JORNAL FIGUEIRA ANO 2 NÚMERO 74 FIM DE SEMANA DE 28 A 30 DE AGOSTO DE 2015 FIGUEIRA DO RIO DOCE / GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS EXEMPLAR: R$ 1,00
Não Conhecemos Assuntos Proibidos www.figueira.jor.br
facebook.com/jornalfigueira twitter.com/redacaofigueira
ACESSO NEGADO
Serviço ineficiente; valor alto; ruas e calçadas inacessíveis. Para quem depende de transporte público, é idoso ou portador de deficiência, o direito de ir e vir é quase inexistente.
Página 6
TEMPO E TEMPERATURA
27o 17o
MÁXIMA
MÍNIMA
Sol e aumento de nuvens de manhã. Pancadas de chuva à tarde e à noite.
PARLATÓRIO
EDITORIAL
Culturalmente perdidos Nesta semana a Prefeitura de Valadares anunciou a troca no comando da Secretaria Municipal de Cultura e Esporte. A troca pode representar esperança, alento e motivação para uns e tristeza e descaso para os mais céticos. O fato é que se fizermos um apanhado geral da cidade nas últimas quatro gestões veremos que muita coisa mudou positivamente, mas na cultura e no esporte não. Vivemos ao longo destes anos um assassinato cultural e afundamento esportivo. A pasta ficou jogada ao ostracismo, não foi tratada como prioridade e conviveu com a escassez de recursos. O governo Elisa Costa vai deixar marcas importantes e representativas na história da cidade. A Escola em Tempo Integral, a universidade federal, o parque municipal, a nova UPA, a Estação de Tratamento de Esgoto, milhares de casas populares entre outras ações. Sem dúvida este foi o governo mais realizador dos últimos anos, mas também vai carregar o fardo de ter feito pouco pela cultura. É evidente que a cultura não é algo completamente governável e, apesar de depender de políticas públicas, a cultura vem da leitura que as pessoas fazem da sua própria geração e da relação com o lugar onde vivem. Nem tudo fica na conta do governo – e aí sim a situação fica preocupante. Vivemos a pior época cultural da nossa história, sem saudosismo. Nossos espaços culturais foram definhando, os principais eventos da cidade (GV Folia, Festa da Fantasia, Expoleste, Brasil Gemshow) também perderam a relevância. Ficamos submersos a cultura comercial de massa pobre. As três principais rádios da cidade revezam as mesmas músicas deixando os ouvintes reféns do sertanejo universitário e do funk ostentação. Nas letras os conteúdos são muito parecidos. Os temas são vinganças amorosas, bebidas, carros e apelos sexuais machistas que denigrem as mulheres. O jornalismo local foi perdendo conteúdo e audiência. A sensação que dá é que estamos cada vez mais superficiais. Fomos perdendo nossa identidade cultural local. Infelizmente, fomos devorados pela mesmice. O que será do futuro desta geração? A cidade que já ostentou sua sala de espetáculos, seus eventos magníficos e que já teve a honra de ser chamada “a cidade do rock” hoje nada mais é do que um depósito do lixo cultural que jogam por aí.
“
Vivemos a pior época cultural da nossa história, sem saudosismo. Nossos espaços culturais foram definhando, os principais eventos da cidade (GV Folia, Festa da Fantasia, Expoleste, Brasil Gemshow) também perderam a relevância. Ficamos submersos a cultura comercial de massa pobre.
EXPEDIENTE Av. Minas Gerais, 700/601 Centro CEP 35010-151 Governador Valadares - MG Telefone (33) 3021-3498 E-mail: redacao.figueira@gmail.com
O Jornal Figueira é uma publicação da MPOL Comunicação e Pesquisa. CNPJ 16.403.641/0001-27. Em parceria de conteúdo com a Fundação Figueira do Rio Doce. São nossos compromissos: - a relação honesta com o leitor, oferecendo a notícia que lhe permita posicionar-se por si mesmo, sem tutela; - o entendimento da democracia como um valor em si, a ser cultivado e aperfeiçoado; - a consciência de que a liberdade de imprensa se perde quando não se usa; - a compreensão de que instituições funcionais e sólidas são o registro de confiança de um povo para a sua estabilidade e progresso assim como para a sua imagem externa; - a convicção de que a garantia dos direitos humanos, a pluralidade de ideias e comportamentos, são premissas para a atratividade econômica.
Diretor e Jornalista Responsável Moisés Oliveira - DRT/MG 11567
Reportagem Gina Pagú - DRT/MG 013672
Colunista e Colaboradores Flávio Froés Ingrid Morhy Jaider Batista José Marcelo Júlio Avelar Marcos Imbrizi
Revisão Fábio Guedes - DRT/MG 08673
Diagramação Stam Comunicação - (33) 3016-7600
Editor Fernando Gentil - DRT/MG 18477
POLÍTICA | ECONOMIA 3
OPINIÃO 2
FIGUEIRA - Fim de semana de 28 a 30 de agosto de 2015
Artigos assinados não refletem a opinião do jornal
FIGUEIRA - Fim de semana de 28 a 30 de agosto de 2015
Da Redação
Sacudindo a Figueira
As igrejas devem pagar impostos?
A figueira precipita na flor o próprio fruto Rainer Maria Rilke / Elegias de Duino
SIM
As igrejas e os partidos políticos deveriam pagar impostos? Juan Arias
Jornalista e escritor.
O
s brasileiros são os que mais impostos pagam entre os países em desenvolvimento e em toda a América Latina. Precisam trabalhar cinco meses para o Estado. E o que recebem em troca como serviços sociais? Nos países desenvolvidos, com maior índice de qualidade humana, os impostos também são altos, mas as pessoas sentem-se mais bem servidas pelos serviços públicos e gratuitos, que os compensam com juros desse sacrifício. Talvez porque os brasileiros se sintam injustamente explorados com esse duro fardo de impostos, são mais sensíveis aos agrados que o Estado dispensa a algumas categorias, como as igrejas e os partidos políticos. Por que essas instituições não deveriam pagar impostos como todos os filhos de Deus? Hoje o maior negócio, e certamente o mais rápido do ponto de vista burocrático, é fundar uma igreja, como demonstrou uma vez uma reportagem do jornal Folha de São Paulo. Em um país no qual abrir uma empresa leva meses de emaranhada e cara burocracia, fundar uma igreja ou um partido pode ser feito em poucas horas. E, uma vez fundada uma igreja, por exemplo, o pastor e seus acólitos, seu templo e tudo o que receber de seus fiéis fica isento de impostos. Isso é justo? Perguntam as pessoas da rua, que pagam caro cada vez que entram em um mercado para comprar arroz, feijão, açúcar ou verduras, já que também os impostos indiretos do Brasil são dos mais altos do mundo. O fato de isentar as confissões religiosas de pagar impostos é um tema tabu para os candidatos em suas campanhas eleitorais, sobretudo porque todos buscam os votos dos dirigentes das igrejas, que movem milhões de fiéis e porque, nesse caso, deveriam colocar também em discussão o fato de que tampouco os partidos políticos pagam impostos. No Brasil, talvez o que mais chame a atenção é o fato de, por exemplo, as igrejas evangélicas, moverem milhões de reais ao exigir de seus fiéis o dízimo de seus ganhos ao mesmo tempo que muitos de seus dirigentes, os pastores e bispos, levam uma vida de gente rica, com casas suntuosas, carros e até aviões de luxo. Em 2005, os brasileiros puderam ver na televisão as sete maletas abarrotadas de notas frescas do banco no valor de R$ 6 milhões que o deputado, evangelista João Batista, da Igreja Universal do Reino de Deus, levava em um jatinho particular não se sabe para onde.
É certo que, no Brasil, viajar dentro do país com dinheiro líquido não é crime, ainda que seja obrigação demonstrar a origem da quantia. A desculpa foi que se tratava das oferendas dos fiéis. Entretanto, as igrejas e seus pastores movimentam hoje muito dinheiro proveniente de outras empresas de sua propriedade, como canais de televisão, estações de rádio, editoras de música e livros etc. Existem pastores, como confirmou o bispo Silas Malafaia, que ganham salário de até R$ 22 mil reais. E tudo isso livre de impostos. O bispo Edir Macedo apareceu há pouco na revista Forbes junto com outros três dirigentes de igrejas evangélicas brasileiras entre os mais ricos do país. O patrimônio pessoal de Macedo é de quase R$ 2 bilhões. Difícil saber, e menos ainda para os fiéis, o que desse dinheiro é da igreja ou do bispo e sua família. O tema dos impostos para as igrejas, que acabam sendo proprietárias junto com seus pastores de redes de televisão, milhares de imóveis, automóveis e até aviões, deverá ser outro dos temas que um dia terá de ser abordado se se quiser manter a legitimidade da separação entre a igreja e o Estado. Os religiosos vivem no mundo, usam os serviços públicos gratuitos da mesma forma que os demais cidadãos, por que deveriam ter o privilégio de não pagar impostos? Os evangélicos alegam que parte de seu trabalho, além do religioso, é também social, como a ajuda aos mais necessitados, que o Estado não os retribui. Pode ser verdade, mas o que os cidadãos veem são esses mesmos dirigentes de igrejas isentos de impostos, levando uma vida de classe média alta e, muitas vezes, de verdadeiros milionários, que já tiveram problemas graves com a justiça e até foram presos acusados de corrupção. Isentar essas pessoas de pagar impostos, por mais que desejem demonstrar que sua função é meramente religiosa e social, será cada vez mais difícil de defender em uma sociedade secularizada e moderna. Como deveria ser o fato de que também os partidos políticos estão livres de impostos e que muitos de seus líderes acumulam um rosário de privilégios, isenções e impunidades, algo que é negado aos simples cidadãos que vivem somente de seu trabalho, às vezes muito duro, e que se sentem saqueados por uma verdadeira chuva de impostos de todos os tipos e cores. *Texto retirado do site do jornal El País
NÃO
Isenção de impostos às igrejas Adriano Martins Pinheiro
Um diário da cidade
O PT tem chance de aprender?
Antor Santana reviraria no túmulo se pudesse ler matéria desta semana com chamada de capa a indicar que empresários do Distrito Industrial estariam preocupados com o funcionamento de uma escola naquela região. O repórter não foi ao local e nenhum empresário foi ouvido. O vereador Chiquinho do PSDB assume-se como porta-voz dos empresários e fala de crianças concorrendo com carretas e outros riscos no local. Se o repórter fosse ao local veria que a Alça do Contorno, onde está a escola, é a mais calma de todas e veria as crianças andarem tranquilamente na calçada muito larga da Avenida das Indústrias. Meia página a pretexto de garantir um espaço para o vereador e o PSDB local.
