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Por que financiar a agricultura familiar é bom pra todos? Porque, se por um lado, aumenta a produtividade no campo, por meio do Pronaf, do Governo Federal, por outro, incentiva o comércio e melhora a qualidade dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros. E isso é bom pra todos.
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Danielle Pedroso Cliente da Ag锚ncia Sto. Ant么nio da Platina (PR)
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ueremos iniciar a primeira mensagem da Diretoria, triênio 2014/2016, aos nossos Associados e Amigos da Girolando, com duas expressões que brotam do fundo dos nossos corações: “Muito obrigado pela confiança em nós depositada!” “Precisamos de vocês, pois é por vocês que trabalharemos nos próximos três anos!” Vivenciamos um momento único ao final de 2013, quando participamos da maior eleição da história da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, em um pleito aberto e democrático, em que mais de 1.200 associados atenderam aos pedidos das chapas concorrentes, ouviram, avaliaram as propostas e votaram no que acreditavam ser o melhor para o futuro da Girolando. Com o fim das eleições, as “disputas” dentro da nossa Associação terminaram. Devemos guardar essa página de nossa vitoriosa história e seguirmos juntos e unidos em prol da raça Girolando e da nossa Associação. A união de nosso trabalho fará cumprir nosso grande objetivo: promover ações que melhorem a vida do criador de Girolando, que valorizem o associado, nossos colaboradores e parceiros e, enfim, todos que trabalham com essa raça, a qual, além de gerar renda, alimenta uma grande paixão de todos que a conhecem. Trabalharemos juntos numa gestão Forte, Presente e Participativa. Forte, porque a raça só seguirá com força se o associado seguir fortalecido; Presente, porque estaremos onde o produtor mais precisa: do lado dele! Participativa, porque o associado deverá partici-
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par da vida da Associação e dos seus rumos, tendo-a como a extensão de sua própria casa. A partir de hoje, teremos pela frente menos de 34 meses. Nesse espaço de tempo, como uma equipe coesa e comprometida, faremos o possível (e o impossível), para colocar a Girolando no patamar mais alto das raças leiteiras do Brasil e, por que não, do mundo. Temos dezenas de projetos para serem implantados, que certamente serão desenvolvidos ao longo deste mandato, sujeitos, é claro, às restrições do tempo, estrutura física, de pessoas e condições financeiras, porém com a segurança de que serão trabalhados para que esta gestão seja marcada não só pelos feitos, mas principalmente por atender os anseios e os ideais de nossos mais de três mil associados. Por isso, conclamamos a todos os nossos leitores, associados, colaboradores, parceiros e amigos da Girolando, a fim de que, unidos, trabalhemos na concretização deste ideal, que agora é de todos nós: fazer da Girolando uma raça e uma Associação da qual possamos nos orgulhar e deixar como legado às próximas gerações. Neste ano, assim como torceremos para que o Brasil seja campeão da Copa do Mundo, também já entramos em campo para trabalhar e queremos contar com a torcida de todos vocês, para que esse campeonato seja conquistado pela Girolando. Aguardamos oportunamente a sua visita em nossa sede social e nos nossos Escritórios Técnicos Regionais, onde serão muito bem-vindos! Recebam nosso forte abraço, repleto de Saudações Girolandistas! A Diretoria
Jônadan Hsuan Min Ma Presidente
Magnólia Martins da Silva 1ª vice-presidente
Nelson Ariza 2º vice-presidente
João Domingos G. dos Santos 3º vice-presidente
Olavo de Resende B. Júnior 4º vice-presidente
José Antônio da S. Clemente 1º diretor-administrativo
Jorge Luiz M. Sampaio 2º diretor-administrativo
Luiz Carlos Rodrigues 1º diretor-financeir
Odilon de R. Barbosa Filho 2º diretor-financeiro
Ronan Rinaldi de S. Salgueiro Relações Inst. e comerciais
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O Larissa Vieira Editora
ano de 2014 terá as comemorações do Jubileu de Prata da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. O principal palco da festa será a 11ª Megaleite, que neste ano terá início no dia 13 de julho (final da Copa do Mundo no Brasil) e vai até 20 de julho. Este ano a feira vai mostrar aos visitantes o progresso obtido por todos os elos da cadeia produtiva do leite ao longo dos últimos anos e de que forma isso reflete positivamente na mesa do consumidor. Com isso, a Megaleite irá além da genética bovina e também será uma vitrine tecnológica, com novidades para pequenos, médios e grandes produtores. Em breve, o site da feira estará no ar. O grande destaque da revista é o projeto para 2014/2016 da nova diretoria da Girolando. As ações foram planejadas com base nas reivindicações feitas por criadores de todo o Brasil durante o período em que o atual presidente Jônadan Ma percorreu o país como candidato. Algumas medidas já estão sendo implantadas, como vocês vão ver na matéria de capa desta edição. Como as reuniões com os associados nos estados já começaram, novas ações devem ser implantadas para tornar a Girolando cada vez mais Forte, Presente e Participativa. Outros destaques desta edição são o crescimento da raça Girolando no Nordeste, os cuidados com a parte sanitária do rebanho, o segredo do sucesso reprodutivo em fazendas leiteiras, avaliação genética das vacas e uma entrevista com o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, Luiz Claudio Paranhos. Estamos estreando também o novo visual da revista, desenvolvido por Jamilton Souza. Espero que gostem. Larissa Vieira lamoc1@gmail.com
EXPEDIENTE
Revista O Girolando - Órgão Oficial da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando • Editora: Larissa Vieira - lamoc1@gmail.com • Depto. Comercial: Mundo Rural (34) 3336-8888, Míriam Borges (34) 9972-0808 e Walkiria Souza (35) 9133-0808 - ogirolando@mundorural.org • Design gráfico, ilustrações e arte: Jamilton Souza (34) 9187-0365, Yuri Silveira • Fotos: Jadir Bison • Revisão: Maria Rita Trindade Hoyler • Conselho editorial: Jônadan Ma, Nelson Ariza, Ronan Rinaldi de Souza Salgueiro, Olavo de Resende Barros, Leandro Paiva,Consuelo Mansur Pereira Farah, Miriam Borges e Larissa Vieira • Impressão CTP: Gráfica 3 Pinti (34) 3326-8000 - Distribuição gratuita e dirigida aos associados da Girolando, ABCGIL e órgãos de interesse ligados à cadeia produtiva de leite. • Redação: Rua Orlando Vieira do Nascimento, 74 - CEP: 38040280 - Uberaba/MG - Telefax: (34) 3331-6000 • Assinaturas: ogirolando@mundorural.org - Telefax (34) 3336-8888 - Walkiria Souza 06
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ÍNDICE
Entrevista Luiz Cláudio Paranhos
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Matéria de Capa Nova gestão da Girolando quer fortalecer associado
Desempenho do Girolando nos rebanhos do nordeste do Brasi
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Mensagem da Diretoria Editorial Novos Associados Qual o segredo do sucesso reprodutivo em fazendas leiteiras? Rio Pomba investe em genética Leite instável não ácido (Lina) Vírus da Língua Azul em Ruminantes Eu uso, Eu confio, Eu recomendo!!! 2ª Pré-Seleção de Touros terá avaliação de temperamento Colostro Giro Lácteo Controle Leiteiro Contatos Girolando 08
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2ª Pré-Seleção de Touros terá avaliação de temperamento
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ESTES SÃO OS NOVOS CRIADORES, E ENTIDADES DE CLASSE QUE PASSARAM A INTEGRAR O QUADRO SOCIAL DA GIROLANDO NOS MESES DE DEZEMBRO DE 2013 E JANEIRO DE 2014. Nº 7489 7530 7529 7536 7537 7523 7514 7515 7433 7493 7437 7486 7487 7496 7517 7507 7501 7528 7543 7525 7535 7510 7538 7522 7506 7508 7355 7546 7495 7488 7547 7545 7531 7527 7554 7520 7526 7483 7521 7518 7436 7491 7513 7500 7497 7540 7544 7549 7516 7485 7503 7555 7519 7498 7505 7349 7490 7524 7512 7542 7502 7539 7499 7548 7541 7533 7534
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CRIADOR Antônio Fernando Barbosa Gonzaga Aluysio de Almeida Rocha Filho Ademir Novo Agropecuária Ltda Adelino Junqueira Franco Neto Aroldo Teodoro Campos Antônio Carlos Gallo Adriano Heleno Henriques Ayrton Gomes de Mello Filho Agropecuária Terra Real Ltda Carlos Emanuel de Carvalho Miranda Condomínio Irmãos Dutra Claudio Cunha Melo M. dos Santos Elizeth Maria da Cunha Valle Eduardo Ritz Mendonça Eduardo Augusto Querino Flávio Daniel Alves Pinto Gil Wadson Moura Gilberto Ferreira de Castro Helena Delfina de Faria Hélio Thomaz de Aquino Neto Iraci Antônio de Oliveira Isnei José Garcia Faria José Alberto Oliveira Murta José Gouveia Franco Neto José Helidey Ferreira de Oliveira José Roberto da Costa João Viannay Silva da Cunha Juliano Silva Melo Leite Júlio Braz Serra Machado Kátia Aparecida Valladares Serfiotis Luciano Correa de Araújo Leonni Dascani Zini Moreira Leandro Alves Lima Leandro Batista Fernandes Luiz Antônio Morais Soares Luiz Altamiro Garcia Nogueira Leonardo Jamel Saliba de Souza Lamar Agropecuária Ltda Marcos de Moraes Furtado Marcos Augusto Pontes Nogueira Marcelo Marques Gontijo Marcelo Mello Mascarenhas Viana Maria Inez Buosi Hachich Milton Résio Netto Mário Lúcio Zumpano Onofre Eustáquio Ribeiro Osmar de Oliveira Tosta Osnir Yoshime Watanabe Paulo Fernando Ematne Paulo Roberto Dutra / Outros Rodrigo Silva Toledo Robertson Carlos de Menezes Ronim Emilio Onibene de Oliveira Ricardo Heitor Brenner Ricardo da Eira Peixoto Ricardo Martins Ribeiro Saulo Marcondes Gomes Júnior Silas Vicente Barbosa Júnior Sandra Prado Nogueira Teotônio Donizete Sabino Thaueny Moura Stival Valpadana Produtos Lácteos Ltda Vera Sidnei Corrêa Wendell de Farias Cortez Weber Luís da Cunha Wellington Rodrigues da Cunha Wilson de Matos Silva
MUNCÍPIO Mirassol D’Oeste - MT Rio de Janeiro - RJ São Paulo - SP Redenção - PA Belo Horizonte - MG Areado - MG Lagoa da Prata - MG Uberaba - MG Belo Horizonte - MG Rio de Janeiro - RJ Manhuaçu - MG Belo Horizonte - MG Lima Duarte - MG Nova Lima - MG Nova Serrana - MG Gouveia - MG Goiânia - GO Conceição do Rio Verde - MG Monte Alegre de Minas - MG Colider - MT Goiânia - GO Martinho Campos - MG Uberaba - MG Ituiutaba - MG Serro - MG Araxá - MG Santa Rita da Sapucai - MG Palmeiras dos Índios - AL Pompéu - MG Porto Real - RJ Recife - PE Guaçuí - ES Rio de Janeiro - RJ Conceição do Rio Verde - MG Petrópolis - RJ Niteroí - RJ Sete Lagoas - MG Belo Horizonte - MG Uberaba - MG Rio das Ostras - RJ Bom Despacho - MG Belo Horizonte - MG São José do Rio Preto - SP Anápolis - GO Belo Horizonte - MG Paraopeba - MG Monte Alegre de Minas - MG Cravinhos - SP Aiuruoca - MG S. Sebastião do Paraíso - MG Muriaé - MG Pancas - Es São Francisco do Glória - MG Lins - SP Santa Maria do Suaçuí - MG Belo Horizonte - MG Sacramento - MG Cuiaba - MT São Caetano do Sul - SP Itapagipe - MG Tucumã - PA Irecê - BA Belo Horizonte - MG Natal - RN Ituiutaba - MG Ituiutaba - MG Maringá - PR
