, porém o contexto atual nos obriga a novas experiências e aprendizagens, para isso a escola tem que proporcionar aos educadores um ambiente favorável a novas aprendizagens, proporcionando a integração e a busca coletiva dos novos conhecimentos. Outro ponto primordial no contexto escolar é o acompanhamento dos resultados, isso tem se tornado uma prática em nossa instituição, a coordenadora pedagógica tem feito observações em sala de aula com a autorização dos professores e fazendo o feedback retomando os pontos que precisam ser ajustados. A compilação dos resultados é feita através de planilhas e gráficos que possibilitam uma visão mais detalhada de onde se quer chegar, dos resultados alcançados e das turmas nas quais é necessária uma intervenção mais incisiva. Com essa estratégia há uma mediação do processo educacional havendo possibilidades de melhoria nos resultados. Continuamos esse trabalho acreditando que uma educação de qualidade se faz com compromisso e responsabilidade, precisamos facilitar o diálogo entre alunos, onde apresentarão 92


opiniões próprias sobre determinado assunto, acompanhá-los nas dificuldades de aprendizagem vendo possibilidades que mediarão suas dificuldades, incentivá-los a leituras a partir de revista em quadrinhos, pequenos contos e etc. Portanto, as Boas Práticas desenvolvidas no contexto escolar devem estar presentes durante todo o ano letivo buscando estratégias e soluções que venham de encontro aos alunos. Em primeiro lugar realizar um diagnóstico inicial, observar seus desejos e necessidades, propor aos professores práticas pedagógicas voltadas para o século 21, valorizar o aluno enquanto autor da sua história, usar novas metodologias que venham atrair os estudantes a serem autores do seu próprio processo de aprendizagem, socializar os mesmos em trabalhos em grupo, aplaudir seus avanços e valorizá-los nesse processo educacional. REGISTRO FOTOGRÁFICO

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Horário de Planejamento Coletivo - HPC: PENSANDO A DINÂMICA ESCOLAR

Neurymar Beijamin de Medeiros (Diretora)4 Nivânia Félix dos Santos(Coordenadora Pedagógica)

A relação entre teoria e prática tem permeado as discussões no âmbito geral da educação, não sendo tema recente. Porém, a temática é pouco vivenciada no interior das escolas, considerando as dificuldades enfrentadas pelos educadores, tendo em vista a dinamicidade de suas realidades cotidianas. Na percepção de Sacristán (1999) a prática pedagógica é uma ação do professor no espaço de sala de aula, ao assumir a função de guia reflexivo, iluminando as ações e interferindo, significativamente, na construção do conhecimento do aluno. Ao realizar essa tarefa, o professor proporciona reflexões sobre a prática pedagógica, pois, parte-se do pressuposto de que ao assumir a atitude problematizadora da prática, transforma-se todos os envolvidos neste processo, gerando-se uma cultura objetiva da prática educativa. Conforme o referido autor (1999, p. 73), “[...] a prática educativa é o produto final a partir do qual os profissionais adquirem o conhecimento prático que eles poderão aperfeiçoar”. Nessa perspectiva, a reflexão sobre a prática constitui-se num momento de apropriação do sentido da docência, possibilitando aos educadores a construção da autonomia profissional, tornando-os mais conscientes “do que e porque estão fazendo o que fazem” e dos conhecimentos que produzem no ambiente escolar. Sendo assim, tornam-se mais autônomos desenvolvendo o poder de escolha e decisões em suas próprias práticas. Segundo Freire, (1996, p.43), “é pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. O próprio discurso teórico necessário à reflexão crítica, tem de ser de tal modo concreto que quase se confunda com a prática”. Entende-se, então, que é através da reflexão e do conhecimento tácito que se encontram as respostas às situações problemas inerentes à prática pedagógica. Em uma sociedade na qual a reflexão e o conhecimento tornaram-se os principais instrumentos e na qual a escola tem como finalidade o desenvolvimento da autonomia, da criatividade, 4

Equipe gestora da Escola Estadual Ester Galvão em Currais Novos/RN

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do espírito de pesquisa, da cooperação e da solidariedade, necessitam-se de professores com domínio desses saberes e capazes de ensiná-los. Neste sentido, é importante direcionar uma proposta de formação continuada aos profissionais da educação, que atenda a essas exigências, e possibilite o pensamento reflexivo. Segundo Alarcão (1996, p.45) “Dewey denomina por pensamento reflexivo a melhor maneira de pensar e define-o como sendo ‘a espécie de pensamento que consiste em examinar mentalmente o assunto e dar-lhe consideração séria e consecutiva”. Assim, para análise e reflexão se faz necessária toda uma atividade intelectual com base nas teorias, valendo-se de muito estudo e dedicação por parte do professor. Deste modo, fica clara a necessidade da reflexão constante no trabalho docente, que é uma atitude esperada de todo professor quando se depara com situações de conflitos e incertezas em sua formação inicial. Logo, falar em qualidade de ensino exige pensar na formação docente, visto que o ensino é uma atividade complexa que se desenvolve em cenários singulares, claramente determinados pelo contexto, com resultados em grande parte imprevisíveis e carregados de conflitos de valor que requerem opções éticas e políticas. Dessa forma, o desafio da formação que garanta a qualidade da educação supõe um profissional que busque o saber, pesquisador de sua própria prática. Para que atue construtivamente com o educando, visto como sujeito participante do processo de construção de seu conhecimento, o professor deve também ser um participante que precisa construir e reconstruir o seu próprio conhecimento. Nessa perspectiva, reafirma-se o pensamento de Ramalho, Beltrán, Gauthier (2003) sobre a visão do professor-pesquisador como aquele profissional que participa na produção de saberes com métodos e estratégias sistematizadas, utilizando a pesquisa como mecanismo da aprendizagem. Nesse sentido, defende-se a prática de uma formação que possa considerar três atitudes profissionais: a reflexão, a pesquisa e a crítica. Nesse processo de formação, segundo Macedo (2005), é de fundamental importância que o professor tome consciência do que faz ou pensa sobre sua prática pedagógica; tenha uma visão crítica das atividades e procedimentos na sala de aula e dos valores culturais de sua função docente; adote uma postura de pesquisador e não apenas de transmissor; conheça melhor os conteúdos escolares e as características do desenvolvimento e aprendizagem dos seus alunos. Frente a esse contexto, Nóvoa (2002, p. 23) diz que: “o aprender contínuo é essencial e se concentra em dois pilares: a própria pessoa, como agente, e a escola, como lugar de crescimento profissional permanente.” 95


O que as pesquisas têm mostrado, é que grande parte dos profissionais da educação, que tomam a reflexão como bases de suas atividades, não a fazem livres de intervenções. A reflexão sozinha não contribui para a solução dos problemas da prática, pois esta, tem peculiaridades próprias necessitando chegar à verdadeira prática reflexiva que exige uma postura de análise mediada por discursos reais, coerentes com o cotidiano. A reflexão deve fornecer uma estrutura segura para o educador tornar-se sujeito de seu próprio trabalho. Entretanto, o pensar sobre seu fazer, se for reservado para si, acaba sem problematizar e/ou discutir a prática pedagógica. Para chegarmos a um paradigma reflexivo, que atenda as exigências das escolas públicas, é necessário que se tenha como ponto de partida e de chegada as ações pedagógicas alicerçadas na práxis do próprio professor, construída a partir das necessidades e problemas surgidos no seu cotidiano. A partir dessa proposta é que podemos vislumbrar um compromisso e um desafio, na luta por uma autonomia intelectual do educador, que o possibilite a atuar como sujeito reflexivo que pratica discussões e investigações de sua própria prática. Nesse devir (do latim, devenire, chegar), a formação continuada do professor torna-se fundamental, pois para articular teoria e prática, analisando a realidade vivida, há necessidade de muita reflexão e estudo sobre o cotidiano de sala de aula e de outros espaços escolares. O professor precisa ser provocado a isso, pois é por meio de um continuum na sua formação que se chegará a essas conclusões. À medida que cada educador voltar-se para um processo de construção e reconstrução de sua prática, tem-se mais qualidade nas escolas brasileiras. Na abordagem de Sacristán (1999) aprendemos de formas complementares e superpostas, através das quais adquirimos e enriquecemos nossa experiência. Para esse autor, experiência é o ensino ou a aprendizagem que se adquire com o uso, trata-se das situações vividas, é a própria forma de se relacionar com o mundo. Para o professor é uma construção gradativa, cautelosa, realizada pouco a pouco, mas que tem um significado específico, embora sem uma ordem definida. O espaço de sala de aula comporta maneira própria na atuação profissional ao mesmo tempo em que os professores possuem características pessoais, históricas, visão de mundo e crenças particulares. Diante do exposto, compreende-se que a formação teórica e prática do professor, poderá contribuir para melhorar a qualidade do ensino, visto que são as transformações sociais que irão gerar transformações no processo educativo. Considerando todos os pressupostos acima mencionados, a EETIPEG tem implementado uma proposta de formação continuada em serviço, tentando garantir a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem no âmbito da escola. Essa formação vem acontecendo em momentos semanais, instituída no momento da hora96


-atividade dos educadores e intitulada HPC (Horário de Planejamento Coletivo), com a reflexão de temáticas do dia a dia escolar, que necessitam ser pensadas, aliando-se teoria e prática. Tais momentos ocorrem, sob a responsabilidade da equipe administrativa e pedagógica da escola, conjuntamente com os docentes e servidores. Essa proposta articula-se com a necessidade de ampliação de saberes e de fazeres necessários ao bom fazer pedagógico. Sendo notório observar e constatar que, o HPC tem oportunizado a escola pensar criteriosamente e continuamente suas metas e ações para o real objetivo de sua missão educativa. Portanto toda a dinamicidade escolar é pensada, discutida e definida coletivamente, sendo todos os aspectos inerentes a escola, alvo de reflexão e definição coletiva: ● A reflexão e organização de tempos e espaços da escola; ● A definição da realização de diagnósticos contínuos e individualizados de aprendizagem dos alunos; ● A análise da consolidação de dados relativos a aprendizagem que fora diagnosticada, com consequentes estratégias de ação pensadas para superar as dificuldades detectadas; ● Monitoramento da frequência escolar dos alunos e possíveis atuações em relação aos faltosos; ● Definição de projetos anuais (Eu, nós e o outro: Convivendo e respeitando as diferenças, que tem por objetivo, desenvolver o espírito de coletividade, cooperação, solidariedade, união e de respeito entre as crianças, estimulando uma convivência harmoniosa, resgatando valores e fortalecendo a autoestima, num processo de formação humana integral. Como também, o projeto Momento Libras, que objetiva promover momentos de formação que fundamentem alunos, professores e funcionários a conviver significativamente com uma aluna surda de nossa escola, desenvolvendo assim, aprendizagens participativas e colaborativas necessárias para que o ambiente escolar torne-se efetivamente inclusivo. ● Elaboração de projetos temporários que favoreçam o intercalar de práticas que consolidem a formação integral dos alunos; ● A adaptação curricular as necessidades e interesses do aluno, com parcerias entre profissionais do AEE e possíveis profissionais de outras áreas; Dentre outras ações. Assim, são planejadas e replanejadas ações que implementem o cotidiano escolar, sendo possível observar significativos avanços deste trabalho, como descrito no quadro de rendimento anual da escola e no quadro demonstrativo com o resultado do nosso IDEB 2017, que foi superior as metas projetadas.

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BOAS PRÁTICAS DE GESTÃO ESCOLAR II FEIRA DE CIÊNCIAS - PROMOVENDO A INOVAÇÃO E A PESQUISA SUBTEMA: UM OLHAR PARA A CIDADE DE PARELHAS SOB A LUZ DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO.

Jailda Oliveira Santos (Diretora)5 Graciliano Gondim da Silva (Vice-diretor) Iara da Costa Azevedo (Coordenadora Pedagógica)

A escola está constituída em um lugar seco e firme, de alvenaria, de cuja entrada é possível vislumbrar a beleza do Boqueirão, cartão postal de nossa cidade. Contemplar esta paisagem nos permite folhear a história deste povo Parelhense, posto que neste campo aconteceram as parelhas de cavalos, das quais surgiu a escolha do nome de Parelhas. A Escola Estadual Maria Terceira localiza-se no bairro de mesmo nome, à Rua Severino Rodrigues de Sena, n° 17, próxima ao centro da cidade de Parelhas/RN. Além de atender a comunidade local, recebe alunos dos três bairros periféricos em seu entorno: Cruz do Monte, Ivan Bezerra e Boqueirão, além de alguns residentes em comunidades rurais que são contemplados com o programa de transporte escolar. Os alunos são provenientes de famílias de baixa renda, atendidas pelo programa Bolsa Família do governo federal. Atualmente funciona nos turnos matutino e vespertino, oferecendo do 1° ao 9° ano do Ensino Fundamental e apresenta baixo IDEB (índice observado em 2015 de 4.7 nos anos iniciais e 2.4 nos anos finais do Ensino Fundamental) e altos índices de evasão e distorção idade-série nas turmas do 6° ao 8º ano. Grande parte dos alunos atendidos estão expostos a situações de vulnerabilidade social (pobreza, violência, desestrutura familiar, uso de drogas, dentre outros). Como consequência, a escola precisa lidar com uma série de fatores que interferem diretamente no processo de ensino e aprendizagem: incidência de acentuada indisciplina na sala de aula, ausência das famílias no acompanhamento escolar dos alunos, falta de interesse pelos estudos, deficiência no domínio de competências básicas de leitura e escrita, bem como para realizar procedimentos de cálculos e operações matemáticas. 5

Equipe gestora da Escola Estadual Maria Terceira na cidade de Parelhas/RN

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Com o objetivo de interferir nessa problemática, a escola recebeu apoio pedagógico, técnico e financeiro para a execução de ações inovadoras, através do PIP (Projeto de Inovação Pedagógica). Essas ações buscaram promover mudanças nos procedimentos metodológicos utilizados no processo educativo, tornando o espaço escolar e as aulas mais atrativas e dinâmicas e, consequentemente, favorecendo o interesse dos alunos pelas atividades e a melhoria do desempenho escolar. A escola trabalha com projetos temáticos, visando promover o desenvolvimento de práticas que favoreçam o protagonismo dos alunos, como a realização da Feira de Ciências e Mostra Literária, incentivando o uso de recursos tecnológicos e metodologias com potencialidades para fortalecer o processo educacional. Para tanto, elegeu como principal campo de desenvolvimento a Leitura e Letramento, por entender que o domínio das competências relativas a esse área do conhecimento é fundamental para a compreensão do mundo em sua complexidade, permitindo assim uma interação consciente nas situações no cotidiano. Por meio da leitura é possível ampliar os horizontes de aquisição de novos conhecimentos e, por outro lado, a falta dessa habilidade compromete o domínio das competências relativas a todas as demais áreas do conhecimento. Nessa perspectiva, a escola busca contemplar, no âmbito dos projetos trabalhados, o desenvolvimento de atividades que envolvam o uso de TICs, das artes, dos procedimentos matemáticos, valorização da cultura dos discentes, sempre com foco no aperfeiçoamento das práticas de leitura. Considerando-se a necessidade de inovação pedagógica, a escola busca fomentar a aproximação dos professores com as TICs, de forma que aproveitem os recursos disponíveis na escola, reconhecendo-os como ferramentas pedagógicas capazes de provocar melhorias na aprendizagem dos alunos. Para o desenvolvimento de suas atividades, a escola conta com uma secretaria, cinco salas de aula, uma biblioteca, um laboratório de informática, uma cozinha, dois depósitos, cinco banheiros (dois para alunos, um para deficiente físico e dois para funcionários), uma sala para professores, três pátios (um coberto e duas áreas livres), uma sala de recursos multifuncional, uma sala de multimídia e uma sala para o Programa Novo Mais Educação, contando com 30 funcionários, sendo 25 efetivos e 05 terceirizados. Caracterizada a unidade escolar passamos a fazer o relato de boa prática que selecionamos para compor esta coletânea. Tradicionalmente, o estudo escolar está associado a uma seriedade ortodoxa, que tende a dissociar a aprendizagem de satisfação e de alegria. Conteúdos fragmentados, aulas enfadonhas, ênfase no esforço concentrado, tudo isso leva a um ensino triste, desfigurado e à crescente falta de envolvimento e interesse dos alunos pelas atividades escolares. Para a superação desta realidade, é necessário que a prática de sala de aula seja fundamentada em uma concepção de educação que 100


estimule e motive o aluno à pesquisa e a descoberta, valorizando a busca constante do conhecimento. Uma nova prática pedagógica suscita criatividade, ousadia e capacidade para propor desafios cognitivos que despertem no educando a vontade e a alegria de aprender. Esta precisa se distanciar do autoritarismo e do dirigismo e se aproximar da construção do saber solidário, gerador de atitudes ético-valorativas que vislumbrem a formação humana e cidadã com vistas a promover uma atuação consciente na sociedade contemporânea. Vygotsky (2001, p. 73) percebe o processo educativo como sendo “[...] trilateralmente ativo: é ativo o aluno, é ativo o mestre, é ativo o meio criado entre eles”. No âmbito desta relação, o professor deve ser o estimulador, partindo do conhecimento real que os alunos já possuem e provocando avanços. Essa mediação pressupõe a superação das relações hierárquicas entre professores e alunos, ainda predominantes no espaço escolar. Na perspectiva de alcançar essas mudanças e considerando a complexa realidade da Escola Estadual Maria Terceira, a equipe gestora, com o apoio do Conselho Escolar, definiu ações com o objetivo de promover melhorias no desempenho dos alunos. O diagnóstico realizado pela equipe e a análise dos fatores externos que afetam o espaço escolar revelaram a existência de altos índices de evasão e distorção idade-série, onde fatores sociais anteriormente expostos interferem diretamente no processo de ensino e aprendizagem. Refletindo acerca dessas problemáticas, pensamos em ações capazes de promover mudanças nos procedimentos metodológicos utilizados no processo educativo, tornando o espaço escolar e as aulas mais atrativas e dinâmicas e, consequentemente, favorecendo o interesse dos alunos pelas atividades e a melhoria do desempenho escolar. Nessa direção, elaboramos um projeto que proporcionou aos professores desenvolver uma gama de ações pedagógicas, de forma interdisciplinar, trabalhando as diferentes competências e conteúdos, corroborando assim, para que os educandos produzissem uma variedade de conhecimentos dentro e fora da sala de aula, culminando na realização de uma Feira de Ciências que apresentamos aqui como nossa “boa prática”. O projeto da Feira de Ciências teve início no ano de 2017, como forma de concretizar um maior incentivo à pesquisa, perpassando por várias linhas de trabalho traçadas para serem desenvolvidas ao longo do segundo semestre de cada ano letivo, voltadas para as turmas do Ensino Fundamental II. O desejo de promover a iniciação científica dos alunos teve início com a reflexão de que a evolução alcançada pela humanidade reflete sua propensão à descoberta e que o progresso de sua ação transformadora do mundo é resultante da produção de conhecimentos historicamente compartilhados e aperfeiçoados por cada nova geração. Dessa forma, aprender é uma necessidade constante do ser humano, especialmente na sociedade atual, globalizada, permeada de avanços tecnológicos, onde o conhecimento científico é cada vez mais valorizado. 101


Desse modo, o projeto proporcionou o incentivo à busca do conhecimento de forma mais prazerosa, mobilizando o desenvolvimento de atividades que atravessaram os muros da escola, motivando e trazendo visibilidade, tendo em vista que sua culminância, aberta a comunidade parelhense, trouxe notoriedade e valorização ao trabalho efetivado pelos educandos, fortalecendo sua autoestima. Os resultados da I Feira de Ciências ultrapassaram a expectativa da equipe, tanto no desenvolvimento das atividades ao longo do semestre quanto na culminância. Os estudantes motivados, envolvidos e devidamente orientados pelos professores, demonstraram seu protagonismo e liderança, reconhecendo-se não apenas como receptores de informações, mas como produtores e disseminadores de conhecimentos construídos junto a seus pares, de forma sistematizada e organizada a partir do método científico. Dessa forma, assumimos o desafio de prosseguir com o projeto, realizando em 2018 a segunda edição da Feira de Ciências. A temática escolhida foi “Um olhar para a cidade de Parelhas sob a luz do conhecimento científico”, com o intuito de proporcionar aos estudantes a reflexão sobre os problemas locais que afetam suas vidas, pensando coletivamente em possíveis soluções ou intervenções. Para tal, definimos os eixos de trabalho, os professores responsáveis por cada eixo, nos reunimos para definir objetivos, metodologia, conteúdos e as formas como as descobertas seriam apresentadas ao público no dia da feira, o que foi decidido coletivamente com os alunos. Os professores enviavam as propostas dos respectivos eixos de estudo para a coordenação pedagógica analisar e dar sugestões e assim fomos definindo o cronograma de execução e as formas de registro de todas as atividades realizadas. Posteriormente, fomos fazendo as adequações dos eixos para as respectivas turmas. Os professores desenvolveram as atividades relativas a cada eixo nas salas de aula, em um contexto de estudo que contemplou a proposta das disciplinas envolvidas para cada ano, tendo como ponto inicial do trabalho a definição de situações-problema que exigiram dos estudantes a mobilização de conhecimentos e a aprendizagem de conteúdos que os levassem até a resposta ou possível solução por meio da pesquisa. Em todas as etapas, houve o acompanhamento e apoio por parte da equipe gestora, que promoveu reuniões periódicas para monitoramento das atividades, analisando as possíveis necessidades de adaptações nos conteúdos, metodologia e cronograma. A coordenação pedagógica também realizou junto com os docentes, o planejamento da pesquisa, a escolha dos instrumentos utilizados, a definição de fontes de consulta e de especialistas ou membros da comunidade que foram convidados para contribuir com informações e experiências pessoais e profissionais.

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O Desenvolvimento das ações Os professores responsáveis por cada turma foram organizando uma rotina para que o projeto fosse realizado conforme o cronograma, oportunizando que os estudantes aprendessem e colocassem em prática todas as etapas do método científico. Todos esses percursos foram registrados passo a passo e resultou em um portfólio respaldado de informações sobre de onde partiram, quais dúvidas tinham e quais problemas encontraram no meio do caminho. Sempre que possível, a elaboração do trabalho incluiu estudos do meio, visitas a instituições, entrevistas e viagens para observações in loco. Os professores discutiram com os estudantes como comunicar o que aprenderam para o público, definiram que materiais a apresentação deveria contemplar (cartazes, maquetes, experimentos, banners, etc.), eliminando improvisos e realizando ensaios para assegurar uma boa comunicação dos conhecimentos adquiridos no decorrer dos estudos. Essas apresentações prévias foram realizadas para as demais turmas, assim os colegas tiveram a oportunidade de se colocar no lugar dos ouvintes e sugerir alterações. A preparação da Feira de Ciências Sabíamos que o sucesso dessa ação dependeria, primeiro, da motivação do alunado e de um bom planejamento voltado para os objetivos que queríamos alcançar. Sendo assim, montamos com a ajuda de todos os envolvidos, uma tabela com o tema de cada trabalho, um resumo do que seria mostrado, as turmas que iriam desenvolver cada atividade, os professores responsáveis, os materiais necessários. Com base nesses dados, foram vistas as possibilidades de compra de materiais e os detalhes da exposição em cada espaço, definindo uma escala de tarefas de funcionários, alunos e professores para a confecção e montagem e para o dia da exposição. Mobilizamos os alunos a pesquisa e produção das informações relevantes as quais queríamos apresentar a sociedade parelhense. A divulgação foi feita por meio de convite impresso destinado às diversas instituições da cidade. Os alunos fizeram a comunicação presencial em todas as escolas, bem como na rádio local, convidando a população. Também houve propaganda por meio de carro de som pelas ruas da cidade, no dia da exposição.