Do Olívio Dutra, ex-governador do Rio Grande do Sul: “Acho que o Partido dos Trabalhadores tem muito ainda a aprender na institucionalidade e fora dela, na relação com os movimentos sociais da cidade, do campo. Um partido como o PT, que não surgiu de cima para baixo, precisa recuperar seus valores. Fomos assumindo espaços cada vez maiores e o partido não fez uma reflexão permanente ou não acompanhou esse crescimento. O partido disputa eleições, mas não surgiu para ser uma máquina exclusivamente eleitoral. Tem de estar sempre se refazendo, se autocriticando para poder avançar e ir mudando a estrutura do Estado brasileiro, que é uma espécie de cidadela dos grandes interesses. Ao deixar de fazer isso, o partido entrou na vala comum da política tradicional.”
Alergia a escola O vereador Chiquinho do PSDB, aquele que tem alergia a escolas, consegue se superar. Em todo o seu tempo de vereança não há nenhuma manifestação de preocupação com as crianças sem escola na região do Penha e Distrito Industrial. No ano passado, centenas de crianças eram colocadas em ônibus fretados para estudarem em outros bairros. Nenhuma manifestação do vereador. O problema para ele é que agora há escola, bem construída e ampla, em uma antiga chácara no Distrito Industrial, e todas as crianças estão atendidas. Este Figueira ouviu oito empresários das duas alças. Nenhum deles reconhece o vereador como preposto deles e entendem que as crianças estão muito bem atendidas ali.
Indignação seletiva Não falta gente para se indignar contra o Programa Bolsa Família, que garante 70 reais por criança para famílias saírem da linha da extrema pobreza. Mas, dessas mesmas pessoas não se ouve um pio sobre a Bolsa Auxílio Moradia de 4 mil reais que os juízes e promotores se deram.
Indignação Dênis Leite, agora no Conselho Diretor da fundação mantenedora da Univale, não economiza nas palavras ao falar da situação em que encontrou as contas e os procedimentos administrativos da instituição: descalabro é o mínimo que se ouve dele.
BMW de Araque? O Curso BMW continua a vender apostilas para um concurso inexistente da Prefeitura de Valadares. Muitas pessoas têm procurado a Prefeitura para saber a data do concurso, que só existe para a venda de apostilas do BMW.
Advogado em São Paulo, articulista e palestrante.
A
Constituição Federal veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios instituir impostos sobre os templos de qualquer culto. Vale enfatizar: “templos de qualquer culto”. É fácil perceber que, ultimamente, um equívoco está crescendo no conceito popular. E o referido equívoco está se transformando em um mito. É que tem se formado o conceito de que algumas religiões ou determinadas denominações estão sendo privilegiadas com “isenção” de impostos. Como sabemos, não existe tal privilégio. A expressão “qualquer culto” é muito clara. Contudo, a população, em geral, desconhece este dispositivo da Lei Maior. Eis a importância desse tema. A imunidade tributária (conhecida popularmente como isenção) é para qualquer instituição religiosa, seja evangélica, católica, espírita, budista etc. Não há privilégios ou distinções na Constituição Federal. Assim, uma paróquia ou um terreiro não pagarão o IPTU, bem como não pagará um templo budista ou evangélico etc. Há outro equívoco, não menos prejudicial. Formou-se o conceito de que as instituições religiosas são “totalmente isentas” de tributos. Cria-se um conceito de que tais instituições não pagam qualquer tipo de tributo às Fazendas Públicas. Não é verdade! Como sabemos, o imposto é uma espécie de tributo, mas não o único. A legislação tributária contém espécies de tributos, como impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimo compulsório e as contribuições especiais (cf. Teoria pentapartida). Note-se que, de cinco espécies de tributos, a imunidade (chamada de isenção) refere-se apenas aos impostos. Isto é, as instituições religiosas pagam sim taxas, contribuições de melhoria, empréstimo compulsório e as contribuições especiais. A título de exemplo, as prefeituras cobram/recebem taxas de conservação, contribuição de melhoria das instituições, como também ocorre com as chamadas contribuições especiais. Em apertada síntese, pode-se concluir que a cobrança de tributos das entidades mencionadas é proibida com o fim de não inviabilizar a liberdade religiosa. Ressalte-se que a Constituição Federal veda a cobrança de impostos também de instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos. Como se vê, a “isenção” (imunidade)
não se refere tão somente às instituições religiosas. Aliás, também nesse caso, tais instituições não são totalmente imunes às cobranças, uma vez que o referido “favor legal” compreende somente o patrimônio, a renda e os serviços relacionados às finalidades essenciais das entidades mencionadas. Este artigo não pretendeu abordar a matéria de forma técnica, pois pretende trazer esclarecimento, principalmente, aos leigos. Tanto é assim que se evitou abordar a diferença entre imunidade e isenção. Evitaram-se a técnica e as tergiversações doutrinárias, buscando-se, apenas, uma simplicidade eficaz. Por fim, infere-se que a cobrança de tributos das entidades mencionadas é proibida com o fim de não inviabilizar a liberdade religiosa, garantida pela própria Constituição Federal. Mesmo porque a cobrança dos impostos poderia ser utilizada como instrumento de coação contra líderes religiosos, em razão de motivações políticas, o que afrontaria os princípios relativos à liberdade e à democracia. *Texto retirado do portal Gospel Prime
RECORTE DAS REDES
Pedro Venâncio é Paulo Valadares? No Face fala-se de tudo, inclusive de uma já acertada dobradinha Leonardo Monteiro/Hercílio Diniz. Quem conhece de perto jura que o novo Paulo Valadares, da praça virtual, é o velho e conhecido Pedro Venâncio do PRB.
Rede Sustentabilidade O partido de Marina Silva está nos finalmentes do seu registro. Em Valadares causará muito boa surpresa: com gente de primeira qualidade na direção, vai causar preocupação aos partidos bem instalados. Está se propondo a formar um time formulador de boas ideias e não apenas para o embate eleitoral. Aguardem!
O vice-presidente Michel Temer (PMDB-AL) até tentou ser simpático. Ele ofereceu um jantar aos líderes dos partidos aliados para explicar o porquê de deixar a pasta da Articulação Política, argumentou que quer deixar o varejo das negociações com o Congresso, que não se sente muito confortável tendo de se reunir com deputados e senadores para negociar cada projeto, mas não deu. Os parlamentares da base aliada saíram do jantar com a sensação de que Temer está é tirando o time de campo. O desabafo foi feito por um importante interlocutor do governo no Congresso, que pediu para ter a identidade preservada.
Estratégia para amenizar
Depois de cinco anos de contribuição efetiva ao governo da prefeita Elisa Costa, Valter Machado deixou a Secretaria da Fazenda. Da confiança absoluta da prefeita, Valter não deixou a Secretaria antes por insistência dos pares. Retoma com todo o gás a sua condição de empresário bem-sucedido. Em seu lugar, assumiu o controle do cofre da Prefeitura o jovem Leandro Meadra, professor universitário, valadarense que já foi secretário da Fazenda de Ipatinga, no governo Cecília Ferramenta.
PR em Valadares Não é a França, mas o novo partido de Valadares é o Partido da República. Ninguém mais ninguém menos que o Geison dos Santos Patrocínio, o Gegê, à sua frente. O ex-comunista agora é aliado de primeira hora de Euclydes Petersen.
Além dos parlamentares da base aliada, que viam em Temer um porto seguro na hora de negociar, a presidente Dilma Rousseff também ficou com a pulga atrás da orelha com a saída do vice-presidente da Articulação Política. Para dar um ar de sobriedade e evitar o desgaste, Dilma Rousseff já definiu que a pasta estará entre as dez que serão extintas na reforma ministerial e administrativa que será feita nas próximas semanas. Mas, apesar de ter deixado a pasta, Temer garantiu, segundo a fonte, que continua na linha de frente ao defender os interesses do Palácio no Congresso.
O outro lado
Um aliado de Temer no Senado garantiu a este colunista, no entanto, que a saída do presidente se deve principalmente aos ministros do PT. É que na Articulação Política, Temer precisava atuar como interlocutor dos parlamentares, agendar reuniões deles com ministros, conseguir liberações de verbas, nomeações para cargos de segundo escalão e uma série de benefícios para melhorar o humor dos aliados. Os ministros mais ligados ao governo estariam dificultando tudo. Temer teria dito inclusive que havia se cansado de dar murros em ponta de faca.
Desconfiança
Foi dura e longa a manifestação do deputado estadual José Bonifácio Mourão, nesta semana, na Assembleia Legislativa. Reclamou que o governador Fernando Pimentel paralisou as obras do Hospital Regional e diz que foi o governo anterior, do PSDB. Acusa Pimentel de ter encontrado 300 homens trabalhando nas obras do Hospital, tendo retomado a obra com apenas 45. Mas, não falou da razão da construtora ter parado a obra: ficou sem receber do governo do PSDB desde setembro do ano passado.
Renovação na equipe da prefeita
José Marcelo / De Brasília
Sensação de abandono
Esperneio
O problema é que já existe uma certa desconfiança do PT em relação a Michel Temer. A ala mais conservadora do partido acredita que ele esteja adotando uma postura semelhante à do ex-presidente Itamar Franco, que se descolou da imagem do ex-presidente Fernando Collor quando os escândalos começaram a surgir para assumir a presidência depois do impeachment. Na época, Itamar saiu ileso. Petistas mais ligados ao ex-presidente Lula acreditam que Temer esteja fazendo o mesmo, de olho na cadeira de Dilma Rousseff.
José Marcelo dos Santos é comentarista de política e economia e apresentador da edição nacional do Jogo do Poder, pela Rede CNT. É professor universitário de Jornalismo, em Brasília.
Fale com o José Marcelo: noticiasdopoder@uol.com.br
“Erramos na dose”
Esta veio do deputado federal Orlando Silva (PCdoB), ex-ministro do Esporte e um dos mais atuantes vice-líderes do governo na Câmara. Segundo o parlamentar, o governo falhou ao abandonar ou ao não dar ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a atenção que ele pedia. Foi o que empurrou o parlamentar para a oposição. Segundo o deputado, o Palácio teria de ter tratado Eduardo Cunha como uma criança contrariada, que precisa de atenção e de carinho.
Comissões especiais
Um grupo de parlamentares na Câmara já começa a se articular para tentar acabar com a farra das comissões especiais, criadas quase sempre a toque de caixa, para apreciar projetos considerados urgentes. O problema é que essas comissões passaram a ser criadas segundo o interesse de algumas lideranças. As chamadas comissões especiais fazem com que uma proposta tramite com mais velocidade. O problema, no entendimento desses parlamentares, é que elas esvaziam a atuação das comissões técnicas permanentes, que têm como meta fazer um estudo detalhado de cada projeto, debatê-lo com a sociedade ou com setores específicos da sociedade, para só depois enviá-lo ao Plenário.