Associação Brasileira dos Criadores de Girolando Triênio 2014-2016 Presidente: Jônadan Hsuan Min Ma 1º Vice-Presidente: Magnólia Martins da Silva 2º Vice-Presidente: Nelson Ariza 3º Vice-Presidente: João Domingos G. dos Santos 4º Vice-Presidente: Olavo de Resende B. Júnior 1º Diretor-Administrativo: José Antônio da S. Clemente 2º Diretor-Administrativo: Jorge Luiz M. Sampaio 1º Diretor-Financeiro: Luiz Carlos Rodrigues 2º Diretor-Financeiro: Odilon de Rezende B. Filho Relações Inst. e Comerciais: Ronan Rinaldi de S. Salgueiro
Conselho Fiscal: Thiago Bianchi Silveira Alexandre Honorato Ricardo Miziara Jreige Suplentes Conselho Fiscal: Afonso Celso de Resende Eire Ênio de Freitas Roberto Almeida Oliveira Conselho Consultivo: Everardo Leonel Hostalácio Renato Cunha Oliveira José Geraldo Vaz Almeida Roberto Antônio P. de M. Carvalho Marcelo Machado Borges Suplentes Conselho Consultivo: Aurora Trefzger Cinato Real Silvío de Castro Cunha Júnior Leonardo Xavier Gonçalves José Ricardo Fiuza Horta Guilherme Marques de Resende
Conselho de Repr. Estaduais: AL – Domicio José Gregorio A. Silva AL – Marcos Ramos Costa BA – Ângelo Lucciola Neto BA – Luiz Hage Rebouças (Rep) BA – Valdemir Acácio Osório (Rep) CE – Francisco Teógenes Sabino DF – Cézar Mendes DF – Geraldo de Carvalho Borges DF – Rúbio Fernal Ferreira e Souza DF – Walter Alves de Queiroz ES – Elimário Perterle Fiório GO – Itamir Antônio Fernandes Vale GO – Luiz Fernando Della Corte GO – Thiago Araujo Dias da Costa MG – Ângelo André F. Júnior MG – Breno Barbosa Costa MG – Emílio Afonso F. Fontoura MG – Fabiano Rodrigues Lopes MG – Fabrício Siqueira MG – Fernando Peres Nunes MG – Gustavo Frederico Burger Aguiar MG – Horácio Moreira Dias MG – João Machado Prata Júnior MG – Jorge Papazoglu MG – José Afonso Mota Ronzani MG – Luciano Gouveia Filgueiras MG – Luiz Fernando Reis MG – Luiz Paulo Levate MG – Márcio Luiz Mendonça Alvim MG – Maria Cristina Alves Garcia MG – Minoro Hélio Maurício Y. Júnior MG – Paulo Henrique Machado Porto
MG – Paulo Melo Salomão Gonçalves MG – Paulo Roberto Andrade Cunha MG – Plácido Borges Campos MG – Rodrigo Ribeiro Inácio MS – Adão Paes Sandim MS – Anísio Manoel da Silva MS – Nilo Alves Ferras MT – Aylon Neves (Rep) MT – João Nilson Pinto de Barros MT – Luciano Lacerda Nunes PA – José Luiz Dantas PE – Alexandre Saraiva de Moraes PE – Gustavo Alberto Concentino de Miranda PE – José Adilson da Slva PE – Waldemar de Brito Cavalcanti Filho PR – Ronald Rabbers RJ – Jean Vic Mesabarba RJ – José Gabriel Souza Machado RJ – Roberto Pimentel de Mesquita RS – Carlos Jacob Wallauer SP – Danilo Carvalho Michelin SP – Eduardo Lopes de Freitas (Rep) SP – Fructuoso Roberto de Lima Filho SP – Guilherme Ribeiro Meirelles SP – João Carlos de Andrade Barreto SP – João Eduardo Reis Benini SP – Lauro Teixeira Pena SP – Mateus Ribeiro Abdal SP – Miltom Okano SP – Paulo Yamamoto SP – Virgílio Pittom SP – Waldir Junqueira de Andrade
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De olho na pecuária comercial
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á quase um ano ele aceitou o desafio de comandar uma das associações de criadores mais respeitadas no Brasil e no mundo, com a promessa de desenvolver ações voltadas para a melhoria da produtividade e da competitividade da pecuária comercial brasileira. Luiz Claudio de Souza Paranhos Ferreira, de 45 anos, preside a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), entidade com 20 mil associados e mais de 600 mil registros efetuados em 2014. Nascido no Rio de Janeiro e formado em Zootecnia, Paranhos é criador de nelore, nelore mocho e brahman, na Fazenda Jaraparanduba, em Muquem de São Francisco/BA. Em entrevista à revista O Girolando, ele fala sobre os projetos à frente da ABCZ, sobre possíveis parcerias com a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, mercados interno e externo, e vários outros assuntos. Girolando - A ABCZ comemora 80 anos em 2014. Quais os principais projetos que estão sendo desenvolvidos em sua gestão? Luiz Claudio de Souza Paranhos Ferreira - Estamos trabalhando em duas direções. Uma delas é o aprimoramento constante dos serviços prestados pela ABCZ. Estamos intensificando as ações que possam imprimir mais qualidade e segurança ao nosso programa de evolução contínua, que tem como foco o registro genealógico e o melhoramento genético. Para isso, promovemos treinamentos constantes dos nossos colaboradores, dos colaboradores dos nossos associados e divulgamos novas tecnologias por meio de cursos técnicos, Dias de Campo, vídeos-treinamento e cartilhas educativas sobre melhoramento genético e manejo correto de pastagem. Outra prioridade é o PMGZ, o maior programa de melhoramento genético de zebuínos do mundo. Sabemos que somente com rebanhos bovinos de melhor qualidade genética teremos condição de contribuir efetivamente para o aumento da produção de
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Luiz Claudio Paranhos Presidente da ABCZ
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carne e leite no nosso país, sem a necessidade de abrir novas áreas de pastagem. Já em relação à pecuária comercial, a prioridade é fazer com que esta genética que vem sendo rapidamente melhorada chegue a um número maior de produtores, de forma prática e acessível financeiramente. Atenção também a nossa comunicação: pretendemos escutar mais e entender melhor as demandas dos produtores, indo até eles, aumentando o número de encontros em todos os Estados. Tornar a gestão da entidade cada vez mais profissionalizada, focada em resultados. Estes são grandes desafios em que estamos concentrando esforços. Girolando - Como criador e presidente da ABCZ, como o senhor vê uma raça zebuína (Gir Leiteiro) fazer parte da formação do Girolando, raça que produz 80% do leite no Brasil? Paranhos - Um caso de sucesso, sem dúvida alguma. Na formação da raça Girolando as características de rusticidade e adaptabilidade provenientes da raça Gir são fundamentais. Através do Gir, o Girolando conseguiu se estabelecer como uma raça de significativa importância na produção do leite no Brasil. A seleção do Gir para produção de leite vem dando ao Girolando cada vez mais opções de animais melhoradores, incrementando suas possibilidades de cruzamento e consequentemente aumentando produtividade. Girolando - Como a ABCZ pode fortalecer a parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando nos aspectos técnicos de produção de genética e no avanço da cadeia produtiva do leite? Paranhos - A ABCZ é parceira de toda e qualquer iniciativa que vise buscar aumento de produtividade na produção de carne ou de leite. Entendemos que a ABCZ tem um papel fundamental na melhoria da produtividade da pecuária nacional e trabalharemos junto com nossos parceiros em busca deste objetivo. Com o Girolando é possível desenvolver projetos na área do melhoramento genético, tão importante na seleção. Ações de melhorias nos concursos leiteiros, nas avaliações de sumários podem e devem ser alinhadas entre as associações.
cados, os rumos do melhoramento genético, são assuntos que devem estar sempre na nossa pauta e este evento que reúne grandes criadores é uma ótima oportunidade para podermos debater sobre tudo isso. Girolando - O criador das raças zebuínas de corte também está investindo em leite, como alternativa de renda e melhor fluxo de caixa. Como o senhor vê esta diversificação de atividades nas fazendas brasileiras? Paranhos - Uma diversificação natural e necessária. Precisamos trabalhar para melhorar a produtividade e consequentemente a lucratividade do nosso negócio de pecuária. Alternativas são inúmeras, portanto, é importante buscá-las. Introdução de núcleos de produção alternativos como produção leiteira numa fazenda de gado de corte, ou mesmo engorda e confinamento em uma fazenda de seleção genética, são exemplos de opções altamente viáveis. Girolando - Há perspectiva para melhorar o mercado de leite no Brasil? Onde os produtores de leite de Girolando e de Gir Leiteiro podem explorar melhores oportunidades de mercado? Paranhos - Nosso mercado interno é muito grande. Precisamos evoluir bastante na nossa produção para podermos atender cada vez melhor e buscar a expansão do mercado. Talvez ações específicas nas regiões Norte e Nordeste possam nos mostrar novas oportunidades de mercado. São regiões que devem crescer bastante e que sem dúvida demandarão pecuária leiteira. Também a exportação de produtos lácteos sempre deve ser uma meta a ser buscada. Girolando - A ABCZ já conquistou muitos mercados para as raças zebuínas no exterior. Que sugestões o senhor daria para a Girolando também conquistar o mercado internacional? Paranhos - Acho que o caminho é o de fortalecer os me-
Girolando - A Megaleite, a maior exposição de raças leiteiras do Brasil, é realizada no Parque Fernando Costa - como esta exposição pode ser mais bem aproveitada ou explorada para o produtor de leite e de genética, independente das raças? Paranhos - A Megaleite é uma ação da associação do Girolando e tem o apoio logístico da ABCZ, que disponibiliza o Parque Fernando Costa. Não tenho dúvidas de que podemos aproveitar ainda mais esta exposição que a cada ano vem se destacando. As políticas para o setor, a busca por novos merRevista O Girolando
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atividades ligadas ao agronegócio. São vídeoaulas aos sábados, das 6h às 7h, com reprise aos domingos, no mesmo horário. Os temas são variados e vão desde manejo de bovinos, recuperação de pastagem, integração lavoura-pecuária-floresta até planejamento e gestão da fazenda. Estamos conseguindo atingir um grande número de profissionais do setor e produtores rurais. As aulas podem ser assistidas por todos, mas o aluno devidamente matriculado no Agrocurso recebe o certificado de conclusão do curso.
