Folego 32

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FÔLEGO - JORNAL LABORATORIAL DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE DE FORTALEZA // MAIO DE 2014 // ANO 09 Nº 32

Fôlego

PRESSÃO

Veja os títulos conquistados pela seleção brasileira

A Copa chega no Brasil A Copa do Mundo traz boas expectativas econômicas e sociais, mas também gera controvérsias

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Entrevista

“Teremos duas Copas: a da vergonha e a dos estádios”

Lígia Costa e Victor Lima

É quase chegada a hora do apito que anunciará a abertura da Copa do Mundo Fifa 2014. O Brasil, após um intervalo de 64 anos, sediará pela segunda vez o evento, que chega em sua vigésima edição. O mascote da edição do torneio no Brasil foi inspirado no tatu-bola, animal da fauna brasileira que está em risco de extinção. Já a bola oficial, faz referência às fitas do Senhor do Bonfim, padroeiro de Salvador. Reza a lenda que, quando um desejo é realizado, a fita se rompe e o desejo de todas as seleções presentes é conquistar a Copa. Mas o Mundial também traz novidades, dentre elas a primeira participação da Bosnia-Herzegovina (antiga Iugoslava), país que possui 3,7 milhões de habitantes, sendo a maioria deles torcedores da Ucrânia – país com quem faz fronteira. Enquanto isso a Alemanha e o Brasil disputarão sua centésima partida em Copas. Controvérsias Se em 1950 o clima era de total otimismo nacional, dessa vez as opiniões estão divididas. Uma parcela dos brasileiros se opõem à realização do torneio em casa, insatisfeitos com os bilhões de reais investidos nos estádios e com a falta de infraestrutura das cidades-sedes. A influência que o evento teria na economia também gera discussões. De acordo com estudo realizado em 2010, pela consultoria Ernst & Young, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), os investimentos voltados para a realização da Copa serão quintuplicados, chegando a ser injetado na economia brasileira um total de R$ 142,39 bilhões, até 2014. Já os levantamentos feitos pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pela Universidade de Hamburgo, apontam que o impacto na economia seria bem menor. Com visibilidade mundial garantida pelo maior torneio de

Em entrevista ao Fôlego, Paulo César Norões, chefe da editoria de esportes da TV Verdes Mares, conversou sobre as suas expectativas sobre a Copa Camila Mathias e Lígia Costa

FÔLEGO: Como você espera que a população irá receber a Copa? PC NORÕES: Quando a bola começar a rolar, o clima de Copa do mundo tomará conta, ainda que a gente vá conviver com alguns protestos. Uma coisa é a situação política do país, como a corrupção, porém isso não quer dizer que tenham que condenar a Seleção Brasileira. Mas acho que, de uma maneira geral, a população mostrou ano passado que sabe separar bem as coisas: o Brasil do futebol e o que ninguém gosta de ver.

futebol, o Brasil se prepara para atrair e receber turistas, fator que, desde o início, levou o Governo a estipular a geração de milhões de empregos. O site oficial do Governo Federal aponta que cerca de 710 mil empregos permanentes e temporários devem ser gerados no período, em âmbito nacional. Em fevereiro de 2014, só em Fortaleza foram abertas mil vagas. O estudante Thomas Pacheco aguarda resposta de uma promessa de emprego na área de turismo. “Essa é uma oportunidade porque estou precisando de dinheiro e vou poder lidar com turistas”, explica. Leia, nesta edição especial sobre a Copa do Mundo, divisões de opiniões, protestos, Comitê Popular, debates, indicações de filmes, documentário, livro, retrospectiva da seleção brasileira e um artigo, todos acerca do evento.

F: Acredita que o Brasil está preparado para receber esse tipo de evento? PC: Claro que não. Não foi feito nem 10% do que estava proposto. Quanto a estrutura, será muito aquém do que se imaginava. Mas serão feitas adaptações para que as coisas funcionem. F: Qual é o legado que a Copa deixará para o pais? PC: Os estádios são os únicos legados. Estão 100% prontos e já sendo usufruídos pela população. Mesmo que as outras obras sejam terminadas depois, se perdeu a oportunidade de criar um sentimento na população de que aqui é um país sério. A resposta é exatamente essa onda de protestos, essa insatisfação. A parte do futebol não tenho dúvida de que será um sucesso, como foi a Copa das Confederações. Agora o entorno, o lado de fora, vamos passar vergonha com obras inacabadas. Vamos ter duas copas, a da vergonha e a dos estádios. Estes pelo menos vão salvar em parte a nossa imagem.


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