Portifolio

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Clauton Danelli De Souza

Rua Butia, 175 - ap.21 - Vila Regente Feijo SĂŁo Paulo - CEP 03346-010 Tels. (11) 98555-6802 // 2021-3720 E-mail: cdanelli@gmail.com


:: objetivos Editor de Arte, Designer e Diagramador :: Formação Senai Theobaldo de Nigris - Pós em Gestão Empresarial Inovadora da Empresa Gráfica UniFmu - Faculdades Metropolitanas Unidas Desenho Industrial com Habilitação Design Gráfico :: Prêmios Vencedor de 3 prêmios de SND (The Society for News Design Newspaper design and visual journalism society www.snd.org). Vencedor do prêmio Folha de Jornalismo “Tempo a favor”. :: Conhecimentos Mac, Office, Indesign, Photoshop e Ilustrator :: extra-Curricular Indesign - Impacta - Carga horária: 40h Palestra com o Design Mario Garcia (Ouvinte) - Carga horária: 4h Photoshop Avançado - Impacta - Carga horária: 25h Ilustração com o ilustrador Carvall – Folha de São Paulo - Carga horária: 20h Quark press - Impacta - Carga horária: 40h Criação e Design - Impacta - Carga horária: 40h


Semana do Design - UniFmu (Ouvinte) - Carga horária: 40h Principais palestrantes: Mauricio Camim Filho, Kito Castanha, Henrique Nardi, Sidney Rufca, Miguel de Frias, Sergio Antunes, Cláudio Rocha, Ariovado Capano e Marco Aurélio Kato. :: Experiência Profissional Empresa: Folha da Manhã S.A. Período: Abril de 2000 até Novembro de 2018. Cargo: Diagramador Desenvolvimento de projeto especiais, cobertura de Eleições, das Olimpíadas 2012 e 2016, das Copas de 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018, morte do Papa, Tsunami, a criação de layouts a serem publicados nas editoria; trabalhos efetuados em todos as editorias do jornal Folha de S.Paulo, finalização de arquivos, organização de layout publicitário (espelho) e na distribuição de tarefas para a equipe (escala de trabalho da equipe). Trabalhei no desenvolvimento dos projetos gráficos da Folha de 2018 e 2010. Trabalhos freelancer para a revista Náutica, agência Trama, revistas e jornais segmentadas de bairro, boletins informativos, etc. :: Voluntariado Voluntário junto a Igreja Batista Boas Novas no departamento Infantil - 4 horas semanais Trabalhos de editoração e diagramação para a ONG “Turma do Bem” e criação do manual de identidade completo para a ONG “Vez da Voz”.


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Desde 1921

ANO 96 ★

UM JORNAL A SERVIÇO DO BRASIL SEXTA-FEIRA, 13 DE MAIO DE 2016

folha.com.br EDIÇÃO SP/DF ★ CONCLUÍDA À 0H27 ★ R$ 3,50

★ NO 31.817

Pedro Ladeira/Folhapress

DIRETOR DE REDAÇÃO: OTAVIO FRIAS FILHO

Folha de S.Paulo Primeira página

TEMER ASSUME E DEFENDE REFORMAS E GASTO SOCIAL ★ Afastada pelo Senado por 55 votos a 22, Dilma Rousseff afirma que resistirá até julgamento ★ Interino exalta Lava Jato e fala em ‘governo de salvação nacional’ ★ Paulista de 75 anos é o 41º e o mais velho a chegar ao cargo

ANO 96 ★

UM JORNAL A SERVIÇO DO BRASIL SEGUNDA-FEIRA, 18 DE ABRIL DE 2016

★ NO 31.792

folha.com.br EDIÇÃO SP/DF ★ CONCLUÍDA À 1H48 ★ R$ 3,50

SIM (7367 x 137 NÃO abstenções e 2 ausências)

IMPEACHMENT! Câmara autoriza processo contra a presidente

Dilma Rousseff; Planalto diz que lutará até o fim, e Temer fala em ‘grande responsabilidade’ Alan Marques/Folhapress

INDEX VINICIUS MOTA

Impeachment é punição exemplar para fraude fiscal A2 VALDO CRUZ

Petista colheu o que plantou; clima era de vingança A2 PAINEL

Temer começa a definir eventual ministério A4 BERNARDO MELLO FRANCO

Durante semanas, país terá governo pela metade A7

CELSO ROCHA DE BARROS

Vice é presa frágil por estar mais perto da Lava Jato A9 MARIO SERGIO CONTI

Collor e Dilma diferiram no quesito corrupção A9 VINICIUS TORRES FREIRE

Vexames na votação pedem reformas já A19 ENTREVISTA DA 2ª

Deputadosvotampor Israel,maçons,netos, corretorese... A20 MATIAS SPEKTOR

Não ter defensores no exterior é culpa do próprio governo A33 EDITORIAIS Opinião A2

Deputados comemoram voto decisivo a favor do impeachment da presidente Dilma Divulgação

Leia “O país tem pressa”, acerca de decisão da Câmara no impeachment de Dilma, e “Sem ajuda global”, sobre perspectivas da economia mundial.

RODÍZIO

Cotidiano B6

Não devem circular carros com placas cujo final seja:

ATMOSFERA

12 ou

Cotidiano B6

Tempo seco na capital Mínima 19°C Máxima 32°C CIRCULAÇÃO

297.278/dia (impressos + digitais)

AUDIÊNCIA

42.613.885 visitantes únicos/mês

O vice Michel Temer (PMDB) e aliados acompanham a votação no Palácio do Jaburu

A Câmara dos Deputados autorizou neste domingo (17) a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Vana Rousseff (PT), 68, acusada de fraudar o Orçamento da União. Foram 367 votos a favor (72%) —eram necessários 342— e 137 contra (27%). É a segunda vez que a Casa avaliza pedido de afastamento desde a redemocratização do país, em 1985. AdenúnciaseráagoraremetidaaoSenado,eamaioria simples dos 81 senadores decidirá em breve se instala o processo e a afasta por até 180 dias. Nesse caso, o vice, Michel Temer (PMDB), assume interinamente. À Folha 47 já declararam ser favoráveis ao impeachment. O governo deve recorrer mais uma vez ao Supremo Tribunal Federal para tentar barrar a tramitação. Lideranças do PT defendem a convocação de eleições presidenciais.Dilma“nãosecurvará”evailutaratéofim, disse José Eduardo Cardozo, advogado-geral da União. Seoprocessoforinstalado,ossenadoresseincumbirão de julgar a presidente. São necessários 54 votos para a deposição, a suspensão por oito anos dos direitos políticos da petista e a efetivação de Temer no cargo, com mandato até 31 de dezembro de 2018. Ele seria o terceiro vice a governar o país em três décadas. José Sarney e Itamar Franco substituíram, respectivamente, Tancredo Neves, morto, e Fernando Collor, cassado. A votação começou às 17h46, após 57 horas de sessão. Os 342 votos foram alcançados às 23h07, com Bruno Araújo (PSDB-PE). Só Mauro Lopes (PMDB-MG) mudou de posição e votou a favor do pedido. O último dos três dias foi marcado por altercações, críticas ao PT e ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apoio à Operação Lava Jato e homenagens a familiares. Nas ruas, a maior manifestação anti-Dilma reuniu 250 mil pessoas na avenida Paulista, segundo o Datafolha. Os simpatizantes da petista promoveram ato com 42 mil no vale do Anhangabaú, no centro de SP. O voto definidor foi saudado com panelaço e buzinaço. Abandonada por aliados, a presidente atuou diretamentenasnegociaçõesparaevitaroimpeachment, com ajuda do ex-presidente Lula (PT). A ofensiva dos peemedebistas, porém, surtiu mais efeito. Primeira mulher a ocupar o cargo, Dilma foi reeleita em 26 de outubro de 2014 com 54,5 milhões de votos, 51,6% dos válidos, na vitória mais apertada desde 1989. Em agosto passado, já tinha a maior taxa de reprovação (71%) de um presidente em 30 anos. A economia se deteriorou após a reeleição. O desemprego (6,5% em 2014) saltou para 9,5% neste ano. Em 2015, o PIB teve a maior queda entre as 20 maiores economias do mundo. Neste ano, estima-se retração similar, de 3,8%. A inflação atingiu 10,7% em dezembro. Nascido em Tietê (SP), Michel Miguel Elias Temer Lulia,75,poderátornar-seo41ºpresidente.Foiprofessor de Direito Constitucional da PUC-SP, procurador-geral e secretário de Segurança de São Paulo e deputado federal por seis mandatos. Articulou o apoio do PMDB a Fernando Henrique Cardoso, do PSDB. Em 2006, negociouaaliançacomoPT.Temcincofilhoseamulher, Marcela Temer, 32, está grávida do segundo do casal. Chamado de golpista pela presidente, Temer passou as últimas semanas articulando a viabilidade política deseugoverno.Aliadosjádiscutemoeventualministério. EntreoscotadosparaaFazendaestãoHenriqueMeirelles e Armínio Fraga, ex-presidentes do Banco Central, e PauloHartung(PMDB),ex-governadordoEspíritoSanto. “O que nos espera é uma grande responsabilidade. Agora vem a parte mais difícil”, afirmou Temer à Folha. Tramitam no Tribunal Superior Eleitoral ações que podem resultar na cassação do peemedebista. Poder

O presidente interino prometeu reformas trabalhista e previdenciária, “democracia da eficiência” de gastos, corte de cargos políticos, reequilíbrio de contas públicas e melhoria do ambiente de negócios. Louvou a Operação Lava Jato e o combate à corrupção e pediu “um governo de salvação nacional”. Por fim, citou a atualidade do lema de sua gestão, “Ordem e Progresso”, presente na bandeira nacional. Para reforçar a base aliada no Congresso, Temer nomeou 13 parlamentares (57%) para o ministério, que reduziu de 32 pastas para 23. Ex-presidente do BC na gestão Lula, Henrique Meirelles será o titular da Fazenda; o tucano José Serra, das Relações Exteriores.

Nascido em Tietê (SP), Michel Temer é o 41º a chegar ao cargo e o mais velho ao assumir em 126 anos de República.FoiprofessordedireitoconstitucionaldaPUCSPedeputadoporseismandatos,entreoutrasfunções. O afastamento marca o fim da era petista no poder. De2002a2016,asiglavenceuquatroeleiçõespresidenciais, promoveu avanço social mas também desempregorecrudescenteeprotagonizouescândalosdecorrupção. Dilma enfrentou crise econômica, acusações de fraude orçamentária (leia quadro abaixo) e as maiores manifestações de rua da história. Em discurso, admitiuerros,masnão“crimes”,echamoude“golpe”oprocesso chancelado pelo Supremo Tribunal Federal. Poder Eduardo Anizelli/Folhapress

ACUSAÇÕES A DILMA

Moacyr Lopes Junior/Folhapress

À AV. PAULISTA, CALCULA DATAFOLHA LAVA JATO, É SAUDADO COMO HERÓI

Opinião A2

REINALDO AZEVEDO

- Constituição Federal É crime de responsabilidade atentar contra a lei orçamentária

★ EM NOTA LACÔNICA, GOVERNO

PT não vê que o que lhe deu mandatos afastou Dilma Poder A18

- Lei 1.079, que define os crimes de responsabilidade É vedada a abertura de créditos sem fundamento em lei ou sem as formalidades legais

FEDERAL ELOGIA CARÁTER PACÍFICO

VLADIMIR SAFATLE

Novo corpo político virá quando elite menos esperar Ilustrada C8

Dilma Rousseff discursa em frente ao Palácio do Planalto a simpatizantes acompanhada de Lula e de ex-ministros

EDITORIAIS CIRCULAÇÃO

307.889/dia (impressos + digitais)

AUDIÊNCIA

36.479.605 visitantes únicos/mês

Opinião A2

Leia “A direção de Temer”, a respeito de discurso e de ministério do presidente interino, e “Corrida contra a zika”, acerca de estudos sobre a doença.

RODÍZIO

Cotidiano B2

Não devem circular carros com placas cujo final seja:

90 ou

O protesto pela queda da presidente Dilma Rousseff em São Paulo no domingo (13) foi o maior ato político da história do país. O Datafolha contou 500 mil pessoas na avenida Paulista. Antes, o mais vultoso protesto contra ela reunira 210 mil no local, em março de 2015. Em 1984, 400 mil estiveram em comício pelas Diretas-Já . A Polícia Militar de São Paulo e o MBL (Movimento Brasil Livre), um dos organizadores do ato, estimaram o público em 1,4 milhão de pessoas. Protestos em outras 24 capitais e no Distrito Federal somaram mais de 1 milhão, segundo a polícia. Não houve confrontos. Saudado como herói, o juiz Sergio Moro se disse “tocado” pelo apoio à Lava Jato. Já o ex-presidente Lula, investigado na operação, foi alvo de críticas. Lideranças da oposição foram recebidas com misto de hostilidade e assédio na capital paulista. Em nota lacônica, o governo Dilma elogiou o caráter pacífico dos atos. Poder

Caderno especial debate os desafios da nova gestão e o legado do PT Págs. 1 a 14

guia

★ 500 MIL MANIFESTANTES FORAM ★ JUIZ SERGIO MORO, DA OPERAÇÃO

BERNARDO MELLO FRANCO

Poder A17

folha.com.br EDIÇÃO SP/DF ★ CONCLUÍDA À 0H22 ★ R$ 3,50

★ NO 31.757

Governo dá a mais brusca guinada à direita desde 64

Fundamentação jurídica do afastamento da petista

- Lei de Responsabilidade Fiscal É proibida a operação de crédito entre instituição financeira estatal e o ente da federação que a controle

UM JORNAL A SERVIÇO DO BRASIL

SEGUNDA-FEIRA, 14 DE MARÇO DE 2016

Pág. 8

Roteiro cultural paulistano da Folha completa mil edições

AS MAIORES CONCENTRAÇÕES JÁ MEDIDAS Político

Não-político

Papa Francisco no Rio

ROGERIO CHEQUER

Povo e políticos devem convergir para impeachment Opinião A5

25.jul.2013 - Copacabana - RJ

865 mil ┆┆┆

Desde 1921 DIRETOR DE REDAÇÃO: OTAVIO FRIAS FILHO

ANO 94 ★

UM JORNAL A SERVIÇO DO BRASIL DOMINGO, 5 DE OUTUBRO DE 2014

★ NO 31.231

folha.com.br

Atos pró-impeachment

EDIÇÃO SÃO PAULO ★ CONCLUÍDA ÀS 22H30 ★ R$ 5,00

13.mar.2016 - Av. Paulista - SP

Dilma lidera, Aécio acelera ascensão, e Marina recua

500 mil Diretas-Já

16.abr.1984 - Anhangabaú - SP

PESQUISA DATAFOLHA Votos válidos (3.out e 4.out) Margem de erro: 2 pontos percentuais

LUIZ FELIPE PONDÉ

PT hoje continua sendo uma seita, a seita da jararaca Ilustrada C6

400 mil Marcha para Jesus

★ COM 44% DOS VOTOS VÁLIDOS, PETISTA TERÁ DE DISPUTAR O SEGUNDO TURNO, CONCLUI DATAFOLHA ★ EMBORA EM EMPATE TÉCNICO, TUCANO (26%) OBTÉM 1ª VANTAGEM NUMÉRICA SOBRE PESSEBISTA (24%)

14.jul.2012 - Campo de Marte - SP

335 mil

Fotos de Lalo de Almeida/Folhapress de pintura de Éder Oliveira

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Desde 1921

O vice-presidente, Michel Miguel Elias Temer Lulia, 75, assumiu a Presidência da República nesta quintafeira (12), após o afastamento da petista Dilma Vana Rousseff, 68, pelo Senado Federal, por 55 votos a 22. É a segunda vez que a Casa instaura um processo de impeachment desde a redemocratização do país, em 1985. Após sessão de quase 22 horas, finda na manhã de quinta, Dilma foi afastada por até 180 dias. Em caso de condenação, o peemedebista será efetivado no cargo, com mandato até 31 de dezembro de 2018. Em discurso na cerimônia de posse de seus 23 ministros, Temer afirmou que manterá programas sociais como Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e Fies.

ANO 96 ★

ATO ANTI-DILMA É O MAIOR DA HISTÓRIA

Michel Temer (centro) fala pela primeira vez como presidente interino, durante cerimônia de posse dos novos ministros, e defende ‘governo de salvação’ contra a crise do país

DIRETOR DE REDAÇÃO: OTAVIO FRIAS FILHO

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Desde 1921 DIRETOR DE REDAÇÃO: OTAVIO FRIAS FILHO

Parada Gay

10.jun.2012 - Av. Paulista - SP

270 mil

VINICIUS MOTA

Multidão responde a inchaço do poder presidencial sob PT Opinião A4

Atos pró-impeachment

15.mar.2015 - Av. Paulista - SP

210 mil Atos pró-impeachment 16.ago.2015 - Av. Paulista - SP

135 mil Jornadas de Junho

VALDO CRUZ

Desfecho está próximo, pode não passar de julho Opinião A4

20.jun.2013 - Av. Paulista - SP

110 mil

PABLO ORTELLADO

Fonte: Datafolha

24%

26%

Marina Silva (PSB)

poder Ator e diretor Hugo Carvana morre

aos 77 anos, no Rio, de câncer no pulmão A9

mundo Morre, aos 63, o ex-ditador haitiano

Jean-Claude Duvalier, o ‘Baby Doc’ A15

não aguenta mais eleição? mundo Bispos se reúnem no Vaticano para discutir reformas na Igreja Católica A14 sãopaulo Shoppings paulistanos viram

centros gastronômicos e culturais Pág. 25

ilustríssima Instituto abre para consulta acervo pessoal do presidente Médici Pág. 4

Aécio Neves (PSDB)

Na disputa presidencial mais acirrada desde a eleição de 1989, Dilma Rousseff chega ao primeiro turno neste domingo (5) na liderança da pesquisa Datafolha, enquanto Aécio Neves mantém a curva ascendente e Marina Silva perde força. Pelo levantamento, a petista tem 44% dos votos válidos, o que leva o pleito ao segundo turno. Com 26%, o tucano está pela primeira vez numericamente à frente da candidata do PSB, que conta com 24%, em empate técnico. A pesquisa foi realizada na sexta (3) e no sábado (4).

ILUSTRADA Revelação da Bienal, artista Éder Oliveira pintou os retratos desta página a pedido da Folha. E1

EDITORIAIS

AUDIÊNCIA

Leia “Tripla encruzilhada”, sobre disputa presidencial, e “Estelionato à vista”, acerca de vantagens do 2º turno.

27.473.687 visitantes únicos/mês

Opinião A2

ALGUMAS CIDADES ONDE OCORRERAM ATOS ONTEM

Dilma Rousseff (PT)

Na simulação de segundo turno, Dilma aparece com 53% dos válidos, e Aécio, com 47%. Contra Marina, a petista está com 55%, e a adversária, com 45%. Na sétima eleição para presidente desde a redemocratização, 142,8 milhões de pessoas estão aptas a escolher o chefe de Estado, 27 governadores, um terço do Senado, os 513 deputados federais, os 1.035 estaduais e os 24 do DF. As seções eleitoraisficamabertasdas8hàs17h. Eleições2014

CIRCULAÇÃO

378.532/dia (impressos + digitais)

44% leia mais eleições 2014

Pedem a saída de Dilma, mas toleram Cunha Opinião A5

MAURO PAULINO Curva ascendente e contínua dos últimos dias favorece o tucano Aécio Pág. 9 FERNANDO RODRIGUES Taxa de intenção de voto de Dilma é a pior de um líder em 20 anos Pág. 7

Ato pode acelerar impeachment, diz vice-líder do PMDB

Geraldo Alckmin (PSDB) mantém vantagem e deve ser reeleito hoje em São Paulo Pág. 12

25

Pimentel (PT) lidera em MG com 54%; RJ e RS têm disputas apertadas pelo 2º lugar Págs. 13 e 14 Confira cobertura completa do dia de votação e atualização da apuração no site da Folha

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capitais, incluindo o DF, reuniram

ATMOSFERA

Cotidiano C2 Dia nublado, sem previsão de chuva

2,5 milhões*

Mínima 13ºC Máxima 21ºC

de pessoas, segundo PMs

Imagem aérea da avenida Paulista às 16h; Datafolha contou 500 mil manifestantes no ato anti-Dilma ao longo da tarde CIRCULAÇÃO

303.905/dia (impressos + digitais)

AUDIÊNCIA

30.500.334 visitantes únicos/mês

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RODÍZIO

Cotidiano B6

Não devem circular carros com placas cujo final seja:

12 ou

*Excluindo Rio e Macapá

ATMOSFERA

Cotidiano B5

Tempo nublado Mínima 18°C Máxima 25°C

Poder A13

EDITORIAIS

Opinião A4

Leia “Recado cabal”, sobre manifestações ocorridas no domingo, e “O céu sobre as cabeças”, a respeito de ausência de regulamentação de drones.


Cobertura da Copa de 2006

ANO 96 ★

UM JORNAL A SERVIÇO DO BRASIL

SEGUNDA-FEIRA, 3 DE OUTUBRO DE 2016

★ NO 31.960

Votos válidos em SP, em % 0-30

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Desde 1921 DIRETOR DE REDAÇÃO: OTAVIO FRIAS FILHO

UM JORNAL A SERVIÇO DO BRASIL SEXTA-FEIRA, 20 DE JANEIRO DE 2017

folha.com.br

Evan Vucci/Associated Press

Reprodução/WhatsApp

Parte do avião no mar em Paraty (RJ)

Sob incerteza, Trump toma posse hoje como 45º presidente dos EUA Na eleição, em novembro, Trump superou a ex-secretária de Estado Hillary Clinton no colégio eleitoral —no voto popular, foi derrotado. Incertezas nas políticas doméstica e externa rondam o mandato do empresário, dono de uma personalidade agressiva e espalhafatosa. Em meio a dezenas de protestos de grupos de oposição a Trump, 900 mil pessoas devem participar da posse. Especial Governo Trump 13h Avião decola do Campo de Marte, em São Paulo, com destino a Paraty

Exército atuará em Natal após ataques e confronto

SP

Cotidiano B1

Opinião A2

★ NO MAR DE PARATY (RJ), BIMOTOR CAI COM MINISTRO DO STF, DONO DO HOTEL EMILIANO E MAIS TRÊS A BORDO ★ CÁRMEN LÚCIA QUER REDISTRIBUIR

O PROCESSO IMEDIATAMENTE, SEM ESPERAR TEMER INDICAR SUBSTITUTO

★ MORO LAMENTA A MORTE DE ‘HERÓI BRASILEIRO’; DELEGADO DA OPERAÇÃO PEDE QUE INVESTIGAÇÃO SEJA RIGOROSA

Trump e o vice, Pence, homenageiam veteranos de guerra

EDITORIAIS

Parelheiros

PSB PC do B

RELATOR DA LAVA JATO, TEORI MORRE EM QUEDA DE AVIÃO

Leia “Preocupação em Davos”, acerca de atual crise da globalização, e “Dois problemas”, sobre pedido de dinheiro por empresa ligada a Doria.

Grajaú

OS PARTIDOS NAS CAPITAIS Definidos no 1º turno

Teori Zavascki em reunião no STF

Com rejeição de 52% e o boicote de 60 deputados de oposição, o republicano Donald John Trump, 70, assume hoje a presidência dos EUA, a maior potência econômica e militar do mundo. O bilionário será o 45º presidente norte-americano, todos homens. Substituirá na Casa Branca o democrata Barack Obama, 55, primeiro negro a dirigir o país. É a primeira vez que um não político ocupará o cargo.

Doria Marta

EDIÇÃO SP/DF ★ CONCLUÍDA À 0H18 ★ R$ 4,00

★ NO 32.069

Pedro Ladeira - 7.jun.2016/Folhapress

ANO 96 ★

30-40 + de 40

RJ Rio de Janeiro

Teori Albino Zavascki, 68, ministro do Supremo Tribunal Federal e relator do processo principal da Operação Lava Jato, morreu no começo da tarde desta quinta na queda de um avião bimotor no mar de Paraty (RJ), a cerca de dois quilômetros da costa fluminense. Proprietário do avião e amigo do ministro, o empresário Carlos Alberto Filgueiras, 69, dono do hotel Emiliano, também morreu a bordo, assim como uma mulher não identificada e o piloto, Osmar Rodrigues, 56. Segundo a Aeronáutica, havia uma quinta pessoa no voo, que partiu do Campo de Marte, em São Paulo. Chovianaregiãonohoráriodoacidente,porvoltadas13h30. Pescadores foram os primeiros a avistar os destroços no mar. Mergulhadores chegaram a ver a mulher viva, batendo no vidro, relata André Barcinski. “Foi um herói brasileiro. Sem ele, não teria havido Lava Jato”, declarou em nota o juiz federal Sergio Moro. O delegado Marcio Adriano Anselmo, um dos principais investigadores da operação, escreveu em rede social que “esse ‘acidente’ deve ser investigado a fundo”. “Foi um desabafo”, disse à Folha mais tarde. Pelo regimento do STF, a relatoria caberia ao substituto de Teori, a ser indicado pelo presidente Michel Temer. Cármen Lúcia, no comando do tribunal, pretende redistribuí-la imediatamente . Especial Morte na Lava Jato BERNARDO MELLO FRANCO

PAINEL

CIRCULAÇÃO

320.343/dia (impressos + digitais)

AUDIÊNCIA

27.922.653 visitantes únicos/mês

pleg

Paraty, 13h30 Aeronave cai no mar, próxima à Ilha Rasa, a cerca de dois quilômetros da costa. Havia muitas nuvens e chovia na hora do acidente

Ministros do STF É vital não haver avaliam que Lava dúvidas sobre por Jato vai desacelerar que o avião caiu Poder A4

Opinião A2

PSDB PSOL PSDB PHS PMDB PSDB PSD PSDB PMDB PSD PMN PMDB PP PDT PR PMDB PSB PSD PMDB REDE PSDB PMDB PSDB PR PDT PSB PSDB PMDB PSDB PTB PT PSB PT PRB PSOL DEM PDT PMN PSDB PSDB PPS SD

Aracaju Belém B. Horizonte Boa Vista C. Grande Cuiabá Curitiba Florianópolis Fortaleza Goiânia João Pessoa Macapá Maceió Manaus Natal Palmas Porto Alegre Porto Velho Recife Rio Branco R. de Janeiro Salvador São Luís São Paulo Teresina Vitória

RODÍZIO

CIRCULAÇÃO

302.344/dia (impressos + digitais)

AUDIÊNCIA

32.973.561 visitantes únicos/mês

Odebrecht cedeu 16 funcionários para reformas em sítio A Odebrecht forneceu 15 funcionários, além do engenheiroFredericoBarbosa,para obra no sítio em Atibaia (SP) frequentado por Lula. Trabalhos começaram em 2010, quando era presidente. Barbosa disse à Lava Jato, queinvestigaocaso,quehouve orientação de assessor especialdeLulasobreareforma da propriedade. A defesa do ex-presidente nega. Poder A7 ANDRÉ SINGER

Pedido de prisão talvez objetive atrair público a protestos

Cresce o número de crianças que mudam de escola devido à crise Pág. 1

ILUSTRADA

Mercado A21

Sabesp precisou abrir comportas para evitar rompimento de uma represa Aloisio Mauricio /Fotoarena/Folhapress

Carlos Heitor Cony faz 90 anos e diz trabalhar em 2 novos livros C1

ESPORTE Seleção brasileira de basquete cai no ‘grupo da morte’ na Rio-2016 B11 MARILIZ PEREIRA JORGE

Enquanto Sharapova é crucificada, sujeira do doping ainda rola solta por aí Esporte B13

Mídia cubana passa a debater temas que antes eram tabus Pág. 2

Opinião A2

Ações e títulos do país ficam ‘baratos’ e voltam a atrair investidores de fora

Chuva longa e intensa deixa 18 mortos em SP

Bombeiros resgatam vítimas de alagamento em Itapevi (SP)

Chuva entre as 16h de quinta e as 16h de sexta, em mm 170

130

Guarulhos Mairiporã

87

CIRCULAÇÃO

ATMOSFERA

Chuva fraca à tarde e à noite Mínima 18°C Máxima 26°C

30.500.334 visitantes únicos/mês

Franco da Rocha

Francisco Morato

Mairiporã

Cajamar Caieiras Itapevi

Guarulhos SÃO PAULO

São Paulo

AUDIÊNCIA

315.662/dia (impressos + digitais)

Locais mais afetados 188 mm é a média histórica de março na capital paulista

Cotidiano B2

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EDITORIAIS

Opinião A2

Leia “Trio de horrores”, sobre pedido de prisão preventiva do ex-presidente Lula, e “Alívio na inflação”, acerca de desaceleração de alta dos preços.

Ao menos 18 pessoas morreram em decorrência da intensa e prolongada chuva na Grande SP e algumas cidades do interior do Estado entre a noite de quinta (10) e a madrugada de sexta (11). O volume de água provocou enxurradas e deslizamentos de terra. A causa da maioria das mortes foi soterramento. Eram seis os desaparecidos até ontem à noite. Na região metropolitana, Francisco Morato teve oito mortos, e Mairiporã, quatro. Houve duas mortes por afogamento no interior (Itatiba). Ninguém morreu na capital, onde as chuvas corresponderam a 46% da média de março. A tempestade, porém, gerou transtornos. O trânsito de manhã, com 177 km de lentidão, foi recorde no ano. Os rios Pinheiros e Tietê transbordaram, o que não aconteciam ao mesmo tempo havia 11 anos. Voos precisaram ser cancelados. Para evitar o rompimento de uma represa, a Sabesp abriuascomportas,ampliando a cheia na Grande SP. Especialista diz que fenômeno climatológico raro causou a longatempestade. Cotidiano B1

Comício de Donald Ministro faz elogios Trump é cancelado a alunos com ‘crânio após tensão entre normal’ ao falar em críticos e apoiadores escola sobre a zika Mundo A14

Cotidiano B3

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Desde 1921

VINICIUS MOTA

3.085.187

São Paulo elege novo poste, concebido na proveta de Alckmin Opinião A4

VOTOS

João Doria no diretório estadual do PSDB depois de ser eleito prefeito de São Paulo

ou

Em resultado surpreendente, os colombianos rejeitaram em plebiscito o acordo de paz feito entre governo e Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, informa a enviada Sylvia Colombo.

O “sim” precisava de 13% dos votos dos aptos a opinar —teve sucesso, obtendo ao menos 4,5 milhões— e também ser superior em número absoluto ao “não” —esta exigência não foi cumprida.

O “não” teve 50,2%, e o “sim”, 49,8%, em diferença de 54 mil votos. O presidente Juan Manuel Santos disse que manterá o diálogo com a oposição, a fim de continuar a busca pela paz. Mundo A9

ANO 96 ★

UM JORNAL A SERVIÇO DO BRASIL QUINTA-FEIRA, 17 DE MARÇO DE 2016

folha.com.br EDIÇÃO SP/DF ★ CONCLUÍDA À 0H38 ★ R$ 3,50

★ NO 31.760

GOVERNO SITIADO

Eleições 2016 pág. 3

1 2 Colombianos rejeitam acordo de paz

Mínima 15°C Máxima 21°C

A presidente Dilma afirmou que “não tem cara de quem vai renunciar” e negou que esteja “resignada” com a possibilidade de seu governo acabar antes de 2018, em resposta a reportagem publicada na Folha nesta sexta. Ela também repudiou o pedido de prisão do ex-presidente Lula e afirmou que os investigadores passaram “de todos os limites”. Poder A4

FOLHINHA

DIRETOR DE REDAÇÃO: OTAVIO FRIAS FILHO

Decisões de última hora dos paulistanos deram vitória a Doria

Cotidiano B2

ATMOSFERA Cotidiano B2 Solentrenuvensepancadasdechuva

Centro de Franco da Rocha, na Grande SP, onde moradores tiveram de abrir trilhas para atravessar lama; no Estado, chuvas provocaram mortes e afetaram rodovias, trens e voos

Dilma afirma que ‘não tem cara de quem vai renunciar’

MAURO PAULINO

EDITORIAIS Opinião A4

Não devem circular carros com placas cujo final seja:

Na maior arrancada já registrada na cidade de São Paulo, o candidato do PSDB, João Doria, deixou quatro adversários para trás e venceu a disputa pela prefeitura paulistana no primeiro turno, feito inédito, com 53,3% dos votos válidos —ou 3.085.187 de um total de 6.945.741. A fatia de nulos e brancos (16,6%) foi recorde. O empresário João Agripino da Costa Doria Junior, 58, conseguiuatrairovotoútildeeleitoresantesidentificados com os rivais Celso Russomanno (PRB) e Marta Suplicy (PMDB) e de insatisfeitos com a política, em especial com o PT. Ele administrará um Orçamento de R$ 54,5 bilhões em 2017 e precisará compor com outros partidos paraobtermaiorianaCâmaraMunicipal.Otucanodisse que vai governar para todos e modernizar a cidade. OprefeitodeSãoPaulo,FernandoHaddad(PT),obteve 16,7% dos votos válidos. Ele havia dito que deixaria a política para se dedicar ao cargo de professor da USP (Universidade de São Paulo), caso não fosse reeleito. O resultado representa uma vitória política do governador Geraldo Alckmin (PSDB), o fiador da campanha de Doria. O tucano elegeu um aliado debutante em pleitos, o que o fortalece como possível candidato à Presidência em 2018. Sua sigla também saiu vitoriosa em metade das 28 maiores cidades de SP. Considerada a votação em 90% dos municípios, o PT foi o maior derrotado neste pleito sob novas regras, com campanha mais curta e sem doações empresariais. O PMDB,dopresidenteMichelTemer,tambémteveperdas. Entre as principais siglas, cresceram PSDB e PSD. Nas 26 capitais, 8 candidatos venceram no primeiro turno, sendo 7 deles prefeitos reeleitos. No Rio, Marcelo Crivella (PRB) e Marcelo Freixo (PSOL) disputarão o segundo turno, no próximo dia 30. Eleições 2016 págs. 1 a 18

eleições2016

Fonte: TSE

Leia “Oportunidade perdida”, sobre resultado da eleição em São Paulo, e “Entre hesitação e firmeza”, a respeito da agenda econômica de Temer.

folha.com.br EDIÇÃO SP/DF ★ CONCLUÍDA ÀS 23H58 ★ R$ 3,50

★ NO 31.755

folha.com.br

★ TUCANO LANÇADO POR ALCKMIN RECEBE 53,3% DOS VOTOS ★ NO RIO, CRIVELLA (PRB) E FREIXO (PSOL) VÃO AO SEGUNDO TURNO ★ PT SAI COMO O MAIOR DERROTADO DAS URNAS VENCEDORES POR ZONAS ELEITORAIS

SÁBADO, 12 DE MARÇO DE 2016

EDIÇÃO SP/DF ★ CONCLUÍDA À 0H59 ★ R$ 4,00

JOÃO DORIA É ELEITO NO 1º TURNO, FATO INÉDITO EM SP Avener Prado/Folhapress

UM JORNAL A SERVIÇO DO BRASIL

Eduardo Anizelli/Folhapress

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Desde 1921 DIRETOR DE REDAÇÃO: OTAVIO FRIAS FILHO

ANO 96 ★

CELSO ROCHA DE BARROS

Saídas conservadoras para a crise política marcam as eleições Poder A8

JOEL PINHEIRO DA FONSECA

A população deu um recado claro do rumo que quer seguir Eleições 2016 pág. 13

GRAMPOS TELEFÔNICOS

Lula e Dilma

Dilma e Lula

LULA: Temos uma Suprema Corte totalmente acovardada, um Superior Tribunal de Justiça acovardado, um Parlamento acovardado. (...) Temos um presidente da Câmara fodido, um presidente do Senado fodido. (...) Eu tô assustado com a República de Curitiba.

DILMA: Alô. LULA: Alô. DILMA: Lula, deixa eu te falar uma coisa. LULA: Fala, querida. DILMA: Seguinte, eu tô mandando o Messias junto com o papel pra gente ter ele, e só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse.

Dilma durante entrevista em que falou sobre Lula ministro

LULA: A-hã. DILMA: Tá? LULA: Tá bom, tá bom.

Pedro Ladeira/Folhapress

Folha de S.Paulo

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Desde 1921 DIRETOR DE REDAÇÃO: OTAVIO FRIAS FILHO

Lula e Jaques Wagner LULA: Ô, Wagner, eu queria que você visse agora, falar com ela [Dilma], falar o negócio da Rosa Weber [ministra do Supremo que poderia interceder a favor de Lula nas investigações].

Presidente atuou para evitar a prisão de Lula, indica gravação ★ DILMA DIZ QUE GRAMPO ‘AFRONTA DIREITOS DA PRESIDÊNCIA’ ★ PARA JUIZ SERGIO MORO, INTERESSE PÚBLICO JUSTIFICA DIVULGAÇÃO ★ MANIFESTANTES E OPOSIÇÃO PEDEM RENÚNCIA Ricardo Botelho/Brazil Photo Press/Folhapress

CLÓVIS ROSSI

Iniciativa de Dilma é clara tentativa de obstrução da Justiça

Mundo A19

PAINEL

Celular utilizado por Lula estava em nome de um laranja

Poder A4

VINICIUS TORRES FREIRE

Revolta deságua nas ruas com o colapso da legitimidade

Mercado A24

BERNARDO MELLO FRANCO

O governo ataca, mas estrago político das conversas é inegável

Opinião A2

ROGÉRIO GENTILE

Nomeação para o governo é escárnio com o Judiciário

Opinião A2

IGOR GIELOW

Não há mais condições políticas para petista assumir a Casa Civil

Planalto afirma que Moro violou lei com vazamento

Poder A14

EDITORIAIS

Opinião A2

Leia “É o fim”, acerca de nomeação de Lula e agravamento da crise política, e “Números da zika”, a respeito de relação entre a doença e a microcefalia.