Avaliando os resultados

A avaliação perdurou em todas as etapas processo, em forma de registros permitindo assim a observação da evolução das aprendizagens dos estudantes. A apresentação dos resultados 103


da pesquisa pelos estudantes, no dia da exposição, foi também um importante instrumento de avaliação, uma vez que evidenciou o domínio dos conteúdos trabalhados e a compreensão dos estudantes da temática pesquisada. Nessa perspectiva, foi considerada, ainda, a avaliação dos especialistas convidados que analisaram os trabalhos dos grupos na apresentação dos resultados. Estes preencheram uma ficha de acordo com critérios estabelecidos e emitiram um parecer com nota para cada trabalho. Desse modo, todo o processo de desenvolvimento da Feira de Ciências, desde os preparativos até o dia do evento foi registrado em relatórios, gravações e fotografias para posteriores análises. As informações constantes desse relato de boas práticas futuramente colaborarão para a reflexão e serão um indicador da efetivação da escola como um espaço de construção de conhecimento e investigação, por meio de projeto, uma vez que o caminho percorrido por professores e alunos poderá ser retomado e redimensionado, pois os estudantes tiveram acesso a boas fontes de pesquisa, igualmente, se apropriaram do conteúdo teórico e método científico. Os estudantes também responderam a algumas questões relativas à aprendizagem, de forma que foi possível evidenciar se os objetivos propostos foram atingidos e o que se pode melhorar para o próximo ano. AS PROPOSTAS DE PESQUISA: EIXOS TRABALHADOS Eixo I – Linguagens (Língua Portuguesa, Inglês, Educação Física) Professores responsáveis: Lucinara Maria, Ionara Régia e Rondinelli Oliveira. Turma de trabalho: 7° ano A Tema: Identidades locais: nosso legado literário e desportivo

Objetivo Geral: ● Investigar, através de pesquisa bibliográfica, vida e obra de escritores, poetas e atletas da cidade de Parelhas. Objetivos Específicos: ● Despertar nos alunos o interesse pelos escritores, poetas e atletas da cidade; ● Valorizar a contribuição que essas pessoas trouxeram para a cultura e o esporte; ● Planejar, a partir da análise dos dados pesquisados, a apresentação na Feira de Ciências; ● Incentivar o desenvolvimento da produção científica. 104


Metodologia: A pesquisa será realizada na turma do 7º ano A da nossa escola e será respaldada nos princípios da pesquisa-ação, uma vez que diagnosticamos uma dificuldade em sala de aula, e buscamos uma solução, através de uma intervenção pedagógica diferenciada, envolvendo os professores/pesquisadores e os alunos/participantes. Além disso, esta pesquisa é de abordagem qualitativa, pois possibilita uma análise mais profunda sobre o objeto de estudo, inclusive relacionando o estudo a fatores sociais. Para realizar a pesquisa proposta, será elaborada uma sequência didática, estruturada em módulos, que partirá da apresentação da situação, seguida de produção inicial feita pelos participantes e se desenvolverá através de várias atividades (módulos) até a produção final, com sua culminância na apresentação da Feira de Ciências, em 18 de outubro de 2018. Com a aplicação dessa sequência, partiremos para a organização e sistematização dos dados, análise a partir da fundamentação teórica estabelecida e, por fim, elaboração para divulgação dos resultados da pesquisa. Conteúdos contemplados: Língua Portuguesa: Gêneros textuais: biografia, cordel, poesia e prosa; Versificação e métrica; Ortografia; Linguagem oral e escrita. Inglês: Sports - sportsmodalities Educação Física: Esportes coletivos e individuais; Esporte em Parelhas; Capacidades físicas. Eixo II – Ciências da Natureza (Ciências) Professores responsáveis: Savana Santos e Isabela Alves Turma de trabalho: 7° ano B Tema: O município de Parelhas e as novas tendências na produção de energia a partir de fontes renováveis.

Objetivo geral ● Compreender a importância do uso das energias renováveis do ponto de vista ambiental e econômico, utilizando-se do método científico para investigar as possibilidades e limitações de sua produção no município de Parelhas. 105


Objetivos específicos: ● Incentivar os alunos a praticarem a aprendizagem investigativa; ● Identificar quais sãos as fontes renováveis e não renováveis de energia; ● Compreender o potencial econômico e ambiental de algumas fontes renováveis de energia; ● Confeccionar modelos educacionais para demostrar fontes renováveis; ● Demostrar as vantagens e desvantagens das energias renováveis; ● Analisar o potencial produtivo de energias renováveis no município de Parelhas. Materiais e Métodos Mini – gerador ● Motos de passos (impressora) ● Diodos ● Capacitores ● Placa perfurada ● Solda ● Pote de plástico ● Tomada com fio de outro aparelho. Como fazer disponível em: www.youtube.com/watch?v=NNzjT0hqcgk ● Cantoneira de 30 cm ● Parafuso com porca e para Madeira ● Base de madeira ● Hélice de ventilador. Como fazer disponível em: www.youtube.com/watch?v=imjrDSaBDpo Painel Solar ● Papel alumínio 106


● Tesoura ● Termômetro ● 2 copos com agua ● Uma fonte de luz ● Papel filme ● Caixa de papel. Como fazer disponível em: www.youtube.com/watch?v=-OJu8wqJhwM Para maquetes usaremos: cartolina, tesouras, tintas e material reciclado. Inicialmente os alunos farão um estudo sobre fontes renováveis de energia. A partir desse estudo, a turma do 7 ano B verá quais das energias renováveis são viáveis no município de Parelhas/RN. Sabe-se que o desmatamento tem avançado bastante, devido principalmente às cerâmicas que usam a lenha para aquecer os fornos. Uma alternativa para esse problema seria o uso da biomassa oriunda de ferragens, papeis, galhos e folhas que estão caídos pela cidade ou casca de coco. Temos aqui uma cerâmica modelo no Povoado Juazeiro, que por usar tecnologias que aproveitam melhor o calor e materiais alternativos, é menos prejudicial ao meio ambiente e pratica o plantio de mudas. Caso a turma opte por energia eólica, por exemplo, os alunos farão um estudo sucinto sobre em quais lugares os aerogeradores devem ser colocados. Após o estudo, será realizada visita ao Supermercado Cantalice em Equador – RN e ao Parque Eólico na Cidade do Junco do Seridó/PB. Nestas visitas os alunos farão registros fotográficos, tendo-os como referência para confecção dos modelos ou maquetes. Conteúdos contemplados: Fontes renováveis e não renováveis de energia. Exposição Serão confeccionados banners para apresentação ao público dos resultados da pesquisa. Com relação às cerâmicas, poderá ser feita uma maquete mostrando, por exemplo, que a fumaça de um forno é utilizada para aquecer outro. Pode-se confeccionar aerogeradores e uma placa de energia solar com materiais recicláveis. Eixo III– Ciências Humanas (História e Geografia) Professores responsáveis: Jacknamar Flávio, Rosidelma Ferreira e Giovane Alves Turma de trabalho: 6° ano 107


Tema: Para onde caminhamos: autodestruição ou sustentabilidade? Analisando a história e a economia do município de Parelhas. Objetivo Geral: ● Analisar o percurso histórico de nossa cidade no contexto do desenvolvimento de algumas de suas mais marcantes atividades econômicas: a pecuária, a atividade ceramista, a mineração a piscicultura e a marcante atuação dos caminhoneiros. Objetivos Específicos: ● Construir uma leitura crítica e histórica da realidade econômica de nossa cidade; ● Estimular a leitura e reflexão por meio da pesquisa e produção textual; ● Estimular a atividade cooperativa e a cordialidade entre os (as) estudantes; ● Organizar por meio de cartazes, audiovisual, maquetes, estandes e artefatos históricos uma sala temática sobre os temas pesquisados. Metodologia: Mediante orientação prévia e acompanhamento contínuo por parte do corpo docente envolvido, os (as) estudantes desenvolverão pesquisas e análises com as mais variadas fontes históricas (inclusive visitação in loco), a fim de que seja possível construírem uma leitura histórica, econômica e social de nossa cidade; considerando aspectos pertinentes como a relação ou impacto da ação do ser humano sobre o meio natural em que está inserido e suas consequências a médio e longo prazo. A produção resultante dessas ações será organizada em forma de exposição e compartilhada com a comunidade na Feira de Ciências, em 18 de outubro de 2018. Conteúdos contemplados: História: Percurso histórico do desenvolvimento do município de Parelhas; Transformações culturais a partir das diversas atividades econômicas praticadas ao longo do tempo. Geografia: Principais atividades econômicas do município de Parelhas e seus impactos socioambientais: agricultura de subsistência; Pecuária; Mineração; Indústria; Comércio e serviços. Eixo IV– Matemática Professores responsáveis: Francieli Alves e Márcio Santos 108


Turmas de trabalho: 8° e 9° ano Tema: Problemas sociais em evidência no município de Parelhas: a realidade em números Objetivo Geral: ● Produzir quadro estatístico da evasão de jovens matriculados na Escola Estadual Maria Terceira nos últimos cinco anos, investigando os principais fatores que os levaram ao abandono dos estudos e realizando levantamento de possíveis soluções. Objetivos Específicos: ● Fomentar a discussão acerca de problemas que afetam os jovens do município de Parelhas na atualidade e seu reflexo na vida escolar; ● Possibilitar o compartilhamento de experiências pessoais, expectativas e sonhos alimentados pelos estudantes; ● Investigar causas do abandono escolar utilizando-se do método científico; ● Realizar tratamento estatístico de dados coletados pelos estudantes por meio de questionários, entrevistas e análise de documentos da escola; ● Organizar um Diário de Bordo registrando todas as etapas do estudo, explicitando o desenvolvimento da aprendizagem dos estudantes, as dificuldades e avanços ao longo do percurso; ● Socializar os resultados da pesquisa na Feira de Ciências da escola, utilizando-se de gráficos e tabelas que podem ser expostos em banners e maquetes. Metodologia: Inicialmente conversaremos com os alunos a respeito do tema evasão escolar, onde ouviremos a opinião dos mesmos sobre as possíveis causas desse problema e orientaremos para o próximo passo, que será uma pesquisa nos registros escolares para fazer um levantamento sobre o número de alunos evadidos nos últimos 5 anos. Para isso dividiremos os alunos em 5 grupos. Além disso, faremos visitas a alguns alunos evadidos, como também a aplicação de um questionário no intuito de descobrimos a real causa da evasão. Em seguida, será trabalhado com os alunos o conteúdo de Estatística Básica para fazer o tratamento dos dados coletados. Com o resultado em mãos, os alunos produzirão cartazes, banners e maquetes com os gráficos que constarão os principais motivos das evasões por faixa etária e sexo. Conteúdos contemplados: 109


● Estatística Básica (porcentagem, gráficos e tabelas) Desejo alcançável e resultados obtidos O trabalho aqui narrado apresenta um “desejo alcançável” de vermos nossos educandos se colocando frente a situações problematizadoras, levantando hipóteses e pensando em soluções para os problemas do cotidiano, o que traz sentido para o aprendizado escolar. Entendemos que o trabalho escolar precisa ter como base uma pedagogia que veja a educação como uma prática social transformadora, conforme preconizado por Paulo Freire. As ideias freireanas apontam para uma reflexão crítica da prática pedagógica, que implica em saber dialogar e escutar e que supõe o respeito pelo saber do educando. Esse direcionamento dado à prática pedagógica se torna ainda mais relevante ao considerarmos que hoje, mais do que em outras épocas, se exige da escola uma postura alicerçada num processo permanente de reflexão, que leve a resultados inovadores no trato da educação. Nesse sentido, a Feira de Ciências oportunizou aos educandos compreenderem mais a fundo diversas problemáticas locais que afetam diretamente suas vidas, tendo em vista que, pensar a cidade em seu aspecto poético, nas raízes afetivas e familiares é diferente de pensá-la sob um olhar mais apurado, crítico, buscando conhecer a fundo os principais problemas que perpassam a vida do povo parelhense, sob a luz do conhecimento científico. Dessa forma, as limitações e possibilidades de Parelhas enquanto cidade da região do Seridó em importante processo de crescimento foi nosso objeto de investigação, tendo como inspiração estudos sobre a Cidade Educadora, da Unesco, que nos mostra como é possível, principalmente através da educação, transformar realidades e elevar a qualidade de vida. Esta vivência favoreceu o despertar da curiosidade científica, oportunizando aos estudantes a utilização de métodos que os levaram a formular problematizações baseadas em suas vivências cotidianas, pesquisar em diferentes fontes, tomar decisões em grupos e socializar suas descobertas, o que trouxe avanços diversos na aprendizagem, protagonismo na organização dos trabalhos e nas apresentações, envolvimento, participação e autoestima.

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REGISTROS FOTOGRÁFICOS

REFERÊNCIAS FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 17 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 111


ROTEIRO DE BOAS PRÁTICAS: PELOTÃO DE RESGATE, FEIJOADA E SOPA DA APRENDIZAGEM E CAIXA DA ESCUTA

Maria de Lourdes Dantas da Silva (Diretora) Maria Josimária Ivo de Oliveira (Vice-diretora) Tereza Bianca de Medeiros Silva (Coordenadora Pedagógica)6

O ano letivo de 2017 foi desafiador para toda equipe educacional da Escola Estadual Professora Iracema Brandão de Araújo, localizada na cidade do Acari, haja vista que a referida instituição passou por uma mudança na oferta do ensino médio, posto que deixou de ofertar o ensino médio regular e passou a ofertar o Promédio semi-integral. Nesse sentido, a carga horária semanal passou de 25 horas-aulas para 35 horas-aulas, tendo os educandos que passarem a estudar dois dias manhã e tarde. Com essa mudança, passamos a enfrentar a resistência de alguns alunos quanto à permanência na escola. No entanto, a maioria desses, também não vinha para a aula nos horários matutinos, pois alguns já eram repetentes e/ou evadidos de outras escolas ou mesmo acompanhados pelo Conselho Tutelar, Promotoria e Justiça, visto que são adolescentes em situação de risco e/ou em vulnerabilidade social. Não obstante, no mesmo ano, fomos selecionados pela SEEC/RN para participar da primeira etapa do Programa Jovem de Futuro, ação essa em parceria com o Instituto Unibanco. O Jovem de Futuro, firma parceria com as secretarias estaduais de Educação e oferece diferentes instrumentos que dão suporte ao trabalho de gestão das escolas e das redes de ensino, como assessoria técnica, formações, análises de dados e o apoio de sistemas tecnológicos especialmente desenvolvidos para ele. Um dos desafios em participar do programa, foi construir nosso plano de ação, pois tínhamos que fazer um filtro de gerenciamento, para elencar possíveis causas que estavam impactados a aprendizagem dos alunos e também suas permanências na escola. Foi durante o planejamento coletivo do referido Plano, que percebemos que um dos maiores problemas que enfrentamos até hoje, é a evasão escolar, em virtude da vulnerabilidade social que acomete a maioria dos nossos discentes. Nesse sentido, para tentar minimizar o efeito devastador da evasão, elencamos dentro do 6

Equipe gestora da Escola Estadual Professora Iracema Brandão na cidade de Acari/RN

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componente Taxa de Aprovação na 1ª série, a vulnerabilidade social como causa primária para que tantos educandos abandonassem os estudos, ou seja, saíssem da nossa escola. Portanto, diante da definição da causa, elencamos três grandes ações em nosso plano de ação, a saber: Pelotão de resgate, Feijoada e Sopa da aprendizagem e Caixa da Escuta. “PELOTÃO DE RESGATE” O pelotão de resgate surgiu em nossa instituição de ensino, nas instâncias da Gestão escolar e pedagógica e do Conselho Escolar, que promoveu durante todo o ano de 2017 iniciativas para combater a evasão dos educandos que nela estudam. No entanto, muitos foram os desafios, haja vista que não se consegue 100% do apoio das famílias, que muitas vezes não têm mais autoridade sobre os filhos, e dessa maneira não conseguem mostrá-los a importância da educação para suas vidas. Não obstante, temos os pais que não têm um grau elevado de escolaridade e assim sendo, não sabem da importância que tem a educação na vida dos filhos, pois também não tiveram acesso a ela. Dessa maneira, travamos uma batalha durante todo ano letivo de 2017 para evitarmos a evasão escolar e garantir o direito desses adolescentes de frequentarem a escola e, por conseguinte desenvolverem suas competências e habilidades. Dessa forma, foram feitas ligações telefônicas, encaminhamos correspondências, fomos às residências e acompanhamos a frequência diariamente com ajuda dos líderes de classe através de uma chamada denominada semáforo. Contudo, quando não obtivemos respostas encaminhamos os casos para o Conselho Tutelar, que fez sua parte juntamente com a Promotoria Pública de Acari. Entretanto, apesar de todas essas iniciativas ainda tivemos casos de evasão, e alguns alunos que abandonaram a escola nas últimas semanas de aulas, bem como outros que não vieram fazer os Exames Finais e, portanto, foram reprovados. Outrossim, diante dessa realidade encaminhamos ofícios para todas as famílias que estão com os filhos nessa situação marcando uma reunião no dia 22 de dezembro de 2017, para tratarmos dos problemas que poderiam ser acarretados à elas caso seus filhos permanecem evadidos e/ou fora da escola. Contudo, poucas mães apareceram e, portanto, tivemos que atender cada uma individualmente. Durante os atendimentos falamos da transferência de adolescentes com idade suficiente, para Educação de Jovens e Adultos e firmamos parceria com as mães presentes para que tivessem responsabilidade e compromisso com a educação desses adolescentes no ano de 2018. A partir dessa ação, hoje temos adolescentes sem a idade suficiente para estudar na EJA, mas que conseguimos através de encaminhamentos de Memorandos para 9ª DIREC, que entrou em contato com 113


a SOINSP e conseguiu que matriculássemos esses adolescentes nesse nível de ensino, pois do contrário, muitos ainda estariam fora da escola, ainda mais vulneráveis do que já são. Apesar das dificuldades encontradas, tivemos um índice bem menor de evasão considerando os anos anteriores a 2017, pois em 2015 tivemos 75% de aprovação, 13% de reprovação e 12% de evasão. Em 2016, já tivemos uma melhoria nos dados com 77% de aprovados, 8% de reprovados, porém pioramos no índice de evasão, somando 15%. Contudo, a partir da ação do Pelotão de Resgate, tivemos uma melhoria significativa em ambos os dados, a saber: 84% de aprovação; 8% de reprovação e 8% de evasão. Dessa feita, entendemos que as práticas e ações foram significativas para nossa escola, visto que, obtemos resultados satisfatórios no ano de 2017 que ainda não faziam parte da realidade da Iracema Brandão. “FEIJOADA E SOPA DA APRENDIZAGEM” Além da iniciativa de combate à evasão, percebemos a importância de desenvolver reuniões que chamassem a atenção dos pais para virem até a escola saberem o desempenho escolar de seus filhos. Foi assim, que revitalizamos nossas reuniões e plantões pedagógicos de pais e mestres, através do que a gente nomeou de Feijoada e sopa da aprendizagem. Essas iniciativas deram bastante certo, mas percebemos que a sopa foi mais participativa, visto que, ocorreu no período no qual todos os pais já estão livres dos seus horários de trabalho, ou seja, a noite. Com essas ações , pretendemos fortalecer ainda mais a parceria com a família de nossos educandos e trazê-los par a âmbito escolar de forma mais atrativa. “CAIXA DA ESCUTA” Outra prática que surtiu bastante efeito dentro do Promédio semi-integral e do desenvolvimento do Jovem de Futuro em nossa escola no ano de 2017, foi à criação da caixa da escuta. Criamos essa ação com o objetivo de conhecer os anseios de nossos discentes, e também, porque sentimos a necessidade de saber o que eles tinham a dizer sobre nossa escola e nossas práticas, mas que muitas vezes não tinham ou têm coragem de expressarem verbalmente/oralmente. Outrossim, víamos também que alguns alunos sentiam “medo” de expressar seus sentimentos acerca da escola, dos professores, gestão escolar e demais profissionais que na Iracema Brandão trabalham, assim como, sentiam que algo podia ser melhorado, mas tinham receio de expressarem suas opiniões, principalmente em relação a merenda e ao almoço servido no dia que estudam manhã e tarde, isto é, integralmente . A caixa ficou anexada em uma parede da escola com o slogan: Falar é a melhor solução. Vimos que foi uma iniciativa com bastante proveito, pois ficamos sabendo de situações de alunos 114


que já tinham tentando até mesmo o suicídio e assim percebemos que o resultado de sua baixa autoestima era resultado de problemas familiares e de aceitação de sua identidade de gênero. Com essa ferramenta, também ficamos sabendo das práticas docentes na visão dos discentes e pudemos conversar com cada professor individualmente, mostrando como cada educando via seu trabalho e até suas atitudes enquanto profissional da educação. Todas essas ações já foram revitalizadas em 2018 e postas novamente em nosso Plano de Ação, para dessa maneira, atendermos melhor as expectativas de nossos discentes e de seus familiares. Contudo, entendemos que tais ações só surtirão efeito ou ainda serão válidas, porque contamos com uma gestão que busca resultados na aprendizagem de seus educandos, tendo como meta a promoção de uma educação equitativa para todos, bem como por termos o assessoramento eficaz e as formações promovidas pela SEEC/RN e o Instituto Unibanco. Com o fim de ampliar ainda mais o conhecimento acerca de nossos discentes, a caixa da escuta foi expandida, tendo colocado uma para os alunos, a qual é rotativa, ou seja, a cada dia da semana ela passa por uma turma, bem como colocamos uma para os professores e funcionários visto que, também percebemos que muitos demonstram dificuldade para expressar seus sentimentos e opiniões verbalmente/oralmente. Em suma, compreendemos que precisamos continuar focando no combate à evasão, na parceria família e escola, bem como dando voz aos nossos alunos, durante todos os anos letivos que ainda estão por vir, pois nem todos os cidadãos, e principalmente os jovens entendem que a educação é primordial na formação do cidadão de uma forma integral. REGISTRO DAS BOAS PRÁTICAS

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FEIJOAFA E SOPA DA APRENDIZAGEM

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CLUBE DA LEITURA Eva Lorena A. Dantas(Diretora)7 Maria do Socorro A.S. Santos (Coordenadora Pedagógica) A Escola Estadual Teônia Amaral, pensando na construção de leitores proficientes, fomentou o desejo de criar um projeto que desse destaque à leitura de obras clássicas e contemporâneas, despertando o gosto e o prazer pelo texto literário. Dessa forma, foi criado o Clube da Leitura que completou um ano de formação e tem atraído os jovens para o mundo da leitura.

