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JORNAL FIGUEIRA ANO 3 NÚMERO 93 FIM DE SEMANA DE 08 A 10 DE JANEIRO DE 2016 FIGUEIRA DO RIO DOCE / GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS EXEMPLAR: R$ 1,00

TEMPO E TEMPERATURA

33o 21o

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MÁXIMA

MÍNIMA

Sol e aumento de nuvens de manhã. Pancadas de chuva à tarde. À noite o tempo fica aberto.

IRRESPONSABILIDADE

Rede Globo presta um desserviço ao povo brasileiro. Mostra de forma completamente errônea e imatura um assunto sério como a transmissão do vírus HIV que cresce cada vez mais no Brasil. Páginas 6 e 7


OPINIÃO 2

FIGUEIRA - Fim de semana de 08 a 10 de janeiro de 2016

PARLATÓRIO

EDITORIAL

No Brasil até o réveillon é racista

Você é a favor da reforma agrária no Brasil?

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uais fantasias não se podem ter ao se desejar que no próximo ano tudo seja diferente? Se os romances contam as histórias dos desejos humanos, tais desejos se fundam sempre na tentativa de mudanças porque o desejo é sempre carência. E mudanças é o que nosso país mais necessita, estamos num país carente de mudanças. Não somente uma mudança de gestão, mas, uma mudança espiritual profunda que acabe de vez com esse jogo absurdo manifestado por nossas próprias ações cotidianas. Por que começo escrevendo isso? Mais um ano se foi e durante uma curta viagem para Parati me deparei com o mesmo, aquilo que não se vai, o que se tornou permanente e naturalizado. Há algo de ritual no nosso cotidiano, um fantasma que fingimos não ver para não ficarmos constrangidos pela sua constante presença. Denunciar esse fantasma deve ser nossa tarefa, pois, sabemos que mesmo nos momentos mais corruptos da história, a baixeza tem restrições. Mas que restrições podem existir para algo tão naturalizado por nós? Por uma baixeza tão vil como a prática do racismo e da segregação social? Como explicar que num dia de felicitações e alegrias – de tentativa de mudanças em nós mesmos, de algo dado como uma alegria universal – se tenha que passar por duas guaritas repletas de guardas para se chegar numa praia? Qual nome dessa praia, agora, privatizada e “higienizada” de gente diferenciada? Laranjeiras. De fato, a loucura dos outros jamais nos tornara sensatos e sensatez é o que falta numa sociedade dividida por muros e totalmente desigual como a nossa. A loucura de aceitar a segregação como saída só pode cobrar seu quinhão: a revolta é sempre resultado da reflexão. Laranjeiras com suas águas transparentes e límpidas, com seu céu azulado e belezas incomensuráveis é a nossa Israel em terras tupiniquins, todo o seu entorno uma nova Palestina. Sob o seu muro está a inscrição de nossa faixa de Gaza. Eis aí o resultado de séculos de exploração, de fundamentação econômica racista, de segregação social e cultural. A pior aristocracia, sem dúvida, é a aristocracia do dinheiro; aquela que transforma a política num balcão de negócios e banca seus escolhidos para administrarem a coisa pública. Entretanto, o tom aqui não é moralista; não torça o nariz daí achando que estou colocando a culpa nos magnatas do condomínio fechado de Laranjeiras. Eles só são a personificação de nosso modo de vida sob a tutela do sistema econômico que se formou em nossas costas. São um resultado da naturalização da opressão em suas diversas formas e, que por isso, é um verdadeiro celeiro laboratorial visto por todo mundo. Como disse em algum momento Paulo Arantes; o Brasil se tornou sem dúvida um exportador de medidas radicais de segurança e conformação contra o livre direito de ir e vir. É um acinte humilhante e que denigre qualquer cidadania não poder chegar a praia, ou ser interpelado no seu “direito sagrado de liberdade” por seguranças privados. Duas guaritas, documento de identificação e sorriso dos guardas me fizeram crer que eu fosse um estrangeiro em minha própria casa. Mas, como dizem por aí e como muitos aceitam: É para sua segurança! Para minha segurança? Em nome da segurança estão tolhendo a liberdade de ir e vir, além do acesso a coisa pública, estão nos privando do espaço natal, do jardim que percorremos nossa infância, estão nos privando do trato humano e de qualquer noção de cidadania. Privatizar a praia é sinal da aristocracia do dinheiro, e esta é insuportável e predatória. Até no réveillon sou obrigado a refletir sobre o racismo e a segregação social. Para minha segurança? Sem essa, por favor!

Negro Belchior – Carta Capital

EXPEDIENTE Av. Minas Gerais, 700/601 Centro CEP 35010-151 Governador Valadares - MG Telefone (33) 3021-3498 redacao.figueira@gmail.com

O Jornal Figueira é uma publicação da MPOL Comunicação e Pesquisa. CNPJ 16.403.641/0001-27. Em parceria de conteúdo com a Fundação Figueira do Rio Doce. São nossos compromissos: - a relação honesta com o leitor, oferecendo a notícia que lhe permita posicionar-se por si mesmo, sem tutela; - o entendimento da democracia como um valor em si, a ser cultivado e aperfeiçoado; - a consciência de que a liberdade de imprensa se perde quando não se usa; - a compreensão de que instituições funcionais e sólidas são o registro de confiança de um povo para a sua estabilidade e progresso assim como para a sua imagem externa; - a convicção de que a garantia dos direitos humanos, a pluralidade de ideias e comportamentos, são premissas para a atratividade econômica. Diretor e Jornalista Responsável Moisés Oliveira - DRT/MG 11567 Editor Fernando Gentil - DRT/MG 18477 Reportagem Gina Pagú - DRT/MG 013672

POLÍTICA | ECONOMIA 3

Colunistas e Colaboradores Glenda Leão de Queiroz Ingrid Morhy João Paulo M. Araújo Júlio Avelar Marcos Imbrizi

Revisão Fábio Guedes - DRT/MG 08673

Assessoria jurídica Alexandre Albino

Ombudsman Manoel Assad

Diagramação Stam Comunicação - (33) 3016-7600

Artigos assinados não refletem a opinião do jornal

SIM

Reforma agrária popular é urgente

44º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto recebe inscrições até dia 30 Artistas brasileiros e naturalizados podem inscrever obras produzidas a partir de 2014

Alexandre Conceição – Líder do MST

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erversidade do agronegócio está no abandono da produção de alimentos, utilizando os bens da natureza para a produção de combustíveis e celulose Nessas três décadas de MST, através da luta organizada, mais de 350 mil famílias conquistaram o direito de plantar e produzir alimentos. Temos orgulho de ter alfabetizado mais de 50 mil pessoas, juntamente com a defesa intransigente para a permanência das escolas do campo. Transformando o campo em um lugar digno, acreditamos que contribuímos para transformar também a desigual sociedade brasileira, combatendo a fome e a miséria. Porém, novos desafios se colocam para a agricultura brasileira. A hegemonia de empresas transnacionais, associadas ao capital financeiro, não apenas tem desnacionalizado a propriedade da terra e das empresas agrícolas, como altera significativamente a configuração do meio rural. A perversidade deste modelo chamado de “agronegócio” está no abandono da

