Ano 1 | Nº 01 | setembro de 2014
Vitrine da Casa Própria 10ª edição do Feirão Caixa da Casa Própria
“As obras da BR-381 já começaram” O supervisor do DNIT fala sobre o projeto de duplicação da rodovia
Editorial A construção civil tem se destacado como o segmento de maior crescimento contínuo nos últimos anos no Brasil. Investimentos públicos em obras de moradia – com programas como “Minha Casa, Minha Vida” – desencadearam inúmeros investimentos no setor privado, gerando loteamentos e toda a infraestrutura que o envolve. Um exemplo claro é a cidade de Governador Valadares que conta hoje com mais de vinte projetos de loteamentos em andamento na prefeitura, tornando–a assim, o ambiente propício para o lançamento de uma revista com este perfil. Quando planejamos uma obra começamos imediatamente a enfrentar dificuldades como discernir entre a mão de obra especializada e os aventureiros do ramo; os melhores materiais na relação custo benefício; o passo a passo para a obra desde o projeto até o acabamento. Por to-
das essas dificuldades e questionamentos, a Revista Construção em Evidência traz informações sobre fornecedores, materiais e suas aplicabilidades, além das notícias das maiores obras da região. E chega no momento em que cada vez mais há necessidade de conhecer o mercado na tentativa de reduzir os custos da sua obra, sendo ela uma pequena reforma ou um grande empreendimento. Portanto, você precisa acompanhar todas as edições da Revista Construção em Evidência para que se mantenha informado sobre o que há de melhor em materiais para sua construção e as tendências do mercado; os melhores prestadores de serviço. Tudo o que você precisa para não ter “dor de cabeça” como eu tive e ainda saber tudo sobre como organizar sua obra. Fique atento a cada página que ler e não perca nenhuma informação.
Diretor Presidente Samuel Salmen
Jornalista Douglas Santiago
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Designer Gráfico e Diagramação Marcos Coelho / CORINGA DESIGN producao@construcaoemevidencia.com.br
Tiragem 3.000 exemplares
Revisão Ortográfica Marizete Belo
As opiniões emitidas pelos colaboradores no conteúdo desta revista são de inteira responsabilidade dos autores.
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CONSTRUÇÃO em Evidência | nº 01 | 2014
Índice 10
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Vitrine da Casa Própria
Mercado de Agregados mantém forte crescimento em 2013/2014
12 PARA CONSTRUIR SEUS SONHOS no mundo Real
7 Mais saúde e segurança no trabalho
16 NBR 15.575 - Norma de desempenho
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8 Além dos projetos
18 “As obras da BR-381 já começaram”
Pedreira São João
Tecnologia e Logística fazendo a diferença
27 Obras Públicas da Região
28 Em EVIDÊNCIA CONSTRUÇÃO em Evidência | nº 01 | 2014
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NOTÍCIA
Vitrine da Casa Própria por Douglas Santiago Melo
10ª edição do Feirão da Casa Própria da Caixa facilitou a vida de quem estava à procura de imóvel e agradou aos construtores
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acilidade talvez seja a palavra que melhor descreve o Feirão da Casa Própria realizado pela Caixa Econômica Federal em Valadares. Em sua 10a edição, em 2014, o evento reuniu no Clube Filadélfia, em maio, durante dois dias, diversos construtores e empresas do ramo imobiliário, além de corretores e a própria Caixa, com o objetivo de proporcionar comodidade aos clientes e bons negócios aos expositores. Visitantes elogiaram a realização, afirmando que a mesma facilita a vida de quem procura pela casa própria. Não era difícil ver sorrisos, ainda que discretos, durante a realização do 10 Feirão da Casa Própria. Sair de lá com o imóvel comprado era o sonho da maioria dos clientes. Alguns, no entanto, queriam apenas fazer uma pesquisa nas diversas opções disponíveis. Caso o interesse surgisse, dava para fazer uma simulação por lá mesmo, junto à Caixa e, quem sabe, garantir o imóvel próprio. As construtoras comemoraram os bons resultados da realização. A consultora da Tenda, Isabela Prado, conta que a empresa já participa do Feirão há cinco anos. “Em todo os anos, recebemos convite da Caixa para participarmos, por isso viemos. Nesse
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ano, temos os mesmo empreendimentos do ano passado. O Feirão serve para divulgarmos a nossa marca”, afirma. Segundo a consultora, as vendas aumentam significantemente durante o Feirão. “Elas aumentam, pois o feirão divulga para muita gente, e especificamente para compra da casa própria; então, o marketing ajuda bastante.” A importância da realização é também destacada por Izaltino Correia Neto, ou Tininho Caboclo. Ele é proprietário da Construtora Caboclo e levou ao evento imóveis já prontos para morar, com valor entre R$95 e R$99 mil, com toda a documentação por conta da construtora e zero de entrada. “As vendas hoje [sexta-feira] já estão superando as do ano passado. As pessoas estão vindo com mais intenção de comprar”, afirma. Estreante no Feirão, o construtor Ejuri Delazeri quis levar sofisticação para o evento. Casas entre R$120 e R$480 mil, com acabamento diferenciado, estavam entre as opções expostas por ele e seu sócio. “O Feirão é muito bom pois recebemos muitos clientes. Tem muita variedade aqui. Casas com preço razoável e casas boas”, avalia. Toda essa oferta foi conferida de perto pela atendente de telemarketing Cláudia Lúcia Pereira. Foi a primeira vez que ela visitou o evento. O de-
Diversos estandes expuseram as ofertas durante os dois dias do Feirão
Diversos estandes expuseram as ofertas durante os dois dias do Feirão
Diversas construtoras participaram do evento
Na Construtora Caboclo, o cliente encontrou imóveis com toda a documentação por conta da empresa e zero de entrada
A atendente de telemarketing Cláudia Lúcia Pereira foi à Feira pela primeira vez, com o intuito de comprar seu imóvel
