Livro Personagens e Lendas do Nosso Brasil

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Personagens Folclรณricos e Lendas do Nosso Brasil



Projeto desenvolvido pelos alunos do 5º ano do Colégio Objetivo Itapetininga, em 2017, sob orientação da Professora Giovana B. Schubert.



Apresentação No tempo “tecnológico” em que vivemos, estamos cada vez mais envolvidos com as “novidades” que chegam a cada instante e acabamos nos esquecendo de das origens e tradições dos nossos antepassados. A cada dia, perde-se o hábito da leitura, da contação de casos e em muitos casos, até das conversas e histórias passadas de “boca em boca”. Pensando na importância de nossas lendas e crendices, achamos importante trabalhá-las com nossos alunos, a fim de que possamos desenvolver o prazer pela leitura e o amor pela cultura brasileira especialmente de mantê-la sendo transmitida de geração em geração. Assim possibilitamos às crianças entender, resgatar e demonstrar a cultura e a história do nosso país, principalmente no que diz respeito ao folclore brasileiro. Desta forma, após minuciosa pesquisa das presentes lendas, os alunos desenvolveram suas próprias versões de cada uma delas, exercitando sua criatividade e imaginação, sensibilizando sua criatividade através das artes, e utilizando a linguagem oral e escrita para explorar e demonstrar as riquezas dos textos folclóricos. Boa leitura! Profª Giovana B. Schubert



A GRALHA AZUL Adriano Henrique de Oliveira Elias

A lenda da gralha azul é típica da região sul do Brasil, principalmente no estado do Paraná. Diz a lenda que, há muito tempo, a gralha azul era parda, semelhante às outras de sua espécie. Mas certo dia a gralha pediu a Deus uma missão que mudaria sua vida. Deus deu lhe um pinhão, que ela abriu e comeu a parte fina, já a gordinha ela enterrou para depois. Os dias se passaram e a gralha não se lembrava onde tinha enterrado o pinhão, mas ,com o tempo, no local em que ela enterrou o pinhão nasceu uma pequena araucária. Quando a araucária começou a dar frutos, ela continuou a fazer o mesmo processo até lotar as matas do estado do Paraná de araucárias. Ao ver o trabalho da gralha, Deus pintou suas penas de azul e a gralha passou a ser chamada de gralha azul.


A LENDA DO GUARANÁ Alice Caselli Martins

Esta lenda foi contada há muito tempo atrás e ela é de origem amazônica, fala sobre um casal de índios Mawés que desejava muito ter um filho. Certo dia resolveram pedir um filho para Tupã (uma das principais divindadea da mitologia tupiguarani, Tupã ouviu o pedido daquele casal e resolveu dar-lhes um menino.


Ao crescer, o filho do casal tornou-se um belo jovem. Com inveja da bondade e beleza do jovem índio, Jurupari (divindade do mal e das trevas) resolveu eliminar o jovem índio transformou-se numa cobra venenosa, picando o jovem índio e levando-o a morte. Tupã, triste, perto da aldeia.

enviou fortes relâmpago para

Triste e chorando, a mãe do índio morto acreditou que eram sinais para que ela retirasse os olhos do garoto, que plantou perto da aldeia. Dias depois, dos olhos do garoto nasceram lindos frutos cujas sementes pareciam com os olhos do lindo índio morto. E foi assim que surgiu o guaraná, fruto de rara beleza e que trás vitalidade e força para quem consome.


LENDA DO AÇAÍ Ana Alice Sylos Assis Fortes

Há muito tempo, quando ainda não existia Belém do Pará, naquela região vivia uma tribo indígena. Na tribo eles estavam sem comida: não tinha o que comer, por isso um dia o Cacique tomou uma


decisão muito cruel- as crianças que nascessem iam ser sacrificadas para não passar fome. Cacique tinha uma filha e o nome dela era Iaça, que havia acabado de ter uma filha, só que seu pai (Cacique) sacrificou sua própria neta. Iaça chorava toda noite com saudade da sua filha, até que em uma noite de lua cheia, Iaça ouviu um choro de criança que parecia com o choro de sua filha. Ela saiu de sua oca, foi procurar pela mata e chegou perto de uma lindíssima palmeira. Quando Iaça chegou perto da palmeira, viu sua linda filha esperando por ela, com um lindo sorriso e com os braços abertos. Iaça correu dar um abraço na sua filha , mas ela desapareceu, Iaça começou chorar e de tanta tristeza, morreu. No dia seguinte ninguém encontrava Iaça, então o Cacique foi procurar na mata. E a encontrou caída no chão com os olhos abertos olhando para a frutinha da palmeira. Então o Cacique decidiu que todas as tribos apanhassem a frutinha: ela serviria de alimento para a tribo. Por isso não ia mais sacrificar as crianças. Cacique colocou na fruta o nome de açaí , que era ao contrário de Iaça.


A LENDA DO DIA E DA NOITE André Luiz De Figueiredo Franco Rodrigues

A lenda do dia e da noite é uma lenda brasileira contada pelos índios Karajás. No começo do mundo só havia o sol e o dia; a noite estava aprisionada no fundo do rio com Boiúna, a Grande Serpente.


Enquanto isso, a filha de Boiúna, Tuilá, se casava com Aruanã, um rapaz de um vilarejo. Certo dia, Aruanã disse a Tuilá que não conseguira dormir: - É porque ainda não é noite... Com pena do marido, Tuilá saiu em busca da noite por um caminho que só ela e a mãe dela conheciam. Ela sabia que precisava invocar a Grande Serpente, que era sua mãe, com um chocalho mágico. Ela encontrou o chocalho e levou-o para o marido. Ele recebeu o chocalho e partiu em busca de Boiúna. A fim de ajudar Aruanã, Tuilá disse que a mãe morava embaixo da primeira arara vermelha que ele encontrasse no céu. Quando encontrou Boiúna e ela disse que sabia o que o ele procurava, entregou ao índio um caroço de tucumã, dizendo que a noite estava ali dentro, mas que ele só poderia abrir o caroço na presença de sua filha. Enquanto ele estava caminhando, ouviu o barulho dos animais que cantavam à noite e quase abriu o caroço, mas foi alertado por um pássaro sobre o aviso de Boiúna e resistiu à tentação. Depois de algum tempo, Aruanã ouviu o mesmo barulho, quase abriu o caroço novamente quando foi alertado novamente: agora por um peixe. Mesmo assim, o índio não resistiu e abriu o caroço. A noite escapou e tudo ficou escuro: de agora em diante só haveria trevas. Com vergonha de ver a esposa, o índio decidiu ir embora para sempre. Tuilá, com pena do marido, foi até a beira de um rio, fez um boneco de lama e disse: - Tu serás Cajubi, o pássaro que anunciará a separação eterna da noite e do dia. Assim, a partir deste dia, fez-se o dia e a noite, que é sempre anunciada pelo canto deste pássaro.



