JORNAL FIGUEIRA ANO 2 NÚMERO 84 FIM DE SEMANA DE 06 A 08 DE NOVEMBRO DE 2015 FIGUEIRA DO RIO DOCE / GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS EXEMPLAR: R$ 1,00
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O RIO VAI VIRAR SERTÃO
Região leste do estado de Minas Gerais tem sua cobertura vegetal destruída. Várias áreas já estão em processo de erosão, a última etapa antes da desertificação. Se continuar do jeito que está, seus netos vão conhecer um Vale do Rio Doce sem rio, sem árvore, sem nada. Páginas 6 e 7
O jazz, o teatro, a praça e o povo ou um pequeno ensaio sobre a justiça O festival não estava marcado para a praça. Era para ser no Teatro Atiaia. Mas, eis que na véspera, oficiais de justiça lacraram as portas. Ninguém mais podia entrar. E ponto final. Era a sentença que condenava o festival de música instrumental a ficar sem casa. E agora? Agora sobrou a praça. O lugar para onde costumam ir os que moram na rua. Eles dormem na praça. Transformam o palco da concha acústica em cama. Por causa da correria de última hora, a primeira noite do festival teve de ser adiada. O concerto programado ficou para o sábado. E eis que chegou a noite de sábado. Já aos primeiros acordes do piano, emprestado pelo Sesiminas (o do Atiaia ficou lá dentro do teatro lacrado), um bêbado se aproxima do palco. Ele aplaude, dança, fuma, pede uma música (será que ele pediu Raul Seixas? De longe não deu para escutar o que ele pediu). O pianista Franz Ventura toca, conversa, toca, sorri, sente-se em casa. Depois, vêm outros músicos e outras músicas. E o público vai chegando. Espalhadas pela praça, seiscentas cadeiras. O Atiaia comporta quatrocentas pessoas. Mas este festival estava destinado a ter povo. Desde a concepção seria de graça. E aí, as seiscentas cadeiras foram poucas para a praça. O povo veio. Voltou no domingo. Adriano Campagnani e Kadu Lambach fizeram o público delirar. E veio o domingo. Mais gente ainda. Era o encerramento de uma das mais marcantes edições do festival de jazz de Governador Valadares. Nas próximas, pode até se agendar um concerto ou outro para o teatro, mas a praça vai chorar se não se lembrarem dela novamente. De quebra-galho, ela, a praça dos Pioneiros, passou a ser a avó que recebe os netos para o almoço de domingo. Com que carinho ela tratou os frequentadores! Até vento tinha! Tanto que na primeira noite o instrumentista Gil Costa, ao ver que a partitura não parava quieta, exclamou: “Quem diria que o único problema que teríamos nesta noite seria o vento!” Como diria Tom Jobim, o homenageado da primeira edição do festival, “jazz é uma palavra que abarca o mudo”. E, na praça, o festival deste ano abarcou o mundo, abraçou todo o mundo: adultos, jovens, idosos, homens, mulheres, crianças, sóbrios, ébrios, gente que conhecia cada instrumentista que passou pelo palco, gente que estava descobrindo a música instrumental. Por fim, a justiça por linhas injustas. Tim Filho não merecia ter o Teatro Atiaia interditado na véspera do festival. Mas Tim Filho merecia ver aquela praça lotada! Isso sim, foi justo. Muito justo. Obrigado, Tim!
Carlos Augusto de Albuquerque - jornalista
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Editor Fernando Gentil - DRT/MG 18477 Reportagem Gina Pagú - DRT/MG 013672
FIGUEIRA - Fim de semana de 06 a 08 de novembro de 2015
PARLATÓRIO
EDITORIAL
Diretor e Jornalista Responsável Moisés Oliveira - DRT/MG 11567
POLÍTICA | ECONOMIA 3
OPINIÃO 2
FIGUEIRA - Fim de semana de 06 a 08 de novembro de 2015
Colunistas e Colaboradores Flávio Froés Ingrid Morhy José Marcelo Júlio Avelar Marcos Imbrizi
Revisão Fábio Guedes - DRT/MG 08673
Assessoria jurídica Alexandre Albino
Ombudsman Manoel Assad
Diagramação Stam Comunicação - (33) 3016-7600
Artigos assinados não refletem a opinião do jornal
Você é a favor da isenção tributária de igrejas?
José Marcelo dos Santos é comentarista de política e economia do CNT Jornal e apresentador da edição nacional do Jogo do Poder Notícias, pela Rede CNT. É professor universitário de Jornalismo em Brasília.
José Marcelo / De Brasília
Fale com o José Marcelo: noticiasdopoder@uol.com.br
SIM
Isenção de impostos às igrejas
Recado dado
Adriano Martins Pinheiro – Advogado em São Paulo, articulista e palestrante.
A
Constituição Federal veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios, instituir impostos sobre os templos de qualquer culto. Vale enfatizar: “templos de qualquer culto”. É fácil perceber que, ultimamente, um equívoco está crescendo no conceito popular. E o referido equívoco está se transformando em um mito. É que tem se formado o conceito de que algumas religiões ou determinadas denominações estão sendo privilegiadas com uma “isenção” de impostos. Como sabemos, não existe tal privilégio. A expressão “qualquer culto” é muito clara. Contudo, a população, em geral, desconhece este dispositivo da Lei Maior. Eis a importância deste tema. A imunidade tributária (conhecida popularmente como isenção) é para qualquer instituição religiosa, seja evangélica, católica, espírita, budista etc. Não há privilégios ou distinções na Constituição Federal. Assim, uma paróquia ou um terreiro não pagarão o IPTU, bem como não pagará um templo budista, evangélico etc. Há outro equívoco, não menos prejudicial. Formou-se o conceito de que as instituições religiosas são “totalmente
isentas” de tributos. Cria-se um conceito de que tais instituições não pagam qualquer tipo de tributo às Fazendas Públicas. Não é verdade! Como sabemos, o imposto é uma espécie de tributo, e não o único. A legislação tributária contém espécies de tributos como: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimo compulsório e as contribuições especiais (cf. teoria pentapartida). Note-se que, de cinco tipos de tributos, a imunidade (chamada de isenção) refere-se apenas aos impostos. É dizer: as instituições religiosas pagam sim taxas, contribuições de melhoria, empréstimo compulsório e as contribuições especiais. A título de exemplo, as prefeituras cobram/recebem taxas de conservação, contribuição de melhorias das instituições, como também ocorre com as chamadas contribuições especiais. Em apertada síntese, pode-se concluir que a cobrança de tributos das entidades mencionadas é proibida com o fim de não inviabilizar a liberdade religiosa. Ressalte-se que a Constituição Federal veda a cobrança de impostos também de instituições de educação e de assistên-
cia social sem fins lucrativos. Como se vê, a “isenção” (imunidade) não se refere tão somente às instituições religiosas. Aliás, também nesse caso, tais instituições também não são totalmente imunes às cobranças, uma vez que o referido “favor legal” compreende somente o patrimônio, a renda e os serviços relacionados às finalidades essenciais das entidades mencionadas. Este artigo não pretendeu abordar a matéria de forma técnica, pois pretende trazer esclarecimento principalmente aos leigos. Tanto é assim que se evitou abordar a diferença entre imunidade e isenção. Evitaram-se a técnica e as tergiversações doutrinárias, buscando-se apenas uma simplicidade eficaz. Por fim, infere-se que a cobrança de tributos das entidades mencionadas é proibida com o fim de não inviabilizar a liberdade religiosa, garantida pela própria Constituição Federal. Mesmo porque as cobranças dos impostos poderiam ser utilizadas como instrumento de coação contra líderes religiosos em razão de motivações políticas, o que afrontaria os princípios relativos à liberdade e à democracia. *Texto retirado do site Gospel Prime
NÃO
Dízimo obrigatório Daniel Sottomaior – Presidente da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (ATEA)
P
oucas pessoas se dão conta, mas, no Brasil, o dízimo é obrigatório. A Constituição Federal estabelece que igrejas e templos de qualquer culto têm imunidade tributária – isto é, não pagam impostos. É como se o governo concedesse um subsídio às entidades religiosas no valor integral dos impostos que elas devem ao fisco: quanto mais impostos a pagar, mais elas recebem. E esse dinheiro, é claro, sai do seu bolso. Assim, querendo ou não, é o dinheiro do seu imposto, prezado contribuinte, que ajuda a bancar não apenas a igreja católica mas todas as igrejas evangélicas do país, cada terreiro de umbanda e candomblé, cada centro espírita, cada grupo de santo Daime. É uma sangria de bilhões de reais todos os anos que poderiam custear escolas, creches e hospitais. Todo fiel tem o direito de financiar as instituições religiosas que bem entender na medida do seu interesse. Mas, atualmente, ele não tem o direito de negar contribuição: segundo a lei brasileira, todas as igrejas e cultos, bons, maus ou péssimos, gozam de imunidade tributária. Por que um cidadão deve ser forçado a sustentar religiões com as quais não concorda – ou mesmo os setores da sua própria religião pelos quais não tem simpatia? E a injustiça só piora com relação às pessoas sem religião (8% no país) ou mesmo aos religiosos não praticantes (cerca 40% só entre os católicos) e todos que preferem não contribuir financeiramente. A Constituição nos faz dizimistas fiéis de todas as religiões do país. Essa dinheirama corre sem controle algum, favorecendo a lavagem de dinheiro e o uso desses recursos para enriquecimento pessoal. Isso precisa mudar. O problema é que a imunidade tributária das igrejas financia a bancada religiosa que se elege, em grande parte, às custas dela, e que está mais interessada em se perpetuar no poder, político e econômico, que em favorecer o conjunto da sociedade. O que está em jogo é um princípio fundamental de toda democracia, que é a laicidade do Estado, e que significa exa-
tamente o oposto do que vemos hoje. Estado laico é o que se abstém da religião, não aquele que a financia. O artigo 19 da Constituição proíbe as três esferas de governo de subvencionar qualquer culto ou religião, mas os interessados em manter essa teta jorrando abundantemente em todos os três poderes preferem olhar para o outro lado. Desde sua fundação, a Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (ATEA) vem lutando pela laicidade verdadeira do Estado brasileiro. E já fizemos nossa parte, ajudando a reunir 20 mil assinaturas para levar a discussão ao Senado. Cabe agora aos eleitores cobrar dos parlamentares a decisão certa e perguntar o que preferimos: mais dinheiro para as igrejas ou mais dinheiro para saúde, segurança e educação?