sejo de comprar a casa veio do desejo de casar e sair da casa dos pais, “viver independente e viver a vida como um casal”, afirma ela. Cláudia ainda não é casada, por isso o sonho da casa própria é justamente para realizar o sonho de casar. “Coloquei na minha cabeça que quero arrumar a casa primeiro para depois casar. Já estou há dois anos nessa procura”, conta. Normalmente, Cláudia procurava o imóvel dos sonhos através de corretores e imobiliárias, o que, segundo ela, dá um trabalho maior, então, ela elogia a realização do Feirão. “A proposta de unir muitas construtoras em um lugar só é muito boa, pois às vezes não sabemos a construtora exata que precisamos procurar ou as ofertas que cada uma tem. Facilita até mesmo pela questão dos bairros. Podemos ver onde é o melhor lugar para morar, qual construtora está lá, entre outras coisas”, avalia. Ao primeiro dia do Feirão, Cláudia foi sozinha. Como o imóvel é um sonho de casal, ela já havia agendado outra visita ao local, no dia posterior, junto com o noivo, para juntos analisarem as opções. “Pelo menos um apartamento, eu tenho fé em Deus que vou sair daqui com ele”, afirma. A atendente afirma ter encontrado imóveis em bairros como Caravelas, Jardim Alice e Castanheiras, o que, segundo ela, é muito bom. “Tem ônibus que vai lá, moto, carro... isso não é dificuldade.” A professora aposentada Vera Pena Morais quis realizar o sonho da filha durante o Feirão da Casa Própria. Pela primeira vez visitando a mostra, ela estava à procura de um apartamento financiado. “Estamos pegando os folhetos e olhando. Nosso plano é adquirir um imóvel aqui”, conta. A filha de Vera vai mudar de casa com o filho e a intenção era adquirir um imóvel na Ilha dos Araújos ou no Centro. A procura pela casa própria já acontecia há cerca de dois meses. “Aqui é bem mais fácil adquirir o imóvel pois você tem o corretor e tem já o pessoal da Caixa, caso você queira financiar. Você consegue todas a informações num lugar só”, afirma. ■ CONSTRUÇÃO em Evidência | nº 01 | 2014
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ARTIGO
Mais saúde e segurança no trabalho por Rozâni Azevedo Presidente da FIEMG - Regional Rio Doce
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saúde, a segurança no trabalho e a qualidade de vida dos trabalhadores da indústria são desafios de importância fundamental para a competitividade, produtividade e sustentabilidade das empresas. E a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) tem cumprido a missão de liderar o processo de desenvolvimento sustentável da indústria mineira, fortalecendo sua competitividade e fomentando ações que contribuem com um ambiente organizacional seguro e saudável. A saúde e a segurança no trabalho são molas propulsoras para o crescimento e desenvolvimento das empresas. Por isso, a FIEMG vem discutindo o tema com empresários, apresentando a eles através do projeto Rotas para o Futuro (evento que está percorrendo as cidades mineiras, que tem regional da Federação), informações sobre as normas, ações, tendências e inovações sobre a saúde e segurança no trabalho, com a finalidade de oferecer um maior entendimento sobre a legislação que rege o assunto, para que as empresas se adequem as normas do Ministério do Trabalho e Emprego, visando promover o bem estar, e, principalmente, um ambiente seguro para o trabalhador. Minas Gerais está entre os Estados que mais geram empregos no país, mas também é grande a sua participação nas estatísticas de acidentes de trabalho. O Brasil ocupa o 4º lugar no ranking de acidentes no trabalho. A cada 3,5 horas um trabalhador morre no país em razão de acidentes no trabalho. Todos os anos, cada um dos
Rozâni Azevedo, Presidente da FIEMG - Regional Rio Doce
mais de 4 milhões de acidentes que ocorrem resulta em mais de três dias de falta ao trabalho. Para sairmos dessas estatísticas temos que ter como foco principal a prevenção. Estarmos cientes da importância de ado-
A saúde e a segurança no trabalho são molas propulsoras para o crescimento e desenvolvimento das empresas.
tarmos práticas preventivas. E o setor industrial tem buscado fazer a sua parte, através de programas, campanhas e iniciativas em várias áreas, mas esse processo deve ser um esforço conjunto entre empregador e trabalhador, porque ambos tem obrigações e estas devem ser cumpridas. Uma indústria que garante um ambiente de saúde e segurança, com colaboradores treinados para exercerem corretamente suas atividades, ganha mercado. Torna-se mais competitiva, com menores custos, maior produtividade e sobretudo, garante a capacidade, integridade física e bem estar dos trabalhadores. ■ CONSTRUÇÃO em Evidência | nº 01 | 2014
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BATE-PAPO
Além dos projetos por Douglas Santiago Melo
Arquiteto Lulu Pinheiro bate um papo com a Construção em Evidência e fala sobre as tendências para a construção civil a curto, médio e longo prazo, citando as perspectivas para Governador Valadares
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aladares ainda vive um excelente momento para a construção civil, um pouco diferente de Belo Horizonte, onde há uma tendência à estabilização e queda no preço dos imóveis até o fim do ano”. A avaliação é do arquiteto Luís Carlos Pires Pinheiro, o Lulu Pinheiro. Em entrevista à Construção em Evidência, numa manhã de sábado, Lulu falou sobre o mercado, a profissão, investimentos e sobre as perspectivas para Governador Valadares. Com anos de carreira conso-
lidada e projetos desenvolvidos em diversas cidades do sudeste e nordeste brasileiro, Luís Carlos Pires Pinheiro é referência em criação e desenvolvimento de projetos arquitetônicos. Valadares, Ipatinga, Caratinga, Teófilo Otoni e algumas cidades da Bahia são locais de trabalho do arquiteto, natural de Governador Valadares e formado pela Universidade Santa Úrsula do Rio de Janeiro.
mite trabalhar em prol da organização e da funcionalidade, seja de um bairro, uma praça, um hospital ou uma casa. “A possibilidade de proporcionar a melhor opção para um projeto dentro dos parâmetros e condicionantes é o verdadeiro ganho na produção de um projeto arquitetônico. Quando isso acontece, todos ganham, seja a cidade ou um cliente em particular”, avalia.
Para Lulu Pinheiro, o profissional de Arquitetura possui competências que vão desde o planejamento urbano a projetos de interiores. Isso o per-
Segundo Pinheiro, todas as cidades – pequenas ou grandes - merecem ter profissionais que possam garantir o bom desenvolvimento estrutural, o que facilita o cotidiano da população. “Atualmente, vemos cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, que cresceram desordenadamente e precisam de grandes mudanças por falta de planejamento”, afirma.