A IARA André Osowiec Siqueira da Silva

A Iara é uma figura do folclore brasileiro. Apresenta-se como uma linda sereia, com corpo de mulher da cintura para cima e de peixe da cintura para baixo, longos cabelos negros, pele morena e lindos olhos castanhos. Ela também é conhecida como Mãe d’Água e costuma aparecer nas margens dos rios. Canta para atrair os homens, que ficam encantados com sua voz, acabam seguindo-a até o fundo do rio e desaparecem para sempre.


A MADRE DA SANTA CASA André Rodrigues Alves Filho

Essa lenda é conhecida na região de Itapetininga e no interior de São Paulo. Em meados de 1960 uma mulher estava internada esperando o parto de seu filho. Madres e enfermos a acompanhavam durante o dia e de noite o seu marido


dormia com ela - era amoroso com ela, e, cuidadoso, sempre trancava a porta. Numa noite, enquanto seu esposo dormia, a mulher escutou três batidas na porta e ela se abriu, quando a mulher viu uma madre que se aproximou e disse: -Tudo bem com você? E a mulher respondeu: - Tudo e a senhora? A madre respondeu: - Também. Seu filho nascerá com muita saúde. A madre saiu e o bebê nasceu forte e saudável. No dia que a mulher teve alta da santa casa, ela falou com as madres: -Vocês têm uma madre com um tom de pele muito claro? Eu gostaria de agradecer a visita na noite em que o bebê nasceu. Uma das madres respondeu: - Não. Nenhuma madre tem essas características Ela perguntou para uma enfermeira: -

Alguém que tem uma chave mestre, uma madre? E a enfermeira respondeu:

- Não. Mas todo mundo fala de um espírito de uma madre circulando aqui À noite. Falaram que ela morreu e continua cuidando das pessoas.


A PROCISSÃO DAS ALMAS André Yuji Oi

Esta lenda acontece no interior, e conta sobre uma velhinha que vivia sozinha em sua casa. Por não ter nada para fazer, nem com quem conversar – pois sempre duvidava de tudo o que as pessoas lhe contavam, passava a maior parte de seu tempo olhando a rua em sua janela, uma coisa muito comum no interior. Numa tarde, quando estava quase anoitecendo, a velhinha viu passar uma procissão: todos passavam


vestidos com roupas brancas e largas (como fantasmas) com velas acesas na mão, e a idosa não conseguia identificar ninguém. Estranhou, pois sabia que não haveria procissão naquele dia, pois ela sempre ia à igreja. E mesmo assim, quando havia alguma procissão era comum a igreja tocar os sinos no início, mas nada disso foi feito. A procissão foi até janela da casa da velha e uma pessoa lhe entregou uma vela acesa, e disse: -Guarda esta vela que no outro dia eu volto para pegar. - Com procissão chagando ao fim, a velha resolveu dormir, apagou e guardou a vela. No outro dia, quando acordou, foi ver onde tinha guardado a vela e quando viu, percebeu que no lugar da vela que tinha um osso de um adulto e de uma criança. Não sabendo o que fazer, a velha resolveu conversar com o padre da localidade, que a aconselhou ao seguinte: quando a procissão voltasse, ela deveria estar carregando duas crianças que ainda estivessem sendo amamentadas e entregá-las para os mortos devolver o osso com elas no colo. Dito e feito, a mulher logo resolveu arranjar as crianças (nem que ela tivesse que fazer duas) e, de noite, a procissão retornou só por causa de um de seus membros que tinha deixado o seu osso na terra (isso sim que são amigos). Aproximando-se da mulher, o defunto somente estendeu-lhe a mão, recolheu o seu osso e lhe disse que ela só não iria com ele por causa das crianças puras de coração que estavam em seu colo. Aliviada, a mulher nunca mais duvidou das crendices de sua tribo vila e viveu feliz para sempre.



LOBISOMEM Camila Ami Fuzikawa

Quando uma mãe tem sete meninas e um menino, esse menino será um lobisomem. Após nascer, é pálido, tem grandes orelhas e é magro. As formas de lobisomem só aparecem de terça ou sexta-feira e depois do décimo terceiro aniversário do garoto. Na primeira noite o lobisomem sai de fininho e começa a uivar, semelhante a um lobo. Depois da primeira transformação, ele sai visitar sete vilas, sete encruzilhadas, sete pátios de igreja e sete partes da região. Quando amanhece, ele volta a se homem de novo.



O VAQUEIRO MISTERIOSO Camila Barboza Rodrigues

Esta lenda é conhecida por todo interior do Brasil, principalmente nas regiões de gado. O vaqueiro misterioso sempre aparece nas famosas “festas de peão”. Ele é um vaqueiro velho, mal vestido, com uma égua branca fraca e velha. Mas quando ele entra na festa é como um passe de mágica: ele arrasa no campeonato de montaria e derrubada de boi - vence todas. Quando alguma donzela oferece alguma festa, ele recusa e só recebe as suas oferendas. Se perguntarem seu nome, ele não fala e some misteriosamente.



MÃO DE CABELO Catarina Altieri Brezzan Ele nasceu no estado de Minas Gerais e vive em São Paulo. Mais conhecido como “Fantasma”, assombra os Estados de Minas Gerais e São Paulo, especialmente as crianças que urinam na cama. Tem forma humana, usa um lençol branco como roupa. Suas mãos são feixes de cabelos compridos e passa nas casas à noite, enquanto as crianças dormem, acordando-as às vezes para ameaçá-las. Fique atento: se você fizer xixi na cama, o Mão de Cabelo te pega!



A PORCA DOS SETE LEITÕES Eloá de Barros Takada Em 1890, um ano depois que os escravos foram libertados, a Baronesa, que era também feiticeira, resolveu contratar imigrantes italianos para trabalharem em sua fazenda. Entre estes imigrantes tinha uma moça chamada Maristela. Uma noite, numa festa de um sítio, chegou um homem que ninguém conhecia. Vestia um terno e um chapéu branco. No meio da festa este homem esquisito desapareceu com a Maristela. Depois de muito tempo ela apareceu grávida. Por causa disso, Maristela foi expulsa de sua família, mas pediu abrigo para a Baronesa troca de serviços. A dona daquela fazenda aceitou a proposta . Um dia a Baronesa sentiu falta de um anel e culpou a Maristela, lançando sobre ela um feitiço que a transformou em uma porca e seu bebê em sete filhotes, sete porquinhos. Até hoje eles ficam andando com o focinho no chão para encontrar o anel da Baronesa para o feitiço se desfazer.



