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JORNAL FIGUEIRA ANO 2 NÚMERO 82 FIM DE SEMANA DE 23 A 25 DE OUTUBRO DE 2015 FIGUEIRA DO RIO DOCE / GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS EXEMPLAR: R$ 1,00

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34o 23o

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Sol e aumento de nuvens pela manhã. Pancadas de chuva à tarde. À noite o tempo fica aberto.

CAOS NA CIDADE

Valadares vive dias infernais. O calor intenso, o maior incêndio já calculado no Pico da Ibituruna e uma seca que pode trazer racionamento de água em uma cidade que nunca sofreu desse mal. Páginas 6 e 7


POLÍTICA | ECONOMIA 3

OPINIÃO 2

FIGUEIRA - Fim de semana de 23 a 25 de outubro de 2015

FIGUEIRA - Fim de semana de 23 a 25 de outubro de 2015

PARLATÓRIO

EDITORIAL

Precisamos falar sobre agroecologia Valadares tem uma feira semanal de produtos orgânicos muito conhecida pela cidade e que é tradição há muitos anos. Ela é a realidade que comprova a agricultura familiar como necessária mudança de foco que a região precisa para sair desse não desenvolvimento que ocorre graças ao ruralismo institucionalizado em todo Vale do Rio Doce. Trabalhar em prol de uma agroecologia que busque transformar não só a realidade econômica de diversas famílias da região, mas também o que você come, é necessário para uma saúde melhor, para o crescimento do pequeno agricultor e para o empoderamento de diversas famílias que sempre estiveram às margens da sociedade valadarense. A cidade conta com o Centro Agroecológico Tamanduá, que é um ponto de força e assessoria dado aos agricultores familiares. Lá eles podem otimizar e melhorar a forma da sua produção, enfrentar os poderosos ruralistas e lutar por uma vida digna, pelo respeito ao meio ambiente e pela tão necessária água. O agronegócio é o principal responsável pela crise hídrica do país. Romper com esse sistema esgotado e antiquado é uma forma de luta pelo desenvolvimento real e sustentável da cidade. A agroecologia merece respeito. Você merece respeito. Todo dia, na sua mesa de almoço, sua família ingere diversos venenos provenientes deste agronegócio que investe em pesticidas e outros agrotóxicos. O câncer que seu familiar adquiriu provavelmente resultou da ingestão de alimentos venenosos durante toda a vida. Compre do agricultor familiar. Faça bem para a sua saúde. Lute junto com eles por uma agricultura orgânica, ecológica e saudável. A cidade precisa e o seu corpo também.

RECORTE DAS REDES

Você é a favor da legalização dos jogos de azar no Brasil? SIM Regis Fernandes de Oliveira, 70, advogado, é professor titular aposentado da USP e desembargador aposentado. Foi deputado federal por São Paulo (1995-1996 e 2007-2010) e prefeito interino de São Paulo (2000)

T

ive a oportunidade de conhecer muitos países. Em todos eles há jogo. Em alguns há plena liberdade. Noutros, os cidadãos não podem entrar em estabelecimentos do ramo – Marrocos, por exemplo. Mas, de qualquer maneira, uma das dimensões do homem é a diversão. Enquanto o jogo for considerado atividade ilícita – salvo se bancado pelo governo – ele caminhará de mãos dadas com a corrupção. Seja a policial, pois se busca evitar o constrangimento de uma prisão ou de um processo, seja porque se busca sonegar e investir em atividades que permitam evasão fiscal. O jogo é proibido por aqui, incompreensivelmente, desde o governo Eurico Gaspar Dutra (1946-1951). O Brasil é um país de grande potencial turístico, de praias maravilhosas, de lugares paradisíacos, com uma boa rede hoteleira, mas que teima em não permitir o jogo. A arrecadação com impostos sobre o jogo pode se constituir em uma das maiores fontes de renda para o país – especialmente neste momento em que ele passa por uma gravíssima crise econômica e fiscal. Essa situação de grandes restrições a investimentos, com uma enorme crise no setor industrial, reflete-se no comércio e na arrecadação tributária em queda.

O resultado dos desmandos e da falta de uma política séria em diversos setores levou o país a uma paralisação econômica. Há um quadro de recessão, de desemprego em alta e de má prestação de todos os serviços públicos. Uma das alternativas para dar uma forte injeção de recursos no país, o que forçará a vinda de grandes capitais, é a abertura dos jogos de cassino e da legalização das casas de bingo e do jogo do bicho. A movimentação econômica do jogo legal é de cerca de R$ 12 bilhões. O jogo ilegal movimenta perto de R$ 20 bilhões por ano. Com a legalização, muitos bilhões seriam declarados e tributados pela Receita Federal. Pode-se imaginar quanto seria a arrecadação. O dinheiro seria canalizado para os serviços imprescindíveis ao Estado. Todos os investidores de hoje viriam para a legalidade, podendo se transformar em empresários em vez de serem tidos por criminosos. É um fantasma que paira sobre o jogo a extinção da Lei das Contravenções Penais e sua incorporação no Código Penal, com penas mais duras. Tal circunstância agravará a situação daqueles que continuarão a trabalhar de forma ilegal. Não será mais fácil legalizar tudo e fazer com que essa indústria dê receitas ao

José Marcelo / De Brasília

Como assim?

Salvação do orçamento negativo

Brasil? Por que tratar de forma criminosa o que crime não é? Sempre entendi que o prazer, que é lúdico, é uma das dimensões do homem, tal como a religião. Há um espaço em que o público não entra. É de estrita oportunidade e conveniência do ser humano. Sua vida afetiva e amorosa, sua relação com seus parentes, seus prazeres, sua atividade sexual, seus divertimentos, seus contratos etc., tudo faz parte de um âmbito em que o Estado não pode e não deve entrar. O público se destina a evitar confrontos, violência, morte. São, pois, campos totalmente diferentes. A abertura de todos os jogos tem uma série de vantagens: diminuiria a corrupção, traria os hoje contraventores para a legalidade, muitos recursos seriam arrecadados para o governo, inúmeros empregos seriam gerados, investimentos viriam em massa, dinamizando os setores de construção, hotelaria, música, lavanderia etc. Não se divisam argumentos sérios em contrário, salvo de cunho religioso. Mesmo esses carecem de fundamento. Nunca houve a proibição de hoje em qualquer texto sagrado. Em suma, vemos apenas vantagens na legalização do jogo no Brasil. Urge que a discutamos seriamente, sem preconceitos. *Texto retirado do site da Folha de S.Paulo

José Marcelo dos Santos é comentarista de política e economia e apresentador da edição nacional do Jogo do Poder, pela Rede CNT. É professor universitário de Jornalismo, em Brasília.

Um dos maiores desafios que correspondentes internacionais que cobrem política em Brasília enfrentaram esta semana foi explicar aos editores dos veículos estrangeiros que a CPI da Petrobras não indiciou ninguém. É que os jornalistas estrangeiros não conseguem compreender como as 700 páginas do documento não pedem nenhum indiciamento, apesar de tudo o que foi revelado pela operação Lava Jato. O pior são as piadinhas, segundo confidenciou um colega brasileiro, que trabalha para uma agência europeia. Piadas à parte, pega mal para a imagem do país lá fora, principalmente em um momento delicado da economia como este.

Ganhando coragem

E não é que passado o impacto da revelação das contas secretas na Suíça o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) voltou a receber demonstrações de apoio de partidos, principalmente da oposição? No entendimento das legendas que querem tirar a presidente Dilma Rousseff do cargo, Cunha merece o direito de ampla defesa e que esta defesa deve ser feita na Justiça. Na avaliação de um senador paulista, “a turma está ganhando coragem”.

Explicação da coragem

Mais do que ganhar coragem para assumir publicamente a defesa de Eduardo Cunha, os partidos têm com ele uma relação de gratidão. A explicação está nas palavras do deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ). Segundo o parlamentar, com Cunha na presidência da Câmara, os partidos ganharam voz, espaço e representatividade. O Democratas, por exemplo, vem tendo um destaque que não teria se fosse levado em conta apenas o número de parlamentares que mantém na Casa.

Fale com o José Marcelo: noticiasdopoder@uol.com.br

Democratas exigente

Depois de ganhar espaço nas reuniões de líderes e na própria Câmara graças ao apoio de Eduardo Cunha, o Democratas estará mais exigente nas eleições de 2018 e não descarta nem a possibilidade de lançar candidatura própria ao Palácio do Planalto. A avaliação é do deputado Rodrigo Maia, que comemora o fato de o DEM ter passado a se posicionar como porta-voz da oposição depois do vácuo deixado pelo PSDB. Segundo o parlamentar, ao contrário das eleições anteriores, em que o partido sequer emplacou o vice do tucano Aécio Neves, nas próximas, se não emplacar ao menos o vice com o PSDB, o partido vai de cabeça de chapa. A legenda está empolgada com o desempenho do goiano Ronaldo Caiado no Senado e quer apostar no nome dele. O DEM teria pesquisas que mostram que Caiado tem potencial para chegar a 12% das intenções de votos, o que daria novo fôlego à legenda.

