JORNAL FIGUEIRA ANO 2 NÚMERO 80 FIM DE SEMANA DE 09 A 11 DE OUTUBRO DE 2015 FIGUEIRA DO RIO DOCE / GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS EXEMPLAR: R$ 1,00
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Ao nascer aprendemos a sempre ganhar uma coisa em troca de outra. Choramos por brinquedos na infância e damos um jeitinho em tudo depois de adulto. Eu, você, todos nós somos corruptos. Página 6
Almino Affonso foi ministro do Trabalho e Previdência Social no governo de João Goulart. Um dos homens da linha de frente de Jango. Foi um dos líderes e pensadores da corrente Trabalhista Brasileira. Cassado pelo golpe de Estado de 64 viveu no exilio durante anos, retornando ao Brasil em 76 para continuar sua carreira política como Secretário de Estado no governo de Franco Montoro, em São Paulo. Escreveu o livro 1964 na Visão do Ministro do Trabalho de João Goulart, onde reconstitui os principais eventos do período da ditadura militar no Brasil entre 1964 e 1985. Orador excepcional, Almino já nos presenteou com discursos e entrevistas memoráveis, como a concedida ao programa Roda Viva, em 2014, onde ele conta com riqueza de detalhes as movimentações políticas dos dias que antecederam o Golpe de Estado de 64. O ex-ministro conta que o verdadeiro Golpe aconteceu no Congresso. Existia uma pressão militar muito forte se articulando nos bastidores, mas do ponto de vista institucional o Golpe aconteceu no Congresso já com Jango viajando para Porto Alegre. No Rio Grande, Jango reúne seus homens de confiança - Brizola, Almino, General Assis Brasil e o General Ladário, e conclui: “Estou convencido de que não temos condições efetivas para essa resistência. Louvo a generosidade e a grandeza, mas não aceito que se derrame o sangue do povo para manter meu mandato. Eu não renuncio, mas não aceito qualquer resistência armada, me retiro do país, vou viver em outro lugar. ” A história de 64 parece nos rondar novamente, cheia de traições e esvaziamento político. Concessões ao Congresso sangram o governo e se agravam com julgamentos políticos por parte dos tribunais da ação intencional de grande parte da imprensa nacional. Temos um grande palco armado e a impressão é a de que ele vem legitimar mais uma tentativa de Golpe de Estado. Em seu livro, Affonso afirma que não havia um golpe de esquerda em curso, como afirmavam e justificavam os militares e os americanos. Diz que o que estava em jogo era o “poder pelo poder”, desperdiçando anos de aprimoramento democrático. Entre os resultados nefastos está este atraso político institucional que vivemos hoje. As raízes deste golpe são antigas e estão em disputa há muito tempo neste país. Este é o momento de ter muita consciência nas escolhas para que estes dias atuais não lembrem, como a memória de Almino, os antecedentes de um golpe.
A história de 64 parece nos rondar novamente, cheia de traições e esvaziamento político. Concessões ao Congresso sangram o governo e se agravam com julgamentos políticos por parte dos tribunais da ação intencional de grande parte da imprensa nacional.
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O Jornal Figueira é uma publicação da MPOL Comunicação e Pesquisa. CNPJ 16.403.641/0001-27. Em parceria de conteúdo com a Fundação Figueira do Rio Doce. São nossos compromissos: - a relação honesta com o leitor, oferecendo a notícia que lhe permita posicionar-se por si mesmo, sem tutela; - o entendimento da democracia como um valor em si, a ser cultivado e aperfeiçoado; - a consciência de que a liberdade de imprensa se perde quando não se usa; - a compreensão de que instituições funcionais e sólidas são o registro de confiança de um povo para a sua estabilidade e progresso assim como para a sua imagem externa; - a convicção de que a garantia dos direitos humanos, a pluralidade de ideias e comportamentos, são premissas para a atratividade econômica.
Reportagem Gina Pagú - DRT/MG 013672
Colunista e Colaboradores Flávio Froés Ingrid Morhy Jaider Batista José Marcelo Júlio Avelar Marcos Imbrizi
Revisão Fábio Guedes - DRT/MG 08673
Diagramação Stam Comunicação - (33) 3016-7600
Editor Fernando Gentil - DRT/MG 18477
Artigos assinados não refletem a opinião do jornal
José Marcelo dos Santos é comentarista de política e economia e apresentador da edição nacional do Jogo do Poder, pela Rede CNT. É professor universitário de Jornalismo, em Brasília.
Você é a favor da desmilitarização da polícia?
Raízes do Golpe
Diretor e Jornalista Responsável Moisés Oliveira - DRT/MG 11567
FIGUEIRA - Fim de semana de 09 a 11 de outubro de 2015
PARLATÓRIO
EDITORIAL
“
POLÍTICA | ECONOMIA 3
OPINIÃO 2
FIGUEIRA - Fim de semana de 09 a 11 de outubro de 2015
José Marcelo / De Brasília
SIM
DESMILITARIZAR A PM JÁ
Medo do esvaziamento
MARCELO FREIXO, 46, professor de história, é deputado estadual pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) no Rio de Janeiro
O
que a sociedade deve esperar de policiais militares que, ao longo de sua formação, são obrigados por seus superiores a se sentar e a fazer flexões sobre o asfalto escaldante, que lhes provoca queimaduras nas mãos e nas nádegas? Como esses soldados, submetidos a um treinamento cruel e humilhante, se comportarão quando estiverem patrulhando as ruas e atuando na “pacificação” das comunidades? Como uma instituição que não respeita os direitos de seus membros pode contribuir com a democracia? Dar respostas a essas perguntas se tornou ainda mais urgente após a morte do recruta da Polícia Militar do Rio de Janeiro Paulo Aparecido Santos de Lima, de 27 anos, em novembro de 2013. Membro da 5ª Companhia Alfa, ele foi parar no CTI (Centro de Terapia Intensiva) do hospital central da PM após ser submetido a um treinamento que mais pareceu uma sessão de tortura, no CFAP (Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças). Além de Paulo, outros 33 recrutas passaram mal e 24 sofreram queimaduras nas mãos ou nas nádegas. Segundo relatos de colegas, quem não suportava os exercícios sob a temperatura de 42 graus Celsius – a sensação térmica era de 50 graus Celsius – levava um banho de
água gelada ou era obrigado a se sentar no asfalto. E o caso não é isolado. Após a morte de Paulo, o Ministério Público ouviu recrutas da 5ª Companhia Alfa. Eles confirmaram os castigos cruéis e contaram que os oficiais não davam tempo suficiente para que se hidratassem. Alguns tiveram que beber água suja na cavalaria. Segundo informações da enfermaria da unidade, alunos chegaram a urinar e vomitar sangue. O secretário estadual de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, classificou a morte como homicídio. Até policiais experientes não resistem a esses treinamentos. Em dezembro de 2013, na Bahia, os soldados Luciano Fiuza de Santana, 29, e Manoel dos Reis Freitas Júnior, 34, morreram após passarem mal num teste de aptidão física para ingressar no Batalhão de Choque. Outros precisaram ser hospitalizados. A tragédia envolvendo o recruta fluminense e os policiais baianos, infelizmente, não é só do Rio e da Bahia, mas de toda a sociedade brasileira. Em todos os Estados do país, a PM é concebida sob a mesma lógica militarista e antidemocrática. Ninguém precisa ser submetido a exercícios em condições degradantes e a castigos cruéis para se tornar um bom policial. Em vez de se preocupar em formar
soldados para a guerra, para o enfrentamento e a manutenção da ordem de forma truculenta, o Estado precisa garantir que esses profissionais atuem de forma a fortalecer a democracia e os direitos civis. A realização dessa missão passa necessariamente por mudanças na essência do braço repressor do poder público. Desde as manifestações de julho de 2013, quando os excessos da PM e a sua dificuldade em conviver com o regime democrático ficaram evidentes, o debate sobre sua desmilitarização se tornou urgente. A PM é uma herança dos anos de chumbo, uma força auxiliar do Exército. Mas o que nós precisamos é de uma instituição civil. Nesse sentido, é fundamental que o Congresso Nacional aprove a proposta de emenda constitucional (PEC 51/2013) que prevê a desvinculação entre a polícia e as Forças Armadas; a efetivação da carreira única, com a integração entre delegados, agentes, polícia ostensiva, preventiva e investigativa; e a criação de um projeto único de polícia. Esse debate deve envolver os próprios policiais e as organizações da sociedade civil. Essa proposta não significa estar contra a polícia, mas estar a favor dos servidores da segurança pública e da cidadania.
Já disse aqui em outras ocasiões que a atuação do deputado Sibá Machado (AC) como líder do PT vem gerando descontentamento tanto no partido quanto na bancada e até no Palácio do Planalto por causa da incapacidade dele de negociar, de manter os parlamentares unidos e de se relacionar da forma desejada com as demais legendas. Mas o que já “não era tão bom”, segundo confidenciou um preocupado parlamentar, vem ficando ainda mais complicado. A situação teria chegado ao ponto de o PT estar muito preocupado com um possível esvaziamento da legenda na Câmara. Entre os deputados petistas, segundo esse mesmo parlamentar, existe uma sensação grande de desamparo. A ida do deputado Alessandro Molon (RJ) para a Rede Sustentabilidade acendeu a luz amarela na cúpula do PT.
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Medo do esvaziamento 2
Alessandro Molon, embora jovem, é um petista histórico, da ala intelectual e mais moderna do PT, e que, na avaliação de ex-colegas de sigla, poderia ajudar a oxigenar a legenda. O problema é que além da divergência com o grupo liderado pelo ex-deputado e ex-líder do governo, Cândido Vaccareza, Molon vinha perdendo espaço no Rio de Janeiro. A saída dele despertou ainda mais o interesse de colegas de legenda e a preocupação do PT é minimizar a perda. Só que, na avaliação da cúpula, Sibá Machado vem deixando a desejar também neste quesito. Para piorar a situação, a liderança do governo também está insatisfeita com Sibá Machado. Na hora de conversar com as lideranças das bancadas, a do governo sempre precisa lembrar a Sibá que o PT é apenas um dos dez partidos da base aliada. No início da semana, um vice-líder teve de dizer a Sibá que o governo é uma mãe com dez filhos e que não pode haver um preferido.