O CAIPORA Felipe Matarazzo Rechinelli O Caipora é uma lenda do folclore brasileiro. Montado em um porco selvagem, o Caipora anda nu pela floresta, e domina todos os animais. Sua missão é proteger os animais das florestas. De acordo com a lenda, ele ataca os caçadores que não cumprem os acordos de caça feitos com ele. É o terror dos caçadores que caçam além das necessidades.



COBRA NORATO Felipe Queiroz Leitão

Esta lenda é nativa da Amazônia. Conta a lenda que numa tribo indígena da Amazônia, uma mulher grávida de uma boiuna (Cobra-grande, sucuri) deu à luz duas crianças gêmeas que eram cobras: a menina se chamava Maria Caninana e o menino Norato ou Honorato. Já que eram cobras, não podiam morar com a mãe, então o Pajé os jogou no leito do Rio Tocantins. A irmã do Norato fazia muitas travessuras: afogava banhistas, naufragava barcos. Maria Caninana ela era um verdadeiro demônio porque ela era muito má. Um dia Norato matou sua irmã, o Norato gostava muito de dançar, virava humano e ia dançar e a cobra ficava nadando no rio. Um dia ele queria morar com sua mãe, para isso ele deveria pedir para pessoas jogarem leite na cabeça da cobra e nenhuma das mulheres conseguiu. Então ele mesmo fez isso foi morar com sua mãe.



MAPINGUARI Gabriel Bonotto de Souza

Os caboclos contam que dentro de uma floresta vive o Mapiguari, um gigante peludo com um olho na testa e a boca no umbigo. Para uns ,ele era realmente coberto de pelos, porém usa uma armadura feita do casco da tartaruga. Para outros, a sua pele é igual ao couro de jacaré. Há quem diga que seus pés têm um formato de pilão. Mapinguari imita um grito dado pelos caçadores. Se alguém responde, ele logo ele vai ao encontro desavisado, que acaba perdendo a vida. A criatura é feroz e não teme nem caçador, porque é capaz de dilatar o aço quando sopra na espingarda. Quando anda pela mata, vai gritando, quebrando galhos e derrubando árvores, deixando um rastro de destruição. Outros contam que ele só foge quando vê um bicho-preguiça. O que ninguém explica é por que ele tem medo justamente do seu parente, já que é considerado um bicho-preguiça da pré-história.



A LENDA DA MÂE DE OURO Gabriel Rolim de Almeida Kihara

A Mãe de Ouro é uma personagem do folclore brasileiro, muito conhecida no interior das regiões sudeste e nordeste do Brasil. Ela possui a aparência de uma mulher linda, loira, com cabelos compridos e dourados que refletem a luz do sol. Aparece sempre trajada de um vestido de seda branco. Em algumas regiões, a Mãe de Ouro é representada como uma bola de fogo que se transforma nesta linda mulher. De acordo com a lenda, Mãe de Ouro tem a capacidade de voar indicando locais onde tem ouro que o homem não pode explorar. Ela é uma protetora desses depósitos de ouro. Há versões em que a Mãe de Ouro é uma protetora das mulheres, contra os maridos que maltratam as esposas, ela os atrai para uma caverna e os aprisiona, libertando as esposas e colocando maridos bons no caminho. Quando ela está na forma de bola de fogo ela indica onde tem ouro no lugar em que ela cai.


ONÇA MANETA Giovana Santos Freitas

A lenda da Onça Maneta é muito forte nas regiões Sudeste, Norte, Centro-Oeste. Trata-se de uma onça que perdeu uma das patas dianteiras, possivelmente em uma luta contra caçadores. Desde esta luta, a onça passou a possuir uma grande força misturada com uma raiva enorme. Ela costuma ficar escondida nas matas e dificilmente consegue-se vê-la. Ela ataca e


raramente alguém consegue escapar dela, não escolhe sua vítima , ataca quem ela vê, pode ser um bicho, uma boiada, um homem, um grupo de caçadores nada faz ela ficar com medo. Uma das histórias da Onça Maneta é : Na redondeza, corria um boato de que havia uma Onça Maneta devorando tudo. Por causa disso, as pessoas estavam com medo de sair qualquer horário de suas casas. Há poucos minutos chegava notícia de mais um porquinho devorado pela Onça Maneta. Nitolino reunido com as pessoas , foi procurar seu pai para saber direito sobre essa onça: - Pai, uma tal de Onça Maneta está atacando as redondezas! - É mesmo, Nitolino? - É pai, todos estão com medo. Os vizinhos e todas as pessoas estão com medo dessa Onça Maneta.


A CANOA ENCANTADA Gustavo Yukiyo Melo Chaves Oi

Esta lenda foi contada por um velho índio Kamaiura. Foi de dentro do corpo escuro, quando as chamas da fogueira se apagaram, que a voz de um velho índio Kamaiura se levantou dizendo assim: - Eu vou contar. Eu vou contar. “No meio do mato, no meio da noite da noite escura, um pescador adormeceu dentro de sua canoa, junto ao pé de


jatobá que crescera belo e forte perto da lagoa. No meio de seu sono, ele sonhou que cortava casca de jatobá para fazer uma canoa. Ao terminar de fazer a canoa, sua mulhe que estava grávida, deu à luz. Com o recém nascido ali, ele não pode arrastar a canoa para dentro da água. Ele ficou ali, no meio do mato, ao lado do pé de jatobá. Alguns dias depois, o pescador já podia trabalhar e voltou ao lugar onde tinha deixado a canoa. Para sua surpresa ela não estava mais lá. Entristecido, ele sentou-se junto ao pé de jatobá e ficou pensando nos peixes, nos bichos, nas plantas. De repente ouviu um barulho no meio do mato. Ele levou um susto pensou: - Minha canoa virou um bicho e já pode andar sozinha. Ele se encheu de coragem e, um pouco desconfiado, entrou na canoa e disse: - Você me leva para lagoa? - A canoa começou a se arrastar e entrou na água. Os peixes começaram, pular para dentro. Em seguida, outros peixes pularam para seu interior e a canoa deu esta pescaria para seu dono. O pescador deixou a canoa junto ao pé de jatobá e levou a pescaria para casa. Sua mulher, seus filhos, seus amigos ficaram maravilhados; fizeram muitas perguntas, mas ele manteve em segredo. Dias depois, ele voltou para pescar mas não achou a canoa junto ao pé de jatobá : ela estava viajando. Ele ficou impaciente, mas resolveu aguardar. Algum tempo depois ela chegou, ele entrou, e foram os dois para o lago. Os peixes novamente pularam dentro da canoa. O pescador quis pegar todos para ele, mas a canoa ficou muito zangada; os primeiros peixes deveriam sempre ser para ela, o pescador fora muito apressado e ganancioso. Neste momento, uma folha com formato de peixe caiu sobre o rosto do pescador, ele despertou assustado e saiu correndo por este mundo afora, procurando até hoje a canoa que estava encantada.”