RECORTE DAS REDES
Foi mais que uma simples conta. A declaração do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de que na mesma situação dele existem pelo menos 150 parlamentares que poderiam sofrer processo de cassação foi sentida como aviso por vários parlamentares. De maneira objetiva, Eduardo Cunha citou o número de deputados que respondem a processos na Justiça e que, se condenados, podem perder o mandato. De maneira subliminar, a mensagem foi recebida como um aviso, um mapeamento da situação de cada parlamentar que está com as barbas de molho. Seriam, portanto, 150 votos contrários à cassação do presidente da Câmara, que passou a responder formalmente a um processo de cassação na terça-feira.
Recado entendido
Não é surpresa para ninguém que o presidente da Câmara Eduardo Cunha mantém um controle grande sobre uma quantidade considerável de parlamentares e isso se deve a vários fatores. O primeiro é a ajuda para a eleição. Personagem influente nos meios empresariais em função do passado à frente de estatais, Cunha teria ajudado vários colegas a conseguir financiamento para as campanhas. Por isso, muitos se elegeram. Cunha é bom de memória. O segundo motivo é a abertura para que partidos menores e até parlamentares do chamado baixo clero ganhassem mais espaço nas reuniões de líderes. Mais do que apenas ganhar voz, eles ganharam poder. Cunha sabe disso. Nos dois casos há uma fidelidade exigida. E ainda há aqueles que, para pressionar o governo, empoderam Cunha para depois negociar apoio com o Palácio.
O alívio
O rescaldo de tudo isso foi demonstrado na pesquisa Datafolha, que mostra que apenas 43% dos deputados acham que Eduardo Cunha deveria renunciar ao cargo de presidente da Câmara. Nem é preciso dizer que Cunha comemorou o dado e por isso está se sentindo mais tranquilo em relação à possível recomendação de cassação do mandato dele. Defensores não faltam. O do Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical (SD-SP), foi apenas um dos mais divulgados.
Parceria
Embora seja oriundo do meio sindical, defensor dos direitos do trabalhador, Paulo Pereira da Silva é um dos principais defensores de Eduardo Cunha. Cunha, por sua vez, é o principal defensor da terceirização de mão de obra de trabalhadores no Brasil. Paulinho jura que não existe conflito.
Luz amarela
Um dos assuntos mais comentados da semana em Brasília foi o levantamento do Instituto Datafolha que mostra o desinteresse dos paulistanos pela política. A leitura feita pelos parlamentares que pretendem se candidatar a prefeito no ano que vem é que o resultado da pesquisa feita no Estado pode ser facilmente aplicado em todo o país. Pelo levantamento, 71% dos eleitores não têm preferência por nenhum dos partidos atuais. Quando questionados sobre cada legenda, os eleitores foram implacáveis e deram ao PT o menor percentual de aprovação da história: apenas 11%.
Amigo de quem?
Apesar da tensão que reina no Congresso em função das crises políticas e econômicas, e da delicada situação do presidente da Casa, Eduardo Cunha, nada parece abalar o humor de um grupo de parlamentares, digamos, mais efusivos. Na quarta-feira eles estavam reunidos em um canto do plenário fazendo piada sobre os amigos de Eduardo Cunha. Lembraram que, tempos atrás, o presidente era o queridinho dos tucanos e democratas na cruzada contra o Palácio do Planalto e Dilma Roussef, mas bastou a revelação das contas (e agora a denúncia) para as duas legendas irem se afastando um pouquinho. Agora, os até então resistentes governistas passaram a demonstrar “afinidades” com Eduardo Cunha em função do risco de impeachment da presidente Dilma, uma vez que Cunha é quem pode aceitar o pedido. De toda forma, brincaram dois parlamentares do grupo – o presidente vive um triângulo de amor e ódio.
FIGUEIRA - Fim de semana de 06 a 08 de novembro de 2015
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FIGUEIRA - Fim de semana de 06 a 08 de novembro de 2015
Foto: Arquivo Pessoal
Islândia é o país mais feminista do mundo
Ateus ficam atrás somente dos católicos
Foto: EPA Foto: Unipe
Um terço dos jovens brasileiros não têm religião Fernando Gentil
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esquisa feita recentemente pela PUC-RS e divulgada no programa Fantástico, da rede Globo, mostra que o perfil dos jovens no Brasil está mudando bastante. A geração Y, como são conhecidos os que têm entre 18 e 34 anos, está largando a religião dos pais, preferem viajar a comprar carros ou casas e se livram cada dia mais de rótulos no que se refere a sua sexualidade. O perfil que vem sendo construído no país difere muito do da geração de seus pais e avós. Isso tem muito a ver com o momento econômico que o Brasil vive desde meados dos anos 90 e também com a tecnologia e a globalização. Os jovens estão muito mais antenados, não vivem sem celular, mas convivem muito bem sem religião ou dogmas. O acesso à informação, ao estudo e ao conhecimento quebrou as barreiras erguidas pela educação cristã. Os jovens de agora conhecem a história das religiões, o que faz com que eles deixem de acreditar nelas. “A correlação de forças na sociedade, políticas e sociais, depende largamente do tamanho de cada grupo envolvido. As pesquisas disponíveis até hoje apontam para cerca de 2% de ateus e agnósticos na sociedade inteira, o que constitui um número razoável, mas ainda uma pequena minoria. Se na geração Y esse número for de 25,5%, então, nessa idade, os descrentes são o maior grupo depois dos católicos e pode-se esperar que o universo político logo passe a refletir essa força com consequências na sociedade inteira”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (ATEA) Daniel Sottomaior. De acordo com o presidente da ATEA, os ateus ainda sofrem bas-
tante preconceito na sociedade. Essa pesquisa pode fazer com que vários “saiam do armário” e evitem que o país sofra mais com os fundamentalistas que ocupam as Casas Legislativas brasileiras. “Ateus são estigmatizados, demonizados, diminuídos, xingados, condenados ao ostracismo. Sofrem violência verbal e física no trabalho, na escola e na família. Não é raro que sejam expulsos de casa. As Casas Legislativas das três esferas estão sob forte influência de bancadas religiosas, quase sempre agindo de maneira a violar a laicidade do Estado. Esse estado de coisas preocupa não apenas ateus, mas todo cidadão interessado em preservar a democracia e o caráter republicano do Estado brasileiro. Não há nenhum representante que abrace nossas causas”, reivindica Sottomaior.
