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Triênio 2011/2013
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stamos de volta saudando 2012 com muita determinação e confiança. Se normalmente a trajetória vitoriosa e consistente da raça que representamos avalizava um futuro promissor, os números finais de 2011 vieram bastante favoráveis, reforçando e impulsionando responsavelmente nosso entusiasmo. O Anuário DBO – 2012 destaca na página 84, “Girolando consolida-se como base nacional”, exaltando os 319 leilões do ano, com faturamento de R$ 99,4 milhões, respondendo no conjunto geral das raças leiteiras por 73% do mercado. Se os números são animadores, a constatação que o interesse pela raça transita com naturalidade e desenvoltura, por todos os nichos, não ficando restrita apenas na elite, conferindo ao Girolando, a condição destacada como referência básica do plantel leiteiro nacional. O melhoramento genético é uma realidade palpável. Os números que medem o desempenho de nossos animais e a valorização pelo mercado da genética Girolando são inquestionáveis. O Relatório – 2011, da Associação Brasileira de Inseminação Artificial – ASBIA, mostra com clareza que para uma evolução da venda de sêmen das raças leiteiras, 2010/2011 =19,16% e 2009/2011 = 33,09%, a do Girolando atingiu 48,45% e 107,02% respectivamente, ratificando o melhoramento da raça e a confiança no seu futuro. A realidade, caros associados e amigos, é que a nossa Associação impulsionada pela raça, mudou de patamar nos últimos 4 anos: de 1.400 associados fomos para 2.500, de 52.000 registros anuais para 97.000, com demanda firme e consistente. Sabemos da nossa responsabilidade nesta transformação. Começamos 2012 investindo pesado em treinamento, em pessoal, tanto em número quanto em qualificação, em tecnologia e sobretudo em determinação e trabalho, para que a nossa Associação esteja sempre a altura dos associados que a compõem e do mercado que privilegia o Girolando. Um abraço fraterno.
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Editorial
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Brasil vem sendo apontado como o país com maiores condições de atender a demanda mundial por alimentos. Com um ritmo forte de crescimento da produção, que não desacelerou nem mesmo com a crise econômica, a previsão da FAO é bem plausível. Veja o caso do Girolando, que, em duas décadas de reconhecimento como raça, já é responsável por 80% da produção nacional de leite, cresceu mais de 100% nas vendas de sêmen nos últimos três anos e realizou, em 2011, mais de 300 leilões. A raça tem garantido “balde cheio” Brasil afora e também além das fronteiras. O rebanho tem respondido de forma rápida ao melhoramento genético que está sendo perseguido pelos selecionadores da raça. Os próximos anos devem ser ainda mais acelerados, à medida que as pesquisas sobre o genoma bovino avançarem. O Girolando será a primeira raça genuinamente brasileira a ter o sequenciamento do genoma concluído. Um estudo que está a cargo da Embrapa Gado de Leite. A seleção genômica é nosso assunto de capa desta edição. Entrevistamos vários pesquisadores para saber qual o atual estágio da seleção genômica e de que forma ela ajudará os produtores rurais a acelerar o melhoramento genético animal. A importância desta e de outras pesquisas é o tema do bate-papo com o presidente da Embrapa, Pedro Antonio Arraes Pereira. Também entrevistamos o deputado federal Paulo Piau, relator do texto do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados. Ele pretende colocar o texto para votação ainda em março. Para quem está buscando saber mais sobre nutrição, trazemos informações sobre o uso da cana-de-açúcar. Na parte de sanidade, o destaque é para os cuidados com o casco e como tratar bezerros com diarreia. Os cuidados com a água oferecida aos animais e o uso dos recursos hídricos da propriedade pelo prisma do direito ambiental são outros temas desta edição. Você ainda vai ler sobre a Instrução Normativa 62, que trata da qualidade do leite; como evitar punições nas exposições devido ao descumprimento do regulamento e muito mais. Boa leitura a todos. Larissa Vieira Editora
EXPEDIENTE: Revista O Girolando - Órgão Oficial da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando - Editora: Larissa Vieira - lamoc1@gmail.com - Depto. Comercial: Mundo Rural (34) 3336-8888, Míriam Borges (34) 9972-0808 e Walkiria Souza (35) 9133-0808 - ogirolando@mundorural.org Design gráfico: Jamilton Souza, Yuri Silveira - Fotos: Jadir Bison - Revisão: Maria Rita Trindade Hoyler - Conselho editorial: Leandro Paiva, Fernando Brasileiro, Milton Magalhães, Jônadan Ma, José Donato Dias Filho, Maria Inez Cruvinel, Mauricio Silveira Coelho, Miriam Borges - Impressão CTP: Gráfica 3 Pinti (34) 3326-8000 - Distribuição gratuita e dirigida aos associados da Girolando, ABCGIL e órgãos de interesse ligados à cadeia produtiva de leite. - Redação: Rua Orlando Vieira do Nascimento, 74 - CEP: 38040-280 - Uberaba/MG - Telefax: (34) 3331-6000 - Assinaturas: ogirolando@mundorural.org - Telefax (34) 3336-8888 - Walkiria Souza
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imprensa@girolando.com.br
Estou achando o sistema WEB Associado uma evolução muito grande. Dificuldade a gente sempre tem. Quem tem 64 anos e precisa conviver com essas tecnologias, sempre apanha um pouco. Contem comigo! Girolando é modernidade. João Marcos Fonseca Pereira Tenho vacas 7/8 hol. Se jogar o Gir qual grau de sangue irá nascer? Regismar Ribeiro Alves Caro Regismar, Se utilizar um touro Gir em vacas 7/8, os produtos obtidos serão 7/16 Hol + 9/16 Gir. A melhor opção para acasalamentos com vacas 7/8 é o touro 5/8, pois os produtos que irão nascer serão 3/4 Hol + 1/4 Gir. Este cruzamento é o mais praticado pelos criadores de Girolando que possuem vacas 7/8, obtendo excelentes resultados de produção de leite. Procure sempre utilizar touros provados ou em teste; você terá maior segurança nos acasalamentos. Gostaria de receber orientações sobre qual ração dar ao gado leiteiro em estágio de lactação. Lucas Rony Reis Caro Lucas, A melhor ração a fornecer ao seu rebanho vai depender do manejo utilizado e da produção de leite dos animais. Aconselhamos a procurar um profissional para que possa conhecer seu rebanho, suas pastagens e seu manejo, para uma orientação mais eficiente. Tenho novilhas registradas 3/4. Qual o melhor grau de sangue para inseminar as bezerras? Sou criador da região de Ituiutaba/MG, que tem clima tropical, e a finalidade é para a efetiva produção de leite, e o sistema de manejo é de semiconfinamento. A maioria das vacas existentes em minha propriedade é 1/2 sangue, e algumas novilhas 3/4 de sangue. Nas vacas 1/2 sangue utilizo touro Holandês. É o corre-
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to? E, quanto às novilhas 3/4, ainda não sei qual grau de sangue devo utilizar. Ueverson da Silva Prezado Ueverson, Como suas novilhas são 3/4 Hol + 1/4 Gir, se você utilizar um touro Girolando 3/4, irá manter a mesma composição racial (3/4). Se utilizar um touro Girolando 5/8, as fêmeas terão a composição racial aproximada para 5/8. Já se sua opção for utilizar um touro Holandês, a composição racial será 7/8. No caso de utilizar touro Gir, o resultado será de animais 3/8. Vale ressaltar que a melhor composição racial de seu rebanho depende do manejo utilizado, principalmente das condições de alimentação. O clima da região também deve ser levado em consideração para que esta decisão seja tomada. Em sistemas de semi-confinamento animais entre 50% a 75% de sangue Holandês, ou seja, 1/2, 5/8 e 3/4, geralmente têm resultados melhores que outros graus de sangue, principalmente porque a intensidade de seleção destes grupos é maior. Como você está fazendo cruzamentos com touros Holandeses em suas vacas 1/2 sangue, para obtenção do 3/4, sugiro, então, que faça o cruzamento de suas novilhas com touros Girolando 5/8 ou 3/4, sendo que se fizer com touro 5/8 as fêmeas terão a composição racial aproximada para 5/8 e, se utilizar touros 3/4, você manterá o mesmo grau de sangue do pai e da mãe. Para auxiliá-lo melhor, veja a tabela de cruzamentos para obtenção do gado Girolando, em suas diversas frações de sangue. Dúvidas respondidas pelo superintendente Técnico do SRGRG, Leandro de Carvalho Paiva
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Entrevista - Pedro Antonio Arraes Pereira Diretor-presidente da Embrapa - 14 Matéria de Capa O que esperar da Seleção Genômica? - 18 Código Florestal é prioridade no Congresso Nacional - 30
De olho no regulamento das exposições - 56
Mensagem da Diretoria Editorial Cartas Os novos companheiros Girolandistas Uma guinada para a realidade A água e a produção agropecuária Cana de Açúcar - Formas de aproveitamento como volumoso na alimentação animal Diarréia em bezerros - Tratamento, controle e prevenção Atenção com os problemas de cascos Farmácia Veterinária Importância da qualidade da água na produção de leite Teste de Progênie procura novos rebanhos colaboradores Colostro Transparência Giro Lácteo Lançamentos e Inovações Contatos - Emails e telefones 10
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE GIROLANDO TRIÊNIO 2011/2013 ESTES SÃO OS NOVOS CRIADORES, E ENTIDADES DE CLASSE QUE PASSARAM A INTEGRAR O QUADRO SOCIAL DA GIROLANDO NOS MESES DE NOVEMBRO, DEZEMBRO DE 2011 E JANEIRO DE 2012.
PROP. Nº CRIADOR MUNCÍPIO 6870 Alonso Willian Hott Aimorés – MG 6874 Antônio Francisco de Miranda Belo Horizonte – MG 6871 Anselmo de Almeida Machado Leopoldina – MG 6869 Alcides Martins Filho Poconé – MT 6867 Antônio Gonçalves Ribeiro Belo Horizonte – MG 6860 Aline Silva Cardoso Sacramento – MG 6843 Aluizio Augusto Ruiz César Rio de Janeiro – RJ 6840 Aldo de Farias Leal Surubim – PE 6839 Ângelo Mário de Souza Prata Tibery Três Lagoas – MS 6837 Antônio César Cruz Monteiro Taubaté – SP 6833 Aluisio Teles Ferreira Filho Niteroi – RJ 6829 Antoneli Batista Almeida Uberlândia – MG 6794 Adilson César Ferrari Macaubal – SP 6781 Adriana Pinto Oliveira Rio de Janeiro – RJ 6875 Agrop.Copacabana Com. e Part. Ltda Rio de Janeiro – RJ 6826 Bruno Knoop Cardoso Nobre de Campos Tremembé – SP 6834 Bruno Anderson Tannous Pires Goiânia – GO 6863 Carlos Alberto da Silva São Paulo – SP 6854 Carlos Henrique Aguiar Oliveira / Outros Araxá – MG 6853 Carlos Eugenio Avila de Oliveira Araxá – MG 6851 Célio de Miranda Arcos – MG 6841 Cloves Vieira Belo Horizonte – MG 6831 Diogo Homem Borges da Costa Rio Pomba – MG 6856 Eduardo Gomes de Siqueira e Silva Valença – RJ 6873 Eduardo Santiago de Oliv./José R. Hilarino Uberaba – MG 6861 Edvaldo Antônio Lopes Goianésia – GO 6849 Francisco Teógenes Sabino Santana do Acaraú – CE 6845 Fernando Antônio Dutra Macêdo Rio Pomba – MG 6832 Frederico Wagner França Tannure Filho Primavera do Leste – MT 6814 Fued José Dib Ituiutaba – MG 6866 Fernando Antônio Lemos Nova Andradina – MS 6838 Gerson Miranda Moreira Jacareí – SP 6859 Hedmar Batistela Taciba – SP 6848 Heloisa Beatriz da Silva Lima Valença – RJ 6862 José Marcos de Oliveira Sertãozinho – SP 6836 José Carlos Camargo Calderaro Paraibuna – SP 6827 José Afonso Carrijo Andrade São Paulo – SP 6780 José Roberto de Almeida Recife – PE 6850 João Hermeto Neto Santana do Acaraú – CE 6872 Lindomir Alfredo Dornelas Arcos – MG 6876 Luiz Fernando Taranto Neves São Paulo – SP 6864 Luizmar Batista de Sousa Porto Velho – RO 6842 Luiz César Ferreira Paranaiguara – GO 6868 Matheus Coutinho Tavares Belo Horizonte – MG 6852 Marcelo Cunha Farah Uberaba – MG 6846 Mauricio de Abreu Lima Campos Muriaé – MG 6865 Michel Duailibi Neto Campo Grande – MS 6844 Marcio Café Cardoso Pinto Salvador – BA 6807 Nelson Mancini Nicolau São João da B. Vista – SP 6828 Paulo César Ferreira Parra Promissão – SP 6795 Paulo Sérgio Jeremias da Costa Cajuru – SP 6855 Rafic Youssef El Mouallem Itajubá – MG 6835 Renata Coletti Vieira Ribeirão Preto – SP 6824 Regismar Ribeiro Alves Serra – ES 6819 Raimundo Cerqueira Costa Pé de Serra – BA 6783 Sérgio de Almeida Pacheco Rio de Janeiro – RJ 6847 Wladimir Antônio Puggina Areado - MG
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Presidente: José Donato Dias Filho 1º Vice-presidente: Fernando Antonio Brasileiro Miranda 2º Vice-presidente: Maurício Silveira Coelho 3º Vice-presidente: Jônadan Hsuan Mim Ma 4º Vice-presidente: Ivan Adhemar de Carvalho Filho 1º Diretor-administrativo: Milton de Almeida Magalhães Júnior 2º Diretor-administrativo: Adolfo José Leite Nunes 1º Diretor-financeiro: Maria Inez Cruvinel Rezende 2º Diretor-financeiro: Eugênio Deliberato Filho Relações Institucionais e Comerciais: João Domingos Gomes dos Santos
Conselho Fiscal Jeronimo Gomes Ferreira Silvio de Castro Cunha Júnior Marcelo Machado Borges Suplentes Conselho Fiscal Eduardo Jorge Milagre José Alberto Paiffer Menk Luiz Carlos Rodrigues Conselho Consultivo Antônio José Junqueira Villela Joaquim Luiz Lima Filho Nelson Ariza Roberto Antônio Pinto de Melo Carvalho Rodrigo Sant’anna Alvim Suplentes Conselho Consultivo Geraldo Antônio de Oliveira Marques Guilherme Marquez de Rezende Leonardo Moura Vilela Rubens Stacciarini Tomaz Sérgio Andrade de Oliveira Júnior
Membros Conselho Deliberativo Técnico 2011/2013 Membros Natos Alisson Luis Lima Leandro de Carvalho Paiva
Representante do MAPA Superintendente Técnico
Membros Efetivos
Membros Suplentes
Limírio Cezar Bizinotto Marcello A. R. Cembranelli Milton de Almeida Magalhães Neto Valério Machado Guimarães
Juscelino Alves Ferreira Walter Roriz de Queiroz Tiago Moraes Ferreira Daniella Martins da Silva
CONSELHO DE REPRESENTANTES ESTADUAIS: AL – Paulo Emílio Rodrigues do Amaral AM – Raimundo Garcias de Souza BA – José Geraldo Vaz de Almeida BA – Luiz Tarquinio Duarte Pontes BA – Jorge Luiz Mendonça Sampaio CE – Cristiano Walter Moraes Rola DF – Dilson Cordeiro de Menezes DF – Erotides Alves de Castro DF – Ismael Ferreira da Silva ES – Rodrigo José Gonçalves Monteiro GO – Elmirio Monteiro Marques Júnior GO – José Mário Miranda Abdo GO – Léo Machado Ferreira GO – Itamir Antônio Fernandes Vale MG – Anna Maria Borges Cunha Campos MG – Carlos Eduardo Fajardo de Freitas MG – Horácio Moreira Dias MG – José Ricardo Fiuza Horta MG – Júlio Cesar Brescia Murta MG – Paulo Henrique Machado Porto MG – Salvador Markowicz Neto MS – Aurora Trefzger Cinato Real MS – Ronan Rinaldi de Souza Salgueiro
MS – Rubens Belchior da Cunha PA – Zacarias Pereira de Almeida Neto PB – Antônio Dimas Cabral PB – Yvon Luiz Barreto Rabelo PE – Cristiano Nobrega Malta PE – Eriberto de Queiroz Marques PR – Antônio Francisco Chaves Neto PR – Bernardo Garcia de Araújo Jorge PR – João Sala RJ – Filipe Alves Gomes RJ – Herbert Siqueira da Silva RJ – Jaime Carvalho de Oliveira RJ – Luciano Ferreira Guimarães RO – José Vidal Hilgert SE – Lafayette Franco Sobral SE – Ricardo Andrade Dantas SP – Adriano Ribeiro de Oliveira SP – Braulio Conti Júnior SP – Decio de Almeida Boteon SP – Eduardo Falcão de Carvalho SP – Pedro Luiz Dias SP – Roberto Almeida Oliveira SP – Virgilio Pitton TO – Eli José Araújo
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Entrevista Por Larissa Vieira
Pedro Antonio Arraes Pereira - Diretor-presidente da Embrapa
Eraldo Péres
A Ciência por trás do campo
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raças aos avanços da Ciência, o Brasil conseguiu sair de importador para grande produtor de alimentos. Dos laboratórios da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), inúmeras pesquisas têm ajudado produtores brasileiros e de outros países a produzir alimentos de qualidade e em grande volume. Sob o comando do carioca Pedro Antonio Arraes Pereira, que se apaixonou pelo campo durante as viagens de férias na fazenda do avô, em Uruguaiana (RS), a Embrapa é hoje referência mundial em ciência e tecnologia. Com pós-doutorado em Genética Molecular e Marcadores Moleculares no Feijoeiro Comum, o diretor-presidente da Embrapa está na entidade desde 1977. Em entrevista à revista O Girolando, Arraes conta como a entidade desenvolve pesquisas para beneficiar não só os produtores rurais, mas a sociedade como um todo.