O mercado Para o arquiteto, atualmente, há uma variedade de lançamentos no mercado imobiliário, desde prédios residenciais e comerciais de grande porte (atendendo às classes A e B) a prédios populares e casas geminadas (para as classes C e D). Valadares, como outras cidades, segundo Lulu Pinheiro, passa por um bom momento na área de construção civil, gerando emprego e renda em função de condições imobiliárias favoráveis. “Neste ano, estamos vivendo ainda um momento bom para a construção civil em Valadares. Sinto que já está dando
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uma parada, mas ainda é bom”, afirma. De acordo com Pinheiro, neste ano, ele ainda deve lançar pelo menos quatro prédios, não muito populares, para a classe A e B, que devem sair do chão, ainda em processo de venda. “Vão-se lançar ainda vários loteamentos. No bairro Castanheiras, por exemplo, há pouco tempo, não havia nada construído; e hoje, está abarrotado de casas geminadas”, afirma. De acordo com o arquiteto, casas geminadas são mais rápidas e mais baratas de se fazer e variam de preço entre R$100 mil e R$150 mil. Ele compara este novo modelo de construção com uma praga, mas pontua, “no bom sentido”. “Estão por toda a parte e dão condições às pessoas de baixa renda comprar uma casa. O nicho de mercado que mais sai hoje é esse, juntos com os prédios populares. Até pessoas de classe média alta estão fazendo casas geminadas para vender, pois é um investimento. Elas contratam um construtor, que faz a casa”, conta.
Casas geminadas: “uma praga no bom sentido” Segundo Lulu Pinheiro, as casas geminadas são características de Valadares. Em Teófilo Otoni, por exemplo, elas começaram a aparecer bem recentemente. “Lá em Ipatinga, eles usam muito a estrutura metálica, mas o mercado imobiliário de lá está em baixa, em função do código de obras que é muito rígido. Em Valadares, temos um código de obras que dá muita liberdade de construir. É exigente, mas dá liberdade”, avalia. De acordo com Pinheiro, as pessoas foram incentivadas a se preocupar mais com a casa própria. Para ele, isso se deve
ao fato da condição financeira ter melhorado no País. “O poder aquisitivo melhorou muito nos últimos cinco anos. Não vou citar aqui nenhum partido político, até porque, na minha opinião, o País está crescendo mesmo”. Para Lulu, isso pode, sim, ter um efeito negativo, uma vez que há a possibilidade de se gerar uma bolha imobiliária, o que já vem ocorrendo em Belo Horizonte e São Paulo. “As empresas já estão com dificuldade de vender os imóveis e os preços acabam caindo. Neste momento, estão estabilizados, mas acho que, até o fim do ano,
Com anos de carreira consolidada e projetos desenvolvidos em diversas cidades do sudeste e nordeste brasileiro, Luís Carlos Pires Pinheiro é referência em criação e desenvolvimento de projetos arquitetônicos. devem cair”, afirma. Pinheiro Justifica a afirmação citando o filho, que trabalha na área de construção civil na capital mineira e está com receio de não continuar na empresa porque a mesma não vê perspectivas de novos lançamentos. Ainda assim, para o arquiteto, em Valadares a situação continua boa, portanto, a construção e a aquisição de imóveis ainda é um bom negócio. “A gente nunca perdeu dinheiro nisso. Construção civil ainda é um investimento seguro. Eu tenho quatro apartamentos meus, comprados. É uma aposentadoria”, afirma.
Um bom profissional, um excelente marido Lulu é casado com Flora Sabino, com quem teve dois filhos, Diogo e Clara; ambos cursam Engenharia em Belo Horizonte. Durante o curso de Arquitetura, Pinheiro já trabalhava na área, em escritórios, como serviço terceirizado e como free lance. Após a conclusão do curso, no início de 1981, ele voltou a Valadares para trabalhar na área como profissional liberal, fazendo projetos residenciais e comerciais, entre eles, as agências Chevrolet e Ford (na Rio-Bahia) e os edifícios Monterrey (onde hoje tem escritório), Alphaville, Jother Perez, Arnóbio Pitanga, Serra Verde, Pedro II, entre outros. Fundou, em seguida, a empresa Arquiteto Ltda., no mesmo segmento, com uma estrutura física adequada a atender clientes físicos e jurídicos. Hoje, a empresa possui três funcionários e uma estagiária. São eles: Ana Dutra (arquiteta urbanista), Jucelem Soares (técnico em edificações), Monalisa Dornelas (secretária) e Bertha Diniz (estagiária). Mais recentemente, a empresa executou projetos como o da Agência Toyota (na JK), do Edifício Fabíola, Medical Center (na rua Sete de Setembro) e lançamentos como os edifícios Daflow, Lafelicitá, Cenarium, Columbia, Mont Blanc, Comercial Leda Lima, Residencial Parque Sereno, entre outros; desenvolvendo projetos e obras para a rede de farmácias Indiana. Ainda na área da saúde, foram feitos projetos para clínicas, laboratórios e postos de saúde. Na área da indústria, estão sendo desenvolvidos centros de distribuição (CD’s) e galpões com mais ou menos 10 mil m². ■ CONSTRUÇÃO em Evidência | nº 01 | 2014
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ARTIGO
Mercado de Agregados mantém forte crescimento em 2013/2014 por Bolivar Raphael M. M. Lacerda e Fernando M. Valverde (Retirado na íntegra da revista Areia e Brita, Ed. 62, 2014)
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pesar de o país ter apresentado um resultado pouco satisfatório face às expectativas anunciadas do seu PIB em 2013, ou seja, de 2,3%, o setor de agregados experimentou um crescimento notável de 7%. Esse resultado foi decorrente dos investimentos públicos e privados em infraestrutura e edificações embasados em sua maioria em projetos consagrados tais como os PACs, Minha Casa - Minha Vida, concessões, eventos esportivos, e outros. O volume de vendas de agregados atingiu a marca histórica de 745 milhões de toneladas com um faturamento bruto total estimado da ordem de R$19 bilhões. Este faturamento considera as receitas totais, incluindo impostos e as parcelas de frete quando entregues, correspondentes às empresas de areia e brita de todo o país. Assim, o preço bruto ponderadamente está estimado em R$25,50/t. O preço líquido médio, com as deduções médias de impostos incidentes sobre as vendas e a CFEM, e levando-se em conta incertezas e contingências é considerado em R$ 20,00/t. No Brasil, pela sua extensa diversidade, a faixa de variação de preços praticados nos mercados de areia natural e de brita tem larga variação, podendo por exemplo atingir R$150,00/t em micromercados da Amazônia. O estado que apresentou o maior consumo de agregados foi São Paulo com 194 milhões de toneladas, seguido por Minas Gerais com 77,8 milhões de toneladas e Rio de Janeiro com 64,6 milhões de toneladas. Somente o Estado de São Paulo respondeu por 26% da demanda nacional, Minas Gerais com 11 % e o Rio de Janeiro com 8,7%. À Região Sudeste coube o montante de 349 milhões de toneladas, correspondendo a 47 % da demanda nacional. Quanto ao consumo unitário medido por toneladas de agregados por habitante/ano, o Distrito Federal com uma demanda de 17 milhões de toneladas atingiu o maior índice nacional, correspondente a 6,1. Em seguida com o índice de 4,9 apresentou-se Santa Catarina que alcançou uma demanda de 322 milhões de toneladas. O terceiro lugar foi atribuído ao Estado de Mato Grosso com o índice de 4,5, correspondente a uma demanda de 14,3 milhões de toneladas. O Estado de São Paulo que, historicamente, se encontrava entre os 3 primeiros, classificou-se em quarto lugar com o índice de 4,4 correspondente a uma demanda de 191 milhões de toneladas. Ressalta-se que esta estatística leva em conta a produção total de areia e brita somados.