produção de alimentos, utilizando os bens da natureza para a produção de combustíveis e celulose. De 1990 para 2011, por exemplo, as áreas plantadas com alimentos como o arroz, feijão, mandioca e trigo declinaram, respectivamente, 31%, 26%, 11% e 35%. Já as áreas plantadas de cana e soja, aumentaram 122% e 107%. O impacto disso se reflete no aumento da importação de alimentos — nossos feijão e arroz vêm da China. O agronegócio traz ainda enormes contradições e consequências à sociedade brasileira: a produção em monocultura e em larga escala destrói a biodiversidade e a vegetação local, pois sua matriz produtiva se baseia no uso intensivo de agrotóxico. O Brasil é hoje o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, tendo duas dezenas de produtos proibidos na União Europeia. Com isso, muda-se também a luta pela terra. Se a produção de alimentos não é a prioridade da agricultura, perde-se a perspectiva da reforma agrária clássica, que consistia na democratização da terra, com a criação de um mercado interno, e na re-

dução do custo de vida nas cidades, estimulando o desenvolvimento industrial. Por isso, nosso 6º Congresso apresentará para a sociedade brasileira um Programa Agrário, defendendo a realização de uma Reforma Agrária Popular. Um programa não apenas para os camponeses, mas como uma alternativa aos problemas estruturais do campo e de toda a sociedade brasileira, visando a transformar a agricultura e colocá-la a serviço de toda população. A Reforma Agrária Popular consiste na democratização da terra, prioriza a produção de alimentos saudáveis, através da agroecologia, procura desenvolver sistemas de agroindústrias no campo e sob o controle dos camponeses. Isso possibilita agregar valor aos produtos, gerando mais renda e novos postos de trabalho, sobretudo à juventude. Ainda, busca garantir condições e direitos básicos, como saúde, educação, acesso a tecnologias, cultura e lazer a toda a população do campo. Para isso, conclamamos toda sociedade brasileira para lutar, construir a reforma agrária popular.

NÃO

A revisão da reforma agrária Ascânio Seleme – Editor-chefe do jornal O Globo

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rédito, apoio técnico e infraestrutura já seriam uma revolução A reforma agrária é tema que se eterniza na agenda do país. Até faz sentido, pelo lado histórico, pois foi grande o contencioso agrário herdado pela República de um Brasil Colônia em que doações de extensas áreas de terras a protegidos do Rei lançaram as fundações do latifúndio. Porém, o assunto só continua em pauta, com destaque, na segunda década do Século XXI, mais por pressão de grupos políticos organizados do que decorrente de uma contingência da realidade. Não é politicamente correto admitir que o avanço do capitalismo no campo brasileiro fez aquilo que muito discurso ideológico, à esquerda e à direita, prometeu e não cumpriu: gerou renda, empregos, redistribuiu terras e, na prática, acabou com o “latifúndio improdutivo”. Mas esta é a realidade. A partir da década de 70, na conquista do Cerrado, ao iniciar o salto para se tornar uma potência no setor, o país empurrou a fronteira agrícola em direção ao Centro-Oeste, e tornou pouco importante a reforma agrária. Prova disso é que o ativo abre-alas desta reforma, o MST, há algum tempo enfrenta dificuldades para reunir massas de manobra entre agricultores. Termina tendo de alistar “sem-terra” entre o lumpesinato em pequenas e médias cidades do interior. Com razão, portanto, a presidente Dilma, no primeiro ano de governo, decidiu rever o programa de distribuição de terras, e só depois de muita pressão dos chamados “movimentos sociais” assinou os primeiros decretos de desapropriação.

FIGUEIRA - Fim de semana de 08 a 10 de janeiro de 2016

O presidente do Incra, Celso Lacerda, confirma a revisão e faz uma pergunta básica: “O que adianta criar assentamentos e não dar estrutura, crédito, assistência técnica ?” Se a reforma agrária fosse movida pelas leis da lógica, com base na racionalidade, e não por combustíveis ideológicos, a pergunta seria desnecessária. Infelizmente, muito dinheiro público tem sido gasto apenas para efeito propagandístico e por pressão de aliados do governo. Fez bem o Palácio ao não perseguir apenas por perseguir a meta de 40 mil famílias assentadas em 2011. O resultado de muitos assentamentos dá razão ao Planalto. Há inúmeros casos de venda de lotes por quem os recebeu para explorá-los de forma produtiva — isso quando a terra não é simplesmente abandonada. Dados oficiais mostram que, de 2001 a julho de 2011, das 790 mil famílias asssentadas, 13% (103 mil) terminaram excluídas do programa. Com o detalhe de

RECORTE DAS REDES

que 78% delas abandonaram ou venderam os lotes. Em Mato Grosso e no Rio Grande do Sul, 25% das famílias foram alijadas da reforma agrária. A imprevidência levou, ainda, a que a reforma agrária seja forte agente de devastação na Amazônia. Mal localizados, sem apoio para o cultivo, assentados não têm alternativa a não ser derrubar a floresta para vender a madeira. Caso se consiga dar suporte técnico, financeiro e de infraestrutura aos assentamentos existentes — o óbvio —, já seria uma revolução. Se o foco forem consertar os erros do passado, o governo entrará em rota de colisão com grupos de sua base política, interessados em manter o franco acesso ao Tesouro em nome da “reforma agrária”. Deverá ser inevitável a reação do aparelho de militantes sem terra instalado no Ministério de Desenvolvimento Agrário e Incra. Mais um “fogo amigo” a ser enfrentado pela presidente. *Textos retirados do site do jornal O Globo

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Foto: Miguel Denser/PSA

rtistas interessados em participar do 44º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto podem se inscrever até o próximo dia 30 de janeiro. Um dos mais tradicionais em todo o Brasil, o salão destina-se a reunir trabalhos nacionais das artes plásticas contemporâneas. De acordo com os organizadores podem se inscrever artistas brasileiros ou naturalizados. Cada artista poderá realizar inscrição em uma das seguintes categorias: pintura, desenho, gravura, escultura, objeto, instalação, interferência, performance, vídeo-arte, fotografia e técnica mista. As obras inscritas devem ter sido produzidas a partir de 2014 e não poderão ter participado de outras edições do salão. Só serão recebidas as inscrições postadas até a data limite 30 de janeiro de 2015. O salão oferece prêmio-aquisição e prêmio-estímulo aos artistas selecionados. O 44º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto é uma iniciativa da Prefeitura de Santo André através da Secretaria de Cultura e Turismo da cidade. O regulamento e a ficha de inscrição estão disponíveis no sítio: http://culturaz.santoandre.sp.gov. br/projeto/12/. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 11 4992-7730.

FERRAMENTAS JARDINAGEM RAÇÃO SEMENTES

Abertura do salão será em 8 de abril, no aniversário da cidade

Serviço: Inscrições para o 44º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto Até 30 de janeiro Regulamento e ficha de inscrição: http://culturaz.santoandre.sp.gov.br/projeto/12/ Mais informações: tel. 11 4992-7730

Leão do Dia

Mulher, publicitária, analista de marketing digital, louca por séries, cinema, viagens e super entusiasta do que é novo.

