Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08
SACRIFÍCIO VOLUNTÁRIO Shannon K. Butcher Série Guerra dos Sentinelas 08 Eles são os Sentinelas. Três raças descendentes de antigos guardiões da humanidade, cada uma possuindo habilidades únicas em sua batalha para proteger a humanidade contra seus eternos inimigos: o Synestryn. Agora, um guerreiro deve avaliar o preço que vai pagar por amor... Theronai guerreiro, Torr nunca esqueceu Grace, a humana que roubou seu coração e quase deu sua vida para salvar a dele. Então, quando é convocado para ajudar Brenya, a mulher poderosa que curou Grace, ficando arrasado ao descobrir que a cura de Grace deixou sua mente desprovida de qualquer memória de Torr ou seu amor. No entanto, apesar de não saber quem ele é, Grace é inexplicavelmente atraída para o guerreiro escuro. Enquanto se unem para deter a invasão, que ameaça as pessoas que Grace agora considerada família, suas lembranças começam lentamente a ressurgir. Mas às vezes o passado é melhor esquecer, uma lição que Torr pode aprender tarde demais...
Traduzido e Revisado do Inglês Envio do arquivo: ∆ίĸɳ Revisão Inicial: Andrea G. Revisão Final: Cris Reinbold Formatação: Cleusa Imagem: Élica Talionis
Comentário Cris Reinbold: Essa série é sobre lealdade, eu por você, minha vida pela sua. Mas aqui, nesse livro uma mulher se dá sem nada pedir em troca, o altruísmo é presente em todas as páginas, um sentimento tão fora do ser humano, mostra como somos egoístas em coisas tão pequenas.
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Lista de personagens Drake Asher: Theronai guerreiro, ligado a Helen Day Briant Athar: Sanguinar Connal Athar: Sanguinar Logan Athar: Sanguinar, caçador de sangue, companheiro de Hope Serrien Aurora: serva Athanasian Cain Aylward: Theronai guerreiro, protetor de Sibila Angus Brinn: Theronai guerreiro, ligado a Gilda Gilda Brinn: Lady Gray, Theronai, ligada a Angus Maura Brinn: Theronai, irmã gêmea de Sibila Sibila Brinn: Theronai, irmã gêmea de Maura Canaranth: Synestryn, segundo no comando de Zillah Meghan Clark: Humana sagrada Helen Day: a Lady Scarlet, Theronai, ligada a Drake Asher Eron: príncipe Athanasian Neal Etan: Theronai guerreiro Madoc Gage: Theronai guerreiro John Hawthorne: Humano sangrado Mabel Hennesy: Humano sangrado Dakota Kacey: Theronai, ligada a Liam Lann Lexi Johns: a Lady Jade, Theronai, ligada a Zach Talon Nicholas Laith: Theronai guerreiro Liam Lann: Theronai guerreiro, ligado a Dakota Kacey Samuel Larsten: Theronai guerreiro Thea Lewis: mulher humana vivendo em Dabyr Tynan Leygh: Sanguinar Lucien: príncipe Athanasian Andra Madison: Lady Sapphire, Theronai, ligada a Paul Sloane Nika Madison: Theronai, a irmã de Andra Victoria (Tori) Madison: Theronai, irmã de Andra e Nika Torr Maston: Theronai guerreiro Beth Mays: humana de sangue, a irmã de Ella Ella Mays: humana de sangue, a irmã de Beth Jake Morrow: humano, membro dos Defensores da Humanidade Blake Norman: humano, meio-irmão de Grace Norman Grace Norman: humana sangrada, Gerai
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Jackie Patton: Theronai, filha de Lucien, ligada a Iain Terra Andreas Phelan: Slayer, líder do Slayers Lyka Phelan: Slayer, meia-irmã de Andreas Joseph Rayd: Theronai guerreiro, líder dos Sentinelas Viviana Rowan: a Lady Bronze, Theronai, ligada a Neal Etan Hope Serrien: companheira de Logan Athar Cole Shepherd: humano de sangue Alexander Siah: Sanguinar Paul Sloane: Theronai guerreiro, ligado a Andra Madison Carmen Taite: humana de sangue, Gerai, prima de Vance e Slade Taite Slade Taite: humano de sangue, Gerai, primo de Carmen, irmão de Vance Vance Taite: humano de sangue, Gerai, primo de Carmen, irmão de Slade Zach Talon: Theronai guerreiro, ligado a Lexi Johns Iain Terra: Theronai guerreiro, ligado a Jackie Patton Morgan Valens: Theronai guerreiro Zillah: senhor Synestryn
Capítulo 1
Kansas, 09 de novembro.
Torr Maston preferia estar lutando com uma centena de demônios venenosos com as mãos nuas, do que enfrentar o homem descansando em sua cama, no quarto de motel. Nicholas Laith apontou o controle remoto para a TV de merda, nem mesmo olhando para longe quando Torr saiu do apertado banheiro. Se Nicholas o encontrou, então mais de seus irmãos estariam logo atrás. Eles todos conspiravam contra ele, tentando convencê-lo de que deveria voltar para casa. E quando palavras falharam, iriam fazer à força. Torr realmente não queria machucar qualquer um de seus irmãos. —Bom chuveiro? — perguntou Nicholas. Seu rosto era fortemente marcado, as marcas entrecruzadas tornando duro de ler a expressão do homem. —Como foi que você entrou? —Fechadura de cartão magnético. Fácil de abrir.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Torr silenciosamente amaldiçoou as habilidades tecnológicas de Nicholas quando forçou as suas palavras a sair lentas e uniformes. —Por que você está aqui? —Você me pediu para vir. —Não, eu não. — Companhia era a última coisa que Torr queria. O isolamento era melhor. Mais fácil. —Não diretamente, talvez, mas você definitivamente lançou um desafio ao desaparecer como fez. Sabia que eu teria que procura-lo apenas para ver se poderia encontrá-lo. — Um sorriso enrugou as linhas de sua cicatriz. —Surpresa. Ganhei. Torr instintivamente se moveu em direção a sua espada, apenas para descobrir que foi realocada. O cinto da espada estava na mesinha de cabeceira do outro lado da sala, em vez de apoiado bem na porta do banheiro, onde havia deixado. —Como você me achou? O homem que foi seu amigo há muito tempo atrás, antes do mundo de Torr ser destruído encolheu os ombros e mudou para a próxima emissora de TV. — Você não fez isso fácil. Abandonou seu telefone celular. Arrancou os dispositivos de rastreamento da caminhonete. Nunca usou qualquer cartão. Você realmente não deveria ter me desafiado assim, se não queria que eu viesse encontrá-lo. A mão de Torr apertou num punho o roupão úmido em torno de seus quadris. —Você acha, talvez, que desapareci porque não queria que você me encontrasse? Nicholas encolheu os ombros novamente e parou num comercial com mulheres jovens, bêbadas, levantando suas camisetas para a câmera. —Não importa o que você quer. É hora de voltar para casa. —Não. —Não? É isso? Eu encontro depois de estar desaparecido por sete meses, e você simplesmente se recusa a voltar? Encontrei de forma justa. Isso significa que venci e você tem que voltar para casa. —Desde que você, aparentemente, não é bom em tomar as dicas não tão sutis que deixei para trás, que quero ficar sozinho, penso que devo facilitar para você entender. Não sei como ser mais claro do que uma única palavra com apenas duas letras. —Você fez beicinho tempo suficiente. Hora de seguir em frente. Voltar ao trabalho. —Beicinho? Você acha que isso é o que venho fazendo?
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Sei que você amava a mulher, mas ela se foi agora. — A voz de Nicholas caiu baixa, para essa área cinzenta entre a simpatia e piedade. Um lampejo de raiva inflamou, apenas sob a pele de Torr. Num segundo estava de pé a vários metros de distância de Nicholas. No seguinte, tinha seu irmão-de-armas preso contra a parede com um antebraço cavando sua garganta. A pele entre as cicatrizes no rosto de Nicholas escureceu com a falta de ar, mas o homem não revidou. Ele apenas olhou para Torr, seu brilhante olhar azul calmo. Aceitando. Torr desejava que Nicholas revidasse. Cabeças esmagando, seria uma maneira boa para distraí-lo de sua miséria. Mas Nicholas não lutaria. Ele nem sequer piscou. De jeito nenhum Torr podia bater num homem que não estava lutando de volta. Com um rugido feroz, Torr empurrou longe de seu irmão e caminhou através do quarto. Nicholas esfregou a contusão já formando em seu pescoço. —Eu vou deixar Joseph saber que não está apto para o trabalho. Por alguma razão isso irritou Torr até mais do que se Nicholas tentasse arrastá-lo de volta. —Estou lutando bem. Só preciso que todos vocês me deixem em paz. —Assim, você pode se matar? — Nicholas sacudiu a cabeça e começou mandar uma mensagem. —Não penso assim. Você precisa ficar fora do campo até ter sua ferrada cabeça no lugar. —Não recebo ordens de você. —Você ainda está recebendo de Joseph? Ou você já parou de dar uma merda sobre tudo o que costumava ter como querido? —Prometi lutar, proteger os seres humanos, matar Synestryn. E é isso que venho fazendo. É o que vou continuar a fazer se você, Joseph ou qualquer outra pessoa gostar ou não. —Até que um dos Synestryn traga você para baixo. Que será em breve, se o seu estado de distração é qualquer pista. —Não estou distraído. —Não? Então como é que o encontrei? Estive em sua trilha por alguns dias agora, mantendo a distância. Você nunca me viu nenhuma vez.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Talvez você seja apenas assim bom. Ele bufou. —Ou talvez não seja, e você não está em condições de lutar sozinho. Sei que perder Grace perturbou você, mas... —Me perturbou? — Torr despiu a toalha e começou a se vestir de modo que não atacaria seu amigo novamente. —Estou tão distante de perturbado que não posso mesmo encontrar uma palavra para encaixar onde estou. O tom de Nicholas ficou gentil. —Você vai superar ela. Você já esteve vivo por tempo suficiente para saber que é verdade. É uma merda, mas é verdade. —Não quero superar ela. Quero estar com ela. —Não é possível. Mesmo que ela sobreviveu, está num outro mundo. —Sei disso, — rosnou Torr enquanto prendeu sua calça jeans e cinto de sua espada em torno de seus quadris. —Você tem que deixá-la ir. —Não me diga o que tenho que fazer. Conheço todos os chavões, todos os conselhos ocos. Siga em frente, fique forte, a vida continua. — Ele não conseguiu olhar para o seu irmão enquanto confessava. —Eu a amo. Ela ainda está lá fora. Pode até precisar de mim. E não há absolutamente nada que posso fazer para mudar nada disso. O disco metálico preso nas suas costas pressionou contra sua espinha enquanto se inclinou para amarrar as botas. Grace colocou o disco nele incorporado na sua carne num esforço para salvar sua vida e reverter sua paralisia. O dispositivo mágico funcionou, deixando-o inteiro e forte. Seus ferimentos, sua dor, sua fraqueza estavam todos nela agora, matando lentamente o corpo humano e roubando o espírito frágil que passou a abrigar. Ele teria feito qualquer coisa para ter de volta aqueles ferimentos e poupá-la, mas o dispositivo funcionou apenas numa direção. Ela pôde curálo, mas ele não podia fazer nada para ajudá-la. Sua doce, altruísta Grace, tinha se sacrificado por ele, deixando-o agradecido e furioso. —Há um monte de coisas que não podemos mudar, — disse Nicholas, sua voz soando com absoluta certeza o tipo que vem somente de duras lições aprendidas. —E nós todos estamos perdemos pessoas que amamos.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Conhecer outras pessoas que sofrem não me faz sofrer menos. Só preciso ficar sozinho. Por que você não pode entender isso? —Porque é provável que acabe morto, e nós precisamos muito de você para deixar que isso aconteça. Você é um dos guerreiros mais mortais que temos. —Eu costumava ser. —Você ainda é. O vi lutar na noite passada. Seja qual for à ferrugem que pode ter crescido em você durante a sua paralisia, você bateu tudo para fora. Você luta como o guerreiro que me lembro. Talvez ainda mais mortal. —Então não há problema. Você pode informar a Joseph que estou bem. Vou voltar para casa quando e se estiver pronto. —Eu disse que você era mortal. Não cuidadoso. Você tomou muitos riscos. E não estava prestando atenção a suas costas. —Não sou suicida, se essa é sua preocupação. Não há nenhuma maneira de saber o que pode ter acontecido com Grace se eu morrer usando este disco. Nós ainda estamos conectados, e enquanto este for o caso, vou ter cuidado. —Se você chama isso de cuidado, então está pior do que eu pensava. —Riscos calculados, Nicholas. Venho lutando por muito mais tempo do que você tem. Sei o que estou fazendo. —Eu também, é por isso que você e eu vamos ser parceiros por um tempo. —Não quero um parceiro. —Acho que já mencionei que não me importo com o que você quer. —Não me empurre, Nicholas. Ele sorriu, fazendo com que suas cicatrizes puxassem. —Acha que tenho medo de você? —Acho que deveria ter. —Ahhh. Você se importa. Como é doce. Não admira que Grace estivesse apaixonada por você. —Pare de falar sobre ela. —Não. Este é um tipo de situação lidar-ou-morrer, e é o meu trabalho ter certeza que você lide. —Não é da sua conta.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Vamos fingir que é, só de brincadeira. —Estou falando sério, Nicholas. —E isso é parte do seu problema. Você precisa relaxar. —A mulher que amo pode estar morrendo, e você quer que eu relaxe? —Ela pode estar morrendo. Ela pode não estar. Mas mesmo se estiver, a assustadoramente poderosa garota, Brenya, é capaz de curá-la, ela ainda é humana. Ainda vai morrer num piscar de olhos. Isso é um fato, e você tem que encontrar uma maneira de seguir em frente. Acho que agora é tão bom momento como qualquer outro, antes de nós perdermos, também. —Não sei como você pode ser tão casual, falando sobre sua morte como se não tivesse mais importância do que o que você teve para o café da manhã. Pensei que fosse um homem melhor do que isso. —Só porque aceito a realidade não significa que não me importo. Arrisco minha vida pelos seres humanos a cada dia. Mas eles são diferentes de nós. Nós nunca fomos feitos para estar com eles não da maneira que você quer ficar com Grace. Deixá-la foi um erro, e se você não acredita em mim, então tudo que tem a fazer é olhar para essa dor no peito como prova que estou certo. —Então... o quê? Apenas paro de me importar? —Não, você encara a realidade. Não importa se ela viva ou morra hoje. Ela é humana. Algumas décadas a partir de agora um mero piscar de olhos para um homem como você e ela vai embora. As folhas em sua Marca da Vida terão caído. Sua alma vai morrer, e não há absolutamente nada que qualquer um de vocês poderá fazer para mudar isso. — Nicholas se aproximou, sua voz mergulhando de volta para a terra da piedade. —Ela não pode salvá-lo, Torr. Não pode ser o que você precisa que seja para sobreviver. Tudo o que pode fazer é ficar no caminho de você encontrar a mulher que pode salvar sua vida e ser a sua verdadeira parceira. E se ela realmente o ama o que suas ações gritam que faz esse não é o tipo de vida que ela quer para você. Se estivesse aqui, iria dizer para seguir em frente, também. —Você não pode ser tão frio. —Você não pode ser tão cego. —Não me importa se ela não pode salvar a minha alma. Quero estar com ela de qualquer maneira.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Bem, você não pode. Ela está a mundos de distância, e nem mesmo a sua determinação é forte o suficiente para ativar uma Pedra Sentinela e abrir um portal para ela. A única maneira de voltar é se Brenya permitir isso. Nesse momento, Torr percebeu a verdade. Nicholas estava certo. Brenya estava em completo controle. Ela era a pessoa que irá decidir se Grace viva ou morra. Ela era a pessoa que irá decidir se queria deixar Grace voltar para casa. Brenya era poderosa de uma forma que Torr mal podia compreender. Ela sabia da pontuação. Sabia que os Sentinelas homens como Torr e Nicholas estavam perdendo a guerra contra os Synestryn, e que se perdessem, a casa de Brenya seria inundada por bestas demoníacas que se alimentam de sangue e magia de sua espécie. Ela não ia deixar isso acontecer, mesmo que isso significasse manter Grace fora de seu alcance para sempre. Brenya precisava de Torr lutando em defesa de seu mundo natal, e a maneira como ele faria isso melhor, era se procurasse uma mulher como ele uma Theronai compatível com o seu poder e poderia tomar seu lugar ao seu lado na batalha. Isso foi o fim de jogo de Brenya. Ele pensou que ela se ofereceu para ajudar Grace porque jurou lutar por Brenya na batalha se precisasse. Mas ele já estava lutando por ela. Foi assim durante quatro séculos desde que teve idade suficiente para balançar uma lâmina. Seu voto para proteger os seres humanos garantiu que ele também a protegesse. A marca em forma de lua crescente que deixou em seu ombro que permitia a ela chamá-lo a qualquer momento queimava com a traição. Ela o enganou. Ofereceu esperança. Manteve-o lutando em vez de chafurdar na tristeza. Ela disse que, enquanto o disco em suas costas ficasse no lugar, Grace estaria viva. Agora ele questionou até mesmo esse conforto. E se Brenya mentiu só para levá-lo a fazer o que queria? Nicholas soltou um longo suspiro, triste. —Você finalmente entendeu, não é? Torr assentiu. —Brenya é desonesta. Comprei sua mentira. Pelo que sei, Grace já está morta. — Mesmo dizer as palavras rasgaram algo vital de seu peito. Nem mesmo as cicatrizes no rosto de Nicholas podiam esconder sua carranca simpática. —É por isso que você tem que deixar ir. Grace deu a sua vida para que você pudesse ter uma. Não menospreze o seu dom desperdiçando isso. —Não pedi por isso. Não queria que Grace se sacrificasse por mim.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Mas ela fez. De sua própria vontade. A única maneira de honrar sua memória é certificarse que a vida que ela deu conta. Você deve isso a ela, viver tanto tempo quanto puder e encontrar alguma maneira de ser feliz. Cumprir o seu propósito. Encontrar sua companheira e matar tantos fodidos demônios quanto possível. —Não é suficiente—, disse Torr. —Nunca será o suficiente. —Talvez. Talvez não. Mas é seu dever tentar. —Você claramente já tem opiniões sobre onde devo começar, não é? —Eu faço. Rory e Caim localizaram um sistema de cavernas ao sul na necessidade desesperada de uma boa limpeza. Pensei que você poderia se juntar a nós. Torr abriu a boca para responder, mas antes que pudesse puxar uma respiração, o ar ao seu redor mudou. O brilho fluorescente bruxuleante de seu quarto de hotel se transformou numa brilhante faixa de fogo de luz. As gotas de água do chuveiro secaram em suas costas nuas aquecidas, aumentando a umidade grossa rastejando em sua pele. O chão sob suas botas desapareceu, deixando-o sentir-se leve por uma fração de segundo antes de mais uma vez se sentir substancial. Uma onda gigante de tontura o golpeou. Agudos gritos femininos de medo e as batidas de passos apressados ecoaram em seus ouvidos. O cheiro de sujeira e fumaça o sufocou. Torr piscou para clarear a visão nadando, mas tudo o que podia ver era a cor e a luz. Azul metálico com listras laranja brilhantes. Sua mão enrolou ao redor do punho da espada, o frio contorno rígido, uma familiaridade bem-vinda. Ele não se atreveu a tirar a lâmina por medo de que algum inocente pudesse estar perto. Em vez disso, plantou os pés e fechou os olhos num esforço para localizar os gritos de socorro. Uma mão quente colocada em seu ombro. Tentou encolhê-lo e enfrentar a ameaça potencial, mas o aperto era muito forte. —Estabilize-se, jovem Theronai—, ordenou uma voz feminina familiar. No mesmo instante, o mundo parou seu turbilhão e ele foi mais uma vez capaz de se concentrar.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 O céu estava laranja. As árvores estavam cobertas de folhas azuladas brilhantes, que mais pareciam de metal do que matéria vegetal. Um sol queimava no alto do céu, e abaixo dele, menor e mais distante, um segundo lançava sua luz baixa sobre o solo. Onde quer que Torr fosse, ele não estava mais no Kansas.
Capítulo 2
Torr girou para encarar a mulher que o tocou. Os longos cabelos prateados de Brenya chicotearam ao redor de seus ombros enquanto ela agarrou seu braço e começou a correr, obrigando-o a seguir, onde ela levava. Uma confusão de camadas de pele, tecido grosso e couro cobria o corpo, espumando ao redor de suas panturrilhas a cada passo apressado. Eles se esconderam numa cabana rústica feita de paus grossos, manchados de tinta preta e capim duro da cor de bronze. —Onde estou? — Questionou. —Temprocia, o mundo que agora chamo de casa. —Onde está Grace? — Exigiu Torr. —Não há tempo para isso. Estamos sob ataque. De jeito nenhum. Torr podia ter apenas uma chance de encontrar a mulher que ama, e ele não ia desperdiçá-la. —Seu ataque pode esperar. Onde está Grace? Brenya puxou de lado uma pele de couro cobrindo uma janela e apontou do outro lado da clareira. Várias cabanas espalhadas na área. Um grande incêndio queimava o centro da clareira, cercada por pedras cor de rosa. Apenas do outro lado do fogo se arrastava um animal reptiliano com o dobro do tamanho de Torr. Tinha seis pernas que o deixavam esgueirando pelo chão como uma centopeia, mas mais rápido. A sua longa cauda bifurcada, e cada ponta se movia, independentemente da outra. Ambas grossas e cobertas de espinhos como ossos. Sua cabeça alongada preenchida com fileiras de dentes cônicos virados para rasgar a carne e esmagar ossos. —Sua Grace está morta se você não ajudar. Agora vá em frente e mate o animal antes que ele atinja as minhas meninas bebê.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Uma criança pequena com o cabelo loiro-branco correu na direção de uma cabana, mas as pernas gordinhas não eram rápidas o suficiente para levá-la para fora do caminho do perigo. A besta a viu e atacou. Torr puxou a espada quando correu fora da cabana. Um berro explodiu de seus pulmões, chamando a atenção da criatura longe da criança. Isso sibilou, tencionando seu corpo e um segundo depois usou essa enorme cauda bifurcada para arremessar-se em direção a ele. Torr saltou fora do caminho, rolando quando caiu no chão. Pedras e paus cavaram suas costas nuas, picando o disco contra sua coluna vertebral. A dor disso era uma coisa inconsequente, distante, que ele não deu atenção. Saiu de seu rolar, caindo em seus pés, sua espada no nível e pronta para balançar. A criatura estava a apenas alguns metros de distância. Ele podia ver agora que tinha olhos enormes da cor da água do pântano. Sua pele parecia mudar em sua estrutura, criando um padrão vertiginoso de movimento que chamou sua atenção. Nicholas estava certo. Torr estava demasiado distraído facilmente. Pelo canto do olho, viu o movimento. A mulher correndo todo o terreno para pegar a menina loira e levá-la para a segurança. Por um segundo, Torr pensou que reconheceu a mulher. Ela quase parecia Andra, mas mais jovem. Tori? Era possível, mas a mulher que ele viu era muito velha para ser a mesma que deixou Dabyr com Grace apenas alguns meses atrás. Agora não era o momento de se preocupar com quem ela era, e não quando o animal estava se preparando para atacar. Torr se deslocou para a esquerda, usando o fogo para proteger suas costas. Não havia nenhuma maneira de saber se essa criatura estava sozinha, e a última coisa que precisava era de uma surpresa desagradável. Outro silvo irrompeu do réptil, e sua cauda enrolou debaixo dele, preparando-se para lançála no ar novamente. Torr se manteve firme. A coisa atacou através do ar. Ele deu um passo de forma limpa para fora do caminho, deixando-o pular de cabeça no fogo. Não! falou Brenya, sua voz um estrondo retumbante dentro de seu crânio. Não o fogo!
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Torr não tinha ideia do que ela queria dizer, até que viu que a criatura não estava gritando de dor. Nem sequer estava se movendo rapidamente para escapar do incêndio. Tudo o que estava fazendo era queimar quando se virou para outro ataque. Foi quando Torr percebeu o que Brenya quis dizer. O fogo não estava prejudicando a criatura, estava simplesmente dando outra vantagem. Porque agora, não estava apenas lutando contra um lagarto voador gigante e flamejante. E ele não era à prova de fogo. A criatura se lançou em direção a Torr novamente. Girou para fora do caminho, mas o animal chegou tão perto que deixou uma mancha chamuscada através de suas costelas nuas. Lâmina na mão, ele se virou para enfrentá-lo, inclinando para longe do fogo e das cabanas vizinhas. O lagarto o seguiu, um olho enorme focado nele e o outro em movimento, na verificação de mais perigo. Ou presa. Torr rosnou e enfiou a espada na criatura, certificando-se de que era o alvo mais perigoso ao redor. A menina loira estava escondida em segurança dentro de uma das construções grosseiras, e Brenya teve o bom senso de ficar fora de vista. Algumas portas frágeis estavam abertas o suficiente para Torr distinguir pessoas assistindo. A mulher que resgatou a menina estava lutando contra o domínio de outras duas mulheres, que mal conseguiam impedi-la de combater. Sua espada curta brilhando sob o céu laranja, mas ela era incapaz de se libertar sem usá-la sobre elas algo que estava, aparentemente, relutante em fazer. Bom. A última coisa que precisava era de outra distração, e um parceiro desconhecido em combate definitivamente era isso. Os padrões estranhos na pele do lagarto eram mais do que suficientes para absorver sua atenção, especialmente agora que pareciam estar se movendo mais rápido sob as chamas revestindo sua pele. Ele se manteve andando, chamando a besta longe das mulheres. O chão sob seus pés se tornando mais suave. A umidade abraçando sua pele ficando mais espessa. Sombras o envolveram, e gotas pesadas de água morna atingiram seus ombros nus. Entrou na borda da floresta circundante. Tão espessa como as árvores eram aqui, o lagarto ia bater a cabeça num tronco se tentasse vir voando para ele novamente.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 A pele da criatura chiou quando a água pingou sobre isso, mas as chamas se mantiveram estáveis. Havia muita umidade aqui para os arbustos inflamar. Pelo menos Torr esperava que esse fosse o caso. Um tronco de árvore grosso, preto, apareceu à esquerda dele. Um galho baixo corria quase paralelo ao chão, apoiando um balanço rústico, feito de corda áspera e uma prancha de madeira empenada. Folhas metálicas da árvore refletiam a luz do fogo numa exibição deslumbrante de índigo e ouro. Se não fosse o silvo da criatura e sua pele flamejante e dentes de quebrar ossos, Torr teria encontrado este lugar estranhamente bonito. Diminuiu a velocidade até parar, escolhendo um local dentro da linha das árvores. O crescimento denso das árvores ia impedir sua espada, mas não tanto quanto o truque de voo da fera. Torr precipitou-se, mantendo a espada em ângulo para encaixar entre os ramos circundantes. Passando no ar no último momento, evitando as mandíbulas abertas do lagarto, quando saltou sobre sua cabeça. Uma língua afiada jogou para fora, cortando de forma limpa através do tecido da calça jeans. Aterrissou nas costas da criatura, ignorando a lambida escaldante de fogo chamuscando sua pele. Tudo o que precisava era um golpe limpo um único golpe no cérebro do lagarto e então lidaria com suas queimaduras. Ficou em cima de suas costas debatendo, arrancando a ponta de sua espada bem no meio dos olhos de água do pântano. Ao invés de afundar limpa através da carne e osso, sua espada simplesmente deslizou fora das escamas duras da coisa com uma chuva de faíscas esverdeadas. De jeito nenhum ele ia ser capaz de golpear através dessa pele, sem uma marreta. Ele precisava de um ponto fraco. O calor escaldante o levou fora da parte traseira do animal. Saltou em cima de um ramo baixo, fora do alcance do lagarto. A árvore balançou com seu peso, chovendo gotas gordas de água que estavam agrupadas em folhas acima dele. Ele bateu a água de seus olhos e observou por uma brecha abaixo. O lagarto se empinou na cauda bifurcada, obviamente se preparando para lançar-se na árvore atrás de Torr. Ele ficou de pé, flexionando o punho em torno de sua espada em antecipação.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Assim que o animal foi ao ar, Torr girou em torno do tronco com um braço, colocando o circunferência sólida da árvore entre ele e o lagarto. Ele bateu na madeira com uma conversão dura, seguido por um silvo gritado de dor. No momento em que Torr chegou a terra, o lagarto estava de costas, debatendo no emaranhado de folhas metálicas que cobriam o chão. Ele não hesitou em tomar o seu tiro, mantendo-se fora do alcance dessa língua afiada. Bateu com a ponta de sua espada no peito da coisa, sentindo sua lâmina desviar quando escorregou entre duas costelas. Com uma explosão selvagem de força, mudou o ângulo da espada e empurrou mais profundamente na caixa torácica do lagarto. Sangue laranja espesso derramou da ferida. Seu corpo estremeceu, e a pesada cauda bifurcada atingiu Torr como um aríete. Ele voou pela floresta a poucos metros antes de chegar a uma parada brusca, dolorosa, contra um tronco de árvore. Sua cabeça sacudiu com choque tão fresco, que não havia nenhuma dor ainda. Mas estava vindo. O vento foi derrubado de seu corpo, e era tudo o que podia fazer, parado, no pânico da asfixia. Apenas a necessidade de garantir que o lagarto estava morto deu vontade de recuperar seus pés. A dor chegou como um trem de carga em alta velocidade enorme e completamente impagável. Uma onda de tontura o pegou desprevenido. Seus olhos se recusaram a se concentrar o suficiente para dizer se o animal estava se movendo ou se era apenas um truque dos olhos. Cambaleou para frente, a espada pronta. Seu peito ardendo com a necessidade de ar. Dor irradiando fora de sua coluna e crânio. Suas pernas estavam estranhamente fracas, lembrando-o do tempo que esteve paralisado e impotente. Torr havia se prometido que nunca seria impotente novamente, mas ali estava ele, caindo no chão, e não havia nada que pudesse fazer para detê-lo.
Capítulo 3
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Torr acordou dentro de uma cabana mal iluminada com o rosto de Brenya pairando a apenas alguns centímetros acima dele. Mesmo tão perto, não podia dizer sua idade, mas parecia mais velha do que quando a viu pela última vez, e mais cansada. O movimento dentro de seus olhos chamou a atenção, lembrando que esta mulher não era nem Sentinela nem humana. Ela era Athanasian uma antiga raça de seres que deu origem a sua espécie, bem como os Sanguinar e Slayers. Ela não piscou, e ele jurou que suas íris pareciam exatamente como ondas de chumbo chutadas por uma tempestade. Como todos os Athanasians que conheceu, havia uma qualidade sobrenatural nela um tipo de poder que irradiava para fora, que ele só podia imaginar possuir. A desorientação limpou, e as voltas em sua cabeça diminuíram, até que se lembrou de onde estava. —Eu matei o lagarto? —Sim. Nós comeremos bem esta noite, — disse ela, indo para trás de seu espaço pessoal. Pedaços de pele e penas estavam atados em seu longo cabelo prateado. Ele percorreu seu peito nu enquanto ela se moveu, e os ramos de sua Marca da Vida a imagem de uma árvore incorporada em sua pele tremeram em resposta ao seu poder. O estômago de Torr arfou, e ele não tinha certeza se era no pensamento de comer o lagarto gigante, a concussão ou a proximidade de Brenya que causavam. Ele engoliu sua náusea. —Está todo mundo bem? —Sim. —Mesmo Grace? Ela está viva? Brenya faz uma pausa, franzindo a testa como se estivesse procurando as palavras certas. — Pedaços delas estão. Ele estava atordoado em silêncio por um momento, tentando descobrir se estava ouvindo-a corretamente ou se sua concussão estava brincando com ele. —Pedaços? —É muito complicado para alguém com suas habilidades limitadas entender. Sua mente foi para um lugar escuro onde o corpo de Grace estava rasgado, os pedaços recolhidos em órgãos. Enquanto sabia que alguém tão altruísta como Grace teria gostado de nada menos do que salvar os outros em sua morte, a ideia o enfureceu. Sua voz saiu fria e afiada com aço. —Então use palavras pequenas.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 A mulher mais velha apertou os lábios em irritação, como se lidando com uma criança chorona. —Eu tentei restabelecê-la. Fazê-la inteira. Mas ela deu muito de si mesma para curá-lo, e não havia mais nada que pudesse fazer. Nada mais... As palavras eram um eco sombrio em sua cabeça. —Ela está... morta? —Em parte. Este não era o momento de estar fodendo com ele. Frustração, tristeza e medo rondaram sob sua pele, muito perto da superfície para esconder. Sua voz era um chicote frio que a atacou. —É melhor você começar a fazer sentido. Rápido. Irritação apertou a boca de Brenya até formar pequenas linhas. Ela ficou em silêncio o tempo suficiente para lembrar a Torr que ele não tinha nenhum controle aqui. —Um pouco da mulher que você conheceu vive. Um pouco dela não sobreviveu aos meus esforços para curá-la e estão perdidos para sempre. E um pouco permanece entre a vida e a morte, lutando para sobreviver, mesmo agora. Que porra isso queria dizer? —Quero vê-la. — Talvez se ele fizesse, poderia dar sentido ao que Brenya estava dizendo. —Não. Tentou se sentar, mas a sua cabeça girando, o faz pensar duas vezes sobre o movimento. A última coisa que precisava era mostrar fraqueza e convencer Brenya que não podia lidar com a verdade do que aconteceu à sua Grace. Brenya o empurrou de volta, e no instante em que tocou sua pele, a marca em forma de meia-lua, que deixou nele há alguns meses, queimou. —Por que não? — Ele exigiu. —Você vai querer ser seu coração, mas as partes que você ama se foram. Ela não vai conhecê-lo. —Não vai me conhecer? É claro que ela vai me conhecer. Ela quase morreu para me salvar. —Memórias de você são uma das muitas coisas perdidas para ela. —Você não sabe disso. Não, com certeza. Ela nem sequer me viu ainda. —Eu sei. A cura que fiz nos uniu intimamente. Sou parte dela agora, assim como ela é de mim. Conheço sua mente. E você, jovem guerreiro, não é ninguém para ela agora.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Essas palavras, entregues sem calor ou piedade, bateram nele mais do que qualquer ferida que jamais sofreu. Sua voz falhou com a dor. —Você está errada. Deixe-me vê-la e vou mostrar como você está errada. —O que você vai fazer se você vê-la? Confessar o seu amor? Exigir que ela se lembre de um homem que não é mais uma parte de sua mente? Grace ainda está fraca. Tudo o que suas palavras podem fazer agora é danificá-la mais. —Eu morreria antes de machucá-la. —Então me dê a sua palavra. Finja que não a conhece. Fale nada de seu passado. Fique em silêncio até que veja que o que digo é verdade. —O que você quiser. Apenas me deixe vê-la. — Ele tinha que vê-la com seus próprios olhos, saber que estava a salvo. E não importava o que pensasse Brenya, o vínculo que ele e Grace tinham era profundo. Ela estava disposta a morrer por ele. Ela quase fez. Não importa o quanto mudou, não poderia tê-lo esquecido. —Faça um voto, — exigiu Brenya, as ondas de tempestade nos olhos subindo. —Juro. Não vou dizer uma palavra para ela até que você permita. Assim que as palavras saíram de sua boca, o peso do voto que deu, se abateu sobre ele, tornando difícil de puxar sua próxima respiração. Mesmo que queria falar com Grace, a ligação dele com sua palavra mágica tornaria impossível. —Fique quieto—, ordenou Brenya. —Vou trazer Grace para cuidar de suas feridas, então ela não vai questionar por que está aqui. Se você fizer qualquer coisa para aborrecê-la, vou arremessá-lo de volta ao seu mundo e nunca chamar você de novo. Grace vai viver o resto dos seus anos aqui, nunca vê-lo novamente. Você entendeu? —Eu faço. Prometo que vou ser bom. Tristeza fez os olhos estranhos de Brenya inclinar para baixo. —Gostaria que essa bondade pudesse ser reembolsada por algo diferente de decepção. —Grace nunca, uma vez, me decepcionou. Ela vai se lembrar de mim. —Essa Grace, aquela que você acha que conhece se foi. Quanto mais cedo aceitar isso, menos dor vai sofrer. Não importava quanta dor tinha que suportar. Grace valia a pena o preço que tinha que pagar para tê-la de volta. E desta vez não ia desperdiçar o dom que ela era.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Nicholas estava certo de que sua vida humana seria apenas um breve momento de tempo para Torr, mas iria saborear cada segundo e gastar o tempo lá, fazendo ela o ser humano mais feliz que já respirou. Brenya deixou escapar um longo suspiro, triste. —Esperava que você escolhesse o caminho mais fácil. Vejo a loucura disso agora. — Atravessou a sala e sentou-se num banco de pedra. — Prepare-se, jovem guerreiro. Ansiedade e emoção zumbiram ao longo das veias de Torr. A dor de suas feridas ainda estavam lá, mas nada disso importava. Grace estava viva. Nada podia diminuir o alívio que deu. Mesmo que ela estivesse fraca para arriscar sua vida pela dele, mesmo que já não era muito ela mesma, ele não se importava. Ainda era sua Grace, e os efeitos colaterais de seu sacrifício por ele não podiam fazê-lo amá-la menos. Torr encontrou força para levantar, assim que a porta se abriu, deixando entrar veios empoeirados de luz solar. Ele se recusou a apertar os olhos com o brilho repentino. Não queria esperar nem mais um segundo para vê-la novamente. —Você me chamou, Brenya? —, perguntou Grace numa voz calma, doce, que teria reconhecido em qualquer lugar. Ele ainda não podia vê-la por esse ângulo. Ela estava em pé do lado de fora da porta, impedindo a vista. Ainda assim, todo o seu corpo ficou alerta, cada célula em pé, na atenção, em resposta a sua proximidade. A necessidade de vê-la de ver a prova com os próprios olhos, que ela estava viva quase o levou a seus pés. Somente sua preocupação de que podia tombar e se envergonhar o manteve preso no lugar. Brenya acenou para ele. —Este homem foi ferido matando a fera. Cuide dele. —Sim, é claro. Grace entrou na cabana. A porta fechou. Seus olhos se adaptaram à penumbra quase que imediatamente, revelando um ligeiro vislumbre do lado do rosto. Seu cabelo estava mais longo agora. Muito, muito mais. Cachos negros macios caindo quase até a cintura. Não houve tempo para o cabelo crescer tanto, teve? Ela só foi há sete meses.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Alguns pedaços de conhecimento acumulou, fizeram cócegas no fundo de sua mente, mas sua cabeça estava latejando muito para compreender o pensamento. Seus braços e pernas estavam nus debaixo de uma túnica de couro curta, mostrando os músculos que estava certo que não estavam lá antes. Sua Grace sempre foi suavemente arredondada, com curvas que o faziam ofegar com necessidade. O corpo mais magro, duro, que via agora era a prova de que ela mudou. Talvez a comida fosse escassa aqui. Talvez fosse por isso que Brenya parecia tão contente com uma pilha gigante de carne de lagarto. Apenas o pensamento de Grace ficando sem as necessidades básicas era o suficiente para fazer uma súbita onda de raiva inchar em seu intestino. Nunca mais. Enquanto vivesse, Grace nunca passaria fome novamente. E mesmo com o seu voto de silêncio, o seu peso era tão sólido e real, como se tivesse falado as palavras em voz alta. Ela se virou para encará-lo, então, e ele foi atingido, sem fôlego. Sua beleza tão brilhante e radiante, o fez sentir a necessidade de proteger os olhos. Aqueles olhos castanhos doces, sempre tão cheios de preocupação sincera, exatamente como ele se lembrava. Sua pele um pouco mais escura da exposição ao sol, mas ainda assim, tão perfeita e suave como em seus sonhos. Suas mãos estavam enfeitadas com anéis de fibra intricada, atadas e pulseiras, mas seus delgados, dedos gentis, o haviam tocado muitas vezes para ele não conhecê-los instantaneamente. Se ele não tivesse dado a Brenya seu voto de silêncio, teria ainda ficado atingido sem palavras. Intermináveis dias se perguntando se ela estava segura se estava com dor finalmente chegaram ao fim. Sua Grace estava viva, e tudo dentro dele queria se alegrar. Agarrou o lado do cama, sentou-se, na esperança de impedir de varrê-la em seus braços. Dissera a Brenya que nunca faria nada para machucar Grace e quis dizer cada palavra. Não importa o quanto difícil era para ele se conter, iria encontrar a força para fingir que não a conhecia. Ela ofereceu um sorriso hesitante, que não mostrou nenhum sinal de reconhecimento. —O herói da aldeia. Vou ter você tratado num momento. Onde você se machucou? Torr permaneceu em silêncio e olhou para Brenya. —Ele não pode falar, criança. Sua garganta ficou ferida. Vou ver isso depois. Você cuida das feridas que você pode ver.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 O olhar de Grace varreu sobre ele, tomando seus cortes, contusões e queimaduras. Sua viagem visual abrandou quando viu seu marca da vida, em seguida, novamente quando notou a marca em forma de lua crescente que Brenya queimou em sua pele. Ela estudou o rosto, escovando o cabelo longe de uma ferida superficial na testa. Simpatia aqueceu seus olhos castanhos, e seu toque era tão suave que quase trouxe lágrimas aos seus olhos. Ele não foi capaz de sentir todas as vezes que ela tocou antes, vendo seu cuidado enquanto jazia preso dentro de sua paralisia. Ele viveu para os momentos que ela o barbeou o rosto ou aparou seu cabelo, deleitando-se com o menor contato que realmente podia sentir. Agora estava inteiro, sentindo tudo, porque ela o salvou. Certamente havia deixado algum tipo de marca nela alguma conexão, que mesmo Brenya não poderia prever. Torr se manteve esperando por ela mostrar algum sinal de que sabia quem ele era alguma pequena faísca para iluminar seus olhos da forma como costumava, sempre que ela entrava em sua suíte de volta no Dabyr mas esse sinal não veio. Brenya estava certa. Grace não conhecia mais ele. Ela se sacrificou para salvá-lo, mas ele agora não era mais do que um estranho para ela. Ela atravessou para o outro lado da cabana e começou a abrir caixas de madeira, tirando tiras de pano e outros suprimentos. Algo quente e vital murchou no peito de Torr. Tentou lutar contra a onda de dor e raiva que se levantou dentro dele, mas era uma causa perdida. Passou por todos os cenários que poderia conceber, imaginando ela inteira e saudável, correndo para seus braços, inconsciente como da última vez que a viu, paralisada como esteve. Ele até imaginou-a morta quando já não podia controlar-se o bastante para manter a imagem à distância. Sofreu com inúmeras sequências de emoções caóticas, que cada sonho e pesadelo causaram. Mas nunca teve uma vez, que pensou que não iria conhecê-lo, que não significaria nada para a mulher que amava. Um gemido baixo, animalesco de dor escapou antes que pudesse detê-lo. Grace deixou cair o que estava fazendo e correu para o seu lado. Seus dedos quentes colocados em seu ombro nu, e cada fibra do seu ser se levantou em boas-vindas.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Ele a teria conhecido em qualquer lugar. Por seu toque, por seu cheiro, pelo som de sua voz e até mesmo pelo sabor de seus lábios. Ela era uma parte dele que era mais profunda do que qualquer outra que já conheceu, o que fez o seu olhar estranho se sentir como uma traição. Torr cobriu sua mão, prendendo-o no lugar, para que não pudesse se afastar. Olhou fixamente em seus olhos, silenciosamente desejando que visse sua alma. Para ver seu amor por ela. Tudo o que conseguiu em troca foi mais de sua suave preocupação o tipo que ela teria dado a qualquer pessoa que conhecesse. —Você está com dor, não é? — Ela perguntou. —Me solte e vou te dar algo que vai ajudar. Nada poderia ajudá-lo agora. A Grace que o amava se foi, assim como Brenya disse, e nenhum analgésico nunca deixaria isso bem.
Capítulo 4
Grace teve que trabalhar duro para evitar encarar o estranho. Ele era muito bem construído, completamente intrigante e igualmente inquietante. Brenya estava escondendo alguma coisa sobre este homem. Grace estava acostumada às formas enigmáticas da mulher mais velha, mas havia algo mais do que isso neste momento. Algo importante. Algo que sentia como se deveria saber. Esse não era apenas o primeiro homem que Brenya jamais permitiu em sua pequena aldeia o que era suficiente para fazer Grace suspeitar mas ele ficou olhando para ela com expectativa, como se pensasse que iria dizer algo importante. Ela tinha apenas quatro anos de idade, graças aos anos de memórias perdidas. O que ela poderia dizer? —O nome dele é Torr, — disse Brenya, falando pelo homem que não podia. Grace ergueu o olhar para cumprimentá-lo corretamente e foi atingida sem palavras por seus olhos brilhantes, cor de âmbar. Ela viu esse tom exato em algum lugar antes, mas como a maioria de suas memórias, fugiu antes que pudesse agarrar. Mas, desta vez um pequeno remanescente fugaz de emoção se demorou.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Seus olhos a deixavam triste e alegre, tudo ao mesmo tempo, e não tinha ideia do por que. Teve que limpar a garganta antes que pudesse falar após a onda de emoção. —Meu nome é Grace. Ele acenou com a cabeça uma vez. Um músculo ao longo de sua mandíbula se apertou em frustração. Instintos fizeram Grace dar um grande passo para trás, fora do alcance impressionante. Não sabia por que certas coisas a colocavam fora, fazendo com que suas entranhas se iluminassem com medo, mas não era a primeira vez que aconteceu. Às vezes, simplesmente se apavorava por nenhuma boa razão, e não havia previsão do que poderia causar isso. Um olhar que alguém dava a ela, um barulho, um cheiro forte todos eles tinham o poder de aterrorizá-la. Brenya sabia por que, mas se recusava a dizer. Disse que algumas coisas eram melhor deixarem esquecidas. Grace se forçou a se aproximar de Torr novamente perto o suficiente para sentir o calor que seu corpo estava emitindo. Sujeira e sangue seco marcavam sua pele, mas não faziam nada para tirar a sua beleza animalesca. Como o corpo de um predador elegante, o seu era formado por contornos musculosos destinados a velocidade e potência. Cada respiração levantou o peito, criando a ilusão de que a árvore em sua pele estava balançando. As folhas verdes eram estranhas, mas de alguma forma estranhamente familiares. Um lampejo de uma imagem formou em sua mente. A luz dourada brilhante brilhava sobre ela, protegida por um dossel de folhas verdes. Ela podia sentir a grama fresca fazendo cócegas nas costas de seus joelhos nus, lágrimas quentes deslizando sobre as têmporas e uma profunda, latejante dor batendo em sua bochecha. Tristeza e vergonha enchendo sua alma, juntamente com uma necessidade premente de escapar e escapar do que ela sabia que nunca viria. A mão quente de Torr colocada em seu braço nu, fazendo-a estremecer e recuar fora de seu alcance. —Acalme-se, criança—, disse a voz calma de Brenya do canto da sala. —Tudo está bem aqui e agora. Você está segura. Sua palma ainda estava estendida. Uma expressão de preocupação puxando suas sobrancelhas escuras juntas, mas ela viu além disso, a dor que seu insulto causou. Ele parecia... traído.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Sinto muito—, disse ela, incapaz de olhar para ele. Havia muita vergonha montando nela, lembrando como estava fraca. —Sou um pouco nervosa, às vezes. Apenas ignore-me. Mas ele não a ignorou. Em vez disso, se levantou da cama e pegou as duas mãos nas dele. Seu toque era gentil, mas não há dúvida da sua força. Seus dedos cercaram os dela, tanto ásperos e suaves. Restrição vibrando através de seu toque, e levou tudo o que tinha para não se afastar. Seu polegar deslizou sobre as costas de sua mão, enviando um tremor familiar correndo ao longo de seu braço. Choque a fez olhar para ele. Encontrando ele. Um pequeno surto de tontura a atingiu, e mesmo isso pareceu familiar. Havia algo sobre este homem que perturbava ela e a deixava cambalear. Ela começou a se afastar, mas seu aperto aumentou o suficiente para dizer sem palavras que não estava pronto para deixá-la ir. Ele embalou as mãos contra o peito e olhou em seus olhos. Seu coração acelerado, batendo duro e firme contra as palmas das mãos. Calor vital derramou dentro dela, forçando-a a sufocar outro tremor. Tão perto como ele estava, podia sentir o cheiro de sua pele uma rica mistura de aromas que não podia nomear, mas conhecia, assim como a sensação de sua própria pele. O cheiro dele fez uma tempestade de sentimentos irromperem em seu cérebro, tão espessos que não podia distinguir um do outro. Dor, tristeza alegria, amor, esperança muitas emoções para ela fazer mais do que gemer contra o peso de todos eles. Balançou em seus pés. Torr agarrou seus ombros nus para mantê-la estável, e a força de seu aperto era estranhamente reconfortante. Ela não gostava de ninguém a tocando, e ainda assim, por alguma razão o domínio firme deste homem não a aterrorizava. Grace olhou para ele, tentando descobrir o que era sobre ele que a deixava tão instável. Ela se afastou, esfregando a pele, onde seus dedos tinham apenas estado. —Eu o conheço? Brenya falou antes que pudesse apertar ou assentir com a cabeça. —Torr nunca esteve em Temprocia antes. Ela salvou a vida de Grace. Cuidou de suas costas à beira da morte com grande custo pessoal para si mesma. Nunca teve uma vez que a mulher mais velha mentiu para ela. Manteve abundância de segredos, mas nunca mentiu. Pelo menos não que Grace soubesse.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Ainda assim, alguma coisa estava acontecendo por aqui algo estranho. —Isso é verdade? — perguntou a Torr. Ele deu a Brenya um olhar longo e frio, antes de finalmente concordar. Brenya levantou, seus movimentos mais lentos do que o habitual. —Tenho que ir agora. Você estará segura com este homem. Ele não vai machuca-la. Grace não estava tão certa, mas não estava prestes a parar Brenya de obter o descanso que precisava. Ao cair da noite, toda a aldeia invocava ela para ser forte para que sua magia pudesse manter os Hunters à distância. —Estou bem, Brenya. Vá descansar. Vou verificar você quando terminar aqui. Quando ela passou, abriu os dedos na base do pescoço grosso de Torr. Parecia mais como uma ameaça para estrangulá-lo do que um esforço para curar, mas os caminhos de Brenya muitas vezes eram tão estranhos quanto eficazes. Seu tom um aviso frio e duro. —A prejudique de qualquer maneira, qualquer maneira, e vou acabar com o seu mundo. Você entendeu completamente? Torr assentiu novamente, o simples movimento de alguma forma, atado com fúria fria. —Bom. Então, fale de novo, e escolha suas palavras cuidadosamente, como se cada uma fosse uma lâmina envenenada destinada a seu coração. —Eu dei a minha palavra—, disse ele. Brenya balançou a cabeça, como se isso era tudo que precisa ouvir. Em seguida, se arrastou para fora da cabana, seus passos mais lentos do que foram esta manhã. —Ela está fraca, — disse Torr, sua voz profunda e um som estranho para Grace. Não havia homens aqui, e ela literalmente não conseguia se lembrar da última vez que ouviu um homem falar. Sabia que tinha, assim como sabia que comeu comidas estranhas que não podia nomear e que viu objetos que não existiam aqui em sua nova vida. —Ela quase se matou me trazendo de volta dos mortos, — disse Grace. —Ela esteve fraca desde então. Torr acalmou, a tal ponto que não podia nem ver o movimento no seu peito com a respiração. Sua voz era calma, como se ele não quisesse dizer as palavras em voz alta. —Você estava morta? —Eu devo ter estado. É a única coisa que explica por que tantas das minhas memórias se foram. —É isso que Brenya disse? Que ela a trouxe de volta dos mortos?
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Não, ela disse que me refez, mas acho que isso é apenas sua maneira de dizer a mesma coisa. Ela fala engraçado, às vezes. Não que realmente importa, exatamente o que ela fez para mim. Estou viva, e quase a matei para me ter ou manter assim. Estive aqui há quatro anos, ela ainda sofre com o que fez por mim. —Quatro anos? Como isso é possível? —Um dia após o outro. Não é que a assim que funciona de onde você é? — Perguntou ela, provocando, num esforço para aliviar o seu humor. —Claro. É isso aí, — disse ele, como se descobrindo um grande mistério. —O tempo passa mais lento de onde venho. O que parece ser meses para mim, são anos para você. —Você é de Athanasian, também? Ele piscou como se surpreendido que ela soubesse sobre os outros mundos ligados a este lugar. —Não. Sou da Terra. —É daí que Tori é. Reconhecimento imediato iluminou seu rosto. —Tori está bem? Grace assentiu. —Ela se mantém para si mesma. Caça muito. Mas parece saudável, se é isso que quer dizer. —Será que ela fez mal a alguém? Lealdade forçou Grace a fugir da sua pergunta. As pessoas que Tori feriu a perdoaram, por isso era trabalho de Grace fazer o mesmo. Além disso, Tori não feriu intencionalmente alguém há muito tempo, embora fosse evidente a partir do olhar em seus olhos que ela queria. —Você a conhece? —Um pouco. O suficiente para saber que ela é perigosa. —Ela é a melhor caçadora que temos traz mais comida do que todas as outras mulheres juntas. Nunca iria querer ser aquela a fazê-la louca, mas ela nos protege. No caminho até aqui, ouvi as mulheres falando sobre como ela salvou uma das nossas crianças da criatura que você matou. —A pequena menina loira, — disse ele, como se estivesse respondendo à sua própria pergunta. —Talvez você possa me levar para ver Tori. Gostaria de dizer Olá. —Talvez. Como disse, ela está caçando muito. Ela pode ainda não estar por perto. Quanto tempo você vai ficar aqui?
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Um tempo, espero. Gostaria de passar mais tempo com algumas pessoas aqui. — Havia uma qualidade ímpar em sua voz, como se estivesse de alguma forma, com o objetivo desse comentário para ela. —Você pode abrir portais como Brenya? —Não. Ela foi quem me trouxe aqui. —Então, acho que cabe a ela quanto tempo você vai ficar. Mas se você quiser ir para casa, sugiro que seja gentil com ela. —Esse era o meu plano, mas por uma questão de curiosidade, o que te faz dizer isso? —Não me lembro de muito sobre a minha vida antes, mas tenho certeza de que nunca vi alguém que pode fazer as coisas que ela faz. Ela sabe tudo o que faço, tudo o que digo. Juro, às vezes parece que está dentro da minha cabeça. Grace polvilhou um pouco de pó numa tigela. —Alguma vez você já ouviu falar de algo parecido com isso antes? —Conheço algumas pessoas que estão conectadas assim, casais poderosos que estão unidos de uma forma que só posso sonhar. Eles são sortudos. Ela acenou de volta para a cama, pedindo para se sentar. —Então, acho que não é tão estranho quanto pensava. Eu exatamente não sou autorizada a sair e ver grande parte do mundo. —Grace, você é uma prisioneira aqui? Ela derramou água limpa sobre o pó e colocou a tigela de desinfetante ao lado da cama. — Não mais do que qualquer outra pessoa. Nós não vagueamos longe, exceto para coletar o que precisamos. É muito perigoso. —Por causa de criaturas como a que eu matei? —Eles são perigosos, sim, mas não tão assustadores como as coisas novas que começaram a rondar à noite. —Que tipo de coisas? Ela usou um pano para limpar o sangue e sujeira da ferida na cabeça. Sua pele já estava fechando curada, deixando para trás mais confusão do que danos. Tentou não se distrair com os olhos vívidos e o jeito que nunca a deixavam, mas isso era mais fácil de dizer do que fazer. Todo o seu corpo era uma distração, a partir da curva bonita de músculos e ossos para as imagens intrigantes em seu corpo. Ela viu a forma de lua crescente em seu braço antes das outras,
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 mas essa árvore abrangendo seu peito era nova e ainda de alguma forma familiar. Tudo o que queria fazer era traçar suas mãos sobre ele até que o mistério apresentado estivesse resolvido. O mesmo acontecia com a faixa iridescente que abraçava sua garganta. Era flexível o suficiente para se agarrar aos contornos do músculo e tendão espesso, ainda parecia delicada, quase feminina. Uma massa de cor girava preguiçosamente ao longo da superfície prateada, puxando-a olhar. —Grace, — ele disse, puxando sua atenção de volta para a sua pergunta, —que tipo de coisas que você vê à noite? Piscou um par de vezes para reorientar sua atenção. —Não sei. Realmente nunca vi todos eles, apenas estes cumes estranhos ao longo de suas costas. Uma das mulheres Athanasian da aldeia ao sul foi morta há alguns dias. Brenya parece pensar que foram estas criaturas que a mataram. —O que te faz dizer isso? —Brenya diz que foram enviados para encontrá-la, mas não podem vê-la à luz do dia. Torr atirou-se da cama, segurando-a longe dele para não bater nela. —Quando é que o sol se põe? —Qual sol? Ele olhou por um momento, depois balançou a cabeça, como se estivesse fazendo um ajuste mental. —Quando está escuro? —Em breve. Por quê? —Eu preciso falar com Brenya. Grace o contornou e colocou-se na frente da porta. Seu corpo grande se elevou sobre ela, mas se manteve firme. Brenya precisava descansar, não responder às perguntas de um estranho. Não importava o quanto Grace queria se esconder ou fugir, não estava se mexendo até que ele entendesse isso. —Ela está muito cansada para os visitantes, especialmente os que parecem tão furiosos quanto você. Além disso, não terminei de limpar suas feridas. —Minhas feridas não são importantes. Sua segurança sim. —Nossa segurança depende de mim seguindo ordens, e me disseram para cuidar de seus ferimentos. Você não pode me pedir para desafiar Brenya, não depois do que ela fez por mim. Por favor. Sente-se de volta.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Ele soltou um longo suspiro de frustração, mas recuou em seus calcanhares. Ele não se sentou, mas pelo menos não ia precisar agarrá-lo para mantê-lo aqui. Embora tivesse que admitir que colocar as mãos sobre ele era um apelo massivo. —Se você não me deixar falar com ela, então me diga—, disse ele. —Como você se defende? —Brenya colocou barreiras que impedem as criaturas à noite. Então, desde que fiquemos dentro da aldeia, estamos seguros. —Os demônios não podem entrar? —Demônios? É isso o que eles são? —É provável. Eles podem entrar? —Não. — Pelo menos eles não fizeram ainda. Grace se perguntava quanto tempo à magia de Brenya seguraria se ela se tornasse ainda mais fraca. —Então, como é que essa mulher foi morta? —Ela desobedeceu às ordens e foi para fora do perímetro depois de escurecer. Todo mundo sabe que é contra as regras. — Falando de ordens, Grace ainda tinha as dela. Torr não ia voltar para a cama por conta própria, por isso ela foi até lá para levá-lo. Ela reuniu coragem e pressionou uma mão contra seu abdômen numa ordem silenciosa para ele voltar. Sob seus dedos, seus músculos se apertaram. Seus olhos cor de âmbar escureceram, e o olhar mais estranho cobriu seu rosto algo entre fome e necessidade, algo que nunca viu antes. Pelo menos, não que conseguia se lembrar. Torr voltou até que suas pernas baterem na cama. Com as mãos espalmadas sobre os seus ombros largos e lisos, ela empurrou-o para baixo. Ele cedeu e sentou, mas agarrou os pulsos antes que pudesse se afastar. Sua posse era cuidadosa, mas absoluta, a suspensão de seus pulsos em seus longos dedos. — Você precisa me deixar falar com Brenya. Um perímetro não vai mantê-los para sempre. Calor delicioso deslizou por seus braços. Ela teve que tentar duas vezes para encontrar o ar suficiente para falar. —Como você sabe? —Experiência. Alguém tem que ir para fora e matá-los. Ele queria dizer, ele mesmo. Grace podia ver na forma que seus olhos se estreitaram, como se já estivesse planejando um ataque.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Ela não queria que se arriscasse. Claro, nunca quis que nenhuma das mulheres assumisse riscos também, mas era diferente desta vez pessoal de uma forma que não podia explicar, até para si mesma. —Você ainda está ferido. Se você quer lutar contra os Hunters, você pode conversar com Brenya sobre isso amanhã, quando ela está descansada. Até então, você precisa deixar fazer o meu trabalho. Sua mandíbula definiu com determinação, e ela sabia que se não fizesse algo em breve, ele estava indo para empurrá-la e fazer o que queria. —Por favor—, disse ela, sem se importar se parecia que estava implorando. —Se você me deixar terminar o meu trabalho, então quando estiver se sentindo melhor, vou levá-lo para encontrar os Hunters. Vou mostrar a trilha que vi e onde acho que eles poderiam estar vindo. Ele se atirou a seus pés novamente, um olhar de fúria apertando sua boca. Ela esperava que ele gritasse com ela, mas sua voz estava calma o suficiente para relaxar seus ossos. —Você chegou perto o suficiente para ver uma trilha? A vontade de virar e fugir bateu nela, mas respirou através disso, confiando que Brenya nunca a teria deixado sozinha com alguém que iria machucá-la. —Não tenho certeza, mas acho que sim. Todas as folhas e galhos foram cortados limpos, como se algo tivesse cortado através deles. Um Hunter é a única coisa que conheço que poderia fazer isso. — Quando falou, sua voz tremeu um pouco. Não que isso teria ajudado se tivesse soado firme como uma rocha. Tinha certeza que podia sentir seu pulso batendo frenético onde agarrou os pulsos. —Será que Brenya sabe o que você viu? —Ainda não. Acabei de encontrar a pista hoje e estava no meu caminho de volta quando ouvi os gritos. —Quando o lagarto atacou, — ele adivinhou. Ela assentiu com a cabeça. —É muito perto do escuro para sair hoje, e não vou deixar Brenya abaixo. Você precisa ficar e me deixar fazer o meu trabalho. Ele olhou nos olhos por um longo minuto antes de falar. O tempo todo os polegares mantidos acariciando a pele de seus pulsos internos. —Se fosse qualquer um, menos você, eu já estaria fora da porta. Não sabia o que ele queria dizer com isso, mas não estava a ponto de questionar a sua mudança de coração.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Ele a soltou e se virou. Bem no centro de suas costas nuas estava um disco plano metálico como aquele embutido em sua pele. No mesmo lugar. Surpresa e curiosidade a inundou, derrubando todo o bom senso de sua cabeça. Correu e agarrou seus ombros para segurá-lo imóvel enquanto o estudou. Marcações intrincadas cobriam a superfície. Não tinha certeza se eram meramente decorativas ou se os símbolos significavam algo. Quando seu dedo deslizou sobre o metal quente, sentiu uma sensação de formigamento cintilando através de sua coluna vertebral. Foi tão rápido que questionou se alguma vez aconteceu. —Onde você conseguiu isso? — Ela perguntou. Ele ficou em silêncio por tanto tempo que não tinha certeza que ia responder. Depois, em voz baixa, cheia de tristeza, disse: —Foi um presente de uma mulher que amei. Um pequeno surto de ciúmes piscou por ela, deixando para trás um filme gorduroso de vergonha. Não era nenhum de seus negócios, sentir ciúmes das mulheres que Torr conheceu. Não só isso, mas era evidente pelo seu tom que a mulher causou algum tipo de dor. Talvez o traiu, talvez o deixou. Seja qual for o caso, ela o machucou, e aqui Grace estava pensando apenas em si mesma. —Tenho um igualzinho, — disse ela. —Mas nunca vi isso de perto antes. É realmente bonito. —Onde você conseguiu o seu? — Questionou. Havia algo de estranho em sua inflexão, mas não conseguia descobrir o quê. —Eu não sei. —Sério? Parece o tipo de coisa que você se lembraria. —Realmente não me lembro de muita coisa antes de Brenya me trazer de volta à vida. —Você já tentou? —Claro. Passei meses trabalhando para recuperar a minha memória, mas quaisquer que sejam os pedaços deixados, são mais como ecos. —O que você quer dizer? —É difícil de explicar. É quase como se todas essas coisas foram escavadas para fora de mim e tudo o que resta é uma espécie de resíduo emocional que não pôde ser completamente
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 removido. Algumas vezes vejo minúsculos lampejos, mas não há nenhum contexto. Sinto as coisas, mas não tenho ideia do por que. —Você se lembra de alguma pessoa? —Não, mas me lembro de amá-las, rir com elas. — Me esconder delas, encolhida de medo. Ela não queria pensar sobre isso, então voltou sua atenção do disco para a carne masculina circundante. Contusões ligeiras permaneciam ao longo de suas costas, talvez onde tenha caído ou sido atingido. Trilhas de sangue seco e sujeira endurecida conduziam a partir da borda inferior do disco na direção de sua chamuscada calça azul. Pegou o pano e limpou a sujeira, revelando cicatrizes enrugadas onde os dentes do disco entraram em sua pele. Traçou as marcas com a ponta do dedo, e todo o seu corpo se apertou. Faz uma careta simpática. —Desculpe. Dói muito? —Não. O seu dói? —Não exatamente. Ele se virou, colocando seu peito em nível com o seu olhar. Essa árvore magnífica se agarrava a pele dele, tentando-a a espalhar os dedos sobre os ramos. —O que você quer dizer com isso? — Questionou. Havia uma mancha de sujeira ao longo de suas costelas, e ela usou a desculpa para tocá-lo e limpá-la longe. Ele realmente era uma bela criatura, e mesmo que o pano úmido, cortava a sensação de sua pele, ela ainda podia sentir a resistência firme da carne abaixo. Seu aroma a rodeava, e aquela sensação incômoda de familiaridade a chamou novamente. Estava segura que teria se lembrado de um homem como ele. Mesmo que não tinha, certamente ele teria dito a ela se a conhecesse. Ainda assim, havia algo sobre ele que puxava seus sentidos. Então, novamente, ouviu algumas das visitantes falar sobre homens que encontraram, como bonitos ou charmosos eram. Como foram escolhidas como companheiras por sua força ou inteligência. Talvez todos os homens tinham esse tipo de efeito sobre as mulheres, e ela estava apenas experimentando em primeira mão. —Sinto coisas às vezes—, ela admitiu. —Tenho certeza que estão vindo do disco. —Que tipo de coisas? —É pessoal. — Às vezes, quando estava sozinha, imaginava que esses sentimentos vinham de um amigo alguém como ela, não como todo mundo aqui. Ela não era bonita como as mulheres
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Athanasian e seus filhos. Não tinha poderes mágicos. Era fraca fisicamente. Não estava mesmo no treinamento do modo como as garotinhas estavam. Não era forte o suficiente para sobreviver às ferozes batalhas simuladas. Era diferente de todos aqui, e enquanto todos a tratavam bem, sabia que não era um deles. Ninguém falava sobre ela ir numa emocionante viagem para cumprir o seu destino. Até onde sabia, ninguém aqui, nem mesmo pensava que tinha um. Talvez fosse o melhor, porque a ideia de se afastar do único mundo que conhecia, era aterrorizante. Mas alguns dias, a solidão era difícil de suportar, e os sentimentos vindos do disco ajudavam a se lembrar de que não estava nunca realmente sozinha. A voz de Torr mergulhou baixa até que era uma tentação tranquila. —Diga-me, Grace. Quero saber. —Isso não importa. Tenho certeza de que você tem os mesmos sentimentos, também. A menos que esteja imaginando a coisa toda. — O que ela esperava não era verdade. —Você sente raiva? Tristeza, — perguntou. Ele sentia a mesma coisa? Alívio tomou conta dela, e até o momento, não percebeu o quanto temia que estivesse inventando tudo. —Então, não estou imaginando. —Sinto muito, — ele disse, sua voz cheia de pesar. —Se eu soubesse... —Soubesse o quê? Ele fez uma pausa por muito tempo. —Se soubesse o quanto falar sobre isso iria perturbar você, nunca teria tocado no assunto. Vou apenas sentar aqui e ficar quieto para que possa fazer o que Brenya solicitou. Graças a Deus. Quanto mais cedo terminasse com Torr, mais cedo poderia encontrar um lugar calmo e tentar descobrir o que era sobre esse homem que enviava emoções tumultuosas. Grace deu um longo suspiro, se obrigou a colocar um sorriso e começar a trabalhar.