O Girolando - A pesquisa no Brasil ainda hoje sofre com a falta de recursos? Arraes - Em décadas anteriores realmente faltavam recursos. Fazer pesquisa é caro e os resultados são alcançados em longo prazo. Além disso, precisa ser um investimento constante. Hoje temos um orçamento melhor. O PAC Embrapa revigorou a entidade, permitindo que 85% dos nossos laboratórios fossem modernizados. Claro que sempre vamos necessitar de mais recursos, mas a in-
Eraldo Péres
O Girolando - O Brasil tem pela frente o desafio de suprir grande parte da demanda futura de alimentos no mundo. O que será preciso para realmente atender essa demanda? Pedro Arraes - O mundo vai precisar aumentar em 40% a produção de alimentos e outros países também precisam produzir, não é só o Brasil. Por outro lado o Brasil pode ocupar espaços que vêm surgindo no mercado internacional. A China, por exemplo, que era grande produtora de milho, agora terá de importar o grão em grande quantidade. Temos tecnologia e terras disponíveis para garantir o futuro aumento da produção de alimentos. Quando a Embrapa foi criada, em 1973, a entidade tinha o papel de desenvolver pesquisas para que o país pudesse atender a demanda interna por alimentos. Na época, o Brasil importava quase tudo. As pesquisas conseguiram dar um boom na produção. Saltamos de 40 milhões de toneladas de grãos em 1976 para 160 milhões atualmente. A área plantada cresceu 31%, a produção saltou para 218% e a produtividade para 158%. Com o melhoramento genético de plantas e animais, a produção de alimentos no país pode crescer ainda mais. Temos áreas para expandir a fronteira agrícola. Só de pastagens degradadas são100 milhões hectares, que poderão ser aproveitados para produção de alimentos através da integração lavoura, pecuária, floresta. Com um manejo adequado poderemos aumentar a produção por unidade.
fraestrutura que temos atualmente está permitindo desenvolvermos pesquisas nas mais diversas áreas que vão beneficiar toda a sociedade por muitas décadas. O Girolando - Como o Brasil está em termos de pesquisa e tecnologia para produção de alimentos em relação a outros países? Arraes - O agronegócio brasileiro é reconhecido mundialmente por seu grande nível tecnológico, mas a Ciência é algo global, exigindo que nosso trabalho também seja global. Contamos com Laboratórios Virtuais da Embrapa no Exterior (Labex) nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia que funcionam como plataforma para a cooperação entre pesquisadores brasileiros e estrangeiros. É uma forma de estarmos inseridos no que há de mais moderno em termos de Ciência, sem gastar os recursos que um laboratório convencional exige, pois compartilhamos os meios físicos com as instituições parceiras. Por outro lado, temos pesquisadores estrangeiros desenvolvendo estudos nos laboratórios brasileiros da Embrapa. É uma parceria ganha-ganha que tem permitido a troca de experiências com vários países. Além dos Labex, temos projetos de pesquisa em países da África e das Américas para o desenvolvimento de tecnologias capazes de beneficiar todos os países envolvidos. Também estamos transferindo tecnologia para nações que enfrentam dificuldades na produção de alimentos, como, por exemplo, o Haiti. Enviamos pesquisadores para essas localidades com o objetivo de capacitar a população local para produção de grãos, de hortaliças e preservação dos recursos naturais. Em Moçambique, onde há uma região de cerrado semelhante ao nosso, estamos levando as tecnologias que fo-
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ram desenvolvidas para produção de alimentos em áreas de cerrado. O Girolando - O Brasil não corre o risco de futuramente perder espaço no mercado mundial por repassar nossas tecnologias a outros países? Arraes - Temos de pensar de outra maneira, de forma solidária. No passado, o Brasil foi beneficiado por espécies vindas de outros países. É o caso das pastagens. Hoje a maior parte do pasto brasileiro é formada por forrageiras tropicais vindas da África. Por que não podemos retribuir, levando aos países africanos as tecnologias básicas de produção de alimentos? Os projetos de pesquisa que desenvolvemos na África atualmente ainda podem nos beneficiar futuramente. Um exemplo é a pesquisa que investiga formas de combater o carrapato africano que está sendo desenvolvida pela Embrapa. Esse tipo de carrapato transmite uma virose aos animais que causa grandes perdas. O resultado da pesquisa vai beneficiar os africanos, mas, se no futuro, esse tipo de carrapato for encontrado no Brasil, já saberemos como combatê-lo. Claro que essa internacionalização da Embrapa é fruto de estudos estratégicos feitos pelo governo federal. As áreas são definidas levando em conta a possibilidade de gerarem avanço científico para o Brasil.
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via internet. Com isso, vamos conseguir que a informação chegue a lugares onde não estava chegando. O Girolando - As pesquisas estão garantindo maior segurança alimentar e produtos que atendam ao atual estilo de vida do brasileiro? Arraes - Em um primeiro momento a Embrapa desenvolvia suas pesquisas para dentro da porteira, levando mais tecnologia para os produtores. Hoje, trabalhamos para beneficiar a sociedade em geral. As pesquisas com feijão, por exemplo, foram desenvolvidas para se obter um grão de cozimento mais rápido. Como a dona de casa brasileira tem preferência por um feijão de cor mais clara, por achar que cozinha mais rápido, buscamos selecionar grãos nesse tom. Na parte de segurança alimentar, um bom exemplo é a pesquisa com bagaço de caju para produção de corante natural. Os pigmentos encontrados no caju proporcionam uma escala de matizes, que vão do amarelo claro ao alaranjado, fazendo com que a fruta seja uma alternativa de fonte natural para o mercado de corantes. Os corantes artificiais, como a tartrazina, têm em sua fórmula substâncias que podem trazer riscos à saúde. O Girolando - Como é o trabalho da Embrapa em relação à pecuária leiteira? Arraes - As pesquisas no setor pecuário avançaram muito mais que na agricultura. Temos várias unidades da Embrapa que trabalham especificamente com pecuária, sendo uma delas só para o leite. Sabemos que a demanda por leite é grande e precisamos avançar em qualidade e produtividade cada vez mais. No caso da Instrução Normativa 51, as mudanças que levaram à Instrução Normativa 62 foram feitas com base em um estudo apresentado pela Embrapa Gado de Leite. A unidade vem trabalhando no sequenciamento do genoma bovino da raça Girolando e de outras raças leiteiras. Já outras unidades da Embrapa desenvolvem pesquisas nas áreas de pastagem, de sanidade, de nutrição, entre outras.
...estamos transferindo
tecnologia para nações que enfrentam dificuldades na produção de alimentos,
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como, por exemplo, o Haiti.
O Girolando - Como fazer para que as tecnologias desenvolvidas em laboratório cheguem ao campo de forma mais rápida e ampla? Arraes - A extensão rural pública no Brasil passou por um processo de deterioração em anos anteriores que acabou dificultando o acesso, principalmente dos pequenos produtores, às tecnologias. Já os grandes produtores têm recursos próprios para investir em inovação. Estamos firmando parcerias para que a extensão rural, seja ela pública ou privada, possa levar os avanços tecnológicos a todas as propriedades rurais. Vamos lançar este ano um projeto de capacitação dos extensionistas,
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Larissa Vieira
O que esperar da Divulgação
seleção genômica? Pesquisadores brasileiros trabalham para tornar essa revolucionária ferramenta acessível aos criadores de raças leiteiras. Ela é apontada como a tecnologia mais impactante para o aumento das taxas de ganho genético na indústria bovina no mundo nos últimos 20 anos
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ão é de hoje que o homem seleciona os animais de seu rebanho através do fenótipo. Desde que os bovinos foram domesticados, há pelo menos 7.500 anos, a avaliação visual é a ferramenta de seleção mais utilizada. Com o tempo, o “olhômetro” passou a dividir espaço com a ciência, principalmente a partir de 1930. As avaliações genéticas entraram em campo com a popularização dos programas de melhoramento genético e o criador foi utilizando ferramentas de maior precisão para formar plantéis de alta produção leiteira.