canismos e as ferramentas que temos hoje como fomentadores do comércio internacional. Um bom exemplo, e que com muito sucesso, é o projeto BrazilianCattle, desenvolvido pela ABCZ com apoio da APEX-Brasil, agência que promove a exportação de produtos brasileiros no exterior. Desde que foi implantado há 10 anos, o projeto conseguiu ampliar as exportações das empresas associadas. Iniciado em 2003, quando obteve o volume de US$5 milhões em negociações, alcançou em 2012 cifra superior a US$400 milhões, totalizando crescimento de quase 8.000%. Este número engloba as negociações realizadas por todos os parceiros do BrazilianCattle, que promove o zebu e os produtos pecuários brasileiros na faixa tropical do globo. O BrazilianCattle, ao longo destes dez anos, articulou também, junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, a revisão e a elaboração de protocolos sanitários entre o Brasil e diversos países. Recentemente foi aberto protocolo para exportação de sêmen bovino para a Costa Rica. Estes protocolos bilaterais são o primeiro instrumento necessário para possibilitar a exportação de animais vivos, sêmen ou embriões a determinado país. Girolando - Um dos problemas da pecuária, na atualidade, tem sido a dificuldade de encontrar mão de obra qualificada. O que a ABCZ tem feito para amenizar este problema? Paranhos - Realmente este é um dos nossos maiores problemas. Precisamos dar muita atenção a este tema. A ABCZ vem desenvolvendo, nos últimos anos, diversos programas de treinamento e capacitação para os colaboradores dos seus associados. No último ano capacitamos mais de oito mil pessoas em todo o Brasil, através dos cursos promovidos pela própria ABCZ e também por seus parceiros. Participamos, também, de um projeto junto com o Canal Rural e com a Fazu [Faculdades Associadas de Uberaba], de ensino a distância: o Agrocurso. O objetivo do Agrocurso é oferecer conhecimento teórico e prático sobre temas relativos às 14
Girolando - O que a ABCZ tem feito na área de pesquisa e melhoramento genético, visando aumentar a confiabilidade dos testes de progênies, em comparação com o nível já alcançado pelas raças taurinas? Paranhos - Nosso departamento técnico/científico tem prioridade absoluta na nossa gestão. Estamos investindo muito em qualificação dos nossos colaboradores, em assessorias e consultorias externas, em máquinas e softwares de última geração. A ordem é desenvolver o que há de melhor em melhoramento genético e seus produtos. A própria feira ExpoGenética foi criada para ser um momento de reflexão sobre os rumos do melhoramento genético, e tem se prestado para tal. Também são realizados Dias de Campo pelo país, para esclarecer aos criadores a melhor forma de utilizar o PMGZ [Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos] e as avaliações genéticas de seus rebanhos geradas pelo programa. Girolando - Em relação ao pequeno produtor, como a ABCZ tem atuado? Paranhos - Desde 2006, a ABCZ vem facilitando a aquisição de touros PO por pequenos produtores, por meio do programa Pró-Genética. É uma forma de democratizarmos a genética de ponta. Com o Pró-Genética, pequenos e médios produtores introduzem em seus rebanhos touros de alta qualidade genética para melhorar a produção de carne e leite. Os criadores podem financiar as compras em bancos ou cooperativas de crédito, utilizando uma baixa taxa de juros e um tempo maior de carência. Mas muitos compram a vista porque sabem que logo terão retorno quando nascerem os primeiros filhos desses touros melhoradores. Os touros são vendidos geralmente nas feiras do Pró-Genética, mas também em leilões chancelados pelo programa e até mesmo na venda direta, na porteira. O programa começou em Minas Gerais, através da parceria com o Governo do Estado, mas hoje está implantando em outros Estados, que são: Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Goiás, Pará, além do Distrito Federal. Acabamos de ter mais duas adesões em 2014, que são os Estados, Rondônia e Rio Grande do Norte. Em breve, assinaremos convênio com os governos de Mato Grosso, Tocantins e Paraíba. Revista O Girolando
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A
valorização do associado e da raça está entre as prioridades da nova diretoria da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, que tomou posse no dia 24 de janeiro. Foram estabelecidos dez pontos principais de atuação para o triênio 2014/2016. Além da valorização da raça, dos associados, técnicos e colaboradores, o projeto inclui a participação ativa em todos os segmentos da cadeia, o fortalecimento do Programa de Melhoramento Genético Girolando, maior agilidade nos serviços prestados e abertura de novos mercados, dentre outras ações. “Na maior eleição da história da Girolando foi plantado o ideal de transformação e de colocar a raça no patamar mais alto das raças leiteiras no Brasil e difundi-la para todo o mundo. Neste momento, conclamo a todos vocês associados, colaboradores, parceiros e amigos da Girolando, para que unidos trabalhemos para concretizar este ideal, que agora é de todos nós”, afirmou o presidente da Girolando, Jônadan Ma, em seu discurso de posse. Os planos de ação da nova diretoria da Girolando fo-
ram traçados durante dois dias. Participaram das reuniões os diretores e membros dos Conselhos Fiscal, de Representantes Estaduais e Consultivo. Foram analisadas as reivindicações feitas por criadores de todo o Brasil durante o período da campanha eleitoral e definidas quais são viáveis para serem implantadas. Uma das medidas adotadas durante o primeiro mês de gestão foi a contratação da empresa BDO para auditar as demonstrações contábeis do exercício finalizado em 31 de dezembro de 2013. Também serão revistos os procedimentos fiscais e trabalhistas e analisada a estrutura de Tecnologia da Informação da entidade. A contratação de uma auditoria independente foi acordada em dezembro de 2013 pelos membros da equipe de transição, que era composta por diretores da gestão anterior e da atual. De acordo com o presidente da Girolando Jônadan Hsuan Min Ma, trata-se de um procedimento de praxe nas organizações empresariais, que ocorre no final da gestão. O resultado da auditoria será apresentado durante a Assembleia Geral Extraordinária,
Nova gestão da Girolando quer
fortalecer associado
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e eficiente ao associado. “Estamos trabalhando para realizar uma gestão Forte, Presente e Participativa. Forte, porque a raça só será forte com um associado forte. Presente, porque estaremos ao lado do produtor. Participativa, porque o associado deverá participar da vida da Associação e dos seus rumos tendo-a como a sua própria casa”, destacou o presidente Jônadan Ma. Pelo Brasil Para conhecer a realidade dos criadores e ouvir suas reivindicações, a diretoria da Girolando iniciou uma série de encontros com os associados nos estados que contam com escritórios regionais (ETRs). A primeira reunião aconteceu em Jacareí (SP) no dia 27 de fevereiro e contou com a presença do presidente da Girolando, do vice-presidente Nelson Ariza, dos diretores José Clemente e Luiz Carlos Rodrigues e do superintendente Técnico Leandro Paiva. Eles apresentaram as propostas de ação para 2014 aos colaboradores do ETR de Jacareí e conheceram como funciona a unidade. Logo em seguida ocorreu a reunião com os associados para apresentar o plano de ação e ouvir as sugestões e as reivindicações para melhoria dos serviços prestados na região. A segunda visita está agendada para o dia 5 de março,
Foto: Rubio Marra
agendada para o dia 14 de março, na sede da Associação, em Uberaba (MG). No mesmo dia, serão eleitos a Diretoria Executiva e o Conselho Fiscal - triênio 2014/2016 do Instituto Brasileiro Científico-Cultural Girolando (IBCG). Outra medida implantada foi a reformulação da Ouvidoria da Girolando, que passa a se chamar “Fale Conosco”. O objetivo é tornar a comunicação em geral mais fácil e objetiva com o associado, profissionais do setor e criadores. Esta comunicação passará a ter um novo formato. Serão três canais de atendimento: telefone, internet (Sistema WEB) e e-mail. As demandas seguirão para o setor responsável: Diretoria, Superintendência Técnica, Superintendência de Tecnologia da Informação, Superintendência Financeira ou Comunicação e Marketing. O projeto Genoma, desenvolvido em conjunto com a Embrapa Gado de Leite, está sendo avaliado para melhor engajamento dos parceiros da entidade. Outro projeto reajustado é o Campo Novo, coordenado pelo Governo de Minas Gerais. O intuito é torná-lo mais abrangente para atender um número maior de criadores. Estão sendo feitos, também, o mapeamento das necessidades dos associados em todo o Brasil e a finalização do zoneamento técnico para garantir atendimento mais rápido
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no ETR de Belo Horizonte (MG), com as presenças do presidente Jônadan Ma, dos diretores Luiz Carlos e Olavo de Resende e Leandro Paiva. Já no dia 6 de março a reunião será no ETR de Itaperuna (RJ) e terá a participação do diretor Odilon, do presidente e do superintendente Técnico. A diretoria definiu que cada ETR terá um diretor responsável, sendo: ETR Campo Grande - Ronan Rinaldi de Souza Salgueiro
Posse
A posse da diretoria da Girolando e dos conselheiros ocorreu no dia 24 de janeiro, no Centro de Eventos Rômulo Kardec de Camargos, em Uberaba (MG). Quase 500 pessoas, entre criadores e autoridades participaram da solenidade, dentre elas: o secretário de Estado de Agricultura de Minas Gerais, José Silva; o prefeito de Uberaba, Paulo Piau; os deputados estaduais Adelmo Carneiro Leão, Antônio Lerin, João Bosco e Tony Carlos; o deputado federal Marcos Montes; representando o presidente da Câmara Municipal de Uberaba, o vereador Marcelo Borjão; o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Luiz Claudio Paranhos, além de diversos prefeitos de outras cidades, vereadores e lideranças do agronegócio. Natural de São Paulo, Jônadan Ma, engenheiro agrônomo de 54 anos, é diretor Executivo do Grupo Boa Fé - Ma
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ETR Recife - A definir ETR Belo Horizonte - Olavo de Resende Barros Júnior ETR Jacareí - Nelson Ariza ETR Itaperuna - Odilon de Rezende Barbosa Filho ETR Goiânia - João Domingos Gomes dos Santos A lista completa dos conselhos está disponível na página 10
Shou Tao, em Conquista (MG), e criador de Girolando, Holandês e Gir Leiteiro. É associado da Girolando há 28 anos. Outros cargos que ocupa são: vice-presidente da Cooperativa dos Produtores Rurais do Triângulo e Alto Paranaíba (Cotrial); diretor da Associação dos Empresários Canavieiros do Vale do Rio Grande, e presidente do Instituto Boa Fé de Apoio ao Combate ao Câncer. Além do presidente Jônadan Ma integram a atual diretoria: 1º vice-presidente: Magnólia Martins da Silva; 2º vicepresidente: Nelson Ariza; 3º vice-presidente: João Domingos Gomes dos Santos; 4º vice-presidente: Olavo de Resende Barros Júnior; 1º diretor-administrativo: José Antônio da Silva Clemente; 2º diretor-administrativo: Jorge Luiz Mendonça Sampaio; 1º diretor-financeiro: Luiz Carlos Rodrigues; 2º diretor-financeiro: Odilon de Rezende Barbosa Filho; Relações Institucionais e Comerciais: Ronan Rinaldi de Souza Salgueiro.