Capítulo 5
Torr havia estado sofrendo por Grace durante anos. Esse era o pensamento que manteve percorrendo sua mente, mais e mais.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Essa raiva e tristeza que ela estava sentindo? Isso era tudo dele. Os discos que usavam os conectava. Eles permitiram que ela o curasse de sua paralisia, levando-a sobre si mesma. Mas seu corpo humano era muito fraco para lutar contra o veneno mágico que o demônio usou nele. Só a magia de Brenya salvou Grace do destino que aguardava Torr. E agora a magia que os unia a conexão que os discos formavam estava a alimentando de toda a dor e fúria que sentiu desde que ela quase morreu para salvá-lo. Quatro anos atrás. Tinha que encontrar uma maneira de fazer isso parar. No momento em que Grace terminou de limpar, levantou e saiu, o crepúsculo caiu sobre a área. Deslizou para fora da cabana, enquanto ela foi buscar comida para ele. Furtivo, talvez, mas necessário. Perguntou a uma menininha onde podia encontrar Brenya. Seus olhos brilhantes estavam arregalados de curiosidade enquanto apontava para uma cabana maior do outro lado da clareira, apenas após uma Pedra Sentinela gigante. Havia menos runas sobre ela do que sobre aquelas que estava acostumado a ver, mas os entalhes eram tão intrincados. Como todas as Pedras Sentinela, esta irradiava poder. Ao se aproximar, começou a reconhecer esse poder como o mesmo que sentia zumbindo através Brenya. Torr escorregou por entre as árvores, se mantendo fora de vista enquanto se aproximava da cabana por trás. Quando o caminho estava livre, empurrou a porta frágil, não dando a mínima de que não foi convidado. Brenya estava sentada numa cadeira robusta, feita de galhos pretos lisos e ramos. Seus olhos estavam fechados, e parecia mais velha do que já viu sua aparência antes. A pele que foi suave só há pouco tempo já estava caída e alinhada com a idade. Seus ombros estavam curvados para dentro, e todo o seu corpo balançava como um metrônomo. —Você não deveria ter vindo sem avisar, — disse ela. Enquanto observava, suas rugas suavizaram e seu corpo se endireitou. Seja qual for à magia que usava para aparecer mais jovem, a drenava visivelmente, branqueando sua pele. —Poupe sua energia. Não ligo para o que você se parece, — disse a ela. Ela acenou em direção à porta. —Eles fazem. Precisam de mim para ser forte, não idosa e frágil. —Então você desperdiça seu poder parecendo mais jovem?
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Não julgue o que você não entende. —Tudo bem. Tanto faz. Vim porque preciso de sua ajuda. —Eu tenho feito para você tudo o que posso, jovem Theronai. —É Grace. Você disse que se a machucasse, você iria acabar com o meu mundo. Bem, mesmo sem saber, tenho machucado. —Eu sei. Você deve aprender a controlar suas emoções melhor. —A mulher que amo foi tirada de mim, possivelmente morta. Esse não é o tipo de coisa que um homem simplesmente dá de ombros sem sentir alguma coisa. E para mim, foi somente há alguns meses. Ainda não tive tempo para superar perdê-la, se é que isso é mesmo possível. Ela soltou um longo suspiro. —O que você pede a mim? —Como faço para tirar o disco fora? —Você não pode. —Ela está melhor agora. Não deve haver qualquer perigo. —Ela tem usado por muito tempo. Muito mais do que você. —Eu percebi isso. Ela disse que está aqui há quatro anos. —Não apenas isso. É parte dela. Ela nunca conheceu uma vida sem ele. Ou sem os sentimentos fluindo através disso. —O que você quer que eu faça? Pare de sentir? —Se você deve. Você disse que faria qualquer coisa por Grace. Esta é a sua chance de provar que não é mentira. Encontrar a felicidade. Dê isso para ela em seu lugar. —Então deixe dizer quem sou. Quem ela é. Uma vez que se lembrar de mim e o amor que compartilhamos, nós dois vamos ser felizes. —Se você tivesse tanta inteligência quanto tem determinação. —O que isso quer dizer? —Algumas coisas são melhores deixadas esquecidas. Os pedaços de Grace que escondi, não foram aqueles que serviriam a sua felicidade futura. Eles a teriam impedido de curar. —Você está dizendo que não pensa que nós deveríamos ficar juntos? —Ela é humana. Não sua espécie. —Então? Prefiro ter uma vida curta com ela do que um longa sem ela.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Você vai viver uma vida longa, sem ela, não importa o que faz. Quanto mais perto você se amarrar a ela, mais difícil perdê-la inevitavelmente será. —Já estou amarrado a ela o mais perto que um homem pode chegar. Eu a amo. —E quanto a ela? Você viu como seu coração é delicado. Quando ela perceber que vai morrer e causar uma grande tristeza, que vai ficar no caminho de você cumprir o seu destino como um guerreiro Theronai, você acha que vai acrescentar à sua felicidade? Ou ela vai chorar por aquilo que vai tirar de você, porque você deu nenhuma outra escolha? Torr nunca considerou como isso faria Grace se sentir, sabendo que iria envelhecer e morrer antes dele e causar dor. Ele nunca sequer uma vez parou para pensar como poderia machucá-la saber que o impediu de encontrar a Theronai fêmea que poderia canalizar o seu poder e salvar a sua vida. Ainda tinha várias folhas em sua Marca da Vida. Ainda tinha tempo. Mas passaria correndo, e os anos que passasse com Grace, seriam aqueles que nunca iria usar para encontrar uma companheira que pudesse ajudar a combater a guerra contra os Synestryn. Mesmo a ideia de procurar outra mulher para passar a vida, alguém que não fosse Grace era o suficiente para fazer o seu estômago revirar. Mas era seu dever viver, lutar, e a única maneira que podia ficar vivo era encontrar a mulher que iria parar a decadência de sua alma. Se Grace alguma vez descobrisse que estava parada no caminho dele encontrar a mulher que poderia salvar sua vida, isso a mataria. Brenya fechou os olhos com tristeza. —Então, você vê agora. Estar com sua própria espécie é a sua melhor chance de felicidade. Ela deveria envelhecer com um dos seus próprios. Sentir que sua vida é longa e completa, em vez de curta e fugaz por comparação. Finalmente Torr percebeu a verdade. —Você não me trouxe aqui apenas para lutar contra esse lagarto, não é? —Não. Poderia ter matado o animal com um simples pensamento. Mas precisava de sua presença, e estou cansada até mesmo para o pensamento. —Você me quer para levá-la de volta para a Terra, não é? —Entre outras coisas. Tenho necessidade de você aqui, mas também sabia que, se você fosse o único a acompanhá-la para casa para sua própria espécie, você olharia por sua segurança. Sem suas memórias ou o conhecimento do perigo que enfrentaria na Terra, pensei que seria melhor se ela tivesse um protetor. Alguém que confia.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Ela nem me conhece. Você viu o jeito que se encolheu quando a toquei como se tivesse machucado. —Antes de sair, ela vai conhecer você. Confiar em você. Você vai ficar aqui e passar um tempo com ela, enquanto dirige de volta a invasão que o Solarc mandou para nos tirar daqui. O Solarc? O surto instantâneo de medo que disparou através de Torr era completamente involuntário. Se o Solarc queria alguma coisa com este lugar, Grace estava em perigo horrível. Assim como todos os outros aqui. Levou a Torr um minuto para envolver a cabeça em torno de apenas quantos problemas pisou dentro. —Por que o Solarc quer atraí-los para fora? —Estou criando um exército. —De quê? —Os Sanguinar estão morrendo. Sem eles, vocês não tem esperança de dirigir os Synestryn para trás, longe da minha terra natal. —Nós fazemos o que podemos, mas não há sangue suficiente para que sobrevivam. Se passarmos todo o nosso tempo deixando os Sanguinar se alimentar de nós, estaríamos fracos demais para lutar. —É por isso que deixei Athanasian. Por que convenci minhas filhas a fazer o sacrifício final. Torr esteve tão envolvido em ver Grace novamente, que realmente não parou para pensar sobre o porquê de Brenya estar aqui com todas essas mulheres. —Não entendo. O que exatamente você está fazendo aqui? — Questionou. —Você vai entender com o tempo. Por agora é suficiente saber que as mulheres e as crianças aqui, devem ficar escondidas do Solarc a todo custo. Se ele sentir a minha mão matando seus asseclas, então será como um farol mostrando o caminho para mim. —Por que você está se escondendo? Pensei que o Solarc governasse Athanasian, não este lugar. —Ele faz. Com autoridade aterrorizante. Mas quando o deixei, sabia que ele não iria parar de procurar por mim até me encontrar. —Por quê? —Porque eu fui a primeira a deixar seu domínio contra a sua vontade. Dei a seus súditos a ideia de que eles não tem que ficar sob seu domínio. Ele procura fazer de mim um exemplo.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Torr sentou-se na cadeira mais próxima. A maior parte de seu peso fez os ramos pretos gemer, mas o segurou. Sua mente lentamente reuniu as peças que ela dispôs. —Você foi à única que abriu o Portal. Você é a razão pela qual os homens Athanasian foram capazes de esgueirar-se para fora e gerar filhos com seres humanos. Você é responsável pelo nascimento de Helen, Lexi, Andra e as outras mulheres Theronai. —Eu somente abri o Portal. O que meus filhos fizeram com isso, foi sua própria decisão. Filhos? —Espere. Pensei que o homens que vieram para a Terra fossem a realeza de Athanasian os filhos do próprio Solarc. —Sim. —E eles eram seus filhos, também? —Sim. —Você está me dizendo...? —Eu sou a esposa do Solarc, Rainha de todos Athanasian, e ele não vai descansar até que esteja mais uma vez sob seu controle.
Capítulo 6 Torr sentou lá, chocado. A esposa do Solarc não estava a mais de cinco metros dele. Como podia não ter sabido? — Não admira que ele esteja procurando por você. Não posso imaginar que está satisfeito que o deixou. — Ele matou milhares de nossos súditos, com sua ira. Terremotos, inundações, interrogatórios. Por isso, realmente sinto muito. — Algumas de suas rugas aprofundaram por um momento antes de alisar mais uma vez. —O que ele vai fazer se encontrar você? —Ele pode ver através da luz solar, olhando dentro dos mundos distantes. É por isso que os Sanguinar não podem pisar na luz solar. Ele os vê e envia seus Guardas para matá-los. Os sóis gêmeos aqui, evitam que ele me veja. Ele deve ter aprendido que algo assim o cegaria, então
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 começou a usar outros meios para me encontrar enviando os seus Guardas para todos os mundos onde eu poderia me esconder. —Isso não responde à minha pergunta. O que ele vai fazer? —Me levar para casa. Despir a minha mente de tudo o que fiz para desafiá-lo. Todos os que já ajudaram a minha causa terão uma morte horrível. A marca em forma de meia-lua em seu braço queimou. —Mais alguém usa a mesma marca que você colocou em mim? —Não. É só minha. —Então, acho que está em meus melhores interesses me certificar que ele não encontre você. —É. Mas, por mais razões do você pode realizar. Se ele me encontrar, todo este mundo e todos os seres nele serão mortos. Incluindo sua Grace. Eu toquei sua mente em meus esforços para curá-la. Isso deixa uma espécie de marca que o Solarc vai reconhecer instantaneamente. Como no inferno. —Diga-me o que fazer. —Enquanto estou livre, ele não pode me usar para encontrar aqueles que toquei. —Se você está a salvo, estamos seguros. —Sim. Você deve matar os asseclas que me procuram e destruir a sua entrada para este mundo. —Onde é a entrada? —Quando cheguei aqui, não havia portais, sem Pedras Sentinela, nenhuma maneira para que qualquer ser menos poderoso do que eu viajasse até aqui. Era seguro. Limpo. —Mas eu vi uma Pedra Sentinela na aldeia. —Então você viu aquela que abre somente para um único lugar: a Terra. —É por isso que havia tão poucas runas sobre a superfície? —Sim. Precisava de um caminho para as minhas filhas vir a mim e voltar para casa, mas sinto a cada vez que se abre. Nada veio através disso, que não permiti. —Você construiu, não é? —Sim. Ela era realmente poderosa. Talvez estivesse mais fraca agora, mas ele seria inteligente para lembrar que a mulher era muito sério. —Se você sabe cada vez que a pedra é usada, então como é que os asseclas do Solarc chegaram aqui? —A única maneira que suas criaturas poderiam estar aqui agora é se alguém poderoso permitisse a passagem.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Assim, o Solarc os enviou diretamente, — adivinhou Torr. —Do mesmo jeito que você chegou aqui. —Sim, mas ele não teria os enviado atrás de mim sem alguma maneira para eles forçar o meu retorno. —Você tem certeza que ele não iria simplesmente enviar seus caras aqui para matá-la? —Ele, sem dúvida, quer me matar, mas minha morte não será simples. Nem virá rapidamente. Ele vai fazer de mim um exemplo em primeiro lugar. —E isso significa levar você para casa, — disse ele. —Que tipo de asseclas que estamos falando? —Guardas são prováveis. Torr soltou um assobio. —Eles são difíceis de matar. —Extremamente. Eles são projetados para suportar a lâmina de um Theronai, assim você terá que encontrar o martelo de um Mason. —Um Mason? —Eles são artesãos do Solarc. Eles construíram as Pedras Sentinela e provavelmente estão aqui para erguer um portal poderoso o suficiente para me mandar para casa. Eles trabalham em pares, por isso, se você vê um, saberá que o outro está próximo. —Será que a minha espada os mata? —Por um tempo. —O que diabos isso quer dizer? —Eles possuem o poder da criação. —Então... O quê? Eles se reconstroem? —Sim. —Então, como faço para mata-los? —Você não pode. Você pode atrasar os seus esforços, mas isso é tudo. —Portanto, não há maneira de vencer. —Os Mason são raros, criaturas preciosas. Somente o Solarc pode criá-los, e o esforço o deixa enfraquecido por algum tempo. Os Mason vão ficar aqui só até a sua tarefa estar feita. Assim que isso acontecer, eles serão enviados para o próximo mundo para cumprir a ordem do Solarc. —Isso significa que temos de deixá-los fazer o seu trabalho, que é, provavelmente, todos os tipos de más notícias para nós.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Precisamente. Ele enviou Masons que vão esculpir o seu próprio portal. Uma vez que esteja completo, vou ter perdido o controle deste mundo e dos seres vindo aqui. É por isso que enviei você. —Você quer que eu encontre quem quer que seja que o Solarc mandou aqui, mantenha-os longe de seu povo, depois destrua o seu caminho antes que qualquer mais caras maus possam chegar. Brenya deu um aceno cansado. —Os Mason já criaram animais para protegê-los - Hunters que irão vasculhar a área em busca de mim. —Como você sabe? Você já viu? —Grace viu. Tenho mantido um olhar cuidadoso sobre sua mente desde que você chegou, e foi fácil ver o que ela viu hoje cedo. Os Hunters estão perto. Minha magia irá mascarar a nossa aldeia, mas não por muito tempo. Você deve matá-los. —Isso não vai dar de presente a sua localização? — questionou. —Não se for feito por uma mão que não seja a minha. Há muitos mundos como este, muitos lugares, que o Solarc deve pesquisar. Ele vai assumir que meu ódio por ele vai exigir que eu revide. Ele vai procurar a essência do meu poder em cada uma das mortes de seus asseclas. Nada do que faço pode afastar minha presença. Se ele não pode sentir meu poder tentando mantê-lo longe deste mundo, vai continuar procurando em outros lugares. —Quer dizer que você não pode matá-los você mesma ou ele vai saber que você fez. —De fato. Ele conhece a sensação de minha magia muito bem para eu mascarar isso. Sua força deve ser suficiente para derrotar os asseclas do Solarc. Faça isto em reembolso por eu salvar a vida de sua preciosa Grace. Não havia nem mesmo uma questão se ele concordaria. —Eu juro por isso—, prometeu, sem hesitação, preparando-se para o peso da sua palavra. Não era apenas um minúsculo pela recuperação de Grace, mas ela ainda estava em perigo desde que o Solarc tocasse este mundo. Com a vida da mulher que ele ama em jogo, iria encontrar uma maneira de proteger este planeta, não importa o que era necessário.
Capítulo 7
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08
Torr sentou-se fora toda a noite à espera dos Hunters do Solarc aparecer. Com a vida de Grace, bem como, de muitas outras mulheres e crianças na linha, ele não ia confiar nas defesas mágicas de uma mulher enfraquecida. A borda formigando da barreira protetora de Brenya estava em sua volta. As madeiras escuras em torno da aldeia espalhadas na frente dele, cheias de sons de selvagens, criaturas alienígenas. Ele viu alguns pequenos animais noturnos correndo, mas nada mais. O céu da manhã estava começando a assumir a cor de brasas, quando ouviu alguém se aproximar por trás. Ele se virou, espada na mão, para encontrar Grace empurrando através dos arbustos na borda da aldeia. Assim que o viu, alívio diminuiu as rugas em seu rosto. —Você está seguro. —Você pensou que não estava? —Sua cama estava vazia quando vim para ver como estava no meio da noite. Estive procurando por você desde então. O que ele não teria dado para estar lá em sua cama quando ela veio. A noite tinha o seu próprio tipo de magia. Talvez vendo ele nas profundezas da noite, iria lembrá-la de todas as vezes que se sentou com ele em sua suíte de volta ao Dabyr, uma mão que não podia sentir. Ele podia vê-la tocá-lo e saber que se importava, mas seu calor era uma coisa distante, além de seu alcance. Mas não agora. Agora, se ela o tocasse, iria sentir cada carícia suave, cada pedacinho de pressão e calor. Parece que não importa o quanto perto ele e Grace estavam, eles sempre estavam destinados a estar separados. Ele não podia sentir o seu toque antes, e agora que podia, ela não tinha nenhuma razão para tocá-lo. Ele não era mais para ela do que um estranho. —Me desculpe se a assustei, — disse ele. —Estou feliz que você está bem. — Ela se inclinou contra o tronco preto grosso de uma árvore próxima. As folhas metálicas lançando pedaços cintilantes de luz refletidas em seu rosto. — O que você está fazendo aqui? —Protegendo contra ataques. —Daquelas criaturas? Pensei que Brenya estava fazendo isso com a sua magia. —Ela está. Mas do meu jeito é melhor.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Qual é o seu jeito? —Não vou apenas mantê-los fora. Vou matá-los. Grace estremeceu, mas ele não pode dizer se é da violência latente de suas palavras ou do frio da noite que o causou. —Você deve voltar e comer. Assim que estiver mais claro, vou mostrar onde vi as criaturas. Ele não tinha nenhuma dificuldade para enxergar na penumbra, o que só serviu para destacar a humanidade de Grace. Ela não tinha nenhuma mágica, nenhum poder que pudesse usar para se defender. —Prefiro ir sozinho. Se você pudesse me apontar à direção certa... —Você vai se perder por aí. As árvores são grossas, e é fácil de perder. —Tenho um bom senso de direção. —Brenya me disse que era o meu dever guiá-lo para o que vi. —Não está com medo de ir comigo? — Ele sabia que ela estava. Podia ver isso em seus olhos. Mas estava escondendo bem. Se ele não a conhecesse, como fazia se não tivesse passado horas conversando com ela e observando seu rosto e estudando sua expressão não poderia ter sequer visto o medo. Ela mordeu o lábio, chamando a sua atenção para a pequena dentada que deixou para trás. Torr queria lamber longe a marca e aliviar a dor, e fazê-la esquecer de tudo sobre suas preocupações. Quando ela falou, sua voz era firme, sem um pingo de medo. —Depois do que vi... Não quero que ninguém vá lá sozinho. Se você se machucar, você nunca seria capaz de voltar aqui por ajuda. Pelo menos se estou lá, você tem alguém que pode mantê-lo seguro. A ideia o encantou, forçando um sorriso a levantar um dos lados da boca. O movimento se sentia tão estranho depois de passar tanto tempo quanto tinha, sem sorrir, que tinha medo que poderia puxar um músculo. —Você quer me proteger? Ela assentiu com a cabeça, e cachos de cabelo escuro deslizaram por cima do ombro. — Alguém tem que fazer. —Por quê? —Porque você é importante. Ela pensou que ele era importante? A ideia enviou uma corrida de emoção através dele até que estava inchado e se sentindo como um campeão. —O que faz você pensar isso?
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Brenya o trouxe aqui. Ela não teria feito isso se não precisasse de você, por algum motivo, e isso significa que devo fazer o que puder para mantê-lo seguro. Um pouco de seu orgulho esvaziou, mas tentou escondê-lo. —Pareço que preciso de um protetor? Seu olhar deslizou sobre seu corpo tão lentamente que jurou que podia senti-lo contra a sua pele. Lugares que foram refrigerados pelo ar úmido se aquecendo, e o disco ao longo de sua espinha arrepiou. —Você parece invencível, — disse ela. —Mas então, o que sei? Você é o único homem que me lembro de ver. Você me conheceu antes. Você já sentiu meus lábios nos seus. Essas foram às palavras que incharam por trás de seus dentes, tentando se libertar. Ele segurou-as de volta, mas o esforço o deixou tremendo de fúria, que foi obrigado a ficar em silêncio quando a mulher que amava estava ao alcance. —Não sou invencível—, admitiu. —Mas estou muito mais adequado para a batalha que você. Ela levantou um ombro num encolher, chamando a sua atenção para as linhas elegantes de seus braços. Arrepios franziam sua pele. Torr removeu o cobertor que jogou sobre os ombros na noite anterior para cobrir seu peito nu. Não havia roupas aqui que se encaixavam nele, mas foi forçado a usar coisas piores do que um cobertor limpo antes. Puxou o tecido em volta do corpo, envolvendo-a no calor que se agarrava nele. O movimento a puxou para perto. Seus punhos ficaram amontoados nas bordas do cobertor, incapaz de deixar ir. Sua cabeça inclinada para trás quando ela olhou para ele, e até o momento, não percebeu com ela se encaixava perfeitamente nele. Desde a noite em que a conheceu, depois de salvar sua família de um ataque por demônios Synestryn, um ou outro esteve paralisado. Primeiro ele, depois ela. Ele nunca ficou na sua frente assim, até chegar aqui. Sentia incrivelmente bem, o que era o seu próprio tipo de tortura. Uma mão segurava o cobertor apertado. A outra deslizou por cima do ombro, do outro lado da nuca. Seus dedos se separaram enquanto se moviam através de seu cabelo para colocar na parte de trás de sua cabeça. Seus olhos escuros se arregalaram e sua boca se abriu numa súbita respiração silenciosa.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Seu poder sobre ela era absoluto. Não poderia ter quebrado livre se tivesse tentado. Ela estava presa, e ainda não havia nenhum sinal de medo neste momento. Apenas curiosidade e excitação. —Eu não tenho certeza se devemos estar tão perto, — ela sussurrou. —Por que não? —Posso ouvir uma voz dentro de mim dizendo que é errado. Mas...— Ela parou, franzindo a testa. —Mas o quê? —Se é errado, então por que se sente tão bom? Sua inocência o atingiu como uma árvore caindo. Com suas memórias desaparecidas e nenhuma experiência com os homens, ela não tinha nenhuma maneira de saber o que um homem como ele queria. E ele a queria. Muito. Torr a soltou e deu um passo atrás. Não foi tão longe como deveria ter ido, mas, mesmo se afastando essa distância era um esforço de vontade. —Por que não há homens aqui? — questionou. —Brenya não permite isso. —Mas ela me trouxe até aqui. —Nenhuma de nós sabe o porquê. A menos que você esteja aqui para dar a alguém uma criança ou encontrar um de seus filhos. Choque flutuou através dele. —O quê? Por que você acha isso? Grace recuou alguns passos, segurando o cobertor. A centelha de medo que passou por sua expressão foi rápida, mas ele ainda viu. —Não tive a intenção de ofendê-lo—, disse ela. —Me desculpe se essa pergunta estava fora de linha. —Não é isso. Você pode me perguntar o que quiser. Eu só estou um pouco surpreso que você ache que é por isso que estou aqui. —As mulheres Athanasian vêm aqui, por vezes, depois de se reunir com os homens especiais na Terra. As mulheres ficam aqui e tem seus filhos antes de voltar para casa. Pensei que talvez você fosse um dos pais já que você é da Terra.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Não sou um dos pais, nem vim aqui para me tornar um. — Isso não era possível. Ele tinha ouvido rumores de que havia um soro que poderia restaurar a sua fertilidade e que todos os homens receberam ordens de tomá-lo, mas para obtê-lo, teria que voltar para Dabyr. E isso não era uma opção. Se ele tivesse voltado, seus irmãos poderiam não tê-lo deixado sair de novo, e não poderia suportar estar perto de tantos casais felizes quando nem sequer sabia se Grace estava segura. Seu olhar vagou por ele, crescendo distante. —Muitas vezes me pergunto se eu tinha um filho antes de Brenya me salvar. Continuo vendo o rosto de um menino em meus sonhos. Torr adivinhou que era seu meio-irmão que viu. Blake. Eles estavam perto, mas não podia dizer a ela, sem revelar que conheceu sua antiga vida. Fazendo isso viria muito perto de quebrar sua promessa a Brenya. Em vez disso, ele se estabeleceu, —Quantos anos ele tinha? —Nove ou dez anos. —Quantos anos você tem? —Eu não sei. Torr sabia. Estava com vinte e oito agora, depois de seus anos aqui. —Você ainda é jovem. Você teria que ter estado grávida quando criança para ter um filho tão velho. Tenho certeza de que ele é apenas alguém que estava perto. —Um irmão? —Possivelmente—, disse ele, cobrindo. —quando recuperar suas memórias, tenho certeza que vai ser capaz de encontrá-lo. —Você acha que ele está procurando por mim? —Qualquer um que você perdeu nunca iria parar de procurar por você, nunca iria parar de tentar fazer você voltar, nunca iria parar de querer saber se estava segura e feliz. Um sorriso triste formou em sua boca. A última vez que ele a tocou foi o tempo que teve que respirar por ela. Ele desejou que seus lábios estivessem nela por qualquer outra razão, menos para forçar o ar em seus pulmões. Ela esteve tão frágil então. Às portas da morte. Ele sabia que poderia ser a última vez que iria vê-la, e ainda assim aqui estava ela, segura e tão linda que fez seu peito doer. —Você é doce—, disse a ele. —Se todos os homens são como você, não é de admirar que Brenya os mantém longe. Nenhuma de nós jamais teria todo o trabalho feito.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Brenya seria mais inteligente trazendo mais homens como eu aqui para mantê-las a salvo. —Se você estiver indo para manter alguém seguro, você precisa comer alguma coisa. Vamos pegar um pouco de comida e vou ver se temos alguma roupa que possa caber. Ele caiu na linha atrás enquanto começou a andar em direção ao aglomerado de cabanas ao redor da Pedra Sentinela. —Você está dizendo que você não gosta de mim correndo por aí seminu? —Tento não mentir, por isso não vou dizer isso, mas é perturbador. As garotas querem tocar você, tenho de admitir que não gosto. Ciúmes? Ele não podia ter certeza. O que tinha certeza era que iria usar meias cor de rosa e uma peruca de palhaço se fizesse Grace feliz. —Nós não podemos ter isso. Eu me machuco facilmente. Ela olhou para ele por cima do ombro, com as sobrancelhas levantadas. —Não acredito nisso, não depois de ver como você se cura rápido. Você mal precisou mais do que ter o sangue limpo. —Cura rápida vem com o trabalho. —Que trabalho é esse? —Ser moído de pancadas o tempo todo. —Bem, espero que você seja bom no que faz. Se nós estamos indo atrás dessas coisas na mata, você vai precisar ser um especialista. —Nós não vamos atrás deles. Eu vou. —Você não vai encontrá-los sem a minha ajuda. Mesmo Brenya concordou que eu precisava ir junto, e ela não me quer perto de perigo. —Você pode apenas indicar o caminho. Grace parou tão de repente, que quase colidiu com ela. Seu queixo estava definido de uma forma que ele reconheceu que disse que ia conseguir o seu caminho. Naquele instante, se lembrou de como chegou até ele começar a comer de novo depois de ter decidido morrer de fome. Nenhum de seus irmãos iria matá-lo e libertá-lo da prisão que seu corpo havia criado. Ele estava paralisado, e todos os Sanguinar ao redor estavam despejando toda a sua energia para tentar curá-lo. Nada funcionou, e ele se tornou nada mais que um consumo de energia para as pessoas que amava.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Joseph, seu líder, se recusou a deixá-lo cumprir uma morte honrosa, por isso, Torr tomou a decisão de suas mãos. Ninguém poderia forçá-lo a comer. Era a única coisa que foi deixada para ele controlar. E, em seguida, Grace chegou a ele, tão docemente persuadindo, oferecendo-se para remover uma peça de roupa para cada mordida que dava. A tentação foi mais do que podia resistir. Ela o alimentou e o fez faminto, tudo ao mesmo tempo. Ele havia encontrado sua honra antes que ela ficasse nua, mas foi por um triz. Mesmo agora, podia se lembrar de exatamente como ela parecia, apenas com o sutiã cobrindo os seios cheios. Seu corpo foi incapaz de responder no momento, mas era mais do que capaz agora. Teve que apertar as mãos na frente de sua virilha para evitar que ela visse o que fazia com ele. Ela não levantou sua voz. Não havia nenhum calor em sua voz, mas o que fez também não era menos final. —Vou com você. Todos nós seguimos as ordens de Brenya aqui. Até mesmo você. E ela me pediu para mostrar onde vi os Hunters. —E se eu me recusar? —Então vou ter que encontrar uma maneira de mudar sua mente. Assim como ela fez com ele morrendo de fome. Se ela começasse a tirar a roupa agora, tinha certeza que não seria o suficiente de um homem para detê-la. Ele a queria por muito tempo, e tê-la perto de novo era quase bom demais para acreditar. Tocá-la, levá-la, definitivamente um longo caminho para convencê-lo de que tudo isso era real e não um sonho lindo. Torr pigarreou para tirar um chiado de sua voz. —Você está dizendo que devo apenas ceder? —Estou dizendo que vou encontrá-lo ao lado do poço, depois que você acabar de comer. Não vá embora sem mim. Claramente ela estava decidida. E ele deveria ganhar sua confiança de alguma forma. Ele não podia fazer isso a partir de certa distância, então Grace iria com ele. Mas assim que mostrasse onde encontrar os Hunters, ele estava trazendo ela de volta. De jeito nenhum estava colocando sua doce Grace em perigo por um segundo a mais do que o necessário.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08
**** Grace conduziu Torr pelo bosque, aliviada porque seu corpo estava agora coberto. Pelo menos era o que ela tentou dizer a si mesma. Não que o que ela fosse capaz de encontrar realmente podia contar como ele estar coberto. Teve que cortar as mangas fora de uma camisa solta que uma das mulheres maiores usava. Depois que cortou aberta a frente para dar espaço para a largura dos ombros e das costelas, a camisa era mais um colete. Não fez nada para esconder os braços e pouco para esconder o peito. Toda vez que caminhava, as bordas se separavam, revelando aquela imagem tentadora da árvore e o piscar do colar iridescente. —O que é essa imagem que você tem? — Ela finalmente perguntou enquanto abria o caminho para a área aonde veio recolher ervas ontem. —É chamada de Marca da Vida. —Por que esse nome? —Em parte porque nasci com ela, embora costumasse parecer muito diferente. Cresceu quando envelheci. —Isso mudou por si só? —Sim. — A maneira como disse isso fez parecer que não queria explicar. Sua hesitação somente a deixou mais curiosa. —O que é isso? —Um lembrete. —É? —A passagem do tempo. Como cada dia é precioso. O meu dever usar cada um desses dias para cumprir os meus votos. —Que votos? —Você certamente está cheia de perguntas. —Isso vai nos levar um tempo para voltar ao ponto que vi a pista. Temos que passar o tempo de alguma forma. —Não é uma fã do silêncio? — perguntou. —Tem seu lugar. Então, faça perguntas. Que votos que sua Marca da Vida o lembra de cumprir? —Proteger os seres humanos e proteger o Portal para Athanasian.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —É daí que Brenya veio. E as mulheres que vêm aqui para ter seus filhos. Ela passou por um galho baixo, segurando-o de lado para ele passar. Sua grande mão a roçando enquanto assumiu o cargo, e podia jurar que sentiu esse simples toque acidental todo o caminho até seu braço. —Por que elas vêm aqui para ter os seus filhos? — ele perguntou. —Eles são bebês especiais, aqueles que seriam mortos se as mulheres fossem tê-los em casa. —Como eles são especiais? — questionou. —Não sei com certeza. Ouço coisas, mas Brenya não é exatamente o tipo de pessoa que explica suas ações. Tudo o que sei é que essas mulheres estão tentando ajudar a combater uma guerra da única maneira que podem. O tempo passa mais rápido aqui do que em Athanasia, então elas estão somente fora por alguns dias. Um curto período de tempo, suficiente para que o Solarc não vá descobri-las em falta. —Brenya vai explicar isso para mim—, disse ele, a determinação endurecendo seu tom. Grace abafou uma risada. —Não sei o que faz pensar isso, mas boa sorte para conseguir que ela fale. —Ela não consegue tomar decisões unilaterais como essa. Há vidas em jogo, para ambos, os Sentinelas e os seres humanos. Era óbvio que Torr não conhecia Brenya em tudo, mas algumas pessoas tinham que aprender tudo da maneira mais difícil. —Nunca conheci outro ser humano. Pelo menos não que me lembre. São todos tão fracos como eu? Ele deu um longo passo e chegou ao seu lado, levantando ramos baixos pendurados fora de seu caminho. —O que faz você pensar que você é fraca? —Tudo. Mesmo as crianças aqui, podem me superar, são mais fortes do que eu, e podem ficar mais tempo sem comida ou descanso. No início pensei que era porque estava tão doente, mas Brenya disse que é só o jeito que sou feita. — levou um longo tempo para superar a dor causada por esse insulto não intencional. —Não estou autorizada a patrulhar à noite. Ninguém quer treinar comigo. Eles são todos gentis sobre isso, mas sei que tudo o que eles pensam é que sou uma fracote e que vão me machucar. —Os seres humanos não são fracos, — disse ele. —Nem você.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Tenho provas do contrário. E com base em sua resposta, estou supondo que somos fracos e que está apenas sendo gentil, também. —Há diferentes tipos de força. Você tem uma natureza adaptável que faz quase invencível. Sua capacidade de compaixão é o seu próprio tipo de magia. E você tem uma força de vontade silenciosa, que rivaliza com qualquer outra que já vi. —Você diz isso como se me conhecesse. Ele olhou para o lado e recuou na linha atrás dela. —Conheço os seres humanos. E Brenya não teria trazido você aqui e salvado sua vida se você não fosse excepcional. Algo sobre isso não pareceu certo, mas eles estavam quase na clareira onde avistou os Hunters. Ela reduziu a velocidade e ergueu o dedo nos lábios para indicar a necessidade de ficar quieto. Eles rastejaram ao longo, contornando à beira da clareira onde as ervas cresceram, até que viu uma marca no chão. Grace se inclinou em direção a ele, subindo na ponta dos pés para chegar o mais perto de seu ouvido que pode. —Um Hunter deixou esta marca. — Ela apontou para a impressão no solo solto. A impressão era profunda e irregular, mostrando onde a parte inferior do pé da criatura fez saliências. Uma linha levava através dos arbustos, como se tivesse sido cortada por uma lâmina afiada. Folhas e galhos foram cortados de forma limpa, e quando se inclinou para mudar sua linha de visão, podia ver exatamente do jeito que eles iam. —Eles foram por ali—, disse ela, apontando. Torr assentiu. Ele puxou uma espada que estava invisível apenas alguns segundos atrás. O súbito aparecimento da arma a surpreendeu forçando-a voltar alguns passos. Ele percebeu sua angústia e baixou a lâmina para longe. O céu alaranjado se refletiu na superfície polida e piscou uma rede intrincada de vinhas de prata que formavam o punho e copa. Os nós dos dedos incharam com seu controle apertado. Sua pele deslocou ao longo do osso e os músculos ao longo de seus antebraços. A necessidade de sentir esse fluxo do poder masculino através de seus membros, tocá-lo com a ponta dos dedos era quase insuportável. Grace não era como as outras garotas na vila que conversavam e balbuciavam sobre querer acariciá-lo. Ela tinha melhores coisas em que pensar do que isso. Infelizmente, ela não conseguia se
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 lembrar de uma única delas agora. Em vez disso, tudo o que podia focar era o aquecimento sutil de sua pele e a maneira como suas roupas de repente se sentiam muito apertadas para respirar. —Vou te levar para a aldeia, depois volto e sigo o rastro—, ele sussurrou perto de seu ouvido perto o suficiente para que pudesse sentir o calor de suas palavras enquanto passavam. Reprimiu um arrepio. —Não. Vai levar muito tempo. —Você não pode voltar sozinha. Não é seguro. —Então, acho que vou ter que ficar com você. Ele fez uma careta para isso e abriu a boca para argumentar com ela, mas um farfalhar suave veio do sul. Antes que pudesse registrar que não havia perigo, Torr mudou seu corpo de modo que estava entre ela e o som. Com a mão livre, ele a segurou atrás dele, em silêncio, ordenando para ficar parada. O farfalhar ficou mais alto, mais perto. O coração de Grace começou a bater com força suficiente, que tinha certeza que feriria suas costelas. Estes Hunters não a viram antes. Ela permaneceu em silêncio e eles caíram, separando abaixo dos arbustos quando passaram. Tudo o que viu era uma série irregular de brilhantes cumes negros que espreitavam sobre a folhagem, brilhando com a luz solar filtrada. Embora não viu muito, sentiu-os, como se deixassem uma névoa fria em seu rastro. Estava gelada até aos ossos, mesmo depois de correr de volta para a aldeia. Seus instintos gritavam com ela todo o caminho, exigindo que fosse mais rápido. Não olhe para trás. As palavras soaram em sua cabeça tão claramente como se alguém estivesse correndo ao seu lado. Poderia ter sido Brenya, que muitas vezes a chamava com uma voz como aquela, mas parecia diferente. Quase com medo. E Brenya nunca tinha medo. Torr se afastou, seus passos silenciosos sobre as folhas. Tão espesso quanto o arbusto estava aqui, ele podia desaparecer em apenas alguns passos. A ideia de estar aqui sozinha novamente com essas coisas era muito aterrorizante para sequer considerar. Ela trocou seu peso para acompanhar Torr, e antes que pudesse tomar tanto como um passo, sua cabeça virou-se e deu um olhar duro âmbar.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Fique. Ele murmurou uma única palavra, e ela congelou no lugar, um fio de medo dedilhando dentro um que não tinha nada a ver com os Hunters na mata. Este era mais profundo, uma parte de seu antigo eu que não entendia. Algo aconteceu com ela que a aterrorizou, e havia ocasiões que uma única palavra ou movimento de alguma outra pessoa iria defini-la, fazendo-a querer se esconder debaixo das cobertas, como uma criança. Talvez essa coisa fosse o que tinha quase a matado. Ninguém parecia saber, ou se o fizessem, não estavam dizendo a ela. Então foi deixada para lidar com seus momentos inconvenientes de medo, incapaz de prever quando outro poderia atacar. Torr deslizou silenciosamente fora de vista através dos arbustos. Grace se agachou para se esconder e fazer-se tão pequena quanto um possível alvo. A ação parecia natural, como se estivesse acostumada a se encolher. Essa ideia irritava seu orgulho. Ela era a pessoa mais fraca aqui, não incluindo os bebês e crianças pequenas, mas isso não significava que estava sem força de vontade. Ela iria ser tão forte quanto precisava ser. Tão corajosa quanto precisava ser. Quem quer que esteja em sua antiga vida, não era mais aquela pessoa. Ela havia sido refeita. Tirou a adaga de seu cinto. Era pouco mais que uma ferramenta, destinada a desenterrar raízes e cortar fora a casca. Mas a lâmina era afiada, e seu aperto era firme. Segundos se passaram em silêncio doloroso, cada um medindo em batidas frenéticas de seu coração. O farfalhar soou novamente, só que desta vez mais longe. Virou-se para enfrentá-lo e quase esfaqueou Torr em seu estômago. Ele agarrou sua mão, levantando a adaga fora do caminho antes que pudesse fazer contato. O movimento a puxou com força contra sua frente, obrigando-a a se pegar. Sua mão esquerda espalmada sobre a carne masculina quente. Ela sentiu os músculos ao longo de seu peito se deslocar contra a palma da mão quando o braço ao redor veio para estabilizá-la. Estava colada contra ele dos joelhos aos seios, o que fez seu coração bater mais rápido. —Era apenas um animal—, ele sussurrou. Medo escorreu para fora, mas foi substituído imediatamente por algo mais, algo quente e atado com excitação. Era como se sua pele, de repente ganhasse vida, permitindo sentir coisas que nunca notou antes.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 A brisa passou por ela, levantando os cabelos finos longe de sua nuca. Cada um de seus dedos em suas costas levemente flexionados, como se estivesse tentando resistir a acaricia-la. O couro de sua túnica estava agarrado suavemente com as coxas. Suas pernas estavam nuas sob a prega, e a suavidade desgastada da calça fez querer esfregar contra ele. Ou talvez fosse o homem sob que criava um desejo tão estranho. Sua cabeça inclinou para baixo e ele olhou para sua boca. Ela lambeu os lábios, apenas no caso de haver algum pedaço perdido de comida persistente lá. Ela não podia suportar a ideia de envergonhar-se assim na frente deste homem. O âmbar brilhante de seus olhos escureceram até que apenas um aro fino de cor permaneceu. Por alguma razão, ver essa mudança em seu olhar a excitou até que suas entranhas estavam se contorcendo com o desejo de chegar mais perto. Não que houvesse muito mais perto para conseguir. Não com as suas roupas. Seus dedos apertaram involuntariamente contra seu peito nu. Ela podia jurar que podia sentir seu pulso acelerar e uma onda de calor derramar fora de sua pele. Lentamente, seus dedos relaxaram, permitindo que puxasse a mão com a arma. —Sinto muito. Poderia tê-lo machucado. Ele engoliu em seco duas vezes. —Não com esse brinquedo. Se você quiser lutar, você precisa de uma arma real. —Não estou autorizada a lutar. Brenya diz que sou muito frágil. —Você é frágil, e é por isso que você precisa saber como se proteger. —Ninguém vai me ensinar. —Eu vou. Seu acordo fácil à fez desconfiar. —Por quê? —Porque não sei quanto tempo vou estar por perto para proteger você. Quero ter certeza que sabe como fazer o trabalho sozinha. —É isso que continuo a dizer às mulheres devo ser capaz de me proteger. —O que elas dizem sobre isso? —Que eu deveria ficar exatamente na aldeia onde não posso me machucar. —Eu zombaria delas por isso, mas me lembro de ter dito a uma jovem muito parecida com você à mesma coisa. Permanecer dentro das paredes de Dabyr onde estaria segura.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —E ela estava? —Não. Ela quase morreu dentro daquelas paredes. — Torr a soltou e virou as costas. Uma onda de frio espessa se esgueirou ao longo do chão, agarrando seus tornozelos. Antes que pudesse sequer suspirar, esse frio inchou a partir do solo, envolvendo-a. Não havia dúvida do que se tratava. Os Hunters estavam aqui.
Capítulo 8 Grace agarrou o braço de Torr quando passou correndo por ele, obrigando-o a correr. Ele praticamente podia sentir o pânico derramando por ela quando caiu através dos arbustos. Ele poupou um rápido olhar por cima do ombro e viu o que a fez decolar. Hunters. Duas brilhantes criaturas negras carregadas atrás deles, a sua meta clara. Sua pele parecia que estava forjada a partir de vidro vulcânico, lascadas como uma borda de lâmina. Eram altos e estreitos, com corpos em forma de peixe sinuosos, que facilmente cortavam através do terreno denso. Viajavam em quatro pernas, a parte superior de suas costas na altura dos olhos de Torr, aproximadamente setenta centímetros. Desde os tremores balançando o chão enquanto corriam, provavelmente muito mais pesados que ele. Grace estava na frente dele, mas nem de longe tão rápida quanto às coisas por trás dele. Ele sacou a espada, segurou com as duas mãos e ligou a lâmina através de uma árvore enquanto passavam, derrubando-a atrás de si. Os Hunters nem sequer foram abrandados. Rasgaram através dela como se não fosse mais do que um galho, cortando-a limpa em toras. Se Grace não corresse mais rápido, essas coisas iam a cortariam numa questão de segundos. Torr pegou velocidade, pegando Grace ao redor da cintura quando foi. Seus pés mal tocavam o chão enquanto corriam. Ele podia ouvir sua respiração rápida, sentir seus músculos esforçando-se para manter-se, mas ela era humana, e vinha com um conjunto potencialmente mortal de limitações.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Tentou digitalizar antecipadamente por algum tipo de cobertura um local defensável onde poderia segurá-los. Mas as árvores e vegetação rasteira eram muito grossas para ver mais do que alguns metros à frente deles. Os sons de trituração de vidro ficaram mais altos. Um rápido olhar por cima do ombro provou que os Hunters estavam definitivamente ganhando sobre eles. —Só um pouco... mais longe, — arquejou Grace. —Para... à direita. Ele não tinha ideia do que ela queria dizer, mas confiava nela, então inclinou para a direita, tomando ainda mais de seu peso enquanto empurrava suas pernas para pegar velocidade. Os Hunters estavam quase em seus calcanhares. A pancada de folhas e galhos sendo cortados estava bem atrás deles. Mais alguns segundos, e seriam ele e Grace sendo cortados em pedaços. Mais à frente, viu a alaranjada brilhante luz solar. O céu. As árvores estavam diluindo. Pelo menos se estavam numa clareira que pudesse ver essas coisas vindo com ele não seria capaz de esconder e atacá-lo por trás, enquanto o outro o distraía. Ele empurrou Grace até uma árvore nas proximidades, onde estaria relativamente segura, enquanto levava os Hunters abaixo. O medo intempestivo do que poderia acontecer a ela se falhasse ondulando nele, mas deixou passar, dando nenhum peso ou valor. Com nenhum de seus irmãos aqui para ajudá-lo, e a vida de Grace na linha, seu foco tinha que ser absoluto. —Pare! Penhasco, — ela gritou em advertência, assim que o que estava à frente veio à tona. Não era uma clareira que os aguardava. Era uma queda acentuada para baixo mais do que ele podia ver. O fosso tinha várias centenas de metros de largura, muito grande para saltar. Torr apertou ainda mais o braço de Grace e puxou bruscamente para a esquerda. Eles pousaram duro, e seu grito de dor afastou sua concentração por uma fração de segundo. Reuniu sua inteligência o suficiente para recuperar seus pés, ao invés de ver o que estava errado com ela. Fosse o que fosse, teria que esperar até que lidasse com a ameaça mais urgente vindo em direção deles. Ele saltou na posição vertical quando um dos Hunters se aproximou para matar. Torr ergueu a espada apenas a tempo para a criatura bater nele. Sua lâmina arrancou um pequeno pedaço de rocha preta translúcida. A coisa gritou de dor, sua voz soando como vidro moendo contra pedra.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 A força do golpe abalou Torr para trás, mas manteve os pés plantados, sabendo que Grace estava no chão bem atrás dele. Se desse um passo para trás, não só poderia machucá-la, mas iria colocar o Hunter muito mais perto dela. Um frio de gelar os ossos escoou para fora da coisa, congelando o suor na sua testa. O segundo Hunter passou como um raio, seu corpo brilhante de obsidiana e laranja. Um momento depois, ele desapareceu na espessa folhagem. Não havia dúvida em sua mente. O Hunter estava se posicionando para atacar. E eles tinham apenas alguns segundos antes de acontecer. —Suba numa árvore—, ordenou Torr. Não sabia se ela era capaz de obedecer, se estava mesmo consciente. Sua lâmina estava bloqueada contra o cume frontal da cabeça do Hunter. Suas mandíbulas eram pequenas demais para fazer mais do que agarrar nele, e os seus braços e pernas eram muito curtos para alcançá-lo. A ameaça real era de seu parceiro, que poderia deslizar silenciosamente a qualquer momento, antes de matá-los, antes de Torr mesmo saber que estava lá. O frio que esta criatura lançou cresceu mais profundo, entorpecendo os dedos dos pés. Levou apenas alguns segundos, fazendo-o saber quanto tempo tinha antes que seus dedos ficassem dormentes, também. Se não podia segurar a sua espada, ambos estavam mortos. Virou a lâmina até que os planos estavam pressionando contra uma crista serrilhada de vidro preto. Com uma mão no punho e a outra sobre a lâmina gelada, usou toda a sua força para empurrar o Hunter para trás numa árvore frondosa. Os pés da coisa deslizaram sobre as folhas. Ele rosnou e lutou, mas Torr foi fortalecido pelo conhecimento de que era a única coisa entre Grace e a morte. A casca metálica da árvore se dividiu ao redor do corpo estreito do Hunter. Torr continuou empurrando, ignorando o frio formigando nas mãos. O tronco abriu quando o corpo em forma de cunha do Hunter foi forçado a voltar para ele. Uma camada de gelo se apoderou da casca, da seiva clara que vazou e começou a se cristalizar quando congelou. Madeira rangeu com a propagação de gelo através da árvore. —O outro está de volta—, gritou Grace. Sua voz, ainda que fosse com medo, era tão doce como anjos cantando. Ela estava viva, consciente e ainda com ele.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Até aquele segundo, não percebeu o quanto esteve aterrorizado por perdê-la de novo. Manteve esse medo abaixo da superfície, onde não poderia afetar sua capacidade de luta, mas estava ali, à espreita, esperando por uma chance de derrotá-lo. Torr lançou um olhar na direção do som de sua voz. Ela não estava numa árvore. Estava encostada fortemente contra uma, segurando a cabeça. O sangue escorria fora de sua mão, manchando os fios atados decorando seus dedos. Sua pele estava branca como ossos secos. Ela estava olhando com os olhos arregalados para algo ao longe. O segundo Hunter. Torr foi para longe do que estava lutando, certificando-se que seu plano funcionou. O Hunter não o seguiu. Estava preso no interior da árvore, embutido em seiva congelada. Seus pés arranhavam contra o chão para encontrar tração, mas assim que tinha sulcos cavados na terra mole, não conseguia mais chegar até o chão. Ele não estava morto, mas foi desativado e isso era o suficiente para Torr passar para o próximo alvo. O próximo alvo estava navegando em direção a ele, deixando pedaços de folhas e ramos em sua esteira. Torr estava numa posição ruim, muito perto das garras do Hunter preso. Até mesmo alguns passos para trás iria colocá-lo perto o suficiente para ser morto. O segundo Hunter deve ter visto isso. Assim fez Grace. Ela acenou com os braços e gritou para chamar a atenção. —Estou aqui! Ela correu para longe de Torr, sua marcha instável e muito lenta. Um dos olhos do Hunter acompanhou seu movimento, mas o outro permaneceu fixo em Torr. O frio profundo que de repente o abraçou tinha nada a ver com o frio que o Hunter lançou fora. Ele se esforçou para reposicionar-se, para tornar-se um alvo mais tentador do que Grace, mas não adiantou. Seus gritos e braços agitados não eram páreo para uma mulher humana doce, desarmada. Torr atacou o Hunter. A criatura atacou Grace. Torr esteve em batalhas suficientes para saber como isso iria jogar. O Hunter iria bater nela, cortando-a na metade instantaneamente. Torr estava longe demais para
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 fazer mais do que assistir. Não importa o quão duro empurrasse suas pernas, a distância entre eles parecia estender-se, deixando um comprimento impossível para cobrir num par de segundos. Num piscar de olhos, se lembrou de todos os momentos dolorosamente doces que compartilharam. Lembrou-se do primeiro momento que sua paralisia terminou e foi capaz de ficar de pé novamente. Tudo o que queria fazer era encontrar Grace e compartilhar a boa notícia com ela, para varrê-la em seus braços e abraçá-la como desejava fazer a muito tempo. Desde que a conheceu, todo o seu mundo girou em torno de suas visitas, seus toques. E agora, porque não podia correr um pouco mais rápido, ia perdê-la. Reuniu o maior número de pequenas faíscas de energia que podia e as usou para acelerar o passo. A ardência de esse poder correu sobre sua pele, mas isso não importava. Ele ainda não ia ser rápido o suficiente. Torr gritou: —Afaste-se! Grace andou para trás três passos longos até que estava à beira do precipício. A criatura percebeu tarde demais o que estava do outro lado de sua presa. Tentou diminuir, mas as patas dentadas brilhantes deslizaram através da sujeira e as folhas como se fossem água. Ela deu mais um passo e caiu do penhasco, assim que o Hunter tombou sobre a borda. Seus gritos se misturaram por uma fração segundo seu cheio de medo e um duro uivo alienígena do Hunter. Em seguida, seu grito parou abruptamente, e Torr sabia que Grace foi embora.
Capítulo 9
Torr ficou completamente dormente. Não podia acreditar no que Grace acabou de fazer. Ela pulou do penhasco. Matou-se para destruir uma das criaturas. Matou-se para salvá-lo. Ela era tão incrivelmente altruísta, jogando a vida fora como se não significasse nada. Como podia tê-la deixado fazer isso? Como podia não ter previsto isso? Como podia não saber que ela ficaria feliz em trocar sua vida pela sua? Mais uma vez.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Nunca deveria tê-la deixado vir aqui com ele. Foda-se o que disse Brenya sobre ganhar sua confiança. Ele deveria ter trancado Grace dentro de uma daquelas cabanas, embrulhada num casulo suave de cobertores para que não pudesse sequer ter um corte de papel. Cambaleou até a borda, rezando para que a queda não fosse tão acentuada como parecia, ou que havia água abaixo para amortecer a queda. Ela não podia ter ido embora ainda não quando acabou de tê-la de volta. Ele se preparou para o que poderia ver e olhou por cima da borda. Os destroços do Hunter estavam espalhados na margem oposta de um rio estreito. Marcas entalhadas raspadas e pedaços de vidro preto estavam incorporados na falésia do lado oposto, onde bateu, uma vez que caiu para a morte. Abaixo, as margem do rio começou a congelar. Não havia nenhum sinal de Grace nas margens abaixo, nenhum sinal balançando na água agitada. —Estou aqui. — Sua voz veio de sua esquerda, tensa e fraca. Torr prendeu a respiração, com medo que imaginou o som. —Aqui. Desta vez, tinha certeza que não imaginou. Ela se sentava num parapeito estreito de rocha cerca de oito metros abaixo da borda. Havia sangue em suas pernas nuas e mais correndo pelo seu rosto. Sujeira cobria sua pele, junto com vários cortes e arranhões. Folhas se agarravam a seu cabelo, que era um selvagem, emaranhado. Mesmo assim, era a única mulher mais bonita que já viu. Estava viva. O poder absoluto de seu alívio o derrubou em sua bunda. Ele sentou-se ali, fraco e tremendo quando uma onda de gratidão fluiu através dele. Grace estava viva. Nada mais importava, exceto sua necessidade premente para mantê-la dessa forma. —O quanto você está machucada? — Ele perguntou com voz tremendo de emoção que não podia controlar. —Tenho certeza que não é tão ruim assim. Só me dê um minuto e vou tentar me levantar. Subir e arriscar cair de novo? Foda-se isso. —Não. Fique aí. Eu vou pegar você. — Assim que parasse de tremer tanto. Se tentasse fazê-lo agora, ia conseguir os dois mortos. Precisava de um minuto para recolher o seu juízo e recuperar a força em seus membros. O pensamento de que a perdeu, foi suficiente para tornar até mesmo um homem forte como ele fraco.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Desde a qualidade ofegante de sua voz, poderia dizer que não era o único morrendo de medo por sua proeza. —Há outro caminho até aqui que não o que tomei. Basta seguir a borda por mais alguns metros ao redor da curva e você verá uma rampa natural na pedra. —Tudo bem. Basta ficar parada e estarei embaixo assim que puder. Preciso cuidar de negócios inacabados. Ela assentiu com a cabeça, o corpo já caindo de cansaço quando os efeitos da adrenalina dissipou. Se estivesse mais gravemente ferida do que parecia, o choque não ia estar muito longe. Torr se recompôs, afastou-se da borda e voltou para onde o Hunter que estava preso no tronco da árvore. Ele cortou uma longa seção do ramo sobre o comprimento do braço e esfolou os galhos menores, deixando-o um bom espesso pau. Com um aperto de duas mãos firmes, chegou tão perto da criatura se debatendo quanto ousou e girou direto para a cabeça. A besta quebrou, seu grito dissonante morrendo com ele. Pedaços de partes pretas vítreas banhando por cima dele. Algumas deixaram fatias rasas ao longo de sua pele exposta, mas a picada mal registrou. Tudo o que importava agora era Grace.