O ARRANCA – LÍNGUAS Helena Alvarenga Figueira A lenda do Arranca – Línguas é contada no estado do Goiás na região do Rio Araguaia. Pelo que as pessoas falam, ele é um Gorila cinco vezes maior que o comum: mede 2,5 metros de altura. Como seu nome fala, ele sai à noite e com seus urros ataca as vítimas, que podem ser animais como gado, cabras, cavalos e até mesmo gente. e arranca suas línguas. Ele fica escondido em troncos caídos, árvores frondosas e às encostas do rio Araguaia. Também existe, no Mato Grosso, o come línguas, que era um menino que mentia muito para sua mãe, e ela, antes de morrer rogou-lhe uma praga, que quando morresse teria sua língua arrancada. Essa história fez um fazendeiro acreditar ter visto um gado morto, e notar um garoto correndo no meio das árvores, com uma língua ensanguentada na mão.



Comadre Fulozinha Isadora Mandrigo Volta Comadre Fulozinha em alguns lugares do Brasil é chamada de Mãe da Mata. Ela é uma personagem de Pernambuco, da Paraíba, e do Nordeste. Seu nome deveria ser Comadre Florzinha. Em alguns lugares ela é confundida com a Caipora, em alguns lugares acredita-se que elas são a mesma lenda, a mesma personagem. De acordo com a lenda, Comadre Fulozinha é o espirito de uma menina de cabelos longos que cobrem todo o corpo, é rápida e vive na mata defendendo os animais e plantas dos destruidores da natureza. Quem dá mingau e mel para ela pode caçar e sair com vida da floresta.



O CAPELOBO Isadora Prestes Souza Esta lenda é muito comum na região rios Pará e também no Maranhão. O nome Capelobo é a união é a união de um nome indígena, onde cape significa osso quebrado ou aleijado + lobo. O Capelobo é a mistura de anta, com tamanduá e homem, tem os pés em formato de fundo de garrafa. Ele tem forma animal, é muito maior que uma anta normal e é muito rápido. Seus cabelos são longos.


LENDA DA CUCA Jennifer Katharine Campos da Silva

A origem da lenda da Cuca vem de muito tempo atrás. De acordo com pesquisas, a lenda veio de Portugal e da Espanha, trazida na época da colonização.


Quando a lenda da Cuca veio para o Brasil, a Cuca se chamava Coca. Depois cada região do Brasil mudou a lenda para sua versão. Basicamente agora cada região do Brasil tem a sua própria lenda da Cuca. Diferenças entre Cuca e Coca: A Cuca é um jacaré de cabelo loiro que pega crianças desobedientes a noite. Já a Coca era um dragão que foi morto por um santo que aparecia em várias procissões. Foi nas obras do Monteiro Lobato que a Cuca ganhou popularidade. Foi por conta do Sitio do Pica Pau Amarelo (série de TV/livro), que a Cuca ficou conhecida nos quatros cantos do país. A Cuca na tevê era um jacaré loiro que tinha uma voz horripilante e que morava numa caverna. Curiosidades sobre a Cuca: na língua Tupi, a palavra Cuca significa engolir de uma vez só; Na região sul do Brasil a palavra Cuca é também usada como nome de uma torta ou bolo. Músicas da Cuca: Nana neném, que a Cuca vem pegar. Papai foi na roça mamãe foi trabalhar. Bicho papão, saia do telhado, deixe a criança dormir sossegada; Cuidado com a Cuca que a Cuca te pega, te pega daqui, te pega de lá... A Cuca já virou até arte. A pintora Tarsila do Amaral já pintou a Cuca, obra que está exposta atualmente no museu de Grenoble, na França. A Cuca é, sem dúvida, um personagens do folclore brasileiro.

dos

principais



COMO NASCERAM AS ESTRELAS João Paulo Venturelli Cordeiro

Esta lenda era muito contada no Amazonas.

No mês de janeiro, os índios eram muito ativos: caçavam, pescavam, guerreavam, mas nas tabas não faziam nada - só dormiam. As mulheres que faziam a comida para todos. Um dia a tribo estava sem comida e as mulheres foram para a floresta, mas não acharam nada. Uma delas falou: - Vamos trazer uns curumins, curumim dá sorte. E deu mesmo: elas acharam muitas espigas de milho. Os curumins pegaram o milho, fugiram das mães e foram pedir para as avós fazerem bolo de milho. Elas fizeram e acabou em cinco minutos. Eles ficaram com medo de suas mães e subiram em um cipó no topo do céu. Suas mães chegaram e tentaram subir, mas sem conseguir, cortaram o cipó. Quando caíram, elas se transformaram em onças e os curumins viraram gordas e brilhantes estrelas no céu.



PÉ-DE-GARRAFA João Pedro Koeler Pereira

O Pé-de-Garrafa é conhecido em vários estados. Seu corpo é de homem, pode ser de cor negra ou branca, tem um umbigo branco, o corpo é coberto de pelos, possui apenas um único olho, um chifre localizado na testa, mãos com grandes garras, e uma perna que não possui um pé e sim um formato de fundo de garrafa (o que lhe dá o nome). Dizem que ele costuma gritar a alguém para informar o caminho na mata, as pessoas que escutam seu pedido de ajuda, não devem responder, pois ele seguirá a pessoa. Dizem que só se consegue escapar do Pé-de-Garrafa se atingir seu umbigo branco, onde está sua fraqueza. Ele sempre aparece à meia-noite. Segundo o relato dos caçadores, ouve-se apenas o grito que ecoa pelas matas. Solta fortes assobios para comunicar que é dono território, podendo até hipnotizar aquele que se atreve a encará-lo. A vítima que é pega pelo Pé-de-Garrafa ou tem sua alma aprisionada em seu pé , ou é devorada pelo monstro. As únicas formas de fugir do Pé-de-Garrafa é atravessando um ponto de água corrente ou, já repetindo acima, acertando o umbigo do monstro.



PAPA - FIGO João Pedro Lopes Giriboni

O Papa- Figo é conhecido em nossa região como O Homem do saco. Ele rapta e come o fígado de crianças. Dizem que o Papa-Figo tem uma doença. Ele é um terrível demônio. A lenda é um mistério da cidade subterrânea. Esse personagem do mito é muito popular na Europa é relatada no Nordeste. Falam que na cidade de Recife, Pernambuco, existe, em algum lugar no litoral, uma cidade subterrânea, com torres de ouro e uma princesa encantada a quem o Papa-Figo ama. O Papa-Figo, como dissemos, é uma terrível criatura que pega meninos malcriados e desobedientes. Ele entra nas casas, fareja se tem menino que não obedece aos pais ou faz xixi na cama e nhoct! É um tipo bicho papão; anda esfarrapado e sujo, muito feio, pálido e barbudo. Rouba também crianças mentirosas e as leva embora para sempre. O Papa-Figo assusta o interior de país com fome e miséria. Acredita-se que seja o próprio demônio.



