JORNAL FIGUEIRA ANO 2 NÚMERO 79 FIM DE SEMANA DE 02 A 04 DE OUTUBRO DE 2015 FIGUEIRA DO RIO DOCE / GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS EXEMPLAR: R$ 1,00
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PELA BIODIVERSIDADE
Por que Valadares escolheu uma monocultura para arborizar toda a parte urbana do município? Quais as vantagens e desvantagens que o oiti pode trazer para a cidade? E o clima da região? Página 6
Curar não é um bom negócio Publicamos na edição 77 uma reportagem sobre pesquisadores da USP de São Carlos que descobriram um remédio eficiente contra o câncer. A fosfoetanolamina é uma substância que destrói as células cancerígenas e acaba com o desenvolvimento do tumor. O remédio demonstrou excelentes resultados, mas ainda não foi liberado para comercialização pela ANVISA, enfrentando problemas para o registro da patente. Uma leitora do Figueira, após ver a reportagem resolveu ir a fundo na pesquisa e nos procurou para discutir o assunto. Depois de um longo bate papo repleto de dados e relatos, a conclusão mais sensata é a de que a indústria farmacêutica não necessariamente quer que a descoberta da cura do câncer venha à tona. A indústria farmacêutica está entre as maiores potências do capitalismo moderno. Movimenta sozinha trilhões de dólares mundo a fora na distribuição de remédios e doenças, sem se comprometer necessariamente com a perspectiva da cura, ou da saúde global. Utiliza os médicos como verdadeiros vendedores e se faz presente na carreira deles desde dos primeiros anos da faculdade. Como um político com seus eleitores, um médico tem com seus pacientes uma relação fiduciária que deveria coloca-los acima de quaisquer outros interesses blindando a relação de iniciativas comerciais. Um estudo de 1980 mostrou que 85% dos membros de um grupo de medicina americano considerava errado que um político aceitasse 50 dólares de um lobista, mas que somente 46% considerava problemático que um médico aceitasse um brinde ou presente de um laboratório farmacêutico. É claro que não se pode generalizar atribuindo este tipo de vacilo a toda a classe médica. Existem mu itos profissionais médicos que se mantém fortes apesar da pressão e trabalham sobre a perspectiva da geração de saúde, não de renda. Mas a situação é crítica. A força e poder da indústria farmacêutica foram moldando a medicina moderna que ficou cada vez mais medicamentosa e menos cuidadosa. Não seremos aqui contra os anos de pesquisa e desenvolvimento científico que levaram à descoberta de importantes remédios, mas vale a discussão sobre o papel desta indústria. Curar não parece ser um bom negócio. Para quem vende remédio bom mesmo é que as pessoas fiquem doentes.
A indústria farmacêutica está entre as maiores potências do capitalismo moderno. Movimenta sozinha trilhões de dólares mundo a fora na distribuição de remédios e doenças, sem se comprometer necessariamente com a perspectiva da cura, ou da saúde global.
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O Jornal Figueira é uma publicação da MPOL Comunicação e Pesquisa. CNPJ 16.403.641/0001-27. Em parceria de conteúdo com a Fundação Figueira do Rio Doce. São nossos compromissos: - a relação honesta com o leitor, oferecendo a notícia que lhe permita posicionar-se por si mesmo, sem tutela; - o entendimento da democracia como um valor em si, a ser cultivado e aperfeiçoado; - a consciência de que a liberdade de imprensa se perde quando não se usa; - a compreensão de que instituições funcionais e sólidas são o registro de confiança de um povo para a sua estabilidade e progresso assim como para a sua imagem externa; - a convicção de que a garantia dos direitos humanos, a pluralidade de ideias e comportamentos, são premissas para a atratividade econômica.
Diretor e Jornalista Responsável Moisés Oliveira - DRT/MG 11567
Reportagem Gina Pagú - DRT/MG 013672
Colunista e Colaboradores Flávio Froés Ingrid Morhy Jaider Batista José Marcelo Júlio Avelar Marcos Imbrizi
Revisão Fábio Guedes - DRT/MG 08673
Diagramação Stam Comunicação - (33) 3016-7600
Editor Fernando Gentil - DRT/MG 18477
FIGUEIRA - Fim de semana de 02 a 04 de outubro de 2015
PARLATÓRIO
EDITORIAL
“
POLÍTICA | ECONOMIA 3
OPINIÃO 2
FIGUEIRA - Fim de semana de 02 a 04 de outubro de 2015
Artigos assinados não refletem a opinião do jornal
Você é a favor do Estatuto do Desarmamento? O Estatuto de Desarmamento e a criminalidade Duda Quadros - Comunicador social e especialista em comunicação e saúde da Rede Desarma Brasil
R
evogar o Estatuto do Desarmamento (ED) é aumentar a criminalidade e ajudar que as armas de cidadãos migrem para o crime. No Brasil, 87% das armas de fogo (AF) estão com a sociedade, 71% dos homicídios são cometidos com elas e 116 pessoas são mortas por dia. Entre 1980 e 2012, matamos 880.386 pessoas a bala, das quais 497.570 eram jovens (Mapa da Violência 2015). Um genocídio que afeta o presente e o futuro de nossa nação. Os números poderiam ser piores, caso o ED, Lei Federal 10.826, não houvesse sido aprovado em dezembro de 2003. Um marco regulatório do controle de armas e munições construído por demanda da sociedade que por
anos se mobilizou para sensibilizar o Congresso Nacional e o governo. O Mapa da Violência mostra que o ED e as políticas dele resultantes permitiram evitar 160.036 homicídios com AF, entre 2004 e 2012. Antes, os homicídios subiam a uma média de 8,36% ao ano; com o controle, essa taxa foi reduzida a 0,53%, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Assim, o ED foi a medida que mais impactou positivamente na segurança pública, embora lei nenhuma, de forma isolada, resolva problema tão complexo como o crime por AF. A Associação Nacional de Praças Policiais e Bombeiros Militares (Anaspra), afirma que o ED deu à polícia meios para enfrentar
José Marcelo / De Brasília
Cunha acuado 1
SIM
a criminalidade com maior eficiência. Permitiu que a Polícia Federal somasse com o Exército no controle. Isso nunca foi aceito pelos que lucram com a venda de armas e munições. O ED nunca foi totalmente implementado, principalmente no que concerne aos governos estatuais, explicando por que a região Nordeste sofreu um aumento de 89,1% nos homicídios por AF. Hoje, com um Congresso considerado o mais conservador desde a ditadura, os interesses da indústria de armas ganharam força por meio do Projeto de Lei 3.722/12, da bancada da bala, que tenta revogar o controle de armas e munições no Brasil. Armas são para matar e precisam de um controle efetivo!
José Marcelo dos Santos é comentarista de política e economia e apresentador da edição nacional do Jogo do Poder, pela Rede CNT. É professor universitário de Jornalismo, em Brasília.
A revelação de que teria recebido dinheiro de empresa envolvida no escândalo da Lava Jato em conta no exterior deixou o presidente da Câmara acuado e com medo de perder o mandato, segundo confidenciou um parlamentar peemedebista aliado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo o parlamentar, foi a primeira vez, desde o início do processo, que Eduardo Cunha se mostrou abatido e apreensivo. Ele teria admitido a um grupo muito restrito que a revelação o deixa um tanto fragilizado até para negociar a pauta de votações com o Palácio do Planalto e com a própria bancada aliada.
Cunha acuado 2
Um sinal de que Eduardo Cunha sentiu o golpe de mais uma suspeita foi a evasiva diante da insistência dos jornalistas em saber se ele tem ou não contas no exterior. “Não vou cair em armadilhas. Cada detalhe que eu falar, em qualquer situação, são detalhes que vão gerando cada hora mais polêmica”, disse o deputado. Até então, Eduardo Cunha não tinha o hábito de deixar perguntas sem respostas nem questões sob suspeita no ar. Outra mostra de que a situação do presidente da Câmara já foi melhor entre os colegas é o fato de o “beija-mão” de aliados ter minguado bastante nas últimas semanas. Homem de boa memória, Cunha já tem observado bem quem são os primeiros a se distanciar.
Fale com o José Marcelo: noticiasdopoder@uol.com.br
Bancada da radiodifusão
Formada por um grupo de 205 parlamentares proprietários de emissoras de rádio ou televisão, a recém-criada Frente Parlamentar em Defesa da Radiodifusão Brasileira quer montar um calendário e um cronograma de ações para defender os interesses do setor no Congresso. O primeiro item da pauta, segundo o presidente da Frente, o deputado João Rodrigues (PSD-SC), é pressionar o governo para definir o valor da outorga que será cobrado das emissoras de rádio que migrarão do AM para FM. O decreto que autoriza a mudança foi assinado em 2013 pela presidente Dilma Rousseff, mas até agora nada foi feito porque o assuntou parou no ministério das Comunicações. A migração da faixa AM para FM é uma tentativa de modernizar e garantir a sobrevida das rádios AM que lutam para não fechar as portas. É que diante da dificuldade de sintonia, elas foram perdendo público e anunciantes.
Encontro de poderosos
O que os deputados radiodifusores querem é adotar uma postura semelhante à dos parlamentares que integram a bancada ruralista. Toda terça-feira os ruralistas se reúnem em Brasília para definir quais projetos interessam e quais não interessam a eles. Com base nisso, convocam ministros e autoridades do governo e conseguem até alterar propostas que sequer chegaram à Câmara. Diante do poder que detém, dificilmente o grupo ouve um não como resposta.