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O gráfico mostra a evolução da demanda por agregados num período de 25 anos compreendido entre os anos de 1997 e 2024. Conforme se observa, houve um período de demanda decrescente entre 1997 até 2000, coincidentemente, sem dúvida, com as diversas crises que ocorreram no mundo com forte reflexo no Brasil, especialmente correlacionado aos elevados níveis de desemprego e altas taxas de juros, portanto, com reflexos na renda e no crédito. A combinação de renda per capita reduzida e difícil acesso ao crédito atingiu criticamente o setor de agregados, pois este é dependente dos investimentos em obras de infraestrutura e edificações, sejam residenciais, comerciais ou institucionais. Entre 2001 e 2003 houve um período de estabilização em baixa, e posteriormente, com efetiva e contínua retomada de crescimento a partir de 2004 até o presente. A Anepac projeta crescimento no período de 2014 a 2024 que oscila de 2% a 4% ao ano, considerando-se fatores relevantes para o comportamento do setor como eleições, transição de governo, megaeventos esportivos, dentre outros. Tomou-se como base uma projeção do PIB bastante reduzida em 2014, próxima de 1 % apenas e o mesmo para 2015. Nesse ano, independentemente de mudança de governo, a melhor aposta é que haverá correções de rumo na economia o que impedirá incremento
significativo pelos ajustes necessários. A despeito do baixo crescimento do PIB, o setor deve experimentar, relativamente, um crescimento maior devido aos investimentos fundamentais para reduzir os conhecidos problemas na infraestrutura e de demanda habitacional. A partir de 2016 com a possível redução da inflação e dos juros poderá ocorrer maior disponibilidade de crédito e, portanto, mais investimentos em infraestrutura e habitação. Daí a consideração de crescimento em agregados no período de 2016 a 2024 situado entre 3,5% a 4,5%. Estimamos ainda atingir a marca de 1 bilhão de toneladas de demanda anual por agregados daqui a apenas 7 anos, ou seja, em 2021. Para se materializar essas projeções será fundamental transformar projetos em empreendimentos que envolvem investimentos de cerca de R$1,2 trilhão até 2018, segundo instituições nacionais. Em torno de 31 % desses investimentos são previstos alocar-se em transporte e cerca de 6% em saneamento e infraestrutura de habitação e esportiva. Sem um programa bastante agressivo de concessões em diversos setores, disponibilidade de financiamentos e créditos e uma gestão primorosa será difícil remover os gargalos que impedem um crescimento sustentável do país. Há sem dúvida muitas outras necessidades estruturais que devem ser tratadas em conjunto, mas já seria um grande começo. ■
ARTIGO
PARA CONSTRUIR SEUS SONHOS no mundo Real Cliente e loja de Material de Construção
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á vinte anos implantava-se o Real no Brasil (oitava moeda desde 1942). O plano derrotou a hiperinflação e iniciou uma nova fase de desenvolvimento e prosperidade para
o país.
Com o crescimento da economia, a classe Cem ascensão, houve uma qualificação no consumo, com algumas mudanças no comportamento do cliente e consequentemente, nas lojas de material de construção. Hoje o cliente está mais exigente, com mais acesso à informação, sabe exatamente como quer ser atendido, mesmo que não saiba exatamente o que quer comprar. Ecologia, meio-ambiente, reciclagem e sustentabilidade passaram a fazer parte do nosso dia-a-dia. A entrada no mercado brasileiro, dos produtos chineses, foi outro fator impactante no nosso segmento. O porcelanato, por exemplo, antes um sonho para muitos, passou a
ser um produto acessível a todos. O novo consumidor de material de construção, é mais consciente, prioriza a eficiência energética para reduzir a conta de luz, trocando as lâmpadas in-
candescentes pela LED ou fluorescente, ou fazendo ainda a opção pelo aquecimento solar. Faz uso racional da água, com as novas bacias sanitárias (3/6litros) e torneiras econômicas. Tivemos a maior presença feminina nas lojas de material de construção, como cliente ou como funcionária. No mundo virtual o e-commerce vem ganhando seu espaço. Nos grandes centros urbanos, os home centers, lideram as vendas. O lojista tem que pensar em três verbos Ser, Aprender e Servir. A loja não pode ser estática, pois as necessidades dos clientes variam, e o lojista deve estar pronto para atendê-las, com treinamento constante da equipe de vendas, oferta de um mix variado de produtos e parceria com as indústrias para uma maior qualificação da mão de obra. Uma obra, mesmo de pequeno porte, não pode ser feita por impulso, exige planejamento, um bom projeto, bons profissionais na execução, e talvez até um financiamento. Tivemos a abertura de linhas de crédito para habitação e vários programas de incentivo do governo como Minha Casa, Minha Vida. Alguns produtos também receberam a isenção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Todas essas mudanças foram determinantes para a evolução e padrão do consumo brasileiro.
