JORNAL FIGUEIRA ANO 2 NÚMERO 77 FIM DE SEMANA DE 18 A 20 DE SETEMBRO DE 2015 FIGUEIRA DO RIO DOCE / GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS EXEMPLAR: R$ 1,00
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Valadares vive drama. Não tem usina de resíduos, nem sequer um aterro sanitário. Gasta milhões por ano para levar o lixo a uma cidade vizinha. Qual a solução para este problema?! Página 6
O Brasil não foi descoberto. O Brasil foi invadido, tomado e assaltado. Desde a chegada dos forasteiros à América, o nosso povo legítimo não parou mais de sofrer. Deles foi tirado tudo: a terra, o sustento, a água, a saúde e principalmente a dignidade. Tratados sem nenhuma compaixão humana, nossos índios ainda continuam vítimas de uma história cruel e sangrenta que está longe do fim. O número de índios assassinados no Brasil voltou a crescer no ano passado. Após registrar uma pequena diminuição no número de mortes violentas em 2013, quando foram assassinados 53 índios, contra os 60 casos de 2012, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) mostra um novo aumento da violência, identificando 70 vítimas de homicídio. Os números constam do último relatório Violência Contra os Povos Indígenas, divulgado em junho deste ano pelo Cimi. No documento, a organização, vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), chama a atenção para a hipótese de os números serem ainda maiores. Antropóloga do Cimi e coordenadora do relatório, Lúcia Helena Rangel alertou para outro triste dado. “A mortalidade infantil e os suicídios exterminam a juventude indígena. Estamos diante de uma situação absolutamente grave”, disse ela. Os dados apontam que, em 2011, 670 índios morreram antes de completar um ano. Em 2013, ano mais recente disponibilizado pelo ministério, nasceram menos crianças, mas o número de mortes foi maior: 793 não chegaram ao primeiro aniversário, o maior número de mortes na faixa etária da série histórica, que começa no ano 2000. Com isso, a taxa de mortalidade infantil indígena do país (número de mortes por mil nascidos vivos) passou de 31,90 para 43,46 – um número duas vezes maior do que a média do Brasil (15) e similar ao de países como a Namíbia ou São Tomé e Príncipe. Apesar do aumento do investimento federal, do programa Mais Médicos e da maior organização dos povos indígenas, nunca se viveu um avanço anti-indigenista tão grande no Congresso Nacional. O avanço ruralista e a demora nas demarcações aumentam muito a situação de violência contra indígenas. Dados de organizações internacionais mostram que o Brasil é o país mais violento do mundo contra índios. Na nossa região, os índios Maxakali e Krenak também são vítimas de agressões frequentes e assassinatos. Lutam contra a mortalidade infantil e contra o preconceito. A falta de terra produtiva, o alcoolismo e outros problemas os deixam na berlinda. Não conseguem viver plenamente, como seus antepassados, nem conseguem ser cidadãos respeitados pela sociedade.
A verdade é que somos um povo que deveria se envergonhar por tratar assim a sua própria gente. “Se um fazendeiro nos mata até hoje é porque ele tem estrutura que dá condição para ele fazer isso. É porque tem um Estado que sustenta isso. Se na favela morrem jovens é porque tem um Estado que sustenta isso. Se há chacina em São Paulo ou em qualquer lugar é porque tem um Estado opressor que sustenta isso. Ainda tem gente que diz que tem orgulho de ser brasileiro. Eu não sou brasileira. Eu sou Tupinambá.” – disse Yakuy Tupinambá.
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O Jornal Figueira é uma publicação da MPOL Comunicação e Pesquisa. CNPJ 16.403.641/0001-27. Em parceria de conteúdo com a Fundação Figueira do Rio Doce. São nossos compromissos: - a relação honesta com o leitor, oferecendo a notícia que lhe permita posicionar-se por si mesmo, sem tutela; - o entendimento da democracia como um valor em si, a ser cultivado e aperfeiçoado; - a consciência de que a liberdade de imprensa se perde quando não se usa; - a compreensão de que instituições funcionais e sólidas são o registro de confiança de um povo para a sua estabilidade e progresso assim como para a sua imagem externa; - a convicção de que a garantia dos direitos humanos, a pluralidade de ideias e comportamentos, são premissas para a atratividade econômica.
Reportagem Gina Pagú - DRT/MG 013672
Colunista e Colaboradores Flávio Froés Ingrid Morhy Jaider Batista José Marcelo Júlio Avelar Marcos Imbrizi
Revisão Fábio Guedes - DRT/MG 08673
Diagramação Stam Comunicação - (33) 3016-7600
Artigos assinados não refletem a opinião do jornal
José Marcelo dos Santos é comentarista de política e economia e apresentador da edição nacional do Jogo do Poder, pela Rede CNT. É professor universitário de Jornalismo, em Brasília.
Você é a favor da PEC 215?
A queda do céu
Editor Fernando Gentil - DRT/MG 18477
FIGUEIRA - Fim de semana de 18 a 20 de setembro de 2015
PARLATÓRIO
EDITORIAL
Diretor e Jornalista Responsável Moisés Oliveira - DRT/MG 11567
POLÍTICA | ECONOMIA 3
OPINIÃO 2
FIGUEIRA - Fim de semana de 18 a 20 de setembro de 2015
José Marcelo / De Brasília
SIM
A verdade sobre PEC 215 Almir Morais Sá - Advogado, foi deputado federal por Roraima, autor da PEC 215/2000. Atualmente é presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Roraima
E
xistem algumas versões divulgadas pela imprensa sobre a PEC 215. Umas dão conta sobre o prejuízo dos índios sobre a perda de território, cultura e identidade pregada pela CNBB e as ONGs. Outra, o ministro da Justiça argumentou que se trata de matéria inconstitucional. Ora, todas estão redondamente enganadas. A PEC 215 é uma proposta a ser inserida na Constituição Federal garantindo ao Legislativo o direito de apreciar as demarcações de áreas indígenas, da mesma forma com que se aprecia a demarcação de áreas de proteção ambiental ou de qualquer projeto de lei. Onde está a inconstitucionalidade da matéria? O Brasil não vive em um “estado democrático” pela participação dos três poderes constituídos e pelas garantias individuais previstas pela Constituição Federal (CF)? O Congresso Nacional – constituído pela vontade popular – tem a obrigação e o dever de legislar sobre qualquer matéria de interesse do país. Portanto, caem por terra os argumentos de inconstitucionalidade. O que ocorre hoje quanto às demarcações de áreas ditas como indígenas? Na verdade, o Congresso Nacional ainda não disciplinou normas que estabeleçam regras para as demarcações de áreas indígenas. A CF apenas diz que os indígenas têm o direito às terras que “tradicionalmente” habitam. Tais atos hoje são firmados por portarias do Ministério da Justiça e, por fim, demarcadas por decreto da presidente da república. Atos estes que nem sempre são justos. Sendo assim, o que se tem visto é a omissão do Congresso Nacional sobre relevante matéria. Afinal, o que diz a PEC 215? Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: (…) XVIII – aprovar a demarcação das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios e ratificar as demarcações já homologadas; Art. 2º, § 4º, do art. 231 passa a vigorar com a seguinte redação: Art. 231 (…), § 4º: As terras de que trata este “artigo, após a respectiva demarcação aprovada ou ratificada pelo Congresso Nacional, são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, Imprescritíveis”. § 8º: Os critérios e pro-
cedimentos de demarcação das Áreas Indígenas deverão ser regulamentados por lei. Ora, nada mais justo que a participação do Congresso Nacional na apreciação de atos do poder Executivo como se dá em qualquer projeto de lei encaminhado ao Legislativo. A ideia é o poder Executivo propor as demarcações de áreas indígenas ao Legislativo, e este, por sua vez, como poder emanado do povo, analisar e chancelar. A proposta aprovada pelo Legislativo retorna ao executivo para sanção e homologação. Isto é democracia! O que estas instituições, que são contra a PEC 215, se baseiam para argumentar contra as demarcações de áreas indígenas, são laudos antropológicos emitidos por pessoas ligadas a estas mesmas entidades. Portanto, com influências distorcidas da realidade e totalmente unilaterais, forjadas em interesses institucionais, totalmente parciais. Não há regras definidas que garantam uma justa demarcação e indenização dos prejudicados. A participação do Legislativo dará maior legitimidade ao processo demarcatório. Desta forma, não há como sustentar sobre a inconstitucionalidade e, consequentemente, a limitação dos direitos dos índios. Pelo contrário, haverá ampla discussão nacional sobre o assunto. Afinal, envolve não só o direito dos índios, mas também os direitos de toda a sociedade. A proposta da PEC 215/2000 vem no momento em que se estabelece no Brasil, de Norte a Sul, o conflito pela terra. O Executivo, frágil, sofre pressões de toda ordem e não dispõe de isenção para sozinho assumir tamanha responsabilidade. Assim sendo, o Legislativo tem a obrigação de contribuir nesta matéria conflituosa. Cabe lembrar ainda que, na ausência do Legislativo, recentemente coube ao Judiciário ditar normas sobre demarcação de áreas indígenas, quando da polêmica demarcação da “Terra Indígena Raposa Serra do Sol”, no Estado de Roraima. Finalmente, a PEC 215/2000 é uma tentativa cidadã e ato democrático em um país em pleno exercício da democracia.
NÃO Arildo Dias - Biólogo por formação e aspirante a escritor. Alguém que já utilizou uma única definição
para se descrever e agora prefere dispensar tal necessidade. Mora em Campinas (SP)
A
Chororô peemedebista
Circuito Dilma 2
E os governadores?
Depois de se reunir com líderes e vice-líderes da base aliada e com os 19 governadores de partidos próximos ao governo no início da semana, a presidente Dilma Rousseff se prepara para uma maratona de reuniões com deputados e senadores de todos os partidos. Assim como fez com os líderes e governadores, a presidente vai tentar convencer os parlamentares a votar a favor das medidas anunciadas para evitar o rombo fiscal, além de recriar o imposto do cheque. A estratégia já foi apelidada de circuito Dilma.
