Perfil músico Giovani Cidreira

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SALVADOR 26/1/2015

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GISLENE RAMOS

“Vejo o mundo pela porta aberta e lá fora não vejo ninguém”, diz Giovani Cidreira nos versos da música Ancohuma, vencedora do XII Festival de Música da Educadora FM, na categoria Melhor Música com Letra. E é com uma poesia intensa que ele compôs seu primeiro EP, que será lançado dia 1º de fevereiro, às 18h, ao ar livre, na rua Fonte do Boi, no Rio Vermelho. Nascido em Salvador, porém criado até os 8 anos em Castro Alves, o jovem cantor e compositor está entre os promissores artistas da música independente soteropolitana. Ele faz uma MPB livre de rótulos, que retrata o cotidiano, o amor e a saudade. Mas não apenas. “Minhas músicas não falam de uma coisa só. É sobre a vida, e ela não tem tema”. Integrante da banda Velotroz, o cantor chegou a cursar um semestre na Escola de Música da Ufba, porém não se sentiu em casa. “Eu achei tudo muito quadrado. Estava querendo mesmo era sair de noite, beber e tocar violão até de manhã”, lembra. Mas foi essa boemia a responsável por grande parte de sua formação poética e musical: “Minha formação é da rua”.

2 PERFIL Cantor e compositor Giovani Cidreira lança primeiro EP em show gratuito no Rio Vermelho

EDITORA-COORDENADORA: SIMONE RIBEIRO / DOISMAIS@GRUPOATARDE.COM.BR

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TURISMO EXPOSIÇÃO A ARTE DA LEMBRANÇA ESTÁ EM CARTAZ NO ITAÚ CULTURAL (SP) 6 João Cotta / Rede Globo

Mila Cordeiro / Ag. A TARDE

A MÚSICA COMO

estilo

Outra dimensão

Aos 14 anos, formou sua primeira banda de rock, a Gramodisco, com amigos no bairro da Cidade Nova. Mas foi com a Velotroz – vencedora do Desafio das Bandas 2011 – que os caminhos de Giovani ganharam sentido, como reconhece o músico de 24 anos, que começou a compor ainda na 5ª série. “Tudo o que eu escrevia e que estava guardado no meu quarto, e que só mostrava aos meus amigos, passou a fazer parte de outras pessoas, ganhou outra dimensão com a Velotroz”. Juntos há 8 anos, a afinidade com os parceiros da banda, Tássio Carneiro, Silvio de Carvalho, Caio Araújo, Maicon Charles e Filipe Castro, é evidente. “Tássio e Caio me apresentaram praticamente todos os discos e músicas pelas quais sou apaixonado hoje”, revela. Além disso, o cantor também bebeu da poesia ao conhecer poetas como Thiago Lobão e Paulo Diniz. “Meus mestres foram e são meus amigos”, afirma sem pestanejar. Sobre o trabalho paralelo de Giovani, o contrabaixista e compositor Caio Araújo revela que nada afetou a relação dos músicos. “Não houve nenhum tipo de desapontamento para tomarmos novos caminhos de criação. Acredito que foi um processo natural, somos jovens artistas fervilhando de ideias e vontades”, afirma Caio. E completa: “Giovani sempre compôs muito e nem tudo cabia na Velotroz. Foi natural que as composições dele tomassem novos rumos e acho que foi uma boa decisão esse projeto”.

O músico é elogiado por artistas como Tuzé de Abreu e Ronei Jorge

Influências

O processo de gravação do disco (disponível no site www.giovanicideira.com) durou dois anos e tem produção de Carlos, da banda Irmão Carlos e o Catado. Participaram os músicos Maicon Charles (bateria), Dinho Castilho (baixo) e outros convidados. Feito de forma colaborativa, o EP tem sete faixas: Ancohuma, Menor, Veleiro Contra o Mar, Trem de Outra Cidade, Girassol e tarde, Recado pra Maicon Charles e Gelomares. Com influência da MPB dos anos 70, Clube da Esquina, Milton Nascimento e da Tropicália, Giovani assume ter “comido com farinha” discos da época. E sua identidade musical é elo-

“Minhas músicas não falam de uma coisa só. É sobre a vida, e ela não tem tema” GIOVANI CIDREIRA, cantor e compositor

giada por artistas como Tuzé de Abreu, Ronei Jorge e outros da cena local. Para Tuzé, Giovani é um artista especial e se destaca na atualidade. “Ele tem uma coisa que hoje em dia é muito raro: ele é um seguidor da linha tradicional da música popular brasileira, mas com linguagem moderna, do tempo dele”. E com-

para: “Guardando as devidas proporções, o jeito dele se relacionar com a música, de escutar e estudar os discos, me lembra Caetano quando jovem”, diz o instrumentista que conviveu com Caetano Veloso na época dos Doces Bárbaros. Quem também admira o trabalho de Giovani é o cantor e compositor Ronei Jorge, que

considera muito impactante vê-lo cantar: “De sua geração, ele se sobressai muito como compositor, tem um texto de escultor. É muito único seu jeito de cantar, compor e toda a performance”. Para Giovani, no entanto, ele não está sozinho. “Nossa geração tem o diferencial em que cada um faz seu estilo, apesar de

termos as mesmas influências. A gente não está muito ligado em fazer samba, rock ou jazz, nossa turma está interessada em fazer música, e eu estou com eles, caminhando junto”. SHOW DE LANÇAMENTO DO EP GIOVANI CIDREIRA / 1º DE FEVEREIRO (DOM), ÀS 18H / RUA FONTE DO BOI - RIO VERMELHO / ABERTO AO PÚBLICO


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