Se não piorou...
Os dados da pesquisa CNI/Ibope sobre a popularidade do governo deixou os assessores e a própria presidente Dilma Rousseff aliviados, segundo um funcionário do Palácio do Planalto. Diante do desgaste provocado pelo anúncio de recriação da CPMF e da queda da classificação de risco do Brasil, o governo trabalhava com a hipótese da aprovação ter caído ainda mais. Os 10% de aprovação, aumento de 1% com base no levantamento anterior, foi visto como sinal de recuperação de popularidade.
Socorro
O serviço de hemodiálise vive um colapso no Brasil, segundo denunciaram os participantes de audiência pública conjunta das Comissões de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e Assuntos Sociais (CAS), na quarta-feira. Eles informaram que doentes crônicos renais estão morrendo por causa do subfinanciamento do serviço e da falta de medicamentos. “Temos uma tragédia anunciada, um sistema difícil com a diálise, que está em crise”, denunciou o diretor da Sociedade Brasileira de Nefrologia, Valter Garcia. Ele lembrou que o problema é provocado principalmente pelo valor com que o SUS remunera as clínicas e hospitais pelo serviço: R$ 179, quando o custo por procedimento é de R$ 256.
Da Redação
*Texto retirado do site do jornal O Povo
Sacudindo a Figueira
NÃO
A figueira precipita na flor o próprio fruto Rainer Maria Rilke / Elegias de Duino
Desarmamento: defendendo o indefensável Perso
Fabricio Rebelo - pesquisador em segurança pública e bacharel em Direito. Nem bem começaram os trabalhos da Comissão Especial encarregada de analisar, na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 3.722/12, que substitui o Estatuto do Desarmamento, e os defensores da legislação atual já disparam sua artilharia contra qualquer alteração na lei. O discurso não é novo, lastreado na tese de que armas não oferecem segurança e na rotulação dos deputados favoráveis à proposta como a “bancada da bala”, supostamente financiada pela indústria armamentista. O que não se vê nessa articulação, contudo, é a abordagem técnica do assunto. Enquanto os defensores do desarmamento se prendem a nítidos embates ideológicos, numa fomentada guerra de rótulos midiáticos entre os “da bala” e os “da paz”, astutamente se esquivam do confronto estatístico, especialmente no quadro criminal brasileiro antes e depois do estatuto que tanto defendem. E isso tem indiscutível razão estratégica. Desde que apresentado o PL 3.722/12, obra do deputado catarinense Rogério Peninha Mendonça (PMDB), as discussões sobre a segurança pública no país vêm se tornando mais abertas e com maior participação. Com isso, a defesa técnica da legislação atual se tornou cada vez mais inviável, eis que não há um único indicativo que permita lhe atribuir sucesso, e isso mesmo considerando apenas os dados oficiais. O fato que a guerra ideológica busca camuflar é que, depois do Estatuto do Desarmamento, os índices de criminalidade no país pioraram. Os números do Mapa da Violência, que recebem a chancela do Ministério da Justiça, são claros: nos nove anos já computados após a vigência do estatuto (2004 a 2012), a taxa média de homicídios no Brasil foi de
26,80 a cada 100 mil habitantes – acima dos 26,44 por 100 mil dos nove anos anteriores a ele (1995 a 2003). Registre-se que a análise é da taxa, ou seja, a proporção de mortes intencionais dentro do universo populacional, computada sua evolução. Se apenas esse dado já joga por terra qualquer cunho positivo do Estatuto do Desarmamento, outro o sepulta de vez. Pelo mesmo Mapa da Violência, que traz o indicador dos homicídios com armas de fogo até o ano de 2010, elas foram usadas, após a lei atual, em 245.496 dos 346.611 casos de homicídio registrados no período (2004 a 2010), ou seja: depois do estatuto, as armas de fogo estiveram presentes em 70,83% dos homi-
cídios. Antes dele, paradoxalmente, o número era significativamente menor: de 1997 a 2003 (mesmo período de sete anos), as armas de fogo foram usadas em 211.562 dos 319.412 homicídios registrados, ou 66,23% do total. A defesa da legislação atual, desse modo, nitidamente ignora os indicadores objetivos pelos quais se alcança a compreensão do quadro de violência no país. Defender o Estatuto do Desarmamento é defender uma lei cuja vigência corresponde a um aumento na taxa média de homicídios e a um ainda mais expressivo aumento no uso de armas de fogo para cometê-los. Impossível, então, não indagar: o que justifica defender o indefensável? *Texto retirado do site Gazeta do Povo
RECORTE DAS REDES
O Cerco Decerto, não há na liderança de Valadares alguém tão pressionado politicamente quanto o supermercadista Hercílio Diniz. Hábil, inteligente e sem alinhamento automático com os conservadores, Hercílio tem assistido o seu nome ser citado pelo deputado estadual Mourão e por André Merlo como parte do grupo que articula a retomada conservadora da cidade. Enquanto isso, ele dedica-se aos negócios e às leituras, hábito reforçado na quarentena a que se submeteu após o acidente de moto. O empresário que lê sente falta da abordagem de políticos capazes de ler a cidade e estudar as reais demandas da população.
Neutralizou?
Defecções O PT de Valadares faz as contas de suas perdas: Célio de Baguari foi para o PV, Emerson da Educação foi para o PR, e o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Erli Rodrigues, que já presidiu o PT local, foi parar no PMDB, na companhia da secretária municipal de Saúde, Kátia Barbalho, com quem ele se engalfinhava até anteontem.
Rede Sustentabilidade Eduardo Valadares, jovem, advogado, ambientalista, cresceu no PT. Agora, assume a direção da Rede Sustentabilidade localmente. Ele junta um tanto de gente jovem como ele, reúne ativistas sociais que desistiram do PT ao terem negado o espaço de crítica interna após o mensalão. Busca soluções para a cidade que passem por alternativa progressista e não por retorno ao atraso dos fazendeiros.
E o Brito? A Comissão Provisória do Partido Social Liberal em Valadares passou para as mãos de Isa Batista Coelho de Souza, filha do Cabo Isar, ex-vereador e excepcional dirigente do Minas Clube. O PSL foi por tempos a casa política do ex-vice-prefeito Geremias Brito.
A leitura que prevalece da filiação de André Merlo ao PSDB, sob o patrocínio do deputado estadual Mourão e do senador Anastasia, é de que naquele ato foram perdidas várias vantagens que Merlo trazia: foi de água abaixo a ideia de terceira via há 20 anos defendida por Paulinho Costa e seu grupo, enfraqueceu-se a candidatura como representação do “novo na política”, perdeu parte do seu eleitorado potencial que nutre mais rejeição a Mourão ou ao PSDB do que ao atual governo municipal, corre o risco de mais uma vez se confirmar que Mourão é bom de voto mas não transfere voto, prenuncia em caso de vitória um governo encabrestado por Mourão, o avalista. Isso tudo pode ser compensado pela segurança e pelo dinheiro do PSDB, pelo fato de Mourão ter mais intenções de voto que Merlo em todas as sondagens, pela decisão de firmar um bloco forte e coeso para promover a retomada conservadora da cidade. Dinheiro, potencial de voto, propósito claro. Pode funcionar.
É dura a vida dos fiscais de posturas da Secretaria de Planejamento. A cada dia têm de convencer comerciantes e cidadãos em geral a corrigir procedimentos. Na maioria das vezes, o embate é com gente que faz negócios clandestinos, à margem da lei. Mas, e quando gente estabelecida e reconhecida resolve agir à margem da lei também? É o que se vê na calçada da Loja Perso Brasileira tomada por colchões. De onde vem esse desamor à cidade que os permitiu crescer e serem bem sucedidos?
Incorrigível Em vez da sabedoria e da mansidão que a idade traz para muitos, Cinira envelhece mercurial e agressiva. Usa o seu Face para atacar pessoas incapazes de dar o troco. Usa a Academia Valadarense de Letras como um trono de onde encomenda ataques e pratica o clássico “bater com a mão alheia”. Seu mais recente descontrole foi a tentativa de atingir a presidenta do Conselho Municipal de Educação, a psicóloga Ariadna, conhecida como profissional de conduta honrada, de dedicação completa às crianças portadoras de necessidades especiais.