Vontade de aparecer?
A reabertura do processo de cassação de Dilma Rousseff e Michel Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o julgamento das contas referentes a 2014 pelo Tribunal de Contas da União (TCU) vem sendo encarada pelo governo como uma espécie de pirraça institucional. O vice-líder do governo na Câmara, o deputado Hugo Leal (Pros-RJ) diz que este é um momento em que todos querem aparecer. Mas, dentro do próprio governo, há divergência quanto à forma de encarar a situação. O vice-presidente Michel Temer, por exemplo, discordou da manobra para tentar desqualificar e acusar o ministro Augusto Nardes – relator dos gastos da presidente Dilma Rousseff no TCU. O argumento é de que o ministro não agiu de forma técnica e com imparcialidade ao falar sobre as supostas irregularidades, antes de concluir a relatoria do processo, o que vai contra o regimento interno do TCU e da lei da magistratura.
No mato sem cachorro
A declaração do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de que não renuncia nem ao cargo nem ao mandato foi vista internamente como uma tentativa de ainda demonstrar poder e, mais importante, de dar satisfação aos financiadores da campanha dele. É que depois que o PSDB, que até então vinha dando apoio a Cunha, recomendou a saída do parlamentar, a situação dele ficou ainda mais delicada. Ainda assim, vale lembrar que não é pequeno o grupo de deputados que pede aos jornalistas para não perguntarem sobre Cunha nas entrevistas. Sibá Machado é um deles.
E o bloco?
O governo está preocupado com a decisão do PP, PTB, PHS e PSC, que anunciaram rompimento com o PMDB para formar um novo bloco na Câmara. O temor do governo é de que o grupo engrosse a fila da oposição em um momento tão delicado. As lideranças das legendas comunicaram oficialmente que ficaram um tanto decepcionadas com a mudança de postura peemedebista depois que o partido ganhou um sétimo ministério para comandar. A situação do PSC, segundo a própria liderança do governo, é a mais delicada. O Palácio do Planalto já sabe que a ida dos parlamentares para as bandas do PSDB é questão de dias.
Da Redação
Sacudindo a Figueira A figueira precipita na flor o próprio fruto Rainer Maria Rilke / Elegias de Duino
NÃO
DEPRECIAR, DESMERECER, DESMILITARIZAR ALVARO BATISTA CAMILO, 52, administrador de empresas, é vereador de São Paulo pelo PSD. Foi comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo (de 2009 a 2012)
O
desconhecimento do que é a Polícia Militar no Brasil leva as pessoas a pensar, erroneamente, em treinamento de guerra e inimigos. Segundo esse pensamento, a desmilitarização seria a solução para eventuais deslizes e ações violentas. Só em 2013, em São Paulo, mais de 55 policiais militares perderam a vida defendendo o cidadão e cerca de 400 ficaram feridos, alguns com sequelas para o resto da vida. Isso aconteceu porque eles internalizaram valores que lhes foram transmitidos no consistente e demorado curso de formação, reiterados pelos comandos diuturnamente. O militarismo nas polícias é a forma de internalizar valores éticos, morais, de ordem e respeito às pessoas. Essa conduta é responsável por tornar os policiais militares homens e mulheres diferenciados por seu comprometimento com a defesa da vida e da dignidade, morrendo por seu ideal se necessário for. Pelos indicadores apontados, isso não é apenas retórica. A polícia de hoje é uma polícia cidadã, focada na prestação de serviço. O policial militar não tem inimigo a ser eliminado. Tem um infrator da lei que deve ser preso e entregue à Justiça (Giraldi, 1999). Todo treinamento nas escolas da Polícia Militar – todas de nível superior – tem esse foco. Há uma disciplina específica de direitos humanos e seus conceitos, junto com a filosofia de polícia comunitária e de gestão pela qualidade, que norteiam as ações policiais. Lá se ensina que a razão de ser da polícia é o cidadão. Os erros e desvios, quando acontecem – e acontecem, como em qualquer profissão –, são rigorosamente punidos por meio de uma corregedoria forte e atuante, que não sobresta procedimentos, que não transfere policial como solução, que não
prescreve aposentadoria com salário in- treinamento e salários dignos, e exigir tegral como punição, que não se intimida que cada vez mais prestem melhores sere expulsa os policiais que não honram seu viços aos cidadãos, aprimorando os seus “compromisso com o cidadão” (slogan da processos demissórios para banir de seus quadros aqueles que não se enquadrarem PM de São Paulo em 2010). Agora que os indicadores não estão na nova ordem. A Polícia Militar é o sustentáculo da tão bons, fala-se muito em mudanças. Mas se ignora que a Polícia de São Paulo democracia, a garantidora do Estado foi o fator fundamental no maior exemplo democrático de Direito, o último antede combate à criminalidade no mundo ao paro do cidadão contra a criminalidade fazer cair os homicídios nas 645 cidades e, em muitos locais, o único. Devemos do Estado, consecutivamente, por 12 trabalhar para que ela melhore sempre, a cada dia, dentro do princípio da meanos, em 72%. Destaque-se: a queda não se efetivou lhoria contínua que também a norteia. em apenas uma cidade, como Bogotá ou Depreciá-la, desmerecê-la, desmilitarizá-la é um grande erro. Nova Iorque. Erra quem compara os indicadores de letalidade policial com *Textos retirados do site Folha de S.Paulo aqueles existentes nos Estados Unidos e demais países com legislação forte RECORTE DAS REDES e poucos confrontos. Não considerar essas premissas é o mesmo que comparar banana com laranja. Caro leitor, a Polícia Militar exerce papel principal nessa conquista, pois o indicador cai quando o crime não acontece. Para isso, é fundamental a prevenção feita pela PM, com planejamento e inteligência, de forma competente. Cada país tem a sua peculiaridade, o seu arcabouço legal, a sua herança cultural, e no Brasil não é diferente. As Polícias Militar, Civil e Federal têm missões definidas e se completam, na medida de sua competência constitucional. Precisamos aperfeiçoá-las, com melhor
Acuado por denúncias, TCU joga para a plateia O advogado Schinyder E. Cardozo, procurador geral do município, descreve assim a rejeição das contas da presidenta Dilma do ano de 2014 pelo Tribunal de Contas da União - TCU, na quarta-feira, somada à ação reaberta pelo TSE: “As contas rejeitadas, ainda que se traduzissem em crimes, não podem dar azo a um eventual impeachment da presidenta da República. Tratam-se de atos/fatos do mandato anterior. Cada mandato é considerado independente para tais efeitos. Assim, o artigo 84 da Constituição da República não tem incidência. Porém, ainda que se considerasse permitir responder por atos do mandato passado, o artigo 84 exige modalidade dolosa e/ou comissiva (ato praticado com finalidade de cometer o crime), o que não é o caso das contas.”
Desafinação geral no ensaio do PMDB
Senhor Limpeza Não bastasse, agora o jornal O Tempo traz denúncia de que o deputado estadual José Bonifácio Mourão, avalista da entrada de André Merlo no PSDB, paga dos cofres públicos 6,8 mil reais por mês por um Mitsubishi Outlander à locadora Locar News, que doou 15 mil reais à sua campanha eleitoral. Na declaração de bens, Mourão é franciscano: declara um Gol 2009 e um Polo Sedan 2008.
Mais plateia
Conselho Tutelar
O procurador continua: “A ação reaberta pelo TSE é intempestiva, apresentada fora do tempo. O prazo para uma Ação de Impugnação de Mandato Eletivo – AIME é de 15 dias contados após a diplomação dos eleitos. Portanto, juridicamente a situação permanece inalterada, apesar das aberrações ditas em vários órgãos da imprensa e repetidas à exaustão nas redes sociais. O descumprimento dos itens acima serão julgados pelo STF.”
Foi surpreendente a eleição para composição dos dois conselhos tutelares da cidade, no domingo. Organização impecável pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, lisura atestada pelo firme monitoramento do Ministério Público, e seis mil votantes em uma eleição de participação não obrigatória. De 21 candidatos, os dez mais votados comporão agora os dois conselhos, que tiveram renovação completa. Chamou a atenção, além da forte participação popular, a votação expressiva, quase 1.100 votos, da conselheira eleita Vera Luci. Mais votos que um terço dos vereadores da atual Câmara de Valadares.
Nobre deputado É corrente na cidade a movimentação de um deputado que, usando informações privilegiadas no governo Anastasia, incentivava e patrocinava ações judiciais milionárias contra a CEMIG, de fazendeiros em cujas terras passam linhões de energia. Tudo muito desinteressado.
Labareda socialista O católico beato Gilson Terra perdeu o controle do PSB em Valadares, para o pastor Flamarion, da Igreja do Evangelho Quadrangular. Flamarion mostra que está vivo politicamente e quer manter influência.
Tudo bem que é só ensaio. Mas, enquanto Renato Fraga declara “quem manda no PMDB sou eu, quem quiser ficar tem de ser soldado”, Edvaldo Soares diz com firmeza: “serei o candidato a prefeito pelo PMDB” e Altino Machado não deixa por menos: “o PMDB não tem donos”.
Batman de volta O ex- ministro do STF, Joaquim Barbosa, tem sido ativo nas redes sociais. Neste post ele manifesta-se duramente quanto à adesão oportunista do PSDB ao presidente da Câmara Eduardo Cunha, tudo para assegurar a continuidade da relação com as empresas como financiadoras dos políticos.