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Participe De 13 a 20 de julho Parque Fernando Costa - Uberaba (MG)
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Domício Gregório, Jônadan e Marcos Ramos Costa
Olavo de Rezende e esposa
Mais de 400 pessoas participaram da posse
Carlinhos Barreto, Roberto Almeida e Virgílio Pitton
José Clemente, Jônadan e Marcelo Borges
Renato da Cunha Oliveira e esposa Ilza Kefalás
Nelson, Jônadan e Luiz Carlos
José Angelo Júnior e esposa
Odilon de Rezende Barbosa Filho
Ênio e família
João Domingos e esposa Maria Helena
Ricardo Miziara e família
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Revista O Girolando
Ronan, Fábio Sandim, Gustavo e Nilo Ferraz
Prefeito de Uberaba Paulo Piau e esposa
Daniel, Magnólia e Daniela
Ângela Ma e Magnólia
Nelson Ariza, José Silva, Jônadan, Luiz Henrique, Luiz Carlos e Ostalácio
Rivaldo, Cau, Marcos Montes e Jônadan
Deputado Estadual Antônio Lerin, presidente da ABCZ Luiz Claudio Paranhos e Romeu Borges Júnior
Guilherme, Luiz Carlos, Gustavo, Jônadan, deputado Bosco e Alexandre Honorato
Magnólia, Jônadan e Nelson
Diretores e conselheiros
Jônadan e Eugênio Deliberato
Revista O Girolando
Mesa solene
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Ary Ferreira de Freitas Pesquisador aposentado da Embrapa Gado de Leite
Desempenho do Girolando nos rebanhos do nordeste do Brasil
S
egundo os criadores mais antigos, a raça Girolando surgiu por volta das décadas de 1940 e 1950, no sul do Estado de Minas Gerais, quando um touro da raça Gir invadiu uma pastagem vizinha e cobriu algumas vacas da raça Holandês, que predominava nos rebanhos daquela região. Ao nascerem os produtos desses cruzamentos, os criadores observaram que eram animais totalmente diferentes dos animais tradicionais daquela época. Com o tempo esses animais foram demonstrando várias características interessantes, como a rusticidade, a precocidade e principalmente a produção de leite. Essa prática foi difundida para outras regiões e bacias leiteiras do Brasil, acelerando cada vez mais com o passar dos anos, ganhando também a admiração de criadores de outras raças, produtores de leite e pesquisadores, que começaram a desenvolver técnicas e selecionar os melhores animais visando aprimorar o desempenho zootécnico do cruzamento, que na época já era considerado muito satisfatório. Atualmente a raça Girolando é utilizada em todo o território nacional como pode ser visto nos relatórios da Associação de Criadores da Raça Girolando (Girolando). 24
Professor da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora - SUPREMA
Marta Fonseca Martins
Pesquisadora da Embrapa Gado de Leite
Wagner Arbex
Analista da Embrapa Gado de Leite
Katia Cristina Lage dos Santos
Analista da Embrapa Gado de Leite
Marcos Vinícius Gualberto Barbosa da Silva
Pesquisadora da Embrapa Gado de Leite
Neste artigo iremos destacar a região Nordeste. Os rebanhos do Nordeste controlados pela Girolando encontram-se em diversas regiões dos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba e Pernambuco. A duração média de 2.670 lactações foi 264 ± 98 dias, a produção de leite em 305 dias e a produção total na lactação tiveram médias de 3.889 ± 1.835 kg e 4.094 ± 2.100 kg de leite, respectivamente. A PTA (Capacidade Prevista de Transmissão) para produção de leite nesses rebanhos teve média de 52,67 ± 322, com confiabilidade média de 72 ± 8,6 %. A Figura 1 mostra a evolução da produção de leite nos rebanhos do Nordeste ao longo dos anos de 2001 a 2012. Observa-se que a produção aos 305 dias variou de 2.600 kg de leite nos anos próximos a 2000 para acima de 4.000 kg, nos últimos anos do estudo (perto do ano 2010). Houve melhoras no manejo e alimentação nesses rebanhos, mas também houve melhoras no nível genético das vacas, como se pode ver na Figura 2 a seguir. Pode-se observar que houve grande evolução do nível genético das vacas desses rebanhos, desde a década de 1980, com média de PTA Leite abaixo de 50 kg e muitas vezes até médias negaRevista O Girolando
tivas, para valores próximos a 100 kg nos anos 2000. Mais número de filhas que eles possuem. Observa-se que foram recentemente houve um salto maior para médias acima de usados touros Girolando provados, detentores de altas PTA 130 kg e 230 kg, nos últimos anos (2009 e 2010). Isso, sem Leite. Como exemplo, o touro Millenium Hortência da Boa dúvida, reflete maior cuidado dos criadores do Girolando no Fé, deixou 48 filhas nos rebanhos. As médias de produção Nordeste em escolher melhor os touros a serem usados em de suas filhas foram 3.969 kg e 3.614 kg de leite na produção seus rebanhos. total e em 305 dias. Suas filhas tiveram lactações de 306 dias A Tabela 1, ao lado, mostra os desempenhos dos diem média. versos graus de sangue das vacas nos rebanhos do NordesA seguir temos o touro C A Sansão (Gir) e o Roklate. De um modo geral os desempenhos foram bons (acima ne Blackstar Zeke (Holandês) com 34 filhas cada um deles. de 3.000 kg em 305 dias de lactação), exceto o do grupo As filhas do Sansão produziram 4.978 kg de leite em 305 de 3/8 Hol: 5/8 Gir, que foi menor em tudo; entretanto, foi dias e 5.076 kg na lactação total, com duração média de 256 um grupo pequeno (somente 53 animais foram avaliados). A maior duração de lactação foi das vacas 5/8 Hol: 3/8 Gir com 278 dias, que foi muito bom, lembrando que a média geral da raça Girolando foi de 290 dias de lactação. O maior nível produtivo foi do grupo meio sangue, tanto em 305 dias quanto na lactação completa, mostrando a resistência desses animais, herdada da raça Gir. Tabela 1 - Desempenho das vacas Girolando no Nordeste. Os tipos de touros mais comuns utilizados nos rebanhos do Nordeste estão na Tabela 2, ordenados pelo dias. Já as filhas do Roklane Blackstar Zeke tiveram média de 3.996 kg e 4.570 kg para as produções em 305 dias e na total, respectivamente. O touro 110 Billy Fancy Paul Y (Girolando) deixou nos rebanhos 24 filhas que produziram 4.510 kg em 305 dias, 4.623 kg na lactação completa com duração média de 280 dias. De maneira geral, os touros usados no Nordeste tiveram filhas cuja produção de leite total variou de 7.028 kg a 3.022 kg e a produção em 305 dias ficou entre 6.367 kg e 2.818 kg, sendo as durações de lactação de 320 a 262 dias. Esses desempenhos podem ser considerados muito bons para a região de abrangência deste estudo.
Figura 1 - Evolução da produção de leite, em 305 dias e total, no decorrer dos anos.
Figura 2 - Ganho genético nos rebanhos do Nordeste (PTA Leite kg) Revista O Girolando
Tabela 2 - Tipos de sêmen utilizados nos rebanhos do Nordeste. 25
Marcelo Hentz Ramos
PhD diretor 3rlab, Consultor Rehagro
Qual o segredo do sucesso reprodutivo em fazendas leiteiras?
A
nualmente, a Revista Americana Hoard´s Dairyman realiza uma competição e seleciona as melhores fazendas em determinadas categorias. Nesta entrevista, foram selecionadas cinco fazendas com melhores desempenhos reprodutivos. Confira, abaixo, as ferramentas utilizadas por essas fazendas para atingirem o nível de excelência. Fazenda A – 3.000 vacas Holandesas em produção, com média de 44 quilos. Algumas recomendações do gerente da fazenda: “Mantenha tudo simples e conheça as pessoas envolvidas em cada atividade, sabendo por que ela precisa ser realizada.” “Tenha certeza de que o conforto das vacas está acima do adequado. Vacas confortáveis são vacas felizes. Elas produzem leite e emprenham muito bem.” “Tenha certeza de que as dietas das vacas secas e em transição estão corretas. Essas vacas são o futuro da fazenda. Coloque-as como prioridade”. Fazenda B – 620 vacas Holandesas em produção, com média de 41 quilos. “Faça exatamente o que o programa de sincronização pede, nem uma hora a mais nem uma hora a menos.” “Sem bons funcionários é impossível alcançar bons resultados.” Fazenda C – 1.500 vacas cruzadas no leite, com média de 40 quilos. “Empregue bons funcionários, que se preocupem com a sua atividade.” “Os programas de sincronização devem ser realizados pelas pessoas que são responsáveis pela inseminação.” Fazenda D – 625 vacas com média de 43 quilos. “Entendemos que conforto animal, saúde dos cascos, resfriamento, nutrição e cuidado com a vaca recém-parida são essenciais para o sucesso do programa reprodutivo.” “Outro grande motivo para o nosso sucesso reprodutivo é que não colocamos mais vacas do que o nosso free-stall suporta.” Fazenda E – 90 vacas em sistema de pastejo rotacionado. Quando vocês iniciam a inseminação dos animais? Fazenda A – Após 71 dias pós-parto. Novilhas com
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350 quilos ou 12,5 meses. Fazenda B – Após 72 dias pós-parto. Novilhas com 12 meses de idade. Fazenda C – Após 60 dias pós-parto. Novilhas com 13 meses de idade. Fazenda D – Após 70 dias pós-parto para vacas e 80 dias pós-parto para primíparas. Novilhas com 14 meses de idade. Fazenda E – Utilizamos estação de monta por ser um sistema que depende muito do pasto. Nossas vacas começam a parir no período de fevereiro a abril. Dessa maneira, não temos um período obrigatório para inseminação no pós-parto. Nós iniciamos a inseminação em 1º de maio. Vocês utilizam algum programa de pré-sincronização de cio? Fazenda A – Sim. Nós iniciamos a sincronização aos 35 DEL (dias em lactação). Utilizamos um programa com duas doses de prostaglandina. Depois, as vacas continuam no ovsynch. Fazenda B – Sim. Utilizamos uma pré-sincronização que inicia aos 34 DEL com uma dose de prostaglandina. Depois, injetamos mais uma dose no dia 48 e no dia 62. Fazenda C – Sim. Utilizamos uma pré-sincronização que inicia aos 32 DEL com prostaglandina. Depois, novamente aos 46 e 60 DEL. Fazenda D – Não. Todos os animais recebem prostaglandina entre 21 e 24 DEL para ajudar a limpar o útero. Não utilizamos um programa formal de pré-sincronização. Fazenda E – Não. Vocês utilizam algum programa de sincronização de cio? Fazenda A – Sim. Depois da pré-sincronização utilizamos o ovsynch para inseminar todas as vacas entre 71 e 76 DEL. Com isso, temos uma taxa de concepção de 50% ao primeiro serviço e 85% do rebanho prenhe aos 150 DEL. Fazenda B – Sim. Depois da pré-sincronização iniciamos o ovsynch, que inclui GnRH, prostaglandina no dia 69, GnRH às 18h no dia 71 e IATF às 10h no dia 72. São checadas às sextas-feiras; se estiverem abertas são colocadas Revista O Girolando
novamente no ovsynch nas segundas. Todas as vacas são checadas com ultrassom aos 28 dias. Fazenda C – Sim. Após a pré-sincronização utilizamos o ovsynch, que inclui GnRH, prostaglandina aos 67; aos 69 DEL GnRH de manhã; aos 69 DEL inseminamos à tarde e aos 70 DEL inseminamos de manhã. Temos uma taxa de sincronização de 61%. Todas as vacas abertas durante a checagem do veterinário são colocadas novamente no programa de pré-sincronização e sincronização. As novilhas são inseminadas utilizando observação de cio. Fazenda D – Sim. Todas as vacas em lactação são inseminadas com ovsynch no primeiro serviço. As vacas iniciam o programa aos 60 DEL e as primíparas aos 70 DEL. O GnRH é aplicado nos animais na terça-feira de manhã, a prostaglandina sete dias após, na terça-feira de manhã também, e o GnRH é aplicado novamente 48 horas após, na quinta-feira de manhã. A inseminação é realizada na quinta-feira, oito horas após a aplicação de GnRH. Vacas abertas no momento da checagem são ressincronizadas. Se um corpo lúteo estiver presente, o ovsynch é iniciado novamente. Se um corpo lúteo não estiver presente, aplicamos GnRH e iniciamos ovsynch sete dias após. Com estes métodos temos uma taxa de prenhez de 37%, com taxa de concepção de 52%. Aproximadamente 57% das nossas