FIGUEIRA - Fim de semana de 02 a 04 de outubro de 2015
POLÍTICA | ECONOMIA 4
INTERNACIONAL 5
FIGUEIRA - Fim de semana de 02 a 04 de outubro de 2015
Foto: Agência Lusa
Prêmio Congresso em Foco é alvo de manipulação
Papa discursa contra pedofilia na igreja católica
Eleitores conservadores fizeram votação em massa para deputados e senadores fundamentalistas Fernando Gentil
É
visível a diferença entre as votações dos jornalistas e as do público no Prêmio Congresso em Foco. Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) estão em posição de destaque entre os parlamentares escolhidos pela votação popular. Já os jornalistas destacam nomes como Randolfe Rodrigues (Sem Partido-AL), Chico Alencar (PSOL-RJ) e Alessandro Molon (Rede-RJ). Mas, por que essa diferença? A resposta é simples. Houve uma campanha por parte dos conservadores para focar os votos dos seus eleitores em Bolsonaro e Caiado. A tática parece que deu certo. Porém, mesmo assim, os parlamentares progressistas conseguiram votação expressiva. Bolsonaro, por exemplo, não deve conseguir vencer Alencar como melhor deputado federal do país. A votação do público terminou dia 20 de setembro e o resultado final deve sair nos próximos dias. Contudo, jornalistas de diversos meios de comunicação já haviam feito as suas escolhas. O PSOL foi o partido com melhor desempenho no prêmio. Apenas um parlamentar socialista não foi escolhido entre os melhores do país. Todos os outros estão na lista. Chico Alencar, Ivan Valente (SP), Jean Wyllys (RJ), Randolfe Rodrigues (ex-PSOL) e Glauber Braga (RJ). Além
deles, Alessandro Molon, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Miro Teixeira (Rede-RJ), Luiza Erundina (PSB-SP), Maria do Rosário (PT-RS) e Júlio Delgado (PSB-MG). Cento e sessenta e seis repórteres participaram da pesquisa. “O PSOL tem muita disposição para criar novas relações políticas, as quais não sejam baseadas em fisiologismo e clientelismo. O reconhecimento nos anima demais, ainda mais neste momento em que há uma grande contestação sobre a política e os partidos. O PSOL sabe que os partidos não podem ter a pretensão de monopolizar. Esse prêmio aumenta nossa responsabilidade de sermos mesmo, como costumamos dizer, um novo partido contra a velha política”, afirmou o deputado Chico Alencar ao jornal O Globo. Os partidos mais bem avaliados, além do PSOL, foram, em ordem: PDT, PSB, PCdoB, PT, PSDB, PPS, PP, PMDB, DEM, PV, PTdoB, PR, PSC, PTB e PSD. As demais legendas – PRB, PMN, PEN, PRP, PSL, PHS e PRTB – não pontuaram nenhum voto.
A troca de partidos Entre a decisão do prêmio e esta semana várias mudanças agitaram o Congresso Nacional. Os deputados Miro Teixeira e Alessandro Molon, ambos escolhidos como os
Foto: Viomundo
Pontífice culpa quem acoberta o crime
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Fernando Gentil
Molon trocou o PT pela Rede Sustentabilidade
melhores do país, saíram dos seus partidos e se filiaram ao recém-formalizado Rede Sustentabilidade. Além deles, outros se filiaram ao partido de Marina Silva. O senador Randolfe Rodrigues (ex-PSOL-AP) e o deputado federal João Derly (ex-PCdoB-RS) são alguns exemplos. A Rede pretende abocanhar mais parlamentares nos próximos dias e já tem uma bancada maior que a do PSOL. Alessandro Molon, o deputado petista mais votado do Rio de Janeiro, foi bastante criticado pelos ex-colegas de partido, mas afirma ter feito a escolha certa. “Agradeço, de todo o coração, por tudo o que aprendi e por todos esses anos de luta conjunta, ombro a ombro, pelo Brasil com que
sonhamos. Continuaremos juntos nas lutas pelo povo brasileiro. Hoje, optei por continuar minha caminhada na Rede Sustentabilidade, partido ao qual me filiei cheio de energia para colaborar em sua construção e manter vivos os sonhos que me trouxeram à política. As bandeiras que sempre defendi – a luta pelo fortalecimento da democracia, pela justiça social e pelo desenvolvimento sustentável – são as mesmas que continuarei carregando. A começar pelo fortalecimento de nossa democracia e pelo res-
peito à Constituição, ambas tão atacadas ultimamente. Aos que votaram em mim, não tenham nenhuma dúvida disso. Agradeço a acolhida calorosa que recebi na Rede! Uma nova caminhada se inicia, tomada pelo entusiasmo, pelo otimismo e pela aposta no Brasil!”, disse o deputado na sua página no Facebook. A dança das cadeiras deve continuar, pois muitos políticos não pretendem se candidatar às eleições municipais de 2016. Isso permite que eles troquem de partido sem muitos problemas.
Marcos Imbrizi / De São Paulo
Foto: Hercules Dias Silva
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PSOL é o melhor partido do país, segundo jornalistas
Café com Leite
André Merlo filia-se ao PSDB
isando às eleições municipais de 2016, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) de Minas Gerais recebeu nesta segunda-feira (28/9), em Belo Horizonte, as filiações de três importantes lideranças regionais: André Merlo, de Governador Valadares (Vale do Rio Doce), Rafael Simões, de Pouso Alegre (Sul de Minas) e do Coronel Sandro Teatini, de Ipatinga (Vale do Aço). As boas-vindas aos novos filiados foram dadas pelo senador Antonio Anastasia durante reunião aberta do Diretório Estadual, que contou com as presenças de parlamentares do PSDB e de partidos aliados, além de várias lideranças regionais. André Merlo é pecuarista e tem atuação destacada no associativismo rural. Atualmente, é presidente da União Ruralista Rio Doce, cargo que ocupa pela segunda vez. Em 2014, com a posse de Alberto Pinto Coelho como governador, assumiu a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA).
Foto: PSOL
TVT, a TV dos Trabalhadores, comemora cinco anos
uando falamos em concessão de canais de TV no Brasil, sempre lembramos da brincadeira de que as famílias donas destas concessões cabem nos dedos de duas mãos, o que demonstra uma tremenda concentração. Um dos poucos casos, senão o único, que fugiu a esta regra é a TVT, TV dos Trabalhadores, a primeira emissora de televisão outorgada a um sindicato de trabalhadores. A história da concessão começou ainda na década de 1980, quando o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC encaminhou ao Ministério das Comunicações uma solicitação para um canal educativo. Mais de 20 anos se passaram até que, em 2009, a permissão foi dada a uma fundação sem fins lucrativos mantida pelos sindicatos dos Metalúrgicos do ABC e dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região: a Fundação Sociedade Comunicação, Cultura e Trabalho. A primeira transmissão foi ao ar em agosto do ano seguinte e segue ininterruptamente até hoje. Ao completar cinco anos de uma forma de comunicação diferente do “padrão Global”, a TVT celebra também importantes avanços, além de uma nova grade de programação. A emissora conta desde o início do ano com um novo transmissor instalado na avenida Paulista. Na região da Grande São Paulo é possível sintonizar a emissora no canal 44.1 HD (digital) e 46 UHF (analógico), e em 27canais comunitários das TVs a cabo da região. Ao comemorar cinco anos a emissora amplia sua programação, além de estabelecer novas parcerias para intercâmbio de programas com a Rede Minas e a TVE da Bahia. Entre as estreias, o programa “Arte é Arte!”, que abre
espaço para todo tipo de manifestação cultural produzida por grupos da Grande São Paulo. “Aula pública”, uma parceria com a TV Unesp, traz ao público debates sobre os mais diferentes temas da atualidade. Apresentado por especialistas, o programa é gravado em espaços públicos onde a plateia interage com o convidado por meio de questões. O ex-ministro das Comunicações, Franklin Martins, por exemplo, tratou em um dos programas da questão dos meios de comunicação no Brasil. Outros programas de debates são “Melhor e Mais Justo” e “Panorama”. Além disso, o programa de notícias “Seu Jornal” foi ampliado de 30 para 45 minutos, de segunda a sexta-feira, e traz informações relevantes à população, que pode participar enviando vídeos, fotografias, além de sugerir pautas. Vale lembrar que uma das preocupações da emissora desde o início é dar voz aos movimentos sociais. A TVT exibe também o noticioso e outros programas da TV Brasil (pública), outra parceira, assim como a TV Câmara, a TV Senado e a Rede NGT, que conta com emissoras em todo o Brasil. A programação é transmitida simultaneamente pela Internet no endereço www.tvt.org.br. Em todo o Brasil também é possível sintonizar a TVT pelo satélite C3, frequência 3851, symbol rate 6247, vertical. ARRUMAÇÃO – Entre os programas que passei a assistir na TVT graças às novas parcerias está “Arrumação”, de Saulo Laranjeira, transmitido pela Rede Minas. Com seus personagens e convidados, o artista e apresentador traz para a gente notícias, causos e boa música produzida nas Minas Gerais e pelo Brasil afora.
Marcos Luiz Imbrizi é jornalista e historiador, mestre em Comunicação Social, ativista em favor de rádios livres.