Glenda Leão de Queiroz

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o primeiro dia do ano uma discussão filosófica me agarrou pelos calcanhares e, entre opiniões mais ou menos parecidas com as minhas, escutei a frase: “Fulana descobriu esses dias que é negra”. Pronto! O resto do dia foi um revezamento entre a ressaca da virada do ano e o impacto que essa frase causara em mim. Reflexões: Ela nasceu com a pele preta, o cabelo crespo, mas viveu como uma mulher branca tantos anos. Tantos anos perdidos alisando os cabelos, olhando torto para o nariz largo, os lábios carnudos, escutando coisas como: “olha que neguinha bonitinha”, “sou doido pra saber como é comer uma preta”, “vai escovar esse cabelo”. Entre racismo e tantos outros preconceitos e desaforos, ela decidiu que quanto mais branca, melhor; esquecera-se do poder que tinha, da força e beleza da mulher negra. Depois de tamanha desconstrução, o clique: ela descobriu que é negra e hoje luta para que outras meninas descubram que são negras também e não aceitem ser chamadas de “moreninhas”. Entre um

Rua José Luís Nogueira, 443 Centro Governador Valadares Fone: (33) 3021-3002

Feminismo? Pra quê? copo de cerveja e outro – pra curar a ressaca. Lógico! Peguei-me totalmente envolvida por esses pensamentos e resolvi fazer um paralelo entre o que foi dito acima e a tão murmurada e célebre frase de Simone de Beauvoir – que se tornou motivo de choro pra muita gente: “Ninguém nasce mulher, torna-se”. E não é que ela tem mesmo toda razão?! Tem sim. Não somos mulheres só porque achamos que somos. Quando usamos saias, máscara para os cílios, batom e sutiã não nos tornamos mulher por isso, muito menos por achar que mulher tem de cuidar da casa e ter. Ser mulher vai muito além de obrigações domésticas e sexuais. Tornamo-nos mulher num único estalo. Aquele clique que dá e muda tudo na nossa cabeça. Mas não vá achando que é assim tão simples. Exige muita desconstrução e, depois, ainda, mudança de atitude. Tornamo-nos mulher quando entendemos o nosso verdadeiro papel social. E não:

o nosso papel social não tem relação com ter filhos, ser dona de casa, trabalhar e receber menos que o marido e ainda chegar cansada e ter de preparar o jantar, limpar a casa e cuidar das crianças – fizeram-nos acreditar nisso ao longo da história. Somos indivíduos sociais e, assim como os homens, colaboramos com a economia, produzimos, consumimos, elegemos governantes, mas, mesmo assim, somos privadas de direitos e os privilégios todos ficam com os homens – apenas por terem nascido homens. E o que acontece com esse homem que não tem o direito de não querer ser homem? Ele tem força física (e daí?), ele tem instintos (não consegue se controlar. Coitado!), ele é o homem da casa (jura?), ele é o provedor da família (e a mulher?), ele não pode chorar (quem disse?). Esse homem cresce totalmente submerso nesse mar de regras de “como ser macho” e aprende que ele é livre de tantas culpas por ser homem e ter instintos incontroláveis que fica até complicado tentar explicar o que é feminismo para eles,

que queremos tão pouco e nos negam tanto. Queremos direitos iguais – ponto. Sonhar em não ser estuprada, ter liberdade para escolher ter filhos ou não, não sofrer discriminação por ser mulher, não ser assassinada ou estuprada pelo mesmo motivo, liberdade de pensamento, direito à informação e à saúde, direito a não ser submetida a torturas e maus-tratos, por exemplo, não é sonhar em ter privilégios porque NÃO SE TRATA DE PRIVILÉGIOS. O feminismo não veio para matar, roubar e destruir; ele existe para devolver seus direitos a você, para dizer que não é obrigada a nada. Você pode usar a roupa que quiser e não ser chamada de puta por isso; se relacionar com quem você bem entender e não ser chamada de puta por isso; trabalhar e receber um salário justo e igualitário; andar na rua sozinha sem medo de ser estuprada ou ser chamada de puta por isso. Entendam isso, mulheres! E, se você ainda acha que não precisa disso, é porque ainda não descobriu que é mulher.


POLÍTICA | ECONOMIA 4

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INTERNACIONAL 5

Dois meses da tragédia de Mariana e quase nada mudou

Fotos: Stephen King Photography

Militares transgêneros contam suas histórias

O Rio Doce segue contaminado, as famílias desalojadas e dois corpos ainda desaparecidos Gina Pagú

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Foto: Alex de Jesus/Jornal O Tempo

eixando um saldo de 17 mortes confirmadas e dois corpos ainda desaparecidos, além de toda a bacia hidrográfica do Rio Doce contaminada pelos rejeitos de lama da mineradora Samarco, poucos pescadores recebendo a ajuda de custo prometida pela empresa, e muitas familias sem suas casas. E o pior sem ninguém culpado pela pior tragédia de Minas e Espírito Santo e nenhuma causa apontada. No último dia 5 de janeiro completou-se 60 dias do pior desastre ecólogico do Brasil, que deixa um rastro terrível, além de famílias ansiosas pela volta ao lar, e ao trabalho, além da indefinição daqueles que não conseguiram encontrar os corpos dos entes queridos como do motorista de caminhão-pipa, Ailton Martins dos Santos, que trabalhava como funcionário terceirizado da mineradora, e Edmirson José Pessoa, funcionário da Samarco. A bacia hidrográfica com toda a sua fauna e flora morta em seus mais de 700 quilômetros de extensão clama por atos de recuperação. Em cidades como Governador Valadares, o abastecimento de água mineral é deficiente nos bairros e algumas doações ainda continuam. Não se sabe se a Samarco está cumprindo a liminar de entregar água casa em casa para as famílias atingidas pela crise hídrica.

Captação A captação de água dos rios Suaçuí Grande e Pequeno não saiu do papel. Depois que o polímero da acácia negra entrou em ação, nenhum equipamento parece ter sido instalado para esse projeto emergencial, afirma a Prefeitura de Valadares. Enquanto isso, a

Eles usavam o exército como forma de “terapia”

O rastro de tristeza e desamparo foi deixado junto com toda a tragédia que atingiu Minas e Espírito Santo

Samarco destaca que estão sendo colocadas adutoras nos locais. Em nota, a Prefeitura afirma: “Não existe no momento nenhuma obra para instalar as bombas de captação nestas localidades, apesar de ter sido um dos pedidos encaminhados à mineradora Samarco pela prefeitura.” A Samarco diz também em nota: “foi construída uma adutora de 2,7 km para a Estação de Recanto dos Sonhos, a qual já está em operação, captando água do rio Suaçuí Grande. O custo total ainda está sendo apurado pela empresa.”

Justiça Segundo Guilherme Meneghin Sá, um dos promotores do caso, a Samarco ainda não fez o pagamento de R$ 100 mil destinado às famílias dos mortos na tragédia. Somente uma reunião no próximo dia 13 irá definir como o valor será pago. Meneghin afirma que R$ 20 mil já estão sendo pagos para as famílias desabrigadas, e parte desse montante, R$ 10 mil, é adiantamento para futuras indenizações. Mas ele explica. “A maior parte medidas emergenciais já foi conclu-

ída. Em termos de colocar as famílias em moradias e pagar esta verba mensal, a Samarco conseguiu pagar depois que entramos na Justiça. Poderia ter cumprido sem necessidade de entrar na Justiça.”

Doações O valor de R$ 1 milhão arrecadado em doações ficou definido por um conselho formado pela Ordem dos Advogados do Brasil, representantes das comunidades, Arquidiocese de Mariana, Associação Comercial, Pre-

feitura e Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), que se reuniu no último dia 4. Será destinado às crianças vítimas da tragédia. Cada uma receberá uma poupança que só poderá ser sacada quanto fizeram 18 anos, além de serem investidos nos estudos. As famílias que não tem filhos também receberão parte do valor. Em uma próxima reunião que acontecerá no dia 11 de janeiro serão definidos os valores destinados a cada uma delas, além do balanço de quantas crianças existem nos locais atingidos.