POLÍTICA | ECONOMIA 4
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INTERNACIONAL 5
Tucanos apresentam pré-candidatos à prefeitura de Valadares
Obama declara guerra econômica à China
Em clima de campanha, Mourão e André Merlo unem forças, mas não divulgam quem será o candidato do partido Gina Pagú
A
um ano das eleições para prefeito de 2016, o mais recente filiado do PSDB tem sua ficha abonada pelo deputado federal José Bonifácio Mourão. O então ex-PDT André Merlo trouxe consigo mais 179 novos filiados para o Partido da Social Democracia Brasileira. Em clima de campanha, Merlo convocou uma entrevista coletiva com a imprensa na última sexta-feira (2) e lotou o auditório da Associação Comercial e Empresarial de Governador Valadares (ACE-GV) de filiados, admiradores, empresários e políticos de outros partidos simpatizantes. Apoiado por partidos aliados, Mourão recebia gritos e aplausos quando disse que os tucanos têm de se unir para vencer as eleições majoritárias. “Perdemos a última eleição porque nos desunimos. Agora é hora de nos juntarmos para vencer – e mais: para varrer o PT do poder não só de Valadares, mas do Brasil.” Mas a dúvida sobre quem será o cabeça de chapa do PSDB ainda permanece. Segundo Merlo, o par-
C
Foto: Gina Pagú
Estados Unidos pretendem unir forças no Pacífico para não depender economicamente do país asiático
Oposição se une com tentativa de tirar PT do poder municipal
tido ainda decidirá quem estará à frente da disputa. “Venho tranquilo, me unindo ao grupo e também sou pré-candidato, mas isso ainda não está decidido. Quero deixar claro que em nenhum partido estamos
seguros quanto à candidatura. Ela é construída com o passar do tempo e vamos ganhando confiança para isso, pois sabemos que as ordens de cima é que devem ser obedecidas. Eu não vim para o PSDB com
Vera Luci vence eleições do Conselho Tutelar de Valadares
om mais que o dobro de votos de diferença, a educadora social Vera Luci venceu as eleições para o Conselho Tutelar de Valadares. No total, são dez conselheiros eleitos para cuidar das crianças e adolescentes da cidade. Para quem não sabe, os Conselhos Tutelares são aqueles responsáveis por zelar pela garantia e defesa dos direitos das crianças e adolescentes. Eles aplicam medidas de proteção à infância sempre que houver ameaça ou violação dos direitos dos peque-
garantias de ser o candidato, eu vim para construir dentro do PSDB o que eu construí no PDT.” Sobre estratégias, Mourão garante que também é pré-candidato, mas que a vinda de Merlo não seria somente uma jogada política. “O André também é muito forte, tem prestígio político e, se fôssemos considerar como estratégia,
esta seria muito boa, seria agregar mais ao PSDB; mas o André vem com humildade para somar com outras lideranças importantes que temos no partido. Além disso, vamos abrir mão dos interesses individuais a fim de buscar o candidato que tenha as melhores condições de ganhar as eleições e de administrar Valadares.” Foto: Gina Pagú
nos. Os conselhos trabalham, por exemplo, retirando crianças das ruas, de situações de exploração sexual ou de trabalho, violência física e psicológica. A atuação dos conselheiros é essencial para o crescimento digno dos menores no Brasil. A votação ocorreu no último domingo (4), na Escola Estadual Israel Pinheiro. Mais de seis mil pessoas foram votar. Além de Vera, Pricila, Elinho, Welington, Adriana Lima, Maria Leone, Marlene, Luiz Assunção, Alzira e Silvana Bicalho venceram a eleição. O ruralista André Merlo e o deputado estadual Mourão são as apostas do PSDB
Café com Leite Marcos Imbrizi / De São Paulo
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A bicicleta conquista seu espaço nas cidades
oltemos à questão das bicicletas nas cidades. Alguns estudos divulgados na semana passada mostram que o cenário tem se tornado mais favorável aos usuários das “magrelas”. Um deles, “Perfil de quem usa bicicleta na cidade de São Paulo”, foi elaborado pela Associação dos Ciclistas da Cidade de São Paulo (Ciclocidade), em parceria com a Ong Transporte Ativo, Observatório das Metrópoles, com o apoio do Banco Itaú. O resultado foi anunciado um dia antes do Dia Mundial Sem Carro (22 de setembro). De acordo com os responsáveis, mais do que satisfazer curiosidades, o objetivo da pesquisa foi trazer informações que possam subsidiar a formulação de políticas públicas voltadas aos usuários de bicicletas em São Paulo. No total, foram ouvidas 1.804 pessoas nas mais diversas regiões da capital paulista que utilizavam ciclovias, ciclofaixas ou ruas sem
infraestrutura para as bicicletas. A pesquisa foi realizada no mês de agosto. Também foram ouvidos usuários de bicicletários públicos e de sistemas de bicicletas compartilhadas. A maioria dos usuários é formada por homens (86%). No que diz respeito à renda, cerca de 40% dos usuários de bicicletas em São Paulo ganham até dois salários mínimos (R$ 1.756,00). Com relação à idade, quase 40% dos ciclistas têm entre 25 e 34 anos. Outros 27% contam com idade entre 35 e 44%. A pesquisa indica ainda que mais de 70% dos ciclistas paulistanos usam as magrelas ao menos cinco vezes por semana e torna-se, assim, o principal meio de transporte para estas pessoas; e 62% dos pesquisados informaram que pedalam mais de cinco quilômetros no principal deslocamento feito de bicicleta no dia. Para melhorar o seu deslocamento pela cidade, 50% dos entrevistados sugeriram
a implantação de mais ciclovias, ou seja, as vias exclusivas para as bicicletas. Outro item bastante lembrado é educação para os motoristas. Dos entrevistados que afirmaram nunca utilizar ciclovias, 80% encontravam-se na periferia da cidade. Vale lembrar que o plano do prefeito Fernando Haddad é chegar a 400 quilômetros de ciclovias até o final de 2016. Até setembro já foram implantados mais de 260 quilômetros. No que diz respeito ao tempo de utilização das bicicletas como meio de transporte, 29% afirmaram que pedalam há mais de cinco anos; e 19% disseram utilizar a bicicleta há menos de seis meses, o que pode indicar a influência do aumento da rede de ciclovias na cidade. No caso específico da área central da cidade, 40% dos ciclistas disseram que começaram a pedalar há menos de um ano. Ainda de acordo com a pesquisa, o relacio-
namento dos ciclistas com os motoristas de carros, ônibus e motociclistas tem melhorado. MORTES DE CICLISTAS DIMINUÍRAM – Outra informação divulgada pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) mostra a queda do número de mortes de ciclistas em acidentes de trânsito na capital. De 28 mortes nos seis primeiros meses de 2014, neste ano foram 15. Outro dado interessante que temos notado é a diversificação dos serviços para os ciclistas. Alguns hotéis, por exemplo, disponibilizam bicicletas para os hóspedes. Algumas empresas, além de instalar um bicicletário, oferecem banheiros com chuveiros para os funcionários. Outras novidades são as lojas de conserto e venda de equipamentos. Algumas passam a contar com serviços como café e lanchonete, entre outros. A pesquisa e outras informações estão disponíveis no sítio http://www.ciclocidade.org.br/.
Marcos Luiz Imbrizi é jornalista e historiador, mestre em Comunicação Social, ativista em favor de rádios livres.
Foto: AP
Obama faz sua principal jogada como presidente dos EUA Foto: Pablo Martinez Monsivais/Associated Press
Fernando Gentil
E
stados Unidos, Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e Vietnã. Estes são os países que fecharam um acordo econômico esta semana para tirar o protagonismo da China na região do oceano Pacífico. A ideia partiu do presidente Barack Obama. Ele quer ter o controle econômico na área e pretende enfrentar o poderio chinês para isso. Essa é a principal política econômica comandada por Obama em todos os anos que ele foi presidente dos Estados Unidos. O projeto pode sofrer resistência no parlamento, mas o presidente já procura negociar com aliados e também opositores. “Quando 95% de nossos potenciais consumidores vivem fora de nossas fronteiras, não podemos deixar que países como a China ditem as regras da economia mundial. Esta parceria nivela o campo de jogo para nossos agricultores, pecuaristas e fabricantes, eliminando mais de 18 mil impostos que vários países impõem a nossos produtos. Ele inclui compromissos mais fortes sobre trabalho e meio ambiente do que qualquer acordo comercial da história e esses compromissos têm força executiva, ao contrário dos acordos anteriores. Ele promove uma internet livre e aberta. Fortalece nossas relações estratégicas com nossos parceiros e aliados em uma região que será vital para o século 21”, disse o presidente norte-americano em comunicado oficial. A ideia é reduzir barreiras comerciais, estabelecer padrões ambientais e trabalhistas entre todos os países e proteger a propriedade intelectual das empresas multinacionais. Ou seja, é um acordo que visa a manter o imperialismo dos países detentores do capital (EUA e Japão, por exemplo) em troca da garantia de compra dos produtos
FERRAMENTAS
12 países assinam maior acordo econômico da história do neoliberalismo
JARDINAGEM feitos nos países mais pobres que participam do acordo. É a garantia que os Estados Unidos precisavam para poder explorar cada vez mais esses países sem peso na consciência e ainda
O pacto promoverá o crescimento, protegerá postos de trabalho, reforçará a inovação, reduzirá a pobreza e promoverá a transparência. dar um “pé na bunda” da China ao garantir o controle das negociações comerciais em uma área praticamente comandada de forma absoluta pelos chineses. De acordo com o embaixador americano na Organização Mundial do Comércio, Michael Froman,
o plano é bom para a economia dos países envolvidos. “O pacto promoverá o crescimento, protegerá postos de trabalho, reforçará a inovação, reduzirá a pobreza e promoverá a transparência”, disse o economista em discurso na cidade de Atlanta. O acordo reúne 40% da economia mundial. Se for aprovado no congresso norte-americano, deve ser a maior aliança comercial da história do neoliberalismo. O TPP, como vem sendo chamado, passou por alguns problemas antes de ser aprovado, principalmente por conta da indústria farmacêutica e do que poderia trazer de prejuízo à Austrália. Porém, em conversas mais adiantadas, os EUA e o país aborígene chegaram a um acordo. O problema foi que Obama queria que os medicamentos tivessem a patente mantida por até 12 anos nos países participantes do bloco. Algo rejeitado pelos australianos, que queriam, no máximo, oito anos de exclusividade, pois poderia atrapalhar a inovação do país e a criação de medicamentos genéricos.