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Alexandre Iwata
Na raça Girolando, a privolvidas para levar a seleção meira prova zootécnica a augenômica para o campo. Uma xiliar na seleção foi o Controle delas é o sequenciamento do Leiteiro, implantado em 1989. genoma da raça Girolando, cuja Depois, veio o Teste de Progêconclusão deve ocorrer em dois nie, em 1997. Em 2007, essas anos. A Embrapa Gado de Leite duas ferramentas passaram a iniciou o estudo no ano passafazer parte do Programa de Medo, tendo como base o touro lhoramento Genético da Raça IPA Bochecho (Girolando Puro Girolando. O salto na produção Sintético - PS), pertencente à das fêmeas nos últimos 22 anos Empresa Pernambucana de foi de mais de 100%. A produPesquisa Agropecuária - IPA. ção média saiu de 1.990 kg/leiO sequenciamento do genoma te, em 365 dias de lactação, em abre várias possibilidades de es1989, para atuais 4.761 kg/leite. tudo para os pesquisadores, enApesar desse ganho getre elas, a descoberta de genes nético alcançado nos últimos que controlam características anos, em um sistema de selede interesse econômico. “Emção tradicional o ritmo de cresbora possa parecer misteriosa, cimento tem limitadores, como, a seleção genômica é, na verdapor exemplo, o intervalo de gede, muito simples. Por exemplo, Pesquisador da UNESP José Fernando Garcia rações , ou seja, a idade média no passado, para que um touro dos pais ao nascimento dos filhos. Um touro participanjovem fosse selecionado para entrar em teste de progête do teste de progênie terá sua avaliação genética finanie, a única informação disponível era a média dos valizada no prazo mínimo de seis anos. A seleção genômilores genéticos de seus pais, e não havia modo seguro ca é apontada como alternativa para acelerar o ganho para determinar se o desempenho de um animal seria genético. “Por volta de 1990, o foco das pesquisas em melhor ou pior do que a média dos seus pais. Desse genética quantitativa passou a ser direcionado também modo, seriam necessários cerca de sete anos para que, para a genética molecular. Uma das justificativas para com base nos desempenho de sua progênie, esse aniisso foi que o uso de informações do DNA possibilitaria mal fosse avaliado. Atualmente, em virtude da relação acelerar o ganho genético em relação ao método traexistente entre os marcadores moleculares e os genes dicional (que utiliza somente os registros fenotípicos relacionados às características de importância econôe as informações de pedigree), por meio da redução mica, é possível estimar com segurança o provável dedo intervalo de gerações e da diminuição do custo dos sempenho de um animal logo após o seu nascimento”, testes de progênie, dando maior confiabilidade na seleexplica o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Marção dos animais”, esclarece o pesquisador da Embrapa cos Vinicius, que além do sequenciamento do GirolanGado de Leite, Marcos Vinicius Barbosa da Silva. do, coordena o mesmo estudo para as raças zebuínas Foi justamente a aplicação da seleção genômica de aptidão leiteira gir, guzerá e sindi. em uma raça leiteira que tornou essa ferramenta tão faPara José Fernando Garcia, os estudos possibimosa mundialmente. Em 2007, os Estados Unidos e o litarão o estabelecimento de um programa de Seleção Canadá iniciaram o trabalho pioneiro e revolucionário Genômica para a raça Girolando. “Isso nada mais é do na raça holandesa , o qual teve a participação do pesque o programa tradicional de melhoramento genético, quisador Marcos Vinicius Barbosa da Silva. “Esse traba‘aditivado’ pela inclusão de informações genéticas reais lho permitiu a real integração dos dados gerados pelo (marcadores genéticos), que permitem a obtenção de programa de melhoramento clássico (DEPs, acurácia) índices (PTAs) com acurácias significativamente maiocom os dados moleculares (frequência alélica, desequires”, explica Garcia. Segundo o pesquisador, a raça líbrio de ligação). O sucesso foi tão grande e economiGirolando é talvez o maior agrupamento animal comcamente sustentável que a pecuária leiteira não poderá posto pelo cruzamento de duas raças distintas na atualimais abrir mão dessa tecnologia”, diz o pesquisador da dade no mundo. “O tamanho dos rebanhos (registrado UNESP Araçatuba, José Fernando Garcia, que integrou e comercial) e a sua relevância econômica para a cadeia a equipe de pesquisadores responsáveis pelo sequendo leite no Brasil são notáveis. Busca-se nos cruzamenciamento do genoma bovino, divulgado em 2009. Setos do Gir com o Holandês capturar o melhor de cada gundo ele, hoje são testados animais muito jovens da uma das raças. Entretanto, a dispersão das característiraça holandesa para a escolha daqueles que participacas genéticas (e consequentemente a manifestação ferão do programa de melhoramento, e para a determinotípica - tais como a produção e qualidade do leite, renação do mérito genético de animais de produção para sistência à mastite ou outras doenças, termotolerância) a seleção e descarte. nos resultados dos cruzamentos ainda é regida por alto No Brasil, várias pesquisas estão sendo desengrau de aleatoriedade. O Programa de Melhoramento
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Genético da Raça Girolando vem trabalhando no sentido de minimizar a aleatoriedade da manifestação dessas características de interesse, entretanto com velocidade limitada ao poder das metodologias estatísticas de melhoramento genético”, enfatiza. O Sumário de Touros de Girolando já traz informações de vários marcadores moleculares, que auxiliam na seleção de animais de maior potencial de produção de leite, gordura e de proteína, além de permitir a identificação de portadores de alelos para doenças hereditárias. Além de reduzir consideravelmente os custos dos testes de progênie, o uso de marcadores moleculares na seleção permite duplicar os ganhos genéticos. Com a genômica, o ritmo será ainda maior. “A seleção genômica poderá ser a tecnologia mais impactante para o aumento das taxas de ganho genético na indústria bovina no mundo nos últimos 20 anos. Consideráveis desafios ainda precisam ser vencidos para sua total implementação, incluindo a adaptação das avaliações genéticas nacionais de modo a acomodar a informação genômica, o controle da endogamia e a melhoria dos recursos metodológicos e computacionais”, diz Marcos Vinicius. Segundo ele, a acurácia de valores genômicos, relatada em análises realizadas em alguns países, é impressionante. Um dos primeiros desafios a vencer é a cole-
Marcos Vinicius conduz as pesquisas de sequenciamento do genoma do Girolando
ta de dados e de amostras de forma adequada, uma tarefa que cabe aos criadores. Foi o que aconteceu no Holandês. A raça tornou-se referência no assunto porque conta com um programa de melhoramento genético com meio século de existência e uma coleção de amostras biológicas (sêmen) iniciada nos anos 50. Os criadores também serão fundamentais na etapa que virá após a conclusão das pesquisas. Eles serão responsáveis por testar geneticamente seus animais e integrar essas informações ao programa de melhoramento genético existente. Os pesquisadores estimam que os testes genômicos chegarão em breve a um patamar de preços aceitáveis no que diz respeito à relação custo/benefício.
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Uma guinada para a realidade A prorrogação das exigências da IN 51 mostra que para se obter leite com qualidade não bastam leis
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Duarte Vilela Chefe Geral da Embrapa Gado de Leite
amostras de aproximadamente 20 mil rebanhos – se a IN 51 entrasse, de fato, em vigor a partir de primeiro de janeiro deste ano, poucos rebanhos estariam de acordo com a Normativa. Aproximadamente 95% das análises realizadas no Laboratório para CTB estão acima de 100 mil/ml e 45% delas ficam acima de 400 mil/ml para CCS. Chamada à Câmara Setorial do Leite e Derivados para emitir seu parecer, a Embrapa Gado de Leite apenas ratificou o que qualquer jurista faria. Nenhuma lei pode se confrontar com números tão expressivos. O parecer da Embrapa, que embasou a IN 62, propôs que as exigências se dessem progressivamente, ao longo dos próximos quatro anos, num processo permanente e sistêmico de avaliação de resultados, ajustes e revisão de metas. Entendemos os leitores que emitiram suas opiniões contrárias na mídia, mas ressalto que a melhoria do produto deve ser uma bandeira do setor. Não se trata aqui de uma competição onde os que alcançaram os índices se mantêm no jogo, enquanto os demais são eliminados. A cadeia produtiva do leite deve utilizar os produtores que trabalharam para se adequar à antiga norma como referência para os demais, reconhecendo que eles se encontram quatro anos (ou mais) a frente do seu tempo (e a maioria sendo bonificada por esta vanguarda). Às instituições do setor cabe garantir que o prazo estabelecido pela nova Normativa seja cumprido. A todos nós deve ficar patente a lição de que obter leite com baixa CTB e CCS não é mera questão de tempo. Exige muito trabalho para capacitar o produtor. O salto qualitativo do setor só se dará com a capacitação. Esta é uma posição histórica defendida pela Embrapa Gado de Leite, mas que muito pouco tem avançado. Ao final da década de 90, o Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite Embrapa Gado de Leite
eria ótimo se bastassem leis para criar uma realidade ideal. Não haveria crimes, exploração ou corrupção. Todos os conflitos da sociedade se resolveriam com a redação de portarias, instruções normativas, decretos... e o leite brasileiro passaria a ter qualidade de primeiro mundo a partir de janeiro deste ano. Ou ainda: pela IN 51 já teríamos leite com qualidade de primeiro mundo desde julho do ano passado, quando a Normativa foi adiada para o ano seguinte. A substituição da IN 51 pela Instrução Normativa 62, publicada em 29 de dezembro de 2011, traz a cadeia produtiva do leite de volta à realidade e mostra o quão distante do ideal o setor se encontrava. Pela nova Normativa, o Brasil precisará de mais quatro anos para ter sua pecuária de leite respeitando os limites de 100 mil/ml para Contagem Total Bacteriana (CTB) e 400 mil/ ml para Contagem de Células Somáticas. É lógico que estou generalizando. Há muitos produtores que já possuem tais índices e parece ter sido esse o gancho para a polêmica que nasceu do adiamento das exigências: quem trabalhou para se adequar à antiga IN 51 não desejava o retrocesso. Algo que se esforça para traduzir a realidade são os números. Segundo dados do Laboratório de Qualidade do Leite da Embrapa – que analisa mensalmente
Clinica de leite da Embrapa analise por mês amostras de 20 mil rebanhos
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(que teve a participação da Embrapa) contemplava a ‘capacitação do produtor’, além da criação da RBQL (IN 37) e da própria IN 51. Enquanto as duas últimas caminharam, até hoje aguardamos ações concretas de capacitação. O que levou ao não desenvolvimento de tais ações? O custo financeiro de atender próximo de dois milhões de estabelecimentos leiteiros em todo o país, naquela época, talvez tenha desencorajado as instituições públicas e privadas ligadas ao setor. Ora, mas não se obtém qualidade sem investimento... O resultado desta inércia foi a publicação da nova Normativa. Não somos a única instituição a tocar na tecla da capacitação dos produtores de leite. Várias instituições têm programas próprios: o Sebrae em Minas, com o Educampo; o Senar, com um programa de treinamento de produtores; além de outras iniciativas da assistência técnica pública e privada como o Minas Leite (MG); o Tanque Cheio (GO); e o Balde Cheio (Nacional), etc. Tais iniciativas contribuem para reverberar a filosofia de que a mudança de cultura do trabalhador rural se faz por meio da educação e do treinamento. No entanto, precisamos de mais energia nesta luta, buscando recursos e apoio. Acreditamos que o mais lógico é a união dos esforços em prol da mesma causa. Neste sentido, uma parceria do Sebrae, Senai e Embrapa Gado de Leite, com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), foi implantado recentemente o Programa Alimentos Seguros para a cadeia produtiva do leite (PAS Leite), que tenta mudar esta realidade, elevando a segurança e a melhoria da qualidade do leite em todos os elos da cadeia produtiva, através de Boas Práticas da Produção. Mas enquanto isso não acontece com todos os produtores e em toda a cadeia, a Embrapa Gado de Leite e a Câmara Setorial do Leite compreenderam a necessidade de se repensar a cronologia da busca pela qualidade do leite no Brasil, permitindo que os elos da cadeia produtiva possam se articular, definir prioridades e estratégias e, finalmente, agir. No entanto, registro que a contribuição da Embrapa levada à Câmara (unanimemente acatada como uma decisão do colegiado e encaminhada ao SDA/Mapa, que a transformou na IN 62/2011) não se limitou apenas a obter mais prazos. Sugere ainda: • Criar no âmbito da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA/Mapa), um Programa Nacional de Controle e Prevenção da Mastite, elaborado por um grupo de trabalho envolvendo instituições de pesquisa e ensino, empresas de lácteos, serviços de extensão e demais participantes da cadeia do leite. A Embrapa e parceiros têm um projeto pronto que pode atender a esta demanda; • Garantir investimentos em infraestrutura de energia elétrica e estradas, condições básicas e prioritárias para que o leite, produzido com a qualidade higiênico-sanitária desejada, seja mantido durante o transporte para a indústria, e dentro da mesma; • Propor programas de qualificação e capacita-
ção dos técnicos da extensão rural e autônomos que atendam os produtores de leite. O PAS-Leite pode atender a esta demanda; • Propor programas de capacitação para os produtores e transportadores de leite com foco em educação sanitária e qualidade do leite. O PAS-Leite pode atender a esta demanda; • Incentivar as empresas de lácteos a adotar programas de pagamento de leite baseados em indicadores de qualidade pode ser uma das principais estratégias para melhoria da qualidade do leite; • Melhorar o acesso ao crédito para financiamento da produção de leite; • Realizar ações para sensibilizar o consumidor sobre a importância da qualidade do leite. O consumidor pode ser um importante agente no processo de transformação da cadeia do leite. A Láctea Brasil tem um projeto que pode atender a esta demanda. Não é demais lembrar que sem a adoção destas, entre outras medidas; sem um foco constante na capacitação do produtor; sem o comprometimento de toda a cadeia produtiva em unir esforços, corre-se o risco de, em 2016, estarmos aqui discutindo a redação de uma nova Normativa, com toda a polêmica, constrangimento e fadiga que isso provoca e que desde hoje pode ser evitada.
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Marcelo Henrique Otenio
Pesquisador da Embrapa Gado de Leite – Gestão Ambiental, Recursos Hídricos e Efluentes otenio@cnpgl.embrapa.br
e a produção agropecuária
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Foto: Marcelo Otenio
água como bem comum O tema água sempre foi considerado essencial pela agricultura e o setor agrícola direciona-se, agora, para discutir a abordagem pelo prisma do direito ambiental. O assunto não deve ficar restrito aos operadores do direito ou gestores ambientais; devido principalmente à grande exigência de uso de técnicas mais
Monitora ambiental Tatiana; produtor agropecuário Luvercínio; engenheiro da Embrapa, Marcelo Loures; e pesquisador Marcelo Otenio, orientando a montagem do clorador.