A estagnação da economia verificada nos últimos meses vem minando o otimismo do consumidor e dos empresários. O governo ao invés de cortar gastos, estimular a produção investindo em infraestrutura, fazer reforma na nossa abusiva carga tributária, fez a opção por manipulações contábeis e elevação dos juros. E quando os juros sobem, os setores mais dependentes de crédito como o de material de construção e imobiliário, acabam se desacelerando. Estamos assistindo à desaceleração do crescimento do Brasil e em todo o setor da construção. O aumento da desconfiança no governo aparece nas pesquisas e na queda da popularidade da atual presidente da república. As manifestações populares mostram a insatisfação da população. Um cenário de incertezas, alta da inflação e de juros, pede cautela. E isto afeta novamente os hábitos de consumo do brasileiro. A Associação Brasileira da Indústria e Material de Construção (Abramat) terá que rever suas previsões para o ano. Previu um crescimento de 4,5 % no ano, mas o setor vem registrando resultados inferiores ao projetado. Segundo Peter Drucker, ” A melhor maneira de prever o futuro é construí-lo “.
Mas não se faz um grande país sem investimentos em educação, saúde, transportes e segurança.
E o povo brasileiro, terá em outubro, nas urnas, a grande chance de mostrar o que pensa e o que quer para o seu Brasil.
E agora começam haver indícios de racionalização para manter as conquistas obtidas.
Tudo começa por você. Tudo começa pelo seu sonho. ■
REPORTAGEM
NBR 15.575 Norma de desempenho por Raul de Cássio Amorim Neto Engenheiro Civil | CREA-MG 35.773/D
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ara qualquer produto, todo o processo inicia-se com um projeto atendido em todas as suas características descritas ou implícitas.
Sob a égide da NBR 15.575 – (Edificações Habitacionais – Desempenho), o setor da construção civil vive um novo momento, com a vigência da norma que é considerada um divisor de águas para toda a cadeia produtiva da construção: indústria, comércio e serviço. Por todo o Brasil a comunidade correlata tem discutido e dela conhecido, uma vez que já está em vigor. Adiante se reproduz o enunciado de um entre inúmeros seminários que acontecem país afora: “A NBR 15.575 norma de desempenho está sendo exigida desde o dia 19 de julho de 2013. Todos os projetos aprovados a partir dessa data devem atender os requisitos mínimos exigidos de desempenho acústico, térmico e de durabilidade, em especial a vida útil de projeto, além de outros requisitos estabelecidos pelo próprio setor produtivo. Para atender a
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norma, os projetistas e construtores terão que conhecer o desempenho dos sistemas que adotam, bem como aperfeiçoar projetos, aumentar o rigor na especificação e na escolha de produtos e levar em conta a vida útil de projeto da edificação, considerandose as manutenções periódicas...” É ótimo para o bom projetista, para o bom produto, para o bom prestador de serviços; todos ganham. Para esses a dita norma não alterará em nada sua conduta. Os bons projetos, produtos, profissionais, e os consumidores, têm a partir de agora seu mais forte aliado. Bastarão duas perguntas e/ou quesitos na solução da dúvida em relação a uma desconformidade: 1º. A NBR 15.575 foi atendida em todos os seus termos? 2º. Sendo negativa a resposta do quesito anterior, a desconformidade ocorreu em qual momento do projeto: na elaboração do projeto, no produto industrial, na execução in loco, na especificação, na comercialização?
O objetivo é atingir a qualidade em todos os seus termos, garantindo especialmente ao comprador/cliente a entrega do produto conforme prometido e especificado no ato da aquisição. Decorrente da exigência agora legal surge um novo desafio: que as mesmas não impliquem ou se tornem “desculpa” para aumento de custo. Construir com qualidade, independente de norma, é o que se espera naturalmente. Convenhamos: a rigor não seria preciso uma norma para exigir o desempenho com tal critério. A qualidade tem impacto positivo. A observância qualitativa do produto tem o retorno compensatório na diminuição drástica da manutenção corretiva, restando apenas a manutenção preventiva. Para se ter ideia prática façamos o exercício mínimo do desempenho das esquadrias (janelas) quanto à estanqueidade na ocorrência de chuvas: o som que ocorre no apartamento superior incomoda o vizinho? As infiltrações foram evitadas pela impermeabilização? A torneira, a fechadura, o interruptor funcionam conforme o desempenho mínimo esperado? Os efeitos da NBR 15.575 estendem-se a todo e qualquer tipo de construção, a qualquer padrão, desde o bom resultado construtivo nas edificações populares até as de alto padrão. Podemos constatar facilmente a presença marcante do setor da indústria da construção na cadeia produtiva, na empregabilidade de trabalhadores especializados ou não, na pesquisa por novos materiais,
melhorias e/ou otimização dos processos construtivos. O setor da construção que tem evidente e expressiva participação no PIB e na vida das pessoas, deve ser tratado com profissionalismo adequado. Divagando, Niemeyer relata que a construção deve causar uma surpresa, um “espanto”, uma sensação de certa incredulidade na beleza vista, na admiração.