Ainda o Cunha

Apesar de ganhar forças na Câmara, Eduardo Cunha sofreu nova derrota no PMDB. O partido adiou para o ano que vem a reunião em que pode decidir se mantém ou não a aliança com o PT. O encontro estava previsto para o mês que vem, mas foi adiado para março, quando deverá ser realizada a convenção nacional da legenda. Foi a segunda vez que lideranças do partido mais afinadas com o governo da presidente Dilma Rousseff conseguiram adiar o debate sobre um possível rompimento. O primeiro encontro havia sido marcado para agosto. O fim da aliança é uma das principais bandeiras do presidente da Câmara desde que ele rompeu oficialmente com o Palácio do Planalto.

Motivo

Segundo a direção do PMDB, no lugar do congresso extraordinário, serão realizados seminários promovidos pela fundação Ulisses Guimarães. A justificativa oficial é que o partido encontra dificuldades para reunir entre quatro e cinco mil pessoas no próximo mês. Mas, o vice-presidente Michel Temer e lideranças petistas mais ligadas ao governo querem ganhar tempo para convencer as alas mais resistentes da legenda a manter a aliança. O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, que até pouco tempo era aliado de Eduardo Cunha, diz que o PMDB já vem se aproximando do governo e nega a intenção de ganhar mais tempo. Segundo ele, o adiamento é importante porque a convenção do partido é que tem poderes para tomar esse tipo de decisão.

Deem um jeito

Foi assim que a presidente Dilma Rousseff teria reagido e ordenado aos assessores mais diretos ao saber que o relator do orçamento Ricardo Barros mandou avisar ao governo e aos líderes de partidos que vai cortar R$ 10,8 bilhões dos R$ 28 bi previstos inicialmente para o programa. Segundo o relator, o dinheiro restante dará para pagar os benefícios existentes, mas não será possível a inclusão de novos beneficiários. O Bolsa Família será o segundo programa social a sofrer cortes por causa da crise econômica. O primeiro foi o Minha Casa Minha Vida.

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NÃO

O jogo Dom Murilo S. R. Krieger – Arcebispo de São Salvador da Bahia e primaz do Brasil

Q

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O Jornal Figueira é uma publicação da MPOL Comunicação e Pesquisa. CNPJ 16.403.641/0001-27. Em parceria de conteúdo com a Fundação Figueira do Rio Doce. São nossos compromissos: - a relação honesta com o leitor, oferecendo a notícia que lhe permita posicionar-se por si mesmo, sem tutela; - o entendimento da democracia como um valor em si, a ser cultivado e aperfeiçoado; - a consciência de que a liberdade de imprensa se perde quando não se usa; - a compreensão de que instituições funcionais e sólidas são o registro de confiança de um povo para a sua estabilidade e progresso assim como para a sua imagem externa; - a convicção de que a garantia dos direitos humanos, a pluralidade de ideias e comportamentos, são premissas para a atratividade econômica. Diretor e Jornalista Responsável Moisés Oliveira - DRT/MG 11567

Reportagem Gina Pagú - DRT/MG 013672

Colunista e Colaboradores Flávio Froés Ingrid Morhy Jaider Batista José Marcelo Júlio Avelar Marcos Imbrizi

Revisão Fábio Guedes - DRT/MG 08673

Diagramação Stam Comunicação - (33) 3016-7600

Editor Fernando Gentil - DRT/MG 18477

Artigos assinados não refletem a opinião do jornal

uando estudei Literatura Brasileira, chamaram a minha atenção os tais “poetas bissextos”. Segundo o professor, tais poetas só excepcionalmente publicam um poema ou um livro. Assim, por só aparecerem periodicamente, recebem esse nome numa referência aos “anos bissextos”. Na história de nosso país há “temas bissextos”. Volta e meia aparecem – e, normalmente, quando menos se espera. Aparecem, geram polêmica, ganham destaque na imprensa, viram objeto de discussão e, de repente, desaparecem. Por vezes, tenho até a impressão de que, tal como o “bode na sala”, são trazidos para desviar a atenção de algum problema mais grave. Dias atrás voltou-se a falar sobre a liberação de jogos de azar. Dessa vez como forma de resolver os problemas econômicos do país. Sim, tudo muito simples: autoriza-se a abertura de cassinos, aprovam-se taxas e impostos, e a paz voltará a reinar sob os céus de nossa pátria. Voltará? Não vou entrar aqui em outra questão, também grave, e que oportunamente também poderá merecer uma reflexão: a multiplicação de loterias controladas pelo governo. Fui verificar e fiquei surpreso com a lista que encontrei: Mega-Sena, Lotofácil, Quina, Lotomania, Timemania,

Federal, Dupla Sena, Loteca, Lotogol, Instantânea... e cada uma, mais de uma vez por semana. Liberar o jogo é abrir as portas ao imprevisível. Quem ganha com o jogo? Poucos, muito poucos. Já quem perde, sabemos: são muitos, são pobres, são pessoas que se empobrecem. Quer dizer: além dos mil problemas que já devemos enfrentar, correríamos o risco de ter pela frente novos desafios. A autorização do jogo não o torna bom e honesto. Jogar é um vício. Mais: os jogos “tornam-se moralmente inaceitáveis quando privam a pessoa daquilo que lhe é necessário para suprir suas necessidades e a dos outros. A paixão pelo jogo corre o risco de se transformar em dependência grave” (Catecismo da Igreja Católica, 2413). Há os que defendem a regulamentação dos jogos de azar argumentando que, quer queiramos ou não, ele continuará sendo praticado de mil maneiras. Ora, “não se corrige um erro autorizando-o, mas pela educação, pela formação das consciências. Por isso mesmo, a verdadeira pedagogia é a que previne contra o mal, em vez de apenas castigá-lo depois de cometido. Essa é a pedagogia em que a Igreja acredita. Por essa razão, e não só neste problema de erros e vícios, mas em todas as áreas – justiça, liberdade, parti-

cipação política, direitos humanos – ela se empenha em ser mestra leal e carinhosa de seus filhos. No caso específico do jogo, ensina o homem a não pôr suas esperanças na sorte problemática do jogo, mas na tranquila segurança do trabalho honesto e produtivo” (CNBB, 20ª AG). Há outras justificativas para a liberação dos jogos de azar: com a multiplicação de cassinos, aumentaria o número de empregos e se fortaleceria o turismo. E a ruína de muitos? E a desorganização de inúmeras famílias? E o drama de quem “investe” no jogo o que deveria servir para sustentar os seus? Talvez, mais importante do que qualquer argumento, seria ouvirmos o depoimento de pessoas ou famílias que sofrem as consequências desse problema na própria pele. O que a experiência de outros países nos mostra é que o jogo enriquece quem já é rico e empobrece quem põe nele a esperança de resolver, rapidamente, seus problemas – um dos quais talvez seja aquele causado pelo dinheiro gasto no próprio jogo. Mais: normalmente, o jogo anda de mãos dadas com a fraude, o roubo, a violência, as drogas e toda sorte de crimes. Mais do que liberar o jogo, precisamos de trabalho e de justiça, de honestidade e do bom uso daquilo que é arrecadado com os impostos. *Texto retirado do site do jornal A Tarde

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POLÍTICA | ECONOMIA 4

FIGUEIRA - Fim de semana de 23 a 25 de outubro de 2015

INTERNACIONAL 5

FIGUEIRA - Fim de semana de 23 a 25 de outubro de 2015

Foto: Farmacêuticas

Valadares pode ter segundo turno em 2016 Segundo dados do TRE-MG, número de eleitores é de 200.800 Foto: Divulgação

Gina Pagú

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ão palpáveis até agora as possibilidades de segundo turno nas eleições municipais de 2016 em Valadares. Segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), o eleitorado do município conta hoje com 200.800 eleitores. As eleições em municípios com mais de 200 mil votantes devem acontecer obrigatoriamente em dois turnos. Leonardo Rocha, chefe de cartório, explica que se caminha para tal possibilidade. “Faremos o fechamento do número de títulos em maio de 2016. No entanto, se até lá obtivermos mais de 200 mil eleitores, por lei teremos o segundo turno. Mas, caso esse número diminua, continuaremos somente com o primeiro. Embora a tendência em ano de eleição seja de aumento no número de títulos, teremos que aguardar esses meses para atestar se teremos ou não uma eleição diferente no próximo ano.” Os valadarenses são a favor da mudança. O jornalista Carlos Albuquerque explica que uma eleição em dois turnos é sempre uma chance a mais para o eleitor pensar e repensar o voto do primeiro turno. “Oportunidade para os dois candidatos mais bem votados debaterem melhor os problemas da cidade e os programas de governo”, considera. O advogado Isaías Júnior acredita que com dois turnos a sociedade é quem ganha com a possibilidade de avaliar as alianças políticas, além dos candidatos. “Afinal, o eleitor tem a possibilidade de avaliar melhor

Empresas milionárias tomam contam da saúde da população mundial Fernando Gentil

I

Valadares caminha para segundo turno no ano que vem

não apenas os dois candidatos, mas também como se comportarão os partidos que apoiaram os candidatos derrotados no primeiro turno. É também o momento quando se afunila o debate de ideias, o que propicia ao cidadão maior clareza nas diferenças entre as propostas dos candidatos e de seus partidos quanto aos rumos que estes propõem para nossa cidade

durante o próximo mandato.” Para quem tem quase 20 anos de trabalho dedicado a campanhas políticas, a jornalista Valéria Alves diz que eleições com segundo turno são uma possibilidade de o eleitor considerar outras opções de voto. “Nos últimos anos, a eleição em nossa cidade tem sido muito polarizada entre dois partidos. Na últi-

ma, tivemos a possibilidade de um nome novo que, segundo os analistas, acabou apenas fortalecendo a polarização. Com o segundo turno sim, teremos a possibilidade de ver crescer com chances de vitórias uma nova liderança. Essa mudança nas eleições deixaria as pessoas mais à vontade para votar no primeiro turno. Elas votam não no

menos pior, o que acontece muito, mas sim em quem elas realmente gostariam que vencesse. ” Municípios mineiros que tiveram segundo turno nas últimas quatro eleições: Contagem: 2000, 2004, 2008 e 2012; Juiz de Fora: 1996, 2000, 2004, 2008 e 2012; Montes Claros: 2004, 2008, 2012; e Uberaba: 2012.