ATMOSFERA

Cotidiano B2

Pancadas de chuva à tarde e à noite Mínima 20°C Máxima 30°C

A presidente Dilma Rousseff (PT), em conversa telefônica interceptada nesta quarta (16) pela Lava Jato, afirmou ao ex-presidente Lula que enviaria a ele um “termo de posse” de ministro para ser usado “em caso de necessidade”. Para investigadores, a presidente agiu para evitar que Lula fosse preso antes de ser nomeado chefe da Casa Civil, cargo com foro privilegiado. O sigilo da gravação do diálogo entre Lula e Dilma, ocorrido às 13h32, foi retirado pelo juiz Sergio Moro às 16h19. A nomeação do petista foi oficializada em uma edição extra do “Diário Oficial” da União às 19h, minutos depois da divulgação dos áudios pela imprensa. Em outros diálogos, Lula afirmou à presidente que as cúpulas dos Poderes Judiciário e Legislativo estão “acovardadas”. Ao ministro Jaques Wagner pediu a interferência do governo em ação de seu interesse no Supremo. Especialistas ouvidos pela Folha dizem que Dilma podetercometidocrimederesponsabilidadeaoobstruir aJustiça.Outrosquestionamalegalidadedasgravações. Houvepedidoemcoropelarenúnciadapresidenteno plenário da Câmara, gerando bate-boca entre oposicionistas e governistas, que falam em “golpe”. Protestos ocorreram em frente ao Palácio do Planalto, na avenida Paulista e em outras cidades. O carro que levava o expresidente foi atacado ao sair do Instituto Lula, em SP. A entrada de Lula no governo foi considerada a última cartada para barrar o impeachment da presidente. Com decisão do STF sobre o rito do processo contra Dilma, o pedido volta a tramitar na Câmara. Poder A4 a A16

Manifestação anti-Dilma em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, ontem à noite

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ATMOSFERA

Cotidiano B2

Pancadas de chuva à tarde e à noite Mínima 20°C Máxima 30°C

RODÍZIO

Cotidiano B2

Não devem circular carros com placas cujo final seja:

78 ou

O governo Dilma repudiou a divulgação do áudio feita pelo juiz Sergio Moro, de Curitiba. Em nota, diz ter sido uma “afronta aos direitos e garantias” da Presidência. Segundo o texto, o envio do termo de posse teria como objetivo colher a assinatura de Lula, já que sua presença na cerimônia não era certa. “Medidas judiciais serão adotadas para a reparação da violação da lei cometida pelo juiz”, informa a nota.

Cristiano Zanin Martins, advogado de Lula, acusou Moro de estimular uma “convulsão social” e declarou que o Instituto Lula avalia quais medidas tomar. A retirada do sigilo da gravação dividiu especialistas por envolver Dilma, que tem foro privilegiado. Alguns afirmam que o caso deveria ter sido enviado ao STF, e outros, que a ação foi legal. Moro alegou “interesse público” em seu ato. Poder A7


★★★ DOMINGO, 15 DE NOVEMBRO DE 2015

PARIS SOB ATAQUE

Folha de S.Paulo Coberturas especiais

Criança homenageia mortos em frente ao bar Le Carillon, atingido na sexta (13)

Xinhua/Noticias Telemedellín

┆ ┆ ┆

EF QUARTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO DE 2016

Ilustração de Jean Jullien pede paz nas redes sociais

B1

tragédia no futebol

Símbolo da Chapecoense nos restos do avião que caiu em La Unión, na Colômbia

O QUE ACONTECEU? Na noite de sexta (13), seis ataques simultâneos foram realizados em sete pontos de Paris: a tomada de reféns na casa de shows Bataclan, três explosões próximas ao Stade de France, onde jogavam França e Alemanha, e tiroteios em bares e cafés no centro

O QUE ISSO SIGNIFICA? Se for confirmada a autoria do EI nesses ataques e na queda do avião russo no Egito, as ações evidenciam mudança no modo de operação da facção, com ataques realizados fora de Iraque e Síria POR QUE PARIS? A França faz parte da coalizão liderada pelos EUA que tem combatido o EI na Síria e no Iraque desde 2014. Extremistas atacaram o país no passado por considerarem a França muito tolerante com discurso que veem como ofensivo ao islã

QUANTAS VÍTIMAS? Pelo menos 129 morreram e 352 ficaram feridos, 99 deles com gravidade, segundo a polícia. Na sexta (13), o governo francês divulgou que havia ao menos 150 mortos

PROVIDÊNCIAS? O governo declarou estado de emergência em toda a França, fechou as fronteiras do país na noite de sexta e autorizou que seja declarado toque de recolher, se necessário. A Prefeitura de Paris anunciou o fechamento de atrações turísticas e subprefeituras

AUTORES? Segundo o promotor, sete autores dos ataques morreram. Pelas digitais, um foi identificado como um francês de 29 anos PROVAS Foi encontrado um passaporte sírio no local de um ataque, mas não se sabe se é de um autor ESTADO ISLÂMICO? Nota atribuída à facção radical reivindicou os ataques em Paris, chamada no texto de a “capital do adultério e do vício”. França e seus partidários continuarão “no topo da lista” de alvos

71 morrem no maior acidente do esporte brasileiro Queda de avião na Colômbia mata 19 jogadores da Chapecoense e 20 jornalistas, além de membros da comissão técnica e dirigentes COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MEDELLÍN COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CHAPECÓ (SC) DE SÃO PAULO

O Brasil acordou nesta terça-feira, dia 29 de novembro, sob o impacto da notícia do maior acidente envolvendo nomes do esporte na história do país. Foram confirmadas 71 mortes na queda do avião, incluindo 19 jogadores do time de futebol da Chapecoense, de Santa Catarina, e 20 jornalistas de TV e rádio. Outras seis pessoas sobreviveram ao acidente aéreo na Colômbia. No início da noite, as buscas foram encerradas. O time viajava para Medellín para a disputa do primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional, equipe da cidade colombiana. A aeronave da empresa boliviana Lamia caiu por volta de 1h30 (horário de Brasília) nas montanhas de La Unión, a cerca de 30 km do aeroporto de Medellín. Por ora, a possibilidade de pane seca

combinada com um imprevisto de última hora —a presença de um avião “intruso” que levou ao adiamento do pouso— é citada entre as hipóteses da queda. Entre os mortos estão o goleiro Danilo, 31, herói da campanha do time no torneio, e o técnico Caio Júnior, 51, que já havia comandado times como Flamengo e Palmeiras. Ambos eram símbolos da surpreendente ascensão do time de Chapecó, cidade catarinense de apenas 200 mil habitantes. O título da Sul-Americana representaria a maior conquista dos 43 anos de história do clube. Ao longo desta terça, mais de 500 pessoas foram à Arena Condá, estádio da Chapecoense. Muitas rezavam. O presidente Michel Temer decretou luto oficial de três dias. A CBF adiou a última rodada do Campeonato Brasileiro e a final da Copa do Brasil. » LEIA nas págs. B2 a B8

inclui cotidiano

Yoan Valat/EPA/Efe

PARIS ESTÁ SEGURA? No sábado (14), grande parte dos museus, parques, lojas e restaurantes ficaram fechados. A orientação de autoridades é que moradores e turistas ainda evitem a circulação pela cidade

LUTO GUERRA Facção terrorista Estado Islâmico reivindica o maior atentado da história da França em tempos de paz, que deixou 129 mortos e levou o presidente Hollande a equiparar ação a declaração de guerra Paris amanheceu com suas ruas vazias neste sábado (14), algumas horas após múltiplos atentados deixarem mais de 129 mortos e pelo menos 99 feridos em estado grave em sete diferentes pontos da cidade. Foi o maior ataque terrorista em solo europeu na última década e o segundo maior na Europa desde o 11 de Setembro, nos EUA —o que promete mudar, outra vez, a forma como o terrorismo é empreendido e combatido. A facção terrorista Estado Islâmico, que se tornou conhecida por decapitar prisioneiros, reivindicou os ataques como resposta ao conflito com forças do regime e do Ocidente na Síria, onde 250 mil morreram desde 2011. Paris, afirmou nota atribuída ao grupo, teria sido escolhida por representar a “obscenidade” ocidental.

O presidente François Hollande equiparou os atentados a uma declaração de guerra contra seu país. Horas após os crimes, especialistas e parisienses ainda tentavam interpretar as ações. É inegável que terão impacto no equilíbrio geopolítico global. Com elas, o Estado Islâmico —que não ofereceu prova de seu envolvimento— passa a uma nova categoria de ataques espetaculosos, não mais confinados ao Oriente Médio. Líderes estrangeiros, como Barack Obama e Dilma Rousseff, se solidarizaram com os franceses. A polícia ofereceu poucas informações dos sete terroristas mortos nos atentados, seis deles homens-bomba. Três brasileiros foram feridos nos ataques, um deles com gravidade. Nenhum corre risco de morte.


Folha de S.Paulo Cobertura da Copa de 2014

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Desde 1921 DIRETOR DE REDAÇÃO: OTAVIO FRIAS FILHO

SÁBADO,5 DE JULHO DE 2014

FIQUE

LIGADO*

MÃOS NA SEMI Contra a Bélgica, Argentina aposta em goleiro questionado Pág. D9 ‣

ONTEM

▶ Alemanha 1x0 França ▶ BRASIL2x1 Colômbia

HOJE

▶ 13h Argentina x Bélgica ▶ 17h Holanda x Costa Rica

Manu Fernandez/Associated Press

*Horários de Brasília

Neymar chora após ter sido atingido em Fortaleza

ANO 94 ★

UM JORNAL A SERVIÇO DO BRASIL

QUARTA-FEIRA, 9 DE JULHO DE 2014

★ NO 31.143

ANO 94 ★

UM JORNAL A SERVIÇO DO BRASIL

QUINTA-FEIRA, 12 DE JUNHO DE 2014

folha.com.br EDIÇÃO SP/DF ★ CONCLUÍDA À 0H02 ★ R$ 3,00

★ NO 31.116

Copa começa hoje com seleção em alta e organização em xeque

folha.com.br EDIÇÃO SP/DF ★ CONCLUÍDA À 1H29 ★ R$ 3,00

SELEÇÃO SOFRE A PIOR DERROTA DA HISTÓRIA

D1

JUCA KFOURI Já deu até sem Pelé, porque não sem o menino? Pág. D9 ‣

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Desde 1921 DIRETOR DE REDAÇÃO: OTAVIO FRIAS FILHO

Danilo Verpa/Folhapress

★ PAÍS DÁ INÍCIO EM SÃO PAULO À 20ª EDIÇÃO DO TORNEIO, UM DOS MAIORES EVENTOS DE SUA HISTÓRIA ★ BRASIL É FAVORITO AO TÍTULO ★ GASTOS BILIONÁRIOS E OBRAS INACABADAS GERAM DESCONFIANÇA

★ ALEMANHA FAZ 7 A 1, ESMAGA BRASIL E VAI À FINAL DA COPA ★ ANFITRIÃO, PAÍS REVIVE TRAUMA DE 1950 ★ FELIPÃO DIZ SER RESPONSÁVEL PELO VEXAME, QUE PRESSIONA O FUTEBOL NACIONAL POR REFORMAS

#vaitercopa O Itaquerão, palco da abertura, visto do alto; arena de R$ 1 bilhão foi erguida para o Mundial

O Brasil volta a sediar a Copa do Mundo de futebol nesta quinta-feira (12), após quase sete anos de preparativos e 64 anos depois de abrigar o evento pela primeira vez, em 1950. Brasil e Croácia se enfrentam às 17h, no Itaquerão, em São Paulo, na abertura da 20ª edição do torneio. A seleção nacional, que busca o hexacampeonato, entra em campo como favorita, invicta nos 13 jogos oficiais com Luiz Felipe Scolari, mesmo técnico do penta em 2002. PVC

Levemente arrogante, torcida do Brasil deve lembrar que jogos da Copa são difíceis D8

Craque do time com somente 22 anos, Neymar faz hoje o seu 50º jogo pela seleção D4

331.549 exemplares

ATMOSFERA Cotidiano C2 Predomínio de sol na capital de SP

impressos + digitais

Mínima 14ºC Máxima 24ºC

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DIA 8, EM BH Alemanha avança e fala em jogo especial com a seleção Pág. D9 ‣

EDITORIAIS

Opinião A4

Leia “Vai ter Copa”, a respeito de estreia da seleção brasileira no Mundial, e “Faces do futuro”, acerca de dilemas impostos por reconhecimento facial.

FUTEBOL PARA MARCIANOS

Desde 2006, equipe do país-sede faz a partida de abertura do Mundial D3 poder

A16

Barbosa expulsa advogado de Genoino do plenário do STF

RODÍZIO SUSPENSO O rodízio municipal de veículos volta a vigorar nesta sexta-feira

A festa começa às 15h15 Cerimônia de abertura com apresentação artística

17h

Claudia Leitte, Paraplégico Jennifer Lopez, dará pontapé Pitbull e Olodum inicial usando cantam música esqueleto oficial da Copa robótico

Ex-diretor da Petrobras é preso novamente, e Suíça bloqueia US$ 23 mi

Brasil x Croácia

(Globo, Band, ESPN Brasil, Fox Sports, SporTV e Bandsports)

Milícia islâmica toma mais uma cidade no Iraque e ameaça capital

Poder A14

Mundo 2 pág. 1

Diante de 58.141 pessoas, a equipe dirigida por Joachim Löw fez 7 a 1. Em 29 minutos de partida, já havia chegado a 5 a 0, com quatro gols num intervalo de seis minutos. Na história, as maiores derrotas do Brasil haviam sido na primeira metade do século passado: 6 a 0 para o Uruguai no Sul-Americano de 1920 e 8 a 4 para a Iugoslávia num amistoso em 1934. Com a vitória, a tricampeã Alemanha ultrapassou o pentacampeão Brasil como o país que chegou a mais finais da Copa —oito. Coube ao alemão Klose outro recorde. Marcou seu 16º gol em Mundiais, batendo os 15 de Ronaldo.

Felipão definiu o jogo como “catástrofe”. “A escolha da parte tática é minha. O responsável fui eu”, afirmou. O goleiro Júlio César disse que a seleção sofreu um “apagão” após o primeiro gol alemão. David Luiz chorou: “Desculpa todo mundo”. Desfalque do time ao lado do zagueiro Thiago Silva, o atacante Neymar, contundido, foi visto caminhando em sua casa em Guarujá antes do jogo. Após a partida, não se manifestou. Para ex-atletas e treinadores, o vexame deve servir à reformulação do futebol nacional. No sábado, às 17h, o Brasil disputa o terceiro lugar em Brasília. Copa 2014 D1

ab

SEXTA-FEIRA, 6 DE JUNHO DE 2014

D1

FALTAM

JUCA KFOURI

ANTONIO PRATA

TOSTÃO

ROSELY SAYÃO

PVC

É necessário um Goleada espantosa ensina Se para algo servir o massacre, Desculpa de que Brasil É hora de apoiar as crianças, que humilhação dói menos que seja para passarmos perdeu pelos desfalques acolher o choro e mostrar que processo de renovação que golpe inesperado, a acreditar menos na mágica não faz sentido, diante da o erro é uma oportunidade total para que o futebol como o de 1950 D4 e mais no trabalho D26 superioridade alemã D9 de aprendizado D11 brasileiro sobreviva D8

334.135 exemplares impressos + digitais

ATMOSFERA

Cotidiano C2 Chuva fraca na capital paulista

Mínima 15ºC Máxima 19ºC

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EDITORIAIS

Opinião A2

Leia “Pátria sem chuteiras”, acerca de derrota histórica do Brasil na Copa, e “Planos na Justiça”, sobre ações judiciais contra operadoras de saúde.

SP tem 23 ônibus queimados, loja saqueada e brigas na Vila Madalena Copa 2014 D17 e D23

Em dia de feriado em SP, Argentina e Holanda disputam a outra semifinal Copa 2014 D24

ESTRANHOS

NO NINHO

IGOR GIELOW

MARCELO TAS

O campo de futebol é um retângulo civilizatório Pág. D3 ‣

Ao fim, a Copa trazida no auge da euforia da era Lula virou uma bomba para os políticos D21

★★★

Papai, por favor, pede para eles pararem de fazer gol

6 DIAS PARA A COPA a casa da

VALENTINA, 7

Batucada dá boas-vindas ao time europeu em Guarujá Pág. D8 ‣

SP amor em

Dilma teme que mau humor com o revés contamine economia e eleição

Filha de mãe brasileira e pai alemão, Valentina, 7, ligou para a avó chorando no intervalo do jogo

DE SÃO PAULO DO RIO

“Papai, por favor, peça para os alemães pararem de fazer gol”, disse, chorando, Valentina, 7, diante de um telão instalado na lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio. Filha de pai alemão e mãe brasileira, ela estava dividida antes da partida. Mas, diante da tragédia em campo, caiu em prantos e ligou para a avó: “Não dá para jogar sem o Neymar, vó”, falou. Ao ver a reação da filha, o geógrafo Jürgen Langenwalter, 48, procurou conter o entusiasmo pelo resultado. A mãe, Taísa Rodrigues, 37, passou a partida tentando confortar a filha. “Não esperava essa reação dela.” Muitas crianças que tinham a expectativa de viver a Copa de suas vidas enfrentaram o mesmo sentimento. “O jogadores nem pareciam profissionais. Eram amadores em campo”, contou João, 8, que acompanhou a derrota do Brasil por 7 a 1 para a Alemanha no vale do Anhangabaú, em São Paulo. “Quando vamos ter outra Copa no Brasil? Nunca! Era a minha chance de ver o Brasil campeão”, lamentou Lucas Braga, 11, após o jogo. Nem a pizza que os pais de Marco Mascaro, 9, pediram depois da partida animou o garoto. “Esse jogo vai marcar minha vida. Comecei a acompanhar a Copa antes de ela começar, com o álbum de figurinhas”, disse. Depois do vexame da seleção, a mãe de Marco, Monique de Benedetto Mascaro, 40, organizou também uma caça ao tesouro. “Tentei arranjar uma distração.” Já Pedro Henrique Santo-

Após ter sido obrigado pela CBF a jogar na cidade, Felipão diz que é hora de conquistar os arredios paulistanos

Copa 2014 D21

D11

QUARTA-FEIRA, 9 DE JULHO DE 2014

Daniel Marenco/Folhapress

Págs. D4 a D10 ‣

Pela segunda vez, a seleção brasileira perdeu a chance de tornar-se campeã mundial de futebol jogando em seu país. Se na Copa de 1950 o placar de 2 a 1 para o Uruguai no Maracanã teve contornos trágicos, a derrota de 2014 foi marcada pela humilhação. A equipe nacional amargou o maior revés de sua trajetória centenária e o pior resultado de um anfitrião de Mundiais. Prostrado diante da eficaz Alemanha, o time de Luiz Felipe Scolari sofreu, no Mineirão, em Belo Horizonte, a mais elástica goleada do futebol brasileiro em 84 anos de participações em Copas. Foi vaiado e ouviu “olé”.

Pág. D4 ‣

xxxxx Págs. D6 E D7 ‣

O técnico xxxxxdá do Brasil entrevista em Teresópolis

trauma de

ro, 10, parou de ver o jogo na metade e decidiu ler o livro “Diário de um Banana” para não assistir mais à goleada. Mas a mãe do menino acha que a derrota pode trazer ensinamentos. “É bom lidar com a tristeza”, afirma ela. APRENDIZADO

Crianças sofrem com a derrota da Copa de suas vidas, e psicólogos dizem que passar pela tristeza pode ser bom Danilo Verpa/Folhapress

Menina durante a partida Alemanha x Brasil no Mineirão

Ernesto Rodrigues/Folhapress

João, 8, viu o jogo em festa no vale do Anhangabaú, em SP

Essa também é a opinião de psicólogos e educadores. “É preciso lidar com naturalidade [com derrotas]. Não dá para substituir ou suprimir a frustração da criança. É na infância que se constrói a forma de lidar com os sentimentos. Não se pode privá-las de sentir coisas tristes”, diz Andrea Jota, 35, pedagoga. A psicóloga Ana Cássia Maturano diz que a derrota do Brasil pode ser importante. “A frustração ensina. Ela mostra que perder faz parte e que não podemos ter tudo o que queremos. Sentir-se triste e chorar é normal”, afirma. Por isso, ela diz que comprar um brinquedo novo ou sair para tomar sorvete para compensar nem sempre são as melhores saídas. “Não é bom pular a fase da tristeza. O que não é extravasado como choro vai ser expressado de outra forma. Às vezes, até com doenças. É importante aprender a lidar com o desapontamento”, diz. Pedro sabe bem disso. Torcedor do Barcelona, o garoto teve um ano difícil acompanhando seu time nos campeonatos. “Fiquei bem mal quando ele foi eliminado na Liga dos Campeões. Mas passou rápido. Agora estou ansioso para a próxima temporada”, conta o garoto. E o Brasil, para tentar o hexacampeonato em 2018. (FABIO BRISOLLA, BRUNO MOLINERO, CAMILA MARQUES, LAURA MATTOS)

OPINIÃO

TOSTÃO Se for campeão, Neymar será candidato habitual a melhor do mundo Pág. D5 ‣

esporte

Eduardo Knapp/Folhapress

Brasil mostra evolução e avança, mas perde Neymar e precisa agora refazer o time para buscar sua vaga na final Págs. D4 a D7 ‣

FERNANDA TORRES

Após 44 anos da Copa-70, na ditadura, a política volta a se imiscuir no amor pela camisa D5

O evento acontece sob desconfiança de parte da população, que festeja as seleções, mas contesta as despesas bilionárias. Há protestos previstos para esta manhã na região do Itaquerão, mas devem ser só ecos das grandes manifestações de 2013. Os metroviários de São Paulo, que ameaçavam retomar a greve, desistiram da paralisação. Para tentar minimizar vaias na abertura, a presidente Dilma (PT) não discursará no estádio. Poder A6 e Copa 2014 D1

Damir Sagolj/Reuters

Placar no Mineirão, logo após o fim da partida

“Chegou a hora! E vamos todos juntos, é o nosso Mundial”, disse Felipão nesta quarta, em entrevista coletiva. A Copa no Brasil consumiu cerca de R$ 26 bilhões, a maior parte dinheiro público, gastos em estádios novos e obras de infraestrutura, muitas incompletas. Dos 167 compromissos assumidos em 2010, só 53% foram concluídos —do que ficou para trás, importantes projetos de mobilidade urbana, prometidos por governo federal e Estados.

NA CABEÇA Conheça músicas favoritas, ídolos e costumes de Neymar, Messi e Cristiano Ronaldo

Andres Sanchez critica reunião de Dilma com o Bom Senso Pág. D7 ‣

Pág. D6 ‣

Pais devem se recompor e ensinar os filhos a lidar com a dor ROSELY SAYÃO COLUNISTA DA FOLHA

“Como as crianças estão reagindo com o resultado do jogo até agora?” Fiz a pergunta na rede social no início do segundo tempo da partida entre Brasil e Alemanha. As respostas vieram de imediato e mostraram diversidade no comportamento. Muitas estavam chorando, inconformadas, e outras, as menores, não entendiam a situação.

Tristeza, frustração, decepção, agitação, desespero, revolta: todos esses comportamentos foram citados pelos pais. A mãe de um garoto, em especial, estava muito preocupada porque o filho, que joga bola, disse que queria morrer por causa do resultado. Mas uma boa parte já havia desistido de assistir ao embate e, para se distrair, foi jogar... futebol, jogar videogame, brincar. E algumas simplesmente continuaram

a desfrutar das guloseimas preparadas para a ocasião. Alguns pais, antes do jogo, haviam preparado os filhos para a possibilidade da derrota. Creio que a postura não ocorreu só para a Copa, não é? Talvez por isso, os filhos tenham reagido bem: superaram o choro e a raiva rapidamente e se envolveram com sua vida; alguns continuaram a torcer até o fim. Mas algumas crianças irão amargar por mais tempo a

derrota. Certamente não serão as mais novas, com menos de cinco anos. Nessa idade, elas simplesmente podem fingir que o jogo foi outro. Ah! Que bom poder viver em um mundo de fantasias, não é? E o que fazer com os que têm mais de sete, oito anos e que vão continuar a ter de conviver com a decepção e com a tristeza, que vão ameaçar mudar seus planos na vida, que vão querer trocar de ídolos e coisas semelhantes?

Aí está uma oportunidade de começar a ensinar aos filhos algo que tem merecido pouca importância em educação: resiliência. Aprender a equilibrar as emoções diante de situações de estresse e a enfrentar com serenidade resultados inesperados são características de pessoas resilientes. Mas é preciso saber que, para ensinar a resiliência, não se pode negar a emoção da criança. Precisamos reconhecer a tristeza, a de-

cepção, a revolta e a frustração que elas sentem. Apoiar, esclarecer o que for necessário, acolher o choro e a tristeza e dar um basta neles, com firmeza e sensibilidade, quando for a hora; apontar outras possibilidades, mostrar o erro como oportunidade de aprendizado; essas são possibilidades que podem ajudar. Elas precisam dos pais agora. Por isso, estes precisam, com maturidade, se recompor rapidamente das mesmas emoções que os filhos manifestam e que eles, provavelmente, também experimentaram.


Ricardo Borges/Folhapress

DO RIO

H E R M E T O Ao completar 80 anos, músico-total diz que se sente uma criança, continua a criar em ritmo frenético e estima suas composições na casa dos

milhares

O que sobrava de material do seu avô, que era ferreiro, ele pendurava num varal e tirava sons.“Minha mãe um dia me viu batendo ferros e foi desesperada falar com o meu avô porque achou que eu estava ficando maluco”, conta. “As pessoas me perguntam há quanto tempo eu sou músico. Eu respondo: 80 anos. Nasci músico. Música não se aprende, você nasce com ela.” Chegou até os 80 sem conseguir, e sem que conseguissem, enquadrar num gênero o som que faz. Chama de “música universal”. “Não é a música do Hermeto, é a música nossa. Falo na música universal por sentir que o Brasil é o mundo. Você olha para a cara das pessoas e já vê logo que aqui tem de tudo. A música que eu chamo de universal é aquela que não tem preconceito nenhum.” No meio da frase, Hermeto foi interrompido pelo barulho de uma buzina lá fora. “Olha esse aí, tá bom! Uiiii”, e começa a dialogar em sons com a buzina. Depois de ter tocado com Tom Jobim, Miles Davis (que gravou duas músicas dele sem dar crédito, algo que Hermeto minimizou) e Elis Regina e de ter sido tema de mestrado, doutorado e pós-doutorado sem ter terminado a escola, diz que não gosta de pensar sobre o passado nem de fazer planos para o futuro. “Não olho para trás nem me preparo para o futuro porque o atrás já me vê mais do que eu poderia ver. Não quero olhar para frente. Meu negócio é o hoje”, diz. HERMETO PASCOAL, 80 ANOS

ONDE Areninha Carioca Hermeto Pascoal, praça 1º de maio, Bangu, tel. (21) 3463-4945 SHOW qua. (22) e qui. (23), às 21h QUANTO R$ 10 ou R$ 1 e um quilo de alimento não perecível EXPOSIÇÃO qua. (22), das 18h às 21h; qui. (23), das 15h às 21h; e sex (24), das 15h às 20h QUANTO grátis

Veja vídeo com o músico folha.com/no1783703

SEIS TEMPOS Momentos-chave da vida e da carreira do artista 1950

1964

PRIMEIRAS NOTAS

Em 1950, aos 14 anos, Hermeto deixa Alagoas rumo ao Recife, onde inicia a carreira tocando pandeiro e sanfona em grupos de rádios locais

os

Divulgação

m que dança

FERROS

MIL

DE CURITIBA A BANGU

Hermeto vive em Bangu há um ano, desde que se separou da namorada, a cantora Aline Morena, 43 anos mais jovem do que ele, com quem morava em Curitiba. Decoram as paredes telas, chaleiras, bolsas, chapéus, toda sorte de objetos, e todos cobertos por desenhos de notas musicais. São composições de Hermeto. “De uns anos para cá, ele abandonou as partituras e começou a escrever em qualquer lugar”, diz Fábio. O Bruxo estima ter cerca de

ilustrada

8.000 composições. “Só ontem fiz sete.” Hermeto nasceu sem sobrenome (o Pascoal era o primeiro nome do pai) numa família de agricultores no interior de Alagoas. Para proteger sua pele albina do sol, foi poupado da colheita. Em geral, músicos citam o trabalho de outros músicos como fonte de inspiração. Hermeto cita os bichos. No disco “Slaves Mass” (1977), levou porcos para gravar no estúdio e para participar de seus shows. “Isso foi sensacional. E foi influência desse meu tempo de mato. Eu conheço tudo dos bichos.”

LUIZA FRANCO

Da porta de entrada do apartamento de Hermeto Pascoal já se ouvia o ronco que vinha da sala. Depois de atravessar o corredor, com partituras penduradas na parede como num varal, avistou-se a figura. Sentado no sofá, um senhor pequeno, com a barriga protuberante aparecendo entre os botões da camisa florida, um chapéu de couro escondendo o rosto. Só se via a barba branca até o peito. O ronco tinha ritmo. O Bruxo multi-instrumentista, o “albino maluco”, como Miles Davis o apelidou, é conhecido por tirar som de qualquer coisa —animais, natureza, objetos do cotidiano. Além de ser capaz de tocar piano, flauta transversal, sanfona, bateria, violão, já fez de instrumento xícaras, porcos, uma piscina vazia, abelhas. E, claro, o próprio corpo, cujos sons lhe renderam um DVD inteiro, “Hermeto Brincando de Corpo e Alma” (2012). Hermeto não dormia de verdade quando a Folha chegou ao apartamento —estava pregando uma peça. Costuma aprontar alguma com todos que conhece. O músico completa 80 anos nesta quarta (22), mas diz que se sente uma criança. “Me preocupo um pouco porque não consigo ter 80 anos. Não consigo ver que tenho 80 anos. Não consigo sentir que tenho 80 anos. Não é medo, não é o abismo. Fiquei diabético com 71. Quando soube, veio na hora uma alegria. Meu pai teve com 65. Aguentei até os 71 comendo tudo o que queria.” Mora com o filho, Fábio, num apartamento em Bangu, zona oeste do Rio. A família está há quatro gerações no bairro, onde foi inaugurada neste ano a Areninha Carioca Hermeto Pascoal, centro cultural da Prefeitura do Rio, que abrigará shows e uma exposição para marcar os 80 anos. No início do mês, o Centro Cultural Sesc Paraty realizou uma programação em sua homenagem, que incluiu show e oficina para músicos.

Hermeto Pascoal no apartamento onde vive com o filho, em Bangu, no Rio

E1

1977

PLURAL Atua como flautista, pianista, arranjador e compositor com o Conjunto Som Quatro (1964) e o Quarteto Novo (1967) em álbuns homônimos

TIPO EXPORTAÇÃO

1958 1973

SOM CARIOCA Em 1958, no Rio de Janeiro, toca sanfona com o grupo Regional de Pernambuco do Pandeiro, com quem lança o disco “Batucando no Morro”

2010

Após ser chamado por Miles Davis de “o maior do mundo”, grava “Slaves Mass” (1977) nos EUA. Em 1979, toca no festival de Montreux

VOO SOLO

Em 1973, lança o disco “A Música Livre de Hermeto Paschoal”, seu primeiro gravado no Brasil, com “Asa Branca” e “Carinhoso”

ROMÂNTICO

Muda-se para Curitiba com a cantora Aline Morena. Ao lado dela, lança “Chimarrão com Rapadura” (2006) e “Bodas de Latão” (2010)

Em 1986, quando lançou o hit “Kiss”

EF

ilustrada SEXTA-FEIRA, 22 DE ABRIL DE 2016

Imagem de ensaio fotográfico com a São Paulo Companhia de Dança

Artista francês cria coreografia com fotos gigantes

Eikoh Hosoe

AB ★ ★ ★ DOMINGO, 9 DE OUTUBRO DE 2016

TERÇA-FEIRA, 25 DE FEVEREIRO DE 2014

As várias formas de se capturar a essência da dança são destaque de exposição em São Paulo e de novos livros de fotografia IARA BIDERMAN DE SÃO PAULO

Olhe a foto ao lado. Nas imagens embaralhadas, o que fica nítido — a torção do corpo, as mãos e as expressões dramáticas —basta para definir a essência dessa coreografia, criada e dançada por Kazuo Ohno (1906-2010). A imagem em preto e branco está na exposição “Eikoh Hosoe - Corpos de Imagens”, que será aberta amanhã no Sesc Consolação, em São Paulo. A foto é parte do ensaio “Butterfly Dreams”, uma espécie de fotobiografia do do dançarino e mestre do butô, Kazuo Ohno. Dos sete ensaios que compõem a exposição do fotógrafo japonês Hosoe, 80, três são sobre dança. Cada uma de suas fotos tenta registrar num momento o todo de uma coreografia ou de um estilo pessoal de dançar. Sem cair no mero registro nem nos clichês de “foto de balé”, como por exemplo o detalhe do bailarino amarrando a sapatilha. Outro lugar-comum é achar fácil fazer uma bela imagem com condições tão boas: formas e corpos lindos, figurinos e cenários muitas vezes deslumbrantes. “Tecnicamente, você já começa com duas dificuldades: pouca luz e movimento acelerado”, diz o fotógrafo paulista João Caldas, que há 30 anos fotografa dançarinos. Mas o mais difícil, para ele, é reproduzir a coreografia: “Tem que entender como funciona o movimento, qual é o seu percurso e o seu ápice”. Já o fotógrafo Marcelo Maragni mescla técnicas para captar gestos. Os resultados estão em “Jogo de Corpo” (Martins Fontes, R$ 91, 254 págs.), com ensaios da São Paulo Compa-

DE SÃO PAULO

nhia de Dança. Com técnicas como exposição muito lenta e flash remoto (fora da câmera), Maragni fotografou os bailarinos deixando rastros de luz . “Quis mostrar onde passou o braço, a perna, o quanto girou. Isso dá um valor ao trabalho do bailarino”, afirma. Um valor que a fotógrafa Sílvia Machado, 50, conhece em cada músculo do corpo. Bailarina profissional por 20 anos, ela começou a fotografar por acidente. Uma lesão a obrigou a parar de dançar. Viu que fotografar também era dançar. “Quando fotografo, danço todos os papeis.” A fotógrafa carioca Paula Lobo, 35, não se profissionalizou, mas estudou dança dos três aos 20 anos. Decidiu se dedicar à fotografia especializada e mudou-se para Nova York para realizar seu sonho. Lobo usa como cenários paisagens de tirar o fôlego que estejam de alguma forma ligadas àquela criação ou espaços onde bailarinos ensaiam. Essa viagem está agora em seu livro, recém-lançado pela editora Senac SP, “Quando Eles Dançam” (R$ 139,90, 211 págs.). Além do ensaio “Butterfly Dreams”, com o dançarino Kazuo Ohno, estão na mostra do Sesc as séries “Kamatachi”, que o fotógrafo Hosoe fez com Hijikata Tatsumi (1928-86), um dos fundadores do butô, e “Ukiyo-e” (2003), sobre o estúdio de dança experimental Abestos, fundado por Hijikata.

O artista francês JR, que se define como um “fotografiteiro”, ficou famoso com suas instalações de retratos gigantes de pessoas comuns colados em ruas das comunidades onde vivem. Neste ano, foi contratado para fazer suas instalações no Lincoln Center, em Nova York, no teatro onde o New York City Ballet se apresenta. O piso do teatro foi coberto com figuras gigantes dos mais de 80 bailarinos da companhia. Visto do alto, o redemoinho de corpos ganha a forma de um olho. JR, que assistiu a um balé pela primeira vez em 2013, criou uma coreografia fotográfica. Agora, ele conta com exclusividade à Folha que, depois da instalação, vai se arriscar em nova tarefa: se encantou tanto com o mundo da dança que criou um espetáculo. (IB)

O bailarino Kazuo Ohno, em foto de Eikoh Hosoe

O bailarino Marcelo Gomes, fotografado em Nova York

Paula Lobo

Ilustrada e Ilustríssima

EF C1

fot

Folha de S.Paulo

Marcelo Maragni

EF TERÇA-FEIRA, 21 DE JUNHO DE 2016

PRINCE 1958 2016

CORPO DO CANTOR E COMPOSITOR AMERICANO CONHECIDO POR SUCESSOS COMO ‘KISS’, ‘PURPLE RAIN’ E ‘1999’ É ENCONTRADO EM CASA; CAUSA DA MORTE NÃO FOI DIVULGADA DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Prince Rogers Nelson, o popstar Prince, de 57 anos, foi encontrado morto nesta quinta-feira (21), em sua propriedade, complexo que abrigava casa, estúdio de gravação e local para shows. A causa da morte não foi divulgada até o início da noite. O corpo foi descoberto pela manhã no local, chamado de Paisley Park, próximo a sua cidade natal, Minneapo-

★ Folha - Como criou a instalação no New York City Ballet?

JR- Useitodososbailarinos da companhia para criar com eles um olho que os representasse, já que você nunca tem a oportunidade de ver os seus olhos quando estão no palco.

O que achou da reação do público do Lincon Center?

Rain”, que era trilha sonora de um filme estrelado pelo próprio Prince no papel de um popstar. Seus álbuns venderam mais de 100 milhões de cópias, sendo a metade disso nos Estados Unidos e quase 15 milhões no Reino Unido. Cantor e compositor inovador e influente, Prince combinava jazz, funk, soul, rock e o que mais resolvesse incluir em suas músicas, de letras carregadas de narrati-

Produção exagerada de 39 álbuns quase apaga início genial de um artista único

Você imaginou que estava criando uma coreografia?

THALES DE MENEZES DE SÃO PAULO

Usei os bailarinos como textura, e eles me inspiraram. Depois, criei uma coreografia com as imagens e eles me deixaram levá-la ao palco: o resultado será apresentado de 29 de abril a 4 de maio.