**** Grace tentou parar o tremor em suas pernas. Não estava mais fria, mas não conseguia evitar tremer. Energia nervosa caía de seu núcleo sem ter para onde ir. Não conseguia nem ficar em pé e andar um pouco e não com o que era, provavelmente, um tornozelo torcido. A queda que levou não foi muito longe para baixo, mas naquele momento a sua vida passou diante de seus olhos. Com apenas quatro anos de memória, que era uma coisa triste, apenas de testemunhar. Havia mais vida do que o que Brenya permitiu a ela e, a partir deste momento, Grace não ia deixar ninguém ficar em seu caminho experimentar isso. Fraca ou não, humana ou não, estava indo encontrar seu lugar no mundo e ordenhar cada gota de felicidade que poderia da vida. Ninguém ia impedi-la.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Os passos de Torr soaram atrás dela, rápido demais para a saliência estreita que viajou. Antes que pudesse se mover ao redor o suficiente para dizer para abrandar, ele estava ao seu lado, suas grandes mãos quentes deslizando sobre ela. —Onde você está ferida? — Questionou. Grace foi atingida novamente por quanto era lindo. Força animal magra derramando dele, fazendo-a desejar que pudesse mergulhar dentro. Mesmo em sua preocupação, ele era impressionante. Sua preocupação parecia iluminar seus olhos âmbar e dava a aparência feroz de um predador masculino. Estremeceu de novo, e desta vez foi mais devido a alguma resposta feminina inata de sua proximidade do que de seu sofrimento. —Meu tornozelo é o pior. O resto, são apenas pequenos arranhões e contusões. Suas mãos se moveram ao longo de sua perna, desamarrando delicadamente as tiras de couro cobrindo suas pernas. Uma vez que sua perna estava nua, seus dedos acariciaram sua pele, cuidadosamente investigando quando avançou até o pé. Fechou os olhos e se deleitou como seu toque era bom. Até o ponto em que cutucou um ponto sensível. Sugou uma respiração sibilante. —Aí. Acho que está torcido. —Tudo bem. Vamos ficar aqui por um minuto e ver se a dor alivia. — Ele se sentou atrás dela, posicionando-se de modo que suas longas pernas se abriram para o lado. Passou os braços em torno dela, exortando-a a inclinar-se para trás contra ele e dobrar a cabeça sob o queixo dele. Grace não resistiu. Ainda estava tão abalada e aterrorizada, que a ideia de envolver-se na sua força parecia ser a melhor ideia do mundo. Cada respiração que tomava era preenchida com seu cheiro. A sólida massa de seu corpo atrás projetando ondas de calor, que faziam os músculos enrolar e desapertar. À medida que os segundos fluíam por ela, começou a relaxar. Com cada série de tremores estremecendo, ele acariciou seus braços e ajudou a passar através disso. Finalmente, depois do que foi um embaraçosamente tempo longo, conseguiu controlar de si mesma o suficiente para parar de tremer. —Por favor, me diga que você sabia que essa saliência estava aqui quando pulou—, disse ele. Seu tom de voz era suave, mas havia uma tensão em seu corpo que disse para ir com cuidado com sua resposta.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Eu não pulei. Apenas desci. — Um longo caminho para baixo, mas isso não era algo que pensou que precisava lembrar. —E você sabia que a saliência estava aqui? Sua necessidade de honestidade e seu desejo de não perturbá-lo começou uma breve guerra em seu intestino. Ela se acomodou com, —Eu estava certa. Ele soltou um som estrangulado curto, então limpou a garganta. Quando falou, foi com calma exagerada. —O quanto certa é muito certa? —Estive aqui várias vezes. Há uma caverna um pouco mais abaixo na borda onde alguns cogumelos que Brenya gosta crescem. Um pouco de sua calma desapareceu. —Isso não é uma resposta. —Eu sabia que a borda era longa. Pensei que estava no lugar certo. —Mas você não olhou em primeiro lugar, não é? —E tirar os olhos daquela coisa? Seus braços se apertaram ao seu redor por um segundo antes de liberar a pressão. —Prometame que nunca mais vai fazer algo assim de novo. Grace sabia o poder de uma promessa, a magia inata que detinha. Essa foi uma das primeiras coisas que Brenya ensinara: nunca fazer uma promessa que não estava segura de que poderia manter. Fazer isso era uma forma de escravidão que nunca iria escapar. —Não o conheço bem o suficiente para prometer nada—, disse ela. —Mas não tenho nenhuma intenção de ir para o precipício, mergulhar de novo tão cedo. Isso me assustou até a morte. —Você não deve arriscar a sua vida assim. Você não tem ideia do quanto é importante, quanta dor sua ausência causaria. —Não sou mais valiosa do que qualquer outra pessoa, incluindo você. —É por isso que você pulou. Para me salvar. —Não fui inteligente o suficiente ou rápida o suficiente para pensar num plano melhor rápido. Estou feliz que deu certo. —Você está ferida. Isso não é o que chamaria de resolver. —Meu tornozelo já está se sentindo melhor. —Não parece melhor. Parece quebrado.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Olhou para baixo e viu o inchaço óbvio. —Não está quebrado. Parece pior do que é. Uma vez que ficar em pé, vou andar um pouco. Suas coxas se apertaram contra seus quadris. —Você não pode andar com um osso quebrado, não importa o quão avançada suas habilidades em negação são. —Não sou uma idiota. Conheço os meus próprios limites. —Aparentemente não, vendo como você pensou que podia ser capaz de voar. —Não seja ridículo. Sabia que não podia voar. — Assim que disse as palavras e sentiu o corpo tenso contra ela, sabia que era a coisa errada a dizer. Virou o tronco o suficiente para que pudesse olhar para ele. —Podemos por favor, apenas deixar ir? Fiz o que achei que era certo. Ele olhou para ela, o que colocou sua boca a centímetros da dela. Era o ângulo perfeito para um beijo pelo menos pensava assim. Não conseguia se lembrar de nunca ter sido beijada, mas seus lábios ainda formigavam na vontade, como se soubessem exatamente o que fazer. Torr segurou seu rosto. A mão dele era tão grande que quase cobria o lado de seu rosto. Seu polegar acariciou ao longo de sua bochecha, despertando alguma consciência profunda que nunca sentiu antes. Mais uma vez, essa estranha sensação de familiaridade a assaltou, empurrando fora todos os outros pensamentos. —Você me toca como se tivesse feito isso à vida toda—, disse a ele. Seus olhos escurecem. Ele lambeu os lábios, e seu olhar foi atraído para o abaulamento acima do seu lábio superior. O desejo de mergulhar a ponta da língua no sulco, quase mais do que podia resistir. Teve a estranha sensação de que, se fazia isso, ele teria um sabor doce e proibido, como memórias escondidas. Resto de barba sombreava sua mandíbula, emprestando uma borda mais dura. Com curiosidade levantou a mão até que estava tocando a aspereza montando sua pele. Um choque estranho de excitação disparou ao longo de sua coluna até que sua dor era uma coisa insignificante distante. Sua mão deslizou para envolver sua garganta num toque tão suave que teve que se concentrar para sentir mais do que um calor formigando. Seu antebraço colocado entre os seios, e tinha certeza de que seu coração acelerou para combinar com sua pulsação.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Você pareceria tão bonita usando minha Luceria—, disse ele. Ela não sabia o que era aquilo, mas o modo como o disse, isso pouco importava. —Se você quiser, eu o farei. Um sorriso triste curvou sua boca. —Quero isso mais do que qualquer coisa que sempre quis, mas é impossível. Como tantas coisas. Antes de sua cabeça clarear o suficiente para perguntar o que isso significava, ele ajudou-a a sentar-se e ficou de pé, tudo num único movimento fluido. Com sua força e calor fora de alcance, o frio horrível de seu choque e medo começou a escorrer de volta. Reprimiu um tremor até que ele estava de costas antes que deixasse ir. Ele inspecionou a área. —Quando você estiver pronta, vamos ver se pode ficar em pé, ou se está mais prejudicada do que pensa. Se você pode andar, vamos voltar para a aldeia. —Se não posso andar, você deve voltar para a ajuda. Ele se virou para ela, em seguida, seu olhar intenso contra o fundo do céu cor de laranja. — Sei que mal me conhece, mas realmente acha que eu iria deixar você aqui para cuidar de si mesma, ferida e sozinha? —Que outra escolha tem? Você tem que estar de volta antes do anoitecer. —Posso levar você. —É muito longe. Vou ficar bem aqui. Vou apenas me esconder na caverna até que possa voltar. Ele esfregou os dedos pelos cabelos em frustração e começou a andar. Baixas palavras iradas derramaram de seus lábios, baixas demais para ela ouvir. Vendo-o louco fez aquele velho medo enjoado, escondido dentro dela, sacudir para a superfície. O instinto assumiu, e ela se enrolou no menor espaço possível. O movimento fez o tornozelo mexer, e a dor disparou em seu pé, mas conteve o grito e permaneceu em silêncio. Ele não vai encontrá-la, se você está silenciosa. As palavras saíram com uma voz doce, mas apavorada uma que reconhecia, mas não conseguia identificar. Tudo que sabia era que confiava na voz absolutamente e faria o que fosse dito a ela. —Grace? Você está bem? — Torr. Isso era ele falando com ela, não alguma memória fantasma que não podia entender.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Uma mão pousou suavemente em seu ombro e ela se afastou. Terror irradiava ao longo de seus membros, até que estava tremendo com a necessidade de se esconder. —Grace, querida, você está bem agora. Você está segura. Olhe para mim. Até o momento, não percebeu que fechou os olhos. Sua mão acariciou seu rosto, o toque dolorosamente suave. Grace puxou uma respiração estremecendo e se obrigou a abrir os olhos. Torr estava agachado ao seu lado, tocando ela, mas ainda mantendo distância, graças a seus longos braços. —Aí está você, — disse ele. —Pensei que perdi você por um minuto. Engoliu em seco para empurrar o medo para baixo, onde pertencia, apenas para tê-lo substituído por vergonha. Suas bochechas queimaram, e não podia suportar olhá-lo nos olhos. — Eu sinto muito. —Você está bem? Ela deu um aceno trêmulo e respirou igualmente instável. —Eu sou uma maluca, mas vou ficar bem. —Você não é uma maluca. Começou a sentar-se, e Torr se apressou a ajudar ela na vertical. —Não sei mais do que você chama isso. —Você passou por um terrível trauma. — Ele disse como se soubesse a verdade, e não como se estivesse adivinhando. —Você pode ter medo às vezes, especialmente depois de saltar de um penhasco para evitar ser morta por feios demônios rodeando. O sabor metálico do medo na parte de trás de sua garganta começou a desaparecer. Cada respiração lenta era uma vitória, fortalecendo-a a tempo de puxar a outra. —Isso não deveria importar o que passei. Não me lembro de nada, por isso não deveria me incomodar. —Mas isso acontece, e está tudo bem. — Ele enxugou uma lágrima, e até esse segundo, não percebeu que se deixou chorar. Queria se levantar e escapar onde pudesse se recompor em particular, mas com o seu latejante no tornozelo, isso não era uma opção. —Não, não está tudo bem. Sempre digo a Brenya que deveria me ajudar a lembrar de para que possa enfrentar o que me faz assim e seguir em frente. —Mas ela não vai?
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Ela continua dizendo que algumas coisas são melhores deixadas esquecidas e que as coisas que já não sei, são um presente. — Grace soltou um grunhido frustrado. —Seu controle sobre a minha vida me deixa tão furiosa às vezes. Sei que ela me salvou, mas é a minha vida. Minhas memórias. Devo começar a escolher o que aconteça na minha própria cabeça. Ele realmente sorriu para ela, e por uma fração de segundo, queria dar um soco num dos seus olhos cor de âmbar. —Isso é bom—, disse ele. —O que é bom? —Que você sabe como ser louca. —Como você pode possivelmente pensar que ser louca é bom? —Porque é melhor que estar com medo. —Eu não gosto de estar também. —Claro. Ninguém faz, mas se você tem que ser um ou o outro, louco é definitivamente melhor. —O que te faz dizer isso? —Algumas centenas de anos de experiência em combate. A algumas centenas? —Sério? — Ela perguntou. —Você é tão velho? —Sim. E Brenya me chama de jovem Theronai, o que me faz pensar o quão velha ela é. E o quanto aprendeu nesse tempo. Grace realmente nunca pensou sobre isso. Uma pequena regra na parte de trás de sua cabeça disse que era rude perguntar a outra pessoa sua idade, por isso nunca veio. Até agora. —Então você está dizendo que eu deveria confiar nela. —Não, só estou dizendo que há uma chance de que ela é mais sábia do que qualquer um de nós. Talvez quando diz que algumas coisas são melhores deixadas esquecidas, você deve ouvir. E assim devo eu. —Você? Você tem memórias perdidas, também? Seus lábios apertam em conjunto, como se não quisesse falar sobre isso. —Sinto muito. Não quero me intrometer. Torr se inclinou perto, movendo-se lentamente, de modo que ela não iria surtar novamente, sem dúvida. —Coloque seus braços em volta do meu pescoço—, disse ele.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 O colar iridescente que usava brilhava com sua pulsação. Músculos e tendões grossos se destacaram, puxando-a seu olhar para baixo para a brilhante curva de seus ombros. Assim, grande parte de sua pele estava nua, pontilhada com a transpiração. Ela sabia que se fizesse o que pediu, ele estaria quente ao toque, afastando o frio do medo que permanecia um pouco abaixo de sua pele. Sua camisa alterada estava ainda mais esfarrapada do que esteve antes de sua corrida louca pela floresta. Tudo que conseguia fazer era esconder o suficiente de seu corpo para fazê-la olhar sobre a chance de que a brisa iria pegar e ela ia ter mais uma espiada no homem abaixo. —Grace—, ele disse, seu nome, uma tentação escura vindo de seus lábios, —pegue o seu sapato e envolva seus braços em volta de mim. Não havia nada que queria fazer mais do que tocá-lo, de modo que fez o que pediu, soltando um indiferente, —Por quê? Levantou-a em seus braços, forçando-a a apertar seu braço. —É por isso. Não há mais espera ao redor para ver se pode colocar seu peso sobre o tornozelo. É hora de ir. Não acho que devemos ficar aqui sozinhos na floresta juntos. Não quando há tanto perigo, e não quando você olha para mim assim. Quase perguntou: Como o quê? mas já sabia a resposta. Estava olhando para ele como se o queria, como se nunca conhecera o que era querer um homem antes que tivesse aparecido. Porque era verdade. Seu corpo estava derretendo de dentro para fora, crescendo quente e macio de uma forma que a fez querer reclinar e ceder. Para que, ela não tinha certeza, mas sabia que com Torr, não importaria. Ele poderia fazer o que quisesse, e iria gostar. Não havia nenhuma razão para seu corpo responder a ele dessa forma, e ainda assim não conseguia fazê-lo parar. Tudo o que podia fazer era tentar não pensar sobre o quanto boa a sua força sólida parecia quando a levantou. —Tenho certeza de que posso andar. —Eu não. Este primeiro pedaço na parte mais estreita da borda vai ser complicado, por isso, não acho que você deve discutir comigo. Porque ele estava certo, e porque a queda para o rio abaixo era uma que iria matá-los, apertou os lábios fechados e segurou sua preciosa vida.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Capítulo 10
A caminhada de volta a aldeia foi o tipo mais doce de tortura. Depois de tantos meses se perguntando se Grace estava viva ou não, ela estava em seus braços, agarrando-se a ele como se não pudesse chegar perto o suficiente. Parte dele ainda não podia acreditar que estava a salvo e inteira. Não importa o quanto firmemente a segurasse, não importa o quanto perto ela chegasse, não era o suficiente. Não tinha certeza de que jamais seria quando se tratava de Grace. Queria tudo dela. Para sempre. Ter seu corpo contra o dele o deixava tão duro que latejava. Cada passo desajeitado o fazia doer, mas não queria que a viagem terminasse. Quando tudo acabasse, teria que deixá-la ir de novo, e não tinha certeza se seria capaz de fazer. Ela quase se matou hoje. Ser tão negligente com sua segurança o fez querer protegê-la e leva-la, tudo ao mesmo tempo. Embora se colocasse ela sobre seu colo e colocasse a mão em sua bunda, puni-la seria o último pensamento em sua mente. Outro pico duro de luxúria surgiu através dele. Seu passo era hesitante, mas recuperou o equilíbrio imediatamente e se obrigou a prestar atenção. Ele odiava que estava ferida e que não havia uma coisa que podia fazer para aliviar sua dor. Se ela tivesse sido uma Theronai feminina e capaz de exercer o seu poder, teria sido capaz de tocar em seus vastos estoques de magia e curar-se, ou pelo menos silenciar a dor. Mas não era uma Theronai, e seu frágil corpo humano curava lentamente. Uma lesão como essa poderia colocá-la deitada por semanas. Quantas vezes mais ela estaria ferida porque teve a infelicidade de estar perto dele e do perigo que rodeava a sua vida? E da próxima vez que isso acontecesse, seria algo tão simples como um tornozelo torcido? As respostas a essas perguntas eram sombrias, coisas dolorosas lembrando como era perigoso para ela estar ao redor dele. Talvez fosse isso que Brenya quis dizer quando disse que algumas coisas eram melhores deixadas esquecidas. Talvez soubesse que se Grace se lembrasse de seu amor por ele, ele iria
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 colocar a sua vida em perigo. Se ela o amava, gostaria de estar perto dele. E os seres humanos que estavam perto de homens como ele, estavam quase constantemente em perigo. Não havia Synestryn aqui. Se houvesse, Brenya teria avisado. Mesmo que ela não tinha, o seu sangue teria atraído eles na primeira noite. Este lugar era tão perto de seguro como poderia imaginar encontrar, e dentro de um dia de sua chegada, Grace já estava danificada. Não havia lugares seguros no universo, e mesmo se houvesse, o voto de Torr para lutar e proteger não permitiria a ele o luxo de ficar lá por muito tempo. Seria obrigado a voltar para a Terra, onde poderia realizar o seu dever. Devido a esse dever, o perigo era uma parte de sua vida, como seria para qualquer mulher que escolhesse estar perto dele. Se realmente amava Grace, precisava encontrar uma maneira de deixá-la ir. E se havia uma coisa que sabia ser verdade, sem a menor dúvida, era que a amava. Entraram na aldeia, recebidos por várias crianças. Uma delas era a menina pequena com o cabelo loiro-branco, que quase foi comida pelo lagarto que ele matou ontem a garota que Tori pegou e salvou. A menina colocou os braços ao redor de sua perna e segurou enquanto continuou andando em direção à cabana onde Grace atendeu suas feridas. Cada passo teve a menina gritando de alegria, até que uma segunda criança se juntou no jogo e abordou a outra perna. O peso extra desacelerou seus passos, mas saudou a demora. Não podia deixar de sorrir diante da sua alegria simples. Fazia anos desde que teve muita chance de brincar com as crianças, e esqueceu que cura pode ser para a alma. Havia algo em sua inocência que fazia o mundo mais claro e duras decisões mais fáceis e fardos pesados mais leves. No momento em que Torr chegou à cabana, Brenya apareceu, espantando suavemente as crianças. —O quanto ela está machucada? — perguntou Brenya. Ele colocou Grace para baixo na cama e deixou ir. O pedaço de pele que estava contra ela ficou frio. Uma sensação nauseante de perda agitou seu estômago, e teve que lutar contra a necessidade de abraçá-la novamente. —Estou bem—, disse Grace. —Acho que é apenas uma torção. Brenya encarou Torr. —Você permitiu isso.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Eu fiz—, admitiu, não querendo mentir para a mulher mais velha. —Não foi culpa dele—, disse Grace. —Fiz isso para mim mesma. —E ele permitiu. Grace olhou para Torr. —Diga a ela que não é verdade. —Mas é—, disse ele. —É meu trabalho proteger os seres humanos. Você se machucou. Isso significa que falhei. Ela revirou os olhos. —Pelo amor de Deus. Se vocês dois acham que isso é verdade, então vocês estão ambos confusos da cabeça. —Você o protegeria? — perguntou Brenya. —Só estou dizendo a verdade. Dei um passo fora desse precipício na minha própria vontade. Mesmo que Torr quisesse me parar, não podia ter. Fim da história. O rosto de Brenya se transformou numa sombra furiosa de vermelho. Ela levantou a mão numa demanda de silêncio. —Não quero ouvir mais. Já sei muito. — Tocou o tornozelo de Grace e o inchaço e hematomas desapareceram. Brenya inclinou-se na borda da cama, flácida. —Você está bem? — Perguntou Torr enquanto Grace disse: —Você não deveria ter feito isso. —Fiz o que devia—, disse Brenya. —Agora vá e ajude a ver o jantar. Grace abaixou a cabeça. —Sim, senhora. Obrigada. Brenya acenou longe. No segundo que a porta fechou, se virou em Torr. —Aquela mulher quase morreu para salvá-lo uma vez. Você não acha que faria isso de novo? —Ela me salvou antes, porque me amava. Ela nem sequer me conhece agora. Nunca pensei que de bom grado se jogaria de um penhasco. —Você dá desculpas? —Claro que não. Mas não posso ver o futuro. Não posso prever que coisas loucas ela ou qualquer outra pessoa pode fazer. —Não há necessidade de mágica para prever suas ações. Ela coloca o valor de todos os outros acima dos dela. Estou furiosa que permitiu a ela se machucar, mas ela teria feito o mesmo por qualquer um. Eu iria chamá-la imprudente, mas suas ações são muito precisas para isso. —Então, ela já fez isso antes? —Nunca de um penhasco. — Brenya se abaixou em uma cadeira. —Mas sim—. Ela soltou um suspiro cansado. —Nunca conheci uma alma como essa. Genuinamente altruísta, sem pensar
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 em seus próprios desejos ou necessidades. Sem pensar em recompensa ou louvor. — Ela olhou para Torr, e seus olhos estavam em ondas de chumbo com fúria silenciosa. —Se tivéssemos mais criaturas como ela do nosso lado, a guerra contra os Synestryn estaria terminada, a vitória assegurada. —Não há ninguém como Grace. Brenya deu um aceno de cabeça triste. —Eu sei. Forjada em dor, temperada pelo medo, polida por anos de serviço abnegado. Ela é uma criação única e rara, inquebrável por ninguém, mas ela mesma. —Então você sabe o que aconteceu com ela? — Torr sabia que teve uma vida conturbada, mas era algo que nunca falou. Sempre que qualquer conversa começava levando-os para o tópico, Grace dirigia habilmente numa direção diferente. —Eu faço. Essas lembranças de sua infância são parte de mim agora. Gostaria que não fossem. —Diga-me, — ele exigiu. O silêncio de Grace sobre si mesma sempre o incomodou. Mesmo seu meio-irmão se recusava a falar. Tudo que Torr sabia era que sua vida foi ruim. Até agora, nem sequer percebeu como eram ruins. Mas aquela era Grace. Ela não dava a ninguém a dor se pudesse evitar até mesmo sua própria dor. —Não, jovem Theronai. Não são minhas para dar. E mesmo se pudesse você não gostaria delas. —Quero conhecê-la. Tudo dela. Mesmo as partes ruins. —Para quê? Tentou pensar em algo nobre, mas cada resposta que encontrou foi egoísta. A verdade era que a queria só para ele de todas as maneiras que poderia tê-la. Mesmo que sabia que estava errado para ela. Mesmo sabendo que só iria causar dor. —Deveria deixá-la ir, mas não sei como. Eu a amo. —Eu poderia fazer você esquecê-la. Fúria explodiu por dentro, fazendo com que sua voz saísse em quente, raiva fervente. — Experimente e vou matá-la.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Brenya levantou a mão trêmula. —Acalme-se, Theronai. Estou muito cansada de transportar o amor de outra alma. Só quis dizer para testar sua determinação. —Me testar? Por quê? —Porque conheço nossa doce Grace. Seu desejo de servir é muito forte para negar. Ela vai encontrar uma maneira de lutar ao seu lado, com ou sem qualquer um de nós permitir. —Por que ela precisa lutar? Nós matamos os Hunters. —Nem todos eles. —Você não estava mesmo lá. Como pode saber o que nós fizemos? —Toquei Grace. Suas lembranças fluem naturalmente dentro de mim. Vi o que ela fez, e os animais que matou eram apenas dois. —Portanto, há mais lá fora. —Não tenho ideia de quantos os Mason criaram. O que sei é que os números dos Hunters vão crescer até os Mason completar o portal e você destruir tudo o que resta. —Como o portal se parece? Posso ir encontrá-lo e ver o quão perto da conclusão está. —Encontrá-lo não vai ser difícil, mas é imperativo que você faça isso antes dos Mason terminar a construção, assim, saberemos se o Solarc envia através, mais de seus asseclas. O que você deve estar se perguntando é como destruir isso uma vez que os Masons sair. Essa é a parte difícil. —Tudo bem. Como faço para destruir? —Há cristais explosivos, poderosos, neste planeta. Quando cheguei aqui, os envolvi numa pedra para mantê-los seguros, mantê-los frescos. Os Hunters que você encontrou, os Mason fizeram a partir desta pedra. —É por isso que eram tão frios. —O frio mantém os cristais estáveis. —E se os Mason estão usando essa pedra, então estão enfraquecendo a proteção que você colocou no lugar. Diga-me que não é perigoso. —Claro que é, mas também irá fazer a sua tarefa mais fácil. —Como assim? —Esses cristais são poderosos o suficiente para destruir o que quer que seja o portal que os Mason podem construir. Você terá que coletar um pouco deles. Se os Mason já arranharam o invólucro, o seu trabalho está quase pronto para você.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Como vou manter os cristais de explodir uma vez que tirá-los da pedra? Inclinou-se e pegou uma caixa debaixo de sua cama. —Isto irá manter os cristais frios. A parte externa da caixa esculpida estava molhada com a condensação. Torr pegou a caixa de Brenya, enxugou as gotas e abriu a pequena trava. O trabalho intrincado, gravado com torção de cipós e folhas lembrava o punho de sua espada. No interior, a caixa era revestida com pedra brilhante preta. Gelo formando em toda a superfície brilhante no instante em que entrou em contato com a umidade do ar. Ele fechou a tampa e colocou a trava. —O que acontece se os cristais ficam quentes? Ela deu um olhar duro, advertindo. —Não permita isso. A energia que a explosão põe para fora pode não matá-lo, mas iria certamente matar todos os animais ou seres humanos por perto em poucos minutos. Incluindo Grace. —Entendi. Só uma última coisa que preciso saber. Onde posso encontrar os cristais? Brenya suspirou com a aceitação cansada, e instantaneamente Torr compreendeu. —Grace sabe, não é? —Partes de mim permanecem dentro dela, preenchendo os vazios deixados para trás da minha cura. —Por que preenchê-los com alguma coisa? —O vazio é antinatural. Vai ser preenchido com alguma coisa, e não queria algo a ser escolhido por outro. Pensei que o conhecimento que dei era inofensivo no momento. Não havia medo ligado a ele, único fato frio. Ela nem sequer sabe o que está lá em seu interior, dormindo, como todas as memórias que dei a ela estão. —Então, tenho que levar uma de vocês lá fora comigo, não é? —Sim. —E você está muito fraca para fazer caminhadas ao redor da floresta. —Não, mas sou necessária aqui para manter os outros seguros manter os Hunters à distância. —Então Grace tem que ir a mulher que desceu um penhasco hoje, esperando que se lembrasse de corretamente que havia uma saliência abaixo para parar a sua queda. —Você entende bem a situação, jovem Theronai. —Como vou impedi-la de lançar-se num vulcão ou saltar em águas infestadas de tubarões?
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Esse é o quebra-cabeça que você tem que resolver. É uma das razões pelas quais eu trouxe você aqui. —Porque você sabia que iria proteger Grace com a minha vida? —Qualquer um de sua espécie teria feito o mesmo. Seus votos exigem. —Então por que me escolheu? Era porque sou o único que você podia chamar? —Não, há outros sob meu comando. —Então, por que eu? Se Grace vai sacrificar-se por qualquer um, e os Sentinelas a protegeriam a todo custo, por que eu? —Porque você merece a honra. O vi através das memórias de Grace, e só você é digno de qualquer sacrifício que ela poderia fazer. Sacrifício? Claro que não. —Não me importo com o que ela sabe. Ela vai ficar aqui. Vou encontrar uma maneira de localizar o portal sem sua ajuda. Não vou deixá-la arriscar sua vida por mim de novo. —Você vai fazer o que eu mando. —Ou o quê? As ondas se debatendo em seus olhos chutaram para cima e ela parecia crescer. Potência irradiava para fora, fazendo-o perceber que tão fraca como poderia parecer, tudo era relativo. Brenya ainda era forte o suficiente para esmagar ele plano. —Não me empurre, Theronai. Vivi com o Solarc por milênios. Aprendi como infligir dor. —Você está blefando. Você não vai matar Grace e desde que sei disso, também sei que não há nada que possa fazer para mim. Nada machucaria mais do que quando pensei que a perdi. —A sua falta de imaginação faz você imprudente. —Não vou arriscar Grace, não importa o quão assustadora você pensa que é. —Se você não obedecer, vou tomar cada memória bonita que Grace possui de você e rasgá-la em pedaços. Vou roubar o seu amor por ela e gravá-lo em cinzas. E, em seguida, a cada dia, vou dar de volta o que perdeu as memórias, o amor apenas o tempo suficiente para você se lembrar do que está prestes a perder tudo de novo. Você vai sofrer sua perda a cada dia e nunca saberá por que chora, por que tem raiva. Vai viver sem ela, com exceção dos momentos em que sabe que vai ter que viver sem ela de novo. Mais e mais.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Torr não podia sequer imaginar tal coisa. Como muitas coisas deturpadas, que viu, nunca assistiu a um tormento tão completo e devastador. —Se você fizer isso, vou ser inútil. Menos um guerreiro para lutar suas batalhas. —Não inútil. Um exemplo. Um aviso para os outros a obedecer meus comandos. —Você realmente faria isso? —Tenho o destino de mundos inteiros em minhas mãos. Inúmeras almas. O que faço aqui é vital. Não vou permitir que você ou qualquer outra criatura ficasse no meu caminho, mesmo que isso signifique me tornar como aquele que desprezo mais. —Se eu levar Grace lá fora comigo, ela pode morrer. —Se você não fizer isso, todos nós morremos. Incluindo Grace. Torr procurou alguma saída, mas não encontrou nenhuma. O golpe esmagador de aceitação o deixou se sentindo fraco e diminuído. —Então, acho que não tenho escolha. Seu rosto caiu com tristeza cansada. —Nisso, nós concordamos. —Não vou esquecer isso—, alertou Torr. —Vejo que você não vai. Minha próxima lição não será tão gentil. — Afastou-se para fora de sua cadeira, seu corpo tremendo com o esforço. —Agora vá e prepare o que precisa para sobreviver no deserto enquanto preparo Grace para encontrar os cristais. Vocês vão sair de madrugada.
Capítulo 11 Grace não ousou ignorar a convocação de Brenya. Pegou uma tigela de guisado e correu pela aldeia, fingindo que não havia o formigamento em seu tornozelo. Não havia dor ou fraqueza deixado, mas a cura é um processo desgastante que, sem dúvida, apertava o estado já debilitado de Brenya. A penumbra da cabana a cegou por um momento. Ela ainda estava de pé, consciente das pilhas de livros e quinquilharias lotando o espaço. A habitação de Brenya era a maior, mas ela encheu até que não havia quase nenhum espaço para se movimentar sem bater algo mais. Desde a patina envelhecida que escurecia os objetos de metal, couro e papel na cabana, Grace imaginou que a maioria dos itens que Brenya mantinha eram antigos e de valor inestimável.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Trouxe o jantar—, disse Grace enquanto esperava os olhos ajustar. O espaço cheirava as especiarias e ervas que Brenya usava para inventar várias poções, sabonetes e pomadas. Na parte de trás da mente de Grace, sabia que havia lugares para comprar essas coisas, mas não conseguia se lembrar de ter visto nenhum. Isso era algo de sua antiga vida, sem importância no aqui e agora. —Sente-se—, ordenou Brenya com um estalo em seu tom de voz que fez Grace correr para obedecer. Ela colocou a tigela de sopa na única superfície clara na cabana, logo no cotovelo de Brenya. A cadeira do outro lado da pequena mesa estava cheia de pilhas de papel enrolado, então Grace colocou no chão aos pés de Brenya. Ela acenou com a mão em direção à cadeira. —Sente-se aí, criança. Grace levantou-se para mover o papel, apenas para descobrir que desapareceu. Não perguntou onde foi. O humor que Brenya estava, era um Grace conhecia muito bem, e quanto mais cedo era capaz de sair, melhor. A mulher mais velha se recostou na cadeira e pousou o livro que estava segurando. Parecia que as páginas estavam em branco, mas não tinha uma caneta ou tinta, então Grace não tinha ideia para que fosse. —Você vai viajar com Torr para encontrar uma arma para lutar contra a invasão. A menção do nome do desconhecido enviou um arrepio de excitação correndo pela espinha de Grace. Seu estômago tremeu como tinha quando ele a levou de volta para a aldeia. Ela teve que fechar os dedos para não ficar remexendo. Não sabia o que era sobre ele que a fazia se sentir tão estranha, mas estava começando a se divertir com isso. A simples ideia de vê-lo novamente era o suficiente para fazê-la contorcer-se em seu assento com antecipação. Ao invés de perguntar quando ou por que, Grace sentou-se em silêncio, à espera de Brenya terminar de dar ordens. —Você vai sair ao amanhecer. Você não deve caminhar para mais nenhum penhasco ou assustar o jovem guerreiro de novo. Seu coração já foi maltratado o suficiente.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Como? — Perguntou Grace, antes que pudesse se conter. A necessidade de saber mais sobre ele havia dominado seu melhor juízo, e fez uma careta, esperando Brenya castigá-la por interromper. —Será que isso importa? Não é suficiente saber que a sua alma está ferida e que você deve fazer tudo em seu poder para aliviá-la, em vez de acrescentar à sua dor? —Claro, Brenya. Sinto muito. —Os homens são poderosos, mas também são delicados. Seu orgulho é facilmente danificado. Você deve tomar cuidado para não prejudicá-lo, ou vai irritar a fera dentro. Medo genuíno tomou conta dela, apertando sua garganta até que suas palavras eram ruídos lamentáveis. —Não vou deixá-lo me machucar. Vou correr, longe e rápido. —Torr nunca faria mal a você, criança. Não da maneira que você quer dizer. Mas, como todos os machos de sua espécie, carrega dentro um predador. Um protetor feroz que não vai permitir que sua mulher se colocasse em perigo. Essa é a besta que você deve ter cuidado aquela que vai descobrir seus dentes e colocar você numa gaiola para sua própria segurança. Grace ouviu todas as palavras, mas duas ecoavam em sua mente, mais e mais. —Não sou sua mulher. — A ideia era atraente. Emocionante. Mas também impossível. Brenya fez uma pausa, como se pensasse cuidadosamente sobre as suas palavras antes de falar. —Para os efeitos desta jornada, ele irá tratá-la como tal. Exigiria nada menos de seu protetor. —Tem certeza que ele vai concordar? —Ele vai fazer como eu mandar. Como vai você. — Mesmo tão cansada como Brenya parecia, ainda recendia a poder, poder que Grace provavelmente nunca entenderia. —Sim, senhora. —Torr irá guiá-los através da jornada, mas será seu trabalho buscar o portal que os Mason construíram até agora. Uma vez que você encontrá-lo e tiver a certeza que os Mason deixaram este mundo, você vai destruí-lo. —Eu vou? Como? —Há um lugar do outro lado da vila do sul. Nele estão grandes pedras negras. Profundamente dentro daquelas pedras estão as armas que necessita para destruir o portal. —Existe um mapa?
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Brenya se inclinou e agarrou os lados do rosto de Grace em suas mãos. Sua pele estava quente e seca, como um pergaminho iluminado. Um cheiro familiar permaneceu em suas roupas desgrenhadas, embalando Grace num estado relaxado, sonolento. —Você já tem o mapa, criança. Dei há você anos atrás, nunca uma vez pensando que precisaria despertar isso. —Não entendo. —Eu sei. Tinha a esperança de salvar você do que tomei, mas não era para ser. Não pode haver espaços vazios em você. Eles são antinaturais e devem ser preenchidos. Grace franziu a testa e tentou sacudir a cabeça, mas o aperto de Brenya a manteve imóvel. — Que vazios? —Uma vez que despertar o conhecimento que você precisa, o buraco que uma vez preenchi estará vazio. Você vai reabrir a memória que morava naquele buraco. Pelo que realmente sinto muito. Poder fervia logo abaixo da pele de Brenya. Grace podia senti-lo se debatendo contra ela, buscando entrada. Sua cabeça começou a latejar, e seu estômago embrulhou com a intenção nauseante. Ela agarrou as mãos de Brenya, tentando erguê-las longe de sua cabeça, mas era inútil. A mulher mais velha era muito forte, apesar de sua aparência frágil. —Pare, — implorou Grace. —Você está me assustando. Os olhos de Brenya brilharam, formando espuma e gelo. —Você ainda não está com medo, criança. Mas você vai estar.
Capítulo 12 Grace se escondeu na despensa, cobrindo a boca de seu meio-irmão. Espuma de sabão pingava de seus dedos, fazendo a pele de Blake escorregadia. Estava lavando pratos quando seu padrasto chapinhou até a calçada, tirando uma das roseiras da mamãe. Não havia tempo para secar as mãos antes da mãe a empurrar e Blake para se esconder, temendo o pior. —Ele não vai encontrá-la se você estiver quieta—, disse a mãe.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 A briga começou como sempre fez. Sua voz levantou com raiva, a mãe calma com pedido de desculpas humilde por algo que provavelmente não tinha sequer feito. Grace queria gritar para ele e forçá-lo de volta ao inferno, mas era uma magricela de catorze anos de idade e completamente superada. Jerry Norman era forte quando estava sóbrio. Bêbado, era forte e malcuidado. A luta intensificou até que seus berros enfurecidos assumiram, quase abafando o som de punhos reunindo a carne, derrubando móveis e abafando, soluços desesperados. Mais um barulho alto e a casa ficou em silêncio. Grace tremia de medo e raiva, restringindo fisicamente Blake de sair correndo atrás da mãe. Quando Jerry estava assim, não havia nada que uma criança de sete anos de idade podia fazer, mas acumular mais hematomas e ossos quebrados. Passos chegaram mais perto, muito alto para ser mamãe. A geladeira abriu, derramando uma lasca de luz no meio do vão sob a porta da despensa. Houve o silvo de uma cerveja sendo aberta e o barulho metálico da tampa batendo no chão. Passos pesados voltaram o caminho que vieram. Grace esperou a mãe vir buscá-los, dizer que o pior passou. Ela iria limpar qualquer sangue e esconder o rosto, mas Grace iria ver a dor na forma que a mãe andava, na forma em que seus ombros se curvavam ou a forma como segurava suas costelas. Blake arrancou a mão. —Deixe-me ir. —Ainda não. Você conhece as regras. Nós ficamos aqui até mamãe vir, — ela sussurrou. Jerry estaria dormindo em breve e todos estariam a salvo por algumas horas. Grace iria ajudar a mãe limpar, levar a ela uma bolsa de gelo e rezar para que desta vez fosse diferente. Muito tempo passou. Roncos de Jerry soaram lá de cima, balançando as paredes finas. Grace deixou Blake ir e abriu a porta. —Fique quieto. —Eu sei—, ele respondeu num tom muito parecido com o pai que a aterrorizava. Ele estava a poucos passos à sua frente, quando se deteve repentinamente fora da porta da cozinha. Lá, deitada nos restos amassados da mesa de café, estava à mãe. Um braço estava dobrado desajeitadamente atrás dela. Sangue escorria de seu queixo sobre o tapete. Grace ficou congelada, incapaz de dar sentido ao que viu.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Isso não era como as coisas corriam. Mamãe era para levantar-se e dizer que tudo ia ficar bem. Ela deveria dar desculpas para o homem lamentável que se casou o único pai que Grace já conheceu. Que ele nunca vai fazer isso de novo. A culpa foi minha. Eu não deveria tê-lo feito com raiva. Essas eram as palavras que mamãe deveria dizer agora às mentiras que sempre contou. E acreditou. Blake correu para o lado da mãe, sacudindo-a. —Acorde! Sua voz era muito frenética. Muito alta. Ele estava indo para acordar Jerry, e seu próximo alvo sempre era Grace. —Shh—, ela sussurrou. Naquele momento, a vergonha a consumiu. Sua mãe estava inconsciente no chão, e tudo o que podia pensar era o que Jerry faria com ela se Blake o acordasse. Não se atrevia a atravessar o quarto. Ela não podia ficar sabendo a verdade. Ainda não. Agora, ainda podia fingir que tudo ia ficar bem, que a mãe se levantaria e as suas vidas continuariam como sempre foi. Ela ligou para o 911 com os dedos dormentes e segurou a mão da mãe, enquanto esperavam a ajuda chegar. Jerry nunca acordou para ajudar, nem mesmo quando os paramédicos levaram a mãe longe.
Grace abriu os olhos e viu o rosto triste de Brenya. —O que você fez para mim? — Sussurrou Grace. Lágrimas escorriam pelo seu rosto, e esse sentimento profundo de dor, de vergonha e perda se agarraram a ela. —Liberei o conhecimento que você precisava. O espaço que isso esvaziou deve ser preenchido com algo mais, então, deixei você ver o que sempre foi seu. —Essas eram as minhas memórias—, disse Grace sabendo que era verdade. Ela conseguia se lembrar de todos os minutos de partir o coração daquela noite, como o médico saiu e disse que a mãe nunca iria acordar novamente. Como Jerry havia dito a Grace, que se ela relatasse o que fez, ela e Blake iriam viver num orfanato e provavelmente nunca se veriam outra vez. Ele disse a ela que iria pedir ajuda, ser um pai melhor. Como a mãe, Grace acreditou nele, porque ela queria.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Não entendo—, disse ela. —Como é que você me deu de volta a minha memória? —Eu não dei nada. Você tomou. Por isso, sinto muito. Algumas coisas são melhores deixadas esquecidas. Essas palavras faziam sentido agora de uma maneira que nunca fez antes. Grace podia lembrar cada momento de medo, raiva e tristeza daquela noite. O resto ainda era um vazio escuro, com nada mais do que sombras tremulando, zombando dela. Ela tinha uma mãe, um irmão. Seu rosto era o que viu em seus sonhos. Pelo menos agora sabia o nome dele. Também sabia o quanto amava ambos, a mãe e Blake. Isso por si só era um presente enorme, mesmo que misturado com dor e perda, que isso foi. Grace tinha uma família. Não estava completamente sozinha. Eles eram seres humanos como ela, e a amavam, apesar de suas fraquezas. Esse conhecimento era um presente precioso que ajudou a equilibrar o peso escuro da própria memória. —Há mais memórias que posso ver—, ela perguntou. —A questão mais importante é saber se você sabe onde encontrar os cristais. Grace abriu a boca para dizer que não, mas o conhecimento estava lá, claro e certo. —Eu faço. —Bom. Então, o trabalho de hoje à noite está terminado. —Mas há muito mais que quero saber. O que aconteceu com a minha mãe? Onde está Blake? —Hoje não. Estou cansada. Deixe-me e vá descansar para sua viagem. — Não era um pedido. Discutir com Brenya não era uma opção, e Grace realmente se preocupava com a saúde da mulher mais velha. Tanto quanto a necessidade de mais memórias gravadas dentro de Grace, sabia que iria chegar a lugar algum esta noite. Era melhor fazer como foi dito e trazer isso outro dia. Deixou à cabana, ainda se recuperando do que viu. Ela tinha uma família lá fora em algum lugar. Olhou para o céu, imaginando se algum dia iria vê-los novamente. Estavam ainda vivos?
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Escuro caiu, e os animais noturnos saíram para cantar. Sua vibração confortou-a, fazendo-a sentir-se baseada na realidade. Onde quer que esteja antes em sua memória numa casa que não conseguia se lembrar, estava aqui agora, no mundo que conhecia e entendia. O cheiro de terra e folhas se levantou do chão. Ar quente, úmido, envolvia em torno de seus membros, mas fez pouco para afastar o frio logo abaixo de sua pele. Quanto mais tempo a memória girava em sua mente, mais percebia o que aquilo significava. Este homem que brutalizou sua mãe e a aterrorizou e seu irmão, moldou sua vida. Não podia se lembrar dele claramente, mas ainda tinha o controle sobre ela. Ele era a razão pela qual se encolhia e se esquivava de exibições de raiva. Ele era a razão pela qual iria se esconder debaixo das cobertas, com medo de alguma ameaça sem nome no meio da noite. Mesmo a uma distância de tempo e espaço, ele a moldava. A ideia de que deixava isso acontecer deu um surto raro de raiva. Tinha que tirar isso fora, derramar o filme oleoso de fúria que deixou estrias feias em todo seu interior. Ela não era como Jerry. Nunca seria. Agora que sabia que ele existia, era hora de tirar qualquer controle persistente que tinha sobre ela. Não havia nenhum pensamento consciente de seu caminho. Apenas hábito guiando seus passos enquanto caminhava cegamente ao longo da borda da aldeia. Não foi até que mãos fortes circularam seus braços que percebeu que quase caminhou diretamente para Torr. ―Nossa, disse seu nome três vezes. Onde você estava? — Questionou. —Desculpe. Não o ouvi. —Você está bem? Parece que viu um fantasma. Talvez tenha. Sua família estava ainda viva? Estavam procurando por ela? Seus polegares acariciaram sua pele, acalmando um pouco. Parte do medo trêmulo e raiva escorreram para fora, dando um pouco de espaço para respirar. —Alguma coisa está errada—, disse ele. —Você falou com Brenya, não é? Grace assentiu quando olhou para ele. Mais uma vez estava impressionada com a beleza da faixa em torno de sua garganta. Por um segundo, se esqueceu de tudo sobre seus próprios pensamentos, o que ajudou a aliviar algumas das suas emoções agitadas.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Do colar, os olhos naturalmente se dirigiram para a pele abaixo dele e as linhas fortes de seu pescoço. Ela estava aninhada próxima a ele apenas algumas horas atrás, e ainda se lembrava de seu cheiro e a forma como fez todo o seu corpo relaxar e crescer lânguido. Sua expressão endureceu. —Será que ela te aborreceu? Se ela fez, vou... Grace instintivamente pressionou a mão contra seu peito para acalmar sua raiva. —Não, não é isso. Quero dizer, ela fez, mas não foi sua culpa. —É claro que foi culpa dela. Essa mulher tem que parar de brincar de rainha e começar a pensar antes de falar. — O tom dele estava ficando mais nítido, mais irritado. Grace deu um passo para trás, empurrando-se para longe dele. Seu corpo nem sequer balançou. —Pare com isso—, disse ela, surpreendendo-se com a força de suas palavras. —Brenya salvou minha vida. Ela pode falar comigo como quiser. —Ok—, ele disse, mais suavemente. Ele ergueu as mãos, palmas para fora, completamente não ameaçador. —Por que você não me conta o que aconteceu? —Ela me deu de volta a minha memória—, disse ela. —Bem, acho que ela não deu. Eu a peguei, mas parece a mesma coisa para mim. Seu rosto se iluminou, brilhando com uma espécie de esperança que não conseguia entender. —Você se lembra? Ela assentiu com a cabeça. —Eu tenho um irmão. Uma família. —O que mais você se lembra? Quem mais? —Um médico cujo nome não sei. Talvez nunca soubesse. E um padrasto que desejaria nunca ter conhecido. Esperança caiu de sua expressão, deixando para trás um olhar sombrio. —Ninguém mais? —Não. Por quê? Você sabe algo que não sei? Seus lábios se fecharam até que todo o sangue foi empurrado deles. Parecia que ansiava por dizer alguma coisa, mas em vez disso, se virou e começou a ir embora. Grace agarrou seu braço. No instante em que seus dedos tocaram sua pele, ele balançou numa parada. Virou na frente dele a tempo de vê-lo fechar os olhos e preparar-se. Para que, não tinha certeza. —O que você não está me contando? — Ela perguntou.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Depois do que pareceu um longo tempo, finalmente abriu os olhos e olhou para ela. Na escuridão, seu olhar âmbar parecia brilhar, pegando pedaços bruxuleantes das tochas ao longo do caminho. —Estou feliz que você lembrou-se sua família. Isso deve se sentir bem. Ele não respondeu à sua pergunta, mas pelo menos não estava fugindo depois que virou para ele. —Gostaria de saber mais sobre eles. Nem sei se ainda estão vivos. E se estão procurando por mim? —Você está feliz aqui? —Principalmente. —Então, você está fazendo tudo o que pode para aliviar qualquer preocupação que sua família ou amigos podem ter. Dadas às circunstâncias, isso vai ter que ser o suficiente. —Mas quero encontrá-los. —O que Brenya disse sobre isso? —Ela me enxotou antes que pudéssemos realmente falar sobre isso. —Isso deve dizer alguma coisa. —Ela está cansada. Isso é tudo. Suas sobrancelhas levantaram em descrença. —Então, acho que você vai ter que falar com ela sobre isso amanhã. —Você e eu devemos ir à caça de alguns cristais amanhã. Um flash rápido de raiva apertou suas características antes dele controlar. Instintivamente, Grace saiu de alcance. Pelo menos agora sabia porque fazia isso era algo que seu padrasto ensinou. Ainda assim, odiava que ele tivesse qualquer influência sobre ela. —Eu nunca machucaria, Grace—, disse ele, a decepção suavizando seu tom. —Desculpe. Não tive a intenção de ofendê-lo. —Não importa. Não se trata de mim. — Ele passou os dedos pelo cabelo escuro, deixando-os bagunçados. O desejo de desfazer o estrago correu através dela, mas manteve as mãos para si mesma. Ela realmente não o conhecia bem o suficiente para estar tocando nele cada vez que o humor o atingia. O que acontecia muitas vezes. —Vou me esforçar mais para não vacilar.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Você faz o que quer que precise fazer para se sentir segura, Grace. Quero dizer isso. —Não creio que seguro vai estar no cardápio por um tempo. Temos que sair amanhã, e quem sabe quantos desses Hunters estão lá fora? Se a forma como sua pele escureceu era qualquer indicação, ele realmente não gostava dessa ideia. —Você sabe onde os cristais estão? —Eu faço agora. —Diga-me—, ele ordenou. Os instintos eram para obedecer a uma ordem dada nesse tipo de tom forte, mas quando abriu a boca para cumprir, não havia palavras. —Não sei como dizer. Posso ver uma imagem na minha cabeça tão clara como se estivesse olhando para isso agora, mas é apenas uma imagem. — E a sensação de que precisava ir para o sul. —Acho que é uma daquelas coisas que vou ter que te mostrar. —Num mundo perfeito, eu seria capaz de ver o que está na sua cabeça. Não tinha certeza de como, mas não perguntou. Ou era uma daquelas coisas que esqueceu ou uma que nunca conheceu porque era humana. —Mas não é um mundo perfeito. E por mais que prefiro ficar aqui onde é seguro, estou contente que nenhum de nós tem que ir lá sozinho. Sua mão se levantou como se estivesse indo para alcançá-la, mas caiu para o lado dele antes que pudesse. —Não há ninguém com quem prefiro estar, mas você é absolutamente a última pessoa que quero levar lá comigo. Agora era a sua vez de ter seus sentimentos feridos. —É porque não posso lutar, não é? —Se você fosse à guerreira mais feroz do planeta, ainda queria que você ficasse onde é seguro. —Em nenhum lugar é realmente seguro. Animais fazem o seu caminho para a vila o tempo todo. — Depois de vê-lo lutar, tinha certeza de que o lugar mais seguro em torno era certamente ao lado dele. Mas estava indo para abrandá-lo. —Você sabe, você poderia me mostrar alguns movimentos, talvez me ajudar a provar as outras mulheres, e a você que não sou uma fracote completa. —Você não deve sentir a necessidade de provar nada. —Fácil para o homem viril com a espada invisível dizer. Tudo o que tenho é esta faca. — Ela puxou-a de sua cintura para mostrar como era insignificante. —Por isso a minha única opção foi caminhar para o penhasco. —Não me lembre. — Estremeceu, e todos os músculos do seu corpo reluzente flexionaram.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Um formigamento em algum lugar lá no fundo, começou a desenrolar em sua barriga, espalhando-se através de seus membros até que não tinha certeza se podia até segurar a faca. Não sabia por que esse homem tinha o poder de fazê-la ficar fraca, mas ele definitivamente fazia. Grace não tinha certeza se odiava isso ou adorava. —Você precisa segurar melhor, — disse a ela enquanto puxava a adaga de seus dedos frouxos. —Segure a lâmina ao longo de seu antebraço para mantê-la escondida até o último segundo. —Não seria melhor assustar alguém longe por deixá-los ver? —Com essa pequena faca? — Ele bufou. —Não é provável. A surpresa é a melhor opção para alguém como você. —Como eu como? Uma covarde? —Não teria dito isso dessa maneira. A raiva estava começando a escorregar em seu tom. —Como é que teria dito isso? —Você é humana. Você tem a força de um ser humano. Não há vergonha nenhuma nisso. —Mais uma vez, fácil para você dizer. Não é como se estou pedindo para você me dar sua espada. Só quero um pouco de conhecimento. Ele forçou um longo suspiro como se procurasse paciência. —Um pouco de conhecimento pode ser perigoso. —Mais perigoso do que pisar fora de um penhasco? —Você tem um ponto. — Ele reposicionou a faca na mão e mostrou como segurá-la. Seus dedos quentes se fecharam ao redor de seu punho, fazendo suas palavras escorrer, inaudíveis. Olhou para ele, observando sua boca se movimentar. O pequeno entalhe acima do seu lábio superior era além de intrigante. Queria deslizar o dedo ao longo dos contornos para ter uma sensação melhor. Ou talvez até mesmo a língua. O pensamento era o suficiente para fazer uma névoa de transpiração romper sobre sua coluna vertebral. Ele estava parado e olhou em seus olhos. —Você não ouviu uma palavra do que disse, não é? — Não havia censura em seu tom, mas um tipo exigente de curiosidade que a obrigou a responder. —Sinto muito. Seu olhar se moveu sobre seu rosto, lentamente, como uma carícia. Ele estava tão perto dela como isso, uma das mãos cobrindo a sua no punho da faca e a outra em seu ombro, mudando sua
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 posição. Ela podia sentir o cheiro de sua pele e sentir as ondas cintilantes de calor derramando de seu corpo. A necessidade de se aproximar a subjugou, dirigindo todo o pensamento racional de sua cabeça. Seus pés se aproximaram mais dele. Ele ergueu a lâmina para que não apunhalasse qualquer um deles. O movimento a trouxe direito contra seu corpo, tão perto que as pontas de seus mamilos roçavam nele sempre que ele respirava. Os olhos de Torr escureceram, as pálpebras caindo. Sua mão deslizou para baixo nas costas, espalhando. Ela queria que ele a puxasse mais perto, para aumentar a pressão de seu peito contra seus mamilos. Eles apertaram em antecipação, mas ele não a puxou. Seus dedos encontraram a abertura ao longo das costas de sua túnica e deslizaram. Uma explosão de prazer explodiu na coluna, e um suave suspiro escapou de seus lábios. Sua expressão se endureceu ao ouvir o som, e todos os músculos ao longo de sua estrutura vibraram com a tensão. Ele olhou para sua boca agora, e fome iluminou seus olhos. —Você me tenta. Para fazer o quê, não tinha certeza. Nem tinha certeza se isso era uma coisa boa ou uma coisa má. —Eu deveria lamentar? —Temo que você vá se eu ceder e fazer o que desejo. Desejo soava bem. —O que é isso? Seus dedos se enroscaram contra sua pele, puxando-a uma fração mais perto. —Tudo. Seu coração disparou contra suas costelas. Teve que engolir antes que pudesse falar. — Lista longa. —Sim. É. Uma que levaria uma vida inteira para esgotar. Talvez mais. —Parece que você deve começar a fazer isso. — Com ela. —Você sabe mesmo o que está pedindo? O quanto de seu conhecimento foi tirado? —Não tanto que não sei o que homens e mulheres fazem juntos, se é isso que você está perguntando. —Mas você não sabe o que você fez. Ou não. —É verdade. —E você não sabe se havia um homem em sua vida. Aquele que poderia opor-se a você me ajudando com essa lista.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Ele estava certo. Não sabia. E uma parte horrível, egoísta não se importava. Grace queria seguir em frente com sua nova vida, encontrar algum tipo de significado e felicidade, mas o que se havia outra pessoa? E se era casada? Foi para longe. Cada célula de seu corpo sofreu uma pequena morte na separação, mas ignorou a agonia. —Eu deveria ir para a cama. Torr estava ali, seus braços apertados ao seu lado, como se para não alcançá-la. —Sim. Acho que é melhor. Virei pegá-la a primeira coisa amanhã. Ela se afastou, certa de que iria passar a noite passando aquela cena na sua cabeça uma e outra vez, em vez de dormir. Amanhã tinha que partir sozinha com Torr. Não sabia como ia manter distância quando estava tão atraída por ele, mas sabia que tinha que encontrar uma maneira.
**** Tori assistiu a exibição repugnante que Grace e Torr fizeram. Por um minuto, parecia que Grace estava desfrutando do toque do homem. Mais confusa do que intrigada, Tori se agachou em silêncio, sua presa morta pendurada mole em seu alcance. Caça noturna era a melhor. Ela esteve fora por apenas algumas horas, e já tinha carne suficiente para alimentar a vila no café da manhã. O resto da noite era dela para fazer o que quisesse, e ainda tudo o que podia fazer era olhar para o casal que pensava que estava sozinho. As costas de Torr estavam para ela, mas mesmo assim, ainda podia ver a tensão irradiando dele enquanto segurava Grace. Restrição. Controle. Ele a segurou como se fosse a coisa mais preciosa que existe. Tori sabia o que queria a mesma coisa que todos os homens querem. Se Grace não tivesse saído, Tori teria sido forçada a intervir e proteger a mulher doce do que ele reservou. A necessidade de matar floresceu no fundo de seu peito, batendo contra os ossos com a sede de sangue. A espada curta presa ao seu cinto estava em sua mão antes que percebesse isso. Seu peso era bom na mão. Sólido. Seguro. Uma vez que Grace estava completamente fora de vista, Torr se afastou, sua caminhada dura e desconfortável.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Tori não tinha que ver sua frente para saber que seu pênis estava saliente e duro. Ele teria usado para ferir Grace se ela o deixasse. Doce, inocente Grace nem sabia o suficiente para não deixá-lo. Mas isso era um problema que Tori poderia consertar. Ela tinha sua espada e sabia exatamente o que fazer com isso.
Capítulo 13 Foi um longo tempo desde que Torr lavou roupa à mão, mas a tarefa voltou a ele facilmente, tornando-o agradecido por ambos, as máquinas de lavar roupa e os Gerai que normalmente cuidavam de sua roupa. O lago estava agradavelmente frio. Animais numa serenata em seu trabalho, mas fizeram pouco para manter sua mente fora de Grace. Ele queria beijá-la tão mal. Queria fazer muito mais do que isso, também, mas o beijo definitivamente estava no topo da sua lista. Ela cresceu mais bonita ao longo dos últimos quatro anos. Não imaginou que fosse possível, mas era verdade. Qualquer que seja a magia neste lugar, convinha. Um pouco bem demais. Sua ereção pulsava, então deu um passo mais profundo dentro do lago para lavar o sabão de sua calça jeans queimada, meias e roupas íntimas. A água fria ajudou a aliviar o seu desejo, mas sabia muito bem que não iria curá-lo. Nada poderia fazê-lo querer Grace menos. Mas tomá-la agora, quando estava destituída de suas memórias e vulnerável, parecia um tipo de traição. Por mais que queria seu corpo, queria a verdadeira Grace mais aquela que o amou de volta. Qualquer coisa menor seria oca. Seu corpo discordou, mas estiveram em desacordo antes. Algo deslizou no lago a poucos metros provavelmente algum animal noturno caçando peixes. Ele viu um monte de criaturas estranhas aqui, mas até agora, não mais aqueles lagartos gigantes.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Ampliou sua visão noturna, reunindo algumas faíscas de poder da terra sob seus pés descalços. Isso adicionou ao poder ondulando dentro dele, mas não doeu do jeito que teria uma vez. Desde que Grace colocou esse disco de cura nas costas, a dor da energia que ele continha a magia que sua companheira um dia iria manejar não o incomodava. Passou anos com dor, sentindo isso crescer a cada dia. Essa pressão crescente se foi, agora, outro presente que não merecia. Com apenas algum chapinhar rápido, terminou de enxaguar suas roupas. Estariam duras, sem uma secadora, mas pelo menos estariam limpas para a viagem de amanhã. Um pouco pior para usar, com alguns cortes e marcas de queimadura, mas ainda mais funcional do que ir nu. Enquanto jogou as meias por cima do ombro e começou a espremer sua calça jeans, sentiu a ondulação da água contra a sua coxa. Pegou sua espada, mas foi muito lento. Uma forma elegante, escura, explodiu na água, perto o suficiente para matá-lo. Sentiu a picada na sua pele dividindo, um segundo antes de reconhecer que a atacante era uma mulher, e não um animal. E não apenas qualquer mulher. Era Victoria Madison. Tori. Torr levantou as mãos em sinal de rendição. O que quer que estava indo fazer com ele, não podia lutar de volta. Sua honra o proibia. Água escorria de seu cabelo, mas não piscou. Seu frio olhar azul era de uma guerreira curvada em vingança. A última vez que a viu, ela estava delirante. E com razão. Os Synestryn a levaram quando era uma criança. Eles a criaram, alimentando ela com seu sangue venenoso, num esforço para alterar o seu corpo para que pudesse carregar seus filhotes. Foi prisioneira deles por mais de uma década, e quando finalmente foi resgatada, já era tarde demais. Foi torturada além da imaginação. A prole que gerou morreu quase que instantaneamente. A partir dos rumores que Torr ouviu, não poderia ter sido a primeira criança natimorta que gerou. Tori sobrevivera aqueles horrores, mas sua mente estava danificada. Era selvagem, violenta. A mancha de sangue de demônio correndo por suas veias a transformou numa criatura feroz e
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 selvagem. Apenas as súplicas de sua irmã e uma promessa de fidelidade a Brenya deram a Tori uma passagem para este lugar e uma possível fuga da sua dor. Olhando em seus olhos agora, Torr podia ver que os esforços de Brenya falhou. —Vou matar você—, prometeu Tori, cravando a faca um pouco mais fundo em sua pele. Sentiu o sangue escorrer por suas costelas, mas ignorou. A dor era trivial. O dano que ainda poderia fazer era a verdadeira preocupação. Torr respirou fundo e soltou o ar antes de se atrever a falar. Quando fez, manteve seu tom suave e tranquilo, como seria ao falar com um animal selvagem. —Você pode me matar, mas prefiro que não o faça. Seus olhos se estreitaram. —Eu sei o que você quer fazer para Grace. Eu vi. Suas bochechas aqueceram em constrangimento, menos por causa do que estava fazendo, do que Tori estando perto o suficiente para vê-los e não ter notado. —Nunca faria mal a Grace. A faca baixou em direção a sua virilha nua. —Você estava duro. Você queria machucá-la. —Isso não era sobre a dor. Sei o que você passou, mas... A faca enfiou mais ao inferior do estômago, muito perto de seu pênis para o conforto. — Você não sabe de nada. Não finja que você faz. Ergueu as mãos mais amplas, tentando parecer tão não ameaçador quanto possível. Tão alto quanto ele, isso não era o feito mais fácil de realizar. —Tudo bem. Não sei. Mas há coisas que você não sabe também. Isso chamou a atenção dela. Podia sentir a mudança sutil da pressão viajando através do corte da lâmina em sua pele uma fração de uma polegada. Seu aperto relaxou. Não o suficiente para a segurança, mas um pouco. —Como o quê? — Ela perguntou. —O que você viu entre mim e Grace era sobre o amor, e não dor. —Ela não te ama. Ela nem sequer conhece mais de você. Brenya disse que não podemos contar a ela. —Você está certa. Ela não me conhece. Mas eu a conheço, e nunca faria nada para machucála. —Então por que você estava duro e saliente?