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Indústria farmacêutica é abusiva e antiética

São Paulo continua a dar exemplos de transparência

não é que depois da decretação do sigilo por um período de 25 anos para série de documentos da Secretaria de Transportes Metropolitanos relativos a projetos do metrô, trens e ônibus metropolitanos (que o governador paulista disse revogar), na semana passada a imprensa divulgou outros casos parecidos adotados pelo governo do Estado de São Paulo? Um deles, publicado pelo Estadão, mostra que a Polícia Militar determinou o sigilo a documentos relacionados a série de temas como a distribuição do efetivo a informações do orçamento da corporação. Outro caso diz respeito a atos da Sabesp, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, que impôs o sigilo de 15 anos para procedimentos técnicos e operacionais da companhia, além de equipamentos e da rede de água e esgoto. A medida foi adotada em meio à maior crise hídrica do Estado. O argumento da empresa é que a medida visa a proteger pontos prioritários. Na semana passada também o Ministério Público Estadual abriu inquéritos para investigar responsabilidades acerca dos atos que determinaram o

sigilo a série de informações públicas. Depois de tudo isso, o governador determinou a reavaliação de todas as informações. Vamos aguardar. REESTRUTURAÇÃO ESCOLAR – E a reestruturação escolar realizada pela Secretaria Estadual de Educação sem ouvir a comunidade escolar conseguiu fazer o que nem os sindicatos da categoria conseguiram: mobilizar pais, estudantes, além dos profissionais que atuam no setor. Na semana passada, série de manifestações em diferentes pontos do Estado se contrapunham à medida que, aliás, tem como preocupação única o corte de gastos no setor, não tendo relação alguma com a questão a melhoria da qualidade do ensino. O Ministério Público estadual apura o caso que, de acordo com o sindicato dos professores, pode simplesmente fechar 155 escolas. Além disso, o Tribunal de Contas do Estado, após visita a escolas, apontou série de problemas no setor da educação pública paulista. Entre outros, a superlotação das salas de aula, a precariedade das escolas e a contratação de professores temporários

acima do indicado. QUANDO A IGREJINHA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS, NA PAMPULHA, QUASE VEIO ABAIXO – Houve uma época em que a igrejinha de São Francisco de Assis, na Pampulha, correu risco de vir abaixo. Foi na década de 1940, logo após o término de sua construção, quando o prefeito que sucedeu JK, ainda durante a campanha eleitoral, havia prometido botar abaixo a construção. Em seu lugar, seria erguida uma réplica da Igreja de São Francisco de Assis de Ouro Preto. O argumento: ela não era consagrada. Na verdade, parece que a rixa era pelo fato de trata-se de projeto do comunista Oscar Niemeyer. Para evitar que a promessa eleitoral se concretizasse, os defensores do projeto original acionaram Carlos Drummond de Andrade, que na época trabalhava no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. O processo de tombamento foi um dos mais rápidos – e foi aprovado em 1947. Ouvi este causo recentemente, quando participei de um encontro sobre patrimônio cultural promovido pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC.

Marcos Luiz Imbrizi é jornalista e historiador, mestre em Comunicação Social, ativista em favor de rádios livres.

magine você ser o dono da única plantação de tomates existente na Terra. E que pesquisas mostraram que todos os seres humanos precisam comer tomate. Por um acordo internacional, você tem a liberdade de pôr o preço que quiser no tomate e os governos e supermercados são obrigados a comprar de você pelo valor que você bem entender, sem nenhum tipo de regulamentação neste sentido. É assim que ocorre com algumas indústrias mais fortes do planeta, praticamente todas elas ilegais. Tráfico humano, de órgãos, armas e drogas. Mas uma delas é legal e vende um produto extremamente necessário para a sobrevivência do ser humano: a indústria farmacêutica. O Figueira, na sua edição 77, publicou uma matéria sobre a fosfoamina, um medicamento estudado desde a década de 1980 que tem uma resposta satisfatória nos tratamentos de câncer, mas que ainda não foi regularizado pela Anvisa. O remédio não passou por testes clínicos e, por isso, não pode ser liberado. A questão é: por que não se fazem os tais testes? De acordo com o pesquisador da fórmula, Gilberto Cheirice, ele já tentou entrar em contato com diversos hospitais, mas eles só aceitam se a patente sair do nome dele para o do hospital. E por que ele não faz isso? Pelo simples fato de um remédio que hoje custa dez centavos a pílula poder passar a valer milhares de reais se a patente for transferida para alguma empresa. Afinal de contas, hospitais e laboratórios são empresas. Cheirice deixa claro que se o remédio for regularizado ele será doado à população. DOADO! Porém, sem os exames clínicos, não tem como liberar o medicamento. E sem a boa vontade por parte de clínicas, hospitais, laboratórios e da própria Anvisa, é impossível que isso ocorra. A manutenção do protocolo médico internacional, que define tratamentos com quimio ou radioterapia, é muito forte para um medicamento de apenas dez centavos ser aceito no meio médico. Apenas uma ampola de um hormônio utilizado no tratamento de câncer de próstata, por exemplo, custa R$ 204. Com esse valor, você consegue comprar 2.040 pílulas de fosfoamina. Dá para tratar uma família inteira com câncer. Outro caso que ganhou repercussão internacional foi o do jovem empresário do setor farmacêutico que aumentou em mais de 5.000% um medicamento cuja patente lhe

Foto: Divulgação/USP - Marcos Santos

pertence. O problema é que esse remédio é extremamente necessário no tratamento do HIV/Aids. De US$ 13,50 (R$ 52,65) foi para US$ 750 (R$ 2.925). A desculpa é usar o valor para investir em pesquisas de novos medicamentos, mas em suas redes sociais, Martin Shkreli, dono da empresa farmacêutica, ostenta uma vida digna de um rapper americano ou jogador de basquete da NBA. Mais um fato que ocorreu este ano foi com a farmacêutica Eli Lilly. Ela foi multada em R$ 36,6 milhões por abuso do direito de petição. A empresa tentou proteger a patente de um medicamento utilizado no tratamento de câncer de mama omitindo informações importantes sobre sua fórmula. “A representada

Fosfoamina precisa passar por testes clínicos antes de ser regularizada

Foto: Arquivo Pessoal

Martin Shkreli ostenta vida luxuosa

praticou sham litigation ao ajuizar ação em face da Anvisa para a obtenção de registro de exclusividade de comercialização do produto Gemzar, mesmo sabendo que o pedido de patente versava somente sobre processo de produção, sem informar ao juiz do Distrito Federal que o aditamento no requerimento havia sido negado em ação judicial promovida no Rio de Janeiro”, explicou a relatora, conselheira Ana Frazão, nos autos do processo.

Os milhões da indústria De acordo com a revista Exame, o Brasil ostenta 15 empresas milionárias do ramo. A Pfizer, Novartis, Sanofi-Aventis, Roche, Medley, AstraZeneca, EMS Sigma Pharma, Eurofarma, Aché, Merck, Lilly, Tortuga, Laboratório Cristália, Biolab Sanus Farmacêutica e a Bristol-Myers Squibb. De todas essas, apenas seis são brasileiras. A norte-americana Pfizer, só no Brasil, lucra mais de R$ 2 bilhões por ano.

A aspirina, por exemplo, é considerada um dos produtos mais bem-sucedidos da história do capitalismo. Em 2008, a indústria farmacêutica lucrou 725 bilhões de dólares no mundo inteiro. Só com a aspirina, foram 700 bilhões. “A indústria farmacêutica é tudo, menos uma instituição filantrópica”, diz Fernando Italiani, autor do livro “Marketing Farmacêutico”. Além disso, o marketing utilizado pelas indústrias está muito ligado ao trabalho dos médicos e à formulação dos protocolos internacionais, como ocorre com o tratamento de câncer, por exemplo. Os médicos são ensinados, dentro da própria residência, a seguir um protocolo que sempre indica os mesmos tipos de tratamento e medicamentos. Além disso, recebem amostras grátis e outros benefícios por parte da indústria para poder dar preferência a certos medicamentos em detrimento de outros. Confira na tabela os dados de pesquisas feitos nos Estados Unidos e no Brasil sobre o tema e disponibilizados pela revista Super Interessante.

61% 84% 30% 70% 70% 23% 5%

dos médicos norte-americanos não se consideram influenciados pelas promoções da indústria.* deles acreditam que seus colegas sim são facilmente convencidos.* de todos os casos de envenenamento registrados no Brasil em 2007 foram provocados por remédios. das despesas do SUS decorrem da assistência às doenças que poderiam ser tratadas com mudança de comportamento. do faturamento da indústria farmacêutica vem dos medicamentos vendidos sob prescrição médica. dos balconistas de farmácia recebem bonificação pela venda de remédios similares.**

recebem o bônus pela venda dos genéricos.**

* Pesquisa feita com 105 médicos do Centro Médico para Veteranos de Guerra de São Francisco, na Califórnia (2001). ** Pesquisa da Anvisa feita em 1.231 farmácias de 24 Estados.