Café com Leite Marcos Imbrizi / De São Paulo

A retomada

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os últimos textos do ano passado escrevemos sobre o patrimônio histórico de São Paulo e a propriedade dos meios de comunicação no Brasil. Pois neste período, os dois temas tiveram importantes acontecimentos, que retomamos. Primeiro, o incêndio que destruiu boa parte da estação da Luz. Segundo, a emissora de rádio do deputado federal e presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Considerada patrimônio histórico nacional, a estação da Luz foi concluída em 1901 em substituição a uma primeira, de 1867, ano do início do funcionamento da primeira ferrovia paulista cujo principal objetivo era levar o café do interior ao porto de Santos. A mesma ferrovia transportava do porto de Santos para São Paulo milhares de imigrantes, que dali eram levados para trabalhar nas fazendas de café no interior do estado. Passados poucos anos, em razão do aumen-

to vertiginoso do volume de café exportado e da população da cidade, foi necessária a expansão da ferrovia. E, para tanto, entre outas obras, foi construída nova estação a cargo da São Paulo Railway Company, empresa inglesa que tinha a concessão para explorar a ferrovia. Com projeto do barão de Mauá, foram utilizados materiais vindos da Inglaterra na construção em estilo vitoriano. Por muitos anos ela foi uma das principais portas de entrada na cidade. Ali chegavam os trens vindos do interior e do litoral. Com o fim dos trens de longa distância, na década de 1990, passa a receber exclusivamente os trens que ligam a capital a outras cidades da grande São Paulo. Desde 2006 o local abrigava também o Museu da Língua Portuguesa, onde teve início o incêndio, que causou a morte de um funcionário. De acordo com o G1, o museu tinha os equi-

pamentos de segurança, mas não tinha o auto de vistoria do Corpo de Bombeiros e o alvará de funcionamento. Ainda de acordo com o sítio, o acervo do museu era virtual e poderá ser recuperado. Para a recuperação do prédio, o governador Geraldo Alckmin afirmou que buscará o apoio da iniciativa privada. Este é só mais um exemplo do descaso do governo do Estado de São Paulo com o patrimônio e a cultura, cuja pasta teve cortes no orçamento. Nos últimos anos também foram destruídos por incêndios o Instituto Butantan, que destruiu um dos principais acervos de cobras, aranhas e escorpiões do mundo e o teatro do Memorial da América Latina. Já o Museu Paulista, mais conhecido como Museu do Ipiranga está fechado desde 2013 para reformas do prédio, erguido em 1892, e que abriga importante acervo referente à Independência, bem como à história do Brasil

e de São Paulo. A previsão é de que o local seja reaberto só em 2022. RÁDIO DE CUNHA – E não é que ele também tinha uma emissora de rádio? Pois é, além da longa lista de deputados e senadores que divulgamos na coluna da última semana, o nosso digníssimo presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha, também tem a sua emissora. Reportagem do Estadão informa que ele é sócio da Rádio Satélite Ltda., de Pernambuco. Vale lembrar que nossa Constituição proíbe a deputados e senadores firmar contrato com concessionárias de serviço público, caso das emissoras de rádio e TV. Para variar, o presidente disse à reportagem que vendeu a rádio em 2007. Mas seu nome consta como sócio nos registros da Agência Nacional de Telecomunicações e do Ministério das Comunicações. Marcos Luiz Imbrizi é jornalista e historiador, mestre em Comunicação Social, ativista em favor de rádios livres.

Penny, Michaela, Dawn e Abi se alistaram ao Exército Fernando Gentil

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ratar sobre a realidade dos transgêneros em todo o mundo é necessário, porém, o assunto é visto ainda com muito preconceito por parte da sociedade conservadora e patriarcal. É preciso entender o que é a transexualidade, em vez de julgar uma pessoa que nasceu no corpo errado. Uma pessoa transgênero é aquela que possui uma identidade de gênero diferente da que nasceu. Por exemplo, você nasce com um pênis, mas, na verdade, você é uma mulher, porque se sente uma mulher. Cientificamente falando, trata-se de um tipo de mudança psicológica, porém, de forma humanista e social, é preciso ver a questão de outra maneira. Muitos não aceitam a existência dessas pessoas e as tratam com muito preconceito. O Brasil é um dos campeões em assassinato de transgêneros no mundo inteiro. Além dos transgêneros, há os cisgêneros e os intersexuais. As pessoas cis são aquelas que se sentem pertencentes ao corpo em que nasceram. Os

intersexuais são os que possuem ambos os gêneros. “A população transgênero é composta eminentemente por mulheres transexuais, homens transexuais e travestis, e por outros grupos, tais como os denominados crossdressers, drag queens/drag kings ou transformistas, queer/andróginos ou transgênero”, afirma a psicóloga Jaqueline Gomes de Jesus. A transfobia (preconceito contra transgêneros) não pode ser confundida com a homofobia (preconceito contra homossexuais). Pessoas trans podem ser heterossexuais ou homossexuais. Identidade de gênero não tem nada a ver com orientação sexual. Contudo, o transexual pode sofrer preconceitos por ser trans, por acharem que ele é gay e por não ser aceito no gênero a que ele pertence realmente como pessoa trans. Exemplos famosos de transgêneros no Brasil são a Lea T., modelo e filha do ex-jogador Toninho Cerezo; Roberta Close, modelo; e Thammy Gretchen, ator e apresentador.

O “Fantástico”, há dois meses, revelou uma pesquisa inovadora sobre a realidade dos transgêneros e o que a ciência sabe sobre eles. Muitas crianças são atendidas em hospitais porque a família não entende o que está acontecendo com elas, enquanto outras são abandonadas em abrigos pelos próprios pais. O problema do preconceito com transgêneros é tão recorrente que soldados britânicos usavam o exército como forma de “terapia”. Um projeto chamado de “Dry Your Eyes, Princess” (Seque Seus Olhos, Princesa) entrevistou 20 mulheres trans que entraram para o exército como forma de terapia no passado, quando ainda eram homens cis. Elas contam histórias de como eram tratadas nas Forças Armadas. Ouviam com frequência palavras do tipo “endureçam”, além de serem forçadas a mentir sobre suas roupas femininas. “Transgêneros no Reino Unido foram dispensados em grandes números antes de 1999 e,

por causa do entendimento limitado de identidades trans, oficiais confundiam identidade de gênero com identidade sexual”, disse Emma Vickers, historiadora que fez a pesquisa com as veteranas, à BBC. Ela conta que muitas dessas mulheres entraram no exército com a esperança de que a hipermasculinidade fizesse com que elas superassem o “desconforto que sentiam com a identidade de gênero que tinham”. Michaela é um exemplo disso. Ela entrou para o grupo de engenheiros do exército em 1975. Segundo ela, as autoridades não sabiam ao certo o que era um transgênero. “Acreditavam que era um gay que usava roupas de mulher”, conta à BBC. Ela diz que seu maior arrependimento foi não ter conseguido fazer com que as Forças Armadas a tratassem oficialmente como Michaela. “Esse é um arrependimento que ficará comigo até o fim da minha vida.” Dawn é outra veterana do exército britânico. Ela foi obrigada a entrar

nas Forças Armadas. “Eu atuava num papel. Era a maior camuflagem que podia ter na minha vida. Fui forçada a entrar nos cadetes do Exército quando tinha 16 anos para provar minha masculinidade e ser o homem que todo mundo queria que eu fosse. Apanhei do meu pai após o médico lhe dizer que eu gostaria de ser uma menina. Foi decidido na cabeça dele que nós nunca falaríamos sobre isso de novo. Ele me fez dizer: ‘eu não sou uma menina’ – e essa foi a maior mentira que eu disse na minha vida”, reflete. Abi entrou no exército em 1980, mas não ficou muito. Ele descobriu cedo que “não se encaixava nas regras” da instituição. Entretanto, ela não se assumiu mulher por mais de 40 anos. Tudo por medo do preconceito da sociedade e da própria família. “Tudo sobre a pessoa que eu sou hoje foi cuidadosamente trancado numa pequena caixa em algum lugar para nunca ser aberta. Ninguém me conhecia”, diz a veterana, que só se assumiu como mulher em 2007.