Decorrente da exigência agora legal surge um novo desafio: que as mesmas não impliquem ou se tornem “desculpa” para aumento de custo. Construir com qualidade, independente de norma, é o que se espera naturalmente. A construção deve despertar o interesse de quem olha ou usa, e assim tem sido desde os primórdios: as civilizações deixam marcas e estilos através dos monumentos, das grandes catedrais, palácios, aquedutos e estradas. Não é o caso de tratarmos da estética ou da função somente, que podem coexistir, mas também da relevância da construção, sua durabilidade, segurança e conforto. ■
“O supervisor do DNIT, Ricardo Luiz de Freitas, conta que o projeto para a duplicação da BR-381 começou em 2005”
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REPORTAGEM
“As obras da BR-381 já começaram” por Douglas Santiago Melo
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esejo de praticamente todos os condutores, a popular obra de duplicação da BR-381 já começou, segundo o supervisor regional do DNIT em Valadares, que dá uma entrevista exclusiva à Construção em Evidência sobre este e outros assuntos. A duplicação, até Belo Horizonte, da BR-381, talvez seja a obra mais almejada dos últimos anos pela população do Leste Mineiro, numa visão coletiva. O trecho ganhou quase o status de um “filme de terror”, causando temor em quase todos os condutores que precisam por ele trafegar. Alguns podem não saber, mas as obras para tentar resolver os problemas da “Rodovia da Morte” já estão em fase de execução. São 11 lotes licitados e alguns deles já tiveram as obras iniciadas. Em entrevista, o supervisor regional do Departamento Nacional de Infraestrutura do Transporte, Ricardo Luiz de Freitas, fala sobre o andamento destas obras e sobre outras importantes para a população e que são alvo constante de reivindicações, como a duplicação da ponte do São Raimundo, em Valadares; além da extensão da Avenida Minas Gerais, na saída norte da cidade. A obra de duplicação, melhoria e restauração da BR-381 foi dividida em 11 lotes, cada um licitado separadamente, e nem todos sendo da jurisprudência do DNIT em Valadares. Iniciados já estão os lotes um, dois, 3.2 e outros dois. “A coisa está começando a sair da
inércia. Houve uma empresa que ganhou cinco lotes, mas são obras distintas, com contratos distintos. Evidentemente, um empreendimento dessa mota tem muitos percalços a se vencer, tanto administrativos quanto burocráticos. Por conta disso, alguns lotes podem ter já sido iniciados, enquanto outros aguardam aprovação”, afirma Ricardo Luiz de Freitas. De acordo com o supervisor regional, o nome popular que se deu para esta obra é duplicação, mas o que mais pesa no empreendimento, na parte de engenharia, não é a duplicação em si. “Vamos eliminar todas as curvas acentuadas também, melhorar as rampas, além de duplicar a rodovia. Não vamos permitir nenhum cruzamento de pista. Só de obras de artes especiais, como pontes, viadutos e passarelas, são aproximadamente cem, uma obra muito ousada. No Leste de Minas, deve haver décadas que não temos algo parecido. Vamos ter uma melhoria muito grande na sua operacionalidade. A rodovia não será tão sinuosa quanto é hoje”, afirma.
A duplicação, até Belo Horizonte, da BR-381, talvez seja a obra mais almejada dos últimos anos pela população do Leste Mineiro, numa visão coletiva.
O orçamento para a execução da obra já está garantido no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e segundo Freitas, não há preocupação quanto a isso. O lote um, por exemplo, que já foi iniciado, compreende o trecho entre Governador Valadares e a Cenibra. Trata-se de um trecho mais plano, sem muita sinuosidade, num total de aproximadamente 72 km de extensão. Neste trecho, no entanto, de acordo com o contrato vigente, vai-se duplicar 20 km apenas, junto às travessias urbanas de Naque e Periquito, por exemplo, além dos trevos, que também receberão obras de restauração. Segundo o supervisor, são três curvas acentuadas a serem corrigidas. A previsão do término das obras deste lote via contrato é de dois anos, podendo haver em algumas situações a dilação do prazo. “Existe um desejo que se duplique tudo no lote um também. Isso foi a promessa da presidenta e do diretor-geral do DNIT, que participou aqui de uma audiência pública. Vaise pegar o contrato de hoje e, após completarem-se todas as análises, vai-se aditá-lo e submetê-lo ao Tribunal de Contas. Se ele der parecer favorável, temos como aumentar um pouco mais essa extensão de rodovia duplicada. Evidentemente, que não dá para duplicar tudo porque a lei nos impõe um teto para aditar”, pondera. Mas, segundo o supervisor, já está sendo preparado em Brasília um novo termo de referência para fazer uma nova licitação visando completar essa duplicação. ►
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Além do lote um, de acordo com Freitas já foram dadas ordens de serviço para o lote dois (no contorno de Coronel Fabriciano), o lote 3.2 (túneis antes do rio Piracicaba), o lote quatro (os dois túneis próximos ao Viaduto do Prainha) e o lote seis. Todos estes devem terminar as obras antes que os demais. O lote dois tem o prazo de três anos e os demais, segundo Ricardo, devem ser de quatro anos. “Digo sem certeza sobre os últimos lotes, pois estes não são da nossa jurisdição”.
Histórico O estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental para a duplicação da BR-381 começou em 2005. Segundo o supervisor, a licença foi tirada em prazo recorde (quatro meses), auxiliada por seis órgãos diferentes. “Os órgãos do Estado de Minas foram fundamentais. Tiramos a licença prévia de um empreendimento de quase R$3 bilhões em quatro meses e já jogamos os editais na praça para contratar os projetos”, lembra. Mas houve um impasse
O estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental para a duplicação da BR-381 começou em 2005. à época. De acordo com Freitas, o Governo Federal, em 2008, teve dúvida se privatizava a rodovia antes. “Havia a opção de fazer todas as intervenções na pista e depois privatizamos a um custo muito baixo ou não fazermos nada, pegarmos os custos da obra, privatizarmos antes e jogarmos o preço para o pedágio. Optou-se pelo primeiro caso, mas isso atrasou as obras em mais de dois anos”, conta. Freitas lembra que a rodovia Fernão Dias seguiu este mesmo sistema de pedágio e o valor da tarifa custa R$1,40 naquele local. Outros casos diferentes têm tarifas de aproximadamente R$9. “Quando se definiu o modelo de privatização, volta-
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mos com os editais à praça para contratar os projetos. Os projetos foram elaborados, aprovouse a licença de instalação e fezse a licitação para a obra, tudo novamente”, lembra.
