centro de Lazer do América • revista comemorativa do centenário do américa futebol clube • 1912 a 2012
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Centro de lazer do américa
Editorial
CLAM:
Memória viva do américa Gilson de souza
por: Paulo Silva
Em 1971, quando eu e minha mãe íamos ao prédio da Santa Casa de Misericórdia, ali, na Av. Francisco Sales, para uma consulta médica ou mesmo tomar uma vacina passávamos em frente à sede do Estádio Otacílio Negrão de Lima, o Estádio da Alameda, e eu nunca poderia imaginar que um dia faria parte da história do América Futebol Clube. Com o passar do tempo, muita coisa aconteceu e me encontro hoje à frente da administração do Centro de Lazer do América, o CLAM. Um clube encravado no coração do bairro Ouro Preto, região nobre da Pampulha e que reúne um número aproximado de 3 mil sócios. É uma tarefa de grande responsabilidade administrar o CLAM. Mesmo sabendo da dificuldade de agradar a todos os associados, buscamos fazer um trabalho que gere a satisfação da maioria. Ao longo destes três anos à frente da administração do CLAM fizemos muitos amigos e é impossível não falarmos de algumas pessoas muito queridas entre todos os sócios, como, o Tio Wagner, o Soter e também o Gildo. Pessoas que simbolizam o amor ao América Futebol Clube. Quero, então, nesta oportunidade e neste momento de alegria, pela comemoração dos 100 anos do América Futebol Clube, parabenizar a diretoria do Coelhão pelo trabalho sério que vem desenvolvendo à frente do time de futebol e pela bela obra do Estádio Independência. Externo minha vontade de que essa parceira CLAM/América continue, fazendo do nosso clube, um espaço onde, os títulos do América possam ser comemorados. Finalizando, entendo que o lançamento desta revista é um marco importante da administração do CLAM e sabemos da importância que representa para Belo Horizonte e toda Minas Gerais mantermos viva a memória do que foi, do que é e do que será o nosso CLAM. A todos com quem convivo e convivi ao longo destes três anos de trabalho, o meu muito obrigado.
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Centro de lazer do américa
Expediente
Índice AMÉRICA FUTEBOL CLUBE
Editorial CLAM
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Editorial AMÉRICA
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CLAM - Centro de Lazer do América
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História
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O decacampeão de nossos corações
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Nosso presidente de honra
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Nos primórdios: os fundadores
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Escudo
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Uniforme
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Bandeira e Hino
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Mascote
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Linha do Tempo
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Missa e Placa no Mercado Central
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CENTRO DE LAZER DO AMÉRICA - CLAM
Convênios
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Diretoria social: Paulo Roberto Pereira da Silva
América comemora seu centenário em noite histórica
46
Opinião
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Inauguração Independência
62
Torcida
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Amigos do Coelho
68
Associação de ex-atletas do América
72
Entrevista - “O Filho do Vento”
78
Fotos Históricas
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Presidentes: Afonso Celso Raso Alencar da Silveira Jr. Francisco Santiago José F. Lanna Drumond Magnus Lívio Lucas de Carvalho Marcos Salum Olimpio Naves Paulo Lasmar Teodomiro Braga Superintendente Geral: Alexandre Faria Conselho Fiscal: Célio Martins de Carvalho Jacques Enerst Levy Jorge Laboissiér Milton Cabral Moreira Paulo Marcos Cruz Freitas Petrônio Correa Conselho Deliberativo: Antonio Manoel S Baltazar Fernando Trivellato A Mauro Tunes Júnior Paulo E Rocha Brant
Diretoria administrativa: Flávia Maria Santos Silva revista comemorativa do centenário do américa futebol clube Jornalista Responsável: Gilson de Souza MG 12.251 / JP Designer: Gilmar de Rezende Consultor de Mídia: Julio Cesar de Abreu Departamento Comercial: Produtos BH (31) 3272-8284 e-mail: produtosbh@hotmail.com Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do Clube CLAM Tiragem: 20.000 exemplares Gráfica: EGL Editores Gráficos Ltda. DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
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Centro de lazer do américa
Gilson de souza
Sala de Troféus
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Centro de lazer do amĂŠrica
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Centro de lazer do américa
Editorial
Nossa Gratidão a todos
que escrevem a história do América
Gilson de souza
* Afonso Celso Raso
É com muito prazer e alegria que vejo o lançamento da Revista Comemorativa do Centenário do América Mineiro, idealizada e realizada pelo CLAM, o nosso centro de lazer, tão bem dirigido pelos irmãos Paulo Roberto Pereira da Silva e Fábio Pereira da Silva, editada graças ao trabalho de Gilson de Souza, Gilmar de Rezende e Júlio Cesar Abreu. A festa maior do Centenário, no Palácio das Artes, ficará registrada como a grande noite do glorioso Decacampeão, na bela confraternização das gerações que honram o pavilhão americano. Foi o encontro do passado glorioso com o presente fantástico e o futuro de esperanças. As presenças do Governador Antonio Anastasia e o Prefeito Márcio Lacerda, ao lado de figuras representativas da sociedade mineira, demonstram a pujança do América e sua importância na Capital e no Estado. Pudemos lembrar que nomes de americanos estão em monumentos, praças, ruas, avenidas, faculdades, prédios, viadutos, estradas e por todos os pontos do País, enaltecendo e comprovando a participação de nossos torcedores nos vários setores da atividade humana. O futebol profissional é o carro-chefe, sem dúvida. Mas o América pode se orgulhar das categorias de base (onde surgiram Tostão, Euller, Fred, Palhinha, Eder, Amauri, Gilberto Silva, Evanilson, dentre outros craques da seleção brasileira, e até o capitão da seleção japonesa, o zagueiro Nagazawa). Pode se orgulhar do Octacampeão de basquete, de inumeráveis títulos no volei, futebol de salão, natação, atletismo, ciclismo, boxe, judô, handebol, esgrima, xadrez, bocha - tudo isto muito bem lembrado por Carlos Paiva, na Enciclopédia do América. Somos um grande clube. Os verdadeiros americanos colocam o América acima das vaidades, desavenças e interesses pessoais. O trabalho do Conselho de Administração se faz notar e, como diz Carlos Cavalcanti: “Somos uma nave prestes a ser lançada para conquistar o espaço”. Vamos ler a Revista do CLAM fazendo votos que fique gravada na história do Clube. E, mais uma vez, a nossa palavra de gratidão a todos aqueles que fizeram e fazem parte da história do América Mineiro.
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Centro de lazer do américa
CLAM
Centro de Lazer
do América
gilson de souza
Fonte: Site Oficial do América
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Ponto de encontro e união dos americanos, o CLAM - Centro de Lazer do América - está localizado no complexo que abriga também a atual Sede Administrativa do clube, no bairro Ouro Preto, na Pampulha. Além do futebol, o Coelho já conquistou vários títulos na natação,
basquete, queda-de-braço, voleibol, ciclismo, futsal, tênis, handebol, atletismo, entre outras modalidades esportivas. O CLAM proporciona aos associados lazer, diversão, entretenimento, atividades físicas e esporte amador. Com estacionamento exclusivo
Centro de lazer do américa presença de monitores para atividades dirigidas; • Sala de jogos, com área exclusiva para jogos de cartas e tabuleiro; • Lanchonete self-service; • Boutique; • Conjunto de quadras esportivas; • Campo oficial de futebol society, com grama sintética; • Ginásio poliesportivo coberto, com marcação de quadras e campo; arquibancadas laterais, vestiários e palco. FOTOS: gilson de souza
para sócios, o Clube possui ainda: • Salão para eventos; • Biblioteca com mais de 1.200 livros; • Espaço da Saúde e Beleza, aberto ao público externo e com desconto especial para os sócios, é constituído de Salão de Beleza e Academia; • Conjunto de 4 piscinas: uma gigante oval, equipada com toboágua, duas piscinas infantis e uma semi-olímpica; • Espaço da Criança, com Playground em área acarpetada com grama sintética, mural para pintura e
CLAM - uma segunda
casa para os americanos por Paulo Silva
Com uma área de aproximandanmente 18 mil m², o Centro de Lazer do América está localizado no coração bairro Ouro Preto. Não há como deixar de notar sua beleza e estrutura que envolve todo um quarteirão, este localizado em uma das principais vias de acesso do bairro. Atendendo cerca de 3 mil associados, o CLAM oferece ao seu público uma infra-estrutura completa para diversão e lazer. São seis piscinas, uma delas com um toboágua de
10 metros de altura e uma aquecida, playground, quadras poliesportivas, quadras de peteca, quadra de tênis, um campo oficial de futebol society e um ginásio poliesportivo coberto com arquibancada com capacidade para 600 pessoas assentadas. Além disso, o clube dispõe ainda de salas de apoio, fraldário, saunas secas e a vapor, feminina e masculina, quiosque com televisão 32”, salão de festa com capacidade para 500 pessoas. Impossível não citar os serviços terceirizados que podem ser usu-
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Centro de lazer do américa seleção brasileira Anderson. As datas comemorativas também são tradição no clube, dias dos pais, mãe, namorados e afins, são sempre comemorados com prêmios e programações especiais. Sem falar para as grandes festas, como a Festa Junina, que chegam a atrair mais de mil pessoas. “São eventos de grande proporção, exigem de nossa equipe bastante trabalho, uma vez que pelo tamanho do clube, qualquer evento já se mostra grandioso, eventos como a festa junina então, não há como dimensionar”, explica a diretora financeira Flávia Maria. Para que se tenha uma ideia, na ultima festa junina realizada pelo clube foram gastos mais de 400 metros de bandeirinhas. Destaque, nessa parte, para a Colônia de Férias, que acontece todos os anos em janeiro, sempre com uma temática diferente e proporcionando aos coloninhos muitas brincadeiras, atividades esportivas, show de mágica, boate, acampamento e passeios variados. Manter toda essa estrutura não é trabalho simples, para que todo o planejamento da diretoria seja alcançado, o clube dispõe de uma equipe com mais de vinte funcionários, sem contar os freelancer’s que trabalham nos finais de semana dando suporte à equipe fixa. O CLAM deseja fazer de nossa estrutura uma segunda casa de nossos associados, onde ele pode reunir os amigos e se divertir. Venha, e junte-se a nós. FOTOS: gilson de souza