urante a gestão de Bento 16, o Vaticano resolveu jogar para debaixo do tapete as inúmeras acusações de abuso e pedofilia de padres sobre crianças. O assunto é muito antigo, já que desde que a igreja existe há casos parecidos denunciados pela sociedade de diversas gerações e eras. Ratzinger, o ex-papa ainda vivo, sofreu alegações durante o seu mandato de acobertar e encobrir casos de pedofilia dentro da igreja. Em 1996, a congregação que ele liderava, a Doutrina da Fé, decidiu não punir um padre comprovadamente pedófilo, o norte-americano Lawrence Murphy. Com a descoberta do caso, a permanência de Bento 16 no cargo de papa ficou praticamente impossível. Já o padre continuou seu ‘trabalho’ até a data da sua morte. Foram confirmadas mais de cem crianças abusadas por ele. Já no ano passado, o papa Francisco mandou prender um padre por pedofilia. É o primeiro caso de prisão de um sacerdote por abuso
sexual infantil de toda a história da igreja católica. Foi o polonês Josef Wesolowski, 66 anos, ex-representante diplomático da igreja católica na República Dominicana. Ainda sobre este caso, a ONU resolveu se manifestar. A entidade enviou uma carta ao Vaticano exigindo uma série de medidas por parte da igreja, como: explicitar os casos de abuso sexual; entregar as acusações para as autoridades dos países que tiveram suas crianças abusadas por sacerdotes; liberação para investigação local; e expulsão do membro em caso de crime comprovado. O Vaticano disse que estava tomando as medidas necessárias para melhorar as investigações sobre os casos. A partir da sua entrada, Francisco se mostrou dinâmico na luta contra a pedofilia na igreja. Porém, ele enfrenta resistência dentro do próprio Vaticano. O papa é visto como progressista demais por parte dos mais conservadores. Em 2012, a igreja católica soltou um dado que afirmava haver mais de quatro mil
casos de pedofilia praticados por membros (hoje este número deve ser bem maior). Na época, o papa ainda era Ratzinger e não houve muita satisfação por parte dele e de outros cardeais do Vaticano por conta da publicidade deste dado. “A igreja tem a obrigação de cooperar com a lei civil e denunciar esses crimes às autoridades competentes”, defendeu o então prefeito da congregação Doutrina da Fé na época, William Levada. Em sua última coletiva de imprensa, nesta semana, Francisco denunciou os padres e bispos que acobertam crimes de pedofilia dentro da igreja. Provavelmente, não foi uma indireta ao seu antecessor, mas acabou resvalando no fato de Ratzinger ter acobertado vários desses crimes. “Os abusos sexuais ocorrem em toda parte: no ambiente doméstico, vizinhança, escolas, recintos desportivos. Mas, quando um padre comete um abuso é muito grave porque o seu objetivo é fazer a criança crescer no amor de Deus,
Foto: O Globo
Ratzinger foi denunciado por acobertar padre pedófilo
em direção à maturidade emocional, para o bem”, disse o pontífice. O papa havia recebido na Filadélfia, Estados Unidos, vítimas de abuso sexual e deu uma declaração claramente contrária ao crime. “Deus chora. Os crimes e pecados de abusos sexuais de crianças não devem continuar a ser mantidos em segredo. Os responsáveis vão responder por seus atos”, declarou Francisco. Dezenas de bispos acobertaram os casos de padres pedófilos em suas
paróquias. O caso é muito grave e o Vaticano é praticamente isento de qualquer lei. É um país que habita todos os outros países do planeta e consegue manter suas próprias regras, mesmo com a soberania das outras nações. É muito difícil impedir que os casos ocorram e que os membros sejam culpados. Resta agora a esperança de que Francisco esteja falando a verdade e mude radicalmente a forma como a igreja trata os casos de abuso sexual de menores.
Mulheres pedem a legalização do aborto na América Latina Semana é marcada por lutas e movimentos em prol da liberdade feminina
Fernando Gentil
O
dia 28 de setembro é a data escolhida para representar a luta de milhões de mulheres pela liberdade sobre os seus próprios corpos. A legalização do aborto, além de ser uma questão de saúde pública, é também um ato de empoderamento das mulheres latino-americanas. Com o lema “Direito ao corpo e à vida das mulheres”, 500 manifestantes se reuniram no Uruguai para pedir a legalização do aborto em toda América Latina e Caribe. São ativistas de países como o Brasil, Argentina e o próprio Uruguai, onde a prática já é legalizada. A
Marcha Mundial das Mulheres é quem comanda a ação pró-aborto. Apenas no Brasil, um milhão de mulheres recorrem a clínicas clandestinas para realizar o aborto por diversos motivos. Mesmo os já legalizados (estupro, anencéfalos e risco de morte da mãe) são difíceis de se realizar no país. São apenas 65 unidades aptas pelo Sistema Único de Saúde para realizar o procedimento em todo o território nacional. “É bom lembrarmos que as políticas de criminalização do aborto criam um recorte cruel, que faz com que brasileiras pobres se submetam a abortos inseguros, em condições Foto: Giulia Castro
Elas devem ter direito sobre os seus próprios corpos
insalubres. Quem tem dinheiro consegue pagar por serviços que, mesmo ilegais, têm menos riscos. E, para todas as mulheres, o aborto é um procedimento doloroso, difícil e realizado como última opção. Nós acreditamos que as mulheres que estão passando por essa situação tão delicada não podem ser enviadas para a cadeia nem para a morte. Por isso, defendemos a descriminalização do aborto”, disse o deputado estadual Marcelo Freixo em sua página no Facebook. Quem tem condições financeiras, consegue fazer o aborto de forma mais segura, mas não menos invasiva. Quem é pobre, utiliza diversas formas incorretas e perigosas para fazer o procedimento. Como sempre, as classes menos favorecidas são as que mais sofrem. “No 28 de setembro, Dia de Luta pela Legalização do Aborto na América Latina e Caribe, devemos denunciar os alarmantes dados sobre aborto no Brasil. Segundo a Pesquisa Nacional do Aborto publicada em 2010, 15% das mulheres entrevistadas declararam ter realizado o aborto alguma vez na vida. Essa proporção cresce com a idade, revelando o quanto a prática do aborto é comum na vida repro-
Foto: Antônio Cruz/Abr
Mulheres lutam há anos no país pela legalização do aborto
dutiva de muitas mulheres, principalmente daquelas com baixa escolaridade. Independentemente da religião das mulheres entrevistadas, os dados não se alteram. A pesquisa conclui que, ao final de sua vida reprodutiva, mais de um quinto das mulheres no Brasil realizaram aborto. Na pesquisa, metade das mulheres declarou ter feito aborto sem recorrer a medicamentos, colocando-as numa situação de abortamento muito precária”, disse a secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT. Legalizar o aborto é respeitar o direito das mulheres sobre o seu próprio corpo. É tratar de forma
madura essa questão que é de saúde pública e não de prisão. “Nós, mulheres cutistas, não pactuaremos com as movimentações retrógradas em relação ao controle dos nossos corpos e nossas vidas, pois a cada dois dias em que o aborto continua ilegal em nosso país, uma mulher morre devido às condições de abortamento inseguro. Reafirmamos que é dever do Estado garantir as condições de abortamento seguro, legal e gratuito para todas as mulheres. Defendemos o livre exercício da sexualidade, com liberdade, respeito e responsabilidade, sejam as mulheres casadas, lésbicas ou solteiras”, conclui a secretária.
CAPA 6
FIGUEIRA - Fim de semana de 02 a 04 de outubro de 2015
CAPA 7
VALADARES OPTA POR MONOCULTURA DE ÁRVORES URBANAS Foto: Fernando Gentil
Oitis são vistos por toda região central e bairros Fernando Gentil
A
Licania tomentosa é a espécie mais encontrada pelas ruas de Valadares. Com árvores de oito a quinze metros de altura e tronco de 30 a 50 centímetros de diâmetro, o oiti faz parte da vida do valadarense. A necessidade de se podá-la em várias épocas do ano, a quantidade de pássaros e morcegos que as habitam e os frutos que caem com certa frequência – são várias as características que fazem dessa espécie uma marca da cidade. A coordenadora regional de pesquisa e proteção à biodiversidade do Instituto Estadual de Florestas Regional Rio Doce em Governador Valadares, Júnia Kruk Almeida Silva, cita as características da espécie e suas vantagens na arborização urbana. “O oiti, cujo nome científico é Licania tomentosa, pertence à família botânica Chrysobalanaceae e é nativa da Mata Atlântica da região do Vale do Rio Doce. É perene e não perde suas folhas na estação seca. Possui raízes pivotantes, ou seja, são raízes profundas e não agressivas, que tendem a não causar danos nas calçadas e construções. O tronco é ereto e geralmente apresenta casca cinzenta e fuste curto, ramificando em seguida. Por ter uma copa frondosa é ótima para fornecer sombra; tem grande porte e deve ser plantada em parques e calçadas com mais de 2,5 metros de largura”, explica a engenheira florestal. Mas Valadares não é protagonista no assunto. O oiti é muito utilizado em várias cidades para arborização urbana. “Seu uso ajuda a refrescar o ambiente e reduz os ruídos. É também muito tolerante à poluição dos grandes centros urbanos. Não obstante, é interessante seu plantio também em áreas de reflorestamento, sombreando e protegendo espécies de sucessão secundária e fornecendo alimento para a fauna silvestre”, relata a pesquisadora Raquel Prato. Porém, a monocultura por toda a cidade não é benéfico para a biodiversidade local. “Em muitas cidades do Estado e do país o oiti foi muito utilizado na arborização urbana. Na época em que foi inserido nas cidades não existia uma preocupação com a diversidade das espécies plantadas nem com os possíveis prejuízos que poderiam causar o oiti. O que foi levado em consideração foi seu crescimento rápido, copa espessa com ampla sombra e fácil cultivo. Na minha opinião, não vejo vantagens na prática da monocultura. A diversi-