CAPA 6

FIGUEIRA - Fim de semana de 08 a 10 de janeiro de 2016

CAPA 7

FIGUEIRA - Fim de semana de 08 a 10 de janeiro de 2016

Imagem: Reprodução

GLOBO PRESTA DESSERVIÇO À COMUNIDADE Emissora aborda HIV de forma errada em programa para adolescentes Fernando Gentil

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ara quem ainda não sabe diferenciar, o HIV é um vírus que pode ser transmitido via sexo sem camisinha, por contato com o sangue infectado ou de mãe para filho. Apenas essas três formas de infecção são possíveis, todo o resto é boato. Além disso, a pessoa portadora do vírus HIV não tem, necessariamente, Aids. O vírus permanece no corpo, mas o portador não adoece, não tem problemas de saúde e não corre risco de morrer, porém, são necessários medicamentos para evitar que a Aids se manifeste. Já quem é portador do vírus e da doença deve ficar mais atento ainda. A Aids mata e é preciso conscientizar cada vez mais os jovens do país de que ela não está extinta. A doença existe e tem crescido em todo o território nacional por falta de uso de camisinha nas relações sexuais entre jovens. Outro fato mentiroso e preconceituoso é que o HIV e a Aids só podem ser contraídos em relações que envolvam sexo anal. Isso é uma completa mentira. Tanto heterossexuais quanto homossexuais são suscetíveis à doença caso não se previnam.

Entre 2005 e 2013, o Brasil aumentou em 11% o número de infectados pelo vírus. Enquanto isso, quase no mundo inteiro, essa taxa caiu. Países vizinhos, como México e Peru, registraram grande queda no número de infectados: 39% e 26%, respectivamente. Os dados foram obtidos pelo Programa das Nações Unidas para o HIV e Aids (Unaids). Além disso, 54% das pessoas infectadas em todo o mundo não sabem que têm o vírus. Fazer o exame periodicamente é essencial para se tomar conhecimento e não infectar outras pessoas. Transmitir o vírus do HIV é crime no Brasil, dá cadeia. Outro número preocupante do relatório da Unaids é que, no Brasil, o índice de morte por Aids aumentou em 7% entre 2005 e 2013, enquanto no resto do mundo esse número caiu. O Brasil já chega quase a 1 milhão de infectados. E se engana quem ainda acredita que os homossexuais são os mais infectados. De acordo com o Ministério da Saúde, 86,8% dos casos

Foto: Divulgação

registrados em mulheres no ano de 2012 decorreram de relações heterossexuais com pessoas infectadas pelo HIV. Entre os homens, 43,5% dos casos se deram por relações heterossexuais, 24,5% por relações homossexuais e 7,7% por bissexuais. O restante ocorreu por transmissão sanguínea e vertical (de mãe para filho). Isto significa que, independentemente da sua orientação sexual, é extremamente necessário o uso de camisinha em todos os tipos de relação sexual, seja oral, vaginal ou anal. Uma ‘testada’ foi usada como forma de contágio do vírus

Casos recentes No ano passado, em Ouro Preto, famosa cidade histórica e universitária mineira, correu o boato de um surto. Uma pessoa não identificada disse estar infectada pelo vírus e manteve relações sexuais com várias pessoas em uma festa para propagá-lo. Isto tudo na página “Spotted Ufop”, do Facebook. A mensagem foi sucedida por várias outras redigidas por pessoas que afirmavam ter contraído o vírus em Ouro Preto. Os hospitais da cidade ficaram lotados de estudantes

decididos a fazer os exames. De acordo com dados enviados pelo SUS, mais de 60 portadores são tratados na cidade. Caso você tenha dúvidas de que entrou em contato com o vírus, vá imediatamente a um posto de saúde e solicite os medicamentos retrovirais. Quanto antes você os tomar, maiores as chances de evitar que seja contaminado(a) pelo HIV. Esses remédios devem ser tomados logo após a relação desprotegida ou o contato sanguíneo, e tomá-los pode sim fazer com que o vírus não o infecte.

O caso “Malhação” Um terço das novas infecções em todo o país ocorreram entre jovens de 15 a 24 anos, exatamente a faixa etária do público alvo da novela “Malhação”. Famosa por tratar de diversos temas considerados polêmicos e tabus, desta vez ela errou, e errou feio. Em cenas transmitidas recentemente, o personagem Henrique

Usar camisinha é a forma mais eficaz de evitar o vírus

(Thiago Cavalcanti), que é portador do vírus HIV, em uma partida de basquete na escola, bate a cabeça na personagem Luciana (Marina Moschen). O que segue é uma série de informações desencontradas e erradas. A novela afirma que Luciana pode ter contraído o vírus por causa da cabeçada entre ela e Henrique, o que é uma inverdade. Isto porque a chance de infecção do vírus varia com o tempo de exposição a ele. A batida durou milésimos de segundo, não é a melhor forma de mostrar uma possível infecção por acidente. “A profilaxia pós-exposição (PEP) é a que foi receitada para a personagem fazer. Ela só ocorre em três situações: violência sexual, ato sexual consentido sem proteção com pessoa sabidamente soropositiva e por acidentes ocupacionais e profissionais – como um profissional da saúde que se espeta com agulha usada em paciente com HIV, por exemplo. No caso da novela, as chances são praticamente nulas, mas a indicação é avaliar a situação do paciente. Se a pessoa ficou abalada com aquilo, a gente indica o tratamento, apesar da pouca probabilidade”, diz a infectologista e coordenadora adjunta do Programa de DST/Aids da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, Rosa Alencar, em entrevista ao portal UOL. Para o Fórum de ONG/Aids, o que a novela mostrou foi errado. “A aplicação da PEP foi abordada sem o conjunto amplo de informações que a situação exige e ainda recheada de frases discriminatórias que em nada contribuem para o avanço da discussão do tema”, explicou em nota. A presidenta da Sociedade Viva Cazuza, Lucinha Araújo, também reagiu às cenas exibidas na novela. “Como se não bastassem todos os pro-

blemas que nós brasileiros estamos sofrendo, ainda temos que ver em pleno ano 2015 o programa “Malhação”, da TV Globo, prestar um desserviço à saúde pública. Há dez anos vemos os novos casos de Aids aumentando entre jovens, segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, por transmissão sexual. Depois de 30 anos de trabalho para combater o preconceito e informar corretamente as formas de transmissão do HIV, vemos um programa destinado ao público jovem aconselhar soropositivos a não praticar esportes, a mostrar um médico receitar medicamento antirretroviral numa situação onde dois jovens dão uma cabeçada é no mínimo de chorar. Que se queira ganhar dinheiro com sensacionalismo já é duro, mas dar informações erradas é um pouco demais. Deixo aqui minha indignação, meu repúdio e a vergonha que senti ao saber que o trabalho que a Viva Cazuza, as ONGs/Aids e todas as campanhas governamentais de prevenção ao longo de 30 anos vão por terra de uma maneira tão irresponsável. O mínimo que espero seria um novo episódio com a devida correção”, reivindicou a mãe de Cazuza em nota.