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eficientes e ambientalmente responsáveis, todos os envolvidos devem integrar esta discussão. Há que se considerar a crescente demanda mundial para produção de alimentos, aliada a um modelo agrícola sustentável, preocupado não somente em atender as necessidades imediatas da população, mas também das gerações futuras. Neste sentido algumas medidas vêm sendo adotadas para racionalizar o uso da água, tais como: utilização de técnicas de irrigação mais eficientes, valoração econômica da água e criação de outorgas de direito do uso dos recursos hídricos. Dentre outras abordagens é fundamental que haja um manejo racional de irrigação, considerando não apenas as técnicas mais modernas, mas também a diminuição do desperdício, com aplicação das quantidades adequadas de água para cada tipo de cultura. Deve-se incentivar o uso de técnicas de irrigação mais eficientes, projetos corretamente dimensionados e com manutenção adequada. Porém, diante do atual quadro de degradação, não basta somente aprimorar as técnicas de irrigação; é preciso ir além, conscientizar a população de que a água é “um bem de uso comum do povo”, pois todos nós somos detentores de direitos e obrigações para com este bem. O Poder Público, visando frear o uso inadequado da água, criou o regime de outorgas de direito de uso dos recursos hídricos, que tem como objetivo assegurar o controle do consumo da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso a ela. As outorgas são “consentimentos” dados aos interessados, públicos ou privados, de usar os re-
cursos hídricos, ou seja, visa dar uma “garantia” ao produtor quanto a disponibilidade de água, assumida como insumo básico de processo produtivo. A outorga tem valor econômico para quem recebe, na medida em que oferece garantia de acesso a um bem escasso. Por isso, é imprescindível conscientizar o agricultor sobre a importância deste benefício, uma vez que boa parte dos usuários de irrigação não possui conhecimento sobre a importância de buscar sua outorga de direito de uso das águas. No entanto, apenas a realização de ações que façam com que os usuários solicitem suas outorgas não solucionam o problema quanto aos conflitos existentes e devem ser realizados estudos e programas em que a outorga para o setor de irrigação siga seu papel de instrumento efetivo de gestão de recursos hídricos. É necessário conscientizar a população, especialmente os agricultores, estimulando uma postura racional, baseada no uso eficiente dos recursos hídricos, abolindo qualquer desperdício e, ainda, buscar a transferência de conhecimentos para viabilizar o amplo acesso dos usuários na utilização desses recursos. No Estado de Minas Gerais a outorga segue uma sequência de registros, e vale ressaltar que esta não dá ao usuário a propriedade de água, mas o direito do seu uso. Portanto, a outorga poderá ser suspensa, parcial ou totalmente, em casos extremos
de escassez, do não cumprimento pelo outorgado dos termos de outorga, por necessidade premente de se atenderem os usos prioritários e de interesse coletivo, dentre outras hipóteses previstas na legislação vigente. Os usuários de recursos hídricos de qualquer setor devem solicitar ao Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) a outorga de direito de uso das águas de domínio do Estado. Para o uso de águas de domínio da União, a outorga deve ser solicitada à Agência Nacional de Águas (ANA).São de domínio estadual as águas subterrâneas e superficiais que tenham nascente e foz dentro do território do Estado. São de domínio da União as águas dos rios e lagos que banham mais de um Estado, fazem limite entre Estados ou entre o território do Brasil e o de um país vizinho. O usuário desse Estado pode registrar/pedir sua outorga dentro do sítio do Igam, além de acompanhar o processo de regularização. Para facilitar o preenchimento do formulário do Registro do uso legal podem-se utilizar algumas referências em função da finalidade do uso indicado neste link: http://www.igam.mg.gov.br/images/stories/campanha/registro_de_uso_legal.pdf. A água como fator de qualidade Atualmente o mundo enfrenta vários problemas ambientais, e a poluição dos corpos d’água vem tomando dimensões cada vez maiores. A água
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é um recurso essencial para os organismos vivos, para o ser humano é fundamental em todas as atividades socioeconômicas. No entanto, a preocupação atual é com sua qualidade, quantidade e disponibilidade. O Brasil é um dos países que mais possui reservatórios de água no mundo; com isso, cria-se a falsa percepção de disponibilidade eterna, fartura ocasionando o desperdício (DIAS, 2006). O impacto ambiental da atividade agropecuária é diretamente proporcional à intensificação da exploração da propriedade. A água não é o único elemento indispensável e importante para o desenvolvimento de uma região, mas talvez seja o principal a servir como elo entre os diferentes compartimentos. Em síntese, parte-se do pressuposto de que todas as atividades antrópicas, ou pressões exercidas em áreas com limites naturais bem definidos (bacia hidrográfica), podem ser detectadas nos recursos hídricos ali estabelecidos. Este impacto no recurso hídrico ocorre principalmente pela necessidade de um espaço físico que leva quase sempre ao desmatamento, fazendo com que o solo desnudo fique exposto à lixiviação superficial e profunda. Este processo, se não controlado, resultará no empobrecimento do solo, conduzindo o material para áreas mais baixas, chegando aos rios e lagos. Segundo Carvalho, Schlittler & Tornisielo (2000), para a manutenção do equilíbrio e funcionamento hídrico, mantendo o ecossistema seguro, deverão ser preservadas as nascentes e as matas ciliares, uma vez que a mata protege a água e o solo, dificultando o aporte de nutrientes no corpo hídrico. Em termos de qualidade dos produtos e respeito ao meio ambiente, o cuidado com os recursos hídricos, envolvendo atividades agropecuárias, se apresenta como oportunidades para a implementação de sistemas de produção adequados. Motivada por esta problemática, a Embrapa Gado de Leite de Juiz de Fora, em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater–MG), Instituto Estadual de Florestas (IEF) e escolas estaduais e municipais, com financiamento da Embrapa na linha de atuação da agricultura familiar do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), desenvolve, desde 2009, o projeto “Sistema de monitoramento da qualidade de águas naturais, a exploração agropecuária e a preservação dos recursos hídricos: participação comunitária de produtores de leite de base familiar e quilombolas”, visando formar jovens para o monitoramento de águas de rios e/ou córregos das comunidades rurais onde vivem. Como resultado deste trabalho destaca-se o conhecimento da realidade da agropecuária e das suas necessidades quanto a tecnologias mais adequadas para preservação e recuperação dos recursos hídricos. Este projeto tem um sítio na Internet http://www.cnpgl.embrapa.br/monitores/ . Apesar de o Brasil possuir grande riqueza em recursos naturais, principalmente água, é importante que existam políticas públicas específicas para saneamento rural. Atualmente tais políticas públicas são ainda incipientes em alguns lugares mais distantes dos grandes centros, onde inexiste o tratamento de água e falta informação a respeito do destino final do lixo e esgoto. Os estabelecimentos agropecuários não podem perder mercado pela falta de qualidade dos seus produtos; por isso o saneamento rural, além de preservar a saúde dos produtores e do rebanho, garante o atendimento à exigência das normas para melhoria da qualidade dos produtos, como leite, por exemplo. Recentemente, a Embrapa Gado de Leite publicou um documento técnico que indica os métodos adequados de cloração (FOTO) de água para uma propriedade rural: OTENIO, M. H.; CARVALHO, G. L. O. de; SOUZA, A. M. de; NEPOMUCENO, R. S. C. Cloração de água para propriedades rurais. Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2010. 4 p. (Embrapa Gado de Leite. Comunicado Técnico, 60.). Disponível em: http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/ bitstream/item/ 26419/1/COT-60-cloracao.pdf. Esta publicação vem atender uma demanda dos técnicos do setor por informações adequadas à realidade da cadeia produtiva, buscando, de maneira prática e direta, sugerir uma solução de custo acessível para a implantação da tecnologia da cloração de águas em propriedade rural e na agroindústria.
Referências bibliográficas CARVALHO, A. R; SCHLITTLER,F. H. M; TORNISIELO, V. L. Relações da atividade agropecuária com parâmetros físicos químicos da água. Química Nova (23) (5). p. 618. 2000. DIAS, G. F. Atividades interdisciplinares de educação ambiental. 2 ed. São Paulo: Gaia, p. 109-128. 2006.
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Foto: Divulgação
é prioridade no Congresso Nacional
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novo relator do Código Florestal na Câmara dos Deputados, deputado Paulo Piau, quer acelerar votação do PL 1876/99 para que o texto não sofra interferências da Rio + 20,
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conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável que será realizada em junho, no Rio de Janeiro. A expectativa do relator é de colocar o projeto de lei para votação nos dias 6 e 7 de março.
José Cruz ABr
Dep. Paulo Piau é o relator do projeto na Câmara
O texto foi aprovado na Câmara, em maio do ano passado, e revisado pelo Senado em dezembro de 2011. Piau elogiou as alterações feitas pelos senadores. “Houve avanços principalmente na clareza da redação e nos aspectos legal e constitucional. Esse aspecto jurídico é muito importante, porque não podemos ficar na insegurança por falta de definições claras”, atesta. Piau também concordou com a autorização, incluída pelo Senado, para que a Câmara Brasileira de Comércio Exterior crie barreiras à importação de países que adotem medidas de preservação ambiental menos severas que as brasileiras e a possibilidade de o governo pagar para quem realizar ações de preservação ambiental. Antes de retomar os trabalhos na Câmara, o de-
putado reuniu-se com pesquisadores de universidades e centros de estudo para debater pontos do texto aprovado no Senado. Um deles diz respeito à definição de bacias críticas, onde há maior potencial para ocorrência de conflitos pelo uso da água. “Deixa espaço para uma avaliação muito subjetiva”, diz. A mudança mais significativa promovida no Senado foi a definição de um limite claro para as atividades irregulares em Áreas de Preservação Permanente (APPs) e em reserva legal que poderão ser mantidas: todas aquelas iniciadas até 22 de julho de 2008. As ocupações iniciadas após essa data terão de ser suspensas e a vegetação, recuperada. Esse limite corresponde ao dia da edição do segundo decreto (6.514/08) de regulamentação da Lei de Crimes Ambientais (9.605/98), que define as punições para produtores em situação irregular. Desde o início da discussão do projeto, a recomposição de ocupações consolidadas em locais proibidos é o ponto mais controverso, justamente devido às multas a que os proprietários rurais em desacordo com a lei estarão sujeitos, caso não sejam anistiados. O texto aprovado na Câmara também menciona a data de edição do decreto 6.514/08 como limite para o início de atividades que serão anistiadas, mas apenas em APP; em relação à reserva legal, não cita data.
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Técnico da Girolando
Maurício Farias
Nilo Adhemar do Valle
Cana-de-açúcar “Formas de aproveitamento como volumoso na alimentação animal”
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cana-de-açúcar é plantada em vários estados brasileiros, concentrando-se sua maior área plantada (85%) nas regiões Centro Oeste, Sul e Sudeste. São Paulo é o maior produtor dessa cultura, sendo responsável por 60% da produção nacional. Uma das formas de aproveitamento da cana-deaçúcar como volumoso na alimentação animal é a cana fresca, com cortes diários e fornecimento imediato no cocho, para os animais. Atualmente, essa forma de fornecimento tem possibilitado alternativas de manejo, como a utilização de agentes hidrolíticos imediatamente após a colheita e posterior armazenamento desse volumoso em local apropriado e protegido. Com isso, você economizará na mão de obra, uma vez que o corte não teria necessidade de ser diário e também a ação hidrolítica no volumoso possibilitaria o fornecimento de um alimento com maior digestibilidade da matéria
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seca (MS), proporcionando ganhos adicionais em termos de valor nutritivo, possibilitando maior consumo e desempenho dos animais. Outro modo de aproveitamento da cana-de-açúcar é na sua forma ensilada, que tem se consolidado como uma opção bastante utilizada em função dos benefícios operacionais alcançados pelo produtor, como: concentração das atividades de colheita, podendo esta ser terceirizada em um período curto, redução de custos com transporte interno e redução na necessidade diária de mão de obra. Adotando a cana-de-açúcar como alimento volumoso possível de ser ensilado e fornecido aos animais, o produtor precisa estar ciente da necessidade do uso de aditivos para a melhoria da qualidade dessa silagem. A ensilagem da cana de açúcar sem o uso de aditivos faz com que o volumoso oferecido aos ani-
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mais se torne uma fonte pouco interessante como alimento suplementar, com valor nutritivo muito inferior ao da cana original (Nussio, Shnidt, Pedroso, 2003). Esses mesmos autores afirmam que se a cana for ensilada sem o uso de aditivos, a silagem poderá se comportar como uma das fontes mais onerosas de MS e energia para o rebanho. Ainda segundo os autores citados, sem o uso de aditivos ocorre elevada produção de etanol, promovida por leveduras, ocasionando grande perda de matéria seca (MS) e redução no valor alimentício, uma vez que inibe o consumo da silagem pelo animal, principalmente nas primeiras horas de fornecimento desse volumoso. Aditivos químicos e inoculantes microbianos têm sido utilizados com o intuito de melhorar o padrão de fermentação e a conservação das silagens de cana, atuando no controle da produção de etanol e no aumento da estabilidade aeróbica desse volumoso. Atualmente tem-se utilizado de uma forma crescente, a cal virgem como aditivo. Conforme alguns autores, a aplicação de 2% de cal virgem como aditivo na matéria verde de cana-de-açúcar resultou em uma silagem com maior digestibilidade e, portanto, com maior consumo e aproveitamento pelos animais se comparada com a silagem de cana sem aditivo. Outro aditivo químico utilizado é a ureia, que segundo Lima et al (2002), e Molina et al (2002), as silagens de cana-de-açúcar tratadas com níveis entre 0,5% e 1,5% deste aditivo, apresentaram melhor composição bromatológica e um bom padrão de fermentação, aumentando, assim, o seu consumo pelos animais em relação à silagem de cana sem aditivos. Aditivo microbiano, como o Lactobacillus buchneri, atualmente é o microrganismo comercial que apresenta maior potencial para melhoria da estabilidade aeróbica das silagens. Segundo Pedroso (2003), animais alimentados com rações contendo silagem de cana-de-açúcar inoculada com este aditivo apresentaram melhor conversão alimentar em comparação aos alimentados com ração controle. Isto se deve ao fato de este aditivo apresentar valor de estabilidade aeróbica próximo a 80 horas, resultando em menor perda do material ensilado até o momento do consumo pelo animal. Tendo em vista os estudos realizados sobre suplementação volumosa com cana-de-açúcar, tanto na sua forma de cana fresca com cortes diários quanto na sua forma ensilada, notamos a necessidade da adoção de técnicas para melhoria da qualidade do alimento fornecido aos animais. Com isto, oferecemos a eles uma alimentação volumosa que possibilita melhor conversão alimentar e maior produção de carne e leite.