A estratégia adotada pela presidente e pelos assessores é levar ao Palácio do Planalto grupos menores de parlamentares para a presidente ter com eles uma conversa mais aberta e mais intimista. Assim, a esperança do Planalto é conseguir sensibilizar os parlamentares a votar a favor da proposta, considerada impopular até mesmo pelos deputados e senadores da base aliada. Dilma Rousseff, segundo o vice-líder do governo na Câmara, Sílvio Costa (PSC –PE), está disposta a ouvir com paciência as queixas dos parlamentares e está com muita disposição para discutir o que acha importante para o país sem levar em conta interesses pessoais.
Do PMDB a presidente Dilma Rousseff já sabe que vai ouvir queixas durante o “circuito Dilma”, segundo uma fonte do Palácio do Planalto. A reclamação é maior entre os senadores do partido, que reclamaram do fato de não terem sido consultados antes do anúncio das medidas. A presidente dirá a eles, segundo a fonte, que agiu assim para demonstrar ao país que tem capacidade de pensar soluções para o momento de crise, mas que precisa de apoio na tramitação. O medo de traições e do chamado fogo amigo tem sido grande, segundo a fonte.
A conversa foi amigável, mas o tom de cobrança ficou evidente. Na reunião que teve com os governadores para pedir o apoio às medidas de ajuste, Dilma Rousseff deu a eles um motivo para pressionar os parlamentares: lembrou que parte do dinheiro da CPMF será enviada aos Estados, que vêm sofrendo com aumento de gastos e redução da arrecadação. Em tom de brincadeira séria, lembrou que os governadores têm o poder de chamar os parlamentares para uma conversa de pé de ouvido e lembrar que se votarem contra estarão prejudicando os Estados e que isso pode ser espalhado nas bases eleitorais de cada um.
país. Felizmente, o atual relatório aprovado pela CCJ, do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), retira a parte relacionada à ratificação de demarcações já homologadas. Claramente, a aprovação da PEC 215 é uma vitória da bancada ruralista. Na prática, isso significa que a decisão de criar ou não uma área indígena ou unidade de conservação vai estar sujeita a essa bancada. A velha história dos interesses pessoais de alguns prevalecerem sobre os interesses das minorias. Às vezes ficamos apenas assistindo fatos como esse acontecerem, muito embora eles influenciem diretamente e em grande escala nossa vida e a de todo mundo ao nosso redor, a curto e longo prazos. Acredito que sempre é possível fazer algo. Que seja para mostrar que não concordamos com o que está sendo proposto. *Texto retirado do blog Papo de Homem
RECORTE DAS REDES
Sibá na mira
Tão difícil quanto agradar a todos é o desafio de desagradar a todos, mas o deputado federal Sibá Machado (PT-AC) vem sendo apontado como o homem que conseguiu vencer o segundo desafio com folga. Desde o início do ano na liderança do PT, o deputado vem tirando o sono da Presidência da República porque não consegue unificar o discurso entre os parlamentares da legenda. Sibá Machado também conseguiu desagradar os parlamentares petistas, que vêm reclamando do baixo desempenho dele na condução dos trabalhos e do diálogo com o governo, com a presidência da Câmara e com os demais partidos da base.
Da Redação
Sacudindo a Figueira A figueira precipita na flor o próprio fruto Rainer Maria Rilke / Elegias de Duino
Encontro de contas
PEC 215: O maior retrocesso recente na defesa dos índios PEC 215 é uma proposta de emenda constitucional que transfere para o Congresso Nacional a exclusividade na demarcação de terras indígenas, quilombolas e unidades de conservação. A seguir, mostro um pouco do que, na minha visão, significa um dos maiores retrocessos, caso essa proposta seja realmente aprovada, para a defesa dos direitos dos índios, afrodescendentes e do meio-ambiente. Quando eu comecei a escrever este texto pensei em fazer uma linha histórica, juntar milhares de informações sobre a questão indígena no Brasil, ressaltando o massacre desse povo e o desaparecimento de várias etnias desde a chegada dos portugueses. Segundo o censo de 2010, dos quatro a dez milhões que existiam naquela época, restaram apenas os 817 mil atuais. Do mesmo modo, pensei em ressaltar as comunidades de quilombolas que surgiram como uma forma de resistência à escravidão e a importância disso para a constituição de nosso povo. Mas me pareceu que qualquer contextualização histórica seria artificial e tiraria o foco do que realmente interessa neste assunto. A questão principal que surge com a aprovação da PEC 215 diz respeito a um processo que se mantém há séculos no Brasil: a legitimação dos interesses econômicos de uma pequena parcela da elite brasileira em detrimento de minorias historicamente desfavorecidas. Ao transferir do Executivo para o Legislativo (Congresso) a competência na demarcação das terras indígenas, quilombolas e unidades de conservação, surgem dois problemas imediatos. O primeiro é que as instituições responsáveis por estudos e propostas de demarcações de terras indígenas, comunidades quilombolas e unidades de conservação, respectivamente, Funai, Fundação Cultural Palmares e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), perdem força. O segundo é que, pelo menos em teoria, a Constituição de 1988 estabelece que a decisão sobre essas questões seja do Executivo justamente como uma forma de evitar que interesses locais e regionais possam prevalecer e influenciar nessas decisões – e isso foi alterado. Mais grave ainda é que esse texto da PEC, feito em 2000 pelo deputado Amir Sá, do PPB (atual PP) de Roraima, prevê que os parlamentares poderiam ratificar ou não todas as terras indígenas já previamente demarcadas. Ou seja, em teoria, os congressistas poderiam acabar com as terras indígenas do
Circuito Dilma 1
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“O Brasil se aproxima
O Instituto de Previdência dos Servidores Municipais foi motivo de uma audiência na Câmara de Vereadores. A discussão girou em torno de uma presumida dívida da Prefeitura que já alcançaria 70 milhões de reais. No entanto, desde que o IPREM foi criado ele não cumpriu a legislação que lhe atribui o pagamento dos servidores inativos. Durante 20 anos a Prefeitura arcou com esses pagamentos mês a mês. Desde o início deste ano o IPREM assumiu o pagamento dos inativos, por medida judicial, derrotado em ação que ele próprio moveu contra a Prefeitura, sob o diretor anterior. A Prefeitura aponta que estão em jogo quase 40 milhões de reais pagos aos inativos ao longo desses anos indevidamente. O que se requer é o encontro de contas, para se confirmar de fato o quanto é devido.
do que acontece nos Estados Unidos, em que a direita existe para impedir de governar.” Thimothy Power, diretor do Programa de Estudos Brasileiros na Universidade de Oxford.
Palanque
Convidei o André para o PSDB
No entanto, à frente das iniciativas de confronto e evitando a busca de entendimento está o conselheiro do IPREM Valter Teixeira. Ele tem apostado no “quanto pior, melhor”, de olho na exploração eleitoral do assunto. O que ele não declara é que está na condição frágil de quem foi eleito para o Conselho por um segmento de servidores e agora é inativo. No mesmo Conselho já há uma representante eleita pelo segmento dos inativos. Ou seja, ele está fora de lugar. Não investir na solução do problema agrava a situação para todos. Todos perdem.
O comunicador Hércules Dias divulgou nesta semana entrevista com o deputado estadual José Bonifácio Mourão, do PSDB. Nos seis minutos de conversa, Mourão confirma: “Convidei André para vir para o PSDB”. Declara que esta possibilidade é real, que já tem buscado entendimentos sobre esse encaminhamento com Ruy Moreira, Helio Gomes, a deputada federal Brunny e com a família Diniz.
Austeridade lá e cá
O Grupo e a conta errada
A prefeita Elisa Costa, do PT, anunciou em coletiva na quinta-feira medidas de austeridade e ajustes. Valadares depende em muito de repasses federais. Em ano atípico de queda de arrecadação federal o município é diretamente atingido. Algumas centenas de demissões e processos mais eficientes em vários setores para gerar economia. Como a presidenta Dilma, Elisa redesenhou as contas para garantir, mesmo com menos dinheiro, o cumprimento dos compromissos com os servidores até o final do ano e não deixou tocar no atendimento à população: não freou a expansão do atendimento de creches, garantiu o pleno acesso à pré-escola e está consolidando a rede de estratégia de saúde da família.
Mourão diz que “este grupo está unido independentemente de ser com André ou comigo”, dá tom professoral ao declarar que “pouco mais de 20% escolheu Elisa e ela ganhou.” Garante que isso não vai ocorrer mais e é incisivo: “não vou ficar longe de GV mais”. Os 20% da Elisa a que Mourão se refere foram de fato 32,21% na reeleição. Na eleição em que Elisa bateu Mourão ela ultrapassou 49,9%. Essa conta errada do deputado faz muita diferença nas urnas.
Vai trocar?
Na avaliação do governo, o fraco desempenho de Sibá Machado no papel de líder do PT vem facilitando a vida dos parlamentares que querem se manter a uma certa distância da presidente Dilma Rousseff e do Palácio do Planalto como um todo. Setores do PT pensam em fazer uma troca urgente de líder. Enquanto isso, quem vem ocupando a lacuna, numa espécie de acúmulo de função, é o deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo.
Então era possível?
Bastou a divulgação da notícia de que a Câmara vinha gastando R$ 1,2 milhão em horas extras de servidores por sessão noturna para a Casa mudar as regras. A partir de agora, serão gastos “apenas” R$ 400 mil por reunião à noite e “sem prejuízo das atividades legislativas”. Ou seja: era possível estar nesse ritmo há tempos. E quem sabe a Câmara não adota outra estratégia ao implantar o trabalho por turnos? Assim, pagar hora extra seria desnecessário.