CORPOS DE IMAGENS

lis, em Minnesota (EUA). Prince tina tido sido hospitalizado há uma semana, com sintomas de gripe forte. Na ocasião, fez um pouso não programado com seu jato particular em Illinois e cancelou dois shows. Foi liberado pelos médicos para retornar a Minnesota. Nascido em 7 de junho de 1958, foi um dos principais nomes da música pop nos anos 1980, com destaque para seu sexto álbum “Purple

vas sexuais. Entre elas, “1999”, “Raspberry Beret”, “Purple Rain, “Kiss”, “Little Red Corvette” e “Cream”. Prince recebeu sete Grammy e foi nomeado ao Hall da Fama do Rock em 2004. Seu álbum mais recente, “HITnRUN: Phase Two”, foi lançado em dezembro de 2015. Em 1993, Prince mudou seu nome para , que mistura os símbolos de masculino e feminino, supostamente devido a uma disputa com

sua gravadora. Ele pedia para ser chamado como “o artista que foi conhecido como Prince”. Em 2000, voltou a usar seu nome original. Em 1985, Prince visitou o Brasil. Em 1991, fez dois shows no Rock in Rio. Foi casado duas vezes e teve um filho do segundo casamento, em 1996, que morreu uma semana depois. Ele era vegetariano.

Produziu discos sem esquema algum de divulgação, alguns praticamente escondidos em lançamentos digitais, trocou o circuito milionário de shows por apresentações inesperadas em locais alternativos. Passava longos períodos sem falar com a imprensa e até abandonou o próprio nome. Depois de adotar a assinatura , avisou ser um símbolo impronunciável e pediu para ser chamado de “o artista que foi conhecido como Prince”. A sucessão de discos fracassados criou a piada de que ele corria sério risco de se tornar apenas “o artista que foi conhecido”. Nos últimos 20 álbuns, só dois fizeram algum barulho: “Musicology” (2004) e

“3121” (2006). Prince nem dava chance para as pessoas descobrirem com calma se seus discos ainda eram bons, lançando trabalhos com rapidez e desinteresse. Prince deixa um legado que pode ser apreciado de duas formas. A primeira opção é uma verdadeira roleta russa: acessar em bancos digitais sua impressionante e exagerada produção mais recente. Há genialidade, mas perdida em viagens de autoindulgência. A segunda opção é, sem dúvida, mais segura: ir direto a álbuns como “Dirty Mind” (1980), “1999” (1982), “Purple Rain” (1984) ou “Sign O’ the Times” (1987), alguns dos melhores coquetéis musicais já produzidos.

» LEIA MAIS na pág. C5

ANÁLISE

O que mais gostei foi de ver pessoas da elite de Nova York que frequentam aquele teatro se deitarem no chão para posarem com as fotos dos bailarinos. Isso nunca tinha acontecido antes.

QUANDO seg. a sex., das 10h às 21h30; sáb. e feriados, das 10h às 18h30; até 3/5 ONDE Sesc Consolação, r. Dr. Vila Nova, 245, tel. (11) 3234-3000 QUANTO grátis

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Prince elaborou uma das melhores misturas musicais do pop. Elementos de rock, funk, soul, hip hop e jazz, embalando letras de conteúdosexual,foramtransformados em 39 álbuns que venderam mais de 100 milhões. Do início fulminante, como multi-instrumentista recém-saído da adolescência que fazia um álbum incrível depois de outro, Prince se tornou um workaholic recluso, que produzia música

compulsivamente em seu complexo de casa e estúdio. Para ter a dimensão da importânciadelenamúsica,vale lembrar que seus primeiros seis e impecáveis álbuns foram lançados entre 1978 e 1984. No período, Michael Jacksongravou“OfftheWall” (1979) e “Thriller” (1982) e se transformou no maior ídolo pop da face da Terra. Prince, também negro e miúdo, surgia como um rival poderoso. Ele ofereceu uma versão mais safada, ladina e musicalmente mais rica do que o ídolo número um.

Tocando todos os instrumentos e se autoproduzindo no estúdio, Prince surpreendia a cada disco. Era acompanhado por garotas no palco,promovendomeninascomo Wendy & Lisa e Sheila. DECADÊNCIA

“Diamonds and Pearls”, (1991), seu décimo terceiro álbum, pode ser considerado seu último disco “normal”. A partir daí, esquisitices variadas. Prince passou os próximos 25 anos lutando para apagar a popularidade que tinha.

capa Aquarela de Emmanuel Nassar

A força das coisas

6

A juventude e o “antipolítico”

7

A Alemanha olha à esquerda

4

O crime vai às urnas

A violência eleitoral, por Renato Sérgio de Lima Pág. 5

8

Do arquivo de Thiago Rocha Pitta

Da arte (e dos números) da coalizão

9

Uma leitura da eleição de São Paulo Pág. 4

Nossa peculiar ortodoxia

Uma crítica aos pressupostos do ajuste Pág. 8

Diário de Berlim Pág. 9

Rio de Janeiro, 2003 Pág. 9

O MELHOR DE TOM Dez grandes discos gravados por ele

Acachapado por aquele abraço eólico A imaginação de Leonardo Padura Pág. 10

Métricas para o presidencialismo multipartidário Pág. 6 THE COMPOSER OF DESAFINADO, PLAYS 1963 A estreia solo saiu pelo selo Verve, nos EUA, em um momento de alta da bossa nova por lá

O MELHOR SOBRE TOM Dez álbuns que prestam homenagem a sua obra

EF DOMINGO, 22 DE JANEIRO DE 2017

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ilustrada 20 álbuns que registram a obra de Antonio

AB ★ ★ ★ DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016 GETZ/GILBERTO 1964 Um “dream team” num disco impecável: Stan Getz no sax, João Gilberto no violão, Astrud Gilberto no vocal e Tom no piano

Carlos Jobim, que

EF SEGUNDA-FEIRA, 23 DE JANEIRO DE 2017

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ilustrada

INÚTIL PAISAGEM 1964 EUMIR DEODATO Tecladista fantástico, Deodato depois seria arranjador de um disco clássico de Tom, “Tide”

C2 ilustrada

monica.bergamo@grupofolha.com.br

JOBIM 1970 VICTOR ASSIS BRASIL Grande do jazz brasileiro, Assis Brasil (1945-1981) adaptou a música de Jobim ao saxofone

MAURÍCIO MEIRELES DE SÃO PAULO

THALES DE MENEZES DE SÃO PAULO

O dia 25 de janeiro é o aniversário da cidade de São Paulo, mas uma parcela já considerável de entusiastas da MPB defende que seja considerado, também, o Dia da Bossa Nova. Nesta quarta, Antonio Carlos Jobim completaria 90 anos. Morto em 1994, Tom Jobim forma com João Gilberto, 85, e Vinicius de Moraes (19131980) o trio artífice do gênero. Tom e Vinicius criaram em 1956 um LP com a trilha da peça “Orfeu da Conceição”, um trabalho que abriu caminho para uma segunda parceria fonográfica. Dois anos depois: “Canção do Amor Demais”, da cantora Elizeth Cardoso (19201990), só com composições da dupla, seria considerado o marco inicial da bossa nova. Quem toca violão no disco é João Gilberto. No início da década seguinte, Tom ganhou fama internacional. Em 1962, ele se destacou no Festival de Bossa Nova no Carnegie Hall, em Nova York. Com Vinicius, escreveu em 1963 a canção brasileira mais famosa no mundo, e também a mais gravada, “Garota de Ipanema”. O sucesso nos Estados Unidos fez com que boa parte dos momentos brilhantes da carreira de Tom fosse registrada naquele país, como seus dois primeiros discos solo. O segundo, “The Wonderful World of Antonio Carlos Jobim” (1964), teve arranjos e regência de Nelson Riddle, que trabalhou muito com Frank Sinatra (1915-1998). Riddle aproximou Tom do cantor. Eles ficaram amigos e eternizaram parceria em um antológico álbum, gravado em 1967. O destaque incontestável do disco é o dueto em “The Girl from Ipanema”.

WAVE 1967 Este é o álbum que transformou Tom em sucesso popular nos Estados Unidos, chegando ao quinto lugar na paradas de jazz

FRANCIS ALBERT SINATRA & ANTONIO CARLOS JOBIM 1967 O encontro de duas lendas da música rendeu um dos discos mais cultuados do século 20

TIDE 1970 Com carta branca da gravadora americana, Tom entregou os arranjos a um conterrâneo talentoso, Eumir Deodato

3

1

Os desafios à vista, por Otavio Frias Filho

2

O espelho partido em que nos miramos

No novo Átrio dos Gentios

Um encontro ponderado entre fé e ciência Pág. 6

Duas vezes Mapplethorpe

5

Diário de Los Angeles Pág. 7

6

Belo Horizonte, 1972 Pág. 7

TERRA BRASILIS 1980 O álbum duplo traz um disco de novidades no repertório e outro com várias reinterpretações de sua parceria com Vinicius

Do arquivo de Teuda Bara Uma puta burocracia provar que está vivo A imaginação de J. P. Cuenca, convidado da Flip Pág. 8

SALENA SINGS JOBIM WITH THE JOBIMS 1994 SALENA JONES A americana gravou com Paulo, filho de Tom, e Daniel, neto

ESSA VOZ TAMANHA

GAL COSTA CANTA TOM JOBIM 1999 GAL COSTA Gravado ao vivo, o disco tem 24 canções que praticamente mapeiam o essencial de Tom

Herdeiro de Hilda Hilst localiza entrevista inédita da autora, dada em 1978 a seu melhor amigo

JOBINIANDO 2001 IVAN LINS Entre versões respeitosas e inovação, Ivan Lins imprimiu toque pessoal ao repertório

PASSARIM 1987 O disco foi claramente uma tentativa de reaproximação com o público brasileiro, gravado com uma banda grande

ANTONIO BRASILEIRO 1994 Foi lançado em 11 de dezembro de 1994, três dias depois de sua morte. O repertório tem um reconhecível traço de melancolia

TOM SOBRE TOM

Tom Jobim em 1985, quando tinha 58 anos

Com a efeméride das nove décadas, a obra de Tom Jobim volta a ser discutida e escutada com intensidade. Esta página aponta, à esquerda, dez discos essenciais gravados pelo compositor, sozinho ou com parceiros famosos como Sinatra, João Gilberto, Stan Getz (1927-1991) e Elis Regina (1945-1982). Outra lista, à direita, indica discos em que artistas pagam tributo ao cancioneiro de Tom. Ela contempla trabalhos bem conhecidos, como a devoção de Ella Fitzgerald ao trabalho do brasileiro. Além do álbum dedicado apenas a seu repertório, Ella incluiu canções de Tom em muitos discos e turnês. Gal Costa é mais uma voz poderosa que presta homenagem ao compositor. Seu álbum duplo ao vivo, de 1999, traz todos os sucessos mais relevantes de Tom, servindo como um “songbook”. A lista tem também discos pouco conhecidos, como o que Vinicius Cantuária registrou há dois anos. Coincidentemente, um outro Vinicius no caminho de Tom Jobim.

A voz de Hilda Hilst (19302004) estava perdida logo ali, no meio das vozes dos fantasmas —gravações que a escritora fazia de madrugada, pedindo algum contato da outra dimensão (há quem jure que, em uma delas, dá para ouvir uma alma penada dizendo “Hildinhaaa...”). A maior parte dos arquivos de áudio guardados na Casa do Sol, sítio em Campinas onde a autora vivia, é dessas “conversas” com espíritos — mas não é que lá no meio havia uma entrevista inédita da escritora? Agora é a voz grave de Hilst que parece vir de outra dimensão. A descoberta foi feita durante a pesquisa para documentário de Gabriela Greeb sobre a escritora —previsto para setembro— e entregue a Daniel Fuentes, herdeiro da autora. A fita, gravada em 1978, é uma entrevista feita pelo artista José Luis Mora Fuentes, pai de Daniel e melhor amigo de Hilst. A descoberta veio a calhar, porque o herdeiro prepara uma caixa sobre a amizade do pai com Hilst, para enviar aos assinantes de um clube que criou (hildahilst.com.br/ clube), para os quais periodicamente manda preciosidades deixadas pela escritora. Talvez por falar a um interlocutor tão íntimo, a entrevista não traz Hilda Hilst encenando alguma excentricidade. A autora fala da obsessão pela imagem do pai, a mudança para a Casa do Sol, a busca de uma linguagem própria, entre outros assuntos. A seguir, uma versão editada da conversa dos dois.

★ CANÇÃO DO AMOR DEMAIS 2003 OLIVIA BYINGTON A voz aguda e educada de Olivia produziu um registro delicado das canções do compositor

VANESSA DA MATA CANTA TOM JOBIM 2013 VANESSA DA MATA Registro em estúdio de projeto de shows que percorreu o país

VINICIUS CANTA ANTONIO CARLOS JOBIM 2015 VINICIUS CANTUÁRIA Ex-músico de Caetano, o cantor fez versões bem inventivas

CARMINHO CANTA TOM JOBIM 2016 CARMINHO Recém-lançado, traz a intérprete portuguesa de fado que colabora cada vez mais com brasileiros

VERA VIRAL

Com fotos e piadas non sense, a atriz Vera Holtz faz sucesso na internet e tenta recuperar memórias da vida no interior enquanto espera para gravar sua próxima novela

Sob o olhar da câmera do diretor Evaldo Mocarzel, ela reencena o gesto que fazia quando jovem para um documentário ficcional sobre sua família que grava com suas três irmãs no casarão dos HoltzemTatuí(SP). “Papaime proibia de ir ao baile à noite e eu saía escondido”, conta à repórter Letícia Mori. Depois de 36 anos de carreira em teatro, cinema e televisão, a atriz tenta reencontrar o que sobrou da garota de cidadepequena—alémdoforte sotaque e do hábito de dar bom dia a todos. “A gente cumprimenta até a porta, né?”, diz, puxando o erre.

A escritora Hilda Hilst (1930-2004)

Essa coisa de entrevista fica uma coisa muito difícil. Todos os rostos que [o escritor] se colocou, todos os rostos que possa ter, ele já traduziu escrevendo. Ele nunca dirá [nada] tão bem quanto na sua obra. Numa entrevista, querem saber o que exatamente? Penso assim: vou mostrando todos os rostos passíveis de terem vida, se dizerem e terem realidade —ao fazer isso, procuro me aproximar do rosto de todos os outros. Mas são sempre os mil rostos, as mil caras desse que escreve.

“Fiz tantos personagens que fui me perdendo. Sempre peguei papéis muito diferentes de mim, até porque é difícil encontrar quem fale desse universo do interior”, diz ela, e oferece uma bala de coco. O projeto pessoal é tocado enquanto não começam as gravações de “Sagrada Família”, novela das 21h na qual será protagonista. A trama política, que substituiria a atual “A Regra do Jogo” em março, foi adiada pela Globo para não coincidir com as eleições.

A esquizofrenia do pai

Enquanto penteia os cabelos antes de outra cena, conta que não vai “de jeito nenhum” pintar ou cortar as madeixas brancas que são sua marca desde 2008 —a Globo quer que ela mude para o próximo papel. “Ainda tenho tempo para convencê-los de que é a cara da personagem, uma mulher forte.”

É sempre difícil falar no que realmente fez você escrever. Você não sabe dizer o que fez que você irrompesse como escritor. Mas tenho uma certeza dentro de mim: uma grande motivação foi todo o desejo de sentir, ver, tocar e pretender me aproximar desse homem que foi meu pai. A vida toda ouvi falar dele sem realmente poder vê-lo, porque meu pai adoeceu quando eu tinha três anos. Só o conheci aos 16, mas já muitíssimo doente, esquizofrênico, paranoico, num sanatório. Vi aquele rosto que eu conhecia das fotografias. [Havia um amigo dele] que dizia para mim coisas impressionantes: que meu pai foi a cabeça mais lúcida que ele havia conhecido.

» LEIA MAIS na pág. C3

Vera Holtz com um jaguar de decoração no casarão de sua família, no interior de SP Fotos Reprodução/Facebook

Toda vestida de preto, Vera Holtz, 63, prende os cabelos brancos e lisos até o ombro e pula a janela da antiga casa de seu avô com desenvoltura de uma menina.

Os rostos do escritor

DOIS “TOP TEN”

Perspectivas pós-impeachment, por Luiz Eduardo Soares Pág. 4

7

São Paulo, 17 de abril, em fotomontagem de Michael Wesely

ELIS & TOM 1974 Após dez anos na Philips, Elis ganhou da gravadora o presente: um disco com Tom. E daí veio a definitiva “Águas de Março”

Os riscos à democracia, segundo Jessé Souza Pág. 3

O diálogo —ou não verás país algum 4

capa

e sete indicações culturais Pág. 2

ELLA ABRAÇA JOBIM 1981 ELLA FITZGERALD Uma das gigantes do jazz, Ella (1917-1996) elegeu o repertório de Tom como seu favorito

ab

DOMINGO, 8 DE NOVEMBRO DE 2015

MÔNICA BERGAMO

faria 90 anos nesta quarta THE WONDERFUL WORLD OF ANTONIO CARLOS JOBIM 1964 O prestígio nos EUA dá chance a Tom de gravar um disco com o lendário maestro Nelson Riddle

★★★

Karime Xavier/Folhapress

O fim da utopia hippie em “Aquarius” Pág. 3

3

Sala de Memória Casa do Sol/Acervo Instituto Hilda Hilst/Divulgação

e seis indicações culturais Pág. 2

2

Sérgio Tomisaki/Folhapress

5

Sobre o PT, por Otavio Frias Filho

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Adoro meu cabelo branco, me sinto bem. A sociedade não pode me impedir de envelhecer. É um direito que tenho!

“Adoro meu cabelo branco, me sinto bem. Algumas pessoas têm questões sérias com pintinhas, sinais [da idade]. Eu acho bonito. A sociedade não pode me impedir de envelhecer. É um direito que tenho! Falam: ‘Por que você não pinta o cabelo, Vera, ia ficar tão mais jovem’. Respondo: mas eu sou jovem! Talvez não para os seus olhos, mas muitos me veem jovem. [Fãs] no Facebook, por exemplo.” Enrolados em um coque, seus fios acinzentados são a marca da sua página na rede social, que tem 200 mil fãs. As fotos com brincadeiras non sense captam o espírito da internet, viralizam (são compartilhadas milhares de vezes) e ganham comentários como “Não entendi mas estou gostando”, “Me adota!” ou “Ela deve caminhar pela Globo pensando ‘Imagina se eu pendurar a Susana Vieira no coque?’ Te amo, Vera!”. “Sempre recebi muito carinho, mas a personagem que inventei para o Facebook mudou minha relação com fãs, principalmente os jovens. Outro dia estava saindo do cinema perto de casa e passei pelo burburinho dos bares da rua Augusta [em SP]. Quando cheguei na esquina o pessoal começou a aplaudir e gritar ‘Vera!’, ‘Vera!’. Fiquei muito surpresa, foi uma delícia.” Bem-humorada, a atriz topa interromper a filmagem e posar para fotos de qualquer jeito —com ou sem maquiagem, brincando com as peças de decoração da casa, atirando a cabeleira para cima, de frente, de lado.“Eu tô muito popozuda?”, pergunta. Não deixa fotografar a montagem do coque, que é sucesso na rede. “O coque é sagrado!”, brinca. “Não quero desfazer o mistério. Hoje em dia tudo é revelado. É como pedir que o Mickey tire a cabeça para filmá-lo fumando um cigarro.” A brincadeira começou no meio do ano, depois que foi convidada para uma reunião do Facebook com artistas. “Tinha um pessoal do teatro, cartunistas. A gente estava pensando no formato, em como usar o site para ser

Penteados de Vera são sucesso na internet: ‘Hitcoque’; ‘Coque Paris’; ‘O Lacre’ e ‘Coque Seguro’

uma plataforma de criação. Aí inventei essa ‘persona’, é uma nerd, que só existe ali. A ideia é falar do dia a dia, transformar o cotidiano em ações artísticas e lúdicas.” “Estou aprendendo várias gírias, por exemplo, ‘lacrar’ [para dizer que a pessoa fez algo muito bem]. Falavam que eu lacrei, lacrei... E eu me perguntando o que era isso. Pesquisei e fiz a foto [ao lado] para a turma do lacre.” “Não tem só a série do coque. Faço vídeos em que leio contos da Marina Colasanti, vou começar a ler fábulas de Esopo”, diz. Priorizando humor e referências artísticas, o perfil passa longe da polarização política que tem dominado a internet. Fora das redes sociais, Vera também se diz “muito lenta nesse assunto”. “Passei a vida toda ligada à arte”, diz ela, que começou a estudar piano ao seis, artes plásticas aos 18 e fez EAD (Escola de Artes Dramáticas) aos 23. “Apesar de existir arte política, eu sempre fui muito sonhadora, muito contemplativa. Há muito pouco tempo fui cair na real. Percebi como é voraz o mundo hoje, como é séria essa crise política pela qual o Brasil passa.” Veranãodeclaravotoenão participa de propaganda política. “Não é minha praia. Quando você começa a ter um nome na mídia, acham que você tem que falar sobre tudo. Maseuprefironãodaropinião sobre o que não entendo. ” “Entro mais na realidade quando estou na televisão”, diz. “Muita gente me procurava pra falar de álcool por causa da Santana [personagem alcóolatra de ‘Mulheres Apaixonadas’,novelade2003],por exemplo. Mas não sou médica, posso ir até certo ponto.” É procurada também por algumas mulheres para falar sobre namorar homens mais novos, o que ela fez em papéis nas novelas “O Rebu”, de 2014, e “Belíssima”, de 2006. Atualmente solteira, também já teve parceiros mais novos na vida real.

“Namorei um 17 anos mais novo, o Giovani [Garcia, diretor de cena]. O consumo de uma pessoa mais nova é diferente, né? Se você está tomando vinho, ele está tomando Gatorade!”, brinca. “Perguntavam se era meu filho. Eu falava que sim. As pessoas às vezes não suportam o diferente, então deixa elas pensarem o que quiserem... Mas ele dizia ‘Sou namorado!’. Me assumia, muito bonitinho.” “Para quem me pergunta sobre isso eu digo: fiquem abertas. Porque se você começa a etiquetar, e não só nessa questão, você perde muita coisa na vida.” O sol se põe no quintal cheio de roseiras do casarão dos Holtz e as cenas que faltam gravar ficam para o outro dia —as quatro irmãs vão recriar os banhos de torneira no quintal que tomavam quando eram meninas. “Está sendo muito engraçado, muito divertido reunir todo mundo”, diz Vera. “A gente quer recuperar essas memórias para deixar registrado mesmo, voltar ao tempo da delicadeza. É gostoso fazer esse retorno e esse balanço. Aquilo que eu desejava com 20 anos, já realizei. Hoje, com 63, reinventa-se a vida, você começa a ter novos sonhos”, afirma. Fala sobre a vontade de conhecer direito o Japão e diz que já tem outras viagens programadas para depois do fim da gravação. “Aliás, Renato, tive uma ideia!”, diz, chamando o assessor, que faz os cliques das postagens no Facebook. “Na França, a gente pode fazer alguma coisa com uma baguete, o que você acha?”

Quando você começa a ter um nome na mídia, acham que você tem que falar sobre tudo. Mas eu prefiro não dar opinião sobre o que não entendo


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TERÇA-FEIRA, 24 DE JANEIRO DE 2017

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TERÇA-FEIRA, 24 DE JANEIRO DE 2017

Fotos Eduardo Knapp/Folhapress

B4 cotidiano

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ACIDENTES DE PERCURSO Ao longo de seus 248 dias como presidente, Michel Temer já cometeu uma série de gafes; ele costuma repetir a auxiliares que corrigir erros é natural na política hoje amigos do peemedebista, atrapalhou desde o início, quando uma das telefonistas do Planalto recebeu a ligação e entendeu ser um chamado em nome do presidente do país vizinho. Apressou-se em transferir a um assessor do Planalto, que repassou aquilo que

seria o primeiro cumprimento de um chefe de Estado ao novo presidente do Brasil. Temer misturou palavras em português e em espanhol, chamou o radialista de “presidente” por duas vezes e disse que queria visitar a Argentina. Finalizou a conversa como se não tivesse notado

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Representante do ‘mundo feminino’

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Currículo turbinado de Marcela Temer

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Em entrevista ao programa “Fantástico”, da TV Globo, Temer errou –para mais– o currículo de sua mulher, Marcela Temer, dizendo que ela era advogada ao justificar suas qualificações para exercer eventual cargo no governo. Marcela, porém, não é advogada. Apesar de ser formada em direito, não possui registro na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil)

Logotipo do governo usou bandeira da época da ditadura Temer lançou o logotipo de seu governo baseado em uma versão desatualizada da bandeira do Brasil, com 22 estrelas, a mesma usada durante a Quarta República (19461964) e a Ditadura Militar (1964-1985). Responsável pela marca, o publicitário Elsinho Mouco disse que o logo, depois atualizado, foi escolhido por Michelzinho, filho do presidente

Diante de críticas por ter montado um governo formado apenas por homens brancos, Temer apressou-se para justificar a ausência de mulheres e negros em ministérios. Disse que queria “trazer uma representante do mundo feminino” para o primeiro escalão, mas a nomeação só veio meses depois, com a escolha de Grace Mendonça para a AGU (Advocacia-Geral da União)

nada de errado mas, em seguida, disse a aliados ter percebido que não era Macri. Desconfiada, a equipe de Temer tratou o episódio como um trote, mas a rádio argentina divulgou o áudio da ligação em seu site como uma reportagem exclusiva. O aparente bom humor

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Pouco mais de um mês depois de assumir o Planalto interinamente, Temer justificou ter restringido o uso de aviões da FAB (Força Área Brasileiro) pela então presidente afastada, Dilma Rousseff. Acabou cometendo um ato falho ao dizer que a petista utilizaria o avião “para fazer campanha denunciando o golpe”

Durante inauguração de um trecho da linha 4 do metrô do Rio, Temer sugeriu que o câncer havia sido “útil” ao governador do Estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB), deixando-o “mais bonito”. “Você está melhor do que antes, está mais bonito. Então eu acho que acabou sendo uma coisa útil para o Pezão”, disse o presidente. O governador estava de licença em razão de tratamento contra um linfoma

Dilma utilizaria avião da FAB para ‘denunciar o golpe’

Câncer ‘útil’ para o governador do Rio de Janeiro

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diante da primeira gafe de seu governo—minutos antes de ele começar de fato— não se repetiu em situações análogas ao longo dos 248 dias que Temer já passou como presidente. Ministros dizem que, quando auxiliares ou ele próprio comentem deslizes, o peemedebista costuma

repetir que não tem compromisso com o erro e que corrigir é “natural na política”. Passadas algumas dessas gafes, o presidente disse a assessores que não é preciso ter medo de mudar a atitude quando necessário. E tentou aplicar essa regra para emendar seu mais recente soneto. Após uma enxurrada de críticas por ter chamado de “acidente pavoroso” a chacina em presídio de Manaus, que matou 56 presos, o presidente calibrou o discurso e afirmou que facções criminosas promoveram uma “matança pavorosa” nas cadeias do Norte do país.

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‘As 40 pessoas que estão quebrando carro?’ Apenas três dias após ser efetivado no cargo, no início de setembro, o presidente minimizou os protestos contra seu governo que haviam ocorrido em dez estados do país e disse que eram apenas “40 pessoas quebrando carro”. “As 40 pessoas que estão quebrando carro? Precisa perguntar para os 204 milhões de brasileiros e para os membros do Congresso Nacional que resolveram decretar o impeachment”, disse Temer ao ser questionado, em viagem a China, sobre as manifestações

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Vai e volta no velório em Chapecó Com medo de vaias e protestos, Temer decidiu não comparecer ao velório das vítimas do acidente aéreo que matou jornalistas e jogadores da Chapecoense, no ano passado, fazendo apenas uma homenagem no aeroporto de Chapecó (SC). Mudou de ideia, porém, após ser criticado pelo pai de um jogador morto na tragédia que considerou “uma falta de respeito” ter que ir até o presidente receber as condolências

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‘Acidente pavoroso’ Após quatro dias de silêncio sobre a barbárie que matou 56 presos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, Temer classificou o episódio de “acidente pavoroso”. Depois de ser criticado sobre o uso da expressão, recorreu ao Twitter para escrever sinônimos da palavra “acidente” que, segundo ele, são “tragédia, perda, desastre, desgraça, fatalidade”. Dois importantes dicionários da língua portuguesa, Houaiss e Aurélio, não têm essas definições

Radialista ou presidente da Argentina?

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Horas antes de assumir o governo interinamente, em 12 de maio de 2016, Temer confundiu um radialista argentino com o presidente Mauricio Macri. O peemedebista concedeu entrevista por telefone à rádio “El Mundo” pensando se tratar de conversa com o presidente do país vizinho. Misturando palavras em português e em espanhol, chamou o radialista de “presidente” e disse que o visitaria em breve

Durante evento no Rio Grande do Sul na semana passada, Temer se confundiu e citou o cruzeiro como se ainda fosse a moeda vigente no Brasil. O presidente anunciou uma economia de “800 milhões de cruzeiros (sic), que significam novas UPAs, novas UBSs e também novas ambulâncias”. O cruzeiro deixou de circular em 1993, quando foi substituído pelo cruzeiro real

Cruzeiro x real

DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2017

B7

NA TV A. Falcons x N.E. Patriots

21h ESPN e Esporte Interativo

17h - Vasco x Resende Estadual do Rio, Globo 17h45 - Celta x Real Madrid Espanhol, ESPN Brasil 17h45 - Juventus x Inter Italiano, Fox Sports 2

TOM BRADY

o bom Tom Brady, 39, é o cara da NFL. O quarterback do New England Patriots pode ganhar seu quinto anel de campeão do Super Bowl neste domingo (5), contra o Atlanta Falcons, em Houston. Marido de Gisele Bündchen, ele é o único atleta presente nas quatro conquistas da franquia, em 2002, 2004, 2005 e 2015. Em atividade, só o kicker Adam Vinatieri, 44, também tem quatro títulos (três com os Patriots e um com o Indianapolis Colts). Se for campeão, Brady se junta a Charles Haley, jogador de defesa que hoje integra o hall da fama do futebol americano, como maior vencedor da história. Com a aposentadoria de Peyton Manning no ano passado, após a conquista do Super Bowl 50, Brady se transformou no principal astro da liga. Não que não haja outros quarterbacks talentosos, como Aaron Rodgers, Russell Wilson ou Matt Ryan, dos Falcons, que liderou o melhor ataque desta temporada. Mas os recordes e conquistas de Brady o põem em outro patamar. Entre as 32 franquias da liga, só três têm mais títulos que o atleta dos Patriots —os Falcons estão apenas em sua segunda decisão. Nem tudo foi fácil para o astro. No começo da carreira, Brady não foi uma sensação do esporte universitário. No “draft” de 2000, que recruta os melhores estudantes para as equipes da liga, Brady foi escolhido apenas na sexta rodada, na posição 199, por New England. Foi quando a sorte sorriu para ele. Sorte e muito treino. O jogador começou como terceiro reserva do titular Drew Bledsoe, mas com bom desempenho em treinos virou a primeira opção no time. Aí veio o golpe de sorte, ou de azar para Bledsoe. Logo no segundo jogo da temporada de 2001, o quarterback levou uma pancada forte. Brady entrou no final da partida e não evitou a derrota. Mas, no terceiro jogo, já apareceu como titular. Ao final daquela temporada, o quarterback conquistou seu primeiro Super Bowl, foi eleito o melhor da final e começou sua dinastia. A partir daí, tornou-se uma máquina de vitórias. É dono de quase todos os recordes de playoffs e Super Bowl, em número de passes, jardas conquistadas e touchdowns. Com 183 vitórias em temporada regular, está a quatro de virar o líder na estatística (atrás dos aposentados Peyton Manning e Brett Favre). Em 2014, após um começo de ano ruim, muitos cravaram que o marido de Gisele estava chegando ao fim da linha. No restante da temporada, Brady liderou a equipe e conquistou seu quarto Super Bowl. Prestes a se tornar quarentão, em agosto, o jogador poderia até pensar em aposentadoria, ainda mais se conquistasse o quinto anel. Na forma atual, porém, Brady ainda pode aumentar a diferença para os rivais.

11h30 - M. City x Swansea Inglês, ESPN Brasil 14h - Leicester City x United Inglês, ESPN Brasil 17h - Palmeiras x Botafogo Campeonato Paulista, Globo

1.500%

o mau 142%

Idolatrado, odiado, polêmico e amigo de Donald Trump, presidente dos EUA, quarterback dos Patriots pode conquistar o quinto título do Super Bowl após começar a carreira como terceiro reserva SANDRO MACEDO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Jogador com mais participações no Super Bowl: 7

Críticos dizem que Tom Brady e seu time costumam ser ajudados pela arbitragem

Empatado com Joe Montana e Terry Bradshaw, é o quarterback que mais vezes venceu o Super Bowl, com 4. Se vencer, se juntará a Charles Haley como atleta que mais vezes foi campeão do Super Bowl

Também é criticado por reclamar muito quando a decisão dos juízes não o favorece Alguns atletas reclamam de sua arrogância em campo Em 2007, um dos melhores anos da carreira de Brady, seu time foi multado por gravar, de um ângulo não permitido e sem autorização da NFL, um dos membros da comissão técnica do rival New York Jets durante uma partida. O caso ficou conhecido como “Spygate”

Em 2002, aos 24 anos, se tornou o quarterback mais novo a vencer o Super Bowl É o quarterback com mais vitórias na história

Nesta temporada, foi suspenso por quatro jogos por participar do “deflategate”. Escândalo do qual ele teria participado em que bolas de uma partida estariam mais vazias quando Brady estivesse atacando, facilitando o lançamento e a recepção

É o quarterback que deu mais passes para touchdown na história do Superbowl, com 13 Casado com a brasileira Gisele Bündchen, ele usa um colar dado por ela como totem de proteção para os jogos

É amigo de Donald Trump e criticado pela imprensa por se esquivar de perguntas sobre a amizade

Lese Pierre é um dos vencedores do 5º Concurso de Ilustração da Folha, tendo obtido primeiro lugar na categoria caricatura

19h - Brasil x Venezuela Sul-Americano sub-20, SporTV 19h - Ponte Preta x Ferroviária Paulista, SporTV2 21h - Falcons x Patriots Super Bowl, ESPN e E. Interativo

Tom Brady é o mala da NFL. Vence quase tudo, é casado com Gisele Bündchen, o que deve causar uma inveja danada, e ainda é bem relacionado com o chefe de Estado mais poderoso e polêmico do mundo: Donald Trump, presidente dos EUA. Bem, ninguém gosta muito do cara que ganha muito (a não ser seus torcedores).Mas Peyton Manning, seu antagonista, que se aposentou em 2016apósvenceroSuperBowl, nunca atraiu tanta antipatia. A dedicação e profissionalismo do astro muitas vezes aparentam arrogância. Neste domingo (5), muitos estarão de olho na final mais para secar o quarterback que para torcer para o Atlanta Falcons. O próprio sistema de competição da liga de futebol americano favorece o equilíbrio, com o pior time tendo a oportunidade de selecionar o melhor jogador universitário, garantindo um bom reforço. Os Patriots desafiam a premissa e se mantêm dominantes. Brady foi a sete Super Bowls (e já venceu quatro). Em pesquisa divulgada em setembro pela E-Pool Marketing Research, Tom Brady apareceu em quarto lugar como o jogador ativo mais odiado. O primeiro foi o quarterback Colin Kaepernick, que liderou movimento de boicote ao hino americano no começo da temporada por questões raciais. Outra pesquisa na qual era possível votar em jogadores de outras épocas também teve Brady no top 5. E não é só o lado vitorioso do astro dos Patriots que incomoda. Para muitos, os anos de sucesso de Brady também estão associados a trapaça. A tese ganhou força na temporada 2014/15, quando se constatou que o time usou bolas murchas para ter vantagem nos lançamentos contra o Indianapolis Colts, disputada sob forte chuva. A vitória levou os Patriots ao Super Bowl —onde venceu o Seattle Seahawks em jogo dramático. Uma investigação concluiu que era impossível Tom Brady não saber do truque, mesmo comojogadorjurandoinocência.Ocasoficouconhecidocomo “Deflategate” e resultou em uma punição para Brady, que ficou quatro jogos afastado (um quarto de toda a temporada). A equipe recorreu da pena e ele só cumpriu a suspensão nesta temporada. Recentemente, até alguns torcedores dos Patriots podem ter pegado algum bode do time, após a vitória de Donald Trump nas eleições americanas. O novo presidente fala para quem quiser ouvir do quanto é amigo de Brady, do técnico Bill Belichick e de Robert Kraft, dono da franquia. Desde o início da temporada, Brady tem evitado falar de política —reza a lenda que foi conselho de Gisele. Na semana do Super Bowl, choveram perguntas ao astro sobre sua proximidade com Trump. “Não vou falar de política, de jeito nenhum”, esquivouse. Se for campeão, possivelmente Brady receberá algum efusivo elogio do presidente americano. E deverá ganhar mais alguns “haters”.

1.Energia Eólica Em 2013, a contratação de energia eólica em leilões alcançou 4,71 GW (gigawatt), ante apenas 0,281 GW no ano anterior. Segundo Elbia Melo, da Abeeólica, entidade que representa o setor, em 2012, a contratação de energia ficou muito abaixo do normal, cerca de 10% da média de anos anteriores (entre 3 e 5 GW). Isso explica a diferença

colossal. Na comparação com 2011, o crescimento em 2013 foi de 62%. Segundo Nivaldi Castro, da CoppeUFRJ (instituto de pesquisas em engenharia da UFRJ), o setor ganhou competitividade ao atrair empresas da Europa com tecnologia de ponta que, com a crise e demanda menor, quiseram ampliar sua abrangência em outros mercados.

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TABLETS

Mais da metade dos tablets vendidos no país em 2013 custou até R$ 500, segundo a consultoria IDC. O preço, menor do que o de um computador (valor médio de R$ 600), impulsionou as vendas. Com menos crédito, o brasileiro comprou aparelhos mais baratos para entrar no mundo digital.

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DE 2013

Setores esbanjam crescimento de dois dígitos em um ano de desempenho fraco da economia 122%

47%

43,3%

23,8%

20,4%

CAMINHÕES

A produção de caminhões se recupera de 2012, quando a chegada de novos motores e uma safra agrícola ruim levaram a uma queda de 40% nas fábricas. As vendas também se recuperaram, mas em ritmo mais lento (11%). Só ao fim de 2014 o setor prevê voltar ao nível de vendas anterior a 2012.