Esse projeto partiu da necessidade de melhorar o desempenho dos alunos nas atividades de sala de aula, uma vez que grande parte dos estudantes chegam no Ensino Médio sem domínio em leitura e escrita. Por isso, a importância de oportunizar contato com livros, principalmente os best-sellers do público juvenil, a fim de desenvolver habilidades leitoras tão importantes na formação do estudante dessa modalidade de ensino. Nesse contesto, é importante evidenciar as dificuldades encontradas durante o processo de construção desse projeto; a primeira delas foi o pouco recurso para compra das obras literárias. Em seguida, o desafio de atrair os estudantes para uma pratica pouco valorizada como a da leitura, e por fim, como produzir um ambiente sedutor para os encontros. Segundo Paulo Freire, o maior desafio na formação do leitor está exatamente em produzir um ambiente com movimento em que o estudante confronta-se com a realidade para progressivamente ampliar a crítica e a criatividade. É preciso que a leitura seja um ato de amor. Para essa ação ser posta em prática, a escola deu total apoio ao projeto, disponibilizando salas, incentivando os jovens a participarem do Clube e motivando os professores a se engajarem nessa ação. Com relação ao acervo bibliográfico, este está sendo adquirido com recursos da pró7 Equipe gestora da Escola Estadual Teônia Amaral na cidade de Florania/RN 117


pria escola e também através de doações e empréstimos dos próprios professores. O encontro tem acontecido quinzenalmente, com um público que varia de 40 a 35 participantes, onde há discussões das obras lidas e a troca de livros. É importante lembrar que há uma rotatividade com relação aos integrantes do Clube, uma vez que aqueles que não se identificam com a dinâmica do projeto, tem total liberdade de sair e as vagas são preenchidas por novos membros.

Após um ano de experiência com o Clube da Leitura, percebe-se uma melhoria considerável na visão crítica de mundo, proporcionada pelas leituras. Além disso, houve um amadurecimento no que diz respeito à escrita e a oralidade dos jovens envolvidos nessa ação, com a leitura de best-sellers e clássicos de autores como Gabriel Garcia Marques, Machado de Assis, Victor Hugo, entre outros.

Por fim, fica claro que o Clube da Leitura trouxe resultados positivos dentro da área de letramento, atendendo as expectativas iniciais. Porém, para que esse projeto tenha sucesso em sua continuidade é necessário que a Secretaria de Educação, através de projetos, viabilize recursos financeiros que garantam a renovação do acervo bibliográfico. Além disso, é relevante destacar que a disponibilidade dos professores envolvidos para manter esse projeto vivo é pouca, devido a carga horaria excessiva. Esses pontos devem ser analisados para que esse projeto se mantenha vivo e atuante, tornando a escola um espaço humanizado através da literatura.

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PLANTANDO LEITURA E COLHENDO LEITORES

Benta Ferreira Souto Assunção(Diretora)8 José Aristeu Félix (Vice-Diretor) Maria das Vitórias Costa Mendes (Coordenadora Pedagógica)

A Escola Estadual Manoel Luiz de Maria, localizada na cidade de Lagoa Nova/RN, circunscrição da 9ª DIREC – Currais Novos/RN. Até o ano de 2016 ofertava os níveis de Ensino Fundamental (anos iniciais aos anos finais). No ano de 2017, assumiu o desafio de implantar o Ensino Médio. Hoje oferta, os níveis de ensino – Fundamental anos iniciais e finais e Ensino Médio Regular e Ensino Médio Noturno. A clientela da referida unidade escolar é bastante diversificada e composta por alunos oriundos da zona urbana e rural, de níveis socioeconômicos diversificados. E no que se refere aos alunos do Ensino Médio Noturno é composta por jovens trabalhadores e/ou por jovens com alta distorção idade/série.

DO RELATO DE BOAS PRÁTICAS

No início do ano letivo de 2018, após a Análise de dados do Diagnóstico Inicial realizado pela equipe docente e pedagógica da EEMLM, nos três turnos de funcionamento da escola e nos três níveis de ensino ofertado, a LEITURA, INTERPRETAÇÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS, foi apontada como o principal problema de aprendizagem. O que dificultava o bom desempenho dos alunos não só no componente curricular de Lingua Portuguesa, como também em todos os componentes curriculares. Diante esses dados, foi idealizado o PROJETO DE INTEGRAÇÃO CURRICULAR - PIC, tendo como principais campos de desenvolvimento o LETRAMENTO; E O PROJETO DE VIDA E CIDADANIA EMPREENDEDORA – Esse último campo especificamente destinado ao turno noturno. Diante das necessidades de intensificar o hábito de leitura na EEMLM, e como apoio aos professores da sala de aula regular - principalmente os professores de Língua Portuguesa – foi 8

Equipe Gestora da Escola Estadual Manoel Luiz de Maria na cidade de Lagoa Nova/RN

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desenvolvido o plano de trabalho da BIBLIOTECA OLAVO BILAC da EEMLM, através da professora Maria das Dores Aprígio Aciole, com o bjetivo de transformar a biblioteca em um espaço ativo no processo de busca e construção do saber, trazendo a comunidade escolar para este espaço e utilizando-o de forma significativa, para o enriquecimento do processo de ensino-aprendizagem, assim como, levando a Biblioteca Escolar (itinerante) para os outros espaços de aprendizagem da Escola e da Comunidade Escolar. Nesse aspecto, passamos a descrever as ações realizadas pela Biblioteca Escolar Olavo Bilac pertencente a EEMLM no ano letivo de 2018: 1 - APOIO AO DESENVOLVIMENTO CURRICULAR Objetivo- Apoiar os professores da sala comum através de pesquisas direcionadas facilitando o desenvolvimento dos conteúdos do componente curricular. Ação- Pesquisas direcionadas pelo professor da sala comum, orientadas pelo professor da sala de leitura. Público alvo- Alunos do Ensino Fundamental e Ensino Médio Recursos- livros de pesquisas, (enciclopédias) jornais ,revistas, internet. Equipe Envolvida - professor regente de sala, alunos, professor da biblioteca. Período de Execução - de 19 fevereiro à 21 de dezembro/2018. 2 - ACÕES DE INCENTIVO A LEITURA Objetivo- Estimular os alunos a frequentarem a biblioteca escolar, buscando o entretenimento, informação, a construção do conhecimento, bem como o estudo e o habito de ler por prazer. 1.1 - Livro cinco estrelas; 1.2 - Ilustrando poesia; 1.3 - Teatro de leitura; 2.4 - Mochila volante ; 2.5 - Piquenique literário; 2.6 - Escambo literário (Dia do livro); 2.7 - Oficinas sobre estratégias de leitura; 120


2.8 - Tarde da autógrafo com escritor local; 2.9 - Motivar o aluno a participar das atividades desenvolvidas na biblioteca, despertando habilidades artísticas no aluno; 1.10 - Dramatização de histórias lidas ou construídas pelo grupo, utilizando fantoches; 2.11 - Caderno coletivo com ficha técnica para registro; 2.12 - Encontro de gerações onde pais e avós contam histórias para os filhos e netos, culminando com um pequenique; 2.13 - Tarde da autográfo com escritor local; 2.14 - Concursos literários, cartazes, saraus, paródias; Equipe Envolvida - alunos, professores das salas, professor da sala de leitura família dos alunos; Período de Execução - De 19 de fevereiro a 21 de dezembro/18;

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- PROJETO CORDELTECA

Objetivo - Desenvolver nos discentes o gosto pela leitura e valorização da literatura de cordel, além da criação de cordéis a partir de seus conceitos literários e a correlação com os exemplos de talentos de poetas cordelistas da comunidade lagoanovense. Ação- Inauguração da Cordelteca Chagas Gomes; 3.1 - Roda de leitura; 3.2 - História do cordel; 3.3 - Recital; 3.4 - Produção de cordéis; 3.5 - Leitura oral, silenciosa; 3.6 - Homenagem ao poeta e cordelista CHAGAS GOMES; 3.7 – Oficina de Técnica de xilogravura para confecção de cordéis; Equipe Envolvida – Toda a Comunidade Escolar (professores, alunos, coordenação, direção), além dos artistas locais Chagas Gomes (cordelista que inspirou o nome da Cordelteca da EEMLM) e a 121


escritora Lagoanovense Paula Belmino. Período – Abril/2018 3

GESTÃO DA BIBLIOTECA ESCOLAR

Objetivo- Estimular os alunos a frequentarem a Biblioteca Escolar, buscando o entretenimento, informação, a construção do conhecimento, bem como o estudo e o hábito de ler por prazer. 4.1 - Controlar através de registros a entrada e a saída dos livros; 4.2 - Divulgar o acervo disponível; 4.3 - Conscientizar sobre a importância do acervo; 4.4 - Oficinas sobre as estratégias de leitura em favor da construção do conhecimento; 4.5 - Montar oficinas sobre as estratégias de leitura em favor da construção do conhecimento; 4.6 - Estabelecer elo entre professor biblioteca e aluno; 4.7 - Fomentar o gosto pela leitura; 4.8 - Mostrar através de gráficos a turma que ler mais na escola (desempenho de leitores por idade/série e turno; 4.9 – Premiar/incentivar/divulgar o leitor mais assíduo da Biblioteca Olavo Bilac; 3.1 - Oferecer jogos educativos em horários vagos. 3.2 – Biblioteca Itinerante (distribuir os livros em pontos estratégicos do pátio da escola) na hora da pausa, como forma de levar a biblioteca até aos alunos. Equipe Envolvida: Professora da Biblioteca Olavo Bilac; Professor de sala regular e alunos da EEMLM. Período de Execução - De 19 de fevereiro a 21 de dezembro/18;

O Plano de Trabalho da BIBLIOTECA OLAVO BILAC DA EEMLM, no que concerne à recursos, foi desenvolvido durante o ano de 2018, com recursos existentes na escola, tais como, livros, cordéis, gibis, material de apoio (papel – A4 – cartolina – papel madeira – Collor set, etc.), caneta, lápis, cola, tinta, pincéis, além de outros materiais existentes na escola, tais como notebooks, data show, som, microfone, etc. Mas, os principais recursos utilizados foram os recursos humanos, o 122


querer fazer da equipe, a disponibilidade e a responsabilidade do cumprimento do dever de educar e a aceitação pela equipe discente. Os resultados gerados com o desenvolvimento do Plano de Trabalho da Biblioteca OLAVO BILAC da EEMLM, foram alunos leitores, encantados com o universo mágico dos livros. E em contrapartida seres humanos com mais conhecimentos, com vocabulário amplo, tanto na escrita como oralmente, o que impactou diretamente na aprendizagem da sala de aula regular no quesito leitura e interpretação de textos, principal dificuldade de aprendizagem apontada quando da realização do diagnóstico inicial do ano letivo 2018. IMAGENS DA PRÁTICA (ANEXOS)

Inauguração Cordelteca – Cordelista Chagas Gomes / Poetisa Paula Belmino e Artista de teatro Irani.

Biblioteca Itinerante – Hora da Pausa

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Contação de história

Reforço de Leitura e Escrita

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CONSELHO DE CLASSE: ESPAÇO COLABORATIVO DE RESSIGNIFICAÇÃO DA APRENDIZAGEM Jaire de Freitas Araújo (Diretor)9 José Mendes de Oliveira Neto (Vice-Diretor) Francinete de Medeiros Lima (Coordenadora Pedagógica)

A Escola Estadual de Ensino Médio em Tempo Integral Tristão de Barros está situada à Rua Bernadete Xavier, n° 115, Centro, na cidade de Currais Novos-RN, inscrita no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), através da Unidade Executora, sob o n° 01.470.531/0001-00, mantida pelo poder público e administrada pela Secretaria de Estado da Educação e da Cultura. A escola iniciou suas atividades educacionais no ano de 1978, conforme Ato de Criação da unidade escolar, com Ensino de 1º Grau, através do Decreto nº 7.309, de 13 de março de 1978, publicado no Diário Oficial do Estado, edição de 23-03-1978. No ano de 2002, foi publicado no Diário Oficial do Estado, edição de 22-01-2002, o Ato de Transformação de Escola de Ensino Fundamental para Escola de Ensino Fundamental e Médio, através do Decreto nº 15.877, de 21 de janeiro de 2002. Em 2009, a escola continuava como sendo de Ensino Fundamental, no entanto passou a assumir a configuração de Ensino Médio Inovador, modalidade vivenciada por 07 anos e que rendeu bons resultados. No início do ano de 2017, a escola deixou de atender ao Ensino Fundamental e, ao lado de outras 17 unidades de ensino do Estado do Rio Grande do Norte, assumiu o Ensino Médio em Tempo Integral. Construída em uma área de 1.513 m2, a Escola Estadual de Ensino Médio em Tempo Integral Tristão de Barros atende a um público de 384 alunos e possui, dentre outros espaços físicos, 10 salas de aula adaptadas ao modelo de salas-ambiente, um auditório, uma biblioteca comunitária, cozinha, refeitório e uma sala interativa, conquistada por meio do prêmio Respostas para o Amanhã promovido pela Samsung. A escola hoje, passa por reforma completa em sua estrutura física. A presente ação descrita consiste em um relato da experiência de fortalecimento e institucionalização das práticas referentes ao Conselho de Classe como parte do processo de construção de uma cultura escolar na Escola Estadual de Ensino Médio em Tempo Integral Tristão de Barros - EETITB, situada no município de Currais Novos / RN. Objetiva apresentar uma descrição do conjunto de ações mobilizadoras implementadas pela unidade de ensino, desde a formulação do Regimento Interno do Conselho de Classe à realização de suas três etapas (pré-conselho, conselho 9

Equipe Gestora da Escola Estadual Tristão de Barros na cidade de Currais Novos/RN

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e pós-conselho), bem como analisar os resultados observados no processo de ensino e aprendizagem a partir de sua realização, o que favoreceu o desenvolvimento de novas práticas pedagógicas na escola. Embora a rede estadual de ensino só tenha passado a dispor de um dispositivo legal para regulamentar as práticas de gestão democrática, entre as quais o Conselho de Classe, muito recentemente, a partir da sanção da Lei Complementar nº 585, de 30/12/2016, o Projeto Político Pedagógico (PPP) da EETITB já apontava, em 2009, a necessidade de reformulação na configuração do Conselho, contemplando etapas distintas de ação-reflexão-ação do processo de ensino e aprendizagem, bem como a participação de diferentes atores sociais do contexto escolar neste processo. Dessa forma, o relato que ora se apresenta sintetiza o percurso realizado pela escola desde as primeiras discussões ocorridas em 2009 até a configuração definitiva do modelo do Conselho de Classe, que passou a ser aplicado em 2018. Assim sendo, para a elaboração deste trabalho, foram revisitados documentos que fundamentam a vivência escolar, tais como o Projeto Político Pedagógico e o Regimento Interno, bem como os registros realizados ao longo do tempo sobre as formações continuadas, discussões e experiências desenvolvidas acerca de temas relevantes, tais como educação humana integral, gestão democrática, currículo, avaliação, dentre outros, os quais envolveram a participação da comunidade escolar em diferentes momentos e espaços. Além disso, as reflexões colhidas na dinâmica do fazer pedagógico foram consideradas e atuaram como elementos norteadores ou modificadores da prática. Tratou-se, portanto, de um processo de investigação de erros e acertos que, no decorrer dos anos, fomentou a configuração atual do Conselho de Classe. Em face do exposto, a importância deste trabalho revela-se na medida em que possibilita o compartilhamento de uma experiência positiva e viável para execução do Conselho de Classe como parte do currículo escolar em uma escola pública de ensino médio em tempo integral, num momento histórico em que o Rio Grande do Norte vivencia um processo de implementação desta modalidade de ensino. Ademais, a construção de espaços democráticos na escola e, por consequência, o fortalecimento dos Conselhos de Classe, estão previstos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBN, em seu artigo 14º, o que reforça a urgência em se abrir o diálogo e a troca de experiências sobre esse tema. Conselho de classe: espaço colaborativo de ressignificação da aprendizagem O Conselho de Classe pode ser compreendido como um espaço de trabalho colaborativo para a construção de ações pedagógicas que possibilitem a ressignificação e o fortalecimento do processo de ensino, com vistas a garantir os direitos e objetivos de aprendizagem, os quais assegurem a formação integral dos estudantes, conforme estabelece a Meta 7 do Plano Nacional de Educação. Em conformidade com o exposto na LBDN e por sua própria natureza consultiva, deliberati126


va e mobilizadora, o Conselho de Classe impõe a necessidade da participação de diversos sujeitos sociais da escola, o que implica a criação de tempos e espaços favoráveis ao debate na instituição. É nesse sentido que se assume a premissa do Conselho de Classe como um espaço colaborativo no qual, segundo Damiani (2008), parafraseando Ángeles Parrilla, todos são responsáveis pelas decisões tomadas e pela qualidade do que é produzido, de acordo com suas possibilidade e interesses. A partir dessa compreensão, as primeiras reflexões surgidas na EETITB que sinalizavam mudanças na configuração do Conselho de Classe focavam na superação da ideia da simples atribuição de uma nota aos estudantes e na resolução de um problema urgente: a falta de tempo dos professores para participar das discussões. Isso coincidiu com a indicação da escola para participar como uma das pioneiras do Programa Ensino Médio Inovador, em 2009, que estabeleceu o ensino em tempo semi-integral. Iniciou-se, então, um longo processo de formação continuada com as equipes pedagógica e docente que durou, inicialmente, três anos. Em seguida, foi instaurado o Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, que promoveu mais dois anos de estudos continuados. As formações ocorriam semanalmente com participação intensiva de professores, coordenadores e gestores e objetivavam possibilitar a discussão de temas relevantes tanto para a caracterização do Ensino Médio enquanto etapa final da Educação Básica, como para a formação humana integral. Desse modo, além da leitura e análise dos documentos oficiais – tais como LDBN, DCNEM, pareceres etc. – e dos da escola (PPP, Regimento Interno), temas como gestão democrática, avaliação, currículo, organização e gestão do trabalho pedagógico, educação integral, áreas de conhecimento, integração curricular, cultura escolar, culturas juvenis e escola, metodologias ativas, dentre outros, foram objetos de intensa discussão e reflexão entre os participantes. À medida que as formações continuadas avançavam, eram percebidas mudanças significativas na prática pedagógica que repercutiam positivamente no desempenho dos discentes. Ao mesmo tempo, notava-se a inquietação da equipe escolar quanto à maneira de conduzir o Conselho de Classe que, até então, não envolvia representação de estudantes e famílias. Foram, então, iniciadas discussões que visavam aprimorar a prática do Conselho, de modo a assegurar a participação dos demais sujeitos sociais da escola, em conformidade com os princípios da gestão democrática. Dessa maneira, a trajetória percorrida pela instituição de 2009 a 2017 foi marcada pela tríade ação-reflexão-ação, na qual as tomadas de decisões, a elaboração e aplicação de instrumentais, a definição de tempos e espaços implicavam ora em avanços, ora em recuos. A configuração do modelo de Conselho de Classe da EETITB teve sua gênese nesse movimento de ir e vir e nasceu das mãos dos muitos profissionais que constituem a escola. 127


O Conselho de Classe como espaço de avaliação permanente e coletiva A partir de 2017, a EETITB passou a compor o primeiro grupo de escolas de ensino médio em tempo integral do Rio Grande do Norte através do ProMédio Integral, uma iniciativa do governo estadual para assegurar o cumprimento da Meta 6 do Plano Nacional de Educação. A implementação deste programa vem seguindo o modelo da Escola da Escolha, desenvolvido pelo Instituto de Corresponsabilidade pela Educação – ICE. As diretrizes e os princípios pedagógicos preconizados por este modelo foram incorporados às discussões que já vinham sendo desenvolvidas na escola e as reflexões proporcionadas nas formações continuadas a respeito do currículo em tempo integral permitiram o aperfeiçoamento do Conselho de Classe, até chegar ao formato que mobiliza e garante a participação da equipe escolar, dos estudantes e das famílias. Assim sendo, o Conselho de Classe se tornou uma atividade em que as reflexões e discussões são constituídas por meio das experiências vividas na sala de aula pelos estudantes e professores, e cujos encaminhamentos pedagógicos surgem a partir do diálogo entre estes e as famílias. Em vista da perspectiva crítica desse trabalho colaborativo, foram estabelecidas três etapas para a sua execução, a saber: pré-conselho, conselho e pós-conselho. Cada uma delas possui características distintas, mas têm em comum o fato de que todas proporcionam reflexões sobre os conhecimentos escolares e analisam, em conjunto, a atitude mais adequada a ser tomada para melhorar os resultados de aprendizagem. Neste sentido, tal ação mobilizadora do pensamento reflexivo sobre o processo de ensino e aprendizagem tem como princípio a educação interdimensional, que requer reflexão e troca de experiências, a fim de que todos os participantes se sintam livres para expressarem suas ideias e pontos de vista. A EETITB atende a aproximadamente 388 estudantes e suas famílias, adotando uma filosofia segundo a qual a meta mais importante da escola é conseguir que cada aluno alcance uma plenitude intelectual, moral, afetiva e espiritual para realização do seu Projeto de Vida. Para tanto, estimula-se a aprendizagem desenvolvendo o interesse por conhecer, fazer, viver e ser. Isso implica capacitar os estudantes para distinguir entre o importante e o secundário, bem como para reconhecer, formular, defender e respeitar opiniões, o que ocorre por meio das metodologias de êxito próprias do ProMédio Integral. À luz dessa filosofia, atuar no Conselho de Classe permite aos estudantes fortalecerem-se como sujeitos ativos, autônomos, conscientes e corresponsáveis pela sua formação escolar. Mais ainda: ao considerar a família como a “primeira educação”, fica evidente a necessidade de se estabelecer uma sólida relação entre ela e a instituição escolar, com o propósito de assegurar ao estudante a realização de seu Projeto de Vida, meta maior a ser alcançada pela escola. A partir de tais reflexões, o Conselho de Classe da EETITB é realizado bimestralmente, em três momentos distintos, concebidos a partir da leitura de diversos relatos de experiências exitosas 128


em escolas públicas do Paraná, Maranhão e Ceará, os quais chegaram ao conhecimento da equipe escolar em diferentes momentos da formação continuada. Cada experiência era discutida e analisada coletivamente, com o grupo avaliando as possibilidades de implementação, adaptando ideias ou mesmo criando novas estratégias de forma a atender às necessidades da EETITB. Assim sendo, as etapas que constituem o Conselho de Classe nesta instituição de ensino são: 1. Pré-conselho: Trata-se da etapa inicial da realização do Conselho de Classe e é, por definição, um momento de coleta de dados. O pré-conselho atua em duas frentes. A primeira consiste na realização de reunião envolvendo a coordenação pedagógica, a gestão e o corpo docente, sendo presidida pelo gestor e conduzida pela coordenadora pedagógica. Um instrumental elaborado pela equipe pedagógica com o objetivo de analisar os fatores que interferem positiva ou negativamente na aprendizagem é então aplicado. As respostas – fruto da discussão de cada fator – são sintetizadas e arquivadas, pois servirão de embasamento para as demais etapas do Conselho. Os aspectos avaliados neste instrumental dizem respeito à capacidade de aprendizagem, à disciplina, às relações interpessoais e à frequência dos estudantes, fazendo-se também um levantamento dos aspectos positivos e dos pontos de atenção de cada turma. As turmas referentes à cada série são agrupadas, de modo que ocorrem três reuniões: uma para tratar das 1ªs séries, outra para as 2ªs e uma última para as 3ªs. A segunda frente de atuação é efetivada pelos Líderes de cada turma, os quais aplicam junto aos seus colegas um outro instrumental criado pela equipe pedagógica, no qual se promove uma autoavaliação da turma seguindo os mesmos aspectos analisados pelos professores. Além disso, após discutir com seus pares, o Líder registra sugestões e elenca encaminhamentos para melhorar o aproveitamento da turma tanto em sentido geral, como nas disciplinas em que os estudantes observam um desempenho crítico. Da mesma forma que ocorre na reunião dos professores, os dados coletados são arquivados, pois serão utilizados como fundamentação em etapas posteriores do Conselho. Uma vez realizadas as ações nas duas frentes, todas as informações coletadas durante o Pré-conselho são encaminhadas à coordenação pedagógica que, em parceria com a gestão, analisa, sistematiza e organiza os dados, com vistas a preparar a próxima etapa: o Conselho de Classe em si.