Fontes de Pesquisa: Caderno Técnico de Veterinária e Zootecnia – 2008 e Boletim Técnico da Universidade Federal de Lavras (Ufla)
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Poliana de Castro Melo
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Jurada Efetiva Girolando Doutora em Medicina Veterinária Preventiva Email:policame@yahoo.com.br
Diarreias em bezerros
Tratamento, Controle e Prevenção
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diarréia em bezerros é uma doença multifatorial que pode ser resultado da combinação de ambiente inadequado, imunidade baixa dos animais e contato com diversos agentes infecciosos. Pode também possuir origem “não infecciosa”, sendo neste caso os erros de manejo alimentar e higiênico as causas principais (BENESI, 1999). Representa, em associação com septicemia, causa significativa de mortalidade em bezerros com até três semanas de idade (GREENE, 1978), e em conjunto com a tristeza parasitária bovina, as diarréias são apontadas como as principais causas de mortalidade em bezerros leiteiros (SILVA et al., 2001). Introdução As perdas causadas pela diarréia podem refletir diretamente na quantidade e qualidade dos bezerros desmamados (ZARZOSO & MARGUERITTE, 2001), pois segundo LIBERAL (1989) e MAGALHÃES et al. (1991) os bezerros que sobrevivem à salmonelose ou à colibacilose neonatais não apresentam o mesmo desenvolvimento quando comparados àqueles que se mantiveram livres destas doenças. Portanto, é extremamente importante o diagnóstico etiológico precoce, evitando, assim, prejuízos econômicos significativos. O índice de mortalidade provocado pelas diarreias é maior em bovinos de leite, em virtude do sistema de criação adotado, principalmente o intensivo, que promove alta concentração de animais e, consequentemente, maior risco de exposição aos patógenos. BRUNING FANN & KANEENE (1992) descreveram que 20% dos bezerros de leite desenvolveram diarreia do nascimento ao desmame, com a mortalidade podendo atingir 10% nos primeiros 14 dias e 5% dos 15 aos 90 dias. VIRTALA et al. (1996) observaram taxas de mor-
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bidade e letalidade de 28,8% e 7,6%, respectivamente, em bezerros leiteiros com diarreia de até três meses de idade, sendo o pico de incidência entre a primeira e segunda semana de vida. A diarreia é uma condição caracterizada pela passagem de fezes com aumento de conteúdo aquoso e/ou com frequência maior que a normal. Pode representar sinal clínico de doença intestinal primária ou uma resposta inespecífica à septicemia, toxemia ou enfermidade de outro sistema do organismo (SMITH, 1996). Patogenia Existem cinco mecanismos principais que explicam a patogenia das diarréias: o decréscimo ou dano na superfície absortiva (má-absorção), aumento do número de partículas osmoticamente ativas dentro do lúmen intestinal, aumento da secreção de solutos e água, anormalidades no trânsito intestinal e aumento da pressão hidrostática luminal (SMITH, 1996). Entre os agentes que podem estar envolvidos neste complexo destacam-se os de origem bacteriana como Escherichia coli, Salmonella spp, Clostridium perfringens tipo C; os de origem viral como rotavírus e coronavírus; e protozoários como Eimeria spp, Giardia sp. e Cryptosporidium spp (BENESI, 1999). Estes agentes podem causar diarréia isoladamente ou em associação (MODOLO et al., 1994). Etiologias e Diagnósticos A Escherichia coli é um dos mais importantes agentes etiológicos isolados de bezerros neonatos no Brasil e causa de mortalidade em bezerros de leite (REBHUN,1995). Pertence à microbiota normal do trato gastrintestinal dos animais domésticos, com maiores
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concentrações no íleo distal e intestino grosso (MERRITT, 1980). O principal sinal clínico da colibacilose (infecção por E.coli) é a diarréia, caracterizada por fezes profusas, aquosas, amarelo-pálidas ou esverdeadas e, raramente com muco ou sangue, desidratação, debilidade e óbito dentro de poucos dias (CASTRO & YANO, 1992). Pode ocorrer sob a forma septicêmica, com óbito dos animais nas primeiras 24 horas após o nascimento (MERRITT, 1980). O diagnóstico presuntivo da infecção por E. coli é baseado no histórico e sinais clínicos, sendo confirmado pela presença da bactéria nas fezes, através da coprocultura. O diagnóstico definitivo requer a detecção dos fatores de virulência específicos (fímbrias, toxinas), utilizando aglutinação em látex (ÇABALAR, 2001), cultura celular, reação em cadeia pela polimerase, assim como métodos sorológicos para estudos epidemiológicos. Devido à possibilidade da ocorrência de infecções associadas com rotavírus, coronavírus e criptosporidiose, as fezes também devem ser examinadas para o diagnóstico de enteropatógenos virais e protozoários (REBHUN, 1995). Outro agente importante de origem bacteriana é a Salmonella sp. A doença ocorre comumente em bezerros entre a segunda e sexta semana após o nascimento, embora também possa acometer animais
adultos. Em bezerros recém-nascidos a forma característica da doença é representada por septicemia, com os animais apresentando depressão profunda, apatia, decúbito, febre e óbito entre 24 e 48 horas (RADOSTITIS et al., 2002). Na forma aguda o principal achado é diarréia aquosa, com tonalidade marrom, com presença de fragmentos de mucosa, fibrina, estrias de sangue e odor fétido. A diarréia pode levar à desidratação, fraqueza, perda de eletrólitos e distúrbios ácido-básicos (RADOSTITIS et al., 2002). Relatado pela primeira vez em 1969, o rotavírus é considerado por diversos autores como o principal
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agente viral envolvido com síndromes agudas entéricas Tratamento, Prevenção e Controle em diferentes mamíferos, inclusive no homem (BUZISolução oral de reidratação NARO et al., 2003). Associado principalmente à diarreia Assim que a diarreia for detectada (quanto mais em animais jovens, o rotavírus juntamente com coronacedo melhor), o bezerro deve ser alojado em um amvírus representam a principal causa de diarreia viral em biente seco, não exposto ao frio, para então receber neonatos bovinos. soro terapia de reidratação. O principio geral da reidraOs rotavírus possuem 11 segmentos de RNA de tação oral segue a seguinte afirmativa: se sal e água cadeia dupla, os quais quando separados por eletrofopassarem devagar o bastante pelos intestinos, então a rese em gel de poliacrilamida, apresentam padrão de absorção será completa. A presença de glicose na somigração característico denominado eletroferótipo (JElução eletrolítica é opcional. A glicose pode aumentar a REZ et al., 1989; BUZINARO & JEREZ, 1998; BUZINARO fermentação intestinal, mas, por outro lado, pode ajuet al., 2000). dar na absorção de eletrólitos e, seguida da absorção, Os bezerros tornam-se infectados pela via oral. A pode fornecer energia ao bezerro. Soluções orais tamgravidade da doença pode ser determinada pela idade bém estão disponívies comercialmente. do bezerro quanto à exposição à cepa viral, estresse, Estes produtos contêm mistura de eletrólitos, condições ambientais, falha na transferência de imuglicose e outros sais, assim como microminerais, vitanidade passiva e infecções concomitantes com outros minas e agentes gelatinosos. Pectinas não são essenenteropatógenos (BUZINARO, 2000). A participação de ciais em uma solução de reidratação oral; porém, pobezerros clinicamente sadios na disseminação do vídem ajudar a reduzir a taxa de passagem de leite pelos rus pode ser demonstrada pela detecção do vírus em intestinos e, assim, melhorar a digestão. Podem, ainda, amostras fecais destes animais, contudo maiores taxas fornecer proteção e alívio à mucosa intestinal que está de isolamento e de eliminação de partículas virais são inflamada e danificada pelo quadro de diarreia. encontradas em surtos de diarréia. Ainda não está deBezerros com diarreia perdem parcialmente a finida a participação de animais adultos como fonte de capacidade de digerir leite. Diarreias podem ter seu infecção para os bezerros (ÇABALAR et al.,2001). quadro clínico piorado pela passagem de leite não diA infecção por rotavírus ocorre no intestino delgerido pelos intestinos, por estimular a multiplicação gado, sobretudo ao epitélio do jejuno, sendo caractede bactérias. Assim, uma recomendação prática seria rizada pela destruição das vilosidades e conseqüente substituir o leite parcialmente ou completamente por substituição por células cubóides imaturas derivadas uma solução de reidratação oral (SRO). Porém, pesdas criptas intestinais, provocando má-digestão e máquisas recentes indicam que bezerros recebendo SRO absorção (REBHUN, 1995). Inicialmente os bezerros fipor apenas dois dias, continuam desidratados e podem cam apáticos e com relutância em se alimentar, podenperder peso rapidamente. Em contraste, bezerros recedo ocorrer disfunções abdominais e, ocasionalmente, bendo sua cota diária de leite (10% de peso corporal) febre. suplementada com uma SRO acídica não apresentam Desenvolve-se diarréia, que pode ser aquosa no sinais de piora e geralmente ganham peso durante o início, mas rapidamente torna-se de amarelo-pálida a período de reidratação (7 dias). esbranquiçada e pastosa, contendo muco. A severidaLimitar a quantidade de leite oferecido ao bezerde dos sinais clínicos e a duração da doença são variáro, nestes casos, o mantém ainda com um pouco de veis, podendo ser fatal em condições de campo (HALL fome e, portanto, mais propenso a aceitar a SRO. O leite et al., 1992). Os rotavírus têm sido identificados nas fezes através de vários métodos de diagnóstico, tais como: teste em placas, ensaio imunoenzimático, imunofluorescência, microscopia eletrônica, imunoperoxidase, aglutinação em eletroforese em gel de poliacrilamida (ALFIERI et al., 2004). Testes de sorodiagnósticos já foram utilizados no diagnóstico de rotaviroses em bezerros, contudo, devido à alta taxa de prevalência de anticorpos contra vírus entéricos em bovinos, o Figura 1: Desidratação é a principal causa de morte nas diarreias. seu uso como método de diag- * SRO = Solução de Reidratação Oral; quantidade necessária para restabelecer o balanço de fluinóstico tem valor limitado. dos a uma bezerra que de 45 Kg, em acréscimo à parcela de leite diária.
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pode se limitar à quantidade necessária para mantença: 1.8 kg/d para um bezerro de 25 kg, 2.7 kg para um bezerros de 35 kg e 3.4 kg/d para um bezerro de 45 kg. Além disso, o número de alimentações pode ser aumentado para 3 ou 4 por dia (e a quantidade oferecida deve ser diminuída proporcionalmente) para encorajar o bezerro a beber mais líquidos. Se a diarreia persistir e os sinais de desidratação piorarem, um veterinário deve ser chamado. Quando um bezerro apresenta sinais severos de desidratação (Figura 1) (perda de água corporal >8%), um veterinário pode administrar eletrólitos e antibióticos intravenosos. Bezerros desidratados, mesmo aqueles que parecem estar morrendo, geralmente respondem muito bem à infusão endovenosa de eletrólitos. Assim como a maioria das doenças de bezerros, imunidade passiva adequada e remoção de fatores predisponentes são as duas medidas principais para se evitar a diarreia. Verificar se as práticas recomendadas de manejo estão entrando em vigor, além de dar atenção aos detalhes da criação, são atitudes que eliminam os fatores de risco e reduzem consideravelmente a incidência de diarreia e morte de bezerros. Cuidados que devem ser tomados: Fornecimento da quantidade adequada de colostro de alta qualidade. Colostro e leite devem ser fornecidos à temperatura corporal (36-38°C). Alimentação deve ocorrer duas ve-
zes ao dia, em horários regulares e com utensílios, limpos, sanitizados e secos após cada uso. Sucedâneos de leite devem ter alta qualidade nutricional. Um sucedâneo rico em gordura (15-20%) provavelmente apresentará melhores resultados do que um sucedâneo com baixo teor de gordura (10-15%). Bezerros devem ser mantidos em bezerreiros individuais, protegidos contra correntes de ar. O agrupamento de bezerros deve ser feito apenas após a desmama. Bezerreiros devem ser desinfectados regularmente e devem permanecer vazios por três semanas. O sistema “todos dentro, todos fora” deve ser recomendado em fazendas com histórico de diarreia. Vacinas Para linhagens específicas de E. coli estão disponíveis vacinas no mercado. A maneira mais efetiva de usar estas vacinas é pela inoculação de vacas prenhes, para que a resistência à bactéria possa ser transferida através de imunoglobulinas pelo colostro. O sistema imune de um bezerro não responde bem à vacinação até 6 a 8 semanas de idade. A vacinação de vacas em lactação tem sido amplamente adotada em rebanhos leiteiros. Existem numerosas linhagens de E. coli que causam diarreia; assim, a introdução de uma linhagem nova ou diferente de E. coli (por exemplo, com a compra de um bezerro infectado) pode resultar em novos episódios da doença.
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Ocilon Gomes de Sá Filho
Gerente de Produtos Gado de Leite e Antibióticos Bovinos da Pfizer
Atenção com os
problemas de cascos
T
odo ano a situação se repete: durante a primavera e o verão, quando a umidade é maior, a incidência de problemas de casco nos rebanhos aumenta significativamente. Entretanto, alta umidade não é a única vilã da saúde dos cascos no rebanho – diversas deficiências de manejo contribuem para a ocorrência de problemas de cascos, não apenas na estação das chuvas. Tanto é, que através do aspecto e das lesões presentes nos cascos, é possível se ter uma boa ideia de como anda o manejo da propriedade e, em alguns casos, facilmente identifica-se o problema que ocasionou o distúrbio. Entre os fatores que mais propiciam a ocorrência de problemas de casco destacam-se desbalanços nutricionais (principalmente dietas com excesso de grãos, que podem causar acidose e dietas deficientes em vitaminas e minerais), pisos de concreto, pisos ásperos, pisos com britas e areia grossa, excesso de barro e mudanças hormonais do periparto. Nesta seção discutiremos quatro importantes problemas que estão presentes no dia a dia dos rebanhos leiteiros:
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Úlcera de sola: é a lesão de maior importância econômica, com maior incidência em rebanhos alojados em free stall. Apresenta-se como uma área circuns-
crita na sola, sem a presença de tecido córneo e com exposição dos tecidos subjacentes. O animal acometido sente desconforto evidente. O tratamento consiste em limpar a área afetada, realizar antissepsia local, e fazer uso de um taco na unha não acometida para evitar o contato da unha lesada ao solo. Quando há comprometimento do casco, recomenda-se aplicação de antibiótico parenteral (sugestão: 1 ml/30 kg de Excede* CCFA na base da parte posterior da orelha – não há período de retirada para o leite). Abscesso de sola: é uma lesão decorrente da entrada de sujidades (esterco, terra, pedregulhos) na região da linha branca da sola, a qual se encontra dilata-
da, resultando em dor local. Há formação de abscesso subsolear e o desconforto à locomoção é evidente. O tratamento exige drenagem do abscesso, tratamento local e aplicação de antibiótico parenteral (sugestão: Excede* CCFA, conforme descrito previamente). Erosão do talão: é uma lesão associada com ambientes úmidos e contaminados, causada principalmente pela bactéria Dichelobacter nodosus. Caracteriza-se pelo desgaste e perda de tecido na região do ta-
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lão. O tratamento deve ser tópico e o casqueador deve pesquisar a presença de outras lesões que comumente são favorecidas pela presença da erosão, como a úlcera de sola. Podridão de casco: caracteriza-se pelo inchaço generalizado do espaço interdigital e região periférica do casco. A lesão é causada por diferentes agentes infecciosos, como Fusobacterium necrophorum, Diche-
lobacter nodosus, Escherichia coli e Arcanobacterium pyogenes. O animal apresenta claudicação intensa e repentina. O tratamento exige antibioticoterapia parenteral (sugestão: Excede* CCFA, conforme descrito previamente) e a resposta é comumente rápida e eficaz. A prevenção das enfermidades de casco deve ser criteriosa e realizada através de pedilúvios (sugestões: sulfato de cobre, sulfato de zinco, formol e cal), alimentação balanceada (principalmente visando prevenir acidose) e instalações adequadas. Na seleção dos reprodutores, deve-se considerar a sua resistência genética a essas enfermidades. O casqueamento de animais estabulados deve ser feito de uma a duas vezes por ano, para correção de cascos e identificação e prevenção prematura de problemas.
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Maurício Farias
Guilherme Augusto Vieira
Médico Veterinário, doutorando em História das Ciências Agrárias, professor do Curso de Veterinária da Unime-Bahia, autor do livro: Como montar uma farmácia na fazenda.