fruídos pelos sócios ou não sócios do clube, como um salão de beleza, uma boutique especializada em produtos do Coelho, uma academia e um restaurante. Não só de estrutura destacase o CLAM, com programações variadas, os associados sempre encontram novidades e atrações que são garantia de diversão. Destaque para o tradicional bingo, que acontece todas as quintas-feiras, quando o clube oferece aos associados e convidados um happy hour com música ao vivo e sorteio de brindes. De acordo com Giuliano Veiga, sócio do clube há seis anos é de tradição ter nas quintas à noite o bingo e uma ótima música ao vivo. “Iisso faz com seja um ótimo programa para quem frequenta o clube e quer fazer um programa diferente. É ótimo juntar os amigos e curtir com qualidade as bandas de diversos ritmos a cada semana”. A criançada também não fica de fora, além do toboaguá e do parquinho que oferece um conjunto de brinquedos e um painel para pintura, os pequenos são entretidos por uma equipe de recreadores que desenvolve atividades variadas todos os finais de semana. O clube oferece ainda uma escola completa de esportes, com aulas de futebol, kung-fu, hidroginástica e natação em piscina fria e aquecida, tênis, yoga, dança de salão e vôlei, esse ministrado pelo ex-atleta da
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História
30 de abril de 1912
NASCE O AMÉRICA FUTEBOL CLUBE Fonte: Site Oficial do América
américa fc
Primeira equipe do América: Oscar Gonçalves, Leonardo Gutierrez, Fioravantte Labruna, Luiz Guimarães, Augusto Penna, Lincoln Brandão, Dario Ferraz, Affonso S. Brandão, Fausto Ferraz, Waldemar Jacob e Geraldino de Carvalho
O América Futebol Clube foi fundado em 30 de abril de 1912 por um grupo de garotos da elite mineira, quase todos estudantes do “Gymnasium Anglo-Mineiro”, onde as aulas eram dadas em inglês por professores, em sua maioria, norte-americanos. O nome do clube foi escolhido por sorteio. Entre as opções estava “América Foot-ball Club”, em homenagem aos Estados Unidos da América, dos quais os meninos eram fãs, por influência das histórias contadas por seus professores, apesar de vários deles, inclusive Afonso Silviano Brandão (sobrinho do então “presidente” de Minas Gerais, Bueno Brandão), serem torcedores do América FBC do Rio de Janeiro. O time de futebol foi criado um ano antes da fundação do clube. Essa equipe, que não tinha nome, durou pouco menos de seis
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meses. Ela foi desfeita por causa dos estudos intensos do segundo semestre. Porém, um ano depois, os garotos se reuniram novamente e decidiram recriar o clube naquela mesma data. A reunião para a escolha do nome ocorreu em maio, nos porões da casa de Adhemar de Meira. As sugestões foram colocadas dentro do chapéu pertencente a Aureliano Lopes Magalhães, e o nome foi retirado pela pequena Alda Meira, que depois se tornaria uma das mais importantes damas de nossa sociedade. As cores verde-branca foram escolhidas também por sorteio. Sua diretoria já havia sido escolhida em reunião anterior, na casa do senhor José Gonçalves, pai de um dos meninos, Secretário de Estado da Agricultura e um dos fundadores e o primeiro Secretário do Sport Club (primeiro clube de futebol de Minas Gerais).
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Enciclopédia
O decacampeão
de nossos corações
Todos esses anos estudando o América conheci pessoas maravilhosas. O Coelho é a minha família, aprendi no América a viver, a crescer, o América é a minha escola, minha vida Carlos Paiva
Gilson de souza
Fonte: Carlos Paiva; Enciclopédia do América
A história do América é a própria história de Belo Horizonte. Clube fundado por sua geração pioneira e o único clube fundado por belorizontinos que conseguiu sobreviver entre os demais, fundados por aventureiros que por aqui vinham tentar a sorte na nova capital dos mineiros, embora não tendo ligações com a cidade. O Clube cresceu com Belo Horizonte e está incrustado em cada pedaço dela e em seu urbanismo. Por toda a cidade sobrevivem nomes dos pioneiros americanos, reverenciando suas obras. Av. Otacílio Negrão de Lima, Av. Silviano Brandão (família de seu primeiro presidente), Av. Abrahão Caram ou Av. Tancredo Neves, Alameda Álvaro Celso da Trindade (ex-Alameda do América), Praça Dr. Lucas Machado no bairro Ribeiro de Abreu. A lembrança de seus pioneiros está também em constru-
ções como o edifício Malletta, nos hospitais Mario Penna e Borges da Costa (ex-atletas), além de dezenas de grupos escolares que prestam sua homenagem a americanos ilustres que fizeram a história de nossa capital. Sua fundamental contribuição para o desenvolvimento não só dos esportes da cidade como também o Estado de Minas, faz do América um pioneiro. Foi o América Futebol Clube o criador do primeiro Stadium de Belo Horizonte, com o primeiro campo gramado de Minas Gerais. Introduziu em nossa cidade o basquetebol, fundou a primeira “Liga” de futebol ( a Liga Mineira de Sportes Athléticos, em 1915), tendo partido de elementos seus como Augusto Soares, Margival M. Leal, Carlos Alberto Quadros, Rubem Gurgel Ferreira, a ideia dessa fundação. É fundador das “Ligas” de basquete, vôlei e atletismo, como também da Federação de Futebol de Salão. Disputou a primeira partida de hóquei em Minas e foi o primeiro clube a possuir equipe de esgrima. Através de seu ex-Presidente, Antônio Pereira da Silva, o famoso chefe Pereira, criou o primeiro grupo escoteiro da capital, célula inicial de todos os demais do Estado. Possui o América em seu “palmarés” importantes recordes mundiais. No futebol tornou-se o primeiro clube a conquistar o decacampeonato (10 títulos conquistados em série), vencendo de 1916 a 1925, nos dois quadros
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(como se chamavam os times). Sua equipe principal ficou invicta por 51 jogos, nos campeonatos de 1916 a 1919. Foi o único clube de Minas e talvez do Brasil, a conquistar um campeonato estadual sem sofrer um único gol. É do América o maior artilheiro mineiro, em uma partida oficial de futebol, Satyro Taboada, com nove gols, num jogo pelo campeonato mineiro. O América é, ainda, o único clube que disputou todos os campeonatos estaduais. Possui também o recordista mundial de pontos, num único jogo oficial de basquete, Manuel Guimarães, com 178 pontos. Em suas piscinas, foram batidos vários recordes brasileiros e sul-americanos, além de incontáveis recordes mineiros. O América formou campeões nacionais e internacionais de futebol, atletismo, basquete, futsal e natação. Sua influência na vida de Belo Horizonte tem sido fundamental. O próprio clube e vários de seus fundadores receberam a “Ordem dos Pioneiros”, criada para homenagear seus primeiros habitantes e instituições. Foram esses primeiros meninos, que nasceram com a cidade, que fundaram o “América FootBall Club”, mudando a grafia para América Futebol Clube em razão da reforma ortográfica da década de 1930. Ao contrário de nossos adversários é o único que jamais mudou de nome. Seus eventos sociais traziam toda a elite belorizontina aos salões do clube, onde só era permitida a entrada, no salão principal, lugar onde muitas vezes se decidiu o destino de Minas, em trajes a rigor. Os estudantes, de terno comum, somente podiam frequentar os salões adjacentes. O clube, criado pelos filhos da elite, chegou a ser o mais popular em todas as categorias sociais, como comprova diversas pesquisas e alguns troféus. Fato histórico, de suma importância: um dos fundadores do clube,
Geraldino de Carvalho, era negro. Provavelmente o primeiro a jogar futebol no Brasil e, certamente, o primeiro a participar da fundação de um clube desse esporte, num tempo em que seu grande rival sequer permitia a entrada de negros em quadro social, ou em seu time. Pertence-nos essa honra. Entre seus atletas e adeptos se formaram milhares de profissionais liberais, principalmente os que estudavam nas escolas de Engenharia, Medicina e Direito, próximas ao estádio americano, a Alameda. As Seleções Universitárias Mineiras, das décadas de 1910 e 1920, eram formadas pelos atletas do primeiro e segundo times do América, como os renomados médicos Mário Penna, zagueiro decacampeão e Lucas Machado, hoje imortalizados com a criação do Hospital Mário Penna e Faculdade de Medicina Lucas Machado. Encontramos adeptos como o Desembargador Jacomino Inacarato, ex-presidente do Conselho Deliberativo, torcedor apaixonado e pai de uma das maiores esperanças americanas, o jogador Cássio (que, segundo quem o viu jogar era melhor que Tostão) que, por infelicidade, morreu prematuramente. Ou como o engenheiro Celso Mello de Azevedo, ex-atleta e patrono do clube, além de exprovedor da Santa Casa de Misericórdia e ex-prefeito de Belo Horizonte e Secretário de Estado. Também nas hostes americanas formaram políticos, incluindo prefeitos, governadores e vice-governadores, vereadores, deputados, senadores, ministros e presidentes da República. Homens que com suas ações transformaram a vida da nação. Homens como Otacílio Negrão de Lima, ex-atleta, dirigente e patrono do clube, que se integrou à própria história da cidade, sendo seu nome dado à avenida que contorna a Lagoa da Pampulha. Seu irmão, Francisco Negrão de Lima governou o Estado da Guanabara, hoje Estado do Rio de Janeiro. Tancredo Neves, ex-atleta e torcedor
Centro de lazer do américa apaixonado, foi meia esquerda do time de futebol. Destacam-se ainda os ministros Luiz Dulci, Paulo Haddad, Francisco Dornelles, Roberto Brant, governadores Eduardo Azeredo, Newton Cardoso, Milton Campos, presidente da República, Juscelino Kubistchek, prefeitos Maurício Campos, Julio Laender, Jorge Carone Filho, Otávio Penna, Celso Azevedo, Amintas de Barros dentre outros. Todos dizem que o América é um clube diferente. Na realidade é um clube especial, que lutou quase à extinção contra o profissionalismo, pois seus fundadores e adeptos sempre consideraram que o esporte é o complemento da vida
e formador de caráteres, não formador de fortunas e recanto de oportunistas de primeira hora. O comportamento exemplar e único de sua torcida é reconhecido pelo mais ferrenho adversário e a beleza de nossas torcedoras é cantada até no Hino do Clube. Este é o tricolor mineiro que cultua a esperança, a paz e a lembrança nas cores de seu pavilhão. O que nos faz grande entre os grandes e primeiro entre os primeiros, agora trilhando de novo o caminho de conquistas e títulos, além da volta da nossa grande torcida. América: Clube da elite de todas as classes sociais, nossa paixão maior.