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Pobre Tori. Ela realmente não tinha ideia sobre como o mundo deveria funcionar. Tudo o que conhecia era dor, sangue, fome e morte. Torr se certificou de que nenhuma de sua piedade pela menina, mostrasse em seu rosto. Enquanto era fisicamente uma mulher adulta agora, por dentro, ainda era uma criança uma feroz quem não apreciaria sua simpatia por ela. No mundo dos Synestryn o mundo que cresceu pena era fraqueza, e fraqueza deveria ser cortada, abatida do rebanho. Escolheu suas palavras com cuidado. —Estava excitado porque queria fazê-la se sentir bem, fazê-la feliz. Tori bufou de escárnio e deslizou a lâmina de suas bolas. —Você ia machucá-la. Admita. —Não. Eu não vou. Juro que nunca faria mal a Grace. —Faça um voto. —O quê? —Use as palavras de poder. Vincule-se as suas mentiras. Se você diz as palavras, tem que obedecê-las. Torr olhou em seus olhos. —Prometo que nunca vou machucar Grace intencionalmente. —Prometa que você não vai colocar aquela coisa dentro dela. —Não. Isso não é da sua conta. Você não sabe o que está falando quando se trata de sexo. A lâmina cortou sua pele mais profundo, e teve que cerrar os dentes para não vacilar. —Prometa-me! — Gritou Tori. Isso não ia acabar bem. Usou toda a paciência que podia dispensar. Se não fizesse algo agora, ela ia fazer danos irreparáveis. Torr parou de fingir que era inofensivo e desencadeou o seu poder. Uma nuvem de explosão, velocidade depois, Tori foi desarmada e suas costas estavam presas contra sua frente, com os braços prendendo-a. Ela chutou, mas a água a afundou e roubou-a de qualquer força por trás de seus golpes. Sentiu o momento que passou de raiva para pânico. Seus membros ficaram rígidos, e o fedor azedo de medo derramou dela. Seus gritos aumentaram uma oitava, e não havia mais intelecto em seus golpes, só puro instinto. Seu coração se quebrou. Esta pobre menina foi danificada além da capacidade até mesmo de Brenya reparar. Não havia mais nada para ele fazer, mas colocá-la fora de sua miséria.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Reuniu um impulso brilhante de poder e empurrou-o fora de seus dedos. —Durma—, ele ordenou. Tori caiu flácida em seu aperto. Ele a carregou para a praia, em seguida, vestiu as roupas molhadas antes de levá-la de volta para a aldeia. Esperava que quando acordasse de manhã, estaria mais calma, mas não ia segurar a respiração. Uma garota como Tori não tinha calma deixada nela. Os Synestryn levaram, deixando para trás apenas o medo e a raiva. Se não tivesse já jurado matar cada um deles que pudesse, ela sozinha, teria sido motivo suficiente para fazê-lo. A única chance que tinha agora era encontrar o Theronai macho que era compatível com ela. Talvez ele seria capaz de alcançar a violência enlouquecida o suficiente para tocar a mulher que Tori seria se não tivesse sido sequestrada quando criança. Então, novamente, dar a alguém como Tori acesso ao poder quase ilimitado alojado dentro de um Theronai macho, era uma das piores ideias que poderia imaginar. Talvez ela estava melhor aqui, onde podia fazer apenas o menor dos danos, onde podia viver o resto dos seus anos em tanta paz como alguém como ela era capaz de encontrar. Era o mínimo que merecia por sua vida de sofrimento.
**** Grace entrou em cabana de Brenya antes do amanhecer. Precisava de respostas. Agora. —Você já deveria ter saído, criança—, disse a mulher mais velha. Ela estava enrolada numa pele, encolhida contra o frio da manhã. —Vou em breve. Mas primeiro, preciso saber alguma coisa. —Eu dei todo o conhecimento que precisa. —Não, é outra coisa. Preciso saber se era casada. Brenya ficou em silêncio, mas o mais leve sorriso vincado no rosto. Foi embora antes de Grace ter certeza que viu isso. —Eu fui? — ela perguntou. —Quando você veio para mim, não havia nenhum anel.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Você abriu aquelas outras memórias. Pensei que talvez iria abrir mais, ou que saberia alguma coisa. —Por que isso importa? Grace esperava que a mulher mais velha não fizesse essa pergunta. —Você sabe por quê. —Então você caiu pelo primeiro homem a entrar em nossas fronteiras? —Ele é... agradável. —As flores são agradáveis. Uma tigela de sopa quente é agradável. Torr é perigoso. É por isso que o convoquei. —Ele nunca iria me machucar. —Todos os homens machucam as mulheres. É a sua natureza. —Você não o conhece. —E você conhece, criança? Como? Grace não tinha respostas. —Eu não sei. Eu só... Ele me faz... —Vibrar? —Sim. Exatamente. — Grace sorriu, satisfeita por Brenya compreender. —Ignore. —Isso não é o tipo de coisa que uma garota ignora. —Vibrar vem logo antes da tristeza. Esse homem perdeu a mulher que amava. Essa dor é obrigada a deixar sua marca. Você não quer ser a coisa que ele usa para apagá-la. —Você realmente odeia os homens, não é? Todas as garotas dizem que é verdade, mas nunca acreditei até agora. —Não desperdiço nada tão poderoso quanto o ódio aos homens. Eles não são dignos. —Então você não vai me ajudar a descobrir se sou casada, não é? — Perguntou Grace. —Você não é. Mas não deve deixar que a faça estúpida, criança. Proteja seu coração. Grace pôs a mão no braço de Brenya. —Sinto muito que ele a machucou tanto. As ondas nos olhos da mulher mais velha espumaram de raiva. —Não há palavras para o que ele fez, criança. Queria que tivesse sido apenas dor que ele causou. Grace não se atreveu a perguntar. Não queria esse tipo de coisa em sua cabeça. O tom de Brenya estava calmo de novo, como se nada a tivesse irritado. —Vá buscar Victoria para mim. Ela e eu precisamos falar. Ela foi uma criança travessa ontem à noite e deve ser punida.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Tori odiava a cabana de Brenya. Era escura e desordenada, lembrando-a de cavernas úmidas cheias de ossos de amigos mortos. —O que você quer? — Ela perguntou quando entrou. —Respeito é um bom lugar para começar. Depois de encontrar isso, acho que devemos discutir o que você fez na noite passada. —Torr contou sobre mim, não foi? —Ele não precisa. Conheço você. Sou parte de você agora. Tori odiava o lembrete, odiava que a velha estava em sua cabeça, enraizada em torno do que pensava que deveria estar lá: flores e doces e difusos filhotes. Aquelas eram as coisas que meninas reais pensam meninas que cresceram em casas, com os pais e televisão e comida. Tori foi levantada por demônios que a mantiveram trancada em espaços minúsculos, apertados, sem luz. Seu entretenimento era assistir seus captores lutar até a morte para ver quem iria machucá-la em seguida. Foi alimentada pelo sangue de monstros. E pior. Brenya pensou que pudesse de alguma forma mudar tudo isso que poderia alcançar a mente de Tori e retirar todas as coisas ruins. Não foi até que a mulher mais velha começou a pisar por dentro do crânio de Tori, que percebeu a verdade: coisas ruins eram tudo o que havia. —Você é mais que seu passado, criança—, disse Brenya. Tori caminhou para frente, com a mão no punho da sua espada. A raiva fervia em suas veias, queimando-a de dentro para fora. Sua cabeça latejava com a necessidade de matar. —Você não tem direito de invadir minha privacidade assim. Sai da minha cabeça! —Você está exausta. Acalme-se. — Poder pulsou com a ordem de Brenya, forçando Tori a desmoronar onde estava. O piso repleto de sujeira estava frio, duro. Podia sentir o cheiro da terra, sentir a areia disso, agarrando-se a sua pele. Muito pouca luz entrava pela única janela, coberta por uma camada de couro pesado. Nenhuma luz chegava a Tori, e sentiu-se desmoronar por dentro, enquanto terror a esmagou. Ela se abraçou e se balançou, incapaz de ouvir nada além do sangue de demônio batendo em seus ouvidos e seus próprios gritos lamentáveis de angústia. Ela não iria voltar a viver assim novamente. Iria cavar seu próprio coração fora do peito antes que deixasse os demônios tocarem nela novamente.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Um dedo quente e seco pressionou no centro de sua testa. Ela se encolheu, atacando em reflexo. Brenya soltou uma onda acentuada de ar, mas nem sequer balançou do golpe de Tori em seu estômago. —Você vai se acalmar, Victoria. — Era um comando tão poderoso quanto o oceano e tão brilhante como a lua. O coração de Tori começou a desacelerar. Sua respiração equilibrar. Sem energia para alimentar seu pânico, que começou a desaparecer, deixando-a tonta e enjoada. —Isso é melhor. Agora, vamos sair sob os sóis e discutir o que fez para Torr e por que está triste. —Eu não estou, — retrucou Tori. O calor de suas palavras perdeu um pouco de força em sua falta de ar. Brenya ofereceu a mão para ajudar a Tori a levantar. Seu rosto estava impassível, mas seus olhos tempestuosos mostravam como estava zangada. —Talvez você não está arrependida por suas ações ainda. Mas antes de terminarmos, você estará.
Capítulo 14
Torr tentou manter os olhos no caminho, mas com Grace liderando o caminho, a tentação apresentada pelo seu doce arredondado traseiro era demais para resistir. Ela se vestia como todas as outras mulheres aqui, com uma túnica sem mangas de couro que caía no meio da coxa. Uma fenda longa corria nas costas, acrescentando tanto ventilação e uma visão sedutora de pele lisa e coluna flexível. Tiras de algum tipo de couro de animal seguravam as solas de couro grossas em seus pés e encerravam em torno de suas panturrilhas, protegendo-a dos arbustos e espinheiros. Estava nua dos joelhos até a coxa, fazendo-o imaginar apenas quanto tinha debaixo da túnica. Ele não viu qualquer roupa interior pendurada para secar na aldeia, e a ideia de que ela poderia estar nua sob suas roupas o fez romper num suor quente.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Ela começou a subir uma colina, levando-o aos cristais que Brenya ordenou encontrar. Com cada passo largo, a barra da túnica avançava um pouco mais. Prendeu a respiração, imaginando se o próximo passo podia finalmente fazer seu coração explodir em antecipação. Grace parou no topo da colina e olhou de volta para ele. —Estou indo muito rápido para você? —Não, se eu se lembrar de respirar. Ela franziu o cenho e estendeu a mão para ajudá-lo a chegar até os últimos metros. Ele não precisava de ajuda, mas tinha necessidade de tocar sua pele de novo, então passou sua mão ao redor dela e deixou-a puxar. Sua pele estava quente e úmida da caminhada. Pequenas rugosidades provavam que estava acostumada ao trabalho duro aqui, mas não fizeram nada para depreciar a suavidade de seda do resto dela. Ainda podia lembrar o quanto era quente e suave a parte baixa sob seus dedos. O último passo o colocou perto dela. Os dois se equilibraram numa clareira em meio ao estreito arbusto. A partir desta distância, podia ver lascas de fogo douradas em seus olhos castanhos. Uma pitada de sardas decorava seu nariz. Suas bochechas estavam rosadas com o esforço, e seus lábios estavam tão úmidos como as folhas da floresta ao redor. A necessidade de beijá-la o consumiu, o fez tremer. Preocupação puxou as sobrancelhas escuras juntas. Estendeu a mão e apertou a mão na testa. —Você está bem? O movimento a trouxe perto o suficiente para que pudesse sentir o cheiro da luz do sol aquecendo sua pele. Queria abaixar e deslizar a língua ao longo da curva esbelta de seu pescoço, apenas para ver que gosto tinha lá. Um gemido baixo de necessidade explodiu livre antes que pudesse detê-lo. —O que há de errado? — Ela perguntou. —Você está doente? Cobriu sua mão com a dele, não querendo deixá-la se afastar. Queria dizer que precisava dela, que a amava, que se apenas olhasse profundamente em seus olhos, se lembraria de quanto o amava também. Em vez disso, as palavras misturaram em sua língua, enredadas juntas até que nada saiu. Sua outra mão encontrou seu pulso para medir a pulsação. —Devemos voltar. Seu coração está acelerado.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Claro que estava. Sempre fazia quando estavam próximos. —Estou bem. — Empurrou as palavras, sua voz grossa com sua intempestiva necessidade. —Você parece febril. Nenhuma surpresa lá. Queimava por ela. —Estou bem. Sério. Ela olhou para ele por um longo momento, como se estivesse decidindo se acreditava nele. Torr se forçou a se afastar de seu toque e puxou um cantil de sua mochila. O líquido resfriou a língua e aliviou um pouco da sensação de aperto na garganta. Ofereceu a Grace observando como sua boca cobria o local onde a sua acabou de estar. Sabia que se tomasse outro gole, seria capaz de prová-la, mas não da maneira que estava morrendo de vontade. Quando terminou, ela lambeu os lábios, fazendo com que outro ponto de luxúria perfurasse através dele. Virou-se para colocar a água de volta e levou algum tempo para reorganizar sua carga, de modo que sua maldita ereção estava escondida da vista. A coisa estava indo fazer a caminhada desconfortável, mas não havia muita coisa que pudesse fazer sobre isso não quando ainda tinha de acompanhar o rastro de Grace, com as pernas bem torneadas e doce traseiro a sua frente. Não havia nenhuma maneira que pudesse olhar em qualquer outro lugar não era um homem tão forte – então, estava preso com um furioso tesão num futuro próximo. —Você quer sentar-se um minuto? — ela perguntou. —Não—, ele disse, um pouco rápido demais. Apenas a ideia de tentar dobrar seu corpo para se sentar no chão, machucava. Seu jeans secou durante a noite, deixando-o agradável e duro. Se tentasse se sentar agora, iria abater a si mesmo. —Vamos apenas seguir em frente. — E vou tentar manter meus olhos malditos fora de seu traseiro. —Se você tem certeza. Podemos parar quando quiser. Vai demorar um pouco para chegar onde estamos indo. Eles caminharam por mais duas horas antes de Grace parar no topo de uma colina. Daqui, a quebra entre as árvores permitia ver a paisagem florestal abaixo. Para a esquerda havia um lago, e à direita várias colunas de fumaça de fogueiras. Algumas das árvores foram removidas, mas ele não conseguia avistar mais nada.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Essa é a aldeia do sul—, disse Grace. —Não parece muito grande. Por que não vivem com vocês? —Brenya disse que não é seguro. Se formos atacados, ela quer que pelo menos um grupo sobreviva, por isso, nós separamos, nós mesmos. —Vocês são atacados com frequência? —Não, e sempre tem animais vagando muito perto. Mas Brenya está sempre preocupada como se soubesse que algo está por vir. —Acho que ela estava certa. Os Hunters estão definitivamente lá fora. Será que esta aldeia tem proteção adequada? —O que você quer dizer? —Existe outra Brenya guardando-os da maneira que ela faz em sua aldeia? Grace balançou a cabeça. —Não há ninguém como Brenya, mas as mulheres Athanasian que vêm para cá parecem ser capazes de se proteger. Este é o lugar onde vivem até chegar sua hora. —Sua hora? —Para ter seus bebês. Elas vêm a Brenya para entregar seus filhos. Em seguida, saem. —Onde é que os bebês vão? — ele perguntou, mas vendo as crianças de várias idades na aldeia, suspeitava que já sabia a resposta. —Eles ficam com a gente. Nós os criamos até que saiam. O sacrifício final. Isso é o que Brenya disse. Agora ele entendeu. —Aonde eles vão, então? —Alguns deles vão para a Terra. Outros...— Ela encolheu os ombros. —Você não sabe onde? —Brenya não diz. Ela os envia para a luz. Nós nunca os vemos novamente. — As lágrimas brilharam em seus olhos, pegando os raios ardentes do sol. —Você sente falta deles, não é? Ela assentiu com a cabeça, fungando as lágrimas. —É muito triste que as poucas pessoas na minha vida que me lembro, tenham que sair. Sei que é importante, mas é difícil às vezes. Torr doía por puxá-la para um abraço, oferecendo o conforto que podia. A única coisa que o deteve era sua preocupação de que o que começasse com um abraço se tornaria mais. Não podia resistir a esta mulher, e se ela se abrisse para mais do que conforto, sabia melhor do que pensar que seria suficientemente forte para ir embora.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Honra exigia que se lembrasse de por que estava aqui, que era um estranho para Grace e que aproveitar desta situação seria uma espécie de traição de seus votos. Não podia fazer isso com ela. Deveria estar ganhando sua confiança para que pudesse ter alguém para se apoiar quando ela voltasse a Terra. Então, ao invés de forçar-se sobre ela, forçou-se a concentrar-se na coleta de informações que podia. Não tinha a menor ideia do que podia ser útil saber um dia. —Brenya armou as mulheres que envia para longe? —Não. Algumas recebem um amuleto com seu nome nele, mas isso é tudo. — Ela olhou de volta para a aldeia do sul. —As mulheres que vivem lá treinam duro e sabem o seu caminho em torno de uma luta. Mesmo desarmadas, são mais perigosas do que qualquer animal que conheço neste bosque. —Devemos parar e ver como estão? —É mais difícil chegar lá do que parece por causa do terreno. Pelo design. Se nós vamos, não vamos chegar aos cristais antes de escurecer. —Talvez na volta, então? — Ele realmente não gostava da ideia de um grupo de mulheres que vivem sozinhas, sem Brenya para protegê-las, não importa como eram duras. Ele nem sequer sabia se estavam cientes da ameaça que os Hunters colocavam. Se pudesse parar, avisar, e ver com seus próprios olhos que estavam a salvo, se sentiria muito melhor. —Claro. Há uma maneira melhor de chegar até elas pelo lado ocidental. Fui dessa forma algumas vezes com Brenya, então, acho que posso encontrar a trilha. Eles se dirigiram a leste, por uma encosta íngreme e rochosa. No momento em que chegaram ao fundo, o ar estava cheio de vapor, a partir do calor dos sóis gêmeos. Mesmo na sombra, a umidade enrolava nele, pressionando fortemente em seu peito. Um pequeno riacho corria através do vale, e pararam em sua borda. A água clara o chamava mas esperou, vigiando a área enquanto Grace se refrescava na água. Ela desenrolou as tiras de couro em torno de seus tornozelos, deixando o couro grosso da sola dos seus sapatos cair. Com seus pés descalços, entrou no córrego e ajoelhou-se no fundo de areia. Pegou água em suas mãos e as espalhou sobre o rosto e pescoço. Enquanto sua túnica de couro era modesta e opaca, quando estava molhada ajustava-se ao seu corpo, mostrando cada
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 uma de suas curvas tentadoras. Até mesmo os pequenos mamilos apertados estavam visíveis por baixo do couro fino, franzidos, contra a represa de água fria sobre eles. A boca de Torr molhou enquanto o desejo aquecia seu corpo ainda mais. O suor escorria pela coluna, aquecendo o disco metálico que Grace colocou nele. A pequena fenda correndo pela parte de trás de sua túnica mostrava a ele um vislumbre cintilante do disco correspondente que ela usava. Ela disse que podia senti-lo através desse disco. Ela não sabia que ele estava alimentando aquelas emoções quando estavam em mundos separados, mas ele se perguntava agora o quanto mais dele escorria através disso, agora que estava perto. Uma ideia compelindo assumiu, tentando-o além da resistência. Ele soltou sua contenção, se deixou deliciar com sua visão, se deixou imaginar o que poderia ser, se ela se virasse para ele e o recebesse em seus braços. Sua túnica seria pouco mais do que um incômodo passageiro. Estudou o vestuário e sabia que a única coisa que fechava era um único laço de couro na nuca de seu pescoço. O que quer que estava por baixo não iria impedi-lo de alcançar a pele nua que tão desesperadamente desejava. Ele poderia tê-la nua, espalhá-la no riacho raso, deleitando-se em sua carne doce, enquanto a água batia em torno deles para resfriar a pele febril. Em sua fantasia, ela não negava nada a ele, nem mesmo o doce, o ajuste molhado do seu corpo enquanto empurrava dentro dela. Um delicado calafrio deslizou sobre Grace sacudindo sua estrutura. Ela cruzou os braços sobre o peito, como se para abraçar os seios doloridos. Sua cabeça virou o suficiente para ele ver como seus olhos haviam se tornado entorpecidos, como sua pele ficou corada. Seu olhar capturou o dele, e sabia que havia sentido ele sentiu sua luxúria como sua. O disco que os conectava poderia transferir mais para ela do que tristeza e raiva. Poderia dar prazer, também. Não havia nada que queria mais neste momento do que agradá-la. A vontade de agarrar seu pênis na mão e ver se podia fazê-la gozar quando fazia era quase demais para suportar. Apenas o pensamento de como ela poderia ficar escandalizada observando-o se masturbar o manteve no controle. Por enquanto ia ter que ser suficiente, saber o que podia fazer com ela sem sequer um único arranhar de seu dedo através de sua pele.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Parte dele se sentia enganada de não ter o contato, mas a parte mais inteligente dele percebeu o presente que isso era. Torr podia fazê-la queimar por ele. Podia fazê-la se sentir bem. Só isso, já era poder suficiente para fazer sua cabeça inchar com o sentimento de conquista. Grace era dele. Sempre foi. E agora sabia exatamente como podia lembrá-la disso, sem dizer uma única palavra. Seu voto para Brenya podia reprimir o que dizia, mas nada mais. Incluindo a língua. E as coisas que queria fazer com a língua eram suficientes para fazer o seu sangue esquentar ainda mais. Antes de saírem deste riacho, iria saber exatamente o sabor de cada centímetro do corpo de Grace. Algum aviso distante soou na cabeça dele, mas não se importava mais. Estava indo para ter a mulher que amava. Agora. Se não o fizesse, sabia que iria se arrepender para o resto de sua vida. Torr deu um passo em sua direção. Sua bota enviou ondulações na beira do córrego. As mãos caíram para os lados, revelando as pontas enrugadas de seus seios sob o couro molhado. Suas coxas se apertaram juntas, num movimento que conhecia muito bem. Desejo feminino rolando em ondas, brilhando no ar entre eles. Uma espessa neblina ondulava colina abaixo, longe, silenciando os ruídos da floresta e escondendo-os do mundo. Deu outro passo, forçando-se a mover-se lentamente e dar tempo para apanhar a necessidade furiosa através de seu sangue. Seu olhar deslizou por seu peito, demorando-se, uma vez que passou por cima da Marca da vida, visível entre as bordas de sua camisa aberta. Em seguida, mais baixo, seu olhar capturando a visão da protuberância em sua calça jeans. Ele nem sequer tentou esconder isso. Deixou que soubesse o que pretendia, a deixou ver o que fazia com ele. A respiração de Grace como uma neblina, formando uma nuvem prateada em torno de sua cabeça. Algo sobre isso estava errado, mas não conseguia descobrir o quê. Sua mente estava muito focada nela para se preocupar com um pequeno tempo ruim.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Ela estendeu a mão para ele, a palma da mão para cima, a mão estendida, em antecipação de seu toque. Ele sonhou com um momento como este por muito tempo para não tremer sob sua beleza. Um som em algum lugar entre um estalo e um silvo se levantou da margem mais distante do rio. A água pareceu clarear, e uma forma cinza prateada, começou a se espalhar por toda a superfície. A água estava congelando. O ar ficou frio e frágil. O lânguido e convidativo sorriso de Grace congelou, se voltando para o terror. Os Hunters os que congelavam tudo ao seu redor estavam aqui.
Capítulo 15 Grace percebeu o perigo tarde demais. Estava tão encantada com os sentimentos cantando através de seu corpo que não prestou atenção ao seu redor. Não viu a aproximação do Hunter. Viu isso agora. Estava empoleirado num afloramento rochoso a poucos metros de distância. Seu corpo preto brilhante cintilava, e seus olhos se moviam um de cada vez até que ambos estavam fixos nela. Pânico surgiu, solidificando o ar em seus pulmões. O suor congelou ao longo de sua pele, e jurou que seu coração estava tentando bater o seu caminho livre em sua caixa torácica. A vontade de fugir surgiu, roubando todos os outros pensamentos racionais. Ela tentou se levantar, mas o gelo já endureceu em torno dos joelhos, trancando-os no lugar. Bateu os punhos para baixo na superfície congelada, mas já era muito grosso para romper, e crescendo mais grosso a cada segundo. A corrente continuou a correr, acumulando mais água na parte superior do gelo. Camada por camada, as pernas estavam sendo envoltas mais rápido do que teria pensado possível. Torr soltou um grito de raiva. Um segundo suas mãos estavam vazias, no próximo segurava uma espada reluzente. Ele se precipitou para ela, seu rosto se contorceu numa máscara violenta para a batalha.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Por um segundo, pensou que ia cortá-la. Aquele velho, medo gorduroso deslizou por ela, pedindo para se esconder e se acovardar. Mas, em vez de machucá-la, Torr saltou sobre ela, pousando no lado oposto do rio. A atenção da criatura mudou para ele. Seu corpo curvado em torno do plano e recuou para se preparar para atacar. Cada vez que se mexia, ouvia o som de lascas de vidro quebrado moendo um contra o outro. Torr atacou. Aço encontrou pedra negra numa chuva de faíscas. Pequenos fragmentos de rocha brilhante voaram com o golpe, mas isso não retardou a coisa. Ele empurrou a criatura longe de Grace fazendo-a deslizar sobre a folhagem congelada. A poucos metros à sua direita, o riacho corria livre de gelo. Um galho havia caído lá talvez um que podia usar para forçar o gelo longe de suas pernas. Ela se inclinou para o lado, chegando o mais longe que pôde. As pontas de seus dedos mal roçaram a casca molhada, fazendo-a se afastar dela. A sua esquerda, uma horrenda pancada soou nas árvores. Ela poupou apenas um olhar rápido tempo suficiente para ver que a criatura empurrou Torr contra uma árvore forte o suficiente para derrubá-lo. Ele gritou de dor e fúria. A criatura guinchou, deixando escapar um som como de cerâmica quebrando em pedra. Se não ficasse livre, não havia nada que pudesse fazer para ajudar Torr. Ele estava tomando todo o seu esforço, apenas para manter a coisa de vir atrás dela. Puxou o curto punhal do cinto e sacudiu isto para que a lâmina estivesse em sua mão. O gelo estava até suas coxas agora, e suas pernas ficaram dormentes. Estendeu a mão para o ramo de novo. O pequeno punho de seu punhal pegou a casca áspera, e ela arrastou o final do ramo perto o suficiente para que pudesse agarrá-lo. Água em cascata sobre ela quando levantou o ramo e começou a bater contra o gelo. Uma pequena rachadura formou, apenas para ser imediatamente preenchida com mais água correndo que congelou no contato. Um grito aterrorizante explodiu da criatura. Sua cabeça virou para ver o que aconteceu, mas tudo o que viu foi uma chuva de fragmentos vítreos negros caindo sobre o corpo de Torr. Cada um deixou um pequeno corte em sua pele, mas ele não pareceu notar a dor. Seu olhar estava fixo num ponto acima de sua cabeça.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Ela olhou para onde ele fez e viu outro dos Hunters avançando para mais perto através do gelo. Nem sequer viu isso se aproximando. Uma nova onda de medo sacudiu-a, fazendo os braços ficarem fracos. O ramo caiu no gelo e prendeu. Ela se esforçou para empurrar-se para cima, mas não adiantou. Enquanto a água passou por cima de seus dedos, começou a solidificar, prendendo as mãos também. O pânico a fez mais forte. Arrancou as mãos livres, quebrando a fina camada de gelo que prendeu os dedos. Sangue rodou na água deslizando por apenas um segundo antes que, também, se tornasse parte do gelo. Vários de seus anéis trançados rasgaram soltos, mas estava muito entorpecida para senti-los ir. O Hunter rondava mais perto, seus dentes pretos brilhantes facilmente visíveis agora. Gotas de água revestiam seu corpo, mas ele balançou como um cachorro molhado, expelindo pelotas de gelo. Torr veio para ao seu lado. Ele teve o cuidado de ficar na borda do gelo, onde a água não passava para prender seus pés. Ele se moveu lentamente, como se tivesse todo o tempo do mundo. Sua espada girou num círculo gracioso quando se aproximou da criatura, chamando a sua atenção para longe. —Você pode erguer-se livre? — perguntou, sua voz tão calma e até mesmo como se estivesse perguntando sobre o tempo. —Não. —Tudo bem. Segure-se. Tenho isso. Antes que pudesse perguntar o que ele queria dizer, se impulsionou com velocidade brutal. Ela não tinha nenhuma ideia de como manteve seu equilíbrio sobre o gelo, muito menos acelerou. Mas ele fez. Um momento depois, ele se forçou direto para a criatura, enviando-o para trás sobre o gelo e no mato ao longo do riacho. O punho de sua espada caiu sobre a coisa, e lascas de rocha negra reluzente voaram. A criatura gritou, o som como cacos de vidro em seus ouvidos. Isso disparou outro daqueles surtos de pânico que a faziam tentar se soltar. Suas mãos ensanguentadas se agarraram ao gelo. Não sentia qualquer dor, apenas um entorpecimento queimando nas extremidades dos seus pulsos.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 No momento em que teve o senso de pensar em levantar as mãos para longe antes que ficassem presas, já era tarde demais. Gelo formou ao longo de seus dedos, prendendo-a. Estava completamente presa. Completamente indefesa. Enquanto a realização surgia, assim como o frio. Ela começou a tremer incontrolavelmente. Sua respiração rápida embaçando, nublando sua visão. Ela vislumbrou fugazes momentos de Torr em combate com a criatura, mas não podia dizer se ele estava ganhando. Letargia pesava. Em todos os poucos segundos, sentia a calorosa brisa passando varrendo, insultando-a com esperança. Os sons de combate cresciam distantes quando Torr dirigia a criatura para longe. Nenhum gelo se formou sobre o antigo, mas já era tarde demais. O gelo estava até seus seios agora, refrigerando ela a cada respiração. Ela ia congelar até a morte no meio do verão, e seu cérebro lento não conseguia pensar numa única maneira de parar com isso. Batalha colidia na floresta. A luta parecia durar horas e cada uma foi preenchida com um tremor de frio. O mundo ficou em silêncio, apenas com o som de água correndo. Tudo estava escuro, mas estava confusa demais para dizer se era noite ou se eram apenas seus olhos que não abriam. Podia sentir o cheiro da floresta, mas era mais claro e nítido do que deveria ser. —Fique comigo, Grace. — A voz de Torr. Em seguida, uma pesada batida e som rachando. Todo o seu corpo estava dormente, mas podia dizer que estava se movendo. Ela não sabia como. —Abra seus olhos, querida. Mostre-me que está tudo bem. — Isso era pânico que ouviu em sua voz? Grace tentou cumprir, mas não conseguia se lembrar de como. Não conseguia sequer lembrar como dizer a ele que sentia muito que o deixou na mão. Letargia caiu sobre ela como um cobertor de chumbo. Tinha que dormir agora. Não havia outra escolha.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Foi um longo tempo desde que Torr teve necessidade de fazer uma fogueira sem fósforos. Aquela que queimava agora na entrada da caverna rasa que encontrou, não era o seu melhor trabalho, mas estava pondo fora bastante calor, e isso era tudo o que precisava. Despiu Grace livre de suas roupas molhadas, fazendo o seu melhor para ignorar como era bonita. A palidez de sua pele e o tom azulado de seus lábios eram mais do que suficientes para manter a cabeça onde pertencia. Ele a deitou perto do fogo, em seguida, tirou seu próprio jeans molhado. A cueca boxer ficou para lembrá-lo dos limites no caso do perigo da situação não fazer o trabalho. Enrolou-se atrás dela, passando os braços ao redor de seu tronco num esforço para dar o máximo de seu calor corporal possível. Seus dedos ainda sangravam, mas o dano não parecia ser tão ruim certamente não pior do que a hipotermia. Lentamente, sua pele começou a esquentar. Um rubor rosa floresceu em seu rosto, e já não estava gelada ao toque. Assim que começou a tremer, ele sabia que ia ficar bem. Alívio teria colocado ele no chão, se já não estivesse na horizontal. Grace se mexeu, virando em seus braços até estar de frente para ele. Nua, aquecida do fogo, seios achatados contra o seu peito, marcando-o de uma forma que tinha certeza que nunca esqueceria. Levantou uma perna sobre a dele, dando a sua coxa espaço bastante para deslizar entre as dela. Úmido calor feminino queimou-o, fazendo com que todo o seu corpo se apertasse contra a necessidade de lançá-la em suas costas e enchê-la com seu pau. Tão quente quanto estava, quase podia justificar o ato como outra maneira de aquecê-la. Sua ereção flexionou contra o algodão de sua roupa de baixo, deixando uma mancha de umidade que não podia controlar. Tudo sobre ela o chamava, chamava a tomar, reclamar, possuir. Seu tremor começou a abrandar, nivelando em ondas de intermitente desassossego. Estava completamente escuro lá fora agora, e na hora dele construir uma tela de arbustos para esconder a luz do seu fogo. Enquanto se mexeu para ir para longe, ela abriu os olhos. Tão bonita. Tudo o que podia fazer era olhar. Uma névoa de sonolência ainda nublava suas feições, mas logo foi queimada por confusão, em seguida, uma camada dura de medo.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Seu corpo ficou tenso, fazendo com que suas coxas apertassem ao redor dele e seu monte moer ainda mais perto. Torr respirou através da explosão de luxúria, deixando-a escorrer para fora até que apenas uma queimadura lenta permaneceu. —O que aconteceu? — Ela perguntou. —Eu quebrei o gelo de você, encontrei um abrigo defensável e a aqueci. —Defensável...— Ela olhou em volta e viu a sua localização. Era uma abertura rasa numa encosta rochosa com apenas alguns metros de profundidade, com vista para o chão da floresta abaixo. Não conseguia ficar de pé dentro do espaço, mas nada podia chegar por trás também. Como abrigos eram, foi o melhor que pode fazer num curto prazo. Ele viu em seu rosto o segundo que percebeu que estava nua. E que toda aquela nudez estava pressionada firmemente contra ele. Foi um momento de olhos arregalados em choque, seguido de perto por suas pupilas dilatadas com consciência. —Suas roupas estavam molhadas—, ele explicou. —Eu me lembro—. Ela não tentou se afastar ou se esconder. Em vez disso, tomou uma respiração profunda, que apertou os seios ainda mais firmemente contra seu peito. A frequência cardíaca de Torr chutou. —Vou pegá-las para você. —Estão secas? —Eu duvido. Estão no chão, mas não tinha como pendurá-las sem sair do seu lado. — Algo que não estava disposto a fazer, enquanto ela estava inconsciente e vulnerável. Seus dedos deslizaram sobre seu ombro. Ela poderia ter feito isso apenas para se sentir mais confortável, mas ainda se sentia como uma carícia. E seu corpo reagiu em conformidade. Ele reprimiu um tremor e engoliu em seco, lutando para pensar na coisa mais nada sexy que podia. Sua mente ficou em branco, mas sua visão estava repleta de faixas de pele nua. Curvas suaves, linhas levemente inclinadas, tremeluzentes sombras escondendo segredos femininos que ansiava por descobrir. Seu olhar passou rapidamente em seu rosto, caindo de novo e de novo em sua boca. Cada vez que a ponta de sua língua deslizava apenas dentro de seu lábio superior, tentando-o com a necessidade de provar o que ela fazia.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Será que ela acolheria seu beijo, ou iria empurrá-lo para longe como o estranho, que pensou que era? E ele realmente queria saber com certeza quando vagarosamente dentro tal possibilidade deliciosa era muito mais doce? —Eu deveria me levantar—, disse ele. —Apagar o fogo, então não estará brilhando como um farol. Ela não o libertou. Se alguma coisa, seus dedos se enroscaram em sua pele como se para segurá-lo no lugar. —Você está quente o suficiente agora sem o fogo? — questionou. —Estou quente—, disse ela, mas a forma como disse o fez pensar no calor liso que esperava entre as coxas. Queria sentir esse calor íntimo tanto que teve problemas para puxar sua próxima respiração. Mesmo se não pudesse reclamá-la do jeito que queria, ainda precisava de alguma coisa. Um toque, um sabor. Qualquer coisa que poderia receber. Estava morrendo por isso. Seu pau pulsava e balançou em direção a ela. Não poderia ter feito uma coisa para controlar a reação involuntária, e apenas com a cueca fina para cobri-lo, não havia nenhuma maneira que ela não sentiu isso. Cor manchou suas bochechas, mas não era vergonha que viu. Nem perto disso. Era desejo puro e desprevenido. Grace acariciou o lado de seu rosto com um dedo. Seu toque era leve, suave, mas atravessoulhe a mesma coisa. Quantas vezes sonhou com ela estar assim com ele? Nua, o tocando. O querendo. E ela o fazia. A prova disso estava reunida contra sua coxa, lisa e quente e perfumada com sua excitação crescente. —Eu deveria me levantar—, disse ele novamente, tentando convencer a si mesmo. Ela olhou-o nos olhos, com uma expressão tão doce e desprotegida. Ela nem sequer tentou esconder o que sentia estava tudo lá em seu rosto para ele ver. A fome inocente, a curiosidade aberta. Talvez ela não soubesse como esconder seus sentimentos, ou que deveria. Talvez não tinha como saber o que sua vulnerabilidade fazia com ele, como inflamado o fazia e como queira protegê-la e possuí-la muito mais.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Se alguma vez estivesse dentro dela, ela não iria segurar nada. Ele sabia exatamente o que ela gostava, o que a deixava selvagem. Ela seria um livro aberto o seu livro aberto. —Eu realmente deveria levantar—, disse ele, mais uma vez, desejando que dizendo as palavras em voz alta poderia fazê-lo mover sua bunda. Seu dedo traçou seu queixo, lembrando que não fez a barba desde que veio aqui. Barba por fazer áspera em sua mandíbula, e tudo o que conseguia pensar era o quanto queria deixar a barba queimar na pele delicada de seu pescoço, seus seios e suas coxas. Não havia outros homens aqui para ele alertar longe, mas a ideia de marcar ela estava compelindo tudo a mesma coisa. Ele tinha certeza que ela se sentia boa demais para segurar a falta de uma lâmina contra ele. Grace engoliu e molhou os lábios. Naquele instante, Torr sabia que era tarde demais. Se afastar era impossível agora. Ela ia beijá-lo, e não havia um ser no universo poderoso o suficiente para fazê-lo se afastar agora e perdê-la. Seu corpo se apertou em antecipação. Permaneceu completamente imóvel, deixando-a vir a ele. Queria desesperadamente entrar e assumir o controle, mas tinha que saber que esta era sua ideia que ela realmente queria. Era a única maneira que seria capaz de viver consigo mesmo. O primeiro toque de seus lábios nos dele foi de borboleta suave, mas potente o suficiente para roubar o fôlego. Ele não podia acreditar que aquilo estava acontecendo, que ela era real, segura e em seus braços. Não viveu uma vida boa o suficiente para merecer esse tipo de recompensa, e rezou para que Deus não percebesse isso antes de Grace terminar com ele. Ela apertou seus lábios contra os dele e soltou um suspiro longo e doce. Torr bebeu-a em seu corpo regozijando-se com o contato. Queria deixá-la ir seu próprio ritmo, explorar, mas suas boas intenções queimaram, em face de tanta saudade. Quis isso por muito tempo para não assumir e liderar o caminho. Grace era humana. Não sua espécie. Ele não deveria estar tão atraído por ela, mas não podia evitá-lo. Era tão linda, por dentro e por fora. Bondosa, altruísta, corajosa. Humana ou não, era tudo o que sempre quis numa companheira, e se tudo o que tivesse com ela era este presente, único beijo, então ainda iria contar com a sorte de ter tido esse tanto dela. Suas mãos apertaram sobre seus ombros, seus dedos pastando em sua Luceria. Seus músculos se apertaram quando seus instintos rugiram para forçá-la a usar o colar. Ele sabia que
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 não era possível, mas isso não mudava a necessidade batendo dentro dele para reclamá-la como se fosse sua companheira Theronai. Não podia ligar sua alma a dele, mas podia reivindicar seu corpo como seu próprio playground pessoal, levando-a mais e mais, que até mesmo a ideia de outro homem tocando ela era um conceito impossível. Torr a rolou de costas, pronto para assumir o controle de seu beijo hesitante. Seu joelho espalhando suas coxas mais amplas para dar lugar a ele para se colocar entre elas. Estava duro. Ela estava molhada. Ele passou para sempre imaginando isso, ansiando por isso. Ele terminou de esperar. Deslocou seu peso para angular seus corpos juntos, e ela soltou um grito agudo de dor. Torr empurrou fora, segurando seu peso para que não esmagasse ela. Linhas apertadas enrugando sua testa, e o rubor do prazer evaporado, deixando-a pálida. —O que há de errado? Ela arqueou as costas e chegou por trás. —O disco. Chão duro. Má combinação. Suas palavras faziam sentido, mas qualquer significado se perdeu no segundo que avistou seus seios impulsionar em direção a ele. Cheios, redondos, inclinados com os mamilos mais deliciosos que já viu. Se soubesse que tal beleza esteve pressionada contra sua pele nua, teria gozado sem sequer tocá-la. Torr fechou os olhos e rolou para longe, dando as costas. Suas roupas molhadas estavam numa pilha encharcada perto do fogo. Atirou-as em direção a ela, sem olhar. —Você deve se vestir. Se a visse novamente antes que estava vestida, sabia que ia terminar o que começou, terra dura ou não. Ele iria colocá-la montada nele, montando seu pau, e não pensaria duas vezes sobre as razões pelas quais não deveria. Das quais havia muitas. Ela era humana. Merecia uma vida humana completa, com um marido e filhos e um emprego que não envolvesse caçar monstros todas as noites. Merecia um homem que iria envelhecer com ela, que não iria fazê-la sentir como se sua vida era um pontinho fugaz no tempo. Merecia segurança, e isso era uma coisa que sabia, com certeza, que nunca teria a seu lado.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Tantas boas razões para encontrar uma maneira de deixá-la viver sua própria vida, e ainda assim, nenhuma delas poderia competir com a razão pela qual tinha que segurar firme e nunca deixar ir: ele a amava. Torr vestiu a calça jeans molhada, contente com o frio que precisava para ter seu pau acalmando o inferno para baixo. A última coisa que queria era ela vendo sua ereção e dando aquele olhar com fome de novo, como se não fosse capaz de puxar sua próxima respiração se não desse a ela o que queria. Porque sabia que, no fim, não seria capaz de negar qualquer coisa, mesmo que sabia que ela ia se arrepender. Isso o fez menos de um homem, mas era a verdade e tinha que aceitar se estava indo protegê-la. —Estou indo patrulhar a área—, disse a ela. —Fique aqui, e grite, se você vê algo que você não gosta. —Hum, tudo bem. Claro. Não olhou no seu caminho enquanto se afastou, mas não precisava ver seu rosto para ouvir em seu tom que fez a última coisa que queria fazer. Ele a machucou. Se alguém tivesse feito isso com ela, teria que bater até uma massa sangrenta, mas como não podia fazer isso para si mesmo e ainda a manter a salvo, colocou tanta distância entre eles como ousou e rezou que encontraria uma maneira de não machucá-la novamente. Não importa o quanto ela o queria.
Capítulo 16
Torr foi embora há horas quando Grace finalmente desistiu e deixou-se cair no sono. Quase morrer de frio, deixou uma camada de letargia sobre ela que não conseguia lutar. Também deu a ela estranhos, sonhos tristes em que ele estava fraco e indefeso, e ela era a sua única esperança. Não podia imaginar um homem sendo menos indefeso do que Torr. Seu corpo era tão naturalmente forte e sólido. Sentiu essa força de perto e num nível íntimo que só poderia ter sonhado. Mesmo agora, com os sóis subindo e os animais noturnos ficando tranquilos, podia ainda se lembrar como era bom senti-lo ao ter a sua suave força quente prendendo-a.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Ele segurou-a como se não pudesse suportar a ideia de deixá-la ir, como se tivesse morrendo de vontade de segurá-la durante anos. Uma sensação como essa tinha um jeito de ir para a cabeça de uma garota, fazendo-a esquecer de o que era real e o que era fantasia. Quando abriu os olhos, viu que Torr era ambos. Ele se agachou na borda mais distante da abertura, longe dela, olhando para ela. Era real, sólido e tão intenso que quase doía seus olhos de olhar para ele. Definitivamente o material da fantasia, com sua boa aparência e toda aquela vibração de guerreiro gentil. Se não tivesse sido pelo disco rígido cavando sua coluna, podia tê-lo tido na noite passada. Não tinha certeza exatamente do que faria com tanto homem, uma vez que o pegasse, mas teria sido divertido desfrutar dele como seu próprio, durante o tempo que durasse. —Com fome? — ele perguntou, seu olhar brilhante âmbar sem piscar. Ela estava, mas não da maneira que ele queria dizer. Ouviu algumas das mulheres falando sobre homens, depois de visitar a Terra para fazer seus bebês. Conversaram sobre a necessidade e a fome, sobre o desejo e querer, como se estivessem vivendo, respirando coisas que consumiam uma mulher e fazia-a perder o controle. As mulheres suspiravam e riam, compartilhando histórias de conquistas sobre quem achavam o melhor pai para sua prole, ou pelo menos o melhor amante. Grace nunca realmente entendeu o que queriam dizer antes, mas fazia agora. Ela nem sabia que poderia querer algo tanto quanto queria Torr. A queimadura lenta estava mais fácil de suportar esta manhã, mas ainda estava lá, num único fôlego acendendo novamente. Limpou a garganta. Quando isso não soltou suas palavras, apenas balançou a cabeça. Desamarrou um pano que segurava um pedaço de pão que trouxe com eles e colocou ao lado de uma pequena pilha de frutas que ele reuniu. —Coma. Sairemos assim que estiver pronta. Em poucos segundos, ele foi embora, escorregando para dentro da floresta tão silenciosamente como um predador. Esse lento desejo queimando, enviou algumas faíscas, mas segurou-se junto o tempo suficiente para empurrar para baixo um pouco de comida e se mexer. Quanto mais cedo encontrassem aqueles cristais, quanto mais cedo podiam estar de volta em torno de outras pessoas, pessoas que a impediriam de fazer qualquer coisa que pudesse se arrepender.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 A única questão real deixada, era se iria se arrepender mais levando o que queria ou negandose algo surpreendente. Esse pensamento era o único que ficou com ela enquanto abriu o caminho através dos bosques densos. Nunca foi tão longe antes, mas não havia dúvida de que estava indo na direção certa. Todo o caminho era uma longa trilha, familiar. Cada passo que dava colocando o próximo firmemente em sua mente, como se tivesse vindo desta maneira todos os dias durante anos. No momento em que os dois sóis estavam a meio caminho do horizonte, encontrou o local que estava procurando uma árvore gigante bifurcada, tão antiga que sua casca assumiu o mesmo brilho metálico que suas folhas. —Um pouco mais nesta próxima elevação—, disse ela à Torr. Não precisava olhar por cima do ombro para saber que ele estava lá. Sentiu sua presença silenciosa durante todo o dia, aquecendo suas costas e fazendo-a formigar na espinha. Grace começou a subir a colina, mas ele agarrou seu braço e puxou-a a parar. —Vou primeiro e explorar. Fique aqui, — ele sussurrou. Ela instintivamente imitou seu tom de voz, mantendo suas palavras tranquilas. —Eu já conduzi todo o caminho e consegui até aqui. Acho que sei para onde estou indo. —Não estou preocupado com o seu senso de direção. Estou, no entanto, preocupado com os sons que ouço vindo do outro lado. —Não ouvi nada. —Você é humana—, disse ele, como se isso explicasse tudo. —Um ser humano com orelhas. —As minhas são melhores. Fique aqui e fique em silêncio. Ele foi embora antes que pudesse argumentar mais, deixando-a se sentindo mais do que um pouco inadequada. Nunca pensou que teria melhor audição do que fazia; isso a fez se perguntar o que mais ele podia fazer que ela não podia. O que mais não considerou. Será que ele estava apenas sendo gentil e fingindo que não estava em falta, da forma como alguém podia fazer com uma criança muito pequena para alcançar o alto? A noção ralou nela enquanto os segundos passavam em progressão lenta. Se ele teve problemas no outro lado do morro, que ela mesmo seria capaz de ajudá-lo? Será que sequer saberia que ele precisava de ajuda antes que fosse tarde demais?
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Ansiedade empurrou-a para a ação. Não se importava se não era tão forte como ele era ou se sua audição era pior. Não era fraca ou estúpida. Se ele precisava de ajuda, encontraria alguma maneira de dar. Grace na ponta dos pés subiu a colina, descendo na barriga para rastejar enquanto se aproximava do cume. Ela rastejou, avançando para frente sobre as folhas ásperas e paus. O couro de sua túnica protegia seu tronco, mas a pele acima de suas tiras da sandália estava nua e crua pelo tempo que espiou por cima. O ar aqui era nitidamente mais frio. O terreno descia numa tigela rasa de cerca de meia milha de largura. A terra estava carbonizada e queimada seca, com um toque cintilante de areia negra áspera cobrindo tudo. Pequenas poças de água congelada pontilhavam a área, como se a última chuva foi incapaz de absorver através da crosta dura no chão antes de congelar. Parecia que algo bateu no planeta, anos atrás e cauterizado o chão, para que nada pudesse crescer novamente. Únicas, fibras de plantas, com nova vida, rastejavam sobre a borda da areia, mas estavam congeladas, onde quer que tocassem a terra queimada. A floresta tentou se recuperar nesta terra e não conseguiu. Vários grandes blocos de brilhante pedra negra se sentavam no fundo da cratera. Eles variaram em tamanho e forma, mas cada um era composto por ângulos irregulares e lâminas de obsidiana, lâmina-fina. Na mais próxima, podia ver uma depressão que tinha vagamente a mesma forma que um daqueles Hunters que atacou a ela e Torr. Abaixo desse recuo, nas profundezas do centro da pedra, havia uma luz pulsante. Quando olhou, sentiu seu próprio pulso lento acompanhar o ritmo do brilho. Uma sonolência pesada caiu sobre ela, tentando-a a fechar os olhos. Torr ainda estava lá embaixo. Não podia ceder à necessidade de tirar um cochilo, quando ele estava em perigo. Grace se obrigou a desviar o olhar da luz e se concentrar. Não podia vê-lo em qualquer lugar, mas agora podia ouvir o que ele ouvia. Vozes, baixas e zumbindo. Estavam falando na mesma linguagem corrente que as mulheres Athanasian faziam, mas não havia nenhuma suavidade no som. As palavras ásperas eram pontuadas com um tilintar rítmico que fazia ranger os dentes na borda.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Sua sonolência desapareceu mais enquanto olhava para longe da luz por mais tempo. Se essa incandescência era algum tipo de magia ou tecnologia, não tinha certeza, mas definitivamente era material potente. Ela fugiu de volta para baixo da colina e se mudou algumas centenas de metros à sua esquerda, na esperança de um melhor ângulo que pudesse permitir que visse Torr. No momento em que estava quase de volta na posição da borda da cratera, o som tinindo mudou a intensidade. Era mais alto agora, mas ainda fazia arrepiar a pele. Enquanto espiou dos arbustos a escondendo, viu a fonte do barulho. Duas criaturas enormes estavam desbastando a pedra incandescente com talhadeiras e martelos pesados. Os trabalhadores tinham a forma de seres humanos, mas a semelhança terminava aí. Sua pele era uma superfície lisa, sem falhas, sem um único fio de cabelo em qualquer lugar. Eles tinham uma cor cinza lamacenta com o mesmo brilho de pérolas de água doce. Sua pele era granulada, como areia fina embalada. Seus olhos eram altas fendas estreitas cheias com o mesmo preto brilhante das pedras que esculpiam. Completamente nus e aparentemente sem sexo, trabalhavam em perfeita harmonia. Grossas, mãos bulbosas agarravam as ferramentas, fazendo seus antebraços inchar com força visível. Cada um deles tinha no centro de seu peito um círculo brilhante que parecia brilhar com sua própria luz interior. Um redemoinho de plumas brancas e amarelas subiam nessa marca, irrompendo como erupções solares. Entre golpes pesados na pedra em que trabalhavam, suas bocas sem lábios contaminavam numa linguagem que Grace uma vez pensou ser bonita. Ela podia sentir o poder vibrando nessas palavras que o ar frio transformava em nevoeiro. À medida que os homens estranhos se aproximavam do fim de seu projeto escultural, o vidro preto que estavam esculpindo na forma de um Hunter começou a se mover. Essas duas criaturas cinzentas tinham que ser os Mason que Brenya falou sobre os que estavam tentando matar as pessoas que Grace amava. Torr esgueirou-se por trás de uma das pedras incandescentes perto do par. Sua espada estava em sua mão, tão letalmente bonita quanto o próprio homem. Ele se moveu em silêncio, sua respiração uma bruma no ar frio. Grace olhou numa espécie de transe surreal. Sabia que sua vida estava em perigo e que ele ia tentar matar aqueles homens cinzentos. Ela sabia que não importa que fazia, haveria dor. E, no
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 entanto, ainda não conseguia puxar o olhar para longe da cena, como se sua observação pudesse de alguma forma alterar o resultado. Torr deslizou atrás da grande pedra que estavam trabalhando. Num borrão de carne e aço, moveu-se para matar, cortando limpo através da cintura de um dos homens cinzentos. Ele caiu em dois pedaços, mas não havia sangue, apenas um spray de areia fina expelido através do ar, na sequência da lâmina de Torr. O segundo homem gritou de raiva e pânico, e bateu o martelo para baixo com força brutal. O Hunter que foi lascado na pedra foi quebrado livre, perdendo uma de suas pernas. Suas mandíbulas estalaram uma vez que se lançou para Torr. Ele saltou para fora do seu caminho, mas por causa de sua forma incompleta, o seu objetivo estava fora, fazendo-o virar em direção Torr de qualquer maneira. Ele trouxe sua espada para cima no último segundo, apresentando-o na boca da coisa com as duas mãos. Sangue vazou da palma de Torr onde apoiou a lâmina com sua mão nua. O corpo do Hunter inclinou-se e sua única perna de trás mexeu desajeitadamente tentando ganhar força. Grace não conseguia respirar. Estava apavorada por Torr, mas ainda mais com medo de que qualquer coisa que fizesse iria distraí-lo e piorar as coisas. Ela odiava estar presa aqui, capaz de fazer nada além de vigiar e orar, mas a alternativa de ter Torr morto era impensável. O homem cinzento alto se ajoelhou ao lado de seu parceiro caído, alinhando as duas metades cortadas de seu corpo de areia. Ainda não havia sangue. O que quer que constituía aqueles caras, não era carne e sangue, não como ela entendia. Enquanto o observava, a fenda entre as duas metades do corpo do homem cinza começou a fechar. O inteiro pegou o pesado martelo e se moveu ao redor para angular-se atrás de Torr. Um golpe daquele martelo, e Torr estaria morto. Não se importava o quão rápido ele curava. Um crânio esmagado ia ser fatal. Tinha que fazer alguma coisa sem fazer as coisas piores. E ela tinha que fazê-lo agora. Grace subiu de seu esconderijo e deu um passo para fora no chão carbonizado. Um calafrio afundou através do couro grosso protegendo seus pés, como se estivesse em pé no gelo. Sem fazer qualquer ruído que pudesse distrair Torr, começou agitar os braços. O homem cinza que estava prestes a bater o cérebro de Torr a viu e começou a vir em sua direção. Isso era exatamente o que esperava, mas certamente não percebeu o rápido que as pernas tão longas poderiam correr.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Segurando o grito de medo que subiu para sua garganta, correu para a floresta. Não havia nenhuma maneira que pudesse correr mais que ele, mas poderia se esconder e dar Torr uma chance de lutar.
Capítulo 17
Torr estava indo estrangular Grace. Supondo que ele vivia. Viu o Mason tentando apanhar ele desprevenido, sabia que era uma ameaça. Ele tinha mais sete segundos para matar o Hunter ferido, o que era mais do que suficiente. Se ela tivesse sido uma Theronai, ligada a ele na forma como sua companheira estaria, teria conhecido o seu plano. Teria visto os seus pensamentos e ficado em silêncio e escondida. Claro que, se tivesse sido uma Theronai, provavelmente já teria usado a magia para quebrar o Hunter em lascas. Agora, ele não só tinha que desativar o Mason, mas tinha que encontrá-lo antes que tivesse tempo para matar Grace primeiro. Com um surto de raiva brutal, Torr firmou seu pé entre ele e o Hunter e empurrou a criatura de volta. O movimento deu espaço para recuperar o equilíbrio e fixar suas garras. Ele segurou a espada com ambas as mãos e balançou duro, assim que o Hunter voltou para dentro de seu alcance, forçou isso para trás. Conforme se moveu para frente, com uma das mãos pegou o martelo gigante caído, do Mason que caiu, e com a outra mão, embainhou sua espada. Uma perversa pancada do martelo contra o lado do Hunter, e quebrou, gritando uma vez que morria. O Mason no chão tinha quase reconstruído, mas Torr não deu a chance de terminar o trabalho. Em vez disso, esmagou sua cabeça com o calcanhar de sua bota e esmagou seu peito com o martelo até que era uma pilha de areia. Deixe reconstruir isso. Raiva e medo alimentavam seus passos enquanto corria na direção que Grace foi embora. Seu coração batia, mas era menos um sinal de esforço do que seu terror de que ela iria ficar ferida. Não podia perdê-la novamente. Ele não faria isso.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Seus ouvidos o chamaram na direção certa. Os sons dos arbustos debatendo e respiração pesada de Grace ficou mais alto. Ela soltou um grito ofegante de medo o tipo de som que somente uma mulher que sabe que está presa pode fazer. Torr forçou as pernas para se mover mais rápido. Ele cortou os galhos que barravam seu caminho. À distância, ele vislumbrou o Mason de pele de areia entre as árvores. Ele parou e agora estava circulando um único local. Torr olhou para cima e viu que Grace escalou uma árvore magra e estava lutando para chegar mais alto, fora do alcance do Mason. Ele agarrou a árvore com as duas mãos e começou a sacudi-la. Grace gritou e abraçou o tronco estreito, com todo o seu corpo. Ela foi arremessada ao redor, se chocando contra os galhos das árvores próximas. Ela deslizou para baixo alguns pés, e Torr podia ver a mancha brilhante de sangue deixado para trás no tronco, onde a pele foi rasgada pela casca áspera. Uma névoa vermelha da mesma cor que o sangue inundou sua visão. Raiva assumiu seus membros, dando força aparentemente interminável. Ele gritou quando atacou. Seu ataque era menos sobre matar a coisa do que sobre tê-lo fodidamente bem longe de Grace. O rosto de Torr deve ter sido assustador, porque o Mason olhou por cima do ombro cinza pastoso e, em seguida, partiu numa corrida de morte. Torr correu mais rápido. Abordou o Mason por trás. Ele virou, tentando bater o seu martelo na cabeça de Torr, mas ele já estava dentro de seu alcance, tornando a ferramenta quase inútil. Não perdeu muito tempo despachando seu inimigo, não com Grace sangrando e precisando de ajuda. O corpo do Mason era pesado, liso e duro de segurar, mas Torr conseguiu um aperto firme em sua garganta e começou a apertar. Areia desintegrou na mão, cortando os gritos de dor do Mason. Uma rajada de ar sibilante soprou o pó nos olhos de Torr, cegando-o. O martelo caiu contra sua panturrilha com força suficiente para enviar uma profusão de dor em sua espinha. Duas enormes, mãos ásperas agarraram seus ombros e começaram a torcer. Ele
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 sentiu como se estivesse indo ser rasgado ao meio, mas não o impediu de agarrar o seu caminho através do pescoço grosso do Mason. Mais areia caiu longe da coisa, e a cada punhado adicional, a força do Mason drenava um pouco mais. Finalmente, Torr sentiu folhas caídas deslizar contra as pontas dos dedos, e o aperto do Mason sobre ele falhou completamente. O corpo pesado ficou imóvel. Torr empurrou-se a seus pés e enxugou a areia dos olhos. Assim que voltou a enxergar, viu o pescoço esmagado do Mason sendo reconstruído, um grão de areia após o outro. Ele bateu a bota na cabeça da coisa, chutando-o numa árvore, onde explodiu em uma chuva de poeira. A corrida da batalha ainda estava pulsando através de seu corpo a cada batida de seu coração. Ele destruiu três criaturas nos últimos três minutos, mas queria que houvesse mais esperando por ele para matar. Um exército inteiro seria bem-vindo, e talvez até mesmo o suficiente para conter sua raiva. Grace arriscou sua vida. Mais uma vez. Como ela se atreve? Será que não tinha ideia do como era preciosa? Como era frágil? Quando ele terminasse com ela, ela saberia. E nunca mais sequer pensaria em ser tão descuidada. Ele ia ter certeza disso.