INTERNACIONAL 5
Pesquisadores da USP descobrem remédio contra o câncer
Tráfico de mulheres é rotina no México
Medicamento pode ser a cura para um dos principais males da humanidade Fernando Gentil
O
nome é difícil, mas suas propriedades são dignas de um Nobel. A fosfoetanolamina é uma substância que destrói as células cancerosas e acaba com o desenvolvimento do tumor. Após anos de pesquisa, o Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo conseguiu provar que o remédio possui sim eficácia. O problema é que a última etapa para que o remédio possa ser distribuído para a população não foi atendida. E a culpa, como sempre, é do capital. A questão é que para ser liberado pela Anvisa, o medicamento deve passar por uma análise clínica em um hospital. Porém, nenhuma instituição quer trabalhar com o remédio sem que a patente passe para ela. Os pesquisadores são contra. O objetivo é disponibilizar o medicamento com o menor custo possível. Hoje, quem tem uma liminar, consegue comprar cada cápsula por dez centavos apenas mais o custo dos Correios. Ao passar a patente para alguma instituição, a chance de aumentarem o valor e transformarem em mais um artefato da indústria farmacêutica é alta. E a saúde de milhões de pessoas que morrem de câncer anualmente não pode continuar nas mãos do capital farmacêutico. São vários os depoimentos pró e contra o uso do remédio. O que deve ficar claro é que a fosfoetanolamina não faz milagres. Ele, em combinação com alguns tipos de alimentos e suplementos, causa a destruição de células cancerígenas e acaba com o desenvolvimento do tumor. Porém, se o paciente já estiver em estado
Foto: Reprodução/EPTV
FIGUEIRA - Fim de semana de 18 a 20 de setembro de 2015 Foto: Roraima em Foco
POLÍTICA | ECONOMIA 4
Cerca de 20 mil pessoas são traficadas por ano no país
Foto: Divulgação
A
Foto: Ricardo Cordeiro
FIGUEIRA - Fim de semana de 18 a 20 de setembro de 2015
Fernando Gentil
O pesquisador Gilberto Chierice é responsável pelo estudo do medicamento
crítico, pouco se pode fazer. “A FOS pode sim funcionar, mas, claro, por ser ainda um medicamento em fase de pesquisa, ele jamais causará algum milagre. E sim: haverá sempre aqueles pacientes em que a FOS não terá tempo de salvar. Mas é melhor a incerteza de algo que pode dar certo do que a certeza de que perderemos a pessoa que amamos. Pacientes devem utilizá-la juntamente com o Ômega 3 de 500 mg, geralmente três vezes ao dia (café da manhã, almoço e jantar) e fazer uso de iogurte, azeite, linhaça, peixes e outro alimentos ricos em gordura polissaturada. Sendo assim, a FOS, para obter seu efeito, necessita da disciplina e empenho do paciente e familiares em manter uma alimentação equilibrada e rica em alimentos polissaturados. Se hoje eu descobrir qualquer tipo de câncer em mim, eu usaria a FOS sim e sem medo porque eu sei que se ela não me salvar, a quimioterapia muito
menos salvaria”, explica a bacharel em enfermagem Daniele Braga. O pesquisador responsável pelo estudo da fosfoetanolamina, Gilberto Chierice, acredita que é uma questão de má-vontade por parte da Anvisa. “Se existisse boa vontade, isso já tinha sido aplicado em hospitais do governo, como dados experimentais, fase I, fase II, fase III, tudo isso já está pronto. Agora o que falta é dentro das normas da lei, os dados clínicos, assim me disseram na Anvisa todo esse tempo. Eu acho que existe uma má vontade”, afirmou ao G1. E ainda criticou a burocracia brasileira. “Nós podemos ter que comprar esse medicamento a custo de mercado internacional porque já está começando a aborrecer ficar todo esse tempo tentando e não conseguir. Criam dificuldades que eu não sei explicar. Eu sou um homem de ciência de 25 anos, eu não sou nenhum amador e, por não ser
A fosfoetanolamina pode ser adquirida através de liminar na justiça
amador, eu conheço os trâmites das coisas, como funcionam. Se não for possível aqui, a melhor coisa é outro país fazer porque beneficiar pessoas não é por bandeira. A humanidade precisa de alguém que faça alguma coisa para curar os seus males”, diz o professor. Chierice explica como o medicamento funciona. “Primeiro, ele passa do trato digestivo para o sistema sanguíneo, vai até o fígado e forma uma reação junto com o ácido graxo. O que é esse ácido graxo? É a substância que vai alimentar o tumor. É a energia do tumor. E ela entra junto com essa substância na célula. Quando ela entra, essa célula está relativamente parada, ou seja, a organela principal dela, chamada mitocôndria, está parada. Ela obriga a mitocôndria a trabalhar e, quando ela obriga, ela se denuncia para o sistema imunológico e a célula é liquidada. É a chamada apoptose”, explica o professor aposentado.
Para que o resultado seja positivo, o sistema imunológico da pessoa precisa estar forte. Por isso a necessidade de uma alimentação saudável e de um tratamento menos traumático. “Se você detona o sistema imunológico da pessoa, os resultados não são bons porque a ação da fosfoamina necessita que o sistema imunológico esteja intacto. Se existir uma quimioterapia que não destrói o sistema imunológico, perfeito, pode ser combinado”, relata o pesquisador. Ao finalizar, Chierice é categórico. “É. Eu penso que é a cura sim. A cura está bem mais perto. E se dissessem ainda que falta aprimorar alguma coisa, teria que ser aprimorado daqui para a frente, não daqui para trás. Daqui para trás está tudo pronto. Não só pela fosfoamina, a cura deve existir por uma dezena de outras coisas, mas a fosfoamina está aí, à disposição, para quem quiser curar câncer”, conclui o químico.
Café com Leite Marcos Imbrizi / De São Paulo
Olha o trem... Apesar de não contar com um serviço de trens de passageiros de longa distância desde o final da década de 1990, São Paulo conta com algumas viagens em trens turísticos. Operado pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, a CPTM, o Expresso Turístico, como é conhecido, percorre três roteiros, com saída da estação da Luz, no Centro velho da Capital. É possível ir a Jundiaí (no primeiro, terceiro e quarto sábados de cada mês), a Mogi das Cruzes (no segundo sábado) e à vila de Paranapiacaba, em Santo André (aos domingos). Com trajeto aproximado de 60 quilômetros, os passeios garantem a muitas pessoas o prazer único das viagens de trem e o de conhecer as atrações destas localidades. O trem conta com dois carros de aço da década de 1960 que por muitos anos transportaram passageiros pelos caminhos de ferro do interior paulista. Há um vagão ainda para o transporte de bicicletas. Uma
locomotiva diesel canadense da década de 1950 conduz as viagens. Em Jundiaí é possível conhecer atrações históricas como o Museu da Companhia Paulista de Estradas de Ferro e o centenário Teatro Polytheana, naturais, como as trilhas da Serra do Japi ou ainda as fazendas produtoras de uvas, morangos e figos. O trajeto é feito pela primeira ferrovia paulista, a São Paulo Railway Company, inaugurada em 1867 para transportar o café do interior até o porto de Santos. Outro passeio que percorre um trecho da SPR é o de Paranapiacaba. Localizada no alto da Serra do Mar, a vila ferroviária de Santo André é considerada patrimônio histórico nacional e é um verdadeiro museu a céu aberto. Entre os locais para visitação, o Museu Castelo, antiga casa do antigo engenheiro-chefe da ferrovia, o Clube União Lyra-Serrano, espaço de lazer para os trabalhadores da ferrovia que até hoje recebe festas como o
O trem funciona nos fins de semana e leva passageiros a cidades próximas à capital
tradicional carnaval, além de apresentações musicais. Por estar no alto da Serra do Mar, em Paranapiacaba é possível também percorrer trilhas em meio à Mata Atlântica. O outro trajeto do Expresso Turístico é o que liga a estação da Luz a Mogi das Cruzes, cidade que integra o Cinturão Verde de São Paulo e grande produtora de flores como orquídeas – herança da forte presença japonesa. O percurso é feito pela ferrovia construída em 1877 para ligar São Paulo ao Rio de Janeiro, a Estrada de Ferro Central do Brasil. Ao chegar ao destino é possível conhecer ainda roteiros naturais e históricos.
CHACINA COMPLETA UM MÊS SEM ESCLARECIMENTO – E a maior chacina já ocorrida em São Paulo segue sem esclarecimento e punição dos responsáveis. Ela ocorreu na noite de 13 de agosto nas periferias das cidades de Osasco e Barueri, na Grande São Paulo, e deixou um saldo de 19 pessoas mortas e outras cinco feridas. Dos mortos, 13 não tinham antecedentes criminais. Há suspeitas do envolvimento de policiais. As execuções aconteceram na região onde um policial militar foi morto no dia 7 de agosto. Até o momento, somente um policial militar, identificado por uma testemunha, foi preso.
Marcos Luiz Imbrizi é jornalista e historiador, mestre em Comunicação Social, ativista em favor de rádios livres.
internet traz diversas novidades boas e usuais para todos que acessam o mundo virtual. Porém, há quem a use com objetivos perversos. O dinheiro e o poder podem transformar de um simples bate-papo em uma experiência trágica. É assim que ocorre no mundo inteiro. Mulheres são traficadas após serem aliciadas por meio de usuários falsos na web. Famílias desoladas, vidas acabadas. O tráfico humano é a terceira atividade criminosa mais lucrativa do mundo, de acordo com relatório da ONU. Como já foi tema de novela global, dá para se ter uma noção do que ocorre com essas mulheres. Elas vivem em um regime de escravidão, são torturadas, estupradas e, a cada dia que passa, aumentam mais sua “dívida” com seu “proprietário”. O círculo vicioso é eterno, elas nunca vão conseguir sair dali, a não ser que alguma autoridade as encontre ou que elas venham a fugir do cativeiro. Uma garota de 14 anos, que não pode ser identificada, foi traficada em 2013, no México. A mãe dela, que preferiu ser chamada apenas de Elizabeth, deu uma entrevista à BBC do México. “Eu simplesmente sabia, tinha uma angústia que nunca tinha sentido antes. Procurei nas ruas, liguei para família e amigos, mas ninguém a tinha visto. Ela havia ido a um banheiro público sem nada – sem dinheiro, sem celular, sem roupas. Pensamos que ela tinha sido sequestrada”, relembra. Nos últimos dois anos, 1.238 garotas foram traficadas no Estado do México, o mais populoso daquele país. Destas, 53% têm menos de 17 anos de idade. Os criminosos preferem as mais novas por seguirem o padrão de beleza imposto internacionalmente. E onde entra a internet nisso? Elizabeth e seu marido Alejandro respondem. “Quando entramos na conta dela no Facebook, descobrimos que ela tinha um perfil que não conhecíamos com mais de quatro mil amigos. Era como procurar uma agulha num palheiro, mas um homem chamou nossa atenção. Ele aparecia em fotos com armas e meninas com poucas roupas, e era amigo de muitas garotas da mesma
idade de nossa filha. Esse homem fez soar o alarme: ele falava como um traficante de drogas sobre território, viagens, que chegaria logo para vê-la. Ele havia estado em contato com ela poucos dias antes do desaparecimento e tinha dado um celular a ela para que ficassem em contato – e não sabíamos de nada”, contam os pais da menina. Com a agilidade dos pais, a pressão sobre a polícia e o apoio popular, a garota foi encontrada 16 dias depois em um terminal de ônibus. O problema é que as histórias quase nunca terminam de forma feliz. De acordo com a Organização Internacional para Migração, cerca de 20 mil pessoas são traficadas anualmente no México. “Esse homem prometeu a ela viagens, dinheiro, uma carreira musical e fama. Ele a manipulou muito bem e ela, em sua inocência, não entendeu o tamanho do perigo que correu”, descreve Alejandro. Syama Paz Lemus é um exemplo disso. A garota mexicana de apenas 17 anos desapareceu em outubro do ano passado. Ela é a típica adolescente do século 21, antenada nas tecnologias, adora videogame e fica o dia inteiro em redes sociais. Vizinhos contam que Syama sumiu após um homem encapuzado entrar na casa dela e a levar para algum lugar dentro de um táxi. A garota havia aberto a porta para o homem. Tudo indica que ela o conhecia, mesmo que fosse apenas pela internet. Ao mexer nas contas da garota nas redes sociais, a mãe descobriu várias ameaças. “As ameaças eram muito diretas: diziam que se ela não fosse com essa pessoa sua vida se tornaria impossível, eles iriam colocar a vida dela em redes sociais e que a família dela iria se arrepender. Sempre ficamos preocupados com o tempo que ela gastava on-line, mas conversávamos com ela sobre os riscos e que ela não deveria dar informações pessoais. Ela deixou um recado para nós quando sumiu. Afirmou que estaria bem, que não deveríamos nos preocupar nem ir atrás dela. Ela me pediu para cuidar da irmã mais nova e comprou um presente para que ela sempre lembrasse dela”, relata Neida à BBC mexicana.