2. Conselho: 129


Este é segundo movimento na realização do Conselho de Classe. De posse das informações sistematizadas a partir do pré-conselho, a escola promove, para cada turma, uma reunião com duração média de 50 minutos, da qual participam a gestão, a coordenação pedagógica, o corpo docente, os Líderes de turma e entre 3 e 5 representantes das famílias (pais ou responsáveis pelos estudantes). É importante salientar que cada turma possui características específicas, daí a necessidade de se promover reuniões individuais. Dessa forma, como a escola possui atualmente 10 turmas, são realizadas 10 reuniões. A gestão é responsável por articular a participação das famílias. Durante a primeira Reunião de Pais e Responsáveis do ano letivo, promove-se uma Assembleia na qual os interessados se voluntariam para participar do Conselho e são escolhidos por votação ou aclamação dos participantes. A partir daí, a gestão realiza a convocação dos eleitos a cada reunião de conselho. As reuniões do Conselho seguem etapas específicas e contam a presença de um relator, escolhido previamente entre os participantes envolvidos: I – Apresentação, pelos Líderes de turma, dos resultados do pré-conselho realizado com a sua turma e dos encaminhamentos propostos pelos estudantes; II – Apresentação, por um(a) professor(a) previamente escolhido, dos resultados do pré-conselho realizado entres os docentes daquela turma e seus respectivos encaminhamentos; III – Abertura para que os professores façam suas considerações em relação aos dados e apresentem suas propostas de intervenção; IV – Abertura para que os pais teçam seus comentários sobre as informações discutidas e apresentem suas propostas; V – Apresentação, pelo relator, da sistematização das propostas elencadas para deliberação e aprovação. Os encaminhamentos traçados durante o Conselho servirão para nortear as ações socioeducativas e pedagógicas de todos os envolvidos no processo, constituindo os fundamentos para a realização da terceira e última e etapa: o pós-conselho.

3. Pós-Conselho:

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As reflexões produzidas nas duas etapas anteriores do Conselho de Classe ganham vida na execução desta última, uma vez que o pós-conselho consiste na efetivação prática dos encaminhamentos e propostas decididos de forma compartilhada por discentes, docentes, equipe pedagógica e famílias. Cada sujeito do processo assume uma responsabilidade nesta etapa. Assim, cabe ao Líder de turma, junto ao professor que realizou o repasse do pré-conselho da turma deste Líder, conduzir a devolutiva do conselho aos demais estudantes da sala. É esperado, então, que os discentes, a partir da reflexão sobre essa devolutiva, assumam e coloquem em prática as decisões do Conselho. Isso implica mudanças de comportamento e de disposição em relação ao ato de estudar, levando os jovens a assumirem-se como protagonistas de sua própria aprendizagem. Para os professores, as decisões tomadas no conselho atuam como elementos ressignificadores de sua prática pedagógica, induzindo mudanças nas relações interpessoais com os estudantes, na escolha de estratégias e metodologias e até mesmo na condução do processo avaliativo, dentre outros. A coordenação pedagógica, por sua vez, organiza e encaminha as devolutivas do conselho aos professores da Tutoria e aos professores de Estudo Orientado (metodologias de êxito do modelo da Escola da Escolha), a fim de que possam subsidiar as intervenções dos docentes junto aos seus tutorandos ou à sua turma. Além disso, é de sua atribuição, ao lado da gestão, convocar e realizar Reunião de Pais e Responsáveis, na qual as decisões do conselho sejam compartilhadas para que as famílias tomem ciência. Por fim, ainda é de responsabilidade da coordenação pedagógica realizar a monitoria e o acompanhamento das intervenções assumidas pelos docentes para elevar o aproveitamento de sua disciplina. Às famílias compete o papel de replicar as orientações pedagógicas decididas no conselho e apresentadas na Reunião de Pais e Responsáveis no contexto familiar, reforçando comportamentos e atitudes que favoreçam a realização do Projeto de Vida dos estudantes e fortalecendo a parceria com a escola. Diante do exposto, o Conselho de Classe se confirma como um espaço colaborativo de construção do fazer pedagógico e assume um caráter permanente e contínuo frente à dinâmica escolar e às relações sociais que se estabelecem no contexto educacional. Para garantir a perenidade de sua configuração, construída em um processo dialético e participativo que envolveu diversos sujeitos sociais, a elaboração e aprovação do Regimento do Conselho de Classe da EETITB, regulamentado no Regimento Interno e no PPP da escola, significa a transformação dessa experiência em cultura escolar. Ressignificação parece ser uma palavra bastante utilizada no contexto atual. Será que, no 131


Conselho de Classe, a democracia, a reflexão, a liberdade e a colaboração estão sendo garantidas? No decorrer deste relato, contextualizaram-se as práticas colaborativas e avaliativas, os sujeitos sociais e a função do Conselho de Classe no processo de ensino aprendizagem da Escola Estadual de Ensino Médio em Tempo Integral Tristão de Barros. Mostrou-se também como se deu sua reestruturação, visando à construção de uma referência de Conselho de Classe que ressignificasse a forma de ensinar e aprender aplicada na instituição, modelando-se em uma nova cultura escolar. Considerando sua função crítica e social, a escola situa-se em caminhos qualitativos para garantir aos estudantes a realização de seu Projeto de Vida, escutando antes de decidir, avaliando e deixando-se avaliar, ultrapassando suas divisões estruturais e, finalmente, tomando decisões no coletivo. A EETITB respalda-se na compreensão de que os seus atores se encontram em diferentes estágios de desenvolvimento do ensinar e do aprender, mas todos podem ser engajados na tarefa de melhorar seu compromisso nos processos de aprendizagem, fomentado inovação e colaboração para a sustentabilidade da organização escolar. Desta forma, o Conselho de Classe, entendido como um espaço colaborativo que possibilita reflexões, pode ser o começo possível para se chegar ao ideal de uma educação emancipadora.

Referências bibliográficas BRASIL, Lei nº 9.394/96 de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 23 dez.1996. ____. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CEB n. 2/2012. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 31 jan.2012. ____. Plano Nacional de Educação – PNE / Ministério da Educação. Brasília, DF: INEP, 2014. DAMIANI, M. G. Entendendo o trabalho colaborativo em educação e revelando seus benefícios. Educar em Revista, 2008. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/educar/article/view/12795. Acesso em: 01/08/2018. RIO GRANDE DO NORTE, Lei nº 583/16 de 30 de dezembro de 2016. Lei complementar sobre a Gestão Democrática e Participativa da Rede Pública Estadual de Ensino. Diário Oficial do Rio Grande do Norte, Poder Executivo, Natal, 31 dez.2016.

REGISTROS FOTOGRÁFICOS

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O SARAU COMO PRÁTICA FORMADORA DE LEITORES

Janúncio Balduino Diniz10 Michele Morais da Silva Damiana Barnabé de Souza Nunes (Coordenadora Pedagógica)

A Escola Estadual Professora Isabel Ferreira está localizada na Rua Getúlio Vargas, nº 254, no centro da cidade de Equador RN, com oferta de matriculas para o ensino fundamental e Médio, funciona nos três turnos. Dispondo de um quadro de professores habilitados em suas respectivas áreas e de funcionários compromissados com o bom desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. Bem como, uma equipe de gestão atuante, formada pelos gestores, coordenador pedagógico e apoio pedagógico. Nossa Escola foi criada no final da década de 50, caracterizando-se desde então por seu desejo de estabelecer um fazer pedagógico que considera o contexto histórico social e que busca o fortalecimento dos vínculos. Neste sentido, mesmo que do ponto de vista estrutural ainda soframos com as fragilidades comuns a uma escola pública, desde o ponto de vista físico ao aporte de mão de obra, graças a um histórico de bons serviços prestados a comunidade, contamos com um dado prestigio e apoio da população. Podemos dizer que a comunidades se sente ligada à Instituição, a exemplo da festa dos ex-alunos, um evento que já faz parte do calendário anual da festa do padroeiro. Estamos longe de ser o colégio perfeito, mas temos buscado nos adequar às necessidades dos nossos estudantes, para que eles, uma vez incluídos no universo estudantil, possam aprender, crescer e escrever seus direitos de cidadãos através de uma Escola curiosa, prazerosa e “aprendente”. A leitura fundamenta nossas interpretações e nos propicia uma compreensão do outro e do mundo, sendo capaz de ampliar nossa interação social, sobretudo, quando esta ocorre em um ambiente favorável a sua salutar aquisição. Enquanto Escola, sentimo-nos inquiridos a promover este espaço. Assim, foi observando a falta de estimulo dos alunos, com relação à leitura e escrita, fator que, obviamente, fragilizava a compreensão das diversas áreas do conhecimento que surgiu a ansiedade de trazer algo que pudesse estimular a formação de leitores participativos e proativos. Desta necessidade, nasceu a proposta de realizar um Sarau Literário, para do encontro com a me10

Equipe Gestora da Escola Estadual Isabel Ferreira na cidade de Equador/RN

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talinguagem literária utilizá-la como veículo de aprendizagem e construção de cidadania. Pois, a literatura utiliza a língua como um instrumento de comunicação e interação. De tal modo, comprometida com seu papel social esta se torna, portanto, uma manifestação artística indispensável para a difusão da cultura e do conhecimento. Buscaram-se então grandes nomes do cânone literário, como Vinícius de Moraes, Drummond e Oswald de Andrade, entre outros, formando as primeiras edições desse trabalho, o mesmo cresceu a cada ano, tomando forma e uma proporção capaz de abranger mais discentes e até mesmo ex-alunos. Vendo o êxito do projeto e acreditando que toda produção artística está interligada com o tempo, com a história e a cultura de um povo sentimos que era hora de olhar para a nossa localidade, foi então que artistas de renome nacional deram lugar aos poetas Equadoenses. Eis o nosso sonho: levar a literatura para além dos muros escolares, e com isso, promover o hábito de ler para todos. Ora, não podemos deixar de dizer que os primeiros passos não foram fáceis, mas que foram indispensáveis para fundamentar as ações. Motivar professores de diferentes áreas, envolver alunos e encontrar recursos para subsidiar este desafio nos levaram a compreender a Gestão com um olhar, de fato, pedagógico e compartilhado. Nesta perspectiva, buscamos resgatar, por meio da poesia, do teatro, da dança e da música os valores intelectuais e históricos da cidade de Equador construindo um compilado desta memória e desta identidade cultural da cidade. Com o qual a comunidade escolar teve a chance de compreender melhor o presente e o passado. Os alunos interagiram com aquilo que leram e puderam escrever, além de tomarem nota, refletiram, criticaram e emocionarem-se. Fazendo com que esta experiência com a leitura pudesse evocar vivências de outros e uma reflexão sobre a própria condição de cidadão. Contribuímos assim na valorização da ética social, rumo a um mundo livre, solidário e plural, que valoriza profundamente a diversidade humana. No sarau a cultura não é um mero bem de consumo, mas de troca, visto que todos os participantes têm algo a oferecer e a receber. A liberdade é coletiva: respeita-se a ética construída na relação entre os participantes. Todos são responsáveis pela manutenção do espaço físico e pela divisão das tarefas de organização desde que respeite os participantes e os princípios do lugar. Isto se justifica a construção e a execução de um sarau. É nessa realidade que despertaremos, mais fortemente, o exercício da responsabilidade, do senso crítico e da ação cidadã nas turmas. Consideramos como muito positivo a inserção dos mais diferentes grupos de alunos, desde os mais tímidos, aos que estão fora da faixa etária e até mesmo alunos especiais, como surdos e com baixa-visão. Em 2018, reunimos um público de quase 500 pessoas para prestigiar os nos135


sos alunos, os quais encantaram apresentando as diferentes nuances da arte local. Para tanto, foi preciso formar uma Banda, a Chico do Fole, composta por músicos da comunidade que além de emprestar os seus instrumentos, ofertaram suas habilidades sem custo para nós. E falando em custos, este tem sido um dos grandes desafios, como pagar por convites, cadeiras para tantas pessoas, transporte de materiais e entre tantas outras demandas que um evento deste porte produz? Até o momento, o ônus é dividido entre os profissionais da escola, e os pais que arcam com o figurino dos filhos. Talvez alguém suponha que um trabalho assim seja demais para uma pequena escola do interior potiguar, mas insistimos por crer no poder transformador da leitura, este é o nosso bônus: formar leitores. Apesar dos desafios, o que já temos logrado nos deixa felizes, entretanto, não satisfeitos, pois planejamos tornar este trabalho uma evento itinerante, levá-lo para ser apresentado nos bairros e até em outras cidades e ,se possível ,contagiar mais escolas a a disseminar a Literatura.

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BOA PRÁTICA DE GESTÃO ESCOLAR

Janete Lígia da Costa Dantas (Diretora)11 Adriana Medeiros de Oliveira(Vice-Diretora) Maria Angelita da Silva Dias (Coordenadora Pedagógica)

Fundada em 1969 pelo, então prefeito Dr. Graciliano Lordão, a Escola Estadual Jesus Menino, situada à rua Manoel Noberto, 208, Centro – Parelhas-RN, funcionou sempre no mesmo prédio. Quando da sua criação fora nomeada Escola Municipal Presidente Castelo Branco, em homenagem ao ex-presidente da República (1964-1967) Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco. É oportuno lembrar que o panorama educacional brasileiro no contexto da fundação da escola era regido por uma macro estrutura ancorada num regime neo-absolutista, cujo período se convencionou chamar “ANOS DE CHUMBO”. No ano de criação da escola, conforme documentos da época, a diretora era a senhora Helena Pereira Virgílio, que atuou de 1969 a 1971. O corpo docente era formado respectivamente pelas professoras: Analice Meira (1ª série), Maria Rosa Luciano (2ª série) e Ana Francisca Dantas (3ª série). Sua área física abrangia 567,84m2 comportando a organização física seguinte: 1 diretoria, 1 cozinha, 2 salas de aula e 2 sanitários. A partir de 1970, atendendo as necessidades da população parelhense, a escola passa a oferecer o ensino pré-escolar e recebe o nome de Jardim de Infância Jesus Menino, atendendo a crianças na faixa etária de 3 a 6 anos de idade, assim distribuídos: 1º período – Jardim I – 3 aos 4 anos, 2º período – Jardim II – dos 4 anos 5 anos, 3º período – Alfabetização – de 5 a 6 anos de idade. Os horários de funcionamento eram subdivididos da seguinte forma: 7:00 as 10:00h, de 10:30 as 14:00h e de 14:00 as 17:00h, contando com o total de 92 alunos. Hoje, a escola dispõe de uma estrutura física que compreende 5 salas de aula,todas climatizadas, uma sala onde funciona o laboratório de informática climatizada, 1 sala para secretaria e 11

Equipe Gestora da Escola Estadual Jesus Menino na cidade de Parelhas/RN

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diretoria climatizada, 1 cozinha, 1 depósito para merenda e 1 depósito para materiais diversos, 3 sanitários masculinos, 2 sanitários femininos e 1 sanitário para funcionários, 1 sala de professores na qual funciona uma biblioteca ,1 sala de faz de conta e jogos educativos, 1 sala para atividades do programa Novo Mais Educação, um pátio onde as crianças merendam e brincam durante o recreio. A escola conta com um quadro de funcionários assim distribuídos: 01 diretor, 01 vice-diretor, 01 coordenador pedagógico, 01 apoio pedagógico, 01 coordenadora administrativa financeira, 10 professores, 02 auxiliar de cozinha (serviço terceirizado) 01 porteira(serviço terceirizado),02 ASG(serviço terceirizado) 01 auxiliar de secretaria, 01 vigia. Atendemos a 246 alunos, distribuídos em 10 turmas, do 1º ao 5º anos, nos horários de 07h:00min. às 11h.30min: e de 13h:00min às 17h:30min.

MOSTRA LITERÁRIA

A mostra literária da Escola Estadual Jesus Menino, nasceu do desejo de fomentar a leitura de textos literários, a partir de atividades que envolvam diferentes gêneros textuais,entre os alunos, suas famílias e a própria comunidade, além de dar visibilidade ao trabalho desenvolvido na escola, sobretudo no tocante ao encantamento promovido pela leitura literária e o incentivo ao desenvolvimento das múltiplas inteligências das quais os alunos são dotados. Pretendemos, ainda, inspirar outras instituições, uma vez que a referida Mostra recebe um grande número de alunos e professores, oriundos de escolas municipais, estaduais e particulares da cidade. Parece existir um consenso de que a leitura é prática imprescindível, desde a mais tenra idade e do quanto esta auxilia na compreensão, inclusive, de conteúdos de outras áreas do conhecimento. Ademais, conforme preconiza Antônio Cândido, “a literatura confirma e nega, propõe e denuncia, apoia e combate, fornecendo a possibilidade de vivermos dialeticamente os problemas.” Toda escola deve primar pela aprendizagem dos seus alunos, provendo os meios para que desenvolvam suas potencialidades. Vimos na literatura uma possibilidade de melhorar a proficiência de alunos cujo desempenho ainda não condizia com o esperado para a fase em que se encontravam. Estamos na 14ª edição da mostra literária, um evento que cresce a cada ano e que mobiliza toda a comunidade escolar, uma vez que as obras literárias apresentadas na mostra são minuciosamente trabalhadas em sala, de modo que as crianças apropriam-se do texto e conseguem 139


transmitir isso com muita verdade e com muita alegria, fato que contribui de forma decisiva para a melhora da autoestima dos estudantes, dentre tantos outros benefícios, como o interesse cada vez maior pela leitura e pela produção textual, o que pode ser percebido por meio do monitoramento da aprendizagem e dos resultados apresentados pela escola, tanto nas avaliações internas e externas, uma vez que conquistamos o melhor IDEB das escolas estaduais da cidade. Muito ainda precisa e pode ser feito para garantir aos nossos estudantes o acesso e o gosto pela leitura de textos literários, mas acreditamos estar no caminho certo. Foi dada a largada e, para a imaginação, a fantasia e o encantamento não há limites.

REGISTRO FOTOGRÁFICO

14ª MOSTRA LITERÁRIA DA ESCOLA ESTADUAL JESUS MENINO

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PLANTÃO PEDAGÓGICO E MONITORAMENTO DE APRENDIZAGEM NO ENSINO FUNDAMENTAL – 6º AO 9º ANO Inalva Dantas de Oliveira12 José Adenilson de Medeiros Rúbia Raquel Dantas Roque

A Escola Estadual João Henrique Dantas fica localizada na cidade de Carnaúba dos Dantas-RN, mais precisamente na Rua: José Vitor Nº 590, Centro. Foi criada em 23 de março de 1967, regularizada pela portaria 969/77 no dia 10/11/77, publicada no diário oficial no dia 09/12/77 e foi autorizada a funcionar pela portaria 266/85 no dia 02/05/85 e reconhecida pela portaria 501/80 no dia 20/05/80, funcionando apenas com o Ensino Fundamental. O Ensino Médio foi criado pela portaria 7.827/80 no dia 30/01/80 e pelo diário oficial em 06/02/80. Atualmente funcionam o Ensino Fundamental Maior no turno matutino (08 turmas), e o Ensino Médio nos turnos vespertino (05 turmas) e noturno (02 turmas). Seu código do Censo Escolar/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP é 24034940.

Figura 1: Fachada da Escola Estadual João Henrique Dantas Fonte: Acervo fotográfico da própria escola

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Equipe Gestora da Escola Estadual João Henrique Dantas na cidade de Carnaúba dos Dantas/RN

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Com a missão de ofertar um ensino de qualidade, pautado na valorização dos alunos e de suas habilidades, assegurando progresso no processo ensino-aprendizagem, preparando os alunos para atuarem na sociedade e no mercado de trabalho, a escola tem a visão e ampliar a oferta de ensino, oferecendo qualidade pedagógica e um excelente desempenho de aprendizagem, permitindo que o conhecimento chegue a todos os alunos, independente do seu rendimento escolar. A infraestrutura da escola é precária, necessitando de adequações nas salas de aula, em algumas dependências e, particularmente, no refeitório para atender melhor a comunidade escolar. Os recursos humanos são precários, não tendo disponibilidade de pessoas para atuar em todas as funções que a escola necessita. A equipe pedagógica é formada por um coordenador de apenas 1 vínculo com a escola que acompanha o desempenho escolar dos três níveis de ensino (Fundamental, Médio e EJA Ensino Médio) em parceria com a gestão escolar. Para conseguir alcançar bons índices na aprendizagem dos alunos, a escola prioriza oferecer um ensino de qualidade onde alunos e professores sejam capazes de atuar na sociedade, respeitando as individualidades e competências de cada aluno e oferecendo novas oportunidades de ensino. Para isso, é necessário que haja comprometimento da escola com a comunidade escolar, promovendo um trabalho coletivo ordenado, que resulte na preservação e manutenção da qualidade de ensino acadêmico e nos resultados positivos dos estudantes na própria escola, no mercado de trabalho e no prosseguimento dos estudos. A qualidade do ensino deve ser garantida pelo desempenho, capacitação e compromisso de professores e alunos. Diante das dificuldades apresentadas pelos alunos na compreensão do conhecimento e dos resultados insatisfatórios na aprendizagem, surgiu a necessidade de tomar atitudes relevantes para que esses índices melhorassem, a partir desse momento surgiu a busca constante por ações que viabilizassem a aprendizagem dos alunos. Foi através da orientação de monitoramento apresentada pela 9ª DIREC, sob a coordenação de Elba Alves, que o trabalho teve início. Para compreender a gravidade da situação relacionada às dificuldades de aprendizagem apresentadas pelos alunos, a equipe gestora fez um diagnóstico da real situação das turmas, observando claramente, o quadro de matrículas, os resultados de 2017 e o desempenho parcial de 2018, constatando que houve uma redução significativa na matrícula das turmas do 7º ao 9º Ano do Ensino Fundamental, subentendendo que um dos motivos tenha sido os índices de reprovação em 2017, conforme o gráfico 1:

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Tabela 1 – Rendimento Anual da E. E. João Henrique em 2017 Fonte: Secretaria da escola Com exceção do 6º Ano, a escola apresentou queda no quadro de matrículas no Ensino Fundamental, levando a equipe gestora a mais uma preocupação. Diante do exposto, a equipe adotou algumas medidas, como o Plantão Pedagógico realizado com os pais dos alunos para discussão e acompanhamento das turmas. O plantão pedagógico é realizado ao término de cada bimestre e conta com uma pequena conversa com a direção da escola, logo após, os pais se direcionam as salas de aula onde estão os professores, lá eles tem a oportunidade de tirar dúvidas e saber um pouco mais sobre como anda o desempenho dos filhos. Essa prática vem surtindo efeito, pois muitos alunos que apresentavam desinteresse na escola, passaram a realizar as atividades propostas pelos professores e participar ativamente das aulas, gerando assim, uma melhoria no rendimento escolar.