dade é o que mantém o equilíbrio do sistema ambiental. Aspectos estéticos, de proliferação e climatização têm sucesso quando a diversidade das espécies é maior”, afirma o diretor do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Rio Doce, Carlos Lucidi. Júnia Kruk acredita que a árvore é importante para refrescar o clima tão quente de Valadares. “Árvores no ambiente urbano, de modo geral, tendem a melhorar o microclima por meio da retenção de umidade do solo e do ar, e pela geração de sombra, evitando que os raios solares incidam diretamente sobre as pessoas, proporcionando conforto para as moradias, veículos e pedestres; interferem na velocidade e direção dos ventos; fornecem abrigo e alimento à fauna, principalmente a avifauna; produz sombreamento e embeleza as cidades; reduz os índices de poluição, pois purificam o ar pela fixação das partículas de poeira e gases tóxicos nas suas folhas e reciclam os gases por meio da fotossíntese; funcionam como amortecedor de ruídos. Também agem sobre o bem-estar físico e psíquico do homem, e na suavização do aspecto visual em contraste com o concreto exuberante das cidades. O oiti, pelas suas características, traz todas essas vantagens descritas”, diz a coordenadora do IEF. Lucidi concorda com ela. “A cobertura vegetal tanto nas cidades quanto nos campos é de extrema importância para o controle climático e para a formação de chuvas. É difícil falar sobre um assunto tão amplo, a vegetação regula o clima, amenizando as temperaturas, serve de barreira natural contra gases poluentes, influencia na precipitação e na formação de nuvens por causa da umidade, ajuda na penetração de água no solo, preservando os lençóis, entre outras várias funções”, conta o coordenador do IDS-Rio Doce. Para poder modificar o aspecto visual e também aumentar a biodiversidade da região é importante investir em novas espécies na cidade. O oiti tem suas vantagens, mas a monocultura quase sempre é prejudicial. “Isso é um caso um pouco mais complicado. Refazer a arborização urbana requer uma pesquisa e uma estratégia muito bem elaboradas; os danos que poderiam ser causados ambientalmente e estruturalmente com a retirada de árvores são constantemente estudados. Uma solução rápida seria usar desse plantio diverso nos novos Foto: Fernando Gentil
Oiti é encontrado por todos os cantos do município
P
Foto: Rayssa Andrade
Prefeitura poda algumas árvores do centro da cidade
Carlos Lucidi acredita que biodiversidade é necessária para o equilíbrio ambiental
loteamentos e a substituição apenas das árvores que se encontram em locais de fácil remoção. Existem inúmeras espécies que podem ser usadas e isso vai variar de acordo com o local de plantio, se essa será plantada em uma calçada, em um canteiro central, uma praça etc. O que deve ser analisado é o espaço que esta planta terá para crescer tanto pra baixo quanto pra cima e, aí sim, indicar as espécies corretas. Existe um documento, o Manual Técnico de Arborização Urbana da cidade de São Paulo, que é uma excelente proposta, listando e orientando sobre diversas formas de plantio urbano. Alguns exemplos de espécies são a Pata de Vaca, o Ipê Rosa Anão, a Babosa Branca, o Ipê Amarelo, a Monguba, a Árvore da China e a Flor de Rainha”, explica Carlos Lucidi. A poda é necessária para que a espécie se desenvolva e para evitar o desequilíbrio ambiental na área em que a árvore foi plantada. Cortar algumas folhas e galhos é importante para a própria espécie. “Cada uma tem um tempo diferente de poda; o essencial é a forma correta de se fazer a poda. Nos municípios, as podas visam à diminuição das folhas para evitar problemas nas drenagens de água, na manutenção da rede elétrica e
no acesso das vias e proteção das estruturas onde o crescimento das árvores está sendo prejudicial. A forma correta não poderia afetar o desenvolvimento da árvore nem mesmo degradar o ambiente a que ela proporciona o bem. Porém, cada um defende o seu interesse”, conta o coordenador da IDS-Rio Doce. Mudanças são necessárias para que a monocultura na cidade acabe e dê mais chance à biodiversidade. A variedade de espécies da fauna e flora em um município é muito importante. Além de modificar o visual, melhora o clima, o vento, a umidade do ar. Diversidade é uma palavra que deve ser defendida em todo e qualquer sentido. “Estamos mais focados nas áreas naturais da cidade que são de manejo mais fácil, como o Parque Natural Municipal, toda zona de amortecimento da Ibituruna, praças públicas, CEAM na Vila Mariana etc. Desenvolver um projeto de diversificação da arborização urbana requer atenção por parte de toda a cidade, coletividade, poder público, força empresarial e industrial, prestadoras de serviço, escolas e educadores. Para que dê certo um projeto desta dimensão, é necessário não somente fazer, mas sim conscientizar todo o entorno quanto a sua necessidade. O IDS-Rio Doce vem não para ser somente mais uma ONG ou um projeto; o IDS-Rio Doce é uma ideia. Uma ideia de sustentabilidade e preservação”, conclui Lucidi. A reportagem do Figueira entrou em contato com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e também com a de Serviços Urbanos. Não obteve resposta até o fechamento da edição.
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Mudanças climáticas exigem ação urgente
ara reduzir o aquecimento global, cada país teria de fazer investimentos equivalentes a 0,06% de seu PIB. É pouquíssimo, em especial se considerarmos a gravidade das mudanças climáticas e suas consequências. Todo o mundo será afetado, em especial as nações mais pobres, e poderá haver graves riscos à segurança alimentar, além do surgimento de novos bolsões de miséria. Os alertas feitos na recente apresentação do relatório-síntese do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), na Dinamarca, tornam decisivas as próximas negociações, que precisam ir além de acordos bilaterais, como o recém-firmado por China e EUA, que é importante, mas insuficiente. O entendimento e a adoção de providências são impreteríveis, pois o fenômeno, se não for controlado logo, aumentará a probabilidade de impactos severos, invasivos e sem volta para os ecossistemas. Foi instigante a ponderação feita pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, na apresentação do documento do IPCC, de que se não forem tomadas as providências necessárias,
a oportunidade de manter o aumento da temperatura global abaixo da meta de 2ºC não será mais possível em menos de dez anos. O novo relatório, considerado o mais abrangente sobre o tema, mostra que, mesmo cessando as emissões de carbono de imediato, ainda levaria um bom tempo para normalizar a situação do clima. Em contrapartida, é alentadora a conclusão dos especialistas de que há boas condições para se concretizar um planeta mais sustentável, com ações rápidas e uso de tecnologias e ferramentas já disponíveis. Todos concordam que as energias renováveis, cada vez mais competitivas economicamente, são soluções indispensáveis. Isso reafirma a importância do Brasil na luta contra as mudanças climáticas, o que deve colocar o etanol, o biodiesel, os biocombustíveis em geral e a hidroeletricidade entre as pautas prioritárias do país nos próximos anos. Independentemente do pré-sal, é preciso olhar com muita atenção para as demais fontes energéticas presentes em nossa generosa natureza. Por outro lado, é prudente salien-
tar uma ressalva feita pelo secretário-geral da ONU que não recebeu a devida atenção: as nações mais pobres e vulneráveis, as maiores vítimas do aquecimento global, são as que menos contribuíram para potencializar o problema. É justa, por isso, a proposta que vem sendo defendida pelo Brasil de que o acordo a ser firmado na 21ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP 21), em Paris, em novembro de 2015, considere as ações já realizadas e estabeleça metodologia para quantificar e qualificar as responsabilidades anteriores pelas emissões de carbono. O relatório-síntese do IPCC é taxativo: a inércia custará muito caro à humanidade. As soluções existem e permitem a continuação do desenvolvimento econômico. É essencial, porém, a vontade de mudar. JOÃO GUILHERME SABINO OMETTO, engenheiro, é vice-presidente do Conselho de Administração do Grupo São Martinho, vice-presidente da Fiesp (Federação da Indústria do Estado de São Paulo) e coordenador do Comitê de Mudanças Climáticas da entidade *Texto retirado do site do jornal Folha de S.Paulo
FERRAMENTAS JARDINAGEM RAÇÃO SEMENTES
Rua José Luís Nogueira, 443 Centro - GV Fone: (33) 3021-3002
CIDADES 8
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CIDADES 9
Júlio Avelar
BRAVA GENTE
E AGORA, JOSÉ?
DE OLHO AÍ, DR. JUIZ
QUEM CASA
Então: como todos já comentavam, o senhor André Merlo não aguentou ficar sozinho no PDT de Paulinho Costa. Como combinado, tornou-se subsecretário e secretário da Agricultura de Minas, para mais tarde vir de mala e cuia para o PSDB, que tem um dono poderoso chamado Bonifácio Mourão.
Justiça Eleitoral de Valadares precisa ficar atenta; já tem gente minando o eleitorado local, assediando-o a transferir seus votos para outras cidades com intuito de não permitir o segundo turno em Valadares. Só não enxerga quem não quer ou está compactuando com as transferências.
Empresário Iline e a bela Rayane anunciando o casamento religioso para o dia 10 de outubro agora, às 21h45, na Chácara Jardins do Solar, no Atalaia. Ele é filho do casal empresário Iline Geraldo, do GV Borracha, e Maria da Penha, e ela, de Julia Maria Gomes de Souza. Vamos marcar presença com muito prazer e honra.
E AGORA, MERLO? Encontrei com Paulinho Costa, dono do PDT em Valadares, na terça feira, e perguntei: “E aí, Paulinho, você vai ser vice de André Merlo?” Ele respondeu: “Seria o certo, uai!”
Marlon Estiano e a arte de sorrir Júlio Avelar é jornalista, apresentador na TV Rio Doce e membro da Academia Valadarense de Letras
Quer falar com este colunista? zapzap 33-99899200 ou julioavelargv@gmail.com Avenida Minas Gerais, 700 sala 610 após 14h.
QUEM GANHOU É da Agência Óbvio a conta da Câmara Municipal para divulgação dos trabalhos do Legislativo Valadarense. Jackson Lemos e Valéria, donos da excelente agência, têm boas novidades para o futuro. Há anos que a Comissão de Licitação da Câmara não consegue fazer uma licitação no início do ano (fica sempre para o final). Uma pena...