Gilson de souza
Historiador de 54 anos, Carlos Paiva exibe com orgulho seu filho: a “Enciclopédia do América” cuja gestação durou 38 anos de sua vida
Páginas imortais
agora são realidade por Gilson de Souza
Já na terceira geração de americanos, Carlos Eduardo Paiva de Oliveira iniciou a pesquisa para escrever a “Enciclopédia do América” no ano de 1974. A ideia surgiu, ao lado do pai, o sargento Osias de Oliveira, ao escutar um cronista no rádio dizer: “está escrito nas páginas imortais do América” e seu pai dizia que tais páginas nunca foram escritas. Com a morte do pai no mesmo ano, Paiva disse que era chegada a hora de to-
mar o seu lugar na torcida do América e de escrever as famosas páginas. Tornou-se estudante na área de biblioteconomia para que o acesso às áreas de pesquisa fossem abertas, direcionando toda sua vida profissional de sucesso na busca pelas tão sonhadas “Páginas Imortais”. Agora se tornaram uma realidade e estão acessíveis a todos que buscam uma boa leitura, além da história do seu time do coração.
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Centro de lazer do américa
História
Nosso presidente de honra,
Afonsinho
por Gilson de Souza
gilson de souza
Afonso Celso Raso em seu discurso no memorável centenário do América
Sua história está intimamente ligada à do América, seu apelido, inclusive, pode ser “Enciclopédia Ambulante”, pois tem muitas histórias para contar além de conhecer como ninguém o Clube Centenário. Tudo começou através de seu irmão, Silvio Raso que se formou na Escola de Educação Física do Exército na cidade do Rio de Janeiro e, ao retornar para BH, tornou-se nadador e técnico de natação do América. “Ele me jogou nas piscinas do América junto com meus outros irmãos quando eu tinha de seis para sete anos de idade”, lembra Afonso Celso Raso, o Afonsinho, como é carinhosamente chamado por todos. “Aos sete anos já competia pelo América, além de entrar em campo no grupo infantil acompanhando o time de futebol”, completa. Em 1948, jogando futebol pelo Nacional Esporte Clube, recebeu um convite do então diretor do América,
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Fernando Azevedo Alves, e passou a jogar pelo time juvenil americano. Fato raro aconteceu em sua carreira de atleta, pois, além de defender o clube também no basquete e natação, de 1950 a 1952, jogou pela seleção júnior de futebol, se tornando um multiatleta a defender o América, além do time de futebol de salão, sem nunca ter recebido por isso. Ao encerrar a carreira de atleta, passou a ser dirigente, conselheiro e em 1960 assumiu o posto de vicepresidente do América, juntamente com Wilson Gosling que se afastou no ano seguinte. Em 1961 foi presidente interino do Clube sendo reeleito por diversas vezes, “acho que é o quarto ou quinto mandato que estou no América”, diz com um belo sorriso no rosto. Na década de 1980, Geraldo Pinho, responsável pelas finanças do Clube, propôs o nome de Afonso Raso para ser o Presidente de Honra. Aprovado por unanimida-
CAROLINA FERRAZ
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Centro de lazer do américa arquivo pessoal afonso celso raso
Ele (Sílvio Raso) me jogou nas piscinas do América junto com meus outros irmãos quando eu tinha de seis para sete anos de idade Afonsinho Raso, apontado pela seta. Nos círculos, Chiquinho de Castro Moreira e Décio Redator Esportivo, chegou ao cargo Pimentel, recordistas de, ocupa o cargo até hoje. Com sua vida inteira dedicada ao de presidente da Associação Mineira da década de 1940 Clube, uma homenagem prestada a Afonsinho, foi uma coleção de chaveiros com o escudo do time e sua famosa frase no verso: “o América acima de desavenças, vaidades e interesses pessoais”. Compõe o Conselho de Administração do América onde é conhecido como “o Pacificador”, pois sempre dá algum tipo de auxílio quando há alguma complicação. Afirmando que a união desse time de conselheiros é a principal marca de sucesso dos últimos anos.
arquivo pessoal afonso celso raso
Cronista Esportivo Afonso Celso Raso também trabalhou na imprensa mineira como
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de Cronistas Esportivas, tendo muita presença nos jogos do América, cobrindo e divulgando seus feitos. “Como torcedor e cobrindo o Clube, acabei conhecendo muito bem os jogadores e participando de fatos marcantes como a incorporação do estádio do ‘Sete de Setembro’, atual Independência, ao América”, relembra Afonso. Como Secretário de Esportes do Governador Hélio Garcia, incentivou a permuta de um terreno na Vila Cafezal com o terreno adquirido na avenida dos Andradas, que viria a se tornar o Shopping Center Boulevard, sendo um excelente negócio por ambas as partes, pois no Time de Basquete campeão invicto de 1945
Centro de lazer do américa Cafezal o “Projeto Minha Casa, Minha Vida”, só seria realmente efetivado com a aquisição do terreno que era do América. CLAM Na sede do Clube de Lazer do América a grande participação de Afonso Celso Raso, foi na construção do Ginásio, pois abraçou a ideia do então presidente Paulo Afonso (1984), completando a obra nos moldes sugeridos. Mas onde considera sua participação mais efetiva, foi na compra do terreno que viria a se tornar no Centro de Treinamentos Lanna Drumond. “O terreno foi adquirido na minha gestão e com a ajuda de alguns americanos, começamos a construção. Foi quando apareceu o José Flávio Lanna Drumond, que hoje é conselheiro, e praticamente doou o terreno adquirido, bancando a compra que eu tinha feito”, explica Afonsinho. A construção do CT foi um marco no profissionalismo do time do América, pois, na época, não existia um local para treinos e os jogadores se deslocavam para campos que eram emprestados ao Clube. “O time treinava no Clube dos Oficiais no Prado, na Hípica em Pedro Leopoldo, no bairro Santa Tereza e em outros campos. Foi quando o América passou a maior humilhação que já teve em sua história, sendo retirado de campo do Clube de Oficiais da Polícia Militar em pleno treino para que os soldados recebessem a ordem do dia. Aquilo me doeu muito e, disse para mim mesmo que, enquanto não fizer um campo próprio não vou sossegar”, disse Afonso Raso na certeza da missão cumprida. Saudades Amigos e companheiros de Afonsinho são muitos. Saudoso, fala sobre como foi comandar uma equipe de pessoas integradas e responsáveis com o Clube e cita alguns nomes como “Wilson Gosling, Biju, Américo Gasparini, Elmo Junqueira, Ariosvaldo Campos Pires, Rui da Costa Val, Luiz Marcos Moreira, Acir Astoldo
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e outros grandes amigos que, infelizmente, partiram para a prateleira de cima”, relembra. “Minha filosofia de trabalho sempre foi voltada para a equipe formada de companheiros que são melhores que eu, diferente de muitos líderes que acham ser melhores que seus subordinados”, explica Afonso Raso sobre sua conduta vitoriosa. Patrimônio Com a volta do Independência, o América voltar a ser um dos poucos clubes profissionais que possui um campo próprio. Sendo considerado um estádio com infra-estrutura para atender jogos de nível internacional. “Resgatar a história foi um dos pontos altos na reforma do Independência, pois mantivemos o vestiário para dar um ar nostálgico ao torcedor”, destaca Afonsinho. Na gestão de Magnus Lívio (1988-1992, 1994) foi adquirido o Centro de Treinamentos de Santa Luzia, onde os times da Categoria de Base fazem os treinos e também é onde está situada a Escola Internacional de Futebol do América. Na gestão de Ilânio Teixeira Starling (1974, 1976 e 1978), o América adquiriu um terreno de 73 mil metros quadrados no centro de Contagem, chamado de terreno de Três Barras. O terreno hoje, tem o propósito de aumentar a renda mensal do Clube com a implantação de empreendimentos residenciais e/ou comerciais, dependendo da decisão do Conselho. Além, óbvio, do CLAM, Centro de Lazer do América situado no coração do Bairro Ouro Preto em Belo Horizonte, CT Lanna Drumond e do Shopping Boulevard situado a menos de 3 mil metros da Praça Sete no centro da capital mineira. “Todo esse patrimônio nos deixa muito orgulhoso e tranquilo quanto ao futuro do América”, ressalta Afonsinho com satisfação. Jogos memoráveis do América Perguntado sobre quais jogos foram marcantes em sua vida de
Afonso Celso Raso
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América FC / Enciclopédia do américa
torcedor, Afonsinho abre um belo sorriso no rosto e dispara com sua memória invejável: “assisti ao famoso jogo da Copa do Mundo de 1950 no Independência. Aquele jogo entre Estados Unidos e Inglaterra, quando os americanos bateram de 1x0 numa zebra memorável. Na época, eu e meu irmão jogávamos no Time do Juvenil do América. Assisti nosso Clube ganhar títulos por diversas vezes, como em 1948 no Alameda e também estava presente no único título conquistado no Independência no ano de 1957. Em 1973, 1992 e 2001 ganhou o título já no Estádio do Mineirão. Também assisti ao jogo quando o América conquistou o octacampeonato no Basquete contra o Paysandu, ali onde hoje é a Rodoviária. Estávamos perdendo de 15 pontos, quase impossível de virar naquela época (década de 1940), quando entrou o saudoso “Joãozinho” (João Correia de Souza Neto) e virou o jogo”.