México é um dos países com maior número de mulheres traficadas no mundo Foto: Bruno Astuto
Syama ainda não foi encontrada, mas a família ainda tem esperanças de que isso ocorra algum dia. As autoridades mudaram sua forma de agir e perceberam a quantidade de violência de gênero que existe no país. O que se espera é uma melhora real na prevenção deste e outros tipos de crimes envolvendo mulheres.
O problema é on-line A ONG SaferNet Brasil recebeu 1.821 denúncias de páginas na web que cometem este e outros tipos de crime contra os direitos humanos. Isso só no ano passado. Destas, 196 foram removidas. Mais de vinte países envolvidos de três continentes diferentes. Os criminosos oferecem uma vida glamourosa e de luxo para essas meninas. Trabalhos como modelos, participação em grandes eventos, competições esportivas e festas de empresas. Tudo mentira. O objetivo dos sites e dos perfis falsos no Facebook e Twitter é levar essas meninas para serem exploradas sexualmente em algum canto do mundo. O crime é muito difícil de ser descoberto. Os aliciadores buscam deixar o mínimo de rastro possível das suas ações. Usam servidores de outros países, perfis nas redes sociais completamente falsos, não revelam seus rostos, nem seus nomes reais – o que complica a investigação por parte das autoridades. “Qualquer crime que é cometido pela internet, para a Justiça não é
Elas são usadas como escravas sexuais de seus patrões em boates e bordéis
uma pessoa que está cometendo o crime e sim um IP. A pessoa perde a identidade, então o criminoso pode aliciar qualquer tipo de pessoa. A polícia tem muita dificuldade para descobrir de onde surgem esses perfis. É uma característica da internet, não um problema. Problema é a pessoa, que é ruim e vai usar esses benefícios da internet para fazer o que quer”, disse a mestre em estudos de cultura contemporânea da Universidade Federal de Mato Grosso, Adriele Rodrigues, ao site Circuito MT. Além disso, a chamada “deep web” é utilizada para tal crime. Essa parte da internet é pouco conhecida do usuário comum. É como se a internet fosse um iceberg e você conhecesse apenas a ponta, o que está visível, fora do mar. A parte interna, gigante, mais forte, só quem tem conhecimento suficiente
da tecnologia consegue acessar. E aí está o problema. Tráfico de pessoas, de órgãos, de armas e de drogas. Tudo é comercializado na deep web. Usam o Facebook para aliciar sua filha e a parte obscura da internet para comercializá-la. Infelizmente, uma ferramenta feita para um uso tão interessante e importante para a vida pós-moderna que se vive hoje também é uma oportunidade para os criminosos. O jeito é vigiar para prevenir que sua filha, sobrinha, prima ou neta sejam aliciadas pelos traficantes. Estar ligado a tudo que ela faz nas redes sociais é essencial. Além disso, em qualquer possibilidade de crime, chame a polícia. A prevenção é sempre a melhor solução. Ainda mais neste caso, em que a repressão praticamente não existe. É quase impossível descobrir quem são esses criminosos.
CAPA 6
FIGUEIRA - Fim de semana de 18 a 20 de setembro de 2015
OMBUDSMAN 7
LIXO CUSTA R$ 900 MIL POR MÊS
OMBUDSMAN
A
O transporte de resíduos para Santana do Paraíso causa diversos prejuízos Fernando Gentil
Q
uem vê a cidade limpa não sabe o problema que o lixo de Valadares traz para o munícipio, a população e toda a comunidade que vive por conta dele. Se for contar o valor gasto desde 2012, quando o lixo passou a ser enviado para Santana do Paraíso, Valadares já gastou mais de R$ 25 milhões. Só a título de comparação, com esse valor, a cidade consegue construir 500 casas ou comprar mais de 830 carros populares. É muito dinheiro. Esse valor, investido em áreas como a cultura e o esporte, poderia transformar Valadares em um polo cultural e esportivo. Além disso, a manutenção de um lixão por vários anos, como aconteceu na cidade, trouxe uma vida degradante e indigna para pessoas que vivem do lixo. Valadares tinha a sua própria “Ilha das Flores”. De acordo com estudo feito pela Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), os aterros causam menos problemas que os lixões. “O aterro sanitário é uma técnica de disposição de resíduos sólidos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais. Método que utiliza princípios de engenharia para confinar resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume possível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão da jornada de trabalho ou a intervalos menores, se necessário.” Já os lixões trazem diversos problemas para a comunidade. “Dengue, febre amarela, febre tifoide, cólera, disenteria, leptospirose, malária, esquistossomose, giardíase, peste bubônica, tétano e hepatite A são algumas das doenças que podem aparecer depois do contato sem proteção com esses locais. Crianças e idosos são os que têm mais probabilidade de adquirir uma dessas moléstias”, disse a bióloga Darliane Nadine em entrevista ao Figueira. Com isso, apenas uma solução era viável: a construção de um aterro sanitário controlado na cidade.
A situação política O aterro sanitário de Valadares foi criado no governo Fassarella (2001-2005). Ele foi responsável por construir uma área com equipamento, tecnologia e profissionais de primeira qualidade. Era a esperança para se acabar com o problema do lixo na cidade. O problema é que Fassarella não foi reeleito e, no seu lugar, entrou José Bonifácio Mourão. De 2005 a 2009, Mourão entupiu a cidade de lixo, deixou de lado o aterro sanitário e trouxe de volta o lixão. Uma questão que já parecia superada voltou a ser rotina na vida do valadarense.
Foto: Jornal Casarão
A vida nos lixões é indigna e insalubre. Além de causar vários prejuízos para a comunidade
Com o final do mandato de Mourão, Valadares viveu uma nova esperança. O objetivo era criar um novo aterro. O de Fasarella já estava defasado e destruído. Acabou se transformando no novo lixão da cidade. O problema é que, com a demora para fazer a obra, o Ministério Público Estadual do Meio Ambiente, em 2012, tomou a decisão de interditar o uso do aterro abandonado. Isso obrigou o governo a mandar diariamente o lixo para Santana do Paraíso. Apesar de quase dois mandatos completos para começar a fazer a obra, a Prefeitura diz que não há demora. “A legislação para construção e operação de um aterro sanitário é bastante rigorosa, sobretudo no que diz respeito às questões ambientais. Não bastasse, a construção do futuro aterro sanitário ocorrerá por meio de PPP – Parceria Público Privado, procedimento, da mesma forma, que possui uma legislação rigorosa a ser obedecida, inclusive com estipulação de prazos a ser cumpridos. Assim, não há se falar em ‘demorando muito’. Eis que, ademais, é interesse do próprio município construir aterro próprio, porém, respeitando toda a legislação aplicável”, diz o secretário municipal de Serviços Urbanos, Marco Rios. Com o envio do lixo para Santana do PaFoto: Casa Electrolux
Usina de resíduos é necessária para um tratamento 100% sustentável do lixo
raíso, o município passou a gastar R$ 900 mil por mês com o transporte. A licitação para a construção do aterro ficou parada. A cidade voltou a ficar limpa, mas o paradeiro do lixo passou a causar um prejuízo enorme a Valadares. “Para envio e compostagem dos resíduos sólidos para a Empresa Vital Engenharia Ambiental, em Santana do Paraíso, o município de Governador Valadares gasta aproximadamente R$ 10.800.000,00 por ano”, confirma o secretário. Para piorar, outros problemas vieram juntos. “Quando o caminhão passa pela estrada para levar o lixo para o aterro de Santana do Paraíso, os resíduos caem pela rodovia. E isso ocorre desde quando resolveram fazer esse transporte. Sempre que o caminhão passa você vê o lixo caindo dele”, afirma a bacharel em direito Luciana Melo. Ela acredita que os problemas para a comunidade são vários. “Causa poluição visual, um aspecto de cidade suja, mal cuidada, desvaloriza o município. Quem quer visitar uma cidade suja? Sem contar que os resíduos demoram para deteriorar, prejudicam o solo e causam outros tipos de poluição”, explica a estudante. Marco Rios afirma que não há problemas na condução do lixo e fiscalização do caminhão. “Todos os veículos que transportam os resíduos sólidos para o Vale do Aço recebem cobertura protetiva para evitar qualquer descarte acidental no percurso e, tanto os motoristas quanto os caminhões, estão habilitados para o serviço dentro da legislação”. E ainda explica a necessidade da cobrança da taxa de lixo. “É necessária e ainda é insuficiente para o cumprimento integral do custeio destes serviços de coleta, transbordo, destinação final e compostagem dos resíduos sólidos. O município ainda arca com outros serviços como a varrição, equipes especiais de limpeza e capina, entre outros”, explica o político. Porém, não é apenas quem usufrui dos serviços que paga a conta. A prefeitura cobra até em áreas da zona rural onde o caminhão nem passa. A fiscalização dos caminhões também é questionável. “Nunca percebi fiscalização. O básico seria transportar de maneira correta, vedar bem a caçamba, preparar os funcionários para que tenham mais cuidado e zelo na hora de realizar o serviço. Já passou da hora de Valadares ter uma estação própria de tratamento de lixo”, considera Melo.
