Hermeto Pascoal e Aline Morena em Salvador

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2 Hermeto Pascoal e Aline Morena fazem som na Caixa 6

SALVADOR TERÇA-FEIRA 2/9/2014

MÚSICA O dueto faz de hoje a sábado o show O Som Nosso de Cada Um, que tem como marca o improviso e a diversidade instrumental

Divulgação

GISLENE RAMOS

O Som Nosso de Cada Um é o nome do espetáculo musical que Hermeto Pascoal e Aline Morena apresentam de hoje até sábado, sempre às 20 horas, na Caixa Cultural Salvador. Os ingressos custam R$ 8 (inteira) e R$ 4 (meia), podendo ser adquiridos a partir de 9 horas no local no dia do evento. Cada apresentação será única, pois os dois não seguirão um roteiro pré-estabelecido. A proposta é mostrar um universo sonoro múltiplo e imprevisível, com canções como Casa di Xaquer, Galope, Capivara, Canguruzando, Fruticando na Rua e outras. No palco, Aline, Hermeto e uma infinidade de instrumentos musicais constroem canções de diferentes formas e revelam as tantas possibilidades sonoras através de execuções únicas. A riqueza sonora será evidenciada através da voz, do piano, da viola caipira, do violão, da zabumba e da percussão corporal de Aline Morena, que se misturam ao cavaquinho, trompete, flauta, berrante, escaleta e aos oito baixos de Hermeto, executando diferentes ritmos e estilos. Outros elementos inusitados, como bacias, chocalhos de boi, bonequinhos e saias de alumínio, são transformados em instrumentos musicais, revelando verdadeiras surpresas sonoras.

Sintonia musical

Juntos há 12 anos, Aline e Hermeto são mais que companheiros,sãoparceiroseproduzemmúsica o tempo inteiro. "De repente estamos no tablado e fazemos umsomcomocorpo,ouporvezes na piscina, fazendo um som com a água e por aí vai", conta Aline sobre a presença constante da música na vida dos dois.

música clássica, do maracatu ao samba. Música com letra, música sem letra. Tem de tudo", diz Aline. A interação não é somente entre eles, pois a plateia também interage cantando canções que recebem em panfletos. "A gente também entrega uma letra criada pelo Hermeto, em idioma universal, que não tem sentido na nossa língua e o público aprende na hora e sai cantando junto", conta Aline.

Chimarrão com Rapadura

Casal afinado, Aline Morena e Hermeto Pascoal não seguem um repertório pré-estabelecido em cada apresentação do mesmo espetáculo

“A gente quer sentir na hora e ter a liberdade de criar de acordo com o momento”

“O repertório vai do frevo à música clássica, do maracatu ao samba“

HERMETO PASCOAL, músico

ALINE MORENA, musicista

O multi-instrumentista de ouvido absoluto conta sobre a sintonia do casal, que, agora, forma um dueto. "Quando a Aline pega a viola e dá os primeiros acordes eu já sei que música vamos tocar e que caminho seguir, não temos aquela coisa toda esquematizada", diz. Segundo o próprio Hermeto, a sintonia entre os dois é ta-

manha que produzem mais música juntos do que quando com a banda completa. “É um verdadeiro som caseiro. Um show bem solto e criativo, com coisas novas e muita versatilidade", diz Hermeto. Se revezando com os instrumentos, os dois deixam o show diversificado. "São muitas músicas. O repertório vai do frevo à

O alagoano com a gaúcha formada em canto formam o duo "Chimarrão com Rapadura", como costumam brincar. Desde 2002, Aline Morena dedica-se às obras de Hermeto Pascoal, de quem participou de shows e com quem acabou formando a versátil dupla. Com mais de 120 músicas disponíveis, a dupla não segue um repertório previamente definido, que terá, inclusive, composições de Aline, que irá estrear novos trabalhos. Hermeto conta que eles têm uma noção da quantidade de músicas que irão tocar, no entanto, o improviso impera no espetáculo. "A gente quer sentir na hora e ter a liberdade de criar de acordo com o momento, e aí a ideia de que música vamos tocar vai vindo", explica. Criado em 2014, o show O Som Nosso de Cada Um segue popularizando a música erudita. "Acho que é uma maneira muito boa de mostrar a musicalidade para as pessoas e eu estou muito feliz”, confessa Hermeto. E Aline completa: "É um show universal, para todos os gostos". O SOM NOSSO DE CADA UM”, COM HERMETO PASCOAL E ALINE MORENA / DE HOJE A SÁBADO, 20H / CAIXA CULTURAL SALVADOR / RUA CARLOS GOMES, 57, CENTRO / R$ 8 (INTEIRA) E R$ 4 (MEIA) /

Grupo Tapuia valoriza a riqueza da música regional e se prepara para novos projetos Neri Góes / Divulgação

Coletânea Gabriel Serravalle Jornalista (colunista interino)

A diversidade musical do Brasil é muito grande. Isso até que não é novidade, mas o que chama a atenção é que ela é bem maior do que possa parecer. Aqui, além do samba, também nasceram gêneros pouco falados, como a rancheira e o bugiu, criados no sul do país. Mas boa parte dos nossos ritmos genuínos, como o coco, a embolada, o maracatu, o xaxado, o xote e o baião, tem origem no nordeste brasileiro. E muitos deles ainda vêm sendo cultivados e preservados por gente do meio musical. É o caso do grupo Tapuia, de Salvador. Desde 2011, quando três amigos se reuniram com interesses e gosto musical em comum, o grupo está na ativa com o intuito de fazer releituras de manifestações tradicionais e de canções que retratam a cultura brasileira. Hoje a banda cresceu e é for-

certa forma, da nossa geração. Agora, não é algo só arcaico e tribal, como também não é só contemporâneo, mas sim a junção de ambos os conceitos”, acrescenta o baixista Neri Góes.