Farmácia veterinária
Algumas razões para montar uma na sua fazenda e profissionalizar a sua produção leiteira
A
exploração moderna e tecnificada da pecuária leiteira envolve alguns fatores necessários para sua sobrevivência mercadológica, a se destacar: a produção de leite de alta qualidade, “seguro”, com baixos níveis de contaminação microbiológica, a manutenção de um alto padrão sanitário do rebanho, investimento em genética e, principalmente, a adoção de ferramentas de gestão agropecuária no contexto atual do agronegócio brasileiro. Antigamente os proprietários rurais viam a fazenda ou o sítio como atividade amadora, sem uma forma de administração definida, onde todos os processos eram tratados de forma paternalista, sem indicação e assistência técnica, sem a utilização das modernas técnicas de produção e, consequentemente, as propriedades rurais apresentavam baixa eficiência produtiva em decorrência dos fatores mencionados acima, fato observado ainda em nossas propriedades. Com o aumento dos índices de produtividade agropecuária, não há mais lugar para quem for ineficiente. Os custos de produção aumentaram de forma aterrorizante e os produtores são obrigados a investir
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em tecnologia, para produzir com eficiência. Com o propósito de obter um rebanho sadio e produtivo, o produtor de leite deve adotar as práticas de manejo sanitário, que vem a ser um conjunto de procedimentos com o objetivo de proporcionar ótimas condições de saúde aos animais, buscando evitar, eliminar ou reduzir a incidência de doenças no rebanho (Degaspery et al, 1988; Domingos & Langoni, 2001; Revista Rural, 2008). De acordo com Malavazi (1983), a exploração econômica, objetivo principal das atividades pecuárias, está na dependência direta da saúde dos animais. Diante deste contexto em que está envolvida a produção leiteira, a compra de insumos (medicamentos veterinários, vacinas, etc.) e o seu armazenamento apresentam-se de maneira representativa na exploração leiteira, pois além de tratar e prevenir as enfermidades no rebanho, evitam-se o desperdício e os gastos desnecessários. Os insumos pecuários representam uma grande parcela no orçamento das fazendas e granjas de produções pecuárias. Os medicamentos veterinários são
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descontos; • Escolher fornecedores de confiança e fiéis; • Ao montar sua farmácia na fazenda, escolha um local livre de umidade, incidência de raios solares (de preferência com orientação nascente) e que tenha locais para instalação de prateleiras, geladeira, pallets para armazenamento de rações e sais minerais, e distância correta; • Se não tiver condições de construir um local apropriado, faça um armário, em local poente, com chaves e de preferência perto do estábulo; • Compre sempre medicamentos e produtos com prazo de validade maior; • Tenha uma ficha de controle de compras e saída de produtos veterinários; • Solicite ao seu veterinário de confiança uma lista contendo todos os medicamentos necessários para sua produção. Neste sentido faz-se necessário, cada vez mais, a organização de uma farmácia nas fazendas brasileiras, com a finalidade de manter um estoque de medicamentos veterinários, mas também produtos diversos para que possam atender as atividades das fazendas como vacinas, material de uso hospitalar (algodão, gaze, curativo, agulhas, álcool, iodo, luvas), material cirúrgico, geladeira e outros equipamentos utilizados na produção animal. Lembre-se de que a sanidade do rebanho é um dos aspectos mais importantes nos sistemas de produção, pois seu controle impede a disseminação de enfermidades, aumentando os lucros. O conjunto de fatores que compõe os aspectos sanitários de um rebanho é composto pela vacinação, controle de parasitos (endo e ecto), higiene dos animais e instalações, além das ações profiláticas e curativas dos animais. A falha na sanidade não só afetará a saúde do rebanho, mas o bolso do produtor.
Farmácia veterinária incorreta
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responsáveis, juntamente com a ração, pela composição dos custos das produções pecuárias, exigindo atenção especial no seu planejamento e controle. Na busca dessa eficiência tornam-se necessárias uma efetiva indicação, aplicação, dispensação e armazenamento dos medicamentos veterinários. Vale salientar que o uso desses medicamentos obedecem critérios técnico-científicos na aplicação nos animais, de importância na observação dos resultados dos tratamentos, sendo eles profiláticos e curativos, devendo seguir a orientação do profissional habilitado – o médico veterinário. A indicação correta dos medicamentos garante eficiência e eficácia dos tratamentos, usos e dosagens adequadas, especificidades nos tratamentos, além de proporcionar melhor custo benefício na utilização e compra desses produtos. A aquisição dos medicamentos e demais insumos veterinários deve obedecer a critérios técnicos, econômicos e atender aos objetivos de produção da empresa rural. Pode-se definir a farmácia na fazenda como um espaço destinado ao armazenamento de medicamentos e correspondentes, com a finalidade de fornecer apoio aos tratamentos realizados nos animais, buscando melhor eficiência nos procedimentos a serem realizados nas fazendas. Dentre os critérios técnicos, vamos dar algumas dicas de como montar a sua farmácia e evitar desperdícios: • Primeiramente, elaborar um calendário técnico de produção de sua propriedade, com evolução do rebanho, previsão de nascimentos e descartes. Diante do planejamento, você programará a compra de medicamentos, insumos, rações, sais minerais, evitará comprar produtos “em cima da hora” e economizará, pois comprará em quantidade e poderá conseguir bons
Farmácia veterinária correta
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Importância da qualidade da água
na produção de leite alimentos (Leite et al., 2003). O exame físico-químico da água deve incluir, obrigatoriamente, a análise de turbidez, cor, pH, sólidos totais dissolvidos, dureza, ferro, manganês, sulfatos, nitrogênio amoniacal e nitroso. Na tabela 1 encontram-se representados os parâmetros físico-químicos recomendados para análise da água, com seus níveis de aceitação. As principais características físico-químicas da água relevantes no processo de limpeza e desinfecção na ordenha são a dureza e pH. A dureza da água é caracterizada pela capacidade de neutralizar – precipitar sabões – sendo calculada a partir da soma das concentrações dos íons cálcio e magnésio na água, como equivalentes de carbonato de cálcio (CaCO3), expressos em ppm ou em mg/litro, conforme descrito na tabela 2. Estes sais formam a chamada “pedra de leite”, sendo necessário, para sua eliminação, o uso de detergentes ácidos em maior frequência e concentração. O pH da água pode ser influenciado em função da passagem das águas da chuva sobre os tipos de rochas presentes no solo de uma determinada região, incorporando os sais dissolvidos a ela, conferindo-lhes o pH correspondente. As águas naturais que contêm ácidos minerais, ácidos orgânicos e CO2 são ácidas, enquanto as que contêm bicarbonatos, silicatos, fosfatos, hidróxidos, boratos são alcalinas. Além disso, deve ser considerado que o pH das águas poderá ser influenciaDivulgação
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ários aspectos no manejo do rebanho influenciam na qualidade bacteriológica do leite cru. O leite sintetizado e secretado no úbere é estéril. No entanto, a contaminação bacteriana pode ocorrer durante a ordenha, o armazenamento e o processo de transporte do leite. A obtenção de leite de boa qualidade depende de vários fatores, como o estado sanitário do rebanho, a limpeza dos equipamentos e utensílios destinados a sua obtenção, a higiene do local e, particularmente, a qualidade da água utilizada na propriedade. Além de desempenhar papel importante na obtenção de um produto de boa qualidade, a água pode ser veículo de agentes patogênicos para seres humanos e animais (Amaral et al., 2003). A qualidade da água usada para limpeza dos equipamentos de ordenha e no próprio manejo é de grande importância para a obtenção de leite de boa qualidade. A água utilizada para a limpeza de equipamentos deve ser semelhante àquela destinada ao consumo humano. Os parâmetros utilizados como critérios de qualidade da água são os aspectos físicos, químicos e microbiológicos. As análises físicas medem e indicam características perceptíveis pelos sentidos. Geralmente são características de ordem visual, mas que podem ser prejudiciais a diversas operações durante o processamento de alimentos. As características de ordem física incluem cor, turbidez, odor e sabor. A Instrução Normativa nº 62 determina que a água destinada à produção de leite e à indústria de laticínios deve ser tratada e clorada, além de ser aprovada em sua condição bacteriológica e físico-química. A utilização de uma água de má qualidade bacteriológica pode causar diarreia, especialmente nos animais jovens, e ainda, surtos de mamite no rebanho, má qualidade do leite, ao contaminar os equipamentos de ordenha e de refrigeração. As análises físicas medem e indicam características perceptíveis pelos sentidos que em algumas situações são prejudiciais ao processamento do leite. Já os aspectos químicos são os mais importantes índices que caracterizam a qualidade da água sob a visão de processamento, higiene e economia nas indústrias de
Água coletada para análise e verificação da qualidade
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do pelo tipo de contaminação e poluição do ambiente (Viana, 2008). Águas ácidas, além de promoverem corrosão de equipamentos, neutralizam detergentes alcalinos, dificultando o estabelecimento do pH ideal nos procedimentos de limpeza. Assim, a utilização de água dura resulta em processo de limpeza incompleto e pouco eficiente, refletindo negativamente sobre a qualidade do leite. Nestes casos, é necessário aumentar a frequência de uso de detergentes ácidos, utilizando concentrações maiores de produto ou, então, lançar mão de fórmulas especiais, capazes de neutralizar os efeitos da dureza, todos preocupantes, pois aumentam consideravelmente os custos na propriedade (Pires et al., 2010). As análises microbiológicas avaliam a contaminação por coliformes fecais e presença de agentes biológicos. Em uma propriedade rural interessa saber se os coliformes totais e fecais estão ausentes em uma amostra de 100 mL de água, que foi captada de uma fonte subterrânea ou que passou por processo de tratamento e de cloração. A qualidade microbiológica da água pode afetar a qualidade do leite, elevando principalmente a Contagem Bacteriana Total (CBT), inviabilizando, assim, a obtenção de alimentos que atendam aos padrões microbianos exigidos pela legislação em vigor. Estudos indicam que cerca de 40% das bactérias psicrotróficas (Pseudomonas, Acinetobacter, Achromo-
Água usada na limpeza antes da ordenha deve ser de boa qualidade
bacter, Flavobacterium) encontradas no leite coincidem com a microbiota predominante na água. A água utilizada na lavagem de equipamentos de ordenha pode ser importante fonte de contaminação do leite por Staphylococcus aureus. A importância da água na transmissão da mastite é enfatizada pelo fato de o Staphylococcus aureus e o Staphylococcus coagulase-negativa nela sobreviverem por 30 dias e a
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Tabela 1. Principais parâmetros avaliados na análise da qualidade físicoquímica da água
Adaptado de Viana (2008).
Escherichia coli, também importante agente etiológico da mastite, por 300 dias. Barcellos & Rodrigues (2006) estudaram a qualidade da água na zona rural de Lavras, MG, e observaram contaminação fecal nos mananciais, inclusive os subterrâneos e subsuperficiais. Enfatizaram a necessidade da busca de conhecimentos da realidade sanitária no meio rural, caracterizada por populações com menor acesso às medidas de saneamento e pela presença Tabela 2. Classificação da dureza da água
de atividades agropecuárias altamente impactantes, podendo interferir na qualidade da água dos mananciais que abastecem a área urbana. Em estudo realizado por Polegato & Amaral (2005), em propriedades leiteiras do município de Marília, SP, foi avaliado que 90% das propriedades não efetuavam tratamento químico da água e nunca analisaram a água que consomem e 10% que tratavam a água o faziam de maneira inadequada. A água não deve jamais ter sua quantidade requerida e qualidade necessária negligenciada, pois se apresenta como peça chave para o sucesso e rentabilidade na atividade leiteira, assim como para garantia da sanidade animal, bem estar e segurança alimentar. A qualidade da água pode aumentar o nível de infestações de patógenos no rebanho e comprometer a vida útil dos equipamentos, que pode afetar a qualidade do leite por reduzir, principalmente, a eficiência dos processos de limpeza e desinfecção dos utensílios, equipamentos de ordenha, latões e tanques de resfriamento.
Adriano Henrique do Nascimento Rangel Programa de Pós-graduação em Produção Animal – PPGPA/UFRN. Natal/RN. e-mail: adrianohrangel@yahoo.com.br.
Mirela Gurgel Guerra
Programa de Pós-graduação em Produção Animal – PPGPA/UFRN. Natal/RN.
José Geraldo Bezerra Galvão Júnior
Programa de Pós-graduação em Produção Animal – PPGPA/UFRN. Natal/RN.
Viviane Maia de Araújo
Zootecnista – Bolsista-CNPq – Projeto Sapi Leite/RN
Karla Cavalcante Bezerra
Zootecnista – Bolsista-CNPq – Projeto Sapi Leite/RN
Luciano Patto Novaes
Programa de Pós-graduação em Produção Animal – PPGPA/UFRN. Natal/RN.
Dorgival Morais de Lima Júnior
Fonte: USGS (2011).
Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia – PDIZ/UFRPE. Recife/ PE. e-mail: juniorzootec@yahoo.com.br
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Divulgação
Teste de Progênie procura novos rebanhos colaboradores
Serão distribuídas 11 mil doses de sêmen em todo o Brasil entre os meses de fevereiro e junho
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Associação Brasileira dos Criadores de Girolando precisa ampliar, em todo o país, o número de fazendas que participam como Rebanhos Colaboradores do Teste de Progênie, prova que avalia geneticamente o desempenho de touros e permite a doação de sêmen bovino para pequenas e médias propriedades. Como serão distribuídas, a partir do final de fevereiro, 11 mil doses de sêmen, a estimativa é de que serão necessárias 5.500 matrizes para inseminação artificial. Para cada fêmea do rebanho, o produtor recebe duas doses. A entrega do material genético vai até junho. Entre os Estados que devem integrar a lista de Rebanhos Colaboradores, está o Maranhão. O governo maranhense vai investir em genética bovina para aumentar a produtividade do rebanho leiteiro do Estado. Atualmente, a média diária de produção é de 3 litros/vaca, enquanto a média nacional das vacas Girolando, raça responsável por 80% da produção de leite do Brasil, já ultrapassou os 15 litros. A parceria que será firmada entre a Girolando e o Instituto de Agronegócios do Maranhão (Inagro) permitirá o melhoramento genético do rebanho, sem qualquer custo para os produtores rurais.
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A iniciativa foi tema de reunião, na capital, São Luís, no dia 5 de fevereiro, que contou com a presença de representantes do governo do Maranhão, do Sebrae, do Senar, da Federação da Agricultura e da Girolando. O coordenador Operacional do Programa de Melhoramento Genético da raça Girolando, Marcello Cembranelli, mostrou como funciona o Teste de Progênie. O técnico chegou ao Maranhão no dia 29 de janeiro e visitou 25 propriedades rurais localizadas entre os municípios de Imperatriz e de São Luís. Além de conhecer a pecuária leiteira da região, Cembranelli avaliou o interesse dos pecuaristas em participar da prova Rebanhos Colaboradores do Teste de Progênie. Com isso, eles passarão a receber gratuitamente doses de sêmen dos reprodutores avaliados geneticamente pelo programa. Em parceria com os Sindicatos Rurais da região, o técnico da Girolando ministrou palestras sobre o Teste de Progênie e sobre a raça, nos municípios de Imperatriz, Peritoró, Bacabal, além da capital São Luís. O Inagro vai definir o número de propriedades que serão beneficiadas pelo convênio com a Girolando, para até junho ocorrer a distribuição do material genético. Outra ação será o treinamento
dos técnicos da Inagro para prestação de assistência técnica aos produtores rurais na área de manejo, sanidade, nutrição. Como participar - O criador interessado em ter seus animais atuando como Rebanho Colaborador deve entrar em contato com o Departamento Técnico da Girolando. Para que um rebanho seja colaborador do Teste de Progênie é necessário atender a alguns pré-requisitos, dentre eles: fornecer os dados das progênies dos touros em teste, aos técnicos do programa durante as visitas técnicas; rea-
lizar a pesagem das bezerras e bezerros ao nascer; realizar o controle leiteiro das filhas dos touros na sua primeira lactação e suas companheiras contemporâneas de rebanho.