FIGUEIRA - Fim de semana de 18 a 20 de setembro de 2015
Exatamente esta é a pergunta, Luciana. Cadê o aterro que devia estar aqui? A resposta demorou, mas parece que está chegando.
A construção do novo aterro A prefeitura de Valadares soltou um edital com o aviso de licitação pública para a construção e operação do novo aterro sanitário da cidade. A concessão terá duração de 30 anos e, provavelmente, muitas empresas vão se candidatar. Isso porque tratar e vender lixo é muito mais lucrativo do que cobrar pedágio na BR-381, por exemplo. O investimento que a empresa vencedora vai fazer é muito menor do que o lucro que ela vai obter nesses próximos 30 anos. “O novo aterro sanitário em Governador Valadares é de extrema relevância para o município e para toda região. Além do custo mais baixo, o aterro cumprirá as legislações federais, estaduais e municipais do ponto de vista ambiental. A próxima fase será a abertura da licitação na modalidade concorrência pública para a concessão por PPP, que está marcada para o dia 27/10/15, na qual poderemos habilitar as empresas interessadas à concorrência que cumprirem todos os requisitos estipulados pela legislação específica para o tipo de contratação, assim como aos requisitos do edital”, detalha o secretário. As propostas podem ser enviadas para a prefeitura até às 9h do dia 27 de outubro deste ano. Às 9h30 do mesmo dia começará a ser feita a abertura, o estudo e a aprovação dos projetos enviados. O objetivo é construir um aterro parecido com aquele do Fassarella, mas com uma tecnologia mais atual. A questão é que hoje existem usinas de tratamento de lixo 100% sustentáveis, com água, energia, adubo, reciclagem, tudo feito a partir do lixo. Mas Valadares mais uma vez fica parada no tempo e prefere a construção de um aterro que também é eficiente para hoje, mas daqui a 30 anos, ou até antes disso, não vai suportar a quantidade de resíduo que a cidade vai produzir. Ele não é autossuficiente, ou seja, a poluição vai continuar, em menor grau agora, mas muito maior daqui a alguns anos. O “complexo de vira-lata” de que tanto se fala por aí existe sim. E está por toda a parte do país.
última edição do Jornal Figueira publicou, na sessão Carta do Leitor, um texto do leitor e advogado Igomer Brandi em que o autor expressa alguns sentimentos e opiniões sobre assuntos diversos, os quais pretendo comentar. A carta intitulada “Delírios utópicos de um idoso sonhador” enumera alguns desejos (ou delírios, como o próprio preferiu definir), às vezes contraditórios, às vezes controversos, mas que, sem dúvida, são compartilhados por muitos e merecem reflexão. 1 – Logo na primeira linha o autor fala do desejo de que a Constituição seja cumprida. Um desejo louvável, uma vez que a Constituição é a lei máxima que limita poderes e define os direitos e deveres dos cidadãos. Mas, ao mesmo tempo, na sétima linha, se contradiz ao pedir o fim do voto “obrigatório”, uma prerrogativa constitucional inscrita no artigo 14 da Constituição Federal. Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I – plebiscito; II – referendo; III – iniciativa popular. § 1º O alistamento eleitoral e o voto são: I – obrigatórios para os maiores de dezoito anos; II – facultativos para: a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos; c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. 2 – O segundo desejo do autor é “uma aposentadoria justa e decente”. Compartilhamos desse desejo e ainda desejamos um salário justo para todos os trabalhadores. Acreditamos que a valorização do trabalhador é fundamental para uma sociedade mais igualitária e com mais qualidade de vida. 3 – Nosso idoso sonhador também deseja uma polícia mais educada e menos violenta. Também compartilhamos desse “delírio”, mas também desejamos que nossos policiais tenham melhores condições de trabalho, que a nossa segurança pública esteja mais bem equipada e treinada. Desejamos a redução da violência com a criação de políticas públicas inclusivas e a geração de oportunidades mais atraentes do que o crime. 4 – “A descoberta da cura do câncer, da dengue, da aids” também são desejos que compartilhamos com o autor. Desejamos que os avanços científicos na saúde superem todas as doenças que ainda são mistérios para o ser humano, como Alzheimer, lúpus, esquizofrenia, diabetes, esclerose múltipla, mal de Parkinson, entre tantas outras. Mas, também desejamos que as pessoas passem a se conscientizar sobre a prevenção das doenças. Falta adotarmos práticas mais saudáveis. Falta cuidar
melhor de nós mesmos. 5 – “O sequestro dos bens e cadeia para políticos ladrões e corruptos. Inclusive para presidentes (e ex) da República”. Esse é, talvez, o desejo que todo mundo compartilha com o nosso idoso sonhador. Mas, devemos olhar para isso com cuidado. A mesma Constituição que citamos acima garante que a Justiça seja isonômica. Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; Isso significa que, para que sejam considerados ladrões e corruptos, esses políticos precisam ser julgados e condenados. Com provas. E não é isso que temos visto atualmente. Atitude lamentável e inconstitucional. 6 – Nosso leitor também pede uma igreja católica mais humilde e com menos dogmas. Bom, nesse caso, desejamos uma igreja honesta, que respeite a fé e a integridade de seus fiéis e dos outros. Desejamos que todas as crenças tenham os seus espaços respeitados e que tenham garantido o direito de livre expressão. Como reza o inciso sexto do artigo quinto da Consti-
tuição Federal. VI – É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 7 – Quanto à liberação do aborto e à descriminalização de todas as drogas, trata-se de desejos complexos e que ainda demandam muito estudo para a compreensão dos impactos que teriam em nossa sociedade. Consideramos que um erro nesse tipo de política pública poderia causar danos irreversíveis ao nosso país. Consideramos que até o item 7 o nosso leitor se manteve coerente, mesmo que um pouco contraditório em certos pontos e egocêntrico (não no sentido pejorativo da palavra) em outros. Mas, a partir daí, saiu da linha. Vejamos: 8 – “Um avião lotado de ‘celebridades’ da TV e do futebol viajando para Marte com passagens só de ida ou desaparecendo para sempre no Triângulo das Bermudas”. A liberdade de expressão é uma cláusula pétrea, conquistada com muita luta. Todos tem o direito de ter opinião sobre os mais variados assuntos e divulgá-las da maneira como achar conveniente. A Constituição garante o direito à opinião pessoal. Mas, pondere-se: a liberdade de expressão não é liberdade de insulto às opiniões, gostos ou culturas alheias.
É aquela velha máxima: “o meu direito vai até onde começa o direito do outro”. “Liberdade de expressão é o direito de manifestar livremente opiniões, ideias e pensamentos sem a prática de qualquer crime que possa pôr em causa o direito de outrem, sob pena de difundir crime em massa por meio da comunicação social como poder criminoso sob a capa de fé pública, designadamente a injúria e a difamação em abuso de um poder.” – Freedom of speech. Considerações sobre a liberdade de expressão e de imprensa no direito norte-americano. Não desejamos que ninguém entre em nenhum voo só de ida ou que se perca para sempre. Respeitamos o próximo. Não há crenças, culturas ou opiniões melhores ou piores. Há apenas crenças, culturas e opiniões que devem ser respeitadas. 9 – Para finalizar, o autor deseja que, no futebol, o Vasco da Gama seja campeão de tudo. Bom, se podemos considerar alguma parte do texto do nosso querido leitor como um “delírio utópico”, com certeza destacamos esse último desejo. Principalmente se levarmos em conta a fase que vive o Cruzmaltino Carioca. Manoel Assad Espindola
Jornalista, publicitário, especialista em Gestão de Marketing pela Fundação Dom Cabral, Comunicação Organizacional pela USP e pós graduando em Marketing Político e Opinião Pública pela UFMG.
CIDADES 8
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CIDADES 9
Júlio Avelar
BRAVA GENTE
Ser palhaço é alucinante, Xisto Siman
VALADARENSE NO VATICANO A bela jornalista Lizia Carla, formada pela Univale e que fez estágio na nossa TV Rio Doce, está atuando pela TV Canção Nova em Roma, mais precisamente acompanhando o papa Francisco em suas viagens pelo mundo. A sua humildade e capacidade a fizeram brilhar – e é só o começo. Parabéns!
Júlio Avelar é jornalista, apresentador na TV Rio Doce e membro da Academia Valadarense de Letras
Quer falar com este colunista? zapzap 33-99899200 ou julioavelargv@gmail.com Avenida Minas Gerais, 700 sala 610 após 14h.
UM SUSTAÇO O excelente advogado criminalista Dr. Arthur Gonzaga pregou um sustaço em seus familiares, amigos e colegas neste domingo. Pego de surpresa, sofreu um AVC e foi parar na UTI do Hospital Samaritano, um dos melhores do interior. Uma equipe médica o colocou em observação e nada grave aconteceu. Amém!
Dr. Everton Velten e a noiva Janine Gueis e o cantor Almir Sater
NA ESPERA DO CANAL Moradores do Esplanadinha e em especial do BNH do São Pedro estão na espera de que algum dia um bom prefeito possa vir a canalizar aquele pequeno trecho da Rua Afonso Pena passando pela Israel Pinheiro. O medo dos moradores é de que na época de chuvas as enxurradas levam um pouco do barranco e com isso comprometa os alicerces dos gigantescos edifícios do BNH e residências próximas. Os dois últimos prefeitos que prometeram e não fizeram a obra foram Bonifácio Mourão e a atual Elisa Costa.
MAIS 60 CENTÍMETROS
A bela Lindsey Shlly
Na reserva, o ex-comandate do 6º BPM, Cel. Cilmar, que sempre gostou de política e no poder mexeu os pauzinhos em vários setores da cidade e região, quer agora experimentar o sabor das urnas. Filiou-se a um partido da direita e deve disputar uma vaga para vereador.