Uma nova sociedade Além desses dados, a pesquisa também mostrou que jovens se divertem muito com videogames e internet. Preferem viajar, conhecer novas culturas, a casar e ter filhos. Gostam de ter liberdade e querem ser aceitos pela sociedade. A orientação sexual também é uma questão com que eles lidam com naturalidade e esperam que toda a população também aja assim. Eles também buscam uma vida com menos trabalho e mais diversão. A ideia é fugir da rotina, fazer vários trabalhos autônomos (freelancer), de preferência realizados em casa (homeoffice). Caso não seja possível, não ficam em uma empresa por muito tempo. Cansam rápido do que é proposto pelos velhos patrões. Querem algo inovador, com que possam trabalhar
e se divertir. Quarenta e quatro horas semanais? Mas nem que a vaca tussa. Um dos exemplos desse novo estilo de vida é o casal Fred e Karin. Eles administram vários blogs famosos no país e vivem viajando pelo mundo. Não têm horário fixo de trabalho, conhecem diversas culturas e mostram que existe outra forma de sobreviver neste mundo capitalista fora das paredes do escritório. “Glück Project é uma investigação sobre a felicidade. Nós acreditamos que o debate sobre felicidade, arte, compaixão e as grandes questões da vida não precisam ser chatas nem piegas. São discussões legais e têm de fazer parte da vida das pessoas comuns como nós e vocês”, diz o casal no site do projeto. A geração Y é o presente e o futuro do país. O que eles pensam, como eles agem, o que eles consomem é o que vai prevalecer por muitos anos. Ver mudanças progressistas e modernas nessa direção é sinal de que o país pode voltar a ficar bem em um futuro próximo. “Se a gente for pensar o país que eles estão dizendo que vão fazer, vai ser um país com mais liberdade de gênero, com a possibilidade de acreditar em um deus sem acreditar em instituições, famílias menores, talvez não tão rígidas em termos de estrutura, e governados por alguém que teve tempo de aproveitar a vida antes de assumir responsabilidades”, conclui o pesquisador da PUC-RS, Ilton Teitelbaum, em entrevista ao Fantástico. Confira a pesquisa na íntegra e os sites da ATEA e do Glück Project: http://estaticog1.globo. com/2015/10/30/Apresentacao-Pesquisa-Familia-EE-2015.pdf http://atea.org.br/ http://www.gluckproject.com.br/
Mulheres se uniram em prol dos seus direitos e fizeram com que a sociedade se rendesse à defesa da igualdade Vigdís Finnbogadóttir foi a primeira presidenta do país Karin e Fred viajam o mundo em busca de uma vida feliz e sem amarras Pesquisa: PUC/RS
Pesquisa: PUC/RS
Café com Leite Marcos Imbrizi / De São Paulo
Ato ecumênico lembra 40 anos do assassinato do jornalista Vladimir Herzog
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m ato ecumênico no último dia 25 de outubro lembrou os 40 anos do assassinato do jornalista Vladimir Herzog nas dependências do Destacamento de Operações Internas – Centro de Operações de Defesa (DOI-Codi) do II Exército, em São Paulo. A cerimônia, que reuniu centenas de pessoas, foi realizada na Catedral da Sé, em São Paulo. Entre elas, Clarice Herzog, viúva do jornalista, lembrou que até hoje o Exército brasileiro não esclareceu as circunstâncias da morte. Naquela época, Vlado, como era mais conhecido, era o novo diretor de jornalismo da TV Cultura e buscava implantar um telejornalismo mais ágil, baseado no trabalho da BBC in-
glesa, rede na qual havia atuado. A iniciativa enfrentava oposição da antiga redação e até mesmo na Assembleia Legislativa pronunciamentos se contrapunham ao novo trabalho, ao qual chamavam de TV Viet-Cultura. Naquele outubro de 1975 uma verdadeira escalada de violência era imposta aos jornalistas paulistas. Alguns já haviam sido presos arbitrariamente, sequestrados em suas casas e locais de trabalho e levados à sede do DOI-Codi, onde eram submetidos a sessões de tortura. Ciente de que era procurado pelos agentes da repressão, Vlado se apresentou voluntariamente para prestar depoimentos na manhã do sábado, 25 de outubro de 1975. Depois de detido, no mesmo dia,
veio a falecer após sessão de torturas. Para tentar ocultar o fato, os responsáveis pela ação informaram que Vlado havia cometido suicídio na cela. Dois dias depois, em resposta à farsa do suicídio, o Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, presidido então por Audálio Dantas, realizou uma assembleia histórica e marcou um culto ecumênico em memória do jornalista assassinado. Os representantes da ditadura militar tentaram de todas as formas evitar a realização do ato. No dia, centenas de agentes do regime e soldados fortemente armados nas proximidades da catedral tinham ordens para atirar em caso de qualquer movimento estranho ao ato religioso. Mesmo com toda repressão, a ceri-
mônia, no dia 31 de outubro, na Catedral da Sé, contou com a presença de milhares de pessoas, sendo celebrada por Dom Paulo Evaristo Arns, o rabino Henry Sobel e o pastor presbiteriano Jaime Wright. Como lembra o editorial da mais nova edição do jornal Unidade, do Sindicato dos jornalistas paulistas, o ato constituiu-se de um grito coletivo de repúdio ao regime e tornou-se o passo inicial de uma longa caminhada na qual as amplas camadas do povo brasileiro foram, paulatinamente, tomando as ruas para pôr fim à ditadura quase dez anos depois. O mesmo editorial lembra que, ao homenagear a memória do jornalista assassinado pela ditadura, a entida-
Edição fac-símile do jornal Unidade de novembro de 1975 em homenagem ao jornalista Vladimir Herzog
de ressalta também a atualidade dos ensinamentos que ficaram daquele triste episódio, que ajudam a balizar sua ação sindical na difícil realidade que vivemos. Entre elas, a oposição a qualquer movimento golpista que busque reverter pela força o resultado das eleições de 2014.
Marcos Luiz Imbrizi é jornalista e historiador, mestre em Comunicação Social, ativista em favor de rádios livres.
Fernando Gentil
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ra 1975. Exatos 40 anos atrás. Mulheres islandesas decidem entrar em greve por um dia. Ninguém mais trabalha, cozinha, lava roupa ou cuida das crianças. O caos se instalou no país europeu. Ele mais uma vez: o caos – responsável por inverter conceitos e transformar a sociedade em algo melhor. Mas não começou aí a luta feminista. Os primeiros relatos são de 1848, ainda no século 19. Mas acredito que podemos voltar ainda mais no tempo. A Idade Média era uma época da história parecida com aquela pela qual o Brasil pode passar atualmente caso aprove essa quantidade de leis retrógradas e inconstitucionais que estão no Congresso. A Igreja Católica era detentora de todo o conhecimento e quem fosse contra o que ela dizia ia para a fogueira. Isso aconteceu com algumas mulheres que lutavam pelos seus direitos já naquela época, dos séculos 5 ao 15. Elas eram chamadas de bruxas e foram covardemente queimadas nas fogueiras da Santa Inquisição. Porém, é na Revolução Francesa que o marco da luta feminista ficou estabelecido: “Igualdade, Liberdade e Fraternidade”. O lema também foi utilizado pelas mulheres da época que buscavam a igualdade de direitos. Luta que existe até hoje, visto que ainda no século 21 mulheres recebem salários menores que os dos homens, por exemplo. Já no século 20, uma pensadora surge para mostrar que a luta feminista ainda se mantinha viva. Simone de Beauvoir (aquela filósofa que apareceu na prova do Enem) escreveu o “tratado universal do feminismo”: seu livro “O Segundo Sexo”, de 1949, é uma aula de direito das mulheres. Mas, após centenas de anos de luta e de muito caos, as mulheres islandesas resolveram mostrar sua força e o empoderamento feminino na época foi tão forte que cinco anos após a greve das mulheres, uma delas assumiu a presidência do país. Foi Vigdís Finnbogadóttir. Mãe solteira, divorciada, foi eleita a primeira presidente da história da Europa e a primeira no mundo a ser eleita democraticamente em 1980. Ela foi presidente por 16 anos, mostrando a força das mulheres no poder político do país. Ela disse que nada teria conseguido não fosse aquela data emblemática: 24 de outubro de 1975, o dia que 90% das mulheres islandesas mostraram seu empoderamento ao mundo inteiro. “O que aconteceu naquele dia foi o primeiro passo para a emancipação das mulheres na Islândia. O movimento paralisou o país completamente e abriu os olhos
Foto: Olafur K. Magnusson
Milhares de mulheres foram às ruas exigirem seus direitos
de muitos homens”, disse a ex-presidente à BBC. O caos se instaurou. Homens perdidos, levando crianças para o trabalho e enlouquecendo com a energia já conhecida dos pequenos. As salsichas, fáceis de preparar e bem aceitas no meio infantil acabaram nos supermercados. Não teve aula naquele dia. Não tinha mãe em casa. Imagine o rosto dos pais desses menores no dia e delicie-se. Eles estavam tão desesperados que chamaram o dia de “Sexta-feira Longa”. “Ouvíamos crianças brincando enquanto os apresentadores liam as notícias no rádio. Foi uma coisa boa de se ouvir e saber que os homens tinham que tomar conta de tudo”, relembra a ex-presidente. Em um país com um pouco mais de 200 mil habitantes, 25 mil mulheres irem às ruas e largarem todos seus afazeres era algo histórico, para ser lembrado por muitos anos. “Havia um grande poder nisso tudo e um grande sentimento de solidariedade e força entre todas aquelas mulheres que estavam na praça sob o sol”, relata Finnbogadóttir, que foi com sua mãe e sua filha de três anos à manifestação.
A ideia De onde partiria uma ideia tão revolucionária que mudaria a história
da Islândia completamente? Da chamada Red Stockings. “O movimento Red Stockings causou uma grande agitação pelo ataque que fazia às visões tradicionais em relação às mulheres – especialmente entre as gerações mais velhas de mulheres que haviam tentado dominar a arte de ser donas de casa perfeitas”, disse Ragnheidur Kristjansdóttir, professora de história na Universidade da Islândia, à BBC. Algumas mulheres acharam a ideia radical demais, mas, quando mudaram o nome para o “Dia de Folga das Mulheres”, resolveram entrar na briga e participar do ato – e foi um sucesso total. Canais de televisão, rádios, jornais nacionais ou internacionais, todos falando sobre os salários baixos de mulheres, sobre discriminação de gênero, violência contra a mulher. Com a manifestação ocorrendo, os homens perceberam que não podiam ir contra aquilo. Era um movimento sem volta. Uma mudança radical na vida de milhares de mulheres que seria exemplo para outras milhões do mundo inteiro. Tiveram que aceitar. Seja porque concordavam ou por não terem força para enfrentá-las. “Os homens perceberam que, se eles fossem contra isso, perderiam popularidade”, explica a ex-presidente. Existe o relato de uma conversa entre o marido de uma das oradoras do co-
mício e um colega de trabalho. O colega perguntou: “Por que você deixa sua mulher gritar assim em lugares públicos? Eu nunca deixaria minha mulher fazer essas coisas.” O marido da oradora respondeu. “Ela não é o tipo de mulher que se casaria com um homem como você.”