**** O homem perseguindo em direção a Grace não era o que achava que conhecia. Este Torr era diferente. Furioso. Seus olhos cor de âmbar brilhavam com intenção homicida. Pânico bateu com força, batendo o vento de seus pulmões. Seu pulso chutou para cima, acelerando tão rápido, que mal podia dizer quando uma batida de coração parava e a próximo começava. Deslizou os últimos centímetros abaixo da árvore, estremecendo quando a pele em carne viva ao longo de suas coxas esfregou em toda a casca. Assim que seus pés tocaram terra firme, começou a recuar, colocando o maior número de árvores entre ela e ele como podia.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Não adiantava. Ele era mais rápido do que ela, e ele nem sequer parecia como se estivesse se esforçando. Talvez estava guardando sua força para o que ia fazer com ela quando a encontra-se. E ele a alcançaria. Ela não tinha dúvidas de como isso acabaria. No último segundo, não conseguiu conter o pânico explodindo em seu peito a necessidade de se virar e fugir. Ela agora sabia por que se encolhia quando as pessoas se moviam muito rápido na sua presença e por que certos olhares nos rostos dos outros a faziam querer rastejar para o menor, espaço escondido, mais escuro, que poderia encontrar. Seu padrasto ensinou esses comportamentos, e embora não estava nem perto dela agora, ele deixou a sua marca. E agora as lições que ensinou a ela assumiram, rasgando o pensamento racional para longe e forçando-a a fugir. Tomou apenas alguns metros quando seus pés deixaram o chão. Os braços grossos de Torr a sua volta, prendendo-a contra seu peito. Grace chutou com todas as forças que tinha. O movimento rasgou sua pele esfolada, mas conseguiu um par de golpes sólidos contra as canelas duro o suficiente para que ele soltasse um gemido de dor. —Pare com isso—, ele rosnou em seu ouvido. —Você vai se machucar. —Não, vou machucar você, se não me colocar no chão. — Suas palavras estavam muito sem fôlego para segurar muita força, mas pelo menos foi capaz de tirá-las. —Você precisa parar. Está sangrando. Isso só está tornando pior. — Sua voz estava mais calma do que seria de esperar de um homem que queria matá-la. O choque disso ajudou a tirá-la da necessidade de correr e nunca parar. —Ponha-me no chão! — Desta vez as suas palavras não estavam sem fôlego, coisas voando. Tinham peso suficiente para fazê-lo ouvir. —Você vai correr de novo? — ele perguntou. Ela não se atreveu a lutar. Esta era sua abertura, e não ia fazer nada para fazê-lo explodir de novo. —Você vai ficar olhando para mim como se estivesse indo para me matar? Ele a colocou no chão, segurou-a por tempo suficiente para ela se acalmar, depois soltou. Ela se virou para encará-lo, pronta para correr novamente se aquele olhar de raiva ainda estava em seu rosto.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Odiava-se que estava tão governada por pânico, por algo de há muito tempo, feito a ela por um homem que mal conseguia se lembrar. Mas só porque odiava isso, não significava que não iria responder a esse pânico cego, exatamente da mesma forma, se provocado. Ela se mexeu para colocar uma árvore grossa entre eles, apenas no caso. Ele passou as mãos pelos cabelos em frustração. Seus ombros largos levantaram várias vezes enquanto respirava profundamente. Grace esperou, dividida entre querer aliviar sua angústia óbvia e querendo correr e se esconder. —Me desculpe se a assustei—, disse ele. Não estava caindo nisso. —Palavras são fáceis. Desculpas não significam nada vindo de um homem que sabe que vai machucar novamente. Ele congelou, então virou lentamente para encará-la. A angústia em sua expressão era dolorosa de testemunhar. —Eu machuquei você? Com medo de que ele iria cair sobre sua própria espada, se dissesse que tinha, decidiu contar a verdade. —Você me assustou. Isso foi ruim o suficiente. Ele engoliu em seco duas vezes antes de responder num tom misturado com pequenos tremores de vergonha. —Você me assustou, também. Não estava esperando isso. —Como? Correndo longe de você? —Você deixou aquela coisa te perseguir. Você chamou-o para você. De propósito. Ele poderia tê-lo matado. Ele teria. Se fosse seis centímetros mais alto, teria sido capaz de alcançá-la naquela árvore, e ela seria a única deitada em pedaços no chão em vez dele. —Ele poderia ter matado você, também. Ele esfregou o rosto com uma mão e chupou em uma respiração longa. —Posso cuidar de mim mesmo. Arrogância. —Ia pegá-lo desprevenido. —Eu vi isso. —Então? Você já estava um pouco ocupado. —Venho lutando durante séculos mais do que você, estou vivo. Tive tempo para fazer o que precisava ser feito. Você deveria ter confiado em mim. —Estava tentando protegê-lo.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Bem, não! — Seu grito foi tão alto que as folhas sobre sua cabeça estremeceram. Grace recuou, incapaz de ficar parada no chão em face de tanta raiva. Seu corpo inteiro estava tremendo agora, e um arrepio formou raiz apenas sob a pele. Seu olhar deslizou abaixo para suas coxas, onde podia sentir uma película pegajosa de sangue de seus arranhões. Sua boca endureceu quando viu o estrago. —Merda. Sinto muito, Grace. Estou assustando você de novo, não é? Ela não queria dar a ele a satisfação de saber como facilmente assustada estava, então fingiu que era como Tori impermeável ao medo e cruel o suficiente para saber que poderia achatá-lo se ele tentasse alguma coisa. Seu queixo subiu e nem sequer balançou um pouco. Essa vitória sozinha era suficiente para fazê-la orgulhosa e para fortalecer sua resolução. —Você não é mesmo a coisa mais assustadora que me perseguiu hoje. Ele empurrou um profundo suspiro e seu corpo relaxou visivelmente, como se ele simplesmente quisesse fazê-lo. —Vamos conversar sobre o que você fez. Mais tarde, — disse ele. —Você está sangrando, e isso é mais importante. Vamos deixar você limpa. Seu queixo imóvel estava de pé e a essência feroz de Tori ainda estava guiando-a. —Não preciso de ajuda de alguém que acha que tem o direito de gritar comigo. Vou administrar por conta própria. — Ela não tinha certeza de como iria caminhar com o sangue fazendo suas coxas colar juntas, mas iria encontrar uma maneira de voar antes de aceitar a sua ajuda. —Não tenho o direito de gritar, mas tenho o dever de protegê-la. Deixar inimigos combatentes perseguir é exatamente o oposto disso. —Eu não pedi para fazer nada por mim, inclusive me proteger. Estive bem aqui sem a sua ajuda durante anos. Vou ficar bem aqui depois de você partir. Seus olhos se contraíram. Seus punhos apertaram. A necessidade de fugir estremeceu através de suas pernas novamente. Ele deve ter sentido isso, porque fez aquela coisa de relaxamento-forçado mais uma vez. Sua voz saiu calma e tranquila. —Você vai ficar bem somente se fizermos como diz Brenya. Ela me trouxe aqui por uma razão, e parte desse motivo foi porque todas vocês precisavam da minha ajuda. —Todas nós precisamos de sua ajuda. Não só eu. Isso significa que é meu dever mantê-lo seguro para que você possa fazer o que Brenya trouxe aqui para fazer.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Lá vai você de novo, agindo como se minha vida é mais importante do que a sua própria. —É. Não gosto disso, mas essa é a verdade. Você tem habilidades que só posso sonhar em ter, e se alguma coisa acontecer com você, tenho medo que Brenya estaria fraca demais para convocar mais ajuda. Goste ou não, você é a nossa única esperança. Não vou deixar você morrer e fazer as pessoas que amo sofrer porque é muito arrogante para aceitar a minha ajuda. —E não vou deixar você morrer, ponto final. Encolheu os ombros, tentando seu máximo para parecer indiferença casual. —Os seres humanos têm vidas curtas. Não há muito que possamos fazer sobre isso. Num segundo ele estava longe demais para chegar até ela e no próximo, suas mãos estavam ao redor de seus braços, abraçando-a. Seu toque era cuidadoso, mas inquebrável. —Você não tem ideia do que está fazendo comigo, Grace. — Seus polegares deslizaram ao longo da pele macia debaixo do braço. —Por favor, deixe-me manter você a salvo. Preciso disso como preciso respirar. —Por causa do seu voto—, disse ela, de repente, lembrando-se que fez um voto para proteger os seres humanos. —Sinto muito. Não sabia o que isso faria com você se arriscasse minha vida. Os votos eram coisas sérias. Se ele pensava que quebrou o seu, ela não tinha ideia de quanta dor isso podia causar. Estava segura, mas estava finalmente começando a entender por que ele iria pirar sobre uma humana tentando ajudá-lo em combate. —Então você me prometa que nunca vai fazer isso de novo. — Não era uma pergunta. Na verdade, era quase uma exigência. Grace balançou a cabeça. —Não estou me ligando a você com promessas. Brenya me avisou. —Ela gostaria que você ficasse segura. —Você não a conhece, assim como eu faço. Ela quer que eu faça qualquer coisa que precise fazer para ter certeza que você permaneça vivo. A vida de todas as crianças nas aldeias dependem disso. Ele olhou para ela por um longo tempo, e tinha certeza que podia vê-lo trabalhando duro para reunir paciência. Sua mandíbula se apertou de novo e de novo, e os punhos flexionaram. Finalmente, num tom que parecia demasiado calmo, ele disse: —Se esse é o caso, então você precisa continuar ser minha guarda-costas. Então, sente-se e deixe-me dar uma olhada nesses cortes. Preciso de você em máxima forma para lutar.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Ela tentou encontrar um motivo para discutir com ele, mas sua lógica era muita coisa. Não podia mesmo encontrar um toque de condescendência em seu tom. —Você quer dizer isso? Você vai parar de insistir para eu ter cuidado? Ele levantou uma sobrancelha escura. —Dificilmente. Mas agora que entendo a sua motivação, posso lidar com isso. —O que isso quer dizer? —Isso significa que você vai sentar-se agora, para que possamos ter esses cortes limpos. Ele cedeu, mas de alguma forma se sentia mais como uma armadilha do que uma vitória. Grace encontrou uma árvore derrubada e empoleirou no tronco. Sangue escorria dos arranhões profundos ao longo do interior de suas coxas. Não era o suficiente para ser sério, mas enquanto sua adrenalina desaparecia, a dor aumentava rapidamente. Torr deixou sua mochila para trás em algum lugar. Grace ainda estava empunhando a dela em suas costas, prova que, no caso de uma luta, ela realmente não sabia o que estava fazendo. Se deixasse cair a mochila, talvez poderia ter corrido mais rápido. Ele puxou a alça da bolsa sobre a cabeça. O couro deixou uma marca úmida entre os seios, onde seu suor encharcou sua túnica. O redemoinho de ar frio era bom, aliviando um pouco mais do estresse de seu corpo. Ele rasgou um pedaço de tecido da parte inferior de sua camisa improvisada e molhou com água limpa. Ela estendeu a mão para o pano, mas ele ignorou isso e começou a limpar o sangue pegajoso longe para avaliar os danos. —Posso fazer isso—, ela disse a ele. —Eu também posso. — Pressionou suavemente contra seus joelhos para levá-la a abrir suas coxas. Grace sentiu o rubor varrer sobre as bochechas. —Eu realmente não acho que você deveria estar... —Silêncio. Já vi você nua. Além do mais, se estivesse indo leva-la, certamente não seria enquanto suas coxas estão cruas e maltratadas. — Seu olhar pegou o dela e segurou firme. — Quero somente prazer para você, Grace. Nunca a dor. O grande poder da fome em seus olhos quase fez querer entrar. Nunca viu desejo descarado assim antes.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Mas ela sentiu. Estava começando a sentir isso de novo agora. Sua boca ficou seca. Ele continuou sobre a limpeza de suas feridas, as mãos muito mais firmes do que as dela. —Gostaria de ter o poder de te curar—, disse ele. —Você já sofreu demais. —São apenas arranhões. Nada para se preocupar. —Qualquer coisa que cause dor me preocupa. E não há nada que possa fazer para mudar isso. Uma grande mão se colocou em seu joelho. Ela podia sentir o calor de cada um dos seus dedos, sentir a linha áspera da carne ao longo da sua palma onde sua espada deixou sua marca. Cada golpe do tecido era suave, mas mesmo assim, ele se encolheu mais do que ela. Grace não conseguia tirar os olhos de suas mãos. O forte contraste de sua pele contra a dela era estranhamente emocionante. Sua força cuidadosa fazia algo profundo dentro dela soltou. O medo de sua provação drenando, deixando-a relaxada e esvoaçante. Ele ensaboou uma parte do pano limpa. Desculpas estavam claras em seu tom. —Isso vai doer. Ela mal sentiu uma coisa. Enquanto manteve seu foco sobre o homem, a dor do que estava fazendo era distante e completamente abafada pelo prazer cintilante que seu toque deu. Fria, água limpa escorria sobre sua pele quando enxaguou o sabão longe. Ele olhou para cima, de onde se ajoelhou entre suas coxas. —Você está bem? — Questionou. Um sentimento vibrante se espalhou fora de seu estômago. Ela assentiu com a cabeça, não confiando em sua voz para permanecer estável. Seus dedos se colocaram em sua bochecha. —Você está corada. Não há algum tipo de veneno nesta casca de árvore, não é? Ela balançou a cabeça. —Será que você mesmo me diria se houvesse? Ou você estaria mais preocupada conosco completando nossa missão? Um pequeno surto de raiva queimou um pouco da névoa de sonho que ele deu a ela. — Estou bem. Devemos voltar e pegar esses cristais. —Você os viu? —Dentro das pedras pretas. Aquelas luzes pulsantes? Tenho certeza que esses são os cristais que estamos procurando.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Torr voltou para onde o Mason caiu. Pegou seu pesado martelo. —Acho que nós vamos precisar disso, então. A ferramenta era enorme. A alça era feita a partir de algum tipo de madeira rosa pálida que nunca viu antes. A cabeça de metal reluzia brilhante, seus entalhes piscando com a luz solar refletida. Não havia um arranhão ou corte em qualquer lugar, fazendo-a pensar como o metal era duro. Cada um dos entalhes era perfeitamente formado, lembrando-a das runas esculpidas na pedra sentinela na aldeia. Enquanto observava, um fio azul fraco de luz serpenteou em toda a superfície, ligando as runas com minúsculos fragmentos de um raio. Os músculos do antebraço de Torr incharam quando equilibrou o martelo em seu ombro. A visão não deveria ter feito alguma coisa a Grace, mas estava uma bagunça agora. Fraca. Não conseguia parar a pequena picada de desejo que a atravessou. —Você quer ficar aqui e esperar por mim? — Questionou. Grace levantou-se e testou a fina camada de bandagens de pano que amarrou em torno de suas coxas. O tecido segurou enquanto caminhava em direção à cratera. —O que você acha?
Capítulo 18
Levou cada pedacinho de autocontrole que Torr podia convocar para enfaixar as feridas de Grace. Tudo o que queria fazer era pressionar suas coxas bem abertas e beijá-la toda para ficar melhor, beijá-la até que a última coisa em sua mente era a dor. Graças ao seu mergulho no córrego congelado e a necessidade de deixá-la quente, ele já resolveu o mistério do que ela usava sob a túnica uma fina tira de pano que tecia ao redor de sua cintura e sobre seu sexo, que cobria menos do que revelava. Um único puxão e a coisa toda seria desfeita, expondo-a a seus dedos e sua boca. Por um segundo, estava convencido de que ela teria deixado dar prazer a ela. Mas então, questionou sua honestidade, e todo aquele lânguido calor feminino evaporou de sua expressão. Suas coxas se fecharam, e sabia que perdeu sua chance no céu.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Era melhor. Tentou se lembrar disso. Estavam expostos aqui. Ela ficou ferida. Tinham um trabalho a fazer, e cada hora que levavam fazendo isso era mais uma hora que as mulheres que Brenya protegia estavam em perigo. Fazer uma pausa para explorar o corpo de Grace seria tão egoísta como era tolo. Ainda assim, um homem podia sonhar. No momento em que chegou à borda da cratera negra, colocou sua libido sob controle e a cabeça de volta no jogo. Grace estava prestes a romper o cume plano, quando ele a parou. —O que você está fazendo? —Indo pegar os cristais. —Nós não sabemos se os reforços dos inimigos chegaram. Precisamos ter cuidado. Ela assentiu com a cabeça e foi para o chão. Ela podia estar usando uma cara forte, mas podia dizer que seus ferimentos eram dolorosos pela forma como ela se movia. Assim que voltassem para a aldeia, estava indo exigir que Brenya a curasse. Ele não sabia se ela operava como os Sanguinar, tendo o pagamento em sangue por seus serviços, mas o que precisasse dele, iria pagar o preço. Não suportava deixar Grace ferida quando havia algo que pudesse fazer para isso parar. Examinou a área abaixo, observando por tempo suficiente para se certificar de que nenhum inimigo mais, havia chegado e que os Mason na cratera ainda não tiveram tempo para se reconstruir. Ele sussurrou para Grace, —Vou correr lá em baixo e desatar alguns desses cristais. Você fica aqui e vigia. —Você só me quer fora do caminho. —Isso pressupõe que você está sempre no caminho, e posso assegurar que não é verdade. Eu não poderia ter encontrado este lugar sem você. — E enquanto isso era verdade, desejava como o inferno que houvesse outra maneira. —Tudo bem. Vou vigiar você. O que quer que eu faça, se ver um problema? —Grite um aviso e depois decole em direção a caverna que estávamos na noite passada. Eu encontro lá. Ela soltou um suspiro longo de sofrimento. —Você não pega muito rápido, não é?
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —O que isso quer dizer? Sacudiu a cabeça. —Nada. Apenas vá fazer o que precisa fazer. Vou fazer o mesmo. Quanto mais tempo ficassem aqui falando, o mais provável era que seriam encontrados. Antes que pudesse acontecer, Torr pegou sua mochila, de onde deixou e correu para baixo da encosta. Encontrou a pedra brilhante que parecia ter os cristais mais fáceis de extrair, pegou uma das talhadeiras dos Mason, e passou a trabalhar com o seu martelo. Frio permeava toda esta área, sugando o calor de sua pele. Estava batendo o martelo com força, trabalhando o mais rápido que pôde, mas nem uma única gota de suor sobreviveu ao frio. Quanto mais se aproximava dos cristais, mais consciente se tornou que a luz que irradiava tinha um estranho efeito sobre ele. Isso o fez se sentir pesado, quase lento. Fez o melhor que pôde para manter os olhos afastados, mas quando estava a apenas alguns centímetros de distância do alvo, se tornou quase impossível. Por fim, fechou os olhos, verificando todos os poucos golpes para se certificar de que ainda estava no caminho. O martelo e talhadeira romperam a última camada de rocha negra. No centro havia um conjunto de cristais pulsantes, cada um do tamanho de um dos dedos finos de Grace. Ficavam num núcleo oco, presos por um filamento fino do que quer que esta pedra preta transparente fosse. Torr tirou a caixa pesada que Brenya enviou com eles para abrigar os cristais, abriu-a e colocou-a no chão. Ele não se atreveu a tocar na pedra negra, com medo que seus dedos congelariam e se romperiam. Em vez disso, tirou os restos esfarrapados de sua camisa e dobrou, até que estava com várias camadas de espessura. Uma torção rápida do seu pulso e o dedo fino de pedras vitrificado estalou, libertando a massa de cristais. Ele deixou-os cair na caixa, fechou a tampa e amarrou a coisa fechada com a camisa para que pudesse levá-las com segurança. A última coisa que queria era ter a caixa aberta e ter sua bunda arrancada por um monte de pedras. Quando se virou para ir embora, seu instinto advertiu do perigo. Podia ver o topo da cabeça de Grace ao longo do cume. Enquanto olhava, ela se mexeu o suficiente para que pudesse dizer que estava bem. Um rápido exame da área revelou nenhum inimigo à vista. Ainda assim, algo estava definitivamente errado.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Grace levantou-se e apontou, tornando-se um alvo fácil. Torr desembainhou a espada e virou-se para enfrentar a ameaça. Nada. Manteve a varredura da área, em busca do que ela viu. O vento se aquietou, e ele ouviu um som arranhar. Estava perto. Bem na frente dele. Deu um passo para trás e viu como os restos de areia do Mason que esmagou se reformavam. À medida que cada grão de areia tomava o seu lugar, a superfície da criatura endureceu numa massa lisa. Estava se reconstruindo, como Brenya disse que faria, mas ele nunca imaginou que seria tão rápido. Se o que estava em seus pés podia fazer isso, então assim podia aquele da floresta o único que estava a apenas alguns metros de distância de Grace. Torr bateu o martelo sobre o Mason, esmagando o seu progresso. Mais areia desmoronou, mas era óbvio que a destruição era apenas temporária. Recolheu o máximo de areia que podia carregar e correu em direção a Grace. Talvez se pegasse um pedaço da coisa longe o suficiente, deteria o processo de cura. Era a única coisa que podia pensar, sem mais tempo. E com a Grace lá em cima, de jeito nenhum que estava retardando para ponderar a situação. Bateu a linha das árvores correndo e arremessou a areia, tanto quanto podia. Seus dedos estavam dormentes do frio do trabalho que fez, mas obrigou-os a se mover o suficiente para agarrar a mão de Grace. —Corra—, ele gritou, puxando-a em conformidade. —Você o matou. —Por enquanto. Ainda há o outro. — Quando disse as palavras, viu uma forma acinzentada pesada por entre as árvores à frente. Ele virou para a esquerda, indo em direção a um riacho que viu antes. O progresso deles estava lento. Grace estava se esforçando para manter-se, mas não havia muita coisa que podia fazer. Ele caiu atrás dela, pedindo a ela para continuar o mais rápido que podia. Suas ataduras continuavam a agarrar em galhos baixos, até que estavam soltas o suficiente para que caíssem ao
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 redor de seus pés. Fizeram-na tropeçar duas vezes. Finalmente, ela parou o tempo suficiente para tira-las, em seguida, pegou velocidade novamente. Por esse tempo, o Mason estava bem atrás deles, batendo ao longo em seu despertar. —Esquerda— Torr gritou, esperando que ela entenderia o que quis dizer. Sem hesitar, ela inclinou bruscamente para a esquerda, descendo uma ladeira íngreme. Ela caiu e deslizou até a metade, mas recuperou seus pés bem na hora de mergulhar através do riacho raso. Torr desembainhou a espada e virou-se para enfrentar o Mason. Este era o lugar onde tomaria sua posição. —Continue—, ele ordenou. Ele não sabia se obedeceu, mas não tinha mais tempo para descobrir. O Mason atacou, mas Torr estava pronto. Ele se esquivou do primeiro duro golpe que veio para ele. O Mason não tinha o martelo, mas o seu punho passou por sua cabeça tão rápido que o vento arrepiou seu cabelo. Deu um passo para o lado e balançou sua espada num arco completo que cortou direto através do pulso grosso do Mason. Ele rugiu quando sua mão caiu numa pilha de areia na margem do córrego. A corrida da vitória de Torr durou menos de um segundo. O pé do Mason bateu em seu joelho, dobrando-o de lado. Dor atacou seu cérebro, cegando-o por um momento. Seu corpo instintivamente passou a defesa, protegendo seus órgãos vitais, enquanto recuperava a visão. Assim que fez, viu Grace com um pau grosso em suas mãos, se aproximando. Como o fodido inferno. Torr deixou seu corpo assumir, contendo sua raiva apenas o suficiente para fortalecê-lo. Ele não estava tão móvel com apenas uma perna funcional, mas isso não iria impedi-lo de matar a coisa antes que pudesse colocar tanto como um único grão de areia em Grace. Cada balanço de sua espada cortou outra parte desmoronar de areia. Defendendo-se já não era uma prioridade. Isso o fez imprudente, mas mortal. Grace puxou o pau novamente como um bastão de jogador de beisebol. O Mason viu e balançou seu braço ileso direto em direção a sua cabeça.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Torr se lançou para a criatura, ignorando a dor violenta no joelho. Sua espada atacou primeiro, fazendo um buraco através de seu peito. Seu punho rasgou através o buraco, forçando-o a abrir o suficiente para que o resto do seu corpo pudesse passar. O grito do Mason morreu, uma vez que se desintegrou numa cachoeira de areia sobre o corpo de Torr. Ele caiu pesadamente, incapaz de controlar sua queda com o joelho quebrado. Areia obstruía os olhos e enchia sua boca. Cuspiu e sacudiu a cabeça para livrar-se do resto. —Você está bem? — Ela perguntou. Raiva fria fez seu corpo travar. Independentemente do que fazia ou dizia, Grace estava determinada a colocar-se em perigo. Agora que estava ferido, ela ia ser ainda mais propensa a acreditar que não podia cuidar de si mesmo. Ele não podia falar direito, então pelo menos não sobre suas ações. Se o fizesse se a raiva batendo através dele se soltasse, sabia que ia assustá-la para sempre. —Despeje tanta areia quanto puder no córrego. Espalhe. —Seu joelho... —Vai curar—, ele retrucou. —Mova a fodida areia! Ela baixou a cabeça e os ombros curvaram, parecendo um cachorro repreendido. Instantaneamente, Torr se sentiu como um idiota. Não importa o que ela fazia, não merecia sofrer. Toda a sua vida foi sobre o sofrimento, e ele não estava disposto a ser o idiota que adicionaria a esse fardo. Levou uns bons cinco minutos de respiração profunda antes de confiar a falar. Ela estava raspando uma pilha de areia junta com as mãos quando encontrou a coragem de abrir a boca. — Sinto muito, Grace. Mais uma vez. Não devia ter levantado a minha voz. —Não, você não deveria ter. Mas você está com dor. —Isso não é desculpa. A dor não é desculpa para mau comportamento. Ela olhou para ele, surpresa. —A maioria das pessoas diria que sim. —Eles estariam enganados. Ela deu um passo hesitante mais perto. —Quanto ruim está? Algo definitivamente o rasgou, embora não pudesse dizer o que. Seus jeans estavam ficando apertados com o inchaço, e apostaria sua espada que todo o joelho já estava se tornando preto e azul.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Ele conseguiu endireitar sua perna para que curasse certo, mas isso ia demorar mais do que apenas alguns minutos. —Vou ficar bem. —Sim, você vai, mas como está o joelho agora? —Está desconfortável—, admitiu. —Mas pelo menos posso sentir isso. Isso é uma bênção. Ela franziu o cenho. —Por que você diz isso? —Porque estive paralisado uma vez. Não podia sentir nada abaixo do meu pescoço. Estava completamente indefeso. Aquilo machucou. Isto é apenas dor. Compaixão brotou, tão natural como respirar. Ajoelhou-se a seu lado e colocou a mão em seu ombro. —O que aconteceu? Como você ficou paralisado? —Fui atacado por um demônio. Envenenado. Ele destruiu a minha coluna vertebral. —Mas você cura tão rápido. —Não a partir disso. Ninguém podia ajudar. Pelo menos isso é o que eu pensava. —Mas você está melhor agora, então deve ter encontrado algum tipo de cura. Ela era tão bonita seus olhos ardiam porque se recusou a piscar e perder um segundo sequer de olhar para ela. Esta era sua Grace, a mulher que amava. Que teria gritado com ela para fazer a vergonha infiltrar em sua alma. —Uma mulher me salvou—, disse a ela. Ele sofria para dizer que ela era sua salvadora, mas seu voto forçou seu silêncio. —Você a amava—, ela sussurrou, as palavras em parte admiração, parte tristeza. —Posso ver isso em seus olhos. Ele acenou com a cabeça. —Muito. Ela quase morreu para me salvar. Ela é a razão que me enlouquece cada vez que você arrisca sua vida. Não posso perder... outra mulher. —Onde ela está agora? Ele tocou sua bochecha. Sua pele lisa era uma tentação quente. —Ela seguiu em frente. Viveu a sua vida. —Sem você—, ela adivinhou. —Exatamente. —Brenya não devia ter trazido você aqui. Devia ter deixado você ficar para lutar por ela. —Se não fosse por Brenya, ela estaria morta. Por isso, devo a mulher tudo. —Mas ela o trouxe aqui, arrancou-o longe da pessoa que você ama.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Torr doía para dizer que a mulher que amava estava bem aqui, perto o suficiente para tocar. Ou, pelo menos, dizer que Brenya salvou a vida de seu amor, mas tomado suas memórias. Certamente isso seria suficiente para Grace descobrir que era a pessoa que ele amava. Estava muito perto da verdade para dizer as palavras em voz alta. Mesmo pensar em fazer isso, fazia sua garganta grampear fechada. Engoliu em seco para aliviar a tensão. —Devemos descobrir o nosso próximo passo. Não quero manda-la de volta para a aldeia sozinha, mas não estou em condições de proteger, e é apenas uma questão de tempo antes que os Masons se reconstruam de novo. —Não vou deixa-lo aqui, não quando está muito ferido para lutar. Quanto tempo você acha que vai demorar em ser capaz de andar? —É difícil dizer com certeza, mas pelo menos algumas horas. Poderia ser amanhã antes que possa caminhar em terreno acidentado. Grace inspecionou a área. Podia ver sua mente girar enquanto avaliava as suas opções. Torr esperou por ela chegar à mesma conclusão que ele que precisava seguir em frente sem ele. —Vou misturar alguma coisa para ajudar a aliviar o inchaço. Vai fazer você sonolento, mas quando acordar, vamos fazer uma espécie de tala e levá-lo móvel. —Você não está falando sério. Você não pode ficar aqui fora quando não sou mesmo capaz de protegê-la. A água em movimento pode ou não pode abrandar o processo de cura do Mason, mas mesmo se isso acontecer, o outro ainda está lá fora. Ele vai curar e quando isso acontecer, pode decidir vir atrás de nós. Ela deu o mesmo olhar que poderia dar a uma criança errante. —Tenho me protegido nessas florestas desde antes de você aparecer e vou continuar fazendo isso por muito tempo depois que você se for. O que não vou fazer é deixar um homem ferido, impotente, aqui como isca para quem sabe que tipo de criaturas que possam vir junto. —Impotente? — Ele forçou-se num pé, recusando-se a deixá-la pensar nele assim. O movimento fez seu joelho danificado pulsar, mas também aliviou seu orgulho. —Estou longe de ser impotente. —Bom—, disse ela, em seguida, pegou um ramo resistente do chão e atirou-o para ele. — Então esculpa isso em algum tipo de muleta que possa usar. Torr pegou o ramo e quase caiu quando o desequilibrou.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Sente-se. Eleve sua perna. Estarei de volta em poucos minutos. —Você parece Brenya. Ela sorriu. —Obrigada. —Não quis dizer isso como um elogio. Ela veio para o seu lado e agarrou seu braço. —Então você deveria ter escolhido melhor suas palavras. Agora se sente. Ele não tinha certeza de como ela conseguiu, mas ele se encontrava em sua bunda, sua perna elevada no tronco de uma árvore caída. —Vou ser rápida. Chame se precisar de mim. Ele ficou olhando para ela, tentando descobrir o que aconteceu. Sua doce, tranquila Grace acabou de se levantar, completamente sobre a situação. Assim como teria esperado de qualquer Theronai fêmea fazendo. Ela sempre foi insistente quando pensava que sua segurança estava em jogo, mas havia algo diferente sobre isso neste momento. Mais confiança, mais assertividade. Seu tempo aqui a mudou, e enquanto ia tornar sua vida mais difícil, não podia deixar de se divertir. Mandona ou não, Grace cresceu com uma espinha dorsal forte. E era sexy como o inferno. Voltou com as mãos cheias de folhas roxas, raízes delgadas e o que parecia ser lascas de casca cinzenta pálida. Empurrou os ingredientes num dos odres de água e deu uma boa sacudida. —Beba tudo—, ela ordenou, entregando a ele. —Vai ter gosto de sola de pé suja, mas você vai beber. Com uma ordem como essa, o que podia dizer além de, —Sim, senhora. Torr bebeu. O gosto era pior do que descreveu, mas estava alegremente distraído pela visão de Grace se movendo ao redor da área, abrindo espaço para uma fogueira. A eficiência de seus esforços provavam que fez isso antes. —Você passa muito tempo na floresta? — Questionou. —Eu costumava. Algumas das mulheres e eu íamos buscar frutos e ervas. Tem sido muito perigoso para fazer isso recentemente. Ela puxou uma pequena pedra de uma bolsa e colocou sobre uma pilha de grama seca, como um ovo num ninho. Com a ponta de uma vara, ela esmagou a pedra, e explodiu numa pequena bola de fogo. Depois de alguns segundos, o fogo aumentou para consumir os galhos menores que dispôs. Em
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 pouco tempo havia um fogo arrumado, crepitante, com segurança dentro de um anel de pedras úmidas. —Como está o joelho? — Ela perguntou. —Melhor—, disse ele, surpreso com o quão bem sua poção funcionou. O profundo latejar, quente que sentiu antes desapareceu. Ainda havia dor, mas era uma coisa distante, não teve problemas para ignorar. —Você parece surpreso. —Acho que estou. De onde venho, a cura é feita principalmente pelos Sanguinar, e eles sempre querem beber sangue como pagamento. Seu lábio enrolou em desgosto. —Eca. E eu aqui estava pensando que era hora de comer. Uma onda de tontura se abateu, girando sua cabeça ao redor. —O que tinha naquela coisa? —Plantas. Brenya me ensinou o que procurar, assim que fui capaz de andar. — Ela sorriu. —Ela disse que não estava disposta a me deixar sentar e ser um fardo. —E lembrar isso faz você sorrir? —Eu era um fardo. Ela demorava dez vezes mais tempo para fazer tudo, porque tinha que me arrastar com ela. Até mesmo mais tempo para me ensinar o que sabia. Estava tão lenta, tão fraca. Ela nunca perdeu a paciência uma vez, no entanto. O fato de que disse que não iria me deixar ser um fardo me fez sentir como se não fosse um. Esse giro louco acelerou, e suas pálpebras ficaram muito pesadas para segurar abertas. — Você nunca poderia ser um fardo para ninguém, Grace. —Não há nenhuma maneira possível que você possa saber isso, mas você é um doce por dizer isso, de qualquer maneira. O cantil deixou sua mão. Ele podia sentir seu perfume e sabia que ela estava por perto. Suas palavras foram uma bagunça arrastada. —Você vai se lembrar de quem você é em breve. Lembrar tudo. — Lembrar-se de mim. —Algumas coisas são melhores deixadas esquecidas, Torr. Você precisa aprender a aceitar isso. Eu fiz.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Não era justo mentir para um homem que estava muito intoxicado para pensar direito, mas era o melhor. Ela não estava completamente certa quanto tempo Torr iria dormir, então começou a trabalhar de imediato. Algum cuidadoso fatiar através da perna da calça, e seu joelho inchado estava livre. O tecido estava tão apertado que deixou impressões em sua pele. Hematomas profundos coloriam o joelho e corriam até a metade de sua canela, mas eles tinham a cor de feridas de dias de idade. Enquanto observava, jurou que podia ver as cores doentias desaparecendo. Com cuidado para não machucá-lo, sondou a área, em busca de sinais de ossos quebrados. A sensação de sua pele sob seus dedos a distraiu, e teve de começar de novo e se forçar a prestar atenção. Ele amava outra mulher, e por causa disso, não devia ter se deixado sentir nada por ele em tudo, nem mesmo alguma distração feminina. Ainda não podia acreditar que ela o beijou. Ainda mais surpreendente foi que ele quase a beijou de volta. Se não fosse pela picada de dor que o disco dera, as chances eram de que ele teria feito muito mais do que apenas beijá-la. E ela teria deixado. Se sentir culpada o suficiente que beijou um homem que amava outra mulher. Se tivesse relações sexuais com ele, provavelmente não teria sido capaz de viver com ela mesma. Quem quer que era esta mulher, era uma idiota por não segurar Torr com as duas mãos e nunca deixá-lo ir. Ele era uma incrível combinação de doce e feroz, implacável e gentil. Sua raiva a deixava com medo, mas acreditava nele quando dizia que nunca iria machucá-la. Talvez isso a fazia tão tola como sua mãe foi de acreditar em seu padrasto. Pela milésima vez desde que teve essa única memória restaurada, Grace perguntou onde sua família estava. Se ainda estavam vivos. Se estiver procurando por ela. Se provasse a si mesma a Torr, talvez ele a levaria de volta para a Terra, onde poderia ter pelo menos uma chance de encontrá-los. Sabia como as coisas eram más lá. Como a Terra era perigosa. Demônios Synestryn vagavam livres, caçando a mínima gota de sangue Athanasian e a magia que carregava. Brenya disse a ela
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 que tinha um pouco disso correndo em suas veias. Em algum lugar na árvore genealógica de Grace houve um antepassado Athanasian. Isso a fazia vulnerável a ataques. Enquanto parte de Grace queria ficar aqui no mundo que conhecia e entendia, ainda sofria para ir para casa. Desejava fazer uma vida para si mesma com sua própria espécie. Torr era a chave para isso. Se pudesse convencê-lo de que não era fraca, que ele não tinha que protegê-la dos Synestryn, que não seria um fardo para ele, então talvez a levaria para casa. Ela viu a cintilação da luz do fogo sobre seu corpo. Ele estava sem camisa de novo, dando a seus olhos um banquete visual. O colar prateado que usava dançava com padrões de um redemoinho de luz e cor. Cada respiração expandia suas costelas e chamava sua atenção para a sua Marca da Vida e os intrigantes planos masculinos de seu corpo. O desejo de tocá-lo era esmagador. A única coisa que a segurava era respeito por ele e seu amor pela mulher sortuda. Mesmo que estava fora de alcance para ele, ele ainda se importava profundamente com ela. E enquanto Torr foi óbvio em sua atração por Grace, se recusava a ser uma substituta para a mulher que ele realmente queria. Por esse caminho estava sua destruição. Era melhor manter suas mãos para si mesma, guardar seu coração e esperar que havia mais homens como Torr lá fora. Infelizmente, se não houvesse, tinha certeza que ia acabar sozinha, porque a partir deste ponto, sabia que iria comparar todos os outros homens com ele. E as chances eram de que quando fizesse, eles viriam em falta. Ele se mexeu durante o sono, deixando escapar um gemido de dor. O som envolveu a sua volta, trazendo consigo uma memória de cheiro de antisséptico e zumbido de máquinas. Os ecos de memórias desvaneceram rapidamente, deixando ela se perguntando o que disparar. Sua dor a chamava num nível tão profundo que não podia negar. Ajoelhou-se ao seu lado, pegando sua mão. Desejava que houvesse mais que pudesse fazer para alivia-lo, mas fez tudo o que podia. Tudo o que restava para ela agora era olhar por ele enquanto dormia e curava. Por um momento, se permitiu perguntar o que seria ter o poder de Brenya para curar. Sabia que o ato não era divertido que cobrava seu preço mas não se importava. Poder como esse valia a
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 pena o custo. Ser forte o suficiente para ajudar as pessoas era percorrer um longo caminho para fazer através de sua fraqueza física. Ela gentilmente colocou a mão sobre o joelho de Torr. Seus dedos apertaram. Calor girou para cima de seu braço, ondulando por seu corpo até que se dissipou quando fluiu para o disco de metal nas costas. Enquanto se levantou para tomar seu lugar guardando seu sono, seu próprio joelho começou a doer como se tivesse estado de joelhos sobre uma rocha. Ela tentou andar para tirar a dor, mas uma viagem lenta em torno do perímetro do seu minúsculo acampamento não adiantou. Grace mancou até a bolsa onde Torr havia colocado a caixa segurando os cristais. A geada cobriu a superfície do couro. Ela tirou a caixa, estremecendo com o frio gelado que escoou para fora do recipiente envolto em sua camisa. Usou essa camisa para amarrar a caixa à seu joelho e deixou a ajuda do frio aliviar sua dor. Ela estaria melhor em breve. Tinha que estar. Ele precisava dela para protegê-lo enquanto dormia, para que pudesse proteger sua aldeia e todo mundo que amava uma vez que acordasse. Manteve uma vigilância constante para Masons e Hunters, para ouvir qualquer sinal de sua aproximação. Ela não ouviu nada. O frio contra seu joelho começou permear seu sangue quando o ar refrigerou e o céu escureceu. Ela se aproximou do fogo. O movimento despertou Torr. Seus olhos se abriram, piscando longe a nuvem de sono induzido por drogas. Ele deveria ter dormido muito mais tempo, mas talvez tenha jogado fora os efeitos da poção anti-inflamatória tão rápido como curava. Grace mudou seu corpo para esconder o joelho e rapidamente desamarrou a caixa. Ela não queria que ele se preocupasse. Ele estava ao seu lado, pairando sobre ela, assim que abriu a tampa. A luz azul pulsou fora, retardando instantaneamente o seu coração para combinar com seu ritmo. —O que você está fazendo com isso? — Questionou.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Apenas olhando eles. — Sentiu a mentira como ácido em sua língua, mas era melhor do que admitir sua fraqueza. —São perigosos. Precisam ficar frios. É por isso que Brenya nos deu a caixa. Fechou a tampa e amarrou a camisa esfarrapada de volta no lugar para mantê-lo fechado. Entregou a caixa para não ter que se levantar e guardar em sua bolsa. —Você está se sentindo melhor? —Sim. Meu joelho parece bem. Pensei que iria demorar mais para curar do que isso. Sua poção de pés sujos, me deu uma pancada violenta, mas funcionou maravilhas. — Colocou a caixa de volta onde pertencia. —Fico feliz em ajudar. —Diria que nós deveríamos ir andando, mas provavelmente é muito perigoso para você andar pela floresta durante a noite. Queria gritar com ele, dizendo que conseguiria, mas ele tinha acabou de dar a desculpa perfeita para ficar aqui, fora seu joelho dolorido. —Provavelmente é inteligente não arriscar. Ele deu um olhar engraçado, como se estivesse esperando que dissesse alguma coisa. —O quê? Nenhum argumento? Você está doente? —Claro que não. Você é capaz de ter boas ideias, não é? —Eu sempre pensei assim. Eu só não tinha certeza que você fazia. Se ele cutucasse mais, poderia descobrir o que estava acontecendo. Antes que pudesse acontecer, precisava distraí-lo. —Vou dormir por um tempo. Acorde-me quando estiver pronto para ir? —Claro. Ok. O que você quiser. —Apenas dormir. Rolou de costas para o fogo e a luz que punha fora. Um momento depois, os pés grandes de Torr encheram sua visão. Agachou-se ao seu lado. —Vou descobrir o que você está escondendo. —Não estou escondendo nada. —Você está, mas tudo bem. Vai me dar alguma coisa para quebrar a cabeça enquanto você dorme. —Realmente, Torr. Estou apenas cansada. Foi um dia louco.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Ele deu um aceno lento que não era nada animador. —Durma, então. Tenho certeza que vou descobrir isso no momento que você acordar. Então, vamos conversar. Grace fechou os olhos antes que pudesse ceder e rezou que haveria nada para falar pela manhã. Capítulo 19
Tori andou, esperando Brenya para libertá-la de seu castigo. Cortar Torr não estava certo. Ela sabia disso. Mas isso, essa tortura era mais do que merecia. Se soubesse que ia acabar aqui, o teria cortado mais profundo. Ela cobriu os ouvidos, tentando ignorar os gritos lamentáveis. Sabia que não seria preciso muito para fazer o ruído parar, mas seu voto para Brenya ficava na sua mão. Não podia matá-lo. Não hoje. Finalmente, quando não aguentou mais o barulho, caminhou até a caixa de madeira e olhou para dentro. O bebê estava com o rosto vermelho, o seu queixo balançando com a sua miséria. Cada longo grito terminava numa vibração sem fôlego, que colocava os dentes de Tori na borda. Disposta a fazer qualquer coisa para parar o ruído, pegou a criança chorando e segurou-a com o braço estendido. O cheiro de urina aguçou no ar. Estava molhado. Uma pilha de panos macios, limpos estava esperando para ser usada. Tori nunca mudou uma fralda antes, mas se isso levasse a criança a calar a boca, ela descobriria isso. Colocou o bebê na cama, prendendo-o lá com uma mão enquanto alcançou o que precisava. A gritaria continuou, perfurando seu caminho para seus ouvidos. Tudo o que podia pensar era na forma como as crianças trancadas naquelas cavernas com ela gritavam quando estavam sendo feridas. O gosto amargo de bile subiu na parte de trás de sua garganta. Engoliu para baixo e despiu a criança aos berros. O pano limpo foi no caminho que o sujo saiu, e em poucos segundos Tori conseguiu a tarefa. Segurou o bebê contra o peito para verificar a parte de trás de seu trabalho, e imediatamente a gritaria parou.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Silêncio feliz encheu o berçário e deu a Tori algum espaço para respirar. Colocou o bebê de volta em sua caixa, e os gritos começaram novamente. A pele de Tori encolheu até seu pescoço, tentando trabalhar seu caminho em seus ouvidos para bloquear o ruído. Estava desesperada o suficiente para que até mesmo colocasse o bebê de volta contra o peito, esperando que isso o acalmasse novamente. Fez, que era mais do que um pequeno milagre. Tori foi até a porta, onde sua captora montava guarda um dos soldados de Brenya, que estava disposta a obedecer a qualquer ordem dada. Abriu a porta o suficiente para dizer: —O bebê está quieto. Estou pronta para sair agora. —Ela está dormindo? — Perguntou o guarda. —Não. —Então você não terminou ainda. — O guarda fechou a porta. Tori olhou para seu castigo. —Durma, — ordenou. A pequena coisa piscou, mas isso foi tudo. Tori poderia fazer isso dormir. Cobrir seu nariz e boca. Apenas o tempo suficiente para que começasse a fechar os olhos. Moveu a mão para fazer exatamente isso, mas encontrou-se congelada, incapaz de completar o movimento. —Estúpido fodido voto—, ela rosnou. —Que diabos devo fazer com você agora? O bebê piscou novamente. Isso era meio que bonito para uma gritadora criatura careca. Cílios pretos longos varriam fora de seus olhos, molhados de sua crise de choro. Suas íris eram verde pálidas, como as plantas recém germinadas na Terra. Se Tori olhasse duro o suficiente, podia ver um pouquinho de movimento nelas uma espécie de turbilhão preguiçoso de prata e verde, que entregava a herança da criança. Tori não sabia qual a cor dos olhos que seu bebê teve antes de morrer. Ela não se preocupou em olhar. Uma onda de raiva inchou sob sua pele. Seu aperto sobre a criança intensificou. Mas em vez de gritar de dor e arrastar a guarda de Tori aqui, a criança bocejou. Não o machucou. Seu voto o manteve seguro.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Tori foi para a única cadeira na cabana e se sentou. A cadeira balançou debaixo, lembrandoa de uma vez, quando balançou suas bonecas para dormir quando criança. Foi uma garota de verdade, então, não a coisa lamentável, vazia, que era agora. O que quer que ela era, o bebê não parecia se importar. Ele só olhava enquanto ela o embalava num braço e começou a balançar. O movimento rítmico lento teve um efeito calmante. Depois de alguns minutos, a raiva que vivia com ela todos os dias escorreu, deixando uma sensação em branco estranha. Se não soubesse melhor, teria pensado que era paz. Tori inclinou a cabeça para trás e continuou balançando. Não tinha nem ideia de quanto tempo passou quando finalmente olhou para baixo. O bebê estava dormindo. Tori estava livre de sua punição. Tudo o que tinha que fazer agora era se levantar e colocar a criança em sua caixa. Por que, então, não se levantava? Por que estava ainda sentada aqui quando há caça a fazer? Matar era mais divertido do que essa tortura. Não tinha? Não tinha mais certeza. Tudo o que sabia era que havia uma espécie de calma dentro dela pela primeira vez em anos. Até mesmo os gritos em sua cabeça estavam em silêncio, e isso fazia parte dela por tanto tempo, que não percebeu que estavam lá até agora. Talvez a caça podia esperar. Sempre iria ter coisas para ela matar. Este precioso silêncio ia acabar em breve. Então seria apenas ela e os gritos torturados em seu crânio.
**** Foi um longo tempo desde que Torr praticou com quaisquer outras armas do que sua espada, mas passou pelos movimentos de luta com um martelo de guerra, repetindo exercícios desde a sua juventude. Sua técnica estava um pouco enferrujada, mas o conhecimento ainda estava lá. A cada balanço, seu corpo fluía mais facilmente, estabelecendo-se no ritmo familiar. Quando chegasse a hora, estaria pronto para enfrentar o Warden. Amanhecer se espalhou pelo céu, transformando-o de preto para vermelho. Os animais da floresta começaram a aquietar, e o aroma das folhas úmidas de orvalho encheram o ar.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Grace dormia do outro lado do fogo morto. Assim que percebeu que adormeceu, apagou-o de forma a não atrair companhia. Ela apenas se mexeu durante a noite, mas cada vez que fez, deixou escapar pequenos sons cheios de dor, que rasgaram seu coração. Ela não foi feita para esta vida. Merecia estar segura, rodeada de coisas suaves e bonitas que a faziam feliz. Mais uma vez, ele se lembrou de como errado ele era para ela o quão distantes seus mundos realmente eram. Ele não sabia como deixá-la ir. Ela abriu os olhos e olhou para ele. Todo o seu corpo reagiu ao seu olhar. Um leve arrepio de prazer correu através de sua pele, e um chiado de excitação percorreu ao longo de sua coluna vertebral, vibrando o disco entalhado, uma vez que passou. Queria deslizar ao seu lado e levá-la em seus braços, enquanto, ao mesmo tempo sentia a necessidade de afastá-la para sua própria segurança. —Dormiu bem? — Questionou. Ela se espreguiçou e bocejou. O movimento empurrou os seios para ele de uma forma completamente inocente, completamente inebriante. A vontade de tirar aquela túnica e sugar seus mamilos era forte o suficiente para fazer suas pernas tremerem. —Eu fiz. Você teve algum descanso? —Não preciso de muito. —Deve ser bom. — Ela se sentou e passou os dedos pelo cabelo despenteado. Ela parecia como imaginava que faria depois de uma longa noite de maratona de sexo. A imagem teve seu pau inchando com velocidade dolorosa. Quando falou, sua voz estava grossa com a luxúria que não podia controlar. —É hora de voltar para a aldeia assim que você puder ver bem o suficiente para viajar. —E os cristais? —Vou usá-los depois que deixar—, disse Torr. —O que você vai fazer com eles? —Fechar o portal. —Você nem sabe onde está. —Vou encontrá-lo.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —Como? —Vou seguir os Masons. Eles foram enviados aqui para construí-lo. Meu palpite é que eles só vão gastar tanto tempo quanto precisam construindo Hunters. Uma vez que pensam que têm o suficiente para protegê-los e seu trabalho, vão voltar para sua tarefa primária. —Você acha que eles vão abrir um portal para a Terra? —Talvez. Poderia abrir para Athanasian, mas prometo a você que onde quer que leve, há todos os tipos de coisas desagradáveis que não queremos vindo aqui. Brenya controla a Pedra Sentinela na aldeia, mas não terá qualquer controle sobre o que flui através desse. —Uma vez que destruir o portal, o que para parar o Solarc de enviar outro grupo? —Brenya parece pensar que, se ela não tem uma mão diretamente em destruí-los, o Solarc assumirá que não está aqui. —Porque se estivesse aqui, ela ia lutar de volta. —Exatamente. —Não gosto disso—, disse Grace. —Nem eu, mas tendo a acreditar que Brenya sabe o que está fazendo. Se ela acha que este é o nosso melhor tiro, então esse é o meu plano. —Quero ajudar. —Eu sei, mas a maneira como você faz isso melhor é ficando fora de perigo. Se estou preocupado com você, não consigo pensar direito. Ela olhou para o chão da floresta, franzindo a testa. —Essa é a maneira como me sinto, também. — Quando seu olhar se levantou, estava brilhando com determinação. —É por isso que vou com você para seguir os Masons. Sei que acha que sou fraca, mas posso ajudar. Vou ajudar, Torr. —Não acho que você é fraca, mas existem alguns trabalhos que não são adequados para você. Batalha é um deles. —As vidas de todos que amo está em perigo. Você não pode me pedir para apenas sentar e esperar pelo melhor. —E você não pode me pedir para colocá-la em perigo. —E se você ficar ferido? Ou pior? Como Brenya sequer saberá que precisa convocar reforços?
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Torr decidiu que era melhor não dizer que achava que Brenya não tinha energia suficiente para convocar ninguém. —Tenho certeza que ela tem seus caminhos. —Ela está fraca, Torr muito fraca, e esticada para manter a aldeia protegida. —E ela provavelmente está preocupada com você agora. Isso não vai ajudá-la a recuperar sua força. Grace foi direto em seu rosto e enfiou o dedo no peito dele. Sua expressão era feroz, lembrando-o das donzelas que batalharam em sua juventude, que ajudaram a abater exércitos inteiros por pura força de vontade. —Estas são minhas pessoas. Estou ajudando, com ou sem a sua permissão. Você pode me deixar trabalhar com você ou vou descobrir uma maneira de ser útil eu mesma, mesmo que isso signifique atrair os Hunters longe da aldeia derrubando através da floresta, então serei fácil de encontrar. Ela faria isso também. Torr pôde ver que não estava blefando. —Eu deveria amarrá-la a uma árvore. —Talvez. Mas você não vai. Você jurou proteger os seres humanos, o que significa que estaria muito preocupado com o que pode acontecer comigo se um desses Hunters viessem cortando. —Meu voto também significa levar você de volta para a aldeia, onde estará segura. —Mas não estarei segura lá, porque não vou ficar lá. E você não pode me fazer ficar se não estiver lá comigo. Até mesmo Brenya não pode me fazer ficar. Isso significa que o lugar mais seguro para mim, é ao seu lado. — Ela inclinou a cabeça e sorriu. —Como é que funciona seu voto? —Não bem em tudo—, disse ele entre os dentes cerrados. —Você não está jogando limpo. —Não, acho que não estou. Eu diria a você que me sinto mal por manipular você, mas isso seria uma mentira. —Então você não vai mentir, mas vai manipular. —Para salvar a sua vida? Com certeza. —Você tem claramente pouca fé em mim, se acha que não posso lidar com isso sozinho. —Na verdade, tenho certeza que pode lidar com isso. Mas as coisas dão errado. As pessoas se machucam. Lembre-se de seu joelho machucado? Não quero um pequeno erro sendo a diferença entre toda a sobrevivência da minha aldeia ou não. Pelo menos, se estou aqui com você, posso correr e avisar os outros de que o perigo está a caminho.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Ela não ia ceder. Viu esta aparência exata em seu rosto antes, e enquanto era a pessoa mais doce, mais altruísta que já conheci, também nunca deixava ninguém ficar no seu caminho de fazer o que achava que era certo. Obviamente ela pensava que se colocar em perigo estava certo. —Você vai fazer exatamente o que digo quando digo? — Questionou. —Provavelmente não. Não é a resposta que ele pensou que ia ter. —O quê? —Eu já joguei este jogo com Brenya vezes suficientes para saber como vai. Primeiro você me leva a concordar com alguma coisa. Então, me convence a fazer alguma promessa vaga que parece inofensiva. Uma vez que tem isso, então, me diz para fazer algo que não quero fazer e sou obrigada a obedecer. Esfreguei panelas suficientes para ter aprendido a lição. —Que lição é essa? —Não fazer promessas aos mais poderosos do que eu. Ele queria estrangulá-la, ou melhor ainda, jogá-la por cima do ombro e levá-la de volta para a aldeia, onde iria amarrá-la a uma árvore. —Você pode muito bem aceitar a derrota—, disse ela. —Você não pode me obrigar a fazer o que quiser sem me machucar, o que sei que não vai fazer. Ela estava certa, e ao mesmo tempo a sua confiança de que não a machucaria foi humilhante, o fato de que conhecia de seus limites o deixou em uma posição enfraquecida. —Você vai fazer o que digo—, alertou. Ela sorriu docemente. —Qualquer coisa é possível.
**** Grace esperou até que Torr virou as costas antes de deixar cair o sorriso. Seu joelho a estava matando. Ela fez o seu melhor para encobrir, mas sabia que não ia ser capaz de esconder sua dor por muito tempo. Eles arrumaram o acampamento, e ela acenou para Torr liderar o caminho de volta para o riacho onde mataram temporariamente o Mason. Se ele estivesse na frente, não tinha que esconder o quão difícil era para se manter.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Cada passo enfiava um raio por sua coluna, mas conseguiu manter o ritmo que ele estabeleceu. Quando ele finalmente parou na beira do córrego, estava suando e tremendo de dor. Algo sobre a postura dele avisou-a para o perigo. Ele estava muito quieto. —O que há de errado? — Ela perguntou. —O Mason se foi. Não vejo sequer um único grão de areia. —Podemos ver se estão de volta naquela cratera, fazendo mais Hunters. Ele se virou e a olhou de cima a baixo. —Como estão os cortes em suas coxas? Ok. Então, ele percebeu que ela estava com dor, mas não adivinhou o porquê. Ela podia trabalhar com isso. Pelo menos não sabia que tinha ainda outra lesão. —Estão doloridos, mas estou bem. Posso continuar. Sua boca torceu um pouco, como se estivesse segurando uma maldição. —Vou ajudar você subir numa árvore. Então, vou correr até a cratera e checar as coisas. Você vai ficar onde eu colocar você, ou então, Deus me ajude, vou encontrar uma maneira de convencer a maior, mais forte mulher da aldeia para se sentar em você e mantê-la refém. Porque o joelho doía muito para discutir, ela não fez. —Tudo bem. Vou ficar, mas se você não voltar rápido, vou assumir que algo deu errado e vou encontrá-lo. —Concordo—, disse ele. —Vou estar de volta dentro de uma hora. Torr a ajudou a subir numa árvore espessa. A copa densa de folhas azuis metálicas escondeu bem sua posição. Ele trotou fora e estava de volta dentro de quinze minutos. Sua expressão era sombria. Ela perguntou: —O quê? —Eu fui muito tarde. Os Mason se foram, e não tenho ideia para onde foram.
Capítulo 20
Brenya cumprimentou Torr, agarrando a orelha e arrastando-o para sua cabana. —É bom ver você, também, — ele disse a ela entre os dentes cerrados. O tom de voz da mulher mais velha era nítido e gelado. —Você esteve fora por muito tempo. Me preocupei.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Ele deu um passo para trás, quase rasgando a orelha para conseguir que ela soltasse. —Sinto muito por isso. Nós entramos em problemas. —É claro que vocês entraram. Por que outra razão precisei enviar você, se não para lidar com problemas? —Tivemos que abrandar algumas vezes. Primeiro, tivemos que lidar com Grace perto da hipotermia, então meu joelho estourou. E ambos Grace e eu sentimos a necessidade de parar e alertar as mulheres da aldeia do sul sobre os perigos que os Hunters representam. Nós fizemos o melhor que podíamos. Apenas esteja feliz por termos voltado inteiros. —Inteiros? Grace está mancando. —Notei isso também. Ela tentou esconder, assim joguei junto. Ela tem isso em sua cabeça que é fraca, e não acho que é bom fazê-la se sentir assim. A boca de Brenya apertou com sua carranca. —Jogo estúpido. Mandei-a com você para que aprenda a confiar em você. Como pode fazer quando eu já não tenho certeza que você é digno? —Espere um minuto. Que diabos isso quer dizer? —Será que você pediu a ela para curá-lo? —Não. Você conhece Grace. Ela apenas decidiu fazer isso por conta própria. Eu não poderia tê-la impedido de fazer aquela mistura desagradável se eu tivesse tentado. —Mistura? —Sim. O suco de nocaute que ela me obrigou a beber aquele que ela disse que você ensinou como fazer. A raiva de Brenya desapareceu entre um segundo e o próximo. Pareceu esvaziar, ficando menor e mais velha num instante. —Você não pediu a ela para usar os discos para curar seus ferimentos? —Claro que não. Nunca faria isso. Nem sequer sabia que era possível. —É. Enquanto ela está conectada a você, ela pode escolher tomar suas doenças. Eu esperava que ela levaria mais tempo para aprender o truque. De repente, as peças clicaram juntas na cabeça de Torr. —Você está me dizendo que a razão pela qual Grace está mancando é porque ela curou meu joelho? —Sim. Essa é a forma como o dispositivo funciona. Ela toma a lesão para si mesma. —Mas o que dizer das outras vezes que fui ferido? Ela não se machucou, então.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 —A cura deve ser uma escolha consciente. Uma vez que a escolha é feita, não pode ser parada. E quanto mais ela vem para cuidar de você, mais fácil será para ela ativar a magia dos discos. Torr podia ver Grace agora, sentada ao lado dele, desejando que pudesse fazer mais para aliviar sua dor. —Foda—, ele cuspiu furioso por não ter visto isso chegando. —O que vamos fazer agora? —Espero que ela ainda não entendeu o que fez. Espero que permaneça ignorante o suficiente para você livrar Temprocia dos asseclas do Solarc e ela se estabelecer em seu verdadeiro lar. —Ela é inteligente, Brenya. Ela vai descobrir isso rápido. —Então, sugiro que você se esforce mais para limitar seus ferimentos. Seu corpo pode suportar muito mais abuso do que ela. Se ela decidir curar a ferida errada... Ele ergueu a mão para impedi-la de dizer mais nada. —Acredite em mim, eu sei. Grace não ia parar. Assim que descobrisse o que podia fazer por ele, ela o faria. Mais e mais, até que fosse tarde demais. Ele ia perder ela, tudo porque ela não tinha senso de autopreservação. —Vejo que você entende a situação com clareza—, disse Brenya. —Nós temos os cristais agora. Tudo o que resta é você descobrir onde o portal está sendo construído, esperar sua conclusão, em seguida, destruí-lo. Há um lugar que você deve ir. Um lago a quilômetros daqui. —Você pode lidar com as coisas aqui, se eu sair? —Vou fazer o que preciso, como sempre fiz. — Sua expressão mudou num instante, passando de aceitação do cansaço ao medo. —Minhas defesas vacilam. Não estou exercendo energia suficiente. Você deve ir para o perímetro ocidental. Agora! —Por que? — perguntou Torr. O grito de medo de uma criança rasgou o ar e ele já não precisava de uma resposta. Sua resposta ao som era ao mesmo tempo primordial e imediata. Irrompeu pela porta da cabana, correndo em direção a esse som aterrorizado um que ouviu muitas vezes antes para confundi-lo com qualquer outra coisa. Quando chegou a Pedra Sentinela, viu o corpo de uma mulher deitada no chão numa poça de seu próprio sangue. Perto, estava a menina com o cabelo loiro-branco, que quase foi comida pelo lagarto quando ele chegou. Olhava para a visão sangrenta, gritando e imóvel.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 A poucos metros de distância estava um Hunter de pedra lustrosa. Um de seus olhos girou até que estava olhando para Torr. No momento em que o viu, atacou a menina, ainda com o sangue de sua primeira morte.
**** Num segundo Grace estava tomando uma bebida do poço, no outro estava na cabana de Brenya, com a concha pingando na mão. O flash de luz do portal ainda estava cegando-a quando a outra mulher agarrou seu braço. —Não posso ser vista pelo Hunter—, disse a Grace. —Vou levar as outras para a aldeia do sul. Você não deve deixar os invasores nos encontrar lá. Mantenha-os ocupados. —Como? Lá fora, os gritos de medo se misturavam em discordância com os da batalha. De todos, os altos, gritos ferozes de Tori eram os mais altos e mais fáceis de reconhecer. Dedos secos se estabeleceram na testa de Grace, apenas quando sua visão estava começando a clarear. No mesmo instante, todas as suas dores e sofrimentos desapareceram. —Isso é tudo o que posso ensinar—, disse Brenya. —Não há mais tempo. Pressão construiu por trás dos olhos de Grace, até que tinha certeza de que em breve iria saltar de sua cabeça. Tão rápido quanto a sensação veio, passou, deixando-a tonta e desorientada. —O que foi isso? —Conhecimento. Ele irá revelar-se quando você precisar. Sinto muito. Tinha esperança de poupar você disso. —Me poupar do quê? Não entendo. —Eu sei, minha filha. Mas você vai. Muito em breve. — Ela pegou a caixa de cristais que Torr havia coletado. —Venha para estes, se você viver. Vou protegê-los até a hora certa. Antes que Grace pudesse fazer mais perguntas, Brenya desapareceu num flash de luz. Todos os gritos do lado de fora de repente pararam. Pânico atravessou Grace empurrando-a para frente sobre pés dormentes. Ela passou voando pela porta, tão rápido que alguns dos paus que era feita quebraram. Tinha certeza de que todo mundo do lado de fora estaria morto, morto pelo que quer que tivesse atacado.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Em vez disso, não viu ninguém, mas Torr e uma das mulheres Athanasian, que só recentemente veio aqui para ter seu filho. Ela foi tão terrivelmente morta, que seu corpo estava quase irreconhecível. Todo mundo desapareceu. Brenya. Ela fez isso. Isso é o que ela quis dizer, levando todos para a aldeia do sul. Ela havia os tele transportado para lá, deixando apenas Grace e Torr para trás. Mas por quê? Assim que seus pensamentos tocaram a questão, a resposta brilhou em sua mente em detalhes vívidos. O Hunter matou uma das mulheres Athanasian uma das filhas do Solarc. O Hunter iria relatar essa morte para os Mason, que então relatariam para o Warden, que iria informar o Solarc. Se este Hunter não morresse, então o Solarc saberia que suas filhas estavam se esgueirando pelo portal. Ao anoitecer, todo este mundo seria invadido com uma força tão poderosa que até mesmo a magia de Brenya não seria capaz de mantê-los na baia. —Você tem que matá-lo, — ela gritou a Torr. Seus músculos agruparam pelo esforço do combate. —Estou trabalhando nisso. O Hunter começou a recuar em direção à linha de árvores. Se ele ficasse muito mais longe, poderia desaparecer dentro da floresta e eles o perderiam. Grace não podia deixar isso acontecer. Agarrou a arma mais próxima que pôde encontrar - o machado usado para rachar lenha. Ela passou horas suficientes com esta ferramenta em suas mãos para que se sentisse confortável lá. E, embora sabia que não era páreo para o Hunter, poderia ao menos manter sua atenção. Correu em direção à criatura, arma levantada, gritando como uma louca. Um de seus olhos girou em sua direção. —Para trás! — Ordenou Torr, mas ela o ignorou. Chegar perto o bastante da coisa para ele cortá-la pela metade, não era uma opção, mas esse não era seu plano. Tudo o que tinha a fazer era ficar um pouco mais perto. Pelo canto do olho, viu a velocidade do corpo de Torr quando lançou uma série de golpes graciosos. Ela não se atreveu a olhá-lo diretamente. Ela não podia ter a distração. Seus pulmões estavam queimando pelo tempo que se aproximou o bastante para arremessar o machado na lateral do Hunter. Proporcionou um grande alvo plano, que mesmo ela não podia perder a esta distância.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 A cabeça dura do machado bateu na extremidade superior do Hunter, derrubando-o sem equilíbrio. Pequenas lascas de rocha negra choveram de onde bateu, congelando no chão onde quer que tocaram. Ele recuperou seu pé e virou-se para encará-la e atacar. Torr foi mais rápido e quebrou-o com um golpe brutal do martelo do Mason. Talhos vermelhos abriram em sua pele onde os cacos o atingiram. Ele esquadrinhou a área, em busca de mais inimigos. Seu peito se movia pesadamente com cada respiração, e a expressão em seu rosto era terrível o suficiente para ter Grace se afastando. —Fique onde posso ver—, ele retrucou. Ela reprimiu a vontade de correr, mas não tinha certeza se era porque queria aliviar sua preocupação ou porque não queria provocá-lo a persegui-la. Essa era uma corrida a pé, que sabia que não podia ganhar. Quando estava convencido de que não havia mais Hunters aqui, ele se virou para ela. Estava furioso. Seu rosto estava vermelho, seus olhos âmbar praticamente salientes com a força de sua raiva. Deu um grande passo para frente. Agora ela desejava que tivesse corrido. Tropeçou para trás e tentou puxar uma respiração, apesar de seu pulso martelando. O ar frio ficou preso na garganta. Não podia gritar, não conseguia respirar. Ela se sentiu assim antes, e quanto esse conhecimento veio a ela, assim fez a memória.