POLÍTICA | ECONOMIA 4
FIGUEIRA - Fim de semana de 28 a 30 de agosto de 2015
INTERNACIONAL 5
FIGUEIRA - Fim de semana de 28 a 30 de agosto de 2015 Foto: Getty Images
Programa de alfabetização abre inscrições para voluntários Iniciativa do governo federal visa a acabar com o analfabetismo no país Fernando Gentil
S
olidariedade é um sentimento e também uma ação muito valorizada no mundo atual. O que é uma contradição. A humanidade vive de forma cada vez mais individual, capitalista e egoísta. Tudo isso faz com que haja mais pessoas que passam fome, moram nas ruas e que não sabem ler nem escrever. Porém, apesar de a população em geral ser egoísta e individualista, há aqueles que querem ajudar de verdade, sem querer nada em troca. E é por causa dessas pessoas que o Programa Brasil Alfabetizado existe. Ao pensar na possibilidade de voluntários ajudarem a acabar com o analfabetismo no Brasil, o Ministério da Educação resolveu investir em um programa em que qualquer pessoa que tiver força de vontade e habilidade para ensinar possa ajudar alguém que ainda não aprendeu a ler e a escrever. Para participar do programa, o voluntário recebe uma bolsa-auxílio no valor de R$ 400 apenas para cobrir os gastos que ele vai ter. Os coordenadores de turma recebem um pouco mais, R$ 600. A gestora do programa Brasil Alfabetizado em Minas Gerais, Mariana Cristina, afirma que é com a solidariedade que se consegue melhorar, nem que seja um pouco, a realidade dos brasilei-
ros. “Precisamos de pessoas comprometidas para participar da ação alfabetizadora. Voluntários que fazem este trabalho e recebem uma ajuda de custo. A bolsa não implica vínculo empregatício”, explica a gestora. A expectativa do programa é de que, em um prazo de oito meses, os alunos já tenham domínio da leitura e escrita. As aulas estão marcadas para começar em fevereiro do ano que vem. Enquanto isso, será feito um processo seletivo para escolher os melhores educadores. Também será feito o ensino de libras (linguagem para portadores de deficiência auditiva) para quem tiver necessidade. São cerca de 80 mil vagas para quem quiser se alfabetizar. Esta primeira fase do processo apenas define os educadores. Depois será feita a triagem de pessoas que necessitam do ensino. De acordo com o secretário de Estado de Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste de Minas Gerais, Paulo Guedes, o programa visa a acabar com uma grave questão brasileira. “O problema do analfabetismo na maior parte dos municípios do Norte e Nordeste de Minas Gerais ainda é crônico, chegando a cerca de 35% da população em alguns deles. Mudar esses números é um passo importante para
Foto: Agência Brasil
Estado Islâmico institucionaliza o estupro Grupo diz que Alcorão permite que o crime seja cometido Programa busca alfabetizar quem não teve oportunidade
conseguirmos diminuir as desigualdades sociais que ainda marcam as condições de vida nessas regiões”, conta o administrador. Para participar do programa é simples. Basta procurar o escritório regional do Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene) e fazer sua inscrição. Serão 5.553 bolsas para alfabetiza-
dores e 925 para coordenadores de turma. Também haverá vagas para tradutores-intérpretes, de acordo com a necessidade da sala. O objetivo é atingir 258 munícipios das regiões dos vales do Jequitinhonha, Rio Doce, Mucuri e da região central, Norte e Nordeste do Estado. “Os interessados devem procurar os escritórios do Idene até o dia 4 de
setembro. No ato da inscrição, eles devem já fazer a vinculação ao cargo pretendido. Também devem entregar toda a documentação exigida pelo edital do programa”, conclui Mariana Cristina. Para acessar o edital e obter mais informações sobre como se cadastrar no programa, consulte o site www.sedinor.mg.gov.br.
Café com Leite Marcos Imbrizi / De São Paulo
OEA condena chacina em São Paulo A Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, a Organização dos Estados Americanos, condenou a chacina ocorrida no último dia 13 na periferia das cidades de Osasco e Barueri, na Região Metropolitana de São Paulo. O órgão internacional exige que o caso seja esclarecido. Na semana passada, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo ofereceu uma recompensa de R$ 50 mil para quem fornecesse pistas que levassem ao esclarecimento do caso. No início desta semana, de acordo com o Estadão, a Polícia Militar afirmou que “não é possível generalizar toda uma classe de trabalhadores por causa de atos supostamente praticados por bandidos que integram temporariamente a instituição”.
Já a Corregedoria da Polícia Militar paulista, no fim de semana passado, cumpriu mandados de busca e apreensão em residências de policiais para a procura de provas que atestem a participação de 19 suspeitos de participar do crime no qual 18 pessoas foram mortas. Destes, 18 seriam policiais e um civil casado com uma policial. Crise hídrica – E na semana passada, depois de um ano e meio, o governo do Estado de São Paulo assumiu a crise hídrica que atinge a Região Metropolitana da capital. Uma portaria publicada no Diário Oficial do Estado permite que o governo priorize o abastecimento público para os mais de 20 milhões de habitantes da região, em detrimento à captação de água por particulares.
De acordo com o Estadão, o documento reconhece como crí- O lago é uma das atrações do Parque do Ibirapuera tica a situação hídrica da bacia hidrográfica do Alto Tietê, que abriga cinco arquitetônico de Oscar Niemeyer e projeto dos seis sistemas que abastecem a Região Me- paisagístico de Roberto Burle Marx. Entre outropolitana. tras atrações, o público conta com o planetáParque do Ibirapuera – Para fechar a rio, o prédio da Bienal de Artes, o Museu Afro coluna da semana, o jornal inglês The Guar- Brasil e o Museu de Arte Contemporânea, a dian divulgou uma lista dos melhores parques Oca, espaço multiuso para exposições. Um do mundo, na qual o Parque do Ibirapuera, na dos últimos espaços projetados originalmencapital paulista, encontra-se em primeiro lu- te por Niemeyer, foi inaugurado há dez anos. gar. Com uma área de mais de dois milhões de Trata-se do auditório do Ibirapuera, com 800 metros quadrados, o local é uma verdadeira lugares e que conta com um palco externo que ilha verde que atrai milhares de pessoas todos abriga apresentações para milhares de pessoas. Uma próxima atração que promete lotar o os dias em meio ao cinza da cidade. Inaugurado em 1954 em comemoração aos parque é Milton Nascimento, que fará show 400 anos de São Paulo, o parque tem projeto em 13 de setembro. Marcos Luiz Imbrizi é jornalista e historiador, mestre em Comunicação Social, ativista em favor de rádios livres.
L
O mercado de escravas do EI
Fernando Gentil
inha 3. Vermelha. Trem lotado. Operação dos vagões em velocidade reduzida. Mais gente dentro do metrô. O crime: uma garota de aparentes 16 anos é abusada por um homem. A “encoxada” não ficou impune por parte dela. Pediu, exclamou, gritou para o cara desencostar. Mas de nada adiantou. Pior, um grupo de outros homens e até mulheres começaram, em coro, a gritar: “Estu-
cultura do estupro. O machismo, a misoginia, o patriarcado, são instituições que obrigam o homem a ter poder sobre as mulheres. Quer poder maior que um assédio, um abuso, ou um estupro? O que acontece na Síria ou no metrô de São Paulo tem o mesmo nome e o mesmo significado. Crime cometido por babacas que acham que mulheres devem ser submissas a eles. Não é
me mandaram identificá-la: ‘É uma amiga sua’. Eu não consegui reconhecê-la. O rosto dela estava coberto de sangue. Os guardas a enrolaram em um lençol e jogaram o corpo no lixo”, conta Bushra, de apenas 20 anos. A adolescente Munira, de 16 anos, também passou pelas mãos dos criminosos. “Os comandantes do EI têm entre 50 e 70 anos. Eu tinha 15 quando fui escolhida por um deles. Ele disse que meninas são melhores Foto: G1 São Paulo que as mais velhas. Normalmente, escolhem as mais bonitas e jovens. Abu Mohammed disse: ‘Tive essa menina quando ela era virgem. Agora me cansei dela. Quero outra’. Fui vendida para Abu Abdullah, que também me estuprou. Ele se cansou de mim depois de uns poucos dias e me vendeu para Emad. Se eu não tivesse escapado, teria sido vendida de novo”, conta a garota. Noor, 21 anos, foi pega pelo seu “chefe” ao tentar fugir e foi castigada por isso. “Salman e seus ajudantes me bateram e me queimaram com pontas de cigarro. Salman mandou que eu tirasse a roupa e disse: ‘Eu avisei No Brasil, mulheres sofrem diariamente com tentativas de abuso e estupro para você não tentar fugir. Agora você vai ver o seu caspra! Estupra!” Uma outra moça viu uma doença, como psicopatia, é baba- tigo’. Ele deixou outros seis soldados aquela situação criminosa, desespe- quice mesmo. Do mais alto grau. entrarem e trancou a porta. Eles me radora e nojenta. Decidiu tomar uma Que fique claro: usar o Alcorão, a estupraram brutalmente. Nem sei providência. Saiu empurrando todos Bíblia ou qualquer livro religioso para quantas vezes”, relembra a jovem. Várias meninas são seduzidas a do trem, pegou a menina e a protegeu. justificar o estupro é coisa de covarde O que aconteceu com o estuprador? que não tem coragem de se assumir entrar para o Estado Islâmico com a Nada. E com os que incentivaram o como babaca e usa uma lei religiosa promessa de ter carro, dinheiro, maestupro coletivo? Nada também. para acobertar o crime que comete. rido e família. Porém, não é isso que Muitos dos que leram a manchete Não há crítica, neste sentido, ao isla- acontece. Munira alerta. “O meu recadesta matéria, “Estado Islâmico insti- mismo, cristianismo, umbandismo ou do é: Não vá! Você vai ser estuprada, tucionaliza estupro”, devem estar em qualquer outra religião. A questão é espancada e vendida para outros homens. Eles são criminosos!”, exclama casa discutindo com seus familiares de caráter. como pode uma coisa dessas aconteEm Londres, três jovens contaram a menina. cer. “Esses caras têm que morrer!”, à BBC sobre as experiências terríveis Nasra, outra jovem que também “Alguma providência tem que ser por que foram obrigadas a passar nas passou pelo EI deixa seu relato. “Me tomada!”, imagino alguém esbrave- mãos do Estado Islâmico. “Éramos sinto morrendo por dentro quando jando. Porém, pasmem, dentro do estupradas até cinco vezes por dia. ouço falar em meninas querendo ir Brasil o estupro também é institucio- Uma menina foi ao banheiro e cor- para lá. Eu não desejo a ninguém o nalizado. Vivemos, pois sou homem tou os pulsos, mas não morreu. Eles que eu vi e experimentei por lá”, diz a e, consequentemente, opressor, uma cortaram o pescoço dela. Os guardas garota de 18 anos de idade.