Foi um verdadeiro divisor de águas na história do país europeu. Mais mulheres passaram a participar da vida política e a entrar no Parlamento. Hoje, quase metade do Legislativo islandês é composto por mulheres. Em 2000, foi institucionalizada a licença-paternidade paga. Em 2010, o país tem sua primeira primeira-ministra mulher e lésbica (a primeira chefe de Estado a se assumir homoafetiva no mundo inteiro). Desde 2009, a Islândia é considerada o país onde há mais igualdade entre homens e mulheres em todo o planeta. Mas a luta continua. Ainda há o que se fazer. “A presença de mulheres e homens na força de trabalho é quase igual – na verdade, as mulheres são maioria em todos os trabalhos mais qualificados –, mas elas ocupam cerca de 40% dos cargos de liderança e ganham menos do que homens nos mesmos cargos”, aponta a chefe de Iniciativas de Gênero do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), Saadia Zahidi, à BBC. Outra história que as mulheres islandesas lembram da época da greve é a de um garoto que achou absurdo o presidente dos Estados Unidos ser um homem. Na época, Ronald Reagan tinha vencido as eleições no país norte-americano em 1981. “Ele não pode ser presidente – ele é homem!”, disse o menino a sua mãe ao ver a notícia na televisão. Outras várias crianças cresceram acreditando que ser presidente é uma profissão de mulher. E não é que elas estão certas? Não só de ser presidente, a mulher tem direito de ser quem ela quiser! Foto: Womens History Archive
Reunião entre as líderes do movimento que acabou ocasionando na greve geral Foto: Womens History Archive
Este dia se tornou um divisor de águas na história da Islândia
CAPA 6
FIGUEIRA - Fim de semana de 06 a 08 de novembro de 2015
CAPA 7
FIGUEIRA - Fim de semana de 06 a 08 de novembro de 2015
VALE DO RIO DOCE PEDE SOCORRO Processo de erosão e redução da cobertura vegetal dá impressão de seca total em grande parte da região Leste
Gina Pagú
V
iajando pelas rodovias que ligam Governador Valadares ao Vale do Aço (leia-se BR-381) e de Valadares à Colatina (BR-259) não é mais possível ver a pastagem verde, as árvores robustas ou água jorrando de montanhas. Hoje, tudo lembra um deserto. A mata nativa quase já não existe mais, a bovinocultura extensiva continua presente, da água que viria das nascentes não há uma gota, secaram. Sem apontar culpados, três entidades, Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), Instituto Estadual de Florestas (IEF) e o Centro de Informação e Assessoria Técnica (CIAAT), elaboraram um documento em que apresentam um levantamento por ocasião do Momento Ambiental III, com propostas de sugerir diretrizes para o desenvolvimento do Vale do Rio Doce, partindo da realidade rural desta região e do tema central: “Erosão nas terras do Vale do Rio Doce”. Nos debates entre especialistas e entidades, a erosão, a bovinocultura e suas consequências diretas e graves foram assuntos que podem explicar a situação de degradação ambiental vivida hoje pelo que é considerada ainda parte da Mata Atlântica. Embora sem estudos científicos, a percepção dos que acompanham o desenvolvimento da região é clara. Antônio Borges, coordenador do CIAAT, explica que a bovinocultura extensiva ainda é a grande responsável pelo problema da aparente desertificação. “Temos fazendeiros que tomaram as terras dos posseiros e, assim, implantaram a cultura de criação de gado em nossa região. E isso é passado de pai para filho e vigora até hoje. Também temos de considerar as queimadas no pasto, o que empobrece o solo. Os dois juntos trazem como consequência o fim da flora e fauna nativas, das nascentes e rios, porque a erosão se torna algo corriqueiro e a terra fica inutilizável para eles. Os grandes proprietários de terra não querem mudar a forma de produzir leite partindo para uma técnica alternativa, como o projeto Balde Cheio, e não se preocupam em preservar.” Henrique Lobo, representante da Câmara Técnica de Gestão de Eventos Críticos (CTGEC) do CBH-Doce, explica que não há desertificação, mas a destruição da cobertura vegetal. “Na ver-
Foto: Fernando Gentil
Foto: Fernando Gentil
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a Aimorés, nota-se um estado avançado de degradação ambiental, quando se perderam, entre as décadas de 1970 e 1980, cerca de 40% de sua população. Em Minas Gerais, a bacia do rio Doce é caracterizada como a região que mais perdeu população: 615.259 habitantes entre 1970 e 1991. O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) afirma que dados coletados pela estação de Governador Valadares entre os anos de 1975 e 2004 apontam para a tendência à desertificação da região com consequente extinção de espécies de plantas e animais. Antônio pontua que os prejuízos dessa degradação atingem a todos – natureza e homem. “Além dos prejuízos para agricultores, que amargam queda da produtividade das lavouras e do gado, e não sabem mais o que produzir, a instabilidade climática também provoca mudanças na saúde e no bem-estar do homem. Vivemos em uma região onde é normal termos picos de calor e ausência de chuva, mas esses períodos estão cada vez mais extensos. O ano de 2015 é considerado um dos períodos de seca, mas, em 2016, estão previstas muitas chuvas. No entanto, a estiagem está severa demais.”
Esperança Henrique Lobo é incisivo: a falta de consciência no manejo do solo é uma das causas-problemas para situação identificada hoje, mas afirma que a desertificação não vai acontecer. “A prática das queimadas para limpeza dos pastos associada ao superpisoteio do gado sobre os solos foi repetida ao longo dos anos por gerações. Mesmo com essa perspectiva não acredito que a desertificação venha a acontecer. O nosso clima não permite chegar a esta situação. É possível recuperar os solos em que temos respostas rápidas, como em Aimorés, na Fazenda Bucão, de 640 hectares, do Instituto Terra, recuperada nos
Tempo seco favorece a destruição do solo
dade, não temos um processo de desertificação e sim de esvaziamento da cobertura vegetal. O nosso clima não é de deserto, ele é um clima tropical com chuvas de verão e inverno seco – sempre foi em toda a história de ocupação da Mata Atlântica Estacionária que se originou nesta região. A floresta foi eliminada e substituída por pastagens africanas que, ao longo desses cem anos de ocupação, perdeu o seu vigor e temos um aspecto de esvaziamento da cobertura dos solos.”
Solo seco e arenoso é realidade no Vale do Rio Doce
freu influência antrópica (relativa à ação do homem) intensa, constituindo-se em vegetaFoto: Fernando Gentil
Dados O coordenador do CIAAT explica que o Vale do Rio Doce sofre muito com a devastação. “Originalmente coberta por Mata Atlântica, a destruição do homem restringe a mata original basicamente à área do Parque Estadual do Rio Doce e a pouquíssimas áreas preservadas por fazendeiros ou outras iniciativas. As demais matas correspondem a uma vegetação que so-
Antônio Borges participou de estudo que mostra o processo de erosão do solo da região
Falta de vegetação causa diversos estragos para a sociedade
ção secundária. Estima-se que menos de 7% da área possuem hoje cobertura vegetal. Destes, menos de 1% encontra-se em estágio primário.” Ainda segundo pesquisas realizadas pela Fundação Centro Tecnológicas de Minas Gerais (CETEC), 95% das terras da bacia constituem pastos e capoeiras (vegetação rala, de pequeno porte, que nasce em lugar do mato velho derrubado), demonstrando a predominância da atividade pecuária. Na zona rural encontram-se vastas áreas em estado avançado de desertificação, lagoas eutrofizadas (que é o processo por meio do qual um corpo de água adquire níveis altos de nutrientes, especialmente fosfatos e nitratos, provocando o posterior acúmulo de matéria orgânica em decomposição), nascentes desprotegidas e processos erosivos. Foram extintos mais de 90% da cobertura vegetal original. Estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam ainda que na região do Médio de Rio Doce, de Tumiritinga
últimos 17 anos. Outros exemplos são a mata ciliar da orla da Ilha dos Araújos, recuperada em dez anos, e a mata ciliar do bairro Elvamar, em sete. Tem como fazer e poderemos começar pelas nascentes. Se recuperarmos 5.000 nascentes nos próximos cinco anos, cercando 0,8 hectares e plantando 150 árvores nativas por cada nascente, teremos, no final, 4.000 hectares recuperados de mata nativa e plantado 750 mil árvores. E, assim, poderemos seguir em frente. Precisamos recuperar 370.000 nascentes na bacia hidrográfica do rio Doce para restaurá-la.” Estudos do IEF apontam para um processo de pré-desertificação do solo e afirmam que a situação ainda não é irreversível e a regeneração natural do solo é possível, assim como evitar o avanço da degradação ambiental local. A região de Governador Valadares está em um processo de acidificação do solo, um processo que pode levar à desertificação caso não haja mudança de comportamento. Esse processo de acidificação do solo é devido ao excesso de alumínio no solo, que aumenta o risco de danos à vegetação, causando redução de nutrientes no solo, o que compromete a fertilidade do solo e da vegetação. Todos esses fatores contribuem para uma futura desertificação do solo. Com o desafio de se recuperar o que já foi perdido, na reunião promovida no evento do Momento Ambiental III, representados pelos órgãos da EMATER, IEF, comitês de bacia, associações de produtores e outros participantes, foram citadas diversas propostas com o intuito de se resolver o problema da produção versus conservação ambiental. Dentre essas, podem-se destacar as tecnologias sociais, os Sistemas Agroflorestais (SAFs) e a condução da regeneração natural. Além disso, foram apontadas pelo grupo as seguintes tecnologias que podem ajudar na recuperação do meio ambiente e na preservação do que resta: Tecnologia Social Balde Cheio
Foto: Arquivo Pessoal
Henrique Lobo acredita que é cedo para falar de desertificação
(Embrapa); Produção Agroecológica Integrada Sustentável (PAIS), da Fundação Banco do Brasil; sistema de manejo florestal sustentável; sistemas agroflorestais (SAFs); sistema alley cropping (plantio em consórcio); sistema multiestrato; sistema agrossilvipastoril; sistema silvipastoril; Projeto Barraginhas (Embrapa); uso de paliçadas; plantio direto de plantas nativas e leguminosas para recuperação de áreas degradadas; incentivo à subsolagem, ao terraceamento e ao uso de curvas de nível – entre outros.