Ponte do São Raimundo e o gargalo na BR-116 Outro ponto questionado a Ricardo Luiz de Freitas é sobre a duplicação da ponte do São Raimundo, sobre o Rio Doce. Segundo o supervisor, o diretor-geral do DNIT, quando esteve em audiência pública em Valadares, prometeu dar o primeiro passo concreto. À época, ele incumbiu Freitas de elaborar um orçamento visando fazer uma licitação para contratar o projeto, pois sem este não é possível realizar nada. O projeto foi feito e já está na Supervisão de Projetos, órgão da Superintendência do DNIT em Belo Horizonte, mas inclui uma obra muito maior do que a expectativa sobre a ponte. “Trata-se da travessia urbana da BR-116 em Valadares, que merece uma intervenção como um todo. Há uma parte que já foi duplicada – do bairro Jardim Pérola até o Jardim do Trevo – mas que precisa de passarelas. Já do Jardim Pérola até o posto da Polícia Rodoviária Federal, tudo precisa ser tratado”, conta. Segundo o supervisor, o orçamento, portanto, é para complementar a duplicação da travessia, mas se fala mais sobre a ponte, pois esta é um gargalo no trânsito cotidiano. “Se fosse só a ponte, seria muito mais rápido”, garante. Segundo Freitas, se o projeto for aprovado em Belo Horizonte, vai-se submetê-lo a um edital para contratar o projeto [neste caso, de execução]. Contratado o mesmo, estuda-se com a sociedade como a obra será feita. Em seguida, vai-se
submeter tudo à licença ambiental. “Mesmo assim, o tempo de execução é menor que o da BR-381, pois a extensão também é menor. São cerca de 12 quilômetros. Mas é uma obra grande, pois tem ponte, viadutos, passagem superior e outras”, afirma. Segundo o supervisor, as obras dão uma cara diferente à cidade. Ricardo Luiz de Freitas falou ainda, especificamente, sobre a ponte do São Raimundo, única travessia terrestre sobre o rio Doce ligando o norte e sul da cidade. Segundo ele, existem vários casos no Brasil de uma única ponte ligando as cidades e quando qualquer delas cai, há um transtorno enorme. No entanto, ele ressalva a boa estrutura da ponte em Valadares: “Não afirmamos que esta ponte não vai cair, mas visualmente, na última inspeção que fizemos, verificamos que ela tem uma excelente estrutura. Está precisando de uma maquiagem, de intervenções superficiais. Mas não vemos nenhuma fissura ou ferragem aparente”, afirma.
Uma nova rodovia à vista Por fim, o supervisor regional do DNIT fala sobre a extensão da Avenida Minas Gerais, próxima ao Instituto Federal de Educação Tecnológica (IFET). Segundo ele, o DNIT deu aval para que o local se torne uma avenida federal, mas é preciso que se faça um projeto executivo para a apreciação do órgão federal em Brasília. Após a aprovação deste projeto, será feita uma licitação para contratar a obra. “Quando o DNIT deu o aval ao Poder Municipal, ele aprovou, na diretoria colegiada, que ali é uma rodovia federal planejada. Há um ponto de início e de final, mas ainda não se sabe onde ela vai pas-
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sar. Parte da população teve a certeza de que ali já é uma rodovia federal, e que, portanto, a responsabilidade pela sua manutenção é do DNIT, inclusive antes da obra. Mas não é assim. Trata-se de uma rodovia de direito planejada, que está em perspectiva, ou seja, existe um planejamento para que ela se torne uma rodovia de fato. Tem-se que aprovar o projeto em Brasília. Depois, teremos as tratativas com relação à escritura, para passar isso pra União”,
A regional do DNIT no Leste de Minas fica situada em Governador Valadares por uma questão estratégica, pois acontece aqui o entroncamento das rodovias federais 116, a 259 e a 381.
explica.
O DNIT e outros projetos em Valadares A regional do DNIT no Leste de Minas fica situada em Governador Valadares por uma questão estratégica, pois acontece aqui o entroncamento das rodovias federais 116, a 259 e a 381. A unidade passou a funcionar em 2001, pois antes ficava em Caratinga, sob o nome DNER. A unidade local abrange toda a malha federal do Leste de Minas: da BR-116, ao norte, até Frei Inocêncio; da BR-259, ao leste, até Aimorés; da BR-116, ao sul, até a entrada para Tarumirim; e da BR-381, entre Coronel Fabriciano e Timóteo. A unidade local realiza serviços rotineiros de conservação das malhas viárias, como limpezas, roçadas e tapagem de buracos. “Estes serviços são feitos todos os dias. Hoje, o DNIT é todo terceirizado e, para cada segmento de rodovia, temos um contrato de vigência, podendo chegar até cinco anos. Estas empresas ficam prestando o serviço à entidade ininterruptamente”, conta Freitas. ►
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O DNIT vai iniciar, já no início do segundo semestre de 2014, uma obra na BR-259, que já está licitada. “Vamos começar de São Vítor e ir até Aimorés, restaurando toda a rodovia novamente, corrigindo trevos pequenos (Itueta, Resplendor e Galileia). Tudo está orçado em R$w86 milhões. A empresa já está mobilizando e fazendo suas instalações”, conta.
BR-381 - Obra de duplicação
Outro projeto do DNIT ainda em fase de planejamento é o projeto “BR Legal”, só para sinalização rodoviária. “Uma empresa contratada vai nos dar condições de termos nossas rodovias sempre pintadas, sinalizadas, com placas novas e defesas. É um programa ousado. O valor só para sinalização são R$68 milhões. Nunca tivemos um montante de recursos desses só para a sinalização. Será também iniciado no início do segundo semestre deste ano”. ■
BR-381 - Construção de túnel - Obra de duplicação
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Tecnologia e Logística fazendo a diferença Fundada em abril de 1971, a Pedreira São João, uma empresa consolidada no segmento da mineração e beneficiamento, completou 42 anos de atuação no mercado. A empresa vem desde os anos 80 investindo em tecnologia de ponta para melhorar ainda mais a qualidade nos produtos e serviços. Conta com veículos novos para o transporte do material, e profissionais especializados em atuação nos diversos setores da empresa. Possuindo logística necessária para atender seus clientes de forma eficiente nos 63 municípios de atuação, e com laboratório próprio para análise de agregados de acordo com as normas exigidas. Graças a esse conjunto e ao bom rela-
Renovação da Frota Visando oferecer uma total solução logística a seus clientes, podendo suprir com cada vez mais eficiência a demanda do mercado, a Pedreira São João acaba de renovar sua frota com a compra de um cavalo mecânico Volvo FH460 I-Shift. O Investimento a favor da renovação da frota é possível através da política de ampliação de seus negócios, graças a isso, a Pedreira São João tem conquistado cada vez mais o prestigio e a confiança de seus clientes, garantindo assim uma posição de destaque no mercado em que atua na região, sempre melhorando a qualidade do serviço prestado.