Além dos remédios essenciais para a cura de doenças que oferecem risco de morte, as empresas faturam muito com aqueles utilizados no dia a dia, sem necessidade de prescrição médica. A pesquisa da Anvisa feita em 2009 prova isso. Remédios mais vendidos no país 1. DORFLEX: Dor 2. CIALIS: Impotência 3. NEOSALDINA: Dor 4. VIAGRA: Impotência sexual 5. LIPTOR: Colesterol alto 6. TYLENOL: Dor e febre 7. CRESTOR: Colesterol 8. DIOVAN: Hipertensão

9. YASMIN: Contracepção 10. NEXIUM: Refluxo São históricos os crimes cometidos pela indústria farmacêutica no mundo inteiro. Seja na ética na definição do valor do medicamento ou no fato de não criarem remédios que curem as doenças, mas sim que as mantenham lá enquanto a pessoa viver. Os pacientes ficam com baixa autoestima e fracos por conta dos fortes efeitos colaterais. “É preciso mais do que desculpas. Esses crimes precisam ser julgados e os criminosos punidos”, conclui o pesquisador da Universidade de Brasília Volnei Garrafa.


CAPA 6

FIGUEIRA - Fim de semana de 23 a 25 de outubro de 2015

CAPA 7

PICO DA IBITURUNA: UMA JANELA PARA A PRESERVAÇÃO Gina Pagú

C

onsiderado Monumento Natural Estadual Pico da Ibituruna, seguindo critérios do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), desde 17 de janeiro de 2014, pela lei 21.158, o principal cartão-postal da cidade passou por mais um desafio na última semana: um incêndio que queimou 274 hectares, o equivalente a 274 campos de futebol, e deixou não só a paisagem negra, mas uma comunidade inteira triste. Na terça-feira (13) à tarde, quando o acidente aconteceu, iniciado com uma pane na parte elétrica de um veículo que passava pela estrada principal do Pico, as chamas se propagaram rapidamente por conta do tempo seco, que favorece o avanço do fogo, tomando conta da Ibituruna. O incêndio foi visto de todos os pontos da cidade, fotografado e postado em redes sociais em tempo real. Os trabalhos de contenção do fogo tiveram início após o Corpo de Bombeiros ter sido acionado e eles só pararam de trabalhar à noite e voltaram às cinco da manhã da quarta e da quinta-feira. Um helicóptero, um aeromodelo, bombeiros, o Instituto Estadual de Florestas (IEF), brigadistas do IEF, funcionários da prefeitura e voluntários enfrentaram, de terça a sábado, a fúria do incêndio. Foram cinco dias de trabalho intenso para controlá-lo e mais de 200 pessoas participaram diretamente do combate frente a frente com o calor, os acessos difíceis do terreno e as chamas de até três metros de altura. Tuana Morena Marques, gerente do Monumento Natural Estadual Pico da Ibituruna pelo IEF explica que o último incêndio de grandes proporções foi em 2013 e que é fundamental a participação da comunidade para a preservação do Pico. “Temos que nos apropriar da Ibituruna, não somente quem mora na área, mas a população em geral. Nos do IEF fazemos o trabalho preventivo o ano inteiro, levamos até os 127 proprietários de terras as notificações de aceiros, a questão da preservação. Mas todos nós temos de participar dessa proteção.” O Pico da Ibituruna, segundo Tuana, tem legislação específica desde 14 de janeiro de 1983, com o decreto 22.622, que define como proteção especial para preservação de mananciais e do patrimônio histórico e paisagístico. “Além de colocar guaritas e vigias, embora seja o que será estruturado daqui pra frente, precisamos valorizar o que temos. A Ibituruna é considerada bioma da Mata Atlântica pela lei federal 11.428. E isso quer dizer muita coisa. É olhar além de uma visita turística ou a prática de esportes radicais. Temos de cuidar da natureza, não deixando lixo quando visitamos, cuidando como se fosse parte da nossa casa.” Tuana explica que atualmente a área é administrada pelo IEF e que, como parte de um processo que protege e cuida dos 1.076 hectares do Pico, foi criado o Conselho Consultivo do Monumento Natural Estadual Pico da Ibituruna, instituído em 2014, para ajudar na gestão de objetivos da unidade, com a utilização da terra e dos recursos naturais do local. O conselho é formado

atualmente por representantes do IEF, prefeitura, Polícia Militar, CBH Doce, Associação de Moradores do Pico da Ibituruna, proprietários de terras da região do Pico, Cemig e IFMG.

Combate O Corpo de Bombeiros disponibilizou quase todo seu efetivo de 180 homens e mulheres, que atuam em quatro turnos, para ajudar a debelar as chamas. Segundo o subtenente Ailton Silva, 90% dos bombeiros participaram dos trabalhos. “Mesmo para quem está acostumado no dia a dia com acidentes e catástrofes, esse tipo de acontecimento é enfrentado homem contra incêndio, sem ajuda das viaturas, porque o acesso muitas vezes só pode ser feito a pé. Usamos o abafador e uma bomba costal – mochila com 20 litros de água – e vamos apagando metro por metro de fogo. Além disso, temos de manter nossos homens hidratados, alimentados e seguros; por isso, paramos os trabalhos durante a noite. As áreas de acesso são muitas vezes íngremes e difíceis. Além disso, no dia do incêndio houve outros chamados para a corporação, como o avião que foi encontrado no rio Doce e o incêndio no lixão do Turmalina, que ajudaram a deslocar o nosso efetivo para outros chamados. Trabalhamos com o IEF e a prefeitura para conseguir finalizar no sábado (17) fazendo o rescaldo.”

Consequências O professor-adjunto de recursos hídricos e meio ambiente da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri Alexandre Sylvio explica que estamos direta ou indiretamente integrados a natureza: os seres vivos, plantas, animais e com os fatores não vivos, como o solo. “Uma Ibituruna totalmente protegida e reflorestada, com a sua vegetação recuperada, poderá representar para Governador Valadares uma melhora da sua condição climática de extremo calor e de umidade relativa do ar, principalmente nos bairros próximos. Portanto, as queimadas frequentes que têm ocorrido na área comprometem todo o seu processo de recomposição paisagística, tanto a recomposição natural quanto a antrópica, que tem acontecido com o plantio nas áreas degradadas.” O desaparecimento de algumas espécies é um dos prejuízos para a flora e fauna locais, salienta Sylvio. “As mudas jovens de espécies arbóreas dificilmente sobrevivem ao fogo. Com isto, o capim tende a ocupar a área devido ao seu pro-

Foto: Silvana Soares

RURALISMO É PRINCIPAL RESPONSÁVEL POR CRISE HÍDRICA

Foto: Nil Rodrigues

Incêndio de grandes proporções da última semana reforça a necessidade de cuidarmos do nosso cartão-postal

cesso rápido de regeneração. Em relação à fauna, muitos filhotes de pássaros morrem durante a fase de reprodução, entre outros animais, pois como a região apresenta uma topografia de alta declividade e o fogo geralmente inicia-se na parte baixa, ele avança com muita rapidez pela área, não deixando tempo para a fuga. Muitas espécies de animais podem desaparecer do local por conta da falta de condições ambientais estáveis para estabelecimento.” Sobre recuperar tudo que foi perdido, Sylvio alerta que é preciso tempo, empenho e conscientização ambiental. “A natureza apresenta capacidade de resiliência, ou seja, de recuperação, mas dependendo apenas das questões naturais a regeneração demoraria décadas e até mesmo séculos, com riscos anuais de queimadas. Com a interferência humana poderíamos reduzir esse tempo para alguns anos, mas, para isto, precisamos de equipes especializadas, parceria com os proprietários e recursos financeiros. Temos de investir em processos eficientes de plantio de espécies arbustivas e arbóreas de rápido crescimento, adubação química e orgânica, retenção de umidade do solo, uso de aceleradores de crescimento, controle de erosão, monitoramento de pragas e doenças, controle da vegetação herbácea, principalmente o capim, com o posicionamento estratégico de aceiros, acompanhamento periódico do desenvolvimento das plantas e retorno dos animais.” O professor deixa um alerta e um pedido. “O Pico da Ibituruna é um oásis no meio do deserto. Em uma terra como Valadares, com calor intenso, no alto da Ibituruna, a mais de mil metros de altitude, verificamos temperaturas inferiores a 10º C. Uma área turística de visual deslumbrante, mas que precisa, e muito, ser protegida. Colocamos a Ibituruna como o nosso principal referencial turístico da região, mas pouco fazemos – iniciativa privada e poder público – para a sua proteção e conservação. Sem medidas efetivas, os riscos de queimadas continuarão elevados, principalmente nos períodos secos – cada vez mais secos.”