Crise hídrica Lucinha Teixeira, presidente da Câmara Técnica de Gestão de Eventos Críticos do CBH- Doce, afirma que a crise hídrica já acontece no rio Doce e que recuperar nascentes e topos de morros, construir barraginhas e fazer o controle de sedimentos são algumas das ações que podem ser realizadas para aumentar a quantidade de água. São ações priorizadas pelas CBHs com atuação na bacia do Rio Doce, para os próximos cinco anos, em áreas consideradas prioritárias, mas os resultados destas ações são a médio e longo prazos.
“No momento, observamos situações diferentes nas regiões da Bacia do Rio Doce. Em alguns municípios, os rios secaram e/ou tornaram-se intermitentes. Nestes casos, o que temos observado é a perfuração de poços, muitas vezes sem vazão de água suficiente para garantir o abastecimento. Em outros casos, como do rio Doce em Colatina e Governador Valadares, a vazão do rio é suficiente para abastecer a área urbana do município, mas o sistema de captação de água existente não consegue captar a água disponível. Para se ter uma ideia, em um dos piores momentos da estiagem este ano, a vazão do rio Doce, próximo a Governador Valadares, era de 66 metros cúbicos por segundo, o que equivale a 66 mil litros por segundo. Para abastecer toda a área urbana são necessários 1,2 metro cúbico por segundo ou 1.200 litros por segundo. É justamente por ter água disponível que são instaladas as bombas submersas.” Em agosto do ano passado, o CBH-Doce realizou reunião com vários SAAEs, COPASA, consórcios de saneamento, entre outros. Na oportunidade, a meteorologista do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) Paula Pereira informou que, mesmo se tivéssemos chuva dentro da normalidade até o final de 2014, ainda não se resolveria o déficit hídrico, que já vinha de dois anos hidrológicos consecutivos. Foi feito ainda o alerta de que se a precipitação no trimestre, incluindo novembro e dezembro de 2014 e janeiro de 2015 fosse abaixo da média, a situação de estiagem se agravaria muito durante o ano de 2015, o que veio a se confirmar. Lucinha lembra que a falta de tratamento de esgoto na maioria das cidades da Bacia do Rio Doce contribui para degradação da natureza no entorno dos rios e faz com que este problema tome proporções ainda maiores. “Não existe tratamento de esgoto na maior parte dos municípios da Bacia do Rio Doce, o que compromete a qualidade da água e agrava ainda mais a situação da escassez de água.”
FIGUEIRA - Fim de semana de 06 a 08 de novembro de 2015
CIDADES 8
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Júlio Avelar
BRAVA GENTE
O meu coração não bate, ele batuca
TAMBÉM ELES! PRA LER COM CORAGEM Sou um apaixonado por Valadares e, pessoalmente, acho que a cidade tem muitos outros bons nomes, não desfazendo de nenhum dos atuais, com potencial para disputar as eleições para prefeito e vice no ano que vem e com capacidade de fazer uma boa administração. Tenho insistido muito no nome de Hercílio Diniz, que é novidade, sério, filho de um homem com índole, que é o senhor Hercílio – e o filho tem herdaDr. Rogério Primo, diretor da Unipac com as do isso do pai em empreendedorismo. Teprofessoras Antônia Izanira de Carvalho nos 40 anos nho citado aqui nomes como Renato Fraga da Academia Valadarense de Letras porque onde ele coloca as mãos as coisas acontecem e bem feitas; Rômulo César, que, novo, mostrou serviço na Associação Comercial e vem mostrando na presidência da Fundação Percival Farquhar; Hélio Gomes, ex-deputado que veio do nada e se tornou um empresário de sucesso e um excelente patrão; Luiz Alberto Jardim, da Diretriz e Construtora Predileta; Carlos Tebit, presidente do Filadélfia; Rosane Azevedo, grande guerreira do Sindicato dos Vestuários e presidente da Regional da FIEMG; Aparecida Coelho, a Cida da Singular Imóveis, uma mulher guerreira e de muito sucesso em empreendedorismo, sem medo de errar e com vontade A charmosa jornalista Elaine Siqueira de acertar. E tem muita gente do bem, que não são novida imprensa da Fiemg dades, querendo o trono de uma cidade como a nossa. Gente como Edvaldo Soares, que deve deixar o PMDB em breve; André Merlo, que deixou o PDT e foi para o PSDB, que tem Bonifácio Mourão como chefe; Leonardo VITORIA PRA VALADARES Monteiro eventual candidato do PT dividido; vereador Aqui em Governador Valadares tem uma fábriGuetão querendo ser a bola da vez, já que Giovane Hoca de biscoito que é um dos nossos orgulhos, nório não tem apoio do PT e ele deve sair do partido a Biscoito Vitória, com qualidade, prestação até março; falam em Ruy Moreira ou seu filho Ruizinho; de serviços, higienização e preço – sem falar Adauto Carteiro, presidente da Câmara Municipal diz na variedade dos produtos, que são de dar que não disputa reeleição, mas está à disposição do seu água na boca. Estou elogiando porque de partido, o PROS, para os prós e contras. Temos também fato merecem os empreendedores e criadores muitos sonhadores, verdadeiros “Sassás Mutemas”, ouCarlos Pimentel e Normal e, agora, o jovem tros de olho no caixa dois de certas autarquias e uns só empresário Rodrigo Pimentel Miranda, que em mandar. Agora sim, mais do que nunca, Valadares não mede esforços para expandir e melhorar merece respeito, pois deve estar quebrada, machucada, sempre. Foram anos de luta com vitórias e precisando de remédio forte, curativos e de quem cuide mais vitórias e grande sucesso em Minas, Rio dela muito bem em todos os setores, entre eles o de e Espírito Santo. Coisa nossa, que só o valadaágua, de urbanismo, saúde, educação e com força para rense sabe fazer bem feito. exigir segurança.
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Júlio Avelar é jornalista, apresentador na TV Rio Doce e membro da Academia Valadarense de Letras
Odontólogos Gilberto Hott Rebolças, a esposa Tendresse e o filho Pedro Henrique
TALMIR E A AVL Durante três dias Valadares recebeu Dr. Talmir Canuto Costa, que continua cheio de sabedoria e muito a nos ensinar. A convite da Academia Valadarense de Letras, ele aqui veio, hospedou-se do Hotel Serra Lima, ganhou recepção na Univale, por ele criada (e bem criada) e falou na Adesg e na festa dos 40 anos de fundação da AVL. Do alto dos seus 83 anos, falou bonito aos presentes e contou uma história: “A Univale só se chamou Universidade Santos Dumont porque os conselheiros do MEC na época acharam que ela tinha que ser em Santos Dumont e não em Valadares.” A presidente Cinira Santos Neto deu ao Dr. Talmir o título de membro benemérito da AVL, que ele criou juntamente com a professora Antônia Izanira de Carvalho.
E NÃO É? “Eduardo Cunha só não é réu confesso porque ele é psicopata”, diz Luciana Genro, ex-deputada federal e fundadora do PSOL.
DÁ DÓ! As jovens palmeiras plantadas no canteiro central da Minas Gerais após mergulhão e no início da avenida Lisboa, no bairro Grã-Duquesa, estão morrendo secas. Nem prefeitura nem os moradores as regam – e a natureza morre...
NO AR HOJE Vereador Adauto Carteiro, do PROS e presidente da Câmara de Vereadores, vai hoje ao Programa Júlio Avelar (TV Rio Doce) dar uma entrevista às 11h em ponto. Não vai ser espremido, mas será questionado!
Quer falar com este colunista?
Gina Pagú
zapzap 33-99899200 ou julioavelargv@gmail.com Avenida Minas Gerais, 700 sala 610 após 14h.
enata Alves, cantora de samba e de tudo que a música brasileira tem de melhor, diz: “A música é o melhor de mim”. Nos versos de Dona Ivone Lara, “O que trago dentro de mim preciso revelar. Eu solto um mundo de tristeza que a vida me dá. Me exponho a tanta emoção. Nasci pra sonhar e cantar. Na busca incessante do amor. Que desejo encontrar,” ela se identifica.
MAIS SOLTO
O atual presidente do Democrata Edvaldo Soares deve deixar o PMDB de Valadares já. Mais livre e mais solto, anda sendo cogitado por muitos partidos para inclusive disputar eleições municipais no ano que vem. Pode ser como candidato a prefeito ou somando como vice em alguma chapa.
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TAMBÉM SAIU
A veterana e uma das fundadoras do PT em Valadares, professora Sames Madureira foi uma das primeiras a pedir desfiliação do Partido dos Trabalhadores em Valadares. Sem dizer por que, ela diz que está fora das militâncias desde 2012. Foi ela quem bancou a Escola em Tempo Integral em Valadares no sentido de fazer funcionar. Foi criticada por muitos, mas, vitoriosa no final, até serviu de exemplo para outros. Grande guerreira, uma pequena notável!