“A aplicação da PEP foi abordada sem o conjunto amplo de informações que a situação exige e ainda recheada de frases discriminatórias que em nada contribuem para o avanço da discussão do tema” Após a publicação da nota, Lucinha foi chamada pela direção da novela para ser conselheira no assunto. Uma tentativa desesperada de reparar o mal já feito. Confira a nota, na íntegra, do presidente do Fórum de ONG/Aids, Rodrigo Pinheiro, sobre o ocorrido na novela. “O Fórum de ONG/Aids do Estado de São Paulo, colegiado que reúne mais de cem organizações que trabalham com ações voltadas para a prevenção da Aids e promoção dos Direitos Humanos, vem por meio desta nota lamentar recentes episódios do seriado ‘Malhação’, da TV Foto: Divulgação

Lucinha Araújo ficou indignada com as cenas transmitidas na novela

Globo, onde um personagem que vive com HIV tem sua situação sorológica revelada e comentada entre seus colegas. A situação sorológica das pessoas é questão do âmbito privado de cada um, não podendo ser revelada sem sua concordância, nem sob o pretexto vago de se ‘tomar as medidas necessárias’. A prevenção, principalmente a via sexual, é responsabilidade das pessoas envolvidas e deve ser incentivada como medida de promoção da saúde e não como propulsora do medo e do isolamento. Vale ressaltar

que o risco de uma transmissão através de um choque acidental de cabeças (‘testada’) é quase nulo. Em relação à terapia pós-exposição (PEP), tema fundamental principalmente quando se fala em novas tecnologias de prevenção, é abordado em um dos episódios sem o conjunto amplo de informações que a situação exige, e ainda recheado de frases discriminatórias que em nada contribuem para o avanço da discussão do tema. Perdeu-se aí uma grande oportunidade de promoção de ações contra a discri-

minação e o preconceito, e de semear solidariedade e apoio mútuo. O tom de medo e catástrofe utilizado na promoção da cena (rostos espantados, música grave, suspense e gravidade) leva muito mais a ideias de exclusão do que de inserção e apoio, principalmente quando o ator que faz o papel de soropositivo se exclui socialmente quando comenta que evita praticar esportes e outras atividades pela sua condição sorológica. Atualmente, quando a epidemia da Aids atinge principalmente jovens e populações

excluídas, o combate ao estigma é uma das principais preocupações da saúde pública e a participação da sociedade e dos meios de comunicação social nesta luta é fundamental. Somente através de informações corretas que poderemos avançar no controle da Aids no Brasil e no combate a segregação que tem se revelado perversa e que precisa de medidas fortes de combate”, conclui o pesquisador. Apesar das diversas críticas que existem sobre o Brasil, é preciso notar que o país é elogiado mundialmente

pelo tratamento do vírus. O Brasil quebrou a patente dos medicamentos, o que os barateou e popularizou. Temos uma estrutura excelente para tratar os infectados. É muito importante que você faça o exame periodicamente. Caso tenha contraído o HIV, você vai passar por um tratamento de primeira qualidade e que te proporcionará uma vida normal, sem nenhum problema. É preciso acabar com o preconceito. É preciso acabar com a Aids. Previna-se. Use camisinha!


CIDADES 8

FIGUEIRA - Fim de semana de 08 a 10 de janeiro de 2016

CIDADES 9

BRAVA GENTE

Fotos: Arquivo Pessoal

Dona Zulmira: a mãe dos pobres

Gina Pagú

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Gina Pagú

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O trabalho de caridade de Zulmira começou com um ato de solidariedade e o pedido de uma senhora idosa, que já estava muito doente e passava seus dias e noites nas ruas do Mercado Municipal. A Mãe Preta a levou para casa e cuidou dela até a morte; e assim fez com crianças, mendigos, pobres e todos que precisassem. Chegou a instalar 300 pessoas em uma casa simples de quatro cômodos. Assim, começou a história da Casa de Recuperação Dona Zulmira, em Governador Valadares. A corajosa mulher que acolhia os necessitados teve destaque na mídia da capital. A revista “Cruzeiro”, em edição de 9 de novembro de 1961, esteve em Valadares para registrar os feitos dessa mulher. “Tem jeito de Mãe Preta. É, na verdade, em Governador Valadares-MG, onde todos a chamam de ‘Mamãe Zulmira”. Ela é Dona Zulmira Pereira da Silva, tem sessenta e quatro anos, é preta e gorda. Num documento em que fosse necessário dizer em que é que ela emprega o seu tempo, só se poderia escrever isto: exerce a caridade. Porque “Mamãe Zulmira” cuida das pessoas que não têm ninguém no mundo. Cuida dos desvalidos. Dos que não têm parentes, nem casa,

nem Institutos de Previdência. Ela é, para as pessoas, a Previdência e a Providência”, diz trecho da reportagem. Com o tempo, a sociedade começou a fazer doações e Zulmira conseguiu, com a ajuda do filho adotivo, Joãozinho, e de uma auxiliar, a construir uma casa maior em um terreno doado para a construção da Casa de Recuperação. Lá, Zulmira também se hospedou como dona e como doente. Faleceu em 16 de outubro de 1971. “Foi velada por seu povo, por quem sempre fora aclamada, como Mãe dos Pobres, Mãe Preta, Mãe Zulmira. Seu corpo foi conduzido pelo Corpo de Bombeiros [...]. Dali para a Catedral de Santo Antônio, onde houve a encomendação do corpo e, de lá, para o Cemitério de Santo Antônio, onde foi sepultada. O comércio ficou fechado por decreto de luto oficial. Presos foram liberados para o velório. Uma multidão compareceu. Estima-se que entre dez e 12 mil pessoas acompanharam-na em seu sepultamento, rendendo-lhe suas últimas homenagens”, trecho do livro. Dona Zulmira foi exemplo de solidariedade, amor e compaixão aos desvalidos. A princípio, sem a ajuda de ninguém, ela seguiu seu

A Mãe dos Pobres, que dedicou a sua vida ao próximo sem preconceitos e com amor

Local onde foram acolhidas até 300 pessoas necessitadas, entre doentes, mendigos e crianças

destino de ajudar as pessoas sem distinção; logo mais, já era conhecida na Figueira do Rio Doce; hoje,

é conhecida em Governador Valadares, de quem merece o reconhecimento.