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inseminações são sincronizadas com taxa de concepção de 51%. Fazenda E – Sim. Iniciamos IATF nas novilhas em 2000, e nas vacas em 2001. CIDR são inseridos nas vacas por um período de 14 dias. Após 19 dias da remoção do CIDR, as vacas são tratadas com prostaglandina; 56 depois, com GnRH e inseminadas 16 horas após. Novilhas funcionam da mesma maneira, exceto que encurtamos o intervalo do CIDR para prostaglandina para 16 dias. Temos taxa de prenhez para as novilhas de 70% a 75% com IATF, e para as vacas, de 55% a 62%. Como as vacas são observadas em cio? Fazenda A – Todos os lotes que possuem vacas passíveis de entrarem em cio são observados a cada duas horas, por um funcionário. Fazenda B – Todos os funcionários que trabalham no free-stall possuem uma baia específica e um bloco de anotações para anotar cios. Pintamos as vacas que estão em aberto. Se a tinta for removida é um grande indicador de que o animal está em cio. Fazenda C – Detecção de cio visual e tinta na cauda até os 200 DEL. O gerente do rebanho anda nos lotes toda manhã e toda tarde para observação de cio. A taxa de de-
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tecção de cio é de 75% no rebanho. Fazenda D – Também pintamos a cauda das vacas para ajudar na detecção de cio. Nas novilhas utilizamos um plástico que é colado na cauda e este explode, marcandoas quando estão em cio. Fazenda E – Observamos os animais visualmente para detecção de cio. Depois que as vacas saem da ordenha e vão para o pasto, uma pessoa observa os animais por uma hora, para detecção de cio. Vocês utilizam sêmen sexado? Fazenda A – Utilizamos sêmen sexado em 20% do rebanho. São as melhores vacas. Novilhas são inseminadas duas vezes com sêmen sexado; depois, passam a receber sêmen convencional. Temos uma média de 2.1 serviços por concepção nas novilhas. Primíparas são inseminadas uma vez, com sêmen sexado. Fazenda B – Utilizamos sêmen sexado nas três primeiras tentativas com as novilhas e no primeiro serviço com primíparas. Nas primíparas temos taxa de concepção de 41% com sêmen sexado, contra 52% com sêmen comum. Nas novilhas 44% com sêmen sexado e 55% com sêmen comum. Fazenda C – Não utilizamos sêmen sexado na fazenda. Fazenda D – Utilizamos sêmen sexado nas novilhas nas primeiras duas tentativas. Não utilizamos sêmen sexado nas vacas. Temos taxa de concepção de 48% com sêmen sexado e 64% com sêmen comum nas novilhas. Fazenda E – Não utilizamos sêmen sexado. Como vocês determinam prenhes na fazenda? Fazenda A – Vacas são palpadas pelo veterinário a partir de 42 dias pós-inseminação. Fazenda B – O veterinário passa o ultrassom entre os dias 29 a 35 pós-inseminação. Também checamos aos 60 e 180 dias. Fazenda C – Vacas são checadas por ultrassom pelo veterinário entre 35 e 42 dias pós-inseminação. Fazenda D – Aos 33 dias pós-inseminação o veterinário utiliza o ultrassom para detecção de prenhes. Fazenda E – Iniciamos o ultrassom entre 30 e 32 dias pós-inseminação. O que vocês fazem com as vacas que têm dificuldade de emprenhar? Fazenda A – Vacas-problema recebem GnRH no momento da inseminação. Vacas em aberto no diagnóstico do veterinário recebem CIDR. Desistimos das vacas quando elas atingem um nível de produção que não é rentável. Fazenda B – Tentamos manter as vacas-problema abaixo de 10% do rebanho. Não temos regras para essas 28
vacas. Fazenda C – Vacas com cisto recebem CIDR. Qualquer vaca com DEL maior que 200 entram em uma lista de “não inseminar”. O descarte desses animais é determinado pela produção. Fazenda D – Em vacas-problema utilizamos sêmen barato. Utilizamos CIDR em vacas com cisto crônico. Também temos uma lista de “não inseminar” para vacas em aberto com mais de 200 DEL. Quando a produção destas fica abaixo de 32 quilos elas são consideradas para descarte. Fazenda E – Não temos muitas vacas-problema. Em geral, temos de 5% a 7% de vacas vazias no final da lactação. Neste conjunto de perguntas para fazendas com sucesso em desempenho reprodutivo, mesmo com média acima de 40 quilos, é possível notar alguns pontos em comum: - as novilhas estão sendo inseminadas mais cedo, aos 12, 13 meses. - todas as fazendas ou utilizam protocolo para présincronizar ou utilizam protocolo para sincronizar o cio dos animais. - existe um foco grande em qualidade de mão de obra, principalmente para realização de tarefas relacionadas à reprodução. É importante destacar que este desempenho reprodutivo das fazendas entrevistadas acontece por décadas, o que dá ainda mais força para pensar um pouco mais sobre estas ferramentas e aplicar nas fazendas brasileiras. Revista O Girolando
A qualidade genética das vacas é fundamental para promover o melhoramento genético do rebanho. No sumário “Avaliação Genética de Vacas” constam informações de mil fêmeas com melhores avaliações para produção de leite. Foram utilizados todos os registros zootécnicos, com informações de controle leiteiro e genealogia, disponibilizados pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, oriundos dos criatórios com rebanhos supervisionados pelo Serviço de Controle Leiteiro. Os registros de desempenho produtivo de todas as lactações das vacas (85.179 lactações) foram editados para idade ao parto (18 a 240 meses), ano de nascimento (1993 a 2010), ano de parto (1997 a 2012), composição
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racial (1/4 a 3/4 H:G, sendo H e G) denotando as raças Holandesa e Gir, respectivamente, causas de encerramento da lactação, tamanho do rebanho e grupo contemporâneo de rebanho-ano de parto, com no mínimo três lactações e a utilização de, pelo menos, dois touros por rebanho-ano. O documento traz ainda o desempenho produtivo das vacas Girolando, controladas em 562 rebanhos colaboradores do Teste de Progênie, no período de 1997 a 2012. A média geral da produção de leite em até 305 dias foi de 4.265 kg, enquanto as médias de produção total de leite e de duração da lactação foram, respectivamente, 4.592 kg e 290 dias. A idade média ao parto foi de 65 meses.
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Larissa Vieira
Rio Pomba investe em
genética
P
ara quase 400 pequenos produtores rurais da cidade mineira de Rio Pomba, a Inseminação Artificial (IA) com sêmen de touros provados para leite tem ajudado a elevar os índices de produtividade das fazendas, mas sem elevar custos. Os criadores recebem gratuitamente as doses de sêmen, que são distribuídas pela Secretaria de Agropecuária e Abastecimento de Rio Pomba. O programa trabalha com touros de várias raças leiteiras, incluindo Girolando, e a escolha da genética a ser utilizada fica por conta do produtor. “É uma decisão que precisa ser baseada no tipo de pecuária desenvolvida na propriedade. No caso do Girolando, temos à disposição sêmen de vários graus de sangue”, explica o secretário de Agropecuária e Abastecimento, Alarcon Mendes Gomes. Os criadores também recebem assistência técnica para aplicação da IA. A capacitação de novos inseminadores elevou as taxas de prenhez nos rebanhos assistidos pelo programa. O treinamento envolveu profissionais da região, além de produtores e seus filhos, que receberam equipamentos necessários para trabalhar com a tecnologia. Segundo o secretário, a medida também teve como objetivo a redução do êxodo rural, principalmente entre os jovens. O projeto coloca os pecuaristas de Rio Pomba no restrito grupo de usuários da IA. Atualmente no Brasil somente 10% do rebanho nacional é inseminado, apesar da técnica estar disponível no mercado interno desde a década de 70. Na raça Girolando, as vendas de sêmen vêm crescendo a cada ano, apresentando evolução de mais de 80% entre 2010 e 2012. Além de padronizar características do rebanho, a inseminação permite o melhoramento genético do plantel de forma mais rápida e a baixo custo, através da utilização de sêmen de reprodutores provados para a produção de leite. Outras vantagens são: controle de doenças, controle zootécnico do rebanho, redução da dificuldade em partos e aumento do número de descendentes de um touro. Enquanto por monta natural um touro pode ter de 120 a 400 filhos, durante sua vida útil, com a inseminação o número de
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filhos pode superar os 100.000. No caso de Rio Pomba, o secretário Alarcon Mendes Gomes garante que o melhoramento genético do rebanho municipal é visível. “Criamos até um certificado de genealogia para os animais, para atestar a qualidade genética dos rebanhos assistidos pelo programa. A fêmea recebe uma tatuagem na orelha, com número sequencial. Também são tiradas fotos do bezerro, da mãe e do pai para incluir no certificado. Essa medida foi tomada porque algumas pessoas estavam vendendo animais de má qualidade e alegando que eram do projeto. O próximo passo será registrar os animais na Girolando”, diz Gomes. Segundo ele, a Associação dos Produtores do Vale do Rio Pomba deve se associar à GirolanRevista O Girolando
do ainda neste ano. Paralelo ao programa de inseminação, a prefeitura subsidia a produção de alimento para o gado. O plantio de milho para silagem é feito na área do produtor, mas ele paga apenas 25% do valor do aluguel do trator. A outra parte é paga pela prefeitura. A compra da semente de milho para plantio e de adubos ainda é feita de forma coletiva para reduzir custos. Um técnico da Emater/MG presta assistência técnica aos produtores para garantir o plantio correto do milho. Outra ajuda é na parte sanitária. A vacinação das bezerras contra brucelose é gratuita e um médico veterinário presta assistência no manejo sanitário dos rebanhos. Outra forma de melhorar a assistência técnica na região foi a parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifet). Alunos do Ifet auxiliam os produtores na adoção de técnicas que permitem aumentar a qualidade do leite produzido, especialmente em relação à parte sanitária. Neste ano Rio Pomba terá sua indústria do leite ampliada. Será instalada na cidade uma unidade dos Laticínios Porto Alegre, com capacidade para produzir 70 mil litros de leite por dia. Há expectativa de que o aumento da concorrência pelo leite dos produtores locais promova melhora do preço do leite pago na região.
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Área de plantio de milho usado para silagem do gado
Secretário de Agricultura de Rio Pomba, Alarcon Mendes Gomes
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Priscilla Fernandes de Faria Programa de Pós-graduação em Prod. Animal – Univ. Federal do Rio Grande do Norte
Adriano Henrique do Nascimento Rangel
Laboleite – Univ. Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Kivya Dias de Andrade
Programa de Pós-graduação em Produção Animal – Univ. Federal do Rio Grande do Norte
Rodrigo Coutinho Madruga
Programa de Pós-graduação em Produção Animal – Univ. Federal do Rio Grande do Norte
Leite instável não ácido (Lina)
Rayssa Maria Bezerril
Laboleite – Univ. Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Dorgival Morais de Lima Júnior
Univ. Federal de Alagoas – Campus Arapiraca
Figura 1 - Reação negativa (esquerda) e positiva (direita) ao teste do álcool.