RENATO NO COMANDO
O ex-vereador e presidente da Câmara Municipal e ex-responsável por cargos que ele ocupou – e bem – no poder público de Valadares, Renato Fraga está mais forte do que nunca no PMDB mineiro e em especial no de Governador Valadares. Colocou o seu nome à disposição do partido para disputar as eleições municipais do ano que vem como candidato a prefeito. Hoje ele é presidente da Fundação Ezequiel Dias, em Minas, e é forte.
Renata é samba da cabeça aos pés
DUAS PERCAS
Valadares perdeu dois grandes nomes de sua história empresarial e social mais recente: deixou-nos Carlos Leal, que foi tesoureiro do Banco do Brasil, rotariano e presidente do Garfo Clube, e também o empresário Irani Vargas de Paula.
QUEM CASA
Foi assim que começou a história de uma menina que cantava nas igrejas e, na adolescência, com as bandas e os músicos amigos nos barzinhos da cidade. Das coroações de Nossa Senhora às gravações da primeira demo de cinco músicas e uma gravação de propaganda para tevê, lá estava uma estrela. Pois bem. Renata conta como descobriu que a música seria parte da sua vida. “Em meados de 2012 eu tive a certeza de que cantar seria para o resto da vida. Comecei a cantar e conheci músicos sensacionais como Willian Fialho, Francis Gabriel, que me apresentaram o samba de uma forma nova e diferente, que me fez experimentar a melhor sensação do mundo porque o meu coração, com o samba, não bate – ele batuca. A partir daí, pintou o plano de gravar um trabalho somente com sambas e músicas autorais.” Uma cantora não se faz sozinha e, afora o apoio dos amigos, a sambista conta com a segurança de palavras de incentivo da mãe e do irmão. “Minha mãe não ia às minhas apresentações, mas sempre me disse coisas boas, embora dissesse
também que música não dá dinheiro. Meu irmão esteve e está sempre ao meu lado. Tenho muito a agradecer e a cantar.” Com o desejo de fomentar um movimento cultural no qual possa expressar com sua banda um pouco mais do samba, sua origem, história e valores, Renata fala do repertório que deseja levar ao conhecimento dos músicos e do público. “Hoje tocamos todos juntos: Christyan Lima, Vilmar Souza, Neto Freitas e Emerson Kaiser, e, em breve, vamos lançar um projeto que foge um pouco do samba de mesa e do samba influenciado pelo jazz. Quem dará o tom será o samba de raiz, com músicas de Cartola, Dona Ivone Lara, Nelson Cavaquinho, Mariene de Castro, Bete Carvalho e Noel Rosa. Além disso, nos apresentamos quinzenalmente no Soul Rock Pub e, a cada apresentação, tem sido mais interessante a presença do público.” Com a voz como instrumento e o coração a batucar, Renata Alves se faz assim: cantora, sensível, intérprete e carrega em si a promessa de uma sambista que quer ajudar a resgatar da história da música do nosso Brasil.
FERRAMENTAS JARDINAGEM RAÇÃO SEMENTES
Rua José Luís Nogueira, 443 - Centro - GV Fone: (33) 3021-3002
Táxis de cara nova
Layra Freitas e Lucas Perim oficializam a união estável dia 12 de dezembro com recepção para familiares e amigos. Um belo casal!
Município pretende padronizar serviço de táxi em Valadares até 2016 Gina Pagú
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hamam a atenção os táxis que passam pela avenida Minas Gerais com adesivos novos, cor prata e padronizados com a identidade visual feita exclusivamente para os carros que trabalham em Governador Valadares. O pedestre se assuntou: “Uai! De onde é esse táxi?” – pergunta para o colega que caminha ao lado. Não precisa ter dúvida: o táxi é de Valadares mesmo. Janisa Neves, gerente da Gerência de Transporte Público (GTP), explica que as mudanças já começaram. “As plotagens já estão sendo feitas e somente seis empresas estão autorizadas a fazê-lo. Vinte dos 120 taxistas cadastrados no município já estão procurando o GTP, onde os carros e motoristas passam por vistoria, apresentação de documentos e, em seguida, o aval para plotar o carro. A adequação ainda não está cobrada efetivamente. No entanto, a partir de janeiro do ano que vem, todos terão de se enquadrar.” O taxista de um ponto na avenida JK, o Seu Eneias, não concorda muito com a padronização. “Eu só vou fazer essa mudança quando for obrigatória, lá para o ano que vem. Tem a lei, mas ainda não está vigorando.” De acordo com o presidente da Associação dos Taxistas de Valadares, Antônio Fernandes, só há vantagens na padronização. “A primeira coisa a se considerar é a se-
Foto: Gina Pagú
Agora táxis estão identificados com faixas laterais
gurança do próprio taxista. A identificação do carro ajuda a repelir os assaltantes, que vão pensar duas vezes antes de roubar um carro tão identificado assim. O cliente, sem dúvidas, também é beneficiado, pois agora ele saberá que o táxi padronizado é mesmo de Valadares, já que nos adesivos há a identificação da cidade. Somente o nosso adesivo tem aquelas características, não há como confundir, evitando o
problema da clandestinidade.” Mas tem gente satisfeita com a mudança. Dos quatro veículos disponíveis no ponto de táxi Ilusão, três já estão plotados. O Seu Isaías disse que está feliz, que o táxi ficou até mais bonito. “É bom para todos, profissionais e clientes. O carro fica mais chamativo, de fácil identificação, evita um pouco os assaltos e o cliente se sente mais bem atendido. A plotagem não foi barata, mas, se
temos de nos enquadrar, que seja para benefício de todos.” Segundo Janisa, algumas empresas já estão se tornando clientes exigentes. “Soubemos que empesas como a Vale e a Santher, que usam muito o serviço de táxis, só fazem corridas com carros plotados e isso é interessante para o taxista. Ele vai ter serviço garantido e clientes que fazem questão de uma prestação de serviços organizada.”
Janisa faz um alerta. “Além de regularizado, os taxistas de Valadares têm de ligar o taxímetro. Todos esses benefícios que estamos formalizando para os taxistas trabalharem em nossa cidade de nada valem se o principal interessado, o cliente, não fizer seu papel fiscalizador. Tem de ligar para a GTP, número 3221.7496, e denunciar o taxista que não quiser ligar o taxímetro ou cometer qualquer outra infração.”
FIGUEIRA - Fim de semana de 06 a 08 de novembro de 2015
CIDADES 10
Ministério Público segue em greve em Minas Gerais Servidores de Governador Valadares também estão na luta por melhorias salariais Foto: Divulgação
Greve dos servidores já dura mais de um mês Gina Pagú
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greve local foi iniciada em 5 de outubro com um manifesto na portaria do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em Valadares. Os servidores pedem a recomposição salarial na data-base de 2015. A servidora da comarca de Valadares Silvina Costa explica que o procurador-geral se nega a aplicar a data-base alegando que não tem dinheiro. No entanto, foi dado reajuste salarial aos membros – procuradores e promotores – neste ano. “Além disso, foram dados aos membros diversos auxílios (moradia, saúde, auxilio para compra de livros) em 2015. Lembrando que a data-base
está prevista na Constituição Federal, numa lei estadual e numa resolução do Conselho Nacional do Ministério Público. Trata-se da correção baseada no índice da inflação IPCA.” Após o início da greve houve mais adesões, mas, internamente, os serviços continuam em escala reduzida. Silvina explica que esta é a maior greve da história do MPMG. “A greve continua firme em Valadares. Estamos mantendo somente 30% dos servidores para auxiliarem os promotores de justiça nos feitos urgentes. Consideramos esta a maior greve da história. Além disso, o Sindicato dos Servidores do Ministério Público de
Minas Gerais (SINDSEMPMG), tomadas as proporções do tamanho do nosso Estado, está tendo dificuldades de mobilizar uma categoria pulverizada em diversas comarcas e as pressões sofridas para retornarmos ao trabalho. A Procuradoria-Geral de Justiça continua alegando que não tem recursos, mas está tramitando na Assembleia Legislativa de Minas Gerais o PL nº 3005/2015, que trata de uma suplementação orçamentária para várias instituições, inclusive o MPMG.” Silvina explica que os servidores estão confiantes e esperançosos nas decisões da Promotoria-Geral da Justiça (PGJ). “Esperamos que o PGJ
cumpra a lei estadual nº 19.923/2011, que fixa a data-base para revisão anual dos vencimentos e proventos dos servidores do Ministério Público do Estado. Afinal, estamos lutando por 8,45% referentes à perda inflacionária de maio/2014 a abril/2015. Um direito constitucional, ratificado pelo Estado, mas que está sendo negado pela administração superior do MPMG. Frisamos que não estamos pleiteando aumento salarial, apenas recomposição salarial de 8,45%, o que não é nada se comparado aos valores concedidos aos membros da instituição em 2015. Clamamos por justiça! Que o exemplo venha de casa, afinal, somos servidores de uma respeitável instituição que tem a missão de fiscalizar e fazer com que as leis sejam cumpridas.”
Justiça Os servidores, segundo Silvina, pedem igualdade de direitos. “Não queremos que não seja cumprido o direito de nenhum outro tipo de servidor. Mas, promotores e procuradores de justiça de Minas Gerais receberam, em 2015, um aumento de quase 15% em seus salários. Além disso, foi instituído para eles auxílio-moradia de R$ 4.377,00 e auxílio-saúde de 10% dos subsídios deles. Só queremos compreensão com o nosso reajuste, que é justo.”