Sua casa foi invadida por demônios. Ela e seu meio-irmão estavam tentando desesperadamente ficar quietos. Ele tinha um taco de golfe nas mãos, seu corpo jovem, magro tremendo de medo. Ela segurava a pistola que seu padrasto guardou na sua gaveta de meias. Ele não precisava mais disso. Ele estava morto na sala de estar, demônios deleitaram-se em sua carne. Foi melhor do que ele merecia. Ela ainda não podia acreditar no que viu, ainda não conseguia encontrar um lugar em sua mente para essas criaturas se adequar. Eles eram muito torcidos e assustadores para ser reais. Tão aterrorizantes como eram, o que realmente a assustava era o corpo em coma de sua mãe, deitado indefeso no quarto dos fundos, cercado por máquinas e tubos que a mantinham
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 viva. Uma vez que os demônios tivessem terminado com seu padrasto e viessem em busca de mais comida, a única coisa entre eles e a mãe de Grace era ela, seu irmão mais novo, um taco de golfe instável, e uma arma ainda mais insegura. A porta para o quarto dos fundos se abriu. O demônio era enorme, com fileiras de dentes amarelos revestidos em vermelho sangue. Isso, e os olhos. Incandescentes, verde doentio. Ela deu um passo na frente de Blake e disparou. Cada bala empurrou o monstro de volta alguns centímetros e o tornou mais furioso. A arma clicou. Vazia. O grito de raiva estridente que Blake berrou quando ele atacou. Grace agarrou-o em torno do seu meio e arremessou-o de volta para a mãe. Um estrondo soou na sala de estar. Grunhidos masculinos baixos e o tapa molhado de carne cortada batendo no piso de madeira. O demônio atacou.
Grace piscou, chocada ao perceber que estava em sua pequena aldeia, de pé apenas alguns metros de distância da pequena cabana que chamava de lar. Mas esta não era a sua casa. Não era mesmo o seu mundo. Torr estava na frente, segurando seus ombros como se temesse que ela fosse tombar. Preocupação alinhada seu rosto e fez seus olhos âmbar queimar brilhantes. —Respire, querida. Não tinha certeza do que ele queria dizer até que sentiu a queimadura em seus pulmões. Ela estava segurando a respiração contra o terror de sua memória. Forçou a boca aberta, o ar forçado em seus pulmões. Era uma estranha mistura de calor do verão com o turbilhão dos tentáculos frios da presença do Hunter. Ele deslizou seu cabelo atrás da orelha e inclinou seu queixo para olhar para ele. —Melhor? Ela assentiu com a cabeça. Inspirando. Mãe. Esteve tão impotente. Se os monstros chegaram a ela? Se tivessem alcançado Blake? —Acho que toda a minha família está morta—, ela sussurrou. Uma pausa chocada passou. —Você teve outra memória? —Sim. Demônios invadiram nossa casa. Comeram Jerry. Blake e eu estávamos protegendo mamãe. — Ela teve que forçar outro fôlego. —Não sei se eles sobreviveram.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Sua expressão ficou em branco. Ele a soltou e se afastou para onde a Pedra Sentinela esteve momentos antes. A pequena depressão foi deixada no chão. Pequenos insetos se mexiam para se esconder dos sóis. Brenya levou isso também. Torr examinou a floresta, tornando impossível pra ela ver seu rosto. —Tenho certeza que estão bem—, disse ele. Enfrentar sua preocupação era de algum modo mais difícil sem seu toque. Isso a fez se sentir completamente sozinha. Fraca. —Você não sabe disso. —Você deve tentar manter o pensamento positivo. As coisas aqui são duras o suficiente sem você pedir emprestado problemas. —Eu só gostaria de saber a verdade. —Talvez você vá—, ele disse, com a voz estranhamente plana. —Talvez um dia você vá lembrar tudo. —Toda a memória que tenho é uma porcaria. Você pensaria que haveria pelo menos algumas boas lá, também. Ele a olhou, então, finalmente derramou qualquer que fosse o arrepio que veio sobre ele. Havia necessidade flagrante em seu rosto, tão gritante que era quase desespero. —Espero que sim, Grace. Não tinha ideia do que fazer com o seu comportamento estranho. Talvez todos os Theronai eram como ele, quente e frio depois de uma batalha. Não podia ter certeza. O único outro que ela conhecia era Tori, que estava sempre queimando quente, cada ação alimentada pela raiva. Torr fez um círculo completo na área antes de voltar para onde esperava, tentando se recompor. —Eu vi a luz quando todos desapareceram. Brenya? —Sim. Ela disse que estava levando todos para a aldeia do sul. —Ela não levou todos. Você ainda está aqui. —Ela queria que eu dissesse que ela tem os cristais e que devemos buscá-los quando for a hora certa. —Eu teria descoberto isso por conta própria sem ela usar você como um mensageiro.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Grace se recusou a deixar seu tom brusco insultá-la. Ela o ajudou nessa luta, e nada que pudesse dizer mudaria isso. —Essa não é a única razão pela qual me deixou para trás. Ela me deu informação. —Que informação? O conhecimento sobre o Hunter e sua conexão com o Solarc chegou a ela, de repente, quando precisou. Assim como Brenya disse. Enquanto aquele pequeno pedaço do quebra-cabeça estava agora no lugar, Grace podia sentir mais deles, ainda escondidos em sua mente. Eles estavam lá o seu peso era facilmente reconhecível mas não podia alcançá-los à vontade. Como todos os pedaços de memória que recuperou, o conhecimento viria a ela quando viesse, e não havia nada que pudesse fazer para acelerar esse processo. Ao invés de dizer a ele que não sabia o que a informação era, ela ergueu o queixo. —Vou dizer quando você precisar saber. Ele andou até ela, seu maxilar definido de uma forma que a fez querer virar e correr. Apenas a certeza de que não ia machucá-la a fez segurar seu chão. —Você vai me dizer agora—, ordenou. —Não. Sua grande mão rodeou sua garganta. O toque era firme, mas cuidadoso. Seus dedos eram tão longos que chegaram a toda a volta de sua nuca, onde o calor de cada ponta do dedo a marcou. Seu polegar roçou através de seu pulso, fazendo com que um exército de formigamentos marchassem por sua espinha. Ele olhou fixamente para sua boca por um momento, muito longo tempo suficiente para fazêla pensar em beijá-lo novamente então olhou em seus olhos. —Posso fazer você me dizer, Grace. — Foi uma ameaça, mas não para infligir dor. Esta ameaça era muito mais mortal, com o olhar e o toque prometendo algo muito mais potente do que a dor. Prazer. Sua voz tremeu quando falou, e ela sabia que ele podia sentir essa fraqueza vibrar contra a palma da mão. —Você pode tentar. Tenho certeza que vou desfrutar do seu esforço. Mas todo mundo está contando com você para dirigir de volta a invasão. Ele ficou em silêncio por um longo tempo, seu único movimento o constante aumento e queda de seu peito. Ela se perguntou se deveria recuar, longe do seu toque, mas gostava da sensação de
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 sua mão em sua pele demais para se mover. Mesmo com raiva e coberto de cortes de batalha, ele ainda possuía um tipo de beleza hipnotizante que tornava difícil desviar o olhar. —Aparentemente, eles estão contando conosco—, disse ele. —Qualquer informação que Brenya deu, tem um propósito. Grace assentiu. —Nunca soube que ela fizesse qualquer coisa sem, pelo menos, três razões. —E ela provavelmente nunca diz qualquer uma delas quando você pergunta. —Agora você está pegando. Ele fechou os olhos e soltou um longo suspiro. Então, acenou para si mesmo, como se tivesse feito alguma decisão difícil. —Primeiro, enterrar os mortos. Então vou te levar até a aldeia do sul. Se Brenya não está disposta a responder às nossas perguntas, então não vamos cooperar com ela até que ela faça. —Todo mundo faz o que Brenya quer. Isso é apenas a maneira como o mundo funciona. —Bem, sou de um mundo diferente. Ela precisa de mim. É tempo que ela comece a agir como ele. Grace conteve um gemido. Seu plano poderia terminar apenas de uma maneira: mal.
Capítulo 21
Torr deu a Grace uma lista de coisas para recolher da aldeia, enquanto cavava a sepultura para a mulher Athanasian. Para ele não parecia certo enterra-la tão longe de sua casa e família, mas era o melhor que podia fazer por agora. Talvez Brenya fosse capaz de mandá-la para casa, mas mesmo que fizesse, as chances eram de que iria levantar questões melhor deixadas sem ser questionadas. Ele sentiu Grace se aproximar um momento antes de falar atrás dele. A sua presença queimava ele como um incêndio, destruindo todos os outros pensamentos. Mesmo os maus. Havia uma espécie de magia calma nela que ele nunca encontrasse em qualquer outra pessoa. Ela dava paz numa vida que foi preenchida com demasiada guerra. —Gosto do lugar que você escolheu—, disse ela. —É bonito aqui. A pequena clareira dentro da linha das árvores tinha um espesso tapete de terra coberto com a cor safira. Era longe o suficiente da aldeia para não arriscar a contaminação do seu poço de água,
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 mas ainda dentro da vista de onde a Pedra Sentinela recentemente se levantou. A copa de folhas brilhantes sombreava a área, e o resto da floresta dava uma sensação de privacidade. —Pensei assim também. Você acha que ela aprovaria? —Realmente não a conheci, mas tenho certeza de que faria. —Você não a conhecia? —Ela apenas chegou através da pedra, esta manhã. Eu chegaria a conhecê-la nos próximos meses, enquanto ela carregava seu filho a termo. —Ela estava grávida? Grace assentiu. —As mulheres que vêm aqui quase sempre estão. Torr entristeceu por ambas as vidas perdidas aqui hoje, mas não se deixou atrasar ou chafurdar nisso. Havia muito que fazer, muitas mais vidas em jogo. —Você conseguiu o que pedi? —Tenho a comida e água, juntamente com alguns suprimentos médicos. — Seu olhar se fixou em seu peito, e o sangue e sujeira o cobrindo. —Você deveria me deixar usar alguns deles em você. Alguns desses cortes são profundos. Enquanto ele observava, uma linha fina de corte abriu ao longo de seu braço, no local exato onde ele estava ferido. Ela estava curando-o novamente, sem sequer tentar. Ele não se atreveu a chamar a atenção para isso por medo de que ela iria perceber que estavam ligados pelos discos de cura e começasse a fazer perguntas. Pior ainda, podia começar a usar o poder de propósito. Até agora, a sua cura acidental foi mínima. Isso podia mudar a qualquer momento. ―Já estive pior. Eles vão curar rapidamente,― disse ele casualmente, esperando que ela esquecesse tudo sobre as suas feridas. ―E quanto a armas? Você achou alguma? ―Procurei na cabana de Brenya. Não havia mais cristais ou qualquer coisa que parecia uma arma. Principalmente apenas livros, frascos e garrafas. Tudo sem rótulos. ―Tinha certeza de que ela tinha algum tipo de esconderijo lá dentro. ―Se assim for, está escondido. Havia algumas lanças na área de prática e alguns espadas que Tori usava. ―Não exatamente os artefatos mágicos que estava esperando. ―Você quer procurar você mesmo? ― ela perguntou. ―Não há tempo. Temos que encontrar o local que os Mason estão usando para construir o portal antes que abram e estamos ferrados.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Assim que ele disse as palavras, Grace ficou pálida e com um olhar distante como o que ela tivesse antes de dizer a ele que achava que sua família estava morta. Levou toda a sua força de vontade para não contar a verdade a ela. Blake ainda estava vivo. Ela ainda tinha um irmão que a amava e sentia sua falta. Sua mãe não sobreviveu ao ataque Synestryn, mas Torr conseguiu salvá-la e seu irmão naquela noite. À noite em que foi paralisado. Escuras, emoções furiosas fervilhavam logo abaixo da superfície. Ele não podia pensar naquele tempo agora não quando havia tantas pessoas precisavam para estar no topo de seu jogo. Torr alcançou Grace, tanto para confortá-la e acalmar-se. Havia magia em sua pele, e ele não se importava de utilizar o contato físico para se mantiver firme e forte para ela. Levou toda a sua força de vontade para não contar a verdade a ela. Blake ainda estava vivo. Ela ainda tinha um irmão que a amava e sentia sua falta. Sua mãe não sobreviveu ao ataque Synestryn, mas Torr conseguiu salvar ela e seu irmão naquela noite. ―O que é? ― Questionou. Ela deu um pequeno aceno de cabeça. ―Nada. Devemos ir, no entanto. ―Isso não foi nada. Diga-me. ―Você mesmo disse que não há tempo. Vamos fazer o que temos de fazer e avançar. Leste. ―Leste? Você parece certa. Será que Brenya disse? ―Vamos falar sobre isso mais tarde. Vou voltar e pesquisar em sua cabana novamente para o armazenamento escondido. Ela saiu correndo antes que pudesse detê-la. Tão rápido quanto estava se movendo, ele sabia que havia definitivamente algo em sua mente. Ele tentou ignorar a picada de insulto que seu silêncio causou. Houve um momento em que ela teria confiado nele o bastante para dizer qualquer coisa. Claramente aquele tempo acabou, mas ele iria ganhar sua confiança novamente. Era um bem demasiado valioso para ele não almejar. Torr foi para o lago apenas o tempo suficiente para lavar o sangue e sujeira de seu corpo. Os cortes superficiais principalmente curaram, mas cada vez que Grace olhava para ele, seu olhar ia direto para o sangue manchando sua pele e a sujeira do túmulo da mulher. Isso não era o que queria que ela visse. Nem perto disso. Ela experimentou muito sangue e dor para uma vida curta. No momento em que terminou, ela estava esperando por ele à beira da água. Ele saiu do lago
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 todo molhado, mas limpo. Grace rastreou seus movimentos, sua cor aprofundando a cada passo que dava mais perto dela. Nunca conheceu uma mulher mais bonita. Mesmo as Athanasians que viu não poderiam se comparar a luz que brilhava fora da alma de Grace. Se ele vivesse mais de mil anos, nunca se cansaria de olhar para ela, nunca se cansaria de desejar aquela pele corada e fazer seus olhos escuros brilhar. Ela acompanhou-o todo o caminho até a praia. Mesmo que a água estivesse fria, ele estava quente em toda parte onde seu olhar tocou. Seu molhado, queimado, rasgado jeans viu melhores dias. Precisava de uma agulha e linha para consertar a abertura que Grace cortou ao longo da perna, mas pelo menos o cobria e mantinha sua ereção inchada sob controle. Por mais que queria deitá-la e ver se a expressão lânguida no seu rosto era o convite que parecia ser, havia coisas mais importantes que precisavam fazer. Menos agradáveis, mas, definitivamente, mais vitais. ―Você achou alguma coisa boa? ― Questionou. Um sorriso se construiu ao longo de seus lábios, lento, preguiçoso e cheio com a promessa do paraíso. Ela não tinha que dizer uma palavra para ele saber o que estava pensando. ―Eu quis dizer na cabana de Brenya. Ela piscou algumas vezes, lançando fora todos os vestígios de ideias deliciosas que corriam por sua cabeça. ―Não. Nada. Achei outra camisa para você, no entanto. Acho que uma das mulheres fez isso para você. ― Ela levantou a camisa sem mangas simples, feita de algum tipo de tecido entrelaçado. ―Não tem uma bainha ainda, mas acho que é melhor do que nada. Torr deslizou em cima da cabeça. O tecido era mais suave do que parecia, e se encaixou perfeitamente. ―Lembre-me de agradecer a quem fez isso. ―Vamos esperar que todos nós tivesse tempo suficiente para fazer isso acontecer. Ele prendeu seus equipamentos no seu corpo, deslizando o martelo do Mason em um laço de couro simples que ele amarrou no cinto. O forte peso disso puxou a calça jeans, mas era um pequeno preço a pagar para ter a arma à mão. ―Você está pronta para ir? ―Sim. Precisamos dirigir para o leste. Para o lago. ―A vila é para o sul. ―Eu sei, mas o mapa de Brenya está dirigido para o leste. Para o lago. ― Ela bateu na
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 têmpora. ―E você não pode encontrá-lo sem mim. ―Eu posso. E vou. ―Quanto tempo você acha que vai demorar? Quanto tempo acha que a vila tem? Quanto tempo pode Brenya continuar fazendo o que tem que fazer para manter todos a salvo? Ele odiava que ela estava certa. ―Eu prefiro te levar ao sul, de volta para os outros. ―Se Brenya me queria com os outros, teria me levado junto. Ela não o fez, porque você precisa de mim para ajudá-lo a encontrar o local da construção. Torr não viu nenhum plano para refutar a sua lógica. ―Tudo bem, vamos lá. Mas assim que descobrir onde eles estão construindo o portal, você está indo de volta para os outros. Ela não disse nada, mas seu sorriso satisfeito dizia muito. Ele teve certeza que tinham o que precisavam e que Grace não estava carregando muito peso. Assim não havia mais razão para adiar, estabeleceu um ritmo constante a leste. Dentro de algumas horas, ele começou a ver sinais frequentes que Hunters passaram por aqui. A floresta estava entrecortada por caminhos aparados na folhagem e marcas de buraco no chão. Podia ouvir Grace em suas costas, apenas o comprimento de um braço de distância. Ela manteve-se com ele, mas podia dizer quando estava empurrando-a muito duro pela mudança na sua respiração. Ele abrandou à medida que subiram uma colina íngreme, parando várias vezes para ouvir sinais de perigo do outro lado. ―Descanse um minuto. Estarei de volta,― ele sussurrou, então escorregou para explorar o outro lado do morro antes que ela pudesse argumentar. Não viu nada, mas escuro, brilhantes árvores se estendendo por todo o vale. O ângulo dos sóis fazia as folhas metálicas brilhar e protegia o chão da floresta da vista. Mesmo que ele não podia ver qualquer perigo, seus instintos sussurravam que estava aqui. Esperou pacientemente, examinando a área, dando ao que quer que esteja lá tempo para tornar-se conhecido. Reuniu algumas fagulhas de energia da terra abaixo dele, maravilhado com a forma como se sentia tão diferente da energia em casa. Estas faíscas eram mais quentes, com mais picadas nelas, mas levou mais para fazer o que ele precisava. Finalmente, quando reuniu energia suficiente, ampliou sua visão. Tudo parecia mais perto. Detalhes estavam em foco perfeito. Ainda assim não viu nada. Grace deslizou até o morro em seu estômago, tomando uma posição ao lado dele. ―Tudo bem? ―Não tenho certeza.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Ela calou-se e protegeu os olhos da luz solar refletida. Cada vez que uma brisa soprava, trazia consigo seu cheiro. Torr fechou os olhos e respirou-a, desejando que pudesse ter mais, mesmo enquanto amaldiçoou a distração que ela criou. Ele não tinha ideia de quanto tempo eles estavam ali, mas quando recuperou o controle novamente e vasculhou a área, o ângulo dos sóis havia mudado o suficiente, que o brilho das folhas já não estava ofuscante. Ele ampliou sua visão, mais uma vez, desta vez reunindo poder suficiente para que picasse a ponta dos seus dedos e fez sua pele queimar. Ainda assim não viu nada. Ao lado dele, Grace se contorceu e esfregou os braços. ―Você está bem? ― Questionou. ―Acho que fui mordida por algum inseto ou algo assim. Não é grande coisa. Não eram insetos que a morderam. Essa picada era sua ele inadvertidamente a machucou por causa do disco maldito que os conectava. Precisava pegar a coisa antes que fizesse mais do que irritar sua pele. Gostando ou não, Brenya iria ajudá-lo a encontrar uma maneira de libertar Grace. Ela pode não ter conhecido uma vida sem isso, mas ela era forte. Ela iria se adaptar. ―Eu ainda não vejo nada―, ele disse a ela. ―Nós vamos continuar, mas precisamos ter cuidado. Ele a ajudou a levantar, demorando um pouco demais com sua mão na dele. Daria qualquer coisa para tê-la de volta ao Dabyr, segura dentro das paredes onde seria capaz de relaxar e desfrutar. Completamente. Era uma fantasia egoísta, mas uma que não podia controlar. Torr liderou o caminho descendo a colina, movendo-se mais lentamente do que gostaria. Havia alguns espaços abertos onde as árvores caíram. Nada de novo teve tempo para crescer em seu lugar, no entanto, deixando pequenas poças de sol no chão da floresta. As clareiras faziam a viagem mais fácil, como também dava muitas aberturas para emboscada. Ele contornou-as e se prendeu num caminho que animais cortando por entre as árvores com sua passagem. Um arbusto espinhoso invadiu esta área, tornando a viagem entre as árvores mais do que apenas desconfortável. Cada espinho de cinco centímetros gotejava com algo grosso e molhado, como xarope. ―Cuidado com esses―, disse Grace. ―Eles são venenosos. ―Que tipo de veneno?
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 ―O tipo que faz você desejar que estivesse morto. Ele conhecia esse tipo muito bem. ―Devemos voltar e encontrar outro caminho. ―Não há outro caminho. Todos os outros caminhos levam aos pântanos onde esses lagartos gigantes vivem. Ele olhou por cima do ombro para ela. ―Você já esteve nesse caminho antes? ―Não, mas Brenya teve. Eu pareço saber o que ela fez. ―Ótimo. O que se passa à frente neste caminho? ―Uma estreita faixa de rocha que vai nos manter fora do pântano. Não admira que o caminho fosse tão óbvio. Os animais que os lagartos atacavam teriam aprendido a atravessar por aqui e ficar fora de perigo. ―Quando chegarmos lá, vamos precisar atravessar rápido. ―Por que isso? ―Os lagartos são territoriais. ―Isso está ficando cada vez melhor. ―Bem, se você fosse construir um dispositivo mágico que não quer que ninguém encontre, você não colocaria do outro lado de um monte de lagartos territoriais comedores de homens? ―Bom ponto. Alguns metros depois, Torr viu a faixa pálida de pedra que se estendia entre duas piscinas de água estagnada. Vários dos grandes lagartos descansavam nos últimos raios de sol. Podia ver mais desses logo abaixo da superfície da água. Antes que chegasse perto demais, ele parou. ―Me dê o seu equipamento. ―Por quê? ―Você vai ser capaz de correr mais rápido. ―E você? ―Eu vou ficar bem. Tudo que você precisa manter é sua água, apenas no caso de nos separarmos. Siga em frente a leste e vou encontrar com você assim que eu puder. Ele tirou uma de suas bolsas e estabeleceu a alça sobre o ombro. ―Encontrar comigo? O que você vai fazer? Torr deu o que esperava ser um sorriso tranquilizador. ―Não se preocupe. Só vou distraí-los.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Grace estava quase certa que era a pior ideia do mundo. ―Eu não vou deixar você distraí-los. Há muitos. Lutar contra um quase matou você. Conto pelo menos sete. ―Não estava pronto para a luta então. Estou agora. Além disso, não vou chegar tão perto. Quando eu disser, você começa a correr e não olha para trás. ―Não. ―Eu sei o que estou fazendo, Grace. Confie em mim. ―Claro que sim, mas tem que haver outra maneira. ―Você pode pensar em uma? Ela não podia. E enquanto preferia ter ambos correndo, ao mesmo tempo, isso era muito mais provável conseguir os dois mortos. O viu lutar. Sabia o que ele era capaz. Se qualquer um deles estivesse indo para enfrentar um monte de répteis com raiva, ele era a aposta segura. ―Tudo bem, mas se você não vier imediatamente, vou fazer um pouco de distração. ― Ela puxou a espada de treino de Tori de onde estava amarrada a seu corpo, fazendo suas intenções claras. ―Eu não vou fazer você usar isso. Tudo o que tem a fazer é atravessar e esperar por mim. ―Você deve tentar jogar a eles um pouco de comida antes de usar sua própria pele como isca. Ele segurou seu rosto entre as mãos, inclinou-se e beijou-a. Ela não teve tempo para antecipar a sua ação, não havia tempo para se preparar para o choque de êxtase de seu beijo. No segundo que seus lábios encontraram os dela, o mundo inteiro derreteu. Ele estava lá e se foi antes que pudesse fazer mais do que registrar o calor de sua boca. Ainda assim, o beijo breve balançou até as solas dos seus pés e deixou-a cambaleando. Ela piscou para ele, sem saber o que fazer ou dizer. A vontade de agarrá-lo e exigir mais, era forte, como era a estranha sensação de que sentiu isso antes, só que de maneira diferente. Respire para mim, Grace. Não desista de mim. Eu te amo. Sua voz estava em sua memória, mas nunca o ouviu dizer essas palavras. ―Por sorte―, disse a ela, antes de se afastar e perder todos os sinais de que ele mesmo sabia como beijar. Era seu lado guerreiro que estava à sua frente agora, alto e feroz. Ele abriu uma bolsa de carne seca, desembainhou a espada e deu um aceno de cabeça. ―Fique aqui até que eu diga, em seguida, corra. Entendeu? Ela deu um aceno mudo e se esforçou para reunir sua inteligência.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Torr se moveu silenciosamente pela linha de arbustos espinhosos, contornando a borda do território dos lagartos. Quando estava a poucos metros de distância, deu um passo para frente e gritou: ―Agora! Grace decolou em uma corrida a toda velocidade. Ela fez todo o caminho através da ponte de terra estreita antes de ceder ao impulso de olhar por cima do ombro. Torr estava resistindo, evitando estalar das mandíbulas e caudas poderosas. Dançava entre os animais, graça e força em exposição flagrante. Esse não era como o ataque que ele foi capaz de derrotar quando Brenya o convocou aqui. Estava pronto para isso, e sua habilidade brilhava. Parte de Grace se regozijava com a vista, completamente encantada com a forma quando ele se movia. O resto dela estava com medo de que alguma coisa iria dar errado e ele se machucaria, ou pior. No momento em que foi libertada do show hipnotizante tempo suficiente para olhar para onde estava indo, já era tarde demais. Algo fino pegou contra a sua canela, mandando-a para uma queda descontrolada. Ela caiu no chão duro. Filamentos minúsculos feitos de algum tipo de fibra transparente envolveram em torno de seu corpo. Eles pareciam ser de mola, e no final de cada um deles havia um pequeno cristal. Vários desses cristais despedaçados juntos, enviando um feixe de luz no céu. Isso cortava folhas como uma lança e resplandecia brilhante contra o céu escurecendo. No segundo que Grace percebeu o que aconteceu, pedaços do conhecimento que Brenya deu inundaram seu cérebro. Ela soube imediatamente que se tratava de uma armadilha preparada por um Warden. Esse feixe de luz ia levá-lo direto para ela, e uma vez que isso acontecesse, ela e Torr estavam mortos.
Capítulo 22 Grace gritou o nome de Torr. O som era um de puro terror. Imediatamente se desvinculou do grupo de lagartos que estava segurando na baia e correu em direção a ela. Jogou fora todos os pedaços de comida que tinha, na esperança de que iria manter os
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 animais ocupados o tempo suficiente para ele chegar a Grace. Viu-a pendurada a alguns metros do chão, com o corpo embrulhado dentro de uma rede. Vários raios de luz como lápis-finos brilhavam em direção ao céu. Fragmentos de cristal espalhados na área, emitiam um leve zumbido de energia que ele sentiu apenas algumas vezes antes em sua vida. Havia magia aqui, e isso não podia ser bom. Um forte balanço de sua espada cortou-a para baixo. Ela aterrissou com força, deixando escapar uma lufada de ar. ―Armadilha Warden,― ela arquejou. Definitivamente não bom. Torr não perdeu tempo perguntando como ela sabia. Fazia muito sentido para ele perguntar. Os fios vinculados a seu corpo estavam muito apertados para ele se arriscar a cortar com sua espada. A partir da vermelhidão em seu rosto, ele temia que também estivesse tornando difícil para ela respirar. Ainda assim, isso não era a pior de suas preocupações. Esses sinalizadores brilhantes iam trazer cada coisa desagradável se escondendo nestes bosques direto a eles. Tinha que se livrar dos feixes e levá-la para longe daqui, antes que fosse tarde demais. A luz parecia estar saindo dos cristais quebrados. Ele cortou os fios associados aos cristais em seu corpo e levantou-a sobre seu ombro. ―Desculpe por isso, ― ele disse enquanto partiu numa corrida rápida. Seu pobre corpo estava saltando em seu ombro. Ele sabia que tinha que doer, mas qualquer que seja a dor que sofria agora não era tão ruim quanto o que qualquer Warden faria se a encontrasse. Assim que colocou um pouco de distância entre eles e esses sinalizadores, ele a colocou no chão para ver como ela estava. Ela ainda estava consciente, mas por pouco. Sua respiração era superficial, e cada respiração parecia fazer os fios alojados apertar. ―Eu vou dar algum espaço para respirar―, ele disse a ela. ―Aguente firme. Um clarão de reconhecimento iluminou seus olhos por um segundo antes que fechassem. Desesperado, ele bateu levemente em seu rosto para acordá-la, mas ela não respondeu. O tempo para ser cuidadoso acabou. Torr usou a ponta de sua espada para cortar os fios sobre sua túnica. O couro se abriu, mas o
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 mesmo aconteceu com os fios. Ele tentou evitar os lugares onde não havia couro para protegê-la. Esperava que aquela abertura, mesmo algumas das fibras resistentes vinculadas, seriam suficientes para dar alívio. Ela puxou um enorme suspiro de ar. Ao longe, os sons de folhas quebrando e sinos de vento encheram o ar. O Warden estava aqui. ―Nós temos que correr―, ele disse a ela. Ela assentiu fracamente. ―Tente ficar quieta. Vou ter o resto do seu corpo livre o mais rápido que puder. ―Caverna―, ela engasgou. ―Não muito longe. ―Qual o caminho? Ela franziu a testa por um segundo. ―Norte. Sob a pedra grande. Isso tinha que ser bom o suficiente por enquanto. ―Segure-se, querida. Vou liberta-la o mais rápido que puder. A trilha que Torr deixou para trás foi criada numa corrida em pânico e fácil de seguir. Assim que o Warden encontrasse, eles estariam ferrados. Pelo menos ele só tinha um conjunto de trilhas para esconder. Com Grace sobre o ombro, ele ia ser mais lento, mas teve séculos de experiência em esconder seu rastro. Manteve um cuidadoso olhar em seu pulso enquanto se movia tão rápido quanto ousou. Quanto mais distante subindo ele foi, mais finos os arbustos ficavam. O som dos sinos de vento estavam distantes, mas ainda podia ouvir isso sempre que o vento se acalmava. ―Você está bem? ― Questionou. Sua voz estava tensa, mas ela disse: ―Sim. Fez uso dos caminhos que os Hunters cortaram nas árvores sempre que podia. Quando não podia, se movia lentamente, tomando cuidado para não quebrar os pequenos ramos e folhas em torno deles. Verificou atrás deles todos os poucos metros, certificando-se que não havia caminho visível a seguir e que não havia nada em sua cauda enquanto se dirigia para a grande pedra que ela falou. Finalmente, ele viu uma pedra grande o suficiente para ser nomeada para o seu tamanho. Parecia uma pedra glacial depositada aqui há milênios. A superfície era lisa do desgaste e coberta com minúsculos fósseis. Era do tamanho de uma casa, empoleirada precariamente na encosta de uma colina. No espaço entre a pedra e a encosta, ele viu uma pequena abertura.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Queria explorar o espaço em primeiro lugar, mas não se atrevia a deixar Grace aqui, completamente incapaz de se defender ou mesmo fugir. Em vez disso, ele a levou até a encosta íngreme e se inclinou para que pudesse espiar para dentro da abertura. Algumas faíscas de energia depois, viu nada dentro, exceto um pouco de grama seca e gravetos que pareciam ter sido o ninho de um animal. Tão velhos e espalhados como os detritos estavam, duvidava que o animal estivesse aqui em um longo tempo. Ele se abaixou quando entrou pela abertura, certificando-se de não bater a cabeça de Grace. Assim que estavam fora de vista para quem não estava de pé na encosta, ele colocou-a no chão. Sua pele tinha um tom esverdeado, que disse que não foi gentil o suficiente. Ele a deixou doente. ―Sinto muito sobre a viagem difícil. ―Está tudo bem. Os filamentos claros vinculados nela deixaram vincos profundos em sua pele. Ela estava até sangrando em alguns lugares onde a pressão dos fios foi demais. ―Vai demorar alguns minutos para você sair dessa coisa, mas vou tão rápido como posso. Começou na sua cabeça, usando sua espada tão cuidadosamente quanto pôde para romper as fibras resistentes. Quando o comprimento da lâmina tornou-se demasiado pesado, ele soltou sua espada curta livre de seu cinto e usou isso. Depois de alguns minutos, penosos, a metade superior de seu corpo estava livre. Ela respirou fundo várias vezes. Ele praticamente podia sentir o alívio irradiando em ondas. ―Já tive dias melhores. ―Eu também, querida. Quase lá. Ele prendeu seu joelho tentando cortar fora a ligação. Ela não recuou, mas ele podia ouvir seu assobio quase silencioso de dor. ―Eu sinto muito. ―Não é culpa sua. Prefiro ter alguns cortes e estar fora dessa coisa. A capa de couro em torno de sua panturrilha ajudou a proteger as pernas e ele foi capaz de fazer um trabalho rápido no resto da rede. Uma vez que estava todo o caminho fora, ele empacotou e jogou na pilha de resíduos no canto. Sua pele estava coberta com marcas vermelhas irritadas e mais do que alguns cortes. Entre seus esforços e os filamentos, ela sangrava em vários lugares. Ele removeu suas sacolas e começou a procurar os suprimentos médicos que ela embalou. ―Nós vamos ter você limpa e depois vou assegurar a caverna.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 ―Eu vou fazer isso―, ela disse a ele. ―Você pode ir fazer o que quer que precise fazer. Ela parecia firme agora, então ele saiu do seu lado e moveu-se mais profundamente na abertura. Como uma cavernas, não era muito de uma. Apenas passava cerca de vinte metros na encosta antes de terminar numa fenda larga o suficiente para deixar a chuva escorrer para fora. O piso inclinava para baixo quanto mais profundo ia, mas ainda era nível suficiente para que não precisasse se preocupar em correr para baixo e ter seu pé preso na abertura. Por causa do ângulo e da pedra que os escondeu, ele não achava que poderiam ser vistos por qualquer pessoa que passasse adiante. À noite, a abertura seria parecida com pouco mais do que uma sombra nas rochas. A noite não estava longe. Eles não tinham comida, nem luz, e Grace não ia ser capaz de viajar, uma vez que escurecesse. ―Nós vamos ficar aqui esta noite. É defensável, escondido e tão seguro quanto nós vamos conseguir com Warden perambulando por aí. ―Existe uma porta dos fundos? ―Não, mas não vai chegar a isso. ―Você deve continuar. Vou ficar bem aqui sem você. ―Mesmo se estivesse disposto a te deixar sozinha o que não estou você é a única que sabe o caminho. Ela esfregou uma espécie de creme espesso num dos cortes em sua coxa. ―Nós não estamos longe. Posso ver o resto do caminho a partir da grande rocha agora. Viaje para cima da colina em que estamos e siga ao sudeste ao longo de mais três colinas, cada uma progressivamente maior. No vale depois dessa última, você vai encontrar o lago lá. ― Ela fechou os olhos como se vendo em sua mente. ―Na parte inferior disso estão um bando de pedras do tipo que Brenya usou para esculpir o portal para a Terra. Elas têm algum tipo de magia inata, como os cristais que encontramos. São o que os Mason usarão para construir o portal. ―Como você sabe disso? ― Torr tomou o pequeno pote de creme antisséptico e aplicou-o num corte superficial em sua bochecha. Ela bateu na têmpora. ―Um presente de Brenya. ―Portanto, se encontrar a fonte do material de construção dos Masons, podemos esperar por um para vir obter mais pedra, depois segui-lo de volta para onde eles estão construindo o portal.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 ―Isso poderia funcionar, mas não acho que é por isso que Brenya colocou o mapa para o lago na minha cabeça. ―Então, por quê? ―As pedras que os Mason estão usando são atraídas uma pela outra. Se tivermos uma, ela pode nos levar a outras. ―Como uma espécie de bússola. ―Exatamente. Ela estendeu a mão para pegar o creme dele novamente, mas ele manteve. Ela tinha uma dúzia de pequenos cortes, a maioria dos quais não ia ser capaz de chegar facilmente. ―Vou fazer isso―, disse ele. ―Vire-se. Ela pareceu confusa por um segundo, como se não pudesse acreditar que ele iria ajudá-la, mas então fez o que ele pediu. As costas de seus braços e ombros tomaram o pior dano dos filamentos do Warden. Embora nenhum dos cortes fosse profundo, ele tinha certeza de que tinha que arder. Grace não deu nenhum sinal de que estava causando qualquer tipo de dor. Na verdade, continuou falando como se nada tivesse acontecido. ―Não há nenhuma maneira de saber quanto tempo os Mason têm estado trabalhando ou quanto mais tempo temos. Um de nós precisa encontrálos e verificar o seu progresso antes que seja tarde demais e temos um exército para lutar. E você sabe que esse alguém não pode ser eu. Não vejo no escuro como você faz, e não podemos arriscar levar uma fonte de luz. Ele não queria deixá-la. Não conhecia este mundo ou os perigos que podiam se esconder no meio da noite. Ela era muito preciosa para o risco, e embora não podia dizer por que, também não podia fingir que não importava. ―Nós vamos para o lago juntos amanhã―, disse ele, esperando que o caráter definitivo de seu tom de voz poria fim à conversa. Ela ficou em silêncio por um minuto enquanto terminou de limpar e tratar seus cortes. Sua respiração tornou-se lenta e profunda, como se estivesse tentando lidar com a dor. Torr desejou que os discos de cura trabalhassem em ambos os sentidos, mas a sua investigação sobre os dispositivos provou o contrário. Eles foram feitos para transferir a saúde de uma pessoa para outra, e não o contrário como uma rua de mão única. Quando terminou, ela deixou escapar um longo suspiro. ―Estou atrasando. Torr fechou o pote de creme e colocou-o de volta em sua bolsa. ―Eu nunca teria sido capaz
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 de encontrar a localização do lago sem a sua ajuda. ―Mas agora você pode. Eu disse onde está. Você deve ir. ―Não. Estarei muito distraído, imaginando se você está segura. Você me trouxe até aqui. A manhã será em breve. ―E se não for? Se eles terminarem o portal e abrirem antes de você chegar lá? ―Então, vou matar o que quer que passe através. Tenho combatido invasões malignas desde que estava velho o suficiente para segurar uma espada. Tenho isso. ― Esperava. Ela olhou para seu colo. Seu corpo inteiro pareceu desinflar, e mesmo sem uma Luceria conectando-os podia sentir sua tristeza e frustração. ―Brenya deveria ter escolhido outra pessoa para orientá-lo. Não tenho ideia por que ela me escolheu, um ser humano fraco. ―Ela deve ter pensado que você era a melhor escolha. ―Ou talvez meu cérebro seja tão simples em comparação, que era fácil empurrar informações nele. ―Prometo a você que a mente humana não é nada simples. Mas, mesmo que isso fosse verdade, Brenya é poderosa o suficiente para não deixar que uma coisa pequena como essa entre em seu caminho. Ela escolheu você, porque pensou que era sua melhor esperança. Ela sabia que você era corajosa e que você daria a sua última gota de sangue para salvá-los. ―Claro que eu faria. As mulheres e as crianças são importantes. A sobrevivência da Terra depende deles. ―E a sobrevivência deles depende de você. Não é exatamente uma tarefa que Brenya teria dado para algum ser humano fraco. ―Tempos de desespero... Pegou-a pelos ombros, resistindo à vontade de sacudir algum sentido nela. ―Pare com isso. Conheço muitos seres humanos. Alguns deles são fracos quebram seus votos, desistem quando as coisas ficam difíceis, deixam o outro de lado como sacos de lixo e passam a vida como vítimas, esperando alguém para salvá-los de sua própria preguiça e más decisões. Eu conheço você, Grace. Você não é como eles. Você é especial. ―Você só me conhece há alguns dias. Ele mordeu a língua contra a vontade de corrigi-la. ―Nesses dias você provou-se mais e mais. Agora, pare de atacar a si mesma e tenha um pouco de fé em você do jeito que Brenya e eu fazemos. Ela olhou para ele, seu olhar direto. Pode ver o momento exato em que sua mente mudou, e
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 era uma coisa bonita de se ver. Ela derramou sua insegurança como uma pele velha e deixou uma nova confiança luminosa brilhar. ―Você está certo. Brenya não teria arriscado tudo o que trabalhou durante todos esses anos em alguém que pensou que iria falhar. ―Agora você está pegando. ―Eu não vou deixá-la para baixo, Torr. Ou você. ―Querida, você não poderia me deixar para baixo, se você tentasse. ― Eu te amo. Ele não se atreveu a dizer as palavras, mas deixou-as inchar em seu coração, na esperança de que alguns de seus intensos sentimentos derramariam através dos discos que os conectava. Seus olhos se fecharam, e o sorriso mais doce aqueceu sua expressão. Quando ela olhou para ele de novo, seus olhos estavam brilhantes e cheios de esperança recém-descoberta. Tinha que beijá-la. Não havia mais como segurar. Sem mais resistir a ela puxando ele. Ela era a mulher de seus sonhos, tudo o que sempre quis. Ele não se importava se ela não fosse uma Theronai. Não se importava se não poderia tê-la para sempre. Ela estava aqui agora, e estava indo para amá-la por tanto tempo quanto podia, mesmo que fosse só por uma noite. Uma noite com Grace era mais do que jamais esperava ter. Uma vida inteira com qualquer outra mulher não podia comparar. Havia pouca luz deixada de fora, mas muito para ele enxergar. O brilho laranja profundo projetava sombras avermelhadas em todo seu corpo, com destaque para as linhas delicadas de seu corpo. Ele traçou aquela linha entre luz e sombra com o dedo, seguindo acima de seu braço, ao longo de seu pescoço e em sua boca. Cada centímetro que viajou fazia seus olhos castanhos ficar mais escuros quando suas pupilas chamejavam de uma forma que não tinha nada a ver com a pouca iluminação. Ele segurou seu rosto com uma das mãos, tendo o cuidado com o corte superficial em sua bochecha. Seu polegar deslizou através de sua pele, deleitando-se com seu calor suave. Havia algo sobre a textura de sua pele que era sua exclusivamente. Talvez todas aquelas horas que passara segurando sua mão, de alguma forma imprimiram a sensação de sua pele em sua mente, mas não tinha dúvida de que ele conheceria sua sensação em qualquer lugar, mesmo na escuridão total. Seus lábios se separaram, e o liso brilhante interior de seu lábio inferior o inflamou. Ele queria provar aquela pele, senti-la deslizar debaixo de sua língua até que conhecia isso, assim como fazia com a forma de sua mão na dele.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Havia tanta coisa que queria memorizar, tantas texturas intrigantes para experimentar. Suor irrompeu ao longo de sua coluna, mas não fez nada para esfriá-lo. Seu coração batia mais rápido até que podia senti-lo batendo através de uma corrida louca. Sentia-se como um jovem de novo, tonto e ansioso para um primeiro beijo. Grace apertou a mão em seu peito, bem em cima de seu coração. Seu abdômen apertou duro. Uma inundação de desejo correu por ele, tão poderosa que era difícil respirar através disso. Tudo sobre ela aprofundava sua necessidade. Ele queria controlar sua luxúria e depositá-la até que apenas brasas baixas permanecessem, mas ela fazia isso impossível. Ele inclinou sua cabeça para cima e instalou sua boca contra ela. Grace derreteu no beijo. Seus dedos cravaram em seu peito. Um pequeno sopro de excitação saiu fora na forma do suspiro mais sexy que ele já ouviu. Ele não tinha certeza de como isso aconteceu, mas num segundo, ela estava sentada no chão da caverna, e no outro estava montada em seu colo. Suas mãos estavam em seu traseiro, segurandoa perto, então as chances eram que simplesmente a pegou e colocou onde ele a queria. A bainha de sua túnica deslizou para cima para dar lugar para ela espalhar suas coxas em torno dele. Ele podia sentir o agrupamento do couro sob seu aperto e não queria nada mais do que destruí-lo longe de seu corpo. Ele a teve nua antes, mas fez o seu melhor para respeitar sua privacidade e manter os olhos para si mesmo. Esta vez seria diferente. Ele olharia até se saciar. Ele passaria seu tempo com cada curva e cavidade doce, certificando-se que não perdia um centímetro. Ela levantou acima de seus joelhos e agarrou sua cabeça, inclinando-a para agradá-la. Cada beijo era um pequeno presente doce, mas não tanto quanto queria. Ele não tinha certeza de como isso aconteceu, mas num segundo, ela estava sentada no chão da caverna, e no outro estava montada em seu colo. Suas mãos estavam em seu traseiro, segurandoa perto, então as chances eram simplesmente a pegou e colocou onde ele a queria. A bainha de sua túnica deslizou para cima para dar lugar para ela espalhar suas coxas em torno dele. Ele podia sentir o agrupamento do couro sob seu aperto e não queria nada mais do que destruir longe de seu corpo. ―Abra para mim, querida―, disse ele contra sua boca. Seus lábios se abriram instantaneamente, dando o acesso que precisava. Seu sabor o levou selvagem. O deixou mais quente. O ar da caverna estava fresco apenas um
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 momento atrás, mas seu corpo estava em sobrecarga, incapaz de derramar calor rápido o suficiente. Como se sentisse sua necessidade, Grace pegou o fundo de sua nova camisa e puxou-o sobre sua cabeça. Suas bocas separaram apenas o tempo suficiente para fazer o trabalho antes de vir de volta para ele. A sensação de sua túnica de couro flexível raspava em cima dele. Ele precisava de sua pele na sua, nua e quente. Talvez estivesse apressando as coisas, mas queria Grace por tanto tempo que não conseguia parar de se tomar o que ela oferecia. Ele deslizou suas mãos debaixo de sua túnica, colocando em concha nas bochechas, em sua maior parte nuas, de sua bunda. O tecido fino que ela usava sobre seu sexo era muito áspero para uma pele tão delicada. Ela merecia seda. Ou melhor ainda, nada. Seu sabor o levou selvagem. O deixou mais quente. O ar da caverna estava fresco apenas um momento atrás, mas seu corpo estava em sobrecarga, incapaz de derramar calor rápido o suficiente. Como se sentisse sua necessidade, Grace pegou o fundo de sua nova camisa e puxou-o sobre sua cabeça. Suas bocas separaram apenas o tempo suficiente para fazer o trabalho antes de vir de volta para ele. ―Preciso de você nua―, disse a ela enquanto puxou a laço de couro que prendia a túnica fechada. A peça caiu para frente. Ela recuou, segurando-o contra os seios. Seus lábios já estavam inchados de beijá-lo. Um profundo rubor cobria seu rosto e pescoço. Seu cabelo era uma juba escura selvagem em torno de sua cabeça. Seus olhos ficaram fixos nos seus enquanto movia suas mãos e deixou cair a túnica. Torr perdeu toda a capacidade de falar. Ou pensar. A visão do corpo, em sua maior parte, nu, de Grace montada nele era mais do que até mesmo um homem forte como ele poderia tomar. Tão linda. Tão tentadora. Seus seios eram do tamanho perfeito para suas mãos grandes. Seus mamilos eram botões apertados que fizeram a sua boca aguar. A curva de sua cintura e o alargamento dos quadris eram suficientes para fazê-lo lutar contra a necessidade de vir em seu jeans. ―Mais nua,― ele conseguiu raspar fora entre respirações difíceis. Grace levantou-se num movimento tão fluido que o fez pensar em rios preguiçosos e orvalho pingando em lâminas na grama. Ela deixou cair a túnica. Um puxão rápido no nó em sua cintura e o tecido enrolado entre suas coxas se desvendou em torno de seus tornozelos. Mais das células cerebrais de Torr estalaram e morreram como que embebidas em sua visão.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Destinou-se apenas a olhar, mas suas mãos agarraram seus quadris e a puxaram para mais perto. O cabelo escuro protegendo seu sexo estava visivelmente úmido. Seu aroma mar-sal-e-mulher foi direto para sua cabeça, intoxicando-o ainda mais. Sabia que se ele a tocasse e a encontrasse molhada para ele, iria montá-la e estar empurrando para dentro, antes que sequer tivesse tempo para descobrir se era o que ela queria. Rezou para que isso fosse o que ela queria. Ao invés de deixar-se levar, deslizou as mãos trêmulas sobre os laços de couro em suas panturrilhas até encontrar como estavam presos. Alguns puxões rápidos de seus dedos, e até mesmo aqueles foram embora, deixando-a completamente nua. Torr ficou de pé num movimento estranhamente desajeitado. Ele precisava colocar alguns metros entre eles antes que mergulhasse de cabeça e tomasse o que queria. Sua doce Grace era preciosa demais para tratar como uma espécie de prostituta. Seu pênis inchou e pulsou, batendo na procura insistente. Ele ignorou e simplesmente olhou para se saciar. ―Eu quero vê-lo―, ela sussurrou. ―Antes de toda a luz for embora. ―Se eu tirar minha calça jeans, não haverá nada para me fazer ir lento. Ela deu um passo hesitante para frente. Sua voz era uma tentação sensual. ―Eu não quero lento. Quero você. Não podia deixá-la mudar de ideia. Ela poderia ter o que quisesse o que quer que a mantinha lá, enquanto não mudasse de ideia. Torr tirou suas botas, soltou a espada e sacou sua calça jeans em tempo recorde. Ele parou diante nua e descaradamente excitado. Ela estava apenas a alguns passos de distância. Mesmo tão baixa como a última da luz dos sóis no ambiente estava, não havia nenhuma maneira que ela não pudesse ver o que fazia com ele. Seu peito parou de se mover por muito tempo. Estava tão em sintonia com ela que nem percebeu que estava de olho em sua respiração. Deve ser hábito de todo esse tempo que passou ao seu lado, esperando que ela se recuperasse de curar sua paralisia. ―Respire, Grace. Ou vou fazer isso por você. ― Fez isso antes, enchendo seus pulmões de ar para mantê-la viva. Ele faria isso de novo num piscar de olhos, se ela precisasse. Seus seios levantaram com uma respiração profunda, dando uma mistura estranha de alívio e excitação. Sua ereção se contraiu, se lançando para ela como se tivesse uma mente própria.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 ―Você é lindo―, ela disse a ele, admiração simples em sua voz. Deu um passo para frente. Em seguida, outro. Ela estava ao seu alcance agora, mas ele manteve as mãos em seus lados. Seus dedos traçaram os ramos de sua Marca da Vida. Um arrepio correu através dele duro, fazendo cada músculo apertar, uma vez que passou. ―Será que isso dói? ― Ela perguntou, puxando a mão. ―Só se você não me tocar de novo. Ela fez, só que desta vez a carícia era mais leve. ―Está se movendo, não é? Ele não soube responder. Sua garganta estava entupida com necessidade tão grande que quase o sufocou. Ele queria que ela fosse sua companheira. Para sempre. Queria que tomasse seu lugar ao lado dele e tirasse força dele. Neste momento, teria feito um acordo com o Solarc se isso significasse que ela podia ser a sua outra metade. Grace pressionou sua bochecha contra o peito. ―Juro que posso ouvir se mover. Isso é possível? Não sabia. Não poderia pensar. Sua cabeça estava sobre o seu coração, e não havia nada que pudesse fazer, mas envolver seus braços a sua volta e mantê-la lá, desejando que pudesse ser o lugar que deitasse a cabeça a cada noite. Esta mulher era para ser dele, e era uma cruel reviravolta do destino que não podia mantê-la pelo menos não tanto quanto queria. Antes que pensamentos sombrios pudessem entrar e arruinar o que tinham aqui e agora, Torr levantou seu queixo e a beijou. Colocou toda a força de sua vontade, sem reter nada. Ele deixou-a sentir sua necessidade. Nem sequer tentou esconder isso. Sabia que os sentimentos fortes assim iriam explodir o seu caminho através do disco que ela usava e dar uma pequena fração de sua necessidade. No momento em que ele levantou sua boca, ela estava com falta de ar, agarrando-se a ele. ―Sinto como se tivesse feito isso antes―, disse ela, ―mas sei que se eu tivesse, teria me lembrado disso. Ele não queria falar sobre memórias ou o passado. Queria agarrar o presente e torcer cada gota de prazer que ele podia. Para ambos. Seus mamilos roçaram seu peito. Ele a inclinou em suas costas no braço, apenas o suficiente para que pudesse alcançá-los com a boca. O alto grito de surpresa que ela deu era o tipo mais doce
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 de música. Se ele tivesse seu caminho, ia ouvir muito mais disso, antes de deixá-la descansar. Ela agarrou seu cabelo em ambos os punhos e segurou firme. Ele sentiu o momento que suas pernas enfraqueceram, mas simplesmente aceitou mais de seu peso, emocionado em seu núcleo que ela iria confiar nele para não deixá-la cair. Ele chupou, percebendo que fez suas coxas apertar, o que a fez soltar esses suspiros musicais. Foi só quando suas próprias pernas ficaram um pouco instáveis com a luxúria que decidiu mudar a diversão para o chão. Ele organizou suas roupas descartadas para um tão suave quanto possível um estrado e desceu Grace para ele. ―Não quero machucar suas costas de novo. Ela enrolou os braços ao redor de seu pescoço. ―Não acho que iria notar neste momento. Quando ela o puxou para beijá-la novamente, ele não tinha escolha a não ser ir para onde ela o levou. Se ele comandava o show, já estaria dentro dela. Seu pênis roçou seu estômago. Ele sentiu o quente, liso jorrar de umidade, enquanto esfregava contra ela. O movimento era involuntário. Sua pobre mente nublada de luxúria não conseguia desacelerar e aliviar o pé do acelerador. Ele queria isso, ela, por muito tempo. Todos esses meses de estar preso dentro de seu corpo inerte, deixou pouco a fazer, mas fantasiar. Ela vinha a ele todos os dias para alimentá-lo, banhá-lo e geralmente manter seu traseiro vivo. Ela era tão doce, tão ferida. Sabia que ela foi abusada. As marcas estavam em toda ela quando a encontrou. Ainda assim, tão assustada quanto estava, ela ainda veio a ele, tentando recompensá-lo por algo que precisava de nenhum agradecimento. Por causa do demônio que o envenenou, ele estava muito fraco para machucá-la. Ele sabia que era o que dava coragem para aparecer todos os dias, mas ainda valorizava seu tempo com ela. E enquanto o tempo passou, parou de vê-la como a menina doce que resgatou e começou a vê-la como uma mulher bondosa e amorosa uma com um corpo que o fazia ficar acordado à noite, suando e sonhando com o que faria para ela se ele tivesse a chance. Essa possibilidade era agora, mas todas essas fantasias estavam misturadas, muito confusas para ele retirar uma única para tornar realidade. Ele traçou a linha de seu braço, detendo-se enquanto seu caminho o levou para baixo de suas costelas. Ela estremeceu ao seu toque, o que só fez querer tocá-la mais algo que não pensou possível. Quando seus dedos correram mais abaixo, mais poderosa sua reação se tornou. Ela se arqueou para ele, respirando mais rápido, crescendo mais quente. As mãos espalmaram contra suas costas, os dedos cavando em sua pele como se não pudesse
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 ter o suficiente dele. A ideia foi para sua cabeça, dando uma sensação de poder que nem mesmo a magia fluindo em suas veias poderia igualar. Ela quebrou o beijo. Sua boca se moveu através de sua mandíbula, abaixo do pescoço. Ela colocou beijos de boca aberta quentes ao longo de sua pele, mordendo e beliscando apenas o suficiente para deixar uma picada agradável em seu rastro. Quando ela chegou a sua Luceria, ela desacelerou. Sua língua mergulhou debaixo da faixa mágica, tocando a carne, que estava mais frequentemente coberta que não. Era ultrassensível aqui, e cada golpe bruxuleante de sua língua o fez queimar mais quente. ―Chega―, disse ele quanto a deitou sobre suas costas. ―É a minha vez de fazer você queimar.
Capítulo 23
Grace não sabia o que Torr queria dizer. Ela já estava a ponto de entrar em combustão. Sua pele dançava com chamas formigando. Cada centímetro de seu corpo doía para se aproximar dele. Queria que ele a cobrisse consumisse. Havia muito espaço entre eles, e se ele não dava o que precisava, ela estava certa de que iria matá-la. Ele subiu em cima, apoiando seu peso com os braços. Os músculos incharam sob sua pele bronzeada. Uma névoa de suor brilhava em seu peito. Seu perfume encheu sua cabeça, fazendo com que suas entranhas derretessem, mas foram seus olhos, brilhantes e reluzentes com intenção perversa, que foram sua perdição. Ele olhou fixamente para seu corpo, devorando-a centímetro por centímetro. Ela sentia aquele olhar como um toque físico. Quando seu olhar se moveu sobre os seios, os mamilos se apertaram até que estavam quase doendo. Ela precisava de sua boca sobre eles novamente, acalmando-os com a língua. Grace não sabia o que Torr queria dizer. Ela já estava a ponto de entrar em combustão. Sua pele dançava com chamas formigando. Cada centímetro de seu corpo doía para se aproximar dele. Queria que ele a cobrisse consumisse. Havia muito espaço entre eles, e se ele não dava o que precisava, ela estava certa de que iria matá-la.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Grace tentou dizer isso, mas assim que seus lábios separaram, ele a beijou novamente, roubando-a de toda a capacidade de falar. Suas mãos percorreram seu corpo. Eram tão grandes, deixando largas faixas de calor onde quer que fossem. Era gentil, mas não davam chance de resistir àquilo que queria fazer. No momento em que se afastou de sua boca, sua mão estava cobrindo seu sexo, com apenas a ponta de um dedo deslizando entre seus lábios. Assim que sentiu o quanto estava molhada, ele saiu e puxou uma respiração sibilante. Seus olhos fecharam, mas quando os abriu, seu olhar cravou com nela. ―Doce Grace. Você não tem ideia do que faz para mim. ―Isso é ruim? ―Não. Nem perto disso. Seu dedo deslizou ao longo de suas dobras, deslizando facilmente ao seu núcleo. Se alguém já havia tocado ela assim antes, não conseguia se lembrar. Nem mesmo queria. Seu mundo inteiro estava bem aqui, agora apenas ela e Torr. Ele olhou para ela enquanto se movia dentro, como se esperando ela dizer a ele para parar. Não podia sequer imaginar um pensamento tão horrível, não quando sua mão estava entre suas pernas, à pele levemente pastando em seu clitóris enquanto entrava nela. A sensação era quase demais. Ele quase não começou a tocá-la, e ela já estava sentindo uma espécie constante de construção de pressão para onde se movia. Ela agarrou seu pulso, sem saber se queria fazê-lo abrandar ou se mover mais rápido. Em vez disso, ele congelou. Suor forrava sua testa. ―Quer que eu pare? ―Não. É só... muito. Um sorriso escuro de conquista se espalhou pelo seu rosto. ―Ainda não, não é. Pressionou mais profundo e acariciou algum lugar mágico dentro que a fez ver estrelas. Seus dedos cravaram em seus pulsos, mas tudo o que fez foi permitir sentir seus tendões se mover com o que quer que fosse que estava fazendo com ela. Ele deslizou fora, apenas o tempo suficiente para ela chorar a perda de seu toque antes dele reunir seus sucos num segundo dedo e se mover dentro novamente. O alongamento era bom. Muito bom. Ela se esqueceu de tudo sobre a tentativa de contê-lo e simplesmente deixou ir e se entregou. Até o momento que tinha um terceiro dedo entrando dentro, não tinha importância se queria detê-lo ou não. Ela estava muito desossada, muito sem fôlego.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Sua boca fechou em seu mamilo. Soprou através da ponta molhada, fazendo apertar mais. Quando os dentes roçaram através, mordendo com força suficiente para ela sentir isso, essa pressão que construiu dentro detonou como uma bomba. Ela quebrou, voando distante num milhão de pedaços cintilantes. Apenas quando tinha a certeza que o prazer acabou e o que restava ia cair na mais leve brisa, a próxima onda de seu orgasmo caiu contra ela, chocando-a com sua intensidade. A mão de Torr continuou se movendo, instando-a através do próximo pulso cintilante até que estava tremendo e incapaz de recuperar o fôlego. Levantou a cabeça e ele tinha uma expressão de satisfação masculina completa. ―Você é um milagre. Totalmente impressionante. Ela não conseguia falar. Não havia ar suficiente nos pulmões para algo mais do que suas respirações ofegantes rápidas. Ele embalou seu corpo perto, acariciando-a enquanto a tempestade diminuía. Assim que se sentiu inteira novamente ele a ergueu e se moveu até que estava deitado no chão com ela sentado a montando. Sua ereção estava fortemente em seu abdômen. Podia sentir o seu comprimento grosso quente contra seu sexo, ver a ponta do mesmo subindo passando seu sexo. Umidade brotava no final de seu pênis, formando uma gota perolada. Suas mãos grandes seguraram seus quadris, e ela podia sentir seus próprios sucos agarrados aos dedos dele. Mais o revestia enquanto esfregava seus lábios sobre seu comprimento duro. Necessidade masculina flagrante apertou sua mandíbula, dando uma expressão quase selvagem. Grace acabou de ter o primeiro orgasmo que poderia sempre se lembrar, mas ao vê-lo olhar para ela assim como se fosse a resposta para suas preces fazia a necessidade se elevar nela novamente. Ela moveu os quadris, experimentando a sensação de sua pele lisa nela. Cada pequeno golpe de seu clitóris deslizando contra ele apenas certo, fazendo com que todo o seu corpo apertasse e tremesse. Torr gemeu, e uma onda de poder feminino a varreu. Antes que terminasse aqui, ia fazer ele se sentir tão bem quanto a fez se sentir. Ela se inclinou para baixo, cobrindo seu corpo com o dela. O escovar de seus mamilos contra seu peito duro enviando um tumulto de sensações em cascata ao longo de sua coluna. Seu gemido se aprofundou, e seus dedos se apertaram em torno de seus quadris. Uma mecha de contenção vibrou através dele, provocando-a a encontrar uma maneira de fazê-lo explodir.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Apenas o pensamento de Torr completamente desenfreado com ela era o suficiente para fazer a umidade entre eles engrossar. Ela beijou sua boca. Sua ereção pulsava contra ela, atingindo seu clitóris. Ela sugou uma respiração, que tinha gosto dele, e de repente tinha um remanescente de memória como flash em sua mente. Sua boca nela. Dele respirando por ela. O sentimento se foi tão rápido que não tinha certeza se foi real ou algo que imaginou. E quando sua língua varreu para provoca-la, tudo que podia pensar era encontrar uma maneira de ter mais dele. Ele estava bem ali, quente e duro entre suas coxas. Tudo o que tinha a fazer era deslocar seus quadris, levantar-se e levá-lo para dentro. Estava mais do que pronta para isso. Grace quebrou o beijo e se sentou. A imagem da árvore em seu peito pareceu balançar loucamente com sua respiração rápida. Agarrou-se em seu punho, segurando seu olhar enquanto ela centrou sua ereção. Não conseguia se lembrar de já ter feito isso antes, mas seu instinto a guiou, pedindo para ir em frente. Ela desceu. A pressão de sua ampla ponta fez raios dançar em suas veias. Ele estava escorregadio, quente e tão incrivelmente suave que não demorou muito para que os tecidos se separassem e deixá-lo entrar. Sua respiração ficou presa em seu peito. Um estiramento dolorido amarrando esticada. Ela já se sentia consumida e ela mal aceitou um pouco dele. Ela realmente não tinha certeza de como ela ia tomar mais. Torr deve ter sentido sua hesitação. Sentou-se e embalou-a nos braços, colocando beijos suaves sobre suas bochechas e pálpebras. ―Eu vou esperar o quanto você precisar, querida. E se você quiser parar― suas palavras cortadas num som tenso, sufocado ―então é isso que vamos fazer. ―Sem parar agora―, disse ela, descendo para tomar outro centímetro dele. Sua respiração saiu num longo sibilar de prazer. Ele tomou sua boca com a dele, a reivindicando, sem uma única palavra. Havia uma espécie de frenética febre em sua boca, as mãos, como se tivesse que reunir tanto quanto podia antes de escapulir. Grace não ia a lugar nenhum. Não agora, não quando ele a rodeava e enchia tão
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 completamente. Ela começou a se mover, levantando e abaixando-se em pequenos golpes. Cada deslizamento doce da pele na pele era melhor que o anterior, empurrando-a de volta para aquele lugar brilhante, onde foi rasgada e reformada. A pressão esticando-a, enchendo era todo o seu mundo. Seu corpo continuava surpreendendoa com a sua necessidade faminta, sua capacidade de aceitar mais do que teria pensado possível. Não era apenas sua presença física em seu corpo, mas também o prazer cintilante que ele deu com cada traço de sua mão, cada quente, beijo molhado. Grace se agarrou a seus ombros, segurando-se enquanto ele a movia. Cada golpe apertava sua barriga e a feria até que não conseguia pensar em nada além de pura sensação. Suor revestia suas peles, permitindo que seus mamilos deslizassem sobre seu peito. A sensação adicionada foi demais para ela segurar. Ela abriu a boca para avisá-lo de que não aguentava mais, mas tudo o que saiu foi um grito sem fôlego quando seu corpo explodiu. Uma onda de prazer que se chocou contra a próxima até tudo o que restou eram ondulações exigentes que espremeram a última de sua energia a partir de seu corpo. Os músculos de Torr agruparam, apertando duro. Sua voz saiu num rugido estrangulado, e ela sentiu sua ereção inchar e pulsar dentro enquanto seu sêmen explodia dele. Ele caiu de volta para o chão, levando-a com ele para cobrir seu corpo. Seu coração batia em seu ouvido. Seus braços se apertaram em torno como se ele estivesse com medo que ela fugisse. Não é provável. Mesmo que suas pernas pudessem suportar seu peso que ela sabia que não o fariam não havia um único lugar que queria estar mais do que onde estava agora. Quando sua respiração equilibrou, ele a rolou embaixo dele e escovou os cabelos longe de sua testa suada. ―Você está bem? ―Nunca estive melhor. ―Eu me deixei levar um pouco. ―Eu amei cada segundo disso. Sua ereção estava relaxando, mas sentiu contrair com interesse. ―Isso é bom, porque tenho toda a intenção de fazê-lo novamente. Em breve. Ela não achava que seria possível para ela querer mais. Ela já se sentia sem osso, fraca e completamente satisfeita. Ainda assim, seu corpo conhecia uma coisa boa quando ouvia uma, e uma
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 pequena corrida de excitação a inundou. ―Agora isso funciona para mim. Ele deu um sorriso deslumbrante quando saiu de seu corpo. ―Estou indo alimenta-la pela primeira vez. ―Com o quê? Eu vi você soltar toda a nossa comida. Ele ficou de pé, colocando o seu corpo lindo em reluzente exposição. Durante o tempo que vivesse, jamais esqueceria como ele parecia agora, com apenas o brilho mais fraco do pôr do sol pintando seu corpo nu. ―Não se preocupe. Tenho caçado mais do que você já esteve viva. Vou encontrar alguma coisa. De repente, a ideia de estar sozinha nesta caverna era aterrorizante. Talvez fosse pegajoso da parte dela, mas não queria que ele fugisse não depois do que eles acabaram de compartilhar. Seu mal-estar deve ter registrado em sua expressão, porque ele se inclinou e beijou-a, longo e lento. Quando ele subiu para o ar, aquele olhar familiar de fome estava de volta no lugar, apertando sua mandíbula e boca. ―Estou indo só porque precisamos comer. Não estou fugindo. Eu prometo. Seu voto a pegou de surpresa, o seu peso se estabelecendo suavemente sobre seus ombros como um cobertor quente. ―Tudo bem. ―Eu não vou demorar. ― Puxou suas roupas e colocou uma espada curta ao seu alcance. ―Eu vou ficar perto. Se precisar de mim, grite para fora e virei correndo. Ela assentiu. Ele pôs seu cabelo atrás da orelha e deu um olhar tão cheio de deliciosas intenções que fez suas coxas apertar juntas. ―Quando voltar e a alimentar, vou passar o resto da noite dentro de você, Grace. E vou fazer com que você ame cada segundo. Sobre isso, ela não tinha nenhuma dúvida.
