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Ecoturismo na Amazônia
from Nos meandros do Chandless: desenvolvimento sustentável através da pesquisa e ecoturismo na Amazônia
A Amazônia possui a maior biodiversidade per capita do mundo. São mais de 40 mil espécies de plantas, 1500 espécies de aves, 400 espécies de anfíbios e 300 espécies de mamíferos. Aliada a essa vasta diversidade biológica, a região amazônica é lar de riquíssimas culturas milenares, como a dos povos Yawanawá, Sateré-Mawé, Huni Kuin, Ashaninka entre outros, cujos conhecimentos, além de seu valor intrínseco, permitem o desenvolvimento de fármacos e compreensão de processos físico-químicos. (LENAERTS, 2006) Essa riqueza natural e antropológica torna o bioma amazônico um local de extremo interesse turístico que atrai pessoas buscando se aventurar, expandir sua consciência, fotografar culturas, paisagens, fauna e flora ou simplesmente relaxar em meio à natureza. (DRUMM, 1991)
Definido pela primeira vez por CeballosLascuráin como o “ato de viajar para áreas naturais relativamente não perturbadas ou não contaminadas com o objetivo específico de estudar, admirar e apreciar a paisagem e suas plantas e animais selvagens, bem como quaisquer manifestações culturais existentes” (FENNEL, 1999), o ecoturismo se desenvolve como uma atividade econômica que permite não só a melhoria na condição de vida dos envolvidos em sua cadeia produtiva como uma redescoberta da relação do turista com o meio e a preservação de suas relações ecológicas. Essa forma de turismo se opõe ao que ficou conhecido como turismo de massa, o qual se associa a pacotes oferecidos de forma padronizada e massiva, frequentemente por corporações transnacionais e grandes grupos. (MOWFORTH e MUNT, 2004) Dessa forma, o ecoturismo se orienta pela flexibilidade em atividades de pequena escala que garantem ao indivíduo autonomia. Entre seus principais objetivos estão a promoção de uma experiência educativa ao turista, colocando-o como agente ativo na aprendizagem, a contribuição para a preservação da natureza local e a criação de oportunidades econômicas que tornem a preservação das paisagens naturais algo benéfico para as comunidades envolvidas. (DRUMM, 1991)
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Quando realizado de forma sustentável, limitando impactos ambientais através da boa gestão de resíduos sólidos, da geração de energia sustentável, da orientação correta aos turistas e impactos sociais através do envolvimento da comunidade tradicional na cadeia produtiva, o ecoturismo é capaz de transformar a dinâmica socioeconômica de estados e municípios (LEGRAND, SIMONS-KAUFMANN e SLOAN, 2012), ou até países, como é o caso da Costa Rica (KOENS, DIEPERINK e MIRANDA, 2009).
Levando em consideração que o ser humano, enquanto ser que se norteia pela humanização em uma relação dialógica com o mundo, deve buscar a liberdade para criar, construir, admirar e se aventurar (FREIRE, 2005), as atividades propostas pelo ecoturismo aprofundam um processo em que o indivíduo se propõe a compreender um local diferente de seu cotidiano.
Rio Chandless, AC | Elaborado pela autora - Giovanna Ferraz de Arruda