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Evolução das vendas de sêmen de Girolando*
Cembranelli ministra palestra sobre o Teste de Progênie em São Luís
Vendas de sêmen sobem quase 50% A raça Girolando voltou a registrar bom desempenho no mercado de genética. Segundo o relatório de comercialização de sêmen, em 2011, no país, divulgado no dia 8 de fevereiro, pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial, a raça cresceu 48,45% no ano passado em comparação com 2010. Somando os últimos três anos, o acumulado é de 107,02%, saindo de 197.826 doses vendidas, em 2009, para as atuais 409.546. O Girolando foi a raça que mais cresceu percentualmente nos últimos três anos. Esse desempenho coloca a raça na segunda posição das vendas de sêmen nacional. No geral, as raças leiteiras venderam 4.895.122 doses, o que representa crescimento de 19,16%.
Minas Gerais lidera as vendas entre as leiteiras, seguido do Rio Grande do Sul e Paraná. Somando corte e leite, foram comercializadas 11.906.763 de doses no país. Parte das doses de Girolando vendidas em 2011 seguiu para outros países. Foram exportadas 24.045 doses para: Argentina, Canadá, Colômbia, Equador, Panamá e Paraguai. Para o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, José Donato Dias Filho, esse crescimento mostra que a raça está se consolidando como a principal opção para produção de leite, por aliar rusticidade e alta produção, o que permite a produção a pasto e com menor custo. Atualmente, a raça é responsável por 80% da produção nacional de leite.
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Sérgio Esteves Almeida Departamento de Exposições e Ranking da Girolando
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omo todos sabem, os julgamentos de animais em pista têm como objetivo principal divulgar o trabalho de melhoramento da raça, mostrando toda a evolução genética alcançada pelos animais Girolando. E as exposições são uma das melhores formas de divulgação dos criatórios nacionais. Como uma das formas mais importantes, as exposições agropecuárias com o julgamento da raça podem ser realizadas oficialmente em três modalidades de eventos:
De olho no regulamento das
MOSTRA: Caracteriza-se pela apresentação de animais Girolando, devidamente registrados, tanto com genealogia conhecida ou não, isto é, livro fechado ou livro aberto. Tem como finalidade divulgar a raça, não se exigindo número mínimo de animais, podendo ou não haver julgamento; EXPOSIÇÃO HOMOLOGADA: É a apresentação de animais Girolando, devidamente registrados, com genealogia conhecida ou não, e com julgamento em pista. Deve contar com a participação de no mínimo 60 (sessenta) animais inscritos para julgamento, sendo que obrigatoriamente pelo menos 30% (trinta por cento) dos animais deverão ter genealogia conhecida comprovada, através dos Certificados de Registros, inscritos em nome de pelo menos 05 (cinco) expositores com o máximo de 12 animais por expositor; EXPOSIÇÃO RANQUEADA: Apresentação de animais
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Jadir Bison
exposições
Girolando, devidamente registrados, com julgamento em pista e com resultados válidos para o Ranking Oficial da Girolando. Devem participar no mínimo 84 (oitenta e quatro) animais julgados, sendo que obrigatoriamente 100% (cem por cento) deverão ter Genealogia Conhecida (livro fechado), comprovada através do Certificado de Registro, inscritos em nome de pelo menos 07 (sete) expositores com o máximo de 12 animais por expositor. Das três modalidades a que desperta maior competitividade é a exposição ranqueada. É aquela em que os criadores e proprietários de animais nos três graus de sangue (1/2Hol+1/2Gir, 3/4Hol+1/4Gir e 5/8Hol+3/8Gir) disputam uma colocação no Ranking Nacional de Criador, Expositor e de Criador-Expositor. A colocação no ranking faz com que os animais agreguem valor. Ao final de cada ranking, que se inicia na primeira exposição após uma MEGALEITE e encerrando-se na MEGALEITE do ano seguinte. A colocação no ranking é obtida pela soma dos cinco maiores resultados alcançados nos eventos em que os proprietários e criadores dos animais participaram, sendo descartados os demais resultados. O aumento – ano a ano – do número de exposições ranqueadas faz com que cresça cada vez mais a importância desses eventos e torna mais acirrada a disputa dos títulos. No ano de 2011 aconteceram 38 eventos ranqueados, sendo julgados, no total, mais de 6.500 animais. Ocorre que muitas vezes alguns expositores, após muito trabalho e despesas, são penalizados com a perda dos pontos conquistados nos julgamentos de pista. E isso tem acontecido com certa frequência, devido ao desconhecimento de dados importantes e que, em alguns casos, leva à desqualificação do animal ou do evento ranqueado. Por isso, é de extrema necessidade que os participantes desses eventos fiquem atentos e tomem algumas providências para que esse tipo de problema não venha a acontecer. Relacionamos algumas situações verificadas e frequentes nas inscrições de animais em eventos de julgamento de pista, que podem causar problemas na pontuação do evento e no ranking: No ato da formalização da inscrição, através de formulário próprio fornecido pela organização de cada evento, os animais inscritos devem conter todos os dados solicitados, tais como: nome completo, grau de sangue, data de nascimento, número de registro, além dos números dos registros e nomes completos de pai e mãe, etc. Também é importantíssimo e obrigatório fornecer uma cópia do certificado do registro. Esta é uma prova importante de que o animal inscrito no evento
está devidamente cadastrado e registrado na Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. Além de ser obrigatório, evita problemas no momento do cadastro do animal, para efeito de confecção do catálogo e laudos de julgamento. Existem algumas bonificações em pontuações, permitidas pelo regulamento, obtidas pelos animais em pista, que são dadas em três casos: I. 15% para o animal que é 5/8Hol+3/8Gir; 15% pelo fato de o animal ou sua mãe ter controle leiteiro oficial. Para isso, deve sempre acompanhar cópia de documento oficial que comprove a lactação (da respectiva Associação – Gir, Holandês ou Girolando). Não basta apenas dizer que o animal possui lactação; há a necessidade de informá-la e prová-la; e 15% pelo fato de os animais na progênie de pai ou de mãe serem filhos de touros 5/8Hol+3/8Gir ou PS; II. No caso de inscrição de machos, devem ser observados alguns cuidados. É obrigatório que a mãe tenha controle leiteiro oficial, com sua lactação em andamento, com um mínimo de 180 dias ou encerrada. As mães com grau de sangue 1/4Hol+3/4Gir deverão ter produção mínima de 2.500kg, e as mães 1/2Hol+1/2Gir, 3/4Hol+1/4Gir e 5/8Hol+3/8Gir deverão ter lactação mínima de 3.750kg, ambas padronizadas em 305 dias. Lembramos que a prova dessas lactações deve ser acompanhada de cópia de documento oficial que a comprove. Não participarão do julgamento de pista os machos filhos de reprodutores com prova negativa para produção de leite nos respectivos sumários nacionais das associações de raças ou dos países de origem, devendo sempre serem consultados os últimos resultados divulgados. Filhos de touros em fase de teste de progênie ou sem prova poderão participar do julgamento; III. Animais com mais de 24 meses devem, obrigatoriamente, possuir registro definitivo. A participação de animais sem o RGD ocasiona sua desclassificação e traz como consequência a redução do número de animais participantes do evento, que em alguns casos pode chegar a desqualificar uma exposição ranqueada, passando a ser homologada, se este número totalizar menos de 84 animais. A temporada 2012 está começando e certamente teremos pistas cheias por todo o Brasil. Então, fique atento ao regulamento para garantir a participação dos seus animais nas disputas.
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Leandro de Carvalho Paiva Superintendente do SRGRG
COLOSTRO Atenção, criadores, selecionadores e técnicos, para as informações a seguir, pois são de grande importância para o trabalho de todos! Pendências financeiras De acordo com o Artigo 25 do Regulamento do Serviço de Registro Genealógico da Raça Girolando, que se encontra em vigor, somente poderão ser atendidos os associados que estão em dia com suas obrigações financeiras perante a Girolando. Desta forma, mesmo após os atendimentos técnicos, os associados que tiverem débitos junto à Girolando terão os certificados de controle ou registro retidos. Após a regularização dos pagamentos, os certificados serão enviados aos criadores. Devolução de comunicações e documentos Desde o ano de 2010, após auditoria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Setor de Controle de Genealogia da Girolando está devolvendo as comunicações de cobrição, nascimento ou qualquer outro tipo de documento referente ao Serviço de Registro Genealógico que não esteja devidamente preenchido. A falta de preencimento dos campos de registro ou controle, nomes dos pais, e número da CDC na comunicação de nascimento (CDN) são as pendências que ocorrem com maior frequência. Pedimos a todos os associados que preencham devidamente os formulários para evitar a devolução dos mesmos.
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Manual de instruções do portal Web Associado A Girolando disponibilizou, no final de 2011, o Portal Web Associado, sistema que permite aos criadores realizarem comunicações de cobrição e nascimento on-line. O sistema está disponível na página www. girolando.com.br. Para acessar o manual basta entrar no portal e clicar no local onde o documento está disponível. Os associados que ainda não possuem seu Usuário e Senha, para acesso ao sistema, devem enviar uma solicitação para o e-mail: comunicacoesonline@girolando.com.br ou entrar em contato com o Departamento de Tecnologia da Informação da Girolando, através do telefone (34) 3331-6000. Aprovação do novo regulamento do Serviço de Registro Genealógico da Raça Girolando – SRGRG (versão 2012) O Conselho Deliberativo Técnico (CDT) elaborou, no final de 2011, uma nova versão do regulamento do SRGRG, que foi aprovada pelo Mapa em janeiro de 2012. Esta nova versão entrará em vigor a partir do dia 1º de abril de 2012. Entre as principais mudanças no regulamento podemos destacar a implantação de um novo sistema de identificação dos animais, chamado Sistema de Identificação Unificado (SIU). Outras mudanças, como a não obrigatoriedade da Nota Fiscal de Sêmen e não obrigatoriedade da apresentação dos atestados e exames de brucelose foram, também, incorporadas na nova versão do documento. A partir do mês de março os criadores receberão em seu endereço de correspondência um exemplar da nova versão do regulamento. Cadastro da série única do criador OBRIGATÓRIA No novo sistema de identificação aprovado pelo Mapa, cada criador deverá ter uma série única cadastrada junto ao SRGRG, composta por três ou quatro letras. Esta série única servirá como identificação auxiliar e única no banco de dados da Girolando. Sendo assim, a partir de 1º de abril de 2012, data em que passará a vigorar o novo regulamento, somente poderão ser atendidos, para efeito de Controle ou Registro Genealógico de Nascimento (CGN/
RGN), os criadores que já providenciaram o cadastro da Série Única na Girolando. Os criadores que ainda não fizeram o cadastro, poderão obter o formulário no site da Girolando ou através do telefone (34) 3331-6000, com Nivaldo. Atualização Técnica Nacional 2012 Com o intuito de aprimorar os critérios de julgamento, inspeção de animais, padrão racial e procedimentos técnicos de campo, a Girolando realizará nos dias 13 e 14 de março de 2012 o 3º Seminário de Revisão, Atualização e Harmonização dos Critérios de Julgamento da Raça Girolando, obrigatório para todos os jurados efetivos da raça, e nos dias 15, 16 e 17 de março a Atualização Técnica Nacional do SRGRG 2012, obrigatória para todos os técnicos credenciados junto à Girolando, para efetuar registros e controles de animais. Ambos os eventos serão realizados em parceria com as Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu), no campus da instituição. Esses eventos acontecem a cada dois anos e são destinados apenas a técnicos e jurados efetivos da raça Girolando. Nesta edição da Atualização Técnica do SRGRG o tema será “Certificação de Qualidade”. O objetivo principal é atualizar e treinar os técnicos de registro para as mudanças que entrarão em vigor a partir do mês de abril. A principal mudança será a inclusão da fotografia no registro dos animais. Zoneamento dos atendimentos técnicos Um dos projetos que será implantado em 2012 e está em fase de estruturação na Girolando é o zoneamento dos atendimentos técnicos. Os criadores serão organizados por regiões e cada um poderá optar por aderir ou não ao zoneamento. Algumas das vantagens do Projeto: redução dos custos com
despesas de deslocamento e, principalmente, organização e melhor aproveitamento do trabalho do técnico no campo. O início do zoneamento está previsto para o final de 2012. Devolução de CDNs de animais comunicados com mais de 12 meses de idade Em 2009 o CDT decidiu por não mais aproveitar a genealogia de animais comunicados com mais de 12 meses de idade, independentemente se a CDC já havia sido enviada dentro dos prazos normais à Girolando. As CDNs retroativas foram aceitas até o dia 31 de dezembro de 2009. Sendo assim, desde 1º de janeiro de 2010 a Girolando está recusando todas as CDNs que se enquadram nesta situação. Mesmo com a apresentação dos resultados de DNA, esses animais estão impedidos de ser inscritos no SRGRG com o reconhecimento de sua genealogia. Caso o criador tenha interesse, os animais poderão ser inscritos sem a oficialização da genealogia, chamado de LA, desde que preencham todos os requistos exigidos pelo regulamento. Pedimos aos criadores que fiquem mais atentos quanto aos prazos para o envio das comunicações de nascimento dos animais, pois os documentos serão recusados pelo setor responsável. Ressaltamos, ainda, que essas ações foram definidas pelo CDT e aprovadas pelo Mapa, e visam, também, valorizar cada vez mais o trabalho desenvolvido pelos criadores. Controle Leiteiro Excepcionalmente nesta edição o relatório de lactações do Controle Leiteiro não foi publicado, pois na próxima edição da revista O Girolando publicaremos o Anuário do Controle Leiteiro, trazendo todas as lactações encerradas em 2011.
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Gestão 2011 – 2013
Dados dos Associados
Associados ativos em 01/01/2011 Novos associados no período Associados que retornaram ao quadro Desligamento de associados Associados ativos em 31/12/2011
2.138 463 30 100 2.531
Registros (Janeiro/dezembro – 2011) RGD RGN RF Total
72.301 20.987 3.998 97.286
Balanço preliminar – Exercício 2011 Receitas Despesas Resultado
R$ 5.175.565,39 R$ 4.567.559,49 R$ 608.005,90
Assembleia Geral Ordinária
Está marcada para o dia 13 de março de 2012, na sede da Girolando, a análise da prestação de contas 2011. Além dos números do balanço preliminar, citado acima, a íntegra dos resultados estará à disposição dos associados, tão logo a auditoria externa emita seu parecer. O Conselho Fiscal se reunirá antes da Assembleia para sua avaliação, de forma que os associados que estiverem presentes no dia 13, tenham plenas condições de conhecerem a real situação da nossa Entidade e emitam o parecer que julgarem conveniente.