Estilos

Pague quanto achar que o show vale O projeto Quanto vale o show?, que acontece toda terça-feira, no Dubliners Irish Pub, apresenta hoje, a partir das 18 horas, as bandas Bufalos Vermelhos e Orquestra de Elefantes e Universo Maior, além do DJ Big Bross. A entrada é gratuita, mas para fazer jus ao nome do evento, o público pode depositar o valor que achar justo pelo show em urnas no balcão do pub. O espaço ainda oferece mesa de sinuca e vídeos musicais.

mada por Luiza Meira (voz e efeitos), Tatiana Sales (voz e sanfona), Alex Meira (voz e violão), Neri Góes (baixo) e Dani Motta (percussão). “A gente sempre gostou de músicas regionais. Fazíamos mais forró no começo, mas começamos a explorar outros rit-

mos brasileiros e tentamos fazer a coisa da maneira mais regional possível”, explica a vocalista e sanfoneira Tatiana Sales. E para colocar a proposta em prática, o Tapuia soma as vozes aos instrumentos de cordas, à sanfona e aos tambores da percussão, cumprindo, assim, a

ideia de alcançar uma musicalidade que remete aos sons regionais. Uma das gravações do grupo está disponível no endereço soundcloud.com/grupo-tapuia. “A busca é por um som que integra a nossa memória musical e que também faz parte, de

No repertório, o Tapuia faz um passeio por obras de compositores e grupos de diferentes estilos, épocas e regiões, como Dominguinhos, Lula Queiroga, Luiz Tatit, Ná Ozzeti, Itamar Assumpção, Mônica Salmaso, Baiano e Os Novos Caetanos, entre outros. São canções que, apesar de não serem tão conhecidas pelo grande público, valorizam cultura e tradição. “A gente faz um show com muitas canções que quase ninguém conhece. Músicas tradicionais de autores que a gente gosta. Em algumas a gente dá uma modernizada, mas sempre explorando os ritmos regionais”, diz Tatiana. Agora, o grupo prepara novo repertório para shows nos dias 25 de outubro, 15 de novembro e 6 de dezembro na Casa da Mãe. Além disso, devem lançar um EP até o fim do ano.

CHARLIE E OS MARRETAS

LA DISPUTE

VÁRIOS

VÁRIOS

ENRIQUE IGLESIAS

GUSTAVO MACACKO

O álbum de estreia da banda paulistana traz nove faixas autorais inspiradas no funk de nomes como James Brown e The Meters. Aliado a ritmos contemporâneos, o som é bem dançante e com bons arranjos. CHARLIE E OS MARRETAS /

O 3º álbum da banda discorre sobre a relação de um casal do começo ao fim, retratando coisas simples do dia a dia e momentos tristes. Jordan Dreyer continua trazendo detalhes vívidos através do gênero spoken word. ROOMS OF

O famoso concerto de 1992 no qual celebridades do rock cantam músicas de Bob Dylan ganha edição deluxe com áudio remasterizado neste DVD duplo. Vale pelo peso dos artistas e do homenageado.

THE HOUSE / NO SLEEP RECORDS / PREÇO

CONCERT CELEBRATION / SONY MUSIC /

GABRIEL SERRAVALLE

NÃO DIVULGADO FERNANDA SOARES

R$ 43,90 EDUARDO BASTOS

LIVRE / R$ 24,90 VERENA PARANHOS

Canções para lá de sensuais e envolventes, em um pop pra lá de latino. Pit Bull participa em duas faixas (I’m a Freak e Let Me Be Your Lover) e Kylie Minogue em outra (Beautiful). A versão brasileira ganha ares sertanejos com a participação de Luan Santana em Bailando.SEX AND LOVE / UNIVERSAL /

Gustavo Macacko lança segundo álbum contando com Otto (Cada Fernando Uma Pessoa) e Julia Bosco, numa teatral Mulher Independente. Podia ter ido mais por aí. Nas outras, mesmice. Fica devendo. DESPONTANDO PARA O

INDEPENDENTE / PREÇO NÃO DIVULGADO

Só por trazer Ney Matogrosso (Não Consigo, que já virou hit) e Adriana Cancanhotto (com a versão de Me Dê Motivo) a coletânea já vale a escuta. A inventividade de Elza Soares (Tudo Tão Quieto) e Tom Zé (Fliperama) reforçam a indicação. GERAÇÃO BRASIL / SOM

Formado em 2011, o Tapuia prepara-se para novos shows e gravação de um EP ainda este ano

BOB DYLAN THE 30TH ANNIVERSARY

R$ 25,90 VP

Primavera Rock reúne três atrações As bandas Lily Braun, Callangazoo e Semivelhos são as atrações da terceira edição do evento Primavera Rock, que acontece no dia 26 deste mês, no Dubliners Irish Pub, no bairro do Rio Vermelho. As três atrações apresentam releituras de rock e canções autorais. Os ingressos custam R$ 15.

ANONIMATO / INDEPENDENTE / PREÇO NÃO DIVULGADO / MARCOS DIAS


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