Catálogo Corpos Dados

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corposdados Dyana Santos . Gilson Rodrigues . Isabela Andere

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Ficha Técnica Abertura - 14 de Junho/2013, 19 horas Visitação - 14 de junho a 30 de julho/2013 Centro Cultural de Contagem Rua Dr. Cassiano, 130, Centro - Contagem/MG (31) 3352-5347 - projetotudoaver@gmail.com Texto: Mário Azevedo Fotografia: Artistas Projeto Gráfico: Samuel Wenceslau Curadoria: Artistas Agradecimentos: Projeto Tudoaver Fundação Cultural de Contagem

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corpos-dados “Minha alma tem a forma do meu corpo./ Mas como é afinal meu corpo?/ Eu nunca exato o vi. (...). Vi, vejo, tantas coisas vi.../ Vi se movendo meu corpo./ Mas não, até hoje, sua forma.” (A forma e a forma, Murilo Mendes). Frankenstein (1808) foi o primeiro homem artificial: um ser montado/editado a partir de pedaços de outros homens. Fausto (1808) trocou sua alma pela glória mundana: um homem que podia ser ‘normal’, escolhe viver uma complexa possibilidade de relação entre suas diversas camadas. O estranho caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde (1886) tratou da dualidade do indivíduo: mas apenas um dos seus lados deveria prevalecer e o outro é destruído, perdendo sua possível unidade. Drácula (1897) foi contaminado em seu sangue pela revolta e assim contagia vários outros seres, em uma epidemia rizomática. Hoje, no entanto, a humanidade editada, a negociação íntima dos nossos vários interesses, a divisão do ser (‘bom’ e ‘mau’) e uma doença qualquer em rede são possibilidades absolutamente cotidianas, como Fernando Cocchiarale nos chama à atenção em Quem tem medo da arte contemporânea? Aqueles que ultrapassam certos limites sobrevivem entre rasgos indeterminados de ‘sanidade’ ou ‘loucura’, mais ou menos como sentimos todos nós em turbilhão. No mundo contemporâneo, a ideia de uma unidade psíquica se esfacelou nos vários papéis afetivos, profissionais, sexuais, éticos, estéticos, e etc, em que precisamos atuar. A noção de sujeito está visivelmente em crise, dividida em tramas, e o que surge daí são novas ideias de seres, pessoas. É o corpo que primeiro transborda nesse panorama fragmentado, demonstrando mais urgentemente a história de sua existência e imprimindo marcas reais de suas ações por aí, suas perguntas e respostas. Algo está sendo prenunciado por tantos transplantes, próteses, clonagens e cirurgias plásticas. O que está em questão agora é uma outra noção de identidade, resultante de uma colagem ou edição de partes, análoga à unidade montada de um produto industrial, um filme ou uma ponte de ferro, da edição de um vídeo ou de um texto digital, muito aquém do nosso núcleo interior mais profundo. Recentemente, Jardel Sander comentou – em um encontro com os mesmos artistas que compõem esta mostra – o excesso de exposição do corpo que, em nossos dias, parece ter se transformado em uma matéria-prima existencial. A maneira como tem sido explorado – sobretudo nos meios de comunicação de massa – parece reinstaurar uma velha dicotomia (mente/corpo ou espírito/carne), invertendo os termos e sua relevância. O que se tem feito cotidianamente com o corpo – em sua imagem de exigência – é torná-lo superevidente, onipresente e totalmente visível, suportando assim projeções múltiplas e demonstrando sua capacidade de transformação. Porém, há no corpo-invenção um ensaio de esclarecimento, uma chamada à sua plena experimentação em direção ao cerne, cada vez mais oculto. Nesse cenário, a arte – seja literatura ou pintura – joga mais uma rodada de desafios possíveis, como uma linguagem atemporal de conhecimento pessoal e coletivo. Dyana, Gilson e Isabela mesclam figurações quase clássicas a elementos muito atuais de nossa vivência e partem juntos dessa noção/questão – desses dados – ao nos apresentar algumas das várias possibilidades do corpo e do ser. Como no interior de uma sala de reflexões especulares, buscam a representação pictórica aliada a outros procedimentos, elaborando imagens e coisas que procuram, em frente a nós, saber aquilo que realmente somos ou estamos nos tornando.

Mário Azevedo, Maio de 2013

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Dyana Santos, "S.T., Série Pó de Estrelas", 2012, acrílica, óleo, encáustica fria, resina cristal, cobre, insetos e flores sobre tela, 70x68 cm.

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Dyana Santos,”Raízes, Série Pó de Estrelas”, 2012, têmpera, acrílica, cobre, plástico e resina cristal, 150x200 cm.

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Detalhe.

Gilson Rodrigues, “Implante I”, 2012, óleo sobre mdf, 150x100 cm.

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Detalhe.

Gilson Rodrigues, “Implante II”, 2012, óleo sobre mdf, 150x100 cm.

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Detalhe, lado esquerdo.

Isabela Andere, “S.T.”, 2012. Argila, gesso, silicone, resina cristal, óleo, encáustica fria e lixo eletrônico sobre madeira, 170x60x60cm.

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Isabela Andere, “S.T.”, 2011, acrília sobre cartão, 85x75cm.

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Dyana Santos, “Xifópagos, Série Xifopagia”, 2011, óleo sobre tela, 72x70cm.

Dyana Santos, “S.T., Série Xifopagia”, 2012, óleo sobre painéis redondos revestidos com voil (150 cm de diâmetro cada) e conectados com um “cabo de guerra” em tecido.

Gilson Rodrigues,

“Corpo I”, 2011, óleo sobre mdf, 100x150cm.

Isabela Andere,

“Casulo”, 2011, argila, resina cristal, parafina e lixo eletrônico e resina, 100x30x30cm.

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Gilson Rodrigues,

“Dyana”, 2013, óleo sobre mdf, 100x150cm.

Isabela Andere,

“S.T.”, 2011, acrílica e pastel oleoso sobre cartão, 85x75cm.

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Dyana Santos

Belo Horizonte, 1987. Vive em contagem e trabalha em Belo Horizonte. Graduação em Pintura pela Escola de Belas Artes - UFMG. Em curso. dyanadsantos@yahoo.com.br Flickr/dyanasantos (31) 8773-8967

Gilson Rodrigues

Contagem, 1987. Vive em contagem e trabalha em Belo Horizonte. Graduaçao em Pintura pela Escola de Belas Artes - UFMG. Em curso. Graduação em Artes Visuais Licenciatura pela Escola de Design UEMG. Em curso. gilsonrodrigs@gmail.com Flickr/gilsonrodrigs (31) 8837-0897

Isabela Andere

Belo Horizonte, 1984. Vive e trabalha em Belo Horizonte. Graduação em Pintura pela Escola de Belas Artes - UFMG. Em curso. isabelaandere@gmail.com Flickr/isabelapedra (31) 8589-0364

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