Problemas para o Brasil Com este acordo, Obama dá mais um presente de grego aos brasileiros. Isso porque o comércio de açúcar e frango brasileiro é muito forte nos países do Pacífico. Com a mudança na legislação, pode ser que o país perca mercado já consolidado na região. “O Brasil fez um grande esforço recentemente para atender ao mercado asiático de carne de frango, mas agora esses países podem começar a focar nas trocas entre si”, diz o professor da ESPM, José Luiz Pimenta, à Folha de S.Paulo. O TPP deve eliminar mais de 18 mil impostos nos países participantes, principalmente os ligados à importação de produtos. O que é uma vantagem enorme para os países desenvolvidos do bloco, que vão comprar os produtos já industrializados a preço de banana. Um exemplo que afeta o mercado nacional é que a Austrália, por exemplo, vai ter preferência na venda de açúcar para os Esta-
RAÇÃO SEMENTES
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dos Unidos com o acordo. Uma cota adicional de 65 mil toneladas anuais para exportação aos norte-americanos. Além disso, a presença de países como México, Peru e Chile no acordo enfraquece o poder do Mercosul na América Latina. Outra derrota amarga do governo Rousseff na área econômica.
CAPA 6
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CAPA 7
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Foto: Luis Macedo - Câmara dos Deputados
BRASIL, MOSTRA A TUA CARA! De corrupto e louco todos nós temos um pouco. A mídia viraliza essa possibilidade, mas não podemos aceitá-la como normal Gina Pagú
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omo eu aprendi a ser corrupto? Porque o Brasil está como está? São perguntas que fazemos ao vermos funcionários públicos fantasmas batendo ponto e ganhando salários sem ir trabalhar. Ou vemos na TV um escândalo que envolve políticos e multinacionais, ou um senhor, funcionário de um aeroporto, que devolveu um mala cheia de dólares. O que essas situações teriam em comum? Uns são honestos, os outros não. A discussão é longa, mas merece uma conversa. Entre o certo e o errado, vamos fazendo a nossa vida em sociedade. Vemos a banalização da violência e há tempos estamos presenciando o mesmo fenômeno na política. Mas, qual a razão desse comportamento? O filósofo e psicólogo Maurino Bertoldo defende que não existe um ser corrupto, mas seres que podem ser corrompidos. “Desde recém-nascidos, quando é para ficarmos ‘quietos’, recebemos peito, mamadeira, doces. Já aprendemos que se nos comportarmos como os ‘outros’ querem seremos aceitos e amados. Então, se você for um menino ou menina boazinha ganhará um “presente”. Se eu tirar uma nota ‘x’ ganho algo em “troca”. E assim temos sempre um ganho secundário e, mesmo como adulto, vamos barganhar os nossos ganhos, que vão desde um brinquedo até milhões. Uma vez aprendido tal comportamento não haverá diferença entre o real e o imaginário,
tamos centrados exclusivamente no ‘eu’.” Questionamo-nos e estamos acostumados a dizer que nós, como nação, eleitores, cidadãos, aceitamos tirar proveito próprio de tudo. O advogado Ednaldo Severino acredita que a raiz do problema da corrupção se dá na cultura brasileira. “Esse erro está tão absorvido na cultura do país que muitos de nós brasileiros somos corruptos no dia a dia sem percebemos. Não falo da corrupção de desviar milhões do governo ou mesmo de Foto: Arquivo Pessoal
Para Maurino a corrupção inicia já na infância
Foto: Arquivo Pessoal Foto: Arquivo Pessoal
consideração o tempo que outras pessoas já estavam esperando antes de nós. Estas condutas são repetidas há anos, tornando cada vez mais elástico o nosso limite entre o que é certo ou errado. Então, se entendermos que nossos políticos foram criados neste tipo de sociedade, podemos entender um pouco o que acontece na política brasileira. Mas, de forma nenhuma, tais condutas se justificam. Se pensarmos por este lado podemos também entender que a saída para uma política mais ética está na mudança desta cultura viciada. É entendermos que se enraizarmos uma consciência ética e moral nas nossas crianças de hoje, que serão consequentemente os políticos de amanhã, poderemos ter esperança de, no futuro, vivermos uma política.”
Educação
Karla Nascimento liga a corrupção ao egoísmo
o pouco ou muito, desde que eu esteja sempre numa ‘cultura do ganhar sempre’.” As respostas podem estar em olhares diferentes e, para justificar a razão da vulnerabilidade ao deslize, a jornalista e educadora Karla Nascimento reforça que todo ser humano está sujeito a errar. “O egoísmo, o orgulho e a vaidade são fonte dos inúmeros erros que cometemos, desde o mais simples, como não devolver um troco, até os mais absurdos, como desvios de verbas públicas. A origem é a mesma. É assim quando o interesse pessoal vem em primeiro plano. Na relação com os outros temos sempre que levar vantagem porque es-
Advogado Ednalvo Severino acredita que a corrupção faz parte da cultura nacional
receber uma quantia, sendo funcionário público, para favorecimento de uma ou outra pessoa. Falo da corrupção dita ‘aceitável’ de, por exemplo, comprarmos um CD pirata e acharmos normal; de utilizarmos uma vaga para deficiente porque “vai ser rapinho”; ou mesmo de furarmos uma fila sem levar em
A educação pode formar o nosso caráter e com ela absorvermos o que é moral, o que é justo ou correto a se fazer, ou como agir. Cansados do noticiário, os brasileiros se olham como quem dá de ombros sobre a situação do país. Maurino aponta para a via da moral, da ética e até do caráter, e afirma que vivemos a “cultura do malandro”. “Não crescemos ainda o suficiente para as discussões filosóficas; estamos brigando ainda por “um par de chinelos”. ‘Educação é de berço’, ‘é de novo que se torce o pepino’, ditos populares que a cada dia tomam uma conotação mais evidente. Somos educados para mentir desde muito cedo e hoje já não sabemos nem diferenciar a verdade da mentira e, o pior, não estamos preparados para ouvir a verdade. A verdade dói e dói tanto que é melhor acreditar na mentira, mesmo que tenhamos que mentir para nós mesmos.”
Para quem vive o dia a dia das salas de aula o caminho é o autoconhecimento, que só pode ser adquirido pelos trilhos da educação. Karla diz que os indivíduos não se conhecem, não se observam. “A lei maior está em nossa consciência e nos falta esforço para uma auto-observação e, quando a fazemos, nem sempre estamos dispostos a lutar contra as más tendências que identificamos em nós. A finalidade maior da educação é a autoeducação ou o autoconhecimento de si mesmo. Os quatro pilares dessa educação sinalizam para esse fim: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver. Então, me vêm à mente as palavras do grande educador Paulo Freire: ‘Os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo’. Pois é no campo das relações que enfrentamos as provas, tendo oportunidades de vencermos as paixões e desenvolvermos as boas tendências e os valores morais, com possibilidades de sacrificarmos os interesses pessoais em favor do bem comum. O amor, a solidariedade, a caridade, entre outras virtudes, podem ser aprendidas pelas palavras (parábolas/histórias) e, muito mais, pelos exemplos.” E, sendo direto e não menos sem valor, o advogado é taxativo. “Acredito que é impossível dissociar os três conceitos: moral, ética e educação. A falta do caráter está intimamente relacionada à falta de moral e de educação. Uma pessoa com deficiência de caráter dificilmente vai ser moral ou educada.”
sibilidades de aprender fórmulas complicadas. De acordo com Karla, aprendem-se bons e maus hábitos pelo exemplo e pela disciplina. “Numa sociedade capitalista, materialista, consumista e individualista, os exemplos de enriquecimento rápido de forma ilícita – pelo tráfico ou pela prática da má política – são atraentes àqueles que se identificam com esses prazeres. A questão essencial deixou de ser quem você é, para ser o que você tem. Essa lógica tem levado muitos a agir em desacordo com as leis morais, que têm o caráter de regular a vida em sociedade. Assim, fazem qualquer coisa para ter o objeto de desejo ao qual atribuem um valor exacerbado, se considerado, por exemplo, o valor de uma vida.” Para Ednalvo, ser honesto tem a ver com esperança e evolução. “Não acredito na frase “as pessoas são como elas são”. Acredito que, como seres humanos, somos capazes de evoluir, de crescer, seja como pessoas ou cidadãos. Até mesmo porque, se não acreditasse nisso, a vida seria muito difícil. Mas confesso que acredito num futuro melhor, mais justo e mais ético se trabalharmos estes conceitos nas crianças de hoje o quanto antes.” Para Maurino, pode-se aprender qualquer coisa que a cultura nos imponha e até nos rebelarmos contra ela. “Muitas vezes na história o rebelar-se trouxe consequências tão danosas quanto continuar no ‘mesmismo’. Isso leva muitos a acreditar que é ‘melhor deixar como está para ver como fica’ ou, como disse o Tiririca, ‘pior do que está não fica’ – e ficou. Se apanha tanto por ser honesto que parecemos ser de outro mundo, um ser anômalo! Mas, sim: há uma forte tendência a se banalizar tudo. Inclusive a honestidade, a dignidade, os valores morais e éticos.”
Mídia e política É também papel da mídia a disseminação de notícias, mas, além disso, preserva um dever que só se compreende em uma análise microscópica. A comunicação leva qualquer fato a qualquer lugar, leva educação, erros e já foi usada para o bem e para o mal. De acordo com a professora, a mídia propaga valores, mas também ideias falsas sobre que é essencial ao ser humano enquanto homem. Os meios de comunicação têm papel fundamental de propagar esses valores seja pela moda, pela publicidade e até mesmo pelo jornalismo. Vendem uma falsa ideia do que seja de fato essencial ao ser humano para que este se sinta feliz. Mas, na verdade, citando Saint-Exupéry: “O essencial é invisível aos olhos”. Mas, como mostrar algo invisível na TV? Como vender algo que não se pode tocar? Então, vende-se a desgraça em pílulas diárias, criando um mundo de violência no inconsciente coletivo da população – sobretudo da população com menor capacidade de reflexão crítica sobre esses meios. Não estou aqui desconsiderando que vivemos um período de atrocidades – os conflitos na Síria, a fome na África, o racismo, a intolerância religiosa etc. –, mas o mundo não é só isso. É preciso fazer um exercício de enxergar por outras lentes também. Há pessoas, e não poucas, semeando amor por onde passam, plantando sementes de esperança, acendendo luzes em vez de apenas encher baldes. Estamos tão acostumados a ver os maus exemplos noticiados que nos acostumamos com eles. Causam-nos a sensação de que são normais, ou mais que isso, naturais. E então, quando alguém devolve uma carteira com o dinheiro dentro, ou coisa assim, estes são vistos como comportamentos ‘anormais’.”