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cionamento com os clientes, a empresa atende 45% do mercado da região. Consciente dos seus deveres, a empresa possui certificações e autorizações de todos os órgãos necessários, tais como: DNPM (Departamento Nacional de Pesquisas Minerais), Exército, FEAM (Fundação Estadual do Meio Ambiente), Prefeitura Municipal, Polícia Civil, DEOEsp (Departamento Estadual de Operações Especiais), IGAM (Instituto Mineiro de Gestão das Águas), CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia), IBAMA, além de ser a única da região com liberação e auto de vistoria do corpo de bombeiros.
Brita Ensacada A Pedreira São João iniciou no segundo semestre o processamento de material ensacado. Visando alcançar todos os por-
tes de obras, a comercialização de material ensacado padronizado é uma novidade no mercado local.
Para melhor atender os clientes, os materiais como Pó de Pedra, Brita 0 e Brita 1, agora também são vendidos em embalagens unitárias de 20 Kg, facilitando o armazenamento e manuseio do material na obra. O material ensacado pode ser utilizado nas pequenas reformas e até mesmo nas grandes obras, em concretos, pavimentação e calçamentos, trazendo as vantagens de manter o canteiro de obra organizado e limpo, garantindo maior controle do espaço físico e reduzindo as perdas de agregado. Assim como o material a granel, a brita ensacada é comercializada para construtoras, concreteiras, empreiteiras, depósitos e consumidores finais.
Participação em Projetos Acadêmicos Com o intuito de colaborar com a formação de profissionais nas diversas áreas, a Pedreira São João abre suas portas aos parceiros e alunos das faculdades da região, em projetos relacionados à construção civil e mineração.
necessários. Este projeto já está gerando bons resultados, o que beneficiará não só aos alunos e
a empresa, como a todos os envolvidos no ramo de construção civil na região. ►
Como por exemplo, o trabalho realizado pelo grupo de alunos do curso de Engenharia Civil e Ambiental da UNIVALE, composto pelos alunos Edílson Júnior de Oliveira Pinto, Guilherme Lopes da Silva, Ranger Figueiredo Matias e Rafael Monteiro Mendonça, com o tema que trata da viabilidade da aplicação da areia de rocha na construção civil. Além da orientação dos professores capacitados da instituição, o grupo também recebeu o apoio da Pedreira São João, disponibilizando o laboratório, materiais e profissionais CONSTRUÇÃO em Evidência | nº 01 | 2014
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Lacre Para garantir a segurança, qualidade e procedência dos produtos, os caminhões que realizam as entregas, agora saem da Pedreira São João, lacrados. Um lacre de segurança é colocado em cada caminhão ao passar pela expedição, esse lacre contém um número que é registrado na nota fiscal e o cliente só deverá receber o material caso o lacre esteja intacto e o número de acordo com a nota fiscal. Esse processo firma o compromisso e integridade da Pedreira São João, com seus clientes e garante a inviolabilidade das cargas transportadas.
Visitas A Pedreira São João tem o prazer em receber grupos de profissionais do setor e alunos dos diversos cursos das faculdades da região, em visitas técnicas. O objetivo da visita é proporcionar aos visitantes uma visão técnica do processo e apresentar a moderna planta de beneficiamento de agregados. Durante a visita é possível conhecer um pouco da história da Pedreira São João, sobre as licenças dos diversos órgãos necessários para a operação, os equipamentos e máquinas que atuam no processo de produção e as demais instalações. Em uma visita guiada é possível conhecer desde o início do processo, no desmonte da rocha, até a expedição dos vários agregados comercializados na região. ■
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INFORMAÇÃO
Obras Públicas da Região Alpercata - 18 meses de governo e de reconstrução
D
esde que assumiu a Administração Municipal, o Prefeito Valmir Faria da Silva, trabalha para a melhoria da qualidade de vida dos alpercatenses. O seu governo dedica todos os esforços, nas mais diferentes áreas,
para atingir o maior índice de satisfação possível. No leque de medidas para reconstruir o município com boas realizações, a Prefeitura de Alpercata se destaca nas obras de infraestrutura e o município não para.
Confira um pouco das obras realizadas em Alpercata
Construção de casas populares
Construção de galerias para solucionar os problemas das chuvas
Pavimentação das ruas do Centro da cidade e do Morro do Cemitério
Construção de drenagens pluviais em várias ruas do município e calçamento no Bairro Alvorada e Cantinho do Céu
E vem muito mais por aí: • Drenagem e Pavimentação Asfáltica em ruas de Era Nova; • Vestiários no Campo de Era Nova; • Pavimentação na Grota ao lado do
Morro do Cemitério; • Construção de um Ginásio Poliesportivo no centro de Alpercata.
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por Marizete Belo da Silva
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de para nós mesmos e para aqueles que a visitam. Ela precisa refletir as coisas em que acreditamos e apreciamos. Uma das coisas mais interessantes da decoração criativa é a possibilidade de dar um novo uso para algo que foi descartado. Usar a criatividade para olhar para um objeto que já tem uma função bem definida e encontrar nele outras funções pode ser uma tarefa árdua. Mesmo assim, tente! Essa atitude pode render uma bela modificação em locais onde você passa boa parte do dia, relaxa, ou mesmo trabalha. Torne sua casa mais agradável e criativa para sua família, amigos e filhos. A recompensa de olhar para algo sabendo que aquilo foi feito por você ou orientado pela sua criatividade é indescritível.” (http://fabricadecriatividade.com.br/ melhores-dicas-para-uma-decoracaocriativa/)
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Escolha da árvore Na verdade a escolha das árvores deve ser feita de acordo com padrões locais como o clima da cidade, tipos de bairro onde você mora, o espaço que você tem na rua para o plantio da espécie, disponibilidade das plantas na região onde você mora, entre outros fatores. Neste caso o ideal seria você consultar a prefeitura da sua cidade, pois normalmente a secretaria de meio ambiente costuma fazer recomendações quanto às árvores mais indicadas para serem plantadas na sua cidade e ainda em muitos casos a própria prefeitura já fornece essas árvores. (www.casadicas.com.br) “Ser homem é ser responsável. É sentir que colabora na construção do mundo”. Antoine de Saint-Exupéry
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Do anonimato à fama A Pedreira São João é hoje uma empresa consolidada no segmento da mineração e beneficiamento. A empresa investe em tecnologia de ponta para melhorar ainda mais a qualidade nos produtos e serviços com profissionais especializados
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