Número de servidores em greve em Minas Gerais Governador Valadares, 29 de 47; Santa Luzia, 8 de 13; Ribeirão da Neves, 21 de 31; Ponte Nova, 9 de 11, rodízio; Pitangui, 5 de 5, rodízio; Pedro Leopoldo, 4 de 6; Patrocínio, 9 de 12; Passos, 11 de 19; Pará de Minas, 8 de 11; Nova Lima, 9 de 10, rodízio; Nova Serrana, 8 de 8, rodízio; Manhuaçu, 10 de 14; Manga, 3 de 4; Juiz de Fora, 34 de 67; João Monlevade, 6 de 7; Janaúba, 6 de 7; Ituiutaba, 8 de 13; Itaúna, 11 de 11, rodízio; Itabira, 11 de 11, rodízio; Itabirito 3 de 4, rodízio; Ipatinga, 16 de 24; Ibirité, 9 de 11; Ibiá, 2 de 2, rodízio ; Guarani 2 de 2, rodízio; Estrela do Sul, 2 de 2, rodízio; Formiga, 7 de 9, rodízio; Curvelo 9 de 11, rodízio; Divinópolis, 16 de 41; Coronel Fabriciano, 7 de 10; Contagem, 23 de 60; Conselheiro Pena, 3 de 4, rodízio; Congonha, 4 de 4, rodízio; Cataguases, 9 de 12; Carmo do Rio Claro, 2 de 2, rodízio; Caratinga, 11 de 14; Carangola, 7 de 7, rodízio; Carandaí, 2 de 2, rodízio; Capinópolis, 2 de 2, rodízio; Capelinha, 4 de 4, rodízio; Caeté, 4 de 4, rodízio; Bom Despacho, 4 de 5, rodízio; Boa Esperança, 4 de 5, rodízio; Betim 14 de 30; Barbacena, 20 de 23, rodízio; Baependi, 2 de 2, rodízio; Araxá, 11 de 11, rodízio; Araguari, 11 de 17; Araçuaí, 4 de 5, rodízio; Andradas, 2 de 4; Almenara, 9 de 9, rodízio; Alfenas, 9 de 14; Abre Campo, 3 de 3, rodízio; Belo Horizonte: Informática, 37 de 42; Patrimônio Cultural, 6 de 8; Crimes de Prefeito, 15 de 22; Procon-MG, 6 de 34; Direitos Humanos, 11 de 14; Protocolo, 2 de 5; Contabilidade, 10 de 15; Financeiro, 12 de 17; Jornalismo, 5 de 9; Publicidade, 3 de 5; Direitos Difusos, 5 de 15; Crime Organizado, 6 de 9; Corregedoria, 6 de 20; Conflitos Agrários, 2 de 4; Ordem Econômica e Tributária, 11 de 12, rodízio; Assessoria técnico-jurídica, 8 de 24; Assessoria Cível, 3 de 8; Pessoas com deficiência e idosos, 7 de 10; Educação, 2 de 4; Combate à violência doméstica, 12 de 23; Execução Penal, 4 de 8; Juizado Especial, 10 de 15; Família, 13 de 20; Fazenda Pública e Execuções Fiscais, 5 de 5, rodízio. Fonte: Assessoria de comunicação do SINDSEMPMG
ASUGOV completa 25 anos Associação dos Surdos é referência em integração de pessoas com necessidades especiais Gina Pagú
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o mês de agosto a Associação dos Surdos de Governador Valadares (ASUGOV), entidade filantrópica, completou 25 anos de existência. Tudo começou em 1990, na Escola Estadual Professor Nelson de Sena, quando 25 alunos – 22 deles surdos – se tornaram colegas do mesmo colégio. Josélio Coelho, coordenador da entidade, conta que a amizade e o cuidado foram os elos mais fortes entre os associados. “Nos reuníamos todos os domingos para compartilhar experiências e, após três meses, mudamos de escola e fomos todos juntos, permanecendo por mais quatro anos. O tempo foi passando e fundamos a associação. Para isso, compramos um imóvel na Ilha dos Araújos, no entanto, era difícil o acesso para os associados por conta dos horários de ônibus coletivos. Assim, alugamos um local mais acessível no Centro da cidade.” A ASUGOV não tem fins lucrativos, não é partidária e visa a promover a inclusão dos surdos no mercado de trabalho, organizando cursos de Libras (Língua Brasileira de Sinais) com instrutor próprio, além de fornecer ajuda de intérpretes aos surdos nos órgãos públicos e outros locais que ainda não possuem estru-
Foto: Asugov
Associados se divertem em oficina de Libras
tura de acessibilidade própria, que é obrigatória pelo decreto 5.296, de 2/12/2004. A associação promove cursos e oficinas de Libras aos interessados, além de cursos de treinamento na área educacional, empresarial e de tecnologia da informação. A ASUGOV também presta serviços de consultoria empresarial, como ex-
plica Josélio. “As empresas interessadas em atender com excelência a este tipo de cliente especial podem contar com um time de profissionais altamente capacitados para assessorá-las. O início de um projeto para atendimento deste público sempre parte do tipo de segmento da empresa, passando por vários outros filtros, até a decisão final de
implementação de tecnologias, conhecimento do mercado atendido pela empresa, até a capacitação dos profissionais envolvidos no contato direto com o cliente.” Josélio salienta que a assessoria empresarial vai além de satisfazer a empresa: a ideia é integrar empregador, empregado e clientes. “Nossos projetos têm foco na satisfação do
cliente final, o sujeito surdo. Por termos contato direto com estes clientes, sabemos das suas necessidades e estamos sempre em atualização sobre suas demandas como consumidor. O cliente surdo deve ser tratado com naturalidade e atendido plenamente em suas necessidades. Porém, para atendê-lo bem, é preciso saber como fazer. A empresa que contratar a assessoria da Equipe Portal do Surdo terá certeza da contratação de serviços altamente qualificados, focados no sucesso da implementação de projetos duradouros e eficazes, em que as duas partes envolvidas estejam satisfeitas, empresa e consumidor.” Os associados também participam de atividades esportivas como o Campeonato Mineiro de vôlei, realizado nos dias 8 e 9 de agosto deste ano, na Sociedade Recreativa Filadélfia e no Sesc de Valadares. “Desejamos sempre promover a interação de surdos, sociedade e familiares”, completa Josélio. A ASUGOV fica na rua Paranaíba, 190, Ilha dos Araújos. Contatos: 3278.4518 E-mail: asugov@gmail.com Site: http://asugov.com.br/ Fanpage: www.facebook.com/asugov.governadorvaladares
ESPORTES 11
FIGUEIRA - Fim de semana de 06 a 08 de novembro de 2015
Tetracampeão Leonardo detona futebol brasileiro Em entrevista à revista Época, ex-jogador da seleção afirma que o esporte parou no tempo Fernando Gentil
A
maioria dos brasileiros é apaixonada por futebol. Carregam desde a infância o amor por algum time do coração, que nem sempre é o mesmo pelos quais os pais torcem. Mesmo crianças, as pessoas começam a nutrir certa paixão pelo esporte, o que fez do Brasil o maior campeão de toda história. Porém, na última edição da Copa do Mundo, o vexame dos 7 a 1 fez com que o país passasse a observar com outros olhos o futebol brasileiro. Entramos em decadência? De acordo com o ex-lateral esquerdo da seleção Leonardo, sim. Ele acredita que o Brasil parou no tempo, não quis se atualizar ao futebol do século 21 e vive esperando que, por um milagre, apareça outro Pelé, Garrincha, Ronaldo ou Romário. Mas que não é assim que a banda toca mais. “As instituições, devagar, foram perdendo credibilidade, poder, receita. O futebol brasileiro virou um produto menos atrativo, produto que só se vende no Brasil. A gente vê na televisão, se satisfaz com o dinheirinho que entra e acabou ali. Tudo o que falarmos da parte técnica é consequência da política. Não existe política de formação de treinador, de dirigente de clube. Quem é (o dirigente)? É o cara apaixonado que se candidata, está ali há anos porque é apaixonado, é sócio. Mas que formação ele tem? O que o empresário que vende chocolates tem a ver? Com o tempo, tudo isso diminuiu muito a capacidade de produção do futebol”, afirma Leonar-
do em entrevista à Época. O que faltou para o país foi metodologia de trabalho. “Nós tivemos uma coisa muito legal, que ninguém dava, e a gente dava, que era liberdade de criação. Essa era nossa prática. Deixe ele jogar, deixe ele viver. A escola europeia era contrária. Só que ela desenvolveu metodologias de formação do coletivo e melhorou a individualidade, e a gente ficou na individualidade, sem melhorar o coletivo, sem controlar o processo de formação. Com o tempo, a organização de um jogo bate a jogada individual”, explica o manager. Leonardo acredita que o modelo de administração do futebol brasileiro se esgotou. Deve ser feito algo novo, diferente. “Todo mundo é vítima de um sistema arcaico. Acabou. Já funcionou, deu certo, foi inventado assim, mas hoje o mercado pede outra coisa. O campeonato interno está baixando o nível, as pessoas têm menos interesse, vão menos ao estádio e, aí, formamos maus jogadores, maus treinadores. É uma sangria desatada. Os clubes poderiam se organizar para fazer isso melhor e eles poderiam ser estimulados, promovidos, divulgados por instituições. Que seja uma liga, que seja a CBF, seja quem for, 24 horas por dia, para desenvolver um produto não só com uma visão nacional porque, nacionalmente, a gente não vai conseguir ser competitivo em alto nível”, analisa o ex-jogador. A CBF tem boa parte de culpa. “A
Foto: John Berry/Getty Images
Ex-jogador critica postura dos clubes e federações brasileiras
própria CBF teria que estar em um estatuto no qual ela é controlada por um conselho gestor ou de ética, pelos clubes. Se ela organiza o campeonato, ela tem que ser controlada pelos clubes. Se um clube não cumpre o seu papel, não arca com as suas responsabilidades, não age com ética, ele é punido ou até proibido de ser inscrito no campeonato se for o caso. Um clube mal administrado atrapalha o campeonato. E não é só ida. É ida e volta. Se a CBF não realizar o que tem que realizar, tem que ser cobrada por isso. Existe hoje uma política que claramente deteriora o clu-
be. É necessária intervenção. A CBF tem que chamar e perguntar: Vem cá, qual é o problema? Aqui a gente não tem isso. A CBF não participa da discussão no real dos problemas dos clubes, ninguém entra, o São Paulo está lá do jeito dele, e muitos outros até piores, e falta a grande conversa do produto final”, relata Leonardo. Porém, ele não acredita que pode ser o “salvador da pátria”, mesmo com toda sua experiência internacional. “Eu olho o organograma do futebol brasileiro e não consigo almejar um cargo porque não acredito que me encaixe no perfil de liderança
nessas funções. Gostaria muito de participar, mas vejo a engrenagem muito engessada, a mentalidade muito fechada, viciada. Acredito em um grande movimento de pessoas que idealizassem um novo sistema. Um sistema independente de gestão que visasse ao desenvolvimento esportivo, social e econômico do futebol brasileiro. Imagine um futebol moralizado, rentável e engajado em causas sociais. Seria um exemplo extraordinário. Teria um impacto fortíssimo, inclusive no desenvolvimento do nosso país, que tanto precisa. Isso eu aceitaria”, conclui o tetracampeão.