OS 13+

17%

DE SÃO PAULO

O ano de 2013 terminou com a economia crescendo a um ritmo moderado e com alguns percalços pelo caminho, como a mudança da política de estímulos à recuperação nos EUA e a inflação ainda alta no Brasil.

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SMARTPHONES

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SECURITIZAÇÃO

Nesta página especial, porém, estão reunidas 13 histórias positivas, que se destacaram no ano que passou. São setores com crescimento acima de 10% e que inspiram expectativas de um futuro promissor. (MARIANA CARNEIRO, CLARA ROMAN, INGRID FAGUNDEZ)

A substituição de celulares GSM (sistema de segunda geração), somada à queda dos preços de smartphones, puxou o crescimento das vendas dos aparelhos “inteligentes”. Segundo especialistas, 2013 foi o ano da troca dos dispositivos. A expectativa para 2014 é crescimento de 61%.

O estoque de CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) cresceu 43% em novembro de 2013 em relação a 2012, segundo a Cetip. Os CRIs são “pacotes” de dívidas imobiliárias vendidos a investidores. Grandes emissões de bancos causaram o salto, segundo Nelson Campos, da Isec Securitizações.

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RETROESCAVADEIRAS

A demanda do governo fez a produção de retroescavadeiras crescer a um ritmo acelerado pelo segundo ano consecutivo. Segundo relatório de acompanhamento do PAC 2 de outubro, o governo entregou 4.475 máquinas a municípios desde 2011, mais da metade (2.562) só entre maio e agosto do ano passado.

15%

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SOJA

Depois da quebra em 2012, provocada pela seca no Sul do país, a produção de soja se recuperou e cresceu 23,8% neste ano. Foram 81 milhões de toneladas, um recorde. Mais da metade foi exportada, principalmente para a China, que absorveu 32 milhões de toneladas e garantiu bons preços aos produtores.

15%

vestem fardas e repreendem os internos com rispidez. Tao garante que não há força bruta em seu tratamento, baseado em atividades físicas, pílulas antidepressivas e “aulas” —aquelas que a menina Zhang chamou de “lavagem cerebral”. O objetivo, diz o psiquiatra, é “trocar a memória” dos internos, para neutralizar a sensação de recompensa do vício. O índice de sucesso é de 70%, afirma Tao. O psiquiatra se irrita com as críticas publicadas na imprensa americana que acusaram o método chinês de reabilitação de ser contra os direitos humanos. “Esses meninos chegam como zumbis, não estudam, não interagem com os outros. Não tratá-los é que seria contra os direitos humanos”. Ele conta que 90% dos internos são viciados em jogos

9 14%

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CARTÕES DE CRÉDITO E DÉBITO

Os cartões mantiveram o ritmo de crescimento no faturamento dos últimos anos, segundo a Abecs, entidade do setor. Para Raul Moreira, da Abecs, os dados refletem uma mudança cultural do consumidor, que acha o cartão mais seguro que o dinheiro. O dado também reflete o aumento das contas em banco.

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MÁQUINAS AGRÍCOLAS

13,5%

13%

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ÁGUA MINERAL

Fernando Holiday, 20, subverte todas as expectativas. A começar pelo nome: Fernando Silva Bispo adotou “Holiday” em homenagem à cantora Billie Holiday, do hino antirracista “Strange Fruit”. Mas “música não tem nada a ver com ideologia”, diz ele, o vereador mais jovem de São Paulo, negro, gay e contrário aos movimentos negro e LGBT. A discussão sobre apropriação cultural —em que um grupo questiona a adoção de elementos de uma cultura por outro— é “coisa de gente que não tem o que fazer”, e o debate sobre as marchinhas politicamente incorretas aponta para uma migração da esquerda do campo da política, onde foi derrotada, ao da cultura, onde “tenta sobreviver”, diz o vereador do DEM e integrante do MBL (Movimento Brasil Livre). Na Câmara, é ao mesmo tempo autor de um pedido de cassação da colega Juliana Cardoso (PT) e alvo de um pedido de cassação produzido pela bancada petista, frutos de um bate-boca na semana passada. Um membro de seu gabinete acompanhava um YouTuber que abriu a porta da sala da liderança do partido do PT a fim de interromper uma reunião. Mais tarde, durante a sessão, Cardoso foi na direção de Holiday, gritando que era um “moleque”. Bem-articulado, mas com olhar sempre direcionado para baixo, o vereador diz ter economizado 60% da verba de gabinete e 100% daquela para materiais (R$ 23 mil) em seu primeiro mês —a Câmara ainda não divulgou a prestação de contas de janeiro. Planeja retomar o curso de direito no Instituto de Direito Público, onde completou o primeiro semestre, e mudarse para o centro. Por enquanto, diz pegar carona todos os dias de sua casa, o sótão do escritório do MBL, na Vila Mariana (zona sul), até a Câmara.

É um discurso fraco, porque muitas das minhas propostas são justamente para beneficiar os mais pobres, dando a eles maior poder. Cheguei aqui principalmente devido à indignação de brasileiros que foram às ruas, das mais diferentes classes sociais, religiões, grupos raciais, uma diversidade muito grande e cansada de como a política estava sendo levada e que queria algo diferente. Acho que represento

TV POR ASSINATURA

A economia cresceu mais em 2013 do que em 2012. Estimativa de analistas, consultados pelo BC, é que a expansão tenha sido de 2,3%. Um avanço frente a 2012, cujo crescimento foi de 1%. Ainda assim, frustrou expectativas de uma retomada mais vigorosa e evidenciou empecilhos mais difíceis de superar.

Exercícios físicos Marchas e exercícios inspirados na disciplina militar para treinar os pacientes do campo a respeitar as regras e reintegrá-los à convivência

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Apoio psicológico Terapia individual e de grupo. Sessões intensivas de “reeducação”, com palestras sobre os males dos jogos eletrônicos, orientação sexual e amorosa e musicoterapia

An ha ng ab aú

An ha ng ab aú

shopping, mas cedeu a galeria para o Masp. Algumas poucas exposições e desfiles de moda aconteceram até 2004. O arquiteto Paulo Mendes da Rocha projetou uma cobertura para a entrada da galeria na praça do Patriarca. A ideia de transformá-la em Museu da Cidade não vingou. Em 2011, o prefeito Gilberto Kassab anunciou que viraria um anexo da prefeitura, com auditório. A galeria continua vazia. Praça do Patriarca, 2

Theatro Municipal

PALACETE RODRIGUES ALVES

Um palacete em estilo art nouveau, que pertenceu à família do presidente Rodrigues Alves, está desocupado desde 2003. Construído há exatos cem anos, quando o ex-presidente tinha voltado a ser governador do Estado, é um raro remanescente da primeira ocupação do bairro de Higienópolis. Pertencente ao INSS, ele serviu de custódia da Polícia Federal. O mafioso italiano Tommaso Buscetta e ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, conhecido por Lalau, passaram temporadas ali. O INSS vendeu o imóvel em 1990 para a construtora Encol, mas o retomou em razão de dívidas. Um projeto para transformá-lo em museu da arquitetura nunca saiu da prancheta. Moradores das imediações do casarão reclamam de assaltos junto ao imóvel vazio. O INSS negocia a transferência do imóvel com a prefeitura, segundo sua assessoria, por meio de compensação previdenciária.

Prefeitura

R. Piauí, 527 r. Pia uí

R. Antonio de Godói, 22 REPÚBLICA av. São Joã o Largo do Paiçandu

HIGIENÓPOLIS

r. da

3

ão olaç Cons

Leia mais em folha.com/spociosa

Tratamento médico São usados métodos da tradicional medicina chinesa, como acupuntura e aplicação de ervas, mas também remédios antidepressivos

Xu Yanzhang, 18, está pela terceira vez em clínica para viciados em internet

B4 cotidiano

ALTERNATIVO Com ajuda de medicina chinesa, Phelps tenta 24ª medalha olímpica

O vereador Fernando Holiday, 20, em seu gabinete na Câmara Municipal

EF TERÇA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2016

Pág. B7 h

RAIO-X Idade 20 anos Formação Cresceu em Carapicuíba (Grande SP), estudou em escolas públicas e está com o curso de Direito no Instituto de Direito Público trancado Carreira política Integrante do Movimento Brasil Livre desde 2015, é filiado ao DEM

ENTREVISTA DA 2ª FERNANDO HOLIDAY, 20

Após perder na política, a esquerda reage na cultura NEGRO E GAY, VEREADOR MAIS JOVEM DE SÃO PAULO CRITICA COTAS RACIAIS E REJEITA DEBATE SOBRE O POLITICAMENTE CORRETO esse sentimento. O que pretende fazer pelos pobres? E pelas minorias?

A maior luta vai ser contra a burocracia. Procurar parcerias com a iniciativa privada para beneficiar essa população, agilizar processos que, dependendo só do serviço público, demoram muito tempo. Quanto às minorias, acredito que muitas das políticas sociais implantadas na tentativa de se combater esses preconceitos vêm falhando. É um

processo que não dá para mudar com uma legislação, mas por meio do exemplo. Quanto mais gays, lésbicas, bissexuais, negros e outras tantas minorias conseguirem demonstrar à sociedade que sim, são capazes de alcançar o sucesso pelo mérito e, tendo oportunidade, são capazes de fazer um bom trabalho, aí sim você vai vencer o preconceito. Mas como terão oportunidade?

Não deve haver política separada para os negros nem os

LGBT. Essas pessoas devem ser englobadas em todos os programas sociais que existirem no serviço público. À revista “The Economist”, você disse que o movimento contra marchinhas politicamente incorretas surgiu por causa do impeachment de Dilma Rousseff. Por quê?

O impeachment foi uma sinalização da queda da hegemonia da esquerda. Enquanto o PT esteve no poder, as ideologias à esquerda tiveram uma

predominância natural. O impeachment é a queda desse monopólio. Com milhões de pessoas indo às ruas contra um governo de esquerda, surge outro lado latente, outra versão. Logo, aqueles que estavam predominando e que estão em queda precisam reagir. Boa parte dessa reação vem pelo caminho cultural.

Danilo Verpa/NOPP

O debate sobre apropriação cultural segue essa lógica?

É conversa fiada, coisa de gente que não tem o que fazer.

Resumo Em 15 de fevereiro, a filha da aposentada Francisca Ferreira de Vasconcelos, 74, foi agredida e assassinada a tiros, em Fortaleza (CE). Nascida Antônio Cleilson Ferreira de Vasconcelos, 42, adotou o nome Dandara Kethlen. Quatro homens foram presos e outros quatro adolescentes, apreendidos, suspeitos de participarem da morte da travesti. Eles gravaram um vídeo com as agressões, que viralizou na internet.

MINHA HISTÓRIA FRANCISCA FERREIRA DE VASCONCELOS, 74

(...) Depoimento a MARCEL RIZZO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM FORTALEZA

Temos um país miscigenado. É impossível dizer que haja descendentes diretos de escravos por conta da grande mistura. O brasileiro tem uma identificação com o continente africano. Somos todos brasileiros e dane-se a cor da pele e se você se sente ou não parte de um determinado grupo. Servidor de seu gabinete acompanhou um YouTuber que abriu a porta de uma sala onde a liderança do PT se reunia. Considera essa uma atitude razoável? Vai puni-lo?

Não houve invasão. Meu assessor sequer chegou a entrar, estava de fora. Houve exagero completo. Impedi-lo de circular no corredor ou de filmar qualquer coisa já é demais.

A carioca Rafaela Silva, 24, com sua medalha de ouro

ouro

O MBL apoiou o impeachment de Dilma. Estão satisfeitos com o governo de Michel Temer (PMDB)?

Não demorou para o MBL voltar às ruas, considerando todas essas insatisfações?

Não, porque há outros meios que não as ruas de cobrar. No caso do Romero Jucá, havia forte tendência do governo de mantê-lo como ministro, e a pressão das redes sociais acabou forçando-os a voltar atrás. É uma sinalização do poder que esses movimentos acabam tendo pela internet, que acaba substituindo a manifestação de rua.

Bem brasileira CARIOCADACIDADEDEDEUS,RAFAELA,24,CONQUISTA1ºOURODOPAÍS DO RIO DO ENVIADO AO RIO

A primeira medalha de ouro do Brasil na Rio-2016 não poderia ter sido mais carioca. Veio dos golpes da judoca Rafaela Silva, 24, criada na Cidade de Deus, favela a 8 km da Arena Carioca 2, local do triunfo no Parque Olímpico, na zona oeste do Rio. Uma mulher negra que quase abandonou a carreira após sofrer ofensas racistas ao ser eliminada na primeira luta em Londres-12. E que entrou no judô aos cinco anos para lidar com a própria agressividade no ambiente em que vivia.

SEQUÊNCIA DE OURO

Foi no seu quintal, com familiares e amigos na arquibancada, que ela chegou ao topo do pódio na categoria leve (até 57 kg). “Ser campeã olímpica começando o judô como brincadeira é inexplicável”, disse. Olhar firme e boca cerrada eram os gestos que repetia antes de cada uma das cinco lutas que venceu para chegar ao ouro. Só os urros antes do combate revelavam seu traço mais suave: o aparelho de dente com borracha verde e amarela. No percurso até o ouro, derrotou tanto o trauma de Londres-12 como sua algoz há quatro anos. Nas quartas, superou com facilidade a húngara Hedvig Kara-

kas. Na semifinal, uma batalha de 7min05s contra a romena Corina Caprioriu —o tempo normal (4 min.) terminou empatado. Para o técnico Mário Tsutsui, o triunfo que forjou a medalha de ouro. O último urro de esforço veio após a vitória sobre a mongol Sumiya Dorjsuren, número um do mundo. Superou-a por um waza-ari aplicado na primeira metade da luta. Rafaela ajoelhou no tatame, abraçou o treinador e pulou na grade da arquibancada para comemorar com a família. Nesse momento, já era a campeã olímpica. (ITALO NOGUEIRA, JOSÉ HENRIQUE MARIANTE E LUCAS VETTORAZZO) » LEIA MAIS nas págs. B2 e B3

O wazari de Rafaela Silva

No wazari, as costas do judoca tocam parcialmente o tatame. Se as costas tivessem tocado totalmente o chão, seria um ippon, com fim imediato da luta

VINICIUS TORRES FREIRE Excepcionalmente, a coluna não é publicada hoje

Camisa pendurada em armário no gabinete do vereador

Aquário e objetos do gabinete de Fernando Holiday (DEM)

Quadro com rosto de Holiday presenteado por um seguidor

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DOMINGO, 26 DE MARÇO DE 2017

Fotos Jarbas Oliveira/Folhapress

Ser negro é só aparência?

Não. O governo Temer tem diversos erros. Quando tentaram manter Romero Jucá como ministro do Planejamento, atacamos, cobramos a saída. Recentemente não achamos adequada a nomeação de Moreira Franco. Agora vamos voltar às ruas, principalmente em defesa da Operação Lava Jato.

★★★

Dona Francisca diz sentir agonia por não ter realizado desejo da filha: ter um gato cvc.com.br

B1

Eram outros estilos de vídeo. O caminho ali era buscar o debate por meio do humor. Quando começam as manifestações, o impeachment passa a ser o foco do movimento, e a gente acaba aderindo a um perfil mais sério. Não tenho vergonha, mas tenho cautela para que as pessoas não confundam o que era o projeto de início com o que é agora. Queria fazer uma provocação. As cotas raciais oferecem um privilégio ou separam as pessoas de acordo com a sua aparência. Você pode divergir se uma pessoa é negra ou não da mesma forma que pode divergir se uma mulher é gostosa ou não. Alguns vão achar machista. Não acho que seja.

PIB 2,3%

GALERIA PRESTES MAIA

Com 6.000 m², está sem uso há mais de 20 anos. Quando aberta em 1940, aproveitando a estrutura do recém-construído “novo” Viaduto do Chá, era ponto de encontro de artistas. Com paredes e colunas revestidas de mármore, e duas esculturas de Victor Brecheret dando as boas-vindas, recebia exposições e salões de artes. Em 1º de março de 1955 recebeu o primeiro lance da primeira escada rolante pública da cidade (já existia outra no prédio da Bienal, no Ibirapuera, mas que só era acessível durante os eventos ali). A partir dos anos 1970, abrigou a Cohab e um centro de atendimento para soropositivos. Nos anos 1990, o prefeito Paulo Maluf até cogitou a abertura de um

Vazio há 16 anos, o prédio de 24 andares e 11 mil m² no Largo do Paissandu pertence ao governo federal. Em 2015, ainda no governo Dilma, a propriedade foi a leilão, mas não houve nenhum interessado em pagar os R$ 21,5 milhões pedidos. Em 2010, foi anunciada uma parceria entre o Sesc, uma organização francesa e o governo federal para transformá-lo em polo cultural. Ficou no anúncio. Dois anos depois, a Secretaria de Patrimônio da União cedeu o prédio para a Unifesp, que instalaria ali o Instituto de Ciências Jurídicas. O projeto não vingou e o prédio foi tomado por movimentos de sem-teto. Por 20 anos, a torre de vidro hospedou a sede da Polícia Federal. Ali, o delegado Romeu Tuma anunciou a prisão do mafioso italiano Tommaso Buscetta e a descoberta da ossada do nazista Josef Mengele. Quando ficou pronto, no início de 1966, como sede da Cia. Comercial Vidros do Brasil (CVB), era um dos edifícios mais modernos de São Paulo. Foi um dos primeiros a ter as esquadrias revestindo toda a construção, com sistema de ar-condicionado embutido. É a maior obra do arquiteto Roger Zmekhol, filho de refugiados cristãos da Síria nascido em Paris, que chegou ao Brasil aos três anos de idade e se formou na primeira turma de arquitetura da FAU-USP.

Por que deletou vídeos antigos do YouTube em que dizia coisas como: “Então vamos fazer cotas para ‘gostosa’ porque tem muito lugar aí que está faltando. A FFLCH [Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP] que o diga: se fosse assim, não seria aquele zoológico, aquele pulgueiro”? Tem vergonha de comentários como esse e o considera machista?

Dizem que você só tem visibilidade porque é um jovem negro disposto a corroborar o pensamento dominante.

RAUL JUSTE LORES E EDUARDO KNAPP

EDIFÍCIO WILTON PAES DE ALMEIDA

1

Vivemos em uma sociedade livre. Em um mundo diversificado, onde se aceita o diferente. Deveria ser justamente o contrário. Essas pessoas que homenageiam outras culturas deveriam ser mais ouvidas. E por que não dizer que estão espalhando culturas que poderiam ficar restritas em determinadas localidades?

JULIANA GRAGNANI

Nem um pouco. Esses ataques correspondem a um susto da militância que, por muito tempo, disse representar essas minorias. Sou contrário às cotas raciais, apesar de ser favorável às cotas sociais porque os pobres no Brasil sofrem de igual forma. Diferenciar pobres e negros e pardos cria uma divisão desnecessária e incita ódio e preconceito.

OCIOSA

Joias arquitetônicas da capital, que comemora seus 463 anos nesta quarta (25), aguardam novos usos, depois de diversos projetos que não se concretizaram; em comum, pertencem a diferentes esferas do governo, que só pensaram em centros culturais nelas

‘WEB JUNKIES’ Como é a terapia chinesa

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SEGUNDA-FEIRA, 20 DE FEVEREIRO DE 2017

O crescimento do número de assinantes é motivado pela queda de preços e pelo aumento do custobenefício do serviço frente a outros tipos de lazer. “Pelo valor de dois ingressos inteiros no cinema, você compra um pacote de TV por assinatura”, diz o presidente da associação do setor, Oscar Simões.

SEGUROS

Em 2013, o total de prêmios diretos cresceu 13,5% até outubro, em relação a 2012, quando o crescimento foi de 22,8%. Ao todo, foram R$ 118 bilhões, segundo a Susep, autarquia reguladora. Para o órgão, o setor é impulsionado pelo aumento da renda e maior acesso a bens de consumo duráveis.

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Embalado pela alta da renda, o setor de água mineral estima ter vendido 11 bilhões de litros em 2013, 14% mais do que em 2012. Em 2014, a expectativa é crescer inéditos 20% com a Copa do Mundo. O plano é criar uma certificação, junto com o Inmetro, para turbinar a venda de garrafas de 330 ml e 500 ml.

13

O setor de máquinas agrícolas —pulverizadores, plantadeiras e arados— pegou carona na safra recorde para crescer. Além da produção de grãos maior, uma larva está aumentando as vendas no setor. Mais resistente, ela está obrigando produtores de soja a fazer mais pulverizações nesta safra.

GRADUAÇÃO À DISTÂNCIA

Com a educação se consolidando como investimento prioritário para o brasileiro, a graduação à distância cresceu em 2013. De 2001 a 2012, o número de matrículas aumentou mais de 20.000%. Além de ser prioridade para as famílias e mais barata que a presencial, a modalidade foi impulsionada pela ascensão da classe C.

★★★

on-line. Os mais populares são o Dota e o World of Warcraft (WOW). Pode ser grego para não iniciados, mas são nomes que ocupavam boa parte das vidas dos internos. Xu Yanzhang, 18, está em sua terceira passagem pela clínica. Tímido, conta que jogava no mínimo quatro horas por dia. Mas não se considera um viciado. Por ele, estaria na escola, se preparando para o “gaokao”, o vestibular chinês. “Esse tratamento é um desperdício de tempo e dinheiro”, diz ele, de cabeça baixa. A conta é salgada. Cada interno custa aos pais 9.300 iuanes (R$ 3.592) por mês, o triplo do que ganha a maioria das famílias chinesas. Tao diz não achar caro pelo serviço prestado e encerra o assunto sem rodeios: “Não somos uma instituição de caridade”.

DE SÃO PAULO

Você é negro e homossexual. Seus críticos dizem que você é racista e homofóbico. Você se considera assim?

PALÁCIO DOS CORREIOS

Com apenas duas salas de exposição e esse saguão majestoso (e vazio), o Centro Cultural dos Correios é uma versão bastante modesta do que a estatal prometia para São Paulo. Em 1997, foi feito até concurso para o projeto de arquitetura, vencido pelo escritorio paulistano Una. Teria um teatro, dois cinemas, um restaurante-bar, uma casa de chá e um café no último andar, com a bela vista do Anhangabaú com a avenida São João. No palácio desenhado pelo escritório Ramos de Azevedo, em uma área maior que a do Theatro Municipal, resta hoje uma agência postal e o pequeno centro de 1.280 m² (contando o saguão). A estatal abriu em 1993 seu primeiro centro cultural no Rio, com duas vezes e meia o tamanho da filial paulista, que só foi inaugurada em 2013. A estatal avisa que a criação dos restaurantes, teatro e cinema estão “em fase de planejamento”, 20 anos depois do projeto.

Jovens são internados em clínicas para deixarem de passar o dia todo na internet; método militar de tratamento no centro visitado pela Folha é questionado

A12 entrevista da 2ª

NA TV

EF

esporte

Av. São João, s/nº

#víciodachina

Fotos Karime Xavier/Folhapress

MARINA DIAS DE BRASÍLIA

“Acho que caí numa pegadinha”. Ainda era manhã daquele 12 de maio de 2016, seu primeiro dia como presidente da República interino, e Michel Temer desligava o telefone no terceiro andar do Palácio do Planalto com a sensação de que havia sido enganado. Um minuto e meio antes, do outro lado da linha, falava o radialista Jorge Garcia, da rádio “El Mundo”, de Buenos Aires, que Temer pensou se tratar do presidente da Argentina, Mauricio Macri. O portunhol, explicam

Weiwei Ji/Folhapress

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DOMINGO, 15 DE JANEIRO DE 2017

Alan Marques - 22.dez.2016/Folhapress

★★★

SP, 463

SÃO PAULO

Angé lica

Aos 14 anos, Zhang vive sob disciplina militar. Acorda às 6h e logo está enfileirada com outros 74 jovens para marchar durante 30 minutos. Os termômetros marcam zero grau. Até o toque de recolher, rigorosamente às 21h, o dia é consumido em uma sequência intensa de atividades, como sessões de reeducação e exercícios físicos. Zhang é a caçula de um grupo de jovens que passa meses isolado do mundo, numa clínica militar na periferia de Pequim. Vivem atrás de grades, mas não fizeram nada ilegal. O que os une é o diagnóstico em comum: são “viciados em internet”. O mais velho tem 30 anos. Todos foram levados à força pelos pais, que já não sabiam o que fazer para lidar com filhos que se desligaram da realidade para viver diante da tela do computador. Nove em cada dez são viciados em jogos eletrônicos. Alguns foram drogados e levados inconscientes ao centro de reabilitação. Outros, como Zhang, foram enganados pelos pais, que disseram a ela que iriam viajar. Quando a menina percebeu, esperneou e resistiu à internação, mas foi imobilizada por funcionários do centro e teve que ficar. Cinco meses depois, ela já aceita melhor a situação. Lembra que passava até seis horas por dia jogando na internet e afirma que o tratamento ajuda a “controlar suas emoções”. “Mas continuo não gostando deste lugar. É muito deprimente e as aulas são pura lavagem cerebral. Isso aqui é como uma prisão”, diz. Em 2008, a China foi o primeiro país a considerar o vício em internet um distúrbio mental, conhecido como IAD (distúrbio de adição à internet, na sigla em inglês). A classificação ainda é tema de debate. Em seu mais recente manual, a Associação Americana de Psiquiatria evitou incluir o problema na sua lista de distúrbios. A China não precisou de mais teoria para passar à prática. Em 2009 já havia no país cerca de 300 campos de reabilitação dedicados ao vício em internet. Hoje eles estão em torno de 400. A Folha visitou a primeira clínica surgida nessa onda, instalada no Hospital Geral da Região Militar de Pequim. Seu criador, o psiquiatra Tao Ran, gaba-se de ser um pioneiro no estudo da dependência em internet. No seu escritório, grandes fotos das aparições na TV e de encontros com celebridades mostram uma queda do doutor pela autopromoção. Ele não hesita em comparar a internet a drogas pesadas, como heroína, quando fala dos danos causados pelo vício ao cérebro. Tao cita uma pesquisa em que foram escaneados os cérebros de 160 viciados em internet. Segundo o psiquiatra, o resultado mostrou que a maior mudança ocorre nos lobos frontal e parietal. Essas áreas são o “centro do corpo humano”, diz Tao, por serem responsáveis por decisões, planejamento e lógica. “O metabolismo de glicose e oxigênio caiu entre 8% e 13%, o que significa que esses jovens passaram a ter ‘cérebros de jogos’. Muitas partes de seus cérebros ficaram disfuncionais”, explica. A proliferação de métodos extremos em alguns desses centros teve um desfecho trágico em 2009. Um menino de 15 anos foi espancado até a morte num campo da Província de Guangxi, sul da China. Na clínica do Dr. Tao, a linha-dura é visível. Os tutores

cotidiano B5

ga av . Sã iran o Joã . Ip o av SÉ Theatro Municipal

Av. São João, 281

ga av . Sã iran o Joã . Ip o av SÉ Theatro Municipal

av.

DE PEQUIM

An ha ng ab aú

MARCELO NINIO

Páginas do dia a dia

A8 poder

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DOMINGO, 23 DE FEVEREIRO DE 2014

An ha ng ab aú

Folha de S.Paulo

★★★

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A20 mundo

★★★

PRAÇA DAS ARTES

Aberta em dezembro de 2012 para abrigar orquestras, corpos estáveis e escolas do Theatro Municipal, o complexo de 29 mil m² jamais virou a praça do nome. O acesso ao Anhangabaú não ficou pronto e até hoje é cercado por tapumes. O prefeito Gilberto Kassab contratou o escritório Brasil Arquitetura (não houve concurso) para projetar a obra de R$ 136 milhões. Kassab deixou o cargo semanas depois da inauguração e durante a gestão Haddad, a obra empacou. No projeto original, seus grandes espaços abertos no térreo promoveriam a ligação entre Anhangabaú, avenida São João e rua Conselheiro Crispiniano. Haveria uma “Travessa das artes”, com espaço para lojas e restaurantes. A promessa era “revitalizar” a área com a praça. Quase todos os prédios vizinhos ao centro cultural foram invadidos por sem-teto. A praça ainda é invisível para muitos paulistanos.

Está difícil viver nessa casa, pretendo vendê-la. Morava aqui [imóvel de seis cômodos no bairro Conjunto Ceará, na zona oeste de Fortaleza] com Cleilson, a Dandara, com mais uma filha e uma neta. Tudo me lembra ele. Ainda estão aqui as roupas que meu filho vendia. Roupas usadas, que ganhava de amigos. Ele era muito querido. Neste mais de um mês desde que ele morreu, já chorei muito, já fiquei com raiva, dei muitas entrevistas, já falei com o governador [Camilo Santana, do PT, que recebeu Francisca no Palácio da Abolição, no dia 10 de março], mas o que mais me deixa agoniada é que Cleilson me pediu para ter um animal de estimação, um gato, e não deixei. Isso me agonia agora. As lembranças dessa casa são também de meu outro filho que morreu, o Alisson. Ele também era travesti, se chamava de Sheila. Ele morreu numa queda. Ele tinha convulsões, e em uma delas acabou caindo, batendo a cabeça e morrendo. Em maio agora faz dois anos.

CASA VAZIA

Mãe de travesti assassinada em Fortaleza relata ausência deixada pela filha e fala do sofrimento e da dor por não ter conseguido socorrer Dandara, 42, que pedia por ela ao ser espancada

NASCEU MULHER

O Cleilson, a Dandara, era extrovertido. Falava “que já havia nascido mulher”. Estudou só até a oitava série. Tinha uma veia de humorista. Pessoas vinham até em casa para ouvi-lo contar piadas. Eu sempre achei que ele seria humorista. Uma vez perguntei por que havia escolhido Dandara, e ele disse que era um nome internacional. Era Dandara Kethlen. Não entendo até agora porque a imprensa escreve Dandara dos Santos, esse dos Santos nunca existiu. Uma das minhas netas disse que é porque agora o Cleilson vai virar um santo. Nós, familiares, só o chamávamos de Cleilson. Os amigos o chamavam de Dandara. O Alisson era mais fechado. Ele era sete anos mais novo que Cleilson, mas quando completou 25 decidiu ir para São Paulo. Disse que um amigo arrumaria emprego. Lá colocou silicone, fui contra. Ele gastou R$ 6.500, e tentou ir para a Espanha, dizia que trabalharia por lá. Olha só o que falaram para o meu filho Alisson: que ele chegasse lá no aeroporto, em Barcelona, e falasse que

passaria férias na Espanha, em um hotel cinco estrelas. Mas ele tinha R$ 900 no bolso. Na entrevista no aeroporto viram o pouco dinheiro, não acreditaram na história, e o deportaram. AIDS E PRECONCEITO

O Cleilson também morou em São Paulo e no Rio. Mas os dois acabaram voltando para casa, principalmente quando ficavam doentes. Eles tinham HIV. Eu gostava de têlos aqui perto, nunca achei que algum mal aconteceria, apesar de todo o preconceito por eles terem assumido a homossexualidade. Nunca percebi que os dois poderiam ser homossexuais, quando crianças. Nenhum dos dois me contou diretamente, eu descobri. No caso do Cleilson, uma menina um dia veio aqui e pediu para falar com ele. Ficaram ali dentro mais de uma hora. De repente ela saiu chorando. Me falou que se declarou, mas ele disse que não gostava de meninas, gostava de homens. Tinha 17 anos. “Não sinto atração por mulheres, mãe”, ele me dizia assim desde então. Nunca rejeitei meus filhos, sempre tive muito carinho por eles. O que vamos fazer, matá-los pela opção que escolheram seguir? Meu ex-marido foi embora faz 20 anos. Ele sempre teve uma relação distante com os filhos, mas anos depois uma colega me disse que ouviu da boca dele que iria embora porque dois dos filhos estavam virando ‘baitolas’. MORTES

Eu tive dez filhos. Três já morreram. Além de Cleilson e do Alisson, perdi uma garotinha quando ainda era pequena. Tenho 23 netos e três

Espero Justiça, que todos que fizeram mal ao meu filho paguem por isso. E que seja algo que faça as autoridades olharem mais para o preconceito e o ódio. O pior é o ódio que sentiam pelo meu filho. O que ele fez para merecer morrer desse jeito?

Dandara era Cleilson para a família; ela tinha outra irmã também travesti

FRANCISCA DE VASCONCELOS Aposentada

bisnetos. A família é grande, mas agora tenho um vazio. Meu filho estava debaixo de umas árvores, que ficam aqui no fim da rua, depois do almoço. Pegaram ele lá e levaram para o Bom Jardim [bairro distante 4 km do Conjunto Ceará]. É um bairro bonito, mas falam que está muito perigoso. Muito. Estava em casa, quando um homem chegou e pediu para ver uma foto do Cleilson. Mostrei, ele disse que não era o homem morto no Bom Jardim, mas vi que ele mentia. Depois ele cochichou com os vizinhos e eu soube. Me dói que eu não estava lá. Falam que ele pedia por mim, que ele pedia água. Os moradores do local onde ele morreu se esconderam nas casas, mas ligaram para a polícia, que chegou só tempos depois, e porque os moradores diziam que os bandidos ateariam fogo no corpo. Eles atiraram pedra no meu filho, chutaram, bateram. O caixão precisou ficar fechado no velório e no enterro, ele estava desfigurado. MENTIRAS

Não vi todo o vídeo, só uma cena, quando participei de um programa [de TV em São Paulo]. Ouvi muitas mentiras, de que meu filho tinha dívida por droga, de que havia brigado. Meu filho vendia roupas usadas para me ajudar, e dizia que o sonho era poder ter dinheiro para terminar essa casa. Morreu por ódio e preconceito. Foi ainda mais dor para enterrá-lo. O único lugar inicialmente que teríamos para enterrá-lo era num cemitério no Bom Jardim, justamente no bairro em que ele morreu. Quando o Alisson se foi, o [jazigo] que temos em Antônio Bezerra [bairro da zona oeste de Fortaleza] já estava cheio, então tivemos que enterrá-lo em um emprestado lá no Bom Jardim. O Alisson continua lá, vai ficar mais três anos até eu poder tirá-lo. Mas o Cleilson não queria colocar lá. Conseguimos dinheiro emprestado, R$ 1.500, para enterrá-lo em um cemitério novo. Seria horrível ter que voltar ao Bom Jardim toda vez que quisesse visitar meu filho. Espero Justiça, que todos que fizeram mal ao meu filho paguem por isso. E que seja algo que faça as autoridades olharem mais para o preconceito e o ódio. O pior é o ódio que sentiam pelo meu filho. O que ele fez para merecer morrer desse jeito?


Folha de S.Paulo

turismo QUINTA-FEIRA, 9 DE JANEIRO DE 2014

F1

DEPOIMENTO Na chapada, suei mais nas trilhas do que na sauna xamânica Pág. F5

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J.P.CUENCA Ao escolher seu bar em uma cidade, turista se sente abraçado Pág. F6

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Eduardo Knapp/Folhapress

Produção Aline Prado

Cadernos Semanais

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EF

Adams Carvalho

turismo QUINTA-FEIRA, 19 DE JANEIRO DE 2017

Fernando Genaro - 25.jan.2016/Folhapress

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Em busca de paz e de

autoconhecimento, turistas fazem as malas e embarcam para lugares como a Índia e a Chapada dos Veadeiros; confira pacotes para os destinos esotéricos mais tradicionais

MAGÊ FLORES GUSTAVO SIMON DE SÃO PAULO

Com o começo de 2014, que tal fazer as malas para um lugar diferente? Como escreveu Gilberto Gil, uma viagem para “dentro de si mesmo, mesmo que lá fora”. O trecho é da música “Meditação” —não por acaso, uma das práticas que leva muita gente a lugares como a Índia, Machu Picchu, no Peru, e a Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Visitar atrações turísticas consagradas fica para segundo plano. Nada de descansar em um hotel de luxo, fazer compras ou ir a restaurantes estrelados; o que esse tipo de viajante busca é um caminho para o autoconhecimento.

“Isso não depende de um lugar específico, mas há locais que são mais propícios”, diz Karin de Guise, que guia grupos em roteiros voltados ao estudo de religiões ao lado do marido, o antropólogo francês Jean-Yves Leloup. “E quando você sai da cidade onde mora, fica muito mais fácil despertar a sensibilidade”, acrescenta. O casal trabalha em parceria com a agência Latitudes, de São Paulo, que organiza “viagens de conhecimento”. São roteiros acompanhados por guias especialistas em, por exemplo, ioga, meditação, filosofia e espiritualidade, os chamados “facilitadores”. A agência começou a explorar esse filão há dez anos, com uma viagem para a Índia organizada a pedido de

um professor de ioga. Hoje, cerca de 25% das 40 viagens feitas pela agência anualmente têm esse viés. Os roteiros devem incluir momentos de introspecção, como massagens, sessões de meditação, visitas a templos milenares e caminhadas —de preferência longas— em meio à natureza. Mas também podem aproveitar seus muitos participantes para o que alguns guias chamam de sinergia energética, com rodas de dança e “vivências” coletivas. A atriz Mayara de Castro, 64, divide sua vida em “antes e depois de ir a Machu Picchu”, na década de 1990, ma viagem que, segundo ela, “ampliou horizontes”. “Fazer um passeio desses é entrar em outro patamar, distante das dificuldades cotidianas, e relaxar em um lugar de paz”, ela diz.

