PROJETO SOCIAL
AULAS GRATUITAS DE CARATÊ MUDAM A VIDA DE MORADORES DE NAVEGANTES CONHEÇA MAIS SOBRE O PROJETO VOLUNTÁRIO EDUCANDO PARA O AMANHÃ
QUE
ENSINA
GRATUITAMENTE
CARATÊ
A
DIVERSAS
PESSOAS DE TODA A CIDADE LITORÂNEA. JULHO DE 2020, POR GIOVANNA PEGORARO
FOTOGRAFIAS PUBLICADAS EM 11 DE MARÇO DE 2020 POR UMA INTERNAUTA
Navegantes é uma cidade de 70 mil habitantes que possuí diversos cursos, entretanto, a maioria destes são pagos, cobram tarifas mensais, taxa de matrícula e o material. Contudo, as aulas do projeto de caratê shotokan "Educando Para o Amanhã" são totalmente gratuitas. Fundando em 17 de maio de 2017 pelo aposentado Arilson Pereira, (59), atual professor de caratê do projeto, este já conta com a participação de 80 alunos inscritos nas aulas que são semanalmente realizadas na Igreja Mórmon de Jesus Cristo Santo dos Últimos Dias, em Navegantes, a qual cedeu o espaço para o projeto, juntamente, com o colaborador André, responsável por abrir e fechar as portas da capela para Arilson e suas turmas das 19h ás 20h e 20h ás 21h15 nas segundas, quartas e sextas. Atualmente, por conta da pandemia do COVID-19 as aulas estão suspensas por período indeterminado, apesar disso, Arilson recebeu a editoria desta matéria para uma entrevista pingue-pongue sobre mais detalhes de seu projeto. Confira a próxima página para mais informações.
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ENTREVISTA COM O IDEALIZADOR, ARILSON PEREIRA 1 - Qual foi a inspiração para criar o Projeto Educando Para o Amanhã? Arilson: Percebi que vários jovens possuem horário vago, muitos estão na rua ,então, resolvi criar este projeto para ajudá-los, tanto na educação para o dia-adia da vida ,visto que, treino e gosto de caratê desde 1977. 2- Como consegue o espaço da Igreja dos mórmons para o projeto? Arilson: Um pai de um aluno, o André é frequentador da igreja, ele conseguiu esse espaço para o projeto somente com uma condição pedida pela igreja, que uma oração fosse feita entre os alunos no início de cada aula, algo justo.
PROFESSOR ARILSON COM ALUNAS DO PROJETO EM 14 DE DEZEMBRO EM 2019
3 - Como você lida com as despesas do projeto? Arilson: Inicialmente tudo era feito a partir de doações, porém, em 2019, consegui uma verba ao
apresentar o projeto para a Portonave, com este dinheiro, comprei diversos equipamentos. 4 - Existe um período máximo que este aluno pode participar do projeto? Arilson: Não, fica até quando quiser. Agora, se ele quiser atingir o maior nível, que é a faixa preta, levará
em torno de 5 anos. 5 - Quais conceitos são valorizados em seu projeto? Arilson: O respeito, educação e notas. Corrijo alunos mal-educados nas aulas e em relação as notas, eu
exijo os boletins dos alunos, se possuem notas baixas, terei uma boa conversa para que o jovem repense suas atitudes e tire notas boas.
6 – No caratê, o projeto possui lemas? Arilson: Cinco lemas são muitos prezados em meu
projeto: 1º Esforçar-se para a formação do caráter, 2º Fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão, 3º Criar o espírito do esforço, 4º Respeito acima de tudo e 5º Conter o espírito de agressão. 7 - Além do caratê, nestas conversas quais temas você dialoga entre os alunos? Arilson:
Abordo
a
higiene
pessoal,
segurança,
alimentação, sexualidade e dentre outros temas questionados pelos jovens. É um bate-papo aberto, muitos pais que aguardam o término da aula também escutam felizes. Sou como uma ponte entre os alunos e pais.
SENSEI ARILSON EM AULA COM
SEUS ALUNOS EM 13 DE MARÇO DE 2020
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8 - Como funciona as passagens de faixas? Arilson: Não é necessário trocar de faixa para participar do projeto, pois, ele não exigi nenhum dinheiro
do aluno. Para trocar de faixa, um exame de caratê deve ser realizado e ele custa R$:80,00, ás vezes, nós fazemos uma vaquinha para o aluno que deseja muito, mas, este não é o foco do projeto. 9 - Campeonatos de caratê são realizados? Arilson: Não, o projeto visa a espiritualidade dos alunos, as competições custam caro, cobram taxa de
inscrição, materiais oficiais, deslocamento e a alimentação, no fim, isso tudo se torna caro para muitas pessoas. O que nós promovemos são disputas de kata, trata-se de um luta imaginária entre vários adversários, a qual não necessita gasto com materiais e realizo entre meus alunos, sem nenhuma cobrança.
10 - Qual recado você gostaria de deixar para aqueles que querem começar a praticar o caratê? Arilson: Nunca duvide dos seus limites, não deixe ninguém te impor limites, muitas vezes, você não sabe o quão forte você é, quem deve se limitar é você e isso vale para todas as áreas, não somente ao caratê.
AUTO-DEFESA E EQUILÍBRIO O caratê muita das vezes é considerado como um esporte violento, porém, está longe de ser de tal maneira. Para sanar está dúvida, a editoria desta matéria entrevistou o professor de Educação Física graduado em especializações caratecas, Alexandre Floriano Gomes, (27), para que explicasse ao certo o que é o caratê e como diferênciar uma Arte Marcial e Luta Livre. Toda Arte Marcial é uma Luta Livre, entretanto, nem toda Luta Livre é considerada uma Arte Marcial. Enquanto a Luta Livre tem somente o foco de derrotar o adversário, as Artes Marciais envolvem muita técnica e movimentos artísticos que trabalham a evolução tanto do corpo quanto da mente, a respiração, o equilíbrio e éticas, por estes motivos, o caratê é considerado como uma Arte Marcial. Além, de ter sido originalmente criada em Okinawa no Japão no século 18, com a função de obter agilidade, força e principalmente, auto-defesa.
EDUCAÇÃO INCLUSIVA André, responsável por abrir e fechar a portaria da Igreja Mórmon para o projeto, possuí um filho que frequenta as aulas de caratê realizadas pelo professor Arilson. Kalel, (14), é um jovem hiperativo e disléxico, contudo, o pai relata: "O caratê é uma ferramenta que ajuda o seu desenvolvimento, além de ter ajudado suas déficits, ele se tornou um garoto mais sociável e já até ensina .... os menores que participam das aulas". Assim como Kalel, outros cinco alunos do Educando Para o Amanhã possuem déficits e são bem acolhidas
no projeto totalmente inclusivo.
"O mundo dele passou a ser o caratê, sinto orgulho do meu filho e sou muito agradecido pelo Sensei Arilson" - André
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