Ednalvo é defensor dos brasileiros e da honestidade de uma maioria que, segundo ele, foge do que assistimos nos jornais. “Arrisco a dizer que a maioria dos brasileiros é honesta, mas a mídia é maior em torno da desonestidade. Dá muito mais ‘flash’ o político que é encontrado com milhões na cueca do que o brasileiro que trabalha o dia inteiro para ganhar salário mínimo e leva uma vida honesta com um mínimo de dignidade.” “Mudam-se os cachorros, mas as correntes são as mesmas.” É afirmação de Maurino sobre o cenário que aparece na TV, mas que não é tão novo assim. “Cada época e cultura ‘gerenciou’ a seu modo a crise de modelo. Em dado momento apelava-se para os deuses do Olimpo, em outras, degolava-se, colocava fogo em Roma, mandava para a fogueira, exterminava ou escravizava-se, etc. Hoje a mídia nos traz em momento quase real os acontecimentos e aquilo que há pouco tempo passaria despercebido, agora não passa mais. Porém, com a mesma velocidade que as informações nos chegam e ficamos chocados, com esta mesma velocidade nos esquecemos. Assim, vamos repetindo os equívocos históricos e não aprendemos com eles. ‘Brasileiro tem memória curta’ e, muitas vezes, nem memória tem. Preservar a memória de um povo é um risco que ninguém quer correr. Veja como se troca de livros, de nomes de ruas, de pouco investimento na preservação histórica dos fatos, como se esquece o que nem foi sabido da vida política do último candidato (a) em que se votou, enfim. Ou os fatos estão a meu favor ou então simplesmente ‘deixam’ de existir na história.”
Explicações Onde começa a corrupção nos cidadãos ditos “de bem”? Saímos do contexto da sociedade para focarmos na unicidade, no eu
e nas possibilidades de quem eu sou quando escolho sozinho ou em meu benefício. Na frase conhecida de um samba: “Malandro é malandro e mané é mané”, Maurino justifica que a corrupção do cidadão dito de bem começa quando já não aguenta mais ser usurpado de seus valores morais, éticos, financeiros etc. Dito isto, embora o cidadão de bem possa ceder à corrupção, este cairá em breve em suas contradições e sucumbirá, ou seja, desistirá de qualquer movimento de mudança, pois sua consciência o atormentará tanto que não conseguirá produzir uma ‘loucura’ para fora. Ou produzirá uma ‘loucura’ para dentro. Num modo esquizoide, fragmentado e deturpado da realidade em que ele mesmo acreditará na mentira que conta ou que lhe é contada. E sobreviver a esta tentação é o desafio dos novos ‘loucos’.” Para o advogado, o cidadão de bem erra nos pequenos gestos do dia a dia. “No CD pirata, na fila do mercado que não obedecemos, ao tentar convencer um agente de trânsito a não multar, quando ultrapassamos um sinal vermelho. Ou seja, nas pequenas coisas diárias que fazemos, às vezes com tanta frequência, que passam a fazer parte do nosso conceito de “aceitável”, tornando assim a nossa moral mais elástica. Temos que exercitar diariamente a nossa ética, pois somente assim o conceito vai estar tão enraizado que não se admitirá que se vergue.” Karla pondera, mas justifica que em cada um está a responsabilidade de ser melhor e ser para o outro. “A corrupção começa com o egoísmo, com o interesse pessoal em determinada situação que vai levá-lo a passar por cima dos valores morais para atingir o seu objetivo. Pode-se dizer também que está atrelada ao apego aos bens materiais, de forma mais arraigada naqueles que não conseguem vislumbrar uma outra vida além desta.”
caixa.gov.br SAC CAIXA: 0800 726 0101 (informações, reclamações, sugestões e elogios) Para pessoas com deficiência auditiva ou de fala: 0800 726 2492 Ouvidoria: 0800 725 7474 facebook.com/caixa twitter: @caixa
Honestidade Costuma-se julgar que um indivíduo é um bom moço se vem de uma família que tem status social, se estudou em boas escolas, se tem posses. Mas, o fato é que ser honesto também serve para os pobres. E ser honesto não tem a ver somente com pos-
AQUI EM MINAS GERAIS, MAIS DE 1,1 MILHÃO DE PESSOAS JÁ RECEBERAM SUA CASA DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA.
MAIS QUE MUDAR DE ENDEREÇO, É MUDAR DE VIDA.
O programa Minha Casa Minha Vida está transformando a vida de milhões de brasileiros. E pode transformar a sua também. É a CAIXA e o Governo Federal trabalhando juntos para o Brasil avançar.
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Júlio Avelar
BRAVA GENTE
Marlene Bezerra e a educação como mediadora do aprendizado
ISÁ E ISÁ O conhecido valadarense Cabo Isá, que já foi vereador por um mandato, almoçava com este colunista quarta passante no ótimo Sabor Mineiro (e, com certeza, no cardápio também teve política), dizia que é pré-candidato novamente a vereador e será de novo pelo PMN. Isá é também presidente do Minas Clube Campestre e tem boa penetração em todo território do Vila Isa e adjacências.
Foto: Arquivo Pessoal
Júlio Avelar é jornalista, apresentador na TV Rio Doce e membro da Academia Valadarense de Letras
zapzap 33-99899200 ou julioavelargv@gmail.com Avenida Minas Gerais, 700 sala 610 após 14h.
Embora devam aparecer no mínimo mais três candidatos a disputar a hoje sanada prefeitura de Alpercata, o atual prefeito Valmir Farias vem fazendo um trabalho elogiado em todo aquele município, da sede à zona rural, com todas as chances para se reeleger, se assim desejar. Sem dinheiro, Valmir, que tem como atuante a primeira dama Cristina, tem feito milagres com grandes obras de saneamento e calçamento. Quem vem ganhando melhorias agora é o bairro de Era Nova/Mangueiras, com pavimentação de várias ruas. Aliás, ela é esperada em todas.
NÃO É TÃO RUIM
Vereador Chiquinho, Paulinho Temper, Deputado Bonifácio Mourão e colunista Julio Avelar na festa Aplauso.
É MUITO BOM! Um dos bons restaurantes e churrascarias que caíram no agrado da família valadarense é, sem dúvida alguma, o Dom Cabral, localizado no final da Minas Gerais, no bairro Morada do Vale. Dirigido pelos irmãos Gilberto e Roberto Cabral, e com uma equipe de cozinheiras e atendentes de primeira linha, os pratos agradam a todos e todo dia alguma coisa surge no self service. No sábado, então, tem a famosa feijoada carioca, na qual todos os ingredientes deste famoso prato são separados, podendo você escolher o que lhe convém. De dia, self service, e, após as 19h, à la carte. Vale a pena conferir!
Um grupo político quer evitar, no bom sentido, que apareça uns 500 candidatos a vereador nas eleições do ano que vem. Com muita quantidade cai a qualidade – e isto está provado. É desejo deste grupo, que vem ganhando apoio, que cada coligação lance no máximo 19 bons nomes. Aí, provavelmente, não seriam nem 150 candidatos às 21 vagas. Será que vinga?
É A CRISE Segundo dados oficiais, sete em cada dez lojistas não pretendem contratar temporários para o final de ano, que começa agora em outubro.
BURRAAAAAAAAAAA!
Fernando Gentil
U
Quer falar com este colunista?
REELEIÇÃO EM ALPERCATA
Marlene é professora antiga na cidade
ma das mais conhecidas professoras da cidade, Marlene Bezerra, começou a dar aulas na década de 1980. Especificamente em 1983 ela passou a lecionar pelos colégios da cidade e não parou mais. A professora, hoje aposentada, atribui aos ótimos mestres que teve a inspiração para também se tornar uma. “No início, trabalhei com as primeiras séries (hoje, ensino fundamental 1). Alguns anos depois, passei a lecionar para as sétimas e oitavas séries (atualmente, ensino fundamental 2), com língua portuguesa e redação. Considero-me uma pessoa privilegiada por ter trabalhado em um dos melhores colégios de Governador Valadares: o Colégio Presbiteriano. Fiquei lá até 2014. Foi uma experiência incrível!”, lembra a educadora. Entre tantos momentos de felicidade durante os anos em que lecionou, Marlene não se esquece de um muito especial. “Em 1998, foi lançada a primeira edição do livro ‘Imaginação’. Talentos literários do Colégio Presbiteriano, com textos em prosa e versos construídos pelos alunos das quintas, sextas, sétimas e oitavas séries. Foi um sucesso!”, conta a professora.
Ela acredita que educar é a melhor forma de transformar pessoas em cidadãos. “A educação tem um papel fundamental de ser um mediadora do ensino-aprendizagem. Tem a obrigação de ser sedutora para despertar no educando o desejo de aprender e, assim, formar cidadãos sensíveis, que busquem um mundo mais justo”, explica a educadora. Marlene passou por várias gerações dentro da sala de aula. Viu diversas mudanças, como o advento da internet, por exemplo. São novos elementos que podem auxiliar no comando das aulas. “Houve uma enorme mudança de lá para cá, embora tivéssemos recursos didáticos como TV, livros, revistas, jornais, laboratório e outros, mas usávamos giz e apagador. Atualmente, as novidades que surgiram possibilitaram aliar as novas tecnologias ao ensino (lousas digitais, projetores e computadores). Todos esses equipamentos ajudam a tornar as aulas mais dinâmicas. É a tecnologia a favor do aprendizado”, ratifica a professora. O ensino do uso correto da língua portuguesa, objeto de trabalho há tantos anos
Carmen e Renato Fraga, Claudia Starling e Marcos Sampaio em Aplauso.
SEGURANÇA NO ESTACIONAR
Serviços de saúde segregam clientes
O amigo Cid Vaz é quem há anos comanda um dos mais seguros e equipados estacionamentos de carros no centro de Valadares: o Estacionamento Centro Comercial Wilson Vaz, na rua Peçanha. Extremamente confiável e tem manobristas competentes e sérios.