Capítulo 24 Torr estava mentindo sobre não fugir, só um pouco. Grace me sobrecarregou. Fez a sua cabeça girar. O fez desejar coisas que eram impossíveis. Apenas a ideia de estar com ela como isso todas as noites para o resto de sua vida era o suficiente para assustá-lo. Não porque não podia imaginar, mas porque podia. Ele também podia
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 imaginar a distância que ele iria para mantê-la ao seu lado. Agora que conseguiu um gosto, sabia que nunca teria o suficiente. Qualquer um que tentasse ficar entre ele e Grace agora estava num mundo de dor. Ele morreria por ela, mataria por ela, destruiria mundos inteiros por ela. Torr estava mentindo sobre não fugir, só um pouco. Para um homem com suas habilidades, isso era um caminho perigoso para sentir. Ajoelhou-se no chão úmido e simplesmente respirou o ar espesso da noite. Tinha muita emoção tumultuosa dentro dele muito amor, luxúria e ganância territorial. Grace era dele. Nenhum outro homem jamais a tocaria, humano ou não. Podia mantê-la aqui, neste planeta onde não havia outros homens. Podia ficar e passar o resto de seus anos amando ela. Ou pelo menos o resto dos anos. Mesmo quando a ideia despertou à vida, teve uma morte súbita. Não podia ficar aqui. Seu voto não permitiria isso. Eventualmente, sua necessidade de proteger os seres humanos e proteger o portal para Athanasia iria vencê-lo e ele gastaria todo o seu tempo tentando desesperadamente encontrar um caminho para casa. Por enquanto estava contente. Proteger Brenya e as mulheres aqui era importante. As crianças aqui eram vitais para vencer a guerra. E proteger Grace, o único ser humano que sentiu aqui, era uma verdadeira alegria. Mas não iria durar. Uma vez que lidasse com a ameaça, esse contentamento desapareceria. Ele se tornaria inquieto e, eventualmente, frenético para voltar para casa. Esse não era o tipo de coisa que queria que Grace testemunhasse. Então, quais eram suas escolhas? Levá-la para casa com ele? Vê-la envelhecer e morrer? Isso o destruiria. Mesmo enquanto pensava sobre isso, sentiu uma das folhas em sua Linha da Vida rasgarem livres e caírem. A dor o fez sugar uma respiração e cavar os dedos no chão úmido. Era uma piada cruel que a mulher que ele tocou tão profundamente nunca poderia ser o que precisava para sobreviver. De repente, uma estranha sensação de calma apoderou-se dele. Se alguma coisa acontecesse com ela, o destruiria. Ele não teria que sofrer intermináveis séculos sem ela. Ele simplesmente iria com ela quando deixasse esta vida. Era uma solução óbvia, era uma maravilha que não pensou nisso antes. Ele teria a sua vida com Grace e então, deixaria ir, quando ela fizesse. Sem mais guerra, sem mais luta, sem mais dor.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Para seus irmãos seria um guerreiro de curta duração, mas eles estavam tendo seus próprios filhos agora mais lutadores para preencher o vazio que ele iria deixar. Eles não iriam sentir falta dele por muito tempo. Sua decisão tomada, Torr saiu à procura de alimento na floresta para alimentar a mulher que ele passaria o resto de sua vida. Tudo o que tinha que fazer agora era convencê-la a ficar com ele.
***** Grace se lavou numa corrente de água gelada escorrendo para baixo da parede na caverna. Não havia mais luz para guiá-la, por isso tudo levou o dobro do tempo. Ainda assim, ajudou passar o tempo enquanto Torr foi embora. Seu corpo formigava com a memória do que ele fez para ela, bem como a sua promessa escura para mais. Ela não se importava com a comida que traria de volta, só sobre o homem que iria trazê-la. Quando ouviu o leve farfalhar dos arbustos fora da entrada da caverna, congelou, presa em algum lugar entre o medo e a excitação. ―Sou eu―, ele sussurrou, e todo o medo drenada. Não podia vê-lo, mas podia senti-lo se aproximando. O disco ao longo de suas costas vibrou um pouco, mas ela não podia dizer se era em resposta ao que ele usava ou se ela simplesmente estava tremendo de antecipação. ―Estou aqui―, disse ela. ―Eu posso ver você. ―Ah, certo. Esqueço que outras pessoas podem ver no escuro. Quando voltou a falar, ele estava muito mais perto. Ela podia sentir a aderência da floresta em suas roupas e pele, sentir o calor do seu corpo chegando para ela. ―Se eu pudesse dar o poder de ver à noite, eu o faria. Como é, o melhor que posso oferecer é um pequeno fogo na parte de trás da caverna. Era tão doce, sempre se preocupando com suas necessidades. ―Será que a luz vai nos revelar? ―Não. Vou cortar alguns arbustos e criar uma tela. Preciso cozinhar a carne de qualquer maneira.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 ―O que posso fazer? ―Descanse―, disse ele, seu tom prometendo delícias perversas. ―Você vai precisar disso. Grace reprimiu um estremecimento e ficou onde estava até que ele teve a tela de arbustos no lugar e uma pequena fogueira iluminando o espaço. Era pouco mais que uma única chama, mas parecia incrivelmente brilhante depois de tanto tempo no escuro. Ele esfregou uma pedra no fio de água, em seguida, colocou perto do fogo e colocou várias tiras finas de carne crua. ―Boa caça? ― ela perguntou. ―Boa o suficiente. Encontrei alguns frutos, também. Parecem os que comemos mais cedo, mas você deve vê-los, só para ter certeza. Ela pegou a bolsa que ele ofereceu e viu que ele encontrou os vermelhos doces que amadureciam nesta época do ano. Ela estalou um em sua boca. ―São seguros. Ele ajustou as tiras de carne crua para que eles começar a cozinhar, e abriu a boca para um dos frutos. Grace se aproximou de onde ele se ajoelhava. Cedendo à atração que ele tinha sobre ela, que se sentia bem. Certa. Ela pegou um dos frutos e o alimentou. Antes que pudesse afastar-se, seus lábios se fecharam sobre seu dedo, chupando-o de uma forma que fez seus mamilos endurecer. Ele a soltou, sorrindo enquanto mastigava. Seu olhar estava fixo em seu peito, onde o contorno muito óbvio de seus mamilos era visível. ―Eu amo que posso fazer isso com você―, ele disse a ela. ―Deixa apenas um pouco em igualdade de condições. ―O que isso quer dizer? Ele mudou de posição para que pudesse ver a protuberância de sua ereção. ―Querida, estive duro para você desde que cheguei aqui. Ela sentiu o rubor começar em seu rosto, em seguida, trabalhar o seu caminho debaixo de sua túnica. ―Se você continuar a olhar para mim assim, vou deixar essa carne queimar. ―Essa ideia provavelmente deveria me incomodar mais do que faz. Ele soltou um baixo e retumbante grunhido que vibrou todo o caminho até seu núcleo. ―Eu poderia simplesmente me deleitar com você. Outra ideia intrigante, mas não aquela que iria mantê-los seguros. ―Você precisa de comida
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 de verdade. ― Ela o alimentou com outra fruta. ―Não tão doce como você, mas perto. Ele terminou de cozinhar a carne. Eles comeram em torno do pequeno fogo, assistindo ele morrer. ―Será que vai te incomodar se nós deixarmos ficar escuro―, questionou. ―Não. ― Não se ele estava aqui. ―Vamos estar mais seguros assim. ―Entendo. Vou ficar bem. ―Você teve um longo dia. Você está ferida e cansada. Devo deixar você dormir agora. ― Ele pegou a última fruta e segurou-a em seus lábios. Ela pegou e segurou seu dedo com os dentes. Seus olhos âmbar escureceram para um profundo, rico bronze. ―Mas eu não vou. Ela engoliu sua mordida. ―Bom. Porque não estou cansada. Ele se inclinou mais perto, olhando para sua boca. ―Quando eu terminar com você, você vai estar. ―Homem arrogante. ―Homem honesto. Não posso ter o suficiente de você, Grace. Nem perto disso. ―Talvez não, mas acho que vai ser divertido você tentar.
***** Grace estava nua sob sua túnica. Essa deliciosa descoberta quase colocou em curto o cérebro de Torr. Suas mãos deslizaram até suas pernas nuas enquanto a beijava, certo de que iria encontrar algum tipo de barreira, mas tudo o que sentiu foi carne quente, suave. Suas mãos seguraram sua bunda quando a puxou para o seu colo. Ele queria estendê-la e cobri-la com seu corpo, dirigindo profundamente, mas o seu peso era demais para ela neste chão duro. O disco nas costas iria cortar sua pele delicada, tirando qualquer prazer que ele pudesse dar a ela. Inaceitável. Era melhor deixá-la montá-lo, deixá-la definir o ritmo para que pudesse desfrutar de seu corpo, tanto quanto possível. Deus sabia que ele desfrutava dela.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Queria levar as coisas devagar, dar tempo para aquecer novamente. Queria provar que era um homem gentil, que sempre colocaria suas necessidades acima da sua própria. Mas assim que seus dedos deslizaram entre suas coxas e sentiu como estava escorregadia por ele, todos os pensamentos de restrição desapareceram. Tinha apenas o suficiente de força mental funcionando, deixado para lembrar como abrir seu jeans antes de colocar ela em sua ereção e puxar seus quadris para baixo. Grace deixou escapar um som em algum lugar entre um suspiro e um chiado. Seu sexo se apertou ao redor dele, e sabia que foi muito áspero, muito rápido. Ele ficou imóvel, com certeza, apenas quebrou qualquer que seja a tênue confiança que ela estendia a ele. ―Sinto muito. ― A palavra estava espessa, mal inteligível. Ela não respondeu. Em vez disso, cobriu sua boca com a dela e começou a montá-lo. Sua doce Grace se transformou em feroz. Ela mordiscou sua língua e arranhou suas costas. Ela se moveu num ritmo sinuoso que o deixou acelerado em direção ao clímax rápido demais. Tentou dizer para abrandar, mas sua boca silenciou a dele. Sua língua exigindo sua atenção, girando e empurrando de uma forma que o deixou louco. Ele não sabia que ela tinha isso por ela esta necessidade quente, insaciável de reivindicar e conquistar mas ele gostou. Gostava de tudo o que ela fazia. Muito. Seus sons suaves de prazer encheram sua boca. Seu sexo vibrava em torno dele, da mesma forma que fez antes quando alcançou seu pico. Ela estava perto, talvez até mais perto da conclusão do que ele. Que ela poderia queimar assim quente tão rápido inflamou seu sangue. Isso o fez ansiar por ela ainda mais, algo que não pensou possível. Ela chupou um imenso fôlego que pressionou seus seios contra seu peito. Se não fosse a necessidade de abraçá-la, teria rasgado aquele couro de seu corpo. Ele não podia suportar largar ela tempo suficiente para fazer o trabalho, então enfiou as mãos dentro da abertura das costas e segurou seus ombros. Um duro puxar para baixo e ele estava sentado dentro totalmente. O movimento moeu seu clitóris contra ele e a fez apertar violentamente em torno de sua ereção. Ele pegou seu primeiro grito de liberação com a boca para abafar o som. Algum pedaço distante de sua mente ainda estava ciente do possível perigo fora. Mas, em seguida, seu corpo doce ondulou ao redor dele, e nada mais importava.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Seu clímax escorreu sobre ele como uma cachoeira, afogando-o em prazer. Sua semente como um jato em seu corpo para encontrar a sua casa nela. Cada aperto espremido de seu sexo, ordenhando ele mais duro, exigindo mais dele. Finalmente, quando não tinha mais nada para dar, ele a levou para o chão, embalando seu corpo trêmulo. Levou muito tempo para recuperar seus sentidos, mas no momento que fez, Grace estava dormindo. Ele se sentiu mal por tomar seu corpo maltratado tão rudemente. Os cortes superficiais do líquido do Warden arderam. Ele não foi exatamente gentil com ela. Ainda assim, ela estava descansando agora, e ele duvidava que fosse o caso se não tivesse a cansado lá fora. Lentamente, para não se acordá-la, desengatou seus corpos e dispôs ela no que parecia ser uma posição confortável, com uma mochila para travesseiro e sua camisa descartada por cobertor, era o melhor que poderia fazer por agora. Logo iria tê-la numa cama de verdade, levá-la num chuveiro real. Mas sabia melhor do que pensar que iria esperar até então. Grace era parte dele agora, e a teria de qualquer maneira que pudesse levá-la durante o tempo que ela o deixasse. Torr se lavou e ajoelhou-se entre ela e a entrada da caverna. Sua espada estava no chão na sua frente, e um profundo sentimento de satisfação se estabeleceu em seu peito. Isso era o que nasceu para fazer. Theronai ou não, Grace era a sua mulher. Tudo o que tinha que fazer agora era ajudá-la a se lembrar de por que ela o amava, para que pudessem estar juntos como eles foram feitos para estar.
Capítulo 25 Grace sonhou com Torr nu e indefeso, amarrado a uma cama, enquanto demônios consumiam sua carne. Sonhou com ser forçada a assistir enquanto ele sofria, incapaz de fazer qualquer coisa para salvá-lo. Acordou suando e tremendo, a escuridão na caverna fazendo pouco para ajudar a lançar a sensação nauseante que o temor do pesadelo dera.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Torr estava ao seu lado antes que tivesse tempo para sequer sentar-se. Seus dedos acariciaram seu cabelo longe de seu rosto, e mesmo que mal podia vê-lo, ela conhecia seu toque, seu cheiro. ―Está tudo bem―, ele disse a ela. ―Foi apenas um sonho. Ela se forçou a sacudir a sensação nauseante de impotência que se agarrou a ela. Depois de várias respirações lentas, ela era capaz de falar. ―Posso ter um pouco de água? Ele saiu por um minuto, em seguida, voltou e colocou um cantil de água em sua boca. Ela engoliu o líquido gelado e o frio a acordou o resto do caminho. Lá fora, podia ver um halo escuro, nevoeiro de luz cinzenta, onde a entrada da caverna estava. ―É quase de manhã. ―É. ―Devemos nos movimentar. ― Ela se espreguiçou e bocejou. ―Há luz suficiente para você ver para caminhar? ―Ainda não, mas haverá pelo tempo que me limpar. Ela ouviu um sussurro de movimento, sentiu seu calor desaparecer. ―Eu vou acender o fogo, em seguida, dar um pouco de privacidade. Assim que ele tinha uma pequena chama indo, ela fez um rápido trabalho de lavagem. Vestiu roupas limpas que trouxe e deixou as sujas para trás. Havia um sentimento de mau presságio em seu intestino, avisando-a para viajar o mais leve possível. Entre os suprimentos que perderam ou usaram e suas roupas descartadas, sua mochila estava a menos da metade agora. Deslizou a espada curta de Tori em seu cinto, se perguntando se devia deixar isso para trás, também. Não era como se soubesse como usar. Ainda assim, dava a ela conforto saber que estava lá, e isso era motivo suficiente para segurála por enquanto. Encontrou Torr esperando na entrada da caverna, comendo mais frutos que encontrou. Ofereceu alguns para ela. Apenas a ideia de colocar qualquer coisa em seu estômago o fazia agitar. ―Não, obrigado. Estou bem. ―O que eu não daria por uma xícara de café agora. Talvez um pouco de bacon. Instantaneamente, ela sabia como essas coisas eram e provavam, mesmo que não se lembrasse de alguma vez ter comido. ―Desculpe. Nenhum desses aqui.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Seu rosto se iluminou com um sorriso. ―Está tudo bem. Tenho tudo o que eu preciso. Ele estava falando sobre ela, e naquele momento sabia que estava se apaixonando por ele. Algo profundo dentro dela mudou, estalando no lugar. Houve um clique quase audível nisso uma espécie de certeza absoluta que as coisas eram como deveriam ser da forma como foram. Todo o seu corpo caiu com alívio, e um vazio que nem sabia que tinha, preenchido com um calor suave e reconfortante. Grace balançou com o choque. As grandes mãos de Torr gentilmente agarraram seus braços, seu toque cuidadoso com seus ferimentos. ―Você está bem? Ele colocou-a no chão. Ela ficou, atordoada demais para sequer considerar fazer o contrário. As coisas que estava sentindo por ele não eram novas. Eles estavam familiarizados. Mais do que isso. Eram uma parte dela que estava desaparecida há anos. Ela olhou para ele, incapaz de sequer pensar no que perguntar. Finalmente, ela se acomodou, ―Você não é um estranho. Seus lábios estavam planos e firmes. Ele não disse nada. ―Eu conheço você, não é? Mais uma vez ele ficou em silêncio. ―Por que você não me responde? ―Eu quero, mas prometi não. Por favor, Grace, apenas deixe ir. Falaremos com Brenya quando voltarmos. Ela pode explicar tudo. ―Ela não vai. Explicar não é um dos seus talentos. Ela é mais sobre a emissão de ordens. Você precisa me dizer. Ele acariciou seu rosto, e até mesmo isso era familiar. ―Eu já disse tudo o que posso. Temos um trabalho a fazer. Temos que nos concentrar nisso. ―Você está me pedindo para simplesmente ignorar o fato de que você tem mentido para mim? ―Eu não menti. Nem uma vez. ―Mas você tem escondido a verdade. É a mesma coisa. Como posso confiar em você agora? Ele se afastou. Desapareceu a amante da noite passada. Tudo o que estava aqui agora era um duro guerreiro, frio. ―Eu vou voltar para você quando encontrar o local da construção dos Masons. Fique aqui e fique quieta. ―Se você acha que vou deixar você me abandonar agora só porque sei o seu segredo, você está louco. Eu terminei de sentar ao redor, à espera dos outros. Aguardando a verdade.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 ―Grace eu... ―Não. Eu terminei, Torr. Vamos terminar este trabalho e voltar para Brenya. Quanto mais cedo terei as minhas respostas de vocês dois, quanto mais cedo posso seguir em frente com minha vida. ― Levantou e cutucou com força no peito. ―Mas se você acha que vou simplesmente perdoalo por reter informações, você está errado. Sempre tentei ser gentil, mas não sou um capacho. Você não pode mentir para mim. Não pode me usar.
***** Aparentemente Torr era uma dessas coisas. Seu estômago queimou. Suas mãos mantidas fechadas em punhos. Não era assim que deveria ser. Grace deveria amá-lo novamente. Ele não era um inválido lamentável amarrado a uma cama mais. Ele era capaz de protegê-la, fazer amor com ela. Ele era mais um homem agora do que foi antes, e ainda assim ela ainda não podia amá-lo. O que isso dizia sobre ele? Talvez ela nunca o amou em tudo. Talvez seu ato de autossacrifício foi um por piedade, não amor. Não havia nenhuma maneira de saber agora. A mulher que voluntariamente se sacrificou para salvá-lo não conseguia se lembrar de por que fez isso. Mas ela se lembrou de algo. Ele viu isso em seus olhos antes que começasse a fazer perguntas. Ela olhou para ele com tanto calor. Ele tinha certeza de que o que viu brilhando naqueles olhos escuros foi amor. Talvez ele estivesse errado. Ou talvez estivesse certo e seu silêncio matou quaisquer que sejam os sentimentos que ela tinha por ele. Estava muito zangada e magoada para conversar com ele, e ele era muito covarde para perguntar. Ele tinha medo que podia não querer saber a resposta. Então, ao invés de lidar com seus sentimentos, empurrou-os para baixo e se forçou a se concentrar no trabalho na mão. Isso era algo que tinha muita prática fazendo. Ele acelerou o passo, colocando-se na frente, apenas no caso do Warden ter deixado para trás qualquer surpresa mais desagradável. À medida que o terreno inclinou novamente, abrandou, então Grace não tinha que se esforçar para manter-se. Ela não comeu hoje, o que irritava seu senso de dever. E ela não dormiu quase tempo
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 suficiente, graças a sua necessidade de mais dela. Pelo menos não cedeu ao desejo de levá-la esta manhã. Teria sido tão fácil de cobrir seu corpo com o seu, abrir suas coxas e deslizar para dentro. Ela teria sido suave e relaxada, até o ponto em que a fazia queimar. Mesmo o pensamento era o suficiente para fazer seu pau se contrair e inchar. Ele verificou por cima do ombro ao ver que ela ficou muito atrás. Exaustão inclinava seu corpo, e sua pele estava pálida, exceto onde a mancha do esforço pintava suas bochechas. Parou para dar tempo para se recuperar. ―Você não tem que esperar por mim―, disse ela. ―Eu sei para onde estou indo. ―Prefiro mantê-la perto. ―E eu prefiro terminar este trabalho e voltar para onde não estou presa com você. Basta ir. Vou ficar bem. Seu desejo de se livrar dele doeu, mas ignorou. Ela tinha o direito de estar com raiva dele. Tinha ainda mais direito de estar com raiva de Brenya. Assim ele fazia. Torr manteve a distância, tentando respeitar sua necessidade de privacidade, tanto quanto podia. Deixá-la fora de sua vista não era uma opção não com inimigos tão perto. Pelo menos não estava respirando no seu pescoço. Assim ele fazia. Quando finalmente se aproximaram do topo da colina final que protegia o lago onde Brenya encontrou o seu próprio portal de pedra, ele esperou por Grace se recuperar. ―É apenas sobre esta colina,― ela disse enquanto prendeu a respiração. ―Vamos fazer isso como antes. Fique abaixada e silenciosa. Apenas procurando agora. Grace assentiu e seguiu os últimos metros. Encontrou uma posição vantajosa dentro de um matagal e se arrastou através dele até que sua visão estava clara. Abaixo havia um pequeno lago, assim como ela disse. A água era de uma cor negra escura. Conduzindo de uma extremidade estava um sulco profundo no chão, como se algo grande e pesado tivesse sido arrastado. Estava seco, dizendo que a marca não era fresca. ―Eles levaram a pedra na direção da aldeia do sul―, disse Grace. ―Você acha que isso é uma coincidência? Não é provável. ―Nós não sabemos nada ao certo. Nós vamos ter que seguir a trilha para descobrir.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Ela começou a se levantar. Torr agarrou seu braço e puxou-a de volta para baixo antes que pudesse quebrar a ocultação. ―Fique abaixada. Já corremos para uma armadilha. Gostaria de manter assim. ―Você acha que há mais? ―Acho que nós seríamos tolos de assumir que isso vai ser fácil. Quaisquer criaturas poderosas o suficiente para levantar uma pedra pesada da água e dividi-la num portal também seria poderoso o suficiente para cobrir seus rastros. ―E se eles não foram por esse caminho em tudo? ― ela perguntou. ―Qualquer coisa é possível. ―Então o que vamos fazer? ― perguntou Grace. Antes que ele tivesse tempo de responder, ela o fez. ―Espere. Eu sei. ―Você sabe? Como? ―Esse conhecimento Brenya me deu? Ele está me dizendo que é preciso ir para um mergulho. ―Como é isso vai ajudar? ―Precisamos de mais uma daquelas rochas. Uma pequena o suficiente para levar para que possa nos levar onde precisamos ir. ―Ok, então. Fique aqui e seja a minha vigia. Antes que pudesse argumentar, ele sumiu e contornou o cume então se alguém o visse descer o morro, não saberiam onde Grace estava. Ele se despiu e mergulhou no lago. A água estava escura e fria contra sua pele aquecida. A pressão em torno dele aumentou quando nadou mais profundo. Apenas um brilho fraco dos sóis gêmeos fazia todo o caminho até o fundo do lago, mas quando ampliou sua visão, podia dizer que o fundo estava coberto com pedras. Tudo o que precisava fazer era pegar uma. No segundo que seus dedos se fecharam em torno de uma pequena, sentiu a mudança da água violentamente ao redor dele. A pressão aumentou contra seus tímpanos até que pensou que eles iam estourar. No momento em que se recuperou da súbita sensação de vertigem, percebeu que estava preso. Tocar a pedra provocou algum tipo de armadilha, e uma dessas redes de monofilamento enjaularam seu corpo. Não podia se mexer o suficiente para alcançar sua espada. Ele estava preso, e se não se libertasse logo, iria se afogar aqui e deixar Grace se defender sozinha contra os asseclas de Solarc.
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***** Servir como vigia para Torr era uma das melhores tarefas que a Grace foi dada. Mesmo que estava machucada por ele guardar segredos dela, ainda tinha que admitir que ele tinha um corpo fabuloso. Ele se despiu, e acrescentou apenas o cinto da espada em seu corpo antes de mergulhar no lago. A água ondulou um pouco antes de alisar mais uma vez. Prendeu a respiração até que seus pulmões queimaram. Ele ainda não veio à tona para respirar. Ela respirou fundo outra vez e segurou enquanto pôde. Ainda assim nenhum Torr. Ansiedade rastejou em sua mente até que estava enjoada. Não podia perdê-lo. Ele pode ter mentido para ela, mas ele era um link para o seu passado. Ela se importava com ele, talvez até mais do que estava disposta a admitir. Algo não estava certo. Claro, ele era sobre-humano e tudo, mas até mesmo ele tinha que respirar, não era? Correu para baixo da encosta, lançando os sacos que carregava quando foi. Ela nem sequer diminuiu, apenas mergulhou na água, onde pensava que Torr entrou. A água estava grossa, mas viu um brilho de alguma coisa no canto do olho. Torr. Ele estava preso numa daquelas redes, que o Warden deixou para trás. Ele ainda estava vivo, mas cada movimento estava mais fraco do que o último. Grace nadou até ele, cobriu sua boca com a dela, e deu o ar. Tentou puxá-lo livre, mas a rede confinando-o estava parcialmente presa debaixo de uma pedra enorme. De jeito nenhum ela estava movendo isso. Ela ressurgiu apenas o suficiente para respirar de novo antes de voltar para baixo, sua curta espada na mão. Ela só consegui cortar alguns fios antes de seus pulmões começarem a doer. Outra viagem à superfície para respirar, e voltar para baixo para alimentar ar para Torr. O progresso foi lento, mas ela finalmente libertou um de seus braços. Sangue pintava a água, tornando ainda mais difícil de ver. Ela estava indo pelo tato agora, alternando suas viagens para ar e cortando os laços. Finalmente, ela cortou um último fio e ele disparou como um foguete em direção à superfície.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Ela o seguiu, sugando enormes goles de ar para encher seus pulmões. Ansiedade rastejou em sua mente até que estava enjoada. Não podia perdê-lo. Ele pode ter mentido para ela, mas ele era um link para o seu passado. Ela se importava com ele, talvez até mais do que estava disposta a admitir. Os lábios dele ainda estavam azuis, mas a cor estava voltando rápido. Sua pele estava picada em alguns lugares, mas pelo menos estava livre. ―Você está bem? ― Ela perguntou. Ele acenou com a cabeça, não desperdiçando sua respiração em palavras. Assim que pôde, respirou fundo outra vez e mergulhou para o fundo. Ela foi pelo tato, pegando uma pedra aproximadamente do tamanho de seu punho antes de chutar para trás em direção ao céu. Passou Torr no caminho para cima. Assim que pôde, respirou fundo outra vez e mergulhou para o fundo. Ela foi pelo tato, pegando uma pedra aproximadamente do tamanho de seu punho antes de chutar para trás em direção ao céu. Passou Torr no caminho para cima. ―O que diabos você estava fazendo? ― Ele exigiu logo que vieram à tona. ―Eu quase morri fazendo isso há um minuto. ―Quantas redes pode haver lá embaixo? Ele tomou a pedra de sua mão. ―Não vamos descobrir. De volta para a praia. Ele não precisava dizer a ela duas vezes. Sua túnica de couro molhada pesava, mas era uma nadadora forte o suficiente para fazer de volta com segurança. Uma vez em terra, ela desmoronou e apenas respirou. Torr estava sobre ela, nu, espada na mão, varrendo a área como se esperasse problemas. ―Você não acha que estamos sozinhos? Água sangrenta escorria pelo seu corpo. ―Eu tive surpresas suficientes para um dia. Ela se virou e rastejou até onde deixou cair sua bolsa médica. ―Sente-se. Alguns desses cortes são ruins o suficiente, você vai precisar de mim para costurá-los. ―Eles vão curar―, disse ele, nem mesmo poupando um olhar. ―Se você não quer fazer isso aqui, podemos voltar para a floresta onde nós estamos fora de vista, mas você está sangrando muito. ―Eu sangrei pior. Vou viver.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Ok. Evidente que ele não tinha nenhuma intenção de deixá-la fazer seu trabalho. Ela recolheu suas coisas, posicionando-as sobre suas roupas molhadas e pegou a pedra de onde ele jogou. Tinha certeza que ela deveria sentir alguma coisa, mas tudo o que sentia era gravidade. ―Eu não tenho certeza se este é o tipo certo de pedra. ―É. Eu senti sua atração um segundo atrás. ―Eu não sinto nada. ―Talvez porque você não tem nenhuma magia inata. ―Ah. ― É claro que ela não tinha. A única coisa que ela era boa era a cura, e ele não iria mesmo deixá-la fazer isso. Apesar do que ele pensava, alguns desses cortes eram desagradáveis, e quem sabia que tipo de bactérias que viviam na água? Ela examinou o corpo nu de onde estava, desejando que ele a deixasse fazer algo para ajudar a aliviar sua dor. A dor aguda cortou através de seu braço. Ofegou um pouco antes que pudesse controlar a sua reação de surpresa. Olhou para baixo e viu que foi cortada, ou talvez reabriu um dos cortes de ontem. ―Pare com isso―, ele quase gritou. Ela aproveitou a força de suas palavras e deu vários passos para trás involuntários. ―O quê? Eu não fiz nada. Ele engoliu uma maldição, e pelo olhar de seu rosto, foi um grande problema. ―Eu sinto muito. Não devia ter estalado. Vamos sair daqui e descobrir o nosso próximo passo. A água pingava em seus olhos enquanto ela o seguiu. A visão de seu traseiro nu era uma boa distração da dor geral do seu corpo e da picada dos cortes que ela reuniu ajudando ele a se libertar. No momento em que ele parou, ela estava mais do que pronta. Tirou algumas ataduras e pomada de sua bolsa e foi até ele. ―Deixe-me fazer isso. ―Você primeiro. Pegou seus suprimentos e envolveu seus cortes com um toque suave. No momento em que ele terminou, ela esqueceu por que deveria estar com raiva dele. Tudo o que podia pensar era como estava contente que estava vivo e respirando. ―Obrigado,― ele disse, ―por me salvar lá atrás. Eu tinha certeza de que era o fim da linha. Ela nem sequer queria pensar sobre o que poderia ter acontecido. ―Você é bem-vindo. Ele levantou seu queixo, então ela estava olhando em seus olhos. Tão bonito era o âmbar
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 claro que quase perdeu o que ele disse. ―Você não pode nunca fazer isso novamente. ―Fazer o quê? ―Arriscar sua vida por mim. Se alguma coisa acontecesse com você, isso me destruiria. ―Nada aconteceu. ―Mas poderia ter acontecido. Muito facilmente. ― Ele se levantou e começou a puxar suas roupas. Seus cortes já tinham crostas sobre eles, deixando poucas dúvidas a ela que ele estaria bem e inteiro dentro de algumas horas. Ela, por outro lado, levaria dias para cicatrizar completamente. ―Hora de ir? ― ela perguntou quando começou a arrumar suas coisas. ―Sim. Apanhou a pedra e entregou a ele. ―Qual o caminho? Ele tomou-a, mas não pareceu desempenhar qualquer magia que ela podia dizer. Ele apontou. ―Esse caminho. ―Então eles levaram a pedra em direção a aldeia do sul? Ele não respondeu à sua pergunta. Tudo o que disse foi: ―Deixe-me saber se você precisa de uma pausa. Planejo dar o máximo e estar lá ao cair da noite. ―Não se preocupe. Vou me manter. ― E iria, mesmo que a matasse.
Capítulo 26 Torr não tinha intenção de levá-la ao local da construção dos Masons. Ela estava indo de volta para Brenya e os outros, onde não havia absolutamente nenhum risco se jogar em perigo para salvá-lo. Mais uma vez. Tão grato quanto estava com ela por salvar sua vida, também estava furioso. Como ela podia arriscar-se? Será que não percebia que era o centro do seu mundo? Claro que ela não fazia. E graças a Brenya, ele não podia dizer a ela. Raiva e frustração alimentavam seus passos, dando a sensação de que poderia continuar para sempre sem parar. Uma hora em sua caminhada, sentiu uma súbita mudança na direção que a pedra lago estava puxando. A bolsa estava levantando ligeiramente de seu quadril, indicando que a outra pedra estava
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 à sua esquerda. Ele continuou andando, e dentro de alguns minutos, a pedra estava puxando sua bolsa para trás. Acabou de passar o local. Ainda estavam a alguns quilômetros da aldeia do sul muito longe para ele ir e voltar antes do anoitecer. Era estúpido estar tão perto de seu inimigo e pelo menos não ter a oportunidade de ver o que estava enfrentando. ―Você vai esperar aqui por um minuto? ― ele perguntou a Grace. ―Eu preciso de um pouco de privacidade. Ela caiu no chão onde estava, sua respiração pesada. ―Claro. Ele estabeleceu um ritmo duro, e tanto quanto odiava empurra-la, era melhor do que tê-la aqui fora depois de escurecer. ―Eu não vou demorar. Deslizou entre as árvores, seguindo a atração da pedra. Não precisou ir muito longe para encontrar o que estava procurando. Dentro de uma grande clareira estava o que parecia muito com uma Pedra Sentinela. Dois Masons martelavam nisso, lascando runas intrincadas em pequenos pedaços de rocha. Mesmo que roubasse um martelo, cada um deles ainda empunhava um. A cada batida de suas ferramentas, podia sentir pequenas faíscas de energia disparar na atmosfera o mesmo tipo de faíscas que alimentava seu poder. Cada uma dessas centelhas parecia atrair ele e o atingiram como uma picada de ardência minúscula contra a sua pele. Ele imaginou que se ficasse aqui por muito tempo, o poder dentro dele cresceria perigosamente rápido. Além dos dois Masons, viu um cristalino Warden, guardando o local. Sua espada estava evidente em suas garras, capturando raios inflamados de sol. Uma nuvem de arco-íris cobria o chão em torno, cada uma fundindo com o corpo prismático do Warden. Era por isso ainda parecia uma estátua, mas Torr sabia melhor do que deixar isso enganá-lo. Flanqueando estavam dois brilhantes Hunters negros, ociosos, prontos para atacar. Usou um pouco do poder bombardeando ele para ampliar sua visão. Filamentos brilhantes atravessaram a área, indicando a presença de várias armadilhas. Todo o perímetro estava coberto. De fato, havia uma a apenas alguns metros na frente dele. As runas esculpidas na pedra pareciam ser as mesmas que estiveram no portal de Brenya. Eles
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 estavam progredindo lentamente, lasca por lasca. Mesmo com os dois Masons trabalhando, supôs que tinha pelo menos um dia para planejar seu ataque. Com apenas ele para travar a batalha, não tinha certeza de que seria tempo suficiente. Torr voltou do jeito que veio, com cuidado para refazer seus passos para que não fosse acidentalmente correr em quaisquer surpresas desagradáveis ao longo do caminho. Quando voltou a Grace, ela estava sentada onde ele a deixou, abraçando os joelhos com a cabeça apoiada sobre eles. Ela não o ouviu chegando, até que ele estava muito perto, o que só serviu para destacar suas limitações humanas e quão vulnerável a faziam. Ele precisava levá-la de volta para a aldeia. Agora. E uma vez que ele fizesse, estava indo forçar Brenya a mantê-la segura. Torr estendeu e ofereceu a mão para Grace. ―Precisamos nos manter em movimento. Ela deu um aceno cansado quando tomou sua mão. Ele puxou-a para cima, o movimento colocando-a perto o suficiente para que pudesse sentir seu cheiro. Ele foi imediatamente despertado. Cada pensamento coerente que tinha apenas um momento atrás, nocauteado por lembranças de tê-la nua em seus braços, de estar dentro dela, e imaginando como poderia chegar lá novamente. Ela olhou para ele. Seus lábios se abriram, e tudo o que podia pensar era em beijá-la, saboreála. Viu sua boca se movimentar, mas o que ela disse foi perdido. Não foi até que ouviu o som de seu nome que estalou fora do feitiço que ela teceu em torno dele. ―Você está bem? ― Ela perguntou. Fechou os olhos para bloquear a visão de seu rosto doce. ―Sim. Seus dedos se estabeleceram em sua testa, tão gentil e acolhedor. Quantas vezes ela o tocou assim de volta ao Dabyr? Quantas vezes desejou que fosse um homem inteiro, capaz de amá-la do jeito que queria? Agora que podia, não havia tempo. Ela estava zangada com ele por esconder a verdade dela, e enquanto entendia essa raiva, não podia mudá-la. ―Nós devemos ir―, disse ele. ―Você parece doente. Se você precisa descansar... ―Não. Isso não vai ajudar. ― Nem perto. Ele puxou-a em movimento e deixou ir a mão para colocar alguma distância entre eles. Não podia tocá-la e ainda manter sua cabeça onde precisava estar. O perigo estava apenas há poucos
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 minutos a pé, e se ela o deixasse, teria levado ela ali mesmo no chão da floresta. Era melhor não olhar para ela ou tocá-la, melhor se lembrar de por que estava aqui. O resto da viagem foi um exercício de autodisciplina. Séculos fazendo coisas difíceis, sendo responsável, deu a força mental que precisava para levá-los onde estavam indo. Assim que ela reconheceu onde levava o caminho, parou em suas trilhas. ―Você estava me trazendo aqui o tempo todo, não é? Ele virou para ela, e o olhar de traição em seu rosto quase levou de joelhos. ―Sim―, ele disse, não querendo mentir para ela. Enganar ela foi ruim o suficiente. Ele não amontoaria mais pecados em cima disso. Sua voz vacilou, mas não podia dizer se era tristeza ou raiva que o causou. ―E aquela parada que você fez? Encontrou os Mason, não é? Encontrou-os e nem sequer me disse. ―Sim. Você estará segura aqui enquanto volto e enfrento a ameaça. ―Acho que salvar sua vida não foi suficiente para provar que sou digna de sua confiança, que sou capaz de não apenas cuidar de mim mesma, mas também ajudá-lo. ―Não é assim. Ela foi direto em seu rosto, perto o suficiente para que pudesse ver o brilho molhado de dor brilhando em seus olhos. ―Pensei que você fosse diferente dos outros, que você não me via como uma insignificante, humana fraca. Agora sei que estava errada. Grace se virou e saiu, correndo para a aldeia, onde desapareceu no interior de uma das cabanas. A voz de Brenya veio de trás dele. ―Vejo que nossa Grace manteve você em seus dedos, jovem Theronai. Ele estava tão absorto naquilo que Grace disse, que não percebeu que a outra mulher estava em pé lá. Agora que fez, choque sacudiu-o de volta em seus calcanhares. Ela parecia cansada. Exausta. Sua pele pendurada em sua estrutura, a textura lisa, sem idade, substituída por linhas profundas. Mesmo seus olhos, girando com as ondas de tempestade, parecia mais nublado, com o brilho leitoso da passagem do tempo. Procurou esconder sua reação para não insultá-la. ―Acho que é uma maneira de colocar. Por que diabos você não levou ela com você quando você tele transportou todos embora? ―Você precisava dela. Espero que a informação que dei a ela fosse útil? ―Encontrei os Mason. Não estão muito longe, também. Se terminarem aquela pedra e abrirem um portal, toda esta aldeia será invadida em poucas horas.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 ―Podemos viajar para a aldeia do norte, mas o resultado seria o mesmo. Você deve destruir a pedra. ―Me dê os cristais e me diga como usá-los. ―Usá-los é simples. Sobreviver a sua utilização levará mais habilidade. ―O que isso quer dizer? ―Haverá reação mágica quando os cristais são ativados. ―Que tipo de reação? ―O tipo mortal. Se você pode ver o fogo azul dos cristais, você já está muito atrasado. Ele vai destruir tudo em seu alcance. ―Você está me dizendo que aqueles cristais adiam radiação mágica? Ela franziu a testa um segundo antes de concordar. ―Sim. ―Tudo bem. Então, que tipo de habilidade é necessária para evitar este desconforto? ―Velocidade. Tempo. Você deve estar longe da área antes de ocorrer a explosão. ―Eu não suponho que você tem algum tipo de pavio longo, não é? ―Não. Quaisquer atrasos longos dariam tempo ao Warden para reagir. Isso seria uma coisa ruim. Imediatamente ele começou a pensar sobre local da construção dos Masons e a distância entre a pedra e o Warden. Havia apenas alguns metros uma distância que um Warden poderia cruzar em questão de segundos. Isso assumindo que o Warden ficaria em seu atual posto de guarda. ―Vou precisar de uma distração. Uma carranca puxou a rugas de Brenya. ―De fato. Vou fornecer isso. Dê-me a noite para fazer. ―O que você tem em mente? Ela ignorou a pergunta. ―Arranje comida e descanso. Você vai precisar disso para o que está por vir.
***** Grace estava até o pescoço num banho quente quando Brenya entrou. Estava encurvada, movendo-se lentamente, como se até mesmo um passo duro esmagaria seus ossos frágeis. Ela parecia velha, frágil. O coração de Grace deu um aperto acentuado quando percebeu que mesmo Brenya não era
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 invencível. ―Você empurrou-se muito duro―, disse Grace. ―Apenas fiz o que devo, criança. ― Brenya sentou no banco ao lado das roupas de Grace. ―Seu guerreiro parecia chateado. Assustou-o novamente. ― Não era uma pergunta. ―Ele mentiu para mim. Você também. ―Verdades ocultas, e não mentiras. ―É a mesma coisa. ―Acha que eu escolheria te machucar? Que meus atos carregam malícia? ―Só porque você não quer me machucar, não significa que não dói. ―Lógica complicada. Muito humana. ―Bem, eu sou humana. ―Sim. E não deveria responsabilizar você por um erro em seu nascimento. O golpe não intencional machucou tanto quanto o resto. Talvez todos os seres humanos fossem tão sensíveis como Grace era, ou talvez ela fosse apenas uma covarde. ―Por que você está aqui? ―Senti seus ferimentos. Grace sabia melhor do que perguntar como. A mulher não responderia. ―Estou bem. Não é nada sério. Poupe sua força. ―Também pensei que você poderia precisar conversar. ―Sobre o quê? ―Você compartilhou seu corpo com um homem que você acredita que mentiu para você. ―Eu não sei como você sabe o que fizemos, mas apenas não acredito que ele mentiu, eu sei disso. ―Você sabe? ―Você deve saber também. Você o forçou a mentir. ―Fingir é uma palavra mais precisa, mas não vejo como você poderia ser confundida. Grace abafou um grito de frustração. ―Olha, eu te amo como uma mãe, mas você não consegue decidir como eu deveria me sentir. Você e Torr conspiraram para esconder as coisas de mim. Você chegou ao ponto de força-lo a um voto. Eu não estou bem com nada disso. ―Algumas coisas são melhores deixadas esquecidas, criança. A voz de Grace caiu tão perto de um rosnado, que chocou. ―Não sou uma criança e estou cansada de ouvir você dizer isso. É a minha vida. Tenho o direito de saber o que estava nela. Tenho
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 o direito de minhas memórias. ―Perdoa Torr. Ele não teve escolha. Eu conhecia seu ponto fraco e usei contra ele de uma forma que garantiu que ele não podia me negar nada. ―Esse homem não tem um ponto fraco. ―Sim, ele tem. Você, criança, é ele. Ela gemeu e deixou a cabeça cair para trás na borda de madeira da banheira. ―Ótimo. Agora, não apenas sou fraca, mas faço aqueles ao meu redor da mesma maneira. O tom de Brenya era um dos irritados e de advertência. ―Cesse a sua auto piedade. Você tem o que as mulheres em todo o universo apenas podem desejar. ―O que é isso? ―Um homem que faria qualquer coisa por você. ―Você está errada. Eu queria ajudá-lo, mas tudo que ele podia pensar era em me trazer de volta aqui, como uma espécie de criança travessa enviada para o seu quarto. ―Homens Theronai são criaturas protetoras por natureza uma característica sobre a qual estou dependendo. Oh, não. Grace conhecia esse tom. Tortuoso, astuto, conspirador. ―O que você está planejando? ―Vitória. Grace saiu da água, desesperada para descobrir o que ela podia para que pudesse avisar Torr. Ela agarrou o braço de Brenya algo que nunca teria feito há dois dias. ―Diga-me o que você vai fazê-lo fazer. Brenya cobriu sua mão, e o formigar quente de cura correu sobre a pele de Grace, apagando todos os golpes e cortes que sofreu. A mulher mais velha se inclinou ligeiramente por um segundo antes de se endireitar. ―Você não tem nenhum motivo para preocupação, criança. Tudo será como está destinado a ser. ―O que significa isso? ―Você vai ver―, disse Brenya. Então, se afastou, deixando Grace pingando e fria.
Capítulo 27
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Grace irrompeu pela porta da cabana onde Torr estava se trocando. Seu cabelo escuro estava todo molhado, o rosto pálido e arrastado com o medo. Ele deixou cair às calças largas que uma das mulheres da aldeia fez para ele, e puxou a espada. ―O que está errado? Grace chegou a uma parada morta. ―Errado? ― ela perguntou, olhando para sua virilha nua. A porta se fechou atrás dela, escurecendo o ambiente. O pouco de luz alaranjada filtrada através das paredes de palha ásperas, era suficiente para que ele visse suas pupilas incendiar. Seu cérebro animal tomou isso como um sinal de que ela gostou do que viu, menos do que a sala que de repente ficou escura. Um formigamento revelador de excitação percorreu-o, mas sufocou-o morto antes que pudesse assumir. ―Sim, errado. Você invadiu aqui como se demônios estivessem mordendo seus calcanhares. O que aconteceu? Ela ainda estava olhando, e foi ficando mais difícil a cada segundo para ele se lembrar de suas maneiras. Grace limpou a garganta e, finalmente, olhou para longe. ―Brenya. ―Alguma coisa aconteceu com Brenya? O olhar de Grace desviou de volta para ele, mas apenas por um segundo antes de fechar os olhos. ―Não. Ela está acontecendo com você. ―Você vai ter que ser mais específica, querida. Com o som de carinho, ela abriu os olhos novamente, mas desta vez olhou diretamente para ele. A dor que ele viu ali quase o levou de joelhos. ―Ela vai machuca-lo, Torr. E ela vai me usar para fazer isso. ―Comece pelo começo. O que ela disse? ― Ele guardou sua espada, pegou as calças e usou para cobrir sua ereção crescente. O nível de distração no tom de Grace caiu significativamente. ―Ela disse que eu era o seu ponto fraco e que ela iria usar isso para obter a vitória. ―Ela disse como? ― Perguntou ele, mesmo que sabia a resposta. ―Não. ―Claro que não. ― Uma respiração profunda. Duas. Frustração escorria fora, mas só um pouco. ―Deixe-me vestir e vamos falar com ela.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Grace agarrou seu braço. ―Não. Nós não podemos. E se isso é o que ela quer? E se for parte de seu plano? ―Só há uma maneira de descobrir. Começou a colocar as calças, mas ela rasgou-as fora e jogou-as através do quarto. Fúria e medo tremiam fora dela. ―Você não está me ouvindo. Nós não podemos jogar isso em suas mãos. Temos que ser mais espertos que ela. Torr queria ser o tipo de homem que poderia aliviar suas preocupações, mas tudo que podia pensar era o quão perto ela estava, quão doce ela cheirava, como estava completamente nu e a queria desse jeito também. Não importa se ela estava zangada com ele ou se estava mais preocupada com outra coisa. Seu corpo parecia em curto-circuito com seu cérebro, estreitando seu foco para um campo muito pequeno. Conseguiu honra suficiente para perguntar: ―O que você acha que devemos fazer, querida? ―Bater ela em seu próprio jogo. ―Como vamos fazer isso? E por quê? Estamos do mesmo lado. ―Porque ela vai te matar. ― Ela agarrou ambos seus ombros e o sacudiu ou pelo menos tentou. Ela balançou mais do que ele fez, mas entendia a ênfase que ela estava tentando alcançar. Envolveu as mãos em volta de sua cintura. Não podia evitar. Ela estava muito perto, e seu toque nele para dar ênfase ou não era mais do que ele podia ignorar. Ele se aproximou, até que estavam quase pressionados juntos. Podia sentir o calor do seu corpo contra sua pele nua e desejou desesperadamente o poder de fazer evaporar couro. ―Tudo que Brenya quer é este lugar esteja seguro. Vou olhar para que isso seja bem feito. Venho lutando por um longo, longo tempo e sei o que estou fazendo. ―Não posso deixar que ela o machucasse. ―Mesmo que eu tenha que mentir? ―Você mentiu, mas Brenya o forçou. ―Isso significa que me perdoa? ―Você vai me dizer o que você sabe sobre a minha antiga vida? Ele balançou a cabeça. ―Você sabe que não posso. Gostaria que as coisas fossem diferentes, mas estamos jogando pelas regras de Brenya. ―Eu não confio nela mais, Torr. Nem você deveria. ―Ela salvou sua vida. Ela manteve você segura durante anos. Por isso, devo a ela tudo. ―Tenho medo que isso é o que ela vai acabar tomando.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Escovou seu cabelo úmido atrás da orelha. ―Enquanto ela não leva-la para longe de mim, posso lidar com o que ela decidir repartir. Um bonito rubor coloriu suas bochechas. ―Eu deveria ir embora e deixá-lo se vestir ir falar com ela. ―Ou você pode ficar. Esse rubor se aprofundou, e ela molhou os lábios. ―Acho que é melhor se eu não faço. Se eu ficar, vou querer tocar em você. ―Parece um bom plano para mim. Estou morrendo de vontade de beija-la novamente, Grace. Um delicado arrepio correu através dela. ―Eu ainda quero você, mas não posso estar com você desse jeito de novo. Você não é o homem que pensei que você era. Não posso confiar em você agora, não depois de saber que você mentiu. Algo no fundo de seu peito gritou em agonia enquanto morreu. A mulher que amava não confiava nele. Sua doce Grace, que voluntariamente arriscou sua vida para curá-lo, já não confiava nele. Perdeu algo precioso, algo que, uma vez quebrado, nunca poderia ser refeito inteiro de novo. Mesmo que se provasse digno dela, a crença de que ele mentiu sempre estaria na parte de trás de sua mente. Torr afastou-se e virou as costas. Sua nudez era uma vergonha agora. Não incomodou antes, mas agora ela o via como um mentiroso, e isso fez a vergonha apodrecer em sua alma. ―Você deve ir. ―Torr, eu... ―Eu tenho preparativos para fazer e preciso proteger o perímetro da aldeia antes que eu vá. ―Precisamos conversar. Deslizou nas calças largas, feliz por finalmente estar coberto. ―Não há nada para falar. Você não confia em mim e não posso mudar sua mente sobre isso, não quando estou vinculado por meu voto. É melhor se eu apenas me concentre em manter você e os outros seguros. É o que faço melhor. ―Prometa-me que vai estar seguro. Ele não se atreveu. Esse não era o tipo de promessa sua espécie jamais fazia. Em vez disso, ele disse: ―Não se preocupe comigo. ―Claro que me preocupo. Importo-me com você. ―Não―, ele respondeu, com a voz muito alta e dura. Depois, com mais calma, ―É melhor
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 para nós dois se você não faça.