» LEIA MAIS nas págs. F4 a F6

CONCENTRAÇÃO Dicas para uma viagem realmente esotérica – Certifique-se da seriedade de quem vende o pacote —não basta seguir seu coração – Prefira viagens que tenham um “facilitador”, um guia especializado que oriente cada passo do roteiro – Pesquise o trabalho do “facilitador”, para ver se aquilo que ele diz faz sentido para você – Pergunte se a agência organiza reuniões antes e durante a viagem, para ajudar a calibrar suas expectativas e aprofundar a experiência – Tenha consciência de que o roteiro não servirá para encontrar o sentido da vida —nem confunda-o com uma viagem de compras e balada Fontes: as agências Latitudes e Freeway e os guias Karin de Guise, Carmen Balhestero e Marcos Rojo

Robert Harding/Latinstock

VIAGEM

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tturismo urismo QUINTA-FEIRA, 12 DE JANEIRO DE 2017

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turismo QUINTA-FEIRA, 1° DE JUNHO DE 2017

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A CHICAGO DE OBAMA

VIAGEM COMPARTILHADA

Roteiro revela lugares favoritos do presidente americano, que deixa a Casa Branca no próximo dia 20, como as sorveterias e galerias de arte que frequentava com Michelle quando era estagiário » LEIA nas págs. D4 e D5

Repórter vai de São Paulo ao Rio para experimentar na pele o que é dividir transporte, passeio, hospedagem e até mala em fim de semana ‘colaborativo’, como reza a moda » LEIA nas págs. D4 e D5

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» LEIA nas págs. D4 e D6

Bloco de Carnaval em Perdizes, na zona oeste de São Paulo Escultura de aço “Cloud Gate”, no Millennium Park, em Chicago


VEJA 134 OFERTAS

EF D1

DOMINGO, 7 DE AGOSTO DE 2016

VAGAS, IMÓVEIS, VEÍCULOS E NEGÓCIOS

Ilustração Edson Sales

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EF DOMINGO, 12 DE NOVEMBRO DE 2017

Prédio da construtora Huma, no Itaim

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Folha de S.Paulo

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CASA, CARRO, CARREIRA E OUTRAS COISAS QUE FACILITAM A VIDA

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VEJA 20 OFERTAS

EF DOMINGO, 24 DE DEZEMBRO DE 2017

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sobre

VAGAS, IMÓVEIS, VEÍCULOS E NEGÓCIOS

TUD O

Adriano Vizoni/Folhapress Produção Aline Prado

Novos imóveis de alto padrão fogem de estilo exibicionista e buscam integração com a cidade PÁG. 2

PENSE MENOS CABEÇA VAZIA AJUDA A TER IDEIAS MAIS CRIATIVAS, MOSTRA NOVO ESTUDO

» LEIA na pág. D3

CASA, CARRO, CARREIRA E OUTRAS COISAS QUE FACILITAM A VIDA

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esqueceram de mim

Sonhos de consumo nos anos 1980 e 1990, hatches médios perderam espaço para jipinhos, mas oferecem melhor custo/benefício Pág. D6

VEJA 58 OFERTAS

EF DOMINGO, 2 DE ABRIL DE 2017

D1

VAGAS, IMÓVEIS, VEÍCULOS E NEGÓCIOS

sobre

TUDO

CASA, CARRO, CARREIRA E OUTRAS COISAS QUE FACILITAM A VIDA

★ ★ ★

Produção Aline Prado Agradecimento Ofner e barista Lucas Morgerote

gênios da lâmpada

Luminárias minimalistas, que expõem bulbos e filamentos, são tendência em feira de design; veja qual tipo de iluminação é mais econômico Pág. D4

Eduardo Knapp/Folhapress

★ ★ ★

‘PÓS-LUXO’ CHEGA À CONSTRUÇÃO

EF DOMINGO, 2 DE ABRIL DE 2017

É MUITA FRESCURA SOLUÇÕES PARA REFRESCAR A CASA EM CURTO, MÉDIO OU LONGO PRAZO Pág. 4 EMPRESAS LIBERAM USO DE BERMUDA E CHINELO NO ESCRITÓRIO Pág. 5 PELÍCULA BLOQUEIA RAIOS DO SOL E REDUZ CALOR DENTRO DO CARRO Pág. 2

D1

ELES SÓ FAZEM O QUE AMAM JOVENS DA GERAÇÃO Y QUEREM TRABALHO DOS SONHOS LOGO DE CARA E ESTÃO DISPOSTOS A MUDAR DE EMPREGO ATÉ ALCANÇAR ESSE OBJETIVO, MAS SER SELETIVO DEMAIS PODE PREJUDICAR A CARREIRA Pág. D3

farol alto

Eduardo Sodré: “Etanol tem tudo para substituir o petróleo em projetos de mobilidade limpa”

jogando verde Pág. D2

André Trigueiro: A sociedade deve exigir rastreabilidade de toda carne produzida no país e punição para quem não atua de forma ética Pág. D2

maior e mais leve

Segunda geração do VW Tiguan, que chega ao Brasil em 2018, perde peso, mas ganha novo sistema de tração e mais espaço interno Pág. D4

pesquisa Datafolha

Para classe A, lazer é o melhor da vida em condomínio Pág. 10

concierge e massagem

Apartamentos diminuem, mas serviços crescem Pág. 6

lian

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A CIÊNCIA VAI VENCER A LUTA CONTRA O

Produção Aline Prado

SEXTA-FEIRA, 1º DE ABRIL DE 2016

EF

ab

DOMINGO, 27 DE MARÇO DE 2016

1

Danie

l Alm eid a

CÂNCER?

Ilustr ação

NO MEIO DO

caminho Profissionais chegam a pedir demissão do emprego para cursar mestrado em busca de promoções ou novos rumos » LEIA nas págs. 4 e 5

ESPECIAL PÓS-GRADUAÇÃO ab

★★★

DOMINGO, 26 DE JANEIRO DE 2014

faça sua

APOSTA

Brasil tem mais de 5.500 cursos só de mestrado e doutorado, além de milhares de especializações; veja o que você precisa analisar para escolher o seu

A CADA DIA, MILHARES DE PESSOAS NO MUNDO RECEBEM O DIAGNÓSTICO DE CÂNCER. SE NO PASSADO ISSO ERA UMA SENTENÇA DE MORTE, NO FUTURO ESPERA-SE QUE A DOENÇA SEJA CRÔNICA E CONTROLÁVEL, COMO A AIDS. FÓRUM PROMOVIDO PELA FOLHA SOBRE

★★★

ab

DOMINGO, 10 DE SETEMBRO DE 2017

CONTRA OU A FAVOR

Mudança na lei vai adequar a educação às demandas do século 21 ou apenas perpetuar as desigualdades escolares? Leia duas opiniões Págs. 20 e 26

HOJE OU AMANHÃ

Escolas técnicas terão que definir se atendem o mercado atual ou se preparam alunos para profissões que ainda não existem Págs. 8 e 10

O TEMA MOSTROU UM MISTO DE OTIMISMO E REALISMO. ENQUANTO AS PESQUISAS AVANÇAM, OS CUSTOS DO TRATAMENTO DIFICULTAM SUA UNIVERSALIZAÇÃO. O CÂNCER DESAFIA A CIÊNCIA HÁ MAIS DE UM SÉCULO. NENHUMA OUTRA DOENÇA FOI TÃO ESTUDADA. POR DIA, SÃO PUBLICADOS EM MÉDIA 280 ARTIGOS CIENTÍFICOS SOBRE O TEMA. O CAMINHO PARA O FUTURO SE DIVIDE EM TRÊS POSSIBILIDADES: IMUNOTERAPIA, TERAPIA-ALVO E MANIPULAÇÃO DE DNA. NADA DISSO ELIMINA A PREVENÇÃO E O DIAGNÓSTICO PRECOCE. ENQUANTO A GUERRA NÃO É VENCIDA, PACIENTES COMEMORAM O SUCESSO EM CADA BATALHA. C ACESSE EM FOLHA.COM/COMBATEAOCANCER

afinidades eletivas

Saiba tudo sobre o novo ensino médio, que desafia o poder de decisão do jovem ao exigir a eleição de um caminho preferido entre linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica. A reforma só deve entrar em vigor em 2019, mas escolas se antecipam oferecendo conteúdos ‘customizados’ Págs. 3, 4 e 6

Produção Aline Prado

ESPECIAL

Gabriel Cabral/Folhapress

Tubos de ensaio vistos de cima

Ilustração Juliana Russo

Cadernos Especiais, Guia e revista sãopaulo

Fórum O Futuro do Combate ao Câncer

Foto Leo Eloy/Estúdio Garagem

Folha de S.Paulo

semináriosfolha


eleições2006

Folha de S.Paulo

Páginas vencedoras do SND 2006

EF

DOMINGO, 29 DE OUTUBRO DE 2006 ¤ ESPECIAL

1

>> ACOMPANHE A COBERTURA DA VOTAÇÃO E A APURAÇÃO NA FOLHA ONLINE

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Lula deve ser reeleito hoje, indica Datafolha Tel.: 0/xx/11/3224-3402 E-mail: cotidian@uol.com.br Fax: 0/xx/11/3224-2285

folhaCOTIDIANO

Serviço de atendimento ao assinante: Grande São Paulo 0/xx/11/3224-3090 Demais localidades 0800-775-8080

Página C 1 ★ São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 2006 ★ concluído à 1h25 G U E R R A

U R B A N A

FOTO 6.0 29.0

DOMINGO, 1º DE OUTUBRO DE 2006 ¤ ESPECIAL

A1

TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE COMO VOTAR HOJE Págs. A10 e A11 Adi Leite

torneiro mecânico presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo presidente do PT deputado federal presidente da República candidato a presidente

LULA

Everton Nunes/Folha Imagem

PCCatacaônibusebancos,

eleições2006

EF

Fotos Flávio Florido, Leonardo Wen/Folha Imagem e Juan Esteves

Pesquisa concluída ontem mostra atual presidente 22 pontos percentuais à frente de Alckmin; petista já canta vitória e pede trégua, enquanto tucano ainda fala em virada

promovemegarrebelião

No terceiro dia de terror provocado pela facção criminosa PCC, a violência se espalhou em São Paulo. Os ataques não se resumiram a bases da polícia. Ao menos 36 ônibus foram incendiados. Fóruns da Justiça também sofreram atentados. Pelos menos três agências bancárias e um prédio comercial foram atacados. Desde sexta, presos se rebelaram em 80 presídios (cadeias públicas e penitenciárias) —55 continuavam dominados pelos presos até o fe-

chamento desta edição—, superando a megarrebelião de 2001, quando houve motins em 29 unidades. O protesto teve a solidariedade de presos de Mato Grosso do Sul. Em uma das rebeliões de ontem, detentos de uma cadeia pública do interior jogaram colchões em chamas contra um delegado, que teve queimaduras em 64% do corpo. Em São Sebastião, oito presos morreram; em Ribeirão Preto, cinco. Segundo dados divulgados à noite pela Secre-

taria da Segurança Pública, 61 pessoas morreram nos atentados —36 agentes de segurança, dois civis e 23 suspeitos de participar das ações. Houve 13 mortes nas prisões, num total de 74 vítimas. O governo paulista nega que a situação esteja fora do controle e recusou ajuda do Exército. À Folha, o governador Cláudio Lembo (PFL) disse que já sabia dos ataques há 20 dias. Policiais que atuam na rua, porém, dizem que não foram alertados.

ALCKMIN

) Eleições - 1.out.2006

) Especial - 1.out.2006

) Eleições - 29.out.2006

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DA REDAÇÃO

39%

61%

dos votos válidos

dos votos válidos

A Folha recebeu nove prêmios de excelência gráfica na 28ª edição do Best Newspaper Design —O Melhor do Design de Jornais— por páginas publicadas no ano passado. A competição é promovida desde 1979 pela Society for News Design (SND), entidade internacional com sede nos Estados Unidos que congrega cerca de 2.600 profissionais de desenho gráfico de jornais em mais de 50 países. O jornal já havia sido premiado em outras sete ocasiões (1991, 1995, 1997, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004), mas esse é o maior número de distinções obtidas pela Folha em um mesmo concurso —o mais importante da categoria. Na edição deste ano, na qual concorreram 351 publicações de dezenas de países, os jornais brasileiros receberam ao todo

) Cotidiano - 1. a 6 jan.2006 Militante de Geraldo Alckmin, em ato no Clube Espéria, em São Paulo Roberto Setton

enfermeira professora universitária vice-prefeita deputada estadual senadora candidata a presidente

HELOÍSA

74 mortes 156 ataques 80 rebeliões

) Ciência - 25.ago.2006

Disputa é promovida desde 1979 pela SND, grupo que reúne, em mais de 50 países, 2.600 profissionais de desenho gráfico de jornais

O comitê de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília

Marcelo Soubhia

eampliamedonoEstado

) Brasil - 11.jun.2006

Jornal foi o veículo brasileiro com mais páginas destacadas na 28ª edição da competição internacional da Society for News Design

médico anestesista vereador prefeito deputado estadual deputado federal governador candidato a presidente

Presos rebelados na cadeia de São Sebastião, no litoral de São Paulo; rebelião deixou oito presos mortos e 14 feridos

ef

SÁBADO, 3 DE MARÇO DE 2007

Folhaganhanoveprêmiosdedesign

Quem são, o que pensam, de que maneira atuam e como construíram suas carreiras os políticos que disputam hoje o mais importante cargo do país

Reginaldo Pupo/Folha Imagem

brasil

Páginas premiadas na 28ª edição do Best Newspaper Design (O Melhor do Design de Jornais, na sigla em inglês)

) Cotidiano - 15.mai.2006

Candidatos

Ônibus em chamas na estrada de Itapecerica, no Capão Redondo, zona sul; pelo menos dez veículos foram incendiados

A12

O

Heloísa Helena profere palestra na Confederação de Lojistas de Aracaju

CONHEÇA TAMBÉM A TRAJETÓRIA DOS HOMENS QUE CONCORREM AO GOVERNO DE SP

PRESIDENTE Luiz Inácio Lula da Silva, 61

completados na sexta, deve ser reeleito hoje para governar o Brasil até 31 de dezembro de 2010. Pesquisa Datafolha realizada ontem e anteontem dá a Lula 61% dos votos válidos, 22 pontos percentuais à frente de seu adversário do PSDB, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, 53. Confirmado o resultado, será a segunda vez que um presidente brasileiro é eleito por voto popular para dois mandatos consecutivos —o outro foi Fer-

nando Henrique Cardoso (1995-98 e 99-02). Antes dele, só Getúlio Vargas comandou o país por dois períodos (1930-45 e 50-54). Se eleito, Lula, ex-torneiro mecânico e líder sindical, será novamente o 39º presidente do Brasil. Estão registrados para ir às urnas 125.913.479 eleitores. Eles podem dar a Lula votação recorde em números absolutos. Em 2002, o petista teve 52.793.364 votos no segundo turno. Caso se confirme sua reeleição, Lula terá que lidar com a sombra da tentativa da compra de um dossiê contra tucanos por

membros de sua campanha. O Tribunal Superior Eleitoral investiga a responsabilidade do presidente, e a Polícia Federal tenta descobrir a origem do R$ 1,75 milhão envolvido na negociação. Dez Estados também elegem hoje seus governadores. No Rio, Sérgio Cabral deve manter o PMDB no poder. Será mais um entre os governadores a reforçar a base de aliados de Lula, que deve se expandir em relação à de 2002. A votação acontece em todo o país de 8h a 17h. O TSE estima que, até as 23h, 99% das urnas estejam apuradas.

RIO GRANDE DO SUL

MARANHÃO

PARANÁ

Ibope dá dez pontos de vantagem a Yeda Crusius (PSDB) sobre o petista Olívio Dutra na reta final Pág. 15

Roseana veste vermelho do PT para evitar que os Sarney sejam batidos no Estado depois de 40 anos Pág. 15

Requião (PMDB) tem 53% dos votos válidos contra 47% de Osmar (PDT), segundo pesquisa Datafolha Pág. 14

) Cotidiano - 5.fev.2006

) Mundo - 26.mar.2006

22 prêmios. Além dos nove concedidos à Folha, o “Estado de Minas” recebeu seis, o “Correio Braziliense”, quatro, “O Globo”, dois, e “O Dia”, um. As páginas da Folha premiadas estão publicadas em quadros nesta página. “As páginas selecionadas premiam a nossa constante preocupação com a harmonia entre conteúdo e forma. Informações bem apuradas, unidas a fotografias bem escolhidas e um trabalho gráfico de qualidade certamente tornam a leitura mais atraente”, disse Fábio Marra, editor de Arte da Folha. De acordo com o júri, os jornais mais bem desenhados do mundo foram Äripäev (Estônia), “El Economista” (Espanha), “Frankfurter Allgemeine” (Alemanha) e “Politiken” (Dinamarca). Os veículos impressos que mais receberam prêmios na 28ª edição foram: “The New York Times”, “Los Angeles Times”, “Excelsior”, “Hartford Courant”, “San Jose Mercury News”, “The Boston Globe”, “The South Florida Sun-Sentinel”, “La Presse”, “The (Cleveland) Plain-Dealer” e “El Mundo”.


>> www.folha.com.br/copa2006

¤ SEGUNDA-FEIRA, 10 DE JULHO DE 2006

Itália

)

www.folha.com.br/061903

copa 2006

APESAR DO FIASCO NO MUNDIAL,

ef >> www.folha.com.br/copa2006

BRASIL MANTÉM A

EF

LIDERANÇA NO RANKING FOLHA

TETRACAMPEÃ

¤ SEXTA-FEIRA, 30 DE JUNHO DE 2006

)

www.folha.com.br/copa2006

Antônio Gaudério/Folha Imagem

Siga Alemanha x Argentina e Itália x Ucrânia minuto a minuto

MAIS VELHO JOGADOR DA SELEÇÃO,

CAFU

SE ASSUME COMO PAIZÃO DO TIME E SAI EM DEFESA DE SEUS‘MENINOS’

HOJE Pág. D12

Começam as maiores quartas-de-final da história das Copas

RR Ronaldo, 29, e Ronaldinho, 26, durante treino da seleção, ontem, em Bergisch Gladbach

bem-me-quer, mal-me-quer

copa 2006 >> www.folha.com.br/copa2006

EF

Argentina Sérvia e M.

o pior da seleção

27%

13% 9%

1º Ronaldo

1º Ronaldinho

2º Kaká

2º Ronaldo

14%

12%

3º Ronaldinho

3º Cafu

7%

Maiores astros da seleção, Ronaldos monopolizam atenção e polarizam opiniões dos torcedores ................................................................................................

LEONARDO CRUZ

EDITOR-ASSISTENTE DA ILUSTRADA

Para o torcedor brasileiro, o sucesso do Brasil na Copa da Alemanha depende diretamente do desempenho dos dois Ronaldos da equipe de Carlos Alberto Parreira. É o que indica pesquisa nacional do Instituto Datafolha realizada nos dois dias seguintes à vitória do Brasil sobre Gana (3 a 0), na terça. Os dados apontam que o atacante do Real Madrid e o meia do Barcelona polarizam as atenções dos entrevistados. Segundo eles, Ronaldo e Ronaldinho estão entre os melhores —e também entre os piores— jogadores da seleção atual.

Pelo levantamento, 27% dos 2.828 entrevistados acreditam que Ronaldo é o melhor jogador do Brasil no Mundial. É seguido por Kaká, com 14%, e Ronaldinho, com 12%. O zagueiro Lúcio (7%), o volante Zé Roberto (6%), o goleiro Dida (5%) e o atacante Robinho (4%) surgem empatados em quarto lugar, pois a pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Os demais jogadores receberam 2% ou menos de menções, e 11% dos entrevistados não souberam dizer quem é o craque do Brasil na Alemanha. No pólo oposto, os Ronaldos também são indicados como os dois piores nomes da equipe.

Questionados sobre quem está sendo o pior jogador do Brasil, 13% apontaram Ronaldinho, e 9% citaram Ronaldo —o lateral e capitão Cafu aparece logo depois, com 7%. No ranking dos piores, o atacante Adriano, o volante Emerson e o lateral Roberto Carlos têm 6% cada um. Os demais foram indicados por 2% ou menos dos torcedores. É alto o percentual de entrevistados que crêem que não há pior jogador na seleção —19%. Além disso, 30% não souberam apontar seu desafeto. A relação de amor e ódio com os integrantes do escrete nacional varia (e muito) de acordo com sexo, escolaridade, região do país e grau de interesse por

futebol dos entrevistados. Entre os melhores, a liderança de Ronaldo cai quatro pontos e chega a 23% entre os que dizem gostar muito do esporte. Nesse segmento, a preferência por Kaká vai de 14% a 17%, e a por Ronaldinho oscila de 12% a 10%. Lúcio e Zé Roberto saltam cinco pontos cada um e chegam a 12% e 11%, respectivamente. A preferência pelo camisa 9 despenca entre os entrevistados com ensino superior. Para eles, Ronaldo e Kaká ficam empatados, com 18% cada um. Entre os que têm apenas nível fundamental, Ronaldo é o melhor para 32%, e Kaká, para 11%. Artilheiro do Brasil na Copa com três gols, o atacante é visto

como o melhor tanto por homens quanto por mulheres, mas entre elas o percentual é mais alto —30%, contra 24% para eles. Ainda entre as mulheres, Kaká e Ronaldinho empatam com 14%. Entre os homens, atrás de Ronaldo, aparecem na seqüência Kaká (14%), Ronaldinho (11%), Lúcio (11%) e Zé Roberto (10%). Por fim, na escolha dos piores, Ronaldinho é o eleito no Sudeste (15%) e no Nordeste (12%) e fica empatado com Ronaldo no Norte/Centro-Oeste (9%). Na região Sul, 9% escolhem o gaúcho, e Ronaldo surge como o pior, com 14%. LEIA MAIS D2

ao time, o jogador estava sem atuar havia quase dois meses e, durante a pré-temporada, sofreu com bolhas nos pés e febre. Ao deixar o gramado, o artilheiro da Copa-2002 foi fragorosamente vaiado, manifestação puxada pela torcida croata, mas com a qual os brasileiros foram pelo menos coniventes. Apesar da apresentação muito aquém da expectativa e de o resultado ter sido o mais magro do time em estréias de Copas desde 1986 (1 a 0 na Espanha), Parreira classificou de “excepcional” o saldo da largada. “Em Copa do Mundo, a vitória no primeiro jogo é fundamental, para criar um clima de confiança. É o primeiro degrauzinho que a gente sobe numa longa escadaria. Então acho que o resultado foi excepcional. A performance do time, evidentemente, vai melhorar.” Kaká, autor do gol num belo chute de fora da área e escolhido o melhor em campo, e Dida, que impediu o empate croata no segundo tempo, foram os nomes brasileiros do jogo. Em sua estréia em Copas como maior estrela do futebol mundial, Ronaldinho não brilhou. Adriano, o outro atacante do quadrado mágico, esteve mal. Coincidência ou não, os dois e Ronaldo não deram entrevistas. Nem passaram pela chamada zona mista, área em que, por determinação da Fifa, os atletas precisam passar. Além da inoperância do ataque, um recorrente ponto vulnerável do Brasil voltou a aparecer. Embora com atuações individuais regulares, a defesa exibiu buracos e fraquezas quando os croatas cresceram. Num Estádio Olímpico com seus 72 mil lugares tomados e

contra a Coréia do Sul, nas oitavas. Agora, a vitória sobre a Alemanha na prorrogação, na semifinal, antecipou a mudança. Após um primeiro tempo eletrizante e uma etapa final morna, o jogo foi para os 30 minutos extras. A França terminou a partida sem seus principais jogadores. Além da expulsão de Zidane, Vieira havia saído machucado, e Henry, esgotado, foi substituído na prorrogação. Na disputa de pênaltis, Pirlo fez 1 a 0, Wiltord fez 1 a 1. Materazzi fez 2 a 1, Trezeguet desperdiçou, chutando no travessão. De Rossi fez 3 a 1, Abidal fez 3 a 2. Del Piero fez 4 a 2, Sagnol diminuiu. Até que Grosso, autor de gol decisivo no triunfo sobre a Alemanha, fez o dele e decretou os 5 a 3 do título. Como Cafu em 2002, o zagueiro e capitão Fabio Cannavaro quebrou o protocolo e subiu no topo do púlpito para erguer a taça, enquanto os seus colegas faziam uma algazarra de alegria infantil no gramado do Estádio Olímpico. Queiram ou não os italianos, são imagens que a história há de dividir com outra cena. Faltava pouco para tudo terminar, quando Materazzi se enroscou com Zidane na área italiana. Eles foram andando em direção ao meio-campo batendo boca. De repente, a cabeçada. O juiz não viu, mas o quarto árbitro avisou, e o meia foi expulso. Tirou a braçadeira de capitão e caminhou para o vestiário olhando para o chão. Passou ao lado da Taça Fifa antes de entrar no túnel. Não apareceu mais em campo, e possivelmente não aparecerá mais.

)

Crespo

Alemanha Argentina >> 12h, Berlim

Totti

Shevchenko

Itália Ucrânia

>> 16h, Hamburgo

AMANHÃ 12h >> Inglaterra

Portugal

16h >> Brasil

França

O volante Cambiasso comemora seu golaço na vitória sobre Sérvia e Montenegro, ontem, em Gelsenkirchen

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GUILHERME ROSEGUINI

ENVIADO ESPECIAL A GELSENKIRCHEN

Ilija Petkovic se encolheu no banco. Olhos fechados, cabeça baixa. Parecia querer sumir. Sua defesa, a melhor da Europa nas eliminatórias, acabara de assistir atônita a uma troca de 24 passes. Sorín, Saviola, Riquelme, Crespo. Um toque de calcanhar. Gol de Cambiasso. Jogada magnífica, daquelas que dificilmente se repetem num mesmo jogo de futebol. Para azar do treinador de Sérvia e Montenegro, porém, a Argentina construiu outras cinco, também temperadas com precisas trocas de bola ou arroubos individuais. No final, um 6 a 0 histórico, a maior goleada de um país sul-americano sobre um europeu em Mundiais desde 1954, na Suíça. “É claro que o mundo vai ver a gente de outra forma depois de um jogo como esses”, disse o lateral Sorín após o duelo. Não é para menos. A chave era considerada a mais equilibrada da Copa, e a Argentina sobrou. Deixou para trás o trauma de 2002, quando caiu ainda na fase inaugural, e já assegurou lugar nos mata-matas. Como a Holanda passou ontem pela Costa do Marfim, as seleções entram em campo no dia 21 para decidir quem fica com o primeiro posto no grupo batizado de “da morte”. Morte, aliás, entoada pela torcida para simbolizar a queda de uma seleção que não justificou a fama de contar com uma superdefesa —havia tomado um só gol no qualificatório para a Copa. “Um minuto, um minuto de silêncio para a Sérvia, que morreu”, diziam os argentinos. Era o epílogo de um enredo que começou a ser escrito antes do apito inicial. Diego Maradona cumpriu seu juramento, encontrou o time antes do jogo, deu conselhos aos atletas e vestiu a camisa celeste para mais uma vez se esgoelar nas arquibancadas —já havia torcido como um fanático nos 2 a 1 contra a Costa do Marfim, na estréia. O placar de ontem foi construído com Maxi Rodríguez (duas vezes) e Cambiasso na etapa inicial. Depois, o técnico

Com Ronaldo nulo em campo, Brasil bate 1º adversário e alcança recorde de vitórias consecutivas em Mundiais Roberto Pfeil/Associated Press

todas as autoridades máximas da Copa presentes —o presidente da Fifa, Joseph Blatter, a premiê alemã, Angela Merkel, e o presidente do comitê organizador do torneio, Franz Beckenbauer—, o Brasil teve desvantagem nas arquibancadas. A torcida croata era maior, cerca de 60%, e muito mais ruidosa. Cantou alto o hino do país, enquanto os 11 titulares levavam a mão ao peito. No do Brasil, somente Ronaldinho e Kaká fizeram o gesto. Embora tenha começado às 21h locais, o jogo foi disputado sob calor (25˚C), do qual os dois times se queixaram. O problema tende a aumentar no domingo, cujo jogo será às 18h locais. E contra a Austrália, que surpreendeu ao bater o Japão, tão acostumada ao calor quanto o Brasil e hoje, pelo saldo de gols, líder do Grupo F. LEIA MAIS D2 a D7 e D14

Ombudsman: ombudsman@uol.com.br

“Quando apito jogo de time brasileiro, é 1 a 0 para o Brasil” BENITO ARCHUNDIA, juiz de Brasil x Cráocia, na Folha, em 6 de junho

ONTEM GRUPO F

Brasil Croácia GRUPO G Ronaldo é cumprimentado por Parreira após ser substituído por Robinho aos 24min do segundo tempo

1 0 0 0

HOJE GRUPO H GRUPO A

16h >> Alemanha x Polônia

Tel.: 0/xx/11/3224-7944 Fax: 0/xx/11/3224-2286 E-mail: esporte@uol.com.br Serviço de atendimento ao assinante: 0800-775-8080 Grande São Paulo 0/xx/11/3224-3090

INCLUI ESPORTE

Ombudsman: ombudsman@uol.com.br

CONTUSÕES E RECORDES DE CARTÕES DEIXAM SELEÇÕES AOS

CACOS

meio a zero ¤ TERÇA-FEIRA, 27 DE JUNHO DE 2006

)

www.folha.com.br/copa2006

PARA A PRÓXIMA FASE DO MATA-MATA Pág. D14

HOJE

12h >> Brasil x Gana

ai! sim —o time só havia cravado um 6 a 0 em Copas em 1978, em casa, sobre o Peru, em jogo polêmico que causou a eliminação do Brasil—, os argentinos bem que poderiam ter deixado o estádio em Gelsenkirchen exultantes. Preferiram, porém, caminhar por outra vereda. Na conversa com jornalistas, sen-

França Suíça

10h >> Espanha x Ucrânia 13h >> Tunísia x Arábia S.

O brasileiro Ronaldo, artilheiro de um time com poucos gols, tônica até agora dos jogos das oitavas-de-final

No mata-mata com seca de gols, Brasil esquece jogo bonito e prega eficácia para ir às quartas ................................................................................................

EDUARDO ARRUDA PAULO COBOS RICARDO PERRONE SÉRGIO RANGEL ENVIADOS ESPECIAIS A BERGISCH GLADBACH

Os gols estão em falta. O desejável, nas oitavas-de-final da Copa da Alemanha, é o resultado. Sem show, sem espetáculo. É a regra do Mundial. E a badalada seleção brasileira, cultuada pelo talento de seus jogadores, de quem sempre se espera algo diferente, não foge dela. Ao menos no discurso, o que vale hoje para o time de Carlos Alberto Parreira contra Gana, às 12h, é vencer, não importa a maneira, para avançar às quartas-de-final. “O principal é ga-

nhar. Se puder dar espetáculo, se puder jogar bonito, entre aspas, porque essa palavra não se aplica ao futebol, tudo bem. O importante é ter eficiência. Ninguém é contra jogar bonito e com eficiência, mas nas oitavas há o fantasma de voltar para casa”, avalia Parreira. As palavras do treinador sintetizam o que se viu nos jogos de mata-mata na Alemanha. Foram oitos gols em seis jogos, média de 1,33 por partida. Ou seja, em oitavas-de-final, é a Copa mais pobre em gols. É pior do que a de 90, na Itália, de futebol defensivo e poucos gols. Naquele Mundial, a rede balançou 2,25 vezes por partida na decisão dos oito melhores. E é pior do que a de 94, ven-

cida por Parreira com um time de jogo pragmático. Nos EUA, as oitavas produziram 3,12 gols. A seca de gols ficou mais evidente ontem. A Itália só conseguiu passar pela Austrália com um gol solitário nos acréscimos do segundo tempo. E a Suíça, ao perder nos pênaltis para a Ucrânia após empate em 0 a 0, foi a primeira equipe na história das Copas a ser eliminada sem ter sofrido nenhum gol. Os comandados de Parreira já assimilaram a maneira de pensar do técnico, que, hoje, é a maneira de pensar da Copa. Ontem, para justificar o “futebol de resultados”, os brasileiros citaram o simbólico duelo entre Portugal x Holanda. Jogo em que, no 1 a 0 para o ti-

me de Luiz Felipe Scolari, sobrou pancadaria, com quatro expulsões, e faltou futebol. “Eu acho que, se o Brasil chegar às quartas, terá dado espetáculo. Não vi seleção dando espetáculo. O jogo de Portugal foi muito difícil. O jogo entre Inglaterra e Equador também. A Argentina empatou com o México e só ganhou na prorrogação”, comenta o capitão Cafu. Jogador que mais atuou com a camisa da seleção, o lateraldireito dá uma volta na história do time nacional para justificar sua opção pelo “resultado”. “A seleção de 1982, que não ganhou, para vocês [jornalistas], foi a melhor. Para mim, foram as de 1994, 1998 e 2002. Acho que jogar bem, dar espe-

táculo, é muito relativo. O importante é a vitória”, afirma Cafu, alfinetando o time que deu espetáculo na Espanha, em 1982, mas caiu na segunda fase. Até de quem se espera o algo a mais, o discurso não dá esperança de mudança. “O jogo bonito está de lado, todo mundo está objetivo e eficiente, todos buscam o resultado, e não jogar bem”, afirma Kaká, integrante do quarteto ofensivo, que ganhou o apelido de mágico. Um empate com Gana hoje leva o jogo à prorrogação. Mantida a igualdade, a decisão será nos pênaltis. O vencedor pega Espanha ou França, que também se enfrentam hoje, às 16h. LEIA MAIS D2 a D5 Patrick Hertzog/France Presse

Maradona vibra com a vitória

José Pekerman decidiu exibir o arsenal que guarda no banco. Tevez entrou, fez o seu e deu passe para gol de Messi, outro que estava entre os reservas. Este também atuou como “garçom” e serviu o atacante Crespo, que balançou as redes pela segunda vez no certame. Ao final de um massacre as-

Dida 8 Cafu 5,6 Lúcio 4,8 Juan 5,8 Roberto Carlos 4,8 Emerson 5 Zé Roberto 5,1 Kaká 8 Ronaldinho 5,6 Ronaldo 2 (Robinho) 6,5 Adriano 3

Coréia do Sul 2 Togo 1

EF

6 0

Por Tostão, Rossi e Juca

EU JÁ SABIA

Acompanhe a seleção com estatísticas simultâneas à partida

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SELEÇÃO NOTA 5,3

Pág. D2

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Argentina dá show, impõe a maior goleada sul-americana sobre um europeu em 52 anos, classifica-se ao lado da Holanda no ‘grupo da morte’ e põe mundo do futebol em alerta Podolski

Abraçado por Roberto Carlos e observado por Ronaldinho, Kaká comemora o gol que deu a vitória ao Brasil, ontem, em Berlim

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¤ SÁBADO, 17 DE JUNHO DE 2006

Acompanhe os jogos de hoje com dados exclusivos

PESQUISA DATAFOLHA

o melhor da seleção

puta, a seleção brasileira encerrou, também nos pênaltis, uma seca igual em número de anos à terminada ontem pela Itália. Em 1990, as cobranças diretas tiraram o time na semifinal, contra a Argentina. Em 1998, a algoz dos pênaltis foi a França, nas quartas-de-final. Em 2002, a queda foi na prorrogação,

encostar no Brasil em número de troféus e pôs fim a um trauma da Squadra Azzurra em jogos com mais de 90 minutos. Nos últimos quatro Mundiais, o time fora derrotado após empatar seus jogos no tempo normal, incluindo a final de 1994 contra o Brasil. A coincidência histórica: naquela dis-

uma menos

O capitão da Itália, Fabio Cannavaro, ergue a Taça Fifa, cercado por seus companheiros, no Estádio Olímpico de Berlim

Mark J.Terrill/Associated Press

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Zidane deixa o campo e o futebol após dar cabeçada em Materazzi e ser expulso

Foi como um silêncio que grita. Em seu primeiro jogo no Mundial da Alemanha, ontem, no Estádio Olímpico de Berlim, a seleção venceu a Croácia por 1 a 0, bateu o recorde de vitórias consecutivas em Copas (oito), que dividia com a Itália de 1934-1938, e tirou das costas o incômodo fardo da estréia. Mas a ausência é que chamou mais a atenção. O superfavorito Brasil, com uma equipe considerada a melhor em muitos anos, teve um triunfo chocho, marcado principalmente pela nulidade de Ronaldo. Fora de ritmo, parado e inofensivo, o protagonista do time nos dois últimos Mundiais foi substituído aos 24min do segundo tempo por Robinho —cuja entrada foi pedida pela torcida—, reforçando as dúvidas que já existiam a respeito de seu desempenho na Copa. O técnico Carlos Alberto Parreira assegurou a escalação de Ronaldo para o próximo jogo, contra a Austrália, no domingo, em Munique. Disse que, como à seleção, o que falta ao atacante é ritmo. Quando se apresentou

Achim Scheidemann/Efe

EF

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E ZÉ ROBERTO É O MELHOR PASSADOR NA COPA Pág. D5

Antônio Gaudério/Folha Imagem

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MAIS ACIONADO

EDUARDO ARRUDA FÁBIO VICTOR PAULO COBOS RICARDO PERRONE SÉRGIO RANGEL

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¤ QUARTA-FEIRA, 14 DE JUNHO DE 2006 ¤ D1

esporte D3 DATAFOLHA: RONALDINHO É O

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CIAO! cartões vermelhos e amarelos). Até o herói do título, Materazzi, que fez de cabeça o gol da Itália e anotou seu pênalti, tem sua imagem colada à pobreza técnica, conhecido em seu país como um atleta tosco. O tetra italiano, que se soma às conquistas de 34, 38 e 82, fez o país ultrapassar a Alemanha e

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BRASIL 1 x 0 CROÁCIA

Unida pela maior crise de seu futebol, Azzurra derrota Fran a nos pınaltis ap˙s empate em 1 a 1, consagra defesa e encerra jejum de 24 anos

Em uma das finais mais dramáticas da história recente das Copas do Mundo, a Itália venceu a França por 5 a 3 nos pênaltis, ontem, em Berlim, depois de um empate em 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação, e conquistou o tetracampeonato mundial de futebol. O épico da conquista italiana, que encerra um jejum de 24 anos sem títulos e acontece em meio a um enorme esquema de corrupção em seu campeonato nacional, teve de ser dividido com um herói derrotado, Zinedine Zidane. O meia francês, autor do gol de seu time numa cobrança de pênalti antológica no primeiro tempo, foi expulso na segunda etapa da prorrogação por dar uma escandalosa cabeçada no peito do zagueiro italiano Materazzi. Era, como já se sabia, o último jogo da carreira de Zidane, o maior jogador que a França já produziu, líder do time campeão em 1998. Além de Materazzi, a cabeçada que ajudou a definir o campeão atingiu por tabela, e de forma incrivelmente simbólica, o futebol técnico. E não só por ter tirado de campo aquele que era o retrato do estilo, mas porque o título da Itália coroa uma seleção cuja excelência está na defesa (sofreu só dois gols na Copa), numa edição marcada pelo baixo número de gols (a segunda menor média da história) e pela violência (recorde de

QUARTA-FEIRA, 8 DE MARÇO 2006

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Estatísticas exclusivas e simultâneas aos três jogos da rodada

Caderno Especial Dylan Martinez/Reuters

Lance a lance e com estatísticas, reviva o jogo que corou a Azzurra

Cobertura da Copa de 2006

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tenças como “temos que ser humildes” e “ainda temos muito para melhorar” perpassavam todos os discursos. “Tudo bem que fizemos um grande jogo, mas ainda estamos na primeira fase, e não na final. Não ganhamos o título. Nada muda”, avisa Riquelme. Sorín deu mais pistas sobre o

estratagema de seleção campeã em 1978 e 1986. Ao ser questionado sobre quem são os favoritos ao título, respondeu: “Brasil, Alemanha e Inglaterra”. Mas não vale pôr a Argentina no grupo? “De jeito nenhum. Vamos caminhar em silêncio.” LEIA MAIS D6 e D7

RECEITA ANTIGA

Sem poder contar com Robinho, Parreira escala a mesma equipe da estréia, com Emerson no meio e Adriano na frente Pág. D3

VELOZES E FURIOSOS

Mesmo sem preparador físico, Gana diz ter energia para correr mais de uma partida inteira e surpreender o Brasil Pág. D6

QUEBRA DE SIGILO

Irritado com reportagem que fez leitura labial de suas conversas à beira do campo, Parreira se queixa de invasão de privacidade Pág. D4

HOJE

16h >> Espanha x França

HOJE

No jogo que apontará o possível adversário das quartas, Espanha recorre a psicólogo para superar trauma e vencer a França

GRUPO D

10h >> Portugal x Irã

GRUPO E

Pág. D12

13h >> Rep.Tcheca x Gana 16h >> Itália x EUA

ONTEM

ONTEM

Itália Austrália

GRUPO C

Holanda 2 C. do Marfim 1 GRUPO D

México Angola

0 0

SALDO DO DIA Classificados: Holanda e Argentina Eliminados: Costa do Marfim e Sérvia e Montenegro

E DAÍ?