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História O América não é só futebol. Durante sua história, teve grandes nomes envolvidos no atletismo, natação, ciclismo, vôlei, handbol, futebol de salão, tênis de mesa. Também em jogos como o xadrez além do escotismo com o “Grande Chefe Pereira” (Antônio Pereira da Silva), idealizador do escotismo em todo Brasil e que foi presidente do América na década de 1920. Sua história está intimamente ligada com a de Belo Horizonte através de nomes de ruas, praças, hospitais, monumentos e universidades, como é o caso da universidade Lucas Machado. Praça Otacílio Negrão de Lima, avenida Silviano Brandão, praça Lucas Machado, avenida Abrahão Caram entre outras. “O Clube possui uma tradição fantástica e meu grande sonho é ver novamente o América participar e voltar a se tornar referência em todos esportes”, conclui entusiasmado Afonso Raso, nosso Afonsinho. A fase áurea do departamento de ciclismo foi de 1941 a 1951. O técnico era José Batista Moreira conhecido pelo apelido de “Português”. Eugênio Vidigal era o Diretor do Departamento que foi extinto em 1952. Na foto, destaque para Mário Tassini, considerado na época um dos maiores ciclistas brasileiros. Seu irmão, Walter Tassini foi o 6º colocado no Campeonato Brasileiro de 1952.
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História
1912
Nos primórdios:
Os Fundadores
américa fc / enciclopédia do américa
Fonte: Enciclopédia do América
Os fundadores eram residentes nas imediações das ruas da Bahia e Timbiras. Estudavam, em sua maioria no “Gymnásio AngloMineiro” onde aprendiam inglês e outros idiomas além de praticar esportes. O grupo de garotos com idades entre 11 e 13 anos era formado por: Affonso Silviano Brandão, Aldemar de Meira, Alcides de Meira, Álvaro Moreira da Cruz, Augusto Penna, Aureliano Lopes de Magalhães, Caetano Germano, Carlos Antônio Nunes, Cézar Gonçalves, Fioravante Gonçalves Labruna, Francisco Bueno Brandão Filho, Gerson de
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Salles Coelho, Guilherme Halfed, Henrique Diniz Gomes, José Miranda Megale, Leon Roussoulliéres Filho, Leonardo Gutierrez, Lincoln Brandão, Oscar Gonçalves de Souza e Waldemar Jacob. Alguns outros ausentes na primeira reunião realizada na casa de Aldemar Meira, mas que se integraram à ideia, também são considerados fundadores: Dario Ferraz, Fausto Ferraz, Geraldino de Carvalho, Octacílio Negrão de Lima, Henrique Moura Costa, Antônio Duarte, Cleantho Nunan e Luiz Guimarães, que formaram o primeiro time
Time de 1912: Luiz Guimarães, Oscar Gonçalves, Henrique Moura Costa, Lincoln Brandão, Fioravante Labruna, Augusto Penna, Cleantho Nunan, Otacílio Negrão de Lima, Fausto Ferraz, Antônio Duarte, Geraldino de Carvalho
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Escudo
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O escudo atual (maior) com a incorporação da estrela representativa da conquista do Campeonato Brasileiro “C” de 2009 e ao lado, outros escudos, inclusive o ‘escudo errado’ de 1936 que, mesmo errado, foi utilizado por não haver bordadeiras em Belo Horizonte na época
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reprodução / enciclopédia do américa
gilson de souza
Uniforme
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Camisas do
Centenário
A camisa verde e branca faz referência ao modelo de 1913, mas que ganhou força na década de 70, quando o time adotou o padrão como uniforme número dois. A camisa vermelha, que teve 51% na votação dos internautas, foi criado em protesto contra o profissionalismo no início da década de 30. A camisa foi usada durante 10 anos e se tornou um símbolo de resistência americana
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Bandeira
Tricolor
Mineiro reprodução / enciclopédia do américa
A bandeira americana é tricolor desde a reforma do estatuto do “Novo Milênio”, desenvolvida por uma comissão formada pelos doutores Jayme Rigueira, Bernardo João Vaz de Mello, Hélio Melo Campos, Renato Vasconcelos Moreira da Rocha, Paulo Ramiz Lasmar e Antônio Armando dos Anjos
reprodução / enciclopédia do américa
Hino do América
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Mantendo nosso espírito esportivo Social e cultural Vamos cantando o hino do América Tão famoso e tradicional E cantando nossa música querida Vibrando com amor no coração Enaltecemos assim a nossa equipe O nosso América “Decacampeão” As tuas cores são alvi-verde Tua torcida feminina é demais A tua classe aristocrata É quem fulmina os teus rivais América... És o maior Teu futebol é sensacional Cantamos para o mundo inteiro Tu és a glória do esporte nacional AMÉRICAAAA!!! !!!
O Hino do América adotado é uma música de autoria de Vicente Motta
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Mascote
O Coelho e outros
Mascotes de MANGABEIRA
Fonte: Enciclopédia do América
Carlos Paiva / enciclopédia do américa
Mangabeira / enciclopédia do américa
Mangabeira criou o Coelho para ser o mascote do América em 1945. Na década de 1980 o vestiu com a camisa verde e preta
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Nossa homenagem a este americano, que é conhecido por seu trabalho em todo o Brasil, mesmo que a maioria não saiba quem é ele, o chargista “Mangabeira”, na realidade seu nome é Fernando Pierucetti. Ele começou sua carreira ainda nos bancos do Colégio Arnaldo. Ao invés de prestar atenção às aulas, ficava desenhando charges ou caricaturas dos seus mestres. Um dos professores, o Padre Ber-
nardo, encarregado das aulas de matemática, uma vez o pegou. Mangabeira gelou, mas o padre gostou. Gostou tanto que afixou o desenho de sua caricatura no quadro negro, incentivando-o a fazer outros. Em 1943, quando Fernando circulava de redação em redação, resolveu com outro desenhista, Walter Heibhult, ir para o alto dos Mangabeiras, para se inspirar e desenhar no meio daquele mato
Em 1998 o América voltou a disputar o campeonato brasileiro e a editora AbrilPanini publicou como mascote americano um desenho de Carlos Paiva ligeiramente modificado. O original foi criado para a torcida Koelhomania em 1977
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reprodução internet
Atualmente o América está usando como mascote um desenho de AFO, feito para comemorar aconquista da Copa Sul Minas em 2001. Nele o Coelho está com a taça conquistada. Abaixo, uma outra derivação do mascote
todo. Quando estavam ali, ao pé da Serra do Curral desenhando, foram presos por um cabo da polícia, que depois de ver seus documentos, achou que devia se tratar de espiões do “eixo” nazi-fascistas conspirando contra Belo Horizonte. Por sorte o delegado era Renato Lima, que os c o nhecia. Desse susto e das piadas surgidas a partir de então veio o apelido “Mangabeira”. Em 1945 começa sua fama. Álvares da Silva, editor do jornal Folha de Minas, influenciado pelos jornais do Rio de Janeiro, que haviam criado caricaturas para os times cariocas, lhe encomenda uma série de símbolos, como o cartola fluminense ou o português vascaíno, para os clubes mineiros. Ele queria coisas como um homem de aço de para o Siderúrgica ou um índio carijó para o Athlético. Mangabeira pensou diferente, pensou em representar os clubes através de animais. Começou criando um galo para representar o Athlético, que seria segundo ele, “um time lutador, de garra”. Para o Cruzeiro, criou a raposa, imagem do presidente cruzeirense Mário Grosso: “uma raposa, sempre querendo passar a perna nos adversários”. Houve barraqueiro do
Mercado Municipal que ficou rico vendendo raposas para os “italianos”, apaixonados torcedores. Para o América, Mangabeira se deixou influenciar e a contragosto dedicou o Pato Donald. Os americanos não ficaram nada satisfeitos. O pato era mais que uma provocação, era uma ofensa. O Pato Donald, independente de ser “americano”, era um pato. E isso era uma provocação ao Clube. Surge o Coelho Mangabeira decidiu “...o América era um clube aceso, sempre pronto para o que desse e viesse. Ao mesmo tempo, era um clube delicado, de torcida fina. Um Coelho, não é?”. Mas o que o inspirou era o grande número de diretores americanos com o sobrenome “Coelho”, como disse em uma entrevista para o jornalista Rogério Bertho. Acabar com o pato foi simples: “Publiquei uma charge do pato enfiando uma faca na barriga, fazendo haraquiri, com o Coelho olhando assustado”. A charge foi um sucesso absoluto. O americano Mangabeira estava feliz. Recebeu telegramas, cartas e cumprimentos pela substituição do pato dos outros pelo Coelho americano. Mangabeira criou animais para todos os times mineiros: o Leão do Villa, o Zebu do Uberaba, os Periquitos do Bela Vista e Uberlândia, a Tartaruga do Siderúrgica, o Tigre do Sete de Setembro, o Jacaré do Democrata de Sete Lagoas, o Urubu do Renascença, o Morcego do Asas (de Lagoa Santa), o Tamanduá do Guarani, o Tatu do Meridional. Criou elefantes, Arapongas (Valério), Mico-estrelas, Gambás e até Formigas. Para os juízes, criou os ratos, além do “espírito de porco”, sempre disposto a atrapalhar. Também criou o canarinho para a Seleção Brasileira muito antes dela ser chamada de “Seleção Canarinho”.