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Após os plantões pedagógicos a equipe gestora passa a analisar o rendimento das turmas, observando em quais turmas e disciplinas os alunos estão com baixo desempenho, é o Monitoramento de Aprendizagem, que tem como objetivo melhorar o desempenho dos alunos, oferecendo reflexões e caminhos a serem percorridos por professores e alunos na busca de um ensino com eficiência e qualidade. Após análise dos resultados, foi buscado junto aos professores soluções que pudessem minimizar os problemas e ofertar um ensino mais eficaz com resultados mais eficientes. Analisando o quadro de rendimento do ensino fundamental, temos o seguinte resultado no término do 2º bimestre e 3º bimestre do ano de 2018:

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6º Ano A BIM Port. Mat. Ciên. Hist. Geo. Ingl. 2º BIM 12 05 04 04 05 06 3º BIM 08 04 04 04 02 02 Tabela 2 – Nº de alunos com baixo rendimento nas notas anuais Fonte: Secretaria da escola

Relig. -

Ed. Fís. 05 04

Artes 04 04

Relig. -

Ed. Fís. 04 03

Artes 08 06

Relig. -

Ed. Fís. 10 05

Artes 03 07

Relig. -

Ed. Fís. 06 06

Artes -

Relig. -

Ed. Fís. 01 01

Artes 01 -

Relig. -

Ed. Fís. 07 03

Artes 06 05

6º Ano B BIM Port. Mat. Ciên. Hist. Geo. Ingl. 2º BIM 09 06 05 01 04 14 3º BIM 05 08 07 07 03 12 Tabela 3 – Nº de alunos com baixo rendimento nas notas anuais Fonte: Secretaria da escola 7º Ano A BIM Port. Mat. Ciên. Hist. Geo. Ingl. 2º BIM 08 03 13 07 08 02 3º BIM 05 10 02 03 Tabela 4 – Nº de alunos com baixo rendimento nas notas anuais Fonte: Secretaria da escola 7º Ano B BIM Port. Mat. Ciên. Hist. Geo. Ingl. 2º BIM 07 02 17 07 04 02 3º BIM 07 02 13 03 04 03 Tabela 5 – Nº de alunos com baixo rendimento nas notas anuais Fonte: Secretaria da escola 8º Ano A BIM Port. Mat. Ciên. Hist. Geo. Ingl. 2º BIM 04 04 03 01 02 01 3º BIM 01 01 01 Tabela 6 – Nº de alunos com baixo rendimento nas notas anuais Fonte: Secretaria da escola 8º Ano B BIM Port. Mat. Ciên. Hist. Geo. Ingl. 2º BIM 06 14 15 15 11 3º BIM 08 07 08 03 10 07 Tabela 7 – Nº de alunos com baixo rendimento nas notas anuais 145


9º Ano A BIM Port. Mat. Ciên. Hist. Geo. Ingl. 2º BIM ? 06 09 07 03 13 3º BIM ? 06 05 07 16 Tabela 8 – Nº de alunos com baixo rendimento nas notas anuais Fonte: Secretaria da escola

Relig. -

Ed. Fís. 05 01

Artes 02 -

Relig. -

Ed. Fís. 05 02

Artes 05 01

9º Ano B BIM Port. Mat. Ciên. Hist. Geo. Ingl. 2º BIM 08 08 12 05 ? 3º BIM 03 09 08 04 ? Tabela 9 – Nº de alunos com baixo rendimento nas notas anuais Fonte: Secretaria da escola

O monitoramento apresentou alguns resultados como pode ser observado nas tabelas acima. É válido lembrar que necessita de um pequeno esforço a mais dos professores e alunos para que esses índices possam melhorar, por essa razão, com esses resultados estaremos fazendo palestras e apresentando esses resultados aos alunos e aos professores, para que possam refletir e melhorar sua aprendizagem. Com o monitoramento da equipe gestora, os professores que estão com disciplinas críticas tem a oportunidade de oferecer um ensino diferenciado aos alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem, favorecendo assim, uma aprendizagem significativa para os alunos. Por fim, somos cientes que muito ainda temos a fazer, mas não cruzamos os braços diante dos problemas e mesmo, com dificuldades no quadro de pessoal da equipe pedagógica, conseguimos avançar, conhecendo a escola e oferecendo um ensino adequado, onde a aprendizagem seja o ponto principal da luta cotidiana da educação.

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RELATO DE BOAS PRÁTICAS DE GESTÃO ESCOLAR

José Tadeu Costa de Medeiros (Gestor) Jerusa Ferreira da Silva (Vice-gestora) Rejane Edna dos Santos ( Coordenadora Pedagógica)

A literatura popular potiguar e regional precisa ser conhecida e reconhecida no nosso contexto social. De modo geral, as escolas já vêm adquirindo obras de autores regionais, no entanto o gosto pela leitura ainda é um desafio, haja vista o perceptível desinteresse e a desvalorização desta em detrimento de outras literaturas de caráter mais mercadológico. O cordel, especificamente, era relegado a uma prática antiga pertencente à tradição do nordeste (aos gostos dos velhos) e de pouco interesse por arte de jovens e adolescentes voltados aos textos mais modernos, e desse modo, perpetrando uma visão preconceituosa no que concerne à literatura popular, contribuindo para a não construção e valorização da identidade do povo nordestino. Dessa forma, o trabalho realizado consistiu em desconstruir essas posturas preconceituosas e buscar a identidade na valorização e reconhecimento de nossa cultura e literatura. Para tanto, as ações começaram na sensibilização por meio do contato com o cordel e com quem é apaixonado por essa arte. Ainda, o projeto em tela teve como responsáveis os professores Maria dos Milagres Zeferino Uyanik (Professora de Língua Portuguesa), José Gilliard Santos ( Professor de Filosofia e Sociologia), Francisneide Diniz ( Professora de Arte), Sebastião Pereira da Silva ( professor mobilizador da Biblioteca). Nesse sentido, percebeu-se que um trabalho restrito direcionado ao ambiente de sala de aula e tendo apenas professor e aluno não seria realmente capaz de fomentar uma mudança tão significativa. Desse modo, buscou-se parcerias dentro da comunidade escolar assim como na comunidade em geral, como por exemplo, cordelistas de cidades vizinhas e pessoas interessadas na produção e divulgação da literatura de cordel como expressão de nossa identidade. Desse modo, para a realização do trabalho, alinhou-se uma das ações do projeto Jovem de Futuro (Oficinas de Leitura e Escrita) com o Projeto Cordéis do Meu Sertão, e assim, estabeleceu-se sequências didáticas, que iam do conhecimento acerca do gênero textual/discursivo, apropriando147


-se, assim, de suas particularidades e sensibilizando os alunos a partir de produções que mais os aproximassem da arte popular. Assim, partiu-se da sensibilização por meio de vídeos com o poeta popular Antônio Francisco, cordelista potiguar, objetivando evidenciar o encanto e as temáticas do cordel, assim como discutir suas temáticas, mostrando a atualidade e a denúncia social presentes em seus escritos. Registre-se que os estudantes não conheciam o obra de Antônio Francisco, porém, quando se associou à figura de Bráulio Bessa o acolhimento deu-se de forma imediata. Assim, restou evidente o poder da mídia em difundir ideias, de modo que a fala de Bráulio Bessa em relação a Antônio Francisco, enfatizando ser ele referência a qualquer cordelista jovem deu respaldo a um olhar mais atento ao poeta potiguar e abriu espaços para novas construções e significados. Nesse aspecto, convidou-se ainda mais dois cordelistas em dois momentos diversos, para realização de oficinas direcionadas às turmas de 9º ano do Ensino Fundamental e ao 1ª e 2ª séries do Ensino Médio. No primeiro, contamos com a presença de Djalma Mota, cordelista caicoense, que atua no resgate e revitalização do cordel na região, juntamente com sua esposa Dodora. Nessa oficina, trabalhou-se a rima, a métrica, e aspectos gerais da xilogravura para capa e a prática moderna com o uso de computador no aspecto visual.

Djalma Mota na oficina sobre rima para 1ª série

A oficina com Abaeté teve continuidade principalmente no aspecto prático, uma vez que já sensibilizados e conhecendo e reconhecendo o gênero textual/discursivo cordel, o aluno teve a oportunidade de construir seu próprio cordel por meio das oficinas ministradas sobre várias dimensões como aparato visual e artístico das xilogravuras, seu processo e criação e produção do cordel.

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Oficina de xilogravura com materiais específicos

Aluna elaborando a capa do seu cordel O diálogo entre os escritos de cordel já consagrados e as produções dos alunos se fizeram perceber nas apresentações dentro e fora da escola, de modo que deram respaldo e inspiração para a continuidade, retomada e quiçá inovação do referido gênero. Ainda, possibilitou-se aos alunos da 2ª série conhecerem mais profundamente os cordelistas clássicos e famosos, cujos escritos hoje estão presentes em outros suportes tecnológicos, por exemplo, nos vídeos do Youtube. Nessa perspectiva, exploramos o cordel “A chegada de Lampião no Inferno”, de José Pacheco, nascendo daí a produção de uma peça teatral tendo o texto gravado para ser encenado. Também, elaborou-se figurinos e cenário, ganhando uma nova dimensão e assumindo o caráter múltiplo e diverso que um trabalho como este pode desencadear. Muitas vezes o professor e seus parceiros planejam algo de antemão, todavia quando se entende que o estudante é o ator dentro do processo e é o sujeito de seu aprender, ele mesmo torna-se responsável e atua na sua formação, 149


refletindo e entendendo, assim, o caráter mediador e instigador do professor, cabendo-lhe o incentivo, a sensibilização, a facilitação do acesso, e abertura para a compreensão de que o aluno é construtor de sua aprendizagem, e que o ensino deve se pautar na interatividade. Ademais, o aspecto lúdico advindo do teatro levou ao envolvimento e aproximação entre os alunos que demonstraram um caráter de disputas dentro do cotidiano de sala de aula. Unindo-se num projeto comum, cabendo a cada um seu papel, seja no apoio, maquiagem figurino, cenário, atuação, gravação e edição das falas e efeitos no áudio, como responsáveis para o sucesso do trabalho. Assim como, acionaram-se vários saberes que dialogaram de modo eficaz com o cordel de José Pacheco, como a materialização do imaginário do poeta, a criação de falas que preenchessem os vazios do texto, projetando numa esfera maior a posição do estudante como leitor, a percepção das falas, o uso da tecnologia para facilitar a comunicação, a compreensão da musicalidade do cordel no desempenhar do texto, e mais que isso, a valorização e reconhecimento social do gênero. E que, em meio a isto, serviu para uma potencial resolução de conflitos também. A extrapolação do espaço da escola possibilitou uma dimensão social da valorização e reconhecimento social de nossa identidade. A exemplo, abaixo, as alunas se apresentaram numa festa tradicional da cidade com cordel de própria autoria, recebendo aplauso da sociedade pela iniciativa, estendendo-se às redes sociais como uma referência positiva para a cidade. Esse reconhecimento público desconstruiu a ideia de cordel como algo ultrapassado, mas que sendo um elemento contínuo, presente e atual no contexto cultural nordestino, portanto expressivo para nossa identidade e nosso reconhecimento como produtores de arte e cultura. Os louros que o projeto trouxe além de todos os já elencados no corpo deste texto, foi a possibilidade de se criar um espaço permanente para o cordel na escola. E ser brindado com um projeto de fomento ao cordel promovido pela Secretaria de Educação do Estado (SEEC) possibilitou angariar recursos para as futuras oficinas, como tintas, utensílios para xilogravura e mais cordéis para serem explorados pelos alunos e comunidade escolar.

Cordelteca situada na biblioteca, produto de um projeto desenvolvido que angariou cordéis e materiais para o desenvolvimento de oficinas 150


Foram muitos os resultados positivos para a construção da identidade cultural, a promoção da leitura e da escrita. No entanto, compreende-se que um trabalho com leitura e escrita de dimensão cultural e artística deve ser cíclico, que sempre deve ser reconstruído e ampliado, uma vez que recebemos diariamente novos alunos e novas realidades. Qualquer projeto de leitura é sempre contínuo, qualquer trabalho educativo se constrói e se reconstrói cotidianamente, sem finalizar-se numa ação localizada, restrita em um dado tempo e espaço, mas sendo, sim, uma ação situada na interação social e humana. Portanto, a gestão não pode estar desvinculada do aspecto pedagógico que é o cerne da existência da escola. E se faz por meio de um trabalho conjunto que enxerga todos como atores e sujeitos em prol aprendizagem, por meio de seu interagir dentro e fora do contexto escolar, e organizar as ações, de maneira planejada, tendo por respaldo o estudo, a formação para o aprimoramento de todos em suas funções dentro da escola, fazendo, pois, a diferença na educação que precisa de referências positivas diante dos desafio e dificuldades que a escola vivência.

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RELATO DE BOS PRÁTICAS: MOMENTO DA BELEZA

José Rogério Dantas(Diretor)

A Escola Estadual Manoel Noberto – Ensino Fundamental é localizado na zona rural do município de Parelhas, situada a rua Pedro Teófilo S/N - Povoado Santo Antônio. É uma entidade pública mantida pela Secretaria de Estado da Educação e da Cultura, do Rio Grande do Norte. Foi criada no ano de 1948, com a denominação de Escola Isolada Manoel Noberto e pertenceu ao município até o ano de 1987. A partir deste ano, a Escola foi transformada em Escola Estadual “Manoel Noberto” – Ensino de 1º Grau, tendo sido autorizada no mesmo processo com o Nº. 9.949, publicada no Diário Oficial Nº 6.669 em 07 / 12 / 1987, durante o mandato do governador Geraldo José de Melo. O artigo 1º do processo Nº 9.949, diz: “Fica transformada em Estabelecimento de Ensino de 1º grau, a Escola Isolada Manoel Noberto, sob a denominação de Escola Estadual Manoel Noberto, Ensino de 1º grau, no Povoado Santo Antônio, município de Parelhas”. A Escola passou a pertencer ao estado, a partir desta publicação. O prédio da escola foi construído com recursos fornecidos pelo Governo Federal à Prefeitura Municipal de Parelhas, em 1948, e ampliada em 1986 na gestão do Prefeito Mauro Medeiros. O seu aspecto físico atualmente necessita de uma reforma, em virtude da recuperação ter sido realizada no ano de 1998, no Governo de Garibaldi Alves Filho. A escola fornece aos seus alunos e funcionários cinco salas de aulas, uma sala de vídeo, uma biblioteca, uma secretaria, quatro banheiros, com oito sanitários, uma cozinha, um refeitório, uma área coberta para recreação, um pátio e uma quadra de esporte coberta (não está sendo utilizada porque se encontra danificada. A Escola Estadual Manoel Noberto, ministra o Ensino Fundamental com 6 turmas em dois turnos: Matutino e Vespertino, sendo duas delas funcionando de forma multisseriada. O patrono da Escola, Manoel Noberto de Bittencourt, natural de Acari, veio para o Rio da Cobra já rapaz. Foi um dos doadores do Patrimônio de Parelhas. Por ser fazendeiro de alto nível teve direito ao título de Capitão Familiar, tornando-se Patriarca (espécie de delegado). Resolvia todos os problemas ou questões entre a família, promovendo a paz. Preocupou-se com a alfabeti152


zação das crianças, trazendo os primeiros professores para lecionar em sua residência. DO RELATO DE BOAS PRÁTICAS

Imbuídos do intuito de promover uma educação de qualidade para atender aos anseios da comunidade escolar, promover ações que fortaleçam a educação inclusiva, respeitando as diferenças, objetivando diminuir situações de indisciplina dentro e fora da sala de aula, concebemos o projeto “Momento da Beleza”. Ao início do ano letivo de 2018 foi feita uma consulta de opinião junto a comunidade escolar, com objetivo de escolhermos um tipo de atividade para ser inserida na rotina da escola durante o corrente ano. Diante várias sugestões apresentadas, “O dia da beleza” foi a sugestão escolhida pela maioria dos alunos. Atendendo a duas metas do Plano de Gestão, que são as seguintes: Promover ações que fortaleçam a educação inclusiva, respeitando as diferenças e Diminuir situações de indisciplina dentro e fora da sala de aula, a atividade escolhida acontece da seguinte forma: todas as sextas feiras após o intervalo, os alunos juntamente com os funcionários e professores do 1º ao 5º da Escola Estadual Manoel Noberto, se reúnem em uma das dependências da já citada escola com objetivo de distribuir tarefas para realizar o “Dia da beleza” e receber orientações comportamentais e educacionais, como também as boas maneiras. Para desempenhar as funções de recepcionista, cabeleireiro, manicure dependendo das habilidades dos alunos. Paralelo a esses cantinhos também tem o cantinho de jogos e leitura. Os alunos organizam seus cantinhos de atendimento, distribuindo as tarefas entre os componentes de cada grupo, considerando a desenvoltura de cada um. Nos cantinhos da beleza os alunos que buscam atendimento (clientes), procurando melhorar o visual, preenchem uma ficha de atendimento com as seguintes informações: nome, sexo, idade e o cantinho que deseja participar. Quando todos satisfeitos com atendimento realizado nos cantinhos, se vestem com fantasias previamente escolhidas em casa, e no pátio da escola os envolvidos na atividade se confraternizam dançando e ostentando sua beleza e autoestima. Vale salientar que para o desenvolvimento da atividade citada, os alunos e funcionários da escola que dispõem dos recursos de beleza (secador, maquiagem, prancha, esmalte, entre outros) traz o material para a escola nesse dia, os materiais são usados pelos alunos com organização e cuidado, baseando-se no lema “cuidar para usar sempre”. Sabendo que a interação, o envolvimento, a participação, o respeito e a cidadania acontecem com essa ação pedagógica, foi percebido avanços significativos no comportamento, discipli153


na, afetividade e respeito entre os alunos envolvidos na ação, a satisfação é notada por todos, os estudantes que são protagonistas da dinâmica conversam entre si e nos pequenos grupos sobre a importância e o desejo de está presente na escola nesse dia. A caminhada é longa, as ações desenvolvidas até então, é apenas um pequeno passo, a família ainda precisa dar a sua contribuição significativa nesse processo de desenvolvimento tão importante para nossos alunos, sendo assim precisamos conseguir um elo mais forte entre a escola e família, trazendo membros da família desses alunos para participarem desses momentos de boas práticas. REGISTRO FOTOGRÁFICO

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LITERATURA DE CORDEL: CELEIRO DE ARTISTAS Gilvan da Silva Lopes(Diretor) José Carlos Alves de Souza(Vice-Diretor) Maria Tatiany Azevedo dos Santos (Coordenadora Pedagógica)

O Projeto Literatura de Cordel - celeiro de artistas teve seu início em maio de 2017 e é uma prática contínua na escola. Tem como objetivo principal reconhecer a função social do gênero cordel, de forma a valorizar os artistas da região e incentivar dentre os estudantes, o surgimento de novos cordelistas. Assim, tem foco no trabalho com a leitura e produção escrita dos alunos, proporcionando a eles um contato com esse gênero textual de forma lúdica e criativa e, consequentemente, melhorando sua produção escrita. O referido projeto é desenvolvido na área de Linguagem, de forma interdisciplinar, nas turmas do Ensino Médio Regular (matutino) e Ensino Médio Noturno, através de atividades teóricas e práticas que culminam em um Sarau anual onde os estudantes apresentam suas produções. Sua execução tem o acompanhamento sistemático da gestão e coordenação, os quais dão o total suporte às atividades realizadas. O Brasil é um país composto de uma riqueza cultural imensurável. A mistura de raças, cultos, tradições e arte formam um povo que tem, em sua história, as mais variadas representações de vida. Há inúmeros profissionais renomados, conhecidos dentro e fora de um país tão grande e também tão heterogêneo no que diz respeito à valorização dos “pequenos” artistas, muitas vezes conhecidos apenas nas cidadelas onde nasceram e cresceram. Porém, são esses artistas, muitas vezes anônimos, que também alegram, inspiram, e repassam valores e princípios da educação e meio de vida no qual foram gerados. Dentre esses artistas, citamos aqui os cordelistas que, através da literatura de cordel, contam, de maneira singela, a vida simples do sertanejo e sua crítica, amor e devoção à natureza, ao folclore, à política, religião, à família, por meio da magia dos versos e da prosa. E é a este modelo simples de contar a história de vida de um povo, que queremos homenagear e prestar nossa sincera admiração buscando um conhecimento mais abrangente dos cordelistas da região do nordeste e um reconhecimento daqueles que não são notados, bem como “encontrar” o cordelista que existe dentro de cada um de nossos alunos. Na Escola Estadual Padre Sinval a problemática que se apresentou foi a dificuldade por parte do estudante de produzir textos. Constatava-se um entrave para externar seu pensamento, ideias, visão de mundo e também na hora de verbalizar qualquer opinião ou até mesmo de falar de si 155


mesmo, sobre sua vida e sua história, o que de forma significativa prejudicava seu desenvolvimento escolar, principalmente nas áreas que requerem essa habilidade. Ao realizar um diagnóstico no início do ano letivo ficou evidente que 85% (oitenta e cinco por cento) desses alunos apresentavam algum tipo de dificuldade em produzir textos. A literatura de Cordel nas escolas tem sido cada vez mais conhecida e explorada, por ser uma das manifestações linguísticas mais ricas pela sua simplicidade, flexibilidade e linguagem acessível a todas as classes sociais. Dessa forma, é perceptível como este tipo literário é de suma importância para a valorização e enriquecimento da cultura de um povo, em especial, a dos alunos que, por estarem na escola, têm a oportunidade de trabalhar esse gênero textual de inúmeras formas, conhecendo melhor suas origens e conjuntura social no qual estão inseridos. A Execução do projeto segue etapas previamente planejadas pelo professor responsável, junto à equipe pedagógica e gestão da escola. Dentro desse planejamento, são desenvolvidas duas etapas: ETAPA 1 – Desenvolvimento Prático • Apresentação do projeto nas salas de aula; • Introdução ao cordel, com ênfase em sua estrutura e composição; • Pesquisas de poetas locais e regionais; • Leitura e interpretação de cordéis; • Produção de cordéis; • Confecção de painéis temáticos; • Confecção de capas ilustrativas para cordéis; • Impressão dos cordéis produzidos pelos alunos; • Ensaios para a culminância do projeto. ETAPA 2 – Culminância e Avaliação • Sarau cultural; • Reunião anual para avaliação do projeto e produção do relatório. Em 2017 o projeto atingiu um público-alvo de 120 (cento e vinte) alunos, quando foi produzida uma coletânea de 87 (oitenta e sete) cordéis, sobre os mais variados temas (Lugares, Pessoas, Política, Gênero, entre outros.). Os cordéis produzidos foram colocados em exposição e apresentados no Sarau anual que aconteceu no mês de novembro, dentro da IV Mostra Científico-cultural da escola. Após essa culminância, realizou-se a reunião para avaliação do projeto, onde estavam presentes os professores da área de linguagem, a gestão e coordenação, e, ao analisarem o material 156


produzido, constatou-se que aconteceram grandes avanços na produção textual e uma superação das dificuldades apresentadas no diagnóstico inicial de 68% (sessenta e oito por cento). Diante desse resultado tão satisfatório, o projeto está tendo sua continuidade no ano de 2018, dessa vez incorporado ao plano de ação do Projeto Jovem de Futuro e novamente vem sendo desenvolvido com muito sucesso. Neste ano, 20 (vinte) de nossos estudantes se apresentaram, levando em expositor a coletânea produzida e declamando os folhetos de cordel, na Mostra Regional de Cultura e Arte que aconteceu em agosto, realizada pela 9ª DIREC na cidade de Currais Novos. Para tanto, a escola teve um incentivo financeiro no valor de R$ 3.000 (três mil reais) totalmente revertidos para o incentivo à produção de literatura de cordel. O projeto tem a frente o professor da área de Linguagens Erivan Alonso da Costa – formado em Letras pela UERN e cordelista conceituado em nossa região, que conta com o total apoio da Gestão e Coordenação Pedagógica da escola. Porém, vale salientar que os protagonistas dessa prática de sucesso são os nossos estudantes, os quais têm mostrado excelentes resultados. É nesse contexto que o desenvolvimento deste projeto tem trazido a todos os envolvidos, especialmente, ao aluno, a oportunidade de mudar sua vida e seu contexto social, e melhorar sua capacidade de produzir e de se expressar, visto que a leitura e criação de cordéis ajudam no desenvolvimento cultural, social, intelectual e emocional do indivíduo trazendo benefícios a sua vida como um todo.