Dependendo do que acontecer na última rodada, Holanda e Portugal podem reviver nas oitavas o duelo das semis da Euro-04, vencido pelo time de Scolari

1 0

Beneficiada pela arbitragem, que apontou pênalti inexistente, Itália vence Austrália e se vinga de Guus Hiddink, técnico que eliminou os italianos em partida polêmica no Mundial de 2002

O australiano Schwarzer, caído sobre a linha do gol, após cobrança de pênalti de Totti

Pág. D11 Murad Sezer/Associated Press

Folha de S.Paulo

EF

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Yves Herman/Reuters

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Suíça Ucrânia

0 0

O zagueiro suíço Müller lamenta a eliminação em Colônia: primeira colocada no Grupo G, sua equipe caiu diante da Ucrânia após ficar no zero na disputa de pênaltis, acontecimento inédito, recorde de má pontaria na história das Copas Pág. D10


Folha de S.Paulo

copa2006

D12

ef

QUARTA-FEIRA, 21 DE JUNHO DE 2006

copa2006

ef

DOMINGO, 18 DE JUNHO DE 2006

Clóvis Rossi

Delfim Vieira - 21.jun.86/Agência JB

Cobertura da Copa de 2006

Gente séria

ENVIADO ESPECIAL A BONN

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Paulo Whitaker/Reuters

EDUARDO ARRUDA FÁBIO VICTOR PAULO COBOS RICARDO PERRONE SÉRGIO RANGEL

CORAÇÃO

¤ QUARTA-FEIRA, 28 DE JUNHO DE 2006

Acompanhe o dia dos oito melhores times do mundo em tempo real

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COMUNIDADE QUILOMBOLA VÊ JOGO DE

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PARTIDO E SE RECONHECENDO NOS TRAÇOS DOS GANENSES Pág. D14 PARADA DURÍSSIMA

Quartas-de-final serão as maiores da história das Copas. Nunca seis donos de títulos haviam ficado entre os oito melhores. Sete dos oito maiores craques da última eleição da Fifa seguem na disputa Pág. D10 Sexta - 12h

Sexta - 16h

X

X

Alemanha

Itália

QUARTAS

Argentina

Ucrânia

SEMIS

X

ENVIADOS ESPECIAIS A DORTMUND

LEIA MAIS D2 a D7

L FINA X

SEMIS

Inglaterra X

Brasil

QUARTAS

Portugal Sábado - 12h

X

França

Sábado - 16h

SELEÇÃO NOTA 5,9 Por Tostão, Rossi e Juca

Dida Cafu Lúcio Juan Roberto Carlos Emerson (Gilberto Silva) Zé Roberto Kaká (Ricardinho) Ronaldinho Adriano (Juninho) Ronaldo

8,6 6 6,3 5,6 5,3 4,3 5 6,3 6 6,3 5,3 5 5,6 6,6

Pág. D4

BOMBARDEIO EM DIDA

Gana finaliza 23 vezes no gol brasileiro, recorde de ofensividade contra a seleção em Mundiais, segundo o Datafolha Pág. D5

se quiser Ronaldo é abraçado por colegas de seleção após abrir o placar contra Gana e se tornar o maior artilheiro da história dos Mundiais

BOMBARDEIO NO JUIZ

Revoltados, ganenses acusam juiz eslovaco de favorecer Brasil e de pedir camisa de Ronaldo ao fim da partida Pág. D6

ONTEM

Espanha 1 França 3

Sob vaias e criticado até por Parreira, Brasil vence e se classifica para revanche contra uma França renascida

Com o astro Zidane fechando o placar contra a Espanha e adiando sua despedida dos gramados, França apaga trauma de 2002, passa às quartas e reencontra o Brasil, sua vítima nas Copas de 1986 e 1998 Págs. D8 e D9

Patrik Stollarz/France Presse

O Brasil chegou à Copa como o time que o mundo todo queria admirar e aplaudir. Ontem, apesar da vitória de 3 a 0 sobre Gana, que assegurou passagem às quartas-de-final, a seleção não foi admirada nem aplaudida. Foi vaiada fragorosamente pela torcida alemã, que dominou o Estádio de Dortmund. O adversário de sábado em Frankfurt será a França, que eliminou a Espanha num 3 a 1. A revanche da final de 1998, quando os franceses ganharam por 3 a 0, ocorre num momento desconfortável para o Brasil. Se o desempenho contra Gana representou uma involução do time de Carlos Alberto Parreira em relação à apresentação dos 4 a 1 sobre o Japão, o triunfo francês mostrou um grupo em ascensão. Foi o jogo em que os “Bleus” (Azuis) marcaram mais gols e o em que o craque Zidane saiu-se melhor. Em Dortmund, foi diferente. Com os mesmos titulares dos dois primeiros confrontos —vitórias, mas desempenho sofrível—, o Brasil voltou a acumular “apagões” criativos e chegou a ser envolvido pelos ganenses. Venceu porque saiu na frente, logo aos 5min: Ronaldo arrancou, driblou o goleiro e fez seu 15º gol em Copas, passando o alemão Gerd Müller e isolando-se como o maior artilheiro da história dos Mundiais. “Senti que tinha que enganar o goleiro de alguma maneira ou então ganhar na velocidade. Achei que não ia me sair melhor se conduzisse mais a bola, então decidi fazer aquele drible”, falou, ao comentar o gol. E venceu porque teve ajuda da arbitragem. Adriano estava impedido no segundo gol. Logo depois, o lance foi reprisado no telão do estádio, o que fez os ganenses cercarem o auxiliar. A torcida alemã, que já estava ao lado de Gana, começou a vaiar o juiz e o Brasil. A seleção melhorou na etapa final, com Juninho no lugar de Adriano. Gana teve um jogador expulso aos 36min. E, aos 39min, o resultado foi definido, com belo gol de Zé Roberto. Foi a 11ª vitória consecutiva do Brasil em Copas, recorde que ontem foi ampliado pela terceira vez neste Mundial. Parreira, questionado sobre a falta de espetáculo, de novo exaltou a eficiência. “A história não fala de jogo bonito, mas de campeões.” Mas achou espaço para ressalvas ao time. “O placar de 3 a 0 chega a ser uma ilusão. Confundimos velocidade com pressa. Tivemos pressa de chegar ao gol. Pressa é velocidade sem coordenação.” E sobre a França: “Não existe clima de revanche. Aqui não se pensa nisso”. Falta combinar com o torcedor brasileiro.

O joelho que atrapalhava a vida de Zico naquele 21 de junho de 1986 ainda é capaz de atormentá-lo. Nos dias em que trabalha forte com bola no treino do Japão, como ontem, tem que passar depois no vestiário para sessões de gelo e fisioterapia. Há exatos 20 anos, Zico fez o último jogo oficial pela seleção. Um dos grandes craques da história, talvez o maior do Brasil nos anos 80, naquela tarde no estádio Jalisco, em Guadalajara, ele saiu do banco, para onde só fora porque se recuperava dos problemas no maldito joelho, como arma de Telê Santana nas quartas-de-final da Copa do México contra a França de Platini, Tigana e Girese. O jogo estava 1 a 1. Zico estava frio. Mesmo assim, logo de cara deu um passe para Branco, que foi derrubado na área. Zico bateu o pênalti, Bats pegou. Em 1 a 1 terminou. Prorrogação sem gols. Na disputa de pênaltis, Zico fez o dele, mas não adiantou. Sócrates e Júlio César erraram, e a seleção foi eliminada. Na fogueira da Grande Inquisição Brasileira das Copas, Zico também já foi queimado. Se o culpado por 50 foi Barbosa e o por 82, Cerezo, o júri desse tribunal abstrato do imaginário coletivo nacional o condenou como o responsável por 86. As queimaduras engrossaram o couro do “Galinho de Quintino”. Ele ganhou o mundo, virou o ídolo maior do futebol japonês e hoje é o técnico do país na Copa da Alemanha. Mas também foi integrante do governo [Collor, informação que procura omitir], idealizou uma lei com seu nome, foi dirigente, montou seu próprio clube. De um meia refinado e pouco dado a polêmicas, Zico, na vivência conturbada dessas duas décadas, transformou-se num dos mais credenciados críticos do establishment do futebol. Primeiro do brasileiro, à frente a CBF, que já o contratou (coordenador da seleção na França-98), mas de quem hoje quer distância transatlântica. E, o mundo agora começa a perceber, transformou-se também numa implacável língua ferina a azucrinar o império da Fifa, papel que costumava ser desempenhado por Maradona, colega de geração e genialidade. No treino de ontem em Bonn, Zico liderou exercícios intermináveis de finalizações com seus jogadores, que só marcaram um gol até agora na Copa e cujas chances de classificação às oitavas-de-final, mínimas, dependem de que balancem as redes brasileiras amanhã. Cuidou do joelho e depois falou. Aumentou vários tons no volume das críticas que tem feito à Fifa desde a estréia japonesa. A metralhadora começou a disparar com a repetição das queixas sobre os horários dos jogos iniciais do Japão, ambos às 15h locais, o que no verão alemão tem sido calor saariano. “Eles [a Fifa] vão me advertir

por quê? Porque disse que tem ventilador no banco de reservas e que o juiz parou para beber água? Por quê [iriam adverti-lo]? É ditadura?”, questiona. A verve envereda pela arbitragem. “Aí vem um senhor cidadão da Fifa [o diretor de comunicação Markus Siegler] e diz que o juiz errou ao não dar um pênalti para o Japão [contra a Austrália]. Mas vem a Fifa e escala um juiz europeu para apitar um jogo do Japão contra um europeu [a Croácia]...” Em seguida sobra para a Coréia do Sul, país que alimenta rivalidades seculares com os japoneses e com quem dividiram a organização da última Copa. “Essas coisas todas acontecem contra o Japão, mas contra a Coréia não acontecem.” E por que não acontecem?, questiona a Folha. “Por que será? Não sei por que não acontecem. Não sei”, ironiza, piscando o olho. E logo prossegue no tiroteio verbal. “A Coréia chegou por méritos próprios [à semifinal] na Copa passada, né? Não teve ajuda nenhuma...”, diz, aludindo às denúncias de ajuda da arbitragem aos co-anfitriões. “É que quem tá ganhando”, continua Zico, “não fala nada, não reclama. Mas vou falar, não devo nada a ninguém”. E vem a dinamite. “E tem outras coisas que ninguém fala, uns papéis que estão obrigando todas as seleções a assinar...” Zico é instado a contar do que trata, mas o faz pela metade. “Todo mundo está sendo obrigado a assinar um papel concordando com umas coisas... Eu não assinei, não vou assinar. Sou cumpridor dos meus deveres. Isso é ditadura pura!”, atira, possivelmente na mais pesada crítica feita à Fifa por um técnico neste Mundial. “Mas, o que há nesse papel?”, insiste a Folha. “Não sei, não lembro bem”, despista Zico, para em seguida contar parcialmente. “Dizem que temos de nos comprometer com fair play [jogo limpo]. Que fair play é esse, que toda hora jogador cai na área fingindo, e todo mundo tá usando isso como tática?” Para onde se olhe, a missão de Zico é ingrata. A Fifa não lhe dá ouvidos. Em campo, tenta acertar o pé do seu time. O treino de ontem, acompanhado pela princesa japonesa Hisako, foi o primeiro na Copa em que a equipe treinou só finalizações —nada mais. “Treinar tática agora não é mais necessário. O time precisa é fazer gol”, afirmou o ex-artilheiro. O Japão depende de uma matemática complexa para obter uma vaga: tem de vencer o time de Parreira com pelo menos dois gols de diferença e torcer para que a Croácia bata a Austrália, mas com um gol a menos do que os da sua vitória sobre a seleção brasileira. Há 20 anos, apesar do joelho, tudo parecia mais fácil para ele.

Kimimasa Mayama/Reuters

BATS ESTÁ NO LYON 2006

O treinador do Japão às vésperas de enfrentar o Brasil na Copa da Alemanha

O herói francês em 1986 é o atual treinador de goleiros do time pentacampeão nacional. Bats, hoje com 49 anos e muito acima do peso, superou câncer nos testículos em 1981 —precisou extrair um deles. Cantor, lançou LP infantil em 1986, “O Escargot”

TOSTÃO

crossi@uol.com.br

Longe do gol

O francês Bats cai para defender o pênalti batido por Zico aos 29min do segundo tempo das quartas da Copa do México

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COLUNISTA DA FOLHA

SÉRGIO RANGEL

ENVIADO ESPECIAL A KÖNIGSTEIN

Eleito pela Fifa melhor jogador do planeta, Ronaldinho, 26, quer ser goleador. Em entrevista à Folha na tarde de anteontem em Königstein, o atleta do Barcelona espera que a Copa marque o início de uma nova etapa em sua carreira. A partir de agora, ele quer aumentar o seu poder de fogo e ser implacável também nas jogadas aéreas, um de seus pontos fracos. Tarefa difícil dado seu posicionamento na seleção. “Aqui jogo longe do gol.” O astro aposta hoje, contra a Austrália, na recuperação de Ronaldo. Em ano eleitoral no Brasil, não apoiará nenhum candidato e demonstra pouco interesse pela política. ★ FOLHA - Jogar uma Copa como o melhor do mundo é diferente?

Depois destes quatro anos, sei que existe aquela atenção redobrada. Tem sempre um me marcando, outro na sobra. Mas tudo bem. O bom é o carinho que recebo. RONALDINHO -

FOLHA - O que você achou da sua atuação na estréia? Foi a marcação mais dura que enfrentou em Copa? RONALDINHO - Na outra Copa, os adversários sempre tinham preocupação comigo também. Ninguém dava espaço. Tenho consciência de que preciso melhorar muito. Nós já conversávamos sobre isto. Na estréia, tínhamos como mais importante vencer. Depois, o peso sairá, e as coisas voltarão ao normal.

FOLHA - O que você achou da declaração do Pelé sobre o desempenho da seleção com a Croácia [disse que Ronaldinho teve atuação muito abaixo do nível no Barcelona]?

RONALDINHO - Tem crítica que é para melhorar. Sobre a dele, como não li, não posso falar. Não tenho o que comentar [risos].

ASTRO RELAXA COM SAMBAS DA VELHA-GUARDA Ronaldinho dorme na concentração da seleção embalado pela velha-guarda do samba suburbano do Rio. “Sou viciado em música’’, disse. Sempre está com um fone no ouvido nos intervalos dos treinos e relaxa aos som de Monarco, Aniceto e o Fundo do Quintal. “Adoro a música deles. Eu me sinto bem’’, disse o gaúcho, que gosta de passar folgas e férias no Rio. Fora o grupo Fundo de

Quintal, que leva multidões aos seus shows, os outros dois pagodeiros prediletos de Ronaldinho não são tão famosos, mas são cultuados no mundo do samba. Monarco, 72, é um dos principais integrantes da Velha Guarda da Portela. Aniceto do Império, um dos primeiros partideiros do samba, morto em 1993 aos 79 anos, foi um dos fundadores da escola Império Serrano. “Adoro todo tipo de música. É a coisa que mais gosto de fazer fora do futebol. Além do samba, adoro funk e forró’’, disse o atleta, que quase sempre festeja os seus gols com “sambadinhas’’.

FOLHA - Muitos dizem que, se você se preocupasse em fazer mais gols, entrar mais na área, chutar mais e ser goleador, seria melhor do que é. RONALDINHO - Esta é a minha preocupação também. FOLHA - O Rivaldo gostava de fazer gol. Dia em que ele não fazia gol... RONALDINHO - Ele ficava bravo.

FOLHA - Quando não fazia gol, dizia que jogava mal. Foi um dos poucos meias artilheiros do futebol...

RONALDINHO - Isto é uma coisa que tenho na cabeça. Quero fazer mais gols, cabecear melhor. Tenho que começar agora.

FOLHA - Nos jogos dificílimos do Barcelona, você assumia a função não só de fazer o passe como também de fazer os gols. Você entrava como um típico centroavante... RONALDINHO - Posso melhorar muito e quero. Treino muito

para ter uma chegada melhor à área, de ter um melhor cabeceio. No último jogo, acabou acontecendo [uma oportunidade de fazer um gol de cabeça], mas perdi o gol. Estamos treinando muito esta jogada vindo de trás .Vou me aprimorar.

FOLHA - Você está treinando para ser fominha? RONALDINHO - Não. Treino para fazer gol. Quero ter um percentual grande para fazer o gol e para dar o passe. Minha prioridade é fazer com que o atacante do meu time seja artilheiro. O cara que faz o passe é tão importante quanto o que faz o gol.

FOLHA - Você já falou com o Ronaldo sobre o que acontece com ele?

Sempre conversamos. Temos uma amizade muito grande. Acho que vai jogar bem no próximo jogo. RONALDINHO -

FOLHA - Apareceram muitas teorias sobre o motivo da má atuação do Ronaldo em Berlim. A mãe dele declarou que o filho passou mal em campo. Depois, a CBF desmentiu... RONALDINHO - Dentro de campo, naquela dia, não chegamos a falar muito. Temos é que deixar isso para trás. Além disso, mãe sempre está certa [risos].

FOLHA - Você joga aqui numa posição diferente da no Barcelona...

RONALDINHO - A diferença é que aqui pego a bola um pouco mais atrás, seguro mais, tenho que dar tempo de jogo. Lá, jogo aberto para o gol. Fico bem pertinho do gol, qualquer drible já estou bem posicionado. Aqui, por jogar mais longe, passo por um, passo por dois, passo por três e ainda estou longe do gol.

FOLHA - Você acha que após a Copa, as pessoas vão mudar o conceito sobre você? A Copa é tão marcante para melhor ou para pior?

RONALDINHO - A Copa marca muito a carreira para melhor ou para pior. Sei disto. Na última, foi maravilhoso. Isto marcou. Mas também conheço o outro lado. Já tive a infelicidade de não vencer uma Olimpíada [2000]. A Copa é um torneio em que todos querem entrar para a história pelo lado bom....

FOLHA - Esta faixa que você usa no

seu cabelo. É marketing?

RONALDINHO - Não. Sempre gostei de usar bonés, estas coisas. Depois que deixei o cabelo grande, comecei a usá-las.

crossi@uol.com.br

FOLHA - Neste ano, vai ter eleição para presidente. Você já se decidiu? RONALDINHO -

o meu voto.

Sempre justifico

FOLHA - Você gosta de participar...

RONALDINHO - Não sou de apoiar ninguém. Vivemos na Europa... Ficamos quase sempre mais dentro de avião. Acabo não acompanhando 100%. FOLHA - E o governo Lula?

RONALDINHO - Sou um cara positivo. Sempre acho que tudo pode melhorar, que vamos fazer um país melhor.

Agora, o lado ruim da história. Também pode ser muito triste, como em 1982. Seja pela formação do time, pelo possível caminho até a final ou pelo favoritismo exagerado, o Brasil de Carlos Alberto Parreira tem, no que aconteceu no verão espanhol há 24 anos, motivos para se preocupar. O time chega à Alemanha embalado pelo desempenho arrebatador na Copa das Confederações do ano passado. Os comandados de Telê Santana também tinham feito uma excursão à Europa em 1981 com grandes exibições. O Brasil que caiu diante da Itália na segunda fase tinha um quadrado inesquecível no seu meio-campo (Falcão, Cerezo, Sócrates e Zico). O atual, que pode pegar os italianos também na segunda fase, conta com o famoso “quarteto mágico” (Kaká, Ronaldinho, Adriano e Ronaldo). E o fantasma italiano ganha força. Brigada com a imprensa e no meio do maior escândalo da sua história, a “Azzurra” estreou bem ontem, vencendo Gana por 2 a 0. Tudo muito parecido com 1982, quando os jogadores da Itália também estavam em guerra com a imprensa e jogadores envolvidos em casos de manipulação de resultados. Para piorar, a outra provável hipótese de rival nas oitavasde-final impressionou na estréia —a República Tcheca bateu os americanos por 3 a 0, no mais dilatado placar da Copa da Alemanha até o momento. E o cenário cor-de-rosa que se desenhava para a seleção sofreu abalos nos últimos dias. A festiva preparação em Weggis, com estádio lotado e transmissão ao vivo para todo o planeta, ficou longe da ideal, ainda mais pelo gramado pesado do centro de treinamento. Ontem, a promotoria italiana pediu a prisão por nove meses de Cafu, por envolvimento em caso de passaportes falsos. Maior esperança de gols do time, Ronaldo foi um manancial de problemas. Primeiro, por seu peso. Depois, pelas bolhas que o tiraram de parte do amistoso contra a Nova Zelândia. Já na Alemanha, febril, deixou de treinar. Por fim, bateu boca com o presidente Lula. “Ele está pronto”, diz o preparador físico Moraci Sant’Anna, que, no entanto, não mostra a mesma firmeza sobre a chance de o atacante ficar em campo durante os 90 minutos contra a Croácia. “Isso, no caso de qualquer jogador, depende do que acontecer durante a partida.” No último coletivo antes da estréia, ainda em Königstein, os titulares perderam para os reservas por 3 a 0. E o time de Parreira precisa responder ao ambiente de amplo favoritismo, que já derrubou, além do Brasil-82, outras seleções famosas, como a Hungria-54 e a Holanda-74. “Todos têm a consciência de que o favoritismo nos leva a nenhum lugar”, declarou o zagueiro Lúcio. “O favoritismo existe só até antes de começar a partida. Depois disso, temos que provar em campo”, falou Ronaldinho, o duas vezes melhor do mundo, mas que não marca há cinco jogos pela seleção, seca recorde para ele. Parreira faz de tudo para jogar o ônus do favoritismo para o colo dos rivais. “A favorita é a Alemanha, que joga em casa e conta com o apoio da sua torcida’’, disse o treinador, que ainda precisa superar o retrospecto nada impressionante do Brasil em Copas disputadas na Europa. Em nove edições realizadas no continente, o país foi campeão apenas uma vez. Nas oito realizadas em outras partes do mundo, a equipe nacional ficou com a taça em quatro oportunidades.

copa2006

ef

DOMINGO, 11 DE JUNHO DE 2006

D10

Clóvis Rossi

¤ Problemas de Ronaldo e pedido de prisão de Cafu atormentam os dois jogadores mais experientes do time

Vale o que for escrito

O

¤ Equipe repete encanto de 1982, quando empolgou os torcedores, mas fracassou na campanha pelo título ¤ Prováveis adversárias da seleção nas oitavas, Itália e República Tcheca largam com força no Mundial François-Xavier Marit/France Presse

O atacante Iaquinta celebra o segundo gol da Itália contra Gana

O atacante Ronaldo, que se irrita com perguntas sobre seu peso, no reconhecimento do gramado em Berlim

História das Copas guarda pesadelos do Brasil

)

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CARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)

D12

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TERÇA-FEIRA, 13 DE JUNHO DE 2006

(EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, RI-

copa2006

TÉCNICO Carlos Alberto Parreira tem uma boa resposta sempre que lhe pedem para comparar a atual seleção brasileira, a mais badalada desde, pelo menos, a Copa de 1982, com as grandes equipes campeãs em 1958 e 1970: “Este time precisa provar na Copa [seu valor]. Os outrosjáprovaram”. À primeira vista, a resposta parece uma platitude, uma obviedade. Afinal, os times de 1958 e de 1970 de fato já jogaram suas Copas —e venceram. O de 2006 começa hoje a jogar —portanto, não venceu coisíssimaalguma. Mas a obviedade começa a se tornar menos óbvia quando se percebe que até jornalistas estrangeiros pensam na atual seleção como um extraordinário sucesso de crítica, antes até de ela se transformar em sucesso de fato no campo dejogo de umaCopa. Aliás, as frases de Parreira acima transcritas foram em resposta a um jornalista britânico, ainda por cima com uma camisa pólo da seleção inglesa, o que acho particularmente inadequado. Jornalista é jornalista, torcedoré torcedor. De volta a Parreira. O fato é que, pelas memórias de Juca Kfouri, relatadas outro dia, o ambiente prévio à estréia na Copa de 1982 era parecido, talvez igual. Deu no que deu. Deu aliás em uma mistura cruel: ao mesmo tempo em que se exalta a “seleção de Telê Santana”, como se fez recentemente, quando ele morreu, se diz que foi uma geração brilhante, mas fracassada, porque não conquistou títulos (Sócrates, Falcão, Cerezo,Zico etc.). É, no futebol como na vida, a história é escrita pelos vencedores. Poucos têm dúvidas de que os quatros jogadores citados foram bem melhores que os que ganharam a Copa de 1994, mas a mediocridade vencedora recebe mais atenção doque o talentoderrotado. Como superstição e futebol são irmãos siameses, muita gente fica tremendo de medo de que 2006 repita 1982. Em um torneio em que, depois da primeira fase, entra-se no mata-mata, tudo pode acontecer. Se Brasil e Itália jogassem dez outras vezes, com as mesmas formações de 1982, o Brasil ganharia nove e empataria a outra, pelalógica. Sempre pela lógica, não desfilou até agora, pelos campos da Alemanha, uma única seleção capaz de dar corda à superstição. Mas o nível do torneio está bem razoável, e superstição dispensa corda. crossi@uol.com.br

DAILY MAIL >> Escrevendo para o diário

inglês, o volante Gilberto Silva aborda a polêmica em torno do peso de Ronaldo. "Apressão sobre nós é maior do que sobre qualquer outro time", afirma

KICKER >> "Fator de risco", é o título de

matéria da revista "Kicker" sobre Dida. Segundo a publicação alemã, o goleiro é o ponto fraco da seleção brasileira no Mundial e só é titular por falta de jogadores melhores

CORRIERE DELA SERA >> Um dos principais diários da

Itália joga dúvidas sobre o desempenho do atacante Adriano no Mundial. "Na equipe mais favorita da história das Copas, o único mistério é ele"

LIDOVE NOVINI >> O jornal tcheco aborda a

polêmica entre Ronaldo e o presidente Lula. Para o diário, o caso pode colocar em risco o ânimo e a motivação de uma das principais estrelas do Brasil

ef

QUARTA-FEIRA, 7 DE JUNHO DE 2006

Flávio Florido/Folha Imagem

Em livro, pesquisadores alemães levantam os registros da evolução de chuteiras, bolas e outros acessórios do esporte

de patente a piada

Fotos Reprodução

FÁBIO VICTOR

Vinte anos ap˙s falhar em lance decisivo contra a Fran a e se despedir oficialmente da sele o brasileira, Zico lan a se em ataque pesado contra a Fifa

1986

Melhor jogador do mundo diz que pode evoluir muito, que primeiro passo é fazer mais gols e aprimorar o cabeceio e que quer começar agora

Flávio Florido/Folha Imagem

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pênalti

Ar estrangeiro

H

DOS ENVIADOS A BERLIM

OPO, NO centro de imprensa do Estádio de Frankfurt, com um fantasma (um bom fantasma) de um passado em que o Palmeiras era grande. A credencial diz que ele se chama Giuseppe Altafini, mas nasceu José João Altafini, ganhou no futebol o apelido de Mazzola, foi campeão do mundo com o Brasil em 1958. Mais: era o titular inicial, no lugar de um certo Edson Arantes do Nascimento, o Pelé. Agora comentarista da Sky Itália, está, como é natural, incumbido de comentar, entre outros, os jogos do Brasil. Mazzola conta que, aos cinco minutos do jogo contra a Croácia, disse a José Trajano, o notável jornalista esportivo hoje chefe da ESPN Brasil: “O Ronaldonão estábem”. Acertou em cheio. Pergunto o que ele acha da comparação que se fazia no Brasil (antes do jogo contra a Croácia) entre a seleção de 1970 e a atual. “Para começar, os cinco atacantes de 1970 eram gente séria”, responde com aqueles gestoslargos bemitalianos. É, portanto, mais um julgamento extracampo. E questionável. Gérson, um dos que Mazzola chama de atacante, fumava tanto ou mais que eu, até parar faz seis anos. Mas nem com um pulmão supostamente avariado, como é o de todo fumante, andava em campo tão lentamente como Ronaldonaterça-feira. Mas o meu bom fantasma faz também uma comparação puramente futebolística: “Os cinco de 70 tratavam a bola de você, nãode senhor”. Mazzola diz que Adriano, na Itália, jogou mal o ano inteiro. Critica a troca de Edmílson por Zé Roberto. “No Bayern, Zé Roberto jogava praticamente como um ponta. No Brasil, joga no meio, nem tão à frente como no Bayern nem tão atrás como Edmílson”, reclama, adepto de uma teoria da simplicidade: saiu o goleiro, entra outro goleiro. Saiu o centroavante, entra outro e ponto final. “Eu saí, entrou o Pelé”, compara imodestamente. A menos, é claro, que o quadrado mágico que ainda não foi mágico estivesse em forma. “Aí, você toma três gols, masfazcinco.” Ronaldo, então, deve sair? Responde com outra comparação: “O que é melhor: um professor morto ouumburrovivo?”. Ah, do Palmeiras nem falamos: “Só torço para dois times na vida, a seleção brasileira e o Palmeiras. Mas falar do Palmeiras hojeme fazdoero coração”.

Ronaldinho, meia da seleção, concede entrevista

copa2006

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T

Clóvis Rossi

OUVE um tempo, quando ainda jogava pelo Hannover 96, em que Gerald Asamoah recebia bananas, para ofendê-lo como “macaco”, um nefando clássico do racismo. Ontem, no entanto, Asamoah foi recebido com aplausos da torcida alemã, ao entrar em campo para a partida (àquela altura já ganha) contra o Equador. Nascido em Gana, Asamoah, 27, é o primeiro negro a vestir a camisa branca da seleção alemã. É verdade que tem sido convocado já faz cinco anos, mas disputar uma Copa com a camisa da pátria de adoção tem um valor extraordinário, mais ainda se se considerar que Asamoah, além do racismo, enfrentou problemas cardíacos para se tornar profissional. A presença de Asamoah acaba sendo uma espécie de ilustração de uma Alemanha que, de alguma maneira, lembra a França de 1998. Ou seja, imigrantes ou filhos de imigrantes dão, literalmente, cor aos times nacionais de países brancos. Claro que, na França campeã do mundo, o número de filhos de imigrantes era bem maior e começava pelo melhor jogador do time, Zinedine Zidane, filhodeargelinos. De todo modo, na Alemanha-06, quatro dos oito gols até agora marcados foram feitos por um polonês, Miroslav Klose, que, de resto, tem como companheiro de ataque outro polonês, LukasPodolski. Na partida contra a Polônia, que garantiu a Alemanha na segunda fase, o único gol surgiu de pés “estrangeiros”. O cruzamento foi de David Odonkor, descendente de ganeses como Asamoah, aproveitado por Oliver Neuville, nascido na vizinha Suíça. E ainda ficou de fora na última hora Kevin Kuranyi, nascido no Brasil, de pai alemão e mãe panamenha, que vinha sendo convocadodesde2003. O paradoxal nessa relativa “estrangeirização” do time local é o fato de que a mídia européia e parte da norte-americana estão encantadas com o ressurgimento deumnacionalismo sadio em um país em que, por motivos óbvios, nacionalismo erapalavrão. Curioso também que, em meio ao festival de bandeiras alemãs que aparecem em toda parte, surgem acopladas bandeiras turcas. A comunidade turca é imensa na Alemanha e o tratamento duro dado a ela há alguns anos deu origem a um clássico do notável escritor Günther Grass.

mas... D12

No Barcelona, jogo aberto para o gol. Fico bem pertinho, qualquer drible já estou bem posicionado. Aqui, por jogar mais longe, passo por um, passo por dois, passo por três e ainda estou longe do gol

Antônio Gaudério/Folha Imagem

D10

ASSIM FICA FÁCIL

Patente americana de 1991 mostra conceitos usados na fabricação de chuteiras: a superfície tem material aderente que facilita o domínio e o controle da bola

A história do futebol e suas curiosas criações

Guilherme Roseguini/Folha Imagem ................................................................................................

GUILHERME ROSEGUINI

ENVIADO ESPECIAL A MUNIQUE

Klaus Wollny e Markus Seitz não agüentavam mais os repetitivos livros de história de futebol ou as manjadas biografias de craques que inundam o mercado em época de Copa. Funcionários do escritório de patentes alemãs, localizado em Munique, desejavam dar contribuição diferente aos visitantes do país-sede do Mundial. Tiveram, então, um estalo: por que não vasculhar os arquivos do local onde trabalham e compilar as criações que fizeram do futebol o esporte mais popular do planeta? Com a ajuda de outros dois colegas, Lisa Renniegir e Johann Holzmann, prepararam o curioso “Futebol e Técnica”, livro que mostra a evolução de chuteiras, bolas, uniformes e outros acessórios usados nos campos através de registros documentados por inventores. Entre 2003 e 2006, mais de 10 mil patentes foram destrinchadas pelo quarteto. O material não tem tradução para o inglês, mas pode ser obtido de graça no site www.dpma.de. “Hoje as invenções que aparecem no futebol são mais produto dos departamentos de marketing do que de pesquisadores. Mas nem sempre foi assim. Para chegar aos materiais que vamos ver nesta Copa, existiram ótimas idéias e muito esforço”, explica Seitz. Ocorreram, também, muitos casos inusitados, como o do desastrado músico britânico Joseph Hudson. Ele tocava seu violino quando errou uma nota e estourou uma das cordas. Gostou, todavia, do barulho produzido no acidente. Na busca para tentar repeti-lo, criou, em 1885, o mecanismo básico

FOTO 2.0 14.0

CHUTEIRA OU COTURNO? Calçado patenteado pelo alemão George Willmör, de Nuremberg, em 1921, um dos primeiros a reforçarem a parte frontal, visando facilitar o domínio da bola

Os autores do estudo, os alemães Markus Seitz e Klaus Wollny

utilizado hoje na fabricação dos apitos para árbitros. “A história é cheia de casos assim. Difícil é conseguir separar o que foi importante para o futebol e o que não passa de bobeira”, afirma Wollny. Ele, por exemplo, ficou encarregado do capítulo sobre a bola, mas precisava de um ponto de partida para começar. A saída foi encontrada em Charles Goodyear, inventor do processo de vulcanização da borracha em 1839. A partir de su a s d e s c o b e r t a s , n a r r a Wollny, a busca por técnicas ou materiais destinados a lapidar

BRASIL FICA AUSENTE DE LIVRO DE INVENÇÕES

Segundo os autores, pode ser falta de organização do escritório de patentes do Brasil. “Na Alemanha, cuidar de patentes é uma tradição”, diz Seitz

a bola usada em jogos ganhou fôlego entre pesquisadores. Outro desafio do grupo estava na linha inicial para agrupar as mais importantes patentes relativas às chuteiras, já que o futebol era praticado com todos os tipos de calçado. Seitz, encarregado da seara, só decolou nos trabalhos após analisar a trajetória das Copas. “Havia pouca coisa registrada antes de 1930, ano do primeiro Mundial. Então, os europeus tiveram que ir até o Uruguai competir. Lá, viram que seus sapatos pesados, normalmente utilizados para o frio, atrapalhavam o desempenho. Depois disso, a busca por invenções cresceu bastante”, explica. Cresceu tanto que produziu situações bizarras. Seitz conta que um dos grandes desafios era desenvolver calçados que facilitassem o domínio da bola. Um alemão, então, inovou: patenteou um tênis com escamas de peixe fincadas na parte superior. “Quando li aquilo, morri de rir. Só que, anos depois, a Adidas lançava no mercado um modelo que segue a mesma lógica, usando garras na superfície para ampliar o atrito com a bola. Neste mercado, tudo pode ser aproveitado.”