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Linha do Tempo
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1912
Fundação do América
1913
Primeira vitória oficial sobre o Athlético por 1 a 0
1916
Início da campanha do Decampeonato
1929
Inauguração do Estádio do Alameda num terreno cedido pela Prefeitura
1933
Protesto contra o profissionalismo com a utilização da camisa oficial vermelha
1944
Criado pelo cartunista Fernando Pierucetti, o Mangabeira, o Coelho vira o Mascote do Clube
1948
Conquista o Campeonato Mineiro
1952
O América vence o Atlético por 7 a 2: a maior goleada do Clube sobre o rival
1957
Conquista a Tríplice Coroa com os títulos no juvenil, aspirante e profissional
1971
Conquista o Campeonato Mineiro de forma invicta
1990
América é vice-campeão da Série “C” e conquista o acesso à Série “B”
1992
Clube conquista o acesso à Série “A”
1993
Campeão mineiro no primeiro semestre, mas depois acaba rebaixado para a Série “B”. O Clube foi proibido de disputar torneios nacionais por dois anos por ter acionado a CBF na Justiça Comum
1996
O time júnior do América conquista a Copa São Paulo de Futebol vencendo o Cruzeiro na decisão
1997
O América vence o Vila Nova / GO por 1 a 0, no Estádio Independência e conquista a Série “B” do Campeonato Brasileiro
2000
Conquista a Copa Sul-Minas na final contra o Cruzeiro
2001
O América é Campeão Mineiro na final contra o Atlético
2005
Clube é Campeão da Taça Minas Gerais
2007
Rebaixamento para o Módulo II do Campeonato Mineiro
2008
América conquista o Módulo II e retorna à Elite do Futebol Mineiro
2009
Clube é campeão brasileiro da Série “C” depois de vencer o ASA / AL na final
2010
América termina a Série “B” em quarto lugar e garante vaga na Elite do Futebol Brasileiro
2011
América é rebaixado à Série “B”, mas o Time Júnior termina o ano conquistando o título do Campeonato Brasileiro Sub-20
2012
América completa 100 Anos
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Lançamento
Missa e Placa
no Mercado Central
Local do primeiro estádio do América realiza Missa do Centenário e inaugura placa do Marco do Primeiro Estádio do América
Assessoria AFC / Site oficial do américa
Fonte: Assessoria AFC / Site Oficial do América
Em comemoração aos 100 anos do América, fundado em 30 de abril de 1912, foi celebrada a “Missa do Centenário” no dia 29 de abril, na Capela do Mercado Central de Belo Horizonte, com participação de mais de 200 americanos. O local abrigou o primeiro estádio do clube, onde, inclusive, o Coelho comemorou a conquista do seu deca-campeonato. Após a missa celebrada pelo padre Alias Floriano dos Santos, foi servido um “café comunitário” oferecido pela diretoria e por lojistas do Mercado Central. Em seguida, o presidente do Conselho de Administração do América, Afonso Celso Raso, e o presidente do condomínio do Mercado Central, Macoud Patrocínio, inauguraram a placa do “Marco do primeiro estádio do América”, na
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entrada principal do mercado, na Avenida Augusto de Lima. A cerimônia chamou a atenção de transeuntes e turistas, que se aglomeraram no local para acompanhar o momento histórico. Também participaram do evento os integrantes do Conselho de Administração do clube, o jornalista Teodomiro Braga e o empresário José Flávio Lanna Drumond. Na segunda-feira, 30 de abril, data da fundação do clube, aconteceu a grande cerimônia no Palácio das Artes, com a presença do governador de Minas, Antonio Anastasia, do prefeito Márcio Lacerda, entre tantas outras autoridades. Houve o lançamento do selo oficial do centenário, da camisa do centenário, muitas homenagens e várias outras atrações que marcaram a histórica data.
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Centenário
América comemora seu
centenário em noite histórica
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Fonte: Assessoria AFC / Site Oficial do América
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Em noite de gala, com a presença de mais de mil americanos, o clube comemorou seu aniversário de 100 anos na segunda-feira, 30 de abril. A cerimônia no Palácio das Artes foi um acontecimento histórico para a sociedade mineira. Além do governador de Minas, Antonio Anastasia e do prefeito Márcio Lacerda, estiveram presentes empresários, artistas, dirigentes, ex-atletas, torcedores e
outros convidados. A diretoria do clube prestou homenagem aos integrantes do Conselho de Administração, ex-presidentes, ex-jogadores, parentes dos fundadores, instituições e autoridades. O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, recebeu o título de sócio benemérito por sua contribuição na construção da nova Arena Independência. Antes da cerimônia, os
Tanto tempo. Tantas táticas. Tantas jogadas. Tantos dribles. Tantos gols. Tanta emoção para uma torcida única.
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presentes puderam visitar a exposição com alguns dos principais troféus conquistados pelo clube: do Decacampeonato Mineiro (1916 a 1925), da Série B (1997), da Série C (2009), da Copa Sul-Minas e do Brasileiro Sub-20. Outra atração foi a exposição de camisas históricas, organizada pelo historiador americano Marinho. O presidente do Conselho de Administração, Afonso Celso Raso, abriu a cerimônia com um emocionado discurso: “Hoje é o ponto de encontro do passado, do presente e do futuro do América. Nesses cem anos tivemos contratempos, mas temos muito mais o que comemorar do que lamentar. Grandes figuras do passado, que fizeram o América, estão aqui presentes e essa festa está à altura do centenário”, destacou. A Diretoria lançou o Selo do Centenário, que será difundido em vários países, a Enciclopédia do
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América, de autoria de Carlos Paiva, e as duas Camisas do Centenário: uma verde e branca, e outra vermelha, com uma faixa branca horizontal na altura do peito. Como houve empate técnico na votação pelo Site Oficial, a diretoria e a “Finta”, fornecedora de material esportivo do clube, resolveram adotar os dois modelos. E acertam em cheio, pois em menos de uma hora foram vendidas mais de 200 unidades. COELHO DE ESMERALDAS Os homenageados receberam o Coelho de Esmeraldas e as autoridades uma réplica da maquete da Arena Independência. CAMISAS DO CENTENÁRIO A camisa verde e branca faz referência ao modelo de 1913, mas que ganhou força na década
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O presidente Olimpio Naves apresenta ao governador Antonio Anastasia a exposição de camisas históricas organizada pelo americano Marinho
de 70, quando o time adotou o padrão como uniforme número dois. A camisa vermelha, que teve 51% na votação, foi criado em protesto contra o profissionalismo no início da década de 30. A camisa foi usada durante 10 anos e se tornou um símbolo de resistência americana. Os jogadores Alessandro, Fábio Júnior, Matheus, China desfilaram com os uniformes sob muitos aplausos da plateia.
gilson de souza
ENCICLOPÉDIA Afonso Celso Raso destacou a importância da Enciclopédia do América como documento histórico. “Era um sonho antigo nosso, em que estamos resgatando a história que
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começa em 1912, o Decacampeonato (1916-25), os fatos principais, as conquistas, e todos os jogadores que passaram pelo América. Esse é um trabalho espetacular do Carlos Paiva, inclusive com o melhor banco de dados dos clubes brasileiros”. CONFRATERNIZAÇÃO A cerimônia foi encerrada pelo governador Anastasia, que enalteceu o momento mágico vivido pelo América: “vivemos uma semana americana”, destacou, antes de decretar: “Entregamos ao torcedor mineiro, especialmente americano, o Independência, que é do América”. Após a emocionante cerimônia, os presentes participaram de um coquetel de confraternização.