Para que a calçada da orla da lagoa do bairro Lagoa Santa fique no ponto certo para as caminhadas, tem a calçada de ganhar pelo menos 60 centímetros dentro das ruas que contornam a orla, que são largas e não sentirão falta. Com a palavra, o secretário de Obras Darly Alves, com a determinação de Elisa Costa e Omir Quintino.
PREFEITAVEL ATÉ A ÚLTIMA HORA
HOJE NA TV
NA DISPUSTA
NA ESPERA Os distritos e povoados de Valadares estão há quase oito anos na espera de que a prefeita Elisa Costa leve até os moradores carentes da zona rural o esperado Programa Minha Casa Minha Vida. Até este exato momento, nada aconteceu de concreto. Em Baguari, um dos distritos mais próximos da cidade, tem projeto prontinho, mas de execução, nadica de nada.
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Odontóloga Dra. Vânia Pires e seu esposo empresário Anderson Pimenta
É DAQUI O jovem e novo secretário da Fazenda da prefeita Elisa Costa, Leandro Medrado, é valadarense de Penha do Cassiano. Também é professor da Unipac.
O barulhento Ricardo Pedrosa, que é presidente do PEN, quer porque quer sair candidato a prefeito de Valadares, mesmo não tendo grandes chances (ou chance nenhuma). Ele quer entrar nem que seja para bagunçar. Dono de mais de oito mil votos para deputado federal, sem gastar nem R$ 2 mil reais na campanha, Pedrosa teria, digamos assim, uma eleição para vereador quase que assegurada. Como cada eleição é uma eleição, todo cuidado é pouco.
O médico Domício Antônio de Costa Júnior estará no programa Júlio Avelar/TV Rio Doce para falar sobre a importância da doação de órgãos. Ele, como o Dr. Célio Magalhães, fazem parte com outros mais do CNDO – Central de Notificação Captação e Distribuição de Órgãos. A campanha nacional começa dia 25. Vale a pena conferir: das 10h30 às 12h10, ao vivo.
NO RINGUE Querendo ou não, uma grande queda de braço se avista dentro do PMDB de Valadares entre Renato Fraga e Edvaldo Soares. Renato é atual presidente e Edvaldo quer ser candidato a prefeito ou vice, mas quer o PMDB em suas mãos. O repeteco voltou: quem tem memória lembra a primeira eleição de Bonifácio Mourão a prefeito com Augusto como vice; o grupo do Augusto, na época chefiado por ele, Maurício Morais e Paulinho Costa, ganhou e perdeu várias vezes o PMDB criado e então dirigido por Ronaldo Perim, que mais tarde continuou no comando como um ditador da legenda. A luta tem que terminar antes de 2 de outubro agora. Vai vencer o que tiver mais poder lá em BH.
PROGRAMA de INVESTIMENTO em LOGÍSTICA
198,4 BILHÕES DE REAIS EM INVESTIMENTOS PROJETADOS.
O Brasil vai seguir avançando. R$
66,1
bilhões
R$
para 7 mil km de estradas
RODOVIAS
86,4
R$
bilhões para 7,5 mil km de ferrovias
FERROVIAS
37,4
bilhões
R$
para portos e terminais privativos
PORTOS
8,5
bilhões para 4 aeroportos
AEROPORTOS
Uma infraestrutura de transportes integrada e moderna vai trazer mais agilidade na distribuição da produção brasileira, mais competitividade nas exportações e mais qualidade nos serviços prestados à população. Além de gerar emprego e renda para os brasileiros e impulsionar o crescimento do País. É assim que o Brasil vai seguir avançando.
Fernando Gentil
N
ascido em 6 de julho de 1970, Xisto é um entusiasta da felicidade. De Valadares, ele se mudou para a cidade de Mariana, também em Minas Gerais, em março de 1995. No início dos anos 2000, começou o projeto de sua vida: o Circo Volante. “Quando eu estava terminando o segundo grau, estava em dúvida sobre qual curso fazer: arquitetura, letras ou artes cênicas. Aí, decidi fazer um curso com o Silvinho Pizzarolo, em Valadares. Era ano de 1990 e, logo depois desse curso, entrei em outro com o Toninho Caieiro. Depois disso, o Silvinho e o Toninho resolveram montar um espetáculo, ‘A Ave e o Camponês’. A partir deste espetáculo eu me apaixonei pela arte cênica. Foi quando decidi que iria fazer isso pelo resto da minha vida. E caí de cabeça”, relembra o início da carreira. Com a definição do que seria sua profissão, Xisto resolveu investir mais ainda no seu futuro. “Eu, Toninho e outras pessoas resolvemos formar um grupo. O Stronzo começou em agosto de 1991, em Valadares. A ideia era pesquisar sobre teatro de rua e produzir espetáculos na cidade. Fosse no Atiaia ou em praças mesmo. A partir daí, eu não parei mais. O grupo ficou em Valadares de 1991 até 1994. Montamos três espetáculos nesse tempo e viajamos por várias cidades – mais de 50 lugares diferentes nesses três anos e meio. Passamos a ficar muito conhecidos na região, o que fez com que a gente tivesse um mercado para sobreviver do trabalho na arte”, conta o artista. Em 1994, Xisto se deslumbrou com uma das mais belas cidades de Minas Gerais. “Quando viemos nos apresentar em Mariana e Ouro Preto, a gente conheceu a diretora do Sesi, que nos propôs a transferência da sede do grupo de Valadares para Mariana e que a gente desenvolvesse projetos culturais também. Nós montamos projetos em parceria com o Sesi para várias empresas da região dos Inconfidentes. Com isso, mudamos para Mariana com a cara e a coragem e transferimos a nossa sede para o primaz de Minas Gerais”, relata o palhaço. No melhor estilo “deixa a vida me levar”, o artista viu que era hora de mudar. “No meio do caminho, o caminho mudou. A gente enxergou em Mariana uma região promissora e nós viemos de mala e cuia, literalmente. Fizemos a nossa mudança toda de ônibus, em três viagens. Imediatamente, descobrimos no distrito de Passagem de Mariana um antigo armazém da década de 30 que estava desativado. Fizemos uma grande campanha, vendemos mais de 700 kits para reformar o espaço. Ficamos lá até 1999. Nossa relação com Valadares era tão importante que, dos 700 kits, cem foram vendidos para pessoas de GV. Além disso, ao sair de Valadares, a gente fez um grande chá de panela para mobiliar a nossa nova sede. E grande parte do que nos foi dado foram os amigos de Valadares que nos presentearam”, afirma Xisto. De 1991 até 1999, Xisto e o grupo Stronzo viajaram para diversas cidades do país. “No final de 1999, havia quatro pessoas no grupo: eu, João, Toninho e a Jô. A gente, então, decidiu findar as atividades do Stronzo. O Toninho e a Jô fundaram a Companhia Lunática e eu e o João fundamos o Circo Volante”, explica o artista. Com o Circo Volante, vários projetos foram feitos. Xisto e João conquistaram a região dos Inconfidentes com sua alegria e forma de espalhar cultura. O Circo Volante é praticamente um patrimônio da cidade. Com ele veio a ideia do Encontro de Palhaços e só podia ter sido sucesso. “O mais importante do Encontro de Palhaços para a cultura do circo e da palhaçaria no Brasil é que o nosso encontro reúne muito do circo tradicional com o atual. A gente homenageia a cada edição um palhaço tradicional. Nes-
Foto: José Eduardo Carvalho Monte
Xisto vive arte 24 horas por dia
Xisto e João formam o Circo Volante e levam alegria pelo Brasil inteiro ta edição, que ocorre no fim de setembro, a gente resolveu homenagear o palhaço Cebolinha, que é um artista tradicional, e um palhaço vindo do teatro, que é o Rodrigo Robleño – um artista de longa trajetória, que tem quase 30 anos de carreira, faz espetáculos na rua e já participou do programa TV X. Depois, ficou durante cinco anos como palhaço principal do espetáculo “Varekai”, do Cirque du Soleil. Em seguida, voltou para Minas Gerais e trabalhou com seis grupos mineiros. Então, este ano haverá duas grandes homenagens”, revela o palhaço. Ele ainda completa: “O grande diferencial do nosso Encontro é que ele tem um respaldo fantástico da comunidade. As atividades todas acontecem no Centro Histórico de Mariana, nas três praças, no jardim, fazendo com que as pessoas venham para a praça e fiquem ali, chegando duas horas da tarde e indo embora só meia-noite, depois que a banda de encerramento da noite termina o show. O diferencial é esse. As pessoas participam diretamente do Encontro. Elas vêm para a rua, contando os dias, fica todo mundo ansioso, louco com a chegada do evento. A gente sente esse abraço que a cidade dá no nosso Encontro”, explica Xisto. Hoje, o Encontro de Palhaços está em sua sétima edição. Surpreendente para os organizadores, fato para quem sempre acompanhou o excelente trabalho do Circo Volante. “Quando a gente começou em 2008, nunca imaginamos que chegaríamos ao sétimo Encontro. Nós fomos convidados pelo Teatro Andante para correalizarmos com ele o “Palhaçadas em Geral”. Isso foi em 2008, em Belo Horizonte. Aproveitando os artistas que estavam lá, fizemos a ponte com Mariana. Então, nos dias 8, 9 e 10 de dezembro realizamos o primeiro Encontro de Palhaços. Dia 10 de dezembro é Dia do Palhaço, inclusive. Isso só aconteceu com a fundamental parceria de todos os artistas convidados. Ninguém recebeu cachê para fazer esse primeiro Encontro e torná-lo forte futuramente. Hoje, ele tomou uma proporção muito grande. No primeiro, tínhamos patrocínio apenas dos artistas e da Prefeitura. Em 2010, recebemos o Prêmio Carequinha Funarte de Incentivo ao Circo. Em 2013 e 2014 também. Com a visibilidade conseguimos novos parceiros e patrocínios de grandes empresas”, conta Xisto. Para ter todo um trabalho voltado para a arte e cultura, especialmente ao explorar o lado social e incluir a comunidade nos espetáculos, é preciso muito esforço, dedicação e também inspiração. “O palhaço é um ser lunático, alucinante. Ele tem que chegar no
Desde 2008, Xisto organiza o Encontro de Palhaços na cidade de Mariana-MG lugar e causar um impacto. Mudar aquele ambiente onde ele está. O que me inspira é o mundo. Eu vejo questões que precisam ser trabalhadas, de afetividade, de relacionamento humano, de generosidade. E é isso que vou tentar trabalhar na cena. Ou sozinho ou com meu colega de cena, o João Pinheiro. São essas coisas que a gente leva. O mundo nos dá e a gente vai tentar fazer com que as pessoas riam, reflitam. O palhaço é aquele personagem com arquétipo de quem caiu, machucou, levantou, sacudiu a poeira e seguiu em frente – como todo mundo devia ser, percalços todo mundo têm. Então, o palhaço representa muito bem o ser humano. O palhaço é aquele que se joga, não tem medo de levar tombos, de tomar torta na cara, de cair da cadeira”, explica o artista. A formação de um artista depende muito do que ele lê, assiste e ouve. Com Xisto não é diferente. “‘Os Trapalhões’ foram importantíssimos para minha formação. Eles levaram o circo para a televisão. A estrutura deles era basicamente a estrutura de circo. Dedé, por exemplo, era de circo tradicional e levou os roteiros para a televisão. O ‘Chaves’ também é uma fonte de inspiração. O Chaplin e todos os artistas que fizeram a comédia muda. Sem a palavra, eles se preocupavam muito com a questão da expressão corporal. Além de vários trabalhos literários na área circense e da palhaçaria”, diz. Como a roda do mundo não para e é preciso fazê-la girar, Xisto e João mantêm sempre novos projetos com o intuito de le-
var a cultura circense para mais lugares. “O nosso objetivo é transformar a nova sede do Circo Volante, em Passagem de Mariana, na Casa do Palhaço. Um centro de referência da palhaçaria. A casa acabou de ser reformada, temos um lote no fundo de quase 600 metros quadrados e estamos preparando este lugar para montar nosso palco, iluminação e ser mesmo um espaço para apresentações. A Casa do Palhaço é um museu de referências da cultura circense no Brasil e também um espaço para apresentação e diálogo. A gente não para nunca. Estamos sempre montando novos números, evoluções de malabares, monociclos etc.”, revela Xisto. Antes de finalizar, o artista acredita que valorizar a arte depende de cada um de nós. “Viver de arte no Brasil é complicado. Mas, eu e o João, que trabalhamos juntos há 24 anos, viajamos o Brasil todo fazendo espetáculos e tudo mais, a gente já tem um mercado que foi firmado. Esse mercado facilita que o Circo Volante viaje, esteja presente. Isso significa sobrevivência do nosso trabalho, do grupo, da empresa e da gente como artista. Dificuldades toda profissão tem até que se estabeleça no mercado em que está atuando. Mas, estamos aí, estou contente, eu e João estamos no caminho. Esse caminho que às vezes muda de direção, uma hora vai para a esquerda, outra para a direita, aí volta em linha reta. A gente está na estrada e isso é o que mais importa”, conclui o artista. Para conhecer o trabalho do Xisto e do João no Circo Volante basta acessar a página deles: Facebook.com/circovolante. O imperdível Encontro de Palhaços deste ano ocorre entre os dias 25 e 27 de setembro, na histórica cidade de Mariana, e é completamente gratuito. Participe e se divirta!