***** Grace machucou Torr. Ela não queria, mas a dor de ambos, era óbvia e devastadora. Durante todo o jantar, continuou esperando por um vislumbre dele. Queria a chance de falar com ele, para encontrar uma maneira de aliviar a dor que causou. Doía saber que o machucou, e não importa o que pensava dizer, nada parecia certo. Ela sabia que ele tinha suas razões para mentir para ela, mas até que ele estivesse disposto a contar sobre isso sobre porque daria a Brenya um voto que o obrigou a mentir para Grace não via como poderia perdoá-lo. Talvez isso fizesses dela uma pessoa má. Questionou-se durante toda a noite, em busca de uma chance de falar com ele, mas nenhuma veio. Enquanto as mulheres fluíam através do centro da vila, reunindo seu ensopado e pão, nunca viu, uma vez, sua cabeça elevar-se sobre a multidão. A cada minuto que passava, seu coração caía ainda mais, até que sabia que tinha de corrigir isso. Não podia viver assim, seu estômago torcendo de raiva e ansiedade. Grace reuniu um pouco de comida para ele, usando-o como uma desculpa para conversar, então foi procura-lo. Ele disse que estava indo para verificar o perímetro, então teceu seu caminho em torno da borda da aldeia, avançando mais a cada passo. Brenya geralmente tinha uma barreira protetora zumbindo no lugar por esta hora da noite, mas Grace não sentiu isso, não viu seu brilho sutil. No momento em que percebeu que a barreira não devia estar colocada hoje à noite, estava longe o suficiente dentro da floresta onde a luz bruxuleante do fogo central era pouco visível. ―Você não deveria estar aqui―, veio à voz de Torr das trevas. Grace saltou, empurrando a comida na pequena bandeja que carregava. Ele estava ao lado dela, equilibrando o copo de água antes de ter tempo para derramar. ―Você me assustou. ―Pelo menos fui eu que corri para você, em vez de um dos Hunters. ―Eu estava prestando atenção à temperatura. Se tivesse ficado frio, eu teria fugido de volta para os outros. Não havia muita luz para ver, mas era suficiente para ela ver sua silhueta e um leve brilho de luar em seus olhos âmbar. Mesmo sem essas pistas, ela podia sentir o cheiro dos perfumes, de calor
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 e de floresta, que se agarravam a ele. Ele usava o mesmo sabonete que todos os outros, mas para ele, cheirava muito melhor. Tudo o que queria fazer era se aproximar. ―O que você está fazendo fora da aldeia? ― O tom profundo de sua voz suavizando seus sentidos, fazendo com que uma parte profunda dela ficasse quieta e silenciosa. Ela estava muito atraída por este homem. Ela pensou que era ruim antes, mas agora que sabia o que sentia quando ele deslizava dentro de seu corpo como ele se enrolava em volta dela como se não pudesse suportar a ideia de deixá-la ir, ela queria ainda mais dele. Grace teve que limpar a garganta para chamar as palavras para sair. ―Não vi você no jantar. Você precisa comer. ―Não tenho muito apetite. Dê a minha parte para uma das crianças. ― Sua espada estava apoiada ao seu lado, visível agora que não estava ligada a seu corpo. ―Há mais do que suficiente para ir ao redor. Tori ensacou várias mortes na noite passada. E você precisa comer. ―Tudo bem. Deixe a bandeja se vai fazer você se sentir melhor. Encontrou uma pedra lisa que saía do chão e equilibrou a bandeja sobre ela. ―Você vai comer? ―Volte para a aldeia, Grace. Não querida, apenas Grace. A mudança não deveria tê-la machucado, mas fez. Ela era a única que o empurrou, então por que estava tão desesperada para arrastá-lo para perto de novo? ―Você ainda está com raiva de mim―, ela supôs. Ela o sentiu tenso mais do que viu. Estava tão em sintonia com ele que até mesmo o seu silêncio era bastante para avisá-la de uma onda de emoção. ―A raiva nem sequer começa a cobrir o que estou sentindo. Não que isso importe. Basta ir. Tenho trabalho a fazer e você é muito de uma distração para se tiver por perto. Mais uma vez, a dor de suas palavras bateram com força, mas desta vez ela realmente se encolheu. Torr soltou uma maldição dura quando passou a mão pelo cabelo. ―Eu odeio que você ainda reaja assim para mim, depois de tudo que passamos juntos nos últimos dias. ―Eu não sei o que você quer dizer. ―Você se afastou como se pensasse que eu ia bater em você. Eu sei que você teve uma vida difícil, mas caramba, Grace, nunca faria algo assim com você. Eu a amo. Suas palavras se envolveram em torno dela, apertando o ar de seus pulmões. O chão sob seus
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 pés pareceu balançar. Os bosques ao seu redor dissipou numa chuva de faíscas brilhantes, tão brilhantes que ela estava cega. Naquele instante, alguma coisa em sua cabeça se abriu, e ela se lembrou de tudo. A noite que Torr a resgatou e seu irmão mais novo a noite que sua mãe foi morta por demônios. Ela se lembrava dele levantando-a para longe do corpo brutalizado de sua mãe e embalando-a perto enquanto a levava fora da casa, sussurrando palavras de conforto. Lembrou-se da explosão de fogo atrás deles, e o grito dos demônios consumidos no incêndio. Ele nem sequer desacelerou não até aquela viscosa criatura como uma lesma disparou da escuridão e bateu em suas costas, envenenando-o. Mesmo quando ele caiu, pensou em protegê-la em primeiro lugar, girando na terra, para que não a esmagasse. Podia imaginar o seu quarto no Dabyr, a forma como cresceu progressivamente mais doente e mais desencorajado a cada dia. Ela doía por ajudá-lo, mas havia tão pouco que podia fazer. Ele implorou pela morte e ainda assim ela não foi corajosa o suficiente para ceder aos seus desejos. Ela se lembrou de Dabyr e a segurança que representava para ela. Apaixonou-se por ele lá. Gilda, uma poderosa Theronai, deu os meios para salvá-lo lá. E foi lá que Grace prendeu os discos em suas colunas num esforço desesperado para curá-lo. Aqueles discos os conectaram por anos. Foi sua dor que sentiu, sua raiva. Mesmo tão longe como estava, mundos separados ainda sentia sua presença. E agora ele estava aqui este homem que ela amou tanto e que tinha de alguma forma esquecido. Como podia ter feito isso com ele? Como podia ter esquecido um homem que esteve disposto a morrer? Como podia ter estado com raiva dele por reter o seu passado, quando ele salvou sua vida e a de Blake? Era um milagre que ele sobreviveu, que estava de pé e caminhando novamente. Ele estava inteiro e forte, assim como foi na noite em que se conheceram. Quão difícil deve ter sido para ele não contar a ela o que compartilharam? Lágrimas de alegria encheram seus olhos. Torr, seu Torr estava vivo e bem. Ela queria celebrar que milagre ele era. Alívio e amor fluíram através dela. Ela subiu, nos braços dele, beijando-o como estava morrendo de vontade de fazer todos esses anos atrás. Ele balançou para trás nos calcanhares, mas se recuperou de sua surpresa rapidamente. Dentro de um piscar de olhos estava beijando suas costas, segurando-a firme. Ele a embalou como se nunca
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 mais iria deixá-la ir. Ele a amava. Ela ainda não podia envolver sua cabeça em torno disso. Era um homem tão bom era difícil acreditar que a escolhesse quando podia ter quem ele quisesse. Seus pés deixaram o chão. Sua língua dançava com a ela. Seu corpo aqueceu numa corrida louca, e tudo o que podia pensar era em chegar o mais perto dele possível. Queria segurar para sempre e nunca deixar ir. Seu valente, guerreiro heroico a amava algo que nunca pensou possível. Preciso de você―, disse ele contra sua boca. Seu corpo iluminou como uma tocha, acendendo com a excitação súbita. Ela não sabia se o disco em suas costas estava alimentando de um pouco do desejo dele, mas sentiu o calor da pele e seus mamilos apanharem contra seu peito. Precisava dele, também. ―Há algo que preciso dizer. ―Não posso esperar. Preciso de você. Aqui. Agora. ―Sim― foi à única resposta para o toque de comando feroz em sua voz. Despiu sua túnica sobre sua cabeça, quebrando o beijo apenas o tempo suficiente para fazer o trabalho. Um segundo depois, seus dedos hábeis desvendaram os nós segurando sua calcinha no lugar. Estava nua dos joelhos para cima, vestindo apenas as tiras de couro em torno de suas panturrilhas para manter seus sapatos no lugar. Sua boca se moveu para baixo de seu corpo, quente contra seu pescoço. Ela sentiu a picada doce de seus dentes e a mordida forte sugando sua pele. Sabia que ele deixou uma marca para que todos vissem, e uma pequena parte dela se deliciava com isso. Suas mãos grandes pareciam estar em toda parte, acariciando-a, colocadas em seus seios e bunda. Seu corpo inteiro estava vivo, vibrando com uma sensação cintilante de conclusão. Este era o homem que ela amava. E ele a amava de volta. O poder absoluto disso era tão esmagador, tão inacreditável, que não tinha certeza de que jamais iria se acostumar com a ideia. Ela não era grande o suficiente para segurar tanta emoção, tanta sensação, e ainda assim, não podia fugir de até mesmo o mais ínfimo pedaço disso. Ele deixou uma trilha de mordidas de amor pungentes levando todo o caminho até seu mamilo. Sua boca a cobriu, a sucção quase demais para ela tomar. Ela cravou as unhas em seu couro cabeludo. A ação o fez gemer, isso vibrou seu mamilo de um modo que a fez inclinar em direção ao clímax. Ele levantou a cabeça e olhou para ela. O calor em seu olhar era suficiente para colocar sua
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 pele em chamas. ―Ainda não. Não até que esteja dentro de você. Seus dedos puxaram o cordão segurando suas calças fechadas. Ela estendeu a mão dentro e deixou seus dedos buscar por ele, suavemente, como se fosse a primeira vez que ela o tocava. De certa forma, era. Esteve com ele antes, mas nunca como ela mesma. Era apenas uma sombra, então, apenas uma parte do todo. Agora que sabia quem ela era, quem ele era, estava indo desfrutar dele ainda mais. Torr sibilou de prazer, ficando imóvel como se estivesse recuperando seu autocontrole. Seus dedos apertaram ao redor de seus quadris, e ela podia senti-lo tremer. Suas calças soltas deslizaram de suas pernas. Grace caiu de joelhos, levando-o em sua boca quando foi. O som estrangulado que ele fez foi um que foi para sua cabeça, fazendo-a se sentir poderosa, feminina e totalmente desejável. Suas mãos seguraram sua cabeça, os dedos enfiaram por seu cabelo para um aperto firme. Ela não podia tomar tudo dele, mas ele não parecia se importar. Cada impulso superficial o fez ofegar com a necessidade. Cada puxão sugando fez seus dedos ondular e apertar em seu cabelo. ―Muito―, disse ele com um suspiro. Ela tirou dele e lambeu os lábios enquanto olhou para cima. ―Não é suficiente. Nem perto disso. Antes que pudesse voltar para mais, ele ergueu seu corpo. Foi forçada a agarrar seus quadris com as coxas para manter o equilíbrio. A mudança abriu suas pernas e deu uma visão clara de sua ereção brilhando entre eles. ―Observe-me toma-la. ― O comando baixo fez um arrepio correr em sua pele. ―Eu quero que você saiba que você é minha. Ela não precisava vê-lo deslizar para dentro para ser convencida disso. Seu coração foi seu durante anos. O fato de que sabia disso agora só fazia sua união muito mais doce. Ele mudou de posição, alinhando-os apenas corretamente. Ela viu a grande cabeça do seu pênis entrar apenas dentro de seu corpo, sentiu o estiramento lento quanto ele abaixou nela. No momento em que abaixou todo o caminho, conectando-os completamente, ela mal era capaz de puxar sua próxima respiração. A memória dele respirando por ela subiu para a superfície. Ela esteve tão fraca, então, quase morta, e mesmo assim sentiu sua presença e sabia que estava a salvo. O que aconteceria a seguir, ela não temia porque Torr estava ali com ela.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Grace o beijou, sem palavras agradecendo por não abandona-la, por levá-la a Brenya, e por salvar sua vida. Duas vezes. Não procurou algum agradecimento ou elogio, mas ela jurou que iria encontrar uma maneira de dizer corretamente como se sentia. Mais tarde. Muito mais tarde. Por enquanto, tudo o que conseguia, era se agarrar a ele enquanto se movia dentro dela. O prazer que ele deu era como uma tempestade de fogo queimando rápido e quente. O ângulo de seus corpos o fazia roçar seu clitóris com cada golpe. Ela quase não sentiu a construção do orgasmo antes que se abatesse sobre ela e empurrasse a respiração de seu corpo. ―É isso aí, querida―, sussurrou Torr contra sua bochecha. ―Assim mesmo. Tão bonita. Ele pegou velocidade, o que fez cada batida ondular para a próxima. Até o momento que encontrou força para puxar uma respiração, sentiu seus braços apertarem ao seu redor. Ele a puxou para baixo e cobriu a boca com a sua quando o primeiro pulso de sêmen surgiu dentro dela. Os últimos remanescentes desvanecendo de seu orgasmo se agitaram em torno dele enquanto gozava. Ele a segurou como se ela fosse à coisa mais preciosa no universo, e nesse momento, ela acreditou. Torr afundou no chão. Ele desceu suas costas sobre as folhas úmidas, e olhou em seus olhos enquanto recuperou o fôlego. A varredura suave de seus dedos sobre seu rosto derretia seu coração ainda mais. Ele era uma parte muito importante dela agora, tanto física como emocionalmente, que sabia que estaria indelevelmente marcada pela sua presença. Assim como ele disse, sabia que agora era sua, e o conhecimento tanto alegrava como aterrorizava. ―Um dia desses, vou ter você em uma cama adequada―, disse ele. ―De volta ao Dabyr, talvez? Tinham os melhores colchões lá. Seu dedo se detiveram no ato de acariciá-la. ―Você se lembra? Ela estava quase com medo de dizer isso, com medo de que ia esquecer de novo. ―Tudo. Isso é o que eu queria dizer. ―Você se lembra de nós? ― Ele perguntou, com tanta esperança tênue que quebrou seu coração. O quanto deve ter sido difícil para ele não contar a ela quem era e o que significavam para o outro? E por que Brenya exigiu isso dele? Algumas coisas são melhores deixadas esquecidas. Essa foi a sua resposta consistente, e no entanto Grace não tinha ideia de por que a mulher diria isso. Claro, havia alguns momentos feios na vida de Grace, mas não eram nada em
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 comparação com a beleza do amor que dividia com Torr. Como podia Brenya, uma mulher que nunca estava errada estar tão enganada? Grace o beijou de novo, longo e lento, na esperança de aliviar suas preocupações. ―Eu me lembro de nós mais claro que tudo. Lembro-me de como você me salvou, como respirou por mim, como me entregou e me deixou ir quando vir aqui era a minha única esperança de sobrevivência. Isso não poderia ter sido fácil para você. ―Eu te amo tanto. Deixando a levar embora para um mundo que eu não podia alcançar foi à coisa mais assustadora que já fiz. Mas agora você está aqui, segura. E minha. ―Toda sua. Ele a beijou novamente, mas quebrou de repente. ―Eu ouvi alguma coisa. Grace não ouviu, mas confiava que estava certo e ficou em silêncio. ―Volte para a vila―, ele sussurrou. ―Eu vou dar uma olhada. Ela pegou suas roupas e deslizou por entre as árvores o mais rápido e silenciosamente possível para avisar os outros do perigo possível. O assobio de metal contra metal soou atrás dela enquanto ele sacava a espada.
Capítulo 28 Tori seguiu Grace para onde ela esperava na borda da aldeia, apenas dentro das árvores. A mulher parecia estar bem, mas então, o que Tori viu Torr fazer a Grace não era nada parecido com o que ela estava acostumada a ver para trás nas cavernas. Grace parecia querer que Torr a tocasse. Ela parecia desfrutar quando ele a machucou embora machucar não era a palavra certa. Grace não parecia estar sofrendo em tudo, exceto por uma parte em que ela gritou. E mesmo isso não parecia ser dor para Tori. Estava confusa, fora de equilíbrio. A calma que encontrou mais cedo esta noite desapareceu, deixando-a lutar contra sua raiva mais uma vez. Quando saiu onde Grace podia vê-la perguntou: ―Por que você o deixou fazer isso? Grace pulou e abraçou suas roupas no peito. ―Tori―, disse ela num suspiro aliviado. ―O
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 que você está fazendo? ―Eu vi você. Observei. Você o deixou machuca-la. ―Ele não me machucou. E você não deveria ter visto. Era privado. Nunca foi privado nas cavernas onde Tori cresceu. Mas agora que pensava sobre isso, suas irmãs faziam a mesma coisa escondendo sua dor por trás de portas fechadas, deixando seus maridos tocá-las. ―Então por que você fez isso a céu aberto? ―Eu não planejei. Simplesmente aconteceu. ― A pele de Grace brilhava. Um pequeno sorriso se alargou enquanto falava. Usava um olhar estranho em seu rosto, um que Tori não conseguia imaginar. Era quase como se Grace estava pensando em deixar Torr perto dela novamente. ―Você... gostou disso―, disse Tori, incapaz de acreditar no que viu. Ela estava acostumada à mentira, mas nunca de Grace. Grace corou e alisou o cabelo. ―É claro que eu fiz. ―Por quê? Houve uma ligeira pausa, depois um breve lampejo de simpatia no rosto de Grace. Quando falou, foi com a paciência de alguém falando com uma criança. ―Porque eu o amo. Porque é bom. ― Ela puxou a túnica sobre a cabeça para cobrir sua nudez. ―Você vai entender um dia disso. O rosto cheio de cicatrizes de Nicholas brilhou na cabeça de Tori por um segundo. Ele era um dos poucos homens que ousou tocá-la. Ela mergulhou a faca em seu peito, mas não o matou. Ele era muito forte para a menina insignificante que foi então, para matar. Ela era mais forte agora. Mais hábil com armas. Talvez pudesse matá-lo agora, se tentasse. Estranhamente, não tinha certeza se queria tentar de novo. ―Torr vai machucar você, Grace. Ele está sendo bom agora, assim você vai baixar a guarda, mas se você fizer isso, se você dormir vai acordar com dor. Os olhos de Grace suavizaram com simpatia, e era tudo que Tori podia fazer para não mergulhar sua espada num deles. Grace era amável. Gentil. Tori se lembrava de que não era o inimigo. Ela era uma das pessoas que Tori precisava proteger. Não mate Grace, mate por ela. Tori repetiu a frase em sua mente, mais e mais, até que as mãos pararam de tremer. Ela soltou sua espada e respirou fundo. ―Não é desse jeito―, disse Grace. ―Não comigo e com Torr. Sei que viveu algo tão
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 horrível que poucas pessoas teriam sobrevivido, mas o que foi feito para você foi anormal. Isso foi estupro. O que Torr e eu fizemos é amor esse é o jeito que deve ser. Amor, estupro, era tudo a mesma coisa. As palavras de Grace eram apenas lindas mentiras. Tori ouviu o suficiente delas para saber. Zillah havia mantido ela cativa durante anos. Ele foi o pior mentiroso de todos, fazendo-a pensar que a dor acabou deixando-a sozinha apenas o tempo suficiente para que se iludisse pensando que estava a salvo. Tori sabia melhor do que pensar que jamais estaria segura novamente. Mas, enquanto ainda estava armada e respirando, ela iria lutar. Não mate Grace, mate por ela. Da próxima vez que alguém tentasse ferir Grace Tori iria matá-los. Talvez, então, se ela matasse o suficiente, Zillah pararia de assombrar seus sonhos. Por enquanto, deslizaria para dentro da floresta e caçaria, para acalmar sua raiva faminta. A aldeia se alimentaria bem amanhã.
***** ―Eu não vi nada―, disse Torr quanto saiu do bosque. ―Foi Tori―, disse Grace. ―Ela nos viu juntos. Isso a incomodou. Ele fez uma careta. ―Pobre criança. Vou falar com ela. ―Não, ela não vai confiar em você. Não que realmente confie em ninguém, mas você sendo um homem, faz de você um vilão. Além disso, não importa o que você diz. Ela está tão confusa. ―Ela foi enviada aqui porque tentou matar Nicholas. Tem Brenya sido capaz de ajudá-la a controlar suas explosões de violência? ―Ela é menos violenta agora do que era há alguns anos atrás, mas ainda é um longo caminho de ser uma pacifista. ―Ela vai precisar ir para casa em breve. Precisamos de toda Theronai fêmea que podemos encontrar. ―Eu entendo, mas ainda não está pronta. Se você a tivesse visto agora... Torr abraçou Grace incapaz de ir outro segundo, sem tocá-la. ―Nós vamos ajudá-la. O que quer que precise. ―Principalmente, acho que ela só precisa de tempo. Todas as noites que adormece alimentada, quente e segura é outra vitória. Talvez depois de um número suficiente disso, ela vai
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 encontrar algum tipo de vida para si mesma. ―O tempo passa mais rápido aqui do que na Terra. Isso torna um pouco mais fácil ser paciente, mas mais cedo ou mais tarde, ela terá que acelerar. ―Tenho certeza que ela vai. E quando o fizer, não haverá uma força no universo poderosa o suficiente para impedi-la. Ele resmungou. ―Sim, bem, vamos apenas ter certeza que ela está agradável e saudável antes de dar acesso a uma piscina gigante de poder mágico. O corpo de Grace mudou. A sensação lânguida inclinando-se sobre ele mudou até que estava de pé com firmeza em seus próprios pés. ―Você vai tocar nela antes de ir? Talvez vir se vocês são compatíveis? Incrivelmente, o pensamento não tinha sequer passado pela sua cabeça. Ele já a tocou quando ela tentou abater ele no lago, mas não considerou que ela pudesse ser o seu jogo. Agora que pensava sobre isso, porém, não havia nenhum formigamento revelador, nenhum zumbido de sua Luceria. ―Nós não somos. A única mulher que estou interessado em estar é com você. Ela deu um sorriso triste. ―Isso é doce, mas nós dois sabemos que você tem que encontrar sua companheira. ―Eu vivi muito tempo sem uma. Minha Linha da Vida está saudável. ― Ish. ―Vou ficar bem. Grace escondeu o rosto, mas ele sentiu seu assentimento contra seu peito. ―Eu vou dormir um pouco. Você quer vir? ―Eu faço, mas não posso. Os riscos são muito altos. Preciso patrulhar a área, mas vou parar antes de sair. Brenya supostamente tem algo pronto para mim pela manhã. ―Entendo. Se você mudar de ideia, estou na terceira cabana ao sul da de Brenya. Em uma cama de verdade. Ele levantou seu queixo para que pudesse ver seus lindos olhos. ―Você é pura tentação, querida. Ela deu um sorriso que não foi muito profundo, mas, novamente, ela provavelmente estava preocupada com Tori e sobre ele encontrar uma mulher compatível. O que não sabia era que não tinha intenção de procurar uma algo que diria a ela quando as coisas estivessem um pouco mais resolvidas entre eles. Agora tinha uma vila para proteger. O escudo de Brenya não estava à vista, e já passou o tempo que ela geralmente o colocava. Não era o tipo de coisa que uma pessoa esquecia, o que o fez
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 se perguntar o quanto de energia a mulher tinha sobrando nela. Precisava descobrir, mas também havia outras coisas que precisava discutir com Brenya e aquelas eram todas as coisas melhores deixadas para depois que Grace estivesse em segurança dormindo.
Capítulo 29 Torr bateu na porta da cabana onde Brenya estava hospedada. Após alguns segundos, finalmente soltou um fraco ―Entre. Ele se abaixou dentro e fechou a porta atrás de si. Brenya se sentava encolhida numa pilha de peles. Linhas visivelmente marcavam seu rosto e sua pele pálida afundava ao longo de sua mandíbula. ―Você não está bem, não é? ―, Questionou. ―Estou tão bem como devo estar. ―Não há nenhuma barreira hoje à noite para ocultar a aldeia. ―Podia escolher apenas uma tarefa, esta noite, e esta era mais importante. Ele olhou para a pequena mesa em frente a ela. A caixa com os cristais estava lá, junto com uma pequena pilha de pedras sem brilho. Pareciam como todas as outras espalhadas pelo terreno nesta área, mas ele podia sentir o pulso sutil de energia irradiando delas. ―O que são elas? ―A distração que prometi. ―Como funcionam? ―Você vai deixá-las em corpos de água. Cada uma vai criar a energia de um Sanguinar entrando em luz solar direta. ―Como é que isso vai ajudar? ―O Solarc odeia sua espécie mais do que tudo. Observa eles constantemente, olhando através dos sóis por sinais deles para que possa enviar seus Wardens para destruí-los. A presença de dois sóis aqui o cega, mas o mais próximo Warden será atraído para isso convocado. ―E se isso não quer ir? ―Wardens não têm desejos, sem vontade. São instrumentos vazios de destruição que vivem
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 apenas para obedecer à ordem de Solarc. ―Então lanço um deles na água, e o Warden puf, instantaneamente? Ela assentiu. ―Você deve esperar até que o trabalho dos Masons esteja feito antes de atacar. Quando voltarem para casa, então você vai matar o Warden e quaisquer Hunters que permaneçam. ―Será que o martelo do Mason faz o trabalho? ―Fará quando aplicado corretamente. ―E como é isso? ―Com toda a força que você pode reunir. ― Reuniu as pedras e despejou-as numa bolsa de couro oleada. ―Mate o Warden rápido, jovem Theronai. Estou muito fraca para ser de muita utilidade para você se você falhar. ―Você deveria descansar. ―Descanso não é o que preciso para me recuperar. ―O que você precisa? ―Eu tenho que voltar para casa. Aqui, estou isolada do fonte de meu poder. ―E que fonte é essa? Talvez possa trazer para você. Ela deu um sorriso fraco. ―Não acho que mesmo você pode buscar uma lua Athanasian para mim. ―Desculpe, não. ―Eu vou voltar para casa em breve, quando minha lua estará mais poderosa e vai me restabelecer mais rápido. Você vai ficar aqui e proteger meu povo. ―Eu vou, vou? ―Você fará tal coisa, pois é a única maneira de proteger o que seu coração deseja acima de tudo. Grace. ―Eu vejo que você está interessado, jovem Theronai. ―Ela se lembrou de tudo. Os ombros de Brenya se inclinaram com tristeza. ―Eu sei. E por isso sinto muito. ―Por que você sente muito? Ela se lembra de nosso tempo juntos. Ela se lembra de me amar. ―O coração dela sempre foi seu. Ela teria amado você novamente dado tempo suficiente, mesmo sem suas memórias. ―Mas agora não tenho que esperar. O que há de tão ruim nisso? ―Ela se lembra de outras coisas, assim como o seu amor por você.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 ―Sei que ela teve uma vida dura, mas ela é forte. Ela pode lidar com isso. Quaisquer memórias ruins que tenha, vamos trabalhar com elas juntos. ―Não são suas memórias de abuso e perda que você deve temer. ―O que isso quer dizer? Brenya balançou a cabeça. ―Tudo será como está destinado a ser. Como você, apenas posso ver. ―Você não está fazendo nenhum sentido. ―Eu estou, mas só o tempo vai provar isso para você. ―Que tal parar com a porcaria enigmática e você me dizer quanto tempo vai ficar fora. Quero levar Grace para casa o mais rápido possível. ―E depois? ―Encontrar uma maneira de fazê-la feliz, mantê-la segura. ―Esqueceu-se do disco que você usa? ―Claro que não. ―Agora que Grace se lembra de tudo, ela também se lembra de como usar os discos. O que vai acontecer com ela da próxima vez que você for ferido? Seu sangue gelou quando percebeu o que Brenya queria dizer. ―Vou me certificar que Grace saiba que não tem permissão para usá-los. ―Se você acredita que vai impedi-la, então você é um idiota. Odiava admitir, mas Brenya estava certa. ―Ok, então vamos tirá-los. ―Eles foram criados por um casal de Theronai cujo filho estava morrendo. A mulher tinha uma grande habilidade com a criação de artefatos mágicos. Seu marido tinha força ilimitada, compaixão e amor por seu filho. O casal estava disposto a dar a vida pelo seu filho. Não perderam tempo se preocupando sobre como iriam sobreviver à remoção do dispositivo. Nem esperavam viver e certamente não sem o outro. ―Certamente, o homem não teria voluntariamente deixado sua esposa sacrificar a sua vida. ―Essa escolha não era dele. Ela criou o dispositivo. Ela pretendia que isso ficasse com ela até sua morte, transferindo cada pedacinho de saúde e energia restante nela. ―Ela tinha que saber que se morresse também era uma sentença de morte para o seu marido. ―Havia mais Theronai fêmeas, então, uma seria compatível com o poder dele. A mulher assegurou que sua família iria sobreviver, que seu marido iria viver. ―De jeito nenhum ela poderia ter escondido sua intenção de seu marido assim. Ele teria
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 sabido. A ligação mental que a Luceria cria... ―E esse foi seu erro. Ela acreditava que protegeu bem seu intento, mas o marido soube o que ia fazer. ―Ele usou o dispositivo ele mesmo―, adivinhou Torr. ―A criança sobreviveu. Ele se tornou o pai de Gilda. Pedaços se encaixaram. Gilda era a pessoa que deu a Grace o dispositivo. Ela sabia o que podia fazer. E ela deixou Grace usá-lo de qualquer maneira. Fúria amarrou sua pele. Gilda estava disposta a sacrificar Grace para salvar Torr. ―Como é que ela pôde ter feito isso? Sua promessa de proteger os seres humanos... ―Sacrificar um ser humano para que você pudesse viver e salvar incontáveis mais? Seria uma coisa fácil de justificar. Ele não concordou. Não quando aquele humano era alguém como Grace. Sacrifica-la escolher fazer era muito além de sua compreensão, parecia... mal. Nunca pensou antes em Gilda dessa forma, mas talvez estivesse errado. ―Eu não vou deixar ninguém machucar Grace assim de novo―, disse ele. ―Você tem que me ajudar a mantê-la segura. Não há alguma maneira de remover os discos? ―A morte é o único caminho certo. Removê-los artificialmente causaria a ela anos de tormento. Ela eventualmente se recuperaria, mas nunca poderia perdoa-lo. É por isso que ordenei manter o seu. ―Eu não vou machucá-la. O que mais? Tem que haver alguma coisa que possamos fazer para mantê-la segura. ―Você pode fazer um voto de nunca vê-la novamente. Vou mandá-la de volta à Terra sem lembranças de você e você vai fazer um voto para manter distância, nunca falar com ela de novo. Seu coração se abriu e sangrou com o mero pensamento. Nunca falar com ela de novo? Nunca segurá-la novamente? Impossível. ―Não. Não posso fazer o que quer. ―Existe outra opção. ―Nomeie. As ondas nos olhos tempestuosos de Brenya chutaram para cima, fervendo com o poder, enquanto segurava seu olhar. ―Eu sabia que chegaria a este momento. Sempre soube. ―Só cuspa. Uma onda realmente assustadora de poder se infiltrando nela, refrigerando Torr até o osso.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Ela levantou um dedo torto para ele. ―Você, jovem Theronai, vai se tornar humano.
Capítulo 30 Grace estava prestes a entrar na cabana de Brenya quando ouviu a mulher pronunciar o comunicado. Você, jovem Theronai, vai se tornar humano. Choque bateu duro, congelando-a no lugar. A voz de Torr ecoou esse choque. ―Isso é mesmo possível? ―Para mim? Sim. Você é Theronai. Meu design. Posso desfazer as partes de você que são minhas, deixando para trás os restos de humanidade dentro de você. ―Mas se fosse humano, como eu iria proteger Grace? ―Como todos os homens humanos protegem suas mulheres? ―Mas o Synestryn, os meus votos... ―Seus votos foram feitos para minha raça. Enfraquecido como ficaria, você já não seria capaz de cumpri-los. Eu liberaria você, ligando a sua vontade mágica e livrando você e Grace, ambos, de todos os vestígios de sangue Athanasian. Não seria agradável, mas permitiria que vocês vivessem o resto de suas curtas vidas juntos. Diga não, diga não, Grace silenciosamente cantava em sua cabeça. ―O Synestryn não seriam capazes de cheirar seu sangue? ― ele perguntou, seu tom pensativo, como se estivesse realmente considerando. ―Ou o seu. Vocês poderiam viver como escolher. Amar um ao outro. Ter filhos. ―E sobre a guerra? ―Já não será sua preocupação. Você não teria mais nenhuma lembrança amarrando você a sua antiga vida. Você e Grace acreditarão que são normais, simples humanos, com vidas pequenas, insignificantes. ―Eu perderia meus amigos. ―Mas você teria Grace. ―Feito―, disse ele, muito rápido. ―Vou proteger seu povo aqui até você voltar, e então você vai me fazer humano. ―Mas primeiro você deve destruir o portal. Uma vez feito isto e ter provado digno, só então,
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 vamos discutir um acordo. ―Dê-me os cristais e pedras. Vou sair esta noite. ―Não. Você vai guardar a aldeia esta noite. Vou descansar. ―Tudo o que você precisa, Brenya. Vou ter certeza que é seu. ―Então me deixe para dormir. Grace pisou atrás da porta exatamente quando se abriu. Torr saiu apressado, puxando a espada quando foi. Seu passo estava mais leve, suas passadas mais flutuantes. Estava feliz. Acabou de concordar em desistir de seus poderes por ela para tornar-se fraco como ela e ele estava feliz. De repente, a imagem dele deitado na cama em Dabyr bateu nela. Esteve tão indefeso, tão fraco. Ficou com raiva, frustrado. Talvez não se lembrasse de quanta dor sua impotência causou como sofreu por não estar lá fora com seus irmãos lutando, como se sentia responsável por cada um deles que caia porque foi incapaz de estar ao seu lado mas ela fazia. Lembrava-se de cada segundo. Ela o viu morrer por dentro um pouco mais a cada dia. Algumas coisas são melhores deixadas esquecidas. Não iria deixá-lo fazer isso a si mesmo novamente. Ela não podia suportar vê-lo sofrer assim. Ele não tinha ideia do que significava ser um ser humano - ser fraco e frágil. Não iria deixá-lo sacrificar sua vida por ela. Ele era muito importante - também vital para a sobrevivência das pessoas que ela amava. E mesmo se ele não fosse, ainda não iria deixar fazer isso. Ela o amava muito. Havia apenas uma maneira certa para ele desistir dela. Ela sabia disso agora. Tomou algumas respirações profundas para acalmar os nervos e parar as mãos trêmulas. Quando estava firme o suficiente, colou um sorriso no rosto e entrou na cabana de Brenya, armada com a desculpa de verifica-la antes de dormir. A mulher já estava dormindo. Parecia tão velha, tão frágil. Sua cabeça estava inclinada para trás contra a cadeira, e sua boca estava aberta. Não havia nenhuma beleza régia nela agora apenas a fadiga e idade. A caixa de cristais estava na mesa em frente a ela. Ao lado dela estava uma pequena bolsa de couro. Grace foi à ponta dos pés pelo quarto e pegou a caixa. Estava fria em seus dedos, e mais pesada do que se lembrava. Ela abriu a tampa e viu que os cristais ainda estavam lá dentro. Tudo o que tinha que fazer agora era colocá-los em bom uso dois coelhos com uma cajadada só. Ou cristais, neste caso.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Ela iria destruir o portal, e a razão de Torr para destruir sua vida, de uma só vez. Não haveria nenhuma razão para ele se tornar humano se ela estava morta.
***** Brenya abriu os olhos quando Grace saiu. Ela fez tudo o que podia para a jovem. O resto estava nas mãos de Grace. E de Torr. Brenya viu o futuro se reproduzir de duas maneiras, e mesmo que não pudesse dizer qual era mais provável. Tudo o que sabia era que em ambos os futuros, terminavam com a morte de Grace.
Capítulo 31 Levou a Grace a maior parte da noite para chegar ao lugar onde Torr viu os Mason construindo o portal. A lua cheia pairava pesada no céu muito mais próxima e mais brilhante do que a da Terra. Isso a lembrou de quão longe de casa estava e quantas vidas estavam em jogo, se ela falhasse aqui. Estava muito consciente de sua humanidade quando rastejou ao redor para ter uma visão melhor do local. Cada ruído que fez, sentia como uma sirene, e cada vez que a lua atingia sua pele, tinha certeza de que o brilho iria alertar os Hunters que estavam de guarda sobre o portal de pedra gigante. Um homem de vidro gigante um Warden estava na frente do lugar onde os Mason martelavam. Cada tilintar de suas talhadeiras fazia sua pele arrepiar, da forma como unhas num quadro-negro fazia. O Warden estava imóvel como uma estátua, mas o conhecimento que Brenya enfiou na cabeça a avisou que, se fosse flagrada, aquela criatura iria voar para ação e matá-la. Tão logo fosse descoberto que deixou a aldeia, Torr viria atrás dela. Ela não duvidava disso por um segundo. Antes que ele fizesse, ela precisava desse trabalho terminado. As marcas na pedra estavam quase completas. Pareciam como as da Pedra Sentinela na aldeia, apenas com uma única linha curva incompleta. Grace passou horas correndo o dedo sobre a marca, imaginando o que queria dizer e como funcionava. Tudo o que sabia era que, quando começava a brilhar, era hora de se afastar, porque
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 alguém - ou alguma coisa estivesse chegando. Uma vez que a última linha estava concluída, os Masons iriam embora e ela iria fazer seu movimento. O progresso pareceu rastejar junto. Cada hora que passava vestia seus nervos, apertando-os com mais força. Em todos os poucos minutos, ela afiava alguns metros mais perto de onde precisava estar. A caixa de cristais era um peso frio, pesado na bolsa, e o conhecimento de como usá-los estava queimando em sua mente. Finalmente, depois do que pareceu metade de uma eternidade, o martelar dos Masons parou. Eles levantaram as mãos juntos, e as marcas começaram a brilhar. Grace podia sentir algum tipo de energia saindo da pedra. Ela ondulou sobre sua pele, fazendo que os pelos finos subissem e estremecessem. Um momento depois, uma linha de luz dividiu a noite. Os Mason atravessaram, desaparecendo. Ela viu um breve flash de luz do sol e céu azul. Terra. Casa. A luz piscou fora. Ela estava cega por um segundo, enquanto seus olhos reajustavam para o luar. No momento em que foi capaz de ver, novamente, o Warden se moveu. Estava na pedra, sua mão clara gigante pressionada sobre as marcas esculpidas. Ele não fez nada durante vários minutos, como se estivesse esperando por algo. Grace não tinha ideia do que, mas tinha certeza que não ia ser bom. Ela se mudou em posição e contornou pela floresta tão rápida e silenciosamente como pôde. Tentou ficar fora de vista, mas continuou desviando para trás perto o suficiente para ter certeza que nada no portal mudou. Quando chegou a metade do caminho para o seu destino final, alguma coisa mudou. Através do corpo de Warden, pôde ver a runa acender de novo, só que desta vez o brilho era diferente. Mais escuro. Conhecimento apareceu em sua cabeça graças ao dom de Brenya. Grace não podia esperar mais. Se fosse destruir a pedra portal, era agora ou nunca. Quando chegou a metade do caminho para o seu destino final, alguma coisa mudou. Através do corpo de Warden, pôde ver a runa acender de novo, só que desta vez o brilho era diferente. Mais escuro.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 O conhecimento de Brenya mostrou como utilizar os cristais. Tinham que ser aquecidos. Grace tinha se preparado para este momento, envolvendo uma das pedras que costumava começar um fogo em gravetos e tecido áspero. Assim que esmagasse a pedra de fogo, a coisa toda iria pegar fogo. Havia um pequeno bolso no pano, apenas do tamanho certo para segurar os cristais. Estariam direto contra a chama. Ela colocou-os dentro e correu para dentro da clareira. O Warden a viu imediatamente, mas seu impulso levou-a para frente antes que tivesse tempo para alcançá-la. Bateu o feixe de lenha contra a base da pedra portal, esmagando a pedra de fogo. Houve um estalo, um pop, em seguida, todo o pacote seco irrompeu em chamas. A bola de fogo caiu no chão, bem onde precisava estar, na base da pedra. Chamas amarelas rapidamente se transformaram num azul cobalto vibrante quando o fogo se espalhou para os cristais. O Warden se mexeu. Uma enorme explosão de dor pousou contra o lado de sua cabeça. Ela voou pelo ar, e foi apenas depois que aterrissou, que percebeu que o Warden bateu nela. O sangue escorria pelo seu rosto. Ela não conseguia entender o que estava acontecendo, mas sabia que havia algo importante sobre o fogo azul em chamas ao lado dessa grande rocha. Ela não podia deixar ir. O Warden olhou para o fogo, então para ela, então de volta. Ele parecia estar tentando fazer alguma decisão sobre o que era a maior ameaça. Ele deve ter decidido que era fraca, porque virou as costas para ela para apagar o fogo. Grace empurrou-se para cima e atacou. Uma pequena espada apareceu na sua mão, mas não conseguia se lembrar de como foi parar lá. Gritou enquanto corria. A lâmina deslizou fora da pele dura, lisa, do Warden, mas pelo menos teve a sua atenção. Girou. A bola de fogo azul floresceu no outro lado de seu corpo. Houve algum tipo de explosão, mas não viu ou ouviu. Em vez disso, se espalhou sobre sua pele, através de seu corpo, vibrando em seus ossos, uma vez que passou. A luz proveniente do símbolo esculpido na pedra se foi. A runa ficou preta, e a rocha começou a desmoronar. A luz azul dos cristais ficou mais brilhante até que estava quase ofuscante. O corpo do Warden pareceu captar essa luz e segurá-la por uma fração de segundo muito longo. A imagem de luzes de Natal e pingentes de gelo de plástico penduradas surgiu em sua cabeça. Um momento depois, a chama azul dos cristais piscou fora, a sua completa magia.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 A bola de fogo caiu no chão, bem onde precisava estar, na base da pedra. Chamas amarelas rapidamente se transformaram num azul cobalto vibrante quando o fogo se espalhou para os cristais. Toda ao seu redor, as folhas ficaram pretas e enrugadas. Galhos começaram a cair secas, caindo frágeis. No interior, a madeira se transformou em cinzas. Os dedos queimaram como se tivessem sido acesos no fogo, e eles, também, começaram a escurecer. Qualquer que fosse a magia que esses cristais usavam para destruir a pedra, estava matando todo o resto na área, também. Incluindo ela. As chamas foram embora, mas o estrago já estava feito. O Warden viu que era tarde demais. Ele abriu a boca, soltando um grito que soou como sinos de vento num liquidificador. Seu rosto se contorceu de raiva. Ele se virou para ela, levantou a espada cristalina, agarrou com as duas mãos, e balançou isto direto para sua cabeça. Não havia nada que pudesse fazer para evitá-lo. Estava muito perto, muito tonta, muito fraca. Não podia se esquivar ou correr não com o alcance que o Warden tinha sobre ela. E mesmo que pudesse fugir, a radiação mágica que foi exposta não a deixaria ir longe. Um tipo estranho, surreal, de calma tomou conta ela quando percebeu que era assim que ela morria. Era assim que deixava Torr livre.
Capítulo 32 Torr soube no segundo que viu que a caixa de cristais estava faltando. Ele soube o que aconteceu. Não havia um pedaço de dúvida em sua mente. Grace decidiu arriscar sua vida para salvar todos os outros. ―Você está muito atrasado, jovem Theronai―, disse Brenya da porta de sua cabana. ―Grace já se foi, sua escolha seu sacrifício voluntário completo. Como o inferno que estava. Pegou as roupas ásperas de Brenya e arrastou-a para seus pés com uma sacudida dura. ―Envie-me a ela. Tele transporte agora. ―Por quê? Sua escolha foi feita. Ela libertou-o.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 ―Eu não quero ser livre. Não dela. ―Vou exigir pagamento para isso, jovem Theronai. ―Qualquer coisa que você quiser. Juro. Ela olhou para ele por muito tempo, a cada segundo passado uma eternidade. ―Eu aceito. O peso do voto tão aberto quase o esmagou. Mal podia respirar. Sua pele estava tão pesada que pensasse que pudesse descascar de seus ossos. Um grito estrangulado irrompeu de seu peito. Ele apertou os lábios fechados por causa do barulho para poupar o pouco fôlego que restava. ―Reúna―, ordenou Brenya. Com esse comando veio uma sensação de alívio. O peso se dissipou, e a dor começou a desaparecer. Algo pequeno e pesado foi empurrado em suas mãos. Agarrou-o, disposto a carregar o que ela deu. Levou um momento para perceber que era o saco de pedras que fez para ele. ―Desembainhe seu martelo, guerreiro. Tenho certeza que você vai precisar dele. Ele empurrou as pedras no bolso e fez o que ela pediu. Depois de algumas piscadas rápidas, sua visão clareou o suficiente para ele ver a linha fina de luz formando na frente dele. Brenya deu um forte empurrão, e quando deu um passo à frente, seu pé encontrou solo macio. O ar cheirava diferente, mais frio. Podia ouvir um soluço apavorado. Grace. Ele ergueu o martelo quando a luz do portal de Brenya desbotou. Do outro lado da clareira, podia ver um Warden puxava para trás sua espada. Através de seu corpo, teve uma visão distorcida de Grace de joelhos. Em torno deles, a floresta chovia folhas escurecidas. Ramos carbonizados caíam, derramando montes de cinzas. Não tinha a menor ideia do que aconteceu, mas todo o lugar estava caindo ao seu redor. Se você puder ver o fogo azul dos cristais, você já está muito atrasado. Ele vai destruir tudo em seu alcance. A pedra portal estava carbonizada, preta e em ruínas. A magia dos cristais já foi ativada. O fogo azul já saiu. Um sentimento doentio floresceu na boca do estômago de Torr. Rezou que estava errado que Grace se escondeu e não esteve no alcance da explosão. Do outro lado da clareira, o Warden gritou de raiva. Ele levantou sua lâmina, com a intenção de matá-la claramente.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Suas mãos voaram na frente de seu rosto, como se pudesse detê-lo. Uma onda de negação irritada encheu Torr. Ninguém estava levando sua Grace longe. Nunca mais. Arrancou uma pedra do bolso. O resto das pedras derramaram no chão, mas não havia tempo para buscá-las. Cuspiu por uma na mão. O Warden apareceu na frente dele, convocado longe de Grace. Sua lâmina desceu apenas alguns centímetros de sua cabeça. Levantou a martelo para se proteger do golpe. ―Corra, Grace―, gritou. Pelo canto do olho, viu seu esforço para se levantar. Ela cambaleou fortemente, como se estivesse bêbada. Tomou apenas dois passos antes de tropeçar e se pegar sobre os restos em ruínas da pedra portal. Algo estava definitivamente errado com ela. Rezou que era uma batida na cabeça e não a radiação mágica fazendo-a balançar. ... já é tarde demais. Torr usou uma série de movimentos poderosos para soltar seu martelo da lâmina do Warden. Quando a breve abertura de recuar veio, ele a pegou e correu. Podia sentir o chão tremer a cada passo pesado, cristalino, do duro guerreiro em seus calcanhares. Sabia que não seria capaz de ficar à frente dele por muito tempo, mas sua intenção era apenas para tê-lo longe de Grace fora de sua vista, então ela não era mais um alvo. Finalmente, quando as árvores fecharam em torno deles, se virou e olhou para seu oponente.
Capítulo 33 Alguns lustrosos Hunters pretos espreitavam para dentro da clareira. Grace tinha certeza que iriam matá-la à primeira vista, mas em vez disso, deram uma olhada nela, então a dispensaram como sem importância. Ou isso, ou sabiam que já estava morta. Podia sentir seu interior morrendo, sentir a rápida deterioração de sua carne. A aparência carbonizada junto à ponta dos dedos estava rastejando para cima, queimando quente por apenas um segundo antes de seus nervos se consumirem.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Ela não tinha muito tempo. Torr já estava lutando contra o Warden podia ouvir a batalha sendo travada a apenas alguns metros dentro das árvores e, agora, dois Hunters estavam se aproximando para mata-lo também. Ela tinha que fazer alguma coisa, mas se jogar na frente dos Hunters só ia para atrasá-los por meio segundo. Conhecimento da paisagem veio a ela com facilidade, como se tivesse percorrido cada centímetro da área circundante durante anos. Havia um lugar não muito longe daqui um que podia dar a Torr uma chance de lutar para sobreviver. Reuniu um punhado de pedras que ele deixou cair e correu o mais rápido que seu corpo queimando iria levá-la. Sabia exatamente o que as pedras podiam fazer, mesmo que nunca viu antes. O conhecimento era familiar, tingido com o domínio e sabedoria real de Brenya. Outro presente mental, sem dúvida. Um galho de árvore bateu no braço de Grace. Ouviu o estalo do osso, sentiu a dor da ruptura tostar ao longo de sua coluna. Aprendeu nas mãos de seu padrasto como ignorar a dor, como se manter em movimento com ossos quebrados para que pudesse escapar do próximo golpe. Usou cada bocado de habilidade que tinha agora para empurrar a frente e distanciar-se da agonia rastejando pelo seu corpo. O chão cresceu, o ângulo íngreme quase retardando a parar. O som da batalha estava mais suave agora, mas o impacto do aço no vidro era um sinal sonoro inconfundível à distância. Cada passo rastejante estava mais difícil do que o último. Seu braço esquerdo estava inútil. Algo em seu pé rachou, dando uma explosão de dor que não podia ignorar. Atrás dela, um Hunter soltou um grito que cortou cedo demais. Torr o matou com aquele enorme martelo que empunhava. Sua respiração serrada dentro e fora de seus pulmões, criando uma espessa neblina. Foi então que percebeu que não estava sozinha. Olhou em volta e viu que um dos Hunters a seguiu. Talvez ele decidisse ver se era uma ameaça, ou talvez pensasse que ela era uma presa fácil. De qualquer forma, era uma má notícia. Ela encontrou seu olhar preto, deixou-o saber que ela o viu. Não tinha medo da morte. Sabia que ia morrer hoje à noite. A única coisa que a assustava era deixar Torr morrer com ela. Grace avançou até os últimos metros da encosta para trás, mantendo o Hunter à vista. Ele cavou suas unhas afiadas, vítreas no chão, acelerando em direção a ela. Ela continuou se movendo para trás, sabendo que a queda acentuada estava bem atrás dela. Como da última vez, ela iria deixar o Hunter precipitar-se sobre a borda e quebrar nas rochas
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 abaixo. Mas ele foi mais esperto do que isso. Ele viu a armadilha e ladeou a direita, perdendo tanto ela quanto a queda acentuada. Usou o tempo para recuperar o equilíbrio. Cada centímetro de seu corpo gritava de dor. Seu pé mal podia suportar seu peso, e não se atrevia a confiar nele com um passo completo. Em vez disso, mancou para o lugar onde uma árvore antiga caiu. Formou uma ponte estreita através da ravina, mas estava velha e podre com decadência. Quinze metros abaixo, o rio agitava e espumava contra um conjunto de pedras tão grandes como carros. Tomou uma das pedras e a jogou para a água. Instantaneamente, o Warden apareceu, de pé no meio do rio. A corrente forte empurrou seu corpo, mas ainda assim conseguiu chegar à margem. Ele olhou para cima. A viu. Houve um clarão de reconhecimento em seu olhar transparente que enviou um arrepio de medo primal serpenteando através dela. Sem pausa, ele andou até a parede da ravina, brotando densas farpas cristalinas de seus braços e pernas e começou a escalar a parede. Tão rápido quanto ia, ela não tinha muito tempo. Tinha que terminar o que veio fazer. Olhou para trás para as rochas abaixo. Mesmo sabendo que estava morta, a ideia de cair fez bile subir em sua garganta. Nenhuma outra escolha. Deu um passo cuidadoso sobre o tronco grosso. Ele segurou o peso, mas deu um gemido cansado. Ela avançou para frente, bloqueando a dor do seu pé maltratado. Olhar para baixo seria sua morte, então manteve a cabeça para cima e nivelada. O Hunter a viu. Deslizou de volta e para frente perto, cortando o arbusto no topo da colina. Parecia quase como se estivesse andando, tentando decidir como alcançá-la sem cair para sua morte. Grace estava a poucos metros agora. A árvore se movia ligeiramente a cada passo, mas segurou. O Hunter desviou perto da árvore caída. A geada formada ao longo da superfície, e um gelado crepitar de som espalhou sob seus pés. Não podia sentir o frio ainda, mas sabia que viria.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 O Warden estava quase no topo da ravina. Uma vez que alcançasse terra firme, podia cortar através da árvore que ela estava e terminar com ela. Era agora ou nunca. Isto tinha que ser suficientemente longe. Grace abriu o cantil de água pendurado em seu corpo e colocou a última pedra através da abertura. Tudo aconteceu ao mesmo tempo. O Warden apareceu na árvore em frente a ela, mal mantendo o seu equilíbrio. O Hunter atacou na tora. A voz de Torr explodiu nas proximidades, gritando para ela parar. Teve um vislumbre de seu rosto e sentiu o amor inchar e enchê-la. Ele seria a última coisa que ela viria à última imagem doce para levar para seu túmulo. Ela continuou se movendo para trás, sabendo que a queda acentuada estava bem atrás dela. Como da última vez, ela iria deixar o Hunter precipitar-se sobre a borda e quebrar nas rochas abaixo. Mas ele foi mais esperto do que isso. Ele viu a armadilha e ladeou a direita, perdendo tanto ela quanto a queda acentuada. Usou o tempo para recuperar o equilíbrio. Cada centímetro de seu corpo gritava de dor. Seu pé mal podia suportar seu peso, e não se atrevia a confiar nele com um passo completo. Em vez disso, mancou para o lugar onde uma árvore antiga caiu. Formou uma ponte estreita através da ravina, mas estava velha e podre com decadência. Quinze metros abaixo, o rio agitava e espumava contra um conjunto de pedras tão grandes como carros. Tomou uma das pedras e a jogou para a água. Instantaneamente, o Warden apareceu, de pé no meio do rio. A corrente forte empurrou seu corpo, mas ainda assim conseguiu chegar à margem. Ele olhou para cima. A viu. Houve um clarão de reconhecimento em seu olhar transparente que enviou um arrepio de medo primal serpenteando através dela. Fechou os olhos, colocou os braços ao redor da cintura do Warden e empurrou-se para o lado em direção às rochas abaixo.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08
Capítulo 34 Torr olhou sobre a borda do penhasco, rezando por outra borda, esperando que Grace estivesse olhando para ele, estendendo a mão para ajudar. Em vez disso, tudo o que viu abaixo foi um trio de corpos despedaçados. Os cacos claros do Warden e as lascas pretas do Hunter misturados num confete brilhante em todo o corpo quebrado de Grace. Sangue com espuma na corrente passando por um momento antes de voltar ao rosa gelo. À medida que a água corria sobre ela, novas camadas de gelo se formaram, envolvendo-a. O disco em suas costas caiu. Grace estava morta. O peso do seu choque e tristeza levou-o de joelhos. Esta não era a maneira que era suposto acontecer. Ela deveria estar segura e quente em sua cama, agora, não morta e congelada num bloco de gelo sangrento. Ela deveria amá-lo para sempre, do jeito que ele a amava. Deveriam ter uma vida juntos, ter filhos, envelhecer juntos. Lágrimas inundaram seus olhos e choveram pelo seu rosto. A dor dilacerante cortando através de sua Linha da Vida, e podia sentir as folhas começando a cair, uma após a outra. Acolheu a dor, saudou a morte inevitável que isso traria. Quanto mais cedo, melhor. ―Ela não podia deixá-lo tornar-se humano―, disse Brenya. Não sabia como chegou até aqui, mas isso pouco importava. Nada importava, sem Grace. Ele cravou os dedos no chão, lutando contra a necessidade de saltar atrás dela. Só o seu voto para Brenya o deteve. Prometeu retribuir por tele transportá-lo aqui, e não tinha escolha a não ser submeter-se a esse voto. ―Ela nem mesmo sabia que eu escolhi esse caminho. ―Sabia. Ela também sabia como era torturante para você estar fraco do jeito que você esteve, da forma como ela estava. ―Ela não era fraca. Uma mulher fraca nunca desistiria de sua vida para salvar outra. Ela nunca teria se jogado de um penhasco por escolha. ―Você e eu sabemos disso. Ela não. Ela, no entanto, lembrou-se de cada segundo de sua paralisia, de seu desamparo. Nossa gentil Grace nunca teria deixado você sofrer assim de novo. ―Eu teria sido feliz. Com ela, teria sido feliz. Brenya se abaixou e apanhou o disco. ―Me dê sua mão, jovem Theronai. Vamos reunir seu corpo e levá-la para casa.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Torr fez o que ela pediu. Um segundo depois, estava de volta na aldeia do norte, dentro da cabana onde viu pela primeira vez Grace, após chegar aqui. A grossura do gelo estava na maior parte desaparecido. Seu corpo quebrado estava de bruços. O disco de metal que usou uma vez, estava solto em suas costas, preso apenas dentro da abertura de sua túnica. Ele o pegou e pôs de lado. Sua pele estava congelada. Uma camada fina de gelo se agarrava a suas roupas e cabelos. Pretas, manchas queimadas cobriam suas mãos. Podia ver agora o quão mal a queda a havia mutilado. Fragmentos de osso cortaram através de sua pele. Seus membros lançados em ângulos estranhos, repugnantes. O coração de Torr destruiu. Choque e negação o trouxeram até aqui, mas eles estavam passando rápido, e uma vez que fizesse, sabia que ia entrar em colapso numa pilha inútil de luto. ―Eu quero banhá-la―, disse ele. ―Como você quiser―. Brenya entregou uma tigela de água e um pano, e pegou um jogo para si própria. Ele gentilmente rolou Grace de costas. Seu rosto foi poupado do pior do impacto, deixando-a tão linda como sempre. Parecia impossível que não houvesse vida nela que era apenas uma concha. Ele continuou olhando, esperando para ver algum lampejo de movimento, algum sinal de vida. Não havia nenhum. Grace estava morta. ―Posso levá-la de volta para sua família? ― ele perguntou. ―Talvez quando eu voltar. A ameaça de Solarc passou. O portal foi destruído. O Warden não pode relatar. Sairei esta noite para recarregar sob a luz da lua Athanasian. Você vai ficar aqui. Torr acenou com compreensão. Lágrimas obstruindo sua garganta. Segurou-as, sabendo que se deixasse ir, iria quebrar e se tornar inútil. Sua tristeza teria que esperar até que esta tarefa estava feita e poderia encontrar um lugar privado para lamber suas feridas. Sua doce Grace. Morta. Não podia ser real. Nenhum pesadelo horrível assim, nunca era real, e ainda assim ele não acordava. Molhou o pano e começou na pontas de seus dedos e trabalhou seu caminho para cima. Brenya fez o mesmo do outro lado. Eles cortaram suas sangrentas roupas esfarrapadas e cobriram com um lençol de tecido suave azul pálido. Ele escovou seu cabelo até que estava seco e trançado sobre um dos ombros. No momento em que terminou, ela parecia perfeita. A carne queimada estava limpa, o sangue se foi, suas pernas
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 estavam retas novamente sem nenhum sinal de ossos quebrados. ―Não―, disse Brenya. ―Está quase terminado. Dei o máximo de mim como ousei. Só mais uma coisa, e ela estará pronta. ― Ela estendeu as mãos, e em cada uma estava um dos discos de metal. ―Você quer enterrá-la com eles? ― ele perguntou. ―Vocês vão usá-los cada um de novo. Este é seu agora. ― Ela ofereceu aquele que sabia que Grace sempre usara. As marcas nele eram diferentes mais escassas do que o seu próprio. ―Eu não entendo. ―Eu sei. Mas você vai fazer isso como reembolso por seu voto. Tire sua camisa e ajoelhe. Não importava se Torr quisesse fazer isso ou não. Seu corpo já estava em movimento, obrigado por sua promessa aberta. Sentiu seus joelhos, rasgando sua camisa longe quando foi. Ela não deu tempo para preparar-se; simplesmente bateu os pinos de metal em sua pele. Ainda estava de joelhos, ofegando com a dor quando sentiu algo acontecer. Olhou para cima. Brenya rolou Grace para o lado e colocou de lado o lençol. Sangue escorria da pele onde o disco foi incorporado. Raiva detonou por ele, tão feroz como imprópria. Ninguém podia machucar Grace nunca mais. Ela estava além da dor. E ainda, a visão de seu sangue o fez querer matar. Brenya levantou a mão. Ele tremia de fadiga, e pela primeira vez, ele viu o quão frágil se tornou muito pior do que até mesmo a noite passada. Sua pele pendurada em seus ossos e estava encurvada muito mais do que estava apenas alguns minutos atrás. Parecia séculos mais velha. Enrugada e frágil. ―Acalme-se, jovem Theronai. Estou quase sem tempo. Torr acalmou, embora não pudesse dizer se era porque ela ordenou a ele ou por causa de seu choque ao ver o quanto longe e rápido ela se degradou. E então isso bateu nele. Todos os cortes no corpo de Grace curaram. Os ossos quebrados realinhados. A pele queimada onde a radiação a arruinou, estava renovada. Esteve tão sobrecarregado com a perda, que não percebeu que Brenya devia estar curando a carne de Grace o tempo todo. Era por isso que estava tão debilitada. Mas por que ela ia curar a carne de uma mulher morta? Brenya pegou seu queixo e sustentou seu olhar. Ondas de tempestade nos olhos seguravam muito menos energia do que antes, mas ainda se agitavam e rodavam numa exibição de chumbo.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 ―Você a ama? ―Sim―, disse ele. ―Você vai fazer um voto para dar sua vida por ela? A esperança surgiu em seu peito, e enquanto sabia como poderia ser perigoso, ele não podia ajudar, mas deixaria isso levantar sua alma. ―A minha vida pela dela―, prometeu, sem hesitação. ―Tenho preparado o corpo dela para este momento há anos, esperando que ela fosse digna do dom. Forte o suficiente para receber e sobreviver. Ainda assim, mesmo com todos os meus esforços, ela nunca poderá ser o que você sempre procurou. Nunca será verdadeiramente Theronai. Se ela viver de novo, a cura será o seu domínio só isso e nada mais. Não importava o que ela era ou o que podia fazer. Nada se houvesse alguma esperança que sua Grace pudesse viver. ―Ela é tudo o que preciso. Tudo o que sempre precisei. Eu nunca poderia querer mais do que ela, de qualquer modo de como ela volte para mim. Brenya empurrou sua Luceria de sua garganta, apertando-a em seu punho enrugado. Seu peso mudou de repente, e ela estava inclinada sobre ele para apoio. ―Nossa. Segure-se. ― Torr a segurou e abaixou-a numa cadeira próxima. Estendeu a mão, oferecendo a ele a Luceria. ―Pegue isso. Reivindique como sua própria. A conduza para a vida. Uma onda de choque deslizou por ele, sacudindo-o para seus ossos. ―Como você tirou isso de mim? ―Quem você acha que colocou em você, jovem Theronai? Você era meu projeto. Minha criação. Eu coloquei a Luceria em você muito antes de seu nascimento. Agora vá e seja digno do que isso me custou. Não posso fazer mais nada. Ele tomou. ―Custou? Não entendo. Não importava. Ela foi embora num flash de luz. Desapareceu. Torr ficou lá por um segundo, olhando em choque com a faixa que sempre enfeitou sua garganta. Era agora de Grace. Ele foi para seu lado. Suas mãos tremiam enquanto deslizava a faixa em torno de seu pescoço. As extremidades sem corte tocaram, mas não travaram no lugar certo como deveriam fazer. Ela ainda estava morta. Como poderiam? A conduza para vida.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 Os discos. Operavam com a vontade. Usava o que ela tinha o que transferia saúde de um portador para o outro. A conduza para vida. Torr pegou a mão e deixou seu amor por ela fluir através dele. Deslizou através de cada memória deles juntos, assistindo ficar apaixonado por ela mais uma vez. Quando estava zangado, ela o fazia sorrir. Quando se sentia sem esperanças, ela lhe dava alegria e um vislumbre de um futuro melhor. Quando estava com medo, ela deu uma razão para lutar por ela. Se houvesse mesmo uma centelha de poder em seu corpo que era capaz de dar a ela, ele o faria. O que quer que precise, pelo resto de suas vidas por mais longa ou curta que pudessem ser. Uma sensação de formigamento quente passou por sua espinha e para baixo em seus braços. Sentiu o disco esquentar em suas costas e vibrar. Enquanto a sensação cresceu, sua força parecia desaparecer. Rastejou sobre a cama ao seu lado, com medo que iria tombar se não deitasse. Ele passou os braços em torno dela e sentiu o calor saindo do disco que ela usava. Uma enorme onda de energia jorrou de seu corpo. Queimou quando passou, arrancando um grito de seu peito. Ele nunca sentiu nada assim antes doloroso, mas certo. Quente, mas doce. Quanto mais tempo à energia era transmitida mais fraco se tornou. Ainda assim, não tentou detê-la ou retardá-la. O que quer que seja que o disco queria dele, podia tomar. O que quer que Grace precise era dela. Não tinha a menor ideia de quanto tempo estava deitado lá. Tudo o que sabia era que estava agora fraco demais para se mover. Mal podia encontrar a força para respirar. Quase todo o seu poder se foi, mas usou o pouco que restava para empurrar mais energia para o disco, alimentando-o. Finalmente, tudo o que restou foi uma pequena gota de sua magia e o ritmo errática de seu próprio coração. Ele ouviu um pequeno clique e abriu os olhos. A Luceria se fechou em torno de sua garganta. Os olhos de Grace se abriram. Ela sugou uma respiração ofegante. Ela estava viva. E ela era dele.
Capítulo 35 Levou dois dias para Torr acordar, e nesse tempo Grace mal saía do seu lado. Viu a Luceria ao redor de sua garganta, mas ainda não podia acreditar que estava ali. Não
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 tinha ideia do que isso significava. Tudo o que sabia era que se sentia... diferente. Poderosa. Reprimiu todos os impulsos para usar esse novo senso de poder, porque sabia que a fonte era Torr e que drenar alguma coisa dele agora era perigoso. Então, em vez disso, recorreu às ervas e raízes que conhecia para fortalecê-lo. Suas feridas físicas curaram rapidamente. Era a condição de sua Linha da Vida que a preocupava mais. Estava quase nua agora, quando foi muito mais cheia de folhas da última vez que o viu. A necessidade de falar com Brenya agitava dentro de Grace, mas as mulheres da aldeia disseram que ela foi embora deixando para recuperar sua força. Não havia nenhuma maneira de saber quanto tempo ela desapareceria, mas as mulheres Athanasian aqui imaginaram que seriam semanas, possivelmente meses. ―Preciso que você acorde Torr. Volte para mim. ― Ela acariciou seu rosto, absorvendo a sensação de sua pele sob sua mão. Pensou ter visto seus olhos vibrarem, mas era difícil dizer se era um pensamento real ou ilusório. ―Você pode me ouvir? ― Ela perguntou. ―Eu estou bem aqui. Abra os olhos. Desta vez não havia dúvidas. Suas pálpebras se moveram. Pareciam pesadas e lentas, mas ele definitivamente moveu. ―Torr. ― Ela fez seu tom firme, tentando imitar Brenya. ―Abra os olhos. Ele o fez, mantendo-os largos. Tentou guinar da cama, mas ela segurou-o para baixo. O fato de que não foi até mesmo duro de fazer mostrou como ele estava fraco. ―Está tudo bem―, ela assegurou. ―Apenas deite-se. Ele caiu, ofegante. Quando recuperou o fôlego, o ajudou a beber um pouco de suco. O frio pareceu despertá-lo o suficiente para perceber onde estava. ―Você está bem? ― Questionou. ―Sim. Não sei como sobrevivi, no entanto. ―Você não fez. Assim que ouviu as palavras, sabia o que aconteceu. Como todo o conhecimento que Brenya havia plantado em sua cabeça, explodindo livre, totalmente formado e de fácil compreensão. Ela morreu. Não havia nenhuma maneira que podia ter sobrevivido àquela queda.
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Sacrifício Voluntário Shannon K. Butcher Guerra dos Sentinelas - 08 ―Você me trouxe de volta à vida―, ela sussurrou. ―Brenya fez a maior parte do trabalho. ―É por isso que você está tão fraco. Os discos... ― Viu que ele usava o errado quando o lavou. Era tudo parte do mistério até agora. ―Você poderia ter morrido. ―Não―, ele disse com um pequeno sorriso e uma piscada. ―Você é apenas um ser humano fraco. Como pode ser difícil reiniciar seu motor? Rastejou em cima dele, prendendo-o para baixo. ―Quem é fraco agora? ―Dê-me alguns minutos. Talvez passando algumas horas em contato com o solo. Estarei de volta em forma de combate em pouco tempo. ―Não é lutando que quero fazer. ―Não? ― ele perguntou, parecendo mais alerta e muito mais interessado. ―Não. Quero passar cerca de meio ano, mostrando o quanto eu o amo. ―Eu gosto de onde está indo. Conte-me mais. Ela se aproximou e olhou diretamente em seus olhos. ―Eu o amo. Todo o seu corpo estremeceu debaixo dela, fazendo-a se perguntar como ela jamais poderia ter pensado nele fraco. Ele esfregou o peito e disse: ―Olhe o que você fez. Ela fez, e viu sua Marca da Vida começar a florescer novamente. Em pouco tempo, sua árvore mais uma vez estava coberta com folhas. Sua alma estava a salvo da decomposição agora. Traçou a imagem com seu dedo, e desta vez os ramos seguiram onde liderava, balançando em sua direção. ―Como isso é possível? ―Eu não sei. Brenya disse que nunca vai ser uma Theronai que nunca vai ser capaz de fazer mais do que curar. Mas você parece muito malditamente perto para mim. ―Posso sentir o seu poder. Não tentei usá-lo, mas já sei como. Está me chamando para curalo. Ele quer estar dentro de mim. Ele agarrou seus quadris e deu um olhar quente. ―Meu poder não é a única coisa que quer estar dentro de você, mas vai ter que esperar até que eu possa pelo menos ficar em meus próprios pés. ―Então você vai ficar bem? Sem efeitos colaterais duradouros por me trazer de volta à vida? ―Nenhum que importa. Enquanto tenho você, o resto não é importante. Fraqueza, cicatrizes, dor nada disso importa. Eu amo você, Grace. Minha vida pela sua, sempre e para sempre. O calor se espalhou por seu corpo, penetrando em sua alma. ―E a minha pela sua.
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