O
conhecimento da composição do leite é essencial para a determinação da sua qualidade, pois define várias propriedades sensoriais e industriais. Os parâmetros de qualidade são cada vez mais utilizados para detecção de falhas nas práticas de manejo, servindo como referência na valorização da matéria-prima. A indústria laticinista está munida de diferentes métodos para medir a qualidade do leite. Alguns testes de plataforma, como a prova do álcool 72% e o teste de Alizarol são utilizados para identificar leites com propriedades físico-químicas alteradas. O teste do álcool é utilizado pelas indústrias lácteas para avaliar a estabilidade térmica da caseína do leite. A baixa estabilidade da caseína apresenta implicações nos processamentos térmicos (como pasteurização e esterilização) bem como na produção de derivados como queijos e 38
iogurtes. Resultados positivos ao teste do álcool levam à formação de grumos no leite, que correspondem à precipitação da caseína e podem ocorrer devido à redução de pH do leite. Em leites de baixo padrão de higiene (elevada contagem bacteriana total) ou armazenados por longos períodos em tanques de expansão, a redução no pH é derivada da ação microbiana sobre a lactose, convertendo-a em ácido lático. A queda no pH do leite altera o ponto isoelétrico das caseínas, tornando essas proteínas menos termoestáveis. O fato é que nem todo leite reprovado no teste do álcool apresenta risco microbiológico, ou seja, possui acidez proveniente da ação microbiana; este é o caso do leite instável não ácido (Lina). O Lina é definido, portanto, como o leite que apresenta perda da estabilidade da caseína ao Revista O Girolando
teste do álcool, sem apresentar alteração no pH. Esta ocorrência causa significativos prejuízos a toda cadeia produtiva, pois o leite é rejeitado ou subvalorizado pela indústria, visto que não é considerado apto ao processo de beneficiamento, levando a um baixo rendimento quando usado em laticínios (Oliveira et al., 2011). Devido essa miríade de fatores, o Lina é bastante prevalente. Estudos nacionais relatam incidência que varia de 30% a 68%, sendo valores mais elevados associados a rebanhos do sul e sudeste do Brasil (Zanela et al., 2006). Diante deste problema, objetivou-se tecer alguns comentários sobre o Lina, a fim de reduzir sua prevalência e alertar a cadeia produtiva do leite. Causas do Lina Os produtores comumente não compreendem o que reduz a estabilidade do leite e, erroneamente, a associam apenas à acidez excessiva. O Lina apresenta causas multifatoriais que não estão completamente elucidadas, sendo conhecidas as relacionadas ao manejo (alimentação, clima, relação homem-animal), ao animal (suscetibilidade ao estresse, potencial produtivo, estádio da lactação, sanidade, problemas digestivos e metabólicos, frações da caseína) entre outros (Zanela et al., 2009). Contudo, os estudos têm mostrado que os fatores nutricionais são os de maior importância na ocorrência de Lina. Diversos fatores nutricionais podem ser apontados como predisponentes à ocorrência do Lina, a saber: dietas ricas em cálcio, mudanças bruscas na alimentação, restrição alimentar, desequilíbrios nutricionais. Todos estes fatores são recorrentes, em maior ou menor escala, em fêmeas bovinas no pós-parto e em pico de lactação, justificando a elevada prevalência do Lina em fêmeas em terço inicial de lactação.
Além dos fatores nutricionais, temos que os processos inflamatórios da glândula mamária aumentam a concentração de plasmina no leite, cuja ação catalítica sobre a caseína leva à diminuição da estabilidade do leite. Além disso, sabe-se que a ocorrência de leite instável não ácido é maior em bovinos com alto potencial genético. No contexto de raças, Botaro et al. (2007) registraram maior predisposição de Lina na raça Girolando em comparação a animais da raça Holandesa. Efeitos do Lina na composição do leite A composição do leite sofre efeitos intrínsecos e extrínsecos. Os resultados de alteração na composição do leite pelo fenômeno do Lina são pouco consistentes. A gordura, por exemplo, apresenta médias significativamente maiores no leite instável não ácido que no leite normal. Enquanto para a lactose, o Lina apresenta teores mais baixos. Quanto aos níveis de proteína, pode haver redução ou aumento dos teores no Lina em relação ao leite normal. Acredita-se que a diminuição da proteína esteja associada à redução da caseína do leite, devido a menor disponibilidade de nutrientes da dieta. As diferenças nas concentrações médias de componentes do leite também podem estar associadas às alterações nas concentrações dos ácidos graxos voláteis produzidos no rúmen, causadas por variações na ingestão de volumosos ou devido a alterações na proporção concentrado/volumoso. Apesar de serem citadas algumas alterações físicoquímicas em estudos com Lina, nenhum aponta valores dos constituintes do leite fora dos padrões exigidos pela legislação (IN 62) e, portanto, não há justificativa para a rejeição do leite instável não ácido pelas indústrias ou a penalização dos produtores que fornecerem este tipo de amostra.
Referências bibliográficas BOTARO, B.G.; LIMA, Y.V. R.; AQUINO, A.A.; et al. Polimorfismo da beta lactoglobulina não afeta as características físico químicas e a estabilidade do leite bovino. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.42, p.747 753, 2007. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n˚62, de 29 de dezembro de 2011. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 30 dez. 2011. Seção 1. OLIVEIRA, C.A. F.; LOPES, L.C.; FRANCO, R.C.; et al. Composição e características físico‑químicas do leite instável não ácido recebido em laticínio do Estado de São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, v.12, n.2, p.508‑515, abr/jun, 2011. ZANELA, M. B.; FISCHER, V.; RIBEIRO, et al. Leite instável não‑ácido e composição do leite de vacas Jersey sob restrição alimentar. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.41, p.835‑840, 2006. ZANELA, M.B.; RIBEIRO, M.E.R.; FISCHER, V.; et al. Ocorrência do leite instável não ácido no noroeste do Rio Grande do Sul. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.61, p.1009‑1013, 2009.
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Vírus da Língua Azul em Ruminantes
A
Língua Azul é uma doença re-emergente que causa aborto em vacas, queda do desempenho reprodutivo, perda de condição corporal e redução na produção de leite. A ocorrência dessa doença está relacionada à presença de vetores transmissores. No Brasil, apesar da existência de poucos estudos sobre a ocorrência dos vetores dessa doença, levantamentos sorológicos indicam a circulação do vírus da Língua Azul em rebanhos bovinos. A Língua Azul (LA) é uma enfermidade viral transmissível que afeta os ruminantes domésticos e selvagens, cujos vetores são hematófagos, do gênero culicoides (“mosquitopólvora”). Caracteriza-se por estomatite catarral, rinite, enterite e claudicação devida à inflamação das bandas coronárias e das lâminas sensoriais dos cascos. Até hoje, 25 sorotipos do vírus foram reportados em vários países localizados nas áreas tropicais e subtropicais. A primeira descrição da enfermidade foi feita na África do Sul, no ano de 1876, e foi denominada, por Hurtcheon, em 1881, “Epizootia catarral das ovelhas” (Erasmus, 1975). A sintomatologia clínica observada nos ruminantes é: inflamação e congestão das mucosas, cianose, edema e ulceração. Em 1902, ainda sem conhecer a etiologia, Spreull propôs o nome Língua Azul para esta entidade patológica devido à inflamação da língua e da mucosa oral que apresentam uma coloração roxa escura ou azulada.
Dra. Poliana de Castro Melo
Profª Doenças Infecciosas e Parasitárias UESC Médica Veterinária Jurada Efetiva Girolando e ABCZ policame@yahoo.com.br
comum, podem ser encontrados diferentes sorotipos em um mesmo surto (Gibbs & Greiner, 1994; Osburn, 1994a; Breard et al., 2004; Aradaib et al., 2005). A incidência da doença clínica é altamente variável. A taxa de mortalidade e a severidade dos sinais clínicos são influenciadas pela espécie, raça e idade do animal infectado, pelo status imunológico do animal, pelo sorotipo e amostra do BTV e por interações com o meio ambiente. O BTV pode causar doença severa em certas raças de ovinos e em alguns cervídeos, mas raramente causa doença em bovinos, caprinos e na maioria dos ruminantes selvagens. Em bovinos os surtos são esporádicos, a morbidade variável (geralmente em torno de 5%) e a mortalidade muito baixa ou nula (Lobato, 1999). Entretanto, as principais consequências da infecção pelo BTV, tanto para bovinos quanto para ovinos, são as perdas indiretas devido ao aborto, à que-
Agente etiológico O vírus da Língua Azul (BTV) é um Orbivirus da família Reoviridae. O genoma do BTV é constituído por 10 segmentos de RNA fita dupla: sete codificam proteínas estruturais e três codificam proteínas não estruturais. São mundialmente reconhecidos 24 sorotipos do BTV sorologicamente distintos, denominados BTV-1 a BTV24, e não se sabe exatamente como os diferentes sorotipos se manifestam clinicamente. Em países onde a doença é incomum, normalmente um único sorovar é reconhecido em um surto, porém em áreas onde a doença é 40
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da do desempenho reprodutivo, à perda de condição corporal e à queda na produção de leite (para bovinos) ou convalescença prolongada (para ovinos). A restrição internacional de movimentação animal e seus germoplasmas é outra causa importante de perda econômica relacionada ao BTV. Sinais clínicos Quando se observam sinais clínicos nos bovinos, estes são menos graves do que nos ovinos e se caracterizam por febre, salivação, edema dos lábios, corrimento nasal com lesões ulcerativas da língua e cavidade oral Infecção aguda em touros é associada com infertilidade transiente (Osburn, 1994 a, b). Laender (2002) menciona a seguinte disposição de sintomas mais frequentemente registrados em surtos de Língua Azul, em bovinos: manqueira, febre, focinho com secreções ou crostas, salivação excessiva, hiperemia ou cianose nos lábios, língua ou focinho, queda na produção de leite, lacrimejamento, hiperemia podal, edema nas patas, úlceras podais, pêlos secos, perda de pêlos, feridas nas tetas, olhos hiperêmicos ou inflamados, tetas hiperêmicas, olhos manchados ou ulcerados, edema na língua, desprendimento dos cascos. A autora cita ainda que a forma aguda da doença em bovinos apresenta sintomatologia semelhante à da Febre Aftosa e, ao contrário dos ovinos, a distribuição das lesões na mucosa, causadas pelo BTV em bovinos, não pode ser utilizada para diferenciar a Língua Azul da Febre Aftosa. Muitos bovinos acometidos também apresentam lesões ulcerativas na língua, lábios, coxim dentário e focinho. Coronite grave, algumas vezes com esfacelo do casco, pode ocorrer. Algumas vacas apresentam fotodermatite e lesões nas tetas. Exsudado serossanguinolento pode aparecer nas narinas e um corrimento nos olhos. Contração da infecção durante o início da gestação pode causar abortamento ou deformidades congênitas, como hidranencefalia, microcefalia, curvatura dos membros, cegueira e deformidade da mandíbula. Diagnóstico Nos bovinos, a baixa morbilidade faz com que o diagnóstico clínico seja praticamente impossível. Além disso, para diferenciá-la de outras enfermidades com características clínicas similares é necessária a confirmação laboratorial. Um diagnóstico conclusivo de Língua Azul requer estudos sorológicos e o isolamento e identificação do agente. Controle da doença e prevenção As medidas de controle para a Língua Azul baseiam-se na ação sobre o vetor, na vacinação e nas barreiras criadas para evitar a movimentação de animais e de sémen, óvulos/embriões e materiais patológicos contaminados. Tentativas de controle por meio da redução da Revista O Girolando