O Isis, como também é conhecido o Estado Islâmico, tem todo um mercado voltado para o estupro. Eles capturam mulheres, transformam-nas em escravas e abusam sexualmente e moralmente delas. Todas essas meninas entrevistadas pela BBC foram alvo do mesmo ataque feito pelo Isis. A comunidade Yazidi foi invadida pelo EI, mataram os homens e as mulheres mais velhas. Sobraram as novas, que levaram como escravas sexuais. Confira abaixo o relato de Dalia, umas das prisioneiras do grupo terrorista. “Acordamos no meio da noite, no vilarejo de Hardan, nas montanhas do Sinjar, com um ataque de membros do Isis. Tentamos fugir, mas nos pegaram. Nos levaram em grupos para a praça do vilarejo e nos disseram que se não nos convertêssemos ao Islã, morreríamos. Nós tivemos que aceitar para salvar nossas vidas, mas não ajudou muito. Levaram os homens e, desde então, nunca mais ouvimos nada sobre eles. Separaram as mais jovens das mais velhas. As crianças foram enviadas para a cidade de Tel Afar, levaram todos os que tinham até cinco anos, entre eles meu irmão. Os outros foram aprisionados na escola que funcionava como um mercado de escravos. Entre os comandantes do Isis havia turcos, alemães e chechenos. Eles vinham diariamente e compravam mulheres, incluindo as meninas de 12 e 13 anos. Um membro do grupo, de origem turca, me comprou e me levou para sua casa em Tel Afar, onde ele já morava com a mulher e três crianças. Eu fiquei ali durante cinco meses. Certo dia, um homem chamado Abu Mustafa, também jihadista, me levou de lá e me deu como presente a um outro membro do Isis, da Chechênia. O nome dele era Ayman. Antes de me estuprar, ele segurou meu cabelo e colocou a minha cabeça num barril com gasolina e me disse: ‘Você é tão suja que só assim eu posso te purificar’. Depois ele me trocou por outra garota yazidi, que tinha sido concubina de um homem chamado Abu Salah. Ele também me estuprou e depois me devolveu a Ayman. Dez dias depois, ele me vendeu para outro homem em Mosul, até que ele também se cansou de mim e eu fui vendida novamente, dessa vez para um médico da região. Nesse dia, o doutor me disse que estava me comprando não para me estuprar, mas para me libertar. E, de fato, ele me levou para Karbala, depois para Bagdá e finalmente para Zakho (que fica na área sob domínio dos curdos), onde me entregou para a polícia”, relatou a jovem a um jornal turco. O que acontece no Isis é bem diferente dos fatos ocorridos no Brasil. Porém, não mais ou menos importante. Estupro, machismo, assédio, abuso. Tudo faz parte de um mesmo pacote. Os estupradores do EI são tão nojentos e criminosos quanto os “encoxadores” e incentivadores de estupro do metrô de São Paulo. O que deve mudar é a maneira de tratar as mulheres. Machistas não passarão. Se a gente quer uma sociedade melhor, que busquemos fazer isso em casa, na rua, no bar. Não adianta estar aí agora falando para a sua família sobre os absurdos do Isis e, ao sair de casa com os amigos para o boteco, chamar a mulher que passa ao seu lado de “gostosa”. E, caso ela revide, adicionar um “vadia”. Você, cara, é tão nojento como o estuprador do Estado Islâmico. Aceita que dói menos. E muda. Porque o que você faz com as mulheres que passam perto de você no meio da rua é a mesma coisa que outros homens fazem com sua filha, sua mãe e sua mulher. Só há um jeito de acabar com isso e você sabe muito bem qual é. Mais uma vez, machistas não passarão!
CAPA 6
FIGUEIRA - Fim de semana de 28 a 30 de agosto de 2015
CAPA 7
Transporte coletivo não atende consumidores
Lembre-se...
A reclamação é unânime sobre a péssima prestação de serviço público Gina Pagú
Foto: Gina Pagú
Mais que o sacrifício de acordar antes das sete da manhã para trabalhar ou estudar, é enfrentar a lotação do ônibus coletivos da Empresa Valadarense de Transportes Coletivos (Valadarense), em Governador Valadares. Pior que voltar no início da noite para casa é mais uma vez ter que encarar o transporte, que parece não funcionar. Estudantes e trabalhadores disputam espaço na parte frontal dos ônibus, nos horários de pico, ao meio-dia ou depois das seis da tarde. Em alguns pontos o carro simplesmente não pode parar para atender quem esperava. Os atrasos na hora de chegar aos compromissos são comuns e o desconforto das viagens também. A auxiliar de serviços gerais Conceição Vieira, moradora do bairro Santa Rita, diz que todos os dias é a mesma coisa, a mesma luta diária. “Eu tenho que bater meu ponto às 7h, assim preciso sair de casa pelo menos às 6h20, pois trabalho em uma empresa do Centro, senão, chego tarde demais e perco o horário do ponto eletrônico.” Ao cobrar R$ 2,85 em uma passagem, estes problemas não podem ocorrer. Foto: Gina Pagú
Apenas ônibus acessíveis não garantem segurança e conforto para idosos e portadores de deficiência
Patrícia Ramos, 15 anos, estudante da rede pública, explica que mesmo estudando em uma escola próxima a um ponto de ônibus da Barraca do Léo, não consegue voltar para casa com tranquilidade. “Eu teria a opção de vir de bicicleta, já que moro no bairro São Pedro, mas meus pais não permitem, pois o trânsito está muito perigoso aqui no Centro. Então, todos os dias no fim da tarde tenho que enfrentar o aperto do ponto, que fica cheio, pois as duas escolas aqui perto soltam os alunos no mesmo horário e, fora a viagem, que de carro seria de uns 15 minutos, de ônibus passa para 30.” A reclamação dos moradores de bairros como SIR, São Pedro, Sion, formam uma única voz. A dona de casa Lúcia Sandrelli, moradora do Sion, explica que a linha 8 atendia o
bairro em sua totalidade, mas com a separação dos trajetos das linhas, não atendem mais a todos os moradores. “Há 20 anos, as linhas eram separadas em A e B, os itinerários eram distintos. Sendo que a linha A atendia somente o início do bairro e a B atendia o final. Era muito difícil, ônibus só de meia em meia hora. Há uns cinco anos, a Valadarense definiu que as linhas contemplassem todo o bairro. Tanto as linhas A e B fariam percursos muito parecidos, o que era bom para todos. Hoje, voltou o antigo modelo e isso nos prejudicou muito. Antes havia ônibus em dias úteis de 15 em 15 minutos; hoje, a espera entre um horário e outro é de 40 minutos.” As reclamações com relação ao tempo de viagem, ao desconforto, atrasos dos horários e os preços fortalecem a péssima qualificação do serviço. Fernando Simões, estudante, esteve nas manifestações contra os aumentos das passagens dos coletivos que mobilizaram o Brasil, diz que nem com todo protesto, gritos ou pedidos de mudanças, o poder público não ajuda. “A Prefeitura não nos auxiliou nas negociações, a repressão da polícia no dia em que protestamos de madrugada na porta da Valadarense foi certeira. A própria empresa, embora vencedora da licitação, não arredou um centavo do preço. E a qualidade do serviço é nota zero. Infelizmente, a população tem que se submeter a essas situações porque o poder público não exige, não fiscaliza ou entende que é necessária a adequação do atendimento e preço para o cliente.” Quem já sofreu algum acidente dentro dos ônibus da empresa de transportes públicos tem história para contar. A aposentada Dilva Santos diz que caiu dentro do coletivo por causa de uma freada brusca. “O motorista estava muito nervoso no dia, cansado, naturalmente, pois não deve ser fácil trabalhar numa empresa que não cuida dos clientes, que dirá dos funcionários. E nisso ele freou forte porque um outro carro que estava na frente parou de forma repentina, eu cai e bati a parte de trás da cabeça em um dos ferros do corredor. Ele parou, me atendeu, disse que me levaria para o hospital público. Mas eu preferi ir para casa. Embora não tenha me machucado muito, me decepciono a cada dia com o despreparo dos profissionais dessa empresa.”
Especialista Para o especialista em trânsito Marcílio Teixeira, o transporte coletivo urbano de Valadares carece de mudanças urgentes. “O fato de uma mesma e única empresa ser a concessionária há muitos anos e ter esse direito assegurado para outros tantos faz com que pouco ou nada seja feito. Tem um ditado antigo que diz que o uso continuado do cachimbo deixa a boca torta. A Valadarense finge que cumpre o contrato e a Prefeitura finge que fiscaliza. Porque nem todas as ruas das rotas dos ônibus estão pavimentadas ou em boas condições, o modelo de ônibus utilizado aqui não é o mais confortável, para se evitar o desgaste e a manutenção, mas os usuários sofrem. Não são re-
Lembre-se de que as pessoas com deficiência são indivíduos próprios. Elas não pertencem a você, à família, aos médicos, à sociedade. Lembre-se de que cada pessoa com deficiência é diferente das outras e que, independente do rótulo que lhe seja imposto para a conveniência de outras pessoas, ela ainda assim é uma pessoa “única”. Não existem 2 crianças com síndrome de Down que sejam iguais, ou dois adultos com deficiência auditiva que respondam ou reajam da mesma forma. Lembre-se de que elas são pessoas antes de tudo e que têm o mesmo direito à autorrealização que quaisquer outras pessoas – no seu ritmo próprio, à sua maneira e por seus próprios meios. Somente elas podem superar suas dificuldades e encontrar a si mesmas.
Trabalhadores e estudantes enfrentam dificuldades diárias ao usar o transporte público
frigerados. Afinal, Valadares é uma das cidades mais quentes do Leste de Minas Gerais.” Teixeira explica que a ausência de uma faixa de trânsito exclusiva para os ônibus é outra questão que precisa ser sanada. “Os ônibus disputam espaço com outros veículos, diminuindo a velocidade e, consequentemente, aumentando o tempo de viagem. Infelizmente, falta também cordialidade por parte dos motoristas e trocadores. Somado a isso, os pontos de ônibus não possuem abrigos decentes. O bilhete único é complicado e não se tem um levantamento público de sua efetividade. Por tudo isso, o preço que se paga é alto. E a insatisfação do consumidor é certa.”
Acessibilidade O ponto positivo da Valadarense no ano de 2015 foi ter em toda a frota elevadores de acessibilidade para pessoas portadoras de necessidades especiais. No total, foram integrados mais 26 ônibus novos à frota da empresa. O secretário municipal de Serviços Urbanos, Marcos Rios, explica que a melhoria é fruto de exigência e negociação do poder público municipal com a empresa concessionária. “Novos veículos significam mais comodidade, conforto e segurança aos usuários do transporte coletivo. Veículo novo significa ainda menos custo com manutenção, o que, a longo prazo, influencia no valor da passagem e ainda favorece a operacionalização porque quebra menos. O investimento foi de aproximadamente R$ 354 mil na aquisição de cada veículo. A frota toda é formada por 96 veículos, cuja média de vida útil é de dois anos e meio. Os ônibus só podem circular por, no máximo, dez anos.” O problema é que as ruas da cidade, as calçadas, a infraestrutura da área urbana é quase que complemente inacessível. Passeios irregulares, falta de rampas, desrespeito aos lugares demarcados para idosos e portadores de deficiência. Todo o sistema de transporte
FIGUEIRA - Fim de semana de 28 a 30 de agosto de 2015
para essas pessoas é prejudicado por isso. Não adianta ter um ônibus acessível e uma cidade praticamente inacessível.