SAAE e EMATER abrem concursos para 2016 Oportunidades de emprego em meio a crise econômica do país Gina Pagú

O

s cargos antes ocupados por terceirizados abrem vagas para novos concursados no Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE-GV). Serão 119 vagas em 16 cargos oferecidos no Concurso Público 01/2015 para trabalhar no município, incluindo vagas para pessoas com deficiência. O quadro do SAAE possui 690 profissionais e não será alterado. Segundo a autarquia, os contratos foram necessários por conta da demanda de trabalho e o crescimento de Governador Valadares. E abre-se o concurso para que ocupem as vagas antes terceirizadas. Os salários para os novos servidores variam de R$ 1.127,65 a R$ 4.453,27. As inscrições serão feitas do dia 14 de março à 14 de abril, somente pela internet no endereço eletrônico: www. maximaauditores.com.br – acessando do concurso do SAAE. A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER-MG), também lança edital para concurso público, oferecendo 100 vagas para cidades de Minas Gerais. Os salários variam de R$ 2.134,46 a

R$ 5.194,34, com carga horária de 40 horas semanais. As provas serão realizadas no dia 8 de maio de 2016, nas cidades de Alfenas, Belo Horizonte, Curvelo, Governador Valadares, Juiz de Fora, Montes Claros, Patos de Minas, Pouso Alegre, Teófilo Otoni, Uberaba e Viçosa. Para os cargos de nível médio, as vagas são as seguintes: Assistente Administrativo II, Auxiliar Técnico (suporte em informática); Produtor de VT e Audiovisuais, e Extensionista Agropecuário I (técnico em agropecuária ou técnico agrícola). Já para os graduados em cursos de nível superior, as vagas são para os seguintes cargos: Extensionista Agropecuário II (engenheiro agrônomo, médico veterinário e zootecnista), Extensionista de Bem-Estar Social II (ciências sociais, economia doméstica, nutrição, pedagogia e serviço social), Assistente Técnico I (administração de empresas, arquitetura e urbanismo, ciências contábeis, jornalismo, design gráfico, engenharia de alimentos, engenharia de produção, ciência e tecnologia de laticínios, geografia e psicologia), Analista de Sistemas I (análise

SAAE e EMATER abrem editais e promovem oportunidade de estabilidade no emprego.

de sistemas ou ciência da computação ou engenharia da computação ou informática ou sistemas de informação), Auditor (ciências contábeis ou administração de empresas ou economia) e Assessor Jurídico (advocacia).

Empresa se destaca na lavagem de automóveis A inovação usa somente 300 mililítros de água para lavar um carro inteiro

Aquela que cuidou dos que não tinham mais ninguém ma vida dedicada à caridade. Zulmira Pereira da Silva, a dona Zulmira, a Mãe Zulmira, a Mãe Preta, a Mãe dos Pobres, o Anjo da Caridade. Filha mais velha de Francisco Pereira da Silva e Maria Barbosa da Silva, irmã de Efigênia Ferreira da Silva, Vitalina Ferreira da Silva, Ciriaco Ferreira da Silva e Leônidas Ferreira da Silva, e mãe um filho adotivo, Joãozinho, que reside em Governador Valadares. Dona Zulmira nasceu em Guanhães-MG, em 27 de setembro de 1889, dia de aniversário de morte de São Vicente de Paulo, o patrono da caridade. Pouco antes de completar 40 anos, já com os pais falecidos, foi trabalhar numa fazenda em Baixo Guandu-ES e de lá veio para Governador Valadares procurar trabalho – e aqui fixou morada. Por volta de 1933, Zulmira desembarca na Figueira do Rio Doce. Com somente uma mala e pouquíssimo dinheiro no bolso, segundo o livro “Zulmira Pereira da Silva: O Anjo da Caridade – Exemplo de Vida, Luta e Predestinação”, do advogado Dionízio Oliveira da Silva. A mãe dos pobres conseguiu se hospedar em uma pensão, mas o dinheiro acabou e ela se tornou empregada da hospedaria.

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O concurso será realizado pela Fundação de Apoio e Desenvolvimento da Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (FRAMINAS). As inscrições devem ser feitas pela internet, acessando o site www.gestaoconcurso.com.br, de 1º

de março a 6 de abril de 2016. As taxas de inscrição são de R$ 60 (nível médio) e R$ 90 (nível superior). As dúvidas sobre o Edital do Concurso devem ser encaminhadas à Framinas, também pelo site www.gestaoconcurso.com.br.

m tempos de economia de água (os valadarenses passaram por dificuldades com relação ao abastecimento e com o Rio Doce em situação crítica), uma empresa instalada em Valadares há mais de um ano inova com a técnica de lavagem de carros usando somente 300 mililitros de água. A invenção já existe no Brasil, mas em Valadares o pioneiro foi Aloísio Silva, que morava nos Estados Unidos há três anos. Lá, ele asssitiu o Programa Pequenas Empresas e Grandes Negócios sobre a franquia de lavagem de veículos, então decidiu voltar para o Brasil e assumiu o comando da empresa em Valadares. Ele explica que é uma lavagem ecológica e econômica. “Usamos somente o equivalente a um copo de água e uma mistura de oito produtos que são biodegradáveis. Não agride a natureza em nenhum aspecto, pois além de não gastar água, também não polui o meio ambiente.” A limpeza do carro, por dentro e por fora, demora cerca de 40 minutos e é feita com uma mistura de água, cera de carnaúba e outros pro-

Foto: Arquivo Pessoal

dutos. Custa 30 reais. Silva garante que além de limpar o carro, a pintura fica protegida por mais tempo. “Por meio dessa técnica especial que dispensa o uso de água, o carro fica limpo, encerado e protegido contra males do tempo. O enceramento é não-abrasivo, não prejudica a pintura. Após o tratamento, a pintura do veículo obterá um brilho, e ainda ganhará uma película antiaderente e hidro-repelente.” Para o biólogo Maxwell Robert, o processo ecológico é seguro e que reduz a economia de água. “Esse novo método ajuda bastante o meio ambiente, visto que para se lavar um carro com mangueira ligada por 15 minutos gasta-se em aproximamente 279 litros de água. Com este processo, o volume é reduzido a 1% do que seria usado. Em um mês, a economia será de cerca de mil litros.” Robert explica que a mistura de um produto chamado teflon e a cera de carnaúba possuem pouca afinidade com a água e isso permite a formação de uma película que facilita a remoção das possíveis partículas de sujeira que venham a aderir sobre

Os lavadores eliminam toda a sujeira dos carros em apenas 40 minutos e 300 ml de água.

o veículo. “A cera já é muito usada por empresas automotivas e o teflon, que possui uma substância praticamente inerte, não reage com outras substâncias químicas exceto em situações muito especiais e também possui carência de reatividade per-

mitindo que sua toxicidade seja praticamente nula. Esse processo é sem dúvida uma excelente alternativa de economia de água.” Silva explica que por mês lava em média 60 carros, e que a clientela é só elogios com relação a qualidade do

serviço. “O que mais ouço dos meus clientes é sobre a comodidade de ninguém ter que sair de casa para vir ao lava-jato, pois eu vou até o cliente. Não deixamos nenhuma gota de água no chão, quer dizer, economizamos e não deixamos nenhuma bagunça.”


ESPORTES 10

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CULTURA 11

As Olimpíadas da crise

Cursos de gastronomia viram febre na cidade Número de adeptos da arte culinária vem aumentando em todo o Brasil

O Brasil passa por uma situação econômica difícil e que reflete diretamente em eventos esportivos grandiosos como os Jogos Olímpicos