CIDADES 10
FIGUEIRA - Fim de semana de 18 a 20 de setembro de 2015
ESPORTES 11
Recuperandas da APAC inauguram loja
Foto: Divulgação
Pitbull Vandesteen Brothers formam campeões em jiu-jitsu
Centro de Reintegração Social promove projeto de ressocialização Gina Pagú
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as margens da BR-116, no Posto MG-7, em Alpercata, 48 recuperandas artesãs do Centro de Reintegração Social (CRS) da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) inauguraram uma loja/bazar para venda de roupas e sapatos usados, além do artesanato produzido por elas. O ponto de vendas foi cedido por um empresário da cidade, Eugênio Franklin. A inauguração aconteceu no dia 30 de agosto, considerado o Dia do Voluntariado, com a participação da comunidade e do prefeito da cidade. Segundo o advogado Luiz Alves, idealizador dos Projetos APACs, a iniciativa é muito positiva para as recuperandas, mas o mais importante foi o envolvimento e participação da comunidade. “O projeto toma proporções de conscientização ainda maiores e esse é o objetivo: integrar as pessoas à questão da recuperação e socialização. Juntamente com a ajuda dos voluntários, uma recuperanda por vez irá à loja trabalhar durante as tardes, de 13 às 17h, de segunda a sextas-feiras. Excepcionalmente, na inauguração houve comercialização durante todo o dia, além de praça de alimentação, com renda revertida para a APAC.” Cristiane Gama, recuperanda já
Foto: Agência Minas
cia e o companheirismo proporcionado pelo crochê, já que as mulheres confeccionam as peças em grupo e a técnica de produção vai sendo repassada pelas mais experientes e habilidosas”, explica Alves.
Repasses A APAC de Governador Valadares está com 52 reeducandas, sendo 34 em regime fechado e 18 em regime aberto. A Secretaria de Estado de Defesa Social (SEDS) repassa reFoto: Agência Minas
Estudo e trabalho são as melhores formas de reinserção social
experiente no ramo do comércio, foi escolhida para ser uma das vendedoras da loja e, para auxiliá-la, as voluntárias da APAC Valéria Cristina e Cláudia Ferreira participam da montagem e organização da loja. “O voluntariado é um dos pilares do método APAC. Para se engajar nesse trabalho, as pessoas são preparadas por meio de cursos e assumem o compromisso com a assiduidade e com a observação das regras da instituição”, explica o advogado.
Artesanato Valéria diz que o aprendizado do crochê vai além do artesanato. “Essa prática ajuda na reintegração social das recuperandas. Proporciona uma interiorização, um olhar para dentro, que vem da necessidade de concentração para criar e confeccionar as peças.” A renda das vendas do artesanato também ajuda financeiramente as artesãs. Os valores das vendas são
Detentas trocam o tempo ocioso pelo ofício do artesanato
repassados para as recuperandas e auxiliam no próprio sustento. As que estão em regime fechado ficam com 90% do valor da venda; as do regime semiaberto, 95%. “Um dos aspectos positivos adicionais são a convivên-
cursos regularmente para a manutenção dos CRSs. Este ano, Governador Valadares recebeu cerca de R$ 410 mil, dentro de um total de R$ 18.097.457,66 repassado para 33 APACs no Estado.
Trupe do Bem entrega primeira cadeira de rodas
Foto: Trupe do Bem
Projeto Lacre do Bem já dá resultados e duas entidades são beneficiadas Gina Pagú
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ecolher lacres de latinhas de alumínio e transformá-las em cadeiras de rodas. No total, 140 garrafas pet de dois litros equivalem a um equipamento. Tudo começou em Belo Horizonte com a idealizadora do Projeto Lacre do Bem, Júlia Macedo, 11 anos. Mas, em Valadares, essa iniciativa foi abraçada pela turma da Trupe do Bem, que na última quarta (16) colheu os primeiros frutos da corrida para juntar os primeiros lacres. Em uma cerimônia no auditório da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a Trupe entregou a primeira cadeira de rodas e ainda conseguiu a doação de uma segunda cadeira, como forma de incentivo, dada pela família de Júlia. As instituições Acolhe Vida e o Lar dos Velhinhos, de Valadares, foram as primeiras beneficiadas pelo projeto. Suellen Rodrigues, uma das coordenadoras da Trupe, explicou que o sentimento de amor ao próximo é o que move o trabalho da equipe. “Ajudamos por voluntariado e temos cinco projetos em andamento, além desse do Lacre do Bem. Nos sentimos uma família unida para auxiliar o próximo que tanto precisa.”
Fotos: Trupe do Bem
Membros da Trupe do Bem levam alegria pela cidade
Duas instituições recebem a doação das cadeiras
Na Trupe, cada componente tem duas responsabilidades: se fantasiar de palhaços, princesas, mágicos e super-heróis; e levar um sentimento verdadeiro e sincero a quem precisa. Mais que isso, levam amor e carinho. Durante as visitas às instituições, o grupo distribui brinquedos, material escolar, roupas e artigos de higiene. Com a missão “Fazer o Bem Faz Bem”, a participante da Trupe, Angelina Piazzarollo, fala do sentimento que é fazer parte desse grupo. “A gratidão que sentimos nos dá um imenso prazer e alegria, e tudo que fazemos retorna para nós em amor porque o que para nós parece pouco, para quem precisa é muito.” Durante o evento, Gabriela Fonseca, também coordenadora da Trupe, destacou a importância do amor ao próximo. “Quando ajudamos alguém, estamos ajudando a nós mesmos; não ganhamos nada material em troca, mas recebemos sentimentos e crescemos como se-
FIGUEIRA - Fim de semana de 18 a 20 de setembro de 2015
res humanos. Devemos sempre estender a mão ao irmão e agradecer a Deus por tudo que temos. Às vezes, para nós é tão pouco, às vezes reclamamos tanto de coisas pequenas, enquanto o outro está com dificuldades imensas. Devemos ajudar e ser gratos à vida sempre.”