Prefeitura e Valadarense A Valadarense enviou, por meio de nota, explicações sobre os questionamentos feitos pela reportagem. “Com relação aos elevadores de acessibilidade, os funcionários, motoristas e trocadores, passam por treinamentos introdutórios e de reciclagem. Sobre os atrasos de horários, e preços, a empresa é extremamente preocupada com a qualidade no atendimento, o nível de eficiência entre os horários programados e realizados é de 99,9%. As gratuidades têm alto impacto no preço da passagem, e quem acaba pagando essa conta é o usuário comum que paga do bolso dele a tarifa e que está subsidiando essa avalanche de gratuidades que existem atualmente. E o sistema Bilhete Único já está em funcionamento.” A Secretaria Municipal de Comunicação e Mobilização Social (SECOM) informou que, sobre a reclamação dos atrasos nos horários, tudo será minimizado quando forem implantados os corredores de ônibus, em que os carros poderão circular com maior velocidade. Com relação aos preços altos das passagens, esse estaria defasado para a realidade do sistema de hoje devido aos altos preços do combustível e derivados. Sobre a Valadarense ser a única empresa a oferecer o serviço na cidade, informaram que essa foi a empresa ganhadora da licitação. Referente ao bilhete único, que começou a vigorar em setembro de 2013, com duas mil utilizações por mês, em junho deste ano chegarão a 20 mil utilizações por mês. A assessoria da Valadarense, até o fechamento desta edição, não respondeu aos questionamentos da reportagem do Jornal Figueira sobre os outros questionamentos feitos na reportagem.
Lembre-se de que as pessoas com deficiência têm a mesma necessidade que você de amar e ser amado, de aprender, partilhar, crescer e experimentar, no mesmo mundo em que você vive. Elas não têm um mundo separado. Existe apenas um mundo. Lembre-se de que as pessoas com deficiência têm o mesmo direito que você de fraquejar, falhar, sofrer, desacreditar, chorar, proferir impropérios, se desesperar. Protegê-las dessas experiências é evitar que vivam.
Lembre-se de que somente as pessoas com deficiência podem lhe dizer o que é possível para elas. Nós, que as amamos, devemos ser observadores atentos e sintonizados. Lembre-se que as pessoas com deficiência devem agir por conta própria. Podemos oferecer-lhes alternativas, possibilidades e instrumentos necessários – mas somente elas podem colocá-los em ação. Nós podemos apenas permanecer firmes, e estar presentes para reforçar, encorajar, ter esperanças e ajudar quando possível. Lembre-se que as pessoas com deficiência, assim como nós, estão preparadas para viver como desejarem. Elas também devem decidir se desejam viver em paz, com amor e alegria, como são e com o que têm, ou deixar-se ficar numa apatia lacrimosa, esperando a morte. Lembre-se de que as pessoas com deficiência, independente do grau, têm um potencial ilimitado para se tornar não o que nós queremos que sejam mas o que elas desejam ser. Lembre-se de que as pessoas com deficiência devem encontrar sua própria maneira de fazer as coisas – impor-lhes nossos padrões (ou os da cultura) é irreal e até mesmo destrutivo. Existem muitas maneiras de se amarrar os sapatos, beber em um copo, chegar até o ponto
do ônibus. Há muitas formas de se aprender e se adaptar. Elas devem encontrar a forma que melhor se lhes ajuste. Lembre-se de que as pessoas com deficiência também precisam do mundo e das outras pessoas para que possam aprender. O aprendizado não acontece apenas no ambiente protetor do lar ou em uma sala de aula, como muitas pessoas acreditam. O mundo é uma escola, e todas as pessoas são professores. Não existem experiências insignificantes. Nosso trabalho é agir como seres humanos afetuosos, com curativos emocionais sempre prontos para uma possível queda, mas com novos mapas à mão para novas aventuras! Lembre-se de que todas as pessoas com deficiência têm direito à honestidade em relação a si mesmas, a você e a sua condição. Ser desonesto com elas é o pior serviço que alguém pode lhes prestar. A honestidade constitui a única base sólida sobre a qual qualquer tipo de crescimento pode ocorrer. E, acima de tudo, lembre-se de que elas necessitam do que há de melhor em você. A fim de que possam ser elas mesmas e que possam crescer, libertar-se, aprender, modificar-se, desenvolver-se e experimentar, você deve ter essas capacidades. Você só pode ensinar aquilo que sabe. Se você é aberto ao crescimento, ao aprendizado, às mudanças, ao desenvolvimento e às novas experiências, permitirá que elas também o sejam.
Leo Buscaglia - Educador ítalo-americano, autor do livro “Os deficientes e seus pais”
CLASSIFIGUEIRA Vende-se essa barra que é gostar de você.
Troco copo sempre cheio por coração vazio.
Vende-se vassoura seminova. Apenas 20 mil milhas rodadas..
Trago a pessoa amada por três dias e no cachimbo.
Aluga-se o Brasil. Apenas 515 anos, mas com alguns probleminhas fáceis de resolver.
Aluga-se o Brasil. Apenas 515 anos, mas com alguns probleminhas fáceis de resolver.
Agora, nossa cidade conta com um novo espaço dedicado para compra, venda e troca de produtos e serviços. É rápido e fácil. Ligue 3021-3498. Anuncie com a gente e seja visto!
Vendo livro sobre livros para colorir.
Vendo CD do Molejão, que é melhor que Beatles.
Procuro eu, você, dois filhos e um cachorro.
Compro Brasília amarela, com as portas abertas.
Procuro bacon. Troco por um rim.
Alugo meu coração para deixar de ser trouxa.
Vendo aquela lua que brilha lá no céu.
Descarrego qualquer encosto do Romero Britto.
Alugo meu coração para uma poesia do CFA.
Vendo livro sobre livros para colorir.
Vendo CD do Molejão, que é melhor que Beatles.
Procuro eu, você, dois filhos e um cachorro.
Compro Brasília amarela, com as portas abertas.
Mudo sua opinião com quatro tweets do Malafaia.
Compro vaca amarela que pulou a janela.
Procuro bacon. Troco por um rim.
Alugo meu coração para deixar de ser trouxa.
Vendo aquela lua que brilha lá no céu.
Descarrego qualquer encosto do Romero Britto.
Alugo meu coração para uma poesia do CFA.
Vendo Camaro amarelo, porque já estou doce demais.
Vendo CD do Molejão, que é melhor que Beatles.
Procuro eu, você, dois filhos e um cachorro.
Compro Brasília amarela, com as portas abertas.
Mudo sua opinião com quatro tweets do Malafaia.
Compro vaca amarela que pulou a janela.
Compro Fiorino que tira onda com a Range Rover.
Procuro felicidade plena, barriga sarada, amor eterno e dinheiro na conta. Pago com a minha alma.
Vendo aquela lua que brilha lá no céu.
Descarrego qualquer encosto do Romero Britto.
Alugo meu coração para uma poesia do CFA.
Vendo Camaro amarelo, porque já estou doce demais.
Compro humilde residência para a gente fazer amor.
Compro Brasília amarela, com as portas abertas.
Mudo sua opinião com quatro tweets do Malafaia.
Compro vaca amarela que pulou a janela.
Procuro felicidade plena, barriga sarada, amor eterno e dinheiro na conta. Pago com a minha alma.
com a Range Rover.
Alugo meu coração para uma poesia do CFA.
Vendo Camaro amarelo, porque já estou doce demais.
Compro vaca amarela que pulou a janela.
Compro Fiorino que tira onda com a Range Rover.
Procuro felicidade plena, barriga sarada, amor eterno e dinheiro na conta. Pago com a minha alma.
Compro tambor, porque o que eu quero é tic tic tac.
LOREM IPSUM
Compro humilde residência para a gente fazer amor.
Compra, venda e Fiorino troca.que tira onda Compro
Compro tambor, porque o que eu quero é tic tic tac. Amarro e seguro o tchan.
Procuro felicidade plena, barriga sarada, amor eterno e dinheiro na conta. Pago com a minha alma.
Vendo empresa do Lulinha, filho do Lula. REPASSEM!.
Vendo disco voador novinho. Acabou de chegar de Marte.
Entro com processo contra a Veja. 100% de vitória garantida.
Compro tambor, porque o que eu quero é tic tic tac.
Vendo indiretas para o Facebook.
Compro som de preto, de favelado, mas que quando toca nin$ guém fica parado.
Amarro e seguro o tchan.
Compro hashtags para o Instagram #gratidão.
Vendo roupa preta para você que é gótica. Compro avião sem asa e fogueira sem brava.
Vendo disco voador novinho. Acabou de chegar de Marte.
Procuro pessoa que faz yoga e cumprimenta o porteiro.
Compro som de preto, de favelado, mas que quando toca ninguém fica parado.
Vendo Rivotril. A droga do Brasil.
Vendo quadro do Sebastião Dalí e Daqui.
Procuro um fígado novo URGENTE!.
Alugo a lua que traiu a Joelma.
Vendo roupa preta para você que é gótica.
Vende-se essa barra que é gostar de você.
Troco copo sempre cheio por coração vazio.
Compro avião sem asa e fogueira sem brava.
Vende-se vassoura seminova. Apenas 20 mil milhas rodadas..
Trago a pessoa amada por três dias e no cachimbo.
Compro humilde residência para a gente fazer amor.
Amarro e seguro o tchan.
Vendo empresa do Lulinha, filho do Lula. REPASSEM!.
Vendo disco voador novinho. Acabou de chegar de Marte.
Entro com processo contra a Veja. 100% de vitória garantida.
Compro som de preto, de favelado, mas que quando toca ninguém fica parado.
Vendo indiretas para o Facebook.
Vendo roupa preta para você Compro hashtags para o Insta- que é gótica. gram #gratidão. Anuncie e seja visto: Compro avião sem asa e fogueiProcuro pessoa que faz yoga e ra sem brava. (33) cumprimenta o porteiro. Vendo quadro do Sebastião Dalí Vendo Rivotril. A droga do Brasil. e Daqui.
3021-3498
Procuro um fígado novo URGENTE!.
Alugo a lua que traiu a Joelma.
Vende-se essa barra que é gostar de você.
Troco copo sempre cheio por coração vazio.
Vende-se vassoura seminova. Apenas 20 mil milhas rodadas..
Trago a pessoa amada por três dias e no cachimbo.
Aluga-se o Brasil. Apenas 515 anos, mas com alguns probleminhas fáceis de resolver. Procuro bacon. Troco por um rim.
Compro tambor, porque o que eu quero é tic tic tac.
Casa do Aquecedor
Amarro e seguro omarcas tchan. As melhores
Vendo empresa do Lulinha, filho do Lula. REPASSEM!.
VendoLigue: disco 4362-5000 voador novinho. Acabou de chegar de Marte.
Entro com processo contra a Veja. 100% de vitória garantida.
Compro som de preto, de favelado, mas que quando toca ninguém fica parado.