Município A prefeitura divulgou a nota abaixo em nome da secretária municipal de Meio Ambiente, Agri-

Bombeiros tiveram dificuldades para apagar o fogo da pedra

cultura e Abastecimento (SEMA), Cida Pereira. “13 de outubro de 2015: um dia em que registramos talvez um dos maiores incêndios acontecidos no Pico da Ibituruna, não só em proporções, mas principalmente em prejuízos ambientais, para a fauna e a flora e por contribuir para acelerar ainda mais a diminuição de nascentes na região. A Ibituruna, além de cartão-postal e ponto turístico reconhecido internacionalmente pela prática de voo livre, abriga também um importante remanescente de Mata Atlântica. Sem dúvida, o que assistimos é um grande prejuízo para todos nós e para as futuras gerações. O incêndio foi provocado por um carro que pegou fogo ao subir o Pico. O veículo ficou às margens da estrada, já em contato com a vegetação muito seca nesse período, e o vento possibilitou que as chamas se espalhassem rapidamente. Por ter sido à tarde, as equipes de brigada iniciaram o combate, mas logo tiveram que suspender os trabalhos em função do risco de acidentes à noite ser muito grande. Com isso, o fogo se propagou durante a noite, alcançando áreas que há décadas permaneciam preservadas. Durante todo o dia 14, as equipes de brigada do IEF, Prefeitura (Parque Natural e SAAE, Defesa Civil), Corpo de Bombeiros e Polícia de Meio Ambiente trabalharam no combate em solo. Além disso, três aeronaves enviadas pela SEMAD (governo do Estado) fizeram o combate aéreo com água. No dia 15, os trabalhos iniciaram bem cedo. Ainda há muito que fazer: além de apagar as chamas, devemos nos preparar para recuperar o que estamos perdendo. A Ibituruna, assim como todas as áreas de florestas, matas ciliares, é patrimônio de todos e cabe a todos (governos e sociedade civil) proteger, plantar e cuidar sempre que preciso.”

FIGUEIRA - Fim de semana de 23 a 25 de outubro de 2015

Em Valadares poderá haver racionamento de água

Fernando Gentil

É

melhor se preparar. Se não chover nos próximos 30 dias, Valadares poderá entrar em racionamento de água. Atualmente, o Saae faz manobras para conseguir abastecer toda a região urbana da cidade. Isso porque só consegue captar metade do necessário para abastecer o município. Recentemente, o órgão adquiriu uma nova bomba, mais potente, que pode puxar mais água. Caso essa bomba funcione, a instituição vai conseguir voltar a abastecer normalmente todos os bairros da cidade por, pelo menos, 30 dias. Se não der certo, Valadares caminha para um racionamento de água em toda a cidade. “Estamos fazendo jogadas para conseguir mandar água para todas as regiões do município. Mesmo assim, em alguns pontos, a pressão chega baixa. Aí, o morador tem água na torneira que capta direto do sistema, mas não tem na caixa d’água porque não tem força suficiente para subir até lá. No momento, a solução para quem passa por isso é adquirir um reservatório com bomba para que a água chegue até a caixa. Não há outra solução”, diz o coordenador de elevatório do Saae Jaime Monteiro. O processo é lento, dura décadas. E o agronegócio é o principal responsável pela seca em todo país. “Além de gastar mais de 70% da água potável do Brasil, os latifúndios cresceram de forma desordenada, desmataram tudo e transformaram em pasto para gado. Só na região dos bairros Vale Verde e Cidade Nova, onde antigamente existiam grandes fazendas, cerca de 30 nascentes morreram. Com o passar dos anos, os afluentes secaram e agora chegou a vez do rio Doce”, explica Monteiro. Além do bom senso e olhar humano, o que falta aos ruralistas é investir em mais tecnologia. Quase metade da água consumida pelo agronegócio no país é desperdiçada. O consultor nacional do Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) José Roberto Borghetti chama isso de estresse hídrico. “O produtor rural precisa ter maior rendimento na produtividade usando menos água possível ou o resultado vai continuar sendo falta d’água e má distribuição em diversas regiões do Brasil”, afirma. O coordenador do programa Água Brasil,

É possível chegar ao meio do rio sem molhar os pés

rer uma calçada com água, não é preciso que você tome um banho de meia hora três vezes por dia. É só ter consciência para não acabar com nosso principal recurso, extremamente necessário para a existência da vida. Valadares não tem muitas indústrias e as que tem usam seus próprios poços (assim também ocorre com os latifúndios da região). Com isso, praticamente toda a água distribuída pelo Saae vai para o consumo residencial e comercial. Então, as pessoas precisam não desperdiçar água, senão não vai ter para todo mundo”, declara Monteiro. De acordo com dados nacionais, cada pessoa gasta em média 140 litros de água por dia. Jaime discorda. “Você colocar uma média de 140 litros de água por dia para cada pessoa é muita coisa. Provavelmente, esse dado deve contar o que é gasto pela indústria e agronegócio e dividir pela população do país. Se você tomar três banhos por dia, junto com o resto

Foto: Fernando Gentil

Saae conta com nova bomba para evitar racionamento

Foto: Fernando Gentil

Foto: Fernando Gentil

Dados da pesquisa O estudo feito pela Organização das Nações Unidas colocou o gasto por pessoa entre 110 e 200 litros por mês no Brasil:

Só se vê pedra e areia no Rio Doce

da ONG WWF, acredita que o Estado tem poder definidor na gestão dos recursos hídricos “Devem ser criadas ferramentas que possam indicar o quanto se pode usar de água e o que precisa ser recuperado. Para isso, o Estado deve interferir e ser mais protagonista neste sentido”, diz Samuel Barreto. A última pesquisa feita pela ONU juntamente com a Agência Nacional da Água mostra que os dados apresentados pelo coordenador do Saae estão certos. Só a irrigação gasta 72% da água potável do país, a indústria fica com 22% e o consumo residencial e comercial com apenas 6%. Então, por que a responsabilidade cai sempre em cima da população, já que ela consome menos de 10% da água potável do Brasil? Jaime explica. “Eu nem falo em economizar. É necessário não desperdiçar. Não tem por que você var-

de água que você consome durante o dia, não chega a esse valor”, calcula o coordenador. Em Valadares são gastos por mês cerca de cem milhões de litros de água. A solução para acabar com a crise hídrica nos próximos anos parece estar bem distante. “O que eu vejo como solução, além de voltar a chover, é que o governo passe a fiscalizar e retomar a parte das terras desses latifúndios que possuem nascentes. Apenas a parte de proteção da mata ciliar para que elas não sequem. Não tem chuva no mundo que faça um rio sobreviver se as suas nascentes e afluentes estiverem todos mortos. E os grandes pecuaristas da região não são fiscalizados. Quando ocorre essa fiscalização e se descobre que algum deles cometeu um crime ambiental, só se paga uma multa, que é um trocado para o bolso deles, e continuam fazendo a mesma coisa”, relata Monteiro.

54 litros (27%)

Cozinhar e beber

50 litros (25%)

Tomar banho e escovar os dentes

66 litros (33%)

Descarga do banheiro

24 litros (12%)

Lavagem de roupas

6 litros (3%)

Outras tarefas (como lavagem de carro)

Entre os países que consomem mais água per capita por mês, o Brasil fica em 12º lugar:

1º. Estados Unidos – 575 litros 2º. Austrália – 493 litros 3º. Itália – 396 litros 4º. Japão – 374 litros 5º. México – 366 litros 6º. Espanha – 360 litros 7º. Noruega – 301 litros 8º. França – 287 litros 9º. Áustria – 250 litros 10º. Dinamarca – 210 litros 11º. Alemanha – 193 litros 12º. Brasil – 187 litros

Jaime Monteiro pede que população não desperdice água

Em todo o mundo a estimativa de aumento no gasto de água é muito alta: Em 1900, gastava-se 580 quilômetros cúbicos de água no mundo. Em 1950, eram 1.400. Em 2000, chegou-se a 4.000. E, em 2025, espera-se gastar 5.200. O momento é grave e requer conscientização e engajamento popular para reverter a situação e retirar do comodismo quem mantém o país estacionado. A reforma agrária é necessária e, junto com ela, uma nova forma de pensar agricultura: familiar, com pouco gasto de água, manutenção de matas ciliares e proteção das nascentes e afluentes dos rios. Ainda há tempo de mudar, mas tem que ser logo, senão a situação se torna irreversível e Valadares pode entrar em processo de desertificação.


CIDADES 8

FIGUEIRA - Fim de semana de 23 a 25 de outubro de 2015

CIDADES 9

Júlio Avelar

BRAVA GENTE

O apaixonado pelas plantas

NOMES A CONSTRUIR Dois excelentes nomes que devem ser “construídos politicamente” para um futuro certo e político em Valadares, para sairmos do refrão que não funcionou (“sai um entra outro, sai outro entra um e deste jeito Valadares não vai pra lugar algum”), são os de Luiz Alberto Jardim e Rômulo César Coelho. Um é empreendedor há anos na cidade, grande benfeitor, nome forte, digno, e o outro é médico com visão empreendedora. Os dois, em tudo que colocam as mãos, tem dado certo, sem falar na moral e respeitabilidade que eles têm de sobra.

Júlio Avelar é jornalista, apresentador na TV Rio Doce e membro da Academia Valadarense de Letras

TODO CUIDADO É POUCO Como já havia dito aqui, há aproximadamente 23 anos, um geólogo francês hospedado no GPH, onde eu tinha um escritório, convidado foi ao nosso programa e disse com muita ênfase que até o ano de 2025 o Vale do Jequitinhonha e o Vale do Rio Doce, em especial Valadares, será um deserto, com muita falta de água e um calor insuportável. Já circula pela imprensa que outros novos geólogos andam dando como certo que boa parte de Minas Gerais, que é tida como a caixa d’água do Brasil, será um deserto, incluindo a nossa bela Valadares. Só Jesus e o povo para recuperar a natureza!