CANELEIRA CIBORGUE

Requerida pela fabricante alemã Puma em 1999, a patente mostra modelo de caneleira aliada à tornozeleira. O acessório fracassou: não foi bem recebido por atletas

Clóvis Rossi

Está até divertido

A

TÉ QUE estádivertida esta 18ª edição da Copa, pelo menos no pouco que os horários de trabalho e de fechamento me permitiram ver antes de escrever (apenas Alemanha 4 x 2 Costa Rica e Inglaterra1 x0 Paraguai). Antes de explicar por que, um preâmbulo: do meu ponto de vista, há três maneiras de ver futebol. O “modo paixão” leva você ao campo para torcer para o seu time, mesmo que seja o Evadidos do Carandiru F.C. e esteja na oitava divisãodotorneio dobairro. O “modo arte” me empurra a ver os Pelés, Maradonas, Cruyffs, Tostão (no plural, não daria certo) e, hoje em dia, Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Robinho e Ronaldo (quando este não está brigando com os jornalistas ou com o presidentedaRepública). Finalmente, o “modo entretenimento” é ver o que está aoalcance dos olhos. Bom, desligados como estão até agora os dois primeiros modos, o entretenimento tem funcionado mais do que no início de Copasanteriores. Seis gols na abertura de um Mundial é bastante, ainda mais que dois dos gols alemães foram bem trabalhados. É verdade que não há, na seleção anfitriã, nenhum grande artista da bola. Nem mesmo Michael Ballack, o capitão e principal jogador, chega perto de astros do passado, como Beckenbauer, Lottar Matthäus, Mathias Sammer e outros menos votados. Mas quero ver mais dos jovens Schweinsteiger e Podolski, ambos de 21 anos. O primeiro até que jogou direitinho na sextafeira. Por baixo, por baixo, foi o responsável pelopasse que deu o primeirodos dois gols de Klose. Podolski não fez nada, mas suspeito que tem potencial para crescer. Já Paraguai e Inglaterra foi bem menos divertido, principalmente no segundo tempo. Deve ter batido todo o peso do calor, porque o verão chegou agora para valer à Alemanha (pelo menos aqui em Hamburgo, a temperatura era de interior do Ceará na hora em que Inglaterra e Paraguai jogavam emFrankfurt). Está claro que a Inglaterra já não é mais o futebol do eterno chuveirinho na área. Não chegam a ser “sul-americanos”, talvez nunca cheguem, mas já dá para ver sem bocejar. Pena que um jogador do Palmeiras tenha levado a fase maldita do time até a Alemanha. Ah, Gamarra. crossi@uol.com.br

Colaborou TALES TORRAGA, da Reportagem Local

CADÊ A NOVIDADE?

O modelo produzido pelo alemão Dagmar Küster em 1998 visa dar mais mobilidade na área dos ombros

BOLA ANTIFRIAGEM

Mecanismos para tornar a bola adaptável a diversas condições climáticas sempre motivaram invenções, como este modelo do tailandês Tsung Ming Ou, de 1996

A PIONEIRA

Luva de couro para goleiro patenteada em 1885 pelo inglês William Sykes; peça foi uma das primeiras a usarem aparadores de borracha para melhorar a aderência

Preço da seleção já atinge cifra bilionária Dos 23 jogadores do grupo, só Mineiro tem contrato vencendo ainda em 2006 ................................................................................................

mento de cada atleta.” Assessores de Ronaldo também já disseram que a multa de Pentacampeã, time do qua- seu contrato era para obrigar o drado mágico, casa do melhor interessado a uma negociação, jogador do mundo e favorita à mesmo por valor menor. Dos quatro componentes do Copa do Mundo-2006. Torcer pela seleção brasileira não tem quadrado mágico, Adriano, Ropreço. Mas, para contar com to- naldo e Kaká têm seus nomes dos seus jogadores, é preciso envolvidos em especulações. O meia milanista não tem multa gastar uma cifra bilionária. Estimativa da Folha avaliou rescisória em seu contrato, seem R$ 2,1 bilhões o valor dos 23 gundo informou sua assessoatletas que compõem o time ria. Para quebrar o acordo, o brasileiro. O número foi obtido preço depende de negociação por meio das somas de multas —o Real Madrid acenou com rescisórias dos contratos, das R$ 204 milhões, recusados. O valor cresce quanto maior últimas negociações e de proposta recente feita pelo Real for a duração do contrato. Entre os 23 jogadores da seleção, Madrid, no caso de Kaká. O preço da seleção canarinho 22 estão presos a acordos até representa cerca de um terço pelo menos 2007. Nos casos de Adriano, Kaká e do gasto do governo Lula com programas de transferência de Ronaldinho, os contratos se estendem até pelo menos 2010. renda em 2005. É impossível determinar que Para o melhor do mundo, o esse valor seria suficiente para Barcelona renovou com ele e contratar todos os jogadores da aumentou seu salário para inseleção. Volátil, a avaliação do flar sua multa até 364,2 mimercado de atletas varia de lhões. Já Ronaldo só tem mais um ano preso ao acordo com as Real. atuações, a duO único que poração de contrade ser liberado de tos, o continengraça no fim do te em que jogam ano é o volante e a idade. Mineiro, que neOntem, a gocia renovação agência de notícom o São Paulo. cias alemã DPA No mercado euestimou o valor Os jogadores ropeu, ainda não é da seleção em muito conhecido R$ 1,2 bilhão italianos —o site trademark —disse que era a valem R$ nem sequer lhe dá mais valiosa do 1,086 bilhão, uma cotação. Mas, mundo. O site diz o site após a Copa, isso alemão tradepode mudar. mark, especialitrademark, Quem quiser zado no mercapara quem os contratá-lo logo do do futebol, brasileiros depois do Mundial calcula que os tem de pagar R$ 23 atletas brasicustam um 45,1 milhões ao leiros valem em pouco menos. São Paulo, valor de torno de R$ 1,1 sua multa, mesma bilhão. Em ambos os casos, foram quantia que teria de ser gasta ignoradas as multas rescisórias para ter o goleiro Rogério. “São jogadores de alto nível. de nossos principais jogadores, como Ronaldo e Adriano Já tínhamos botado esse valor —atribuem a eles valores de antes da Copa”, afirmou o diretor de futebol são-paulino, mercado, de R$ 90 milhões. Mas, para tirar o atacante do João Paulo de Jesus Lopes. Se Ronaldo e Adriano apareReal Madrid sem negociação, é necessário pagar seis vezes cem supervalorizados nas mulmais do que isso. Sem acordo tas, outros valem mais do que o com a Inter de Milão, Adriano preço pelo qual foram negociasó sai do clube com o pagamen- dos, principalmente se saíram do Brasil. É o caso do zagueiro to de R$ 580 milhões. “O jogador nunca vale tanto Luisão, cuja última transferênassim. Colocam uma quantia cia saiu por R$ 2,9 milhões. Fora o quadrado mágico, os alta para poderem estipular quanto quiserem na venda”, atletas negociados por maiores afirmou o procurador do ata- valores foram: Emerson, R$ cante da Inter, Gilmar Rinaldi, 81,9 milhões, Robinho, R$ 70 que julga ser difícil determinar milhões, Fred, R$ 43,7 milhões, o preço de um atleta. “Já tive- e Lúcio, R$ 35 milhões. Só Juninho saiu de graça do mos proposta de US$ 70 milhões [R$ 158 milhões] do Vasco para o Lyon. Mas, hoje, Chelsea, mas depende do mo- custaria caro, como os outros.

RODRIGO MATTOS

DA REPORTAGEM LOCAL

ITÁLIA É OUTRA SELEÇÃO VALIOSA

+ + + + = R$2,1

R$ 204.000.000 Fernando Llano/Associated Press

R$ 364.200.000 Marcelo Sayão/Efe

R$ 524.500.000 Antonio Scorza/France Presse

R$ 582.800.000 TODOS OS OUTROS JOGADORES

R$ 477.500.000

bilhões em ação

(soma dos valores das multas rescisórias dos contratos, das últimas negociações e de propostas recentes feitas aos jogadores da seleção)

CLÓVIS ROSSI

Cadê a Copa?

F

ÁCIL, fácil, tem mais Copa do Mundo em São Paulo, nas ruas, TVs e jornais, do que em Munique, apesar de ser aqui que vai ser disputada, sexta-feira, a partida inaugural. Ainda por cima envolvendo a seleção local (contraa Costa Rica). Até que se vendem algumas bandeiras, até que alguns curiosos (poucos) procuram o “Fanartikel”, o quiosque montado na Marienplatz para vender artigos para fãs, como diz o nome, tudo oficial (e caro). E a Marienplatz é sim plesmente o principal ponto de concentração de turistas, em especial às 11h, 12h e 17h, quando soa o carrilhão animado da NovaPrefeitura. Não é que o alemão seja frio. O alemão é apaixonado pelo futebol em especial na Baviera, terra do Bayern, o time da Alemanha que tem a mais rica históriainternacional. O problema é que o brasileiro é apaixonado demais por futebol. Não, não é só palpite, não. Pesquisa da própria Fifa, associada ao cartão Mastercard, mostrou que o brasileiro tem o maior nível de paixão pela seleção e, por extensão, a maior propensão agastar para seguí-la. Setenta e sete por centos dos brasileiros são torcedores “ávidos”, à frente dos de todos os demais nove paísespesquisados. Talvez porque o futebol é a única atividade em que o brasileiro é o melhor do mundo, fato comprovado histórica e estatisticamente e referendado pelos outrostorcedores. Vide “L’Equipe”, o principal esportivo francês, de ontem: manchete de capa e foto gigante para a chegada à Alemanha dos “prodígios brasileiros”, “uma chuva de estrelas”. A paixão reflete-se na frenesi com que a mídia acompanha a seleção. Vou tirar foto para a credencial. Dos cinco postos de fotografia, três estão ocupados porbrasileiros. O posto do centro de imprensa anuncia uma sinopse dos diários brasileiros. Só dos brasileiros, apesar de 150 países terem pelo menos um jornalista credenciado. Por lá, desfilam os mais variados sotaques do português, nenhum de Portugal (ou Angola). Aparece até uma camiseta verde-e-amarela anunciando a Rádio Liberdade, diretamente de Caruaru, no quente interior pernambucano, para o friozinho dasempretraiçoeiraprimavera alemã. crossi@uol.com.br


Páginas elaboradas (2000 a 2010)

SELEÇÃO BRASIL DERROTA SUÍÇA, E DUNGA PERMANECE INVICTO

Tel.: 0/xx/11/3224-7944 Fax: 0/xx/11/3224-2286 E-mail: esporte@uol.com.br Serviço de atendimento ao assinante: 0800-775-8080 Grande São Paulo 0/xx/11/3224-3090 Ombudsman: ombudsman@uol.com.br

EF

QUINTA-FEIRA, 16 DE NOVEMBRO DE 2006 ★

Pág. D4

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A decisão feminina )

Até agora, tudo era novidade. A equipe surpreendeu a todos e conquistou o título inédito. Depois, devolveu o país ao topo do pódio após jejum de 12 anos. O Mundial de 2002 e a Olimpíada de Atenas, em 2004, fizeram do Brasil o melhor time de vôlei do mundo, o principal alvo de todas as seleções. A partir de amanhã, no Japão, a posição de caça será ainda mais evidente e incômoda. Para os jogadores brasileiros, ratificar o título será missão bem mais complicada do que a enfrentada quando atingiram o feito inédito há quatro anos. E, para Bernardinho, isso é suficiente para empurrar o grupo. Adepto de técnicas de motivação, o técnico não repetirá no Japão a experiência de 2002. Naquele Mundial, ele contou com ajuda de um psicólogo, e os atletas fizeram rituais como preencher partes de uma mandala a cada jogo para unir e motivar ainda mais o time. “A motivação é um processo do dia-a-dia, e os jogadores é

que precisam encontrar suas razões, seja pela paixão de estar fazendo o que gostam, seja pela necessidade de continuar realizando”, diz o técnico. “Sabemos que neste momento somos o time a ser batido.” Os próprios atletas dão sinais de que preferem não ter interferências externas ao grupo. “A gente não gosta muito dessa coisa [uso de psicólogos]. Nunca pedimos. Em 2002, o Bernardo teve ajuda de uma pessoa, mas foi coisa passageira. Nossa motivação é ganhar o Mundial”, afirma Ricardinho. A vontade de conquistar o segundo título do país, no entanto, é cada vez mais acompanhada de cobrança. O favoritismo faz os jogadores da seleção classificarem este Mundial como seu mais difícil teste. A estréia será na madrugada de amanhã, às 3h, contra Cuba (com TV). “Confirmar o título é bem mais complicado. Hoje sofremos uma pressão que não existia em 2002”, diz Gustavo. “Temos uma responsabilidade maior”, completa o meio-derede, que esteve na campanha vitoriosa na Argentina e no fracasso de 1998, quando a equipe ficou em quarto lugar. Na última edição do Mundial, o Brasil carregava na bagagem só o título da Liga Mundial de 2001. Desde então, só não chegou à final dos Jogos Pan-

2º escalão

GRUPO B

Argentina Polônia China

BRASIL França Grécia Cuba

Itália EUA Venezuela

GRUPO D

S. e Montenegro

NA TV Sportv e Globo, Brasil x Cuba ao vivo, às 3h

Coréia do Sul

SEGUNDA FASE 25.nov a 29.nov

Irã

Tunísia

Porto Rico

Alemanha

Rep. Tcheca

Cazaquistão

FINAIS 02.dez e 03.dez

Ricardinho se desdobra para, sem o passe na mão, imprimir velocidade

‘Volta’ chegará ao Brasil mais afiado, prevê Björk

E2

Artista agrega o que estiver a seu alcance

“Debut” (1993)

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CRÍTICO DA FOLHA

M

utação é uma palavra que alimenta o pop pelo menos desde que David Bowie adotou o camaleonismo como forma de sobrevivência. Björk avança, ao longo de sua carreira solo, inspirada por esse procedimento, mas não se contentou em reutilizar a fórmula gasta das mutações de persona. O gnomo islandês age mais como aqueles organismos que agregam tudo o que esteja ao alcance e os digerem sem se fixar numa única forma. Chamase isso de plástica, e tal poder costuma estar associado ao domínio da arte. Desse modo, Björk deglute sons em seus álbuns mas também se transforma em imagens e representações. Os clipes e figurinos, as artes gráficas de seus discos e de seu site são testemunho dessa capacidade de reformulação. A parceria, sob a forma de casamento, de Björk com o artista Matthew Barney é ainda mais explícita dessa atitude. O humano e o animal nas criações visuais de Barney apontam para essa natureza que parece sem limites, em que as formas tanto mais ganham em complexidade na medida em que perdem suas individuações. Essa “monstruosidade” Björk associa a uma capacidade (que também vê nos brasileiros) de antropofagia. Trata-se de uma habilidade (como bem sabemos) associada à sobrevivência.

>> Primeiro trabalho de Björk

depois do fim do Sugarcubes. A cantora vai da dance music de “Big Time Sensuality” a visceral “Human Behavior”

“Post” (1995) >>Com participações de nomes do

trip hop como Tricky, Björk continua a flertar com o pop eletrônico como em “Hyper-Ballad”

“Homogenic” (1997)

A cantora islandesa, que se apresenta no Rio, em SP e em Curitiba

“Selmasongs” (2000) >> Trilha de “Dançando no Escuro”, de Lars von Trier, que tem Björk como protagonista “Vespertine” (2001)

>> Delicado e intimista, o

álbum, nas palavras da cantora, traz canções tranquilas que te fazem andar na ponta dos pés

experimentais de Björk explora sua voz como nenhum um outro

(CÁSSIO STARLING CARLOS)

‘Fazer CD não é masturbação nem lição de psicologia para mim mesma’, afirma, sobre álbum que define como ‘globalização de sons’ ................................................................................................

LUCRECIA ZAPPI

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM NOVA YORK

>> A cantora volta à flertar

com o pop com participações do cantor Anthony Hegarty, do grupo Konono nº1 e do rapper Timbaland

de cantora

infantil ao OSCAR

“‘Volta’ não é um regresso. Faço todo tipo de música desde os 12 anos. Só porque agora é música extrovertida, com ritmo, não significa que esteja revisitando ‘Debut’ [1993]. Seria uma forma simplista de encarar o disco. As batidas são muito diferentes, tipo ‘a’ e ‘b’. Têm outros elementos e, emocionalmente, eu me sinto em outro lugar”, diz Björk em entrevista à Folha, no escritório da grava-

>> Com 11 anos, Björk se tornou um sucessso na Islândia com um disco de covers que incluia os Beatles

>> Em 1990, interpretou

canções do jazz em ‘Gling-Gló’ com o trio islandês de bebop Gudmundar Ingólfssonar

>> Björk ganhou o prêmio de

melhor atriz em Cannes de 2000 com “Dançando no Escuro”. Indicada ao Oscar em 2001, apareceu no tapete vermelho usando um vestido-cisne. A cantora considerou a experiência com von Trier “traumática”

>> Björk assinou a trilha de

“Drawing Restraint 9”, filme de 2005 dirigido pelo seu marido Matthew Barney, com o casal no elenco

Esseálbumé globalizado.Aspessoas têmessa idéia negativa deque globalizadoé supermercado, McDonald’se osamericanosse tornandoos donosdouniverso. Masacho que temum outrolado,oque dependedagente. Por quedeixar parao Bush?Somos6 bilhões eeleé só um BJÖRK cantora islandesa

dora Universal, no Meatpacking District, em Nova York.. Mesmo que esse “outro lugar” se pareça em grau de ecletismo com tudo o que ela já fez, salta aos ouvidos em “Volta”, seu sexto álbum solo, uma sonoridade divergente e a presença forte de músicos de várias origens. E, se o número de vendas de CDs indica para onde vai Björk, vale notar que entre o primeiro (“Debut”) e “Medula” (2004), que antecedeu “Volta”, ela vendeu perto de 3 milhões de discos, em ordem decrescente —o que talvez mostre que esteja esfriando no termômetro comercial. Mas, desde que despontou no fim dos anos 80 à frente da banda punk islandesa Sugarcubes, Björk Gudmundsdóttir, que faz 42 anos em novembro, é influência de peso não só nos universos do pop e do rock alternativo: além de acumular 12 Grammys, entre álbuns e videoclipes, levou, por exemplo, a Palma de Ouro (2000) como melhor atriz em “Dançando no Escuro”, de Lars von Trier. A islandesa traz ao Brasil o show da turnê “Volta”, iniciada em abril. Ela toca no Tim Festival em São Paulo, no Rio e em Curitiba, e diz que o show está mais afiado tecnicamente, dos equipamentos eletrônicos à banda de metais. Os efeitos visuais, conta, são mínimos, “para despertar os ouvidos”. No show de 2 de maio no Radio City Hall, em Nova York, sentia-se o peso do palco. Descalça e frenética, Björk abriu com a potente “Earth Intruders” ao lado dos congoleses Konono Nº 1. Contrastaram com a delicadeza do malinês Toumani Diabaté ou do americano Anthony Hegarty, que,

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DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção feminina derrotou ontem Sérvia e Montenegro por 3 sets a 1 (25/17, 25/14, 21/ 25 e 25/ 20) e voltou a uma decisão de Mundial após 12 anos. A disputa pela medalha de ouro aconteceria nesta madrugada, às 3h30, contra a Rússia, em Osaka. Sérvia e Montenegro foi a principal surpresa do torneio japonês. E deu trabalho para o Brasil, que, após vencer dois sets com facilidade, relaxou o permitiu a reação. A oposto Sheilla foi o principal destaque, com 20 pontos. Sérvia e Montenegro e Itália disputariam a medalha de bronze. As atuais campeãs mundiais perderam da Rússia por 25/19, 25/16 e 25/20. (ML)

além de cantar com ela no Brasil, toca no Tim com seu grupo, Anthony and the Johnsons. Mistura global Sobre o caráter múltiplo do “Volta”, Björk arrisca defini-lo como uma “globalização de sons”. “As pessoas têm a idéia negativa de que globalizado é supermercado, McDonald’s e os americanos como os donos do universo. Mas tem o lado que depende da gente. Por que deixar para o Bush? Somos 6 bilhões, e ele é só um”, diz ela. Björk, que passou a adolescência em Reykjavík gritando pela identidade islandesa, em um país que se tornou independente da Dinamarca em 1944, diz estar cansada de nacionalismos e querer a diversidade. “Fazer CD não é masturbação nem lição de psicologia para mim mesma. O disco é um lugar de encontro entre os músicos. Nesse sentido, sou invisível”, ri Björk, entre tiques nervosos e batuques na mesa. “Música pop é uma experiência isolada de estúdio”, diz ela sobre o CD, que nasceu de uma expressão “física”, cantada na faixa “Wanderlust”, das viagens pelo mundo em seu barco —onde mora, ancorada em Nova York, com a filha de cinco anos e o namorado, o artista plástico Matthew Barney. A artista aponta entre seus favoritos do pop Santo Gold, M.I.A. e Joanna Newsom. Diz admirar a música do Japão e da Espanha, “porque nesses lugares o pop não tem de ser estúpido”. “As letras estão perto da poesia”, diz ela e traça paralelo com a Islândia. “Todo adolescente no meu país faz livro de poemas, o que não os impede de sair para dançar, para mui-

tos uma ‘arte menor’. Com o ritmo pode-se entrar em transe, chegar a um lugar mais elevado que um intelectual.” No sentido de atingir a catarse pela música, Björk diz que “Volta” é bem resolvido no palco. E lembra a importância crescente dos shows. “As pessoas têm uma relação mais virtual com a música. No futuro, os CDs vão servir só para introduzir os shows.” BJÖRK NO TIM FESTIVAL Quando: dias 26 (Marina da Glória, RJ), 28 (Arena Skoll Anhembi, SP) e 31 (Pedreira Paulo Leminski, Curitiba) Quanto: R$ 180 (RJ, em noite com Anthony and the Johnsons); R$ 200 a R$ 400 (SP, em noite com Spank Rock, Hot Chip, Juliette and the Licks, Arctic Monkeys e The Killers); R$ 60 (Curitiba, em noite com Hot Chip, Arctic Monkeys e The Killers)

Faço todotipo de músicadesdeos12 anos.Sóporqueagoraé músicaextrovertida comritmonão significaqueesteja revisitando ‘Debut’[1993].Essa é uma forma muito simplista de encararo ‘Volta’.As batidas são muito diferentes,tipo ‘a’ e‘b’. Têm outroselementose, emocionalmente,eumesintoem um outro lugar IDEM

ilustrada

ef

DOMINGO, 9 DE SETEMBRO DE 2007

Fotos Caio Guatelli/Folha Imagem

comentário

Os álbuns mais importantes da cantora

“Volta” (2007)

Bernardinho, técnico do Brasil, durante treino da equipe

Antes da final, brasileiras batem zebra

bergamo@ folhasp.com.br

Cantora islandesa afirma que seu show atual é mais bem resolvido que seu novo CD

“Medúlla” (2004) >> Um dos álbuns mais

Jogadores fortes e saques potentes. São essas as características das cinco equipes que o Brasil enfrentará na primeira fase. Cuba, rival da estréia, é o principal exemplo. “É uma equipe preocupante, de muita força física”, diz Ricardinho. Em nove jogos entre as duas seleções por Mundiais, os caribenhos levaram a melhor em seis. O último revés nacional foi na disputa do bronze em 1998.

MUNDIAL FEMININO

Mônica Bergamo

BJÖRK EM SETE ATOS

>> O disco, mais sereno e obscuro do que os anteriores, ajudou a consolidar a sonoridade única da cantora

PREOCUPA SELEÇÃO

Sheilla ataca na semifinal

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AFRA BALAZINA GILMAR PENTEADO DA REPORTAGEM LOCAL

Dois irmãos adolescentes foram encontrados mortos, na manhã de ontem, na mata fechada da serra da Cantareira (zona norte de São Paulo). Desaparecidos desde sábado passado, a polícia acredita que eles tenham sido torturados e vítimas de abuso sexual. Os corpos nus de Josenildo José Ferreira de Oliveira, 13, e Francisco Ferreira de Oliveira Neto, 14, foram localizados porque outros três garotos conseguiram fugir de um outro ataque na mata também no sábado. Todos são moradores do Jardim Paraná, também na zona norte, região com esgoto a céu aberto e ruas de terra. A polícia, que já fala na ação de um “maníaco”, diz que chegou aos corpos após saber, por moradores da região, do relato desses três meninos. Segundo o comandante do COE (Comando de Operações Especiais), Luiz Fiore, um desses três meninos disse que ele e os outros amigos foram abordados por um homem negro que dizia estar armado. O homem, que ainda segundo o menino tinha cerca de 1,70 m e 30 anos, tentou amarrá-los com uma corda —mas eles conseguiram fugir. Sinais de tortura Os irmãos Josenildo e Francisco, porém, não conseguiram escapar. Segundo a polícia, o mais novo tinha pelo menos 15 perfurações espalhadas pelo corpo. Já o mais velho tinha o braço direito quebrado, além de um corte profundo no peito e outras perfurações. Segundo o delegado Raul

Machado Tilcher, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), os ferimentos foram feitos com arma branca (faca, por exemplo). Os corpos foram retirados da mata separadamente por um helicóptero da Polícia Militar, entre 16h15 e 16h30 de ontem. Para possibilitar o resgate aéreo dos corpos e evitar que os

policiais os carregassem por 1,5 km até sair da mata, foi necessário cortar parte da vegetação. Para o delegado da 4ª Seccional, César Camargo, uma lança feita de madeira, não muito contundente, pode ter sido o instrumento usado para machucar os irmãos. Para o delegado Nelson Camargo Rosa, do 72º DP (Vila Penteado) só a peRaimundo Paccó/Folha Imagem

FOTO 2.0 46.0

Chegada dos peritos à mata onde os corpos foram encontrados

rícia poderá confirmar exatamente o que houve, “porque os corpos já estão em adiantado estado [de decomposição]”. Apesar de os delegados falarem na ação de um “maníaco”, o policial Rosa diz acreditar que o criminoso tenha tido ajuda. “Uma pessoa sozinha não teria como segurar os dois rapazes.” Perto dos corpos havia uma espécie de casa na árvore —a cerca de 10 metros de altura— que pode ter sido usada pelo criminoso. Também foram achados preservativos no local —o que, para a polícia, pode ser um indício de violência sexual. Segundo Rosa, o irmão mais velho foi amarrado a uma árvore e torturado. Há cordas e sangue no local. Depois, ele foi arrastado e atirado na ribanceira —onde ficou preso à vegetação. Perto dos garotos, a polícia encontrou ainda uma arcada dentária e um osso que parece ser parte de um fêmur. A polícia acredita que os irmãos não são as primeiras vítimas do suposto maníaco. Há dois meses o corpo nu de um garoto de 15 anos morto por tiro foi encontrado na floresta. “Eles só iam de casa para a escola e vice-versa. Não tinham inimigos”, disse Iracema Oliveira Costa, tia das vítimas. Ela conta que os dois garotos foram ver um pé de jaca perto da casa onde moravam quando desapareceram. Outra tia, Lindalva da Silva Barbosa, aos prantos, teve de ser amparada ontem por um filho e um vizinho. Trilha Para chegar até os corpos, a polícia percorreu uma subida bastante íngreme, onde era possível ver, em diferentes trechos da trilha, um cobertor, uma camisa xadrez e cinzas de uma fogueira. Perto do local, dois garotos andavam a cavalo no meio da mata. “Medo quem não tem? Mas venho sempre passear com o cavalo e dar comida para ele aqui na mata”, disse um menino de 16 anos.

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1 Josenildo José de Oliveira, 13, e Francisco de Oliveira Neto, 14, saíram de casa na travessa Nova Esperança, no Jardim Paraná, na zona norte de SP, para colher jacas no sábado e desapareceram

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia demorou para iniciar as buscas dos garotos Josenildo e Francisco, afirmavam, ontem, boa parte dos vizinhos e parentes dos dois meninos, nas proximidades da travessa Nova Esperança. “Isso é uma palhaçada, deveria ter mais policiais por aqui”, diz o motorista Antônio Carlos da Silva, 52. De acordo com Robson Brasiliano, 19, “quem procurou os meninos no domingo foi a população”. “Vieram quatro policiais e mal entraram na mata. Depois, apareceram seis e só quatro subiram.” Rita de Cássia, a mãe dos meninos, também reclama no atraso do atendimento (veja entrevista abaixo). Ela diz que precisou ligar para diversos números até receber socorro. Seu filho mais velho, José Francisco, 16, está convencido de que, de fato, “a polícia poderia ter agido mais rápido”. Júnior diz que a mata onde os irmãos foram encontrados está cheia de “nóia” [traficantes e usuários de drogas]. “Tem maconheiro direto nesse mato. Tudo com pit bull”, afirma.

2 Ontem, pela manhã, a polícia achou os corpos dos dois meninos após um garoto contar que ele e outros dois também foram atacados no sábado, mas fugiram

3 Os corpos dos irmãos estavam a cerca de 1,5 km mata a dentro. Um corpo estava distante 100 metros do outro. Delegados acreditam no uso de uma espécie de lança de madeira e de arma de fogo. No local, havia uma plataforma de madeira no alto de uma árvore, que pode ter sido usada pelo autor ou autores do crime

Mata onde foram encontrados os irmãos Estrada d a Vi st

el Meira a Isra R. João R. Nov

JD. PARANÁ

Tv. Nova Esperança

Endereço dos irmãos

BRASILÂNDIA Av Dep. Cantí di

São Paulo

“O que eu vou fazer sem meus filhos?”, diz dona-de-casa ................................................................................................

PAULO SAMPAIO

DA REPORTAGEM LOCAL

Poucas horas após receber a notícia da morte de dois de seus cinco filhos, a dona-de-casa Rita de Cássia Alves de Oliveira, 31, chora meio atordoada, na casa de dois cômodos do Jardim Paraná (extremo da zona norte). O lugar está abarrotado de vizinhos, crianças, cachorros e repórteres. Sentada em uma cama com as costas apoiadas em uma pa-

rede de tijolos, Rita responde automaticamente, emendando as frases: “O que eu vou fazer sem meus filhos, meu Deus, eu não sei como eles foram morrer, e agora?...” ★ FOLHA - Como eram os seus filhos? RITA DE CÁSSIA ALVES DE OLIVEIRA - O

Neném [Josenildo, 13], o mais novo, era muito caseiro, tão apegado a mim que eu tinha de pedir a ele para sair e se divertir. O Neto [Francisco, 14] também nunca deu problema. Ado-

rava soltar pipa e jogar bolinha de gude. Estamos em setembro e nenhum dos dois tinha falta na caderneta da escola.

Neném quase não falava.

RITA - Tô parada porque preciso dar atenção à minha filha mais nova, que nasceu de seis meses. Ela tem estrabismo, não enxerga de um olho e puxa da perna. O Neném adorava as duas [Kailane, 4, e Kauane, 3]. Preferia ficar em casa brincando com elas do que sair.

FOLHA - Quando a senhora desconfiou que alguma coisa ruim tinha acontecido?

FOLHA - A senhora trabalha?

FOLHA -

Os vizinhos dizem que o

RITA - Ele era mudo até pouco tempo. Mas aí começou a falar. Era nervoso, coitadinho [chorando muito], gaguejava.

Já no próprio sábado. Eles saíram daqui por volta de 11h e, lá pelas duas, pedi ao irmão mais velho deles, o José Francisco (16), que fosse ver o que houve. Ele foi, mas voltou sem notícia. Por volta das seis RITA -

da tarde, eu já estava muito preocupada e mandei chamar meu marido. Juntaram um grupo de homens e entraram na mata. Mas eram 23h quando eles voltaram sem notícia. Registramos o B.O., mas a polícia só deu atenção no outro dia, domingo, ao meio-dia. Eu ligava, me diziam que não era ali, davam outro número... FOLHA - A senhora tem raiva?

RITA - Raiva? [soluço]. Eu sinto mágoa. Esses meninos nunca fizeram mal a ninguém.

Polícia nega De acordo com a Polícia Civil e com a Secretaria da Segurança Pública, as buscas tiveram início na tarde de domingo, quando o Comando de Operações Especiais teria entrado na mata. O boletim de ocorrência, segundo a polícia, foi feito pela família no começo da madrugada de domingo. “Não temos bola de cristal. Foram tomados todos os procedimentos adequados”, afirma o delegado Nelson de Camargo Rosa, do 72º DP. Os vizinhos acreditam que o assassino não é da região. Especulam sem muita segurança que “pode ter sido um cara meio maluco conhecido por aqui como Mudinho”. “Ele [o assassino] não mora no bairro. Aqui não se criam essas coisas”, acredita Lenilson de Oliveira, 15. O pai dos meninos deixou a mãe há cerca de cinco anos e voltou para Pernambuco, onde nasceu. A mãe se casou em seguida com José Justino da Silva, líder de suporte, e teve mais duas filhas, de 3 e 4 anos. Uma delas é deficiente física. A casa onde a família mora fica no alto de uma viela sem pavimentação, tem dois cômodos e cerca de 20 m2. O quarto é separado da cozinha apenas por uma geladeira e um armário. O padeiro Antônio Vieira Lima, 59 (“caçula de 21”), diz que os meninos “foram criados em casa, eram sossegados”. “Um deles, o mais novo, Josenildo, trabalhou na padaria, era bonzinho, nunca reclamou do serviço”, conta Lima, que pagava R$ 15 por dia ao garoto. Tinha namorada? “Ih, tadinhos. Esses dois morreram sem saber o que era isso”, diz o amigo Erick Rodrigues, 22. (PS)

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SEXTA-FEIRA, 19 DE OUTUBRO DE 2007 Divulgação

ilustrada

BRUTAMONTE: [+] FORÇA DE RIVAIS

isso não existia no voleibol”, relembra Ricardinho. Nos treinos, além de cuidar dos levantamentos, a comissão técnica deu atenção especial ao saque, um dos problemas do time na conquista do hexacampeonato da Liga Mundial. “A cobertura é outro detalhe ao qual temos nos dedicado porque vamos enfrentar bloqueios altos”, afirma Tabach. No Japão, a equipe brasileira também vai testar o fôlego dos atletas, preparado com estafantes sessões de treino. Giba chegou a batizar os dias passados no CT de Saquarema (RJ), antes da viagem para o Japão, de “Ironman”. “A gente deu gás, correu na areia, fez musculação... Não adianta estar bem tecnicamente e não ter fôlego para agüentar a maratona do Mundial”, diz Ricardinho. O time terá a primeira folga na segunda. (ML)

NOME ALTURA IDADE Levantadores Ricardinho 1,91 m 30 Marcelinho 1,83 m 32 Pontas Dante 2,01 m 26 Giba 1,92 m 29 Samuel Fuchs 2,00 m 22 Murilo 1,90 m 25 Meios-de-rede Gustavo 2,03 m 31 Rodrigão 2,05 m 27 André Heller 1,99 m 30 Opostos Anderson 1,90 m 32 A. Nascimento 1,95 m 27 Líbero Escadinha 1,84 m 31

FOTO 0.91 18.0

Policiais chegaram aos corpos após saber que outros três jovens tinham sido atacados por um homem no mesmo dia e local

PMdemoroupara iniciarbuscas, dizemvizinhos

Irmãos de 13 anos e 14 anos são achados mortos após desaparecerem no sábado

io pa am

E4

que já tenta trabalhar com o passe ruim desde 1994. Buscava algo que o diferenciasse mais dos outros levantadores. “No começo, todo mundo achava que era uma coisa boba, exagerada da minha parte, que

TIME BRASILEIRO

Polícia de SP acredita que Josenildo, 13, e Francisco, 14, foram vítimas de um maníaco

MORTES NA SERRA DA CANTAREIRA

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Jogar sem o passe na mão é o pesadelo de todo levantador e pode arruinar a apresentação de um time, até dos favoritos. A seleção brasileira, no entanto, encontrou um jeito de transformar o erro em arma e promete surpreender os rivais. Ricardinho tem treinado de propósito com o passe ruim. A idéia é tentar conseguir ataques velozes mesmo quando o companheiro erra a recepção. “Ele tem forçado bastante isso nos treinamentos, será uma diferença já neste Mundial. Acreditamos que, mesmo sem o passe na mão, tenhamos condições de jogar com uma velocidade que outras equipes não têm. Os nossos atacantes têm condições de acompanhar esse ritmo”, afirma o assistente técnico Ricardo Tabach. O capitão brasileiro conta

atacante da seleção

À esquerda, Lindalva, que teve de ser amparada por um filho e um vizinho ao saber da morte dos sobrinhos; à direita, em sentido horário: Francisco, 14, Josenildo, 13, e Rita, a mãe dos garotos

Doisirmãossãotorturadose mortosnaserradaCantareira

egre a Al

Canadá

Austrália

DA REPORTAGEM LOCAL

GIBA

1ª FASE Amanhã-3h Cuba x Brasil Sábado-3h Brasil x Grécia Domingo-7h França x Brasil 21.nov-5h Austrália x Brasil 22.nov-3h Brasil x Alemanha

Rússia

Bulgária

Egito

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Cada competição ficamais difícil.Todosquerem nos bater.O que temos de fazer énãoperder paranósmesmos

Andy Rain/Efe

GRUPO C

EM NAGANO

EM SAITAMA

Japão

EM FUKUOKA

GRUPO A

Reprodução

Equipe foi reformulada após Atenas O Mundial é o primeiro grande teste da renovada seleção de Bernardinho. Após a medalha de ouro nos Jogos de Atenas2004, a equipe perdeu três peças importantes: o levantador Maurício e os pontas Nalbert e Giovane. Desde então, o treinador tem feito testes. E suas principais apostas confirmaram as vagas. Só Roberto Minuzzi não teve chance de se firmar por causa de cirurgia no coração —ele voltou aos treinos, mas acabou cortado. No ataque, Bernardinho tem mantido Murilo e Samuel Fuchs. Marcelinho, até então o terceiro levantador, ganhou o posto. “Os jovens deram injeção de ânimo nos mais experientes”, diz o assistente técnico Ricardo Tabach. “O Samuel está crescendo bastante. Acreditamos que já neste Mundial possa ser uma das grandes surpresas”, completa. Em 2002, o Brasil também havia passado por renovação. A principal aposta era o oposto novato André Nascimento, que terminou eleito o melhor da competição. (ML)

Jogos do Brasil

Zebra

EM SENDAI

Favorito

Pág. C4 Reprodução

DA REPORTAGEM LOCAL

NA TV - Brasil x Cuba Globo e Sportv, às 3h de amanhã

Grupos e jogos do Brasil

SEM VITAMINA NO BRASIL, RICOS E POBRES COMEM MAL, AFIRMA PESQUISA

Pág. D1

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Americanos-2003 —foi bronze. Soma 14 títulos e duas pratas. No fim de 2005, Bernardinho se reuniu com os jogadores e propôs um pacto: queria dedicação total à seleção até a Olimpíada de Pequim-2008. “Não é simples chegar a um campeão olímpico e falar que ele tem que se dedicar mais ainda”, disse o treinador à época. A proposta, porém, parece ter sido aceita. Após a conversa, o time venceu a Copa do Campeões, título inédito para essa geração. No meio deste ano, levou o hexa da Liga Mundial. “Eu sempre falo para os jogadores irem para os quartos e pensarem se estão fazendo o máximo. É o que eu faço. Só se fizermos mais do que todo mundo vamos ter a chance de ganhar”, diz Ricardinho. Para o assistente técnico Ricardo Tabach, no entanto, não foram só as conquistas e ambições que fizeram o time aceitar a proposta de Bernardinho. A passagem dos anos e as mudanças nas vidas particulares transformaram o grupo. “O fato de eles serem pais de família, de terem essa responsabilidade aflorada, reflete-se no treinamento. Eles têm mais consciência da importância de ir para esse campeonato.”