Vendo indiretas para o Facebook. Compro hashtags para o Instagram #gratidão. Procuro pessoa que faz yoga e cumprimenta o porteiro.
Vendo roupa preta para você que é gótica. Compro avião sem asa e fogueira sem brava.
Vendo Rivotril. A droga do Brasil.
Vendo quadro do Sebastião Dalí e Daqui.
Procuro um fígado novo URGENTE!.
Alugo a lua que traiu a Joelma.
Vende-se essa barra que é gostar de você.
Troco copo sempre cheio por coração vazio.
Vende-se vassoura seminova. Apenas 20 mil milhas rodadas..
Trago a pessoa amada por três dias e no cachimbo.
Aluga-se o Brasil. Apenas 515 anos, mas com alguns probleminhas fáceis de resolver.
Vendo livro sobre livros para colorir.
Procuro bacon. Troco por um rim.
Alugo meu coração para deixar de ser trouxa.
Vendo livro sobre livros para colorir.
Vendo CD do Molejão, que é melhor que Beatles.
Procuro eu, você, dois filhos e um cachorro.
Alugo meu coração para deixar de ser trouxa.
Vendo aquela lua que brilha lá no céu.
Descarrego qualquer encosto do Romero Britto.
CIDADES 8
FIGUEIRA - Fim de semana de 28 a 30 de agosto de 2015
CIDADES 9
Júlio Avelar DOAR ÕRGÃOS
Foto: Ramalho Dias
BRAVA GENTE Foto: Ramalho Dias
Jackson Moura:
OAB EM DISPUTA
O competente médico Dr. Célio Magalhães e sua eficiente equipe nos preparativos para a 15ª Campanha de Doação de Órgãos, que terá início neste dia 26 de setembro primaveril. Seja você um salvador de vidas para a vida; avise seus familiares de que você é doador de órgãos após sua morte. Dr. Célio irá a toda imprensa falada, escrita e televisionada para explicar detalhes importantes para você ser doador.
SÃO MUITAS REUNIÕES E POUCAS SOLUÇÕES É incrível como a imprensa gasta tempo falando nas reuniões de comitês, de biólogos, geólogos, entendidos no assunto “água e seca do Rio Doce”, e a gente não vê nada sendo realmente feito para salvar este segundo maior gigante de Minas Gerais, o nosso rio Doce. Fico puto! (desculpe a expressão) É muito fala-fala e ninguém plantando; falam dos desgastes das matas ciliares e atlântica, mas não há campanhas para plantar. Terra está ai; mudas tem de sobra; braços fortes todos temos. Por que não começar já? Daqui a pouco será tarde demais.
Quer falar com este colunista? A 43ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil de GV começa sua campanha eleitoral. Na disputa, o atual presidente, Dr. Elias Dantas Souto, que deseja ser reeleito, e o candidato que perdeu por um voto, Dr. Aloísio Padilha.
IPATINGA COM ODONTOLOGIA: A GUERRA COMEÇOU O novo curso de odontologia de Ipatinga, embora nem engatinhando esteja ainda, promete guerra com a nossa Univale. Tudo indica que o curso lá não será em tempo integral como o nosso. Aliás, como já havia dito aqui na coluna, no Facebook e na TV, o governo está incentivando a odontologia num único turno para baratear e possibilitar que alunos carentes também trabalhem.
Os shows da Orquestra Sinfônica do Sesiminas e da banda Jota Quest amanhã, sábado (29), no Filadélfia, vão começar exatamente às 22h. Não haverá atraso nas apresentações. Se algum convidado levar menor de idade, tem que se apresentar antes na portaria para credenciá-lo e só entram acompanhados dos pais ou responsável legal. Não é um show para bermudas e chinelos havaianas; é para um esporte chique. O projeto “A Força da Indústria. A Força de quem faz” é uma promoção da Regional FIEMG, presidida por Rosana Azevedo. Uma noite realmente de gala e cultura.
SÓ DELE O professor de engenharia e membro da Academia Valadarense de Letras Dr. Willian Figueiredo lança amanhã, sábado, seu livro com 40 poesias, com o título “O Tempo”. Na sede da Academia, às 19h.
DESCUIDANDO Muitos dos caminhantes dos calçadões da avenidas Rio Doce da Ilha e do bairro São Pedro, e também da orla do Lagoa Santa, que levam seus cães em coleiras ou sem, precisam também levar uma sacolinha plástica para recolher as fezes caso eles defequem nas calçadas. Está uma falta de respeito e de educação – dos donos, é claro!
LEI ESTÚPIDA DO DEPUTADO ROGÉRIO Enquanto o deputado do PSDB de Minas Rogério Marinho quer mandar prender professores que promoverem “assédio ideológico” na sala de aula, é bom lembrar que se nossa juventude fosse politizada não teríamos votado em tantos ladrões como existem hoje nas Câmaras Municipais, prefeituras, governos dos Estados e em todos os setores de Brasília. Antes tínhamos aulas de OSPB e Moral e Cívica; entrou Fernando Henrique Cardoso e ele retirou todas estas matérias, que eram políticas e ensinavam os direitos do cidadão e do eleitor. Antes sabíamos escolher; hoje colocam merdas e somos obrigados a nelas votar; cada uma pior do que a outra.
zapzap 33-99899200 ou julioavelargv@gmail.com Avenida Minas Gerais, 700 sala 610 após 14h. Celma e Celton Godinho em ferias em Paris
MUITO BOM O médico Dr. Dilermando Miranda deve ser o próximo entrevistado no Programa Júlio Avelar (TV Rio Doce), quando falará não só da medicina, que é sua especialidade, na área da gastroenterologia, mas, em especial, do Espiritismo, onde ele milita há anos com um trabalho social elogiado por todos.
Jackson é lutador experiente e com vários títulos Gina Pagú
MÉDICA JOVEM A bela jovem Ana Carolina Freitas de Amorim é a mais jovem valadarense formada em medicina em Vitória. A mãe, pediatra e simpática viúva Dr.ª Bety Amorim Freitas, está feliz da vida – e não é para menos.
A bela Valéria Pettersen no destaque
ESPAÇO VERDE, MUITO VERDE!
O jovem publicitário George Pomarolli tem feito sucesso com sua Agência Pomarolli Propaganda. Desde 1997, o cara segue firme na responsabilidade e seriedade ao dar a seus clientes o melhor em divulgação e vendas. Nossa nota 120 desta semana!
Valadares tem uma floricultura para a qual tiro o chapéu nos quesitos plantio de árvores e, em especial, paisagismo e belos jardins, sejam internos ou externos. É o Espaço Verde, que tem uma das maiores floriculturas da região, no bairro Jardim do Trevo, do nosso querido Janir José de Souza e sua equipe, com Belga e David José Costa.
TALMIR AQUI
CASANDO
O fundador do MIT, hoje Univale, professor e mestre Talmir Canudo Costa, deve voltar a Valadares no dia 21 de outubro para as comemorações dos 40 anos de fundação da Academia Valadarense de Letras, da qual ele foi o mentor, e quem indicou a professor Antônia Izanira Carvalho como a responsável pela iniciação. Além da atual Univale, Talmir foi responsável pela ETEIT e extinto GOT – Ginásio Orientado para o Trabalho, cuja primeira diretora foi Ruty Soares.
O jovem empresário Iline Soares e Rayane Souza marcaram para 10 de outubro o casamento, com festa, muita alegria e amor. Presença confirmada com certeza e com gosto.
SERIEDADE NA PUBLICIDADE
DE OLHO NELA Alguns partidos pequenos querem porque querem a empresária Rosana Azevedo, presidente regional da FIEMG e do Sindicato dos Vestuários da região, como candidata a prefeita ou a vice nas eleições do ano que vem. Por enquanto, ela está ainda filiada ao PDT de André Merlo. Não diz que sim nem que não.
TÁ ESQUENTANDO! A política começou a esquentar em GV City. Renato Fraga já instalou seu escritório no edifício Linconl Byrro, na avenida Minas Gerais, e neste sábado estará em Valadares. Tem agenda lotada com amigos e futuros correligionários.
TÁ FEIA A COISA Uma das piores ruas para se trafegar em Valadares é a Israel Pinheiro, do bairro Universitário à porta da Univale. Quando não são os buracos, são as ondulações.
Borbulhantes... Artur Soares Damasceno fazendo curso em Belo Horizonte. Boas novidades em breve. Praça das Capitanias, no Morada do Vale, precisando de bancos e plantio de três novas palmeiras imperiais. Empresário Cleber Siqueira e Dora passeando em Natal. Ele faz 73 anos hoje. Parabéns! A União Ruralista tem que melhorar sua assessoria de imprensa em 2016. André Merlo sabe do último estrago.
Mais que um campeão dos tatames, um campeão do esporte
Júlio Avelar é jornalista, apresentador na TV Rio Doce e membro da Academia Valadarense de Letras
SINFONIA E JOTA QUEST
Casal destaque dr. Dilermando Miranda e a elegante Marília
FIGUEIRA - Fim de semana de 28 a 30 de agosto de 2015
Presidente da Fundação Percival Farquhar, Dr. Rômulo Coelho, está mais empenhado do que nunca no curso de medicina para a Univale junto com o reitor Geraldo Prata. Cida Barroso na eficiência dos colchões Kenko Max, na Galeria Wilson Vaz. Melhor da vida. Ano que vem teremos eleições. Todo cuidado é pouco. A prefeitura não aguenta manter e a Vale abandonou a Praça da Estação. Cupim na madeira, muita sujeira e o chafariz, que nunca mais funcionou. Tadinha de Valadares...
Bairro Altinópolis ganhou uma bela Unidade Básica de Saúde, inaugurada dia 25 pela prefeitura de Valadares.
Creuza Leite Gualberto continua dedicada às artes plásticas e ao Lions Clube.
A brilhante advogada Elita de Souza cada dia mais charmosa e feliz da vida. Competente pra lá!
Empresário Nasser Nacif e Dr.ª Samira Avelar Nacif regressam de lua de mel nas ilhas do Caribe.
Rodrigo Fabiano com duas belas lojas Nutri Center em Valadares: uma na João Pinheiro e outra no GV Shopping. O competente fisioterapeuta Rafael Avelar Nunes estará na próxima semana no Programa Júlio Avelar (TV Rio Doce) falando da sua especialidade: a quiropraxia, que é a manipulação de coluna. Trocando em miúdos: coloca sua coluna no devido lugar.
É com orgulho que a FIEMG Regional Rio Doce presenteia Governador Valadares e região com o concerto “A Força da Indústria. A Força de quem faz” com a Orquestra Sinfônica SESIMINAS e a banda mineira Jota Quest. Sábado, 29 de agosto, Sociedade Recreativa Filadélfia, às 22 horas.
Neste sábado (29), Louvor e Adoração, às 19h30, na Igreja Chamas do Avivamento, no bairro São Cristóvão, com o pastor Ednewton Saturnino. Enes Cândido esteve em Brasília ao lado de Renato Fraga e Sérgio Naves em busca de melhorias para a saúde de Valadares.