TERCEIRA VIA Como provavelmente Bonifácio Mourão não vai ser mais candidato a prefeito de Valadares, pelo menos ele não diz que sim e nem que não, e sim (provavelmente) o topetudo André Merlo, apoiado por ele, caberá a sorte de uma chamada segunda via. Pois o PT, com certeza e com direito, lançará candidato. E se tiver segundo turno mesmo, nada é garantido na atual conjuntura.
Wellington Vieira e sua bela esposa Natália
NÃO PASSA Para o vereador Cezinha Alvarenga, do PRB de Valadares, o projeto de lei do seu colega Paulinho Costa, do PDT, diminuindo para 19, em vez de 21 vereadores, não passa na Câmara. Segundo ele, todos os 21 vereadores concorrem à mesma cadeira e ninguém ali quer se suicidar politicamente. Pois é!
ILUMINADO? Uma raposa me contou que as entidades de classe da cidade (até que temos umas bem dirigidas por aqui) estão contabilizado para arranjar dinheiro a fim de decorar o centro da cidade para o Natal. Na verdade, há anos o nosso natal é uma merda, para não falar outra coisa. Ano retrasado, a Associação Comercial cometeu um crime com aquela caríssima arvore de natal, que foi considerada a pior do mundo. Esperamos alguma coisa bonita, pois o Natal de Valadares reflete nas vendas para outras 85 cidades vizinhas.
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SÉRIA E COMPETENTE Abraão Soares e os homenageados Rosana Azevedo e Maurício Serpa na festa Aplauso
A simpática Maria do Carmo e o filho João Rocha, que passa férias em GV
Uma odontóloga de porte, de elegância, de nome e de profissionalismo nota 10 no Leste Mineiro é também a charmosa Dr.ª Márcia Benetti, no sétimo andar do Plaza Center, no coração de Valadares.
QUEBRA-QUEBRA Pois então: além de grandes empresários que não estão aguentando a crise, tem gente das terras também indo à bancarrota em Valadares e região, mas vai ser acudido e dará a volta por cima. Já os empresários, só lhes resta decretar falência.
Fernando Gentil
E
stiano é um jovem de apenas 22 anos. Natural de Valadares, é coordenador de um grupo de 30 voluntários cujo papel é fazer as pessoas sorrirem. Criado em 2012, os “Risologistas” levam festa e alegria àqueles que não têm muitos motivos para ficar felizes. “O termo ‘Risologista’ foi inventado na década de 60 por Hunter Adams, que era um médico americano, e, desde então, espalharam-se pelo mundo inteiro grupos inspirados na arte da humanização hospitalar. Apesar de esses grupos terem o mesmo intuito, por inspiração de Hunter, eles não têm nenhuma relação uns com os outros, mas têm o mesmo foco, que é a serventia do amor para todas as pessoas. Existem grupos de Risologistas no mundo inteiro”, afirma o voluntário. Amante da arte, Marlon e sua amiga Isabela Ramos decidiram investir no projeto. “Resolvemos fazer algo na arte que tivesse uma importância social. Começou em 2012, durou seis meses, e, após desencontros dos voluntários, o projeto teve de ser paralisado. Com vontade de continuar, o Jheferson Siqueira e eu voltamos à ativa com o “Risologistas” em 2014 e, desde então, está dando muito certo”, conta o jovem. Sobre uma data marcante, Marlon relembra um fato doloroso, mas que lhes deu força para continuar o trabalho. “No começo do projeto, numa das visitas que fizemos ao hospital, conhecemos uma garotinha. Ela era muito humilde e estava há meses internada com uma doença grave. No primeiro dia de visita, a Fernanda ficou encantada com a gente, tirou foto e
brincou muito. Na outra semana, quando fomos visitá-la novamente, a mãe dela nos disse que ela só dormia olhando para a nossa foto. Isso, para a gente, foi demais, pois estávamos sendo o consolo de uma garota tão indefesa e tão frágil, mas que lutava para melhorar. Na terceira visita, cantamos parabéns, pois era aniversário da Fernanda e ela fez um pedido que nos marcou: pediu que não demorássemos a fazer a próxima visita e, passada mais uma semana, quando voltamos ao hospital, fomos direto para o quarto dela. Naquela hora não a encontramos no quarto, o desespero bateu e começamos a perguntar onde ela estava. Foi aí que vimos que demoramos demais. A Fernanda não estava mais entre a gente depois de uma cirurgia de risco. Naquele dia, tudo estava acabado, o nosso sorriso tinha virado tristeza, não tínhamos visitado ainda nenhum quarto além do quarto desta criança e já estávamos decididos que não íamos continuar o trabalho daquele dia. Mas, ao sairmos para o corredor, com os olhos cheio de lagrimas, várias crianças começaram a aparecer e, ao invés de nós levarmos a alegria, foram as crianças que trouxeram alegria para a gente. Brincamos, dançamos e sorrimos ali mesmo no corredor, e, com isso, aprendi que mesmo que aquela criança tenha ido embora, ela estaria presente e muitas outras crianças precisavam da gente. Aquilo que estava acontecendo era só um modo de ela pedir para nunca pararmos com o trabalho”, diz, emocionado. Marlon é apaixonado por arte, por fazer o
MUITO PERIGO. ENXERGA, ELISA! Avenida Minas Gerais com entrada para a rua Fausto Perim e BNH do Grã- Duquesa merece um semáforo; é um cruzamento que tem provocado muitos acidentes.
Corpo de Bombeiros participa da Semana do Trânsito
É ISSO AÍ! Presente dá quem pode e só recebe quem merece. Por outro lado, quem convida deve dar bom banquete e nunca deixar os convidados com fome – pagantes ou de graça!
Corporação promove simulado de acidente com resgate de vítimas Gina Pagú
PROGRAMA de INVESTIMENTO em LOGÍSTICA
198,4 BILHÕES DE REAIS EM INVESTIMENTOS PROJETADOS.
O Brasil vai seguir avançando. R$
66,1
bilhões
R$
para 7 mil km de estradas
RODOVIAS
86,4
R$
bilhões para 7,5 mil km de ferrovias
FERROVIAS
37,4
bilhões
R$
para portos e terminais privativos
PORTOS
8,5
bilhões para 4 aeroportos
AEROPORTOS
Uma infraestrutura de transportes integrada e moderna vai trazer mais agilidade na distribuição da produção brasileira, mais competitividade nas exportações e mais qualidade nos serviços prestados à população. Além de gerar emprego e renda para os brasileiros e impulsionar o crescimento do País. É assim que o Brasil vai seguir avançando.
E
m colaboração com a Campanha da Semana do Trânsito e parceria com a Polícia Militar, Tiro de Guerra, SAMU, Agentes de Trânsito e Prosegur Brasil, o Corpo de Bombeiros de Governador Valadares promoveu na última sexta-feira (25) um simulado de acidente de trânsito e resgate das vítimas. Quem passava pela rua Marechal Floriano, esquina com avenida Minas Gerais, se surpreendeu com a movimentação causada pela veracidade do acidente e do socorro das vítimas. A vendedora Elisabete Bretas disse que não sabia do simulado, mas que gostou muito da ação dos policiais. “Esse tipo de situação, quando presenciamos de verdade, nos deixa sem saber o que fazer. Os bombeiros estão de parabéns, assim como o SAMU, que foram preparados para essas ações. Nós cidadãos temos muito que nos conscientizar sobre o trânsito para não termos de vivenciar essas situações.” O Corpo de Bombeiros atendeu 884 ocorrências de trânsito de janeiro a agosto de 2015, uma média de 120 por mês e quatro por dia. De acordo com o Tenente Ricardo Gonçalves, do Corpo de Bombeiros, é preciso trabalhar a prevenção com a comunidade. “O número de acidentes de trânsito tem
crescido a cada dia juntamente com o aumento da frota de veículos. Sabendo disso, o Corpo de Bombeiros reconhece que a melhor forma de evitar esses acidentes e suas sequelas é reforçar a ideia dos meios preventivos. A finalidade do simulado é demonstrar à população os procedimentos de atendimento às vítimas de acidentes de trânsito e ressaltar a importância da educação e obediência às normas de circulação e conduta, estimulando aos motoristas, ciclistas, pedestres e motociclistas a ter um comportamento mais responsável e prudente.” O Comandante do Pelotão de Trânsito de Valadares, Tenente Lindomar Batista, lembra a importância de se respeitar a faixa de pedestres. “Em muitas cidades do Brasil os condutores já estão habituados a respeitar o pedestre, parando o carro antes da faixa de pedestres. Estamos tentando implantar essa consciência aqui em Valadares. Afinal, é um gesto simples que pode prevenir o pior dos acidentes. A lei de trânsito diz que devemos sempre nos ater à segurança dos mais frágeis, no caso, do menor para o maior. Primeiro pedestres, depois ciclistas, motos e veículos maiores.” Confira as fotos da simulação realizada pelo Corpo de Bombeiros:
Foto: Divulgação
bem e por ser palhaço. A união das três coisas faz com que os “Risologistas” sejam um sucesso. “Visitamos crianças com todo tipo de doença e o projeto ainda só está dentro dos hospitais infantis. Mas, felizmente, como o grupo vem crescendo muito, vamos ampliar o projeto para fazer o trabalho com os adultos, nos hospitais, e com os idosos, nos asilos de Governador Valadares”, explica o também designer publicitário. Se você se interessou pelo trabalho do grupo, para fazer parte do projeto é bem fácil. “O trabalho é totalmente voluntário e qualquer pessoa pode ser um Risologista. Mas, antes, essa pessoa precisa passar por um treinamento, como todos os Risologistas. Nesse treinamento, aprendemos a capelânia, a arte do palhaço, a humanização do palhaço, improvisos etc. O grupo atualmente sobrevive por meio Estiano dedica parte da sua vida para cuidar de crianças enfermas dos voluntários e cada um arca com a sua própria maquiagem, jaleco, peru- pessoas são atingidas e mais crianças ficam ca. Temos alguns patrocínios, mas, infeliz- felizes. Como eu já tinha dito, estamos com mente, eles ainda não são suficientes. Com o foco em ampliar o projeto e, para isso, vaeles fazemos adesivos para dar às crianças mos precisar de muita ajuda. Qualquer ajue compramos materiais para ajudar alguns da será muito bem-vinda. Para ajudar, basta voluntários que não têm como comprar. O entrar no www.risologistas.com ou www. patrocínio é muito importante para o proje- facebook.com/risologistasgv”, conclui o coto, pois, quanto mais ajuda recebemos, mais ordenador.