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infecção consistem em reduzir o risco de exposição a culicoides infectados e reduzir o número de culicoides. Nenhuma é particularmente eficaz. A redução do risco de exposição é tentada pulverizando bovinos e ovinos com repelentes e inseticidas e confinando os ovinos à noite. Por causa da preferência de certos culicoides pelos bovinos como hospedeiros, os bovinos que vivem em proximidade íntima com ovinos atuam com iscas do vetor. O ciclo vetor-bovino geralmente é mantido, porém, quando a população do vetor cresce muito, a infecção é transmitida a outras espécies, como por exemplo, os ovinos. A pulverização disseminada para o controle de culicoides não é geralmente prática e apresenta apenas um efeito em curto prazo. Há uma alta mortalidade nos culicoides que se alimentam nos bovinos tratados com uma dose anti-helmíntica padrão de ivermectina e por um efeito larvicida no esterco transferido para 28 dias seguintes para os culicoides que se reproduzem no esterco. A vacinação é o único procedimento de controle satisfatório, uma vez que a doença tenha sido introduzida em uma área. A vacinação não elimina a infecção, mas é bem sucedida em manter as perdas a um nível muito baixo, desde que a imunidade a todas as cepas locais do vírus seja atingida. As vacinas atuais são vacinas de vírus polivalente atenuado, estando em uso na África do Sul e Israel, sendo, também, disponíveis em outros países. As reações a vacina são leves, mas os ovinos não devem ser vacinados dentro de três semanas de cruzamento, visto que frequentemente resulta em anestro. A revacinação anual um mês antes da ocorrência esperada da doença é recomendada. A imunidade está presente dez dias após a vacinação; desta forma, a vacinação precoce durante um surto pode, substancialmente, reduzir as perdas. Os cordeiros de mães imunes podem ser capazes de neutralizar o vírus atenuado e falhar em serem imunizados, e cepas a campo podem superar a imunidade passiva. Por isso, nas áreas enzoóticas, ela pode ser necessária para adiar o parto, até passar o maior perigo da doença, e os cordeiros não devem ser vacinados até duas semanas após o desmame. Os carneiros devem ser vacinados antes do período de acasalamento. As vacinas vivas atenuadas não devem ser usadas nas ovelhas prenhes por causa do risco de deformidade nos cordeiros ou de morte embrionária. O período de maior risco
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é entre a quarta e a oitava semanas de gestação, ocorrendo a incidência mais alta de deformidades quando a vacinação é realizada nas ovelhas prenhes por cinco a seis semanas. A incidência de deformidades pode chegar até 13%, com média de 5%. Os abortamentos não ocorrem, embora alguns cordeiros nasçam mortos. A preparação e o uso de vacinas atenuadas contra o VLA são problemáticos. Os epítopos neutralizantes são altamente conservados em alguns sorotipos, sendo, porém, bastante maleáveis sobre os outros (MacLachlan et al, 1992). Por isso, é necessário monitorar continuamente a identidade e a prevalência dos sorotipos que precisam fazer parte da vacina.
Referências bibliográficas COSTA, J.R.R.; LABATO, Z.I.P.; HERRMANN, G.P.; LEITE, R.C.; HADDAD, J.P.A. Prevalência de anticorpos contra o vírus da língua azul em bovinos e ovinos do sudoeste e sudeste do Rio Grande do Sul. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.58, n2, p. 273-275, 2006. LAENDER, J.O. Língua azul em rebanhos de ovinos e caprinos em três mesorregiões de Minas Gerais: análise da evidência clínica e sorológica e identificação de Culicoides sp. 2002, 92p. Dissertação (Mestrado) – Univ. Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2002. MURRAY, P.K.; EATON, B.T. Vaccines for bluetongue. Australian Veterinary Journal, v.73, n.6., p.207-210, 2006. OIE - Office International des Epizooties. Manual of standards for diagnostic tests and vaccines, 2000. 4 ed. Disponível em: html://www.oie.int/esp/normes/mcode/E_summry.htm>. Acesso em: outubro de 2002. RADOSTITS, O.M.; GAY, C.C.; BLOOD, D.C.; HINCHCLIFF, K.W. Clínica Veterinária: um tratado de doenças dos bovinos, ovinos, suínos, caprinos e equinos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 1737p. TOMICH, R.G.P et al. Epidemiologia do Vírus da Língua Azul em Rebanhos Bovinos. Embrapa, Corumbá-MS. Disponível em: www.cpap.embrapa.br. Acessado em: 08/09/2013.
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Eu uso, Eu confio, Eu recomendo!!! Marcello A. R. Cembranelli
Coordenador Operacional do PMGG
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m continuidade com a divulgação dos touros, com sêmen disponível e provado pelo Sumário de Touros Girolando/Embrapa Gado de Leite. Nesta edição apresentamos mais três importantes reprodutores da raça, onde procuramos de uma forma simples e didática, auxiliar nossos criadores sobre a utilização do touro Girolando Provado em seu rebanho. É importante que o criador conheça e utilize os touros provados em seu rebanho, ou na maior parte dele, e deixe uma pequena porcentagem do rebanho para os touros que ainda se encontram em processo de avaliação. A ordem de divulgação será de acordo com o Sumário de touros. Esta iniciativa tem o apoio do Fundo de Investimento do Teste de Progênie.
Ocidente London do Morro - RGD nº 1065 - Touro 5/8 Hol + 3/8 Gir, provado, pertencente ao 8º grupo do teste de progênie, filho de Londondale Lman Magnum ET, touro Holandês provado. Sua mãe Sevilha Ocidente do Morro, vaca 1/4 Hol + 3/4 Gir, possui lactação de 6.978,58 Kg de leite em 365 dias e PTA Leite de 393 Kg com confiabilidade de 91%. Produz filhas com boa profundidade e comprimento corporal, garupas altas, compridas e largas. Ocidente possui PTA leite de 237 kg.
do reprodutor Billy Fancy Paul Y touro Girolando 3/4 Hol + 1/4 Gir provado para leite e que muito contribuiu para raça. Sua mãe Lira Boagy da Cacá, matriz Girolando 3/4 Hol + 1/4 Gir, que possui lactação de 10.728,95 Kg de leite em 365 dias e PTA Leite de 1055 Kg e confiabilidade de 88%. As filhas de Diamante apresentam ótima capacidade e profundidade corporal, garupa comprida e com boa largura, úberes posteriores altos e largos. Para outras informações e acasalamentos consulte sempre os técnicos da Girolando. Nas próximas edições, iremos falar um pouco sobre as características dos touros em avaliação e com sêmen disponível. Aguardem!
Índio Windstar Sertão - RGD nº 0955 - Touro 5/8 Hol + 3/8 Gir, provado, pertencente ao 8º grupo do teste de progênie, com PTA Leite de 83 Kg e confiabilidade de 80%. Índio é filho de Dupasquier Windstar, um dos principais reprodutores da raça holandesa e que muito contribuiu na formação do Girolando. Sua mãe Angra Sertão, vaca 1/4 Hol + 3/4 Gir, possui lactação de 5.900,61 Kg de leite em 365 dias, e avaliação positiva para produção de leite de 472 kg com 74% de confiabilidade. Índio produz filhas com excelente profundidade torácica e bom comprimento corporal, apresentam garupas largas, com úbere posterior alto e tetos curtos. Diamante Billy da Cacá – RGD nº 0754 - Touro 3/4 Hol + 1/4 Gir, provado, pertencente ao 8º grupo do teste de progênie, com PTA leite de 235 Kg. Diamante é filho Revista O Girolando
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om a expectativa de novo crescimento nas vendas de doses de sêmen da raça Girolando, os produtores de touros trabalham para ampliar, em 2014, a oferta de animais com avaliação genética positiva. Neste ano a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando teve de ampliar o número de animais participantes da segunda edição da Pré-Seleção de Touros para suprir a grande procura por uma vaga na prova. Participam 76 reprodutores pertencentes a fazendas de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso do Sul e Bahia. A entrada dos animais ocorreu em fevereiro. A prova, que acontece no Centro de Performance Girolando, em Uberaba (MG), vai até junho. Todos os touros serão avaliados em relação à fertilidade e temperamento. Apenas aqueles com melhor desempenho poderão seguir para o Teste de Progênie, prova zootécnica que avalia se o reprodutor consegue transmitir à progênie a capacidade de produzir leite em grande quantidade e com qualidade. O resultado será divulgado em julho, durante a MEGALEITE 2014. A novidade da segunda edição da Pré-Seleção é a realização de testes de temperamento para avaliar a influência desta característica no desempenho reprodutivo dos bovinos. A pesquisa é conduzida pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e Ecologia Animal (Grupo ETCO) da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp Jaboticabal, sob a coordenação do professor Mateus Paranhos. Entre as medições que serão realizadas, estão o nível de estresse no momento da coleta de sêmen e o comportamento dos reprodutores. Os touros ainda passarão por avaliações de fertili-
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Divulgação
2ª Pré-Seleção de Touros terá avaliação de temperamento
dade. Na parte reprodutiva, será verificada a capacidade de congelamento e descongelamento do sêmen, a quantidade de espermatozóide produzido e se algum apresenta defeito. Na parte de sanidade, será testado se o animal tem alguma doença reprodutiva. Além disso, serão observados: libido, desempenho do ganho médio diário, temperamento, aptidão reprodutiva, termotolerância. Todos passarão por exames andrológicos e mensuração de Perímetro Escrotal, que serão conduzidos pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). A entidade também ficará a cargo do manejo da pastagem da área onde os touros estão alojados. As avaliações genéticas dos dados coletados ficarão a cargo da Embrapa Gado de Leite.
Marketing do touro Girolando O Comitê Gestor do Fundo de Investimento do Teste de Progênie se reuniu em fevereiro, para definir o planejamento para 2014. Serão feitas novas ações de marketing para divulgar a qualidade dos touros Girolando no mercado nacional, como: a produção de um vídeo institucional e a confecção de materiais promocionais (bonés, camisetas, canetas, etc.) para distribuição. Ficou definido, também, que serão contratados um técnico e uma secretária para atender o Teste de Progênie e será adquirido um veículo para distribuição de sêmen. Durante a reunião foi feita a prestação de contas de 2013, do Fundo. Entre os investimentos realizados no ano passado estão o Centro de Performance Girolando, onde ocorre a Pré-Seleção de Touros e os materiais promocionais. Revista O Girolando
Regulamento de Exposições Oficializadas da Raça Girolando, Ranking 20132014, contemplando todas as modificações realizadas no Regimento Interno do CJRG. As novas versões do Regimento Interno e do Regulamento de Exposições Oficializadas estão disponíveis no site www.girolando.com.br.