Fernando Gentil

A

zapzap 33-99899200 ou julioavelargv@gmail.com Avenida Minas Gerais, 700 sala 610 após 14h.

TRIÂNGULO DAS BERMUDAS Estão apelidando o rio Doce, mais especificamente a bacia ali antes da ponte do Vila Isa de “Triângulo das Bermudas”. Vai engoli aviões assim nas Bermudas, uai!

Encontrei em frente à grande loja Nordestina da Peçanha dois vereadores de Valadares, Ananias Camelô, que já foi presidente da Câmara, e o novato José Iderlan, que garantiram disputar a reeleição no ano que vem para a Câmara Municipal. Os dois votaram a favor do aumento de 20% na tarifa mensal de água e esgoto – e estão confiantes. Pois é!

MUITOS “NEROS” POR AÍ

Foto: Arquivo Pessoal

Quer falar com este colunista?

QUEREM SER REELEITOS

Tacaram fogo nos coqueiros da Univale, tacaram fogo na Ibituruna, tacaram fogo no lixão do Turmalina e tacaram fogo no pasto em volta do antigo Recanto da Pantera. Valadares não é Roma, mas tá cheia de “Neros” doidos.

FIGUEIRA - Fim de semana de 23 a 25 de outubro de 2015

NO SAN DIEGO Neste final de semana dois andares do Apart Hotel San Diego vão se transformar numa feira de roupas de boas marcas com descontos de até 70%.

Empresário Jair Avelar Neto e Erika

NO TESTE

4 X 4 PARA OS DIRETOS DE VALADARES

André Merlo anda testando sua popularidade assim que saiu do PDT e entrou no PSDB. Quarta-feira foi visto andando pelas calçadas da Israel Pinheiro com seu “educado” assessor de imprensa e marketing e de mais um poderoso empreendedor imobiliário da cidade e colega da União Ruralista. Cumprimentou mais do que foi cumprimentado. É apenas o começo!

Dr. Alcyr Nascimento e Tininho Machado mais José Geraldo Prata e Dr. Rômulo Cesar Coelho estão rindo de orelha a orelha. Os cursos de direitos da Fadivale e da Univale ganharam nota 4 dos críticos do MEC. Bom, pra lá de muito bom!

É HOJE NA TV Hoje no nosso programa Júlio Avelar, da TV Rio Doce, o entrevistado é o engenheiro civil e grande benfeitor de Valadares e região Dr. Renato Fraga, presidente da Fundação Ezequiel Dias, a maior produtora de vacinas e remédios da América latina e presidente municipal do PMDB.

PALETA MEXICANA, AO SUCESSO A chamada “paleta mexicana” (picolé) anda fazendo o maior sucesso na cidade, ganhando cada dia mais adeptos e chupadores. Um picolé carnudo, tipo sorvete, grande, natural e que já está tirando a clientela de muita água com essências por aí, que na verdade é gelo puro. Vi a paleta no Splash, Joá e Santa Fé. Muito bommmmm!

Suely Freitas enfeitando a coluna de hoje

É A CRISE... Os empresários do ramo da construção civil no Brasil já dão como certo que até fevereiro do ano que vem as empresas serão obrigadas, devido à queda do setor, a mandar embora cerca de 500 mil trabalhadores braçais, eletricistas, bombeiros e mestres de obras.

NOVA GRÁFICA Já aberta na Israel Pinheiro, em frente à praça Getúlio Vargas, no bairro de Lourdes, a Imprimir Gráfica & Editora, de Jair Avelar Neto. Posso garantir que é de qualidade e com bons preços.

Altair cuida das praças da cidade há muito tempo

P

ltair Werner é um nome conhecido na cidade. Apesar de ter nascido em Iúna, Espírito Santo. Ele cuida das praças, jardins e parques da cidade há muitos anos, desde 1996. Altair, com seus 58 anos, ainda tem muita força de vontade e energia para lutar por uma cidade mais bela e transformadora. Afinal de contas, o visual pode mudar muita coisa, inclusive questões psicológicas e espirituais. As flores de verdade trazem alegria, calma e charme ao município e às pessoas que nele habitam. Altair é um verdadeiro apaixonado pelas folhas e flores. “Fui designado para trabalhar com isso na época. Aí, juntou o útil ao agradável. Gosto muito de plantas, elas representam a vida”, diz o servidor. São quase 35

anos de serviços prestados ao município. “Minha trajetória profissional é muito vasta. Só no setor de praças já estou há mais de 12 anos”, relata. Para conseguir manter as praças bonitas e bem cuidadas, o trabalho de Altair não é tão fácil assim. Ele conta muito com a ajuda de pessoas que doam mudas e mantém um viveiro para que elas se desenvolvam. A alternativa é trabalhar com o que tem e da forma mais eficiente possível. “Falta algum tipo de incentivo. A população não participa muito do processo. As pessoas que quiserem doar mudas ou sementes podem entrar em contato com a gente. O telefone é 3275.8402. É só ligar que vamos lá e buscamos as mudas”, informa o cuidador de praças.

Altair concorda que os animais abandonados têm prejudicado – e muito – a manutenção as praças e jardins da cidade, mas ele acredita que este não é o principal fator. “Os animais soltos prejudicam muito, mas o que prejudica mais ainda, por incrível que pareça, são aquelas pessoas que, sem escrúpulo algum, arrancam as plantas para levar para casa”, explica Werner. O sonho do servidor é ver uma Valadares e um Brasil onde as pessoas se amem acima de qualquer coisa e que a cidade seja linda, limpa e cheirosa. “Eu sinto saudades dos tempos em que as pessoas podiam sair na rua e não se sentir ameaçadas. Antes, as pessoas eram mais amáveis, tinham tempo para conversar”, conclui Altair.

Uma homenagem à SEMA

rezados amigos, repórteres e jornalistas do Figueira – extensivo aos leitores. Peço um espaço neste número, após reportagem com meu nome no Brava Gente. A princípio, agradeço mesmo a escolha do meu nome, mas gostaria de poder comentar sobre um assunto abordado, que é a criação da SEMA em Governador Valadares, no governo do saudoso João Fassarella. É interessante notar que, durante décadas, desde a fundação da cidade de Governador Valadares, a classe ruralista teve acesso à prefeitura já que fazia parte da classe dominante junto com a dos comerciantes. Neste tempo, tivemos a Fazenda do Ministério, sob a coordenação de diversos governos estaduais, com pleno acesso da classe ruralista. Durante todas essas décadas não se cogitou, ou pelo menos não se efetivou, a criação de uma Secretaria de Agricultura e Pecuária em Governador Valadares, tampouco houve a reivindicação de uma escola técnica nos espaços do governo estadual. Somente em 2002, um filho de agricultores familiares do Estado do Espírito Santo, professor em Governador Valadares, vinculado ao Partido dos Trabalhadores, cria a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Agricultura, Pecuária e Abastecimento – a SEMA – em que, antes das palavras agricultura e pecuária, vinha a expressão meio ambiente. Trabalhando no governo com Fassarela desde os primeiros momentos na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, juntamente com a bióloga Ivana Lovo e sob as ordens da entusiasta Ivete Vargas, debatemos bastante antes de inserir a expressão na criação da secretaria. Nosso prefeito entendia a concepção e dava todo o apoio. A secretaria foi criada. Após um período sob o comando do então vice-prefeito e ruralista Gerson Peixoto, assume como secretário o jovem veterinário José Luiz Cortes, neto de um grande ruralista da cidade e região, Luiz Cortes. Fassarella surpreendia de novo, desta vez desagradando uma ala de esquerda dentro de seu próprio

partido. Sabia o que fazia, sabia que precisava de todos os envolvidos com o setor rural para agregar forças para o desenvolvimento da cidade e ser exemplo regional. Tanto José Luiz quanto eu, filhos e descendentes de produtores tradicionais da região, éramos conhecedores do ambiente rural e procurávamos há algum tempo trazer inovação para o setor. A presença de uma bióloga na criação de uma secretaria de agricultura e pecuária, juntamente com dois pecuaristas, dizia muita coisa que poucos compreendiam, fossem de alas esquerdistas ou da direita. Eu já havia introduzido na propriedade rural da família, desde a década de 1980, o sistema rotacional de pastagem, já percebendo os ganhos econômicos que o sistema permitia, mas sobretudo o ganho ambiental para o meio rural. Juntamente com uma fábrica de laticínios de grandes proporções na região, o Leite Glória, e diversas vezes com a Emater, fizemos “dias de campo” na fazenda da família. Divulgamos muito, apesar de quase nenhuma adesão ao sistema. Perdemos o governo municipal em 2004 e perdemos a SEMA como foi concebida, que, por sua vez, perdeu o reconhecimento de sua importância no cenário regional caso tivesse se transformado no modelo pretendido. Continuei a luta pela concepção original da SEMA ao direcionar, em determinado momento, o Centro de Informação e Assessoria Técnica – Ciaat – para a agricultura familiar e pequenas propriedades rurais da região. Continuamos a trabalhar com o sistema rotacional de pastagens, insistindo na produtividade e na proteção ambiental. Trabalhamos a ideia da cooperativa solidária, da comercialização conjunta para o agricultor familiar e na proteção de nascentes e topos de morro. Hoje é fácil ver por que não se pode separar a expressão meio ambiente da questão da produção rural. A erosão assola toda nossa região. As nascentes, os pequenos fluxos d’água, córregos e mesmo o grande rio Doce estão assoreados. As águas secam desde as cabeceiras.