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Opinião
Minha história no
América, o time do meu coração
gilson de souza
por: Gilson de Souza
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Sou de uma família de seis irmãos, todos americanos fanáticos. Meu pai, Salin Salun é o grande motivador para essa geração de torcedores e soube muito bem passar toda essa paixão para a família até sua terceira geração, pois, dos
16 netos que ele possui, 13 também são americanos. Como atleta, sempre joguei futebol de salão por muitos anos, sendo campeão Juvenil pela Seleção Mineira no ano de 1975. Foi daí, que comecei a me interessar pelo departamento
gilson de souza
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de futebol do América e passei a integrar a diretoria do Clube sempre voltado para esse esporte que arrasta multidões. O América faz parte da minha vida há muitos anos. Em 1986 me tornei o vice-presidente de obras e patrimônio, tendo como presidente o Dr. Afonso Celso Raso. Em 1989 assumi pela primeira vez o futebol, me tornando Diretor até 1992. Campeões Mineiros em 1993, estava com o cargo de vicepresidente de Futebol e em 1995 fui novamente chamado para atuar no cargo. Em 1996, me tornei o presidente do Clube, permanecendo até 1999. Esse foi um período muito bom para o América, quando fomos campeões da Série “B”, além de diversos outros títulos. Passei a integrar o Conselho Deliberativo como Presidente até o
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ano de 2002, quando, por problemas pessoais, me afastei do Clube por sete anos. Sempre ajudando de uma forma ou outra, nunca consegui realmente ficar longe do América, retornando em 2009 através de um convite para voltar ao Clube e ajudar a reergue-lo novamente. Passei por diversos cargos no América, desde Diretor, VicePresidente, Presidente do Clube, Presidente do Conselho e, atualmente, criamos um novo modelo de conselho para uma melhor administração do Clube onde estou muito satisfeito e vencendo mais essa etapa na minha vida. Construção do CT Lanna Drumond O José Flávio Lanna Drumond nos doou um terreno na região da Pampulha e, como engenheiro,
CT Lanna Drumond estará totalmente pronto para receber treinos na Copa das confederações em 2013
Centro de lazer do américa fotos: gilson de souza
• sala de musculação em anexo com a nova sala de fisioterapia • sala de imprensa Paulo Papini inaugurada em 2011 • campo que receberá a “grama bermuda” para o ano de 2013
participei de toda obra lá dentro. Como Responsável Técnico construímos, em conjunto com o irmão do José Flávio, Antônio Carlos Lanna Drumond, toda obra inicial, além de ter participado da primeira reforma total do CT já como Presidente do Clube. Nos anos de 1996 a 1999, fizemos todo sistema de irrigação, asfaltamos as ruas e os acessos foram implantados. Atualmente, estamos reconstruindo e reformulando o CT para uma total remodelação em padrões internacionais e, nessa nova fase, já inauguramos os vestiários, sala de imprensa, cozinha e a copa, além de estarmos partindo para a terceira etapa do CT, que abrangerá a área de musculação, fisioterapia, área médica. Com o intuito de receber seleções para treino na Copa das Confederações do próximo ano, 2013. Serão colocados novos gramados nos quatro campos, desses, três deles possuem metragem oficial. Um desses campos oficiais receberá o mesmo gramado que foi colocado no Estádio do Independência, ou seja, retiraremos a grama que nós chamamos de “batatais”, que é uma espécie de gra-
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ma mais natural, sendo mais resistente para aguentar o dia a dia dos treinos e colocaremos a “Grama Bermuda” que, apesar de mais frágil, possui padrão internacional para competições de alto nível. O próximo passo agora é construir salas para fisioterapia, fisiologia e auditório dentro do padrão dos melhores CT´s do mundo. O principal foco que tento passar em toda área que sou responsável, é deixar claro sobre aquilo que penso. Toda equipe que está sobre a minha direção sabe exatamente onde estou e, o principal, onde quero chegar. Essa é minha linha de ação. Se todos puderem contribuir e até mesmo mostrar meus erros, aceito palpites para que o alvo seja alcançado. Com o futebol não pode ser diferente. Converso muito com os jogadores, me assento sempre com eles para trocarmos ideias e colocarmos todos os dados de forma clara, sendo esse meu estilo. Graças a Deus, sempre deu muito resultado todo esse trabalho que considero duro, mas muito prazeroso que é o futebol do time do meu coração.
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Independência
Com o pé direito:
Coelho vence de virada na inauguração gilson de souza
Fonte: Assessoria AFC / Site Oficial do América
Em uma noite mágica, o América reinaugurou a Arena Independência com uma vitória por 2 a 1 sobre o “Argentinos Juniors”, de virada, no amistoso internacional realizado dia 25 de abril de 2012, dentro das comemorações do centenário do clube. Em clima de muita festa, com homenagem para o ídolo Jair Bala, que deu o chute inaugural antes do jogo, e ao atacante Euller, que se despediu dos gramados com a camisa alviverde, o torcedor americano foi ao delírio nas cadeiras da nova casa do América, entregue depois de dois anos e meio de reformas.
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SUSTO O primeiro gol da nova arena, porém, foi de um adversário. Apesar do clima de comemorações, o
“Argentinos Juniors” tentou estragar a festa americana. O atacante uruguaio Sebástian Balsas, de cabeça, fez 1 a 0 para gringos aos 25 minutos. Mas o Coelho reagiu e virou com dois gols de Alessandro, ainda no primeiro tempo. O América começou pressionando. No primeiro minuto de jogo, em cobrança de falta pelo lado direito, Rodriguinho cruzou na grande área e Moisés cabeceou, mas a bola passou por cima do travessão. Em seguida, Rodriguinho lançou a bola para Alessandro, que ficou cara a cara com o goleiro, mas chutou em cima do goleiro. O “Argentinos Juniors”, por sua vez, só contra-atacava e, aos 25 minutos, em cruzamento da direita, o grandalhão Balsas, livre, completou para o gol sem chance para o goleiro Neneca.
Centro de lazer do américa gilson de souza
O atacante Euller acompanhado pela família foi ovacionado pela torcida americana ao encerrar sua carreira de jogador
CALDEIRÃO Empurrado pela torcida, mesmo evitando visivelmente o desgaste, o América voltou a pressionar e, aos 37 minutos, Rodriguinho tocou para Alessandro, que mandou uma bomba de fora da área. Foi o primeiro gol americano no novo estádio. Sem deixar cair o ritmo, o mesmo Alessandro virou para 2 a 1. Depois de uma cobrança de escanteio da direita, Leandro Ferreira cabeceou, o goleiro espalmou, a bola bateu na trave e, no rebote, Alessandro fez o segundo gol dele na partida: América 2 a 1, placar do primeiro tempo. OUTRO TIME Como estava combinado, no intervalo, Givanildo Oliveira praticamente trocou todo o time. O
técnico poupou os titulares para o jogo seguinte. Ele manteve apenas o lateralesquerdo Bryan e o atacante Euller, que voltou para a etapa final apenas para se despedir da torcida. Aos 2 minutos ele deixou o campo ovacionado, marcando assim a sua despedida dos gramados. GILBERTO MELO Apesar de criar ótimas chances, como aos 21 minutos com o atacante Romão e depois com o meia Júnior Timbó, o segundo tempo marcado mais pela estreia do versátil meia Gilberto Melo, que vestiu pela primeira vez a camisa americana. Gilberto, que não está inscrito no Campeonato Mineiro, apenas administrou o setor do meio-campo, mostrando bastante utilidade ao time.
Ficha do Jogo: AMÉRICA 2 X 1 ARGENTINOS JRS Renda: R$ 244.020 Público: 5.998 pagantes
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América – 1º tempo Neneca; Rodrigo Heffner, Gabriel, Everton Luiz e Bryan; Leandro Ferreira, Moisés e Rodriguinho; Alessandro, Fábio Júnior e Euller. América – 2º tempo Matheus; Patrick, Lula, Otávio e Bryan; China, Gilberto, Sciorilli e Timbó; Romão e Euller (Kaio) Técnico: Givanildo Oliveira Argentinos Juniors Geovini; Prosperi (Falcon) Flores, Rodrigues e Berardo; Dias, Basualdo, Maxi Rodriguez e Gómez; Balsas (Lucas Rodriguez) e Rios. Técnico: Leonardo Astrada.
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AMÉRICA Um time para poucos que são cada vez mais
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América: time com a
torcida mais elegante de Minas
por: Gilson de Souza
gilson de souza
Dr. Benedicto Julio Valadares, proprietário da Andrade Valadares empresa responsável pela reforma completa do Estádio Independência
O Estádio Independência, cheguei a conhece-lo como o velho Independência, que já foi o estádio mais moderno e mais importante de Belo Horizonte antes do Mineirão. Com a reforma, ao ver o estádio pronto e funcionando, te confesso que fiquei emocionado com sua beleza, e o que irá proporcionar. Sua lateral que não é edificada e possui apenas os toldos, se presta para shows de grandes proporções, que Belo Horizonte ainda não tinha nenhuma casa desse porte. Ele não é só um estádio de futebol, também uma casa de espetáculo. Isso é de uma importância muito grande para a capital, pois temos a satisfação de abrir as portas de Belo Horizonte para eventos nesse porte. Foi uma obra rentável para a Andrade Valadares, não havendo nenhum tipo de roubalheira ou corrupção, sendo um destaque que merece
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ser dito. Pois, no Brasil o que vemos nos jornais, são obras colossais todas à base de propinas, o que denigre a nossa imagem lá fora e depõe contra as empresas que trabalham na construção. Para nós, entregar uma obra desse porte a uma torcida como a do América é um prazer. Os americanos são pessoas finas e educadas, sua torcida é muito fiel e uma das mais respeitadas em todo Brasil, principalmente aqueles mais antigos. Diferentes de tantas outras torcidas que acabam nos impedindo de ir ao campo com medo de alguma retaliação. O América é um time respeitoso que vale a pena qualquer investimento e, meu desejo, é que ele venha a se tornar o próximo campeão mineiro e que venha fazer parte da elite do futebol nacional, pois, penso eu, que essa é a hora do time se reerguer.
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Amigos do Coelho
Esportista e investidor:
Multimarcas é destaque no mercado por: Gilson de Souza
gilson de souza
Fabiano Ferreira é presidente da ABAC, Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios, presidente do SINAC, Sindicato Nacional de Administradores de Consórcios e diretor da ABAEC – Associação Brasileira dos Advogados de Empresa de Consórcios além de ser autor de diversos livros publicados com o tema “Consórcios”
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O América Futebol Clube, não é um time feito apenas por americanos. O maior exemplo disso é do próprio Governador do Estado de Minas Gerais, Antonio Anastasia que, no evento do centenário recebeu o título de sócio benemérito americano, honra dada a poucos. No meio empresarial também não é diferente. Muitos empresários têm o princípio de se envolverem com o esporte, pelo o que ele oferece à comunidade como um todo e ajuda, como pode, para que esse esporte possa alcançar pessoas carentes. É o caso de Fabiano Lopes Ferreira, Conselheiro Fiscal do Clube Atlético Mineiro e Diretor da Empresa Multimarcas Consórcios. “Antes de fazer parte de qualquer time de futebol, sou um esportista e gosto de investir no esporte como
um todo. É um caminho saudável para direcionarmos nossos filhos, pois hoje vemos muitas crianças sem oportunidades de lazer que acabam partindo para o lado errado da vida, por isso, faço questão de investir em patrocínios de times de futebol”, destaca Fabiano. A Multimarcas Consórcios investe no esporte em times de base, esporte amador, além de clubes de pequeno porte. Atualmente é a maior administradora de consórcios de Minas Gerais em termos de faturamento. Foi criada através de um processo de cisão da antiga administradora de consórcios Cobrasa que permaneceu no mercado por mais de 20 anos. Começou a operar efetivamente no mercado, no ano de 2001 e, desde então, administra todos os tipos de consórcios de bens e serviços.