O CURUPIRA João Pedro Vieira de Campos

O Curupira veio da floresta Amazônia. É um anão forte e ágil, de cabelos ruivos, e está presente nas lendas do folclore brasileiro. Alguns dizem que o Curupira é o protetor da floresta. Ele tem os pés virados para o lado contrário para despistar as pessoas que querem destruir seu habitat: madeireiros, lenhadores e caçadores. Ah... e travessuras.

o

Curupira

também

vive

fazendo

O padre jesuíta José de Anchieta o descreveu como “demônio que acomete os índios”. Para os índios e os bandeirantes, o curupira era conhecido uma criatura perigosa, demoníaca, maliciosa e muito temida, pois perseguia todos aqueles que desejavam destruir as matas.



MAPINGUARI José Henrique Jensen Leandro

O Mapinguari é um gigante lendário que vem da Amazonas, é metade humano e metade animal. Ele tem a aparência de um bicho preguiça, mas é do tamanho de um humano e tem a pele de couro - como a de um crocodilo. Tem um só olho na testa e a boca no lugar do umbigo. Possui garras afiadas e fede muito. Conta a lenda que ele é a reencarnação de um antigo rei e que quando vai comer uma pessoa come apenas a cabeça. Ao sair pela floresta, vai quebrando galhos e derrubando árvores e só aparece de dia, porque à noite ele dorme. Além disso, só aparece em feriados e em dias santos.



O CORPO-SECO Júlia Andrade de Benedicto

A lenda do Corpo-Seco está por todo o Brasil, principalmente no Amapá, Paraná, Amazonas e Minas Gerais. Existem ainda alguns países de língua portuguesa que cultuam essa lenda. No interior de São Paulo, os habitantes dizem que “o cadáver” se esconde no meio da mata à procura de pessoas desavisadas. Quando a vítima passa ao seu lado, o Corpo-Seco suga todo o seu sangue, transformando o infeliz em um outro Corpo-Seco. Se ninguém passar perto dele por muito tempo, porém, ele morre de fome, e fica igual uma árvore seca: por isso existem tantas árvores secas com aspecto humano. Ele também é conhecido como Unhudo, el é uma espécie de corpo em decomposição. Dizem que ele age às sextas-feiras à meia noite. Quando era uma pessoa normal, batia em sua mãe e vivia brigando. Já em Ituiutaba, Minas Gerais, dizem os habitantes que um cadáver de certa uma mulher não ficava no fundo da cova por mais de algumas horas. A terra expulsava o corpo toda vez que era enterrado. Os bombeiros foram chamados e, na falta de explicações, teriam levado o corpo para uma caverna que ficava em uma serra. As pessoas que andam perto da caverna dizem escutar gritos e lamentos de um a mulher, que seria também o Corpo-Seco. A serra onde fica a caverna é conhecida como “Serra do Corpo-Seco”.



A LENDA DO DIAMANTE Julia Lobo de Melo Jubram

A lenda do diamante é da origem Amazônica e é contada desde há muito muito tempo. Esta lenda é sobre um casal de índios chamados Itagiba que significa “braço forte”, e Potira que significa “flor”. Eles eram muito felizes: Itagiba era muito corajoso e Potira era muito bonita. Um dia Itagiba foi convidado para uma guerra, Potira combinou com ele que no outro dia iria à margem do rio pra esperá-lo, mas quando os outros índios chegaram, Itagiba não estava com eles. Os outros índios falaram em que ele tinha morrido... Potira ficou tão triste que todos os dias ela ia à margem do rio para chorar e pensar em Itagiba. Tupã, com pena, transformou suas lágrimas em diamantes que até hoje se misturam com a areia do rio.


DIABINHO DA GARRAFA Larissa Oliveira Castro

O Diabinho da garrafa também é conhecido como Famaliá, Cramulhão, entre outros nomes.


Inicialmente chamavam de Familiar, mas com o tempo, o nome foi mudando até que ficou conhecido como Famaliá. Essa lenda veio para o Brasil como herança do folclore português. Na Bahia, desde 1951, ouve-se falar dessa lenda, que trata de um pacto que as pessoas fazem com o Diabo: elas pedem riqueza em troca de sua própria alma. Depois de feito o pacto, a pessoa tem que conseguir um ovo, do qual nascerá um diabinho de 15 a 20 centímetros - mas não se trata de um simples ovo de galinha, mas sim um ovo especial, feito pelo próprio Diabo. Em algumas regiões do Brasil acredita-se que o Diabinho nasce de um ovo de galo, mas que tem o tamanho de um ovo de codorna. Para conseguir o tal ovo, a pessoa deve procurá-lo durante o período de quaresma, e na primeira sexta-feira, após conseguir o ovo, deve ir até uma encruzilhada, à meia-noite, com o ovo debaixo do braço esquerdo, depois disso, retorna para casa e deita-se na cama. No fim de 40 dias, aproximadamente, o ovo é chocado e nascerá um Diabinho. A pessoa o coloca dentro da garrafa e fecha bem fechado. Com o passar dos anos a pessoa começa a enriquecer, e no fim de sua vida, o Diabinho a leva para o inferno.


O UIRAPURU Laura Romio

A lenda do Uirapuru é da região norte, mais se especifica no Amazonas. De acordo com a lenda, o Uirapuru era um jovem índio, chamado Quaraça, pertencente à tribo indígena do Amazonas.


Quaraça adorava andar pela mata tocando sua flauta de bambu, e gostava da índia Anahí, que era casada com cacique da tribo. Sofrendo com este amor, Quaraça entrou na floresta para encontrar o deus Tupã, que, vendo o sofrimento do jovem, o transformou em um lindo pássaro pequeno:vermelho, amarelo e com asas pretas. Quaraça que então recebeu o nome de Uirapuru, voou pela floresta. E toda vez que ele encontrava Anahí pousava e cantava para ela, e ela se encantou com o seu canto. Como o cacique também se encantou pelo canto do pássaro, resolveu capturá-lo. Saiu em busca pela floresta e nunca mais voltou. Sozinha, Anahí, só ouvia seu pássaro favorito cantar, restava à índia amada descobrir quem era ele para que se desfizesse o encanto, mas isso nunca aconteceu... Entre algumas tribos indígenas da Amazonas, acredita-se que o Uirapuru é um pássaro magico que traz muita sorte. Durante o seu lindo canto, pode-se fazer um pedido.