Fernando Gentil

Gina Pagú

C

om tudo marcado para os dias 5 a 21 de agosto de 2016, atletas e delegações chegarão ao Rio de Janeiro (RJ), para um dos maiores eventos esportivos do planeta. E a cidade sede deixa a desejar nas instalações e no desenrolar das atividades e rotinas que farão os jogos acontecerem. Mas os problemas começam com o centro aquático sem cobertura, impressoras que não podem ser usadas pelos trabalhadores do Comitê Rio 2016, os mais de 10 mil atletas sem televisores nos quartos como foi prometido. Tudo isso é reflexo da crise econômica e política do país em recessão. O Rio desbancou Madri na hora da escolha da sede das Olimpíadas 2016, mas a euforia passou rápido e problemas surgiram em consequência de superfaturamentos, como aconteceu com a Copa do Mundo de 2014. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, se defende e diz ter empreendido uma cruzada contra os custos excessivos e promete não “envergonhar” o Brasil com um legado de instalações sem uso depois dos Jogos. “Os elefantes brancos foram precisamente uma das heranças deficitárias da Copa do Mundo de 2014 e estádios milionários, como o de Brasília, acabaram se tornando sedes do Governo do Distrito Federal para terem alguma utilidade. Como evento, a Copa do Mundo foi um sucesso. Mas que imagem deixamos? A

de que somos uma república das bananas onde todo mundo superfatura estádios e não termina dentro do prazo?”, perguntou o prefeito em uma conferência com empresários, depois de afirmar que a Copa do Mundo “foi uma oportunidade perdida”. Se o gestor da cidade afirma, os dados confirmam que o orçamento investido até agora na preparação dos primeiros Jogos Olímpicos da América do Sul (cerca de 36,7 bilhões de reais) supera em mais de 43% o que foi gasto para organizar a Copa do Mundo em 12 cidades, coforme divulgou o portal UOL. Mas nem tudo é usado com instalações para os jogos, existem também as obras de infraestrutura das cidades. E nessa o Rio fica devendo. O metrô que ligaria o Centro da cidade à Barra da Tijuca – palco das principais competições -, e a limpeza da Baía de Guanabara, ainda poluída e que coloca em risco a saúde dos atletas da vela, que irão disputar as medalhas nas águas contaminadas. Ambas não foram feitas. O especialista em direito, gestão e marketing esportivo, Pedro Trengrouse, acredita que a contenção de gastos se deve mais a um modelo obsoleto de Olimpíadas que à crise econômica. “Os Jogos Olímpicos estão enfrentando uma crise mundial, há cada vez menos países democráticos dispostos a assumir essas contas. Por

Foto: Divulgação

Crianças do subúrbio carioca tomam banho nos anéis olímpicos do Parque Madureira.

isso vemos que países como a China, Qatar e Rússia, onde a população participa pouco da tomada de decisões, estão ocupando mais espaço nesses eventos”, diz Trengrouse. “Se você perguntar, as pessoas dizem que não querem as Olimpíadas”.

Remoções indevidas Obras de mobilidade urbana que tinham como objetivo facilitar o trânsito e os percursos entre os lo-

cais de jogos, causaram dor e tristeza em quem teve de deixar sua casa, e ainda não recebeu ajuda do governo. Michel Souza dos Santos perdeu sua casa e sua oficina em 2010 e até hoje não recebeu nenhum tipo de reparação da Prefeitura do Rio. “Tive que pegar empréstimo no banco e pagar o banco, porque pelo governo não veio nada. Além de não me dar nada tiraram o pouco que eu tinha. Me senti num lugar que não tinha lei”.

FIGUEIRA - Fim de semana de 08 a 10 de janeiro de 2016

Cerca de três comunidades, entre os anos de 2010 e 2011, desapareceram do mapa, mas os terrenos onde estavam essas casas estão vazios. O Ministério Público do Estado e a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, irão apurar possíveis arbitrariedades nas remoções. As obras no trânsito para diminuirem os percursos entre um local e outro passaram longe das casas que estão praticamente destruídas e desabitadas.

Foto: Divulgação

J

á se perdeu a conta de quantos reality shows no Brasil tratam sobre culinária. Além do famoso “Master Chef”, há diversos outros programas de confeitaria, competições gastronômicas entre famosos e outros. Também a busca por formas mais saudáveis de alimentação tem mudado a maneira de se lidar com a comida. Além de se optar por preparar a própria refeição, o cuidado na escolha dos alimentos também tem aumentado bastante. Quem ainda não sabem lidar com a cozinha procura cursos para aprender e aprimorar técnicas. O objetivo é fazer aquela comida gostosa no almoço de domingo ou apenas cozinhar algo saudável no dia a dia. Em Valadares, por exemplo, o chef Guilherme Matias, da Dona Elvira Gastronomia e Eventos, oferece diversos cursos no mês de janeiro. O workshop sobre pães e bolos e o Chef Kids são alguns exemplos. “No primeiro, são feitas duas receitas de pão caseiro, além de informações sobre métodos de fermentação, estufa e grãos. Os alunos também vão aprender uma deliciosa receita de bolo gelado para fazer em casa. Já para as crianças, é ministrada uma aula em que os pequenos aprendem

Cursos na área de culinária têm crescido bastante em todo o país

um menu completo infantil, além de aprendermos sobre a riqueza dos ingredientes da estação. Crianças acima de seis anos podem participar. Os pais também podem estar presentes, caso queiram. Todas as receitas podem ser degustadas pelos participan-

tes dos cursos”, informa o cozinheiro. A inscrição dos cursos custa R$ 80. São 12 participantes (no máximo) e o horário é de 19 às 22h. Mais informações pelo telefone (33) 98871.5538. Além dos cursos presenciais, há

também os on-line. O Eduk é um exemplo de site que oferece diversos cursos de gastronomia. Bolos, doces, comidas rápidas, carnes, refeições para festas, controle de qualidade de alimentos, entre outros. Os fundadores Dudu e Robinho

prezam por um ensino que seja prático, objetivo e profissionalizante – tudo ao mesmo tempo. São diversos professores especializados no assunto, o que facilita o aprendizado. Para saber como fazer um curso no portal, acesse http://www.eduk.com.br/.

SOCIAL

Agenda 10 Ingrid Morhy

facebook.com/ingridmorhy twitter.com/ingridmorhy ingridmorhy (33) 9155-5511 ingridmorhy@gmail.com

BALADAS 08/01 (Sexta) - Tributo à Legião Urbana no Soul Rock Pub às 23hs. 08/01 (Sexta) - Monalisa Electro - A 1ª edição da Monalisa Electro acontece nesta sexta-feira (08/01) e promete abalar as estruturas. 09/01 (Sábado) - Agora é que são ELAS na Monalisa, open bar para elas até 1h, com João Lucas & Diogo.

Kelly e Klérisson Condé, fizeram de Vermelho Novo a vibe mais colorida da região! #ColorsSenses Edgar Júnior, competência e profissionalismo á frente do Monobloco.

DJ. INGRID MORHY - Esta semana estarei no dia 08 em Teófilo Otoni na Noite das Poderosas no clube Palmeiras do promoter Willian. Nesta mesma data, assinada por Ludmilla Gomes, tem a 2º Edição do BaileFunk da Marys Club, na qual vou comandar o «The After» para sua noite virar dia e a festa não ter hora pra acabar!!! Com a presença VIP da bloggueira internacional, Karol Eller, matando a saudade dos seus conterrâneos. Vamos com tudo, SEXTA é na Marys Club! E os seus domingos diferentes, continuam... Tem eu e Erika Santos na POP Pub a partir das 18hs. Vem comigo que a diversão é garantida!

CINEMA Até que a Sorte nos Separe 3 Após os acontecimentos do último filme, onde perdeu a herança da família em Las Vegas, Tino (Leandro Hassum) procura um emprego fixo, sem sucesso. Um dia, é atropelado pelo filho do homem mais rico do país. Ao acordar depois de sete meses em coma, se surpreenderá com a notícia de que sua filha e o rapaz estão apaixonados. Convidado para gerir as finanças da empresa do pai do genro, para gerar dinheiro que usará para bancar o casamento, Tino consegue o inimaginável: falir a empresa, a maior do Brasil - o que gera um colapso na economia nacional.

Rosangela e Loreano Chaves assinam a Stage Show, eles são show!!!


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