CIDADES 10
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ESPORTES 11
Grupos do Whatsapp prejudicam o trânsito PM critica ação dos participantes que avisam sobre blitze
Valadarenses são destaque em iron biker Casal participa de diversos campeonatos pelo país
Gina Pagú
N
os grupos de discussão promovidos no aplicativo Whatsapp, reúnem-se temáticas como família, trabalho, escola; mas, o que tem chamado a atenção são os grupos de blitze, cujo objetivo é alertar os condutores sobre os pontos de fiscalização das polícias de trânsito. O assunto é polêmico e a prática ilegal. De acordo com o Coronel Wesley Barbosa, Comandante da 8ª Região da Polícia Militar, os grupos, quando antecipam os pontos de fiscalização, prejudicam o desenvolvimento da ordem pública e o trabalho efetivo das polícias. “Esses grupos lesam o nosso trabalho, pois informam onde estão ocorrendo as blitze. Consideramos uma conduta inadequada, pois impossibilita a abordagem de supostos infratores de diversas modalidades de crimes e não somente de trânsito. Quanto a essas informações, orientamos a população a não divulgá-las. Se querem uma polícia eficiente, então não prejudiquem as ações planejadas pela Polícia Militar em favor do cidadão de bem.” Willerson Soares, administrador do grupo Informações GV, diz que se sente bem podendo ajudar com informações sobre blitze e notícias da cidade. “Sinto-me feliz em participar das discussões do grupo, principalmente por destacar as notícias de última hora e de forma rápida. Com relação às fiscalizações, tentamos somente ajudar os colegas.” O Coronel Wesley reitera a im-
Imagem: G1
Grupos de blitze no whatsapp são comuns em diversas cidades
portância de que a comunidade não participe desse tipo de grupo. “Aqueles que fazem parte desses grupos, em determinado momento, podem ser vítimas de uma ação de infratores que foram ajudados no desvio das blitze. As fiscalizações são realizadas com a finalidade de trazer maior segurança para a população em todas as suas modalidades: trânsito, desarmamento, prevenção a assaltos de táxi, ônibus e outros. O nosso foco é um trânsito mais seguro, que possibilite à PM abordar infratores que cometeram ou estão na iminência de cometer um crime, como furtos e roubos, inclusive de veículos, apreensão de armas, recuperação de veículos furtados e rou-
Foto: Siga Recursos
trânsito, mas valorizamos mais as notícias do dia a dia, sobre acidentes, homicídios e serviços.”
Blitze Sobre o comportamento dos condutores que forem parados em algum ponto de fiscalização da cidade, o Coronel alerta que o motorista deve se comportar reconhecendo o policial militar como um profissional que está ali para protegê-lo e garantir os seus direitos. “O militar está fazendo o trabalho que lhe foi atribuído, ou seja, ele é um trabalhador como todo cidadão. O condutor deve atender as determinações do policial militar tranquila-
mente, sem medo e sem temor. Durante a abordagem o militar visará à própria segurança bem como a do abordado. O PM sempre está preparado para efetuar as abordagens, mas nem sempre a pessoa está preparada para ser abordada. Por isso, sempre afirmamos para as pessoas que a abordagem é uma ação rotineira e preventiva. É o dever do militar abordar pessoas que, na sua visão, apresentem alguma atitude suspeita. Muitas blitze têm gerado resultados positivos, com prisões e apreensões. E, comportando-se bem, a abordagem ocorrerá com tranquilidade, segurança e promoverá maior compreensão do trabalho policial ao abordado.”
Conferência discute direitos dos índios Oportunidade propõe diálogo entre poder público e povos indígenas Gina Pagú
A
s etapas da 1ª Conferência Nacional de Política Indigenista acontecem nas cinco regiões do Brasil: Sudeste, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Norte. Na última semana, em Governador Valadares, dos dias 28 a 30 de setembro, no Hotel Pedra Negra, a Etapa Minas Gerais e Espírito Santo reuniu 13 aldeias indígenas: Krenak, Xakriabá, Pataxó, Maxakali, Kaxixó, Xukuru-Kariri, Pankaram, Aranã, Mukurim, Pataxó Hãe Hãe Hãe, Tuxá, de Minas Gerais; e Tupiniquim, Guarani, do Espírito Santo. Também estiveram presentes funcionários da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), poder público, ONGs, índios que vivem em território urbano do Triângulo Mineiro e Belo Horizonte, e a comunidade, para discutir os direitos dos povos indígenas. A 1ª Conferência Nacional de Política Indigenista é coordenada pelo Ministério da Justiça e pela FUNAI e é organizada em conjunto com os representantes dos povos e organizações indígenas e com os demais órgãos e entidades governamentais e não governamentais que compõem a Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI). A CNPI foi convoca por Decreto Presidencial de 24 de julho de 2014, com o tema “A relação do Estado Brasileiro com os Povos Indígenas no Brasil sob o paradigma da Constituição de 1988”, e tem como objetivos principais: avaliar a ação indigenista do Estado brasileiro, reafirmar as garantias reconhecidas aos povos indígenas no país e propor diretrizes para a construção e a consolidação da política nacional indigenista.
Os debates centrais são focados na promoção dos direitos dos povos indígenas e estão baseados em marcos legais nacionais e internacionais que reconhecem os direitos territoriais econômicos, civis e políticos dos povos indígenas. Os eixos temáticos discutidos para orientar as reflexões no evento estão baseados em: territorialidade e o direito territorial dos povos indígenas; autodeterminação, participação social e o direito à consulta; desenvolvimento sustentável de terras e povos indígenas; direitos individuais e coletivos dos povos indígenas; diversidade cultural e pluralidade étnica no Brasil; e direito à memória e à verdade.
Etapas Simultaneamente, acontecem as Etapas Regionais de Governador Valadares, Palmas e Fortaleza. Em Valadares, reuniram-se povos de Minas e Espírito Santo; em Palmas participam povos do Distrito Federal, Goiás e Tocantins; na Etapa Fortaleza reuniram-se os povos do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. Para a índia Shirley Krenak, a proposta é de uma democracia. “A Conferência é um momento de diálogos e atuação do poder público e dos povos indígenas. Traz consigo os objetivos de avaliar as ações dos povos indígenas do Brasil, além de buscar reafirmar as garantias dos direitos indígenas. Um dos objetivos é que por meio dessa Conferência possam surgir diretrizes para uma verdadeira política indigenista.” Para Pablo Camargo, agente em indi-
Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal
Tininho Machado e Juliana Tavares sempre presentes na Aplauso
bados, infratores com mandados de prisão, e outros.” O grupo Galera de GV News tem com um dos administradores João Pedro Netto, que assegura saber dos riscos e da ilegalidade de se avisar sobre as ações da polícia. “Consideramos as postagens sobre blitze ilegais. Participo de mais sete grupos e em alguns ainda tem gente que coloca informações sobre o tema trânsito, mas estamos banindo essa prática ilícita.” Outra participante do grupo Informações GV explica sobre a proibição de divulgação antecipada das blitze, mas aponta que alguns grupos ainda a praticam. “Em nosso grupo ainda há pessoas focadas no
genismo, representante da FUNAI-GV, a importância desse tipo de evento se dá na oportunidade de discutir as políticas feitas pelos não índios do Estado brasileiro para o índio. “Essas políticas que os povos indígenas vivem hoje são feitas pelos não índios, sendo que as aldeias têm outra forma de se organizar, viver, pensar que não se enquadra na nossa maneira política, cultura e social de se organizar. Então, o índio, como está inserido na sociedade brasileira, fica refém da lógica do Estado e luta pelos seus direitos, sendo que alguns são garantidos pela Constituição e outros não, e assim tentam exercer o seu modo de vida.” Camargo salienta ainda que é fundamental dar espaço para as diferenças étnicas. “Os
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índios buscam formas de mostrar sua diferença tanto étnica como o direito à terra, às crenças, educação, saúde. Os indígenas têm dois grandes direitos: direito ao território (garantido na Constituição) e direito à diferença (também garantido), o que significa, por exemplo, ter uma escola e saúde diferenciadas; mas, na prática, isso não acontece. Portanto, a Conferência é uma oportunidade de se usar essas ferramentas do Estado para que os próprios índios possam criar uma política para eles. Então, é importantíssimo este momento, pois daqui podem sair muitos encaminhamentos e soluções que podem gerar conquistas futuras para os povos – porque nunca tivemos uma conjuntura tão negativa para a questão indígena.”