A MULA SEM CABEÇA Léo Cordeiro Tamura Ferrazzi

A Mula sem Cabeça é uma lenda que provavelmente foi criada pelos povos da Península Ibérica e foi trazida para o Brasil pelos Portugueses e Espanhóis. A Mula sem Cabeça, também conhecida como Burrinha, foi amaldiçoada e seu processo de encantamento é idêntico ao do lobisomem e para quebrar o feitiço basta que ela veja sangue. Segundo a lenda, qualquer mulher que namorasse um padre seria transformada em um monstro; desse jeito as mulheres deveriam ver os padres como “santos” e não como homens. A Mula sem Cabeça possui ferraduras de aço ou prata e relincha tão alto que se escuta a muitos metros de distância.



O CAIRARA Leonardo Alves Vallerini Coelho

Diz a lenda da tribo dos Bororós, que havia um pajé muito inteligente, mas sempre era caçoado por ser gordo: seu apelido era Cairara. Um dia, ele achou uma erva que era normalmente consumida pelos macacos, mas mesmo assim ele quis fazer um chá com essa erva pra ver se emagrecia. Assim que Cairara começou a beber, começou a perceber alguma coisa estranha. Cairara ficou esbelto e com os cabelos alongados e finos, suas pernas encolheram. Parou de beber o chá, mas a transformação continuou e nasceu até um rabo em suas nádegas. Ele havia se transformado em uma espécie de macaco esbelto, inteligente e bastante engenhoso. Até hoje o macaco Cairara vive nas selvas da Amazônia. Coitado do Cairara... era melhor ter ficado gordo!



BOITATÁ Leonardo Amaral

A lenda vem de um mito indígena, simbolizado por uma cobra de fogo ou de luz com dois grandes olhos, ou por um touro que lança fogo. Boitatá é um termo tupi-guarani, usado para designar em todo Brasil o fenômeno do fogo-fátuo e deste derivando algumas entidades místicas, um dos primeiros registrados no país! Boitatá: O termo seria a junção das palavras tupis boi e tatá significa, assim, cobra de fogo, fogo da cobra, em forma de cobra ou coisa de fogo. O boitatá é uma gigantesca cobra-de-fogo que protege os campos contra aqueles que incendeiam. Vive nas águas e pode se transformar também numa tora em brasa, queimando aqueles que põem fogo nas matas e florestas. Ele também é conhecido como Boitatá, Baitatá, Biatatá, Bitatá, “Batata”, Batatão, mas o termo mais difundido é Boitatá!



A CABEÇA DE CUIA Lucas Brisola de Queiroz Ginez

A lenda se originou na região nordeste no estado de Piauí A história começa com um garoto chamado Crispim. Um dia, ele e a mãe foram almoçar como todos os dias, só que Crispim se irritou porque sempre tinha uma sopa rala com ossos. Ficou tão bravo que jogou um osso na cabeça da mãe dele e a matou. Antes de morrer, ela lhe fez uma maldição : ele ficaria com uma cabeça de cuia, passaria a morar no rio e a maldição só se acabaria se ele se relacionasse sexualmente com as sete Marias do rio. Nenhuma mulher tem coragem de ir lavar roupa no rio sozinha, pois têm muito medo de serem atacadas pelo Cabeça de Cuia. Muitos dizem que por fora ele é um homem forte e careca. Ele tem a cabeça grande para carregar a morte da mãe.


O Mito do Barba Ruiva Lucas Daniel Pizi Esquetine

Esta é uma lenda sobre a Lagoa de Paranaguá, no Piauí. Dizem que ela era pequena, quase uma fonte, e cresceu por encanto. Foi assim que tudo aconteceu... Vivia uma viúva com três filhas. Um dia, a mais moça das filhas dela adoeceu, ficando triste e pensativa. Estava esperando um menino e o namorado morrera sem ter tempo de casar com ela.


Com vergonha, a moça foi pro mato e colocou o filhinho num tacho de cobre. Em seguida, afundou-o dentro da pequena fonte de água. O tacho desceu e subiu logo, trazido por uma Mãed'agua, que com raiva, amaldiçoou a moça que chorava na beira da lagoa. As águas foram subindo e correndo, numa enchente sem fim, dia e noite, alagando tudo, cumprindo uma ordem misteriosa. A lagoa ficou encantada, cheia de luzes e de vozes. Ninguém podia morar na beira porque, a noite inteira, subia do fundo d’água um choro de criança. O choro parou, e vez por outra, aparecia um homem moço, muito claro, com barbas ruivas ao meio dia e com a barba branca ao anoitecer. O menino cresceu e transformou-se em Barba Ruiva, homem encantado que vive na lagoa de Paranaguá, ao sul do Piauí. É alvo, de estatura regular, cabelos avermelhados. Quando sai da água, mostra as barbas, as unhas e os peitos cobertos de lodo e limo. Muita gente o viu e tem visto. Foge dos homens e procura as mulheres que vão bater roupa. Agarra-as só para abraçar e beijar. Depois, corre e pula na lagoa, desaparecendo. Nenhuma mulher bate roupa ou toma banho sozinha, com medo do Barba Ruiva. Se um Homem o encontra, fica desorientado. Mas o Barba Ruiva é inofensivo, pois não consta que fizesse mal a alguém. Se uma mulher atirar na cabeça dele água benta e um rosário sacramentado, ele será desencantado. Barba Ruiva é pagão, e deixa de ser encantado sendo cristão. Como ainda não nasceu essa mulher valente para desencantar o Barba Ruiva, ele cumpre sua sina nas águas da lagoa.



O BOTO COR DE ROSA Luíza Hungria Andrade

A lenda do tem sua origem na Amazônia (Norte do Brasil). Ainda hoje é muito popular na região e faz parte do folclore amazônico e brasileiro. De acordo com a lenda, um boto cor-de-rosa sai dos rios amazônicos nas noites de festa junina, Com um poder especial, consegue se transformar num lindo, alto e forte jovem vestido com roupa social branca. Ele usa um chapéu branco para encobrir o rosto e disfarçar o nariz grande. Vai às festas e bailes noturnos em busca de jovens mulheres bonitas. Com seu jeito galanteador e falante, o boto se aproxima das jovens desacompanhadas. Logo após, consegue convencer as mulheres a um passeio no fundo do rio. Lá as engravida e depois abandona. Na manhã seguinte, volta a se transformar no Boto Cor-de-Rosa. O Boto Cor-de-Rosa é considerado amigo dos pescadores da região amazônica. Ele ajuda os pescadores durante a pesca, além de conduzir em segurança as canoas durante tempestades. O Boto também ajuda a salvar pessoas que estão se afogando, tirando-as do rio.