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por: Gilson de Souza
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Desde criança, Waldir Antônio de Lellis (72 anos), o “Amarelinho”, sempre foi apaixonado pela bola e aos 14 anos começou a frequentar o Estádio do Independência atuando muitas vezes como gandula para conhecer os jogadores. Assim começa a história de Waldir Antônio de Lellis, atual presidente da ACSEA, Associação Cultural e Social dos Ex-Atletas do América Futebol Clube e Relações Públicas do Time. Aos 15 anos já jogava pelo time juvenil (na época os jogadores tinham até 20 anos, hoje faria parte do time dos juniores) do “Sete
de Setembro”, disputando vários campeonatos pelos quatro anos seguintes. Em 1958 na posse de João Havelange na CBD, atual CBF, foi promovido um torneio entre seleções juvenis estaduais. Todos os estados brasileiros levaram representantes. O time juvenil de Minas Gerais convocou o, então garoto, Waldir de Lellis. “Fui convocado junto com o Marcial (que depois jogou no Atlético, Flamengo, Corínthians, Seleção Brasileira), um grande amigo que atualmente é um médico anestesista que mora no bairro Floresta”, lembra.
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Da Seleção Mineira, partiu para o América no final de 1958, sendo bi-campeão juvenil pelo Clube nos anos de 1959 e 1960. Ficando no time profissional até o fim de 1963 devido a problemas no seu joelho. No ano de 1965, foi convidado a jogar pelo Cruzeiro ao lado de Tostão, Dirceu Lopes, mas o América não permitiu sua ida e foi negociado para o extinto Renascença que perdeu seu patrocínio da Fábrica de Tecidos nesse mesmo ano. Foi quando entrou para o serviço bancário e deixou de lado a carreira de atleta profissional. Atualmente, aposentado do antigo Bemge, voltou a trabalhar no
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América, pois, segundo ele, “meus verdadeiros amigos estão aqui e jamais posso parar de trabalhar”. É presidente da única associação de ex-atletas profissionais de um único time, oferecendo todo tipo de apoio, orientação e assistência aos ex-jogadores que necessitam. “São muitos os jogadores e familiares que nos procuram”, ressalta. A Associação começou no ano de 1998; com o falecimento do Zuca, dos maiores jogadores do América, ganhou o título de “Craque do Ano” em 1960. Em seu velório compareceram alguns nomes de peso como Jair Bala, Ilton Chaves, Roberto de Castro, José Waldir Lellis, o “Amarelinho”. Ganhou o apelido numa aula de geografia devido aos “olhos puxados”
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Arquivo pessoal - Waldir Lellis - amarelinho
Horta, Guido e tantos outros. Jair Bala ao lado de Zé Ernesto, participantes do time vice-campeão de 1965, disse que era necessário o encontro dos ex-atletas acontecer em momentos mais agradáveis, foi quando Roberto de Castro assumiu a ideia e marcou um jogo de confraternização na AABB, Associação Atlética do Banco do Brasil. Dali, outros encontros foram feitos, sendo criada a Associação de Ex-Atletas no dia 3 de outubro de 2001 na casa do Ilton Chaves. Também foi elaborada a Ata da Assembleia de Criação da ACSEA cujo primeiro presidente foi o saudoso Toledo. O objetivo da Associação é dar assistência, apoio, orientação a exjogadores de futebol do América Mineiro que estão passando por algum tipo de dificuldades. Também são promovidos através da ACSEA, jogos de confraternização no interior do Estado, como Paracatu, Montes Claros, Bom Despacho, Barão de Cocais, Rio Piracicaba e Três Corações. Mas o principal é
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manter os ex-atletas em atividades constantes e ajudar suas famílias no que for preciso. “Já conseguimos emprego para filho de associado nosso, bolsa de estudos, além de situações mais delicadas, quando recebemos doação de uma prótese”, explica Amarelinho. A Associação é formada por 112 associados e sobrevive com a contribuição de cerca de 30 deles. Também recebe apoio financeiro por parte de alguns dos dirigentes do América, conselheiros e jogadores que estão numa situação mais favorável. Perguntado sobre qual fato memorável teve como jogador profissional, Amarelinho lembra da excursão que o time fez pela Argentina nos meses de janeiro e fevereiro de 1961. “Às vezes tínhamos que dormir nos ônibus ou nos trens, pois a viagem era longa e os jogos eram muitos”, relembra. “Mas o que mais me agrada é fazer parte da história desse time que fez grandes nomes e poder manter viva essa história”, conclui.
Time Juvenil, bicampeão de 1960: Lauro, Neném, Tavinho, Lacerda, Fernando, Haroldo, Amarelinho, Décio Teixeira, Maninho, Madinho, Paulinho, Roberto, Ney, Sérgio, Geraldo, Adilson, Haroldo II, Careca. Técnico: Biju
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Entrevista
Euller, o Filho do Vento:
início e fim da carreira no América
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por: Gilson de Souza
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Euller, o “Filho do Vento” é mineiro de Felixlândia, no ano do Centenário do América, se despede do futebol como jogador e fala um pouco da sua vitoriosa carreira e pelas diversas camisas que vestiu. Dos times profissionais que atacou sempre com a velocidade expressiva que lhe deu o apelido,
além de saber aproveitar bem as oportunidades de bola nos pés. Como disse o próprio Luiz Felipe Scolari, o Felipão em entrevista recente para a Revista Placar, “O Euller é muito inteligente que sabe mudar suas características, ia da ponta ao ataque e sabia fazer gols. Vai saber usar essa inteligência
Centro de lazer do américa onde quer que vá”. Para o América, deixou uma marca, para a torcida, um herói como poucos. Onde começou, soube terminar muito bem, ovacionado pelos americanos que, no segundo minuto do segundo tempo do jogo que abria definitivamente as portas do Estádio Independência para o povo mineiro, no dia 25 de abril de 2012, vestiu pela última vez a camisa verde e preta. A mesma que vestiu outras 224 vezes, sendo considerado o 22º jogador que mais participou de jogos pelo América, segundo a Enciclopédia do América. Hoje, se tornou escritor com o livro que distribui orgulhoso por onde quer que passe, o “Tudo começa com um sonho” e tem em seu tempo uma especial dedicação à sua família. Conheça um pouco mais da história do “Filho do Vento”. Como começou sua carreira? Vim para Belo Horizonte em 1986 com meus 15 anos de idade para fazer testes nos clubes principais da capital. Fiz testes no Atlético, Cruzeiro e no próprio América onde não passei. Comecei jogando pelo time Juvenil do Venda Nova, uma equipe de bairro que passava por dificuldades financeiras na época. O América se propôs a ajudar o time e acabou doando algumas bolas, chuteiras, beliches, colchões e travesseiros numa transação que envolveria cinco atletas. E acabei sendo escolhido entre os cinco jogadores saindo do Venda Nova depois de oito meses com eles. Depois do Venda Nova, sua carreira se profissionalizou? Sim, por que o Venda Nova não tinha categoria profissional, ou seja, seria muito difícil estourar a idade num clube onde não tivesse como se profissionalizar. Faltaria essa oportunidade para mim, mas as coisas aconteceram
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como Deus quis e ainda no Juvenil vim para o América. Numa época que se treinava muito a categoria profissional com a equipe do Juvenil, sendo que num desses treinos, tive minha primeira oportunidade como profissional do América. Aos 17 anos de idade, o treinador do time profissional que na época era o Jair Bala, mandou o supervisor conversar comigo me convidando para fazer parte dos treinos da categoria profissional e jogar no time por definitivo. Algum deslize ao começar a carreira? Cometi um erro muito grande na época que foi o de voltar para minha cidade natal sem avisar ninguém. Os treinos acontecendo e eu achando que meu espaço estava garantido. Ao retornar para BH, o técnico Jair Bala veio conversar comigo e me deu conselhos além de muitas lições que guardo por toda vida. Lembro que ele me disse que só iria aprender se eu voltasse para a base, ficando por mais dois anos jogando pela equipe dos Juniores retornando para o time profissional aos 19 anos tendo como treinador, o Pinheiro. Fiquei no América até 1993, ano do título mineiro tão sonhado, quando saímos da Série “C” em 1991, e ganhamos o campeonato da Série “A”, num intervalo curto de tempo. Foi nessa época que ganhou o apelido “Filho do Vento”? O apelido veio no ano de 1991, através do locutor da rádio Itatiaia, Milton Naves. Hoje é uma marca registrada e muito importante para minha carreira.