Luiz pratica o esporte há muito tempo
Ana Cristina resolveu acompanhar o marido e sair pedalando por aí
Fernando Gentil
O
mecânico de bicicleta Luiz Carlos Barbosa de Souza, 55 anos, e a educadora física Ana Cristina Souza Telles, 50, são dois dos expoentes no iron biker em Governador Valadares. Na última competição de que participaram conseguiram excelente colocação na linha de chegada. “A prova deste ano foi duríssima,
igual aos velhos tempos. Aumentaram a quilometragem e a altimetria, chegando a 2.600 metros acumulados. Este ano eu participei na categoria sub 60, pois tenho 55 anos. O percurso é reduzido. No sábado e no domingo só muda a quantidade de quilômetros. A Cristina subiu ao pódio com um brilhante quarto lugar e eu fiquei
em décimo”, registra Luiz. Para quem não conhece esse estilo de competição, o iron biker é como se fosse uma maratona de bicicleta. “É uma competição de XCM (cross country maratona), em que o percurso tem que ser superior a 60 quilômetros. Na última de que participei o desafio começava na sexta-feira que antecede a competição de maratona, com uma corrida pelas ruas de Mariana (MG), onde são contados pontos de acordo com a chegada de cada participante. Este desafio só pode ter competidores das categorias tidas como elite, que são: sub 23, sub 30 elite e superelite masculina e feminina. Já tem mais de 23 anos que acontece em nosso Estado. Mariana vai sediar até 2016, se não me engano”, relata o ciclista. Luiz lembra até hoje como foi sua primeira vez no iron biker. “Foi em 1998. Fomos de Mariana para Nova Lima e de Nova Lima para BH em dois dias. Prova duríssima e com muitos obstáculos. Na época, fiquei sabendo por colegas que participavam desta prova e foi amor à primeira participação. Pena que no ano seguinte fui para os Estados Unidos e só voltei a participar em 2007. Desde então não faltei um ano. São dez anos de iron biker, com muito or-
Como parte da comemoração dos 240 anos da Polícia Militar de Minas Gerais, foi realizada no último domingo (27/9), a 1ª Corrida Rústica da Oitava Região da Polícia Militar. Os participantes, entre civis e militares, deram partida às 8h30, na praça Júlio Soares, na Ilha dos Araújos, em um percurso de 4.500 metros nas ruas do bairro. Foram premiados os primeiros e segundos lugares nas categorias feminina e masculina, além de órgãos de defesa social e comunidade em geral. Com inscrições gratuitas, o evento foi parceria da Polícia Militar, Prefeitura Municipal de Governador Valadares, da Sociedade Recreativa Filadélfia e da Vetor Comunicação Visual.
gulho, sempre completando todas as provas”, conta o mecânico. A paixão do competidor pela bicicleta é antiga. Desde criança já pedalava pela cidade. “Eu pedalo longas distâncias desde meus 14 anos. Faço trilhas nesta cidade e região desde 1975. As bikes eram de barra circular modificadas com pneus borrachudos e guidões retos. A bike para mim é um estilo de vida. Nunca deixei de pedalar. Nos Estados Unidos, continuei
pedalando. Fui campeão do New England Fat Tire Association, em 2005, e, de lá, eu consegui aplicar a Cristina para começar a pedalar quando eu voltasse, em setembro de 2007. Eu estava de volta e a levei para correr o iron biker (ela, pela primeira vez, e com somente um treino de 15 dias). Mas, mesmo assim, corremos em dupla e ficamos com a quinta colocação. Este esporte é ótimo para a saúde física e mental”, conclui.
CULTURA 12
FIGUEIRA - Fim de semana de 02 a 04 de outubro de 2015
Agenda 10 Ingrid Morhy
FET premia atores de Valadares Festival incentiva a cultura e o teatro
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BALADAS
SOCIAL
Sexta (2/10) – #NAMORABOBO. Showzaço com Thiago Brava, na Monalisa. Jovens artistas participaram do evento
Sexta (2/10) – Victor Trio
Foto: Divulgação
mandando: Paralamas, Nirvana, Titãs, Raul, Engenheiros, Sublime, Nando Reis e muito mais música boa no Oficina´s Pub. Ah! Mulheres até meia noite não pagam nada.
O Gina Pagú
Sexta (2/10) – Be my Guest... Dá uma sacada no que vai rolar no Soul Rock Pub. Ohana, Coldplay, Maroon 5, Cindy Lauper, Pitty e Counting Crows.
Sábado (3/10) – Uma Tarde no Buteco, com show de Arlindo Cruz e Sunga de Pano, no Filadélfia. Com a presença da Tia Cris, Samba Sport Club e DJ nos intervalos. Informações: (33) 3276.7702 / 3276.7709.
A fofa Sayonara Calhau em sua tradicional festa Aplauso
Sábado (3/10) – Maratoma Universitária Open Bar! Reunir a galera, ouvir aquele samba rock com Fanfarra e, claro, em uma noite open bar.
Sábado (3/10) – Tributo ao Metallica, com Militia (BH). O Oficina´s vai tremer!
Sábado (3/10) – Participarei do Duelo do Funk, no Pop Pub (antigo Studio). Haverá duas picapes, eu, DJ Ingrid Morhy vs Júlio de Oliveira. Vamos ver quem vai mandar melhor! Te espero para incendiar a pista neste duelo. Chegando até 0h a entrada é FREE. Rua Lincoln Byrro, 550, Vila Bretas.
CINEMA Hotel Transilvânia 2
A vampira Mavis (Selena Gomez) e o humano Jonathan (Andy Samberg) se casaram e continuaram morando no Hotel Transilvânia, já que Drácula (Adam Sandler) ofereceu um emprego ao genro. Ele na verdade quer que sua filha permaneça ao seu lado, especialmente quando ela revela estar grávida. Eufórico com a notícia, Drácula torce para que seu neto seja um vampiro de verdade e busca, a todo instante, indícios de que isto acontecerá. Entretanto, o pequeno Dennis (Asher Blinkoff) está prestes a completar cinco anos e, ao menos por enquanto, tudo indica que ele é um humano normal.
Tininho Machado e Juliana Tavares sempre presentes na Aplauso
1º Festival Estudantil de Teatro (FET) trouxe bons resultados e premia jovens atores das escolas de Governador Valadares. O evento, realizado entre os dias 15 e 18 de setembro, foi destaque entre os estudantes. A Escola de Dança e Arte (EDA-GV) chamou a atenção por levar cinco premiações das oito entregues pelo Festival: melhor figurino/criação coletiva; melhor ator: Maicon Martins; melhor atriz: Marcella di Spirito; melhor ator coadjuvante: Marco Antônio; e melhor atriz coadjuvante: Marcela Sendas. Uma das proprietárias da escola, Eliana Conti, fala com orgulho sobre as vitórias. “Nossos alunos se esforçaram muito e todos se envolveram. Festivais como esse só reforçam o nosso trabalho e valorizam a dedicação dos atores.” Maicon (Caco) Martins, professor de teatro e ator, premiado como melhor ator, fala da preparação para o Festival. “O espetáculo que apresentamos se chama ‘Tudo Preto no Branco’, uma livre adaptação de uma peça de Molière chamada ‘Médico por Engano’. Conta a história de um casal de camponeses que, para driblar os ciúmes, acabam se metendo em
grandes confusões com a Rainha e o Palácio. A história se passa na Idade Média e uma grande pesquisa foi realizada para que os alunos trabalhassem com as técnicas da Comédia Dell’Arte. Foi uma experiência muito enriquecedora para os alunos.” A diretora teatral e uma das organizadora do FET, Shirley Oliveira, diz que o Festival alcançou seu objetivo inicial, que era integrar estudantes atores e justificou a importância de eventos como este. “Nosso objetivo principal é a valorização da cultura, das artes cênicas e, especificamente, o teatro, e contribuir para a valorização da identidade artística e a integração entre os grupos teatrais, assim como a capacitação de grupos e artistas. Já esperamos pela realização da próxima edição.” Caco ressalta que o FET foi realizado com tranquilidade. As dúvidas e necessidades dos participantes foram sanadas e atendidas com prontidão, e ele parabeniza a organização do evento. “Festivais estudantis de teatro como este têm muita importância principalmente por ser composto, essencialmente, por alunos e aprendizes de teatro. No processo de formação em teatro, o
contato com o público e com outros ‘fazedores’ desta arte é muito importante. A premiação passa a ser um incentivo para que todos, professores e alunos, conquistem uma qualidade maior. Minha turma de teatro concorreu com um espetáculo na categoria Espetáculos Infantis e fomos premiados com o melhor figurino e todos os troféus de elenco (aqueles destinados ao trabalho de ator/atriz), o que significa que, sob a avaliação dos jurados do FET, meus alunos se destacaram e mereceram todos os troféus destinados à interpretação, o que me enche de orgulho e felicidade. Trabalhamos duro nas aulas de teatro para executar bem a arte de emocionar as pessoas.” O professor-ator deixa um pedido ao poder público. “A valorização da cultura em Governador Valadares ainda é modesta, mas caminha para possibilitar um quadro mais promissor para os artistas. Há movimentações para a instauração do Sistema Municipal de Cultura, integrado ao Sistema Nacional para este fim, além da reativação do Fundo Municipal de Incentivo à Cultura. Boas expectativas para o futuro, mas, hodiernamente, carecemos de mais eventos como o FET.”