MUITOS EX-MILITARES Salário de militar hoje em Minas não é nada ruim, mas muitos que estão na reserva, de cabo a tenente-coronel, já se filiaram e vão se filiar até março a um partido político em Valadares para disputar vaga na Câmara Municipal. Pelo menos uns 12 nomes já são certos – eu conto depois.
Pacientes se dividem entre os que têm planos de saúde e a grande maioria que adquiriu cartão de desconto ou depende do SUS Foto: Gina Pagú
ESPANHÓIS PRONTINHOS
A bela Simone Marques de Carvalho.
Um grupo de espanhóis está assim, prontinho para abrir cassinos em Minas Gerais tão logo a lei seja aprovada e a legalização realizada. Calculam os entendidos que a regularização vai gerar 50 mil empregos e R$ 22 bilhões em arrecadação para o país. O governo leva e reembolsa, os apostadores ficam na miséria e os aposentados, então! Sei não... Não sou contra, muito pelo contrário.
AGRADECIMENTO NUDIS
O
da educadora, é também essencial para garantir a cidadania. “É de suma importância para que o educando domine os níveis de linguagem, empregando a língua com discernimento, adquirindo segurança no seu uso porque, antes de tudo, a língua portuguesa é o símbolo da nossa nacionalidade”, diz Marlene. Os alunos e também a literatura sempre inspiraram a professora de 61 anos. “Acredito que ser um educador é ter vocação, ser encantado pelo que faz. O que sempre me inspirou foram os alunos. Além de vários livros de autores renomados como Jean Piaget, Paulo Freire (“Pedagogia dos Oprimidos”), inúmeros textos, livros e crônicas de Rubem Alves”, analisa a educadora. Marlene afirma que apenas a educação pode transformar a realidade de pessoas para que elas possam modificar as estruturas do mundo em que vivem. “Um país só atinge a plenitude de desenvolvimento com um sistema educacional a altura, porque é só por meio da educação que se acelera a redução da desigualdade, que se promovem direitos como segurança, saúde e justiça”, conclui a professora.
Somos todos guiados por uma força interior infinita, mas tem quem não aceite de jeito nenhum. Gente burraaaaa!
ROSANA AZEVEDO É DO PV A inteligente e bem-sucedida empresária Rosana Azevedo é a mais nova integrante do Partido Verde em Valadares. Há anos reeleita presidente do Sindicato dos Vestuários da região e pela segunda vez reeleita presidente regional da FIEMG e vice-presidente estadual da FIEMG, Rosana é uma guerreira, batalhadora, destemida e uma apaixonada por Governador Valadares. Por anos a fio, pertenceu ao quadro do PDT de Paulinho Costa e André Merlo. Agora, a nosso convite, filiou-se ao PV.
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Núcleo de Debates sobre Diversidade e Identidades (NUDIS), agradece os apoios e parcerias recebidos e firmados para a realização da III Semana da Diversidade de Governador Valadares, ocorrida de 9 a 18 de setembro. Estamos certos de que caminhando juntos estaremos cada vez mais fortalecidos e empoderados na busca de direitos e na construção de uma sociedade que respeite as diferenças. Membros do Nudis (Especialmente o grupo do Whatsapp) − Prefeitura Municipal de Governador Valadares - Funcionários da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte Lazer e Juventude - Governo do Estado de Minas Gerais -Subsecretaria de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos - Superintendência Regional de Saúde/ GV - Diretoria Regional de Desenvolvimento Social - Conselho Regional de Psicologia - Núcleo de Direito da UFJF/GV - Mustache Hand Pizza - Coletivo Encrespa - Coletivo Pedra Negra - Comunidade Anglicana da Trindade/GV - Ariel Irrazábal Montero - Balada 10 - Global Mix - Jornal Figueira - Pai Jane de Oxumaré - Hudson Ferreira Bento - Aliança Municipal Espírita - Faculdade de Administração de GV - Nara Carvalho - Laís Godói - Zek Andrade - Tainá Peres - Elizete Pereira - Bel Vilella e Dani Moreno - DJ Ingrid Morhy - DJ Caio Viber - Dj Júlio Érica Santos - Lorena Werneck - Conexão Cristo - Macaco Véi - Bianca Gomes - Brenda Lee - Trupe do Bem - Grupo Teatral Asas do Invento – Grupo Teatral Arte Vida Nova Acropóle Mc Luccas - Mc Fernando - Galera do Skate, Bike e Slackline – DMC - Sílvio Zafalão Obrigado! O que achou da III Semana da Diversidade? Qual sua sugestão para a próxima edição do evento? Fale conosco. Queremos saber sua opinião. nudis.lgbt@gmail.com
satisfeito com o atendimento público ou não podem pagar por um plano como a Unimed. Somos uma terceira via, com preços acessíveis em consultas e exames. Temos 15 mil famílias cadastradas, o que significa umas 60 mil pessoas, e não há problemas com nossas agendas. Nossos clientes têm consultas disponibilizadas em até sete dias, além de todos os tipos de exames laboratoriais, que são feitos também em nossa clínica.”
SUS Reclamações são frequentes entre os usuários de plano de saúde Gina Pagú
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e um lado, os 60 mil clientes do plano de saúde Unimed, do outro, as 15 mil famílias cadastradas na Nossa Clínica. Em outra ponta está a grande parte da população que vive no meio termo e não consegue pagar um plano completo de saúde, que também não está satisfeita com os cartões de desconto ou dependem do atendimento de saúde público disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Quem tem Unimed reclama que não consegue se consultar, apesar das mensalidades altas e pagas em dia. Há quem pague entre R$ 100 e R$ 1 mil em parcelas mensais. Mas a reclamação da vendedora é uma só: não consegue o médico ginecologista da sua preferência. “Quando tenho que ir a esse especialista, preciso marcar com pelo menos três meses de antecedência ou não consigo a consulta.” A Unimed oferece planos em
diferentes tipos de atendimento: planos para empresas, com coparticipação e sem. No entanto, são os mesmos médicos que atendem todos os clientes dos planos. A coordenadora de relacionamento da Agência Nacional de Saúde Complementa (ANS) da Unimed-GV explica que a operadora de saúde tem até sete dias para garantir uma consulta ao cliente. E reforça que a Resolução 259 da ANS assegura: “As consultas básicas com pediatra, clínicos gerais, ginecologista e obstetra têm de ser disponibilizadas com sete dias para os pacientes. Mas temos até 21 dias para liberação de cirurgias de alta complexidade. O que ocorre muitas vezes é que o cliente quer ser atendido por um determinado médico e esse já não ter mais horários disponíveis em sua agenda. Mas asseguramos que a Unimed tem um grande catálogo de médicos para atender a nossa demanda no prazo designado pela ANS.”
Na Nossa Clínica, que faz parceria com operadoras de cartões de desconto, as tarifas são mais baixas para as consultas. O cliente de um cartão liga e marca um atendimento pagando em média R$ 35 por consulta, inclusive com especialista. A dona de casa Doroteia Magalhães, mãe de Camila, 7, disse que vale a pena poder se consultar nessa modalidade de serviço de saúde. “Poucos dias após ter me vinculado a um cartão de desconto tive de trazer minha filha para a clínica, pois ela sofreu uma queda na escola. Depois da consulta, mandaram para o raio-X por um preço acessível; quer dizer, estou me sentindo bem tratada, então valeu fazer o cartão.” O proprietário da clínica, Geraldo Villar, explica que o empreendimento é uma opção para quem depende do SUS, mas não concorre diretamente com os planos de saúde. “Muitos clientes não estão
O atendimento de saúde gratuito deveria contemplar a grande parte ou toda a população de determinado município. No entanto, há também a reclamação do atendimento nas Estratégia de Saúde da Família (ESF) ou das Unidades Básicas de Saúde (UBS) – os antigos postos de saúde. A dinâmica nas ESFs parece não ter mudado muito nos últimos 20 anos. Precisa-se ir cedo para as filas a fim de se conseguir uma consulta ou ser encaminhado para as UBSs, caso a ESF do bairro não tenha disponibilidade de todos os especialistas. A assessoria de comunicação da prefeitura informou que são feitas 2.200 consultas por dia em ESFs e UBSs em Valadares. Que esse atendimento em saúde cobre 73,88% do município, sendo o maior do Estado. A cidade ainda é dividida em nove regiões de saúde que contam com ESF e/ou UBS. E que o atendimento é iniciado com médico de uma ESF ou UBS, cabendo ao profissional da unidade de saúde de referência do paciente definir o diagnóstico
e fazer o encaminhamento devido para o especialista. As especialidades médicas são disponibilizadas à população pela Central de Marcação de Consultas e Exames do município, que dispõe do controle da agenda de todos os profissionais especialistas e é responsável pelos agendamentos de pacientes residentes e não residentes, uma vez que também é referência em saúde para este fim. Para os casos de exames básicos, a coleta dos mesmos se dá na própria ESF, por meio das coletas descentralizadas, por prestadores próprios ou terceirizados contratados como complementação à rede assistencial. Para os exames especializados ou de alta complexidade (tomografia, ressonância magnética, entre outros), o médico assistente realiza o preenchimento do formulário correto, cabendo ao paciente e/ou responsável deixá-lo no Departamento de Controle, Avaliação e Auditoria, situado na rua Barbara Heliodora, 384, Centro, para avaliação da autorização pelo médico auditor; e ainda agendamento via Central de marcação de Consultas e Exames. Sobre a demanda do Hospital Municipal, que atende Valadares e região, a prefeitura explicou que é o único pronto socorro 100% SUS de uma região de aproximadamente 700 mil habitantes e que presta assistência a quatro microrregiões, incluindo Governador Valadares, ou seja, 51 municípios do Macroleste do Vale do Rio Doce. Por se tratar de hospital de urgência e emergência, a prioridade são esses pacientes, sem discriminação de residente ou não residente.
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ESPORTES 11
Entrevista com o Movimento Nova 381 sobre a obra da BR que foi capa da edição 78.