Informações Importantes! Regimento Interno do Colégio de Jurados da Raça Girolando (CJRG) – Versão 2013 A Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, no início de fevereiro deste ano, recebeu um comunicado do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), aprovando o novo Regimento Interno do Colégio de Jurados da Raça Girolando (CJRG) – Versão 2013, documento que foi atualizado pelo Conselho Deliberativo Técnico (CDT), gestão 20112013, em sua última reunião, realizada em 07 de novembro de 2013. O novo documento foi elaborado pelo CDT com muito critério, promovendo a modernização de conceitos e procedimentos, visando valorizar o jurado e, principalmente, as exposições oficializadas pela Girolando, além de dar mais credibilidade e visibilidade aos trabalhos realizados. Com a aprovação do documento, foi promovida pela Superintendência Técnica uma atualização do
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4º Seminário de Revisão, Atualização e Harmonização dos Critérios de Julgamento da Raça Girolando A cada dois anos a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, através do seu Colégio de Jurados, promove o Seminário de Revisão, Atualização e Harmonização dos Critérios de Julgamento da Raça Girolando. Em 2014, será realizada a 4ª edição do Seminário, nos dias 11 e 12 de março, em Uberaba-MG. Participam do evento todos os jurados efetivos credenciados pelo CJRG, que atuam em várias regiões do país. O principal objetivo do evento é padronizar cada vez mais os critérios de julgamento e promover a modernização dos conceitos técnicos de seleção, fazendo com que os resultados sejam cada vez mais utilizados pelos criadores nos rebanhos, não como uma ferramenta de seleção, mas como forma de orientação ao trabalho que está sendo desenvolvido no campo. Mais informações sobre o Seminário do CJRG poderão ser obtidas através do telefone (34) 3331-6000, junto ao Departamento Técnico da Girolando. Atualização Técnica Nacional do Serviço de Registro Genealógico da Raça Girolando – 2014 Como de costume, logo após o Seminário do CJRG, a Girolando irá promover nos dias 13 e 14 de março, também em Uberaba-MG, a Atualização Técnica Nacional do Serviço de Registro Genealógico da Raça Girolando – 2014. Estarão presentes no evento todos os técnicos responsáveis por executar os registros genealógicos em todo o país. Neste ano, os assuntos abordados terão como objetivos melhorar a qualidade dos atendimentos técnicos, ampliar os serviços prestados e os registros realizados, além de promover a informatização total dos procedimentos para registro dos animais no campo. Após a Atualização, todos os registros genealógicos realizados pelos técnicos da Girolando serão executados em equipamentos do tipo tablet, dando mais agilidade e credibilidade ao registro genealógico. Mais informações sobre a Atualização Técnica poderão ser obtidas através do telefone (34) 3331-6000, junto à Superintendência Técnica da Girolando.
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Girolando na Colômbia A Fazenda San Marcos, localizada na Colômbia, registrou o nascimento de animais com a genética Girolando, oriunda do Brasil. Em janeiro, nasceu a primeira filha de THOR FIV da Prata JAC 5/8, touro de propriedade de José Antônio da Silva Clemente. Segundo o gerente de Produto Leite Tropical da Semex, Christian Milani, este é o resultado da grande procura pela genética brasileira. “Já faz algum tempo que os criadores da América Latina perceberam a importância de investir no Girolando. A utilização da raça vem aumentando muito e já é realidade em várias fazendas da Colômbia.” Perda Faleceu no dia 10 de janeiro de 2014 Roberto Junqueira Afonso, pai do técnico da Girolando André Nogueira Junqueira. Ele tinha 54 anos e vivia na cidade de Oliveira (MG).
pesquisadora Luciana Shiotsuki, o soro, que é um subproduto rico em proteína, porém muitas vezes descartado pela indústria leiteira, tem sua utilização na dieta dos cordeiros e pode reduzir os custos de produção. Mapa da produção De 1980 a 2012, a produção brasileira de leite quase triplicou. Em 1980, havia alta concentração da produção no Sudeste e os principais Estados produtores eram Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. Em 2012, a liderança de Minas Gerais continuou inalterada, mas a segunda e a terceira posições ficaram com Rio Grande do Sul e Paraná, respectivamente. A produção por região está mais equilibrada, com maior participação do Norte (5,1%), Sul (33,2%) e Centro-Oeste (14,9%) e queda do Sudeste (35,9%) e Nordeste (10,8%). RBC Os touros da raça Girolando vem comprovando sua evolução genética. Exame andrológico feito pelo médico veterinário, Fernando José R. Cardoso, em tourinho da marca RBC apontou dados excelentes de fertilidade. Segundo ele, os dados de fertilidade do Girolando ¾ RBC ELMO foi o melhor andrológico de que se lembra nos últimos anos. No laudo emitido no final do ano passado, consta que o animal tinha: Idade de 32 meses. Consistência testicular (1 a 5): 5. Volume: 11 ml. Concentração (espermatozoides / ml): 510 milhões. Motilidade : 100%. Turbilhonamento (0 a 5): 5. Vigor (0 a 5): 5. Total de anormalidades: 9%. O RBC Elmo foi vendido em feira do Pró-Genética, em Itapagipe, no final de 2013.
Soro do leite O soro do leite de vaca é uma alternativa eficaz e mais barata para alimentação dos rebanhos de ovinos no Ceará. É o que comprova o trabalho que pesquisadores da Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral, CE) têm feito na região de Morada Nova, distante 167 km de Fortaleza. De acordo com a 46
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Depto. Técnico Depto. Financeiro / ADM / MKT Escritórios Técnicos Regionais (ETRs)
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Nome
Cargo e/ou Setor
Leandro Paiva Marcello Cembranelli Euclides Prata Fernando Boaventura Jesus Lopes Júnior José Renes Juscelino Ferreira Limírio Bizinotto Edivaldo Júnior Maurício Bueno Gustavo Gonçalves Sérgio Esteves Edlaine Boaventura
Zootecnista - Superintendente Técnico do SRGRG Médico Veterinário - Sup. Técnico Substituto do SRGRG Coordenador Operacinal do PMGG Zootecnista - Técnico do SRGRG Zootecnista - Técnico do SRGRG Zootecnista - Técnico do SRGRG Zootecnista - Técnico do SRGRG Zootecnista - Técnico do SRGRG Zootecnista - Técnico do SRGRG Técnico Agrícola - Técnico do PMGG Zootecnista - Técnico do PMGG Zootecnista - Técnico do PMGG Eng. Agrônomo - Departamento de Exposições e Ranking Coordenadora Operacional da STA
sup.tecnico@girolando.com.br pmgg@girolando.com.br mcembranelli@girolando.com.br eneto@girolando.com.br fboaventura@girolando.com.br jlopes@girolando.com.br jsilva@girolando.com.br jferreira@girolando.com.br lbizinotto@girolando.com.br ejunior@girolando.com.br mvenancio@girolando.com.br gugoncalves@girolando.com.br salmeida@girolando.com.br eboaventura@girolando.com.br
Setor Secretaria Executivo da Diretoria Secretaria Executiva Marketing Secretaria Executiva do Departamento Técnico Reprodutivo DNA Genealogia Protocolo Bottons ADT Genealógico Secretaria Executiva Controle Leiteiro PMGG / Teste de progênie Superintendência Administrativo e Financeiro Compras Grife Contas a pagar Cobrança Contabilidade Recursos Humanos Faturamento Superintendência de Tecnologia da Informação Web Girolando
Telefone (34) 3331-6000 (34) 3331-6000 (34) 9972-3965 (34) 9248-0302 (34) 9134-8666 (34) 9972-7882 (34) 9978-2237 (34) 9972-2820 (34) 3331-6000 (34) 3331-6000 (34) 3331-6000 (34) 3331-6000 (34) 3331-6000
E-mail jmauad@girolando.com.br diretoria@girolando.com.br marketing@girolando.com.br sup.tecnico@girolando.com.br reprodutivo@girolando.com.br dna@girolando.com.br genealogia@girolando.com.br protocolo@girolando.com.br bottons@girolando.com.br adt@girolando.com.br genealogico@girolando.com.br djrg@girolando.com.br scl@girolando.com.br pmgg@girolando.com.br sup.administrativo@girolando.com.br compras@girolando.com.br grife@girolando.com.br contas@girolando.com.br cobranca@girolando.com.br contabilidade@girolando.com.br rh@girolando.com.br faturamento@girolando.com.br sup.tic@girolando.com.br duvidasweb@girolando.com.br
ETR-BH (Belo Horizonte) Avenida Amazonas, 6020 – Parque da Gameleira – Belo Horizonte/MG – CEP 30510-000 Jesus Lopes Júnior Coordenador Técnico jlopes@girolando.com.br André Junqueira Zootecnista - Técnico do SRGRG ajunqueira@girolando.com.br Nilo do Valle Zootecnista - Técnico do SRGRG nvale@girolando.com.br Gislaine Ribeiro Secretária etrbh@girolando.com.br
(34) 9134-8666 (37) 9964-8872 (31) 9954-7789 (31) 3334-5480
ETR-RJ/ES (Itaperuna) Avenida Presidente Dutra, 1099 – Cidade Nova – Itaperuna/RJ – CEP 28300-000 Fernando Boaventura Coordenador Técnico fboaventura@girolando.com.br Érico Ribeiro Zootecnista - Técnico do SRGRG eribeiro@girolando.com.br Lucas Facury Zootecnista - Técnico do SRGRG lfacury@girolando.com.br Ariane Fernandes Secretária etrrj@girolando.com.br
(34) 9248-0302 (28) 9939-1501 (22) 9862-8480 (22) 3822-3255
ETR-SP (Jacareí) Av. Nove de Julho, 745 – Jardim Pereira do Amparo – CEP 12327-682 Euclides Prata Coordenador Técnico Samuel Bastos Zootecnista - Técnico do SRGRG Márcia Keli Secretária
eneto@girolando.com.br sbastos@girolando.com.br etr_jacarei@girolando.com.br
(34) 9972-3965 (12) 8120-0879 (12) 3959-7292
ETR-GO/DF (Goiânia) Rua 250, s/n – Sala 5 – Setor Nova Vila – Goiânia/GO – CEP 74653-200 Limírio Bizinotto Coordenador Técnico Bruno Viana Zootecnista - Técnico do SRGRG Wanessa Silva Secretária
lbizinotto@girolando.com.br bviana@girolando.com.br etr_goiania@girolando.com.br
(34) 9972-2820 (62) 8212-2984 (62) 3203-5813
ETR-MS (Campo Grande) Rua Américo Carlos da Costa, 320 – Jardim América – Campo Grande/MS – CEP 79080-170 Juscelino Ferreira Coordenador Técnico jferreira@girolando.com.br Dagmar Rezende Médico Veterinário drezende@girolando.com.br Paola Rodrigues Secretária etr_campogrande@girolando.com.br
(34) 9978-2237 (67) 9679-3440 (67) 3342-9287
ETR-NE (Recife) Rua Costa Maia, 300 – Sala 114 – Cordeiro – Recife/PE – CEP 507011-360 Pétros Medeiros Méd. Veterinário - Técnico do SRGRG Janaina Santos Secretária
pmedeiros@girolando.com.br etr_recife@girolando.com.br
(81) 9938-0070 (81) 3032-3981
ETR-BA (Feira de Santana) Gabriel Khoury
gkhoury@girolando.com.br
(34) 3331-6000
Zootecnista - Técnico do SRGRG
Telefone: (34) 3331-6000 Site: www.girolando.com.br E-mail: girolando@girolando.com.br 78
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