Lacre do Bem Cada componente da Trupe tem a responsabilidade de juntar lacres. E distribuíram pontos oficiais de recolhimento na cidade: Restaurante Nu Japa; Salão Glitz; Joá; Pizzarias Waldinelly; Luz Serviços; Sicoob CrediRioDoce; Tsunami Sushi. Quem quiser contribuir deve simplesmente juntar os lacres em garrafas pet, que o pessoal do projeto vai buscar. Contatos: facebook.com/trupedobemoficial instagram.com/trupedobemoficial
Equipe ensina disciplina e controle de emoções
Coordenados por Patrick Vandesteen, a academia oferece jiu-jitsu, MMA e submission para crianças e adultos
Gina Pagú
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aladares pode ser considerada celeiro de campeões do jiu-jitsu. Um deles é Patrick Vandesteen, há mais de 20 anos nas lutas marciais, 11 em Governador Valadares, treinando, lutando e passando os muitos ensinamentos do esporte para as novas gerações. Começou como professor de uma academia da cidade e hoje tem o seu próprio centro de treinamento, onde ensina jiu-jitsu, MMA e submission. Vandesteen comemora. “Hoje temos muitos alunos promissores e já se fazem campeões em jiu-jitsu, como o Rodrigo Novaes – faixa preta que também luta MMA – e o Leonardo Vieria – faixa preta em jiu-jitsu e campeão mundial. Em breve, veremos esses caras brilharem mais. Graças a muito treinamento e dedicação.” Mas, apesar das vitórias e esforços, Patrick reclama da falta de apoio do poder público. “Queremos trazer pódios para Valadares, mas não há envolvimento da Secretaria de Esportes, infelizmente. E, por isso, os atletas não conseguem crescer. Organizar um evento de artes marciais é muito difícil. Não há parceria e não há espaço para conversa. Transporte e ajuda de custos temos que bancar sozinhos. Eles só cedem o espaço físico.” Vandesteen não desiste. Há três anos tem seu próprio patrocínio e já conseguiu vencer campeonatos importantes. “Isso me ajudou muito na divulgação do meu traba-
lho e no rendimento esportivo. A partir daí, consegui ganhar três mundiais diferentes e um cinturão de campeão absoluto do Campeonato Brasileiro. Há um mês eu consegui a maior atuação da minha carreira: fiquei em segundo lugar num campeonato faixa preta, para minha categoria, organizado pela International Brazilian Jiu-jitsu Federation (IBJJF), a federação mais difícil do esporte. Algo inédito para Valadares.” Vandesteen é campeão em cinco das seis federações mais importantes de jiu-jitsu do Brasil e comemora o esforço na conquista do IBJJF. “Agora eu entro no rol de atletas mais cascas-grossas e mais importantes. Essa vitória marca a minha carreira. É difícil conseguir esses campeonatos quando se treina no interior, sem a estrutura e tempo das capitais. Das cinco lutas, venci 4, e, apesar de ter empatado na última, isso me fez subir uma degrau de crescimento e meus adversários me veem com mais respeito agora.” Como professor e treinador, Patrick lembra que o jiu-jitsu é antes de tudo um estilo de vida, um modo de se cuidar emocionalmente e fisicamente. “Para crianças é a ferramenta perfeita para formar o caráter, e, se tiverem algum problema de atenção como dislexia ou hiperatividade, o jiu-jitsu ajuda a equilibrar isso. Para adultos é sem dúvida uma opção de vida e todos que se matricu-
lam nunca deixam de praticar os ensinamentos que o esporte proporciona.”
JEV começa nesta semana Os Jogos Estudantis de Valadares (JEV) começam neste final de semana. A abertura foi realizada ontem na Praça de Esportes. O campeonato conta com a participação de 40 escolas, sendo 10 municipais, 22 estaduais e oito particulares. As competições vão ocorrer em três lugares distintos da cidade. Além da Praça de Esportes, a Estação Olímpica e a antiga área da Feira da Paz também estão sendo utilizadas. O JEV tem diversas modalidades. Basquete, vôlei, futsal, handebol, além de atletismo, peteca, vôlei de praia, natação, xadrez, judô e tênis de mesa. Os atletas estão divididos em três módulos de acordo com a idade: 11 a 13, 14 a 16 e 17 a 19 anos. São os Jogos Estudantis de Valadares que selecionam os participantes do JEMG/2016. Além dos esportes com pontuação e premiação, os Jogos oferecem a prática de outras modalidades: paradesporto, queimada, futebol, ciclismo e skate.
FERRAMENTAS JARDINAGEM RAÇÃO SEMENTES
Rua José Luís Nogueira, 443 Centro - GV Fone: (33) 3021-3002
CULTURA 12
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Projeto Viva Música para crianças de Valadares
Aulas gratuitas de violão, composição musical, vivência musical e percussão O projeto necessita de doação de violões em bom estado para uso nas aulas
Foto: Unirio
Gina Pagú
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niciativa dos músicos Lucas Fraga, Miquéias Maciel e do maestro da Banda Lira 30 de Janeiro, Manoel Pereira, o Projeto Viva Música vai levar vida e arte para 40 crianças de Governador Valadares. Segundo Fraga, a ideia surgiu da vontade de ser voluntário. “Quando eu ainda morava em BH, procurei um projeto filantrópico para ser voluntário, mas não encontrei nenhum. Então, essa vontade de ajudar as crianças surgiu no meu coração, de ensinar-lhes a ser artistas, compor e tocar. E aqui em Valadares encontrei na Eliana
Bárbara e na Débora Salviano a possibilidade de concretizarmos esse sonho que estamos começando.” O Projeto Viva Música tem o objetivo de dar uma nova visão de vida e uma opção de futuro na música para crianças que vivem desassistidas ou pouco assistidas seja pela família, pelo Estado ou pela sociedade. “Quem ingressar nesse projeto de música terá no aprendizado da música uma fuga saudável de sua própria realidade”, explica o professor. O curso ainda não teve a primeira aula, no entanto, já tem endereço: Es-
cola de Dança e Arte (EDA), em frente ao Colégio Ibituruna, onde serão ministradas aulas de violão, composição musical, vivência musical e percussão. Fraga explica que os cursos são gratuitos, mas que as crianças passarão por uma avaliação. “Os alunos não pagarão nada pelas aulas, no entanto, temos de constatar que eles não têm condições financeiras de pagar as aulas. Além disso, a família deve se enquadrar na renda de até dois salários mínimos mensais. Havendo vaga, qualquer criança nessas condições poderá participar.” O professor pede apoio à comunidade na doação de carteiras e violões para dar início aos cursos de música. “Temos nesse projeto um sonho de formar artistas e, mesmo que não exerçam futuramente como profissão, terão na arte uma opção de refúgio, terapia e inspiração para a vida. Mas precisamos de ajuda financeira ou de doações. Quem puder ajudar, é só ligar para o EDA, no telefone 3022.3411, e falar com a Eliana Bárbara, que buscamos as doações.”
Agenda 10 Ingrid Morhy
Para dúvidas, críticas e sugestões, vamos interagir nas redes facebook.com/ingridmorhy twitter.com/ingridmorhy ingridmorhy (33) 9155-5511 ingridmorhy@gmail.com Olá, pessoal! Vamos para mais uma semana de muita programação! Escolha aonde ir e bom divertimento!
BALADAS Sexta (18/9) – Chega junto, que a SEXTA é nossa! Fila Fest, com a banda Carlota, às 21h, no Filadélfia.
Sexta (18/9) – Soul Rock Birthday, com cem
litros de cerveja liberada e Super Groove Pop Soul Rock Music.
Sábado (19/9) – Festa VIP na Monalisa, com
show da banda Tequila Baiana. Evento apenas para convidados.
Sábado (19/9) – Paredão de Boys na Pop Pub. Lincoln Byrro, 550, Vila Bretas.
SOCIAL Sucesso o 1º Festival da Diversidade de Gov. Valadares, que aconteceu no Horto no último domingo (12/9). Rolou banda Macaco Véi, Bel Vilela junto com Dani Moreno, Conexão Cristo, Érika Santos, Lorena Werneck e eu, DJ Ingrid Morhy, além da Trupe do Bem, Coletivo Encrespa, Núcleo de Dança Myller Araújo, Letras/Univale, Nova Acrópole. Um evento eclético para ninguém botar defeito! Uma realização do Nudis: Núcleo de Debates sobre Diversidade e Identidades. Parabéns, Tatiana Santiago, Mônica Coelho, Sílvio Zafalão e todos que somaram no evento. Confiram um pouco de muito que aconteceu:
Domingo (20/9) – Para comemorar o Dia
E MAIS...
Mundial da Árvore, o Movimento Rio Doce Para Sempre promove a partir das 9h30 uma série de atividades. A programação tem início com uma caminhada ecológica saindo do Colégio Adventista, na av. Brasil, rumo à área da Feira da Paz; em seguida, haverá apresentação de teatro de fantoches. À tarde, a partir das 14h30, acontece um campeonato de caiaque com atletas da Associação Valadarense de Caiaque (AVACA), e, na sequência, um Pouso na Mosca com pilotos de voo livre. Fechando a programação, acontecerão dois shows musicais com as bandas Macaco Véi e Cambucucá.
Nando Temponi prestigiando as atrações
Banda Macaco Véi fez a gravação AO VIVO de um DVD no evento
Sexta (18/9) – Poesia e música no SARAU – TAI, a partir das 19h, no Centro Cultural Nelson Mandela. Realização: Nudis.
Sexta (18/9) – Grupo de Teatro Alfa apresenta “O Maravilhoso Mágico de
OZ”, às 19h30, no Teatro Atiaia. Direção: Sandra de Oliveira. Entrada: R$ 5,00.
De 11 a 26/9 – Artes visuais (fotógrafo Rafa Tecchio). Exposição de
artes visuais, projeto fotográfico Mãos à Obra. Segunda a sexta, das 8h30 às 12h e das 14h às 18h30. Sábado, de 10 às 13h. Na Praça dos Pioneiros.
Arte e interatividade foi o que não faltou
Edital aberto para a 1ª Virada Cultural de Valadares
O
nome já se tornou uma referência, uma marca forte por todo o país. A proposta é única: 24h de arte gratuita nos espaços públicos! A Virada Cultural se consolidou em cidades de norte a sul do Brasil, que realizam, anualmente, uma extensa programação artística, esportiva, de debates e reflexões. Em novembro, Governador Valadares passa a fazer parte desse circuito com a 1ª Virada Cultural GV que se estende da tarde de sábado, dia 7, até o cair da noite de domingo, dia 8. O edital para inscrições de propostas para a 1ª Virada Cultural de Governador Valadares está aberto até o dia 2 de outubro. Artistas de todas as vertentes, profissionais ou em fase inicial de carreira, poderão inscrever apresentações, espetáculos, shows e intervenções nas seguintes áreas: exposição, debate, oficina, workshop, cinema, teatro, música, dança, performance, literatura, artes visuais, cultura popular, artes integradas, ocupações artísticas, esporte, meio ambiente e outras. O edital completo está disponível no site www.viradaculturalgv.com e, também, na página facebook. com/viradaculturalgv. A casa da 1ª Virada Cultural de Governador Valadares é o Complexo Esportivo e Cultural da Feira da Paz, que começa na área aberta de pouso, passa por debaixo da ponte da Ilha e segue até o encontro com a rua São Paulo. O espaço contará com palcos, tendas, área gastronômica, centro de exposição, banheiros, mesas de debate, rampas de bike e pista de skate. O evento é uma organização do Núcleo da Virada Cultural de Governador Valadares, um coletivo formado por artistas, agentes e produtores culturais naturais, residentes ou domiciliados na cidade.