Jair Bala me deu conselhos além de muitas lições que guardo por toda vida. Euller, o “Filho do Vento”
Acervo Carlos Paiva / enciclopédia do américa
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O que veio depois do América? Do América fui para o São Paulo a pedido do Telê Santana, sendo minha afirmação no futebol a nível nacional e também internacional, pois peguei a equipe como campeã mundial disputando uma Copa da Libertadores e conseguimos chegar na final contra o time argentino do “Vélez Sarsfield”. Infelizmente perdemos, mesmo marcando um penalt a favor do São Paulo, mas foi um ano que me firmou no futebol internacional, pois estava jogando numa equipe de sonho como era o São Paulo. Quais as maiores dificuldades nessa transição? Encarar um time grande como o São Paulo, seus treinos, torcida e jogos foram as dificuldades que tive que enfrentar, mas todas elas de extrema importância, pois me
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firmou naquilo que eu buscava: sucesso na carreira. Depois do São Paulo... Voltei para Belo Horizonte para o Atlético Mineiro. Quando formamos uma boa equipe que, “de cara” foi campeã mineira com grandes nomes, como o Taffarel, Paulo Roberto Costa, super Ézio, e outros, sendo uma equipe montada com o objetivo de conquistar títulos. Nessa passagem que tive pelo Atlético, o que mais me marcou, sem dúvida, foi sua torcida. Pelo carinho muito grande que eles tinham comigo e pelo coro que entoavam com meu nome. Tive o privilégio também de ser saudado pela torcida do Galo, mesmo jogando contra eles. Isso sim ficou marcado dentro do Atlético Mineiro, ver o que uma torcida pode fazer por um ídolo. Fiquei no Atlético por três anos e novamente fui para São Paulo,
Time Campeão Mineiro de 1993: Milagres, Taú, L. C. Marins, Gutemberg, Leley, Ronaldo, Euller, Estêvan, Hamilton, Flávio Lopes e Robson
Centro de lazer do américa mas desta vez para o Palmeiras. E tenho para mim, que dentro da minha carreira, obtive grandes conquistas como atleta. Conquistei a Libertadores no ano de 1999, quando, inclusive, marquei um gol nas penalidades contra o “Deportivo Cali” da Colômbia. Grandes jogos como aquele 4x2 contra o Flamengo, quando marquei os dois últimos gols do Palmeiras numa virada emocionante. Em seguida, fui para o Vasco da Gama e aí sim, realizei um grande sonho de jogar ao lado do Romário. Foi uma aposta minha, pois tinha para mim que poderia ser uma dupla certa, devido às nossas características se completarem e, realmente, formamos uma grande dupla. Tanto no Vasco da Gama como na Seleção Brasileira, foi quando tive minha primeira convocação num jogo contra a Venezuela. Fazia parte das eliminatórias da Copa de 2002 e vencemos por 6x0. Fiz um, o Juninho Paulista fez outro e o Romário fez os outros quatro gols da partida. Fomos campeões brasileiros, campeões da Mercosul numa virada histórica contra o Palmeiras de 4x3. Posso falar, que esse período no Palmeiras e Vasco, veio completar minha carreira em termos de títulos, em termos de grupo, satisfação de equipe e o principal: a convocação para a Seleção Brasileira. Esse foi o ápice da minha carreira. Como foi jogar no Japão? Nesses dois tempos, tive duas passagens pelo Japão, a primeira pelo “Verdy Kawasaki” em 1998 e no ano de 2002 no “Kashima Antlers”, quando realizei mais um sonho, que foi jogar ao lado do meu grande ídolo no futebol, o Zico. Foi um jogo comemorativo dos 10 anos do “Kashima”, mas joguei ao lado dele, sendo diretor do time na época e quem me levou para vestir a camisa deles. Por lá, fiquei nas temporadas de 2002 e 2003.
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E 2004 veio o São Caetano Considero uma das equipes mais fortes que já participei, tanto que em 2004 conquistamos o Campeonato Paulista e poderíamos ter conquistado o Campeonato Brasileiro, se os pontos não fossem tirados devido a morte do Serginho. Foi num jogo contra o São Paulo e, ali, foi a minha maior tristeza dentro do futebol. Nem a convocação que não tive para a Copa de 2002 me trouxe aquela tristeza e angústia como foi presenciar a morte de um companheiro e amigo dentro de campo. Foi algo terrível que ninguém merece passar por aquela situação. Belo Horizonte fazia parte dos seus planos? Claro. Ficar perto da minha família sempre fez parte dos meus planos. Volto para o Atlético Mineiro em 2005 e aqui em BH foi quando passei a pensar como seria o término da minha carreira. Comecei um trabalho no América em 2006 com o objetivo de voltar à Elite do futebol brasileiro. Conversei com o Olimpio Naves, atual presidente do América, e ali firmamos um compromisso de poder ajudar o time, independente de ser dentro ou fora de campo, a voltar ser grande. Quando cheguei, o América não tinha nenhum planejamento para isso, sendo apresentado apenas projetos de crescimento com ênfase à Base e não para o Profissional. Mas firmamos o compromisso de ajudar o time a se reerguer e, hoje, ele está bem mais preparado. Nesse
Nem a convocação que não tive para a Copa de 2002 me trouxe tanta tristeza e angústia como foi presenciar a morte de um companheiro e amigo como o Serginho Euller, sobre a morte em campo do parceiro no time do São Caetano
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período, alguns tropeços, como a queda para a Série “B” no campeonato mineiro que não estava previsto, mas sabíamos que a volta para a Elite precisaria de um prazo longo e que não seria da noite para o dia. Na época o América disputava a Série “C” do campeonato brasileiro e, consequentemente, passava por dificuldades financeiras. Foi feito um bom trabalho, não medi esforços para fazer com que as coisas acontecessem. Aprendi muito com todas as situações, tanto as boas como as ruins. Foi com muito trabalho, mas que estamos conquistando aos poucos. Vejo o América como grande formador de jogadores, mas que esses jogadores fiquem na
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equipe profissional. Que se consiga manter esse grande jogador no time para que ele “exploda” no próprio América e não em outro clube como foi meu caso. Meu desejo é ver o América com ídolos novamente. Pois é um time que, em quase todas as posições, formou atletas que vestiram a camisa da Seleção Brasileira. Vejo que ainda é preciso muito mais investimentos na base do que está sendo investido. Fale-me um pouco do Euller família Acabei de fazer 15 anos de casado em julho, me casei com a Letícia em 1997, e tivemos três filhos, o Gabriel de 11 anos, Eduarda de 10 e a caçulinha Alice com
Euller e a esposa Letícia: acabaram de comemorar 15 anos juntos
Acervo Carlos Paiva / enciclopédia do américa
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Euller ergue a Taça da conquista do Módulo II e comanda a festa do retorno à Elite do Futebol Mineiro
um ano e meio. Ela (a Alice) veio no tempo de Deus, pois agora dedico muito mais tempo a ela, posso curti-la muito mais.
Crescendo, hoje estamos com quatro núcleos. No bairro Minaslândia, Grajaú, bairro Nova Suíça e em Contagem.
Vejo que fala muito sobre Deus... Ele é tudo para mim. Me tornei evangélico em 1990 através de uma reunião dos Atletas de Cristo, onde quem estava falando era o João Leite. Aprendi que o perdão era tudo que precisava para poder me destacar na minha carreira. E ao longo desse tempo, Deus realizou todos os meus sonhos e sei que Ele vai realizar muito mais. Como está a academia “Filho do Vento” hoje?
e a carreira esportiva dos filhos? O Gabriel estuda, está aprendendo a tocar bateria e faz escolinha de futebol na minha academia, a “Filho do Vento”, acredito que ele possa dar certo e que venha ser profissional algum dia. A Eduarda, essa sim tem a genética do esporte na veia, faz ginástica rítmica onde tem começado muito bem o trabalho. Faz parte da equipe de ginástica de Belo Horizonte e vem disputando competições estaduais e nacionais. Mas ainda é muito cedo, mas está caminhan-
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Centro de lazer do américa do, fazendo parte da equipe do pré-infantil. A Alice, por enquanto gosta de brincar, brincar, brincar e brincar. Vou aproveitando e brinco junto com ela. O América fica para trás ou faz parte do futuro? Ele está sempre nos meus planos. Quero começar uma carreira de Técnico de Futebol ou Coordenador Técnico de Futebol. E para isso, estou me preparando. Já tenho o curso, sou formado e apto. Fiz estágio com o Felipão, estou no curso de inglês e psicologia no esporte, um curso que está sendo muito oportuno, muito bom para mim. Ainda pretendo fazer outros estágios e poder estar preparado. Não como um marinheiro de primeira viagem, mas entrar com a devida experiência. Para isso é necessário manter sempre as portas abertas e no América, é claro que é uma dessas portas abertas. É um clube que, assim como me deu oportunidade como jogador, pode me dar a mesma oportunidade como técnico ou até mesmo como Coordenador. É
Obrigado América e que Deus abençoe a todos aqueles que ajudam a fazer esse Clube Grande!
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necessário estar preparado, pois nem sempre um ídolo de algum time é um bom técnico. É preciso saber ser xingado, e uma das coisas que precisa ser melhorado no América é sua torcida. O torcedor precisa saber que ele é a alma do time, ele é o maior patrimônio de um Clube. Não é shopping, não é estádio, mas o torcedor é o maior patrimônio que um time pode ter. É ele que faz as coisas acontecerem dentro e fora de campo. Portanto, a torcida precisa acreditar mais na equipe que está atuando, pois o atleta sente quando o torcedor está ao seu lado e vai se dedicar para dar um carrinho a mais, é um arrepio que você sente com mais vontade que o adversário. É a velocidade que aumenta é a raça que você tem, é a entrega total que vai acontecer dentro de uma partida. Tudo isso é um trabalho dentro do futebol como um todo, por que o futebol também é resultado. A preparação é chave do sucesso em qualquer carreira. Entendo que é preciso observar qual é a característica básica do Clube para se errar menos possível.
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fotos: Pedro vilela / agência i7
Fotos Históricas
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O Estádio Independência deverá ser o mais barato de todo Brasil em relação ao custo da obra e o número de cadeiras: R$5 mil por cadeira. No Mineirão, cada cadeira custará cerca de R$12 mil
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Inspirado nos pais. Porque exemplo de pai inspira o mundo.
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