REGISTRO FOTOGRÁFICO

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RELATO DE BOAS PRÁTICAS

Ioneide do Nascimento Silva(Diretora) Ana Zuneide Ferreira(Vice-Diretora) Rosângela Maria Gomes de Medeiros(Coordenadora Pedagógica)

“A educação tem sentido porque mulheres e homens aprenderam que é aprendendo que se fazem e se refazem, porque mulheres e homens puderam se assumir como seres capazes de saber, de saber que sabem, de saber que não sabem.” (Paulo Freire) INTRODUÇÃO

Sabemos que a educação se constitui uns dos principais instrumentos de transformação de uma sociedade, dessa forma as escolas desempenham papel fundamental na promoção do ser humano na sua integralidade. O sucesso escolar está intimamente associado à qualidade da educação oferecida, que se reflete tanto no que diz respeito ao percurso dos alunos na escola, como nas aquisições de conhecimentos, habilidades, valores e hábitos. Nos últimos anos, um novo paradigma passou a orientar a gestão escolar. Os sistemas educacionais e unidades escolares passaram a ser concebidos como organismos vivos e dinâmicos, e o processo de democratização levou à adoção de um modelo de gestão mais participativo em que, quanto maior a autonomia e possibilidade de tomar decisões das pessoas, mais participativo o modelo de gestão. Mais amplo que o conceito de administração escolar, o conceito de gestão escolar compreende uma série de fluxos, processos e tarefas que têm por objetivo garantir a qualidade da educação e a sustentabilidade de uma instituição de ensino. 158


Desta forma, no que tange a avaliação dos resultados (essência do trabalho de gestão), o paradigma que se refere ao olhar direcionado para a melhoria da qualidade do ensino ofertado nas escolas tem evidenciado que, o resultado da avaliação externa por si só não a promove. Para que esta melhoria aconteça é preciso investir em estratégias eficazes de apropriação e utilização destes resultados, uma vez que grande parte do trabalho realizado na escola é feito individualmente: dar aulas, corrigir atividades, conduzir reuniões com pais, manter-se atualizado e estudar para a formação continuada são apenas algumas das tarefas que os educadores têm que conciliar. No nível geral, a apropriação de resultados como instrumento norteador do planejamento pedagógico passa necessariamente pelas ações dos gestores da Secretaria de Estado de Educação e das Direcs de Ensino. Passando também, no nível específico pelas ações do diretor, vice-diretor e especialista da educação básica. Nessa perspectiva, a necessidade de uma proposta pedagógica e do planejamento das ações por parte da equipe gestora é o grande alicerce para que a escola faça as conexões e articulações necessárias para compreender o sujeito em toda sua complexidade. Para que esse sujeito não vivencie a aprendizagem de forma estanque e compartimentalizada e para que ele esteja em plena integração com a sua comunidade e com as pessoas que nela convivem. Portanto este relato é uma simples síntese das ações efetivadas neste ano de 2018. PRINCIPAIS OBJETIVOS A nossa instituição tem como seus grandes objetivos: ● Inspirar os funcionários para percepção de que o trabalho tem um significado maior do que apenas a simples execução das tarefas. ● Manter a constante comunicação das ações da gestão no compartilhamento das informações. ● Ampliar os canais disponíveis para otimização da comunicação da gestão com a comunidade escolar. ● Agir com ética e transparência, no respeito à diversidade. ● Fortalecer o engajamento dos funcionários com a instituição. ● Buscar a resolução de problemas, utilizando o potencial criativo e empreendedor, na proposição de soluções. ● Criar situações de aprendizagem para que os alunos desenvolvam as suas habilidades e competências. 159


Desse modo, propusemos realizar ➢ Fortalecimento do Conselho Escolar ➢ Reunião de Pais e Mestres ➢ Desenvolvimento de Projetos: o Semana da Família na Escola o “Descobrindo a minha cidade através dos monumentos históricos” o Meio ambiente: O que eu tenho a ver com isso? (I Mostra de Cultura e Arte) o Cine-escola com prazer (Telessala) ➢ Análise dos resultados bimestrais para otimizar em tempo hábil os casos críticos. ➢ Resgate das atividades culturais: o Festejos juninos o Participação nos Projetos da rede (Arte e Cultura, Cordelteca, DESPERTAR, JOVEM SENADOR, etc) o II Chá Cultural o Teatro ➢ Aulas de campo: visitas e viagens de estudo. ➢ Iniciação à implantação do Grêmio Estudantil. Com o intuito de desenvolver ações que oportunizem ao aluno o conhecimento, contribuindo tanto para sua a formação integral como minimizando o índice de abandono e repetência escolar, melhorando assim, os índices de avaliação interna e externa (IDEB, SIMAIS, dentre outros) e, por conseguinte, superando as necessidades de organização para o bom andamento dos processos de gestão e de ensino e aprendizagem da escola, possibilitando as boas práticas. Para tanto, efetivamos o trabalho através da análise dos resultados, tendo em vista o fortalecimento da equipe escolar para otimizar o processo de ensino e aprendizagem, com o objetivo principal de transformar qualitativamente os resultados da escola. Buscamos construir o conhecimento, possibilitando ao estudante o desenvolvimento das 160


habilidades de selecionar, organizar, analisar e sintetizar. Por fim, através do desenvolvimento de estratégias de ensino inovadoras que contribuam com a participação efetiva do aluno, de forma que elevem sua autoestima, onde os mesmos se sintam sensibilizados, estimulados e conscientes da sua permanência na escola, de modo que possam sistematizar os conhecimentos adquiridos para a aplicabilidade na vida cotidiana, como também produzir uma formação mais ampla pela aprendizagem em diferentes áreas, seja emocional, social, afetiva, motora, ou cognitiva, através de projetos integrados. O enfoque no trabalho com Projetos Pedagógicos Interdisciplinares possibilita essa relação significativa entre o ensinar e o aprender. Desse modo, realizamos o trabalho com a comunidade escolar e parceiros extraescolares, utilizando materiais didáticos, pedagógicos e humanos, que gerou como resultado ao término do ano letivo, a redução do índice de evasão e reprovação escolar, assim como de violência e indisciplina.

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PROTAGONISMO SOLIDÁRIO

Ivânia Maria de Oliveira Torres(Diretora) Isabel Cristina de Medeiros Gundim (Vice-Diretora) Maria Joarlene Melo Araújo Macedo (Coordenadora Pedagógica) “Sejamos bons primeiramente, depois seremos felizes. Não exijamos o prêmio antes da vitória, nem o salário antes do trabalho”. (Jean Jacques Rousseau-1712-1778)

A Constituição Federal de 1988 reza em seu artigo 3° que um dos seus objetivos fundamentais é a construção de uma sociedade mais justa e solidária. Contudo, o que se tem visto é que a educação formal, em termos tradicionalistas, tem se limitado a transmissão de conteúdos preparatórios para os jovens ingressarem no mercado de trabalho, muitas vezes deixando de auxiliá-los no desenvolvimento de valores sociais e morais. Entretanto, tem se percebido uma sutil mudança nesse paradigma com a implantação da BNCC, em que fica determinado o desenvolvimento de competências como a empatia e a cooperação, bem como a observância aos quatro pilares da educação, instituídos pela UNESCO. Já não se pode mais aceitar que o aluno conclua sua educação básica sem que tenha sido trabalhado e desenvolvido em todas as suas dimensões: social, moral, afetiva, cognitiva, motora, emocional, etc. Partindo desse princípio, a Escola Estadual em Tempo Integral Capitão Mor Galvão observou a necessidade de ações que desenvolvessem os referidos valores em seus alunos. Dessa reflexão, surge o projeto Protagonismo Solidário, idealizado e coordenado pela professora Mikaelly Guimarães S.de Araújo, tendo total adesão da gestão e da equipe pedagógica, cujos objetivos principais são os de desenvolver e exercer valores como solidariedade, empatia e justiça. O primeiro passo para realização das ações do projeto foi delimitar os campos de atuação, onde ficou perceptível que o trabalho poderia ser desenvolvido de maneira interdisciplinar com ênfase maior nas disciplinas de Filosofia e Sociologia. O passo seguinte foi determinar o público 162


alvo. Ficou instituído que todos os alunos do ensino médio poderiam participar. A próxima ação foi mobilizar todo o corpo docente para que todos trabalhassem de maneira integrada e nenhuma ação acontecesse descontextualizada. Nos momentos de HTPC os professores planejavam o que iriam fazer dentro de suas disciplinas. Após o alinhamento das ações o projeto foi apresentado aos alunos que se engajaram em sua execução. Partindo para prática, a equipe agendou algumas visitas as instituições de caridade, creches, e escolas públicas da cidade. Em alguns espaços observaram que além da necessidade de materiais básicos de higiene e alimentação as pessoas precisavam muito mais de atenção, de afeto, de se fazer ouvir. Os alunos visitaram uma creche municipal e lá perceberam que havia uma escassez de livros infantis, então começaram uma campanha de arrecadação de livros entre a comunidade, além de formarem um grupo de contação de histórias, que tinha como objetivo disseminar o gosto pela leitura e aguçar a imaginação das crianças. Outro espaço que fora visitado foi o lar dos idosos, onde os alunos identificaram que a necessidade maior da instituição era afetiva, então eles formaram grupos de músicas que iam periodicamente ao local para cantar, tocar violão e declamar poesias, com a intenção de tornar os dias dos idosos mais alegres. Os animais também receberam atenção dos alunos, que arrecadaram recursos, junto à comunidade, para aquisição de ração animal, coleiras e materiais de higiene para o cuidado dos animais abandonados. O ponto de maior mobilização do projeto é a ação denominada de “Gincana Solidária” que tem como objetivo arrecadar materiais diversos que contribuam com o desenvolvimento das instituições como: livros, alimentos, materiais de limpeza e até mesmo sangue para o hemocentro. No ano de 2017 com a mudança na estrutura curricular o projeto continuou sendo trabalhado de maneira interdisciplinar sob a coordenação dos professores das disciplinas de Protagonismo Juvenil, Filosofia e Sociologia. Ao término das ações fora realizado uma avaliação com toda a comunidade escolar, onde ficou evidente as mudanças comportamentais nos estudantes, que solicitaram a continuidade do projeto.

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REGISTRO FOTOGRÁFICO

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LETRAMENTO DIGITAL EM EJA: INFORMATIZANDO PARA A VIDA

Raiane Santana Costa de Souza IDENTIDADE INSTUTICIONAL

Escola Estadual Lions Clube – Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos é um estabelecimento de pequeno porte a qual, durante um longo tempo funcionou como escola conveniada. Em 04 de junho de 1988 foi estadualizada através do Decreto nº 13.994 e está localizada na zona urbana do município de Currais Novos (RN), sito à Avenida Getúlio Vargas nº 1.287, Bairro Antônio Rafael. Atende a uma clientela da periferia urbana, marcada pelas desigualdades sociais desde o início de sua história, delineando o perfil do tipo de aluno que frequenta a escola, cuja renda familiar oscila entre menos a um salário-mínimo, com emprego fixo (10%), para manterem genericamente mais de cinco pessoas por família, ficando o restante (90%) executando os serviços ou gerais (biscates) ou nada executam. A escola funciona em prédio cedido pelo Lions Clube Currais Novos Seridó, com portaria de autorização nº 994/77 de 10/11/1977 – D. O.4191 e ata de reconhecimento nº 230/82 de 25/05/82- D. O. 5394, CNPJ 03.091.353/0001-32. Consta da seguinte estrutura física: (4) salas de aula, (1) cozinha, (3) banheiros, (1) sala de leitura, (1) sala de multimídia, (1) sala dos professores, (1) despensa para mantimentos, (1) secretaria, (1) direção, (1) pátio aberto . A escola é mantida pela Secretaria de Estado da Educação e Cultura, vinculada a 9ª Diretoria Regional de Educação, Cultura e Desportos. Recebe recursos oriundos do Fundo Estadual, Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), e o Programa de Auto Gerenciamento da Unidade Escolar (PAGUE). Atualmente, estão matriculados 78 (setenta e oito) alunos, atendidos pela Educação de Jovens e Adultos, nos turnos matutino, vespertino e noturno, sob a orientação e responsabilidade de 07 Professores,1 Coordenadora Pedagógica, 2 Auxiliares de Secretaria, 1 merendeira, 2 Auxiliares de Serviços Gerais, 01 vigia, 01 porteiro e 1 Diretora . As salas de aula estão equipadas com carteiras escolares e quadro branco e um bureau. A sala da direção dispõe de bureau, microcomputador, impressora, estante de aço, armário e cadeiras 165


secretária giratória. A sala da secretaria consta, bureau, arquivo de aço passivo, ativo e estantes de aço e dois micro computadores e impressora. Na cozinha encontra-se fogão industrial, refrigerador, freezer, armário da alvenaria, botijão de gás, liquidificador industrial e utensílios domésticos. A sala de leitura consta de estantes, mesas, cadeiras, quadro de giz e livros. Toda ambientação da Escola é simples e adequada para atender as necessidades da comunidade escolar. DESEJO DE TRANSFORMAÇÃO Desejamos que os alunos possam despertar para a importância de enxergar as mídias e os recursos tecnológicos como processos indispensáveis na vida de cada um na atualidade, além de utilizá-los como recursos a seu favor tanto na escola quanto fora dela. CONTEXTO Vivemos em um mundo globalizado onde a educação ainda não acompanha a velocidade do universo comunicacional. Sabendo dessa realidade, cabe ao professor incorporar em suas aulas práticas educativas a inclusão de novas tecnologias digitais da informação e comunicação, com o intuito de agregar as variadas manifestações da sociedade atual às novas TDICs como partes integrantes do currículo. Nesse sentido, o desenvolvimento tecnológico de nossos tempos acarreta mudanças nos desenvolvimentos cognitivos, sociais, comunicacionais e culturais dos sujeitos envolvidos no processo educativo. Esses são fatores que demandam da escola – em especial na Educação de Jovens e Adultos, cujo público é bastante heterogêneo em termos de faixa etária e de interesses sociais – a responsabilidade de unir esforços para trabalhar temas e conteúdos a partir das possibilidades de uso dessas ferramentas no contexto da escola. Portanto, a realização de tal prática aqui proposta se mostra relevante e necessária tanto por evidenciar aspectos práticos do mundo tecnológico quanto por enxergá-lo em uma perspectiva didático-pedagógica, no intuito de favorecer os alunos e alunas em termos de aprendizagem a partir de vivências interdisciplinares compartilhadas através do ajuste no currículo.

PROBLEMÁTICAS Uma das observações que norteou a escolha dos temas pensados para a presente ação foi o fato de que muitos dos nossos alunos, embora estejam imersos nas chamadas Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação, ainda apresentam muitas limitações quanto ao reconhecimento da importância e quanto à necessidade que permeiam o uso desses recursos na atualidade. Outro aspecto também levado em conta diz respeito ao propósito de fazer uso dos equipamentos 166


dispostos na Sala de Informática na realização de atividades integradas com os alunos, uma vez que esse espaço é pouco utilizado para essa finalidade. Assim, visando amenizar as dificuldades que estão por trás da utilização dessas tecnologias, a equipe de professores e gestão buscarão oferecer, interdisciplinarmente, formas de aproximar as práticas vivenciadas pelos alunos no dia a dia e os conteúdos curriculares oferecidos no domínio da escola, proporcionando aos discentes o desenvolvimento de competências relacionadas ao letramento digital. A partir dessa problemática, traçamos, em conjunto, as seguintes questões de estudo: Que saberes o aluno de EJA detêm acerca da Informática e do uso do computador e de outros aparelhos similares em situações do dia a dia? A utilização de equipamentos como computadores, notebooks e smartphones, bastante comuns a acessíveis na atualidade, ainda representam um obstáculo na vida desses alunos? Como atuar de forma integrada entre as disciplinas do currículo de EJA de maneira a minimizar essas dificuldades? De que forma as competências trabalhadas neste projeto poderão subsidiar os alunos no tocante à sua vida profissional? A HISTÓRIA VIVIDA Tendo em vista a abordagem reflexivo-pragmática assumida por esta ação, a sua execução ocorrera respeitando-se os seguintes encaminhamentos metodológicos: • Aula coletiva envolvendo toda a comunidade escolar (gestão, corpo docente e discente), com vistas à sensibilização dos alunos quanto à relevância de se utilizar e dominar os recursos provenientes das TDICs em contextos dentro e fora da escola. • Realização de oficinas por disciplinas do currículo ministradas na Sala de Informática e fora dela; • Aulas passeios no Laboratório de Informática do IFRN/Campus Currais Novos, sob a tutoria da Profª. Deisy Luana, docente de Matemática da Escola Estadual Lions Clube e discente de pós-graduação no IFRN. • Aulas vivenciais a partir dos conteúdos ministrados e trabalhados durante as oficinas de Informática, como exigência para a composição das notas bimestrais dos alunos. • Socialização de trabalhos produzidos pelos discentes no curso do projeto. • Oficinas ofertadas pelos componentes curriculares: PORTUGUÊS – Pesquisando, criando e editando gêneros de textos da esfera profissional. A circu167


lação de postagens e informações nas redes sociais: qual o peso de tudo isso para a vida pessoal dos aprendizes? MATEMÁTICA – A Matemática envolvida na informática. O uso de códigos e a troca de informações em tempo real. ARTES – O uso de aplicativos e programas na criação e edição de textos-cartões. ENSINO RELIGIOSO – Pesquisando recursos didáticos no estudo das Religiões: dos vídeos do YouTube aos materiais de apoio pedagógico da plataforma Quero Aprender RN. A MUDANÇA Pudemos perceber a prática da leitura e da escrita das diversas formas cotidianas de comunicação possibilitadas no domínio da Informática para os alunos; o uso de tais tecnologias aplicado ao estudo do campo linguístico fornecendo inúmeros meios de crescimento para os alunos; descoberta e interação entre os alunos, onde puderam interagir com o ambiente virtual na busca de corresponder a necessidades reais que exigem o uso e o conhecimentos da língua inglesa, bem como a percepção de que professor precisa estar envolvido pela tecnologia, acreditar na eficácia do seu uso, estar seguro, conhecer suas especificidades visando identificar em que momento e como as TDIC’s poderão auxiliá-lo em sua prática pedagógica. A HISTÓRIA CONTINUA... Ainda estamos em fase de execução e análise das ações propostas para tal atividade, com intuito que possamos reavaliar e replanejar nossas próximas ações. Por se tratar de uma proposta de ensino recente e inovadora para o contexto de nossa escola, acreditamos que precisamos estender as ações até o próximo ano. Em curto prazo, consideramos que precisaríamos de apoio pedagógico para que pudéssemos obter suporte e orientação aos casos que demandam maior assessoria. Em longo prazo, precisamos analisar o que não dará certo e que precisa ser replanejado com vistas a atingir o objetivo inicial

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MINA BREJUÍ: DO PASSADO GLORIOSO AO FUTURO DE SUSTENTABILIDADE

Rosângela do Nascimento Silva

A Escola Estadual “Manoel Salustino”- Ensino Fundamental e Médio encontra-se situada na Mina Brejuí, aproximadamente 10 km de Currais Novos; Rio Grande do Norte. Seu funcionamento iniciou em 01 de março de 1952, criada por meio do ato nº 532/69, e autorizada através do ato nº 309/76; sendo reconhecido pela Portaria nº 471/80. Encontra-se funcionando em sede própria, cedida ao Estado do Rio Grande do Norte, em 23 de junho de 2000, tendo por outorgante doadora a Mineração Tomaz Salustino S/A, através do seu diretor presidente e executivo Dr. Gilberto de Barros Lins e o Dr. Paulo Eduardo D’ Oliveira Ventura. A mesma é mantida pela Secretaria de Educação e Cultura do Rio Grande do Norte, com sede em Natal, capital deste Estado, e inscrita no CNPJ sob o número 01.796.205/0001-98, com o INEP número: 24035491, tendo o registro de suas instalações no Centro administrativo- Bloco 1; 2º andar ; Bairro de Lagoa Nova, sendo jurisdicionada à 9ª DIRED (Diretoria Regional de Educação e Cultura ) com sede em Currais Novos, localizada à Praça Tomaz Salustino, 55 - Centro. A escola dispõe do Conselho Escolar que auxilia no funcionamento e organização, composto por dezesseis membros, sendo quatro representantes por segmentos: pais, alunos, professores e funcionários, que participam da gestão administrativa e financeira com o objetivo de envolver os diferentes segmentos na conservação dos equipamentos e do prédio, organização e na prática escolar. Nessa função preocupa-se em detectar as dificuldades da instituição, e propor formas alternativas de superação das mesmas, buscando também acompanhar os trabalhos pedagógicos e oferecer apoio à aprendizagem do educando. A Escola funciona nos turnos: Matutino e Vespertino. A clientela é composta por alunos provenientes das seguintes comunidades rurais: Sítio Marcação, Sítio Manoel da Paz, Sítio Zangarelhas, Sítio Aba da Serra I e II, Fazenda Barra Verde, Parque Industrial e minerações: Mina Acauã, Mina Brejuí e da cidade Currais Novos. O quadro da escola é formado por gestor, coordenador administrativo - financeiro; coordenador pedagógico, professores assim distribuídos: três docentes no Ensino Fundamental de, 1º ao 5º Ano, sendo duas turmas Multisseriadas; seis professores na Educação Fundamental do 6º ao 9º ano e Ensino Médio, O quadro é complementado com professores de aulas suplementares e temporários. Ainda fazem parte do quadro da escola os seguintes funcionários: dois ASGs, duas me169


rendeiras, um inspetor escolar, dois auxiliares de Secretaria e um porteiro. MISSÃO DA ESCOLA Garantir o desenvolvimento de um processo educacional de qualidade que favoreça o acesso ao letramento, o despertar para o trabalho, a iniciação cientifica e tecnológica e a promoção cultural, formando cidadãos críticos, capazes de transformar a realidade. VISÃO DE FUTURO Seremos uma Escola reconhecida, na comunidade, através dos valores individuais do estudante, contribuindo para desenvolver a criatividade, a liderança, as competências e habilidades necessárias para o crescimento social, profissional e cultural, oportunizando lhe a participação no princípio de mobilidade sócio histórica de forma crítica e ativa na sociedade.

O projeto “Mina Brejuí: Do Passado Glorioso ao Futuro de Sustentabilidade” teve por objetivo situar a importância da mina para o desenvolvimento da nossa cidade. Foi aplicado em todas as turmas do Ensino Fundamental I e II e do Ensino Médio Profissionalizante da Escola Estadual “Manoel Salustino”, situada na Mina Brejuí, zona rural do município de Currais Novos. O referido trabalho teve inicio no ano de 2016 e vem se desenvolvendo até os dias atuais, com a participação efetiva dos discentes, foram propostos alguns procedimentos tais como: pesquisas, entrevistas, pesquisa documental e visitas in loco. A primeira etapa teve início com a explanação sobre a Segunda Guerra Mundial, utilizando como recurso o livro didático Projeto Teláris – História séculos XX e XXI. O conteúdo discutido na aula despertou nos discentes o interesse em investigar a história da Mina Brejuí, uma vez que a mesma foi a maior produtora de scheelita durante este conflito mundial estudado. Assim, os discentes tomaram conhecimento de que a scheelita extraída nessa época pela mineração era de interesse da indústria bélica. Como afirma o autor Costa (2008, p. 21): “Quanto às suas qualidades e emprego na indústria, a scheelita tem importância fundamental na indústria bélica – durante toda a Segunda Guerra Mundial teve papel predominante na fabricação de artefatos e máquinas desenvolvidas para guerra”.

