pavilhão minimum — m4
daniel braz barcellos giulia fernanda de assis
A forma do pavilhão é um convite: olhar para dentro de si e imergir em um ambiente que possa inspirar trocas e a arquitetura que se reflete em cada usuário. O projeto nasceu como um ambiente de inspiração, contemplação e desenvolvimento de ideias. Se apropria de dualidades: o fechado e o aberto, a luz e a sombra. A intenção de criar um espaço externo encapsulado em si mesmo e aberto para vivências internas gerou um volume fechado por fora, e espelhado por dentro. A construção da forma se deu através de recortes volumétricos de um paralelepípedo inicial, marcando um eixo central e explorando diferentes intenções com alturas e inclinações.
A forma da coberta se deu pelo grid estrutural criado, buscando-se gerar espaços amplos com grandes vãos foi escolhido o uso de uma coberta leve, com possibilidade de ser executada em lona ou placas leves, apoiadas sobre tirantes metálicos engastados nas vigas. A forma das cobertas também foi intencionada a possibilitar espaços de sombreamento externo. Ambas cobertas ganharam inclinações consideráveis, buscando efeito estético e prático de caimento de águas pluviais e fluxo de ventilação. O programa desenvolvido buscou aliar as atividades profissionais com as universitárias: a ideia de ambientes compartilhados, que podem estimula o uso do pavilhão por vários usuários em ocasiões distintas. O uso coletivo dos ambientes estimula vivências e networking profissional, principalmente em etapas de conclusão/início da carreira. Todos os ambientes são flexíveis para serem apropriados de formas diversas. O ambiente expositivo se dá no módulo menor, com orientação do percurso através dos painéis, pendurados verticalmente, se utilizando da altura ao longo do pavilhão.
O outro módulo concentra atividades de estudo/trabalho individual, mesas para debates coletivos e apresentação para público. Através dos painéis móveis em vidro, o espaço de apresentação ganha um dinamismo de acordo com a quantidade de ouvintes: pode ser aberto e englobar mais pessoas do lado externo. A forma criada com estrutura metálica e cabos de aço tensionados para sustentar a coberta funciona de forma solta dos painéis externos. A vedação externa também foi desenvolvida através de painéis duplos, criando proteção térmica, isolamento e podendo ser desmontada sem grandes impactos. Embora o programa escolhido defina tipos de uso para os ambientes, a dinâmica entre eles pode ser variada. A escolha estrutural garantindo a possibilidade de grandes vãos e a relação de permeabilidade visual também otimiza o pavilhão para grandes eventos, melhorando a dinâmica de conexão entre as atividades.
O sistema de calhas recolhe as águas pluviais e armazena em um pequeno reservatório, um pouco da água é bombeada através das calhas em dias quentes e circula continuamente, resfriando o ar que entra por uma abertura zenital acima das calhas. O excedente é usado para o banheiro e jardins. As calhas também são feitas em material translúcido, possibilitando iluminação zenital difusa.