O Ciaat tem realizado todos os anos um debate com temática ambiental, que denominamos Momento Ambiental, para se discutir a questão em nossa região. Em 2014, conseguimos reunir, em parceria com o IEF e o Instituto Federal de Governador Valadares, diversas entidades, organismos de governo, ONGs, comitês de bacia, escolas federais e cerca de trinta entidades para debater a questão ambiental em nossa região. A erosão foi o tema escolhido como símbolo do problema ambiental no Vale do Rio Doce. Após o encontro, que teve palestras do ecologista Henrique Lobo e outros participantes do IEF e do IFMG (e muito debate), e uma oficina mais técnica realizada nas dependências do Banco do Brasil, fechamos um documento no qual

se reconhece a atividade da pecuária na forma extensiva como a grande ou maior responsável pela erosão em toda nossa região. Em razão do pisoteio desordenado do gado nas pastagens, sem um controle rotacional, as terras se desnudam, o solo de superfície se perde com as chuvas e ocorre o assoreamento dos rios. Com o solo endurecido e impermeabilizado, as chuvas não penetram devidamente na terra, deixando de alimentar nascentes e fazendo secar as águas ao longo dos anos. Neste processo, as terras são empobrecidas, perdendo também sua capacidade produtiva e, consequentemente, empobrecendo a região. Ao oferecer meu depoimento ao jornalista do Figueira, vem-me à memória o feito do ex-prefeito Fassarella com a criação da SEMA. Ele compre-

endia que não se resolverá a questão ambiental na região se não conseguirmos vincular os processos de produção com a preservação e os cuidados ambientais. Este é o princípio, o meio e o fim. Peço, então, que este meu depoimento seja feito em homenagem a todos os que contribuíram com a SEMA, desde sua criação até o funcionamento, com a implantação do programa da Agricultura Urbana, que se tornou referência nacional, a criação da Feira da Agricultura Familiar, que funciona ainda hoje, a criação do Conselho Municipal e tantos outros projetos que se realizaram ou foram ali concebidos. Antonio Carlos Linhares Borges

– Coordenador-geral do Centro de informação e Assessoria Técnica (Ciaat)

CULTURA

Marcos Pizano lança “O Giz de Alfaiate”

O

escritor e jornalista Marcos Pizano faz o lançamento do seu livro de poemas “Giz de Alfaiate” no sábado (24) em Governador Valadares. A noite de autógrafos

acontecerá no Palco Música Bar, às 20h30, na rua Israel Pinheiro, 1970. Natural de Timóteo, o jornalista fez história em Valadares nos anos 1980, quando era responsável pelo

caderno de cultura do Diário do Rio Doce. Integrou também o movimento poético da cidade, participando do “Grupo de Poetas Prata da Casa”, que influenciou o meio cultural da região.


CIDADES 10

FIGUEIRA - Fim de semana de 23 a 25 de outubro de 2015

ESPORTES 11

Democrata vai ganhar centro esportivo

Ciclo Sesc Viver Mais vem a Valadares

Clube se prepara para investir em uma arena e novo local de treinamento

Gina Pagú

C

Evento promove bicicleta como meio de transporte sustentável Gina Pagú

O

evento é um passeio ciclístico orientado e animado que reúne famílias em um domingo, com a apresentação dos pontos turísticos da cidade, proporcionando lazer, entretenimento e conhecimento aos participantes. Une-se a prática do esporte ao uso da bicicleta como meio de transporte, bem como possibilita que as pessoas conheçam mais o patrimônio histórico-cultural de Governador Valadares, sugerindo um deslocamento urbano mais sustentável. O Ciclo Sesc faz parte da campanha MOVE Brasil, que tem como objetivo aumentar o número de brasileiros praticantes de atividades físicas até 2016. A participação é gratuita e des-

tinada a ciclistas de todas as idades. Para garantir o kit ciclista, os participantes precisam se inscrever no site e, no dia do passeio, doar litros de leite longa vida. Todo o material doado será encaminhado ao Programa Mesa Brasil Sesc.

Para participar, basta fazer sua inscrição – exclusivamente pelo site da Sympla –, imprimir o comprovante e, no dia do evento, conforme a programação de Valadares, realizar a troca de dois litros de leite longa vida (caixinha) por um kit ciclista.

- Apresentar RG e CPF - Carteirinha do Sesc atualizada - Dois litros de leite* tipo longa vida (caixinha)

Inscrição como USUÁRIO:

- Apresentar RG e CPF - Dois litros de leite* tipo longa vida (caixinha)

Foto: UFJF/GV

O

Após o fim da greve dos técnicos administrativos e dos professores, a UFJF definiu, no último dia 12, o novo calendário. Os estudantes terão um pequeno recesso entre o Natal e Ano-Novo, mas terão que passar janeiro quase inteiro dentro das salas de aula. Além da volta às aulas, os calouros da primeira chamada já fizeram a matrícula nos dias 20 e 21 deste mês.

A inscrição somente é confirmada mediante a entrega do donativo e a apresentação dos documentos informados. Fique ligado no regulamento nos horários de troca dos donativos em sua cidade. As inscrições não confirmadas até o horário abaixo poderão ser disponibilizadas conforme necessidade do organizador.

Inscreva-se: https://www.sympla. com.br/ciclo-sesc-viver-mais-a-cidade---governador-valadares__43511.

Programação: 7 às 8h40 - Troca de donativos (dois litros de leite – caixinha) 8h40 - Alongamento coletivo 9h - Largada (realização do percurso) 12h - Encerramento (previsão)

Projeto de lei já foi enviado ao governador Pimentel para que seja encaminhado à ALMG

O

governo de Minas Gerais vai propor a criação do Conselho Estadual de Cidadania de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (CEC LGBT), órgão que será responsável pela elaboração e condução das políticas públicas voltadas para esses segmentos da população. O anúncio foi feito pelo secretário de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania, Nilmário Miranda, durante a realização da 3ª Conferência Estadual de Políti-

cas Públicas e Direitos Humanos LGBT, realizada no último final de semana em Caeté, região metropolitana de Belo Horizonte. O projeto de lei que cria o CEC LGBT já foi enviado pela Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (SEDPAC) ao governador Fernando Pimentel para que seja encaminhado à Assembleia Legislativa. Ele terá composição paritária entre o poder público e a sociedade civil e será composto

por 26 membros e seus suplentes nomeados pelo chefe do Executivo mineiro. O CEC LGBT vai formular e propor diretrizes de ações governamentais e políticas públicas para promover a defesa, os direitos e a cidadania LGBT no Estado, a redução das desigualdades sociais, econômicas, financeiras, políticas e culturais da população LGBT, além do combate à discriminação e a ampliação dos espaços de participação social.

Flávio Fróes

ESTRANHO RITMO efetuadas pela Câmara dos Deputados há algumas semanas, aparentemente não contribuíram para esclarecer algumas questões obscuras surgidas na ocasião. Ora, parece evidente que a lógica política perversa que manipula informações, escamoteia dados e dissimula ações tem sido eficaz em seus objetivos de ampliação da sua área de domínio. Conseguiram os representantes do Poder Legislativo acelerar o ritmo da agenda política a ponto de deliberadamente deixar de esclarecer a quem de direito – o povo por eles representado – minúcias inseridas em fase de açodamento do processo. Parece fazer parte dessa mesma lógica afastar olhos e ouvidos demasiadamente curiosos. Note-se que esse alheamento e esse distanciamento são apenas nomes diferentes da antiga alienação política que pensadores políticos vêm denunciando desde o dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956). Com toda certeza não foi para proporcionar tais espetáculos que o povo brasileiro escolheu seus representantes no Poder Legislativo. Esperava-se que esses se envolvessem em temas

tão importantes como, por exemplo, a construção da nacionalidade. Mas na verdade, em consequência dos desvarios vividos nas instâncias propriamente políticas, esse conceito – construção da nacionalidade – desalojado das discussões políticas da Brasília atual, costuma surgir não raramente em conversas dentro das famílias para logo repercutir nos ambientes escolares, nas comunidades de fé e nos agrupamentos sociais de diversos matizes ideológicos. Ora, uma vez que pensar em nacionalidade sempre leva ao respeito aos direitos e fomento do bem-estar em proporções universais (contempla a todos/as e coloca-se na primeira linha das prioridades) dentro em pouco se estará tratando de cidadania. Para isso é que se elegem cidadãos(ãs) para formarem a Câmara dos Deputados. Acredita-se que haja deputados e deputadas portadores de qualidades pessoais que contribuem para o soerguimento do nome da Casa. Essa já viveu tempos gloriosos, de altivez no cumprimento de seu papel de Poder da União e de postura ética coerente com sua representatividade. Que não se apequene.

Foto: Divulgação

Para realizar esse sonho, Soares, que assumiu o clube em 2002, diz querer ver um Democrata forte para enfrentar até mesmo os jogos do Campeonato Brasileiro. “Queremos construir uma arena multiuso e um centro de treinamento para fazermos seleções dos nossos ‘pelezinhos’ aqui dentro de casa, porque Valadares tem muitos meninos bons de bola. E, dessa forma, vamos oferecer alimentação adequada, atendimento médico, todo o tratamento que um atleta merece ter para jogar no nível dos jogadores brasileiros. Queremos formar nossos times da base para levar a Pantera aos jogos mais importantes do país e trazê-la de volta para a primeira divisão.” Foto: Divulgação

Segundo o presidente do clube, o time está com as contas em dia e esse é outro ponto positivo a favor do Democrata, que ajuda no fortalecimento para iniciar o investimento no novo projeto. “O Democrata saiu do vermelho e está caminhando para ter o caixa zerado. As dívidas estão quase todas pagas para entrarmos com o pé direito nessa empreitada.”