Em outro momento foram apresentadas à turma algumas matérias escritas sobre o assunto 170


nas seguintes obras: Revista Fatos e Feitos; Revista Curraes – Nossa Terra, Nosso Povo; Mina Brejuí a maior produtora de scheelita do Brasil. Após a leitura fez-se uma reflexão sobre o ponto de vista das obras lidas. As atividades foram desenvolvidas de forma a dar condições ao discente de refletir sobre a sua realidade, comparando-a com outras realidades, em outros tempos e espaços, identificando as relações entre o particular e o geral, percebendo diferenças e semelhanças, de modo a compreender esta realidade, manifestar opinião e estabelecer conclusões, participando assim, como sujeito ativo do processo de construção do conhecimento. Na sequência, foi solicitada uma pesquisa documental com o objetivo de retratar o processo de desenvolvimento da mineração. Essa pesquisa resultou numa seleção de fotos relacionadas ao cotidiano da vida familiar dos moradores locais, tendo em vista que as fotos que retratam o desenvolvimento da mineração se encontram no Museu Mineral por se tratar de acervo pessoal da família do fundador. O passo seguinte do trabalho foi a elaboração de entrevistas e, para tal, foi feita anteriormente uma explanação sobre esse tipo de instrumento. Foi realizada em sala de aula uma triagem de temas como: a origem do nome Brejuí, informações sobre o minério, o cotidiano do fundador e do trabalho na mineração, fazendo uma retrospectiva dessa história. Para as entrevistas fez-se uma seleção de possíveis entrevistados como ex-trabalhadores, pesquisadores, engenheiros, conhecedores da história da mineração e seu contexto. Depois de lidas e analisadas as entrevistas foram selecionadas aquelas que mais tiveram relação direta com o objetivo do trabalho. Estes momentos representaram oportunidades especiais para que todos tivessem acesso a outros tipos de informações e de vivências sociais. Na culminância foi apresentado à comunidade escolar e comunidade local o documentário “Mina Brejuí: Marco do desenvolvimento de Currais Novos” e a peça teatral: “A Mina e o Tempo” como resultado do trabalho desenvolvido em sala de aula e será encerrado com a construção de um parque e uma horta sustentável, juntamente com a comunidade da Mina Brejuí. Esse projeto serviu para estreitar a relação da Escola com a Comunidade, bem como a autoestima dos discentes e familiares que tinham uma visão negativa da escola e do lugar onde vivem. Reconhecendo assim, o trabalho de toda equipe envolvida e elevando o número de matriculas na Escola e sermos vencedor Regional da I Mostra de Cultura e Arte das Escolas da Rede Estadual de Ensino do RN.

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PASSAR O MURO DA ESCOLA, APRENDER E CONSCIENTIZAR O ESTUDANTE E A COMUNIDADE LOCAL

Maria José de Medeiros Silva ( Diretora)

Objetivando melhorar a qualidade do ensino e a aprendizagem da Escola Estadual Albino Avelino pensamos em aperfeiçoar a prática educacional de forma a tornar o aluno protagonista de seu estudo e mais eficaz para a vida. Neste contexto foi visto que tem sido demonstrado pelos alunos e diagnosticado pelos professores a necessidade de uma orientação maior perante aos alunos no que se refere à preservação do meio onde vivemos, como forma de resgate a cultura e a cidadania e, além disso, buscar intervenções necessárias para a aprendizagem. Como também desenvolver estratégias de melhoramentos da postura dos alunos perante a própria saúde. Por este motivo buscamos através desta prática a conscientização no processo ensino-aprendizagem da inclusão de Educação Ambiental em todos os ramos de ensino com intuito de ampliar e maximizar o êxito escolar. Começamos a instigar junto a equipe da escola como fazer a pratica acontecer de forma eficiente, logo após foi apresentado aos alunos a proposta de trabalho a ser construída de forma coletiva em cada turma, onde os alunos tiveram a chance de se apropriar do projeto dando suas sugestão de trabalho e começando a colocar em ação seu trabalho a ser apresentado na mostra cultural. O projeto foi um sucesso pois deixou na escola e na vida dos alunos uma marca pois vivenciaram a experiência de receber os familiares a comunidade e alunos de outras escolas para visitação.

AÇÃO DIVULGAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO NA COMUNIDADE

A ação começou a levando em conta que a escola precisa passar o muro da escola e ser responsável por uma boa pratica pois a preocupação com o meio ambiente tem se tornado cada vez maior à medida que se nota a degradação dos recursos naturais não renováveis e o desrespeito das sociedades com relação ao desperdício. Essa preocupação tem se tornado objetivo de muitas conferências internacionais e a inserção de ensinamentos sobre educação ambiental desde a fase da infância e juventude possibilita um maior entendimento sobre as responsabilidades, deveres e 172


direitos com relação a toda biosfera terrestre. Nesse contexto os alunos foram divididos em equipes onde uma equipe foi cuidando da organização dos panfletos com dicas pra cuidar do meio ambiente, outra equipe nas produções das mudas de árvores nativas para serem distribuídas e adotadas para comunidade e outra equipe produzindo as poesias e poemas de acordo com o tema.

AÇÃO HORTAS SUSPENSAS A Escola também desenvolveu as hortas suspensas com o intuito de provocar nos alunos o desejo de cultivar hortaliças para uso na merenda escolar e pra levar o excedente para suas casas. Tendo também o objetivo de ajudar e incentivar os alunos a cultivar em casa para consumo ou como fonte de renda tendo em vista que somos uma escola da zona rural e que a escola precisa preparar os alunos pra vida.

AÇÃO EXPOSIÇÃO CULTURAL 173


A escola fez a exposição cultural como forma de apresentar a comunidade nosso trabalho e incentivar nossos alunos a serem protagonistas, sendo os agentes de sucesso em nossa escola e donos de sua aprendizagem, valorizando cada vez mais o aprender.

Ainda podemos melhorar com nossa pratica, pois as hortas suspensas estão sendo trabalhadas constantemente e nossa mostra cultural será um evento já programado no calendário escolar, pois precisamos traçar metas de trabalho pois o sonho de melhorar a qualidade de ensino aprendizagem está apenas começando.

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O GESTOR ESCOLAR LIDERANDO AÇÕES DO ESTUDO DOS INDICADORES DE RESULTADOS BIMESTRAIS DE APRENDIZAGEM EM TEMPO HÁBIL

Ana Maria Macedo Soares(Diretora) Priscila Alves da Costa (Coordenadora Pedagógica)

A Escola Estadual Querubina Silveira, está situada a Avenida São João nº 279, na sede do município de Cerro Corá - RN. É mantida pelo poder público estadual e administrada pela Secretaria de Educação Cultura e Desporto do Estado do Rio Grande do Norte. Fundada em 1925 e autorizado em 1975, através do artigo 37, item XIV, da lei complementar nº 10 de 30/04/1975. Sendo alterada pela lei complementar nº20 de 17/10/1979, através do processo 022/75/79 da Secretaria de Educação Cultura e Desporto. Em, 1980, foi autorizado o funcionamento do ensino fundamental do 5ª a 8ª série pela portaria nº 946/80/SECD/GS de 28/10/1980 e ao Ensino Médio foi concedido o Ato de criação n.º 19.082/2006, Ato de autorização: 1200/2006. Atende a uma clientela de alunos oriundos da zona rural, periferia e centro da cidade com base econômica na agricultura familiar, pecuária, comércio e segmentos da administração pública municipal. Devido a essa realidade, os hábitos sociais, culturais e religiosos são poucos diversos, desde práticas tradicionais da vida rural, até os sofisticados costumes, principalmente na tecnologia usada em alguns setores. A base da religiosidade de nossos alunos é a religião católica, e ao longo dos anos vem surgindo outras práticas religiosas. A escola não está fora da nova conjuntura atual. A maioria das famílias se enquadra na escala de baixa renda, desempregados, assalariados e agricultores familiares. Quanto à questão pedagógica, as maiores dificuldades estão ligadas a uma metodologia que desperte no educando o interesse intrínseco pelo conhecimento. A desmotivação dos alunos, em relação aos estudos e a falta de perspectiva quanto ao futuro, é atribuída aos meios de comunicação social e a um sistema desigual de renda e salários, que não possibilita às condições básicas de vida a maioria que trabalha.

O Gestor escolar liderando ações do estudo dos indicadores de resultados bimestrais de aprendi175


zagem em tempo hábil O presente relato de boas práticas descreve e narra a ação que nasceu com o desejo de diminuir os índices de reprovação e baixa aprendizagem na escola. Havia, ao final de cada bimestre, um número elevado de alunos abaixo da média. Sendo necessária a criação de estratégias para recuperar a aprendizagem dos alunos, nas áreas mais críticas. Como recuperar a aprendizagem dos alunos dentro do bimestre, de forma que não prejudique o andamento dos conteúdos que precisão ser ministrados? Como quebrar o tabu em relação à recuperação contínua alimentado por alguns professores que insistem em estender a recuperação para o fim do período letivo? Ao final de cada bimestre foram colhidos os dados de desempenho dos alunos, identificando os pontos mais críticos onde a aprendizagem foi menos contemplada. Em seguida, feita a análise dos dados, podemos observar que o número de alunos com notas abaixo da média diminuiu em algumas disciplinas. A gestão e coordenação pedagógica reuniram-se afim de traçar estratégias junto aos professores, foram elaboradas sequências didáticas e atividades direcionadas para o fortalecimento da aprendizagem.

Ao fim das intervenções apresentadas, e nos bimestres seguintes, após nova coleta de dados, percebeu-se o avanço. A ação deu frutos e os números apresentados foram satisfatórios. Os alunos puderam acompanhar seus desempenhos através de gráficos expostos nos murais da escola, e os professores perceberam que é possível colocar em prática a recuperação contínua. Um exemplo que podemos citar é o caso da 1ª série noturno, vejam o gráfico:

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No bimestre seguinte, a ação se repetiu, mas dessa vez a resistência foi menor e o trabalho fluiu melhor. Ainda há muito a ser percorrido. O desafio agora é tornar cada vez menor o número de alunos que não conseguem atingir a média sem que seja necessária a recuperação. Pretendemos então, elaborar e desenvolver projetos que fixem nos nossos alunos a importância de estudar constantemente, transformando essa atitude em uma característica dos nossos estudantes.

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BOAS PRÁTICAS EM GESTÃO

Armides Gomes dos Santos (Diretora) Joelma Rodrigues de Oliveira(Vice-Diretora)

A Escola Estadual Dom Manuel Tavares de Araújo foi fundada no dia 18 de julho de 1943, sob o nome de Escola de Menores Dom Manuel Tavares, sendo esta, na época, uma obra de caráter beneficente, destinada a menores de ambos os sexos, em regime de externato. A entidade recebeu autorização, bem como reconhecimento, através da Portaria nº : Diário Oficial de 26/04/1963 e era filiada pelo Departamento Diocesano de Ação Social- Caicó/RN, sob a direção externa do Vigário da Paróquia e possuía matrícula no fichário de Obras Sociais do D.S.S.E. (Departamento de Serviço Social do Estado) sob o n° 93, no ano de 1965. Tendo em vista a insuficiência de dotações orçamentárias que lhe eram reservadas, a escola estava aparelhada para receber apenas 116 menores no Serviço Escolar e 41 no de Aprendizagem Profissional. Para atender a solicitação de grande número de excedentes a Diretoria contou com a valiosa cooperação de senhoras e senhoritas que prestaram seu auxílio, gratuitamente, à Entidade. Além do auxílio de recursos humanos, a entidade recebeu contribuições, conseguidas através de festas promovidas pela Paróquia, bem como verbas externas, que proporcionaram à Direção a oportunidade de realizar algumas melhoras na estrutura física da escola como: uma sala para funcionamento da secretaria, uma cantina para despacho de merenda escolar, entre outros de mais urgente necessidade, indispensáveis ao bem estar daqueles que frequentavam a escola.

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Após muitos anos de oferta de Serviço Escolar e Aprendizagem Profissional, a instituição escolar sofreu alterações no seu nome, passando a ser chamada Escola Estadual Dom Manuel Tavares de Araújo, no entanto, nos documentos escolares não foram encontrados registros que detalhassem essa mudança, nem outras informações que aprofundassem os dados sobre seu histórico. A instituição recebe, atualmente, subvenções do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, sem fins lucrativos, e permanece localizada no município de Equador, estado do Rio Grande do Norte, situada à Rua Getúlio Vargas, n.º 401, Centro. A escola funciona nos turnos matutino, vespertino e noturno e ministra as seguintes modalidades de ensino: Educação Básica nas etapas de Ensino Fundamental, Educação de Jovens e Adultos e suas modalidades e Educação Inclusiva no Atendimento Educacional Especializado-AEE, respaldada na Lei nº 9.394/96-LDB. A escola é composta por funcionários admitidos por concurso público e terceirizados por empresas particulares. A gestão escolar é escolhida através de eleição direta e composta por um(a) diretor(a) e um(a) vice-diretor(a) e uma Coordenação Pedagógica.

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A Escola Dom Manuel possui uma Equipe Gestora pequena, composta por Gestora, Vice-Gestora e Coordenação Pedagógica, porém o que tem proporcionado um bom desempenho nas atividades desenvolvidas é o trabalho em equipe onde todos os profissionais existentes têm participado da tomada de decisões com reuniões mensais, jornadas pedagógicas e avaliações periódicas. Percebemos que uma equipe capacitada e entrosada com reuniões constantes para pesar o que está dando certo e o que precisa ser melhorado, cria um bom ambiente de trabalho. Desta forma, tem-se obtido resultados positivos e um deles são nossos estudantes entendendo e percebendo que ele é o protagonista de todos os trabalhos desenvolvidos

O envolvimento da comunidade escolar nos eventos escolares, participando ativamente de palestras, aulas, passeios dentro outros eventos promovidos pela escola.

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Formações e troca de Experiências com outras instituições

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ROTEIRO DE BOA PRÁTICA – PROGRAMA JOVEM DE FUTURO

Eli Carlos de Azevedo(Diretor) Marcia Araújo Azevedo(Vice-Diretora) Maria Fauquíria de Lima (Coordenadora Pedagógica)

No início do programa, em 2017, percebeu-se através de diagnóstico, a baixa proficiência em Língua Portuguesa. E partindo da reflexão de que a leitura é de suma importância no processo de aprendizagem, inserimos uma ação que despertasse nos alunos o desejo de tornar-se um leitor crítico, com possibilidades de conhecimento de mundo ampliando seu vocabulário. Nessa perspectiva, tínhamos um cenário de pouca leitura e escrita. Com isso, precisávamos definir a leitura como um elo privilegiado a partir do qual fosse possível levar nossos alunos a buscar a leitura. Para que isso ocorresse, o hábito de ler, por si só não bastaria. Era preciso, desenvolver o gosto pela leitura, formando um leitor para a vida toda. Mas como conseguiríamos fazer nossos alunos terem o hábito de ler prazerosamente? Decidimos, usar o lúdico como atrativo para a aprendizagem. Criamos, portanto, uma ação em que chamamos de Batalha do Conhecimento, no formato Soletrando. Antes, porém, o professor convidou os alunos do Ens. Médio para a Biblioteca da nossa escola e mostrou-lhes obras da literatura brasileira. Escolhida, uma obra, é feito uma discussão e explanação sobre a biografia do autor e o contexto histórico em que se passa a narrativa. Após a leitura do livro por todos os alunos, é feito reescritas da obra através de produções textuais dos alunos, com objetivo de melhorar compreensão e interpretação do que está sendo lido. A culminância deste trabalho se dá, com a introdução do elemento lúdico. O professor seleciona palavras retiradas da obra escolhida para então, dar início às batalhas do conhecimento, através da soletração de palavras. Que consiste em alunos de uma turma competirem entre si, através de confrontos em duplas. À medida, que os alunos vencem as batalhas, vão se classificando para as fases seguintes até encontrarmos o vencedor da turma e por seguinte encontrar o Campeão da Escola, que é escolhido entre os vencedores de cada turma. Isto possibilita, através da brincadeira, aumentar o vocabulário e melhora da escrita dos nossos alunos. 182


Esta prática, possibilitou ainda em 2017, uma melhor procura, por parte dos nossos alunos, de livros da literatura brasileira na nossa biblioteca. Em 2018, tivemos um aluno campeão do I Concurso de Redação das Escolas Do Rio Grande do Norte, o que mostra um efetivo resultado e que a ação rendeu frutos. Como reflexo do sucesso da ação e do apreço dos alunos pelas batalhas, foi desenvolvido na escola, em 2018, um grupo de Teatro, em que livros são lidos e histórias são recriadas para as apresentações. Há ainda, a expectativa de criarmos um livro com a coletânea de textos produzidos pelo nossos alunos a partir da reescrita das obras literárias e expor na biblioteca da nossa escola, para toda a comunidade escolar.

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MULHER, SÍMBOLO DE LUTA E RESISTÊNCIA

Suerda Márcia de Oliveira(Diretora) Jória Cristiham S. Maia Gondim(Vice-Diretora) Maria Lúcia da Silva Gomes (Coordenadora Pedagógica)

A Escola Estadual Professor Felipe Bittencourt foi criada em 13 de março de 1978 pelo Ato de Nº 7.314 e autorizada pela Portaria de Autorização e Funcionamento Nº 244 de 27/07/1991, tendo o Decreto Nº 19.431 de 25/10/2006 transformado a referida Escola em Estabelecimento de Ensino Fundamental e Médio e autorizado o funcionamento do Ensino Médio. Está situada à Rua Padre Bento, 563, Bairro Dinarte Mariz, zona Oeste de Parelhas, Município que está localizado na Mesorregião Central Potiguar e Microrregião do Seridó Oriental, no Estado do Rio Grande do Norte. Distante 246 km de Natal, capital estadual, e 2.065 km de Brasília, capital federal, ocupa uma área de 513,507 km². A população de Parelhas no censo demográfico de 2010 era de 20.354 habitantes, sendo o 27º município mais populoso do Rio Grande do Norte. É neste Município que se encontra a mencionada Escola com uma área de 776 m2 e que surgiu para suprir a necessidade de um Bairro que nascia e crescia de forma acelerada e com grande contingente de crianças e jovens, cuja faixa etária correspondia, na época, ao ensino de “1º grau”. É importante considerar que a Escola recebeu esse nome em homenagem ao telegrafista e Professor Felipe Bittencourt Cardoso Pinto que foi o primeiro professor do “nível secundário” da cidade de Parelhas. Em se tratando da administração da Escola, ressalta-se que de 1978 a 2006, ocuparam o cargo de Diretor e de Vice-diretor pessoas indicadas por forças políticas, conforme era comum acontecer nas demais escolas da Rede Estadual de Ensino. Somente a partir de 2007, as gestões que vêm compondo o quadro desta Escola passaram a ser escolhidas por eleições diretas, conforme Lei Complementar Nº 290, de 16 de fevereiro de 2005 que dispõe sobre a democratização da gestão escolar no âmbito da rede pública estadual de ensino do Rio grande do Norte bem como de acordo com o Decreto Nº 18.463, de 24 de agosto de 2005 que regulamenta a Lei Complementar nº 290/05 e no último pleito pela Lei Complementar Nº 585, de 30 de dezembro de 2016. Atualmente, a Escola tem como gestoras, para um mandato de janeiro de 2017 a dezembro de 2018, as 184


Senhoras Suerda Márcia de Oliveira e Jória Cristiham S. Maia Gondim. Funcionando, neste ano de 2018, nos turnos matutino (03 turmas) e vespertino (05 turmas), o referido Estabelecimento educativo conta com um público de 227 estudantes que estão distribuídos em 07 turmas do Ensino Fundamental II e 01 turma do Ensino Médio. No que diz respeito ao quadro efetivo da Escola, este é composto por 31 funcionários efetivos. Somam-se a este quadro, 03 funcionários de empresas terceirizadas, totalizando 34 servidores e 05 voluntários que estão como Mediadores/Facilitadores da aprendizagem do Programa Novo Mais Educação. Vale destacar que do total de professores, todos possuem Ensino Superior e 71% possuem ou estão cursando Pós - graduação (Especialização e/ou Mestrado). No tocante à estrutura física da Escola, observa-se que ela se encontra em bom estado de conservação, embora com uma necessidade extrema de se ampliar os espaços para um adequado funcionamento, pois são muitas as dificuldades existentes neste sentido. As condições de trabalho docente assemelham-se a dos professores de muitas instituições públicas do Estado. Além da pauta de reivindicações já bem conhecida dos educadores, ou melhor, da sociedade, existe a questão da sobrecarga, de ter que assumir a sua missão em mais de um estabelecimento de ensino e o pior, em mais de um Município, dificultando assim, a participação nos encontros para planejamento e nas demais atividades desenvolvidas pela Escola. Todavia, é notável um esforço coletivo e o empenho no desenvolvimento de projetos e atividades que concorram para a elevação do nível da qualidade do processo educativo nela desencadeado. São várias as metas contidas no Plano estratégico da Escola/Projeto Político Pedagógico e para todas estas metas, há um detalhamento de ações que para ser realizadas demanda um esforço coletivo da comunidade escolar bem como de parceiros que juntos poderão contribuir para a efetivação de um trabalho educativo de qualidade Logo, ter clareza da função social da escola e do homem que se quer formar é fundamental para a realização de uma prática pedagógica competente e socialmente comprometida, particularmente num País onde convivem grandes desigualdades econômicas, sociais e culturais. Assim, a Escola Estadual Professor Felipe Bittencourt lança-se ao desafio de concorrer para o alcance do real objetivo da escola: a apropriação do saber como um valor universal, capaz de assegurar ao educando um quadro de referências que lhe possibilite o exercício da sua autonomia e o desenvolvimento da capacidade de aprender e agir como um cidadão participante em todas as instâncias da vida social. 185


DESENVOLVIMENTO DO PROJETO: “MULHERES: SÍMBOLO DE LUTA E RESISTÊNCIA” Na semana em que se comemorou o Dia Internacional da Mulher – 05 a 09 de março/2018, a Escola Estadual Professor Felipe Bittencourt vivenciou o desenvolvimento do Projeto “MULHER: SÍMBOLO DE LUTA E RESISTÊNCIA”. Projeto este surgido não somente com o intuito de prestar uma homenagem simplista às mulheres, mas, sobretudo, para conduzir os educandos a uma reflexão acerca da necessidade e da possibilidade de superação dos obstáculos que, por vezes, insistem em fazer parte da caminhada. Sabe-se que uma das maiores dificuldades apontadas hoje pelos educadores, principalmente quando se trata de escolas públicas, é a falta de motivação e de perspectiva de futuro por parte dos estudantes. Isto, produto de todo um contexto social, político e econômico vivenciado pela sociedade. Diante desta realidade, percebeu-se que é urgente a necessidade de trazer para os adolescentes e jovens, cuja formação foi confiada a esta Escola, um debate que possa conduzi-lo a uma ampliação da visão em relação às possibilidades de superação das dificuldades e da busca pela realização de seus projetos de vida. Foi isto, então, o que motivou o desenvolvimento do mencionado Projeto. Assim, além do propósito preponderante desse Projeto, acima colocado, também foram elencados outros objetivos tais como: ● contribuir para o desenvolvimento do educando, como um todo, principalmente nas questões relacionadas a autoliderança, autoconfiança, autoimagem , autoestima e inteligência emocional; ● aproximar os adolescentes e jovens de realidades, experiências e vivências que levem eles a refletir sobre a necessidade de enfrentamento dos desafios; ● Perceber que o empoderamento, principalmente da mulher, pode ser expressado numa qualificada inserção no mercado de trabalho, ascensão profissional, salarial e na mais ampla presença dela em cargos de poder e decisão; ● Defender a transformação de um indivíduo em agente ativo, a partir da definição de um projeto pessoal, de ganho de autoconhecimento e força, capaz de levá-lo a desafiar as barreiras e dificuldades que venham a surgir; ● Perceber o empoderamento das mulheres e a busca pela promoção da equidade de gênero em todas as atividades sociais e da economia como garantia para o efetivo fortalecimento das economias e a melhoria da qualidade de vida de mulheres, ho186


mens e crianças; ● Estimular as mulheres para atuarem como protagonista de seu próprio crescimento, além de atuarem como agentes de transformações sociais, por todos os cantos do país. O desenvolvimento deste Projeto aconteceu, em todas as turmas da escola sob a responsabilidade da equipe gestora em parceria com as professoras da Biblioteca, tendo como ponto de partida momentos na sala de aula, quando foi tematizado o porquê do dia “8 de março”, os papéis que a mulher vem exercendo na sociedade ao longo do tempo, o espaço que ela vem ocupando, as tantas histórias de luta e de superação, dentre outros pontos. A música “Maria, Maria” de milton Nascimento foi um marco do trabalho, uma vez que ela abre um leque de discussões em torno do tema em questão. Construção de painés, estabelecimento de relação com a leitura também foram atividades que nortearam o trabalho desenvolvido. Urge destacar que todas as turmas da Escola foram contempladas com palestras e depoimentos de mulheres que tem um destaque na comunidade pela sua história de luta e de superação. É importante acrescentar que tendo em vista o objetivo principal do Projeto que é a motivação para a continuidade da vida acadêmica e o despertar para uma perspectiva de futuro, foram convidadas para as palestras/depoimentos, mulheres que tiveram o estudo como forte aliado para a consecução de seus objetivos. Para fechar todo esse trabalho, foram entregues, às mulheres convidadas, um certificado pela participação no projeto e ainda enaltecendo-a por ser, para a comunidade, um real exemplo de luta e de persistência. Ressalta-se que os recursos demandados para o desenvolvimento do Projeto foram: as mídias, materiais para confecção de painéis, convites, certificados, impressão de música e, sobretudo, os recursos humanos. Acredita-se que toda essa mobilização teve o poder de gerar um impacto positivo na vida dos educandos, evidentemente em graus diferentes, pois foram bastantes os comentários por parte deles em torno das atividades desenvolvidas, chegando, muitos a se emocionarem diante dos depoimentos FORTES de tantas mulheres que conseguiram galgar seus objetivos à custa de muita luta, otimismo e, principalmente, da vontade forte de vencer.