CULTURA 12
FIGUEIRA - Fim de semana de 06 a 08 de novembro de 2015
Virada Cultural agita a cidade neste fim de semana Foto: Fábio Moura
Evento inédito vai durar 24 horas ininterruptas com mais de 50 apresentações Foto: Fábio Moura
Valadares vai respirar cultura neste final de semana
partir do evento. No primeiro dia será anunciado o nome do primeiro autor que virá morar na casa. “O fato de Ouro Preto acolher um projeto como este é de extrema importância, já que a cidade foi palco de movimentos de resistência e de lutas pela liberdade. A Inconfidência, o movimento de insurgência mais importante do Brasil colonial, foi realizada por uma agremiação de poetas, a Arcádia Mineira. Esse movimento é revivido simbolicamente todos os anos com a homenagem a Tiradentes. Ouro Preto é a cidade ideal para celebrar a liberdade de expressão”, afirma Guiomar de Grammont. A abertura vai ficar por conta de uma homenagem ao escritor Graciliano Ramos e contará com a presen-
ça do escritor Ricardo Reis e da ensaísta Elizabeth Ramos, netos do homenageado, além de Audálio Dantas, autor de “A Infância de Graciliano Ramos”, e Wander Melo Miranda, autor de diversos estudos e livros sobre o alagoano. O evento também vai contar com o já tradicional Ciclo de Jornalismo e Literatura, com a presença de Adriana Carranca (Estado de S.Paulo), Franklin Martins, Laura Capriglione (Jornalistas Livres), Leonardo Sakamoto (ONG Repórter Brasil), Marina Amaral (Agência Pública) e Robson Vilalba (Gazeta do Povo). Haverá ainda Fórum das Letrinhas, o braço infantojuvenil do debate. Para saber mais sobre o evento e a programação completa, acesse o site www.forumdasletras.ufop.br.
CINEMA
SOCIAL
São diversas atrações em 24 horas de muita arte e diversão Fábio Moura
E
ntre os dias 4 e 8 de outubro, a região dos Inconfidentes vai respirar literatura. Isto porque o Fórum das Letras chega a sua 11ª edição com um tema bem debatido nos dias de hoje: diversidade cultural e liberdade de Expressão. Depois de uma semana marcada pela prova do Enem, que contém diversos pensadores, filósofos e educadores humanistas, é a vez do Fórum tratar de temas considerados polêmicos. Entre os participantes estão a cartunista Laerte, o filósofo e professor da USP Vladimir Safatle e o jornalista Leonardo Sakamoto. O evento é completamente gratuito e oferece diversas palestras, apresentações culturais e exposições durante todo o dia. “Esta-
mos em um momento crucial da história, em que é preciso trabalhar ativamente pela paz e compreensão entre culturas diferenciadas. As narrativas que diferentes culturas constroem sobre o mundo falam de sua relação com o meio. Os conflitos vividos em nossa era tão conturbada se originam, muitas vezes, desta cisão entre o homem e suas formas de expressão”, explica a idealizadora e coordenadora do evento, a escritora Guiomar de Grammont, em coletiva de imprensa. Além disso, o Fórum vai contar com uma atração especial: a inauguração da primeira casa para escritores refugiados da América Latina. Aprovada a sua criação em 2014, ela vai começar a receber os autores já a
Agenda 10 Ingrid Morhy
facebook.com/ingridmorhy twitter.com/ingridmorhy ingridmorhy (33) 9155-5511 ingridmorhy@gmail.com
O Último Caçador de Bruxas Em Nova Iorque, o caçador Kaulder (Vin Diesel) é forçado a unir forças com sua inimiga, a bruxa Chloe (Rose Leslie). Tudo porque a Rainha das Bruxas (Julie Engelbrecht) toma posse de uma poderosa relíquia e lança uma praga capaz de destruir a humanidade.
BALADAS
Gabriella Boechat e Daniel Faria na resenha Pós ENEM, organizada pela galera do Clóvis Salgado
Sexta (6) – Super show do Supergroove! Venha
Sábado (7) – Legião, Detonautas, RPM,
FOGUETE! A Monalisa recebe a banda sucesso por onde passa! Uh! Bloco de Diamantina/MG. A noite é OPEN: água, cerveja, vodca, catuaba e cachaça com torresmo até as quatro da manhã!
curtir sua noite com a gente! Garantimos que você não vai ficar parado. No Soul Rock Pub.
Engenheiros, Matanza, Cazuza e muito mais com a banda TERNO FINO. No Oficina´s Pub.
Sexta (6) – Feira Mix, das 17 às 23h,
Sábado e domingo (7 e 8) – Virada Cultural
no Cazaros Buffet, com desfile, oficina de gastronomia, lojinhas mix, praça de alimentação, bazar de trocas, fotos personalizadas e muito mais.
com 24 horas de atrações: de sábado às 15h até domingo, também às 15h. Serão 55 atrações, 300 artistas (oficineiros, debatedores), dois palcos + duas tendas.
Sexta (6) – Tem DJ Layne Blonde, de Ipatinga, com show da Brenda Lee no Pop Pub.
Domingo (8) – SKANK tributo, no Soul Rock Pub,
mandando um Supergroove experimental que vai deixar a galera de cara. Na sequência, Felipe Valderrama manda um especial Bob Marley Acústico. A noite promete no Oficina´s Pub.
SOU COMBATE À IMPUNIDADE. SOU DELEGADO DE POLÍCIA. oquefazumdelegado.com.br
a partir das 19h/
Palco Ibituruna (Av. Minas Gerais) e Palco Pioneiros (praça): Franz Ventura Macaco Vei Valadares Jazz Festival: The Garçons Cambucá Iminente Valadares Jazz Festival: Bricoleur Orquestra de Sopro Maurício Mansu Ciclo Sesc Grupo Sem Licença Us Mininu Altoplano TAI Valadares Jazz Festival: Jefferson Gonçalves MatchBox Resisttência Dr. indica Sound Mid Drive Black Rock System Maxilon Lopes Felipe Valderrama Groovinil Lira Lmesq
Tenda Oitis: Artistas plásticos: Quirino Rosa Luiz Carlos Juares L. Nunes Clores Lage Elizabete João F. Soares Leo Araújo Vanderci Pereira Luciene Timóteo Geraldo Lemos Nilson Bonisegna de Deus Tolentino Eliane Júlia Maria Ducarmo Santos Mãezinha Yana Idalino
Tenda Ipês:
Sexta (6) – Bendito Open. FARRA, PINGA E
Sexta (6) – Primeiro, a banda Baurete
Programação Virada Cultural GV 2015:
Artesanato: Lembranças de GV Iniciação às Técnicas Circenses Práticas Feministas: roda de conversa e produção de lambe-lambe Coletivo Lei +:Espaço Kids de Literatura Oficina: Qual cidade queremos? Oficina de Maracatu (Lorena) Curtas NUDIS Entre Pessoas (Gilbert) Oficina: Século XXI Ballet Contemporâneo Mais Mulheres no Poder: Educação Igualitária de Meninos e Meninas Projeto: Criança faz Arte Mailing 3D: Sellos Entertainment Comunidade Renovar Macadélico, Femme e Crônicas Cotidianas Tecendo saberes: Ponto de Cultura e Artesanato da União Operária Cine Urbano: diálogos da cidade Emergências: Ministério da Cultura Dança Zero Arte experimental da Galeria Monhangara As veredas e Guimarães Rosa (Univale)