Parceiros Master
O Planejamento Estratégico 2012 e as ações de marketing para promoção da raça no cenário nacional e nos principais eventos do setor foram apresentados aos Parceiros Master da entidade, no dia 30 de janeiro, pelo vice-presidente da Girolando, Jônadan Ma. Ele contou com a colaboração da nova assessora de Marketing da Girolando, Consuelo Mansur, e do superintendente Técnico, Leandro Paiva. O encontro contou com a presença dos dez Parceiros Master da Girolando, que são as empresas: Real H, CRV Lagoa, ABS Pecplan, Pfizer, Semex Brasil, Elanco, Nutron, Embrio Sêmen, MSD Saúde Animal e Alta Genetics. Pelo segundo ano consecutivo a Girolando realizou a parceria Máster, para divulgar a raça de forma mais ampla. A novidade deste
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ano é a entrada da central Alta Genetics como Parceiro Master. O trabalho de marketing desenvolvido em conjunto com as empresas inclui os principais eventos da raça, palestras técnicas sobre as novas tecnologias voltadas ao público em geral e também a técnicos e jurados, entre outras ações.
ETRs - Sistema Integrado
Visando dar mais agilidade na liberação de material técnico e ampliar os benefícios aos criadores da região, os Escritórios Técnicos Regionais (ETRs) irão inserir os dados de Comunicações de Cobrição e de Nascimento diretamente no banco de dados da Girolando. Válida a partir de fevereiro de 2012, a medida foi aprovada pela Diretoria Executiva, durante reunião realizada no dia 10/02/2012. O sistema funcionará com a ajuda de um link permanente. Com esta ação, além dos escritórios receberem e protocolarem as comunicações dos associados, eles também poderão inseri-las no sistema antes mesmo de enviarem os formulários à sede da associação em Uberaba. A liberação do material continuará sendo realizada pela Seção Técnica Administrativa (STA), em Uberaba (MG), após a análise dos dados informados.
Código Florestal
O presidente da Girolando, José Donato Dias Filho, participou de reunião sobre as mudanças no Código Florestal, no dia 12 de fevereiro, no Sindicato Rural de Uberaba. O deputado federal Paulo Piau, relator do projeto do novo Código Florestal, esclareceu as dúvidas sobre o tema e ouviu sugestões dos produtores rurais. Uma nova reunião ficou agenda para a primeira semana de março e contará novamente com a participação da diretoria da Girolando.
Allflex
O presidente da Girolando, José Donato, e os diretores Maurício Silveira Coelho e Milton Magalhães participaram no dia 14 de fevereiro, na sede da entidade, de reunião com representantes da Allflex, empresa do segmento de brincos. Um dos assuntos tratados foi o uso do botton para identificação animal, conforme prevê o novo sistema de identificação da raça.
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Recuperação de pastagem A falta de conhecimento sobre as linhas de crédito voltadas para práticas de produção sustentável no setor agropecuário é uma das principais razões que impedem maior adesão ao Programa ABC, criado em 2010, pelo Governo Federal, para financiar a utilização de tecnologias para redução de Gases de Efeito Estufa (GEEs). Segundo o gerente de Mercado e Agronegócio da Superintendência do Banco do Brasil, na Bahia, Paulino Hashimoto, o Programa conta com R$ 3,5 bilhões para financiamento de projetos de agricultura de baixo carbono.
Queda na captação Diminuiu, em 2011, a captação de leite nos sete principais Estados produtores do Brasil. Conforme pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em 2011 o Índice de Captação de Leite (ICAP-Leite/Cepea), calculado com base em amostragem (não censo) do volume recebido por cooperativas/laticínios de sete Estados (RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA), foi 2,2% menor que o de 2010. Os únicos Estados que registraram aumento do índice de captação de leite em 2011, segundo o Cepea, foram Paraná e Bahia. A maior redução frente a 2010 ocorreu em Goiás. No balanço de 2011 o preço médio do leite
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ao produtor (em termos reais) teve aumento de cerca de 10% sobre a média de 2010. No mesmo comparativo as importações (em volume) aumentaram 72% e as exportações brasileiras recuaram 34% – ambas em equivalente leite. Importação excessiva Dar voz à cadeia produtiva do leite, com política nacional para o setor. Esta é a principal proposta, para 2012, da subcomissão criada pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural para acompanhar, avaliar e propor medidas sobre a produção de leite no mercado nacional. Um dos principais desafios da subcomissão, em 2011, foi buscar solução para a importação excessiva de leite e derivados por parte do Brasil, principalmente de países do Mercosul. Para o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Sant’Anna Alvim, o trabalho da subcomissão ajudou a proteger o mercado nacional. A subcomissão também vai acompanhar projetos em tramitação que impactam o setor como o novo Código Florestal (Projeto de Lei 1876/99) e a análise da Medida Provisória 552/11, que impede o aproveitamento por empresas produtoras de alimentos de crédito presumido quando o bem adquirido for empregado em produtos isentos de PIS/Pasep e Cofins. Pós-Graduação em Pecuária Leiteira O Instituto Vida Leite e o Rehagro se uniram para a elaboração do curso Pós-Graduação em Pecuária Leiteira. O objetivo do curso é especializar profissionais graduados em Ciências Agrárias, preparando-os para atuar diretamente na assistência técnica aos produtores, com visão ampla e prática da atividade leiteira. O curso PósGraduação em Pecuária Leiteira já formou 20 turmas em seis Estados brasileiros e especializou mais de 620 profissionais.
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C.R.I Genética A C.R.I. Genética Brasil apresentou crescimento de 36,7% em volume de doses de sêmen comercializadas, na comparação com o ano anterior. Com esse resultado, a empresa ampliou sua participação no mercado nacional em 2011. Também merecem destaque a reestruturação da área de marketing, com a contratação dos novos gerentes de Produto Leite e Corte, e a ampliação em mais de 20% no número de representantes no campo. Dentre os programas que a empresa disponibiliza para os seus clientes estão: o GenChoice, que possui duas opções de sêmen sexado de macho ou de fêmea; o GenCheck (para avaliação de fertilidade de reprodutores jovens que ainda não apresentam a Taxa de Concepção Relativa – SCR, calculada oficialmente pelo USDA); e o SynchSmart (que avalia a concepção de reprodutores acasalados com fêmeas – ovulação induzida por meio de tratamento hormonal). MSD Saúde Animal Alexandre Alves assumiu a Liderança dos Negócios de Ruminantes da MSD Saúde Animal na posição de diretor de Negócios. Admitido em 1996 como vendedor de Avicultura, Alves passou pelas funções de assistente técnico, supervisor de Negócios, gerente de Negócios Avicultura e Aqüicultura, e diretor de Negócios de Suínos. Graduado em Medicina Veterinária, em 1991, pela Universidade Federal de Uberlândia, em Minas Gerais, possui MBA Executivo pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
LabTec O LabTec – laboratório especializado no segmento analítico – obteve o segundo melhor resultado do mundo em ensaio de proficiência organizado pelo Fapas (órgão europeu considerado o maior provedor mundial de ensaios de proficiência). Fundado há mais de 30 anos, o laboratório dispõe de equipamentos de alta tecnologia, como: cromatógrafos a líquido, cromatógrafos a gás, espectrômetros de massas, infravermelho, dentre outros. Seus grandes diferenciais são: estudos de estabilidade de produtos e análise de resíduos de medicamentos em sangue, leite, ovos e tecidos de animais. Outros serviços importantes que o
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LabTec oferece ao mercado são: desenvolvimento de métodos; validações; controle de qualidade para medicamentos da área veterinária; análises de micotoxinas, aminoácidos, ácidos graxos, vitaminas, minerais, metais pesados e bromatologia completa (proteína, gordura, fibra, umidade, etc). FestLeite Tropical O FestLeite Tropical, organizado pela Tropical Genética, aconteceu de 10 a 12 de fevereiro, no Parque de Exposições do Camaru, em Uberlândia (MG). Foram ofertados 1.012 animais das raças Girolando e Gir Leiteiro (touros, bezerras, novilhas, doadoras e prenhezes). Os três leilões realizados durante o evento ficaram a cargo do Grupo Estância Bahia. Os visitantes também puderam adquirir bovinos no Shopping de Animais, que funcionou durante os três dias do FestLeite. No espaço do shopping, uma equipe de consultores de vendas tirou as dúvidas dos produtores. Várias empresas de genética, nutrição, saúde animal e novas tecnologias participaram do evento. Semex Brasil A 5ª Convenção Nacional de Vendas da Semex Brasil aconteceu no final de janeiro, na cidade de Gaspar (SC). O evento reuniu aproximadamente 100 convidados entre gerentes técnicos, diretores nacionais, representantes e convidados especiais, como o diretor de pesquisas e desenvolvimento da L’Alliance Boviteq, Dr. Patrick Bondin, que apresentou informações sobre a mais alta tecnologia empregada há mais de 30 anos, pela Semex. O vice-presidente de marketing global Semex Alliance, Brad Sayles, apontou as ações mercadológicas e o foco da empresa pelo mundo. Já o diretor de vendas e desenvolvimento de negócios Semex Alliance – América do Sul e África, John McDougall, apresentou análise das condições mundiais para o segmento e citou as principais técnicas e procedimentos realizados pela Semex, que visam superar as expectativas do cliente.
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Depto. Técnico Depto. Financeiro / ADM / MKT
Cargo e/ou Setor
Telefone
Leandro Paiva
Zootecnista - Superintendente Técnico do SRGRG
lpaiva@girolando.com.br
(34) 3331-6000
Euclides Prata
Zootecnista - Sup. Técnico Substituto e Técnico do SRGRG
eneto@girolando.com.br
(34) 9972-3965
Fernando Boaventura
Zootecnista - Técnico do SRGRG
fboaventura@girolando.com.br
(34) 9248-0302
Jesus Lopes Júnior
Zootecnista - Técnico do SRGRG
jlopes@girolando.com.br
(34) 9134-8666
José Renes
Zootecnista - Técnico do SRGRG
jsilva@girolando.com.br
(34) 9972-7882
Juscelino Ferreira
Zootecnista - Técnico do SRGRG
jferreira@girolando.com.br
(34) 9978-2237
Limírio Bizinotto
Zootecnista - Técnico do SRGRG
lbizinoto@girolando.com.br
(34) 9972-2820
Marcello Cembranelli
Méd. Veterinário - Coord. Operacional do PMGG e DPZ
mcembranelli@girolando.com.br
(34) 3331-6000
Edivaldo Júnior
Técnico Agrícola - Técnico do PMGG e DPZ
ejunior@girolando.com.br
(34) 3331-6000
Wewerton Rodrigues
Zootecnista - Técnico do PMGG e DPZ (Juiz de Fora/MG)
wrodrigues@girolando.com.br
(34) 3331-6000
Sérgio Esteves
Eng. Agrônomo - Departamento de Exposições e Ranking
salmeida@girolando.com.br
(34) 3331-6000
Hilton Nunes
Superintendente Geral
hnunes@girolando.com.br
(34) 3331-6000
José Mauad
Superintendente Administrativo/Financeiro
jfilho@girolando.com.br
(34) 3331-6000
Edlaine Boaventura
Faturamento
eboaventura@girolando.com.br
(34) 3331-6000
Noeli Calixto
Cobrança
ncalixto@girolando.com.br
(34) 3331-6000
Renata Cristina
Contas a Pagar/ Grife Girolando
rcarvalho@girolando.com.br
(34) 3331-6000
Nabor Paim
Contabilidade
npaim@girolando.com.br
(34) 3331-6000
Carolina Castro
Secretária da Presidência e Diretoria
cteles@girolando.com.br / diretoria@girolando.com.br
(34) 3331-6000
Tassiana Giselle
Secretária da Superintendência Técnica e Dep. de Julgamento
tsilva@girolando.com.br / djrg@girolando.com.br
(34) 3331-6000
Jean Carlos
Serviço de Controle Leiteiro
joliveira@girolando.com.br
(34) 3331-6000
Nivaldo Faria
Expedição de Certificados
nfaria@girolando.com.br
(34) 3331-6000
Gustavo Oliveira
Controle de Genealogia
goliveira@girolando.com.br
(34) 3331-6000
Luiz Fernando
Tecnologia da Informação
lmoura@girolando.com.br
(34) 3331-6000
Larissa Vieira
Assessora de Imprensa
imprensa@girolando.com.br
(34) 3331-6000
Consuelo Mansur
Comunicação e Marketing
cpereira@girolando.com.br
(34) 3331-6000
Jesus Lopes Júnior
Coordenador Técnico
jlopes@girolando.com.br
(34) 9134-8666
André Junqueira
Zootecnista - Técnico do SRGRG
ajunqueira@girolando.com.br
(37) 9964-8872
Nilo do Valle
Zootecnista - Técnico do SRGRG
nvale@girolando.com.br
(31) 9954-7789
Katislene Oliveira
Secretária
etrbh@girolando.com.br
(31) 3334-5480
Fernando Boaventura
Coordenador Técnico
fboaventura@girolando.com.br
(34) 9248-0302
Érico Ribeiro
Zootecnista - Técnico do SRGRG
eribeiro@girolando.com.br
(28) 9939-1501
Lucas Facury
Zootecnista - Técnico do SRGRG
lfacury@girolando.com.br
(22) 9862-8480
Ariane Fernandes
Secretária
etrrj@girolando.com.br
(22) 3822-3255
Euclides Prata
Coordenador Técnico
eneto@girolando.com.br
(34) 9972-3965
Samuel Bastos
Zootecnista - Técnico do SRGRG
sbastos@girolando.com.br
(12) 3959-7292
Márcia Keli
Secretária
etr_jacarei@girolando.com.br
(12) 3959-7292
Limírio Bizinotto
Coordenador Técnico
lbizinoto@girolando.com.br
(34) 9972-2820
Bruno Viana
Zootecnista - Técnico do SRGRG
bviana@girolando.com.br
(62) 8212-2984
Wanessa Silva
Secretária
etr_goiania@girolando.com.br
(62) 3203-5813
Pétros Medeiros
Méd. Veterinário - Técnico do SRGRG
pmedeiros@girolando.com.br
(81) 9938-0070
Janaina Santos
Secretária
etr_recife@girolando.com.br
(81) 3032-3981
ETR-BH (Belo Horizonte)
ETR-RJ/ES (Itaperuna)
Escritórios Técnicos Regionais (ETRs)
Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
Nome
ETR-SP (Jacareí)
ETR-GO/DF (Goiânia)
ETR-NE (Recife)
Telefone: (34) 3331-6000 Site: www.girolando.com.br E-mail: girolando@girolando.com.br
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