História O Esporte Clube Democrata foi fundado em 13 de fevereiro de 1932, com o fim do Ibituruna Foot-Ball Club, time de futebol de Figueira do Rio Doce, distrito de Peçanha. Figueira do Rio Doce se emancipou de Peçanha em 1938 e adotou o nome de Governador Valadares. Quando foi fundado, o Democrata de Figueira tinha seu nome escrito da seguinte forma: Sport Club Democrata.

Democrata se prepara para novos desafios

Títulos O Esporte Clube Democrata, em sua história, guarda muitos troféus importantes: vice-campeão mineiro em 1991; campeão mineiro, módulo II, em 2005; vice-campeão mineiro, módulo II, em 1978 e 2014; campeão da Taça Minas Gerais em 1981; cam-

peão do Torneio Quadrangular de Vitória da Conquista em 1985; campeão mineiro do interior por cinco vezes em 1991, 1992, 1993, 1994 e 2007; e campeão mineiro de juniores em 2003. Segundo Soares, esses são alguns títulos que o clube carrega consigo, mas eles querem muito mais para os próximos anos.

Futsal feminino sai vitorioso em campeonato

A

s meninas do futebol de salão deram mais um show. Foram heptacampeãs dos Jogos de Minas, competição que terminou neste final de semana em Itabira. As jogadoras do time de Valadares venceram por 2 a 0 a equipe de Montes Claros e trouxeram mais uma vez o título para casa. A atleta Rosilene Pereira foi eleita vice-artilheira Time de 1983 antes de partida

Direitos Humanos Costumavam dizer os antigos portugueses, à maneira de conforto a alguém atingido por repetidos males, que “enquanto o porrete sobe e desce, as costas descansam.” Mesmo que sejam palavras vãs para quem sofre a rebordosa, a sentença tem valor de verdade para quem lida com dados objetivos. Para físicos, químicos e biólogos, por mero exemplo, intervalos maiores ou menores que determinado padrão podem concorrer para o bom êxito ou o fracasso de uma experiência. Contudo, em se tratando de ciências menos exatas, como a Política, sucessivos episódios devem seguir ritmos adequados para correta compreensão. Não é sempre que isso acontece. A crônica política brasileira assinala que até mesmo o evento crucial que foi a Proclamação da República (1889) não foi compreendido pelo povo, em nome de quem acontecia. “O povo assistiu àquilo tudo bestializado (...). Muitos acreditaram seriamente estar vendo uma parada!” registrou para a posteridade o jornalista Aristides Lobo. Voltando, de um salto, aos dias atuais, percebe-se que o ritmo das convocações, votações e decisões políticas,

om 84 anos de existência, o Esporte Clube Democrata quer começar 2016 de cara nova. O presidente do time, Edvaldo Soares, que já foi jogador dos juniores do clube, conta que os projetos são audaciosos assim como a Pantera, mas que a prioridade é investir na tradição e nos jogadores do Democrata. “Nós temos que abrir mão do Mamudão para isso, ou seja, vendê-lo, observando a lei 6.597, de 15 de dezembro de 2014, que autoriza a alienação do imóvel. Assim, a renda nos dará possibilidades financeiras para dar andamento ao projeto de construir uma nova arena para o clube, afinal, o estádio não nos dá hoje mais possibilidades de competições.”

Minas Gerais vai criar o Conselho Estadual de Cidadania LGBT

Aulas da UFJF começam na próxima segunda-feira

s estudantes da federal podem ficar aliviados. As aulas vão começar na universidade. Após meses de greve, o calendário acadêmico foi aprovado. Os alunos voltam paras as salas na segunda-feira, dia 26 de outubro. A previsão é que o semestre acabe apenas em março, dia 11. Porém, o calendário pode passar por modificações com o passar do período.

Inscrições

Para realizar a troca é necessário, no dia do evento: Inscrição como COMERCIÁRIO:

FIGUEIRA - Fim de semana de 23 a 25 de outubro de 2015

da competição, conquistando, assim, mais um prêmio para a cidade. Além do título deste ano, as garotas já venceram o campeonato em 2005, 2006, 2008, 2009, 2011 e 2012. O futsal masculino também conseguiu um lugar de destaque no campeonato. Ficaram em quarto lugar, após perder por 4 a 1 para o time da casa (Itabira).


CULTURA 12

FIGUEIRA - Fim de semana de 23 a 25 de outubro de 2015

Valadares recebe festa tradicional indiana O Festival das Cores será lançado no próximo dia 31

Holi é celebrada em vários países orientais Foto: Lucas Galdino

Fernando Gentil

O

dia 31 de outubro é conhecido por ser o Dia das Bruxas, pelo menos na cultura norte-americana e ocidental. Porém, em Valadares vai ser diferente. A data não será celebrada com doces, guloseimas e fantasias

aterrorizantes, mas sim com dança e em comemoração à chegada da primavera. A Festa Holi, como é conhecida mundialmente, chega à cidade e promete ficar. Na Índia, onde a festa nasceu, ela é comemorada entre os meses

Agenda 10 Ingrid Morhy

de fevereiro e março. É quando ocorre a chegada da primavera no país oriental. As pessoas jogam tintas de diversas cores umas nas outras e se divertem ao som de muita música e também muita bebida. Além da Índia, outros países

CINEMA Perdido em Marte 3D

facebook.com/ingridmorhy twitter.com/ingridmorhy ingridmorhy (33) 9155-5511 ingridmorhy@gmail.com

BALADAS Sexta (23) – Oktoberfest na Monalisa, com Bráulio e Ricardo e DJs. Open bar até 4h.

Sexta (23) – Outra Frequência no Oficina´s Pub. Mulheres FREE até 0h.

Sábado (24) – 5x5 na Monalisa, com Boleiros do Samba.

Sábado (24) – Camisa de Vênus, Ira, Barão, Ultraje e algumas releituras da jovem guarda com os veteranos da banda O TRIO, do Vale do Aço. Vai ser ROCK no Oficina´s Pub!

Sábado (24) – Agora é Funk! E vem comigo! DJ Ingrid Morhy no Burlesque, em Ipatinga.

APROBEM Sábado (24) – Feira de Adoção de Cães e Gatos no Pet Shop Lagoa Santa (Perto do Big Mias do Lagoa Santa). Requisitos para adoção: pagamento de taxa de R$15, levar guia ou caixa de transporte para os animais, ser maior de 18 anos ou estar acompanhado por um adulto responsável, levar cópia da identidade e comprovante de residência. Venha adotar um amigo e também fazer doações! A Associação de Proteção e Bem-Estar Animal de Governador Valadares (Aprobem) conta com vocês.

O astronauta Mark Watney (Matt Damon) é enviado a uma missão em Marte. Após uma severa tempestade, ele é dado como morto, abandonado pelos colegas e acorda sozinho no misterioso planeta com escassos suprimentos, sem saber como reencontrar os companheiros ou retornar à Terra.

SOCIAL

Carlos Trajano apostou no Painel do Rock de Valadares no Garfo Clube

SOU COMBATE À IMPUNIDADE. SOU DELEGADO DE POLÍCIA. oquefazumdelegado.com.br

também realizam a festa tradicionalmente, como Suriname, Guiana, Reino Unido, Ilhas Fiji, Nepal e, há pouco tempo, o Brasil. O evento ocorre bem no momento em que é retransmitida uma novela sobre a Índia na Globo. No site da trama, eles afirmam que a festa é mais que um encontro divertido entre membros da sociedade indiana. “Apesar de esta ser uma festa colorida, existem vários aspectos do Holi, o que o torna tão importante para a cultura da Índia. Embora possa não ser tão evidente, um olhar mais atento e um pouco de pensamento revelará o significado do Holi em mais formas do que aquilo que simplesmente se vê. Holi celebra também a lenda de Radha e Krishna, que descreve o extremo prazer que Krishna teve na aplicação de cor sobre Radha e Gopis. Esta brincadeira de Krishna mais tarde tornou-se uma tendência e uma parte das festividades do Holi.”

O cumprimento da festa é o “Holi Hai”, uma espécie de boas-vindas à primavera. O festival tem o objetivo de celebrar também a igualdade. No dia da festa todos são iguais, coloridos e jogam tintas. Caem as diferenças de classe, casta, origem, religião, cor e qualquer outra. É dia de festa, é dia de Holi. De acordo com o site oficial do evento no país, a festa é um basta ao preconceito. “A diversidade cultural, o respeito mútuo, a alegria, assim como a tolerância, são os motivos que tornam o Holi uma experiência única e uma festa inesquecível a cada ano que passa.” A festa de lançamento ocorre na boate Mary’s, na Ilha dos Araújos, no dia 31 de outubro. Os flyers para entrada estão sendo distribuídos na loja Caramelada, em frente à boate Monalisa. Mais informações sobre o evento em Valadares no Facebook: facebook.com/geveholi ou pelo telefone 3271.8120.


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