Açucena se prepara para o 2º Encontro de Cavaleiros, nos dias 4, 5 e 6 de setembro. Com Breno Barreto e Banda mais o cantor Thiehalls. Apoio de Jansen Siman. Então: Ser chique mesmo é honrar a sua palavra, ser grato a quem o ajuda, correto com quem você se relaciona e honesto nos seus negócios. Até semana que vem!
C
om mais de 30 anos como atleta do judô e pouco mais de 20 de jiu-jitsu, filho do primeiro sensei de Governador Valadares, Ciro Antão de Moura, Jackson Moura começou a lutar nos campeonatos ainda no exército, com 18 anos. Foi selecionado
na época para ser atleta das Forças Armadas e disputar os campeonatos nacionais e internacionais. Serviu durante esse tempo e em seguida voltou para Valadares. Em Poços de Caldas obteve as primeiras vitórias fora da corporação. Aliando dois esporte que se complementam, jiu-jitsu e judô, o atleta seguiu sendo campeão em muitas disputas. Desde os três anos, ainda muito pequeno, disputou seu primeiro campeonato com o apoio da família e começou a desenhar a carreira de sucesso que conhecemos hoje. Há dois anos Jackson atua somente como técnico, mas disse que sua carreira é abençoada porque sempre teve apoio e patrocínio. “Ao contrário de muitos atletas de Valadares, que têm dificuldades para viajar e disputar os campeonatos, eu sempre tive apoio, tanto familiar quanto de patrocínios. Pra mim, essa é a maior deficiência do esporte em nossa cidade.” Jackson passa os ensinamentos para a
irmã Isabela (que é campeã no judô e também no jiu-jitsu) e para uma das filhas, de sete anos, que começou a treinar com ele. “Fui diplomado no último campeonato em Vitória e sou faixa preta. Hoje atuo como técnico e árbitro, mas até aqui foram muitos treinos e lutas. Quero deixar para a minha família e meus atletas muitos ensinamentos e tudo de positivo que o esporte pode nos dar.” Durante dez anos, Moura treinou no Rio de Janeiro com o mestre Calrson Greice, depois passou a treinar com Rodrigo Dan. “A partir desse contato com o Dan, eu passei a treinar também MMA, boxe e muay thai, e trouxe essas novidades para Valadares. Hoje, com professores renomados tanto no boxe (Adailton Santos) quanto no muay thai (Daniel Mendes), posso oferecer aos atletas e futuros atletas da cidade o que se tem de melhor em artes marciais.” Os marcos da vida esportiva de Jackson são os sete primeiros lugares em mundiais.
O lutador mantém uma academia de jiu-jitsu que sempre cria novas revelações no esporte
“A primeira vez que ganhei um mundial foi em 2006, em Niterói. Também fui sete vezes campeão pan-americano, sete vezes sul-americano e 28 vezes campeão brasileiro. Essas vitórias marcaram minha carreira e me fazem o atleta que sou hoje.” Moura deixa o recado sobre a maior vitória que o esporte lhe trouxe. “Hoje tenho uma academia que fomenta o esporte, temos atletas que treinam e ensinam pelo mundo e em muitos Estados brasileiros. Ver essa semente que foi plantada aqui em Valadares e os frutos sendo colhidos a favor do esporte nos traz uma satisfação enorme. E isso é um trabalho que começou com meu pai, hoje está nas minhas mãos e que passará para a próxima geração. É um trabalho que não para e, se Deus quiser, vamos dar muita alegria para nossa cidade e nosso país.”
CIDADES 10
FIGUEIRA - Fim de semana de 28 a 30 de agosto de 2015
ESPORTES 11
O tetracampeão do Pan-Americano que quase ninguém conhece
Viagens no novo trem da Vale completam um ano na viagem, pois ou viajávamos mais perto da locomotiva, na segunda classe, que tinha bancos mais duros e não reclináveis, e chegávamos ao destino mais sujos, ou pagávamos um pouco mais pela passagem na primeira classe e, ainda assim, chegávamos cobertos de minério. Agora, com o trem novo, é uma maravilha. Todos os passageiros no mesmo patamar de atendimento e segurança, bancos confortáveis, ar-condicionado e uma viagem silenciosa. Hoje meus filhos já são adultos, viajam mais a trabalho, mas, ainda assim, continuam usando o trem da Vale para ir a Vitória e região.”
Turismo
Viagem de trem é um passeio pelas belezas de Minas Gerais
Gina Pagú
O
novo trem de passageiros da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), único do Brasil que percorre longas distâncias diariamente, completou, no dia 5 de agosto de 2015, um ano de funcionamento no trajeto diário entre Cariacica (ES) e Belo Horizonte (MG). Segundo o gerente executivo de Operações da Estrada de Ferro Vitória a Minas, Carlos Quartieri, esse é um sonho concretizado para atender os passageiros de Vitória a Minas. “Há um ano concretizamos um sonho, que foi o de renovar a frota de carros de passageiros para atender 42 cidades. A aceitação do público em relação aos novos carros nos indica a importância do trem de passageiros para as pessoas que utilizam o transporte ferroviário
diariamente pelos mais variados motivos – e isso nos dá uma enorme satisfação.” Em seu primeiro ano de história, o novo trem já transportou quase 1 milhão de passageiros, volume que representa uma taxa média de ocupação de 90%. Nesse período, muitas histórias marcaram as viagens ao longo dos 664 quilômetros da ferrovia. Há quem viaje a trabalho ou a passeio. O fato é que o trem que liga os dois Estados vizinhos faz parte da vida de muitos mineiros e capixabas, como da família Cardoso, que sempre levava os filhos para passar férias escolares nas praias de Vila Velha. Dona Aparecida conta que se lembra de quando o trem ainda tinha a segunda e primeira classes, e não havia ar-condicionado. “A aventura das férias já começava
Para quem ainda não teve o privilégio de viajar no novo trem e quiser fazer uma viagem rápida para conhecer, uma das opções é embarcar na estação Pedro Nolasco, em Cariacica (ES), e viajar até Resplendor (MG), pois é possível ir e voltar à cidade no mesmo dia viajando no trem de passageiros. Quartieri explica que esse é um destino muito procurado pelas famílias e turistas. “Saindo da estação de Pedro Nolasco, em Cariacica (ES), de onde o trem parte diariamente, às 7h, os passageiros chegam ao município por volta das 11h. Um dos atrativos da cidade é um passeio num minitrem que leva os turistas em um tour pelos principais pontos turísticos locais. O retorno para a estação de Resplendor, onde o minitrem aguarda a chegada do trem de passageiros na cidade, acontece por volta das 16h, horário em que a composição da Vale passa no local para retornar à estação Pedro Nolasco, destino final da viagem no Espírito Santo.”
Novo trem Com investimento de 80,2 milhões de dólares, o novo trem de passageiros da Estrada
Fernando Gentil
de Ferro Vitória a Minas conta com 56 novos carros, sendo dez executivos e 30 econômicos, além de carros-restaurante, lanchonete, gerador e cadeirante – para pessoas com dificuldade de locomoção. Cada carro executivo tem capacidade para transportar 57 passageiros; os econômicos acomodam 75 pessoas. Em ambas as classes, os carros são climatizados e disponibilizam tomadas elétricas individuais nas poltronas para o carregamento de equipamentos eletrônicos, como notebooks e telefones celulares. Os banheiros receberam novo layout e tecnologias que priorizam o uso sustentável dos recursos naturais, como a substituição do papel toalha por ar quente para a secagem das mãos. O sistema de descarga é a vácuo, semelhante ao utilizado na indústria da aviação, o que reduz o consumo de água. Além disso, toda a composição conta com detector de fumaça, aumentando a segurança dos usuários. As poltronas são mais largas e confortáveis. As novidades contemplam também os carros-restaurante e cadeirante. O primeiro possui 72 lugares, o que representa um acréscimo de 56% em relação às composições que operam atualmente.
Lembranças Há um ano, o chefe de trem Abdo Assis, na função há 12 anos, e que coordenou a viagem inaugural, conta que se surpreendeu com os moradores da cidade de Aimorés (MG). “Uma das lembranças mais marcantes que tenho da primeira viagem do novo trem foi a receptividade dos moradores de Aimorés. Ao chegarmos à estação da cidade havia muitos moradores, principalmente crianças, adolescentes e docentes de instituições de ensino do município com faixas comemorando a chegada do novo trem.”
Assentamento Oziel completa 21 anos Mais de 200 pessoas comemoram uma das conquistas do MST no Vale do Rio Doce Nelsina Gomes
FERRAMENTAS JARDINAGEM RAÇÃO SEMENTES
Rua José Luís Nogueira, 443 Centro - GV Fone: (33) 3021-3002
Nos dias 21, 22 e 23 de agosto diversas pessoas da região prestigiaram a festa de aniversário do Assentamento Oziel Alves Pereira. Mística, história do assentamento, dança e uma cavalgada que reuniu centenas de cavaleiros e amazonas fizeram parte da celebração. O Oziel foi a segunda área conquistada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na região do Vale do Rio Doce. Ocupado no dia 23 de agosto de 1996 por aproximadamente 300 famílias, o acampamento resistiu por um ano e dez meses, e, no dia 26 de julho de 1996, o Instituto Nacional de Colonização da Reforma Agrária destinou as terras às 48 famílias que ainda resistiam nos barracos de lona. As terras que levavam o nome de Fazenda do Mistério pertenciam à Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), com um total de 1.942 hectares de terras improdutivas. Após muitos anos, as famílias que ali permaneceram foram construindo suas vidas, suas raízes e suas histórias. Hoje o assentamento possui duas escolas, sendo uma estadual, com aproximadamente 40 crianças nos anos iniciais, e uma creche e pré-escola municipal com cerca de 50 crianças. Ao longo desses 21 anos, os assentados tiveram muitas conquistas
Valadarenses chegam à final do Campeonato Mineiro de Futsal
Marcel Stürmer é campeão mundial e luta pela primeira medalha olímpica
Mineiros e capixabas comemoram aniversário da nova composição do trem de passageiros Foto: Divulgação
FIGUEIRA - Fim de semana de 28 a 30 de agosto de 2015
Foto: Divulgação
por meio das lutas do movimento e umas delas é o direito à educação. No assentamento, muitas pessoas conseguiram cursar o ensino superior pelo Programa Nacional de Alfabetização na Reforma Agrária (PRONERA). Famílias comemoram aniversário do acampamento As primeiras 48 famílias acampadas se multiplicaram e viraram teressados em seguir os passos de seus pais muitas outras, com filhos e netos ocupando os na luta pela reforma agrária. “Nós, jovens do lotes de pais e avós. Nos últimos anos, duas fi- Oziel e do MST, estamos sempre presentes lhas de assentados concluíram o curso de me- nos atos de lutas, seja em uma nova ocupadicina oferecido pelo governo Cubano. Hoje ção ou nos cursos de formação, como o curelas exercem a profissão na região do Vale do so de Realidade Brasileira. Estamos aprenRio Doce. dendo a lutar, participamos no mês de maio Marta Helena Rozeno se formou pelo da Jornada Universitária, fazemos reuniões PRONERA e hoje é diretora de uma das es- da juventude no acampamento e ocupamos colas do assentamento. “Muitas pessoas que prédios públicos, como fizemos no Ministéaqui chegaram não sabiam ler nem escrever. rio da Fazenda em Belo Horizonte. EntendeAs conquistas do assentamento proporciona- mos que nosso objetivo é garantir todo tipo ram alfabetização, ensino médio e graduação. de direito aos trabalhadores,” afirmou Sara Isso nos faz acreditar a cada dia que a luta Raquel, 17 anos, e militante do Coletivo de pela reforma agrária vale a pena.” Juventude do MST. Com uma população de 260 pessoas, o As famílias produzem hortaliças, legumes, assentamento tem cerca de 60 jovens entre queijo, criam frango caipira, tiram leite, entre 16 a 30 anos e alguns deles se mostram in- outras produções artesanais.