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Investir em atletismo é sinônimo de saúde e bem-estar
Eliminatórias para Copa de 2018 começam esta semana
Esporte agrada tanto aos mais jovens quanto aos mais velhos
Foto: UOL Foto: Nova 381
Figueira: Como e quando surgiu a ideia? Movimento Nova 381: O Movimento Nova 381 é um desdobramento de uma iniciativa das principais entidades do setor produtivo mineiro: AC Minas; CDL/ BH; FAEMG; FCDL-MG; FECOMÉRCIO-MG; FEDERAMINAS; FETCEMG; FIEMG; CIEMG; SEBRAE-MG e OCEMG. Essas entidades, em 2012, estabeleceram prioridades comuns que consideraram de extrema necessidade para o fortalecimento de Minas Gerais, o que redundou na elaboração de um documento intitulado Agenda de Convergência para o Desenvolvimento de Minas Gerais. Essa Agenda foi dividida em grandes frentes de ação, cobrindo projetos de investimento, infraestrutura, educação, saúde, economia, defesa social e cultura, além de outras prioridades específicas. Entre as propostas contidas na frente de ação relacionada aos projetos de infraestrutura, encontra-se a duplicação da BR-381 Norte. Esta obra foi considerada prioritária não apenas pela segurança dos usuários, mas também por sua relevância estratégica no desenvolvimento da economia de Minas Gerais. Isso porque a rodovia BR-381 é um importante elo entre as rodovias da região Sudeste e da região Nordeste do país, passando pelos Estados de Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo. Além disso, é o único eixo de ligação do vetor leste do Estado com importantes parques industriais, especialmente os localizados no Vale do Aço e no Rio Doce, com as demais regiões do Estado e com as regiões Sudeste e Sul do país. Assim, trata-se de importante via de escoamento de produção, desempenhando relevante papel no fortalecimento da economia regional e nacional. Entretanto, o traçado sinuoso em pistas simples, projetado na década de 1950, aliado ao crescimento do volume de tráfego, tornou, infelizmente, a BR-381 uma das mais perigosas do Brasil. Em razão de tais fatores, ao longo do tempo, foram tentadas várias iniciativas para viabilizar a melhoria das condições da rodovia mediante obras de duplicação. Considerando a importância estratégica da BR-381, as entidades do setor produtivo mineiro entenderam que,
além de todas as medidas que já tinham sido tomadas no intuito de tornar realidade o que até então era projeto, seria necessária uma ação política para viabilizar a realização das obras, uma vez que entendiam estar presentes as condições técnicas para tal. Dessa forma, tais entidades houveram por bem construir um movimento empresarial, aberto à participação popular, focado não apenas na viabilização da obra, mas na maximização do aproveitamento pelas empresas mineiras das oportunidades econômicas geradas durante e após a obra e na construção e implementação de um plano de desenvolvimento do vetor leste de Minas a partir desta nova realidade. Neste contexto nasceu o Movimento Nova 381, como uma iniciativa do setor empresarial mineiro visando a promover o desenvolvimento socioeconômico do Estado de Minas Gerais a partir da nova BR-381 Norte. O Movimento Nova 381 é coordenado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais - FIEMG, sob a liderança dos presidentes regionais Luciano Araújo (Vale do Aço) e Rozani Azevedo (Rio Doce). Além do apoio das 11 entidades empresariais, o Movimento Nova 381 totaliza quase 25 mil participantes cadastrados em seu site (www.nova381.org.br) como apoiadores da proposta, além de milhares de curtidas e seguidores no Facebook e no Twitter. Figueira: Qual a importância desta junção de entidades por uma única causa? Movimento Nova 381: A Agenda de Convergência para o Desenvolvimento de Minas Gerais é uma experiência pioneira e inovadora para as entidades empresariais de Minas Gerais. O alinhamento criado potencializa a transformação em realidade das prioridades definidas, afinal, são 11 entidades atuando convergentemente para que as prioridades possam acontecer. Figueira: Como é feito o acompanhamento das obras, as cobranças e prazos? Qual a dinâmica? Movimento Nova 381: O Movimento Nova 381 organizou oito células ao longo dos trechos da obra, em divisão semelhante à realizada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para os oito trechos/lotes iniciais das
Prefeitura inaugura escola no Santa Terezinha
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Escola Municipal Rio Doce foi, enfim, inaugurada neste final de semana. Um pedido antigo da comunidade agora foi realizado. A obra teve investimento conjunto dos governos municipal e federal. Só a creche vai acolher mais de 154 crianças de um a quatro anos. “Eu considero a obra mais importante do bairro Santa Terezinha. A escola está dotada para atender as crianças. Queremos aqui levar
democracia e liberdade para as crianças atendidas”, comentou o secretário municipal de Educação Jaider Batista. A construção faz parte do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Só em Valadares, foram gastos R$ 8,7 milhões na reforma e ampliação de escolas municipais. Já são 68 unidades reformadas, que significam 90% das presentes no município, seja no campo ou na área urbana.
obras. Essas células são formadas por representantes de entidades e da sociedade civil e atuam diretamente no território, conhecendo a situação, avaliando os impactos e articulando para que o apoio necessário seja dado. Essas células dialogam constantemente com o Núcleo Gestor do Movimento Nova 381. Esse núcleo trata as questões de forma sistêmica e abrangente, dialogando com todos os agentes importantes para que a obra aconteça, como, por exemplo, as construtoras, o DNIT e outros. Todas as informações relevantes são checadas e disponibilizadas no site www.nova381.org.br, dando absoluta transparência. As dificuldades identificadas são questionadas diretamente aos responsáveis, sempre de forma a entender e apoiar a construção de soluções, caso necessário. Desde o seu lançamento, em março de 2013, até hoje, o Movimento Nova 381 teve várias reuniões com agentes como o Ministério dos Transportes, o DNIT Nacional, o DNIT MG, a bancada legislativa federal mineira, a bancada legislativa estadual, o governo estadual, as secretarias es-
taduais envolvidas, órgãos ambientais federais e estaduais, CEMIG, GASMIG, entre outros. Todas com o objetivo de apoiar a realização das obras de duplicação da BR-381. Figueira: Sabemos que a empresa responsável desistiu de boa parte da obra. Como o Movimento atua nesta situação? Movimento Nova 381: A obra possui 13 lotes, dos quais nove licitados e com vencedor. O Consórcio Isolux-Corsan/Engevix formalizou ao DNIT a desistência dos lotes 1, 2 e 3.1. Dos lotes 1 e 2, está sendo discutida na justiça federal a situação dessa desistência, suas consequências e responsabilizações. Em termos práticos, o DNIT convidou as empresas que ficaram em segundo lugar na licitação para assumir a obra pelo preço assumido pela primeiro colocada, mas estas declinaram. Será necessária uma nova licitação. Esses dois lotes representam cerca de 45% do trecho em obras. O custo para a sociedade é muito maior do que aquele que tem sido divulgado. Não se consideram os custos relacionados às dificulda-
des logísticas dos produtos transportados, seus impactos diretos na economia regional e estadual, bem como e, principalmente, não consideram os custos relativos às vidas e aos acidentes que continuarão a acontecer. No lote 3.1, a empresa segunda colocada aceitou a proposta de assumir a obra, mas condicionou à liberação pelo DNIT de todas as eventuais pendências ambientais e de desapropriação existentes antes de assumir. O Movimento Nova 381 tem atuado sensibilizando para que esses processos sejam rápidos, dando-se sequência aos serviços. A empresa Isolux Projetos e Participações Ltda continua responsável pelos lotes 4, 5 e 6. Figueira: Como é a parceria com o DNIT? Movimento Nova 381: A relação do Movimento Nova 381 com todos os demais envolvidos tem sido focada, responsável e transparente. Assim também tem sido com o DNIT. Nossa posição é intransigente na defesa dos avanços da obra, mas também é propositiva. Queremos soluções e ajudamos a encontrá-las.
Começa o Outubro Rosa em Valadares
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campanha que visa a prevenir uma das principais causas de morte de mulheres no mundo inteiro também começou em Valadares. O Outubro Rosa é uma iniciativa em prol da prevenção do câncer de mama. Vários centros de saúde, inclusive móveis, vão rodar o Estado fazendo exames de mamografia em mulheres de meia idade (50 a 69 anos) – especialmente aquelas que já encontraram algum nódulo no seio. “Este é o maior Outubro Rosa que a prefeitura Valadares está abrindo. Faremos trabalhos em todas as unidades de saúde e tenho certeza de que será su-
cesso”, disse a prefeita Elisa Costa no evento de abertura da campanha. A expectativa do poder municipal é e que sejam feitos cem exames por dia na cidade. Além de prevenir o câncer de mama, os exames podem também detectar um possível câncer do colo do útero. É extremamente necessário que mulheres em idade de risco façam os exames preventivos. Quem quiser participar da campanha e se prevenir deve comparecer ao Centro Viva Vida (CVV), das 8 às 16h, portando CPF, identidade, comprovante de residência com CEP e cartão SUS. O CVV fica na rua São João, 344, Centro.
Implementação do nono dígito começa neste domingo
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ara quem tem celular, smartphone ou qualquer telefone móvel, uma novidade começa a valer a partir deste domingo (11) em toda Minas Gerais. É que os números, atualmente com oito dígitos, vão passar a ter nove. Alguns Estados, como São Paulo e Espírito Santo, já adotaram a medida. Agora chegou a vez dos mineiros. O seu número vai passar a ter um
“9” antes dele. Todos os celulares de Minas Gerais vão receber uma mensagem de texto informando sobre a mudança. No primeiro momento, o usuário vai poder continuar fazendo a chamada com oito dígitos. Porém, vai ouvir uma mensagem de voz sobre a adição do número 9. Depois de um certo tempo de operação, as chamadas com oito dígitos não vão mais ser feitas.
O objetivo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) é aumentar a disponibilidade de números para a telefonia móvel e também dar continuidade ao processo de padronização na marcação de chamadas. As mudanças valem apenas para telefones móveis. O fixo, tradicional, continua tendo o mesmo número de dígitos.