REGISTRO FOTOGRÁFICO

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FOTOS DO PROJETO

FOTOS DA FACHADA DA ESCOLA

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GESTÃO ESCOLAR E CONSELHO ESCOLAR: AVALIAR O QUÊ ? PARA QUÊ ? COMO ? Maria das Dores da C. Nóbrega(Diretora)13 Josefa Tereza de Araújo Silva(Coordenadora Pedagógica)

“...ensinar não é transmitir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.” FREIRE, 2007

APRESENTAÇÃO A Escola Estadual João Vilar da Cunha preocupada com o processo ensino aprendizagem dos seus educandos, instituiu neste ano de 2018, um sistema de avaliação onde os aspectos qualitativos preponderam aos quantitativos. Na tentativa de atender a LDB – Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional. JUSTIFICATIVA O que avaliar? Como avaliar? Para que avaliar? São questionamentos que habitam o fazer pedagógico dos professores e se não forem respondidos adequadamente podem gerar “desencontros” entre o que o professor ensina e o que os estudantes aprenderam. A avaliação da aprendizagem dos estudantes ultrapassa a análise de como estudantes aprenderam o conceito de uma determinada área do conhecimento. A ação de avaliar recobre análise de competências e habilidades que englobam o aprender e aprender, aprender a fazer, aprender a ser, e aprender a conviver. Se entendermos que as aprendizagens são múltiplas, a avaliação não pode se apresentar restrita á apreensão dos conteúdos curriculares, mas ás dimensões de formação humana, tais como: éticas, estéticas, culturais, sócio emocionais e cognitivos. É desafiador olhar á avaliação sob a ótica da complexidade das experiências vivenciadas e apreendidas pelos estudantes, mas é necessários pensa-lo dessa forma quando nos propomos a forma integralmente os sujeitos. 13

Desse modo, refletindo sobre o conceito de avaliação instituído na Portaria 1878/2016 – Equipe Gestora da Escola Estadual João Vilar na cidade de Santa do Seridó/RN.

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SEEC/RN tentamos colocar em prática as seguintes ações: ● Adotamos metodologias diferenciadas das áreas/ componentes Curriculares como vide aulas, jogos educativos, aplicativos educacionais entre outros; ● Exploramos, pedagogicamente, outros espaços de aprendizagem, como laboratório de informática, biblioteca, sala de vídeo... ● Promovemos a discussão sobre os resultados e aprendizagem dos estudantes nas turmas e no conselho Escolar, a cada bimestre, como estratégia de fomentar a reflexão sobre a avaliação processual e continuada; ● Monitoramos os estudantes com baixa frequência como meio de reduzir os índices de evasão e reprovação; ● Realizamos reunião de pais por turma para apresentar resultados; ● Atendemos individualmente os estudantes com dificuldades de aprendizagem ● Fizemos diagnósticos das turmas, auto avaliações dos alunos e avaliações dos alunos e avaliações dos aspectos qualitativos; ● Planejamos e estudamos com professores sobre avaliação; ● Analisarmos, interpretarmos e comparamos os resultados das avaliações internas por turma e turnos da escola, de modo a construir os diagnósticos e possíveis propostas de intervenção; ● Diversificamos, ao máximo os instrumentos de avaliação de acordo com as especificidades dos componentes curriculares: estudo dirigido, produções textuais, seminários, simulados por área de conhecimento. Testes, portfólios entre outros. ● Realizarmos reuniões de pais, por turma e turno, para apresentar os resultados de aprendizagem, orientando-os quanto ao acompanhamento e monitoramento da aprendizagem dos filhos através do SIGEDUC. CONCLUSÃO Ressaltamos que as ações aqui apresentadas convergem com a concepção de avaliação expressa na portaria 1878/2016 – SEEC/RN , a qual assume caráter processual e formativo quando possibilitem aos estudantes uma liberdade de instrumentos para auxiliá-las na verificação do que aprendeu. Essa concepção de avaliação também possibilita à escola a verificação do qu e e como os objetos de conhecimento estão sendo ensinados e, a partir dessa análise, é possível repensar/ replanejar sua ação tudo em vista a garantia do direito de aprender de todos os estudantes.

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BOAS PRÁTICAS EM UMA GESTÃO PARTICIPATIVA: ESCOLA, PAIS E COMUNIDADE

Renato Faustino Costa (Diretor) Francisco das Chagas de Sena ( Coordenador Pedagógico)14

A Escola Estadual Joaquim Adelino de Medeiros, situada na zona urbana, na Avenida Senador Agenor Maria, nº 345, Centro, São Vicente – RN, possui uma clientela de alunos oriundos de classe média baixa, a qual em sua maioria, 90%, residem na zona urbana e 10%, na zona rural, o que caracteriza uma demanda de indivíduos ou grupos sociais que sobrevivem através de empregos públicos, construção civil e agricultura, e que em grande parte, não concluíram a Educação Básica. Somado a isso, tal clientela também é alvo das injustiças sociais e das crises políticas, econômicas e morais pelas quais passa o país, o que poderia contribuir para o fracasso escolar ou no mínimo, dificultar o avanço dos educandos em seus resultados escolares.

No entanto, de encontro a essa realidade, a Escola supracitada vem obtendo sucesso mediante os resultados da aprendizagem, haja vista, as boas práticas administrativas/pedagógicas das quais desempenha, contribuindo assim, para uma melhor qualidade do ensino a que ministra. Uma das características que bem representa essa instituição é a gestão participativa, tendo em vista, que a comunidade escolar como um todo interage na execução das ações/metas a serem atingidas, conforme as que serão elencadas neste relato. 14

Equipe Gestora da Escola Estadual Joaquim Adelino de Medeiros na cidade de São Vicente/RN.

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A princípio havia o desinteresse dos pais/responsáveis na participação efetiva nas atividades escolares dos filhos, fato que estava gerando um desinteresse, eventuais atitudes de indisciplina e dificuldades de aprendizagem nos alunos. No entanto, o desejo da Instituição Joaquim Adelino, era viabilizar essa presença maciça dos pais/responsáveis e a sua interação com a escola, já que essa intencionalidade fazia parte dos objetivos propostos no PPP da instituição. Nesse sentido, algumas ações foram realizadas no âmbito escolar, dentre as quais pode-se destacar o tão sonhado envolvimento da comunidade escolar em especial dos pais/responsáveis dos alunos, no acompanhamento da aprendizagem discente. Isso pode se confirmar em um trabalho realizado de aproximação desses pais nas culminâncias dos projetos educativos, datas comemorativas e principalmente nas reuniões de pais/mestres. Para que isso pudesse se efetivar, foi realizado um trabalho de conscientização junto aos familiares, mostrando a importância do envolvimento deles na vida escolar dos seus filhos, partindo-se do diálogo com esses pais, sob a temática “conversando a gente se entende”, dando-se início assim, a uma busca constante da conquista e aproximação desses pais. Dessa forma, foram enviados com antecedência convites, tanto impressos, quanto virtuais (whatsapp, facebook), convidando-os e incentivando-os à participarem das reuniões e atividades previamente estabelecidas no plano de ação no início do ano, contendo todo o calendário de atividades/encontros. Os frutos dessa boa prática têm se evidenciado por meio dos resultados de aprendizagem dos alunos no que se refere ao interesse pelo estudo com diminuição da indisciplina escolar, erradicação da evasão, reprovação e distorção idade/série e melhor evolução nos índices do IDEB, que passou de 5,4 em 2015 para 5,9 em 2017, ficando a instituição em uma ótima colocação entre as escolas estaduais do Rio Grande do Norte. Sendo assim, apesar de todas as dificuldades encontradas, tem sido possível realizar práticas significativas no âmbito escolar, as quais têm se mostrado importantes a toda a Instituição Joaquim Adelino. No entanto, apesar dessas boas práticas servirem como norte para outras que ainda virão, somos conscientes de que muito mais precisa ainda ser feito, no intuito de aproximar ainda mais as famílias dos alunos, da Escola Estadual Joaquim Adelino de Medeiros.

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ReuniĂŁo de pais e mestres para tratar de assuntos diversos e repasse de resultados bimestrais

Quadrilha junina da Escola Estadual Joaquim Adelino

Comunidade escolar na praça, assistindo às festividades juninas

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MONITORIA EM MATEMÁTICA

Emerson Wagner da Nóbrega (Diretor)15 Vera Lúcia de Souza Sena(Vice-Diretora)

O sucesso escolar dos estudantes é uma questão constante de preocupação da equipe gestora e dos docentes da Escola Estadual Monsenhor Amâncio Ramalho. Diante disso, estratégias são implantadas, visando contribuir para a superação das dificuldades existentes. Para tanto, é realizado um levantamento, a cada bimestre, dos resultados avaliativos dos (as) alunos (as). E diante desses dados, podemos afirmar que um dos principais problemas de rendimento nesta escola, está relacionado ao insucesso da aprendizagem Matemática na 1ª série, a qual acarreta alto índice de reprovação e uma quantidade expressiva de alunos (as) em Progressão Parcial (APP). Isto exige um grande desafio de criar as condições necessárias para um aprendizado com a compreensão e a profundidade necessárias que os conteúdos matemáticos básicos exigem para se consolidarem. Quando não há esse cuidado por parte dos Profissionais e alunos (as), a aprendizagem pode ser superficial e os alunos avançam nos anos escolares e chegam ao Ensino Médio sem o domínio necessário dos conteúdos trabalhados no Ensino Fundamental considerados relevantes para a aquisição de novos conhecimentos nessa fase do ensino básico. Mediante o exposto, a gestão da escola juntamente com a coordenação buscou por meio de discussão com os professores de Matemática, a definição de estratégias que promovessem a melhoria da aprendizagem dessa disciplina nas 1ª séries da escola. A partir das discussões, planejamos uma ação voltada para o compartilhamento de saberes entre os alunos, promovendo assim o protagonismo juvenil: alunos (as) auxiliam alunos (as) na aquisição de conhecimentos matemáticos, com autonomia na elaboração das aulas. Pensamos em uma prática em que não prejudicasse a execução do plano anual que contém os assuntos da série, mas que fossem trabalhados conteúdos para aquisição de habilidades que 15

Equipe Gestora da Escola Estadual Monsenhor Amâncio Ramalho na cidade de Parelhas/RN.

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são pré-requisitos para essa nova modalidade de ensino. Foi elaborada uma ação de monitoria em 2017, num processo de cooperação e partilha de saberes, conforme descrito nas tarefas do plano desse projeto conforme abaixo: ✓ Promover o planejamento da Sondagem de conteúdos de Matemática Básica com os professores. ✓ Aplicação de sondagem, por meio de atividades que revele o domínio dos estudantes em relação aos conteúdos de Matemática Básica. ✓ Reunir os professores de matemática para socialização do resultado da sondagem, planejar os minicursos de Matemática Básica Contextualizada e escolher os monitores. ✓ Socializar com os estudantes o quadro dos resultados das avaliações a cada bimestre, da sondagem matemática, e apresentar o plano de monitoria e minicursos. ✓ Promover uma formação para os Monitores de Matemática. ✓ Promover aulas de Monitoria com os alunos monitores atendendo os alunos com dificuldades de aprendizagem a cada bimestre. ✓ Ofertar o primeiro Minicurso de Matemática Básica Contextualizada. Com autonomia na elaboração das aulas, os (as) alunos (as) têm ofertado atividade que torna mais compreensiva a linguagem Matemática; diminuindo a visão de que esta área é difícil; ofertando metodologia que melhor contribui para a aprendizagem; e melhor motivação dos estudantes que necessitam da monitoria. Vale salientar, que os monitores atendem em seus plantões de acordo com os horários pré-estabelecidos no laboratório de Matemática, utilizando todos os recursos desse ambiente, incluindo também o uso de ferramentas online (ex: O Geogebra), para auxiliar no entendimento de gráfico. Eles são beneficiados com pontuação extra em Matemática e recebem no final de cada ano um certificado de reconhecimento de sua participação nesse projeto. Esperamos frutos desse relevante trabalho de cooperação ao final de cada ano. Sabemos, porém, o quanto é trabalhoso e lento o rompimento de uma cultura de reprovação e de um pensamento de que a Matemática é só para gênios. Entretanto, essa ação que galgou destaque, projetou o número de monitores que em 2017 eram apenas dois para doze em 2018. Estamos caminhando para o término do 3º bimestre e início 195


do 4º. Há uma esperança de elevar o número de aprovação e, consequentemente, diminuir os índices de reprovação. É um desafio, mas a escola não tem parado diante da observância dessas deficiências, haja vista que procura sempre meios para a promoção da aprendizagem.

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PRODUÇÃO DE RECURSOS PEDAGÓGICOS NA ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA

Luis Gustavo de Oliveira Santos(Diretor)16 Solange Sayonara de Araújo(Vice-Diretora)

A ação no ensino de Citologia partiu do desejo de trazer para o aluno modelos didáticos que pudessem manipular o seu objeto de ensino, assim como, uma forma de trazer o conhecimento do abstrato para o mundo real possibilitando assim à aprendizagem. A escola não disponibilizava de recursos didáticos, para dar suporte às aulas práticas e teóricas no ensino de Citologia. Tendo em vista que o ensino de citologia é bastante complexo e tem um nível de compreensão abstrato. No decorrer da prática, os alunos tinham dificuldade de identificar o que estavam confeccionando, pois não tinha na prática a observação de laminas microscópica, modelos didáticos de citologia, e contato com um mundo totalmente microscópico. Inicialmente foi elaborado um planejamento para ministrar uma oficina de biscuit para os alunos da 1ª série do ensino médio da Escola Estadual Dr. José Gonçalves de Medeiros , no intuito de modelar as estruturas das células. Cada grupo ficou responsável por uma estrutura da célula. Foi convidada uma profissional que já trabalha com biscuit, onde ela passou todas as orientações de como trabalhar com massa de biscuit. Em seguida foi inserido a pigmentação das massas e cada grupo já estava com um roteiro para elaboração da peça ilustrativa dos diversos tipos celulares. Cada grupo ficou responsável em elabora um seminário contendo as informações teóricas relacionadas aos modelos. Ressalta-se que os recursos utilizados para o desenvolvimento dessa ação foram custeados pela professora da disciplina. Essa iniciativa foi uma prática inspiradora para o desenvolvimento da aprendizagem na disciplina de Biologia e nas outras áreas de conhecimento. O material confeccionado serviu de recurso didático e acervo para as aulas práticas no laboratório de ciências, tornando o espaço mais atrativo para a aprendizagem do aluno. Os alunos perceberam que o mundo microscópico este rotineiramente envolvido no nosso dia-a-dia, seja no nosso corpo, nos alimentos até mesmo na água. Os estudantes começaram a 16

Equipe Gestora da Escola Estadual Dr. José Gonçalves na cidade de Acari/RN.

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formular os conceitos que antes eram abstratos, estimulando o raciocínio lógico, formulando suas próprias opiniões, e despertando o interesse pela Biologia e entendimento dos conteúdos de forma concreta. Dessa forma passaram a posicionar-se criticamente diante das situações cotidiana como, por exemplo, a qualidade de vida a partir da manipulação dos alimentos, higiene pessoal e transmissão de doenças. A ação implicou no resgate do interesse pelos conteúdos ministrados, na frequência e nas avaliações quantitativas gerando impactos positivos na nota e na aprendizagem qualitativa.

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CONSELHINHO DE CLASSE Josyene Kaline Martins Silva Vaneide Medeiros de Almeida Rejane Edna dos Santos Azevedo

Lamartine, sediada à Praça Dr. Pedro Góes, S/N, na cidade de Cruzeta, Estado do Rio Grande do Norte, foi criada através do Decreto nº 10.227/88, do Governo do Estado, tendo sido autorizada a funcionar pela Portaria nº 963/77, de 10/11/77, com efeito, retroativo a 01/03/35 e reconhecida pela Portaria nº 550/80, da Secretaria de Educação, Cultura e Desportos, em consonância com o Parecer Estadual de Educação. Geograficamente, a escola limita-se ao norte com a Praça Celso Azevedo, ao sul com a Praça Pedro Góes, ao leste com a Rua Geraldo Lopes de Araújo e a oeste com a Rua Miguel Laurentino de Medeiros. Por estar localizada no centro da cidade, nas proximidades encontram-se o Clube Municipal, a Promotoria, o Fórum Municipal, bares e residências. A escola possui uma área de 673 m2, conserva a sua estrutura predial, desde a sua fundação em 1935. A especialidade da escola é atender a educação do ensino fundamental nos turnos matutino e vespertino. A matrícula do ano em curso é de 145 alunos assim distribuídos: Turno matutino: 7:00 às 11:30 – 105 alunos do 1º ao 4º ano do Ensino Fundamental. Turno Vespertino: 13:00 às 17:30 - 40 alunos do 5º ano do Ensino Fundamental. É uma escola pública de pequeno porte, conta com 20 (vinte) dependências, sendo assim distribuídas: 04 (quatro) salas de aula permanentes, de tamanho médio, com pouca ventilação em algumas; possui 01 (uma) sala de multimídia, 01 (uma) sala de leitura; 01 (uma) sala de recursos multifuncionais, 01 (um) laboratório de informática e 01 (uma) sala de professores. Conta ainda, com 01 (uma) diretoria, 01 (uma) secretaria, 06 (seis) banheiros pequenos, destes 04 (quatro) para os alunos e 01 (um) para os funcionários e 01 (um) adaptado. Como depósito a escola dispõe de 01 (um) almoxarifado e 01 (um) depósito de merenda. Tem 01 (uma) cozinha com espaço amplo. A única área livre que se destina precariamente às atividades de lazer, a prática das atividades recreativas, físicas e artísticas é um pavilhão que deixa os alunos e professores insatisfeitos com a situação. Conhecedor da carência do espaço físico da escola, os professores do turno matutino e vespertino realizam suas atividades recreativas e físicas, ocupado o espaço externo da escola. A escola é formada por um corpo docente onde a maioria possui especialização, quase todos efetivos (exceção de apenas (01) uma professora temporária) e que demonstram gostar da 199


unidade escolar. São profissionais bastante empenhados em seu trabalho, agem com muito profissionalismo e respeito mútuo. Nas avaliações externas e internas a escola sempre superou a média do Estado e Nacional, atualmente possui o IDEB 6,9. A equipe gestora é bastante coesa, e mantém um ótimo relacionamento com a equipe escolar. As professoras de modo geral apresentam disponibilidade aos novos desafios com certa facilidade. A equipe docente e equipe gestora demonstra muito amor ao que fazem e procuram melhorar sempre, pois acreditam na educação como um fator para a transformação do mundo que temos em um mundo melhor. Neste contexto a escola vem desenvolvendo a gestão democrática, com o conselho escolar atuante, porém não assegurava as crianças momento de participação e discussão. Observaram-se as dificuldades de aprendizagem e problemas de comportamento das crianças presentes em todas as turmas. E tentou-se encontrar meios/metas para a resolução destes. Assim surgiu a implantação do Conselhinho de Classe, para assegurar a participação dos alunos nas decisões da equipe gestora, dar voz as crianças e contribuir para o aprendizado delas. Sendo realizada uma reunião com a comunidade e o Conselho da escolar abordando o assunto, como também foi feito a escolha dos pais para compor o Conselhinho. A equipe gestora conversou com as crianças sobre o direito de participação em uma gestão democrática, depois foi trabalhado um vídeo por turma sobre uma experiência de uma escola no interior de São Paulo que tem um Conselhinho atuante. Realizou-se a votação para escolha do líder e do vice-líder de cada turma. Reunimo-nos bimestralmente com a participação do Conselhinho, a equipe gestora, pais conselheiros, professora da turma, professora auxiliar e professora do Atendimento Educacional Especializado, quando houver alunos atendidos. Onde utilizamos uma ficha de acompanhamento do conselho de classe e discutimos acerca dos problemas apresentado e suas possíveis soluções. Gerando assim alunos participativos, abertos ao diálogo e comprometidos com a gestão da escola. Efetivando a participação das crianças na gestão da escola, o registro da aprendizagem ou dificuldade do aluno para o professor passar para pai/mãe ou responsável no plantão pedagógico e a resolução de conflitos. Para a melhor continuidade desse processo, uma meta do plano da gestão a implementação do Conselhinho e assegurá-lo seu pleno desenvolvimento através dos encontros semestrais, e reuniões extraordinárias.

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