O BICHO PAPÃO Maria Eduarda Amaral Maciel

Ele está presente na imaginação das crianças brasileiras. Desde pequenas, ouvem falar que ele é um monstro que aterroriza as crianças malcriadas e mal educadas. Ele aparece no quarto delas e fica escondido no armário, atrás da porta ou debaixo da cama. Muitos dizem que antes de ataca-las, ele ataca a geladeira. Dizem que ele ganhou esse nome porque ele come as crianças e daí vem o verbo “papar”. Em algumas versões, ele fica em cima do telhado vigiando o comportamento das crianças. muitos dizem que ele pode ser confundido com a cuca, outra personagem folclórica - ela rapta crianças malcriadas e o bicho papão aparece para aparece apenas para assustar AS crianças têm que obedecer aos pais, não falar palavrão, tirar notas boas e fazer lição de casa, se não ele vai aparecer!



A LENDA DA MANDIOCA Maria Eduarda Merighi Godoi

Essa lenda é contada por toda a tribo de índios no Brasil. De acordo com ela, uma índia tupi deu à luz uma menininha linda e branquinha que se chamava Mani. Vivia feliz e brincando pela tribo, e era muito amada por toda a tribo. Por onde ela passava, transmitia muita felicidade . Certo dia Mani ficou muito doente, e toda a tribo ficou muito triste, até o pajé encomendou várias receitas de remédios e várias rezas, mas nada adiantou . Depois de alguns meses Mani morreu, e como era a tradição, tinham que enterrá-la na oca e regar com água. Sua mãe regava o lugar com as próprias lágrimas e, depois de um tempo, notou que no local onde Mani foi enterrada nasceu uma planta que foi usada para matar a fome da aldeia e, mais uma vez, trouxe uma imensa felicidade a todos. Em homenagem a Mani, deram à planta o nome de MANDIOCA que é o conjunto de Mani (o nome da filha) e oca (local onde a criança foi enterrada).



A PISADEIRA Matheus Durante Lopes

A Pisadeira é uma lenda muito popular nos estados de Minas Gerais e São Paulo, é uma lenda do Folclore brasileiro. De acordo com essa lenda, ela é uma mulher de aparência horrível. É gigante e muito magra, tem unhas grandes em dedos maiores ainda, sem contar que seus dedos são secos e nojentos. Ela possui olhos vermelhos, tem nariz comprido para baixo e queixo grande. A Pisadeira tem cabelos brancos e desgrenhados. Seu olhar transmite algo de maligno, e quando ela dá gargalhadas, é possível ver seus dentes sujos e verdes. Geralmente a Pisadeira fica no telhado das casas. Ela fica observando os movimentos dentro das casas. Após o jantar ,ela fica vendo se alguém vai dormir de barriga muito cheia e, quando vai, ela entra em ação. Sai do seu esconderijo, entra na casa e pisa no peito da pessoa gulosa, deixando-a em estado de paralisia.


O JOÃO DE BARRO Murilo Alexandre de Campos

Em uma tribo do sul do Brasil, dizem os índios que o índio Jaebé e uma índia estavam apaixonados. Logo Jaebé pediu a mão da índia em casamento e, sabendo disso, o pai da índia não deixou:


- Que provas pode dar de sua força para pretender a mão da mais bela moça da tribo?!! E o jovem respondeu: - A prova é o meu amor! O pai da moça gostou da resposta, mas achou o jovem muito atrevido, então disse: - O último pretendente da minha filha falou que ia ficar cinco dias em jejum, mas morreu no quarto dia! O jovem respondeu: - Pois eu digo que vou ficar que vou ficar nove dias em jejum e não morrerei! Toda tribo ficou admirada com a coragem do jovem, mas o pai da moça não gostou e então disse: - Então que se dê início à prova! Enrolaram Jaebé num pesado couro de anta e foi vigiado dia e noite para que ninguém pudesse alimentá-lo. Foram passando os dias, numa tarde o pai da moça falou: - Vamos ver o que sobrou do atrevido Jaebé! Ao abrirem o couro da anta, Jaebé saltou ligeiro, seus olhos tinham uma luz mágica e, ao ver sua amada, começou a cantar e a se transformar em uma pequena ave e sua amada também e assim os dois voaram para a selva e ninguém nunca os viu. Dizem que viraram um casal de João de Barro, que são unidos para toda vida e eternidade!



VITÓRIA RÉGIA Murilo Beck Rossetto

Há muito tempo, na Amazônia, numa aldeia indígena, tinha uma índia que se apaixonou por uma lua. Um índio chamado Pajé contava que as moças mais bonitas se transformavam em estrelas quando se apaixonavam pela lua. A primeira Vitória Régia nasceu quando uma bonita índia se transformou em estrela, passou a seguir a lua enquanto todos dormiam. Certa noite, a índia, na beira do rio estava olhando para o céu. Ao observar a água, ela viu um reflexo branco na água acreditou que era a lua. No dia seguinte, os índios procuraram pela índia, mas nada dela, ela nunca foi encontrada. A índia foi transformada em estrela diferente, e assim nasceu a Estrela das Águas, a Vitória Régia.



QUIBUNGO Nicolas Casanova Coelho

O Quibungo é umas das mais assustadoras lendas do Brasil. Sua origem é da África e veio para o Brasil trazida pelos escravos. Depois de ter vindo para o Brasil, começou na Bahia. O Quibungo é um monstro velho, feio, sujo, faminto feiticeiro e canibal. Tem um olho penetrante acima de seu nariz, anda de quatro patas, contém uma boca enorme em suas costas e vive em florestas. Devora pessoas, geralmente crianças que não respeitam. O Quibungo contém só uma única emoção: a raiva, só sente fome e tem a ansiedade de atacar tudo pela frente. Se você não respeita os outros, nunca acampe com sua família no meio da floresta porque ele devorará vocês um por um, sem deixar rastros. E a única coisa que as pessoas dirão é: o que aconteceu? E quem atacou?



A LENDA DA MÃE D’ÁGUA Pedro Sttefano Soares Hungria

Essa lenda é muito conhecida em várias regiões brasileiras. A Mãe D’água, mais conhecida como Iara, era filha de um pajé de uma tribo indígena, era a mais guerreira e corajosa da tribo. Seus irmãos, com inveja, resolveram matá-la quando dormia, mas ela inverteu a situação e matou seus irmãos com suas habilidades de guerreira. Mãe D´água com medo da atitude de seu pai, fugiu, mas do mesmo jeito ele a encontrou e, como punição, jogou ela para o rio Amazonas. Os peixes, com dó, salvaram a menina que, com a luz refletida da lua, ganhou uma cauda de sereia. Mas não foi só uma cauda: foi olhos azuis e um lindo cabelo castanho. Agora ela encanta homens e pescadores com sua beleza e os puxa para o fundo do rio e os afoga lá. Quando sobrevivem, só um pajé pode curar, pois não é todo dia que quase somos afogados por uma sereia bonita!