Foto: Terra
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pós o vexame do 7 a 1 é hora de pensar em Copa do Mundo novamente. Com atuações criticáveis e a falta de um futebol que faça esquecer pelo menos um pouco a goleada sofrida nas semifinais do mundial, a seleção brasileira tenta se classificar para o próximo campeonato na Rússia. O desafio desta vez é mais perigoso. Isso porque o futebol latino-americano cresceu muito nos últimos anos. Argentina, Uruguai, Chile e Colômbia são alguns times que conseguem enfrentar o Brasil de igual para igual e, algumas vezes, são até superiores à seleção. “Durante este um ano de preparação, testamos alguns jogadores, tivemos boas experiências, outras nem tanto. Dos nossos jogadores, poucos tinham experiência de Copa América. Tivemos boas lições, de que tiramos proveito. Chegou o momento mais importante para nós, que é a eliminatória, e estamos preparados”, afirmou o técnico Dunga em coletiva de imprensa. O próximo desafio do Brasil é contra a Venezuela no dia 13 deste mês. Apesar de ser uma eterna freguesa da seleção brasileira, surpresas podem aparecer. O que resta é torcer para que o Brasil volte a jogar um futebol bonito, que os problemas da CBF sejam resolvidos e os culpados não interfiram mais na qualidade do futebol brasileiro.
Foto: PMGV
Alunos da Estação Olímpica saem vitoriosos em corrida
riosos na competição:
Ed quebra um recorde atrás do outro em cada maratona que participa Fernando Gentil
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nome pode parecer estranho, mas você já deve ter ouvido falar dele. Ed Withlock é um maratonista inglês que aos 82 anos quebrou seu próprio recorde mundial na Meia Maratona de Milton, Ontário, Canadá. Foram incríveis 1h38min11seg de corrida. Não é a primeira vez que o senhor Ed impressiona. Em 2005, com 74 anos, ele fez, em menos de três horas, 42.195 metros. Quase 15 quilômetros por hora. O rapaz é um fenômeno. Ele é o primeiro ser humano com mais de 70 anos a conseguiu completar uma maratona em menos de três horas. Withlock havia praticado o atletismo ainda adolescente. Parou e voltou depois dos 40 anos. Depois disso, não parou mais e ainda se considera jovem e planeja correr por muito mais tempo. Além da maratona, Ed também concor-
re nas pistas de atletismo. Ele é detentor de 13 recordes mundiais na sua faixa etária, com distâncias entre mil e 1.500 metros.
O esporte-base para as Olimpíadas O atletismo é o principal esporte dos jogos olímpicos. Isso porque ele é a marca das Olímpiadas. É quando os atletas podem mostrar os limites da sua força física e resistência nas mais diversas modalidades do esporte. Por conta disso, Valadares resolveu investir em uma Estação Olímpica para que o atletismo seja valorizado na região. Uma amostra disso foi a Corrida Solidária do Genoma, que ocorreu no último final de semana. Sete atletas que estudam na Estação saíram vito-
Categoria Masculina 10 a 12 1º - João Henrique Lima Gonçalves 2º - Caio Santos Ferreira 13 a 15 1º - Jonatã Alves Fernandes 2º - Luiz Carlos Lima da Conceição 16 a 18 1º - Jaime David Ferreira Martins (4º lugar geral)
Categoria Feminina 10 a 15 1º - Verônica Viega Bragança de Souza 3º - Isabely Vitória de Souza Maciel Além do atletismo, a Estação Olímpica funciona como escola em tempo integral e investe em outros esportes: natação, futebol, judô, dança, xadrez, dama e tênis de mesa.
CULTURA 12
FIGUEIRA - Fim de semana de 09 a 11 de outubro de 2015
Minas Trend termina hoje
Evento é oportunidade para mostrar desafios da moda mineira e internacional Foto: Reprodução Jornal Estado de Minas
Aline Viana acredita em uma moda sustentável e humanista
Foto: Divulgação
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Fernando Gentil
principal evento de moda de Minas Gerais acontece no Expominas, em Belo Horizonte. O Minas Trend chega a sua décima sétima edição trazendo as tendências da moda internacional. Dos dias 6 a 9 de outubro, o gla-
mour compareceu para assistir aos desfiles e conhecer as novidades das marcas que expuseram na feira. O evento visa a apresentar a moda das estações outono-inverno. Marcas valadarenses estarão presentes para representar a re-
Agenda 10 Ingrid Morhy
facebook.com/ingridmorhy twitter.com/ingridmorhy ingridmorhy (33) 9155-5511 ingridmorhy@gmail.com
BALADAS Sexta (09/10) - Planeja Universitário com Binho Azaaf e Open Bar: Momento Calouro - 23h às 02h Cerveja, Vodka e Cachaça - Momento Veterano (02h as 04h): Cerveja, Vodka, Tequila e Flamejante.
Sábado (10/11) - Reencontro - O Painel Do Rock! Com Rota 49, Marcelinho Tiradentes e Banda, Ziriguidum e eu. 100 litros de Gammy liberado! No Garfo Clube... Vamos pro rock galera! Ingressos antecipados: Rock Point e Chilli Beans (GVShopping). Ah, e não esqueça dos óculos escuros, pois o pau vai quebrar até amanhecer!
Sexta a Domingo - Vem comigo! Eu, Dj. Ingrid Morhy, estarei comandando a pista, na SEXTA, Funk Deluxe na Casa de Eventos JD Bar em Santa EfigÍnia de Minas, SÁBADO estarei no Reencontro, o Painel do Rock no Garfo Clube e Domingo no Clube Parque das Gameleiras em Virgolândia. #VamosQueVamos!
SOCIAL Mais flash da festa Aplauso, assinada pela fofa Sayonara Calhau
Domingo (11/10) - Pop Femme com Layne Blond (Ipa). Cadeira Maluca + Shot Drink na Pop Pub. Mulheres FREE até 00h.
Maurício Serpa e Clêmia Soares
gião na feira. “O Minas Trend se configura como uma vitrine e uma oportunidade para as marcas que participam do evento ganharem ainda mais visibilidade. Nesta edição temos três empresas de Valadares como expositoras. Isso é motivo de orgulho e comemoração. As melhores marcas estarão reunidas na mostra e a cidade está bem representada”, disse a presidente Regional Rio Doce da Fiemg, Rozâni Azevedo. Porém, a especialista em customização de roupas Aline Viana acredita que quem faz a tendência são as pessoas, não as marcas. “A ideia dos eventos de moda é antecipar as tendências de moda para cada temporada, mas algumas personalidades têm o poder de transformar uma simples tendência em must-have, em ‘peça-desejo’ de uma legião. As marcas ditam, mas as pessoas determinam se aquilo, de fato, vai pegar. Pessoas sempre serão mais influentes do que marcas”, diz a também jornalista. Para Aline, a moda deve ser mais humana e menos consumista. “O Minas Trend Preview tem uma função importante dentro do contexto comercial da moda por promover intercâmbio entre profissionais, fomentar a indústria de moda mineira, além de inserir o nome de Minas Gerais na rota fashion nacional, afinal, temos diversos talentos no segmento. Apesar de mais tímido que as semanas de moda de São Paulo, Paris, Milão, Nova Iorque e Londres (consideradas as maiores do mundo), o MTP apresenta um diferencial sendo o único
evento do tipo que não foca apenas na antecipação de tendências por meio de desfiles, mas reúne centenas expositores de vestuário, calçados, bolsas, joias e bijuterias, sendo considerado um importante salão de negócios da moda que proporciona oportunidades. Como ponto negativo do mercado como um todo, cito a proposital curta durabilidade das tendências, tornando a moda efêmera e acelerada, o que consequentemente afeta o comportamento e a consciência dos consumidores, que acumulam peças e cultivam um guarda-roupa lotado e pouco funcional. São incontáveis marcas lançando duas novas coleções por ano – primavera/verão e outono/inverno. Sem contar as marcas de fast-fashion que costumam lançar coleções extras em parceria com grandes nomes da moda. Outro problema é que os consumidores deixam de se preocupar com a cadeia produtiva e com tudo o que acontece ‘nos bastidores’ da produção até as peças chegarem a suas mãos, fechando os olhos para a situação muitas vezes desumana de quem faz as roupas. O planeta implora pela reciclagem e por um comportamento mais slow em relação à moda”, explica a especialista. Os eventos de moda famosos no país e no mundo não debatem sobre questões ligadas à defesa dos direitos humanos, animais e naturais. “O que falta no Estado é o fomento – por parte dos detentores de influência – do debate sobre moda sustentável, da abertura do mercado para marcas que se preocupam em evitar a escassez dos recursos da natureza, daqueles que declaram guerra ao trabalho escravo. Falta incentivo para a criação de negócios que, além da capacidade de se manterem competitivos, sejam capazes de maximizar be-
SOU SEUS DIREITOS. SOU DELEGADA DE POLÍCIA. oquefazumdelegado.com.br
nefícios às comunidades e minimizar impactos ambientais negativos. É preciso promover o conceito de moda democrática, lembrando que isso não significa aquela acessível à maioria, mas aquela que não pune ninguém, nem quem faz, quem compra ou ambiente”, afirma Aline. Para mudar isso é preciso pensar a moda de forma alternativa. Descontruir o conceito formado pelas grandes marcas e pregar uma nova forma de estilo, aquele que modifica, conserta o que está desgastado e não o que joga fora. “Costumo brincar – falando sério – que integro o lado B da moda, que meu trabalho é um movimento de contracultura. Não ofereço um produto, mas sim um serviço. A Barato Deluxe é uma marca de customização de roupas usadas com a qual eu promovo intervenções nas peças que os clientes já possuem, mas não usam por algum motivo. A customização não apenas como forma de personalização, mas como forma de reaproveitamento e aumento da vida útil da roupa é um estilo de vida para aqueles que optam por ter um guarda-roupa cíclico, com peças que são transformadas em outras de acordo com a necessidade”, diz Viana. Pela mudança no conceito de pensar a moda, ela pode sim trazer outras modificações na vida das pessoas. “Como todas as expressões artísticas, a moda tem poder transformador. De maneira geral, pode melhorar a autoestima das pessoas e, consequentemente, suas relações pessoais e até profissionais. Mas, em se tratando de moda sustentável, as transformações são mais amplas e extrapolam o campo individua. Ela modifica uma consciência, um costume, um comportamento em relação ao planeta, logo, beneficia a sociedade”, conclui a jornalista.