V
ários esportes no Brasil são deixados de lado pela imprensa e pelo senso comum. Isso ocorre por uma escolha dos meios de comunicação. Eles preferem os esportes historicamente mais tradicionais e deixam no esquecimento os que vêm crescendo no país. Um exemplo disso é o futebol feminino. Apesar de ser o principal esporte do país, a sociedade patriarcal e machista que vive no Brasil torna essa modalidade subalterna a vários outros esportes masculinos. As mulheres do futebol brasileiro quase sempre chegam a finais, ganham boa parte dos campeonatos de que participam e têm a melhor jogadora do mundo há vários anos consecutivos. E, mesmo assim, a atenção dada a elas é ínfima, quase nenhuma. Assim também ocorre com o esporte paraolímpico. Os atletas não têm visibilidade, não são alvo de grandes patrocínios, não são vistos como heróis, aliás, não são sequer vistos. Não passa na televisão o ParaPan ou as Paraolimpíadas. Apenas flashes de competições, mas não a competição em si. O Brasil ficou em primeiro lugar no quadro de medalhas no Parapan-Americano deste ano. Não houve alarde por parte da imprensa. Os atletas praticamente deixam de existir na mídia e, consequentemente, na casa das pessoas. Assim como as mulheres e os atletas paraolímpicos está Marcel Stürmer. Ele é patinador artístico. Um esporte que poucos sabem ao certo o que é. O que faz com que, mesmo sendo tetracampeão do Pan-Americano e campeão mundial, ele não seja conhecido por boa parte da população brasileira. “Sempre foi muito difícil. Ajuda zero
ou alguma ajuda. Eu não posso reclamar. Quero que cuidem do que falei. Eu tenho meus patrocínios, meu primeiro contrato foi quando ganhei meu primeiro Pan e, desde então, sempre fui patrocinado. Algumas vezes mais, outras menos. Mas, o que fica de reflexão para o país é que tive que ganhar um Pan-Americano pra ter um patrocínio”, confirma o jovem em entrevista ao UOL. Para mudar essa realidade, Marcel resolveu tomar uma medida. “Quando me dei conta de como o público sabe pouco sobre isso, sobre a rotina de um atleta de um esporte que é tão pouco divulgado, resolvi aceitar o desafio de gravar o documentário. A ideia é mostrar o cotidiano de um atleta, o que é necessário para se ganhar uma medalha nos Jogos Pan-Americanos. A cada quatro anos, o público conhece essas histórias em compactos de dois minutos, em matérias nas TVs. O que eu quero é mostrar a rotina antes do resultado”, conta o esportista. A patinação artística também é um esporte de alto rendimento, embora muitos achem que não. Há todo um preparo, treinos cansativos e diários, problemas de lesões e todas as dificuldades por que um esportista passa. “As lesões que mais doem são as crônicas, aquelas que aparecem porque você está treinando demais. Quando é dor de tombo, não ligo muito. Suporto muito bem esse tipo de dor. Agora, quando é crônico, é muito mais difícil. Imagine uma dor no braço que você segue apertando. Vai inchar mais. Para um atleta, você está apertando uma, duas, duzentas vezes. A dor se torna insuportável”, relata o patinador. Marcel é considerado o melhor patinador da história do país. Ele não é apenas um atleta im-
Foto: COB
Marcel treina forte diariamente pela medalha olímpica
portante, mas o mais importante do esporte brasileiro nesta modalidade. Além dos títulos internacionais, ele é 15 vezes campeão brasileiro na patinação artística. “O que quero deixar de legado para a nação, muito mais do que esse recorde, é que comecei com tudo contra mim. Podem existir poucos erros, mas é isso que quero que as pessoas levem, não importa onde nascem, o background, mas se fizer o que tiver ao seu alcance, é possível chegar lá”, conclui o esportista. Marcel espera ganhar sua primeira medalha de ouro olímpica este ano no Brasil. Para isso, treina diariamente com esse propósito. Para ele, que já conseguiu quatro títulos pan-americanos e um mundial, não vai ser difícil. O que vai ser complicado é que o país saiba disso depois que a vitória vier.
O time feminino adulto de Valadares passou pelas semifinais do Campeonato Mineiro de Futsal Feminino. As garotas mantém uma campanha incrível. Estão invictas e jogam um futebol cada vez mais bonito. Elas venceram os três jogos da última fase do campeonato, que aconteceu em Itabira. Com isso, conseguiram uma vaga na final do torneio. Venceram a equipe de Padre Paraíso por 3 x 1; a de Ipatinga por 6 x 1; e a de Itabira por 4 x 2. Além da equipe valadarense, Ipatinga, Padre Paraíso e Montes Claros também estão na fase final. A provável data das partidas será no fim de setembro ou início de outubro. A cidade das finais também não foi definida – provavelmente será em Montes Claros. Valadares é a atual campeã do mineiro feminino de futsal. Além disso, já é pentacampeã na competição, com títulos nos anos 2005, 2008, 2011, 2012 e 2014. E, neste final de semana, as meninas do sub 15 da cidade vão para os jogos finais em Belo Horizonte. Toda torcida para elas!
CULTURA 12
FIGUEIRA - Fim de semana de 28 a 30 de agosto de 2015
Dança contemporânea a preços acessíveis Clênio Magalhães traz novas possibilidades em arte e dança para Valadares
Gina Pagú
A dança respira com um novo vigor. O dançarino e professor Clênio Magalhães promove cursos de dança a preços acessíveis e inova com a popularização da dança contemporânea em Governador Valadares. Ele explica que o incentivo veio da própria falta de conhecimento da comunidade com relação a esse estilo. “Embora a cidade de Governador Valadares possua uma história de 30 anos de prática em dança e algumas academias e escolas já trabalhem com professores especializados, ainda é pouco o conhecimento da modalidade contemporânea pela população.” O professor explica que os cursos são economicamente acessíveis e têm o intuito de facilitar o inves-
do processo criativo dos espetáculos apresentados no final do curso, em dezembro. Clênio diz que a procura tem sido intensa e as classes artísticas se fortalecem a partir da conscientização sobre a importância da dança na vida e na cultura das sociedades. “Dançarinos, professores e todos que vivem da dança vêm abrindo caminho por meio de projetos de lei que incluem o ensino aprofundado das artes como conhecimento obrigatório nas instituições escolares, andando lado a lado com matérias como história, filosofia, psicologia, matemática, educação física, didática. Cada vez torna-se mais necessário o conhecimento sobre as artes e seus desdobramentos para que não
timento dos interessados. Assim, os aprendizes podem conciliar os cursos com outras atividades que já pratiquem. “Os interessados ainda poderão receber valores do investimento de volta por meio da bilheteria arrecadada na mostra dos cursos. Estas medidas tem o objetivo de apresentar um caráter profissionalizante da dança, em que o aluno pode perceber as chances mercadológicas deste gênero.”
Cursos Nos cursos, oferecidos a partir do início de setembro, os alunos estudarão a origem e as atualidades da dança contemporânea, assimilando técnicas específicas, e participarão
Agenda 10 Ingrid Morhy
Para dúvidas, críticas e sugestões, vamos interagir nas redes facebook.com/ingridmorhy twitter.com/ingridmorhy ingridmorhy (33) 9155-5511 ingridmorhy@gmail.com
Sexta (28/8) As sextas no Filadélfia estão sendo especiais. Nesta, tem Ailton Magalhães. Sexta (28/8) Olá, Soul Rock! Nesta sexta tem 3 on Fire no pub.
Sábado (29/8) Neste sábado, vem
aí a «diva que você quer copiar», Valesca Popozuda, AO VIVO, na Monalisa! As portas da boate serão abertas às 21h e o show começará pontualmente às 23h59.
Sábado (29/8) Tributo ao eterno
maluco beleza Raul Seixas, com a banda Anarkilopoles, no Oficina´s Pub.
Sábado (29/8) Aplauso é para quem merece!
Sábado (29/8) Conexão. Circuito de
bandas no Soul Rock Pub, com as bandas Victor Trio, Us Mininu, Gag Trio e Vira Lata´s.
CINEMA Linda de morrer A cirurgiã plástica Paula (Glória Pires) é obcecada em descobrir uma fórmula para combater a celulite. Acreditando ter descoberto a substância ideal, Paula a injeta no próprio corpo e acaba morrendo. Com a ajuda de um amigo psicólogo/ médium, ela volta à Terra e tenta evitar que se lance o produto no mercado.
SOCIAL
Nitia Malta Diniz entre modelos da loja Dona Cor Sidyne e Regina Bastos curtindo a noite
Curtindo o som de Erika Santos e DJ Ingrid Morhy em Era Nova: Jefferson Corrêa, Eduardo Ribeiro, Rafael Max e Ana Paula
se perca o contato com as gerações futuras e com outros países onde as artes são pedras de toque fundamentais no cotidiano das pessoas.”
Formação Clênio Magalhães deu seus primeiros passos na dança em Valadares em 1995 no Núcleo de Dança Gilberto Hastenreiter. Em 1996, ingressou no curso de licenciatura em dança da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e, em Salvador, foi coreógrafo, dançarino e ator. Durante três anos, entre 2000 e 2003, foi bailarino da Companhia Viladança do Teatro Vila Velha (ES), viajando pelo Brasil e Alemanha. Foi professor em universidades
mineiras e ministrou oficinas no Japão e França. Em 2011, foi curador do projeto Danco Liga Cultural de Dança, vencedor do Prêmio Klauss Vianna, da Fundação Nacional das Artes (FUNARTE). Em 2013, participou como performer do projeto Humble Market, da cia anglo-brasileira Zecora Ura. Atualmente, ele pesquisa sobre democratização, saúde e tempo na dança. Há um ano desenvolve o projeto de intervenção artística Dança Zero, que acontece uma vez por semana em locais públicos de Belo Horizonte e Governador Valadares. Mais informações sobre aulas, preços e cursos através do telefone (33) 9163-6063 e pelo facebook. com/clenio.magalhaes1