MUNDIAL MASCULINO

ESPORTE FUNDOS COM RECURSOS SUSPEITOS ATUAM NO FLU E NO FLA

Fotos Bruno Miranda/Folha Imagem

Divulgação

DA REPORTAGEM LOCAL

Ombudsman: ombudsman@uol.com.br

memória

Sem ajuda de psicólogo, time estréia amanhã no Mundial do Japão, visto pelos jogadores como seu mais difícil teste

MARIANA LAJOLO

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EF

QUARTA-FEIRA, 26 DE SETEMBRO DE 2007 ★

auto-ajuda

Cuba será o primeiro adversário da equipe, que soma 14 títulos e dois vices desde que Bernardinho assumiu o cargo em 2001

cotidiano

Av. Ayrton Senna

Folha de S.Paulo

esporte

comentário

Voz da cantora enche festival dinamarquês

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THIAGO NEY

EM ROSKILDE (DINAMARCA)

B

jörk sobe ao palco acompanhada por guitarrista, baterista, sopros, teclados e por um músico que manipula sons em uma mesa digital “touch screen”. Mas é sua voz o fio condutor do show —o que, às vezes, torna-se um pouco... demais. No início de julho, a cantora islandesa foi a principal atração do primeiro dos quatro dias do Roskilde, festival na Dinamarca. Chovia havia mais de 30 horas, ventania, um frio de lascar, e ela ali, descalça, saltitando sob um manto multicolorido e com o rosto todo pintado. “Volta”, seu último disco, é a base do show. Sopros, barulhos eletrônicos, teclados e percussão travam uma batalha sincopada em “Earth Intruders”, “Innocence”; nas antigas “All Is Full of Love” e “Army of Me”, os arranjos seguem essa linha. A voz de Björk, com todo o seu malabarismo, lidera a banda e preenche Roskilde. Não parece sobrar espaço para mais nada. Nem para a própria música.

O jornalista THIAGO NEY viajou a convite da organização do Tim Festival

C10

cotidiano

Os muito ricos não gargalham

Juliana Paes está no camarim do Tom Brasil, em SP, onde estréia no sábado, 15, o musical “Os Produtores”, uma peça sobre dois vigaristas que fazem “o pior espetáculo da Broadway” e fogem para o Rio com o dinheiro da produção. A atriz será a dançarina sueca Ulla, estrela do tal “pior espetáculo”. ................................................................................................

DANUZA LEÃO

COLUNISTA DA FOLHA

Ela usa uma touca na cabeça. A rede segura seus cabelos castanhos para que receba a peruca loura de sua personagem. A atriz se recusa a ser fotografada com o acessório. “Vocês querem acabar com a minha carreira? Não vou deixar fazer ‘Seu Boneco’!”, diz, referindo se ao menino de rua da “Escolinha do Professor Raimundo”, que sempre usava touca. ★ “Já viram a Jennifer Lopez ou a Madonna de redinha? Então não vão me ver.” O rádio toca. “Quem está me gritando? Ah, é o Dudu [o namorado Carlos Eduardo Baptista]. Oi, amor! Adorei o seu torpedo. Mas não posso falar agora. ‘Tô’ fazendo umas coisas com a imprensa”. ★ Juliana, 28, disfarça a rede do cabelo com um lenço. Empurra as sandálias. “Tira essas havaianas daí para não aparecer na fotografia!”. Também não quer ser fotografada tomando CocaCola light —ela tem contrato com a concorrente AmBev. ★ Garota-propaganda de cerveja, diz que bebe “vinho. E não largo minha cervejinha. Mas não tenho nada mais para falar sobre isso, na boa”. Ela defende o produto que anuncia: “Acho negativo quando relacionam bebida com acidentes. É superviável beber sem encher a cara, é perfeitamente saudável”. ★ “Não consigo deixar a unha crescer e por isso uso essa, postiça”, diz a uma produtora da peça. “Mas não escreve que a unha é falsa porque sou garotapropaganda da Colorama”. Peruca na cabeça, ela diz que “nunca quis ser loira, nem quando era adolescente. Mas agora acho que vou pintar. Odeio peruca”. Um colega de elenco observa: “Você está muito Marilyn [Monroe]”.

Juliana

MONROE

A atriz, que nos bastidores da peça é chamada de Marilyn Monroe pelos colegas

A atriz Juliana Paes, que estréia no teatro em SP, usa peruca para encarnar sueca, defende os comerciais de cerveja e diz que o corpo feminino tem que ser mostrado

À esq., croqui do figurino na mesa do produtor Sandro Chaim; à dir., os sapatos de cena, marcados com o nome da atriz

intervalo, brinca ao ver Juliana com um sanduíche. “Olha o regime! Vai ter quadril sobrando em cena.” ★

Quando a atriz foi testada para o papel de Ulla —substituindo Danielle Winits, que engravidou —, Falabella não quis participar da escolha, por ter “várias amigas concorrendo”, como Emanuelle Araújo e Luciana Vendramini. “Mas a personagem escolhe o intérprete. Era para ser da Juliana. Ela trouxe tesão e energia para o espetáculo”, diz ele.

Juliana almoça filé de frango com salada de alface, tomate e pepino. Deixa o prato pela metade, porque a programação era extensa: editorial de moda para uma revista, fotos para o programa da peça e ensaio das músicas com a orquestra. ★ Ela experimenta quatro figurinos —dois deles, vestidos justos que evidenciam seu bumbum. “A mulher é uma coisa bonita de ser ver, tem que ser mostrada. É diferente do homem. O corpo masculino não tem apelo estético”, explica.

★ Juliana, estreante no teatro, já se enturmou com os “colegas de classe”. Tanto que pediu para dividir o camarim com o ator Sandro Christopher. “Como era sua estréia, acho que ela não quis ficar sozinha”, diz ele.

Juliana entra no camarim para tirar a peruca e o figurino

★ Para ela, a programação de TV está “um tom acima”, mas “por excesso de violência, não de sexo”. “As cenas mais apelativas estão no ‘Jornal Nacional’”, diz. Desce as escadas para o palco e um segurança não resiste: “Ela é tudo de bom.com.br”, diz ele.

★ Sandro mostra o espaço. “Temos dois toaletes [no camarim], então não vai ter problema de um levantar e o outro abaixar a tampa do vaso”, brinca. Ao lado, estão as araras de figurinos —os dela são oito — e sapatos com o nome da atriz

“Já estou paulista, dando um beijo só”, diz Juliana, que mora no Rio, mas fixou residência temporária em SP por causa da peça. “Só vou do ensaio para o hotel”, diz. Há duas semanas, deu uma “esticada” em uma festa, mas saiu às 2h, “quando estava começando a ficar bom”.

“Muita gente questionou se eu podia fazer um musical. Dancei e fiz canto a minha vida inteira. Não sei o que vai acontecer, mas fiz minha parte. Estou aqui para o que der e vier”, diz ela. ★

★ “Que é isso? Levou uma surra?” É Miguel Falabella, protagonista e diretor da peça, quando Juliana chega, com a peruca despenteada, para as fotos do catálogo. Ele reclama da ausência de ar-condicionado e da presença de fotógrafos no palco: “Como é que a gente vai fazer um espetáculo assim?”. No

Juliana pediu para dividir seu camarim com o ator Sandro Christopher; “ela não queria ficar sozinha na estréia no teatro”, diz ele

Maquiada para um editorial de moda (acima), esconde a rede de cabelo com um lenço; à dir., no palco com Falabella e Vladimir Brichta reportagem DIÓGENES CAMPANHA

Falabella tranqüiliza a equipe. Adaptações de musicais da Broadway, afirma, “têm pouco processo criativo. É um trabalho pizza hut. Tem que ficar igual ao original americano”. Juliana, portanto, só tem que ficar mais branquinha, para interpretar a dançarina sueca. Tarefa fácil, já que São Paulo não tem praia.

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DOMINGO, 21 DE OUTUBRO DE 2007

Os muito ricos adoram brincar de pobres. Para as férias, costumam ter uma casa simples, mas muito confortável, numa praia ainda não descoberta do Nordeste, e por nada deste mundo deixariam uma revista fotografar este paraíso. Lá, usam bermudas velhas, camisetas desbotadas, andam descalços e só recebem os muito íntimos. Quando isso acontece, oferecem uma cachacinha local e nada lhes dá mais prazer do que uma comida muito simples, especialidade da mulher do caseiro. O casal trabalha com eles há 30 anos, usa bermuda, camiseta, anda descalço mesmo para servir a mesa e tem uma familiaridade com os patrões que só o tempo permite. Os carros dos muito ricos costumam ser pretos, de marca indefinida e nunca do ano.

Eles não têm dinheiro no bolso nem chave da porta; não freqüentam lugares da moda nem usam roupas com grifes à mostra; não carregam malas nem passaporte. Eles não são ricos: são muito ricos

rendo e gente dormindo pelas cadeiras. A sala vip dos muito ricos é exclusiva, e nela eles desfrutam de uma paz celestial até a hora de entrar no avião, quando são os últimos a embarcar. Só viajam em classe executiva, e durante a viagem não comem nada, só bebem água. Estou falando dos que não tem um avião particular, é claro. Aliás, avião, a não ser particular, hoje em dia só é praticamente usado pelos pobres. Mas, se necessário, quando se instalam em suas poltronas, as mulheres costumam recusar o cobertor que a comissária de bordo oferece; tiram da bolsa uma manta de pashmina, comprada no Hermès de Paris — US$ 3.000, pelo menos—, e que dobrada é do tamanho de um lenço. Qual a mulher que se cobriria com uma manta que já foi usada por outra pessoa, mesmo que tenha sido esterilizada? Aliás, quando você quiser saber se uma manta é mesmo de pashmina, tire seu anel e procure passá-la por dentro dele. Se não passar, é falsa. Essas pessoas não usam dinheiro, só cartão de crédito. Para dinheiro de bolso, é só telefonar para o banco onde têm conta —na Suíça ou em Luxemburgo— e um portador levará o dinheiro ao hotel, em qualquer lugar do mundo. Em Paris costumam se hospedar no Ritz ou no Meurice; a femme de chambre que os acompanha nas viagens desfaz a mala, põe nas gavetas as peças menores e pendura as roupas —depois de passadas, é claro. Mas quem se hospeda nesses hotéis, se não quiser, nem precisa levar sua camareira, pois nesses hotéis as coisas funcionam automaticamente; e na hora de ir embora, as malas são tão bem feitas como quando chegaram. Eles não freqüentam os restaurantes da moda e preferem almoçar no terraço da Closerie des Lilas, onde não correm o risco de encontrar uma só pessoa que pertença ao chamado jet set; talvez cruzem com um banqueiro que conhecem há anos, que chegou de Genève naquela manhã, a negócios, e vai voltar na mesma tarde. De trem, é claro.

NÃO FREQUENTAM FAMOSOS TEMPLOS DE LUXO E NUNCA USAM CHAVES Os muito ricos não ostentam; os homens mandam fazer suas gravatas e lenços sob medida no Charvet, que fica num segundo andar na Place Vendôme, endereço em Paris que só poucos conhecem, e suas mulheres têm jóias maravilhosas mas guardadas no cofre de um banco —na Suíça, de preferência—, que são usadas apenas em jantares muito privados, só entre eles. E não usam uma só roupa ou acessório que seja “identificável”. Têm seus costureiros exclusivos, que só elas conhecem, e que não fazem a menor questão de aparecer nas revistas de moda, para que suas criações não sejam usadas por estrelas de cinema na noite do Oscar ou manequins e assim não sejam vulgarizadas. Só quem faz parte desse seletíssimo mundo é capaz de identificar a origem daquele vestido, daquela bolsa ou daquele sapato. Afinal, qual a graça de usar um vestido com a grife de St. Laurent, se esse vestido não foi desenhado pelo próprio e, desde que a marca foi vendida, no ano 2000, a cada estação muda o designer? O porta-voz da luxuosíssima Bottega Veneta declarou recentemente: “Nós nos rendemos ao prazer da nossa fantástica qualidade e mão-de-obra, e isso diz mais do que qualquer grife”. Detalhe: em seus artigos não há um só sinal sugerindo de onde eles vêm. Jamais um logotipo, jamais uma letrinha que identifique de onde saíram aquelas preciosidades. Mas quem sabe —e só quem sabe— sabe. Os muito ricos, até por cansaço de serem ricos há tanto tempo, viajam —e vivem— à maneira deles; em altíssimo padrão, mas na maior das discrições. Não é um problema de dinheiro, claro, mas os famosos templos de luxo e riqueza não são freqüentados por quem é rico de verdade. Um amigo meu, quando vai a Londres, fica em um hotel que é uma casa; uma casa normal, tipicamente inglesa, com poucos quartos, onde só se hospedam pessoas altamente recomendadas. Nesse hotel-casa, cada hóspede tem a chave da porta da rua; não existe portaria, conseqüentemente também não existem porteiros, e, no living —confortável, charmoso e bem inglês—, um bar com todas as bebidas, os copos apropriados, e um balde de gelo. O hóspede se serve do que quer, e anota num bloquinho o que consumiu, que será cobrado quando for pagar a conta. Ah, e nessa hotel/casa tem um gato, que es-

Ilustração Denis

tá sempre passeando pela casa. Pode ser mais chique? Outra coisa invejável dos muito ricos é que eles não usam chave; a qualquer hora que cheguem, o motorista telefona do carro, discretamente, avisando que o patrão está chegando, e um empregado estará esperando, com a porta já aberta. A arrumadeira ajudará madame a se despir, perguntará se ela deseja alguma coisa —talvez um chá—, o mordomo fará o mesmo com seu marido, eles dormirão em lençóis que, se não são trocados todo dia, serão pelo menos passados todo dia, para não marcar o rosto, e o quarto ficará na mais perfeita ordem, sem uma só peça de roupa em cima de uma cadeira.

NUNCA SÃO VISTOS NAS RUAS OU LOJAS E ADORAM DIZER QUE NÃO GASTAM Eles nunca são vistos nas ruas, nas lojas, nas joalherias. São elas que vão até eles, muito mais prático. Vendedores levam os itens mais novos e exclusivos das coleções e, nas raras vezes em que saem —afinal, às vezes é preciso respirar um pouco de ar puro—, se entram num estabelecimento comercial são logo reconhecidos pelos vendedores; a conta vai diretamente para o escritório, e o(s) pacote(s) é(são) entregue(s) em casa, pois rico não carrega embrulho. E cuidado: se acontecer de você sair com alguém muito rico, é capaz da

conta sobrar para você, pois rico não costuma levar dinheiro no bolso, nunca. Os muito ricos adoram dizer que não gastam; aquele vestido maravilhoso é um Chanel antigo de 30 anos atrás, o outro foi comprado há 15 numa lojinha exclusivíssima no interior da Espanha, e os lençóis, discretíssimos e sempre brancos, são bordados por freiras de um convento em Portugal. Eles não falam de moda nem de consumo, e o vinho que servem em casa é tão garantidamente o melhor que é servido em garrafas de cristal —e não se fala na origem nem de que ano é, porque não precisa. Têm vários celulares, sendo um do motorista; quando saem, de onde estiverem, telefonam para que o carro já esteja na porta e eles não precisem esperar. Viajar, para os que são ricos há muito tempo, é simples; para isto existe a femme de chambre —arrumadeira, para os

mais simples. Cada peça de roupa é embrulhada em papel de seda, cada pé de cada par de sapatos vai embalado num saquinho de flanela. As malas nunca vão cheias demais, para que nada amarrote. A secretária vai para o aeroporto três horas antes, levando a bagagem, os bilhetes de avião e os passaportes. Despacham as malas, fazem o check-in, e o casal sai de casa, ela com uma bolsinha pequena, e o marido, sem nada nas mãos.

NÃO LEVAM MALAS CHEIAS E NÃO COMEM NADA DURANTE A VIAGEM Chegando ao aeroporto —dependendo da distância, vão de helicóptero—, são levados não para a sala vip, com aquele amontoado de gente aproveitando para beber de graça, falando aos berros, crianças cor-

DORMEM EM QUARTOS SEPARADOS E NÃO TÊM AMIGOS ÍNTIMOS Curiosamente, os muito ricos dormem em quartos separados; não saem do quarto sem estarem formalmente vestidos, e o casal se trata com a maior cerimônia. Nem sei como conseguem procriar. Não têm a menor intimidade com os empregados e não costumam ter amigos íntimos, por isso quando têm seus problemas existenciais não têm com quem se abrir, pois não costumam freqüentar analistas. Imagine, um muito rico ser visto saindo do consultório de um psi. Não foi à toa que a imperatriz do Japão, devido ao rigor do protocolo, teve uma depressão e ficou sem aparecer nem nas cerimônias oficiais, por longos anos. E os muito ricos, muito ricos mesmo, homens e mulheres, têm uma coisa em comum: nunca ninguém ouviu, e jamais ouvirá, um deles dando uma gargalhada. No máximo, eles sorriem.


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50 PRESOS, 1 FERIDO GRAVE E EMPATE

COPA AMÉRICA

BRASIL x ARGENTINA, às 18h05, por esta taça

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Torcedores detidos pela polícia

Antônio Gaudério/Folha Imagem

ESPORTE

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PRATAS DA CASA Poliana Okimoto, prata na maratona aquática

QUINTA-FEIRA, 19 DE JULHO DE 2007

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(TOTAIS)

Edição atualizada à 0h40

ALMANAQUE

CULTURAL dos Jogos reúne

CHAPOLIN,

Neruda,‘Betty, A Feia’ e Che Guevara Pág. D12

NÃO PERCA 21h >> Ginástica artística Final do individual geral Dois brasileiros competem por medalha >> BANDSPORTS, ESPN BRASIL E SPORTV 3

Daiane dos Santos, prata na ginástica por equipes

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Ouro DOS ENVIADOS AO RIO

Problemas arranharam a organização do Pan do Rio no primeiro dia de disputas de medalhas. Houve confusão no pódio da prova de mountain bike do ciclismo, bagunça na premiação da maratona aquática, e telões falharam e frustraram a torcida. No torneio de beisebol, a estréia da seleção brasileira teve de ser adiada por causa de problemas com a iluminação no estádio da Cidade do Rock —marcado para o período da tarde, o jogo poderia se estender até a noite. Assim, Brasil x Nicarágua ficou para hoje.

tragédia em Congonhas

AS MEDALHAS DO BRASIL

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FEIO: ORGANIZAÇÃO TEM FALHAS, E JOGO DO BRASIL É ADIADO

QUADRO DE MEDALHAS

Brasil

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No 1º dia de disputa por medalhas no Rio, Brasil bate na trave cinco vezes e se vê em 8º no quadro de premiações No sábado dourado dos sonhos dos cartolas brasileiros, um dia de prata. Prata, alcance máximo dos atletas do país no primeiro dia de medalhas no Pan. Cinco pratas: maratona aquática, taekwondo, mountain bike, ginástica (duas). Houve também dois bronzes. E o anfitrião fechou o dia em oitavo no quadro de premiações. Na série de vice-conquistas do país, houve pratas e pratas. Prata com sabor de frustração, mas celebrada, como a de Poliana Okamoto, a primeira do dia, na maratona aquática. Incenssada pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos como a maior favorita ao primeiro ouro do Brasil, a nadadora viu até sua prova mudar de horário, em um acerto para que a profecia vingasse. Prata surpreendente até para quem a colocou no peito, como a obtida por Rubens Valeriano no mountain bike. “Um quarto, quinto lugar estava ótimo.” Prata temperada com um quê de indignação. Derrotado por decisão dos juízes na final até 58 kg do taekwondo, Márcio Wenceslau revoltou-se com o resultado e com sua situação financeira. Disse que abandonará o esporte se não tiver renovado o Bolsa-Atleta, programa do governo federal que hoje é sua única fonte de receita. Prata com sentimento de dever cumprido. Comandada por Diego Hypólito e Mosiah Rodrigues, a equipe masculina de ginástica artística bateu os EUA, mas ficou atrás da de Porto Rico. E, já no final do sábado, a equipe feminina de Daniele Hypólito e Daiane dos Santos assegurou uma prata resignada —o time americano dominou. Mas o domingo é longo. E pode ser o domingo do triatlo, do taekwondo, da esgrima, do tiro... Pode ser, enfim, dourado.

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México

Tel.: 0/xx/11/3224-7944 Fax: 0/xx/11/3224-2286 E-mail: esporte@uol.com.br

Eduardo Knapp/Folha Imagem

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EUA

Marcia Foleto/Agência O Globo

Cobertura especial Pan 2007 e do Acidente do vôo da TAM

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Diego Padgurschi/Folha Imagem

Folha de S.Paulo

MORTOS

CHEGAM A

192 No pior acidente da história do país, 180 corpos são resgatados e buscas prosseguem

KAREN MELISSA RAMOS • KATIA ESCOBAR • KATIANE LIMA • KLEYBER LIMA • LARISSA FERRAZ • LEILA MARIA OLIVEIRA DOS SANTOS • LEVI LEÃO • LINA BARBOSA CASSOL • LISIANE SCHUBERT • LUCAS PALOMINO MATTEDI • LUCIANA SIQUEIRA LANA ANGELIS • LUIZ BARUFFALDI • LUIZ LUZ • LUIS SCHNEIDER • LUIZ ZACCHINI • MADALENA SILVA • MARCEL CASSAL VICENTIM • MARCELO MARTHE • MARCELO PALMIERI • MARCELO PEDREIRA • MARCELO STELZER • MARCIO ALEXANDRE DE MORAES • MARCIO ANDRADE • MARCO ANTONIO SILVA • MARIA ALINE DA SILVA • MARIA ELIZABETE CABALLERO • MARIA ISABEL GOMES • MARIANA PEREIRA • MARIANA SELL • MÁRIO GOMES • MARLI PEDRO SANTOS • MARTA ALMEIDA • MELISSA ANDRADE • MERY VIEIRA • MICHELE DIAS MIRANDA • MICHELLE LEITE • MICHELLE SILVEIRA UNTERBERGER • MIRELLE M. F. BETTIOL • MIRTES SUDA • NADIA MOYSES • NADJA SOCZECK • NELLY PRIEBE • NELSON WIEBBELLING • OSWALDO LUÍS DE SOUZA • PATRÍCIA HAUSCHIELD • PAULA MASSERAN DE ARRUDA XAVIER • PAULO CASSIANO FELIZA OLIVEIRA • PAULO PAVI • PAULO ROGERIO AMORETTY SOUZA • PAULO SILVEIRA • PEDRO ABREU • PEDRO AUGUSTO CALTABIANO • PETER FINZSCH • PRISCILA BERTOLDI SILVA • RAFAELA BUENO DAL PRATA • RAQUEL WARMILING • REBECA HADDAD • REMY MOLLER • RENAN KLUG RIBEIRO • RENATA GONÇALVES • RENATO RIBEIRO • RENATO SOARES • RICARDO ALMEIDA • RICARDO KLEY SANTOS • RICARDO TAZOE • RICHARD SALLES CANFIELD • ROBERTO GAVIOLI • ROBERTO WILSON WEISS JUNIOR • RODRIGO BENACHIO • RODRIGO PRADO • RODRIGO SOUZA MOREALE • ROGÉRIO LAURENTIS • ROGÉRIO SATO • ROSÂNGELA MARIA DE AVIL SEVERO • ROSPIERRE VILHENA • RUBEM WIETHAEUPER • SANDRO SCHUBERT • SÉRGIO FREITAS • SILVAN STUMPF • SILVANIA REGINA DE AVILA ALVES • SILVANO ALMEIDA • SILVIA GRUNEWALD • SIMONE WETRUPP • SONIA MACHADO • SORAYA CHARARA • SUELI FLECK • SUELY FONSECA • THAIS SCOTT • VALDEMARINA SOUZA • VALDIR CORDEIRO DE MORAES • VANDA UEDA • VILMA KLUG • VINICIUS COSTA COELHO • VITACIR PALUDO • ZENILDA SANTOS • MAIS QUATRO PESSOAS NÃO IDENTIFICADAS


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sábado, 18 de agosto de 2007

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Ilustrações Janaina Tokitaka

“Parece ”

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CLARICE CARDOSO

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Todos os dias depois da escola, Beatrice Marie da Cunha, 10, dá comida para Pestinha, seu bichinho de estimação vermelho e peludo, e segue para trabalhar descarregando sacos de um caminhão na loja de café. Com o salário, compra comida para Pestinha ou cores para ser um pingüim diferente a cada dia. Espere aí: pingüim? Isso mesmo, durante até duas horas por dia, Beatrice é um

pingüim que muda de cor e vive num mundo virtual. É que a menina adora brincar num jogo on-line que tenta imitar o universo em que a gente (ou melhor, os pingüins) vivem. “Ali você cria um personagem e sai explorando lugares. Em cada um há um joguinho em que você faz algo diferente”, conta. Esses jogos, que começaram como uma brincadeira de adultos, fazem um baita sucesso entre as crianças. Mais de 12 milhões de pessoas jogam só no “Club Penguin”, que acaba de ser comprado pela Disney. E a febre por bichinhos on-line também é

Clique Aqui

Atenção, navegantes! Conheça alguns cuidados antes de brincar na rede Nunca diga seu nome ou endereço nem revele o local onde estuda ou os lugares que freqüenta na internet.

grande no Brasil. O Neopets.com, outro site do gênero, é o 80º site mais acessado no Brasil, segundo o Alexa.com.

Vida de pingüim

Ana Beatriz Horta, 9, também adora brincar de ser pingüim. “É um jogo, mas ele imita a vida mesmo, parece real”, diz. E, como é tudo de mentirinha, ela aproveita para fazer algumas coisas que não teria coragem de fazer na vida real. “Sou tímida, mas lá, quando converso com alguém de

quem eu fico amiga, mando até um coração.” Quando se cansam de suas vidas no pólo, os internautas dão um pulinho em outro mundo, onde podem ser os bichinhos que quiserem: desde sapo até dragão. Danilo Losito, 13, tem três bichos e cuida deles com o mesmo carinho com que cuida de seu cachorro de verdade. “Vejo se eles estão doentes, dou comida e algum brinquedo para eles”, diz. Mas qual dos bichos ele prefere? “O de verdade, claro. Os outros são só personagens do jogo. Não têm a ver coma vida real.”

Não deixe de cumprir suas obrigações antes de sair navegando por aí. Reserve um tempo para a lição de casa e para outras brincadeiras. Não combine encontros com pessoas que conheceu pela internet. Se alguém da rede convidar você para algo, avise seus pais.

Não use contas de e-mail com seu nome e sobrenome. Crie um email diferente com algum apelido para conversar com pessoas que só conhece na rede. Assim você pode apagar esse e-mail sem problemas. É importante ter um tempo certo para poder brincar com outras coisas além dos jogos on-line. Chame seus pais para conhecer os sites que você mais visita para que vocês possam explorá-los juntos.

Fontes: Andréa Nolf, psicóloga do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática da PUC-SP, e Roseli Bettini, professora da Famema (Faculdade de Medicina de Marília).

Bate-papo tem limite ........................................................................................

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os joguinhos são a primeira coisa que vêm à cabeça de Maria Vitória Marques Barroso, 8, quando pensa nos mundos virtuais. Mas, de vez em quando, ela também puxa papo com alguém. “Falo sobre o jogo, convido para brincar comigo e peço para visitar o iglu da pessoa”, conta. Rafaela Calicchio, 9, também gosta de jogar conversa fora entre um joguinho e outro. “Falo com as pessoas que eu vejo sempre por lá. Tenho uns 50 amigos pingüins.” Conversar com alguém que você conhece na internet pode ser divertido, mas é preciso ter cuida-

dos redobrados. É o alerta da psicóloga Roseli Bettini, que é professora da Famema (Faculdade de Medicinade Marília). “Na escola, você não fica perto de colegas que não são legais com você. Na internet, como não há como separar essas pessoas, é difícil se proteger.” Aí valem as mesmas regras da vida real, afirma Andréa Nolf, psicóloga do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática da PUC-SP. “Assim como você não fala com estranhos na rua, na internet deve evitar conversar com quem não conhece.” E lembre-se: “Amigos virtuais devem ficar no mundo virtual e falar só sobre coisas de lá”. (CC)

Pingüins, fadas, dragões e outros bichos vivem nos sites abaixo Club Penguin: www.clubpenguin.com (em inglês)

Marina é uma especialista em animais, apes ar de só ter oito anos. Ela é a mel hor amiga do Peixonauta e é boa em códigos (o seu mão secreto aperto de envolve todo os dedos da s mão e um do pé!).

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Personage m criado po brasileiro r s ganha a telinha do mundo

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sábado, 18 de agosto de 2007

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A TURM PEIXON A DO AUTA

Fotos Divulg

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Neopets: www.neopets.com.br Disney Fairies: www.disneyfairies.com (em inglês) Stardoll - www.stardoll.com/pt/ Bichinho virtual Splash www.monica.com.br

Juca e Pedr o

Os gêmeos endiabrado s são primos de Mar as tardes no ina. Eles passam parq Árvores Feliz _ ue das es assim o avô pode ficar de olho nele s. Estão sempre apro ntando algu confusão, que ma Peixonauta Marina vão ter que desf e azer.

Zico Agradecimentos: Colégio Santo Américo (www.colegiosantoamerico. com.br) e Positivo Informática (www.positivo informatica.com.br).

O macaco não tempo para perde pensar quando os cipó "chamando" s o estão para uma boa balançada. Ele interessado finge não estar no que Mar ina e Peixonauta estã mas está sem o fazendo, nas aventura pre metido s.

Chumbo-Fe liz

O peixe sábi o no fundo da vive baía há muito tem po. passa informaEle secretas ao ções Peixonauta por meio de charadas.

Rosa A paquera de Peixonauta é uma peixinha corrosa bonita dee charmos a. Ela adora deco rar o fundo do lago.

Dr. Jardim

O avô de Mar ina é o veterinário do parque. Ele é tão bom no que faz que pode fazer a dor de barr iga de uma cobr a É o conselhe desaparecer. iro da neta , com quem com part pelo ambient ilha o amor e.

Um peixe

Peixonaut a, especial queum agente estará no Discovery Kids a par tir de abril de 2008

secreto

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DENISE RIB

Kika, personage m da série “De Onde Vem ”

COLA BOR

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om cara de anjo e sentado como um pequeno Buda, Bruno Skaf Borges, 10, parece ser zen desde criancinha. O garoto entrega: “Eu extrapolava, era muito bagunceiroâ€?. Agitado, com dificuldade de se concentrar e de conter seus impulsos, Bruno começou a freqĂźentar aulas de ioga quando tinha oito anos, por sugestĂŁo do pai, o aposentado Aidar Borges, 46. “O Bruno era muito disperso, hiperativo. Primeiro, coloquei ele no caratĂŞ, achei que podia ajudar, mas nĂŁo mudou grande coisa. EntĂŁo sugeri a iogaâ€?, conta o pai. A melhora foi acontecendo aos poucos, mas, depois de um ano, jĂĄ pĂ´de ser sentida na convivĂŞncia familiar, no rendimento escolar, nas relaçþes sociais e, principalmente, pelo prĂłprio Bruno. Adepto da prĂĄtica hĂĄ alguns anos, o pai do garoto apostou na ioga por intuição. Mas uma tese publicada neste ano mostra que a aposta pode ter base cientĂ­fica. Um estudo controlado feito na clĂ­nica de psiquiatria e psicoterapia infantil da Universidade de Heidelberg (Alemanha) concluiu que a ioga ĂŠ um tratamento complementar altamente indicado para o chamado TDAH (transtorno de dĂŠficit de atenção com hiperatividade). Segundo os pesquisadores, a ioga mostrou-se mais eficaz do que outras prĂĄticas corporais ou atividades fĂ­sicas na redução dos sintomas relacionados ao distĂşrbio. O estudo tambĂŠm mostra que os melhores resultados foram verificados nas crianças que, aliado Ă prĂĄtica de ioga, tomavam medicamentos especĂ­ficos prescritos para o quadro. “Uma atividade com regras e rituais bem determinados [como a ioga] traz benefĂ­cios Ă criança com essas caracterĂ­sticas e pode fazer com que ela melhore mais rapidamenteâ€?, diz Luiz Celso Vilanova, chefe do setor de neurologia infantil da Unifesp (Universidade

Aulas de ioga ajudam a minimizar sintomas de hiperatividade e falta de atenção e podem ser combinadas com medicamentos para acelerar o tratamento de crianças com essas características

hora

muita calma nessa

Federal de São Paulo). Vilanova pondera que, dependendo do grau de hiperatividade, a criança pode ter dificuldade em seguir uma aula e ficar parada nas posturas. Nesse caso, a associação da pråtica com os medicamentos indicados contribui para a obtenção dos resultados, como aponta a pesquisa. Para Enio Roberto de Andrade, coordenador do ambulatório para TDAH para crianças e adolescentes do IPq-HC (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo), os exercícios de relaxamento, concentração e meditação da ioga trazem benefícios apenas

JĂşlia Arakaki Affonso, 6, pratica postura de ioga com sua colega de aula, Isis Junqueira Brostolin, 7

se a criança consegue estender esse aprendizado para as prĂĄticas cotidianas. “A idĂŠia ĂŠ fazer com que elas aprendam estratĂŠgias para lidar com as suas dificuldades. Isso aumenta a chance de virem a ficar sem o remĂŠdio, mas nĂŁo hĂĄ garantia de que isso ocorra.â€? Segundo Andrade, a principal causa do TDAH, que afeta entre 3% e 5% das crianças brasileiras, ĂŠ genĂŠtica e, na maioria dos casos, ĂŠ indicada a medicação. â€œĂ‰ mais fĂĄcil tratar com remĂŠdios para evitar desgaste no relacionamento familiar, comprometimento social e insucesso na escolaâ€?, diz Vilanova.

Concentração FreqĂźentemente, ĂŠ na escola que os efeitos da pouca atenção e do excesso de atividade sĂŁo mais notados. Quando a funcionĂĄria de cartĂłrio Maria Aparecida Arakaki Affonso, 45, foi chamada Ă escola de sua filha, JĂşlia, 6, para tratar da grande dificuldade da menina para focar a atenção nas atividades, procurou diferentes abordagens para resolver o problema. Mesmo nĂŁo sendo uma praticante de ioga, Maria Aparecida achou que isso poderia ajudar. Hoje, comemora os resultados. “A JĂşlia estĂĄ muito mais concentrada e acho

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quinta-feira, 12 de outubro de 2006 â—? EquilĂ­brio ef

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QUINTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO DE 2007 ★

Lucy Nicholson - 18.fev.2006/Reuters

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[...] “A ioga aumenta a chance de a criança ficar sem remĂŠdio, mas nĂŁo hĂĄ garantia de que isso ocorraâ€? Enio Roberto de Andrade

que foi a ioga que deu o empurrĂŁo para ela conseguir focar a atenção. Sua avaliação [escolar] melhorou, as professoras comentam, elogiamâ€?, conta. O garoto Bruno percebe bem como a ioga ajuda na sua vida escolar. “Levei muito ‘ralo’ na escola, cansei. Agora uso o que aprendi na ioga para me concentrar, faço uma ‘mentalização’ na hora da prova. TambĂŠm ‘estouro’ menos, se alguĂŠm me xinga, entra por um ouvido e sai por outro.â€? Ele conta que, no começo, achava que nĂŁo ia gostar da prĂĄtica. “Pensava que era sĂł ficar parado, meditando, meditando... Mas nĂŁo, vocĂŞ se envolve porque tem de usar o corpo e a cabeçaâ€?, explica. “A ioga favorece a auto-reflexĂŁo e organiza os estĂ­mulos. Por isso, pode ser um complemento e atĂŠ uma alternativa para nĂŁo medicarâ€?, acredita a psicĂłloga Vera Zimmerman, coordenadora do Crie (Centro de ReferĂŞncia da Infância e da AdolescĂŞncia) da Unifesp. Zimmerman afirma, porĂŠm, que a prĂĄtica nĂŁo pode ser considerada uma solução milagrosa. â€œĂ‰ preciso orientação, para ajudar a criança a agregar a experiĂŞncia do que fez na aula. A prĂĄtica deve ser degustada, deve criar associaçþes qualitativas para a vida. E isso tambĂŠm pode ser obtido com outras atividadesâ€? (veja Ă pĂĄg. 8). Energia focada É comum acreditar que o hiperativo precisa de uma atividade para “gastar energiaâ€? e que, dificilmente, consegue ficar parado em uma postura de ioga. “Simplesmente gastar energia, sem foco, desorganiza ainda mais a criança. NĂŁo se trata de quantidade, e sim de qualidadeâ€?, diz Zimmerman. A questĂŁo de saber se a criança vai agĂźentar ou nĂŁo a disciplina que a prĂĄtica requer depende da motivação do aluno e da persistĂŞncia dos pais —muitas vezes, os resultados demoram meses para serem observados. HĂĄ casos, no entanto, em que podem ser sentidos quase que imediatamente. A carioca Camille GuimarĂŁes SĂĄ Rego, 11, faz ioga desde março. A mĂŁe, a analista de sistemas Marcia Regina GuimarĂŁes SĂĄ


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