NEGRINHO DO PASTOREIO Roberto Theodoro de Oliveira Neto

O Negrinho do Nastoreio é uma lenda meio africana meio cristã. É bastante popular no sul do Brasil No tempo da escravidão, havia um fazendeiro que era maldoso com negros e peões. Num dia muito frio, esse fazendeiro mandou um menino negro, com quatorze anos, pastorear os cavalos que acabara de comprar. No final da tarde, o fazendeiro percebeu que faltava um cavalo baio e ele pegou seu chicote e


bateu tanto no garoto que ele caiu no chão desmaiado. Quando acordou, o fazendeiro mandou-o procurar o cavalo e, nervoso, ele foi. Em pouco tempo ele achou o cavalo pastando e lançou uma corda, mas ela se partiu e o cavalo fugiu. Na volta à fazenda, o fazendeiro, irritado, espancou novamente o garoto e o amarrou num formigueiro. No dia seguinte, ele foi ver o que tinha acontecido com o garoto e se surpreendeu, porque viu o garoto do lado da Santa Maria. O fazendeiro implorou para o menino ficar e o menino nada respondeu, só beijou a mão da Santa e foi embora, montado em seu cavalo baio e com os outros trinta cavalos atrás. Depois disso, várias pessoas da cidade davam a notícia de ter visto um menino negro passando com um cavalo baio e trinta cavalos atrás. Então ele virou uma lenda. Todos que são cristãos e perdem algo, acendem uma vela e falam ”foi por aqui que eu perdi” e pedem ajuda ao Negrinho do Pastoreio, mas ele só ajuda quem acende a vela, porque ele leva para a mesa de sua madrinha, a Virgem Maria. Se ele não achar, ninguém mais acha!



SACI PERERÊ Samuel Kato Prado de Sousa

O Saci Pererê veio dos indígenas do sul do país. Quando ele surgiu, ele era retratado pelos índios como um curumim encapetado de cor morena que possuía uma cauda. Com a influência dos africanos no Brasil, o Saci se tornou um negrinho que perdeu a perna lutando capoeira. O gorro foi incorporado pelos europeus. Sua principal característica é a travessura. Ele é muito moleque, se diverte com bichos e pessoas. Mas por ser travesso, ele causa alguns transtornos como fazer bagunça com seu redemoinho, esconder objetos que não são achados facilmente, queimar o feijão ou colocar os dedais das costureiras em buracos. Como foi citado no parágrafo anterior, ele cria redemoinhos de vento que podem causar problemas, mas se você jogar uma faca na sua direção, ele foge. Mas tem como capturá-lo também: basta você jogar uma peneira sobre o redemoinho, tirar o seu gorro para garantir sua obediência e prendê-lo em uma garrafa. Depois ele pode se tornar seu, e ele fará o que você quiser. Mas esconda seu gorro, senão ele vai fugir e voltará a fazer malandragem.



PAI DO MATO Sophia Bianquini

Essa lenda é bem comum na região CentroOeste, principalmente em Goiás. Se trata de um tipo de homem-animal, com mãos como como de humano só que gigantes, pés como de animais (patas), corpo coberto de pelos, com uma barbicha negra e um nariz azul. Seu dever era proteger os animais de caçadores: se você fosse passear na floresta nem o via; apenas se estivesse com espingarda ou procurando animais para caçar. Ele cuidava e protegia a floresta de tudo que prejudicasse a natureza, porque é sua casa. A primeira vez que ele foi visto foi quando havia um caçador nas matas, ele não machucava ninguém, só espantava, mexendo os arbustos e fazendo outras coisas, andava com um bando de porcos do mato, em cima do maior.


A GRANDRE CACHOEIRA Thais Zavala

Há muito tempo atrás, nas margens do rio Iguaçu, vivia a tribo dos caingangues. Para os índios, o deus era o Mboi, uma serpente gigantesca, metade homem e metade serpente, ele vivia no fundo do rio. Para que o Mboi ficasse feliz, os índios sempre lhe ofereciam as índias mais bonitas da tribo, que iam servir o Mboi pelo resto de suas vidas. A índia mas bonita daquela aldeia era Naipi, diziam que ela era linda, maravilhosa e belíssima.


Mbo) ficou encantado por ela, queria muito que ela fosse sua servente, Naipi estava sendo preparada para ir com a serpente, mas tinha um grande problema: ela tinha um namorado e ele não queria se separar dela, então eles decidiram fugir, pegaram uma canoa e seguiram em direção do rio Paraná. Quando o deus descobriu, saiu nadando tão rápido que subiu lá pra cima e caiu com todas suas forças no rio, fez isso muitas vezes, e assim se formou as cataratas do Iguaçu. Os índios caíram da canoa e desapareceram, o deus transformou Naipi em uma grande rocha e o índio em uma árvore perto da rocha, eles nunca mais vão poder se tocar de novo. Dizem que o Mboi está lá ate hoje, vigiando os índios apaixonados.


RAIMUNDÃO DA PORTEIRA Thales Kihara Varicoda

A história teve origem em Itapetininga-SP no Bairro da Chapada Grande. Isso aconteceu há muitos anos atrás. Uma senhora chamada Aurora morava com seu marido e seus dois filhos próximo ao atual Trevo do Bairro da Chapada Grande. Vindos de Sorocaba para Itapetininga a casa deles está à esquerda da estrada e a do pai de Aurora, à direita.


Um dia, quando o sol se pôs, Aurora resolveu ir com seus dois filhos e sua irmã Anunciata, que estava em sua casa passeando, visitar seus pais, que não moravam tão longe mas também não era tão perto. Na caminhada, as crianças ora andavam, ora eram carregadas por elas. Elas resolveram ir por um atalho, um caminho fora da rota, com o intuito de cortar a distância. No trajeto, elas tiveram que passar por uma cerca de arame farpado, próximo ao local havia uma porteira de uma propriedade rural. Enquanto elas passavam por entre os fios de arame farpado, Anunciata disse para Aurora: - Olha ali que cavaleiro esquisito! Aurora olhou e, espantada, gritou: - É o Raimundão!! Elas correram com as crianças, saíram correndo para a casa dos pais. Chegaram trêmulas e cansadas. Lá descansaram um pouco. Até que o marido de Aurora chegasse para eles voltarem juntos para casa. A família, para voltar, fez o mesmo caminho passando por aquela porteira. Aurora preferiu contar a ele à noite, para poder ter uma conversa mais tranquila. Quando ela começou a contar ele logo interrompeu, dizendo que era tudo mentira, uma invenção da cabeça dela: - Vocês não viram nada! Isso é um medo bobo! E lá de fora dava para ouvir gritos do cachorro que parecia estar levando uma surra e mais uns barulhos de fora da casa. E dizem que até hoje o Raimundão, um cavaleiro de olhos pendurados, assombra o Bairro da Chapada Grande.


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